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ORCID 0000-0002-1221-8475
CIÊNCIA ID D312-91F9-2E13
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25/02/2022
Formação e depois ?
Nenhuma formação tem sentido se não forem tidos em conta os seus resultados.
Trata-se, afinal da prova da verdade: que resultados se obtiveram?
Não sendo esta preocupação recente, é também verdade, no entanto, que se
detecta frequentemente uma contradição entre a ambição do discurso apelando
ao investimento na formação e a existência de utensílios de gestão da formação
que possam testemunhar algo mais do que um aumento dos custos.
Para ultrapassar esta questão é necessário saber colocar o problema, sabendo o
que se quer avaliar, porquê e em que condições esta avaliação é realizável.
Impõe-se também colocar a questão da sua utilidade: a quem servem os resultados
da avaliação e a quem se destinam?
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Forma mais simples:
Comparação
Se a S. Anterior = S. Actual
Se a S. Anterior < S. Actual
ou se a S. Actual > S. Anterior
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Uma outra forma poderá ser a sugerida por Marques et al., (1995) que contempla a
avaliação nos seguintes três níveis:
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Kirkpatrick (1959)
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
O modelo mais consensual foi criado por Donald Kirkpatrick (1959) há mais de 50
anos e continua a ser a maior referência na avaliação da formação.
O modelo de Kirkpatrick (1959) apresenta uma sequência coerente das
intervenções de avaliação através da abordagem de quatro níveis de quatro
questionamentos:
- Reacção – Como reagiram os participantes no programa de formação?
- Aprendizagens – O que é que os participantes aprenderam?
- Comportamentos – O que utilizaram daquilo que aprenderam, mudaram
comportamentos e atitudes?
- Resultados – Quais os efeitos organizacionais gerados pela formação?
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
1º Nível – Avaliação das Reacções
O 1º nível deste modelo é a avaliação das reações, ou seja, procura-se recolher informação
referente à opinião dos participantes na formação, nomeadamente sobre os materiais,
sobre o formador formador, sobre as metodologias pedagógicas, sobre os conteúdos. Trata-
se de uma avaliação “a quente”, uma vez que se baseia mais nas reações emocionais e
opiniões dos participantes no final da ação de formação.
Os dados obtidos podem ser usados para fazer ajustes no curso ou, até para repensá-lo.
Nalgumas organizações esta avaliação é a mais difundida e muitas vezes a única praticada.
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
2º Nível – Avaliação das Aprendizagens
Neste 2º nível procura-se fazer / averiguar a aprendizagem adquirida por parte dos
formandos no que se refere à obtenção, aumento ou melhoria dos seus conhecimentos e
competências, ou modificação de atitudes, como resultado da participação na acção de
formação.
O1 X O2
Como é que o fazem?
- Através da observação, ver se aprendeu alguma coisa nova
- Através da comparação de situações anteriores e posteriores à acção de formação;
- Com comparações com grupos de controlo (isto é com indivíduos que não frequentaram
a formação). O1 X O2
- Através de testes de conhecimentos O3 O4
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
3º Nível – Avaliação dos Comportamentos
No 3º nível procura-se aprofundar o 2º nível nomeadamente que medida as aprendizagens
(conhecimentos, competências e comportamentos) adquiridas durante a acção de formação
são “transferidas” para o posto de trabalho e interferem nos desempenhos.
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
4º Nível – Avaliação dos Resultados
O 4º nível deste modelo reporta-se aos resultados, ou seja, avaliam os impactos financeiros
ou operacionais da formação sobre a empresa nomeadamente,
o aumento das vendas,
o aumento da produtividade,
o aumento dos lucros,
a diminuição dos custos de produção,
a menor rotação dos trabalhadores, Basicamente pretende concluir se o forte investimento
o aumento da qualidade, financeiro que se faz na formação de trabalhadores, vai
a satisfação do cliente contribuir, efetivamente, para o desenvolvimento de
competências profissionais dos indivíduos e,
consequentemente, para o desenvolvimento da
organização, com resultados significativamente mais
aliciantes.
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Reacção dos formandos à formação
(Satisfação do formando)
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Triste realidade!!!
Segundo a American Society for Training
and Development (2002):
• 78% das organizações avalia as acções
formativas ao nível da satisfação dos
formandos (nível 1 – reacção)
• Somente 32% avaliam o nível 2 –
aprendizagens
• 9% avaliam o nível 3 – comportamentos
• 6% o nível 4 – resultados organizacionais
Ou seja os níveis mais interessantes são os
menos utilizados.
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Holton (1996)
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
A literatura empírica revela que a maioria dos estudos de avaliação da formação
centrados essencialmente nos dois primeiros níveis do modelo anterior revelam
que, o facto dos indivíduos reagirem positivamente a um programa ou acção de
formação ou de terem aprendido muito nessa formação não significa que aquilo
que aprenderam venha a ser efectivamente utilizado no desempenho das suas
funções.
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
O que se entende por transferência positiva da formação?
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Tendo em consideração o que foi dito anteriormente, vários autores criticaram
e criticam o modelo dos 4 níveis de Donald Kirkpatrick (1959). Elwood Holton
(1996) foi um deles e, propôs um Modelo de Avaliação do fenómeno da
transferência de conhecimentos da formação bem mais abrangente, que
permite não só avaliar como também diagnosticar e compreender as múltiplas
influências que ocorrem nesse processo.
Porque:
- por vezes há factores que dificultam a transferência de conhecimento adquirido
na formação para o local de trabalho;
- Cada caso é um caso e deve ser entendido nessa especificidade e
contingencialidade.
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
De forma a operacionalizar e compreender os condicionantes da
transferência de conhecimentos da formação, Holton (1996) concebeu o LTSI
– Learning Transfer System Inventory que diagnostica a influência dos
quatro grandes grupos de factores que dificultam essa transferência.
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Model de Holton (1996)
Características dos formandos
Clima de transferência
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
- Cinismo
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
• Tem a ver com as crenças sobre o esforço, sobre a intensidade e persistência para utilizar
os conhecimentos no desempenho das funções.
• Tem também a ver com a crença sobre a sua auto-confiança: os sujeitos mais auto-
confiantes normalmente estão mais motivados.
• Equidade que assume que as pessoas gostam de ser tratadas de forma justa.
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
Clima de transferência
- Ter ou não oportunidade
- Ter apoio (suporte social) das hierarquias e dos colegas
- Recompensas associadas à implementação da mudança
- Sansões e proibições dos supervisores
- Ausência de feedback sobre os seus desempenhos
- Resistência à mudança
- Falta de oportunidades para aplicar a formação
- Clima organizacional avesso à inovação
- Necessidade de uma cultura organizacional que valorize a formação contínua dos seus
funcionários
Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
O LTSI,proposto por Holton, procura aferir em que medida o
impacto da formação depende dos efeitos de variáveis
mediadoras entre a ação formativa e o desempenho da
organização(Holton 2005)
Holton (1996)
https://digitalcommons.lsu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1158&context=gradschool_dissertations
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
O LTSI, proposto por Holton, procura aferir em que medida o impacto da formação
depende dos efeitos de variáveis mediadoras entre a ação formativa e o desempenho da
organização (Holton 2005)
Clima de transferência
Holton (1996)
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Transferência de conhecimento da
formação para o local de trabalho
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e) as chefias e os colegas dêem suporte ao que foi aprendido durante e após a formação.
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