Você está na página 1de 48

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE PSICOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DO PEDIATRA PARA INVESTIGAÇÃO PRECOCE


DA CRIANÇA COM SINAIS DE TEA

BRUNA DANTAS PINTO MORETH


VIVIANE PINHEIRO ANDRADE DA SILVA

RIO DE JANEIRO
Outubro - 2023
BRUNA DANTAS PINTO MORETH
VIVIANE PINHEIRO ANDRADE DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO PEDIATRA PARA INVESTIGAÇÃO PRECOCE


DA CRIANÇA COM SINAIS DE TEA

Orientadora:
Prof.a Ms. Elen Mara Gomes De Léo

RIO DE JANEIRO
Outubro - 2023
A IMPORTÂNCIA DO PEDIATRA PARA INVESTIGAÇÃO PRECOCE
DA CRIANÇA COM SINAIS DE TEA

RESUMO: Esse artigo tem por objetivo alertar o(a) pediatra quanto aos primeiros sinais de uma criança com
o Transtorno do Espectro Autista (TEA), à aplicação de uma avaliação precoce e ao uso dos protocolos
iniciais e específicos para este possível diagnóstico. Sendo este profissional o responsável pelo
acompanhamento da saúde física, seria também importante dedicar na consulta de rotina, mesmo com
tempo limitado, uma escuta atenta à família sobre eventuais queixas de problemas emocionais e
comportamentais do(a) paciente. E que, a partir disso, verifique a necessidade da aplicação de testes de
rastreio que confirmem ou refutem uma hipótese diagnóstica. Em caso positivo, que oriente a família de
maneira humanizada e que encaminhe, precocemente, para um(a) neuropsiquiatra/psiquiatra, especialista
em saúde mental. Além disso, o(a) especialista em medicina infantil terá respaldo, de acordo com as
limitações do sujeito, para direcioná-lo a uma equipe multidisciplinar (Fonoaudiólogo(a), Terapeuta
Ocupacional, Psicólogo(a) e Psiquiatra ou Neuropsiquiatra). Essa equipe poderá realizar as intervenções
necessárias para o desenvolvimento integral do indivíduo.
Palavras-chave: pediatra; transtorno do espectro autista; avaliação precoce; humanização

ABSTRACT: This article aims to alert the pediatrician about the first signs of a child with Autism Spectrum
Disorder (ASD), the application of an early evaluation and the use of initial and specific protocols for this
possible diagnosis. As this professional is responsible for monitoring physical health, it would also be
important to dedicate in the routine consultation, even with limited time, an attentive listening to the family
about possible complaints of emotional and behavioral problems of the patient. And that, based on this,
verify the need for the application of screening tests that confirm or refute a diagnostic hypothesis. If so, the
family should be guided in a humanized manner and referred to a neuropsychiatrist/psychiatrist, a mental
health specialist, at an early stage. In addition, the specialist in child medicine will have support, according to
the subject's limitations, to direct him/her to a multidisciplinary team (Speech Therapist, Occupational
Therapist, Psychologist and Psychiatrist or Neuropsychiatrist). This team will be able to carry out the
necessary interventions for the integral development of the individual.
Keywords: pediatrician; autism spectrum disorder; early assessment; humanization
1- INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa ressaltar a importância do(a) pediatra na investigação


precoce de crianças com sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em consultas
periódicas; visando a humanização e saúde, possa aplicar protocolos de rastreio.
O diagnóstico, muitas vezes, tardio traz inúmeros prejuízos e fragiliza a criança e
a sua família; inviabiliza o seu desenvolvimento neuropsicomotor, visto que teria ganhos
significativos caso fosse precocemente encaminhada a uma avaliação com o especialista
da área (neuropediatra ou psiquiatra infantil) e direcionada a uma equipe de estimulação
multidisciplinar.
Espera-se que, com base na fundamentação teórica apresentada neste trabalho;
a anamnese feita pelo(a) pediatra; as tabelas que apontam para os sinais precoces de
TEA; e os protocolos de rastreio; o especialista infantil seja capaz de conduzir o paciente
e sua família de forma humanizada.
Esta pesquisa tem, portanto, o objetivo de orientar o especialista em pediatria,
visto que é ele quem acompanha o crescimento desde o pós-natal e tem propriedade de
fazer os encaminhamentos adequados.

2- PSICOLOGIA E SAÚDE: BEM-ESTAR BIOPSICOSSOCIAL

Em 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como um estado


de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença
ou enfermidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
Ter saúde é um bem-estar biopsicossocial, ou seja, vai muito além do que apenas
um diagnóstico conclusivo de exames que apontam para uma doença; mas trata-se de o
indivíduo manter a harmonia entre fatores biológicos, psicológicos, culturais, crenças etc.
Exemplo: Um paciente pode estar plenamente bem em seu estado físico, e adoecido
mentalmente por questões familiares, como uma revelação diagnóstica do autismo.
A relação médico-paciente-família, na hora da notícia, pode afetar a todos de
forma humanizada minimizando o sofrimento familiar:

O momento do diagnóstico de uma doença ou síndrome crônica para a família é


permeado por um conjunto de sensações e sentimentos diversos, a exemplo da
frustração, insegurança, culpa, luto, medo e desesperança, principalmente quando
o paciente remete-se a uma criança. O nascimento de um filho se constitui na
formulação de um novo ciclo vital, o qual passa a ser idealizado pelos pais e por
toda a família. Entretanto, quando ocorre alguma ruptura nesses planos todos os
membros familiares são afetados. (PINTO et al., 2016, p. 3)

3- A OBSERVAÇÃO CLÍNICA E INTEGRAL DO(A) PEDIATRA E A


HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

Em uma consulta de rotina e mera observação clínica da criança o(a) pediatra


quase sempre se restringe apenas a problemas perinatais, desnutrição ou alguma queixa
de doença. A partir disso, faz observações de acompanhamento e preenchimento
previstos na Caderneta de Vacinação que contém os seguintes itens: perímetro
encefálico, taxa de crescimento e peso. Nesse caso, orienta à família quanto aos
cuidados até a próxima consulta, prescreve as vitaminas necessárias e sinaliza o
cronograma de vacinas.
No entanto, quando esse profissional observar fatores de risco ao
desenvolvimento neuropsicomotor é necessário que ele vá além das condutas
estabelecidas acima. A sugestão é que inicie a consulta com uma breve anamnese
coletando dados desde a gestação até a idade em que a criança chegar ao seu
consultório. Nessa conversa é importante coletar algumas informações, tais como: se a
mãe fez acompanhamento pré-natal; se a criança chorou ao nascer; sobre o APGAR
(escala que consiste em avaliar cinco aspectos da criança: cor, frequência cardíaca,
respiração, irritabilidade reflexa e tônus muscular – nos primeiros cinco minutos de vida);
se amamentou com leite materno; se os pais fizeram uso de entorpecentes; e como foram
os seus primeiros quinze dias de vida.
Assim, esse artigo pretende oferecer ferramentas para que se detecte sinais
precoces do Transtorno do Espectro Autista, a fim de que o(a) paciente possa ser
encaminhado para um possível diagnóstico. Constatando esta hipótese, possa também
ser direcionado a uma equipe multidisciplinar que fará a estimulação de sua
neuroplasticidade global.
Segundo Almeida et al. (2019, p. 12) “é papel do pediatra oferecer aos pacientes
o cuidado de que necessitam, não limitando a avaliação e as intervenções às questões da
saúde física nem restringindo sua ação à prescrição de medicamentos”. No entanto, é
necessário que todo esse acolhimento da família e do(a) paciente seja feito pelo(a)
pediatra de maneira humanizada, visto que:

Ao receber a família e a criança, é importante estabelecer um primeiro contato,


uma relação de afeto e até de certa cumplicidade, pois, na maior parte dos casos,
estamos diante de uma família sofrida com as queixas que terminaram por levá-la
até a consulta. Chega com um misto de pedido de socorro associado à vontade de
que o filho não tenha problemas. (ROTTA, OHLWEILER, RIESGO, 2006, p. 66)

4- SINAIS PRECOCES DO TEA

O autismo é caracterizado por uma tríade no desenvolvimento que afeta a


comunicação, a interação social e o comportamento do indivíduo:

O transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma deficiência de desenvolvimento


caracterizada por prejuízos persistentes na interação social e pela presença de
padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades que
podem causar uma ampla gama de dificuldades na interação social, comunicação
e participação nas atividades diárias. (MAENNER, 2023, p. 2)

Os sinais precoces de TEA podem ser observados desde o primeiro trimestre de


vida do bebê, pois apesar de cada indivíduo possuir a singularidade do seu progresso
neuropsicomotor, não podemos nos esquecer de que existe um padrão nos marcos de
desenvolvimento. E são a esses marcos que o(a) pediatra precisa estar atento durante as
consultas.
Os comportamentos a serem observados a partir do final do primeiro trimestre de
vida do bebê pode ser consultado na Cartilha de Desenvolvimento Neuropsicomotor,
sinais de alerta e estimulação precoce: um guia para profissionais de saúde e educação
de (2023) escrita pelo Ministério da Saúde.
Com o objetivo de facilitar o trabalho de identificação por parte do(a) pediatra a
respeito de alguns sinais de alerta, reformulamos os dados presentes na Cartilha e
produzimos tabelas que correspondem aos marcos de desenvolvimento (de 0 a 6 anos) e
estão dispostas no apêndice A.
Sabe-se que a criança se desenvolve cada uma a seu tempo, no entanto, o que
deve ser observado pelo(a) pediatra é se ela realiza, dentro do intervalo de um marco e
outro, aquilo que é esperado para aquela faixa etária. Caso o especialista infantil perceba,
ao assinalar as tabelas, comportamentos atípicos fora do padrão neuropsicomotor, poderá
aplicar os protocolos apresentados no próximo tópico para rastrear os sinais precoces de
autismo.
Essa avaliação precoce por parte do(a) pediatra é tão importante, que foi
sancionada a Lei nº 13.438 de 2017, que torna obrigatória no Sistema Único de Saúde
(SUS) a aplicação de protocolos que estabeleçam padrões para avaliação de riscos para
o desenvolvimento psíquico das crianças.

5- OS PROTOCOLOS DE RASTREIO: M-CHAT, CARS E ATA

O M-CHAT (LOSAPIO; PONDÉ, 2008), o CARS (APIN et al., 2008) e o ATA


(ASSUMPÇÃO JR. et al., 1999) são alguns dos protocolos de rastreio mais simples que
podem identificar, precocemente, os sinais de TEA em crianças de 0 a 6 anos de idade.
Existem outros instrumentos mais específicos, que devem ser aplicados por profissionais
especialistas em autismo; analistas em ABA (Applied Behavior Analysis – Analista do
Comportamento); ou neuropsicólogo(a). No entanto, esse artigo não adentrará nesses
protocolos mais complexos, porque o objetivo é auxiliar o(a) pediatra no atendimento
clínico a fazer observações iniciais no(a) paciente que apresentar tal demanda.

De acordo com a American Academy of Pediatrics e com a Sociedade Brasileira


de Pediatria, o rastreamento dos sinais do autismo deve ser realizado entre os 18-
24 meses de idade por meio de instrumentos padronizados para tal finalidade.
Caso a criança seja identificada com sinais de risco de autismo, ela deverá ser
encaminhada para uma avaliação mais abrangente de modo a confirmar o
diagnóstico. Essa confirmação é possível já no final do segundo ano de vida da
criança. (GUEDES apud SEIZE, 2021, p. 2).

Apresentar-se-á agora, uma breve análise de cada protocolo de rastreio


mencionado neste capítulo. Serão abordados os seus objetivos; como devem ser
aplicados; e a análise de cada resultado.

5.1 M-CHAT (LOSAPIO; PONDÉ, 2008)

O M-CHAT são perguntas de cunho psicológico para avaliar o risco de TEA em


crianças de 16 a 30 meses. Losapio et al. (2008, p. 2) define:

O M-CHAT é uma escala de rastreamento que pode ser utilizada em todas as


crianças durante visitas pediátricas, com objetivo de identificar traços de autismo
em crianças de idade precoce. Os instrumentos de rastreio são úteis para avaliar
pessoas que estão aparentemente bem, mas que apresentam alguma doença ou
fator de risco para doença, diferentemente daquelas que não apresentam
sintomas. A M-CHAT é extremamente simples e não precisa ser administrada por
médicos. A resposta aos itens da escala leva em conta as observações dos pais
com relação ao comportamento da criança, dura apenas alguns minutos para ser
preenchida, não depende de agendamento prévio, é de baixo custo e não causa
desconforto aos pacientes. Essa escala é uma extensão da CHAT. Consiste em
23 questões do tipo sim/não, que deve ser autopreenchida por pais de crianças de
18 a 24 meses de idade, que sejam ao menos alfabetizados e estejam
acompanhando o filho em consulta pediátrica. O formato e os primeiros nove itens
do CHAT foram mantidos. As outras 14 questões foram desenvolvidas com base
em lista de sintomas frequentemente presentes em crianças com autismo.

Reportagem do Instituto NeuroSaber do dia 25/02/21, mostra o critério de


pontuação do M-Chat, que é feito da seguinte maneira “soma-se os pontos e o resultado
indica a presença de sintomas de autismo, mas não confirma o diagnóstico. Quando a
pontuação for muito alta, o(a) pediatra encaminha a criança para um especialista ou uma
equipe multidisciplinar para avaliação” (NEUROSABER, 2021).
De acordo com a contagem de respostas negativas a pontuação de 0 a 2 indica
risco baixo; de 3 a 7 indica risco moderado; e de 8 a 20 risco alto para TEA.

5.2 CARS (APIN et al., 2008)

Este instrumento é fundamental para rastrear risco de TEA, visto que é um


protocolo que possui reconhecimento mundial. Pode ser usado por psicopedagogos(as),
psicólogos(as), fonoaudiólogos(as) e médicos(as).

O instrumento mais usado e mais bem documentado desde sua publicação em


1980 é a Childhood Autism Rating Scale (CARS, ou "Escala de Pontuação para
Autismo na Infância") de Schopler. A CARS é considerada a mais forte escala
para comportamentos associados com o autismo. A escala já foi traduzida para
diversas línguas, pois o autismo é um transtorno que ocorre no mundo todo. (APIN
et al., 2008, p. 2)

O CARS é uma classificação de autismo infantil e deve ser aplicado em crianças


a partir de 2 anos de idade. Seu objetivo é avaliar a presença ou não do TEA e em caso
positivo, o grau de severidade.
O instrumento é composto por sentenças que são lidas em conjunto com os
cuidadores da criança, que devem dizer se ela apresenta ou não aquele comportamento.
A aplicação do teste dura em média de 15 a 20 minutos.
As áreas avaliadas são: relações pessoais; imitação; resposta emocional; uso
corporal; uso de objetos; resposta a mudança; resposta visual; resposta auditiva; resposta
e uso do olfato, paladar e tato; medo ou nervosismo; comunicação verbal; comunicação
não verbal; nível de atividade; nível e consistência da resposta intelectual.
Para cada item descrito existem quatro possibilidades diferentes de respostas,
que são numeradas de 1 a 4 e indicam respectivamente a pontuação a ser somada ao
final do teste. A pontuação de 15 a 30 indica ausência do espectro autista; de 30 a 36,
enquadra o indivíduo em autismo leve ou moderado; e de 36 a 69 confirma-se a presença
de autismo.

5.3 ATA (ASSUMPÇÃO JR. et al., 1999)

Essa escala é um instrumento de avaliação do TEA de acordo com o DSM-5


(2014) e pode ser aplicada com crianças a partir dos 2 anos de idade. É bastante
confiável e possui reconhecimento internacional.

A escala de traços autísticos (ATA), elaborada por Ballabriga e col.10, nasceu a


partir da discussão dos aspectos mais significativos da síndrome, partindo-se de
diferentes instrumentos e da experiência clínica dos autores, sendo, entretanto,
embasada primordialmente nos critérios diagnósticos do DSM III-R. Isso porque a
sua aparição unificou uma série de critérios, embora, conforme referem Volkmar e
col., seja extremamente ampla e muito pouco específica, envolvendo uma série de
quadros e mesmo de sinais que pertencem a um grupamento muito maior de
quadros. (ASSUMPÇÃO et al., 1999, p. 2)

A escala ATA possui 23 subescalas, divididas em diferentes tópicos, a saber:


interação social; ambiente; pessoas ao redor; resistência a mudanças; busca de uma
ordem rígida; contato visual; mímica inexpressiva; distúrbios de sono; alteração na
alimentação; controle dos esfíncteres; exploração dos objetos – apalpar e chupar; uso
inapropriado dos objetos; atenção; ausência de interesse pela aprendizagem; falta de
iniciativa; alteração de linguagem e comunicação; não manifesta habilidades e
conhecimentos; reações inapropriadas ante a frustração; responsabilidades;
hiperatividade/hipoatividade; movimentos estereotipados e repetitivos; ignora o perigo;
aparecimento dos sintomas antes dos 36 meses.
Esse instrumento é de fácil aplicação, dura em média de 20 a 30 minutos, e é
acessível a profissionais da área da saúde e da educação. Ele pode ser respondido por
pessoas que tenham contato direto com a criança – pais, professores e terapeutas.
O método de aplicação é feito com perguntas sobre os tópicos já apresentados
acima e ao final são somadas as marcações. Assumpção at al. (1999, p. 2) demonstra
que
A escala se pontua com base nos seguintes critérios: cada subescala da
prova tem um valor de 0 a 2; pontua-se a escala positiva, no momento em
que um dos itens for positivo; a pontuação global da escala se faz a partir da
soma aritmética de todos os valores positivos da subescala.

6- O ENCAMINHAMENTO PARA O(A) ESPECIALISTA EM SAÚDE MENTAL E


EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

De acordo com esta pesquisa, vimos que o(a) pediatra, durante a consulta,
poderá examinar a criança além dos seus aspectos biológicos. Esse profissional poderá
fazer uma escuta atenta à família e observar o desenvolvimento neuropsicomotor do(a)
paciente. De acordo com a faixa etária da criança, segundo Almeida et al. (2019, p. 10):

[...] é preciso avaliar se há consequências prejudiciais na vida da criança,


principalmente sofrimento para a criança e perturbação das interações sociais
(família, colegas, professores etc.), do aprendizado e do lazer. Além disso, deve-
se investigar se esses problemas estão se prolongando demasiadamente
indicando dificuldades da família e da criança em superá-los usando seus próprios
recursos.

Ao identificar a necessidade de aplicar os testes de rastreio, o(a) pediatra deverá


informar a família, de maneira humanizada, quanto à possibilidade de a criança
apresentar problemas do desenvolvimento.
Os protocolos mencionados no capítulo anterior vão auxiliar o(a) especialista
infantil a fazer o rastreio de sinais precoces de TEA. No entanto, se tais protocolos
confirmarem essa hipótese, o(a) profissional deverá encaminhar esse indivíduo a um(a)
neuropediatra ou psiquiatra infantil, que será o(a) responsável em analisar os resultados
de rastreio; aplicar outros protocolos; para assim, fechar o diagnóstico.
Entretanto, com o resultado positivo dos rastreios o(a) pediatra deverá
encaminhar esse(a) paciente para uma equipe multidisciplinar (fonoaudiólogo(a),
psicólogo(a) e terapeuta ocupacional) para início de uma intervenção precoce de acordo
com a necessidade do indivíduo.

6.1 COMO HUMANIZAR O MOMENTO DO DIAGNÓSTICO

Muitas vezes, a família não identifica sinais de um possível transtorno na criança,


seja pela crença de achar que alguns comportamentos são iguais aos dos familiares,
principalmente pais e mães. Seja pelo pensamento de acreditar que o(a) filho(a) vai
amadurecer sozinho(a), sem estimulação. E ainda existe uma convicção, de senso
comum, a respeito de um parâmetro autista somente no nível 3; ou seja, aquele que
balança, faz “flapping”, bate a cabeça etc.
Com isso, os pais/responsáveis só procuram ajuda profissional quando o nível do
transtorno é bastante perceptível e fica evidente a diferença de atitudes para aquela faixa
etária. Ou ainda, quando na idade escolar enxerga-se claramente a dificuldade em
acompanhar o aprendizado; ou quando ocorre a sinalização por algum profissional da
educação.
No entanto, de acordo com a reformulação do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5, 2014) o TEA passou a ser dividido em níveis: 1 (leve), 2
(moderado) e 3 (severo). Por essa razão, é importante que o(a) pediatra tenha um olhar
peculiar dos sinais que indiquem um possível transtorno em quaisquer níveis, pois mesmo
no grau mais leve, a criança poderá apresentar atrasos que comprometerão alguma área
do desenvolvimento. Além disso, esse(a) profissional precisa ter empatia pela família ao
abordar o assunto.
Por conseguinte, o(a) especialista infantil necessita esclarecer aos familiares, de
forma humanizada, que os sinais que ele(a) percebe na criança podem estar atrelados a
um possível diagnóstico de autismo. A humanização nesse momento é fundamental para
dar segurança a esse núcleo familiar que, muitas vezes, entra num processo de negação
seja por medo, desinformação, escassos recursos financeiros ou quebra de expectativas
que criaram ao engravidar.
Esse diálogo, então, precisa ser iniciado com muita cautela, informando
respeitosamente e com embasamento científico sobre os desafios que essa criança terá,
se não tiver acesso a uma intervenção precoce. Desta maneira, o(a) pediatra tem que
deixar claro à família que após o rastreio pode ser refutada a hipótese diagnóstica; no
entanto, negar-se a perceber tais sinais, podem causar prejuízos significativos ao
desenvolvimento infantil.
Embora os obstáculos sejam grandes, a investigação será um divisor de águas,
pois mostrará quais caminhos precisarão seguir, ou seja, o diagnóstico ao contrário do
que a família pensa, é libertador e não mais uma prisão nas limitações do indivíduo.
Em suma, após o momento de esclarecimento à família, inicia-se a aplicação dos
protocolos de rastreio mencionados no capítulo anterior. Vimos que, os resultados dos
testes poderão indicar uma hipótese diagnóstica de autismo. Nesse caso, o(a) pediatra
deverá encaminhar o(a) paciente ao(à) neuropediatra/psiquiatra infantil, visto que não
pode fechar o laudo. Contudo, a partir dos atrasos de cada criança, já poderá fazer o
encaminhamento multidisciplinar de uma intervenção precoce adequada, fazendo com
que ela tenha ganhos significativos no desenvolvimento neuropsicomotor.
Sabemos que os desafios desse profissional são muitos e envolvem obstáculos
diversos, tais como: falta de recursos, alta demanda de pacientes, deficiência na
execução das políticas públicas e, às vezes, condições precárias de trabalho. Nosso
intuito não é sobrecarregá-lo, mas orientá-lo no uso dos protocolos essenciais para o
rastreio do Transtorno Global do Desenvolvimento (CID-10, 2011).

7- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos assim, que o(a) pediatra tem um papel importante no acompanhamento do


desenvolvimento infantil e, quando necessário, no rastreio precoce de um possível
transtorno neuropsicomotor.
Obviamente, avaliar a gravidade e o nível de generalização do atraso
neuropsicomotor infantil permitirá definir o prognóstico e delinear as estratégias de
intervenção a serem implementadas. No entanto, vimos que a abordagem à família e à
criança precisa ser feita de maneira cautelosa e humanizada, acolhendo-os nas suas
peculiaridades.
Percebemos então, que quanto mais cedo o(a) especialista infantil identificar os
sinais que possam sugerir o diagnóstico do TEA, mais rapidamente poderá ser iniciada a
estimulação e mais efetivos serão os ganhos no desenvolvimento neuropsicomotor do
indivíduo. Por esse motivo, o conhecimento e a aplicação dos protocolos de rastreio
tornam-se tão importantes para uma análise prematura do desenvolvimento global pueril.
Em conclusão, este artigo teve por objeto disponibilizar recursos e ferramentas
ao(à) pediatra, a fim de que consiga durante a consulta de rotina aplicar os protocolos de
rastreio de forma eficaz e, assim, avaliar e encaminhar o(a) paciente nas suas
singularidades. Além disso, vimos o quanto é importante que esse profissional acolha e
dê suporte humanizado à família.
8- REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Roberto Santoro; LIMA, Rossano Cabral; CRENZEL, Gabriela; ABRANCHES, Cecy Dunshee de.
Saúde mental da criança e do adolescente. 2. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2019.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos


mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

APIN, I., & GOLDMAN, S.. (2008). A escala CARS brasileira: uma ferramenta de triagem padronizada
para o autismo. Jornal De Pediatria, 84(6), 473–475. https://doi.org/10.1590/S0021-75572008000700001.
Acesso em: 05/05/2023.

ASSUMPÇÃO JR., F. B., KUCZYNSKI, E., GABRIEL, M. R., & ROCCA, C. C.. (1999). Escala de avaliação
de traços autísticos (ATA): validade e confiabilidade de uma escala para a detecção de condutas
artísticas. Arquivos De Neuro-psiquiatria, 57(1), 23–29. https://doi.org/10.1590/S0004-
282X1999000100005. Acesso em: 05/05/2023.

BRASIL. Lei 13.438 de 26 de abril de 2017,


Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13438.htm#:~:text=LEI%20N
%C2%BA%2013.438%2C%20DE%2026%20DE%20ABRIL%20DE%202017.&text=Altera%20a%20Lei
%20n%C2%BA%208.069,o%20desenvolvimento%20ps%C3%ADquico%20das%20crian%C3%A7as.
Acesso em: 14/10/23.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Gestão do


Cuidado Integral. Coordenação de Saúde da Criança e do Adolescente. Guia Desenvolvimento
neuropsicomotor, sinais de alerta e estimulação precoce: um guia para profissionais de saúde e
educação. 1. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

GUEDES, Tâmara Albuquerque Leite. Instrumentos de uso livre para rastreamento/triagem e classificação
de Transtorno do Espectro do Autismo. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL
DO MARANHÃO. Atenção à pessoa com deficiência I: transtornos do espectro do autismo, Síndrome
de Down, pessoa idosa com deficiência, pessoa amputada e órteses, próteses e meios auxiliares de
locomoção. Atenção à reabilitação da pessoa com transtornos do espectro do autismo. São Luís:
UNA-SUS; UFMA, 2021.

LOSAPIO, M. F.; PONDÉ, M. P. (2008). Tradução para o português da escala M-CHAT para
rastreamento precoce de autismo. Revista de Psiquiatria do Rio Grande Do Sul, 30(3), 221-229.
https://doi.org/10.1590/S0101-81082008000400011. Acesso em: 05/05/2023.

MAENNER MJ, Warren Z, Williams AR, et al. Prevalência e características do transtorno do espectro do
autismo entre crianças de 8 anos — Rede de monitoramento de deficiências de desenvolvimento e
autismo, 11 locais, Estados Unidos, 2020. MMWR Surveill Summ 2023;72(No. SS-2):1–14. DOI:
http://dx.doi.org/10.15585/mmwr.ss7202a1. Acesso em: 18 de maio de 2023.

M-CHAT: ENTENDA COMO FUNCIONA A TRIAGEM PARA O TEA. NEUROSABER, 2021. Disponível em:
https://institutoneurosaber.com.br/m-chat-entenda-como-funciona-a-triagem-para-o-tea/#:~:text=Pontua
%C3%A7%C3%A3o%20de%203%20a%207%20%E2%80%93%20Risco%20moderado&text=Caso%20o
%20resultado%20seja%20maior,recomendado%20repetir%20o%20teste%20posteriormente. Acesso em:
31/05/23.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O QUE SIGNIFICA TER SAÚDE?, 2020. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-
ter-saude#:~:text=Seguindo%20essa%20linha%20mais%20abrangente,ausência%20de%20doença%20ou
%20enfermidade. Acesso em: 11/05/23
PINTO, Rayssa Naftaly Muniz et al. Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas
relações familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem [online]. 2016, v. 37, n. 3 [Acessado 11 Maio 2023],
e61572. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.03.61572>. Epub 03 Out 2016. ISSN
1983-1447. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.03.61572.

ROTTA Newra [et al.]. Transtornos da aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar.


Porto Alegre: Artmed, 2006.

WELLS, R. H. C. et al. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas


relacionados à saúde. São Paulo: EDUSP, 2011. Acesso em: 27/07/23.
APÊNDICE A – TABELAS PARA O ACOMPANHAMENTO DOS SINAIS DE ALERTA
(MORETH; SILVA, 2023)

Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a


assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DO PRIMEIRO TRIMESTRE X


1 Não apresenta o sorriso social;
2 Apresenta um olhar vago, com pouco interesse;
3 Não observa e nem acompanha os movimentos dos objetos/coisas;
4 Ao menor ruído, realiza movimentos de sobressalto;
5 Presença de movimentos involuntários;
Apresenta atetose - fluxo contínuo de movimentos involuntários lentos,
6
contínuos e contorcidos das mãos;
7 Apresenta tremores das extremidades;
8 Exacerbação do reflexo da sucção;
9 Mantém sempre as mãos fechadas;
10 Não leva a mão à boca;
11 Não responde ou não reage a sons;
Não apresenta, até o final do primeiro trimestre, nenhum grau de
12
controle de cabeça.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DO SEGUNDO TRIMESTRE X


1 Hipotonia do eixo do corpo;
2 Deficiência ou falta de controle cervical;
3 Hipertonia de membros;
4 Sem interesse ou extremamente lento na movimentação;
Não empurra com as pernas, quando os pés estão encostados na
5
parede ou em superfície dura;
6 Apresenta movimentos bruscos tipo: choque, tremor ou descarga;
7 Não vira a cabeça para localizar sons (4 meses);
8 Não dá risada/sorriso social;
9 Não reage quando chamado pelo próprio nome;
10 Não observa o movimento de objetos/coisas/pessoas;
11 Não tenta pegar objetos/brinquedos que estão ao alcance;
12 Não rola nem se movimenta em nenhuma direção;
13 Não emite nem reage a sons;
14 Apresenta dificuldade em levar objetos/brinquedos à boca;
15 Não demonstra afeto por seus cuidadores.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DO TERCEIRO TRIMESTRE X


1 Pernas moles (hipotonia);
2 Pernas duras, com hipertonia (espasticidade);
3 Não é capaz de sentar (hipotonia de tronco);
4 Não suporta o peso nas pernas com apoio;
5 Persistência das mãos fechadas e polegares aduzidos;
6 Não transfere objetos/brinquedos de uma mão para a outra;
7 Não responde ao próprio nome;
8 Incapacidade de localizar sons/ruídos;
9 Não balbucia nem vocaliza;
10 Sorriso social empobrecido;
11 Não se interessa no momento de leitura de um adulto;
12 Não se interessa pela brincadeira “Cadê o bebê?/Achou?”
13 Não olha para onde você aponta;
14 Não participa de nenhuma brincadeira envolvendo dar e receber.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DO QUARTO TRIMESTRE X


1 Não engatinha;
2 Não consegue ficar de pé com apoio;
3 Não procura objetos/brinquedos que viu serem escondidos;
Não aprende gestos como: balançar a cabeça dizendo não, acenar
4
dando tchau;
5 Não ponta objetos/brinquedos/pessoas;
6 Permanece muito parado ou mumificado;
7 Apresenta movimentos anormais;
8 Não fala sílabas; cessação do balbucio;
Não apresenta nenhuma tentativa de dialogar com o cuidador com
9
quem mais interage;
Encontra-se psiquicamente irritado ou inerte, com sorriso social
10
pobre;
11 Perdeu habilidades que já tinha adquirido.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DO QUINTO TRIMESTRE X


1 Não engatinha;
2 Não consegue ficar de pé com apoio;
3 Não procura objetos/brinquedos que viu serem escondidos;
4 Não fala palavras simples como “mama” ou “papa”;
5 Não aprende gestos como acenar ou balançar a cabeça;
6 Não aponta para objetos;
7 Não faz contato visual;
8 Perdeu habilidades que já tinha adquirido;
Não busca interação, não reage ou se irrita ao contato com as pessoas
9
se com o ambiente;
Não responde ao olhar ou aos sons, à conversa e ao toque quando é
10
amamentada, alimentada, colocada no colo ou acariciada;
11 Demonstra maior interesse por objetos do que por pessoas;
Habitualmente fica isolada e não se interessa em brincar com outras
12
crianças;
13 Tem dificuldade na fala e em atender aos comandos;
14 Faz gestos e movimentos repetitivos;
Tem dificuldades para virar de bruços, sustentar a cabeça, engatinhar
15 e andar. Demora mais tempo que as outras crianças para fazer essas
ações;
16 Tem dificuldade para memorizar e realizar uma tarefa até o fim;
Tem dificuldade para aprender e selecionar problemas práticos
17
relacionados as atividades da vida diária;
18 Tem dificuldade com o sono ou com a alimentação;
Tem sensibilidade exacerbada a determinados ruídos de motores de
19
eletrodomésticos, furadeiras e fogos de artifício;
Não aceita o toque, não responde quando alguém fala seu nome e
20
apresenta baixa frequência de sorriso e reciprocidade social;
21 Apresenta muita agressividade;
22 Apresenta intensa agitação, impulsividade e falta de atenção;
23 Desafia com frequência e tem dificuldade de seguir as regras.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DO SEXTO TRIMESTRE X


1 Perdeu habilidades que já tinha conquistado;
2 Não consegue andar;
3 Não aponta para objetos quando nomeados;
4 Não sabe a utilidade de objetos;
5 Não faz imitação;
6 Não aprende novas palavras;
Não apresenta um vocabulário de, no mínimo, seis palavra com
7
função;
8 Não percebe sons no ambiente;
9 Não liga ou percebe se os pais/cuidadores saem ou retornam;
10 Não aponta para mostrar coisas para outras pessoas;
11 Não possui jogo simbólico.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DOS 2 ANOS X


1 Perdeu habilidades que já tinha adquirido;
2 Não consegue seguir comandos simples;
3 Não imita sons, gestos, expressões e palavras;
4 Não consegue andar/caminhar com firmeza;
5 Não conhece a utilidade e a função de objetos e brinquedos;
6 Não usa frases de 2 palavras (por exemplo, “beber água”);
7 Não fala nenhuma palavra;
Não sabe o que fazer com coisas comuns, como escova, telefone,
8
garfo, colher;
9 Não imita ações e palavras;
10 Isola-se, recusa-se a brincar com outras crianças;
11 Apresenta gestos/movimentos repetitivos;
12 Não faz contato visual;
13 Não tem atenção compartilhada.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DOS 3 ANOS X


1 Perdeu habilidades que já tinha adquirido;
2 Cai muito ou tem dificuldades em subir/descer degrau;
3 Faz pouco contato visual, ou nenhum;
4 Não tem interesse por pessoas, brinquedos/objetos/coisas;
5 Demonstra interesse demasiado por algum objeto específico;
6 Não brinca de faz de conta;
7 Não responde/atende a comandos simples;
É demasiadamente “teimosa” e chora sempre que algo lhe é negado;
8
nem sempre controla a “birra”;
9 Não usa frases para se comunicar;
10 Não consegue manusear brinquedos/objetos e coisas simples;
11 Não consegue pular erguendo os 2 pés do chão;
12 Não é capaz de apontar partes de seu corpo;
13 Não é capaz de pedalar;
14 Não sabe seu primeiro nome;
15 Apresenta uma linguagem ininteligível;
16 Não controla a micção diurna.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DOS 4 ANOS X


1 Perda de habilidades adquiridas;
Não demonstra interesse em jogos de faz de conta e jogos
2
interativos;
3 Não consegue contar uma história preferida;
4 Não segue comandos de 3 instruções;
5 Não entende dentro e fora, igual e diferente;
6 Não usa “eu” e “você” corretamente;
7 Faz pouco contato visual ou nenhum;
8 Tem resistência ao novo, à mudança de rotina;
Chora incessantemente quando algo lhe é negado ou,
9
aparentemente, sem motivo;
10 Não contém a birra;
Fala de forma incompreensível ou fala apenas palavras repetidas de
11
desenhos/filmes;
12 Não consegue pular no mesmo local;
13 Apresenta dificuldade para rabiscar;
14 Ignora outras crianças ou não responde a pessoas fora da família;
15 Não interage;
16 Resiste à troca de roupa, à hora de dormir e a ir ao banheiro.
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DOS 5 ANOS X


1 Perdeu habilidades que já tinha adquirido;
2 Não fala seu nome e sobrenome;
3 Não responde às pessoas, ou responde superficialmente;
4 Apresenta fala incompreensível;
5 Pouco vocabulário na hora da fala;
6 Não compreende o que é falado;
7 Não demonstra suas emoções.
Demonstra comportamentos extremos (ex.: timidez ou tristeza, medo,
8
agressividade);
Distrai-se com facilidade; tem dificuldade em se focar, por mais de 5
9
minutos, na atividade;
10 Não diz sobre as experiências ou atividades diárias;
11 Não consegue separar o real do imaginário;
12 Não utiliza plural e tempo passado corretamente;
13 Não brinca ou participa de uma série de atividades e jogos;
14 Não consegue desenhar;
Não realiza nenhuma atividade da vida diária ou da rotina (ex.: lavar
15
as mãos, escovar os dentes, se despir sem ajuda).
Analise o comportamento da criança e assinale um ( X ) quando concordar com a
assertiva.

SINAIS DE ALERTA NO FINAL DOS 6 ANOS X


1 Perdeu habilidades que já tinha adquirido;
2 Não aprende habilidades novas;
3 Não responde às pessoas, ou responde superficialmente;
Apresenta fala cheia de erros na pronúncia ou na gramática, sem
4 conjugar os verbos de maneira adequada; não faz uso de plural, nem
de conectivos ou fala de forma incompreensível;
5 Pouco vocabulário na hora da fala;
Fala sem mudança de entonação e com ausência de expressões
6
faciais para demonstrar emoções na fala;
Não demonstra e/ou não controla suas emoções. Demonstra
7 comportamentos extremos (ex.: timidez ou tristeza, medo,
agressividade);
8 Sem iniciativa comunicativa;
Distrai-se com facilidade; tem dificuldade em se focar, por mais de 10
9
minutos na atividade;
10 Não diz sobre as experiências ou atividades diárias;
11 Não consegue separar o real do imaginário;
12 Não brinca ou participa de uma série de atividades e jogos;
13 Não consegue desenhar;
Não tem independência em realizar atividades da vida diária ou da
14
rotina.
ANEXO 1 – M-CHAT (LOSAPIO & PONDÉ, 2008)
ANEXO 2 – CARS (APIN, 2008)
ANEXO 3 – ATA (ASSUMPÇÃO JR., 1999)

Você também pode gostar