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FIRJAN

CIRJ
SESI
SENAI
IEL

OPERADOR
DE PONTE
ROLANTE
versão preliminar

SENAI-RJ • Automotiva
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

OPERADOR
DE PONTE
ROLANTE
FIRJAN−Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente

Diretoria Corporativa Operacional


Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor

SENAI-Rio de Janeiro
Fernando Sampaio Alves Guimarães
Diretor Regional

Diretoria de Educação
Regina Maria de Fátima Torres
Torres
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

OPERADOR
DE PONTE
ROLANTE
versão preliminar

SENAI-RJ
2002
Operador de pontes rolantes
2002

SENAI – Rio de Janeiro


Diretoria de Educação

Ficha Técnica

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda


Gerência de Produto Automotivo Darci Pereira Garios
Produção Editorial Vera Regina Costa Abreu
Pesquisa e Conteúdo de Redação Docentes do SENAI–Barra Mansa
Revisão Pedagógica Izabel Maria de Freitas Sodré
Revisão Gramatical e Editorial Izabel Maria de Freitas Sodré
Revisão Técnica Denver Brasil Pessôa Ramos
Sílvio Romero Soares de Souza
Projeto Gráfico Artae Design & Criação

SENAI–Rio de Janeiro
GEP - Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 - Tijuca
20270-002 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (0xx21) 2587-1117
Fax: (0xx21) 2254-2884
http://www.rj.senai.br
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................... 11

UMA PALAVRA INICIAL ........................................................................ 13

1 QUESTÕES DE SEGURANÇA ............................................................. 17

Regras de segurança para operadores de pontes rolantes ................................... 19

Sinalização em serviços – sinais manuais .................................................................... 22

Responsabilidades do operador .................................................................................... 23

Instruções para operadores .......................................................................................... 24

2 MOVIMENTOS DE UMA PONTE ROLANTE .................................... 25

Componentes básicos para o funcionamento de uma ponte rolante ............... 28

Notas sobre o guincho ............................................................................................ 29

Notas sobre o trole .................................................................................................. 37

Notas sobre a ponte ................................................................................................ 40

3
REGRAS DE SEGURANÇA PARA SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO

EM PONTES ROLANTES E VIGAS DE ROLAMENTO .................... 45

Desligamento da chave geral .......................................................................................... 48

4
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO FUNCIONAMENTO DOS

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DAS PONTES ROLANTES ............. 49

Motores ............................................................................................................................... 51
Controladores ................................................................................................................... 52

Freios elétricos .................................................................................................................. 53

Chave-limite........................................................................................................................ 54

5
INFORMAÇÕES GERAIS DE OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO

ELÉTRICO ................................................................................................ 57

Guincho ............................................................................................................................. 59

Levantamento ...........................................................................................................59

Abaixamento ............................................................................................................ 59

Ponte e Trole ...................................................................................................................... 60

Frenagem por reversão ............................................................................................ 60

6 CHAVES PRINCIPAIS DE DESLOCAMENTO ..................................... 61

Recomendações de segurança ...................................................................................... 63

Ligar ........................................................................................................................... 63

Desligar ..................................................................................................................... 63

7 ACESSÓRIO – ELETROÍMÃ ................................................................... 65

Constituição ....................................................................................................................... 67

Informações gerais de operação – recomendações de segurança ...................... 69

Chave de segurança ................................................................................................ 69

Chave de comando e painel de controle ................................................................ 69

Cabos de alimentação ............................................................................................. 70

Correta utilização do eletroímã ................................................................................ 70

Considerações gerais sobre operação do eletroímã ............................................. 71

8 LUBRIFICAÇÃO DAS PONTES ROLANTES E TROLE .................... 73

Pontos a serem lubrificados ........................................................................................... 76

Engrenagens ................................................................................................................. 76
Motores ........................................................................................................... 77

Outros enrolamentos ...................................................................................... 77

9 INSPEÇÃO EM CABOS DE AÇO .................................................... 79

Objetivo ....................................................................................................................... 81

Função do cabo de aço ........................................................................................... 81

Importância do cabo de aço .................................................................................. 81

Componentes de um cabo de aço ...................................................................... 81

Tipos de cabo de aço ............................................................................................... 82

Formação da perna ................................................................................................... 82

Formação do cabo .................................................................................................... 82

Especificação de um cabo de aço ......................................................................... 83

Acabamento ............................................................................................................... 83

Cabos polidos .................................................................................................. 83

Cabos galvanizados ou inoxidáveis (inox) .................................................... 83

Itens a serem inspecionados em um cabo de aço ........................................... 83


Operador de Ponte Rolante – Apresentação

Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo
as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios
renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas
e rápidas respostas.

Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização
constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se nessas novas
demandas sociais.

É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as
condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo o
trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos, ampliando suas
possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.

Assim é que apresentamos como parte dos trabalhos da área de Mecânica Automotiva este material
sobre Pontes Rolantes.

Equipamento fundamental em indústrias pesadas, as pontes rolantes, apesar da simplicidade do seu


mecanismo, apresentam certa complexidade de uso que requer maior atenção do operador. Este livro
pretende ser de ajuda eficiente para os que se dedicam à tarefa de operá-las.

SENAI-RJ – 11
Operador de Ponte Rolante – Uma Palavra Inicial

Uma palavra inicial


Meio ambiente...

Saúde e segurança no trabalho...

O que é que nós temos a ver com isso?

Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente, e a questão da saúde e segurança no trabalho.

As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Não só produzem os bens e serviços
necessários, como dão acesso a emprego e renda. Mas para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do
tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz.

É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para recompor-se. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.

Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema


da poluição aumentou e se intensificou. Em relação ao ar e à água, a questão é bastante complexa,
pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos
ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a
origem do problema. No entanto, é importante repetir que, ao depositarem no solo os resíduos, ao
lançarem efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, as indústrias causam
danos ao meio ambiente.

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos

SENAI-RJ – 13
Operador de Ponte Rolante – Uma Palavra Inicial

de produção desperdiçadores e que geram subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade


limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.

Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.

Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.

Cada indústria tem suas próprias características. Também se sabe que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.

As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas.
Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.

É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode beneficiar-se de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir que alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.

Entretanto é verdade que tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas
quando acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios — sejam estes financeiros,
para sua reputação ou para sua segurança.

A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.

Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho,


usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos empregadores prover a
empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva
e a adequação dos equipamentos de proteção.

14 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Uma Palavra Inicial

A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.

Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar a melhores condições de vida para todos.

Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca desses fatos, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas isso ainda não é suficiente...
Faz-se necessário ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado
em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde
e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.

Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e a segurança no trabalho
– o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?

SENAI-RJ – 15
Questões
de segurança
Nesta Seção ...

Regras de segurança para operadores de pontes rolantes

Sinalização em serviços – sinais manuais

Responsabilidades do operador

Instruções para operadores

1
Operador de Ponte Rolante – Questões de Segurança

Regras de segurança para operadores


de pontes rolantes

1– Uma ponte rolante deve ser operada apenas por pessoas realmente capacitadas e devidamente
autorizadas.

2– Procure entrar e sair da ponte com as mãos livres, servindo-se das escadas de acesso existentes
para este fim; evite caminhar ao longo das vigas de rolamento.

3– Procure conhecer a ponte em que trabalha nos principais detalhes, familiarizando-se com as
características de seu mecanismo.

4– Inspecione sua ponte no início de cada turno, verificando o funcionamento da chave-limite,


freios e outros dispositivos de segurança. As irregularidades encontradas devem ser comunicadas,
sem perda de tempo, ao chefe imediato.

5– Obedeça somente aos sinais dados pela pessoa que estiver dirigindo o serviço de lingadas1 no
piso. Quando observar sinais de mais de uma pessoa, pare os movimentos da ponte até que a segurança
seja restabelecida.

6– Obedeça ao sinal de quem quer que esteja pedindo para cessar qualquer movimento da ponte,
em caso de perigo iminente.

7– Aceite apenas os sinais convencionais já em uso na usina (Quadro de sinais convencionais).


Quando houver necessidade de sinais estranhos, procure saber se os mesmos serão bem compreendidos
por você e pelos homens do piso.

8– Não discuta com os homens do piso. Em caso de desentendimento relacionado com a operação
da ponte, solicite a presença do chefe imediato.

9– Coloque o trole exatamente sobre a carga antes de acionar o guincho, para evitar o balanço da
lingada. Não movimente nunca a ponte ou o trole enquanto a carga estiver no piso.

SENAI-RJ – 19
Operador de Ponte Rolante – Questões de Segurança

10– Ao descer o gato da ponte além do piso normal, deixe, no mínimo, três voltas do cabo de aço no
dromo.

11– Quando levantar o gato com ou sem carga, preste especial atenção para que a chave-limite
não seja tocada.

12– Não levante cargas além da capacidade dos estropos2, correntes e cabos de aço.

13– Observe se os estropos estão firmemente amarrando a carga e se as partes soltas foram
retiradas, antes de começar a subir.

14– Enquanto a ponte estiver em movimento, mantenha as mãos sobre os comandos, de modo a
poder intervir, rapidamente, em casos de emergência.

15– Observe se não há ninguém em posição perigosa no piso, antes de suspender uma carga. Faça
soar a sirene ou o tímpano, e só depois comece lentamente a levantá-la.

16– Experimente o freio do guincho levantando a carga a pouca altura, quando a mesma for
pesada. Volte o controle à posição de desligado (OFF) quando fizer esta experiência.

17– Não opere qualquer ponte se a chave-limite apresentar defeito ou se os cabos de aço não
oferecerem segurança.

18– Levante a carga a uma altura suficiente, de modo que não atinja os homens e equipamentos
que se encontrem no piso.

19– Evite transportar cargas sobre os homens do piso. Para avisá-los da aproximação da ponte,
use os sinais de alarme da mesma.

20– Recuse-se a colocar a carga em local inseguro.

21– Quando tiver que colocar uma carga sobre uma prancha, um transportador ou um carro, que
ainda não estejam em posição, use o bom senso quanto ao local e à maneira como vai mantê-la, até a
chegada dos mesmos.

22– Não opere sua ponte com estropos, correntes, etc., pendurados no gato, ameaçando a segurança
dos que estão no piso, inclusive a dos equipamentos.

23– Não permita que ninguém suba nas cargas ou no gato da ponte, exceto para inspeção ou
reparos.

24– Não faça levantamentos de cargas do piso com os cabos fora do prumo, exceto quando estiver
devidamente autorizado.

25– Não opere sua ponte se não estiver em boas condições físicas.

26– Não opere sua ponte quando houver homem trabalhando nas vigas de isolamento, a menos que
ele esteja devidamente protegido.

27– Não deixe carga de espécie alguma pendurada no gato durante os períodos de refeição ou
depois de ter deixado o serviço.

20 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Questões de Segurança

28– Evite bater com sua ponte em outras vizinhas, exceto quando devidamente autorizado. Ainda
assim, procure bater devagar, de modo a não provocar acidentes pessoais ou materiais.

29– Quando duas ou mais pontes tiverem que movimentar simultaneamente uma só carga, os
operadores devem coordenar seus movimentos dentro de um mesmo ritmo, sem criar confusão, e
devem obedecer aos sinais de uma única pessoa no piso.

30– Não tente nunca reparar o equipamento elétrico ou fazer quaisquer outros serviços de manutenção
em sua ponte. Em caso de defeito, chame o chefe imediato.

31–Não amarre, não bloqueie, nem interfira de modo nenhum com o funcionamento do painel, das
chaves-limite ou de qualquer outro dispositivo de segurança.

32– Não substitua fusíveis queimados. Chame o eletricista para fazer este serviço e apurar a causa
do defeito.

33– No caso de faltar energia elétrica, mantenha os controles desligados até que a mesma seja
restabelecida.

34– Se encontrar a chave de emergência desligada, não a ligue, ainda que seja para iniciar seu
trabalho, até constatar que ninguém está trabalhando em algum setor da ponte.

35– Antes de ligar a chave da ponte, verifique se todos os controles estão na posição de desligado
(OFF).

36– Permaneça na cabine de sua ponte mesmo durante os reparos feitos pela turma de manutenção,
colaborando e indicando-lhes as falhas que por acaso tenha constatado.

37– Mantenha sua ponte sempre limpa e livre de objetos, ferramentas, pedaços de madeira, porcas,
parafusos, etc., que possam cair sobre os homens do piso. Recolha a estopa para evitar incêndio,
guardando-a num recipiente fechado.

38– Em caso de incêndio na ponte, use o extintor, solicitando ao chefe imediato o seu pronto
recarregamento.

39– Não permita pessoas estranhas em qualquer lugar da ponte sem autorização superior. Caso
haja essa autorização, movimente a ponte apenas quando tiver certeza absoluta de que não há perigo
de acidente.

40– Não abandone nunca sua ponte, exceto quando absolutamente necessário, aguardando na
cabine a chegada do seu substituto autorizado pelo chefe. Não combine com outros operadores para
ficarem em seu lugar sem autorização da chefia.

41– Não transporte cilindros de oxigênio ou de acetileno, cheios ou vazios, com eletroímã, por
ordem de quem quer que seja.

42– Não aplique bruscamente o freio de pé. Os “calos” das rodas resultam da patinação da ponte.

43– Lembre-se, afinal, de que a operação segura da ponte é responsabilidade sua. A vida de muitos
depende de seu cuidado constante e do seu bom senso.

44– Pense sempre em SEGURANÇA ACIMA DE TUDO.

SENAI-RJ – 21
Operador de Ponte Rolante – Questões de Segurança

Sinalização em serviços – sinais


manuais
Se os sinais forem dados do piso para o operador da ponte, com a mão, eles devem estar de acordo
com as figuras abaixo:

DESLOCAR A PONTE - Com o


SUBIR - Com o antebraço vertical, BAIXAR - Com o braço estendido braço estendido para a frente, mão
indicador apontado para cima, mover a para baixo, indicador apontado para aberta e ligeiramente levantada,
mão em pequenos círculos. baixo, mover a mão em pequenos fazer movimento de empurrar na
círculos horizontais. direção do deslocamento.

DESLOCAR O CARRO - Palma da PARAR - Braço estendido, palma da PARADA DE EMERGÊNCIA -


mão para cima, dedos fechados, polegar mão para baixo, manter a posição Com o braço estendido, palma da
apontando na direção do movimento, rigidamente. mão para baixo, mover rapidamente
sacudir a mão horizontalmente. para a direita e a esquerda.

CARROS MÚLTIPLOS - Levantar MOVER LENTAMENTE - Usar mão ELETROIMÃ ESTÁ DESLIGADO
um dedo para o gancho no 1, e dois para dar qualquer sinal de movimento - O operador abre os braços, palmas
dedos para o gancho no 2. Demais e colocar a outra mão, parada, sobre a das mão para cima.
sinais convencionais. que está dando o sinal.

TODO MOVIMENTO LENTO LEMBRE-SE:


MÃO ESPALMADA NA FRENTE SEGURANÇA ACIMA
FINAL DE TUDO
DE OPERAÇÃO

Fig. 1

22 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Questões de Segurança

Responsabilidade do operador

As pontes rolantes representam os elos mais importantes na cadeia da produção. Sendo indispensáveis
no transporte de material em todas as dependências de uma usina, representam, também, um grande
investimento de capital, uma vez que se preço varia, geralmente, de dez a cinqüenta vezes o custo de
um automóvel comum. Desse modo, cabe aos operadores uma grande responsabilidade pela operação
segura e hábil desse equipamento e de suas cargas.

Um bom operador conhece tudo o que se relaciona com sua ponte: capacidade, velocidade, sinais
dos homens do piso e as regras de segurança de seu departamento.

Pelo estudo cuidadoso, ele descobre os métodos de operação que aumentam o bom desempenho
do equipamento. Aprende a manejar as cargas com poucos movimentos, reduzindo, ao mínimo, o
serviço das turmas de manutenção. Acima de tudo, evita a ocorrência de riscos que resultem em
danos à sua ponte e em acidentes com os homens que trabalham no piso.

SENAI-RJ – 23
Operador de Ponte Rolante – Questões de Segurança

Instruções para operadores

1 – Antes de ligar a chave geral, verifique se há alguém trabalhando na ponte.

2 – Obedeça somente aos sinais dados por pessoas autorizadas, e, em hipótese alguma, mova a
carga enquanto eles não forem dados pela pessoa indicada.

3 – Comunique ao seu encarregado imediato qualquer defeito encontrado na ponte.

4 – Observe atentamente os homens ao prenderem as cargas no guincho.

5 – Não transporte cargas sobre homens que estejam trabalhando no piso.

6 – Não force o motor, usando o controle de reversão3. Use o freio.

7 – Não aplique bruscamente o freio de pé. Os calos das rodas resultam da patinação da ponte.

8 – Não deixe a manete do controle ajustada entre contatos.

9 – Não transporte, com eletroímã, cilindros de oxigênio, cheios ou vazios, por ordem de quem quer
que seja.

10 – Não use a chave-limite para desligar o gato.

GLOSSÁRIO

1. Lingada - Levantamento de carga.

2. Estropos - Pedaços de cabo ou lona com que se envolve um objeto para içá-lo; cinta.

3. Reversão - movimento do controle em direção oposta àquela em que a carga ou a ponte


está se movimentando. Trata-se de uma corrente de reversão que interrompe o movimento
dianteiro da carga ou do motor. Quando a carga fica imóvel, a metade de controle deve
permanecer no centro, na posição desligado (OFF); do contrário, verificar-se-á uma aceleração
do motor em direção oposta.

24 – SENAI-RJ
Movimentos
de uma ponte
rolante
Nesta Seção ...

Componentes básicos para o funcionamento de uma ponte rolante

2
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Movimentos de uma ponte rolante


Os movimentos de uma ponte rolante são realizados pelos seguintes elementos: guincho, ponte e
trole.

O caminho sobre o qual corre uma ponte rolante consiste de dois trilhos assentados sobre as vigas
laterais do edifício, conhecidas como vigas de rolamento.

As vigas de uma ponte rolante abrangem as duas laterais do edifício em que ela vai operar.

Os truques são formados pela estrutura e pelas rodas em cada um dos extremos da ponte.

As rodas são, geralmente, ligadas por um eixo comum, e o motor que aciona esse eixo é, quase
sempre, montado sobre a plataforma que corre por um dos lados da ponte. Esta plataforma serve
também como passadiço para os operadores mecânicos, eletricistas, etc., inspecionarem,
convenientemente, todas as partes da ponte.

Sobre as vigas das pontes rolantes existem dois trilhos por onde se movimenta o trole, que é um
mecanismo robusto, no qual estão montados seu próprio motor, que o movimenta para a frente e para
trás, ao longo dos trilhos, bem como o motor do guincho com o dromo.

A cabine da ponte é, geralmente, suspensa de um dos extremos da ponte, de modo que o gato
juntamente com a carga fiquem à direita do operador. Na cabine estão montados os controles e o
painel de proteção da ponte.

SENAI-RJ – 27
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Componentes básicos para o


funcionamento de uma ponte rolante

Ponte - Para a frente e para trás. Trole - Para dentro e para fora. Guincho - Para cima e para baixo.

Batente do trole
Engrenagem do guincho
Dromo do guincho Viga da ponte
Freio do guincho
Truque lateral
Trilhos coletores Pára-choque
da mola

Motor do guincho
Engrenagem do guincho
Chave-limite do guincho
Motor do trole
Engrenagem do trole Chave
geral
Viga da ponte Trilho do trole Cabine do
operador
Batente do trole Controle da ponte
Trole Controle do trole
Controle do gato
Roda do trole Freio da ponte
Barras coletoras Motor da ponte
do trole Engrenagem da transmissão
Eixo de transmissão da ponte
Mancal do eixo de transmissão
Cabos do guincho
Acoplamento do eixo de
Truque lateral da ponte transmissão
Gato da ponte
Roda da ponte
Trilho da ponte
Limpa-trilho
Pára-choque da mola Viga de rolamento
Passadiço da ponte

Fig. 1

28 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Notas sobre o guincho


O gato da ponte é levantado e abaixado por meio de um guincho elétrico, em cujo dromo o cabo de
aço é enrolado ou desenrolado. Para se manter o dromo imóvel, segurando a carga em uma determinada
posição, com a manete do controle de levantamento na posição de desligado (OFF) usa-se um freio
automático montado no eixo do motor do guincho, o qual está localizado no trole.

Esse freio automático não causa preocupação ao operador e é aplicado por meio de uma mola,
quando a corrente é desligada.

Fig. 2 - O guincho

Essa mola segura o freio na posição ligado (ON), quando a manete do controle do guincho está na
posição desligado (OFF). Movendo-se a manete do guincho tanto para levantar como para abaixar,
faz-se circular uma corrente pela bobina magnética do freio, a qual comprime a mola e solta o freio.

Não se deve nunca ajustar ou soltar este freio manualmente, quando houver carga suspensa no
gato.

O freio é eletricamente solto (pela corrente que circula pela bobina) quando o controle é acionado
para levantar ou baixar a carga. Algumas pontes, particularmente as de grande capacidade, têm um
freio adicional (por questão se segurança) montado no dromo ou na engrenagem.

Levantamento

Nota nº 1

Quando se está pronto para levantar uma carga, usa-se o primeiro ponto do controle para se tirar a
folga do cabo de aço. Isso evitará o puxão e a deformação do cabo. Quando o cabo estiver esticado,
aciona-se a manete do controle lentamente para trás, até que a carga comece a se mover. Em seguida,
move-se a mesma ponto por ponto, até atingir o máximo.

SENAI-RJ – 29
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Ao suspender uma carga, o motor do guincho tem que levantá-la contra a ação da gravidade.
Assim terá que despender mais esforço e sua marcha será mais lenta com uma carga pesada do que
com uma leve. O freio do guincho se solta quando o motor é acionado e atua, para suster a carga em
qualquer posição, quando o motor pára. Esse freio é automático e, por ser provido de molas, atua
instantaneamente para suster a carga, quando há falta de energia.

Não deixe a carga se


elevar muito do piso
para testar o freio.

Teste o freio aqui,


perto do piso.

Piso

Fig. 3

Na falta de energia ou no não acionamento pelo operador, ambos os freios trabalham, simultânea e
automaticamente, com a corrente do motor. Os controles são, geralmente, equipados com manetes
verticais, dispostas de forma a serem facilmente movidas pelo operador, para a frente e para trás. O
gato é levantado quando a manete do controle é puxada para trás, abaixando quando ela é empurrada
para a frente.

Puxar para Empurrar para


levantar abaixar

Fig. 4

30 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

É importante verificar se o freio do guincho é capaz de suster uma carga pesada. Em caso de
dúvida, deve-se experimentá-lo depois de a carga ter sido levantada alguns centímetros do piso. Se o
freio não funcionar, abaixa-se a carga no piso, de uma vez, e chama-se o encarregado ou a turma de
manutenção para ajustá-lo ou repará-lo.

1o ponto:
usado para esticar o cabo Força

“ Para
cima”

CORRETO
Carga
Gravidade

Carga
Piso

Fig. 5 - Subindo

Nota nº 2

Quando uma carga pesada é suspensa e já se encontra fora do piso, deve-se ter em mente que os
dois primeiros pontos do controle dão força motriz reduzida para uma partida lenta. Se a carga vai ser
levantada acima do ponto em que já se encontra, deve-se verificar que ponto de controle foi usado
para dar partida ao motor, quando a carga ainda se encontrava no piso, e passar, rapidamente, para
esse ponto; caso contrário, o gato poderá descer devido ao peso de uma carga maior. Por esta razão,
é mais aconselhável descer-se, aos poucos, uma carga pesada para, em seguida, levantá-la.

Mova rápido para o ponto


Off

que originalmente
levantou a carga do piso
e prossiga nos demais
pontos.

Controle do
Carga pesada guincho
suspensa

Fig. 6

SENAI-RJ – 31
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

No segundo ponto há um aumento de velocidade com o qual o gato vazio é levantado, e ainda mais
torque para o levantamento de uma carga de peso médio, que não pode ser levantada no primeiro
ponto por ser muito pesada.

No terceiro ponto verifica-se um aumento adicional de velocidade para o gato vazio e para uma
carga média. Também há mais força ainda para uma carga pesada que, devido ao peso, não poderia
ser suspensa nem no primeiro nem no segundo ponto do controle.

O quarto ponto, bem como os subseqüentes, dão aumentos adicionais de velocidade até que seja
atingida a posição FULL ON (potência máxima) que fornece a velocidade máxima com que o motor
deve levantar a carga.

No primeiro ponto: pouca velocidade, baixo torque para levantar o gato vazio lentamente.

Off

Controle do guincho

Fig. 7 - Levantando

Abaixamento

Nota no 1

Quando, na descida de uma carga, ela se aproxima do piso, reduz-se a velocidade, voltando-se a
manete do controle para a posição OFF. Quando estiver a poucos centímetros dele, são aconselháveis
dois procedimentos, a fim de assentá-la cuidadosamente:

1. ou parar o motor, religando-o com o uso do primeiro ponto de controle,

2. ou ligar e desligar o primeiro ponto várias vezes.

Quando o gato desce, a gravidade é favorável ao motor, de modo que as condições são exatamente
opostas ao caso de levantamento: uma carga pesada requer menos força e também desce mais rápido
do que uma leve.

32 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Gravidade Força

“ Para
baixo”
Carga
Controle do guincho

Fig. 8 - Descendo

Para se evitar uma carga pesada existem dois sistema que, sendo automáticos, não dão preocupação
ao operador. Um dos sistemas consiste de um freio de carga mecânico1, que é montado dentro do
mecanismo do dromo para limitar a velocidade do motor, sob qualquer condição. Por ser primitivo, tem
sido amplamente substituído pela descida dinâmica – um circuito todo elétrico, provido de um controle.
Ambos os sistemas são automáticos e seguros.

Nota no 2

Quando é preciso fazer movimentos fracionários para arriar uma carga em um ponto desejado,
move-se o controle para a posição desligado (OFF). Devem-se evitar os movimentos entre esse dois
pontos. A operação muito rápida não dá tempo para que o magnetismo do sistema elétrico atue
devidamente no ponto de soltar o freio; a operação morosa pode deixar que a carga desça muito longe
do ponto desejado. Com alguns treinos nesses movimentos, qualquer operador ficará em condições de
realizar perfeitamente essa operação. Os movimentos curtos, além de proporcionarem aos homens do
piso uma sensação de segurança, eliminam também o desgaste desnecessário do controle da ponte.

Carga
“Beliscando”

Piso

Fig. 9

SENAI-RJ – 33
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

No primeiro ponto para abaixar, todas as cargas descem lentamente. Este é o uso próprio desse
ponto. Se o controle foi deixado nessa posição, a carga pesada atingirá uma velocidade mais alta do
que o gato vazio ou com uma carga leve.

No segundo ponto para abaixar, obtém-se um aumento de velocidade de todas as cargas.

O terceiro e os demais pontos dão um aumento de velocidade com o controle na posição FULL ON
(potência máxima).
1o ponto
2o ponto

Off
Demais pontos

Controle do guincho

Fig. 10 - Abaixando

Chave-limite

Para evitar que, ao subir, o gato da ponte ultrapasse o curso normal, as pontes são equipadas com
uma chave-limite. Um dos tipos mais comuns de chave-limite é aquele que é operado pelo próprio
gato. Outro tipo é o que é ligado ao dromo e desarma depois de um determinado número de voltas ou
de rotações do dromo.

As chaves-limite são instaladas de modo a desligar a força do motor o que, automaticamente, faz
atuar o freio dinâmico. Quando a chave-limite é operada, inverte-se o controle para abaixar o gato;
esta operação deve ser feita “beliscando-se” o controle, até que se obtenha a reposição da chave-
limite. Algumas chaves-limite não somente desligam o motor da linha como também o fazem parar
rapidamente por meio de uma frenagem elétrica. Isso evita um “arrastamento” excessivo e permite
que a chave-limite seja ajustada com uma folga mínima entre o gato e o dromo, deixando, assim, um
curso maior que elimina a operação freqüente da mesma.

Embora exista uma parada para cima, deve-se ter em mente que para baixo ela não existe. Se o
motor continuar ligado depois de o gato tocar o piso, o cabo sairá da sua posição do dromo e começará
a se enrolar em sentido contrário. Quando isto ocorrer, pára-se imediatamente a operação da ponte e
chama-se o encarregado sem perda de tempo, pois o enrolamento do cabo em sentido oposto pode
causar sérios danos à ponte.

34 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Fig. 11 - Chave-limite operada pelo gato levantando peso

Além disso, a chave-limite torna-se inoperante; se o cabo continuar a se enrolar em direção oposta,
o gato pode chocar-se contra o dromo, partir o cabo de aço e soltar a carga, danificando a ponte e
provocando sérios acidentes com os homens do piso.

Teste

As regras a seguir, referentes ao teste de chaves-limite, estão em vigor na maioria das usinas onde
existe um grande número de pontes em operação. Foram cuidadosamente preparadas, com o intuito
de melhor orientar os operadores quanto ao método correto que devem seguir.

A certeza de que a chave-limite está em boas condições de operação é necessária durante todo o
turno, uma vez que o receio de um acidente ocasionado pela ultrapassagem do curso normal será
afastado da mente do operador, capacitando-o para trabalhar com toda a segurança.

No início de cada turno, recomenda-se que o operador verifique as condições de trabalho da


chave-limite, acionando o motor cuidadosamente de modo a suspender o gato da ponte. A chave-
limite é um dispositivo de segurança e, como tal, não deve ser usada como meio de parar o motor do
guincho, toda vez que o gato sobe. Um operador consciente e cuidadoso evita esta prática, parando o
motor com o próprio controle, deixando que a chave-limite somente seja operada ou usada em caso de
emergência.

SENAI-RJ – 35
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Para testar a chave-limite no início de cada turno, procede-se da seguinte forma:

1. Leva-se a ponte para um lugar espaçoso onde o gato, no caso de cair, não atinja ninguém
embaixo, no piso, e nem danifique qualquer equipamento.

2. a) Suspende-se o gato até o ponto em que apenas toca a parte inferior da chave-limite e traz-se
o controle para a posição desligado (OFF).

b) Procede-se cuidadosamente desse ponto em diante, usando-se o primeiro ponto do controle.


Se a chave-limite estiver operando normalmente, o motor do guincho será desligado e o controle
deverá ser trazido para a posição desligado (OFF).

c) Durante este teste, observa-se o gato da ponte. Se ele não parar um pouco antes de tocar o
dromo, desliga-se rapidamente o motor, solicitando-se em seguida a presença do encarregado
responsável.

3. a) Se a chave-limite funcionar bem sob as condições descritas anteriormente, o gato deverá ser
abaixado à meia altura do piso.

b) Em seguida, o controle deve ser levado até o último ponto de subida, de modo que o gato
toque o peso da chave-limite a plena velocidade.

4. No caso de se observar anormalidade na parada pela chave-limite, comunica-se o fato ao


encarregado responsável. O arrastamento excessivo pode ser causado pelo freio do guincho, que
poderá estar desajustado, ou pela operação defeituosa da chave-limite. Verifica-se se o peso pára
sempre na posição correta.

Operação

Evite usar a chave-limite como um meio de parar o gato da ponte quando ela sobe. Trata-se de um
dispositivo de proteção para o operador e para os homens do piso, razão por que deve ser reservado
somente para os casos de emergência.

Para as cargas altas que necessitam de ultrapassar o limite para ganhar altura, leva-se o gato a
uma parada completa, antes de entrar no curso da chave-limite.

Religa-se o motor do guincho usando-se uma velocidade reduzida até que a chave-limite seja
operada.

36 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

O gato vazio, à plena velocidade, terá seu


movimento interrompido aqui.
O gato com carga e à plena velocidade terá
seu movimento interrompido neste ponto.
A chave-limite será operada quando o peso
atingir este ponto.

Fig. 12 - Chave-limite usada em guincho de frenagem mecânica

Importante:

Não se deve alterar a posição do peso da chave-limite para aumentar o


curso do gato, a menos que haja autorização superior.

Notas sobre o trole

PARA FORA

PARA DENTRO

Fig. 13

SENAI-RJ – 37
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Nota nº 1

O trole deve ser sempre colocado na direção da carga, de modo que, depois da lingada2 pronta, os
cabos se mantenham perpendiculares ao piso, permitindo que ela seja levantada no prumo.

Após ser o trole estacionado mais ou menos sobre a carga que vai ser levantada, o operador deve
conservar a mão sobre o respectivo controle, para qualquer correção necessária do mesmo, exatamente
na direção da carga.

Puxar para movimentar Empurrar para


o trole para dentro movimentar o
trole para fora

Fig. 14

Nota nº 2

Para se parar um trole que não seja equipado com freio, aplica-se a reversão ao respectivo motor,
acionando-se a manete do controle na direção oposta àquela em que o trole está se deslocando.
Quando se der a parada, a manete deve ser trazida para o centro, na posição OFF.

Sob condições normais, recomenda-se que o primeiro ponto seja usado para forçar o motor a parar
com a reversão. Usando-se o segundo, o terceiro ou os demais pontos do controle, a parada do trole é
mais rápida, o que, entretanto, poderá provocar o deslizamento das rodas, além de ser prejudicial ao
motor e ao mecanismo do trole. Assim, esses pontos devem ser evitados por estancarem os motores.

Trole

Ponte
Piso

CERTO ERRADO

Não arrastar a
Carga
carga nesta
Piso posição

Fig. 15

38 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

O exposto anteriormente aplica-se a um controle manual que leve os circuitos principais diretamente
ao motor; a posição da manete do controle determina, assim, a quantidade de energia para o motor.
Quando é usado o controle magnético, uma pequena chave de comando permite ao operador escolher
a direção desejada. Os circuitos principais para o motor são feitos pelos contatores magnéticos do
painel de controle e o fechamento desses contatores é controlado por meio de relés que comandam as
operações de aceleração ou de estancamento. Por este método automático, ao se centralizar o trole
por meio da reversão, o motor não é forçado, quer esteja a manete no primeiro ponto, no último ou nos
pontos intermediários. Quando o trole parar, a manete deve ser levada para a posição desligado (OFF).
Caso contrário, o trole será acelerado em direção oposta.

Nota nº 3

A maioria das pontes não é provida de chave-limite na extremidade, para desligar a força e fazer
parar o motor do trole.

Os trilhos do trole são equipados com batentes nas extremidades, devendo-se tomar muito cuidado
para se evitar que eles sejam atingidos pelo trole em alta velocidade, o que pode ocasionar um
descarrilamento perigoso.

Para se fazer com que o trole encoste nos batentes, a fim de levantar ou abaixar uma carga na
extremidade da ponte, recomenda-se que ele seja levado até uma pequena distância dos batentes e aí
parar. Em seguida, por meio de movimentos curtos, ele será deslocado até tocar neles; ajusta-se,
então, a manete do controle no centro, na posição OFF. Deve-se ter sempre em mente que o trole não
tem freio e que, portanto, seus movimentos são livres.

Batentes do trole

Ponte

Controle do trole

Fig. 16

SENAI-RJ – 39
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Nota nº 4

Não se deve movimentar o trole a longa distância com a manete colocada nos pontos intermediários.
Alguns troles correm com muita facilidade porque são providos de mancais com rolamentos. Quando
se observa que o trole se movimenta com muita rapidez e que a manete já se encontra no último ponto
do controle, não se deve trazê-la para o meio do controle e, sim, para a posição de desligado (OFF).
Deixa-se o trole andar lentamente e parar no ponto desejado, aplicando-se uma reversão no motor.

Não deixe a manete aqui


quando operar a longa distância

Toda força Toda força

Controle do trole

Fig. 17

Notas sobre a ponte

Nota nº 1

A ponte movimenta-se livremente tal como o trole e, da mesma maneira que este, não dispõe de
chaves-limite nas extremidades das vigas de rolamento, para desligar a força e fazê-la parar.

PARA A FRENTE

PARA TRÁS

Fig. 18

40 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Os quatro cantos da ponte são equipados com pára-choques de mola, dos quais não se deve
depender para operar a ponte.

p/ a frente

p/cima e p/baixo
p/dentro p/fora
p/dentro p/fora

p/cima p/baixo

Guincho
Guincho

Ponte

Trole
Trole
p/a frente p/trás

p/trás
ponte

Fig. 19

Esses pára-choques constituem um meio de segurança para proteger as extremidades dos edifícios
e outra ponte que esteja nas mesmas vigas de rolamento.

Antes de se atingir a extremidade das vigas de rolamento, pára-se a ponte completamente. Depois,
com movimentos curtos e lentos, completa-se o trajeto, até que os pára-choques da ponte e das vigas
de rolamento se toquem levemente.

Relés direcionais contra reversões bruscas protegem as pontes, mas não aceitam reversão
instantaneamente.

Parar Mover
devagar

Evite-se correr com a ponte até empurrar ou


chocar-se com as outras.

Carga

Fig. 20

SENAI-RJ – 41
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Nota nº 2

Se a ponte for equipada com controles manuais, sua aceleração se fará movendo-se a manete,
gradativamente, na direção desejada. A aceleração correta elimina a patinação das rodas da ponte,
permite à carga, que está pendurada, adquirir o impulso quase na mesma proporção que a ponte e
evitará, a esta e ao motor, esforços desnecessários. Se for usado o controle magnético master switch,
a manete pode ser levada de uma só vez até o fim do controle, pois a aceleração é automática e se
processa por meio de relés adequados.

Controle Manual Controle


Acelerar, devagar, Magnético
ponto por ponto. A manete pode
ser levada, de
uma só vez, até
o fim.

Fig. 21

Quando o operador passa de uma ponte equipada com controle manual para outra, de controle
magnético, deve ter em mente que, nesta última, a aceleração se processa automática e
proporcionalmente à capacidade que o motor possui de adquirir velocidade e de mover a carga, não
podendo, assim, ser forçado como no caso do controle manual. O operador deve também observar se
as chaves do controle estão localizadas na mesma posição das existentes na ponte anterior, a fim de
evitar enganos.

Nota nº 3

O fato de se tirar, rapidamente, o balanço da carga, depois de já se ter percorrido uma certa
distância e de já se estar próximo do ponto onde ela deve ser arriada, indica que o operador é um
veterano experiente. O balanço é o resultado da conexão flexível entre a ponte e a carga (cabo de aço
da ponte).

Quando se liga o motor da ponte, ela imediatamente se movimenta. A carga, porém, fica ligeiramente
para trás, com o cabo de aço formando um ângulo com a faca perpendicular.

Quando a ponte tem a sua marcha diminuída em virtude da aplicação do freio, o impulso da carga
não é contido imediatamente, o que resulta num balanço da mesma para a frente e, nesta posição
avançada, exerce um puxão na ponte.

42 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Movimentos de uma Ponte Rolante

Diminuir a marcha neste ponto Mover, rapidamente, até este ponto Parar exatamente neste ponto

Ponto

Carga

Fig. 22

Um operador experiente tira vantagem deste balanço avançado, para evitar que o gato sofra um
impulso quando a ponte já estiver completamente parada. Em lugar de permitir que a carga passe do
ponto em que vai ser arriada e depois volte atrás até atingir o prumo, deve-se, no momento em que a
carga estiver exatamente sobre o local de descida, acelerar rapidamente para a frente, de modo que
tanto a carga como a ponte possam ter seus movimentos interrompidos, quando atingirem exatamente
o local de descarga.

Nota nº 4

Não se deve operar a ponte a longas distâncias pelas vigas de rolamentos com a manete do
controle mal ajustada entre as posições de desligado (OFF) e potência máxima (FULL ON). Isso não
só resulta em desperdício de energia, como aquece o controle. Ao se notar que a velocidade é excessiva,
volta-se o controle para a posição OFF e movimenta-se a ponte devagar. Religa-se o motor se houver
necessidade.

GLOSSÁRIO

1. Freio de carga mecânico - freio de trava, que atua somente na descida de carga. Quando
esta sobe, o freio é solto, de modo que não haja nenhum “arrastamento” no motor.

2. Lingada - porção de objetos ou carga que a linga3 levanta de uma vez num pau de carga ou
guindaste.

3. Linga - estropo grande de cabo ou corrente; rede para içar ou arriar cargas pesadas.

SENAI-RJ – 43
Regras de segurança
para serviços de
manutenção em
pontes rolantes e
vigas de rolamento
Nesta Seção ...

Desligamento da chave geral

3
Operador de Ponte Rolan – Regras de Segurança para Serviços de Manutenção em Pontes Rolantes e Vigas de Rolamento

Segurança para serviços de


manutenção
1– Antes de iniciar o trabalho de manutenção em uma ponte, peça ao seu chefe imediato instruções
corretas quanto à maneira segura de executá-lo.

2– Não entre em uma ponte, em qualquer circunstância, sem antes avisar ao operador e se certificar
de que ele está ciente do que ali vai ser executado.

3– As pontes que vão ser inspecionadas ou reparadas devem estacionar em um determinado ponto,
onde não interfiram com a operação das outras bem como com o equipamento do piso.

4– Antes de iniciar os reparos verifique:

a) se todos os controles estão desligados;

b) se a chave geral está desligada e trancada com o cadeado de segurança.

5– Quando houver outra ponte trabalhando nas proximidades, bloqueie os trilhos a uma certa
distância, de modo a impedir colisões com a ponte em reparo. Se não houver possibilidade de
bloqueá-los, o chefe imediato deve destacar um homem para permanecer na cabine das pontes
vizinhas, com a função de prevenir o operador sempre que se aproximar muito da ponte em reparo.

6– Quando a ponte estiver sofrendo reparos maiores ou quando estiver servindo de plataforma
para um determinado serviço, um aviso de “HOMENS TRABALHANDO EM CIMA” deve ser
colocado no piso, sob a ponte.

7– Quando houver necessidade de trabalhar em pontes ou vigas de rolamento próximo de fios


condutores de eletricidade, deve-se solicitar a presença do responsável pela manutenção elétrica,
para que os desligue ou os isole com segurança.

8– Os trechos de viga de rolamento em reparos devem ter seus extremos bloqueados com bandeiras
vermelhas, para orientação dos operadores das pontes.

9– A montagem de pontes rolantes, sempre que possível, deve ser feita em lugares apropriados,
por meio de plataformas, andaimes e escadas que ofereçam plena segurança.

SENAI-RJ – 47
Operador de Ponte Rolante – Regras de Segurança para Serviços de Manutenção em Pontes Rolantes e Vigas de Rolamento

10– Não use escadas portáteis que não ofereçam segurança.

11– Mantenha sempre suas mãos livres, quando tiver que subir ou descer de escadas. Peças ou
ferramentas pesadas devem ser transportadas por meio de cordas.

12– Não use ferramentas com rebarbas ou defeituosas.

13– Não use roupas com mangas compridas, embebidas de óleo ou sujas de graxa.

14– Use óculos de proteção, sempre que tiver que lidar com metal quente ou ferramentas que
provoquem fagulhas, estilhaços ou poeira.

15– Terminado o serviço, recoloque todas as proteções, recolha as ferramentas, deixando


completamente limpo o local de trabalho.

16– Comunique ao operador da ponte a conclusão do serviço.

17– Lembre-se sempre de que da maneira segura com que é executado qualquer serviço depende
o êxito do mesmo e o bem-estar de todos.

Desligamento da chave geral


Para tornar a ponte inoperante durante os reparos e outras paradas, desliga-se a chave geral.

Toda ponte rolante é equipada com uma chave de operação manual para desligamento da força,
quando isto se fizer necessário. Em alguns casos, além de chave geral, que é sempre instalada fora da
ponte, existem duas outras que podem ser encontradas: uma, dentro da própria cabine do operador e
outra, junto à passagem, por onde entra e sai o operador.

Freqüentemente encontra-se um tipo de chave manual magnética montada na entrada da ponte,


com um botão de comando de parada de emergência instalado na cabine.

Antes de abrir a chave principal, verifique:

a) se todos os controles estão com a manete no centro, na posição de desligado (OFF).

b) se não há carga suspensa no eletroímã e se a respectiva chave está na posição de desligado (OFF).

48 – SENAI-RJ
Princípios básicos
do funcionamento
dos equipamentos
elétricos das
pontes rolantes
Nesta Seção ...

Motores

Controladores

Freios elétricos

Chaves-limite

4
Operador de Ponte Rolante – Princípios Básicos do Funcionamento dos Equipamentos Elétricos das Pontes Rolantes

Funcionamento
Os equipamentos elétricos das pontes rolantes consistem essencialmente de motores, controladores,
freios e chaves-limite, cujos princípios básicos de funcionamento passaremos a descrever.

Motores
Os motores elétricos possuem duas partes fundamentais: o estator e o rotor.

O estator é composto pela carcaça, pólos de campo, bobina de campo e ainda pelas tampas da
carcaça onde estão localizados os porta-escovas e os mancais que sustentarão o eixo do motor.

O rotor se compõe de um eixo no qual são fixados o coletor (quando tratar-se de máquina de
corrente contínua) e um núcleo de ferro laminado com ranhuras nas quais são enroladas as bobinas
que constituem o enrolamento do rotor.

Casquete ou focinho
Mola de escova
Escova
Porta-escova
Coletor
Armadura

Conjunto de
escovas
Carcaça

Bobina do campo

Parafuso do pólo do campo Pólo do campo


(laminado)

Fig. 1

SENAI-RJ – 51
Operador de Ponte Rolante – Princípios Básicos do Funcionamento dos Equipamentos Elétricos das Pontes Rolantes

O funcionamento de um motor é baseado na atração e repulsão dos corpos polarizados magneticamente.

Quando uma corrente elétrica circula nos enrolamentos do rotor e do estator, aparecem campos
magnéticos, análogos a ímãs, cujos pólos de mesmo nome se repelem e de nome contrário se atraem,
dando origem a uma força que produz o movimento de rotação do motor, força esta chamada de
torque 1.

Quanto maior a corrente elétrica que circula nos enrolamentos, maior será a intensidade do campo
magnético e, portanto, maior será a força de atração ou repulsão desses campos, ou seja, maior será
o torque do motor.

A quantidade de corrente elétrica que circula no motor depende, dentre outros fatores, da quantidade
de resistência existente no circuito do mesmo, ou seja, quanto maior a resistência do circuito, menor
será a corrente que fluirá no motor.

Concluímos, então, que podemos variar o torque do motor e, conseqüentemente, sua velocidade,
variando a quantidade de resistência em seu circuito elétrico. Nas pontes rolantes, isto é conseguido,
como veremos mais adiante, por intermédio do controlador.

Controladores
Para que se realizem operações mecânicas, tais como partida, aceleração, desaceleração, reversão
e parada nos diversos equipamentos de uma ponte rolante, devemos estar aptos a controlar o fluxo de
corrente elétrica no circuito do motor acionador do referido equipamento. Isso é feito através do uso
do controlador, que é projetado para realizar as mudanças desejadas no circuito elétrico do motor
(usualmente chamado de circuito de potência).

A operação do equipamento de controle (controlador) pode ser descrita simplificadamente como segue:

L+
Linha de alimentação elétrica
L-

Resistor

Painel de controle
Chave de comando

Motor

Fig. 2

52 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Princípios Básicos do Funcionamento dos Equipamentos Elétricos das Pontes Rolantes

O movimento da chave de comando (manete) acarreta a operação de dispositivos eletromecânicos


(relés e contatores) no painel de controle. Esses dispositivos interrompem o fluxo, invertem-lhe o
sentido, ou mudam a quantidade de eletricidade que vai para o motor, através da variação da quantidade
de resistência no circuito de potência. Conseqüentemente, o motor pára, inverte o sentido de rotação,
reduz ou aumenta a sua velocidade, em resposta a essas mudanças elétricas.

Além das funções de dar partida, inverter o sentido de rotação, controlar a velocidade e parar o
motor, o equipamento de controle ainda tem a finalidade de protegê-lo. Senão vejamos: na partida,
devido a sua inércia, o motor solicita uma corrente elevada que, se não for limitada por intermédio de
resistência incluídas no circuito, danificará completamente os enrolamentos do motor (seria o caso,
por exemplo, de se levar a manete bruscamente para o ponto de máxima velocidade, onde toda a
resistência do circuito é eliminada). Para que isto não ocorra, o equipamento de controle é constituído
de dispositivos temporizados, que controlam a retirada de resistências por etapa, controlando,
conseqüentemente, a corrente do motor, quando a manete é levada bruscamente além do segundo
ponto.

Uma outra situação que acarreta corrente elevada no motor, é a de se aplicar reversão brusca,
pois, como se pode concluir, se a corrente solicitada pelo motor, quando está parado, é elevada, quando
se aplica reversão, a ponte está rodando no sentido contrário ao do motor ligado, impulsionada pela
inércia mecânica, exigindo portanto, corrente mais alta. Neste caso, podem ocorrer danos não só ao
próprio motor, como aos componentes mecânicos, tais como engrenagens, eixos, acoplamentos, etc..
O controlador evita tal ocorrência por meio de dispositivos que mantêm toda a resistência no circuito,
limitando a corrente até a velocidade chegar a zero, e o motor começar a girar no sentido para o qual
está ligado, dando início à aceleração controlada.

O sistema de controle de corrente, durante o período de aceleração e reversão da ponte, não é


suficiente para dar proteção total ao motor, uma vez que tal sistema só é atuante durante aquele
período. No caso de desajuste dos relés temporizados, agarramento nas partes mecânicas da ponte ou
curto-circuito nos resistores, o motor estaria sujeito a ser queimado por corrente excessiva, se o
sistema de controle não fosse dotado de relés de sobrecorrente, que desligam o motor quando a
corrente ultrapassa o limite pré-determinado.

Freios elétricos

Todos os freios elétricos são projetados de forma a serem liberados quando circular corrente
elétrica em seu enrolamento. Em outras palavras, eles são atuados por mola e liberados eletricamente.

Assim, quando é aplicada uma corrente elétrica na bobina do freio, é estabelecido um campo
magnético suficientemente forte para vencer a força da mola e atrair um êmbolo ou placa de aço, cujo
movimento se transmite por meio de alavancas às sapatas do freio, que, então, se afastam da polia
liberando-o.

SENAI-RJ – 53
Operador de Ponte Rolante – Princípios Básicos do Funcionamento dos Equipamentos Elétricos das Pontes Rolantes

Mola

Bobina do freio Sapata do


freio

+ _
Mola

+
_
Bobina do freio

+ _

Fig. 3

Quando a corrente elétrica é interrompida, o campo magnético deixa de existir e a ação da mola faz
com que as sapatas comprimam a polia, atuando o freio.

Esses freios são sempre instalados de forma a serem liberados quando se aplica corrente ao motor, e
atuados quando ela for interrompida. A operação do freio, portanto, é totalmente independente do operador.

Chaves-limite
As chaves-limite são dispositivos para controlar eletricamente ou limitar o movimento de equipamentos
mecânicos. Podem ser usadas para limitar o curso de uma máquina, para pará-la em determinado
ponto, para alterar seu movimento durante fases de seu ciclo de operação ou proporcionar intercâmbio
entre dois ou mais acionadores, para citar alguns dos usos mais comuns.

As pontes rolantes são equipadas com uma chave-limite que evita que o gato da ponte, ao subir,
ultrapasse o seu curso normal, através do desligamento do motor.

Um de seus tipos mais comuns é aquele operado pelo próprio gato. Outro tipo é o que é ligado ao
dromo e está pronto a operar depois de um determinado número de voltas ou rotações desse último. A
primeira, também chamada “Tipo Força”, isto é, aquela ligada diretamente no circuito de potência do
motor, é a mais utilizada e tem vantagens definitivas sobre a segunda, também, chamada de “Tipo
Controle”, isto é, aquela ligada no circuito de controle, porque não só desliga o motor da linha, como
também o faz parar rapidamente por meio de uma frenagem elétrica.

54 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Princípios Básicos do Funcionamento dos Equipamentos Elétricos das Pontes Rolantes

C D

B A
Chave-limite
tipo força

C
D
A
B

Chave-limite
tipo controle

Fig. 3

A chave-limite é um dispositivo de segurança e, como tal, não deve ser usada como meio de parar
o motor do guincho, toda vez que o gato sobe. Um operador consciente e cuidadoso evita esta prática,
parando o motor com o próprio controle, deixando que a chave-limite somente seja operada ou usada
em caso de emergência.

GLOSSÁRIO

1. Torque – termo que exprime a capacidade de um motor para exercer força ou para girar em
torno de seu eixo e produzir trabalho. O torque de um motor pode ser alterado por meio de um
controle, de acordo com as necessidades da carga.

SENAI-RJ – 55
Informações gerais
sobre operação do
equipamento elétrico
Nesta Seção ...

Guincho

Ponte e trole

5
Operador de Ponte Rolante – Informações Gerais sobre Operação do Equipamento Elétrico

Guincho
Os movimentos do guincho são comandados pela chave de comando (manete) correspondente, e
controlados por circuitos elétricos especialmente projetados para este fim.

O movimento do guincho na direção de subir, evidentemente, sempre solicita potência do motor,


com ou sem carga lingada. Na direção de descer, esta potência é solicitada quando o guincho desce
sem carga ou com cargas leves lingadas. Quando desce com a carga pesada, porém, esta tende a
arrastar o motor. Neste caso torna-se necessária uma frenagem para controle de velocidade.

Levantamento
Avançando a chave de comando (manete) para o primeiro ponto para subir, o freio é liberado e o
movimento ascendente do guincho é iniciado lentamente, devido ao baixo torque do motor, causado
pela grande quantidade de resistência existente no circuito.

O aumento dos valores do torque e da velocidade de levantamento é obtido nos pontos subseqüentes
da chave de comando (manete), diminuindo-se gradativamente a quantidade de resistência no circuito
do motor. No último ponto, o motor é ligado diretamente à linha, ou seja, sem nenhuma resistência no
circuito e o guincho atingirá sua velocidade máxima de subida.

Em qualquer posição do guincho, a chave de comando (manete) pode ser centrada para aplicar o
freio e parar o movimento ascendente.

Abaixamento
Acionando a chave de comando (manete) no sentido DESCER, o freio é liberado e o motor fornece
torque para acionar o guincho no sentido de abaixar, quando a carga for leve. Quando for pesada e
tender a arrastar o motor, este fornecerá um torque em sentido contrário ao de abaixamento, ou seja,
fornecerá uma frenagem dinâmica para controlar a velocidade de descida da carga. A variação da

SENAI-RJ – 59
Operador de Ponte Rolante – Informações Gerais sobre Operação do Equipamento Elétrico

força do freio dinâmico é um característica inerente ao circuito, não dependendo, portanto, do operador.

Como no caso de levantamento, a variação da velocidade de abaixamento nos cinco pontos da


chave de comando (manete) é obtida pela variação da quantidade de resistência no circuito elétrico do
motor.

Também em relação a esse movimento, em qualquer posição do guincho, a chave de comando


pode ser centrada para aplicar o freio e parar a descida.

O motor do guincho nunca deve ser frenado por reversão para diminuir a velocidade ou fazer parar
a carga.

Ponte e trole
O controle projetado para controlar os movimentos da ponte ou do trole é do tipo reversível, com
frenagem por reversão.

O motor acionador da ponte ou do trole é ligado à linha de alimentação com resistores de aceleração
no circuito. O sentido de rotação é selecionado pela chave de comando, no seu primeiro ponto. As
variações de velocidade e torque são obtidas nos pontos subseqüentes, variando-se a quantidade de
resistência no circuito do motor. Quando o último ponto é selecionado, o motor é ligado diretamente à
linha de alimentação, atingindo a sua velocidade máxima.

Frenagem por reversão


Para parar um trole que não seja equipado com freio elétrico, aplica-se reversão ao motor acionador
do mesmo. Para isso, aciona-se a chave de comando (manete) na direção oposta àquela em que o
trole está se deslocando. Quando ele parar, a manete deve ser levada para a posição desligado (OFF);
caso contrário, o trole será acelerado em direção oposta.

A fim de aumentar a vida dos equipamentos da ponte ou do trole, o controlador possui um sistema
de proteção contra reversões bruscas. Neste capítulo, vimos que as reversões bruscas não só causam
danos ao equipamento elétrico devido a piques excessivos de corrente, como também à parte mecânica,
em conseqüência do torque alto. No equipamento elétrico, as partes mais atingidas são os componentes
do motor e do controlador, enquanto que no equipamento mecânico, as engrenagens, acoplamentos,
rasgos e chavetas e sistema de fixação são as partes mais atingidas.

60 – SENAI-RJ
Chaves principais
de deslocamento
Nesta Seção ...

Recomendações de segurança

6
Operador de Ponte Rolante – Chaves Principais de Deslocamento

Chaves principais de deslocamento


Toda ponte rolante é equipada com uma chave de operação manual para desligamento da energia
elétrica, quando isso se fizer necessário. Em alguns casos, além da chave geral, que é sempre instalada
fora da ponte, existem duas outras que podem ser encontradas: uma, dentro da própria cabine do
operador e outra, junto à passagem por onde entra e sai o operador.

Freqüentemente encontra-se um tipo de chave manual magnética montada na entrada da ponte,


com um botão de comando de parada de emergência, instalado na cabine.

Recomendações de segurança

Ligar
Se encontrar a chave de emergência desligada, não a ligue, ainda que seja para iniciar o seu trabalho, até
constatar que ninguém está trabalhando em algum setor da ponte.

Antes de desligar a chave de emergência, verifique se todas as chaves de comando estão em posição
desligado (OFF).

Não tire nunca um feixe de segurança de qualquer chave, a não ser que você mesmo o tenha colocado.

Desligar
Deixe as chaves de comando na posição desligado (OFF), aplique os freios e abra a chave geral,
sempre que sair da ponte.

Se um controle qualquer acusar defeito (agarrar ou não obedecer), desligue rapidamente a chave
de emergência, e chame o eletricista.

SENAI-RJ – 63
Operador de Ponte Rolante – Chaves Principais de Deslocamento

Durante a inspeção, reparos, limpeza ou lubrificação da ponte, mantenha a chave geral desligada e
trancada com o cadeado de segurança.

Ao parar a ponte para que alguém suba nela, desligue a chave de força e só volte a ligá-la quando
a pessoa já tiver subido.

64 – SENAI-RJ
Acessório -
Eletroímã
Nesta Seção ...

Constituição

Informações gerais de operação – recomendações de segurança

7
Operador de Ponte Rolante – Acessório – Eletroímã

Constituição

Fig. 1 - Eletroímã

O eletroímã é constituído, basicamente, das seguintes partes:

Carcaça
É a parte externa do eletroímã, onde são fixadas as correntes para a sustentação do mesmo.

Enrolamento
É constituído de bobinas de fio de cobre isolado que, quando percorridas por corrente elétrica,
criam um forte campo magnético.

SENAI-RJ – 67
Operador de Ponte Rolante – Acessório – Eletroímã

O enrolamento, depois de isolado com mica ou materiais equivalentes, é colocado dentro de uma
caixa metálica na qual é introduzida uma massa isolante que preenche completamente os espaços
entre o enrolamento e essa caixa.

Carcaça

Caixa da bobina
Aro
Bobinas

Fig. 2 - Constituição do eletroímã

Placa antimagnética
É feita de material antimagnético altamente resistente ao desgaste, protegendo, assim, o enrolamento
do eletroímã.

Aro
É o pólo exterior do eletroímã. É confeccionado em aço resistente e fixa a placa antimagnética.

Cone
É o pólo interior ou central do eletroímã. É confeccionado em aço resistente, e também fixa a placa
antimagnética.

68 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Acessório – Eletroímã

Carcaça

Caixa da
bobina

Placa
antimagnética
Cone

Aro

Fig. 3

Informações gerais de operação –


recomendações de segurança

Chave de segurança
A chave geral de segurança nunca deve ser usada para imantar (ligar) ou desimantar (desligar) o
eletroímã. Ela deve estar sempre desligada quando os cabos elétricos de alimentação do eletroímã
estiverem sendo ligados ou desligados ou, ainda, quando nele estiver sendo feito qualquer reparo.

Chave de comando e painel de controle


Somente a chave de comando deve ser usada para imantar ou desimantar o eletroímã.

Quando o eletroímã for desligado, toda a carga deve sair rápida e completamente. Caso contrário,

SENAI-RJ – 69
Operador de Ponte Rolante – Acessório – Eletroímã

é sinal de que o magnetismo não foi totalmente anulado e, portanto, há qualquer problema no controle.
Nesse caso, chame imediatamente o eletricista, pois a operação incorreta desse controlador pode
danificar o eletroímã, ou mesmo causar acidentes graves.

Cabos de alimentação
Nunca deixe bater a caixa de terminais do eletroímã.

Mantenha a caixa de terminais fechada, para evitar o acúmulo de sujeira e eventual curto-circuito.

Quando for necessário, retire o eletroímã de serviço. Nunca desfaça você mesmo a ligação dos
cabos elétricos, nem use outros meios para tal. Para isto, chame um eletricista tomando sempre o
cuidado de desligar a chave de segurança, antes de abaixar o eletroímã.

Evite que os eletroímãs tenham movimento rotativo quando em uso, pois os cabos de aço podem
embaraçar-se com os cabos elétricos, danificando-se ambos.

Correta utilização do eletroímã


a) Evitar superaquecimento

Para conservar o eletroímã frio e, conseqüentemente, proporcionar maior segurança e potência de


elevação e, ainda, prolongar a vida do mesmo, as seguintes recomendações devem ser observadas:

• usar a corrente elétrica apenas quando absolutamente necessário.

• abaixar a carga tão logo que possível.

• deixar o eletroímã desimantado (desligado) quando não estiver sendo utilizado.

• não usar o eletroímã para elevar ou transportar qualquer material que esteja muito quente, pois o
calor danificará seu enrolamento.

• manter a corrente desligada na viagem de retorno.

• abaixar o eletroímã sobre o material a ser elevado antes de acionar a chave de comando (manete)
para a posição de levantamento.

b) Manter o eletroímã seco

Se o eletroímã aquecer, nunca o resfrie com água. Nesse caso deve-se afastá-lo do trabalho e
deixar que se resfrie à temperatura ambiente.

Não trabalhar com o eletroímã imerso em água, a não ser que o mesmo seja projetado para este
tipo de serviço.

70 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Acessório – Eletroímã

Sempre que possível, colocar o eletroímã fora do chão e sobre blocos, para protegê-lo contra
umidade.

c) Evitar impactos violentos com o eletroímã

O eletroímã apesar de ser um equipamento extremamente robusto, é muito frágil por dentro; portanto,
para serem evitados danos ao mesmo, os seguintes procedimentos devem ser observados:

• não usar o eletroímã como quebrador.

• não usar o eletroímã como marreta.

• deixar descer devagar o eletroímã.

Considerações gerais sobre operação do eletroímã

1. Nenhuma carga levada por eletroímã deve passar por cima de operários, equipamentos ou
instalações.

2. Os eletroímãs nunca deverão ser usados para transportar garrafas de oxigênio, acetileno ou
outros tanques de alta pressão, exceto quando devidamente acondicionados.

3. Nenhum material pode ser preso no gancho e elevado sem que primeiro se retire o eletroímã.

4. Nenhuma carga pode ser carregada em cima do eletroímã.

5. O eletroímã não pode ser tocado quando estiver ligado, a não ser com um pedaço de madeira ou
outro material não magnético.

6. O eletroímã não pode ser ligado quando qualquer pessoa estiver trabalhando nele.

7. Quando a energia do eletroímã for desligada, certifique-se de que toda a carga tenha descido,
antes de movimentar a ponte.

SENAI-RJ – 71
Lubrificação das
pontes rolantes
Nesta Seção ...

Pontos a serem lubrificados

8
Operador de Ponte Rolante – Lubrificação das Pontes Rolantes

Lubrificação das pontes rolantes


Um dos fatores mais importantes na manutenção de pontes é o que diz respeito à segurança e à
lubrificação adequada. A fim de conservar as pontes operando com segurança, sem que haja desgaste
excessivo ou paradas freqüentes por quebra, a boa lubrificação é de suma importância. Seis funções
são cumpridas por meio dela:

• minimizar o desgaste;

• reduzir o atrito;

• minimizar a acumulação de poeira;

• impedir a ferrugem;

• absorver calor;

• melhorar a transmissão de potência.

Durante os últimos anos, largos passos têm sido dados no sentido de desenvolvimento e aperfeiçoamento
das pontes rolantes. À medida que esse equipamento se aperfeiçoa, diminuem os trabalhos com sua
manutenção.

A lubrificação apropriada das pontes ultrapassou, de muito, as condições em que se tinha um homem
com um balde de graxa, uma pá e uma lata de óleo. Os motores e as caixas redutoras vêm-se
aperfeiçoando, tornando-se mais complexos e precisos, exigindo lubrificantes mais elaborados. Em alguns
casos, graxa em demasia é tão ruim ou pior do que a falta de graxa (como exemplo, os mancais antifricção
que podem ser destruídos por excesso de graxa). As modificações de projeto dos equipamentos e sistemas
centrais de lubrificação se somam à complexidade, e proporcionam eficiência na operação, contanto que
os padrões corretos de manutenção sejam satisfeitos.

Ao operador compete manter a ponte limpa e colaborar ao máximo com o pessoal da manutenção,
solicitando sempre a assistência técnica de pessoal qualificado, a fim de obter a segurança máxima neste
importantíssimo equipamento. Isso significa, entre outras coisas, que os procedimentos de segurança
precisam ser seguidos sempre. Quando for necessário mover ou operar a ponte para se fazer a
lubrificação completa, o operador colaborará com as turmas da manutenção.

SENAI-RJ – 75
Operador de Ponte Rolante – Lubrificação das Pontes Rolantes

Pontos a serem lubrificados


Nas pontes antigas, usa-se uma pistola de graxa manual ou pneumática para lubrificar os pontos
devidos. Algumas vezes, usam-se estopas e óleo nos depósitos existentes nos mancais das rodas da
ponte. As estopas a serem usadas deverão ser de boa qualidade e trocadas quando necessário. Em
alguns casos, usam-se lubrificadores do tipo de feltro, preparados comercialmente para conduzir o
óleo do reservatório até os mancais, e que devem ser limpos ou trocados periodicamente.

As pontes mais modernas são equipadas com sistemas centralizados de lubrificação, e o operador
ou o lubrificador não precisam percorrer todos os pontos do equipamento para executar o trabalho.
Normalmente, há dois reservatórios instalados em locais convenientes: um, sobre a ponte; e outro,
sobre o trole.

Há dois tipos de sistemas centralizados de lubrificação em uso nas nossas pontes:

1. sistema centralizado linha dupla;

2. sistema linha simples.

Nesses sistemas, cada conexão é lubrificada com uma quantidade predeterminada de lubrificante
em cada ciclo.

Antes de usar qualquer dos dois sistemas, é preciso determinar a quantidade de graxa no reservatório,
verificando o indicador. Se a marca no indicador estiver, no mínimo, duas polegadas acima da tampa
do reservatório, haverá graxa suficiente para completar o ciclo. Para reencher o reservatório, usa-se
uma bomba. Liga-se a mangueira, bombeia-se, levando-se o indicador a se elevar até a altura em que
se torne visível o anel marcador. Não continuar a encher além desse ponto, porque a pressão excessiva
danificará o reservatório.

O lubrificador deve verificar na tabela de lubrificação o número certo de bombadas necessárias


para completar o ciclo. As engrenagens, motores e acoplamentos flexíveis não são lubrificados pelos
sistemas centralizados. Para esses elementos, devem ser usados os procedimentos a seguir.

Engrenagens
As engrenagens contidas nas caixas redutoras ou alojamentos são lubrificados com óleos de extrema
pressão, a saber: EPF-90 ou EPF-130, de acordo com as condições do tampo.

As caixas ou os alojamentos devem ser verificados pelo menos uma vez por semana, retirando-se
a vareta de imersão do nível de óleo ou observando-se o indicador da torneira de purga. Pode-se
adicionar óleo através do tubo do nível de óleo ou do bico do respiradouro no topo da caixa.

Ao adicionar óleo, é importante não encher acima do indicador de nível superior na vareta de
imersão ou da torneira de purga.

76 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Lubrificação das Pontes Rolantes

Motores
São lubrificados pelos eletricistas de manutenção.

Outros rolamentos
Deve-se enchê-los com pistola manual ou acionada pneumaticamente, até que a graxa apareça de
um ou outro lado do rolamento.

SENAI-RJ – 77
Inspeção em
cabos de aço
Nesta Seção ...

Objetivo

Função do cabo de aço

Importância do cabo de aço

Componentes de um cabo de aço

Tipos de cabo de aço

Formação da perna

Formação do cabo

Especificação de um cabo de aço

Acabamento

Itens a serem inspecionados em um cabo de aço

9
Operador de Ponte Rolante – Inspeção em Cabos de Aço

Objetivo
Otimizar a sua utilização e garantir a segurança operacional do equipamento.

Função do cabo de aço


Estabelecer ligação entre o mecanismo de içamento do guincho e a barra de carga.

Importância do cabo de aço


É um componente de vital importância ao funcionamento e à segurança operacional de uma ponte rolante.

Componentes de um cabo de aço


Alma Arame

Arame central

Perna

Cabo de aço

Fig. 1

SENAI-RJ – 81
Operador de Ponte Rolante – Inspeção em Cabos de Aço

Tipos de cabo de aço


• Alma de aço

• Alma de fibra

Formação da perna

Arame

Arame central
Perna

Fig. 2

Formação do cabo

Perna

Alma

Cabo
de aço

Fig. 3

82 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Inspeção em Cabos de Aço

Especificação de um cabo de aço


São dados essenciais para esta finalidade:

• diâmetro

• construção (número de pernas e fios e composição)

• tipos de alma (fibra ou aço)

• torção

• acabamento (polido, galvanizado ou inox)

• resistência à tração dos arames (MPS, PS, IPS, EIPS)

Exemplo:

Cabo de aço de φ13mm, 6 x 25 filler + AF, torção regular à direita, polido, IPS.

Acabamento
O acabamento dos cabos depende da sua atualização. Assim:

Cabos polidos
Os arames não possuem nenhuma proteção superficial além da lubrificação do cabo.

Aplicações normais: escavadeira, guindastes, pontes rolantes, guinchos, etc.

Cabos galvanizados ou inoxidáveis (inox)


Os arames são revestidos com uma camada de zinco, para maior proteção contra a corrosão. Os
arames podem ser galvanizados na bitola final ou galvanizados retrefilados.

Aplicações normais: marinha, pesca, ancoragem de plataformas, cabos estáticos, etc.

Itens a serem inspecionados em um


cabo de aço
No controle da segurança exigida no emprego de cabos de aço, é importante ter em vista,
obrigatoriamente, os seguintes itens:

SENAI-RJ – 83
Operador de Ponte Rolante – Inspeção em Cabos de Aço

1. desgaste no diâmetro do cabo de aço.

Fig. 4

2. número de fios partidos em um passo.

Fig. 5

3. deformações de um cabo de aço

Fig. 6

84 – SENAI-RJ
Operador de Ponte Rolante – Inspeção em Cabos de Aço

4. amassamento em um cabo de aço

Fig. 7

5. formação de nós em um cabo de aço

Fig. 8

SENAI-RJ – 85
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

FIRJAN SENAI Av. Graça Aranha, 1


Federação Serviço Nacional Centro – CEP 20030-002
das Indústrias de Aprendizagem Rio de Janeiro – RJ
do Estado do Industrial do Tel.: (0xx21) 2563-4526
Rio de Janeiro Rio de Janeiro Central de Atendimento:
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