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Curso de Contabilidade

Nível: Cv3

Módulo: DDSEOP/LCI

Tema: Princípios Contabilísticos e Características da Demonstrações Financeiras

Nampula, Março de 2024


Formanda:

Neima Fernando Joaquim

Tema:
Princípios Contabilísticos

Características da Demonstrações Financeiras

Trabalho de Carácter Avaliativo do


Curso Gestão Aduaneira-Cv3, do
módulo: DDSEOPD/LCI, leccionado
pelo formador:
dr. Emir M. Ossufo

Nampula, Março de 2024


Índice

1.Introdução............................................................................................................................. 4
2. Contextualização.................................................................................................................. 5
Conceito de contabilidade........................................................................................................ 5
2.1. Princípios de contabilidade................................................................................................5
2.1.1. Princípio da entidade......................................................................................................5
2.2. Princípio da continuidade..................................................................................................6
2.2.3. Princípio da oportunidade...............................................................................................6
2.3.Princípio de registro pelo valor original.............................................................................7
2.3.4. Princípio da Competência...............................................................................................8
2.4. Princípio da Prudência.......................................................................................................8
3.1. Caraterísticas qualitativas das demonstrações financeiras.................................................9
3.1.2. Caraterísticas financeiras de reforço...............................................................................9
3. Conclusão...........................................................................................................................11
4. Bibliografia........................................................................................................................ 12
1.Introdução

Este trabalho de pesquisa tem como tema princípios da contabilidade. Princípios da


contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciências da
contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científicos e
profissional do nosso país. Concernem pois a contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objetivo é o patrimônio das entidades.

Nesta pesquisa objetivamos analisar como as organizações adoptam os princípios


contabilísticos para o alcance dos seus objetivos, como fazem a análise qualitativa das
demonstrações financeiras. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar os princípios
contabilísticos das organizações e como objetivos específicos estudar como as organizações
fazem a demonstrações financeiras de cada período e apuramento de resultados.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: Introdução, desenvolvimento, conclusão e


referências bibliográficas.

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2. Contextualização

Conceito de contabilidade

A contabilidade surgiu, basicamente, da necessidade de organizar os dados patrimoniais,


econômicos e financeiros de uma determinada unidade econômica e administrativa, que pode
ser uma empresa, o governo ou uma pessoa física enfim uma entidade.

Dentro desse enfoque, vários são os conceitos de contabilidade. A contabilidade teórica


estabelece regras e princípios a serem observados pelos contabilistas, com o objetivo de
padronizar procedimentos. A contabilidade possui objeto próprio que é patrimônio das
entidades que consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as
condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante às
demais ciências sócias.

Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio da entidades, mediante o


registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o objetivo
de oferecer informação sobre sua composição e variação, bem como sobre os resultados
econômicos decorrente de gestão da riqueza patrimonial.

2.1. Princípios de contabilidade

O empresário e a sociedade são obrigados a seguir um sistema de contabilidade mecanizado


ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado
econômico.

Os princípios de contabilidade são de observância obrigatória pelos contabilistas no exercício


da profissão e constituem condição de legitimidade das normas de contabilidade. Em que
pese o registro dos fatos contábeis ser um ato formal e embasado em documentação idônea, o
contabilista deve observar na aplicação dos princípios de contabilidade, em situações
concretas, que a essência das transações há de prevalecer sobre os aspectos formais, nesse
caso os princípios da contabilidade são seis (6) nomeadamente: princípio da entidade, da
continuidade, da oportunidade, da competência, da prudência e do registro pelo valor
original.

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2.1.1. Princípio da entidade

O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a


autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com
ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Percebe-se que por este princípio se estabeleceu que o objeto da contabilidade é o patrimônio,
e este deve ser segregado do patrimônio dos sócios ou acionistas ou dos gestores das
entidades. Isso na prática significa que o patrimônio pessoal do dono da empresa não pode ser
confundido com o patrimônio da empresa. O sócio possui, no seu patrimônio, participação
(em cotas ou ações) na empresa. Porém, o dinheiro da empresa é do patrimônio dela, e não do
sócio. No momento em que for determinada a distribuição de resultados (lucros) da empresa,
os valores são transferidos do patrimônio da empresa para o patrimônio pessoal dos sócios.

2.2. Princípio da continuidade

O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e,


por tanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta
esta circunstância.

No registro dos fatos contábeis e na preparação das demonstrações contábeis o contabilista


deve pressupor que a entidade terá continuidade no futuro, ou seja, as entidades são criadas
para seguirem funcionando por longos períodos. Os objetivos da entidade devem ser
alcançados continuamente.

2.2.3. Princípio da oportunidade

Os componentes patrimoniais devem ser mensurados e apresentados de forma tempestiva e


íntegros. Esses são, em síntese, os pilares do princípio da oportunidade. O Princípio da
Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de
integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode
ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a
oportunidade e a confiabilidade da informação.

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2.3.Princípio de registro pelo valor original

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio


devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em
moeda nacional.

1-As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas,
ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico: os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa
ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los
na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram
recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das
operações;

II – Variação do custo histórico: uma vez integrado ao patrimônio, os componentes


patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de


caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou
no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em
caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a
obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável: os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,
os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos
para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente: os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de
entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações
da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de

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saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal
das operações da Entidade;

d) Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária: os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional


devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal
dos valores dos componentes patrimoniais.

Os pilares deste princípio são o registro original pelo custo efetivo e o reconhecimento nos
períodos futuros ou nas avaliações subsequentes, das variações do custo histórico
considerando o custo corrente, do valor realizável, do valor presente, do valor justo e da
variação monetária.

2- São resultantes da adoção da actualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do
Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado
período.

2.3.4. Princípio da Competência

O princípio da competência também sofreu profundas alterações e está escrito de forma mais
genérica. Entretanto, a essência foi mantida, ou seja, segundo ele, as transações devem ser
registradas no período em que ocorrerem, não importando se houve recebimento ou
pagamento e, no caso de receitas e despesas, pressupõe a simultaneidade da confrontação. O
Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou
pagamento.

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2.4. Princípio da Prudência

A escolha do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os componentes do


passivo é a máxima do princípio da prudência. Isto é assim porque o patrimônio deve ser
apresentado com todas as cautelas possíveis, considerando todos os riscos de não realização e
maximizando as possibilidades de pagamentos. O objetivo do princípio é salvaguardar os
interesses dos participantes minoritários ou terceiros. O Princípio da prudência determina a
adoção do menor valor para os componentes do ativos e do maior para os do passivos,
sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

3.1. Caraterísticas qualitativas das demonstrações financeiras

Características qualitativas das informações financeiras são os atributos que tornam a


informação útil para os seus utilizadores. Estas características são distinguidas entre:
características qualitativas fundamentais ou principais e características qualitativas
secundárias ou de reforço, dependendo da forma como afetam a utilidade da informação.
Neste sentido, se pretende que a informação financeira seja útil, então esta deve ser relevante
e representar com fiabilidade aquilo que pretende representar.
Assim, as características qualitativas principais são as que imprimem qualidade e utilidade à
informação financeira, nomeadamente a Relevância e a Representação Fidedigna.
Contudo, há que ter presente que a utilidade da informação financeira é aumentada se ela for
comparável, verificável, tempestiva e compreensível.
Deste modo, as características qualitativas de reforço são assim a Comparabilidade, a
Verificabilidade, a Tempestividade e a Compreensibilidade.
Relativamente à Relevância esta está presente quando a informação divulgada é capaz de
fazer a diferença na tomada de decisões, ou seja, quando a informação é relevante para a
tomada de decisão. Deste modo, a informação é relevante se tiver valor preditivo, valor
confirmatório, ou ambos.
A informação financeira tem valor preditivo se puder ser utilizada o financeira tem valor
preditivo se puder ser utilizada pelos utilizadores como um input para prever resultados
futuros e tem valor confirmativo se proporcionar retorno (confirmações ou alterações) acerca
de avaliações anteriores. Neste Sentido há que ter presente que a função preditiva e a função
confirmativa da informação financeira estão inter-relacionadas, pois muitas vezes a
informação que tem valor preditivo também tem valor confirmativo.

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3.1.2. Caraterísticas financeiras de reforço

 Comparabilidade - Para que a informação divulgada por uma entidade seja mais útil,
esta deve puder ser comparada com informação similar de outras entidades e com
informação similar da mesma entidade, para outro período ou data, ou seja, deve ser
comparável no espaço e no tempo.
 Verificabilidade - Esta característica a garantir aos utilizadores que a informação
 Representa fielmente os fenómenos económicos que pretende representar. Significa
que com base na informação disponível diferentes observadores experientes e
independentes podem chegar a um consenso, embora não necessariamente a completo
acordo. Está implícito que deste modo a informação representa os fenómenos
económicos que pretende representar sem erros ou viés e que os métodos de
reconhecimento e mensuração foram adequadamente aplicados.
 Tempestividade - A informação é tempestiva e oportuna, quando fica disponível para
os decisores a tempo de ser capaz de influenciar as suas decisões. De um modo geral,
quanto mais antiga é a informação menos útil ela se torna.
 Compreensibilidade - A informação financeira divulgada pelas empresas é preparada
para utilizadores que têm um conhecimento razoável dos negócios e atividades
económicas e que revêm e analisam a informação de forma diligente. Deste modo a
informação divulgada deve ser classificada, caracterizando e apresentando a
informação clara e concisamente de modo a ser facilmente entendida por todos os
intervenientes.

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3. Conclusão

Durante a elaboração do trabalho conclui que os princípios da contabilidade são fundamentais


e obrigatórias para as organizações, ou seja, são normas gerais delimitadoras da aplicação da
Ciência Contábil. Se não existissem, cada entidade poderia adotar forma própria de registrar os fatos
contábeis, tornando impossível a correta mensuração da riqueza patrimonial, necessária à defesa dos
interesses da coletividade, dos particulares e dos próprios sócios e acionistas. É com eles que a
contabilidade é regrada.

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4. Bibliografia

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Contabilidade Avançada. São Paulo: Marcelo Cavalcanti.


Atlas, 1997

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Eduardo. Contabilidade Básica. São Paulo: Frase, 1996

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