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DIFICULDADES VISUAIS EM CRIANÇAS: UM ENFOQUE CRÍTICO

Raquel Favacho Lima¹


Rhaissa Tavares ²

¹Graduanda em Optometria - FASU; raquel.f.lima87@gmail.com


²Professora do Curso de Optometria FASUP; rhaissatavares@hotmail.com

INTRODUÇÃO

A visão é crucial para o conhecimento e é responsável por captar informações


essenciais do meio externo para termos habilidades cognitivas e motoras a fim de trazermos
respostas imediatas quanto às informações recebidas no sistema nervoso central. Este artigo
tem como objetivo mostrar o real procedimento e preocupação com as crianças, visto que,
estão propensas a ter dificuldades visuais na infância devido a falta de orientação e
informação tanto escolar quanto familiar. E um simples teste de acuidade visual, pode fazer
uma previsão de sua necessidade visual. É no período de 0 a 6 anos, onde ocorre o
desenvolvimento completo do globo ocular, que necessita de acompanhamentos prévios para
que não tenha complicações futuras. Sabendo-se que, a sua formação é ultra-uterina.
A metodologia aqui utilizada foi através de pesquisas bibliográficas para ter assertividade
nesta problemática a fim de proporcionar mais clareza e consentimento sobre o assunto.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, nas bases de dados , plataformas


CAPES, scielo, google scholar, livros, OMS, utilizando palavras-chaves português e inglês:
desenvolvimento neuropsicomotor e visual de crianças com deficiência visual and avaliação
de acuidade visual em crianças and avaliação da visão funcional para crianças com baixa
visão. Incluindo artigos no período de 2010 a 2000. Portanto, SILVA, 2008 diz que o
conhecimento torna-se uma premissa para o desenvolvimento do ser humano e a pesquisa
como a consolidação da ciência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A infância representa um período de desenvolvimento visual dinâmico, durante o qual


a acuidade visual atinge marcos cruciais. A capacidade de perceber detalhes, distinguir cores e
coordenar os movimentos oculares são aspectos intrínsecos ao processo de maturação visual.
No entanto, distúrbios visuais nessa fase inicial podem criar obstáculos significativos,
impactando não apenas as atividades diárias, mas também o desenvolvimento cognitivo e
social. A compreensão da ligação entre acuidade visual e desenvolvimento neuropsicomotor é
vital para identificar e abordar precocemente potenciais desafios enfrentados pelas crianças. A
visão desempenha um papel essencial na coordenação motora, na percepção espacial e na
aquisição de habilidades motoras finas, aspectos cruciais para o desenvolvimento global e o
sucesso acadêmico. Contudo, a visão dar-se-á início na gestação por volta da terceira semana,
onde começa surgir dois pontinhos negros que darão origem aos olhos do bebê.
Na 5ª ou 6ª semana, o feto já consegue sentir o líquido amniótico nas regiões do seu
nariz e lábios e por volta da 12ª semana pelo corpo inteiro. Nota-se que as experiências de
tocar e ser tocado são importantes, não somente para desenvolver as habilidades táteis e
motoras, mas também pelo bem estar emocional. E por volta da 9ª a 13ª semana, formam-se
as pálpebras, a íris e a retina, e a partir da 27ª semana ( 6 -7 meses de gestação), o bebê já
consegue abrir e fechar os olhinhos e começa a apresentar sensibilidade à luz. Por isso, muitas
das vezes o bebezinho pode reagir quando a mãe fica exposta ao sol, por exemplo, cobrindo
os olhinhos com as mãos ou braços.
Uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados
Unidos, mostrou que o cérebro de crianças cujas mães demonstram alto nível de afeto,
apresentaram maior crescimento do hipocampo, área que está ligada à memória e ao
aprendizado, do que as que recebiam menos afeto. Dar colo, amamentar e abraçar são
momentos em que o tato é estimulado. Já na 28ª semana surge a formação do sistema olfativo,
onde o odor do útero é o primeiro que é reconhecido por eles, logo após vem os cheiros da
mamãe e do papai e do ambiente. A visão por sua vez é o último sentido a ser desenvolvido
e, ainda ao nascer, os bebês não enxergam bem. Eles veem tudo um pouco embaçado, mas o
necessário para notar o rosto das pessoas e o seio da mãe. Por volta de 1 mês, conseguem
enxergar a uma distância de 30 cm, aos 3 já focam de um lado para o outro e, aos 6 meses,
fixam melhor o olhar. Com 1 ano já distinguem as cores, aos 18 meses, têm a visão próxima a
de um adulto. Segundo a psiquiatra ao site especializado em ciência Science Daily diz que:
"Pequenas mudanças no apoio emocional geram grandes diferenças no resultado final. A
relação entre uma criança e a mãe durante o período pré-escolar é vital, e ainda mais
importante do que quando a criança é maior". Contudo percebe-se a importância no decorrer
da fase gestacional e externa do bebê onde cada desenvolvimento traz um marco em sua
jornada.
De acordo com Leonardo da Vinci, o olho é a janela do corpo humano pela qual ele
abre os caminhos e se deleita com a beleza do mundo. E de acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS) relata que, anualmente, cerca de 500.000 crianças ficam cegas no
mundo. Destas, 70 a 80% morrem durante os primeiros anos de vida, em consequência de
doenças associadas ao seu comprometimento visual. Hoje a Organização Mundial da Saúde
(OMS) indica que, a cada cinco segundos, um adulto perde a visão no mundo. A cada minuto,
uma criança enfrenta o mesmo problema. No Brasil, há pelo menos um milhão de pessoas
cegas, e quatro milhões têm deficiências visuais, possuindo até 30% da capacidade de visão,
conforme dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. No Dia Nacional da Pessoa com
Deficiência Visual, celebrado nesta quarta feira dia 13 de Dezembro de 2023, os especialistas
fazem um alerta crucial: de 60% a 80% desses casos poderiam ser evitados com diagnósticos
precoces.
Mas além dos dados estimados é perceptível o grau de preocupação que se pode
observar quando a baixa de acuidade visual, cegueira em crianças. Em todos os artigos foram
detectados casos concretos quanto à falta de informação, acesso e prevenção ocular, visto que,
se espera muito tempo para realização de um exame oftalmológico ou optométrico. Onde só
chega a percepção que a criança apresenta reais dificuldades visuais quando inicia-se a fase da
pré-escola, momento crucial para seu progresso social. Uma vez que a deficiência visual na
infância pode acarretar ônus ao aprendizado e à socialização, alterando o desenvolvimento da
motricidade cognitiva, e linguagem durante os anos de progresso das crianças. De acordo
com as pesquisas apresentou-se alguns teste simples os quais poderiam ser feitos no período
gestacional e após ao nascimento, na realização de sua primeira consulta ao pediatra. Os
exames pré-natal são necessários justamente para verificação das mães com com seus
históricos familiares, para que haja a prevenção de futuras patologias que podem ser
acometidas nesta fase. Uma vez em contato com qualquer infecções como doenças TORCH
(toxoplasmose, sífilis, HIV, rubéolas e herpes; Exposição a drogas: álcool e drogas ilícitas
(cocaína, crack, outras); Medicações: talidomida, misoprostol, benzodiazepínicos; Fatores
nutricionais e metabólicos ; Radiação; Fatores hereditários: catarata, retinoblastoma,
glaucoma etc. É necessário o encaminhamento com urgência para um oftalmologista.
E em bebês são realizadas algumas avaliações podendo ser avaliados de forma
eletrofisiológicas ou psicofísicas. O teste psicofísico é feito através de um olhar mais
preferencial para medida e controle de AV (acuidade visual), proporcionando um diagnóstico
funcional precoce dos casos de catarata da infância. A testagem de AV na infância permite a
terapia oclusiva para prevenção da ambliopia (diminuição da visão devido a um
desenvolvimento visual anormal. A ambliopia ocorre na primeira infância. Quando vias
nervosas entre o cérebro e um olho não são adequadamente estimuladas, o cérebro favorece o
outro olho).
O Teste de Teller, ou Cartões de Acuidade de Teller (CAT) é o exame utilizado para
quantificar a visão de pacientes que não apresentam estágio verbal ou que apresentam
dificuldade na comunicação, estimando a visão tal qual é realizada na tabela visual. Quando
realizado entre a faixa etária de 3 meses a 4 anos de idade, o exame propicia o
acompanhamento do desenvolvimento visual da criança, tendo potencial de avaliar possíveis
alterações. o uso de cartões Teller para avaliação da AV, cartões que contém um padrão
listrado branco e preto (grades e de ondas quadrada) em um dos lados e um orifício central. E
são apresentados à criança pelo testador com várias versões de posição esquerda-direita ou
para cima -para baixo quantas vezes forem necessárias para chegar a uma conclusão.
Há portanto outros parâmetros de pesquisa que validam a análise comportamental de
crianças, ao ponto de observação sobre cada período do mês, uma vez que, há um padrão
neuropsicomotor do ser humano para se desenvolver. De acordo com a literatura de Arnold
Gesell, o teste é um teste de referência, envolvendo a avaliação direta e a observação da
qualidade e da integração de comportamentos. Pode ser aplicado em crianças de quatro
semanas até 36 meses de idade cronológica. As categorias de análise dessa escala referem-se
às seguintes áreas: comportamento adaptativo (organização e adaptação sensório-motora,
cognição); comportamento motor grosseiro e delicado (sustentação da cabeça, sentar,
engatinhar, andar, manipulação de objetos com as mãos); comportamento de linguagem
(expressiva ou receptiva); comportamento pessoal-social (relação com o meio-ambiente).
Os comportamentos acima descritos são observados nas idades-chave de: quatro
semanas, 16 semanas, 28 semanas, 40 semanas, 12 meses, 18 meses, 24 meses e 36 meses. O
resultado final é quantitativo e expresso como quociente de desenvolvimento (QD), quando a
criança é prematura deve ser usada a idade corrigida na avaliação. Tais dados são comparados
a uma escala elaborada a partir dos comportamentos padrão apresentados por crianças em
determinadas faixas etárias.
A resultante das análises em crianças de 0 a 6 é fundamental o acompanhamento
neonatal, pré-natal, neuropsicomotor correlacionados ao completo desenvolvimento da
criança, podendo haver prevenção e agravamentos no seu comportamento motor, sensorial, e
de fala.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se que a visão infantil está totalmente relacionada com o seu


desenvolvimento embrionário até sua fase de maturidade ocular que chega ser em torno por
volta dos 6, 8 anos de idade, onde já se tem uma percepção visual igual a de um adulto. E que
qualquer alteração comprovada neste período gestacional, e desenvolvimento da criança de 0
a 6 anos podem sim, influenciar em suas funções neuromotoras, em sua capacidade sensorial,
comportamental, visual e psicoemocional. E o estudo reafirma que a baixa de acuidade visual
não diagnosticada precocemente pode interferir no desempenho escolar.

REFERÊNCIAS

https://artigocientifico.com.br/guia-com-exemplo-em-pdf/resumo-expandido-exemplo/

http://www.abntouvancouver.com.br/2012/05/quais-sao-os-autores-especialistas-em.html

https://www.bbc.com/portuguese/geral/2016/04/160427_cerebro_amordemae_mdb_if

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_saude_ocular_infancia.pdf

https://cienciahoje.org.br/aprendizado-no-utero

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1620081/mod_resource/content/1/Apostila%20da%2
0metodologia%20de%20pesquisa.pdf

https://hospitaldeolhos.net/exames-post-custom/teste-de-teller/

https://www.hospitalholhos.com.br/exame/teste-de-teller/#:~:text=O%20Teste%20de%20Tell
er%20permite,por%20meio%20de%20cart%C3%B5es%20especiais.

https://www.scielo.br/j/abo/a/STn5YrsjdxXCrSsWHpqv7Lc/?format=pdf&lang=en

https://www.scielo.br/j/abo/a/YJDcDGfW6PwkZfzrpfRgdyN/?format=pdf&lang=pt

https://www.ubm.br/explorer/arquivos/15930229862.pdf

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