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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

1 Conceitos, objetivos e finalidades da contabilidade. ............................................................................................................................ 01


2 Patrimônio: componentes, equação fundamental do patrimônio, situação líquida, representação gráfica. .................. 04
3 Atos e fatos administrativos: conceitos, fatos permutativos, modificativos e mistos. ............................................................. 10
4 Contas: conceitos, contas de débitos, contas de créditos e saldos. ................................................................................................ 11
5 Plano de contas: conceitos, elenco de contas, função e funcionamento das contas. . ............................................................ 13
6 Escrituração: conceitos, lançamentos contábeis, elementos essenciais, fórmulas de lançamentos, livros de escrituração,
métodos e processos, regime de competência e regime de caixa. .................................................................................................... 13
7 Contabilização de operações contábeis diversas: juros, descontos, tributos, aluguéis, variação monetária/ cambial,
folha de pagamento, compras, vendas e provisões, depreciações e baixa de bens. ................................................................... 20
8 Balancete de verificação: conceitos, modelos e técnicas de elaboração. ..................................................................................... 29
9 Balanço patrimonial: conceitos, objetivo, composição. ....................................................................................................................... 30
10 Demonstração de resultado de exercício: conceito, objetivo, composição. . ............................................................................ 32
11 Lei nº 6.404/1976: alterações posteriores, legislação complementar e pronunciamentos do Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis (CPC). ..................................................................................................................................................................................... 35
12 Princípios fundamentais de contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC - por meio da
Resolução do CFC nº 750/1993, atualizada pela Resolução CFC nº 1.282/2010)........................................................................... 90
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Mais recentemente, com o desenvolvimento do


1 CONCEITOS, OBJETIVOS E FINALIDADES mercado acionário e a fortalecimento da sociedade
DA CONTABILIDADE. anônima como forma de sociedade comercial, a con-
tabilidade passou a ser considerada também como um
importante instrumento para a sociedade. Diz-se que
o usuário das informações contábeis já não era mais
A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e re- somente o proprietário; outros usuários hoje também
gistra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma enti- tem interesse em saber sobre uma empresa: sindicatos,
dade. Ela alcança sua finalidade através do registro e análise governo, fisco, investidores, credores, etc..
de todos os fatos relacionados com a formação, a movimen-
tação e as variações do patrimônio administrativo, vinculado Áreas de Atuação
à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer As principais áreas de atuação são as seguintes:
a seus administradores as informações necessárias à ação
administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do Contabilidade Fiscal - Participa do processo de
patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as infor- elaboração de informações para o fisco, sendo respon-
mações sobre o estado patrimonial e o resultado das ativida- sável pelo planejamento tributário da empresa. Esta
des desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins. área de atuação possui uma remuneração bastante
Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para atrativa para os profissionais de primeiro nível.
que seus objetivos sejam atingidos: a escrituração é uma
forma própria desta ciência de registrar as ocorrências pa- Contabilidade Pública – Atua no controle e ges-
trimoniais; as demonstrações contábeis são demonstra- tão das finanças das empresas públicas, sendo que este
ções expositivas para reunir os fatos de maneira a obter é um campo que possui bastante mercado de trabalho
maiores informações, e a análise de balanços é uma técnica em Brasília.
que permite decompor, comparar e interpretar o conteú-
do das demonstrações contábeis, fornecendo informações Contabilidade de Custos - Talvez hoje a área mais
analíticas, cuja utilidade vai além do administrador. valorizada no Brasil e no Mundo. Tornou-se muito im-
Existe ainda uma dificuldade em classificar a contabili- portante com a redução da taxa de inflação e a abertura
dade. Apesar de no geral ser considerada uma ciência so- econômica aos produtos estrangeiros. Fornece impor-
cial, assim como economia e administração, algumas vezes tantes informações na formação de preço da empresa.
ela é chamada técnica ou arte.
No entanto, independente de sua classificação, é esta téc- Contabilidade Gerencial - Voltada para a melhor
nica, arte ou ciência que adquire cada vez maior importância, utilização dos recursos econômicos da empresa, atra-
dado o crescimento das corporações, entidades e empresas, vés de um adequado controle dos insumos efetuado
que exige grande eficácia dos profissionais da contabilidade, por um sistema de informação gerencial. O controler é
para que sejam capazes de trabalhar a infinita gama de informa- um dos profissionais com melhores remunerações no
ções que são necessárias ao estudo e controle do patrimônio. mercado.
A contabilidade é uma das ciências mais antigas do
mundo. Existem diversos registros que as civilizações anti- Contabilidade Comercial – Contabilidade especí-
gas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. fica voltada para as empresas com atividades comer-
Em termos de registro histórico é importante destacar ciais.
a obra Summa de Arithmetica, Geométrica, Proportioni et
Proportionalita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza Contabilidade Industrial – Contabilidade voltada
em 1494 (pouco depois da invenção da imprensa e um dos para as empresas com atividades industriais.
primeiros impressos no mundo).
Esta obra descreve, num dos seus capítulos, um méto- Contabilidade Rural - Voltada especialmente para
do empregado por mercadores de Veneza no controle de as empresas rurais, que exercem atividade agrícola,
suas operações, posteriormente denominado método das zootécnica ou agroindustrial.
partidas dobradas ou método de Veneza.
Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli, a contabilida- Auditoria - Através de empresas de auditoria ou
de expandiu sua utilização para instituições como a Igreja através de setores internos da organização controla a
e o Estado e foi um importante instrumento no desenvol- confiabilidade das informações e a legalidade dos atos
vimento do capitalismo, conforme opinião de importantes praticados pelos administradores. Com os recentes es-
estudiosos como o sociólogo Max Weber. cândalos do Banco Nacional e Econômico, tem esta-
No entanto as técnicas e as informações ficavam restri- do sob suspeita por parte da sociedade. No entanto,
tas ao dono do empreendimento, pois os livros contábeis o profissional tem uma remuneração bastante atrativa.
eram considerados sigilosos. Isto limitou consideravelmen-
te o desenvolvimento da ciência uma vez que não existia Perícia Contábil - Atuando na elaboração de lau-
troca de ideias entre os profissionais. dos em processos judiciais ou extrajudiciais. Área de
atuação exclusiva do contador.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Contabilidade Financeira - responsável pela elabo- Usuários Internos


ração e consolidação das demonstrações contábeis para Os usuários internos das informações produzidas
fins externos. pela contabilidade, para fins de administração da em-
presa de modo geral temos:
Análise Econômico - financeira - Denominação mo-
derna para a análise de balanços. Atua na elaboração de  O titular da firma individual, os sócios e os
análises sobre a situação patrimonial de uma organização acionistas da sociedade.
a partir de seus relatórios contábeis.  Os diretores, os gerentes e os administra-
dores de todos o níveis
Avaliação de Projetos - Elaboração e análise de pro-
jetos de viabilidade de longo prazo, com a estimativa do Usuários Externos
fluxo de caixa e o cálculo de sua atratividade para a em- Os usuários externos concentram suas atenções, de
presa. forma geral, em aspectos mais genéricos expressos nas
demonstrações contábeis.
ÁREAS EMERGENTES Como usuários externos das informações produzidas
pela contabilidade temos:
Além das áreas citadas anteriormente é importan-
te destacar algumas áreas emergentes onde existe uma  Bancos e fornecedores
grande perspectiva de crescimento profissional. Estas  Governo ( fiscalização )
áreas poderão vir a ser um grande campo de trabalho  Auditores Externos
para o contador do ano 2000:  Investidores do mercado de capital ( no
caso de sociedades anônimas de capital aberto )
Contabilidade Ambiental - responsável por informa-
ções sobre o impacto ambiental da empresa no meio-am- OBJETO
biente.
O objeto da Contabilidade é o Patrimônio das en-
Contabilidade Social - dimensionando o impacto tidades econômico-administrativas sob dois aspectos, o
social da empresa, com sua agregação de riqueza e seus estático e o dinâmico. 
custos sociais, produtividade, distribuição da riqueza etc. Estático  - O Patrimônio da empresa é apresenta-
do em sua composição, em determinado momento. É
Local de Trabalho: O contador pode ser requisitado uma “fotografia” do patrimônio;
para trabalhar no governo ou em organizações privadas. Dinâmico - Estudo das mudanças ocorridas na com-
Além disto, existe um mercado para o profissional autô- posição patrimonial, através da Contabilidade no decor-
nomo que gostaria de exercer funções de consultoria ou rer do  período. 
de prestação de serviços. Partindo do pressuposto que o patrimônio empresa-
rial não é estático, alterando-se a cada operação, e sa-
Regulamentação da Profissão. bendo que o volume de transações requer um controle
O Conselho Federal de Contabilidade - CFC e os Con- próprio, exige-se da Contabilidade este trabalho, que
selhos Regionais normatizam e fiscalizam a profissão. deverá ser feito de forma coordenada e que a informa-
Alguns órgãos do governo também produzem normas e ção produzida por este departamento tenha os seguintes
instruções na área contábil. A profissão é reconhecida em atributos: 
lei. Confiável: Os trabalhos elaborados pela contabilida-
de devem inspirar confiança, a tal ponto que o usuário da
Quem utiliza a contabilidade informação tenha segurança nas informações fornecidas; 
Tempestiva: Pode-se elaborar um belo trabalho
Os usuários da contabilidade podem ser: contábil, mas, se o mesmo não for apresentado em tem-
po hábil para ser usufruído, perde o sentido da informa-
 Internos (pessoas que fazem parte da em- ção, principalmente em países de economia instável; 
presa); ou Elucidativa: Cada usuário da informação tem um
 Externos (pessoas que NÃO fazem parte da grau de conhecimento; identificá-lo é primordial para
empresa) que os trabalhos sejam elucidativos. 
Fonte de tomada de decisão: Nenhuma decisão que
Os usuários podem ter interesses diversificados, ra- envolva negócios é tomada a esmo, pois está em jogo o
zão pela qual as informações contábeis devem ser amplas patrimônio que não se constitui de maneira tranquila; as-
e confiáveis. sim, quem controla o Patrimônio tem obrigação de gerar
No mínimo, as informações devem ser suficientes o alicerce para a decisão. Não tendo isto, a Administração
para a avaliação da situação patrimonial da empresa e das se utilizará outros meios, como as informações passadas
mutações sofridas pelo seu patrimônio. pelo departamento comercial e financeiro.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líqui-
das Entidades – e consiste em conhecimentos obtidos por do, mediante a equação considerada como básica na con-
metodologia racional, com as condições de generalidade, tabilidade:
certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante
às demais ciências sociais. (Bens+Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido 
A Resolução alicerça-se na premissa de que a Conta-
bilidade é uma ciência social com plena fundamentação Quando o resultado da equação é negativo, conven-
epistemológica. Por consequência, todas as demais classifi- ciona-se denominá-lo de “Passivo a Descoberto”.
cações – método, conjunto de procedimentos, técnica, sis- O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade
tema, arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a para com seus sócios ou acionistas, pois estes não empres-
simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente tam recursos para que possa ter vida própria, mas, sim, os
concernentes à sua aplicação prática, na solução de ques- entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Enti-
tões concretas. dade.
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciên- O conhecimento que a Contabilidade tem do seu ob-
cia, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais jeto está em constante desenvolvimento como, aliás, ocor-
fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto re nas demais ciências em relação aos respectivos obje-
é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como tos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural o fato da
um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com ter- existência de possíveis componentes do patrimônio cuja
ceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de apreensão ou avaliação se apresenta difícil ou inviável em
pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma determinado momento.
sociedade ou instituição de qualquer natureza, independen-
temente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. OBJETIVO
O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em
relação aos demais patrimônios existentes, o que significa Objetivo principal da contabilidade > permitir que
que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos os usuários avaliem a situação financeira e econômica da
limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspec- entidade e possam inferir sobre as tendências futuras da
to, da racionalidade econômica e administrativa. mesma.
O Patrimônio também é objeto de outras ciências so- Os objetivos da contabilidade devem contribuir para o
ciais – por exemplo, da Economia, da Administração e do processo decisório dos usuários, não se justificando por si
Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos mesma. Antes, deve ser um instrumento útil à tomada de
daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos decisões.
quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primor- Para tal, devem ser observados dois pontos:
dialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e
entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, tendo em 1. As empresas devem evidenciar ou divulgar todas
mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis va- aquelas informações que contribuem para a adequada ava-
riações. As mutações tanto podem decorrer de ação do ho- liação de sua situação patrimonial e de resultados, permi-
mem, quanto, embora quase sempre secundariamente, dos tindo inferências em relação ao futuro. As informações que
efeitos da natureza sobre o Patrimônio. não estiverem explícitas nas demonstrações, devem constar
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a em Notas Explicativas ou Quadros Complementares.
natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro,
valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máqui- 2. A contabilidade tem íntimo relacionamento do com
nas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. os aspectos jurídicos os quais, muitas vezes não conse-
A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o guem retratar a essência econômica. Visando bem infor-
grau de particularização que permita a perfeita compreen- mar, a contabilidade deve seguir a essência ao invés da
são do componente patrimonial. Assim, quando falamos forma.
em “máquinas” ainda estamos a empregar um substantivo
coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade em     Exemplo:
determinadas análises.     Uma empresa faz a venda de um ativo, assumindo o
Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimô- compromisso de efetuar sua recompra por um certo valor
nio particular, não se limitará às “máquinas” como catego- em determinada data. Obedecendo a essência ao invés da
ria, mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua forma, deve-se registrar na contabilidade uma operação de
condição do componente patrimonial, de forma que não financiamento (essência) e não de compra de venda (forma).
possa ser confundida com qualquer outra máquina, mes-     A não utilização da informação contábil ou utilização
mo de tipo idêntico. restrita pode ser resultado de:
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos com- a) deficiências na estrutura do modelo informativo;
ponentes patrimoniais em valores, o que demanda que a b) limitações do próprio usuário;
Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, c) baixa credibilidade por parte dos usuários;
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente d) linguagem inadequada nas demonstrações contá-
variados. beis.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Antigamente a contabilidade tinha por objetivo infor- correntes seria ver como estão as vendas, pagamentos a
mar ao dono qual foi o lucro obtido numa empreitada co- fornecedores da empresa analisada,  com isso podendo
mercial. No capitalismo moderno isto somente não é mais adotar padrões diferentes. 
suficiente. Os sindicatos precisam saber qual a capacidade Pode-se afirmar, então, que as principais finalidades da
de pagamento de salários, o governo demanda a agrega- utilização das informações contábeis são: como controle e
ção de riqueza à economia e a capacidade de pagamento como planejamento.
de impostos, os ambientalistas exigem conhecer a contri-
buição para o meio ambiente, os credores querem calcular FUNÇÕES DA CONTABILIDADE
o nível de endividamento e a probabilidade de pagamento  
das dívidas, os gerentes da empresa precisam de informa- FUNÇÃO ADMINISTRATIVA:  Controlar o patrimônio
ções para ajudar no processo decisório e reduzir as incer- da entidade, tanto sob o aspecto estático quanto ao dinâ-
tezas, e assim por diante. mico. 
Diante deste quadro pode-se afirmar que o grande ob- FUNÇÃO ECONÔMICA:  Apurar o resultado (rédito),
jetivo da contabilidade é planejar e colocar em prática um isto é, apurar o lucro ou o prejuízo da entidade 
sistema de informação para uma organização, com ou sem FUNÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE: For-
fins lucrativos. necer informações úteis para TOMADA DE DECISÃO ECO-
FINALIDADE NÔMICA. 

Quanto as finalidades é social, uma vez que por suas CAMPO DE APLICAÇÃO/ USUÁRIOS/ ORIGEM DOS
avaliações do progresso das entidades, permite conhe- CAPITAIS
cer-se a posição de rentabilidade e financeira, e de forma
indireta auxilia os acionistas, tomadores de decisões, inves-  Abrange todas as entidades econômico-administrati-
tidores a aumentar a riqueza da entidade. vas, e até as pessoas de direito público, como a: União,
As empresas realizam operações econômico-financei- Estados, Municípios, Autarquias etc.
ras,  com a finalidade de ampliar seu patrimônio. São os   Entidades econômico–administrativas são organiza-
dados decorrentes destas operações que vão para a conta- ções que reúnem: pessoas, patrimônio, titular, ação admi-
bilidade, que se faz presente através  dos demonstrativos nistrativa e fim determinado.
contábeis. Estes, por sua vez, servem para dar subsídios aos   As entidades econômico-administrativas, de acordo
diversos setores da empresa para tomada de decisões.  com o fim a que se destina, podem ser classificadas como:
Quando falamos em operações econômico-financeiras, INSTITUIÇÕES (sociedades civis) E EMPRESAS (sociedades
o econômico é medido através da D.R.E (Demonstração comerciais).
do Resultado do Exercício). Isso é, mede a lucratividade  As empresas de acordo com a origem do seu capital
(qual a margem da empresa), mede a produtividade (efi- podem ser: públicas, particulares e mistas.
ciência da empresa), e a rentabilidade. O financeiro através Públicas: Constituídas com o capital do governo ex:
do Balanço Patrimonial (B.P.) fornece informações como, por CEF, Correios.
exemplo, se a empresa tem valores disponíveis para honrar Privadas: constituídas com capital de particulares ex:
seus compromissos. A análise dos índices, com dados das padaria do seu Zé, bar da esquina, indústria tal e qual...
demonstrações Contábeis, que se têm estas certezas. Por- Mistas: constituída parte com capital privado e parte
tanto, estas evidencias são obtidas pela analise dos relató- com capital do governo ex: Banco do Brasil, Petrobrás, Ban-
rios contábeis (Demonstrações Contábeis), pelos índices de co do Estado do Rio de Janeiro.
liquidez, rentabilidade, endividamento, como liquidez cor-
rente, liquidez seca etc, análise capital de giro, etc. 
Estes demonstrativos contábeis (D.R.E e B.P.) faci-
litam que diversos interessados pela situação financeira 2 PATRIMÔNIO: COMPONENTES, EQUAÇÃO
e econômica da empresa tenham estas informações. São FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO, SITUAÇÃO
eles: LÍQUIDA, REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.
Investidores: investem mais, menos ou se deixam de
empregar seu capital nesta empresa,
Administradores: orientam-se através destes relató-
rios no que se refere às decisões mais favoráveis à empresa,
Os fornecedores: através destes relatórios, julgam se
PATRIMÔNIO
a empresa tem condições de quitar suas obrigações para
A escola Patrimonialista, mais aceita atualmente, define
com eles, se abrem mais crédito ou se restringem  para
a Contabilidade como sendo a ciência que estuda o patri-
este cliente; 
mônio, em seus aspectos dinâmico e estático.
Governo: verifica se o valor dos impostos pagos por
Se a contabilidade analisa e controla o patrimônio das
essa empresa esta de acordo com o informado; 
empresas, vamos começar nosso estudo pelo patrimônio.
Stakeholders: Acionistas, Comunidade, Concorrentes.
Estes poderão tomar certas decisões com base nas infor-
PATRIMONIO = BENS + DIREITOS E OBRIGAÇÕES
mações contábeis da sua empresa. O interesse dos con-

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Bens: são valores  que pertencem à organização e 1. Informações Complementares


que estão em seu poder . Estes bens são se dividem em: a) Note que os direitos e as obrigações são fáceis de se
  BENS NUMERÁRIOS  – Caixa, Banco c/ Movimento, conhecer, pois, na contabilidade, normalmente represen-
Aplicações de Liquidez Imediata, Numerário em Trânsito tam um elemento seguido pelas expressões “a Receber”
(Cheques em ordens de pagamento, dinheiro remetido ou “a Pagar”.
para filiais) Entretanto, há exceções a essa regra: clientes e forne-
 BENS DE VENDA: Mercadorias, Matérias-Prima, Pro- cedores representam direitos e obrigações respectivamen-
dutos em Fabricação, Produtos Acabados. te, e não aparece a expressão “a receber” e “a pagar”. As
 BENS FIXOS OU DE USO: Imóveis, Terrenos, Móveis e vendas a prazo efetuadas para os clientes geram, para a
utensílios, Veículos, Máquinas e Equipamentos, Compu- empresa direitos; e as compras a prazo efetuadas dos for-
tadores e Terminais, Instalações. necedores, geram para a empresa, obrigações. Não é ne-
 BENS DE USO IMATERIAS OU INTANGÍVEIS:    Marcas cessário contudo, escrever “clientes a receber ou fornece-
e Patentes, Fundo de Comércio Luvas, Concessões obti- dores a pagar”.
das. Não possuem corpo, não tem matéria. São gastos b) É bom saber que os compromissos que a empresa
efetuados pela empresa, que por sua natureza, integram tem para com entidades governamentais poderão ser con-
o patrimônio. Ex: benfeitorias em imóveis de terceiros, tabilizados com intitulações que contenham a expressão
caso seja feito alguma reforma ou benfeitoria em imóvel “a recolher” ou “a pagar”. Os impostos e as contribuições,
de terceiros, esta benfeitoria será contabilizada no patri- quando descontados de terceiros (Imposto de Renda e
mônio como bem imaterial, sendo lançada com o títu- Contribuição da Previdência retidos dos salários dos fun-
lo benfeitoria em imóveis de terceiros. cionários), devem ser contabilizados com intitulação de
 Outro exemplo é o fundo de comércio, isto é, a di- “Impostos e contribuições a Recolher”. Quando represen-
ferença apurada na compra de dado comércio ex: certo tam encargos da empresa, devem ser contabilizados com
comerciante quer vender o seu comércio. Ele avalia seus intitulação de “Impostos e Contribuições a Pagar”.
bens, direitos e obrigações em R$ 20 e coloca-o a venda
por R$ 30. A diferença R$ 10(valor que achou valer sua ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PA-
clientela, fama da loja, tempo de atuação naquele local) TRIMÔNIO
será registrada como bem imaterial com o título Fundo
de Comércio  e finalmente, a Patente onde a importân- Para melhor avaliação do patrimônio, deve-se observar
cia gasta para se registrar algum produto inventado pela o aspecto qualitativo e quantitativo deste. O aspecto qua-
empresa somada as despesas referentes a pesquisas se- litativo consiste em qualificar os bens como segue:
rão registradas na contabilidade como bem imaterial. Bens: dinheiro, veículos, máquinas.
  BENS DE RENDA:    Adquiridos com finalidade de Direitos: duplicatas a receber, promissórias a receber.
produzir renda. Participações Societárias de caráter per- Obrigações: duplicatas a pagar, impostos a pagar.
manente ou temporário, I      móveis de Aluguel, CDB,  
Ouro... O aspecto quantitativo consiste em conhecer os valo-
 DIREITOS: valores que pertencem a organização po- res do patrimônio de minha empresa. Ex:
rém estão nas mãos de terceiros ex:  dinheiro depositado Bens
em bancos, valores a receber referentes venda a prazo Dinheiro = R$5.000
(geralmente aparecem com a expressão  a receber.) Ex: Veículos = R$ 5.000
Dupl. A Receber, Cheques a Receber, Bancos (pois Máquinas = R$ 5.000 
estão em mãos de terceiros, Caderneta de Poupança
(idem). Direitos
 OBRIGAÇÕES: Valores materiais que estão em poder Duplicatas a receber = R$5,000
da organização, porém, pertencentes a terceiros. Ex: em- Promissórias a receber = R$ 5,000 
préstimos contraídos, valores a pagar por compras efe-
tuadas a prazo. Geralmente as obrigações aparecem com Obrigações
a expressão a pagar. Duplicatas a pagar = R$ 5,000
Impostos a pagar = R$ 5,000 
Conceitos de: receita, custo e despesa Com isso, tem-se uma ideia de quanto e o que a em-
Receita: é a renda que a empresa obtém pelas ven- presa tem de bens, direitos e obrigações.
das de mercadorias e produtos, pela prestação de servi-
ços etc. ( quer receba os valores à vista, quer não )   Avaliação patrimonial: a atribuição de valor monetário
Custo: é o gasto relativo à aquisição ou produção de a itens do ativo e do passivo decorrentes de julgamento
um bem de venda ou de uso. fundamentado em consenso entre as partes e que tradu-
Despesa: é o gasto com as demais “utilidades“, ou za, com razoabilidade, a evidenciação dos atos e dos fatos
seja, os gastos com as vendas (comissões pagas a vende- administrativos.
dores), com a administração da empresa ( aluguel, água, Influência significativa: o poder de uma entidade do
luz, telefone ), com os juros de empréstimos bancários ( setor público participar nas decisões de políticas finan-
despesas financeiras ), etc. ceiras e operacionais de outra entidade que dela receba

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

recursos financeiros a qualquer título ou que represente CRÉDITOS E DÍVIDAS


participação acionária, desde que não signifique um con- Os direitos, os títulos de créditos e as obrigações são
trole compartilhado sobre essas políticas. mensurados ou avaliados pelo valor original, feita a con-
Mensuração: a constatação de valor monetário para versão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio
itens do ativo e do passivo decorrente da aplicação de vigente na data do Balanço Patrimonial.
procedimentos técnicos suportados em análises qualita- Os riscos de recebimento de dívidas são reconheci-
tivas e quantitativas. dos em conta de ajuste, a qual será reduzida ou anulada
Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de quando deixarem de existir os motivos que a originaram.
consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse Os direitos, os títulos de crédito e as obrigações pre-
for superior ao valor líquido contábil. fixados são ajustados a valor presente.
Redução ao valor recuperável (impairment): o ajuste Os direitos, os títulos de crédito e as obrigações pós-
ao valor de mercado ou de consenso entre as partes para -fixadas são ajustados considerando-se todos os encar-
bens do ativo, quando esse for inferior ao valor líquido gos incorridos até a data de encerramento do balanço.
contábil. As provisões são constituídas com base em estimati-
Valor da reavaliação ou valor da redução do ativo a vas pelos prováveis valores de realização para os ativos
valor recuperável: a diferença entre o valor líquido con- e de reconhecimento para os passivos.
tábil do bem e o valor de mercado ou de consenso, com As atualizações e os ajustes apurados são contabili-
base em laudo técnico. zados em contas de resultado.
Valor de aquisição: a soma do preço de compra de um
bem com os gastos suportados direta ou indiretamente ESTOQUES
para colocá-lo em condição de uso. Os estoques são mensurados ou avaliados com base
Valor de mercado ou valor justo (fair value): o valor no valor de aquisição ou no valor de produção ou de
pelo qual um ativo pode ser intercambiado ou um passivo construção.
pode ser liquidado entre partes interessadas que atuam Os gastos de distribuição, de administração geral e
em condições independentes e isentas ou conhecedoras
financeiros são considerados como despesas do período
do mercado.
em que ocorrerem.
Valor bruto contábil: o valor do bem registrado na
Se o valor de aquisição, de produção ou de constru-
contabilidade, em uma determinada data, sem a dedução
ção for superior ao valor de mercado, deve ser adotado
da correspondente depreciação, amortização ou exaustão
o valor de mercado,
acumulada.
O método para mensuração e avaliação das saídas
Valor líquido contábil: o valor do bem registrado na
dos estoques é o custo médio ponderado.
contabilidade, em determinada data, deduzido da corres-
Quando houver deterioração física parcial, obsoles-
pondente depreciação, amortização ou exaustão acumu-
lada. cência, bem como outros fatores análogos, deve ser uti-
Valor realizável líquido: a quantia que a entidade do lizado o valor de mercado.
setor público espera obter com a alienação ou a utiliza- Os resíduos e os refugos devem ser mensurados, na
ção de itens de inventário quando deduzidos os gastos falta de critério mais adequado, pelo valor realizável lí-
estimados para seu acabamento, alienação ou utilização. quido.
Valor recuperável: o valor de mercado de um ativo Os estoques de animais e de produtos agrícolas e
menos o custo para a sua alienação, ou o valor que a en- extrativos são mensurados ou avaliados pelo valor de
tidade do setor público espera recuperar pelo uso futuro mercado, quando atendidas as seguintes condições:
desse ativo nas suas operações, o que for maior. (a) que a atividade seja primária;
(b) que o custo de produção seja de difícil determi-
AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO nação ou que acarrete gastos excessivos.
A avaliação e a mensuração dos elementos patrimo-
niais nas entidades do setor público obedecem aos crité- INVESTIMENTOS PERMANENTES
rios relacionados nos itens 4 a 35 desta Norma. As participações em empresas e em consórcios pú-
blicos ou público-privados sobre cuja administração se
DISPONIBILIDADES tenha influência significativa devem ser mensuradas ou
As disponibilidades são mensuradas ou avaliadas pelo avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
valor original, feita a conversão, quando em moeda es- As demais participações podem ser mensuradas ou
trangeira, à taxa de câmbio vigente na data do Balanço avaliadas de acordo com o custo de aquisição.
Patrimonial. Os ajustes apurados são contabilizados em contas
As aplicações financeiras de liquidez imediata são de resultado.
mensuradas ou avaliadas pelo valor original, atualizadas
até a data do Balanço Patrimonial. IMOBILIZADO
As atualizações apuradas são contabilizadas em con- O ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais
tas de resultado. ou complementares, é mensurado ou avaliado com base
no valor de aquisição, produção ou construção.

6
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem Em caso de bens imóveis específicos, o valor justo
vida útil econômica limitada, ficam sujeitos a depreciação, pode ser estimado utilizando-se o valor de reposição do
amortização ou exaustão sistemática durante esse período, ativo devidamente depreciado.
sem prejuízo das exceções expressamente consignadas. O valor de reposição de um ativo depreciado pode
Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a ser estabelecido por referência ao preço de compra ou
título gratuito deve ser considerado o valor resultante da construção de um ativo semelhante com similar poten-
avaliação obtida com base em procedimento técnico ou cial de serviço.
valor patrimonial definido nos termos da doação. Os acréscimos ou os decréscimos do valor do ativo
O critério de avaliação dos ativos do imobilizado ob- em decorrência, respectivamente, de reavaliação ou re-
tidos a título gratuito e a eventual impossibilidade de sua dução ao valor recuperável (impairment) devem ser re-
mensuração devem ser evidenciados em notas explicativas. gistrados em contas de resultado.
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de ele-
mento do ativo imobilizado devem ser incorporados ao valor PASSIVO EXIGÍVEL
desse ativo quando houver possibilidade de geração de be- Para mensuração do passivo exigível é necessário
nefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qual- que, anteriormente, ele seja reconhecido, ou seja , é ne-
quer outro gasto que não gere benefícios futuros deve ser cessário que os critérios de reconhecimento de um pas-
reconhecido como despesa do período em que seja incorrido. sivo sejam observados.
No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir
deve ser o valor contábil líquido constante nos registros da RECONHECIMENTO DE PASSIVOS
entidade de origem. Em caso de divergência deste critério O reconhecimento de uma despesa é o elemento
com o fixado no instrumento de autorização da transferên- mais importante para o reconhecimento de um passivo,
cia, o mesmo deve ser evidenciado em notas explicativas. pois é um evento contábil que vai afetar o resultado do
Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem período, em função do registro contábil dessa exigibili-
recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos dade.
em doação, devem ser incluídos no ativo não circulante da
entidade responsável pela sua administração ou controle, Para que um passivo seja apresentado numa de-
estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional. monstração financeira é preciso que seja reconhecido e
A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, mensurado, conforme dispõe as regras usuais do SFAC
sempre que possível, ao valor de aquisição ou ao valor de 5. Segundo as regras citadas uma obrigação deve ser
produção e construção. reconhecida como passivo quando satisfaz quatro crité-
rios gerais:
INTANGÍVEL Corresponde à definição de passivo;
Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos É mensurável;
destinados à manutenção da atividade pública ou exerci- É relevante;
dos com essa finalidade são mensurados ou avaliados com É precisa.
base no valor de aquisição ou de produção.
O critério de mensuração ou avaliação dos ativos intangí- MENSURAÇÃO DE PASSIVOS EXIGÍVEIS
veis obtidos a título gratuito e a eventual impossibilidade de Para mensurar os passivos exigíveis devemos segre-
sua valoração devem ser evidenciados em notas explicativas. gá-los em duas categorias, os passivos exigíveis mone-
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de tários e os não monetários.
elemento do ativo intangível devem ser incorporados ao
valor desse ativo quando houver possibilidade de geração MENSURAÇÃO DE PASSIVOS EXIGÍVEIS MONETÁ-
de benefícios econômicos futuros ou potenciais de servi- RIOS
ços. Qualquer outro gasto deve ser reconhecido como des- São as obrigações que envolvem o pagamento de
pesa do período em que seja incorrido. um valor predeterminado, portanto são exigibilidades
denominadas em valores nominais.
REAVALIAÇÃO E REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL Normalmente a avaliação corrente da obrigação a
As reavaliações devem ser feitas utilizando-se o valor ser paga no futuro é determinada no contrato ou acordo
justo ou o valor de mercado na data de encerramento do que deu origem ao passivo.
Balanço Patrimonial, pelo menos: No caso de passivo a ser liquidado no curto prazo,
(a) anualmente, para as contas ou grupo de contas passivo circulante, o montante apresentado é o valor de
cujos valores de mercado variarem significativamente em face (valor pago no vencimento), sendo que a relevância
relação aos valores anteriormente registrados; do desconto nesse cálculo tende a ser imaterial.
(b) a cada quatro anos, para as demais contas ou gru- Para os passivos a longo prazo, o montante do des-
pos de contas. conto é normalmente significativo, portanto, a avaliação
Na impossibilidade de se estabelecer o valor de mer- corrente deve ser apresentada pelo somatório do valor
cado, o valor do ativo pode ser definido com base em pa- presente de todos os pagamentos futuros a serem feitos
râmetros de referência que considerem características, cir- conforme discriminado no contrato.
cunstâncias e localizações assemelhadas.

7
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

MENSURAÇÃO DE PASSIVOS EXIGÍVEIS NÃO MONE-  Vejam: O total dos bens mais o total dos Direitos me-
TÁRIOS nos o total das obrigações denomina-se  SITUAÇÃO LÍ-
São os passivos exigíveis provenientes da obrigação QUIDA PATRIMONIAL. Logo: 
de fornecer bens ou serviços em quantidade e qualida-
de predeterminadas. Normalmente são classificados no Ativo..........................R$ 150
circulante e decorrem de pagamentos adiantados por (-) Passivo(Obr)........R$    80
serviços, a serem prestados aos clientes. A assinatura de ...............................   R$    70 
jornais, revistas e a compra de ingressos para uma tem- SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL
porada são exemplos de passivos não monetários.
Entretanto, nem todos adiantamentos são de nature- BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUI-
za monetária. As obrigações não monetárias são expres- DA
sas em termos de preços predeterminado ou convencio-
nados referentes a bens ou serviços específicos. Portanto,  O título correto para esta forma de (T), será daqui pra
o valor monetário dos bens e serviços poderia variar, mas frente chamada de BALANÇO PATRIMONIAL.
não sua quantidade ou qualidade.  Ex: PATRIMÔNIO

PROVISÃO PARA RISCOS FISCAIS E OUTROS PASSI- SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAIS POSSÍVEIS 
VOS CONTINGENTES
Existe uma preocupação mais acentuada por parte 1º Ativo MAIOR que Passivo:
da contabilidade quando se trata de contingências, pois Bens.......................................................................................R$ 200
estas representam uma situação de risco existente que Direitos.................................................................................R$ 100
envolvem um grau de incerteza quanto à sua efetiva rea- Obrigações.........................................................................R$ 180
lização, pois dependem de decisões futuras. O resultado
também não é ainda conhecido, podendo o mesmo se Veja:
configurar num ganho ou numa perda para a empresa. Os dois lados não têm o mesmo total. Logo, precisa-
Portanto, quando se trata de contingência passiva mos igualá-los. Como:
cuja ocorrência seja julgada provável de se realizar, num  A diferença R$ 120 é chamada SITUAÇÃO LÍQUIDA, e
período futuro e a empresa dispõem de informações sufi- será colocada do lado do Passivo e adicionada ao valor das
cientes para estimar o seu valor, esta deverá ser registra- obrigações, já que a situação líquida é positiva.
da contabilmente em conta própria que indica formação Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:
de provisão para riscos fiscais, trabalhistas ou outros pas-
sivos contingentes. Mas, se as informações disponíveis  
não são suficientes para estimar um valor, o fato deve Neste caso, a Situação Líquida chama-se:
ser divulgado nas notas explicativas com as respectivas a-Situação Líquida Positiva
informações. b-Situação Líquida Ativa
Uma exceção geral a essa regra poderia ocorrer c-Situação Líquida Superavitária 
quando se verificar um declínio relevante (material) no
preço dos bens, logo após a assinatura de um contrato a) Situação Líquida Positiva:  Ativo MAIOR que Pas-
de compra de longo prazo. Neste caso, deveríamos re- sivo(ISSO É, BENS E DIREITOS MAIOR QUE OBRIGAÇÕES.
gistrar os direitos e as obrigações, que superam o valor O QUE QUER DIZER ISSO?) então se têm lucros(A QUEM
daqueles, a fim de não diminuir o poder preditivo de ten- PERTENCE ESSES LUCRO?) e este pertence aos sócios que
dência dos demonstrativos financeiros. verão a melhor forma de utilizá-lo, ou reinvestem ou dis-
tribuem-no. 
b) Situação Líquida Ativa: Ativo MAIOR que Passivo, 
SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL Porque o total do Ativo (B + D) supera o total do Passivo
(O) em 120. 
É A DIFERENÇA ENTRE O ATIVO E O PASSIVO c) Situação Líquida Superavitária: Vendendo os
bens (no caso de liquidar a empresa).
Somando os bens os direitos têm-se o total do ativo
e o total das obrigações denomina-se passivo. 2º- Ativo MENOR que Passivo
O total do ativo (-) o total das obrigações (passivo) Bens.......................................................................................R$ 200
resulta na Situação Líquida Patrimonial. Direitos.................................................................................R$ 100
Bens+ direitos (-) obrigações = Situação Líquida Pa- Obrigações.........................................................................R$ 340
trimonial. O total da situação líquida é sempre colocado  
do lado direito do T.
Deve-se ter a soma e o lado do ativo + o passivo de Vejamos:
forma a igualar a situação. Sendo a diferença NEGATIVA (pois está do lado do pas-
Exemplos: sivo)
   

8
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Neste caso, a Situação Líquida chama-se: CAPITAL A REALIZAR - é o capital com que a enti-
  dade foi registrada mas que por algum motivo ainda não
a)Situação Líquida Negativa foi colocado totalmente à disposição da entidade. Com
b) Situação Líquida Passiva o desenrolar dos negócios, este capital será posto à dispo-
c) Situação. Líquida. Deficitária sição da entidade, seja através de dinheiro ou outros bens.
d)Passivo a Descoberto 
As Obrigações são maiores que os direitos. Com isso, CAPITAL TOTAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA - cor-
se for preciso liquidar a empresa ao preço de custo tem-se responde à soma do capital próprio com o capital de
R$ 200. Recebendo os direitos, vendendo os bens ter-se-ia terceiros. É também igual ao total do ATIVO da entidade.
R$ 100, portanto, a empresa teria disponível R$ 300 em
mãos. para saldar seus compromissos. Entretanto,  preci-
sar-se-ia de R$ 340, que é o valor das obrigações. Logo DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO
faltam R$ 40. Por isso, a situação  líquida é deficitária.  O
total dos elementos positivos é insuficiente para saldar os CAPITAL: é o conjunto de elementos que o proprie-
compromissos. tário da empresa possui para iniciar suas atividades. Ex.:
 PASSIVO A DESCOBERTO: PORQUE O TOTAL DO ATIVO Lúcia vai abrir uma papelaria. Ela possui, para esse fim,
NÃO É SUFICIENTE PARA COBRIR O TOTAL DO PASSIVO. R$ 10.000 em dinheiro. Logo, esses R$ 10.000 em dinheiro
constituem o seu Capital Inicial.
 3º Ativo = ao lado do Passivo
  O Capital Inicial pode ser composto por:
Bens.......................................................................................R$ 200 • Dinheiro
Direitos.................................................................................R$ 100 • Móveis
Obrigações.........................................................................R$ 300 • Veículos
  • Imóveis
Neste caso, o ativo é inteiramente absorvido pelas • Promissórias a Receber etc.
Obrigações, e a SIT. LÍQ NULA, Inexistente ou nula. 
Situação Líquida Nula: Ativo = Passivo, com isso, caso PATRIMÔNIO: é o conjunto que COMPREENDE os
os sócios queiram liquidar esta empresa, tudo que preci- bens da empresa (dinheiro em caixa, contas a receber,
sam fazer será apurar as vendas dos bens e efetuar o rece- imóveis, veículos., etc), seus direitos (contas a receber) e
bimento dos direitos para cobrir as obrigações.  suas obrigações para com terceiros (contas a pagar)
Com isso vemos que a situação líquida de uma empre-
sa é sempre apresentada no passivo e deve ser chamada de
PATRIMÔNIO LÍQUIDO.  REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO
O total do grupo patrimônio líquido é igual ao valor da EQUAÇÃO PATRIMONIAL
situação líquida de uma empresa.
Ex: se a situação líquida for positiva o Patrimônio Líqui- Origens e Aplicações de Recursos
do será positivo. Idem o contrário. Enfim a situação líquida
refletirá sempre no grupo do PL.  Ao observarmos um Balanço Patrimonial, podemos vi-
O PL é composto por: sualizar o total de recursos que a empresa obteve e que
Capital:  principal fonte  do PL. É a soma dos valores estão à sua disposição. O lado do Passivo mostra onde a
investidos pelos proprietários. empresa conseguiu esses recursos; o lado do Ativo, onde
ela aplicou os referidos recursos.
CAPITAL SOCIAL - é a obrigação da empresa para
com os sócios originária da entrega de recursos para a for- PASSIVO – Origem dos Recursos
mação do capital da entidade. Corresponde ao patrimônio Os recursos totais que estão à disposição da empresa
líquido (PL) podem originar-se de duas fontes:

CAPITAL PRÓPRIO - são os recursos originários dos Recursos de terceiros: correspondem às obrigações,
sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas isto é, são recursos de terceiros que a empresa utiliza no
operações sociais. seu giro normal. Esses recursos, por sua vez, provêm de
duas fontes:
CAPITAL DE TERCEIROS - representam recursos origi- • Dívidas de funcionamento: obrigações que sur-
nários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos de gem das atividades normais de gestão da organização, tais
propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível como obrigações com fornecedores, salários a pagar, im-
(PE) postos a pagar, etc.
• Dívidas de financiamentos: são recursos obtidos
CAPITAL REALIZADO - corresponde ao valor dos re- pela organização junto a instituições financeiras, destina-
cursos entregues pelos sócios e à disposição da entida- das a financiar as atividades normais da empresa.
de (em caixa, nos bancos, em imóveis, etc).

9
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Recursos Próprios – também podem provir de duas Obrigações para com terceiros: refere-se às operações
fontes: da empresa com outras empresas ou, até mesmo, com pes-
• Proprietários ou sócios: parcela do capital que foi soas físicas. (Ex: Duplicatas a Pagar).
investida na empresa pelo titular ou pelos sócios;  Obrigações com os Sócios: São relacionadas no Patri-
• Resultado da gestão: acréscimos ocorridos no mônio Líquido (ex: Capital, Reservas).
Patrimônio Líquido em decorrência da gestão normal da  Com isso os bens e direito formam o grupo dos ele-
empresa. Esses acréscimos são obtidos pelos lucros, que mentos positivos, o que ela tem efetivamente (bens), e
poderão ser representados na conta de Lucros Acumulados o que ela tem para receber (direitos), formando estes
ou em Conta de Reservas. os componentes do Ativo. As obrigações formam o gru-
po dos elementos negativos ou o que a empresa tem que
ATIVO - Aplicação de Recursos pagar (obrigações), formando este o componente do Pas-
O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os re- sivo.
cursos que têm à sua disposição. O Ativo representa o con-
junto de bens e direitos à disposição da empresa.

Para melhor visualizar a situação do patrimônio, este 3 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS:


será representado em forma de T. E SERÁ CHAMADO DE CONCEITOS, FATOS PERMUTATIVOS,
BALANÇO PATRIMONIAL. MODIFICATIVOS E MISTOS.
 Ao lado esquerdo deste T está o ATIVO, onde se coloca
os bens e direitos, (que são positivos do patrimônio) e ao
lado direito PASSIVO onde se coloca as obrigações (que
são elementos negativos do patrimônio). ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS
Atos Administrativos é uma ação praticada pela admi-
Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos nistração que não provoca (podendo vir a provocar) alte-
industriais, têm uma substância física. Entretanto, substân- ração qualitativa e/ou quantitativa no patrimônio da enti-
cia física não é essencial à existência de um ativo; dessa dade, portanto, a princípio, não interessa à contabilidade.
forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, são Como exemplos deste atos, temos: Admissão de em-
ativos, desde que deles sejam esperados benefícios eco- pregados, assinaturas de contratos de seguros, o aval (ga-
nômicos futuros para a entidade e que eles sejam por ela rantia) dada em títulos, etc. etc.
controlados. Casos estes atos sejam registrados contabilmente, uti-
Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imóveis, lizaremos um tipo especial de contas que são denominadas
estão ligados a direitos legais, inclusive o direito de pro- CONTAS DE COMPENSAÇÃO, que são utilizadas aos pares
priedade. Ao determinar a existência de um ativo, o direito e não alteram o Patrimônio.
de propriedade não é essencial; assim, por exemplo, um Fatos Administrativos, que também são conhecidos
imóvel objeto de arrendamento é um ativo, desde que a como FATOS CONTABEIS, são acontecimentos verificados na
entidade controle os benefícios econômicos provenientes empresa que provocam variações nos elementos patrimo-
da propriedade. niais, podendo alterar ou não, a situação Líquida Patrimonial.
Os ativos de uma entidade resultam de transações pas- Os Fatos Contábeis, são classificados em: Permutativos
sadas ou outros eventos passados. As entidades normal- ou Compensativos, Modificativos e Mistos.
mente obtêm ativos comprando-os ou produzindo-os, mas
outras transações ou eventos podem gerar ativos; por exem- Fatos Contábeis Permutativos ou Compensativos são
plo: um imóvel recebido do governo como parte de um pro- os que acarretam uma troca (permuta) de valores dentro
grama para fomentar o crescimento econômico da região do Patrimônio Líquido (PL) mas não alteram a Situação Lí-
onde se localiza a entidade ou a descoberta de jazidas mine- quida.
rais. Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro
não podem resultar, por si mesmos, no reconhecimento de Como exemplo temos:
ativos; por isso, por exemplo, a intenção de adquirir esto- a) - Investimento inicial, a integralização do capital em
ques não atende, por si só, à definição de um ativo. dinheiro no valor de R$ 400.000,00. Se levantássemos um
Há uma forte associação entre incorrer em gastos e balanço na ocasião, teríamos a seguinte situação:
gerar ativos, mas ambas as atividades não necessariamen-
te coincidem entre si. Assim, o fato de uma entidade ter BALANÇO PATRIMONIAL
incorrido num gasto pode fornecer evidência da sua busca ATIVO
por futuros benefícios econômicos, mas não é prova con- Caixa/bancos R$ 400.000,00
clusiva de que a definição de ativo tenha sido obtida. Da Total do Ativo R$ 400.000,00
mesma forma, a ausência de um gasto não impede que um
item satisfaça a definição de ativo e se qualifique para re- PASSIVO
conhecimento no balanço patrimonial; por exemplo, itens PATRIMÔNIO LÍQUIDO
que foram doados à entidade podem satisfazer a definição Capital Social R$ 400.000,00
de ativo. Total do Passivo R$ 400.000,00

10
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Fato contábil modificativo são os que provocam alte- Duplicatas Descontadas: As empresas, com a finalida-
rações no valor do Patrimônio Líquido (PL), sendo que esta de de conseguir disponível, entregam suas duplicatas em
modificação é refletida na Situação Líquida. Esta modifica- troca de dinheiro que será depositada em conta bancária
ção citada acima, na situação Líquida Patrimonial, pode ser descontados os juros e as despesas bancárias. É conta re-
para mais ou para menos, por este motivo os Fatos Con- dutora (ou retificadora) do ativo circulante.
tábeis Modificativos podem ser Aumentativos ou Diminu- Adiantamento de Salários: Adiantamentos concedidos
tivos. aos funcionários por conta do salário.
São Fatos Contábeis Modificativos aumentativos: Rece- Adiantamento a Fornecedores: Adiantamentos feitos a
bimentos de juros, recebimento de alugueis, recebimento fornecedores por conta de entrega futura de uma encomenda.
de comissões etc. etc. Empréstimos a Receber: Direitos a Receber – até 12
São Fatos Contábeis Modificativos Diminutivos: Paga- meses – representados pelos empréstimos concedidos. Se-
mento de imposto, pagamento de juros, pagamentos de rão classificados no Ativo não circulante os empréstimos a
comissões, etc. etc. receber após 12 meses.
Fato contábil misto são os que combinam fatos per- Impostos a Recuperar: São impostos de possível recu-
mutativos com fatos modificativos, determinando variação peração. Por exemplo: ICMS, IPI.
qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO Aplicações Financeiras: Valor aplicado em produtos
PATRIMONIAL MISTA. São aqueles que ao mesmo tempo bancários.
permutam (trocam) e modificam valores dentro do Patri- Estoque: A conta estoques pode significar mercadorias
mônio e consequentemente alteram a Situação Líquida (para empresa comercial), matéria-prima e produtos em
Patrimonial. elaboração (para empresa industrial).
As alterações provocadas pelos Fatos Contábeis Mis- Despesas Antecipadas: São despesas pagas antecipa-
tos, também podem ser para mais ou para menos, por este damente. Exemplos: Seguros a Vencer.
motivo, eles também são classificados em Aumentativos e Imóveis para Renda: Não são utilizados pela empresa.
Diminutivos. São investimentos feitos com o objetivo de obter rendi-
São Fatos Contábeis Mistos Aumentativos: Pagamento mentos.
de uma Duplicata com descontos, recebimentos de uma Móveis, Utensílios, Máquinas e outros bens: Classifica-
Duplicata com acréscimo de juros etc. etc. dos no Imobilizado da empresa, destinam-se à manuten-
São Fatos Contábeis Mistos Diminutivos: Recebimento ção da atividade da empresa. Por exemplo: uma empresa
de duplicatas com descontos, pagamentos de uma Dupli- industrial
cata com acréscimo de juros, etc. etc. Utiliza suas máquinas para produzir os produtos que
irá vender e consequentemente obter receita.
Depreciações Acumuladas: Desgastes dos bens pelo
uso ou pela ação do tempo. A cada período, a empresa
4 CONTAS: CONCEITOS, CONTAS DE calcula o valor da depreciação que irá se acumulando no
DÉBITOS, CONTAS DE CRÉDITOS E SALDOS. balanço. É conta redutora (ou retificadora) do Ativo Per-
manente.
Duplicatas a Pagar: Deve registrar as obrigações assu-
midas com a compra de mercadorias para revender e, na
CONTAS empresa industrial, a matéria-prima necessária ao processo
Conta é o nome dado aos componentes patrimoniais produtivo.
(Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos ele- Financiamentos e Empréstimos: São dívidas assumidas
mentos de Resultado (Despesas e Receitas). para financiar a compra de um ativo ou para obter capital
de giro. Dependendo do prazo podem ser classificados no
CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS Passivo não circulante.
Contas Patrimoniais Salários a Pagar: Com base na contabilização da folha
São as contas que representam os Bens, Direitos, Obri- de pagamento, devem ser calculados os salários que serão
gações e Patrimônio Líquido, ou seja, as contas que figu- pagos no mês seguinte.
ram no Balanço Patrimonial. Adiantamento de Clientes: Valores recebidos de clien-
tes por conta da entrega futura de uma encomenda.
FUNÇÕES DAS CONTAS PATRIMONIAIS Provisões Passivas: São obrigações cujos valores po-
Caixa: Representa dinheiro em espécie (notas, moedas). dem ser alterados. Incluímos nas provisões passivas: Férias,
Bancos: Valor que está depositado em conta corrente. 13º Salários, Contingências. Essas provisões são utilizadas,
Duplicatas a Receber: Direitos a receber - até 12 me- pois muitas vezes a empresa tem certeza da obrigação,
ses – dos clientes por vendas a prazo. Serão classificadas mas não o valor exato, ou não tem certeza quanto a data.
no Ativo não circulante as Duplicatas a Receber após 12 Por exemplo, férias dos empregados serão pagas apenas
meses. quando do período aquisitivo. Um outro exemplo é o das
Provisão para Devedores Duvidosos: De cálculo estima- reclamações trabalhistas na Justiça por ex-empregados,
do, é uma provisão para suprir as possíveis perdas com clien- cujos valores podem ser apenas estimados e classificados
tes. É conta redutora (ou retificadora) do ativo circulante. no passivo circulante como Provisões para Contingências.

11
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Obrigações Fiscais: Os principais itens que compõem Descontos passivos


as obrigações fiscais são: ICMS, ISS, Imposto de Renda, IPI Despesa de comissões
e etc. Despesas administrativas
Capital Social: Valor que os acionistas se comprome- Despesas administrativas e gerais
tem a investir na empresa. O comprometimento inicial de- Despesas bancárias
nomina-se subscrição. Despesas comerciais
Capital a Integralizar: Parte do capital social subscrito Despesas de aluguel
ainda não integralizado. É conta redutora (ou retificadora) Despesas de juros
do Patrimônio Liquido. Despesas de organização
Prejuízos Acumulados: É a conta que resulta dos prejuí- Despesas de salários
zos da empresa. Os prejuízos acumulados diminuem o PL. Despesas efetivadas no período
Reservas de Lucros: É a conta que resulta dos lucros da Despesas financeiras
empresa. Os lucros acumulados aumentam o PL. Despesas gerais
Despesas pré-operacionais
CONTAS DE RESULTADO Devedores duvidosos
As Contas de Resultado são as contas que não figu- Devolução de vendas (dedução da receita bruta)
ram no Balanço Patrimonial, pois são encerradas no final Encargos bancários
do exercício social. Encargos de depreciação
FGTS
As Contas de Resultados, dividem-se em Contas de Fretes e Carretos
Despesas e Contas de Receitas. Gastos com Instalação
Aparecem durante o exercício social encerrando-se no CMS sobre vendas (dedução da receita bruta)
final do mesmo. Impostos
Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permi- Impostos e taxas
tem apurar o resultado do exercício. Insubsistência do ativo
As contas de resultados são aquelas que representam IPTU
as despesas e as receitas. IPVA
DESPESAS: decorrem do consumo de Bens e da utiliza- Juros passivos
ção de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, Lanches e refeições
os materiais de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, Material consumido
vassouras, detergentes), o café consumido, os materiais de Participação de empregados
expediente consumidos (canetas, papéis, lápis, impressos Participações estatutárias
etc.), a utilização dos serviços telefônicos etc. PIS sobre faturamento (dedução da receita bruta)
Prejuízo na alienação
Despesas Prejuízo na venda
DESPESAS: decorrem do consumo de Bens e da utiliza- Prêmios de seguros
ção de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, Previdência social – encargos
os materiais de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, Salários
vassouras, detergentes), o café consumido, os materiais de Salários e encargos
expediente consumidos (canetas, papéis, lápis, impressos Salários e ordenados
etc.), a utilização dos serviços telefônicos etc Superveniência do passivo
As Despesas decorrem do consumo de bens e da utili- Superveniência passiva
zação de serviços.
Exemplos: Receitas
DESPESAS RECEITAS: decorrem da venda de Bens e da prestação
Abatimento s/ vendas (dedução da receita bruta) de serviços
Aluguéis pagos Existem em números menor que as Despesas, sendo as
Aluguéis passivos mais comuns representadas pelas seguintes contas:
COFINS As Receitas decorrem da venda de bens e da prestação
Comissões Passivas de serviços.
Condução e transporte Exemplos:
Consumo efetuado Abatimento no preço de compra (usada no cálculo do
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CMV)
Contribuições Previdenciárias Aluguéis ativos
Custo das mercadorias vendidas Aluguéis recebidos
Custo das/de vendas Comissões Ativas
Depreciação e Amortização Descontos ativos
Depreciação Encargos Descontos obtidos
Descontos concedidos Devolução de compras (usada no cálculo do CMV)

12
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Ganhos de capital na alienação de imobilizado 1.4.4. Máquinas e Equipamentos


ICMS sobre compras (usada no cálculo do CMV) 1.4.6. Marcas, Direitos e Patentes
Insubsistência ativa 1.4.7. (-) Depreciação, Amortização e Exaustão Acu-
Insubsistência do passivo muladas
Juros ativos
Lucro na alienação 1.5. ATIVO INTANGÍVEL
Receita bruta de vendas 1.5.1. Gastos Pré-Operacionais
Receita de aluguel
Receita de serviço 2.1. PASSIVO CIRCULANTE
Receita de vendas 2.1.1. Empréstimos e Financiamentos
Receitas auferidas no período 2.1.2. Fornecedores
Receitas de juros 2.1.3. Impostos e Contribuições a Recolher
Receitas diversas 2.1.4. Contas a Pagar
Receitas financeiras 2.1.4.5. Aluguéis
Rendas obtidas 2.1.4.6. Energia Elétrica
Serviços prestados 2.1.4.7. Telefone
Superveniência ativa 2.1.4.8. Água e Esgoto
Superveniência do ativo 2.1.4.9. Seguros
Vendas à vista / Vendas a prazo 2.1.5. Provisões
Vendas de mercadorias
2.2. PASSIVO NÃO CIRCULANTE
2.2.1. Obrigações com Terceiros
2.2.2. Tributos parcelados
2.3.1. Receitas patrimoniais
5 PLANO DE CONTAS: CONCEITOS, ELENCO
2.3.2. Arrendamentos
DE CONTAS, FUNÇÃO E FUNCIONAMENTO
2.3.3. Promoções
DAS CONTAS. 2.4. PATRIMÔNIO LIQUIDO
2.4.1. Fundo patrimonial
2.4.2. Ajuste a Valores de Mercado
2.4.4. Resultados sociais
PLANO DE CONTAS
2.4.6.2. Déficits Acumulados
O Plano de Contas é um conjunto de Contas, diretrizes
e normas que disciplina as tarefas do Setor de Contabilida-
de, objetivando a uniformização dos registros contábeis, a
função e funcionamento das contas consta no tópico an- 6 ESCRITURAÇÃO: CONCEITOS,
terior. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS, ELEMENTOS
ESSENCIAIS, FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS,
1.1. ATIVO CIRCULANTE LIVROS DE ESCRITURAÇÃO, MÉTODOS E
1.1.1. Disponibilidades
PROCESSOS, REGIME DE COMPETÊNCIA E
1.1.1.1. Caixa
1.1.1.2. Bancos c/ Movimento REGIME DE CAIXA.
1.1.1.3. Aplicações Financeiras
1.1.2. Créditos de atividades sociais/lazer
1.1.2.1. Mensalidades
ESCRITURAÇÃO
1.1.2.2. Promoções
1.1.2.3. Jogos
CONCEITO
Escrituração é uma técnica contábil que consiste em
1.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE
registrar nos livros próprios todos os acontecimentos que
1.2.1. Títulos a Receber
ocorrem na empresa e que provocam modificações no
1.2.1.1. Créditos c/ Associados
Patrimônio.
1.2.1.2. Créditos c/ Diretores
A entidade deve manter um sistema de escritura-
1.2.2. Depósitos Judiciais
ção uniforme dos seus atos e fatos administrativos, atra-
vés de processo manual, mecanizado ou eletrônico.
1.3. INVESTIMENTOS
A escrituração contábil é a primeira e mais importante
1.3.1. Participações Societárias
das técnicas contábeis, pois somente a partir dela que se
1.4. ATIVO IMOBILIZADO
desenvolvem as demais técnicas de demonstração, ana-
1.4.1. Imóveis
lise e auditoria, sua finalidade é a de fornecer a pessoas
1.4.2. Móveis e Utensílios
interessadas informações sobre um patrimônio determi-
1.4.3. Veículos
nado.

13
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Todo fato da entidade deverá ser escriturado, para decer a um método de escrituração mercantil uniforme, em
este fim devem ser utilizados livros contábeis, que devem língua e moeda nacionais, com individualização e clareza,
seguir critérios intrínsecos e extrínsecos, de acordo com a ser escriturado em rigorosa ordem cronológica, não conter,
legislação. Alguns livros são obrigatórios, tais como o Li- rasuras, emendas, entrelinhas, borrões ou raspaduras, es-
vro Diário e o Livro Razão que de acordo com a Resolução paços em branco, observações ou escritas à margem.
do Conselho Federal de Contabilidade devem ser registros
permanentes da empresa, outros são facultativos, pois, por MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO
não serem exigidos por lei, podem ser adotados ou não a
critério da empresa. Método de escrituração é a forma de registro dos Fa-
A contabilidade de uma entidade deverá ser centraliza- tos Administrativos, bem como dos Atos Administrativos
da, sendo que é facultado às pessoas jurídicas que possuí- relevantes.
rem filiais, sucursais ou agências, manter contabilidade não
centralizada, devendo incorporar na escrituração da Matriz Método das Partidas Dobradas
os resultados de cada uma delas, conforme artigo 252 do
Decreto n. º 3.000/99, o mesmo se aplica a filiais, sucursais, Esse método, que é de uso universal e foi divulgado no
agências ou representações, no Brasil, das pessoas jurídicas século XV (1494) na cidade de Veneza, na Itália, por Luca
com sede no exterior, devendo o agente ou representante Pacioli, consiste no seguinte:
escriturar os seus livros comerciais, de modo que demons-
trem, além dos seus próprios rendimentos, os lucros reais Não há devedor sem que haja credor e não há credor
apurados nas operações alheias em que agiu como inter- sem que haja devedor, sendo que a cada débito correspon-
mediário. de um crédito de igual valor.
A Resolução n. º 684/90, editada pelo Conselho Fede- Daí, em dado momento, ser a soma dos débitos igual à
ral de  Contabilidade,  estabelece que a empresa que tiver soma dos créditos. É esse princípio que determina a equa-
unidade operacional ou de negócios, quer com filial, agên- ção entre o ativo e o passivo do patrimônio. Os valores
cia, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de ativos representam sempre saldo devedor. E, os passivos,
escrituração descentralizado deverá ter registros contábeis saldo credor, sendo a soma do ativo sempre igual à do pas-
que permitam a identificação das transações de cada uma sivo.
dessas unidades, a escrituração de todas as unidades de- Por esse método, registramos todos os acontecimen-
verá integrar um único sistema contábil, sendo que o grau tos que se verificam no patrimônio, conhecendo-se, a qual-
de detalhamento dos registros contábeis ficará a critério quer momento, o valor da cada componente do patrimô-
da empresa. nio, suas variações e os resultados, positivos ou negativos
As contas recíprocas relativas às transações entre ma- da atividade econômica.
triz e unidades, ou vice-versa, serão eliminadas quando
da elaboração das demonstrações contábeis. As despesas LANÇAMENTO
e receitas que não possam ser atribuídas às unidades se- CONCEITO
rão registradas na matriz, enquanto o rateio de despesas Lançamento é o meio pelo qual se processa a Escritu-
e receitas, da matriz para as unidades, ficará a critério da ração.
administração. Lançamento é o registro de um fato contábil, e esse
O método utilizado para a escrituração contábil é o mé- registro, pelo método das partidas dobradas, é feito em
todo das partidas dobradas, desenvolvido pelo frade Luca ordem cronológica e obedecendo a determinada disposi-
Pacioli em 1494, neste método todo lançamento deverá ção técnica. O método das partidas dobradas exige o apa-
conter a origem e o destino do mesmo, ou seja, para todo recimento do devedor e do credor, aos quais se seguem o
débito haverá um crédito de mesmo valor, ou vice-versa. histórico do fato ocorrido e a importância em dinheiro. Daí
os seguintes elementos essenciais do lançamento
Desenvolvimento
Na escrituração dos livros contábeis algumas formali- FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS
dades devem ser observadas, estas formalidades se subdi- Vimos que o lançamento deve sempre indicar o deve-
videm em dois tipos: dor e o credor, representados pelas contas. O mesmo lan-
Formalidades Extrínsecas: São as formalidades re- çamento pode, entretanto, apresentar mais de uma conta
lacionadas à apresentação ou aparência dos livros, esta debitada e mais de uma conta creditada. Podemos usar,
formalidade exige por exemplo que os livros, sejam enca- nestes casos, a expressão Diversos, que não é conta, mas
dernados, que tenham suas folhas numeradas tipografica- apenas a indicação existência de mais de uma conta debi-
mente, possuam termo de abertura e de encerramento em tada ou creditada.
que conste entre outras informações a assinatura do res- Daí a existência de quatro fórmulas de lançamentos no
ponsável, a identificação da empresa e do livro, espécie de Diário, de acordo com o número de contas debitadas ou
livro, número de páginas e número de ordem, etc... creditadas.
Formalidades intrínsecas: São as formalidades rela-
cionadas à escrituração propriamente dita, segundo as for- 1ª FÓRMULA: quando aparece apenas uma conta de-
malidades intrínsecas os livros de escrituração devem obe- bitada e uma creditada.

14
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Exemplo: Compra de mercadorias a prazo


D (Debita) - MERCADORIAS
C (Credita) - FORNECEDORES
Compra de mercadorias conforme s/nota 1.897 = 18.000

2ª FÓRMULA: quando aparece uma conta debitada e várias creditadas.

Exemplo: Compra de mercadorias, parte a vista e parte a prazo


D - MERCADORIAS
Compra de mercadorias a J. Sampaio, nota nº 978 = 30.000
C - CAIXA
Pagamento a vista = 12.000
C - DUPLICATAS A PAGAR
Aceite para 3-4-20... = 18.000

3ª FÓRMULA: quando aparecem várias contas debitadas e apenas uma creditada.

Exemplo: Compra de mercadorias a vista e pagamento de duplicata


D - MERCADORIAS
Compras a vista a J. Leite, nota nº 1.987 = 22.500
D - DUPLICATAS A PAGAR
Pagamento da duplicata de J. Sampaio, vencida hoje = 18.000
C - CAIXA = 40.500

4ª FÓRMULA: quando aparecem várias contas debitadas e creditadas.


Exemplo: Compra de diversos bens, parte a vista e parte a prazo.

D - MERCADORIAS
Compra do saldo de mercadorias pertencentes
à extinta firma Leão & Sousa Ltda. = 80.000
D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS
Compra de móveis:
Máquinas de escrever e calcular = 11.500
Prateleiras e balcões = 12.000
Mesas e cadeiras = 2.500 = 26.000 = 106.000

C - CAIXA
Pago a vista = 50.000
C - DUPLICATAS A PAGAR
M/aceite de dupl. Para 31-8-20.. = 56.000 = 106.000

Observação: A 4ª fórmula é pouco usada atualmente, e apenas utilizada em casos especiais, como o do exemplo ante-
rior, que representa operação bastante incomum.

Elementos Essenciais
Local e data da ocorrência do Fato;
Conta a ser Debitada;
Conta a ser Creditada;
Histórico;
Valor.

Exemplo:

Brasília-DF, 10/01/2000
D - Caixa
C – Estoque de Mercadorias
Histórico: Valor referente a venda de mercadorias com recebimento a vista.
Valor: R$ 100.000,00

15
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

DÉBITO E CRÉDITO
DÉBITO de uma conta
Situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm
saldo devedor.

CRÉDITO de uma conta


Situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações, Patrimônio Líquido e receitas têm saldo
credor.

Exemplo:
A empresa Teixeira iniciou suas atividades com capital inicial de R$ 200.000,00 em dinheiro;
Lançamento:
D – Caixa
C- Capital
Vlr. R$ 200.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Bens Patrimônio Líquido
Caixa................................200.000 Capital................................200.000

Total.................................200.000 Total...................................200.000

Compra de mercadorias as vista em dinheiro no valor de R$ 30.000,00;


Lançamento:
D – Estoques de Mercadorias
C – Caixa
Vlr. R$ 30.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Bens Patrimônio Líquido
Caixa................................170.000 Capital................................200.000
Mercadorias...................... 30.000
Total...................................200.000
Total.................................200.000

Compra de mercadorias para pagamento a prazo (Fornecedores) no valor de R$ 50.000,00.


Lançamento:
D – Estoques de Mercadorias
C – Fornecedores
Vlr. R$ 50.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa................................170.000 Fornecedores..................... 50.000
Mercadorias...................... 80.000
Patrimônio Líquido
Capital................................200.000

Total.................................250.000 Total...................................250.000

16
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Venda de mercadorias para recebimento a prazo (Clientes) no valor de R$ 20.000,00.


Lançamento:
D – Clientes
C – Estoques de Mercadorias
Vlr. R$ 20.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa................................170.000 Fornecedores..................... 50.000
Mercadorias...................... 60.000
Direitos Patrimônio Líquido
Clientes............................. 20.000 Capital................................200.000

Total.................................250.000 Total...................................250.000

Compra de um automóvel no valor de R$ 60.000,00, 40% pago a vista (dinheiro) e o restante a prazo (Duplicatas a
pagar).

Lançamento:
D – Veículo R$ 60.000,00
C – Caixa R$ 24.000,00
C – Duplicatas a Pagar R$ 36.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa................................146.000 Fornecedores..................... 50.000
Mercadorias...................... 60.000 Duplicatas a pagar............. 36.000
Veículo.............................. 60.000
Patrimônio Líquido
Direitos Capital................................200.000
Clientes............................. 20.000
Total...................................286.000
Total.................................286.000

CONTAS DE RESULTADO

RECEITAS

As Receitas correspondem às vendas de produtos, mercadorias ou prestação de serviços. No Balanço Patrimonial, as


receitas são refletidas através da entrada de dinheiro no Caixa (Vendas a Vista) ou através de direitos a receber (Vendas a
Prazo). É importante notar que, a Receita sempre aumenta o Ativo, embora nem todo aumento de Ativo representa uma
Receita, como é o caso dos Empréstimos e Financiamentos bancários.

São exemplos de Receitas: Receitas de Vendas de Mercadorias; Receitas de Vendas de Produtos; Receitas de Prestação
de Serviços; Descontos Obtidos; Aluguéis Ativos; Juros Ativos, etc.

DESPESAS

As Despesas representam o sacrifício ou esforço da empresa para se obter Receita. Todo consumo de bens ou serviços
com o objetivo de gerar Receita é considerado Despesa. O consumo de materiais, por exemplo, é considerado uma Des-
pesa. Neste caso, no ato em que o material dá entrada no Almoxarifado, o valor é contabilizado como bem no Ativo Circu-
lante, e quando o mesmo é requisitado por alguma área para ser consumido, o valor do bem é transferido para Despesa.

17
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

A Despesa é refletida no Balanço Patrimonial, pela COMPRA A VISTA EM DINHEIRO DE MERCADORIAS


redução do Caixa (quando é paga a vista), ou median- PARA REVENDA
te aumento de uma dívida - Passivo (quando a des- D – Estoque de Mercadorias (AC)
pesa é contraída no presente para ser paga no futuro C – Caixa (AC).................................R$ (Valor Total)
- a prazo). A despesa pode ainda originar-se de outras
reduções de Ativo (além do Caixa), como é o caso do COMPRA A VISTA COM CHEQUE DE MERCADORIAS
desgaste dos bens do Imobilizado (depreciação) etc. PARA REVENDA
Todo dinheiro que sai do Caixa para pagamento de D – Estoque de Mercadorias
uma despesa denomina-se Desembolso. C – Banco Conta Movimento (AC)........................R$ (Va-
lor Total)
São exemplos de Despesas: Água e Esgoto; Alu-
guéis Passivos; Café e Lanches; Combustíveis; Descon- COMPRA A PRAZO DE MERCADORIAS PARA REVEN-
tos Concedidos; Despesas Bancárias; Energia Elétrica; DA
Fretes e Carretos; Impostos e Taxas; Juros Passivos; D – Estoque de Mercadorias/Mercadorias (AC)
Serviços de Terceiros; Telefones; Ordenados e salários; C – Duplicatas a Pagar/Fornecedores (PC)......................
Seguros, etc. R$ (Valor Total)

CONTABILIZAÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO VENDA DE MERCADORIAS A VISTA


D – Caixa (AC)
É fácil compreender que toda Receita aumenta o C – Vendas de Mercadorias/Receita de Vendas (Resul-
Lucro, ou seja, quanto maior a Receita, maior o lucro. tado)......R$ (Valor Total)
Sendo o Lucro uma conta do Passivo (Patrimônio Lí-
quido), podemos concluir ainda que, quanto maior a VENDA DE MERCADORIA A PRAZO
Receita, maior será o Patrimônio Líquido. Ora, as re- D – Duplicatas a receber
gras de contabilização definem que o Patrimônio Lí- C – Venda de mercadorias
quido deve ser creditado pelos aumentos e debitado
pelas diminuições. Portanto, se toda receita aumenta o RECEBIMENTO DE DUPLICATA
Patrimônio Líquido, toda receita deverá ser creditada D – Caixa (AC)
(primeira regra). C – Duplicatas a receber

Inversamente à Receita, toda Despesa ou Custo PAGAMENTO DE DUPLICATA


reduz o lucro, e consequentemente o Patrimônio Lí- D – Duplicatas a Pagar/Fornecedores
quido. Se toda despesa ou custo reduz o Patrimônio C – Caixa (AC).....................................................R$ (Valor To-
Líquido, ambas devem ser debitadas. tal)

EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS PAGAMENTO DE EMPRESTIMO


1º Lançamento: (quando a empresa é aberta) D – Empréstimos
CAPITAL SUBSCRITO C - Caixa
Pela subscrição do capital dos Sócios “A” e “B”:
D – Capital Social a Integralizar (PL) PAGAMENTO DE HONORÁRIOS
C – Capital Social Subscrito (PL)........................R$ D – Honorários contábeis
(Valor Total) C – Caixa

2º Lançamento: (quando a empresa começa a fun- PAGAMENTO DE SALÁRIOS


cionar) D – Folha de pagamento
Integralização do Capital Subscrito em Dinheiro C – Caixa
dos Sócios “A” e “B”
C – Capital Social (PL) PAGAMENTO DE ALUGUEL
D – Caixa (AC)............................R$ (Valor Total) D – Aluguéis
C - Caixa
COMPRA A VISTA DE COMPUTADORES PARA A EM-
PRESA ICMS NO MOMENTO DO RECOLHIMENTO
D - Computadores D – ICMS a Recolher
C – Caixa C - Caixa

COMPRA DE MÓVEIS PARA A EMPRESA ISS NO MOMENTO DO RECOLHIMENTO


D – Móveis e utensílios D – ISS a Recolher
C - Caixa C – Caixa (AC)....................................................R$ (Valor To-
tal)

18
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SIMPLES NACIONAL NO MOMENTO DO RECOLHI- PROVISÕES E MULTAS


MENTO PROPAGANDA E PUBLICIDADE
D – Simples Nacional a Recolher PAGAMENTO DE ROYALTIES
C – Caixa (AC).....................................................R$ (Valor Total) ASSISTÊNCIA TÉCNICA
DIVERSAS OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS
PIS QUANDO FOR FEITO O RECOLHIMENTO
D – PIS a Recolher (Passivo) CONTROLE
C – Caixa (AC)...................................................R$ (Valor Total)
Quanto ao aspecto controle, esse sistema pode ser de
COFINS QUANDO FOR FEITO O RECOLHIMENTO fato útil à empresa, mas a sua ausência não significa que
D – COFINS a Recolher (Passivo) essa empresa não tenha controle, uma vez que o contro-
C – Caixa (AC)....................................................R$ (Valor Total) le pode ser feito de várias formas, com sistemas próprios,
planilhas, etc.
CSLL QUANDO FOR FEITO O RECOLHIMENTO
D – CSLL a Recolher (Passivo) O sistema de compensação tem como objetivo pro-
C – Caixa (AC)...........................................................R$ (Valor piciar maior controle à empresa, permitir o registro de
Total) possíveis futuras alterações do patrimônio e, além disso,
servir como fonte de dados para a elaboração das notas
IRPJ QUANDO FOR FEITO O RECOLHIMENTO explicativas.
D – IRPJ a Recolher (Passivo)
C – caixa (AC)...........................................................R$ (Valor Assim sendo, as contas de compensação podem ser
Total) utilizadas para registro, entre outras, das seguintes ope-
rações:
ENTRADA DE VEÍCULO EM CONSIGNAÇÃO
D – Mercadorias em consignação 1.Contratos de arrendamento mercantil;
C – Consignadores 2.Contratos de aluguel;
3.Contratos de avais, hipotecas, alienações fiduciárias;
DEVOLUÇÃO DE VEÍCULO EM CONSIGNAÇÃO 4.Bens dados como garantia;
D – Consignadores 5.Subcontratações;
C – Mercadorias em consignação 6.Contratos de seguros;
7.Contratos de financiamentos/empréstimos não libe-
VENDA DE VEICULO RECEBIDO EM CONSIGNAÇÃO rados.
D – Caixa (só a diferença) 8.Consignação de mercadorias;
D – Consignadores (o valor de entrada) 9.Remessa de títulos para caução.
C – Mercadorias em consignação ( o valor de venda)
As contas de compensação devem ser apresentadas
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS RECEBIDA A VISTA com títulos bem elucidativos e com base em valores fixa-
D – Caixa dos em contratos ou documentação específica. Quando do
C – Serviços prestados término do contrato ou da operação que originou o regis-
tro contábil nas contas de compensação, as mesmas serão
SÃO DESPESAS OPERACIONAIS OU ADMINISTRATIVAS encerradas mediante lançamento inverso entre as contas
(Resultado) que registram a operação.
ALUGUEL
ÁGUA Exemplos:
LUZ 1) Arrendamento mercantil:
TELEFONE Ao receber o equipamento, a empresa arrendatária
ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE nada registra em seu balanço patrimonial, podendo, para
SALÁRIOS DE EMPREGADOS controle, apenas efetuar o registro nas contas de compen-
MATERIAL DE EXPEDIENTE sação:
MATERIAL DE LIMPEZA D - Bens Recebidos em Arrendamento (Conta de Com-
ENCARGOS SOCIAIS pensação Ativa)
CONTRIBUIÇÕES E DOAÇÕES C - Contratos de Arrendamento (Conta de Compensa-
DESPESAS INCENTIVADAS ção Passiva)
BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS
IMPOSTOS E TAXAS 2) Hipotecas:
ARRENDAMENTOS MERCANTIS A responsabilidade por hipoteca de imóveis pode ser
DEPRECIAÇÕES DOS BENS registrada em conta de compensação da seguinte forma:
DESPESAS DE CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS D - Imóveis Hipotecados (Conta de Compensação Ati-
BENS va)

19
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

C - Hipotecas (Conta de Compensação Passiva) Exemplo:


Término de contrato de seguro:
3) Contratos de alienação fiduciária: D - Contratos de Seguros (Conta de Compensação Pas-
D - Contratos de Alienação Fiduciária (Conta de Com- siva)
pensação Ativa) C - Seguros Contratados (Conta de Compensação Ativa)
C - Responsabilidade Por Financiamentos (Conta de
Compensação Passiva)

4) Contratos de consignação mercantil: 7 CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES


4.1) Mercadorias Consignadas (Quando a mercadoria é
CONTÁBEIS DIVERSAS: JUROS, DESCONTOS,
deixada) - aquele que remete as mercadorias:
TRIBUTOS, ALUGUÉIS, VARIAÇÃO
D - Consignatários (Conta de Compensação Ativa)
C - Mercadorias Consignadas (Conta de Compensação MONETÁRIA/ CAMBIAL, FOLHA DE
Passiva) PAGAMENTO, COMPRAS, VENDAS E
PROVISÕES, DEPRECIAÇÕES E BAIXA DE
4.2) Mercadorias Consignadas (Quando a mercadoria é BENS.
devolvida) - aquele que recebe as mercadorias:
D - Mercadorias em Consignação (Conta de Compen-
sação Ativa)
C - Consignadores (Conta de Compensação Passiva) OPERAÇÕES COM MERCADORIAS - VENDAS

4.3) Mercadorias Consignadas (Quando a Mercadoria MERCADORIAS – são os diversos produtos que as
è Vendida) empresas comerciais adquirem com o objetivo de reven-
D – Caixa (só a diferença) derem. As transações que envolvem a compra e a venda
C – Consignadores (o valor de entrada) de mercadorias constituem a atividade principal ou opera-
D – Mercadorias em consignação (o valor de venda) cional das empresas comerciais.

5) Responsabilidade da empresa pelo endosso de tí- VENDA DE MERCADORIAS - Corresponde ao evento


tulos: econômico relacionado com a atividade fim ou atividades
D - Títulos Endossados (Conta de Compensação Ativa) principais de empresa comercial. O conceito de receita é
C - Endossos Para Desconto (Conta de Compensação de elemento “bruto”, e não “líquido”, ou seja, não estão
Passiva) deduzidos os fatores que alteram diretamente os valores
de venda.
6) Responsabilidade pignoratícia da empresa:
D - Bens Penhorados (Conta de Compensação Ativa) CMV - Nas vendas a vista como nas vendas a prazo, os
C - Penhores (Conta de Compensação Passiva) estoques de mercadorias são baixados pelo valor de cus-
to de aquisição. Com este procedimento obtemos o Custo
7) Empréstimos com caução de títulos: das Mercadorias Vendidas (CMV), que representam o valor
D - Títulos Caucionados (Conta de Compensação Ativa) das mercadorias que foram transferidas para os clientes no
C - Endossos para Caução (Conta de Compensação momento da venda às receitas de vendas dos produtos e
Passiva) serviços reconhecidos no mesmo período.

8) Contratos de seguros: A apuração dos custos das mercadorias vendidas está


D - Seguros Contratados (Conta de Compensação Ati- diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois re-
va) presenta a baixa efetuada nesses estoques e sua integra-
C - Contratos de Seguros (Conta de Compensação Pas- ção a todo o estoque vendido no período.
siva)

9) Financiamentos/empréstimos não liberados CMV = EI + C – EF


D - Empréstimos/Financiamentos a Utilizar (Conta de Onde:
Compensação Ativa)
C - Contratos De Empréstimos/Financiamentos (Conta CMV – Custo da Mercadoria Vendida
de Compensação Passiva) EI - Estoque Inicial
EF - Estoque Final
REVERSÃO DAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO C - Compras
Para reverter o lançamento, quando o evento que deu
causa ao mesmo não mais existir, basta inverter o lança- Com relação às operações que envolvem mercadorias
mento original. existem dois sistemas para o registro e controle dessas
mercadorias:

20
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

1) INVENTÁRIO PERIÓDICO – o controle de estoques só é elaborado no final do exercício adotando-se a contagem


física das mercadorias existentes. Assim, a apuração do custo das mercadorias vendidas só será conhecido no final desse
período.

2) INVENTÁRIO PERMANENTE – consiste no controle contínuo ou permanente dos estoques na medida em que
ocorrem as operações de compra e venda. Dessa forma, os estoques de mercadorias são mantidos atualizados e pode-se
conhecer o custo das mercadorias vendidas e o resultado com essas mercadorias a qualquer momento.

OBS: Utilizaremos nos próximos conceitos e exemplos práticos, lançamentos baseados no sistema de inventário per-
manente.

EXEMPLO

Considere que uma determinada Empresa Comercial ao final de janeiro, tenha em seu estoque o valor de 30.000 em
mercadorias para revenda. No início de fevereiro ela adquire mais 20.000 em mercadorias a prazo e, ao final de fevereiro
vende mercadorias por 50.000 a vista, sendo o custo das mercadorias que foram vendidas de 30.000. Como será a conta-
bilização dessa operação?

1) Compra de Mercadorias a Prazo


D – Estoque de Mercadorias
C – Fornecedores – 20.000

2) Venda de Mercadorias a Vista


D – Caixa/Banco
C – Receita com Mercadorias – 50.000

3) Baixa do Estoque
D – CMV
C – Estoque de Mercadorias – 30.000

4) Transferência do CMV para ARE


D – ARE
C – CMV – 30.000

5) Transferência da Receita com Mercadorias para ARE


D – Receita com Mercadorias
C – ARE -

LIVRO RAZÃO

BANCO ESTOQUE MERC FORNECEDOR


50.000 30.000 30.000 20.000
20.000
20.000

CMV REC.MERCADORIA ARE


30.000 30.000 50.000 50.000 30.000 50.000
20.000

CMV = EI + C – EF
CMV = 30.000 + 20.000 – 20.000 = 30.000

21
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

FATORES QUE ALTERAM OS VALORES DE VENDA DESCONTO POSTERIOR A VENDA

DEVOLUÇÕES (VENDAS CANCELADAS) – são mercado- DESCONTOS CONDICIONAIS CONCEDIDOS - tam-


rias devolvidas total ou parcialmente por estarem em desa- bém chamados de descontos financeiros, são aqueles que
cordo como pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). a empresa concede dos seus clientes e acontece em data
posterior a venda impondo-lhes alguma condição. Nor-
Lançamentos: malmente esta condição é a exigência de quitação da du-
plicata a receber antes da data de vencimento.
1 ) Devolução pelo cliente de mercadorias de uma Ao conceder o desconto (despesa financeira) ao cliente
venda feita a vista. em um pagamento antecipado:

D – Devolução de Vendas D – Caixa / Banco – 4.500


C- Caixa / Banco D – Descontos Concedidos – 500 (despesa financeira)
C – Duplicatas a Receber – 5.000
1.1) Reintegração ao Estoque:
*Fretes e Seguros sobre vendas, quando ocorrerem por
D – Estoque de Mercadorias conta do vendedor, devem ser contabilizados em contas de
C – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) despesas operacionais (resultado) e classificados no grupo
de despesas com vendas.
1 ) Devolução pelo cliente de mercadorias de uma
venda feita a prazo. OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OPERAÇÕES
COM MERCADORIAS
D – Devolução de Vendas
C- Duplicatas a Receber Conta Mista: consiste na adoção de uma só conta, que
exerce a função de uma conta patrimonial, por que a conta
1.1) Reintegração ao Estoque registra o valor do estoque inicial e estoque final, figuran-
do no balanço patrimonial como as demais contas do ativo.
D – Estoque de Mercadorias Cria-se a conta mercadorias que ao mesmo tempo exercerá a
C – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) função de conta de resultado, pois nela também são registra-
das as compras, devolução de compras, vendas, devolução
Obs. Se as mercadorias em devolução, em função das de vendas, etc. Permitindo assim apurar-se por meio dela o
distorções, não reintegrar os estoques deverá ser contabi- resultado bruto ou o resultado com mercadorias no exercício.
lizada como perda do período sendo encerrada contra o
resultado do período: Estoque Inicial
Representa o saldo da conta Mercadorias em estoque
D – Perda do Estoque no encerramento do exercício anterior que é o mesmo do
C - CMV início do exercício atual. No início do exercício é reconhe-
cida contabilmente a transferência do estoque inicial para
ABATIMENTOS – abriga os descontos concedidos a conta mercadorias:
a clientes, posterior a entrega do produto por defeito de D – Mercadorias
qualidade ou pelo transporte do mesmo. Na tentativa de C – Estoque Inicial
evitar devolução propõe-se um abatimento no preço (des-
conto) para compensar o prejuízo ao comprador. Compras de Mercadorias
Representa as entradas de mercadoria no estoque,
Lançamento: pelo seu valor líquido. Todas as compras serão lançadas
a débito da conta Mercadorias, pois estão aumentando o
1) Abatimento concedido ao cliente de uma ven- seu saldo tendo como contrapartida lançamentos a crédito
da de mercadorias a vista da forma de pagamento que pode ser: “Caixa, Banco, ou
Contas a Pagar, etc”
D – Abatimento sobre Vendas D – Mercadorias
C – Caixa / Banco C – Caixa / Banco / Contas a Pagar / fornecedor

2) Abatimento concedido ao cliente de uma ven- Estoque Final


da de mercadorias a prazo Representa o valor final no estoque da empresa no
encerramento do período social, é levantado o valor por
D – Abatimento sobre Vendas meio de um inventário físico da existência dos bens que
C – Duplicatas a Receber se encontram em estoque e o valor será lançado a débito
da conta patrimonial Estoque Final, e em contrapartida a
crédito da conta Mercadorias.

22
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

D – Estoque Final Exemplo prático:


C – Mercadorias Uma empresa possuía um estoque inicial de $ 100, e
efetuou $ 400 de compras de mercadorias a prazo, teve
Venda de Mercadorias vendas a vista de $ 700, restando ao final do período
Representa a saída de mercadoria do estoque lan- social um estoque de $ 300.
çada a crédito da conta Mercadorias Mista, tendo como
contrapartida lançamentos a débito da forma da venda, 1) Registro da compra a prazo:
a vista ou a prazo, podendo ser as contas Caixa, Bancos, D – Compra de mercadorias 400,
Contas a Receber, clientes etc. C – Contas a pagar 400,
D – Caixa / Bancos / Contas a Receber
C – Mercadorias 2) Registro da venda a vista:
D – Caixa 700
Exemplo prático: C – Receita de Vendas com mercadoria 700
Uma empresa possuía um estoque inicial de $ 100,
e efetuou $ 400 de compras de mercadorias a prazo, 3) Cálculo do CMV:
teve vendas a vista de $ 700, restando ao final do pe- CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
ríodo social um estoque de $ 300. CMV = 100 + 400 – 300
Pelo método da conta mista, somente pela conta CMV = 200
“mercadoria” poderemos apurar o Resultado com mer-
cadoria ao final do período. 4) Atualização do estoque:
D – CMV 200,
1 – transferir o saldo do estoque inicial para a conta C – Estoque 200,
mercadorias:
Mercadorias 5) Apuração do Resultado Com Mercadorias
“a” Estoque inicial 100,
5.1 – Transferência da receita com vendas para o
2 – registrar a entrada das mercadorias compradas RCM
a prazo: D – Receitas com vendas 700,
Mercadoria C – RCM 700,
“a” fornecedores 400,
5.2 – Transferência do CMV para o Resultado
3 – registrar a venda a vista de mercadoria por $ D – RCM 200,
700: C – CMV 200,
Caixa
“a” Mercadoria 700, Observações:
Quando a empresa calcular o CMV, deve ser feito o
4 – registrar o registro do inventário final do esto- registro contábil do fato da seguinte forma:
que:
Estoque final Transferência do estoque inicial para o CMV:
“a” Mercadoria 300, D – CMV 100,
C – Estoque inicial 100,
MERCADORIAS
Transferência das compras para o CMV:
Neste exemplo teremos um estoque final de $300, D – CMV 400,
no balanço patrimonial e um resultado como merca- C – Compras 400,
dorias ou um lucro bruto de $500, credor, ou seja, a
empresa teve um lucro com as vendas de $500. Registro do estoque final inventariado para o CMV:
As operações que reduzem as vendas como, por D – Estoque final 300,
exemplo, devoluções de venda, descontos incondicio- C – CMV 300,
nais concedidos, entrarão na conta mercadoria com sal-
do devedor, diminuindo o valor da caixa; enquanto que (O estoque final é inventariado por meio de conta-
as operações que reduzem as compras entrarão com gem física ou apurado mediante fichas de controle).
saldo credor tendo como contrapartida a conta “for-
necedor”. Inventário
O inventário é a ferramenta que a empresa possui
Conta Desdobrada: consiste em desdobrar a con- para atualizar o valor do seu estoque em uma determi-
ta de mercadoria em tantas contas forem necessárias, nada data e verificar a existência física de um bem; pode
para a contabilização isolada de cada tipo de fato que ser efetuado de duas maneiras:
envolva as operações com mercadorias.

23
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Inventário Periódico – Ocorre quando a empresa efe- C – Estoque de Mercadoria (BP)


tua uma venda sem um controle do estoque permanente
e, portanto, sem registrar o Custo das Mercadorias Vendi- Resultado com mercadorias
das no momento da venda. Quando é necessário apurar o O resultado da negociação com as mercadorias,
Resultado obtido com a venda das Mercadorias (RCM), é pode ser apurado na DRE, onde é chamado resultado
feito um levantamento físico para avaliação do estoque de bruto com mercadorias é encontrado pela equação:
mercadorias existente naquela data; e pela diferença en- RCM = Vendas líquidas – Custo das Mercadorias
tre o total das mercadorias (que a empresa possuía e que Vendidas (CMV)
comprou no período) e esse estoque final obtemos o custo O resultado com mercadorias somente considera
das mercadorias vendidas (CMV) nesse período. as receitas e as despesas, custos e deduções relacio-
Com esse sistema a empresa passa a elaborar o inven- nadas com a mercadoria negociada pela empresa; no
tário físico somente no final de um período, normalmente seu cálculo não entram as demais receitas ou despesas
um ano, com o término do exercício social. O valor encon- operacionais ou não.
trado será representado no Balanço Patrimonial, na conta
estoque de mercadorias. O CMV é calculado pela seguinte a) Vendas Líquidas:
fórmula: Venda líquida representa o resultado das vendas
CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final brutas menos as deduções sobre as vendas. Entende-se
por dedução os impostos incidentes sobre as vendas,
Exemplo: as vendas canceladas, os descontos incondicionais con-
“Uma empresa possuía em 01/01/2004, estoque ini- cedidos e as devoluções de vendas. A venda líquida é
cial no valor de R$ 300.000, Durante o ano, realizou com- calculada pela seguinte equação:
pras que totalizaram de R$ 1.000.000. O estoque final em Vendas líquidas =
31/12/04 foi avaliado em R$ 200.000. As vendas foram de Vendas brutas
R$ 1.200.000”. (-) devolução de vendas
CMV = EI + C – EF (-) vendas canceladas
CMV = 300.000 + 1.000.000 – 200.000 (-) Icms sobre vendas
CMV = R$ 1.100.000 (-) Pis/Cofins sobre venda
RCM = Vendas – CMV (-) descontos comerciais concedidos
RCM = 1.200.000 – 1.100.000 (-) descontos incondicionais concedidos
RCM = R$ 100.000 (-) abatimentos sobre vendas
RCM = resultado com mercadorias
CVM = custo da mercadoria vendida Exemplo:
Uma empresa vendeu R$ 200.000,00 em mercado-
Inventário Permanente – Ocorre quando a empre- rias a vista, com incidência de Icms de R$ 20.000,00, PIS
sa controla de forma contínua o estoque de mercadorias, de R$ 10.000,00. Devido a um defeito na mercadoria a
dando-lhe baixa, em cada venda, pelo custo dessas Merca- empresa deu um abatimento de R$ 30.000,00 no mo-
dorias Vendidas (CMV). Esse controle é efetuado sobre as mento da venda. Calcule o valor da Receita Líquida de
mercadorias vendidas (CMV) e sobre as mercadorias que Vendas.
não foram vendidas (estoque final). Pela Soma dos Custos Receita bruta = 200.000
de todas as Vendas, teremos o Custo das Mercadorias Ven- (-) Icms sobre vendas = (20.000)
didas (CMV) total do período. (-) Pis sobre faturamento = (10.000)
Ao utilizar esse sistema de controle de estoque, a em- (-) Abatimento concedido = (30.000)
presa passa a controlar permanentemente o seu estoque = Receita Líquida de Venda = 140.000
de mercadorias, fazendo uma nova avaliação a cada opera-
ção que modifique o saldo de uma conta; existe um acom- b) Custo da mercadoria Vendida:
panhamento contínuo dos bens em estoque. Representa quanto custou para a empresa a merca-
Este método de controle de estoque é conhecido como doria que foi vendida no período. É importante ressal-
método das fichas, pois cada bem deverá ter uma ficha e tar que para o cálculo do CMV não é necessário saber
esta será atualizada após cada transação, apresentando o preço de venda.
tempestivamente a evolução da conta. Na prática a empresa analisa quanto tinha de mer-
No método de inventário permanente são efetuados cadoria no estoque, soma a este saldo quanto comprou
dois lançamentos no momento da venda, um para reco- no período e retira quanto ainda tem no estoque, o
nhecer a receita e outro para baixar o estoque, conforme saldo final representa o total do custo de mercadoria
se segue: vendida.
Lançamento para reconhecer a receita – venda a vista O CMV é uma despesa e na apuração do resultado
D – Caixa (BP) será deduzido da receita líquida de vendas. É calculado
C – Vendas de Mercadorias (DRE) pela seguinte fórmula:
Lançamento para atualizar o estoque CMV = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS LÍQUIDAS –
D – Custo da Mercadoria Vendida (DRE) ESTOQUE FINAL

24
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

c) Compras líquidas: Impostos e taxas sobre vendas


A empresa para praticar os seus atos comerciais deve Os impostos que incidem sobre as vendas tem uma
primeiramente comprar as mercadorias objeto da negocia- conotação de representarem uma despesa para empresa,
ção. Esta compra pode ser a vista tendo como contraparti- pois os valores estão incluídos na receita bruta, entretanto
da um saque no disponível ou a prazo criando assim uma a empresa deverá repassar ao poder público. São apresen-
obrigação. tados na DRE como dedução da receita bruta, a sua contra-
O valor líquido das compras deverá ser calculado a partida é uma obrigação no Passivo.
partir das compras brutas adicionando as despesas que ge-
ralmente constam da nota fiscal, (frete, seguro e impostos Impostos e taxas sobre compras
não recuperáveis) e diminuindo os impostos recuperáveis, Os impostos que incidem sobre as compras em regra
os descontos obtidos, as devoluções de compras as com- são ICMS, PIS, Cofins, IPI, e quando não cumulativos são re-
pras canceladas. cuperáveis, se tornando um direito, pois a empresa compra-
Para calcular o valor das compras líquidas deve-se apli- dora poderá abater o valor pago na compra do valor que
car a seguinte equação: será recolhido aos cofres público no momento da venda.
Compras líquidas = compras brutas Quando o imposto não é recuperável ele é um custo para a
(+) frete sobre compras empresa, pois estará compondo o valor da mercadoria compra-
(+) seguro sobre compras da. Não existindo neste caso o direito de recuperar o imposto.
(+) carga e descarga de mercadorias compradas
(-) descontos e abatimentos obtidos na compra Impostos que afetam as mercadorias
(-) desconto comercial obtido Além dos fatos administrativos como frete, seguro etc.
(-) devolução de compras que alteram os valores das mercadorias existem ainda os
(-) compras canceladas impostos e as contribuições que incidem sobre as mesmas.
(-) impostos recuperáveis (Icms sobre compras) Os impostos mais comuns são: ICMS, IPI, ISS, PIS sobre
faturamento e COFINS.
O valor apurado como compra líquida entrará no cál-
culo do CMV – Custo das Mercadorias Vendidas. ICMS - Imposto sobre Operações Relativas a Circu-
lação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços
d) Terminologia aplicada às operações com merca- de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Co-
dorias: municação.
Descontos Comerciais Obtidos É um imposto de esfera estadual, considerado imposto
São descontos obtidos junto ao fornecedor no ato da por dentro, pois seu valor já esta embutido no preço de com-
negociação das compras, representam uma receita para a pra ou venda e é um imposto não cumulativo, isto é, o impos-
empresa, e estará incluído na nota fiscal, também conheci- to incidente de uma operação (Compra) será compensado do
do como desconto incondicional obtido. imposto incidente da operação subsequente (venda).
Descontos Comerciais Concedidos O ICMS incide sobre a circulação de mercadorias e de-
São os descontos que a empresa dá ao seu cliente, se- terminados serviços, como o de transporte, energia e te-
rão incluídos na nota fiscal e representam uma dedução da lecomunicações. Sua regulamentação constitucional está
receita bruta. Também e chamado de desconto incondicio- prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei
nal concedido. Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complemen-
Devoluções de Compras tares 92/97, 99/99 e 102/2000.
Mercadoria que a empresa comprou e posteriormente Na compra o ICMS representa um direito da empresa
devolveu por algum motivo específico ao seu fornecedor, (ativo) e na venda uma obrigação (passivo) junto ao gover-
normalmente será necessário efetuar um lançamento can- no. Deverá ser calculado mensalmente e recolhida a dife-
celando a compra. rença nos primeiros dias do mês subsequente. Ao final do
Devoluções de Vendas exercício social serão contabilizado todos os recolhimentos
Esta conta representa a parcela das vendas efetuadas e fechado saldo da conta.
pela empresa que o cliente devolveu por algum motivo. O ICMS é calculado mediante a aplicação de um per-
Será apresentada na DRE como dedução da receita bruta. centual sobre o valor da mercadoria ou do serviço, poden-
Gastos com Transportes e seguro na compra do variar de acordo com a mercadoria e o Estado. A legis-
Representa os fretes, seguros, e outros custos adicio- lação fiscal determina que o ICMS deva ser contabilizado
nais que são incorporados ao custo das mercadorias ad- separadamente do valor da mercadoria, normalmente com
quiridas, no ato das compras, e que são de responsabi- as contas: ICMS a recolher, ICMS a recuperar, ICMS sobre
lidade do comprador, o frete e o seguro na venda serão vendas e ICMS sobre compras.
considerados uma despesa operacional.
Gastos com fretes e seguros na venda Exemplo:
Representam uma despesa operacional para a empre- Uma empresa comprou R$ 100.000,00 em mercadorias
sa, não estão relacionados com a receita líquida de venda, com ICMS de R$ 20.000,00. Posteriormente vendeu toda
pois são benefícios que a empresa vendedora concede aos mercadoria comprada por R$ 250.000,00 com ICMS de R$
seus clientes. 50.000,00.

25
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

a) registro da compra IPI –


D – estoque = 80.000 1. Imposto por fora;
D – ICMS a recuperar = 20.000 2. Geralmente é não recuperável ou cumulativo;
C – Banco = 100.000 3. Na compra é um custo, quando não recuperável;
b) registro da venda 4. Se recuperável, na compra gera um direito IPI a
D – caixa = 250.000 recuperar;
D – CMV = 80.000 5. Na venda é uma dedução do faturamento que
D – ICMS sobre vendas = 50.000 gera uma obrigação – IPI sobre faturamento e IPI a reco-
C – ICMS a recolher = 50.000 lher;
C – estoque = 80.000 6. Tributo de incidência federal.
C – vendas de mercadorias = 250.000
De acordo com o exemplo esta empresa teve como ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza.
despesa com o ICMS na operação um valor de R$ 50.000,00, É um imposto de competência Municipal, cobrado so-
contudo como havia pagado R$ 20.000,00 no 0momento bre prestadores de serviços, pode ter sua alíquota diferen-
da compra somente deverá recolher aos cofres públicos a ciada de um Município para outro. Representa uma dedu-
diferença de R$ 30.000,00. Este direito é caracterizado pela ção do preço total da Receita de Serviços Prestados.
não cumulatividade do imposto. Esse imposto é específico das empresas prestadoras de
ICMS – serviços; entretanto, algumas empresas comerciais, além
1. Imposto por dentro; de vender mercadorias, também pode prestar algum tipo
2. Recuperável ou não cumulativo; de serviço pagando ISS sobre a receita desse serviço.
3. Na compra gera um direito – Icms a recuperar; A alíquota e a base de cálculo do Imposto sobre Ser-
4. Na venda gera uma dedução de receita e uma viços podem ser diferentes em cada cidade do país, pois
obrigação – Icms sobre vendas e Icms a recolher; dependem da legislação municipal. Entretanto a Emenda
5. Tributo de incidência estadual. Constitucional 37/2002 determina a aplicação da alíquota
mínima do ISS em de 2% (dois por cento), e a Lei Comple-
IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados mentar 116/2003 estabelece a alíquota máxima de incidên-
É um imposto de competência Federal exigido das em- cia do ISS foi em 5%, ou seja, a alíquota mínima é de 2% e
presas industriais. O seu valor não está embutido no valor a máxima é de 5%.
de venda, devendo ser incluído no valor final da nota fiscal O ISS será apresentado na DRE como dedução das re-
da operação, aumentando o valor a pagar pelo comprador, ceitas brutas e terá como contrapartida uma obrigação no
assim como o ICMS é um imposto não cumulativo para passivo circulante.
as indústrias, isto é, o imposto incidente de uma operação Exemplo:
(Compra) será compensado com o valor do imposto inci- Uma empresa prestou um serviço e recebeu a vista R$
dente da operação subsequente (venda). 70.000,00 com incidência de ISS de 5%.
Nas operações de compra de mercadoria por parte das D – caixa = 70.000
empresas comerciais, em geral o IPI é um imposto cumu- D – Imposto Sobre Serviço = 3.500
lativo, ou seja, quando uma empresa compra uma merca- C – ISS a recolher = 3.500
doria para revendê-la o IPI será considerado um custo não C – Venda de serviço = 70.000
sendo recuperável no momento da venda. O IPI é conside-
rado um imposto por fora, ele não está incluído no valor PIS/COFINS sobre faturamento - Plano de Integra-
nominal da operação, entretanto estará apresentado na ção Social / Contribuição para Financiamento da Segu-
nota fiscal da negociação. ridade Social
A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e
Exemplo: Cofins é o faturamento mensal, que corresponde à receita
Uma empresa comercial adquire R$ 200.000,00 em bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas
mercadorias de uma indústria, com IPI incluso na nota pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade
fiscal de RS 20.000,00. A mercadoria foi vendida por R$ por ela exercida e a classificação contábil adotada para as
400.000,00 receitas.
a) registro da compra Para fins de determinação da base de cálculo, podem
D – estoque = 220.000 ser excluídos do faturamento, quando o tenham integrado,
C – banco = 220.000 os valores:
Obs: neste caso o IPI é por fora do valor da mercadoria 1. Das receitas isentas ou não alcançadas pela inci-
e não é recuperável, sendo tratado como custo da merca- dência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);
doria comprada. 2. Das vendas canceladas;
b) registro da venda 3. Dos descontos incondicionais concedidos;
D – caixa = 400.000 4. Do IPI;
D – CMV = 220.000 5. Do ICMS, quando destacado em nota fiscal e co-
C – estoque = 220.000 brado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços
C – venda de mercadoria = 400.000 na condição de substituto tributário;

26
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

6. Das reversões de provisões; 8. Pis/Cofins a recolher = obrigação – passivo cir-


7. Das recuperações de créditos baixados como per- culante
das, que não representem ingresso de novas receitas; 9. IPI sobre compras = em regra é um custo – CMV
8. Dos resultados positivos da avaliação de investi- 10. IPI a recuperar = é um direito – ativo circulante
mentos pelo valor do patrimônio líquido; 11. IPI sobre faturamento = dedução do faturamento
9. Dos lucros e dividendos derivados de investimen- bruto – DRE
tos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido 12. IPI a recolher = obrigação – passivo circulante
computados como receita; 13. ISS sobre compras de serviços = custo – despesas
10. Das receitas não-operacionais, decorrentes da 14. ISS sobre vendas de serviço = dedução das re-
venda de bens do ativo permanente. ceitas – DRE
Segundo a legislação especifica o PIS/COFINS pode ter 15. ISS a recolher = obrigação – passivo circulante
um regime de incidência cumulativa (não recuperável) ou 16. Icms conta corrente = pode ser tanto do ativo
não cumulativa (recuperável), com alíquotas diferenciadas como do passivo, neste caso deve-se atentar para o saldo
de acordo com o regime adotado. final da conta:
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da - Icms conta corrente saldo credor = passivo circu-
Cofins, no regime de incidência cumulativa, ou seja, não lante
recuperável são, respectivamente, de sessenta e cinco cen- - Icms conta corrente saldo devedor = ativo circulante
tésimos por cento (0,65%) e de três por cento (3%).
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Co- Apuração do Resultado do Período
fins, com a incidência não-cumulativa, ou seja, recuperável,
são, respectivamente, de um inteiro e sessenta e cinco cen- Toda empresa é constituída com a finalidade de ob-
tésimos por cento (1,65%) e de sete inteiros e seis décimos tenção de lucro, pois este é a remuneração do capital apli-
por cento (7,6%). cado.
A apuração e o pagamento da Contribuição para o PIS/ Quando do estudo das variações patrimoniais, vimos
Pasep e da Cofins serão efetuados mensalmente, de forma que a cada despesa ou a cada receita, o patrimônio da
centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídi- empresa é alterado para mais ou para menos, conforme
ca. O pagamento deverá ser efetuado até o último dia útil obtenha lucro ou tenha prejuízo.
do 2º (segundo) decêndio subsequente ao mês de ocor- Mas, convenhamos, seria impossível a cada receita ou
rência dos fatos geradores. a cada despesa nós irmos até ao contador e verificarmos
No registro da apuração do PIS/COFINS sobre fatura- se obtivemos lucro ou tivemos prejuízo.
mento as contas serão apresentadas na DRE como dedu- Essa apuração do resultado é feita normalmente ao
ção das receitas e terão como contrapartida uma obrigação final de cada mês, para o administrador poder até corrigir
no passivo circulante. procedimentos, e anualmente para fins de prestação de
Exemplo: informações e recolhimento de tributos para com a Re-
Uma empresa faturou no mês R$ 5.000.000,00 e terá ceita Federal.
que recolher como PIS/COFINS 3,65%. Normalmente, o exercício fiscal coincide com o nos-
D – Pis/Cofins sobre faturamento = 182.500 so calendário, isto é de 1º de janeiro a 31 de dezembro
C – Pis/Cofins a recolher = 182.500 de cada ano, mas nada impede que a empresa tenha sua
PIS/COFINS – apuração em período distinto, independente da presta-
1. Podem ser recuperáveis ou não; ção de contas para o FISCO.
2. Se recuperáveis na compra geram um direito – Pis/ Para a apuração do resultado do período nós precisa-
Cofins a recuperar; mos verificar todas as contas de receita e todas as contas
3. Se não recuperáveis serão considerados custo na de despesas, e fazendo o total das contas de Receitas me-
compra; nos o total das contas de Despesas, temos o Resultado do
4. Na venda são deduções das receitas e geram uma Período, ou seja, LUCRO ou PREJUÍZO.
obrigação – Pis/cofins sobre vendas e Pis/Cofins a recolher; De forma simplista, este é o procedimento.
5. Tributos de incidência federal. Na prática contábil, são efetuados lançamentos trans-
ferindo os saldos das contas de Receitas e das contas de
Classificação das contas que representam tributos: Despesas, para uma conta Resultado do Exercício. O saldo
1. Icms sobre compras = direito – ativo circulante que ficar nesta conta será transferido para uma conta do
2. Icms a recuperar = direito – ativo circulante Patrimônio Líquido, como exemplo: LUCROS E PREJUÍZOS.
3. Icms sobre vendas = dedução das receitas – DRE
4. Icms a recolher = obrigação – passivo circulante CONTAS DE RECEITAS - DEBITADAS pelo valor do sal-
5. Pis/Cofins sobre compras = em regra é um direito do final do exercício
– ativo circulante
6. Pis/cofins a recuperar = é um direito – ativo cir- CONTAS DE DESPESAS - CREDITADAS pelo valor do
culante saldo final do exercício
7. Pis/Cofins sobre vendas = dedução das receitas –
DRE

27
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

CONTA RESULTADO DO EXERCÍCIO: Histórico – Transferência do saldo para apura-


ção do Resultado do Exercício
CREDITADA pelo saldo das contas de RECEITAS Valor - 73.723,40

DEBITADA pelo saldo das contas de DESPESAS D – Resultado do Exercício


C – Custo das Mercadorias Vendidas
Todas as contas de resultado (Receitas e Despesas) são Histórico – Transferência do saldo para apura-
zeradas, e só passam para o próximo exercício fiscal/social ção do Resultado do Exercício
as contas patrimoniais (BENS, DIREITOS, OBRIGAÇÕES E Valor - 197.229,30
PATRIMÕNIO LÍQUIDO).
D – Resultado do Exercício
A cada novo exercício fiscal as contas de resultado ( C – Salários
Receitas e Despesas) começam zeradas. Histórico – Transferência do saldo para apura-
ção do Resultado do Exercício
Vamos a um exemplo da apuração do resultado: Valor - 35.000,00

Saldo das Contas de Resultado: D – Resultado do Exercício


C – Contribuições Sociais
CONTAS SALDO DEVEDOR SALDO CRE- Histórico – Transferência do saldo para apura-
DOR ção do Resultado do Exercício
Venda de Mercadorias 415.567,00 Valor - 14.000,00
Impostos sobre Vendas 73.723,40
Custo d a s M e r c a d o r i a s Ve n d i d a s D – Resultado do Exercício
197.229,30 C – Impostos e Taxas
Salários 35.000,00 Histórico – Transferência do saldo para apura-
Contribuições Sociais 14.000,00 ção do Resultado do Exercício
Impostos e Taxas 5.000,00 Valor – 5.000,00
Água e Esgoto 2.000,00
Energia 10.000,00 D – Resultado do Exercício
Pró-Labore 30.000,00 C – Água e Esgoto
Papelaria 2.400,00 Histórico – Transferência do saldo para apura-
Aluguéis 12.000,00 ção do Resultado do Exercício
Sub-Totais 381.352,70 415.567,00 Valor – 2.000,00
Diferença entre débito x crédito
34.214,30 D – Resultado do Exercício
Totais 415.567,00 415.567,00 C – Energia
Histórico – Transferência do saldo para apura-
Neste exemplo, como o valor total das Receitas é ção do Resultado do Exercício
MAIOR que o valor total das Despesas, já sabemos que a Valor – 10.000,00
empresa obteve LUCRO.
D – Resultado do Exercício
Os lançamentos de transferência dos saldos das Con- C – Pró-Labore
tas de Resultado para a conta de Resultado do Exercício, Histórico – Transferência do saldo para apura-
seriam: ção do Resultado do Exercício
Valor – 30.000,00
- debitar as contas de Receitas e creditar a conta Resul-
tado do Exercício D – Resultado do Exercício
- creditar as contas de Despesas e debitar a conta Re- C – Papelaria
sultado do Exercício Histórico – Transferência do saldo para apura-
ção do Resultado do Exercício
Valor – 2.400,00
D – Venda de Mercadorias
C – Resultado do Exercício D – Resultado do Exercício
Histórico – Transferência do saldo para apuração do C – Aluguéis
Resultado do Exercício Histórico – Transferência do saldo para apura-
Valor - 415.567,00 ção do Resultado do Exercício
Valor – 12.000,00
D – Resultado do Exercício
C – Impostos sobre Vendas

28
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

O saldo da conta de Resultado do Exercício, após os lançamentos anteriores é transferido para a conta de Lucros e
Prejuízos.

Se esse saldo for Credor, a conta de Resultado do Exercício será debitada, creditando-se a conta de Lucros e Prejuízos.

Se o saldo da conta Resultado do Exercício for Devedor, ela será creditada, debitando-se a conta de Lucros e Prejuízos.

8 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO: CONCEITOS, MODELOS E TÉCNICAS DE


ELABORAÇÃO.

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar que relaciona os saldos das contas remanescentes no diário.
Imprescindível para verificar se o método de partidas dobradas está sendo observado pela escrituração da empresa.

Por este método cada débito deverá corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao balancete verificar se a
soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores.

Este demonstrativo poderá ser utilizado para fins gerenciais, com suas informações extraídas dos registros contábeis
mais atualizados. O grau de detalhamento do balancete de verificação deverá estar adequado a finalidade do mesmo. Caso
o demonstrativo seja destinado a usuários externos o documento deverá ser assinado por contador habilitado pelo conse-
lho regional de contabilidade (CRC).

Geralmente o balancete é disponibilizado mensalmente, servindo assim como suporte aos gestores para visualizar a
situação da empresa diante dos saldos mensurados, sendo um demonstrativo de fácil entendimento e de grande relevância
e utilidade prática.

É o demonstrativo que relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor, de tal forma que se os lan-
çamentos foram corretamente efetuados, de acordo com o Método das Partidas Dobradas, o total da coluna dos saldos
devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores.

O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar de caráter não obrigatório, que relaciona os saldos das con-
tas remanescentes no diário. Imprescindível para verificar se o método de partidas dobradas está sendo observado pela
escrituração da empresa. Por este método cada débito deverá corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao
balancete verificar se a soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores.
Este demonstrativo deve ser levantado mensalmente segundo a NBC T 2.7, unicamente para fins operacionais, não
tendo obrigatoriedade fiscal, com suas informações extraídas dos registros contábeis mais atualizados. O grau de detalha-
mento do balancete de verificação deverá estar adequado a finalidade do mesmo. Caso o demonstrativo seja destinado a
usuários externos o documento deverá ser assinado por contador habilitado pelo conselho regional de contabilidade (CRC).
Geralmente o balancete é levantado antes do início de um novo exercício, servindo também como suporte aos gestores
para visualizar a situação da empresa diante dos saldos mensurados, sendo um demonstrativo de fácil entendimento e de
grande relevância.

Objetivo

Testar se o método das partidas dobradas foi respeitado, evidenciando as contas de acordo com seus respectivos sal-
dos e verificando a igualdade entre a soma dos saldos devedores e credores.

29
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Exemplo de um Balancete de Verificação

Cia. Contabilidade Clara

Balancete Mensal de Verificação -  ABR/2012


Contas Natureza Débito Crédito
Caixa -
Bancos cta. Movimento AC 4800 -
Duplicatas a Receber AC 10200
Mercadorias AC 6000
-
Imobilizado AC 9400 -
Fornecedores ANC 32000 -
Empréstimos e PC - 17800
Financiamentos PC -
Capital Social PL - 10100
Lucros ou Prejuízos PL - 28000
Acumulados 6500
Total   62400 62400
AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante
PL = Patrimônio Liquido
Nota: Contas de resultado com saldos remanescentes também devem ser inseridas no balancete caso existam. Neste
exemplo supõe-se que antes da elaboração do demonstrativo as contas foram apuradas na Demonstração do Resultado
do Exercício (DRE) e agora integram a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

9 BALANÇO PATRIMONIAL: CONCEITOS, OBJETIVO, COMPOSIÇÃO.

BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial está regulamentado nos Artigos 178 a 184 da Lei nº 6.404/1976, com as alterações implementa-
das pela Lei nº 11.638/2007 e 11.941/2009.
No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos
seguintes grupos: Ativo Circulante; Ativo Não-Circulante, composto por Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
Imobilizado e Intangível.
No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: Passivo Circulante; Passivo Não-Circulante; e Patrimônio
Líquido, dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em
Tesouraria e Prejuízos Acumulados.

Ativo
As contas no Ativo serão classificadas do seguinte modo:
a) no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplica-
ções de recursos em despesas do exercício seguinte;
b) no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os deri-
vados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (Art. 243 da Lei nº 6.404/1976),
diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do ob-
jeto da companhia;
c) em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não clas-
sificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
d) no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades
da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;

30
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

e) no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exer-
cidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no
circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Passivo
As contas no Passivo serão classificadas do seguinte modo:
a) no Passivo Circulante deverão ser registradas as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição
de direitos do ativo permanente, quando vencerem no exercício seguinte, e no passivo exigível a longo prazo, se tiverem
vencimento em prazo maior;
b) no Passivo Não-Circulante deverão ser registradas as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aqui-
sição de direitos do ativo permanente, quando vencerem após o exercício seguinte;
c) no Patrimônio Líquido:
c.1) na conta do Capital Social será discriminado o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada;
c.2) nas Reservas de Capital serão classificadas as contas que registrarem a contribuição do subscritor de ações que
ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição e o resultado da correção monetária do capital rea-
lizado, enquanto não-capitalizado;
c.3) serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do
ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou em normas expedidas
pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404/1976;
c.4) nas Reservas de Lucros serão lançadas as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia;
c.5) as Ações em Tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que
registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

31
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

10 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO: CONCEITO, OBJETIVO,


COMPOSIÇÃO.

Na determinação do resultado do exercício serão computados as receitas e os rendimentos ganhos no período, inde-
pendentemente da sua realização em moeda, e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, corresponden-
tes a essas receitas e rendimentos. Na Demonstração do Resultado do Exercício deverão estar demonstradas as seguintes
informações:
a) a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
b) a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
c) as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e
outras despesas operacionais;

32
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

d) o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;


e) o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
f) as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumen-
tos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como
despesa;
g) o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resul-
tado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.

Como fazer DRE (Demonstração do Resultado do Exercício)


  
 Mesmo os contadores mais organizados enfrentam uma série de questionamentos ao apresentar o balanço aos seus
clientes. Eles analisam aqueles valores e perguntam: “Quanto a empresa vendeu?”, “Quanto é seu custo, quais são suas
despesas?”, “Quanto rendeu a aplicação deste ou daquele mês?”. É impossível responder tudo isso só com os balanços.
Para isso, existe o Demonstrativo de Resultado do Exercício. O DRE, como também é chamado, é o confronto das receitas,
custos e resultados do exercício, para obter o resultado líquido do mesmo.
A lei brasileira prevê que os seguintes itens devem estar na Demonstração do Resultado do Exercício.
—A receita bruta das vendas e serviços e eventuais deduções (como os impostos);
—A receita líquida das vendas e serviços, e, por fim o lucro bruto;
—As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e
outras despesas operacionais;
—O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
—O resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a previsão para tal imposto;
—As participações de quaisquer partes e de instituições ou fundos de assistências e previdência de empregados

Veja abaixo um tutorial de como calcular o DRE:

Faturamento Bruto (venda de produtos)


Subtraia:
Impostos Industriais (o IPI é o mais comum)
=
Receita Bruta de Vendas
Subtraia:
Impostos e sobre Mercadorias e Serviços (ISS, ICMS, PIS/COFINS)
Descontos incondicionais concedidos
Devoluções de Vendas
Abatimentos sobre Vendas
Some:
Reversão dos Impostos
=
Receita Líquida de Vendas
Subtraia:
Custo dos Produtos Vendidos (inclua frete, seguros e afins)
Custo das Mercadorias Vendidas (inclua frete, seguros e afins)
Custo dos Serviços Prestados
=
Lucro Operacional Bruto
Subtraia
Despesas Comerciais (inclua gastos com publicidade e propaganda, eventuais manutenções, salários de vendedores,
despesas com devedores, etc)
Despesas Financeiras (como o IOF, variações monetárias passivas, descontos condicionais concedidos, etc)
Despesas Gerais e Administrativas (inclua impostos e aluguéis, honorários, depreciações e eventuais manutenções)
Outras Despesas Operacionais

Some:
Receitas financeiras (como as variações monetárias ativas, descontos condicionais obtidos, etc).
Outras Receitas Operacionais
=

33
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Lucro ou Prejuízo Operacional Líquido

Subtraia:
Outras Despesas Não Operacionais (inclua o custo de venda de ativo imobilizado, etc)
Some:
Outras Receitas Não Operacionais (inclua a receita de venda de ativo imobilizado, etc)
=
Lucro/prejuízo antes do Imposto de Renda e da contribuição social sobre o lucro líquido
Subtraia
Despesa com Imposto de Renda
Despesa com Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
=
Lucro ou Prejuízo líquido antes das participações
(As participações abaixo precisam ser calculadas obrigatoriamente nesta ordem, isto porque para o cálculo da próxima deve ser
abatido o valor da participação anteriormente calculada)
Subtraia:
Debêntures (dedutível do Imposto de Renda)
Empregados (dedutível do Imposto de Renda)
Administradores
Partes Beneficiárias
Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
=
Lucro ou Prejuízo líquido do exercício

Se desejar saber qual o lucro ou prejuízo de cada ação, basta dividir o Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício pelo total de ações.

É um calculo trabalhoso, mas relativamente simples que dá uma visão geral do andamento do negócio, possibilitando análise de
gastos e receitas e, portanto, dicas claras de como aumentar o faturamento do negócio.

34
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 1o Somente os valores mobiliários de emissão de


11 LEI Nº 6.404/1976: ALTERAÇÕES companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários
POSTERIORES, LEGISLAÇÃO podem ser negociados no mercado de valores mobiliá-
COMPLEMENTAR E PRONUNCIAMENTOS rios. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
DO COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS          § 2o  Nenhuma distribuição pública de valores
CONTÁBEIS (CPC). mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro
na Comissão de Valores Mobiliários.  (Incluído pela Lei nº
10.303, de 2001)
        § 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá
LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. classificar as companhias abertas em categorias, segundo
as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emiti-
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que dos negociados no mercado, e especificará as normas so-
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte bre companhias abertas aplicáveis a cada categoria. (Incluí-
Lei: do pela Lei nº 10.303, de 2001)
CAPÍTULO I         § 4o O registro de companhia aberta para negocia-
Características e Natureza da Companhia ou So- ção de ações no mercado somente poderá ser cancelado
ciedade Anônima se a companhia emissora de ações, o acionista controlador
ou a sociedade que a controle, direta ou indiretamente,
Características formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações
em circulação no mercado, por preço justo, ao menos igual
        Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o ao valor de avaliação da companhia, apurado com base
capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios nos critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de
ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações patrimônio líquido contábil, de patrimônio líquido avalia-
subscritas ou adquiridas. do a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de
comparação por múltiplos, de cotação das ações no mer-
Objeto Social cado de valores mobiliários, ou com base em outro critério
        Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer aceito pela Comissão de Valores Mobiliários, assegurada a
empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pú- revisão do valor da oferta, em conformidade com o dispos-
blica e aos bons costumes. to no art. 4o-A. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é         § 5o Terminado o prazo da oferta pública fixado na
mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. regulamentação expedida pela Comissão de Valores Mobi-
        § 2º O estatuto social definirá o objeto de modo liários, se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco
preciso e completo. por cento) do total das ações emitidas pela companhia, a
        § 3º A companhia pode ter por objeto participar assembleia-geral poderá deliberar o resgate dessas ações
de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, pelo valor da oferta de que trata o § 4o, desde que deposite
a participação é facultada como meio de realizar o objeto em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de
social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais. Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor
de resgate, não se aplicando, nesse caso, o disposto no §
Denominação 6o do art. 44. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
        Art. 3º A sociedade será designada por denomina-         § 6o O acionista controlador ou a sociedade con-
ção acompanhada das expressões “companhia” ou “socie- troladora que adquirir ações da companhia aberta sob seu
dade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente controle que elevem sua participação, direta ou indireta,
mas vedada a utilização da primeira ao final. em determinada espécie e classe de ações à porcentagem
        § 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que, segundo normas gerais expedidas pela Comissão de
que por qualquer outro modo tenha concorrido para o Valores Mobiliários, impeça a liquidez de mercado das
êxito da empresa, poderá figurar na denominação. ações remanescentes, será obrigado a fazer oferta pública,
        § 2º Se a denominação for idêntica ou semelhan- por preço determinado nos termos do § 4o, para aquisição
te a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o da totalidade das ações remanescentes no mercado.  (In-
direito de requerer a modificação, por via administrativa cluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
(artigo 97) ou em juízo, e demandar as perdas e danos         Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de, no
resultantes. mínimo, 10% (dez por cento) das ações em circulação no
mercado poderão requerer aos administradores da com-
Companhia Aberta e Fechada panhia que convoquem assembleia especial dos acionistas
         Art. 4o  Para os efeitos desta Lei, a companhia titulares de ações em circulação no mercado, para delibe-
é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de rar sobre a realização de nova avaliação pelo mesmo ou
sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no por outro critério, para efeito de determinação do valor de
mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº avaliação da companhia, referido no § 4o do art. 4o.(Incluído
10.303, de 2001) pela Lei nº 10.303, de 2001)

35
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 1o O requerimento deverá ser apresentado no tados e instruído com os documentos relativos aos bens
prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor da oferta avaliados, e estarão presentes à assembleia que conhecer
pública, devidamente fundamentado e acompanhado de do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes fo-
elementos de convicção que demonstrem a falha ou im- rem solicitadas.
precisão no emprego da metodologia de cálculo ou no cri-         § 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela
tério de avaliação adotado, podendo os acionistas referi- assembleia, os bens incorporar-se-ão ao patrimônio da
dos no caput convocar a assembleia quando os administra- companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as
dores não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido formalidades necessárias à respectiva transmissão.
de convocação. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)         § 3º Se a assembleia não aprovar a avaliação, ou
        § 2o Consideram-se ações em circulação no merca- o subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem
do todas as ações do capital da companhia aberta menos efeito o projeto de constituição da companhia.
as de propriedade do acionista controlador, de diretores,         § 4º Os bens não poderão ser incorporados ao
de conselheiros de administração e as em tesouraria. (In- patrimônio da companhia por valor acima do que lhes tiver
cluído pela Lei nº 10.303, de 2001) dado o subscritor.
        § 3o Os acionistas que requererem a realização de         § 5º Aplica-se à assembleia referida neste artigo o
nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor deverão disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.
ressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo         § 6º Os avaliadores e o subscritor responde-
valor seja inferior ou igual ao valor inicial da oferta públi- rão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos
ca. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação
         § 4o  Caberá à Comissão de Valores Mobiliários dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que
disciplinar o disposto no art. 4o e neste artigo, e fixar prazos tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a res-
para a eficácia desta revisão. (Incluído pela Lei nº 10.303, ponsabilidade dos subscritores é solidária.
de 2001)
CAPÍTULO II Transferência dos Bens
Capital Social         Art. 9º Na falta de declaração expressa em con-
SEÇÃO I trário, os bens transferem-se à companhia a título de pro-
Valor priedade.
        Fixação no Estatuto e Moeda Responsabilidade do Subscritor
        Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores
        Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do ou acionistas que contribuírem com bens para a formação
capital social, expresso em moeda nacional. do capital social será idêntica à do vendedor.
        Parágrafo único. A expressão monetária do valor         Parágrafo único. Quando a entrada consistir em
do capital social realizado será corrigida anualmente (arti- crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvên-
go 167). cia do devedor.
CAPÍTULO III
Alteração Ações
        Art. 6º O capital social somente poderá ser modi- SEÇÃO I
ficado com observância dos preceitos desta Lei e do esta- Número e Valor Nominal
tuto social (artigos 166 a 174). Fixação no Estatuto

SEÇÃO II         Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em


Formação que se divide o capital social e estabelecerá se as ações
Dinheiro e Bens terão, ou não, valor nominal.
        § 1º Na companhia com ações sem valor nomi-
        Art. 7º O capital social poderá ser formado com nal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações
contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens preferenciais com valor nominal.
suscetíveis de avaliação em dinheiro.         § 2º O valor nominal será o mesmo para todas as
ações da companhia.
Avaliação         § 3º O valor nominal das ações de companhia
        Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Co-
peritos ou por empresa especializada, nomeados em as- missão de Valores Mobiliários.
sembleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-
sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em Alteração
primeira convocação com a presença de subscritores que         Art. 12. O número e o valor nominal das ações
representem metade, pelo menos, do capital social, e em somente poderão ser alterados nos casos de modificação
segunda convocação com qualquer número. do valor do capital social ou da sua expressão monetária,
        § 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão de desdobramento ou grupamento de ações, ou de can-
apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos cri- celamento de ações autorizado nesta Lei.
térios de avaliação e dos elementos de comparação ado-

36
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SEÇÃO II         I - em prioridade na distribuição de dividendo,


Preço de Emissão fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Ações com Valor Nominal         II - em prioridade no reembolso do capital, com
prêmio ou sem ele; ou  (Redação dada pela Lei nº 10.303,
        Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço de 2001)
inferior ao seu valor nominal.         III - na acumulação das preferências e vantagens
        § 1º A infração do disposto neste artigo importará de que tratam os incisos I e II.(Incluído pela Lei nº 10.303,
nulidade do ato ou operação e responsabilidade dos in- de 2001)
fratores, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.         § 1o Independentemente do direito de receber ou
        § 2º A contribuição do subscritor que ultrapassar não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem
o valor nominal constituirá reserva de capital (artigo 182, ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com res-
§ 1º). trição ao exercício deste direito, somente serão admitidas
à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas
Ações sem Valor Nominal for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências
        Art. 14. O preço de emissão das ações sem valor ou vantagens:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
nominal será fixado, na constituição da companhia, pelos         I - direito de participar do dividendo a ser distribuí-
fundadores, e no aumento de capital, pela assembleia-ge- do, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por
ral ou pelo conselho de administração (artigos 166 e 170, cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do
§ 2º). art. 202, de acordo com o seguinte critério:(Incluído dada
        Parágrafo único. O preço de emissão pode ser fi- pela Lei nº 10.303, de 2001)
xado com parte destinada à formação de reserva de capi-        a) prioridade no recebimento dos dividendos men-
tal; na emissão de ações preferenciais com prioridade no cionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3%
reembolso do capital, somente a parcela que ultrapassar (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação;
o valor de reembolso poderá ter essa destinação. e (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
         b) direito de participar dos lucros distribuídos
SEÇÃO III em igualdade de condições com as ordinárias, depois de
Espécies e Classes a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário
Espécies estabelecido em conformidade com a alínea a; ou (Incluída
        Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direi- dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
tos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordi-         II - direito ao recebimento de dividendo, por ação
nárias, preferenciais, ou de fruição. preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que
        § 1º As ações ordinárias da companhia fechada o atribuído a cada ação ordinária; ou  (Incluído dada pela
e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada Lei nº 10.303, de 2001)
poderão ser de uma ou mais classes.        III - direito de serem incluídas na oferta pública de
        § 2o O número de ações preferenciais sem direito alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-
a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações
não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total ordinárias. (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de         § 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e
2001) minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atri-
      buídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto res-
   Ações Ordinárias trito, além das previstas neste artigo.(Redação dada pela
        Art. 16. As ações ordinárias de companhia fecha- Lei nº 10.303, de 2001)
da poderão ser de classes diversas, em função de:         § 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos,
        I - conversibilidade em ações preferenciais; (Re- não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social,
dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa
        II - exigência de nacionalidade brasileira do acio- vantagem tiver sido expressamente assegurada.(Redação
nista; ou (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        III - direito de voto em separado para o preen-         § 4o Salvo disposição em contrário no estatuto,
chimento de determinados cargos de órgãos administra- o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação com di-
tivos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) videndo fixo não participa dos lucros remanescentes e a
        Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuí-
em que regula a diversidade de classes, se não for expres- dos em igualdade de condições com as ordinárias, depois
samente prevista, e regulada, requererá a concordância de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo.(Redação
de todos os titulares das ações atingidas. dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 5o Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o
Ações Preferenciais estatuto não pode excluir ou restringir o direito das ações
        Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais de participar dos aumentos de capital decor-
preferenciais podem consistir: (Redação dada pela Lei nº rentes da capitalização de reservas ou lucros (art. 169).(Re-
10.303, de 2001) dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

37
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 6o O estatuto pode conferir às ações preferen-         § 1º A infração do disposto neste artigo importa
ciais com prioridade na distribuição de dividendo cumu- nulidade do certificado e responsabilidade dos infratores.
lativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro         § 2º Os certificados das ações, cujas entradas não
for insuficiente, à conta das reservas de capital de que consistirem em dinheiro, só poderão ser emitidos depois
trata o § 1o do art. 182.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de cumpridas as formalidades necessárias à transmissão de
de 2001) bens, ou de realizados os créditos.
        § 7o Nas companhias objeto de desestatização         § 3º A companhia poderá cobrar o custo da substi-
poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de tuição dos certificados, quando pedida pelo acionista.
propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o es-
tatuto social poderá conferir os poderes que especificar, Requisitos
inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-         Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em
-geral nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº vernáculo e conterão as seguintes declarações:
10.303, de 2001)         I - denominação da companhia, sua sede e prazo
de duração;
Vantagens Políticas         II - o valor do capital social, a data do ato que o
        Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais tiver fixado, o número de ações em que se divide e o valor
classes de ações preferenciais o direito de eleger, em vo- nominal das ações, ou a declaração de que não têm valor
tação em separado, um ou mais membros dos órgãos de nominal;
administração.         III - nas companhias com capital autorizado, o
        Parágrafo único. O estatuto pode subordinar limite da autorização, em número de ações ou valor do ca-
as alterações estatutárias que especificar à aprovação, em pital social;
assembleia especial, dos titulares de uma ou mais classes         IV - o número de ações ordinárias e preferenciais
de ações preferenciais. das diversas classes, se houver, as vantagens ou preferên-
cias conferidas a cada classe e as limitações ou restrições a
Regulação no Estatuto que as ações estiverem sujeitas;
        Art. 19. O estatuto da companhia com ações pre-         V - o número de ordem do certificado e da ação,
ferenciais declarará as vantagens ou preferências atribuí- e a espécie e classe a que pertence;
das a cada classe dessas ações e as restrições a que fica-         VI - os direitos conferidos às partes beneficiárias,
rão sujeitas, e poderá prever o resgate ou a amortização, se houver;
a conversão de ações de uma classe em ações de outra e         VII - a época e o lugar da reunião da assembleia-
em ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando as -geral ordinária;
respectivas condições.         VIII - a data da constituição da companhia e do
arquivamento e publicação de seus atos constitutivos;
SEÇÃO IV IX - o nome do acionista;  (Redação dada pela Lei nº
Forma 9.457, de 1997)
        X - o débito do acionista e a época e o lugar de seu
       Art. 20. As ações devem ser nominativas.  (Reda- pagamento, se a ação não estiver integralizada; (Redação
ção dada pela Lei nº 8.021, de 1990) dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        XI - a data da emissão do certificado e as assinatu-
Ações Não-Integralizadas ras de dois diretores, ou do agente emissor de certificados
        Art. 21. Além dos casos regulados em lei especial, (art. 27). (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
as ações terão obrigatoriamente forma nominativa ou en-         § 1º A omissão de qualquer dessas declarações
dossável até o integral pagamento do preço de emissão. dá ao acionista direito à indenização por perdas e danos
contra a companhia e os diretores na gestão dos quais os
Determinação no Estatuto certificados tenham sido emitidos.
        Art. 22. O estatuto determinará a forma das ações         § 2o Os certificados de ações emitidas por compa-
e a conversibilidade de uma em outra forma. nhias abertas podem ser assinados por dois mandatários
        Parágrafo único. As ações ordinárias da compa- com poderes especiais, ou autenticados por chancela me-
nhia aberta e ao menos uma das classes de ações ordiná- cânica, observadas as normas expedidas pela Comissão de
rias da companhia fechada, quando tiverem a forma ao Valores Mobiliários.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de
portador, serão obrigatoriamente conversíveis, à vontade 2001)
do acionista, em nominativas endossáveis.
Títulos Múltiplos e Cautelas
SEÇÃO V         Art. 25. A companhia poderá, satisfeitos os requi-
Certificados sitos do artigo 24, emitir certificados de múltiplos de ações
Emissão e, provisoriamente, cautelas que as representam.
        Art. 23. A emissão de certificado de ação somente         Parágrafo único. Os títulos múltiplos das compa-
será permitida depois de cumpridas as formalidades ne- nhias abertas obedecerão à padronização de número de
cessárias ao funcionamento legal da companhia. ações fixada pela Comissão de Valores Mobiliários.

38
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Cupões         § 2º A aquisição das próprias ações pela compa-


        Art. 26. Aos certificados das ações ao portador nhia aberta obedecerá, sob pena de nulidade, às normas
podem ser anexados cupões relativos a dividendos ou expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, que po-
outros direitos. derá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.
        Parágrafo único. Os cupões conterão a deno-         § 3º A companhia não poderá receber em garantia
minação da companhia, a indicação do lugar da sede, o as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seus
número de ordem do certificado, a classe da ação e o administradores.
número de ordem do cupão.         § 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do
§ 1º, enquanto mantidas em tesouraria, não terão direito a
Agente Emissor de Certificados dividendo nem a voto.
        Art. 27. A companhia pode contratar a escritu-         § 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiri-
ração e a guarda dos livros de registro e transferência de das serão retiradas definitivamente de circulação.
ações e a emissão dos certificados com instituição finan-
ceira autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários a Ações Nominativas
manter esse serviço.         Art. 31. A propriedade das ações nominativas presu-
        § 1º Contratado o serviço, somente o agente me-se pela inscrição do nome do acionista no livro de “Regis-
emissor poderá praticar os atos relativos aos registros e tro de Ações Nominativas” ou pelo extrato que seja fornecido
emitir certificados. pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fi-
        § 2º O nome do agente emissor constará das duciária das ações.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
publicações e ofertas públicas de valores mobiliários fei-         § 1º A transferência das ações nominativas opera-
tas pela companhia. -se por termo lavrado no livro de “Transferência de Ações
        § 3º Os certificados de ações emitidos pelo Nominativas”, datado e assinado pelo cedente e pelo ces-
agente emissor da companhia deverão ser numerados sionário, ou seus legítimos representantes.
seguidamente, mas a numeração das ações será facul-         § 2º A transferência das ações nominativas em
tativa. virtude de transmissão por sucessão universal ou legado,
de arrematação, adjudicação ou outro ato judicial, ou por
SEÇÃO VI qualquer outro título, somente se fará mediante averbação
Propriedade e Circulação no livro de “Registro de Ações Nominativas”, à vista de do-
Indivisibilidade cumento hábil, que ficará em poder da companhia.
        § 3º Na transferência das ações nominativas adquiridas
        Art. 28. A ação é indivisível em relação à com- em bolsa de valores, o cessionário será representado, indepen-
panhia. dentemente de instrumento de procuração, pela sociedade cor-
        Parágrafo único. Quando a ação pertencer a retora, ou pela caixa de liquidação da bolsa de valores.
mais de uma pessoa, os direitos por ela conferidos serão
exercidos pelo representante do condomínio. Ações Endossáveis
Ações ao Portador
Negociabilidade Ações Escriturais
        Art. 29. As ações da companhia aberta somente         Art. 34. O estatuto da companhia pode autorizar
poderão ser negociadas depois de realizados 30% (trinta ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma
por cento) do preço de emissão. ou mais classes delas, sejam mantidas em contas de depó-
        Parágrafo único. A infração do disposto neste sito, em nome de seus titulares, na instituição que designar,
artigo importa na nulidade do ato. sem emissão de certificados.
        § 1º No caso de alteração estatutária, a conversão
Negociação com as Próprias Ações em ação escritural depende da apresentação e do cancela-
        Art. 30. A companhia não poderá negociar com mento do respectivo certificado em circulação.
as próprias ações. § 2o  Somente as instituições financeiras autorizadas
        § 1º Nessa proibição não se compreendem: pela Comissão de Valores Mobiliários podem manter servi-
        a) as operações de resgate, reembolso ou amor- ços de escrituração de ações e de outros valores mobiliá-
tização previstas em lei; rios. (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
        b) a aquisição, para permanência em tesoura-         § 3º A companhia responde pelas perdas e danos
ria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de causados aos interessados por erros ou irregularidades no
lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do serviço de ações escriturais, sem prejuízo do eventual direi-
capital social, ou por doação; to de regresso contra a instituição depositária.
        c) a alienação das ações adquiridas nos termos         Art. 35. A propriedade da ação escritural presu-
da alínea b e mantidas em tesouraria; me-se pelo registro na conta de depósito das ações, aberta
        d) a compra quando, resolvida a redução do em nome do acionista nos livros da instituição depositária.
capital mediante restituição, em dinheiro, de parte do         § 1º A transferência da ação escritural opera-se
valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou pelo lançamento efetuado pela instituição depositária em
igual à importância que deve ser restituída. seus livros, a débito da conta de ações do alienante e a

39
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

crédito da conta de ações do adquirente, à vista de SEÇÃO VII


ordem escrita do alienante, ou de autorização ou or- Constituição de Direitos Reais e Outros Ônus
dem judicial, em documento hábil que ficará em po- Penhor
der da instituição.
        § 2º A instituição depositária fornecerá ao         Art. 39. O penhor ou caução de ações se consti-
acionista extrato da conta de depósito das ações es- tui pela averbação do respectivo instrumento no livro de
criturais, sempre que solicitado, ao término de todo Registro de Ações Nominativas. (Redação dada pela Lei nº
mês em que for movimentada e, ainda que não haja 9.457, de 1997)
movimentação, ao menos uma vez por ano.         § 1º O penhor da ação escritural se constitui pela
        § 3º O estatuto pode autorizar a instituição averbação do respectivo instrumento nos livros da insti-
depositária a cobrar do acionista o custo do serviço tuição financeira, a qual será anotada no extrato da conta
de transferência da propriedade das ações escritu- de depósito fornecido ao acionista.
rais, observados os limites máximos fixados pela Co-         § 2º Em qualquer caso, a companhia, ou a insti-
missão de Valores Mobiliários. tuição financeira, tem o direito de exigir, para seu arquivo,
um exemplar do instrumento de penhor.
Limitações à Circulação
         Art. 36. O estatuto da companhia fechada Outros Direitos e Ônus
pode impor limitações à circulação das ações nomi-         Art. 40. O usufruto, o fideicomisso, a alienação
nativas, contanto que regule minuciosamente tais li- fiduciária em garantia e quaisquer cláusulas ou ônus que
mitações e não impeça a negociação, nem sujeite o gravarem a ação deverão ser averbados:
acionista ao arbítrio dos órgãos de administração da         I - se nominativa, no livro de “Registro de Ações
companhia ou da maioria dos acionistas. Nominativas”;
        Parágrafo único. A limitação à circulação         II - se escritural, nos livros da instituição finan-
criada por alteração estatutária somente se aplicará ceira, que os anotará no extrato da conta de depósito for-
às ações cujos titulares com ela expressamente con- necida ao acionista. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
cordarem, mediante pedido de averbação no livro de 1997)
“Registro de Ações Nominativas”.         Parágrafo único. Mediante averbação nos termos
deste artigo, a promessa de venda da ação e o direito de
Suspensão dos Serviços de Certificados preferência à sua aquisição são oponíveis a terceiros.
        Art. 37. A companhia aberta pode, mediante
comunicação às bolsas de valores em que suas ações SEÇÃO VIII
forem negociadas e publicação de anúncio, suspen- Custódia de Ações Fungíveis
der, por períodos que não ultrapassem, cada um, 15
(quinze) dias, nem o total de 90 (noventa) dias du-         Art. 41. A instituição autorizada pela Comissão
rante o ano, os serviços de transferência, conversão e de Valores Mobiliários a prestar serviços de custódia de
desdobramento de certificados. ações fungíveis pode contratar custódia em que as ações
        Parágrafo único. O disposto neste artigo de cada espécie e classe da companhia sejam recebidas
não prejudicará o registro da transferência das ações em depósito como valores fungíveis, adquirindo a insti-
negociadas em bolsa anteriormente ao início do pe- tuição depositária a propriedade fiduciária das ações.(Re-
ríodo de suspensão. dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 1o A instituição depositária não pode dispor das
Perda ou Extravio ações e fica obrigada a devolver ao depositante a quanti-
         Art. 38. O titular de certificado perdido ou dade de ações recebidas, com as modificações resultantes
extraviado de ação ao portador ou endossável pode- de alterações no capital social ou no número de ações da
rá, justificando a propriedade e a perda ou extravio, companhia emissora, independentemente do número de
promover, na forma da lei processual, o procedimen- ordem das ações ou dos certificados recebidos em depó-
to de anulação e substituição para obter a expedição sito. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
de novo certificado.         § 2o Aplica-se o disposto neste artigo, no que
        § 1º Somente será admitida a anulação e couber, aos demais valores mobiliários.(Incluído pela Lei
substituição de certificado ao portador ou endossado nº 10.303, de 2001)
em branco à vista da prova, produzida pelo titular, da          § 3o  A instituição depositária ficará obrigada
destruição ou inutilização do certificado a ser subs- a comunicar à companhia emissora:(Incluído pela Lei nº
tituído. 10.303, de 2001)
        § 2º Até que o certificado seja recuperado ou         I - imediatamente, o nome do proprietário efetivo
substituído, as transferências poderão ser averbadas quando houver qualquer evento societário que exija a sua
sob condição, cabendo à companhia exigir do titular, identificação; e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
para satisfazer dividendo e demais direitos, garantia         II - no prazo de até 10 (dez) dias, a contratação da
idônea de sua eventual restituição. custódia e a criação de ônus ou gravames sobre as ações.
(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

40
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 4o A propriedade das ações em custódia fungí-        § 3º Os certificados de depósito de ações serão
vel será provada pelo contrato firmado entre o proprietário nominativos, podendo ser mantidos sob o sistema escritu-
das ações e a instituição depositária.(Incluído pela Lei nº ral. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
10.303, de 2001)         § 4º Os certificados de depósito de ações poderão,
        § 5o A instituição tem as obrigações de depositária a pedido do seu titular, e por sua conta, ser desdobrados
e responde perante o acionista e terceiros pelo descum- ou grupados.
primento de suas obrigações.(Incluído pela Lei nº 10.303,         § 5º Aplicam-se ao endosso do certificado, no
de 2001) que couber, as normas que regulam o endosso de títulos
cambiários.
Representação e Responsabilidade
        Art. 42. A instituição financeira representa, perante SEÇÃO X
a companhia, os titulares das ações recebidas em custódia Resgate, Amortização e Reembolso
nos termos do artigo 41, para receber dividendos e ações Resgate e Amortização
bonificadas e exercer direito de preferência para subscrição
de ações.         Art. 44. O estatuto ou a assembleia-geral extraor-
        § 1º Sempre que houver distribuição de dividen- dinária pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas no
dos ou bonificação de ações e, em qualquer caso, ao me- resgate ou na amortização de ações, determinando as con-
nos uma vez por ano, a instituição financeira fornecerá à dições e o modo de proceder-se à operação.
companhia a lista dos depositantes de ações recebidas nos         § 1º O resgate consiste no pagamento do valor das
termos deste artigo, assim como a quantidade de ações de ações para retirá-las definitivamente de circulação, com re-
cada um. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) dução ou não do capital social, mantido o mesmo capital,
        § 2º O depositante pode, a qualquer tempo, ex- será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às
tinguir a custódia e pedir a devolução dos certificados de ações remanescentes.
suas ações.         § 2º A amortização consiste na distribuição aos
        § 3º A companhia não responde perante o acionis- acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital
ta nem terceiros pelos atos da instituição depositária das social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de
ações. liquidação da companhia.
        § 3º A amortização pode ser integral ou parcial e
SEÇÃO IX abranger todas as classes de ações ou só uma delas.
Certificado de Depósito de Ações         § 4º O resgate e a amortização que não abran-
gerem a totalidade das ações de uma mesma classe serão
        Art. 43. A instituição financeira autorizada a fun- feitos mediante sorteio; sorteadas ações custodiadas nos
cionar como agente emissor de certificados (art. 27) pode termos do artigo 41, a instituição financeira especificará,
emitir título representativo das ações que receber em de- mediante rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra
pósito, do qual constarão: (Redação dada pela Lei nº 9.457, forma não estiver prevista no contrato de custódia.
de 1997)         § 5º As ações integralmente amortizadas poderão
        I - o local e a data da emissão; ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fi-
        II - o nome da instituição emitente e as assinaturas xadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral que deliberar
de seus representantes; a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da
        III - a denominação “Certificado de Depósito de companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo
Ações”; líquido depois de assegurado às ações não a amortizadas
        IV - a especificação das ações depositadas; valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente.
        V - a declaração de que as ações depositadas, seus         § 6o Salvo disposição em contrário do estatuto
rendimentos e o valor recebido nos casos de resgate ou social, o resgate de ações de uma ou mais classes só será
amortização somente serão entregues ao titular do certifi- efetuado se, em assembleia especial convocada para deli-
cado de depósito, contra apresentação deste; berar essa matéria específica, for aprovado por acionistas
        VI - o nome e a qualificação do depositante; que representem, no mínimo, a metade das ações da(s)
        VII - o preço do depósito cobrado pelo banco, se classe(s) atingida(s).(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
devido na entrega das ações depositadas;
        VIII - o lugar da entrega do objeto do depósito. Reembolso
        § 1º A instituição financeira responde pela origem         Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos
e autenticidade dos certificados das ações depositadas. casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas
        § 2º Emitido o certificado de depósito, as ações dissidentes de deliberação da assembleia-geral o valor de
depositadas, seus rendimentos, o valor de resgate ou de suas ações.
amortização não poderão ser objeto de penhora, arresto,         § 1º O estatuto pode estabelecer normas para
sequestro, busca ou apreensão, ou qualquer outro emba- a determinação do valor de reembolso, que, entretan-
raço que impeça sua entrega ao titular do certificado, mas to, somente poderá ser inferior ao valor de patrimônio
este poderá ser objeto de penhora ou de qualquer medida líquido constante do último balanço aprovado pela as-
cautelar por obrigação do seu titular. sembleia-geral, observado o disposto no § 2º, se estipu-

41
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

lado com base no valor econômico da companhia, a ser CAPÍTULO IV


apurado em avaliação (§§ 3º e 4º).  (Redação dada pela Partes Beneficiárias
Lei nº 9.457, de 1997) Características
        § 2º Se a deliberação da assembleia-geral ocorrer
mais de 60 (sessenta) dias depois da data do último balan-         Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tem-
ço aprovado, será facultado ao acionista dissidente pedir, po, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao
juntamente com o reembolso, levantamento de balanço capital social, denominados “partes beneficiárias”.
especial em data que atenda àquele prazo.         § 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus
        Nesse caso, a companhia pagará imediatamente titulares direito de crédito eventual contra a companhia,
80% (oitenta por cento) do valor de reembolso calculado consistente na participação nos lucros anuais (artigo
com base no último balanço e, levantado o balanço espe- 190).
cial, pagará o saldo no prazo de 120 (cento e vinte), dias a         § 2º A participação atribuída às partes benefi-
contar da data da deliberação da assembleia-geral. ciárias, inclusive para formação de reserva para resgate,
        § 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos lucros.
para efeito de reembolso, o valor será o determinado por         § 3º É vedado conferir às partes beneficiárias
três peritos ou empresa especializada, mediante laudo que qualquer direito privativo de acionista, salvo o de fisca-
satisfaça os requisitos do § 1º do art. 8º e com a responsa- lizar, nos termos desta Lei, os atos dos administradores.
bilidade prevista no § 6º do mesmo artigo. (Redação dada         § 4º É proibida a criação de mais de uma classe
pela Lei nº 9.457, de 1997) ou série de partes beneficiárias.
        § 4º Os peritos ou empresa especializada serão in-
dicados em lista sêxtupla ou tríplice, respectivamente, pelo Emissão
Conselho de Administração ou, se não houver, pela dire-          Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser
toria, e escolhidos pela Assembleia-geral em deliberação alienadas pela companhia, nas condições determinadas
tomada por maioria absoluta de votos, não se computando pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribuídas a
os votos em branco, cabendo a cada ação, independente- fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração
mente de sua espécie ou classe, o direito a um voto. (Reda- de serviços prestados à companhia.
ção dada pela Lei nº 9.457, de 1997)         Parágrafo único. É vedado às companhias aber-
        § 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta tas emitir partes beneficiárias.(Redação dada pela Lei nº
de lucros ou reservas, exceto a legal, e nesse caso as ações 10.303, de 2001)
reembolsadas ficarão em tesouraria.  (Redação dada pela
Lei nº 9.457, de 1997) Resgate e Conversão
       § 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar         Art. 48. O estatuto fixará o prazo de duração
da publicação da ata da assembleia, não forem substituí- das partes beneficiárias e, sempre que estipular resgate,
dos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas deverá criar reserva especial para esse fim.
à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no         § 1º O prazo de duração das partes beneficiá-
montante correspondente, cumprindo aos órgãos da ad- rias atribuídas gratuitamente, salvo as destinadas a so-
ministração convocar a assembleia-geral, dentro de cinco ciedades ou fundações beneficentes dos empregados da
dias, para tomar conhecimento daquela redução. (Redação companhia, não poderá ultrapassar 10 (dez) anos.
dada pela Lei nº 9.457, de 1997)         § 2º O estatuto poderá prever a conversão das
        § 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os acio- partes beneficiárias em ações, mediante capitalização de
nistas dissidentes, credores pelo reembolso de suas ações, reserva criada para esse fim.
serão classificados como quirografários em quadro sepa-         § 3º No caso de liquidação da companhia, solvi-
rado, e os rateios que lhes couberem serão imputados no do o passivo exigível, os titulares das partes beneficiárias
pagamento dos créditos constituídos anteriormente à data terão direito de preferência sobre o que restar do ativo
da publicação da ata da assembleia. As quantias assim atri- até a importância da reserva para resgate ou conversão.
buídas aos créditos mais antigos não se deduzirão dos cré-
ditos dos ex-acionistas, que subsistirão integralmente para Certificados
serem satisfeitos pelos bens da massa, depois de pagos os         Art. 49. Os certificados das partes beneficiárias
primeiros. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997) conterão:
        § 8º Se, quando ocorrer a falência, já se houver efe-         I - a denominação “parte beneficiária”;
tuado, à conta do capital social, o reembolso dos ex-acio-         II - a denominação da companhia, sua sede e
nistas, estes não tiverem sido substituídos, e a massa não prazo de duração;
bastar para o pagamento dos créditos mais antigos, caberá         III - o valor do capital social, a data do ato que
ação revocatória para restituição do reembolso pago com o fixou e o número de ações em que se divide;
redução do capital social, até a concorrência do que rema-         IV - o número de partes beneficiárias criadas
nescer dessa parte do passivo. A restituição será havida, pela companhia e o respectivo número de ordem;
na mesma proporção, de todos os acionistas cujas ações         V - os direitos que lhes serão atribuídos pelo
tenham sido reembolsadas. (Incluído pela Lei nº 9.457, de estatuto, o prazo de duração e as condições de resgate,
1997) se houver;

42
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        VI - a data da constituição da companhia e do        § 1o A debênture poderá conter cláusula de cor-
arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos; reção monetária, com base nos coeficientes fixados para
        VII - o nome do beneficiário; (Redação dada pela correção de títulos da dívida pública, na variação da taxa
Lei nº 9.457, de 1997) cambial ou em outros referenciais não expressamente ve-
        VIII - a data da emissão do certificado e as assi- dados em lei. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
naturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457,         § 2o A escritura de debênture poderá assegurar
de 1997) ao debenturista a opção de escolher receber o pagamento
do principal e acessórios, quando do vencimento, amor-
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus tização ou resgate, em moeda ou em bens avaliados nos
        Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas termos do art. 8o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
e a elas se aplica, no que couber, o disposto nas seções V a
VII do Capítulo III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) Vencimento, Amortização e Resgate
        § 1º As partes beneficiárias serão registradas em Art. 55. A época do vencimento da debênture deverá
livros próprios, mantidos pela companhia. (Redação dada constar da escritura de emissão e do certificado, podendo
pela Lei nº 9.457, de 1997) a companhia estipular amortizações parciais de cada sé-
        § 2º As partes beneficiárias podem ser objeto de de- rie, criar fundos de amortização e reservar-se o direito de
pósito com emissão de certificado, nos termos do artigo 43. resgate antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma
série.
Modificação dos Direitos § 1o  A amortização de debêntures da mesma série
        Art. 51. A reforma do estatuto que modificar ou deve ser feita mediante rateio. (Redação dada pela Lei nº
reduzir as vantagens conferidas às partes beneficiárias só 12.431, de 2011).
terá eficácia quando aprovada pela metade, no mínimo, § 2o  O resgate parcial de debêntures da mesma série
dos seus titulares, reunidos em assembleia-geral especial. deve ser feito: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
        § 1º A assembleia será convocada, através da I - mediante sorteio; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de
imprensa, de acordo com as exigências para convocação 2011).
das assembleias de acionistas, com 1 (um) mês de antece- II - se as debêntures estiverem cotadas por preço in-
dência, no mínimo. Se, após 2 (duas) convocações, deixar ferior ao valor nominal, por compra no mercado organiza-
de instalar-se por falta de número, somente 6 (seis) meses do de valores mobiliários, observadas as regras expedidas
depois outra poderá ser convocada. pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº
        § 2º Cada parte beneficiária dá direito a 1 (um) 12.431, de 2011).
voto, não podendo a companhia votar com os títulos que § 3o  É facultado à companhia adquirir debêntures de
possuir em tesouraria. sua emissão: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
        § 3º A emissão de partes beneficiárias poderá ser I - por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato
feita com a nomeação de agente fiduciário dos seus titulares, constar do relatório da administração e das demonstrações
observado, no que couber, o disposto nos artigos 66 a 71. financeiras; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
II - por valor superior ao nominal, desde que obser-
CAPÍTULO V ve as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliá-
Debêntures rios. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
Características § 4o  A companhia poderá emitir debêntures cujo ven-
cimento somente ocorra nos casos de inadimplência da
        Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que obrigação de pagar juros e dissolução da companhia, ou
conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas de outras condições previstas no título.  (Incluído pela Lei
condições constantes da escritura de emissão e, se houver, nº 12.431, de 2011).
do certificado.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Juros e Outros Direitos
SEÇÃO I         Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titu-
Direito dos Debenturistas lar juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da com-
Emissões e Séries panhia e prêmio de reembolso.

        Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emis- Conversibilidade em Ações
são de debêntures, e cada emissão pode ser dividida em séries.         Art. 57. A debênture poderá ser conversível em
        Parágrafo único. As debêntures da mesma série ações nas condições constantes da escritura de emissão,
terão igual valor nominal e conferirão a seus titulares os que especificará:
mesmos direitos.         I - as bases da conversão, seja em número de ações
Valor Nominal em que poderá ser convertida cada debênture, seja como
        Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso relação entre o valor nominal da debênture e o preço de
em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, emissão das ações;
nos termos da legislação em vigor, possa ter o pagamento         II - a espécie e a classe das ações em que poderá
estipulado em moeda estrangeira. ser convertida;

43
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        III - o prazo ou época para o exercício do direito IV - as condições da correção monetária, se houver;
à conversão; V - a conversibilidade ou não em ações e as condições
        IV - as demais condições a que a conversão acaso a serem observadas na conversão;
fique sujeita. VI - a época e as condições de vencimento, amortiza-
        § 1º Os acionistas terão direito de preferência para ção ou resgate;
subscrever a emissão de debêntures com cláusula de con- VII - a época e as condições do pagamento dos juros,
versibilidade em ações, observado o disposto nos artigos da participação nos lucros e do prêmio de reembolso, se
171 e 172. houver;
        § 2º Enquanto puder ser exercido o direito à con- VIII - o modo de subscrição ou colocação, e o tipo das
versão, dependerá de prévia aprovação dos debenturistas, debêntures.
em assembleia especial, ou de seu agente fiduciário, a alte- § 1o  Na companhia aberta, o conselho de administra-
ração do estatuto para: ção pode deliberar sobre a emissão de debêntures não
        a) mudar o objeto da companhia; conversíveis em ações, salvo disposição estatutária em
        b) criar ações preferenciais ou modificar as van- contrário. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
tagens das existentes, em prejuízo das ações em que são § 2o  O estatuto da companhia aberta poderá autorizar
conversíveis as debêntures. o conselho de administração a, dentro dos limites do ca-
pital autorizado, deliberar sobre a emissão de debêntures
SEÇÃO II conversíveis em ações, especificando o limite do aumento
Espécies de capital decorrente da conversão das debêntures, em va-
lor do capital social ou em número de ações, e as espécies
        Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a e classes das ações que poderão ser emitidas.  (Redação
escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais § 3o  A assembleia geral pode deliberar que a emissão
credores da companhia. terá valor e número de série indeterminados, dentro dos
        § 1º A garantia flutuante assegura à debênture pri- limites por ela fixados. (Redação dada pela Lei nº 12.431,
vilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede de 2011).
a negociação dos bens que compõem esse ativo. § 4o  Nos casos não previstos nos §§ 1o e 2o, a assem-
        § 2º As garantias poderão ser constituídas cumu- bleia geral pode delegar ao conselho de administração a
lativamente. deliberação sobre as condições de que tratam os incisos VI
        § 3º As debêntures com garantia flutuante de nova a VIII do caput e sobre a oportunidade da emissão. (Incluí-
emissão são preferidas pelas de emissão ou emissões an- do pela Lei nº 12.431, de 2011).
teriores, e a prioridade se estabelece pela data da inscrição
da escritura de emissão; mas dentro da mesma emissão, as Limite de Emissão
séries concorrem em igualdade. Escritura de Emissão
        § 4º A debênture que não gozar de garantia po-         Art. 61. A companhia fará constar da escritura de
derá conter cláusula de subordinação aos credores quiro- emissão os direitos conferidos pelas debêntures, suas ga-
grafários, preferindo apenas aos acionistas no ativo rema- rantias e demais cláusulas ou condições.
nescente, se houver, em caso de liquidação da companhia.         § 1º A escritura de emissão, por instrumento
        § 5º A obrigação de não alienar ou onerar bem público ou particular, de debêntures distribuídas ou admi-
imóvel ou outro bem sujeito a registro de propriedade, as- tidas à negociação no mercado, terá obrigatoriamente a
sumida pela companhia na escritura de emissão, é oponível intervenção de agente fiduciário dos debenturistas (artigos
a terceiros, desde que averbada no competente registro. 66 a 70).
        § 6º As debêntures emitidas por companhia in-         § 2º Cada nova série da mesma emissão será ob-
tegrante de grupo de sociedades (artigo 265) poderão ter jeto de aditamento à respectiva escritura.
garantia flutuante do ativo de 2 (duas) ou mais sociedades         § 3º A Comissão de Valores Mobiliários poderá
do grupo. aprovar padrões de cláusulas e condições que devam ser
adotados nas escrituras de emissão de debêntures desti-
SEÇÃO III nadas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, e
Criação e Emissão recusar a admissão ao mercado da emissão que não satis-
Competência faça a esses padrões.

Art. 59. A deliberação sobre emissão de debêntures é Registro


da competência privativa da assembleia-geral, que deverá          Art. 62. Nenhuma emissão de debêntures será
fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto: feita sem que tenham sido satisfeitos os seguintes requisi-
I - o valor da emissão ou os critérios de determinação tos: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
do seu limite, e a sua divisão em séries, se for o caso;         I - arquivamento, no registro do comércio, e pu-
II - o número e o valor nominal das debêntures; blicação da ata da assembleia-geral, ou do conselho de ad-
III - as garantias reais ou a garantia flutuante, se hou- ministração, que deliberou sobre a emissão; (Redação dada
ver; pela Lei nº 10.303, de 2001)

44
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        II - inscrição da escritura de emissão no registro         X - o nome do debenturista; (Redação dada pela
do comércio; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Lei nº 9.457, de 1997)
        III - constituição das garantias reais, se for o caso.         XI - o nome do agente fiduciário dos debenturis-
        § 1º Os administradores da companhia respondem tas, se houver; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
pelas perdas e danos causados à companhia ou a terceiros         XII - a data da emissão do certificado e a assina-
por infração deste artigo. tura de dois diretores da companhia; (Redação dada pela
        § 2º O agente fiduciário e qualquer debenturis- Lei nº 9.457, de 1997)
ta poderão promover os registros requeridos neste artigo         XIII - a autenticação do agente fiduciário, se for
e sanar as lacunas e irregularidades porventura existentes o caso. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
nos registros promovidos pelos administradores da com-
panhia; neste caso, o oficial do registro notificará a admi- Títulos Múltiplos e Cautelas
nistração da companhia para que lhe forneça as indicações         Art. 65. A companhia poderá emitir certificados
e documentos necessários. de múltiplos de debêntures e, provisoriamente, cautelas
        § 3º Os aditamentos à escritura de emissão serão que as representem, satisfeitos os requisitos do artigo 64.
averbados nos mesmos registros.         § 1º Os títulos múltiplos de debêntures das com-
        § 4o Os registros do comércio manterão livro es- panhias abertas obedecerão à padronização de quanti-
pecial para inscrição das emissões de debêntures, no qual dade fixada pela Comissão de Valores Mobiliários.
serão anotadas as condições essenciais de cada emissão.         § 2º Nas condições previstas na escritura de
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) emissão com nomeação de agente fiduciário, os certifica-
dos poderão ser substituídos, desdobrados ou grupados.
SEÇÃO IV
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus SEÇÃO VI
Agente Fiduciário dos Debenturistas
        Art. 63. As debêntures serão nominativas, apli- Requisitos e Incompatibilidades
cando-se, no que couber, o disposto nas seções V a VII do
Capítulo III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
Art. 66. O agente fiduciário será nomeado e deverá
        § 1o As debêntures podem ser objeto de depósito
aceitar a função na escritura de emissão das debêntures.
com emissão de certificado, nos termos do art. 43. (Reda-
§ 1º Somente podem ser nomeados agentes fidu-
ção dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
ciários as pessoas naturais que satisfaçam aos requisitos
        § 2o A escritura de emissão pode estabelecer que
para o exercício de cargo em órgão de administração da
as debêntures sejam mantidas em contas de custódia, em
companhia e as instituições financeiras que, especial-
nome de seus titulares, na instituição que designar, sem
mente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, tenham
emissão de certificados, aplicando-se, no que couber, o
disposto no art. 41.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) por objeto a administração ou a custódia de bens de ter-
ceiros.
SEÇÃO V § 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá esta-
Certificados belecer que nas emissões de debêntures negociadas no
Requisitos mercado o agente fiduciário, ou um dos agentes fiduciá-
rios, seja instituição financeira.
        Art. 64. Os certificados das debêntures conterão: § 3º Não pode ser agente fiduciário:
        I - a denominação, sede, prazo de duração e objeto a) pessoa que já exerça a função em outra emissão da
da companhia; mesma companhia, a menos que autorizado, nos termos
        II - a data da constituição da companhia e do ar- das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliá-
quivamento e publicação dos seus atos constitutivos; rios; (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
        III - a data da publicação da ata da assembleia-ge- b) instituição financeira coligada à companhia emis-
ral que deliberou sobre a emissão; sora ou à entidade que subscreva a emissão para distri-
        IV - a data e ofício do registro de imóveis em que buí-la no mercado, e qualquer sociedade por elas con-
foi inscrita a emissão; trolada;
        V - a denominação “Debênture” e a indicação da c) credor, por qualquer título, da sociedade emissora,
sua espécie, pelas palavras “com garantia real”, “com ga- ou sociedade por ele controlada;
rantia flutuante”, “sem preferência” ou “subordinada”; d) instituição financeira cujos administradores te-
        VI - a designação da emissão e da série; nham interesse na companhia emissora;
        VII - o número de ordem; e) pessoa que, de qualquer outro modo, se coloque
        VIII - o valor nominal e a cláusula de correção em situação de conflito de interesses pelo exercício da
monetária, se houver, as condições de vencimento, amor- função.
tização, resgate, juros, participação no lucro ou prêmio de § 4º O agente fiduciário que, por circunstâncias pos-
reembolso, e a época em que serão devidos; teriores à emissão, ficar impedido de continuar a exercer
        IX - as condições de conversibilidade em ações, a função deverá comunicar imediatamente o fato aos de-
se for o caso; benturistas e pedir sua substituição.

45
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Substituição, Remuneração e Fiscalização         § 4º O agente fiduciário responde perante


        Art. 67. A escritura de emissão estabelecerá as con- os debenturistas pelos prejuízos que lhes causar por
dições de substituição e remuneração do agente fiduciário, culpa ou dolo no exercício das suas funções.
observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores         § 5º O crédito do agente fiduciário por
Mobiliários. despesas que tenha feito para proteger direitos e in-
        Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliá- teresses ou realizar créditos dos debenturistas será
rios fiscalizará o exercício da função de agente fiduciário acrescido à dívida da companhia emissora, gozará
das emissões distribuídas no mercado, ou de debêntures das mesmas garantias das debêntures e preferirá a
negociadas em bolsa ou no mercado de balcão, podendo: estas na ordem de pagamento.
        a) nomear substituto provisório, nos casos de         § 6º Serão reputadas não-escritas as cláusulas
vacância; da escritura de emissão que restringirem os deveres,
        b) suspender o agente fiduciário de suas funções atribuições e responsabilidade do agente fiduciário
e dar-lhe substituto, se deixar de cumprir os seus deveres. previstos neste artigo.

Deveres e Atribuições Outras Funções


        Art. 68. O agente fiduciário representa, nos ter-         Art. 69. A escritura de emissão poderá ainda atri-
mos desta Lei e da escritura de emissão, a comunhão buir ao agente fiduciário as funções de autenticar os certifi-
dos debenturistas perante a companhia emissora. cados de debêntures, administrar o fundo de amortização,
        § 1º São deveres do agente fiduciário: manter em custódia bens dados em garantia e efetuar os
        a) proteger os direitos e interesses dos de- pagamentos de juros, amortização e resgate.
benturistas, empregando no exercício da função o cui-
dado e a diligência que todo homem ativo e probo Substituição de Garantias e Modificação da Escri-
costuma empregar na administração de seus próprios tura
bens;         Art. 70. A substituição de bens dados em garantia,
        b) elaborar relatório e colocá-lo anualmente quando autorizada na escritura de emissão, dependerá da
a disposição dos debenturistas, dentro de 4 (quatro) concordância do agente fiduciário.
meses do encerramento do exercício social da com-         Parágrafo único. O agente fiduciário não tem
panhia, informando os fatos relevantes ocorridos du- poderes para acordar na modificação das cláusulas e con-
rante o exercício, relativos à execução das obrigações dições da emissão.
assumidas pela companhia, aos bens garantidores das
debêntures e à constituição e aplicação do fundo de SEÇÃO VII
amortização, se houver, do relatório constará, ainda, Assembleia de Debenturistas
declaração do agente sobre sua aptidão para conti-
nuar no exercício da função;          Art. 71. Os titulares de debêntures da mesma
        c) notificar os debenturistas, no prazo máximo emissão ou série podem, a qualquer tempo, reunir-se em
de 60 (sessenta) dias, de qualquer inadimplemento, assembleia a fim de deliberar sobre matéria de interesse da
pela companhia, de obrigações assumidas na escritura comunhão dos debenturistas.
da emissão.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)         § 1º A assembleia de debenturistas pode ser con-
        § 2º A escritura de emissão disporá sobre o vocada pelo agente fiduciário, pela companhia emissora,
modo de cumprimento dos deveres de que tratam as por debenturistas que representem 10% (dez por cento),
alíneas b e c do parágrafo anterior. no mínimo, dos títulos em circulação, e pela Comissão de
        § 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer Valores Mobiliários.
ação para proteger direitos ou defender interesses dos         § 2º Aplica-se à assembleia de debenturistas, no
debenturistas, sendo-lhe especialmente facultado, no que couber, o disposto nesta Lei sobre a assembleia-geral
caso de inadimplemento da companhia: de acionistas.
        a) declarar, observadas as condições da escri-         § 3º A assembleia se instalará, em primeira convo-
tura de emissão, antecipadamente vencidas as debên- cação, com a presença de debenturistas que representem
tures e cobrar o seu principal e acessórios; metade, no mínimo, das debêntures em circulação, e, em
        b) executar garantias reais, receber o produ- segunda convocação, com qualquer número.
to da cobrança e aplicá-lo no pagamento, integral ou
        § 4º O agente fiduciário deverá comparecer à
proporcional, dos debenturistas;
assembleia e prestar aos debenturistas as informações que
        c) requerer a falência da companhia emissora,
lhe forem solicitadas.
se não existirem garantias reais;
        § 5º A escritura de emissão estabelecerá a maioria
        d) representar os debenturistas em processos
necessária, que não será inferior à metade das debêntures
de falência, concordata, intervenção ou liquidação ex-
em circulação, para aprovar modificação nas condições das
trajudicial da companhia emissora, salvo deliberação
debêntures.
em contrário da assembleia dos debenturistas;
        e) tomar qualquer providência necessária para         § 6º Nas deliberações da assembleia, a cada de-
que os debenturistas realizem os seus créditos. bênture caberá um voto.

46
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Seção VIII         § 4º A negociação, no mercado de capitais do


Cédula Pignoratícia de Debêntures Brasil, de debêntures emitidas no estrangeiro, depende de
Cédula de debêntures prévia autorização da Comissão de Valores Mobiliários.
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
SEÇÃO X
         Art. 72. As instituições financeiras autorizadas Extinção
pelo Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de opera-
ção poderão emitir cédulas lastreadas em debêntures, com         Art. 74. A companhia emissora fará, nos livros pró-
garantia própria, que conferirão a seus titulares direito de prios, as anotações referentes à extinção das debêntures,
crédito contra o emitente, pelo valor nominal e os juros e manterá arquivados, pelo prazo de 5 (cinco) anos, junta-
nela estipulados. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) mente com os documentos relativos à extinção, os certifi-
         § 1º A cédula será nominativa, escritural ou cados cancelados ou os recibos dos titulares das contas das
não. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) debêntures escriturais.
        § 2º O certificado da cédula conterá as seguintes         § 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, caberá a
declarações: este fiscalizar o cancelamento dos certificados.
        a) o nome da instituição financeira emitente e as         § 2º Os administradores da companhia respon-
assinaturas dos seus representantes; derão solidariamente pelas perdas e danos decorrentes da
        b) o número de ordem, o local e a data da emissão; infração do disposto neste artigo.
        c) a denominação Cédula de Debêntures; (Redação
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) CAPÍTULO VI
        d) o valor nominal e a data do vencimento; Bônus de Subscrição
        e) os juros, que poderão ser fixos ou variáveis, e as Características
épocas do seu pagamento;
        f) o lugar do pagamento do principal e dos juros;         Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do
        g) a identificação das debêntures-lastro, do seu limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo
valor e da garantia constituída; (Redação dada pela Lei nº 168), títulos negociáveis denominados “Bônus de Subscri-
9.457, de 1997) ção”.
        h) o nome do agente fiduciário dos debenturistas;         Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferi-
        i) a cláusula de correção monetária, se houver; rão aos seus titulares, nas condições constantes do certifi-
        j) o nome do titular.  (Redação dada pela Lei nº cado, direito de subscrever ações do capital social, que será
9.457, de 1997) exercido mediante apresentação do título à companhia e
pagamento do preço de emissão das ações.
SEÇÃO IX
Emissão de Debêntures no Estrangeiro Competência
        Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de
        Art. 73. Somente com a prévia aprovação do Banco subscrição compete à assembleia-geral, se o estatuto não
Central do Brasil as companhias brasileiras poderão emitir a atribuir ao conselho de administração.
debêntures no exterior com garantia real ou flutuante de
bens situados no País. Emissão
        § 1º Os credores por obrigações contraídas no Bra-         Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados
sil terão preferência sobre os créditos por debêntures emiti- pela companhia ou por ela atribuídos, como vantagem adi-
das no exterior por companhias estrangeiras autorizadas a cional, aos subscritos de emissões de suas ações ou debên-
funcionar no País, salvo se a emissão tiver sido previamente tures.
autorizada pelo Banco Central do Brasil e o seu produto apli-         Parágrafo único. Os acionistas da companhia goza-
cado em estabelecimento situado no território nacional. rão, nos termos dos artigos 171 e 172, de preferência para
        § 2º Em qualquer caso, somente poderão ser subscrever a emissão de bônus.
remetidos para o exterior o principal e os encargos de de-
bêntures registradas no Banco Central do Brasil. Forma, Propriedade e Circulação
        § 3º A emissão de debêntures no estrangeiro, além        Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma no-
de observar os requisitos do artigo 62, requer a inscrição, minativa.  (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
no registro de imóveis, do local da sede ou do estabeleci-         Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de subs-
mento, dos demais documentos exigidos pelas leis do lu- crição, no que couber, o disposto nas Seções V a VII do
gar da emissão, autenticadas de acordo com a lei aplicável, Capítulo III.
legalizadas pelo consulado brasileiro no exterior e acom- Certificados
panhados de tradução em vernáculo, feita por tradutor pú-         Art. 79. O certificado de bônus de subscrição con-
blico juramentado; e, no caso de companhia estrangeira, terá as seguintes declarações:
o arquivamento no registro do comércio e publicação do         I - as previstas nos números I a IV do artigo 24;
ato que, de acordo com o estatuto social e a lei do local da         II - a denominação “Bônus de Subscrição”;
sede, tenha autorizado a emissão.         III - o número de ordem;

47
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        IV - o número, a espécie e a classe das ações que         c) o prospecto, organizado e assinado pelos fun-
poderão ser subscritas, o preço de emissão ou os critérios dadores e pela instituição financeira intermediária.
para sua determinação;         § 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá
        V - a época em que o direito de subscrição po- condicionar o registro a modificações no estatuto ou no
derá ser exercido e a data do término do prazo para esse prospecto e denegá-lo por inviabilidade ou temeridade do
exercício; empreendimento, ou inidoneidade dos fundadores.
        VI - o nome do titular; (Redação dada pela Lei nº
9.457, de 1997) Projeto de Estatuto
        VII - a data da emissão do certificado e as assi-         Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a
naturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, todos os requisitos exigidos para os contratos das socieda-
de 1997) des mercantis em geral e aos peculiares às companhias, e
conterá as normas pelas quais se regerá a companhia.
CAPÍTULO VII
Constituição da Companhia Prospecto
SEÇÃO I         Art. 84. O prospecto deverá mencionar, com pre-
Requisitos Preliminares cisão e clareza, as bases da companhia e os motivos que
justifiquem a expectativa de bom êxito do empreendimen-
        Art. 80. A constituição da companhia depende do to, e em especial:
cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:         I - o valor do capital social a ser subscrito, o modo
        I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de sua realização e a existência ou não de autorização para
de todas as ações em que se divide o capital social fixado aumento futuro;
no estatuto;         II - a parte do capital a ser formada com bens, a
        II - realização, como entrada, de 10% (dez por cen- discriminação desses bens e o valor a eles atribuídos pelos
to), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas fundadores;
em dinheiro;         III - o número, as espécies e classes de ações em
        III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro que se dividirá o capital; o valor nominal das ações, e o
estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Va- preço da emissão das ações;
lores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.         IV - a importância da entrada a ser realizada no
        Parágrafo único. O disposto no número II não se ato da subscrição;
aplica às companhias para as quais a lei exige realização         V - as obrigações assumidas pelos fundadores, os
inicial de parte maior do capital social. contratos assinados no interesse da futura companhia e as
quantias já despendidas e por despender;
Depósito da Entrada         VI - as vantagens particulares, a que terão direito
        Art. 81. O depósito referido no número III do artigo os fundadores ou terceiros, e o dispositivo do projeto do
80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) estatuto que as regula;
dias contados do recebimento das quantias, em nome do         VII - a autorização governamental para constituir-
subscritor e a favor da sociedade em organização, que só -se a companhia, se necessária;
poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade ju-         VIII - as datas de início e término da subscrição e
rídica. as instituições autorizadas a receber as entradas;
        Parágrafo único. Caso a companhia não se consti-         IX - a solução prevista para o caso de excesso de
tua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o banco subscrição;
restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscri-         X - o prazo dentro do qual deverá realizar-se a
tores. assembleia de constituição da companhia, ou a preliminar
para avaliação dos bens, se for o caso;
SEÇÃO II         XI - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão
Constituição por Subscrição Pública e residência dos fundadores, ou, se pessoa jurídica, a fir-
Registro da Emissão ma ou denominação, nacionalidade e sede, bem como o
número e espécie de ações que cada um houver subscrito,
        Art. 82. A constituição de companhia por subs-         XII - a instituição financeira intermediária do lança-
crição pública depende do prévio registro da emissão na mento, em cujo poder ficarão depositados os originais do
Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente prospecto e do projeto de estatuto, com os documentos a
poderá ser efetuada com a intermediação de instituição que fizerem menção, para exame de qualquer interessado.
financeira.
        § 1º O pedido de registro de emissão obedecerá Lista, Boletim e Entrada
às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários         Art. 85. No ato da subscrição das ações a serem
e será instruído com: realizadas em dinheiro, o subscritor pagará a entrada e as-
        a) o estudo de viabilidade econômica e financeira sinará a lista ou o boletim individual autenticados pela ins-
do empreendimento; tituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se
        b) o projeto do estatuto social; pelo nome, nacionalidade, residência, estado civil, profis-

48
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

são e documento de identidade, ou, se pessoa jurídica, pela         a) a qualificação dos subscritores, nos termos do
firma ou denominação, nacionalidade e sede, devendo es- artigo 85;
pecificar o número das ações subscritas, a sua espécie e         b) o estatuto da companhia;
classe, se houver mais de uma, e o total da entrada.         c) a relação das ações tomadas pelos subscritores
        Parágrafo único. A subscrição poderá ser feita, nas e a importância das entradas pagas;
condições previstas no prospecto, por carta à instituição,         d) a transcrição do recibo do depósito referido no
com as declarações prescritas neste artigo e o pagamento número III do artigo 80;
da entrada.         e) a transcrição do laudo de avaliação dos peri-
tos, caso tenha havido subscrição do capital social em bens
Convocação de Assembleia (artigo 8°);
        Art. 86. Encerrada a subscrição e havendo sido         f) a nomeação dos primeiros administradores e,
subscrito todo o capital social, os fundadores convocarão a quando for o caso, dos fiscais.
assembleia-geral que deverá:
        I - promover a avaliação dos bens, se for o caso SEÇÃO IV
(artigo 8º); Disposições Gerais
        II - deliberar sobre a constituição da companhia.
        Parágrafo único. Os anúncios de convocação men-         Art. 89. A incorporação de imóveis para formação
cionarão hora, dia e local da reunião e serão inseridos nos do capital social não exige escritura pública.
jornais em que houver sido feita a publicidade da oferta de         Art. 90. O subscritor pode fazer-se representar na
subscrição. assembleia-geral ou na escritura pública por procurador
com poderes especiais.
Assembleia de Constituição         Art. 91. Nos atos e publicações referentes a com-
        Art. 87. A assembleia de constituição instalar-se-á, panhia em constituição, sua denominação deverá ser adi-
em primeira convocação, com a presença de subscritores tada da cláusula “em organização”.
que representem, no mínimo, metade do capital social, e,         Art. 92. Os fundadores e as instituições financei-
em segunda convocação, com qualquer número.     (Vide ras que participarem da constituição por subscrição pú-
Decreto-Lei nº 2.296, de 1986) blica responderão, no âmbito das respectivas atribuições,
        § 1º Na assembleia, presidida por um dos funda- pelos prejuízos resultantes da inobservância de preceitos
dores e secretariada por subscritor, será lido o recibo de legais.
depósito de que trata o número III do artigo 80, bem como         Parágrafo único. Os fundadores responderão,
discutido e votado o projeto de estatuto. solidariamente, pelo prejuízo decorrente de culpa ou dolo
        § 2º Cada ação, independentemente de sua espé- em atos ou operações anteriores à constituição.
cie ou classe, dá direito a um voto; a maioria não tem poder         Art. 93. Os fundadores entregarão aos primeiros
para alterar o projeto de estatuto. administradores eleitos todos os documentos, livros ou
        § 3º Verificando-se que foram observadas as for- papéis relativos à constituição da companhia ou a esta
malidades legais e não havendo oposição de subscritores pertencentes.
que representem mais da metade do capital social, o presi-
dente declarará constituída a companhia, procedendo-se, a CAPÍTULO VIII
seguir, à eleição dos administradores e fiscais. Formalidades Complementares da Constituição,
        § 4º A ata da reunião, lavrada em duplicata, de- Arquivamento e Publicação
pois de lida e aprovada pela assembleia, será assinada por
todos os subscritores presentes, ou por quantos bastem à         Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar
validade das deliberações; um exemplar ficará em poder sem que sejam arquivados e publicados seus atos consti-
da companhia e o outro será destinado ao registro do co- tutivos.
mércio. Companhia Constituída por Assembleia
SEÇÃO III         Art. 95. Se a companhia houver sido constituída
Constituição por Subscrição Particular por deliberação em assembleia-geral, deverão ser arquiva-
dos no registro do comércio do lugar da sede:
        Art. 88. A constituição da companhia por subscri-         I - um exemplar do estatuto social, assinado por
ção particular do capital pode fazer-se por deliberação dos todos os subscritores (artigo 88, § 1º) ou, se a subscrição
subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública, houver sido pública, os originais do estatuto e do prospec-
considerando-se fundadores todos os subscritores. to, assinados pelos fundadores, bem como do jornal em
        § 1º Se a forma escolhida for a de assembleia-geral, que tiverem sido publicados;
observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, devendo ser         II - a relação completa, autenticada pelos funda-
entregues à assembleia o projeto do estatuto, assinado em dores ou pelo presidente da assembleia, dos subscritores
duplicata por todos os subscritores do capital, e as listas ou do capital social, com a qualificação, número das ações e o
boletins de subscrição de todas as ações. total da entrada de cada subscritor (artigo 85);
        § 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada         III - o recibo do depósito a que se refere o número
por todos os subscritores, e conterá: III do artigo 80;

49
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        IV - duplicata das atas das assembleias realiza- Responsabilidade dos Primeiros Administrado-
das para a avaliação de bens quando for o caso (artigo res
8º);         Art. 99. Os primeiros administradores são so-
        V - duplicata da ata da assembleia-geral dos lidariamente responsáveis perante a companhia pelos
subscritores que houver deliberado a constituição da prejuízos causados pela demora no cumprimento das
companhia (artigo 87). formalidades complementares à sua constituição.
        Parágrafo único. A companhia não responde
Companhia Constituída por Escritura Pública pelos atos ou operações praticados pelos primeiros ad-
        Art. 96. Se a companhia tiver sido constituída ministradores antes de cumpridas as formalidades de
por escritura pública, bastará o arquivamento de certi- constituição, mas a assembleia-geral poderá deliberar
dão do instrumento. em contrário.

Registro do Comércio CAPÍTULO IX


        Art. 97. Cumpre ao registro do comércio exami- Livros Sociais
nar se as prescrições legais foram observadas na consti-
tuição da companhia, bem como se no estatuto existem Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obri-
cláusulas contrárias à lei, à ordem pública e aos bons gatórios para qualquer comerciante, os seguintes, re-
costumes. vestidos das mesmas formalidades legais:
        § 1º Se o arquivamento for negado, por inob- I -  o livro de Registro de Ações Nominativas, para
servância de prescrição ou exigência legal ou por irre- inscrição, anotação ou averbação:  (Redação dada pela
gularidade verificada na constituição da companhia, os Lei nº 9.457, de 1997)
primeiros administradores deverão convocar imediata- a) do nome do acionista e do número das suas ações;
mente a assembleia-geral para sanar a falta ou irregula- b) das entradas ou prestações de capital realizado;
ridade, ou autorizar as providências que se fizerem ne- c) das conversões de ações, de uma em outra espé-
cessárias. A instalação e funcionamento da assembleia cie ou classe; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
obedecerão ao disposto no artigo 87, devendo a deli- d) do resgate, reembolso e amortização das ações,
beração ser tomada por acionistas que representem, no ou de sua aquisição pela companhia;
mínimo, metade do capital social. Se a falta for do es- e) das mutações operadas pela alienação ou trans-
tatuto, poderá ser sanada na mesma assembleia, a qual ferência de ações;
deliberará, ainda, sobre se a companhia deve promover f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fi-
a responsabilidade civil dos fundadores (artigo 92). duciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as
        § 2º Com a 2ª via da ata da assembleia e a ações ou obste sua negociação.
prova de ter sido sanada a falta ou irregularidade, o II - o livro de “Transferência de Ações Nominativas”,
registro do comércio procederá ao arquivamento dos para lançamento dos termos de transferência, que de-
atos constitutivos da companhia. verão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou
        § 3º A criação de sucursais, filiais ou agências, seus legítimos representantes;
observado o disposto no estatuto, será arquivada no III - o livro de “Registro de Partes Beneficiárias No-
registro do comércio. minativas” e o de “Transferência de Partes Beneficiárias
Nominativas”, se tiverem sido emitidas, observando-se,
Publicação e Transferência de Bens em ambos, no que couber, o disposto nos números I e
         Art. 98. Arquivados os documentos relativos II deste artigo;
à constituição da companhia, os seus administradores IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais;  (Reda-
providenciarão, nos 30 (trinta) dias subsequentes, a ção dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
publicação deles, bem como a de certidão do arquiva- V - o livro de Presença dos Acionistas;  (Redação
mento, em órgão oficial do local de sua sede. dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        § 1° Um exemplar do órgão oficial deverá ser VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de
arquivado no registro do comércio. Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de
        § 2º A certidão dos atos constitutivos da com- Diretoria; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
panhia, passada pelo registro do comércio em que fo- VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fis-
ram arquivados, será o documento hábil para a transfe- cal. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
rência, por transcrição no registro público competente, § 1º A qualquer pessoa, desde que se destinem a
dos bens com que o subscritor tiver contribuído para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de
formação do capital social (artigo 8º, § 2º). interesse pessoal ou dos acionistas ou do mercado de
        § 3º A ata da assembleia-geral que aprovar valores mobiliários, serão dadas certidões dos assenta-
a incorporação deverá identificar o bem com precisão, mentos constantes dos livros mencionados nos incisos
mas poderá descrevê-lo sumariamente, desde que seja I a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do
suplementada por declaração, assinada pelo subscritor, serviço, cabendo, do indeferimento do pedido por parte
contendo todos os elementos necessários para a trans- da companhia, recurso à Comissão de Valores Mobiliá-
crição no registro público. rios. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

50
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

§ 2o  Nas companhias abertas, os livros referidos nos         Parágrafo único. A companhia deverá dili-
incisos I a V do caput deste artigo poderão ser substi- genciar para que os atos de emissão e substituição de
tuídos, observadas as normas expedidas pela Comissão certificados, e de transferências e averbações nos livros
de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou sociais, sejam praticados no menor prazo possível, não
eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011). excedente do fixado pela Comissão de Valores Mobiliá-
rios, respondendo perante acionistas e terceiros pelos
Escrituração do Agente Emissor prejuízos decorrentes de atrasos culposos.
        Art. 101. O agente emissor de certificados (art. 27)
poderá substituir os livros referidos nos incisos I a III do art. Exibição dos Livros
100 pela sua escrituração e manter, mediante sistemas ade-         Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da
quados, aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários, companhia pode ser ordenada judicialmente sempre
os registros de propriedade das ações, partes beneficiárias, que, a requerimento de acionistas que representem,
debêntures e bônus de subscrição, devendo uma vez por pelo menos, 5% (cinco por cento) do capital social,
ano preparar lista dos seus titulares, com o número dos tí- sejam apontados atos violadores da lei ou do estatu-
tulos de cada um, a qual será encadernada, autenticada no to, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades
registro do comércio e arquivada na companhia. (Redação praticadas por qualquer dos órgãos da companhia.
dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        § 1° Os termos de transferência de ações nomi- CAPÍTULO X
nativas perante o agente emissor poderão ser lavrados em Acionistas
folhas soltas, à vista do certificado da ação, no qual serão SEÇÃO I
averbados a transferência e o nome e qualificação do ad- Obrigação de Realizar o Capital
quirente. Condições e Mora
        § 2º Os termos de transferência em folhas soltas serão
encadernados em ordem cronológica, em livros autenticados          Art. 106. O acionista é obrigado a realizar,
no registro do comércio e arquivados no agente emissor. nas condições previstas no estatuto ou no boletim de
subscrição, a prestação correspondente às ações subs-
Ações Escriturais critas ou adquiridas.
        Art. 102. A instituição financeira depositária de         § 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos
ações escriturais deverá fornecer à companhia, ao menos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data
uma vez por ano, cópia dos extratos das contas de depó- do pagamento, caberá aos órgãos da administração
sito das ações e a lista dos acionistas com a quantidade efetuar chamada, mediante avisos publicados na im-
das respectivas ações, que serão encadernadas em livros prensa, por 3 (três) vezes, no mínimo, fixando prazo,
autenticados no registro do comércio e arquivados na ins- não inferior a 30 (trinta) dias, para o pagamento.
tituição financeira.         § 2° O acionista que não fizer o pagamento nas
condições previstas no estatuto ou boletim, ou na cha-
Fiscalização e Dúvidas no Registro mada, ficará de pleno direito constituído em mora, su-
        Art. 103. Cabe à companhia verificar a regularida- jeitando-se ao pagamento dos juros, da correção mo-
de das transferências e da constituição de direitos ou ônus netária e da multa que o estatuto determinar, esta não
sobre os valores mobiliários de sua emissão; nos casos dos superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.
artigos 27 e 34, essa atribuição compete, respectivamente,
ao agente emissor de certificados e à instituição financeira Acionista Remisso
depositária das ações escriturais.          Art. 107. Verificada a mora do acionista, a
        Parágrafo único. As dúvidas suscitadas entre o companhia pode, à sua escolha:
acionista, ou qualquer interessado, e a companhia, o agen-         I - promover contra o acionista, e os que com
te emissor de certificados ou a instituição financeira de- ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108),
positária das ações escriturais, a respeito das averbações processo de execução para cobrar as importâncias de-
ordenadas por esta Lei, ou sobre anotações, lançamentos vidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de
ou transferências de ações, partes beneficiárias, debêntu- chamada como título extrajudicial nos termos do Códi-
res, ou bônus de subscrição, nos livros de registro ou trans- go de Processo Civil; ou
ferência, serão dirimidas pelo juiz competente para solu-         II - mandar vender as ações em bolsa de valo-
cionar as dúvidas levantadas pelos oficiais dos registros res, por conta e risco do acionista.
públicos, excetuadas as questões atinentes à substância do         § 1º Será havida como não escrita, relativa-
direito. mente à companhia, qualquer estipulação do estatuto
ou do boletim de subscrição que exclua ou limite o
Responsabilidade da Companhia exercício da opção prevista neste artigo, mas o subs-
        Art. 104.A companhia é responsável pelos prejuí- critor de boa-fé terá ação, contra os responsáveis pela
zos que causar aos interessados por vícios ou irregularida- estipulação, para haver perdas e danos sofridos, sem
des verificadas nos livros de que tratam os incisos I a III do prejuízo da responsabilidade penal que no caso cou-
art. 100. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) ber.

51
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 2º A venda será feita em leilão especial na bolsa SEÇÃO III


de valores do lugar da sede social, ou, se não houver, na Direito de Voto
mais próxima, depois de publicado aviso, por 3 (três) vezes, Disposições Gerais
com antecedência mínima de 3 (três) dias. Do produto da
venda serão deduzidos as despesas com a operação e, se         Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1
previstos no estatuto, os juros, correção monetária e multa, (um) voto nas deliberações da assembleia-geral.
ficando o saldo à disposição do ex-acionista, na sede da         § 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao
sociedade. número de votos de cada acionista.
        § 3º É facultado à companhia, mesmo após iniciada         § 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer
a cobrança judicial, mandar vender a ação em bolsa de va- classe de ações.
lores; a companhia poderá também promover a cobrança
judicial se as ações oferecidas em bolsa não encontrarem Ações Preferenciais
tomador, ou se o preço apurado não bastar para pagar os         Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir
débitos do acionista. às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos re-
        § 4º Se a companhia não conseguir, por qual- conhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou
quer dos meios previstos neste artigo, a integralização das conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo
ações, poderá declará-las caducas e fazer suas as entradas 109.
realizadas, integralizando-as com lucros ou reservas, exce-         § 1º As ações preferenciais sem direito de voto
to a legal; se não tiver lucros e reservas suficientes, terá o adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo
prazo de 1 (um) ano para colocar as ações caídas em co- prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercí-
misso, findo o qual, não tendo sido encontrado comprador, cios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou
a assembleia-geral deliberará sobre a redução do capital mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o
em importância correspondente. pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou
até que sejam pagos os cumulativos em atraso.
Responsabilidade dos Alienantes         § 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição
        Art. 108. Ainda quando negociadas as ações, os do § 1º, as ações preferenciais com direito de voto restrito
alienantes continuarão responsáveis, solidariamente com terão suspensas as limitações ao exercício desse direito.
os adquirentes, pelo pagamento das prestações que falta-         § 3º O estatuto poderá estipular que o disposto
rem para integralizar as ações transferidas. nos §§ 1º e 2º vigorará a partir do término da implantação
        Parágrafo único. Tal responsabilidade cessará, em do empreendimento inicial da companhia.
relação a cada alienante, no fim de 2 (dois) anos a contar
da data da transferência das ações. Não Exercício de Voto pelas Ações ao Portador
        Art. 112. Somente os titulares de ações nomina-
SEÇÃO II tivas endossáveis e escriturais poderão exercer o direito
Direitos Essenciais de voto.
        Parágrafo único. Os titulares de ações prefe-
        Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia- renciais ao portador que adquirirem direito de voto de
-geral poderão privar o acionista dos direitos de: acordo com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 111, e
        I - participar dos lucros sociais; enquanto dele gozarem, poderão converter as ações em
        II - participar do acervo da companhia, em caso nominativas ou endossáveis, independentemente de au-
de liquidação; torização estatutária.
        III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão
dos negócios sociais; Voto das Ações Empenhadas e Alienadas Fiducia-
        IV - preferência para a subscrição de ações, partes riamente
beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversí-         Art. 113. O penhor da ação não impede o acio-
veis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nista de exercer o direito de voto; será lícito, todavia, es-
nos artigos 171 e 172;     (Vide Lei nº 12.838, de 2013) tabelecer, no contrato, que o acionista não poderá, sem
        V - retirar-se da sociedade nos casos previstos consentimento do credor pignoratício, votar em certas
nesta Lei. deliberações.
        § 1º As ações de cada classe conferirão iguais di-         Parágrafo único. O credor garantido por alie-
reitos aos seus titulares. nação fiduciária da ação não poderá exercer o direito de
        § 2º Os meios, processos ou ações que a lei confere voto; o devedor somente poderá exercê-lo nos termos do
ao acionista para assegurar os seus direitos não podem ser contrato.
elididos pelo estatuto ou pela assembleia-geral.
       § 3o O estatuto da sociedade pode estabelecer que Voto das Ações Gravadas com Usufruto
as divergências entre os acionistas e a companhia, ou en-         Art. 114. O direito de voto da ação gravada com
tre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, usufruto, se não for regulado no ato de constituição do
poderão ser solucionadas mediante arbitragem, nos termos gravame, somente poderá ser exercido mediante prévio
em que especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) acordo entre o proprietário e o usufrutuário.

52
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Abuso do Direito de Voto e Conflito de Interes- presa, os que nela trabalham e para com a comunidade
ses em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente
         Art. 115. O acionista deve exercer o direito a respeitar e atender.
voto no interesse da companhia; considerar-se-á abusi-          Art. 116-A. O acionista controlador da compa-
vo o voto exercido com o fim de causar dano à compa- nhia aberta e os acionistas, ou grupo de acionistas, que
nhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para elegerem membro do conselho de administração ou mem-
outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou bro do conselho fiscal, deverão informar imediatamente
possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros as modificações em sua posição acionária na companhia à
acionistas.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de Valores ou
        § 1º o acionista não poderá votar nas delibera- entidades do mercado de balcão organizado nas quais os
ções da assembleia-geral relativas ao laudo de avaliação valores mobiliários de emissão da companhia estejam ad-
de bens com que concorrer para a formação do capital mitidos à negociação, nas condições e na forma determi-
social e à aprovação de suas contas como administrador, nadas pela Comissão de Valores Mobiliários.(Incluído pela
nem em quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de Lei nº 10.303, de 2001)
modo particular, ou em que tiver interesse conflitante
com o da companhia. Responsabilidade
        § 2º Se todos os subscritores forem condômi-         Art. 117. O acionista controlador responde pelos
nos de bem com que concorreram para a formação do danos causados por atos praticados com abuso de poder.
capital social, poderão aprovar o laudo, sem prejuízo da         § 1º São modalidades de exercício abusivo de
responsabilidade de que trata o § 6º do artigo 8º. poder:
        § 3º o acionista responde pelos danos causados         a) orientar a companhia para fim estranho ao
pelo exercício abusivo do direito de voto, ainda que seu objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a
voto não haja prevalecido. favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em
        § 4º A deliberação tomada em decorrência do prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lu-
voto de acionista que tem interesse conflitante com o cros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;
da companhia é anulável; o acionista responderá pelos         b) promover a liquidação de companhia prós-
danos causados e será obrigado a transferir para a com- pera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da
panhia as vantagens que tiver auferido. companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem,
        § 5o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de vantagem indevida, em prejuízo dos demais acionistas, dos
2001) que trabalham na empresa ou dos investidores em valores
        § 6o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de mobiliários emitidos pela companhia;
2001)         c) promover alteração estatutária, emissão de valo-
        § 7o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de res mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que não
2001) tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar
        § 8o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham na
2001) empresa ou aos investidores em valores mobiliários emiti-
        § 9o (VETADO)   (Incluído pela Lei nº 10.303, de dos pela companhia;
2001)         d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto,
        § 10. (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de moral ou tecnicamente;
2001)         e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal
a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres defi-
SEÇÃO IV nidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse
Acionista Controlador da companhia, sua ratificação pela assembleia-geral;
Deveres         f) contratar com a companhia, diretamente ou
através de outrem, ou de sociedade na qual tenha inte-
        Art. 116. Entende-se por acionista controlador a resse, em condições de favorecimento ou não equitativas;
pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vincu-         g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de
ladas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de
        a) é titular de direitos de sócio que lhe asse- apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente,
gurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.
deliberações da assembleia-geral e o poder de eleger a         h) subscrever ações, para os fins do disposto no art.
maioria dos administradores da companhia; e 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social
        b) usa efetivamente seu poder para dirigir as ati- da companhia.  (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
vidades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos         § 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador
da companhia. ou fiscal que praticar o ato ilegal responde solidariamente
        Parágrafo único. O acionista controlador deve com o acionista controlador.
usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o         § 3º O acionista controlador que exerce cargo de
seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e administrador ou fiscal tem também os deveres e respon-
responsabilidades para com os demais acionistas da em- sabilidades próprios do cargo.

53
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SEÇÃO V SEÇÃO VI
Acordo de Acionistas Representação de Acionista Residente ou Domici-
liado no Exterior
        Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra          Art. 119. O acionista residente ou domiciliado
e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exer- no exterior deverá manter, no País, representante com po-
cício do direito a voto, ou do poder de controle deverão deres para receber citação em ações contra ele, propostas
ser observados pela companhia quando arquivados na sua com fundamento nos preceitos desta Lei.
sede.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)         Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de qualquer
        § 1º As obrigações ou ônus decorrentes des- dos direitos de acionista, confere ao mandatário ou repre-
ses acordos somente serão oponíveis a terceiros, depois sentante legal qualidade para receber citação judicial.
de averbados nos livros de registro e nos certificados das
ações, se emitidos. SEÇÃO VII
        § 2° Esses acordos não poderão ser invocados para Suspensão do Exercício de Direitos
eximir o acionista de responsabilidade no exercício do di-
reito de voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos         Art. 120. A assembleia-geral poderá suspender o
116 e 117). exercício dos direitos do acionista que deixar de cumprir
        § 3º Nas condições previstas no acordo, os acionis- obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a
tas podem promover a execução específica das obrigações suspensão logo que cumprida a obrigação.
assumidas.
        § 4º As ações averbadas nos termos deste artigo CAPÍTULO XI
não poderão ser negociadas em bolsa ou no mercado de Assembleia-Geral
balcão. SEÇÃO I
        § 5º No relatório anual, os órgãos da administra- Disposições Gerais
ção da companhia aberta informarão à assembleia-geral
as      disposições sobre política de reinvestimento de lu- Art. 121. A assembleia-geral, convocada e instalada de
cros e distribuição de dividendos, constantes de acordos acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir
de acionistas arquivados na companhia. todos os negócios relativos ao objeto da companhia e to-
        § 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado mar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e
em função de termo ou condição resolutiva somente pode desenvolvimento.
ser denunciado segundo suas estipulações. (Incluído pela Parágrafo único.  Nas companhias abertas, o acionista
Lei nº 10.303, de 2001) poderá participar e votar a distância em assembleia geral,
        § 7o O mandato outorgado nos termos de acordo nos termos da regulamentação da Comissão de Valores
de acionistas para proferir, em assembleia-geral ou espe- Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
cial, voto contra ou a favor de determinada deliberação,
poderá prever prazo superior ao constante do § 1o do art. Competência Privativa
126 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) Art. 122.  Compete privativamente à assembleia ge-
         § 8o  O presidente da assembleia ou do órgão ral: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
colegiado de deliberação da companhia não computará o I - reformar o estatuto social;(Redação dada pela Lei nº
voto proferido com infração de acordo de acionistas devi- 10.303, de 2001)
damente arquivado.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administra-
        § 9o O não comparecimento à assembleia ou às dores e fiscais da companhia, ressalvado o disposto no inci-
reuniões dos órgãos de administração da companhia, bem so II do art. 142;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo III - tomar, anualmente, as contas dos administrado-
de acionistas ou de membros do conselho de administra- res e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles
ção eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura apresentadas;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
à parte prejudicada o direito de votar com as ações per- IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o
tencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59; (Redação dada pela Lei
membro do conselho de administração, pelo conselheiro nº 12.431, de 2011).     (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
eleito com os votos da parte prejudicada.(Incluído pela Lei V - suspender o exercício dos direitos do acionista (art.
nº 10.303, de 2001) 120);(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 10. Os acionistas vinculados a acordo de acio- VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o
nistas deverão indicar, no ato de arquivamento, represen- acionista concorrer para a formação do capital social;(Re-
tante para comunicar-se com a companhia, para prestar ou dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
receber informações, quando solicitadas.(Incluído pela Lei VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;(Reda-
nº 10.303, de 2001) ção dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 11. A companhia poderá solicitar aos membros VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorpo-
do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.(Incluído ração e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação,
pela Lei nº 10.303, de 2001) eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; e (Re-
dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

54
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

IX - autorizar os administradores a confessar falência didos com a antecedência prevista no § 1º, desde que
e pedir concordata.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de o tenha solicitado, por escrito, à companhia, com a in-
2001) dicação do endereço completo e do prazo de vigência
Parágrafo único. Em caso de urgência, a confissão de do pedido, não superior a 2 (dois) exercícios sociais, e
falência ou o pedido de concordata poderá ser formulado renovável; essa convocação não dispensa a publicação
pelos administradores, com a concordância do acionista do aviso previsto no § 1º, e sua inobservância dará ao
controlador, se houver, convocando-se imediatamente a acionista direito de haver, dos administradores da com-
assembleia-geral, para manifestar-se sobre a matéria.(Re- panhia, indenização pelos prejuízos sofridos.
dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)         § 4º Independentemente das formalidades pre-
vistas neste artigo, será considerada regular a assem-
Competência para Convocação bleia-geral a que comparecerem todos os acionistas.
        Art. 123. Compete ao conselho de administração,        § 5 o A Comissão de Valores Mobiliários poderá,
se houver, ou aos diretores, observado o disposto no esta- a seu exclusivo critério, mediante decisão fundamenta-
tuto, convocar a assembleia-geral. da de seu Colegiado, a pedido de qualquer acionista,
        Parágrafo único. A assembleia-geral pode também e ouvida a companhia: (Incluído pela Lei nº 10.303, de
ser convocada: 2001)
        a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no         I - aumentar, para até 30 (trinta) dias, a contar
número V, do artigo 163; da data em que os documentos relativos às matérias
        b) por qualquer acionista, quando os administra- a serem deliberadas forem colocados à disposição dos
dores retardarem, por mais de 60 (sessenta) dias, a convo- acionistas, o  prazo de antecedência de publicação do
cação nos casos previstos em lei ou no estatuto; primeiro anúncio de convocação da assembleia-geral
        c) por acionistas que representem cinco por cento, de companhia aberta, quando esta tiver por objeto
no mínimo, do capital social, quando os administradores operações que, por sua complexidade, exijam maior
não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de con- prazo para que possam ser conhecidas e analisadas pe-
vocação que apresentarem, devidamente fundamentado, los acionistas;(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
com indicação das matérias a serem tratadas;   (Redação         II - interromper, por até 15 (quinze) dias, o cur-
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) so do prazo de antecedência da convocação de assem-
        d) por acionistas que representem cinco por cento, bleia-geral extraordinária de companhia aberta, a fim
no mínimo, do capital votante, ou cinco por cento, no mí- de conhecer e analisar as propostas a serem submeti-
nimo, dos acionistas sem direito a voto, quando os admi- das à assembleia e, se for o caso, informar à companhia,
nistradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido até o término da interrupção, as razões pelas quais en-
de convocação de assembleia para instalação do conselho tende que a deliberação proposta à assembleia viola
fiscal. (Incluída pela Lei nº 9.457, de 1997) dispositivos legais ou regulamentares.(Incluído pela Lei
nº 10.303, de 2001)
Modo de Convocação e Local         § 6o As companhias abertas com ações admiti-
        Art. 124. A convocação far-se-á mediante anúncio das à negociação em bolsa de valores deverão remeter,
publicado por 3 (três) vezes, no mínimo, contendo, além do na data da publicação do anúncio de convocação da
local, data e hora da assembleia, a ordem do dia, e, no caso assembleia, à bolsa de valores em que suas ações forem
de reforma do estatuto, a indicação da matéria. mais negociadas, os documentos postos à disposição
         § 1o A primeira convocação da assembleia-geral dos acionistas para deliberação na assembleia-geral.
deverá ser feita: (Redação da pela Lei nº10.303, de 2001) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
        I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de
antecedência, no mínimo, contado o prazo da publicação “Quorum” de Instalação
do primeiro anúncio; não se realizando a assembleia, será         Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em
publicado novo anúncio, de segunda convocação, com an- lei, a assembleia-geral instalar-se-á, em primeira con-
tecedência mínima de 5 (cinco) dias; (Incluído pela Lei nº vocação, com a presença de acionistas que represen-
10.303, de 2001) tem, no mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com
        II - na companhia aberta, o prazo de antecedência direito de voto; em segunda convocação instalar-se-á
da primeira convocação será de 15 (quinze) dias e o da com qualquer número.
segunda convocação de 8 (oito) dias. (Incluído pela Lei nº         Parágrafo único. Os acionistas sem direito de
10.303, de 2001) voto podem comparecer à assembleia-geral e discutir a
        § 2° Salvo motivo de força maior, a assembleia- matéria submetida à deliberação.
-geral realizar-se-á no edifício onde a companhia tiver a
sede; quando houver de efetuar-se em outro, os anúncios Legitimação e Representação
indicarão, com clareza, o lugar da reunião, que em nenhum         Art. 126. As pessoas presentes à assembleia de-
caso poderá realizar-se fora da localidade da sede. verão provar a sua qualidade de acionista, observadas
        § 3º Nas companhias fechadas, o acionista que as seguintes normas:
representar 5% (cinco por cento), ou mais, do capital social,         I - os titulares de ações nominativas exibirão,
será convocado por telegrama ou carta registrada, expe- se exigido, documento hábil de sua identidade;

55
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

         II -  os titulares de ações escriturais ou em “ Quor um” das Del i berações


custódia nos termos do art. 41, além do documento de         Ar t. 129. As del i berações da asse m bl e i a -
identidade, exibirão, ou depositarão na companhia, se o -geral , ressal vadas as exceções pr evi stas e m l e i ,
estatuto o exigir, comprovante expedido pela instituição serão tomadas por mai or i a absol uta de vo to s,
financeira depositária.(Redação dada pela Lei nº 9.457, não se computando os votos em branco.
de 1997)         § 1º O estatuto da companhi a f e c h ada
        III - os titulares de ações ao portador exibirão os pode aumentar o quor um exi gi do para ce rtas de-
respectivos certificados, ou documento de depósito nos l i berações, desde que especi fi que as maté ri as.
termos do número II;         § 2º No caso de empate, se o e statu to
        IV - os titulares de ações escriturais ou em cus- não estabel ecer pr ocedi mento de ar bi trage m e
tódia nos termos do artigo 41, além do documento de não conti ver norma di ver sa, a assembl e i a se rá
identidade, exibirão, ou depositarão na companhia, se o convocada, com i nterval o mí ni mo de 2 (do i s)
estatuto o exigir, comprovante expedido pela instituição meses, para votar a del i ber ação; se per m an e c e r
financeira depositária. o empate e os aci oni stas não concorda re m e m
        § 1º O acionista pode ser representado na as- cometer a deci são a um ter cei r o, caberá ao Po-
sembleia-geral por procurador constituído há menos de der Judi ci ár i o deci di r, no i nter esse da c o m pa-
1 (um) ano, que seja acionista, administrador da com- nhi a.
panhia ou advogado; na companhia aberta, o procura-
dor pode, ainda, ser instituição financeira, cabendo ao At a da Assembl ei a
administrador de fundos de investimento representar os         Ar t. 130. D os trabal hos e del i ber aç õ e s da
condôminos. assembl ei a ser á l avrada, em l i vro própri o , ata as-
        § 2º O pedido de procuração, mediante cor- si nada pel os membr os da mesa e pel os ac i o n i s -
respondência, ou anúncio publicado, sem prejuízo da tas pr esentes. Para val i dade da ata é su f i c i e n te
regulamentação que, sobre o assunto vier a baixar a a assi natura de quantos bastem par a con sti tu i r a
Comissão de Valores Mobiliários, deverá satisfazer aos mai or i a necessári a para as del i ber ações t o m adas
seguintes requisitos: na assembl ei a. D a ata ti r ar -se-ão cer ti d õ e s o u
        a) conter todos os elementos informativos ne- cópi as autênti cas para os fi ns l egai s.
cessários ao exercício do voto pedido;         § 1º A ata poderá ser l avrada n a f o rm a
        b) facultar ao acionista o exercício de voto con- de sumár i o dos fatos ocorri dos, i ncl usi v e di ssi -
trário à decisão com indicação de outro procurador para dênci as e protestos, e conter a transcr i ç ão ape-
o exercício desse voto; nas das del i berações tomadas, desde qu e :
        c) ser dirigido a todos os titulares de ações cujos         a) os documentos ou pr opostas s u bm e ti-
endereços constem da companhia.  (Redação dada pela dos à assembl ei a, assi m como as decl araç õ e s de
Lei nº 9.457, de 1997) voto ou di ssi dênci a, referi dos na ata, se j am n u-
        § 3º É facultado a qualquer acionista, detentor mer ados segui damente, autenti cados pe l a m e sa
de ações, com ou sem voto, que represente meio por e por qual quer aci oni sta que o sol i ci tar , e arqu i-
cento, no mínimo, do capital social, solicitar relação de vados na companhi a;
endereços dos acionistas, para os fins previstos no § 1º,         b) a mesa, a pedi do de aci oni sta i n te re s-
obedecidos sempre os requisitos do parágrafo ante- sado, autenti que exempl ar ou cópi a de pro po sta,
rior. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) decl aração de voto ou di ssi dênci a, ou p ro te sto
        § 4º Têm a qualidade para comparecer à assem- apr esentado.
bleia os representantes legais dos acionistas.         § 2º A assembl ei a-geral da compan h i a
aber ta pode autori z ar a publ i cação de ata c o m
Livro de Presença omi ssão das assi naturas dos aci oni stas.
Art. 127. Antes de abrir-se a assembleia, os acionistas         § 3º Se a ata não for l avrada n a f o rm a
assinarão o “Livro de Presença”, indicando o seu nome, permi ti da pel o § 1º , poder á ser publ i cado ape-
nacionalidade e residência, bem como a quantidade, es- nas o seu extrato, com o sumári o dos fato s o c o r-
pécie e classe das ações de que forem titulares. r i dos e a tr anscr i ção das del i berações to m adas.
Parágrafo único.  Considera-se presente em assem-
bleia geral, para todos os efeitos desta Lei, o acionista E spéci es de Assembl ei a
que registrar a distância sua presença, na forma prevista         Ar t. 131. A assembl ei a-geral é o rdi n ári a
em regulamento da Comissão de Valores Mobiliários.(In- quando tem por obj eto as matéri as pr evi stas n o
cluído pela Lei nº 12.431, de 2011). arti go 132, e extr aordi nári a nos demai s c aso s.
        Par ágrafo úni co. A assembl ei a-g e ral o r-
Mesa di nár i a e a assembl ei a-ger al extraordi n ári a po-
         Art. 128. Os trabalhos da assembleia serão derão ser, cumul ati vamente, convocadas e re al i-
dirigidos por mesa composta, salvo disposição diversa z adas no mesmo l ocal , data e hor a, i nstr u m e n ta-
do estatuto, de presidente e secretário, escolhidos pelos das em ata úni ca.
acionistas presentes.

56
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SEÇÃO II         § 1° Os administradores da companhia, ou


Assembleia-Geral Ordinária ao menos um deles, e o auditor independente, se
Objeto houver, deverão estar presentes à assembleia para
atender a pedidos de esclarecimentos de acionistas,
        Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros me- mas os administradores não poderão votar, como
ses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 acionistas ou procuradores, os documentos referi-
(uma) assembleia-geral para: dos neste artigo.
        I - tomar as contas dos administradores, examinar,         § 2º Se a assembleia tiver necessidade de
discutir e votar as demonstrações financeiras; outros esclarecimentos, poderá adiar a deliberação
        II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido e ordenar diligências; também será adiada a delibe-
do exercício e a distribuição de dividendos; ração, salvo dispensa dos acionistas presentes, na
        III - eleger os administradores e os membros do hipótese de não comparecimento de administrador,
conselho fiscal, quando for o caso; membro do conselho fiscal ou auditor independen-
        IV - aprovar a correção da expressão monetária do te.
capital social (artigo 167).         § 3º A aprovação, sem reserva, das demons-
trações financeiras e das contas, exonera de respon-
Documentos da Administração sabilidade os administradores e fiscais, salvo erro,
        Art. 133. Os administradores devem comunicar, dolo, fraude ou simulação (artigo 286).
até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização         § 4º Se a assembleia aprovar as demons-
da assembleia-geral ordinária, por anúncios publicados na trações financeiras com modificação no montante
forma prevista no artigo 124, que se acham à disposição do lucro do exercício ou no valor das obrigações da
dos acionistas: companhia, os administradores promoverão, dentro
        I - o relatório da administração sobre os negócios so- de 30 (trinta) dias, a republicação das demonstra-
ciais e os principais fatos administrativos do exercício findo; ções, com as retificações deliberadas pela assem-
        II - a cópia das demonstrações financeiras; bleia; se a destinação dos lucros proposta pelos ór-
        III - o parecer dos auditores independentes, se gãos de administração não lograr aprovação (artigo
houver. 176, § 3º), as modificações introduzidas constarão
        IV - o parecer do conselho fiscal, inclusive votos da ata da assembleia.
dissidentes, se houver; e  (Incluído pela Lei nº 10.303, de         § 5º A ata da assembleia-geral ordinária
2001) será arquivada no registro do comércio e publicada.
        V - demais documentos pertinentes a assuntos         § 6º As disposições do § 1º, segunda parte,
incluídos na ordem do dia. (Incluído pela Lei nº 10.303, de não se aplicam quando, nas sociedades fechadas, os
2001) diretores forem os únicos acionistas.
        § 1º Os anúncios indicarão o local ou locais onde
os acionistas poderão obter cópias desses documentos. SEÇÃO III
        § 2º A companhia remeterá cópia desses docu- Assembleia-Geral Extraordinária
mentos aos acionistas que o pedirem por escrito, nas con- Reforma do Estatuto
dições previstas no § 3º do artigo 124.
        § 3o Os documentos referidos neste artigo, à ex-         Art. 135. A assembleia-geral extraordinária
ceção dos constantes dos incisos IV e V, serão publicados que tiver por objeto a reforma do estatuto somente
até 5 (cinco) dias, pelo menos, antes da data marcada para se instalará em primeira convocação com a presença
a realização da assembleia-geral. (Redação dada pela Lei nº de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no
10.303, de 2001) mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá
        § 4º A assembleia-geral que reunir a totalidade dos instalar-se em segunda com qualquer número.
acionistas poderá considerar sanada a falta de publicação         § 1º Os atos relativos a reformas do esta-
dos anúncios ou a inobservância dos prazos referidos nes- tuto, para valerem contra terceiros, ficam sujeitos
te artigo; mas é obrigatória a publicação dos documentos às formalidades de arquivamento e publicação, não
antes da realização da assembleia. podendo, todavia, a falta de cumprimento dessas
        § 5º A publicação dos anúncios é dispensada quan- formalidades ser oposta, pela companhia ou por
do os documentos a que se refere este artigo são publica- seus acionistas, a terceiros de boa-fé.
dos até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização         § 2º Aplica-se aos atos de reforma do esta-
da assembleia-geral ordinária. tuto o disposto no artigo 97 e seus §§ 1º e 2° e no
artigo 98 e seu § 1º.
Procedimento         § 3 o  Os documentos pertinentes à matéria
        Art. 134. Instalada a assembleia-geral, proceder- a ser debatida na assembleia-geral extraordinária
-se-á, se requerida por qualquer acionista, à leitura dos do- deverão ser postos à disposição dos acionistas, na
cumentos referidos no artigo 133 e do parecer do conselho sede da companhia, por ocasião da publicação do
fiscal, se houver, os quais serão submetidos pela mesa à primeiro anúncio de convocação da assembleia-ge-
discussão e votação. ral.         (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

57
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

“Quorum” Qualificado Art. 136-A.   A aprovação da inserção de convenção


         Art. 136. É necessária a aprovação de acionis- de arbitragem no estatuto social, observado o  quo-
tas que representem metade, no mínimo, das ações com rum do art. 136, obriga a todos os acionistas, assegurado
direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo es- ao acionista dissidente o direito de retirar-se da compa-
tatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas nhia mediante o reembolso do valor de suas ações, nos
à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para termos do art. 45.           (Incluído pela Lei nº 13.129, de
deliberação sobre:          (Redação dada pela Lei nº 9.457, 2015)        (Vigência)
de 1997) § 1o A convenção somente terá eficácia após o decur-
       I - criação de ações preferenciais ou aumento de so do prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação da
classe de ações preferenciais existentes, sem guardar pro- ata da assembleia geral que a aprovou.           (Incluído pela
porção com as demais classes de ações preferenciais, salvo Lei nº 13.129, de 2015)        (Vigência)
se já previstos ou autorizados pelo estatuto;       (Redação § 2o  O direito de retirada previsto no  caput  não
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) será aplicável:            (Incluído pela Lei nº 13.129, de
        II - alteração nas preferências, vantagens e condi- 2015)        (Vigência)
ções de resgate ou amortização de uma ou mais classes de I - caso a inclusão da convenção de arbitragem no
ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favore- estatuto social represente condição para que os valores
cida; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) mobiliários de emissão da companhia sejam admitidos à
        III - redução do dividendo obrigatório;           (Re- negociação em segmento de listagem de bolsa de valores
dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) ou de mercado de balcão organizado que exija dispersão
        IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em acionária mínima de 25% (vinte e cinco por cento) das
outra;         (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) ações de cada espécie ou classe;           (Incluído pela Lei
         V - participação em grupo de sociedades (art. nº 13.129, de 2015)        (Vigência)
265);  (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) II - caso a inclusão da convenção de arbitragem seja
         VI - mudança do objeto da companhia;        (Re- efetuada no estatuto social de companhia aberta cujas
dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) ações sejam dotadas de liquidez e dispersão no merca-
        VII - cessação do estado de liquidação da compa- do, nos termos das alíneas “a” e “b” do inciso II do art.
nhia;         (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 137 desta Lei.            (Incluído pela Lei nº 13.129, de
        VIII - criação de partes beneficiárias;        (Redação 2015)        (Vigência)
dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        IX - cisão da companhia;        (Incluído pela Lei nº Direito de Retirada
9.457, de 1997)         Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos
        X - dissolução da companhia.          (Incluído pela incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o
Lei nº 9.457, de 1997) direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso
        § 1º Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da de- do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes
liberação depende de prévia aprovação ou da ratificação, normas:          (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
em prazo improrrogável de um ano, por titulares de mais         I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, so-
da metade de cada classe de ações preferenciais prejudi- mente terá direito de retirada o titular de ações de es-
cadas, reunidos em assembleia especial convocada pelos pécie ou classe prejudicadas;         (Incluído pela Lei nº
administradores e instalada com as formalidades desta 9.457, de 1997)
Lei.        (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)         II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136,
         § 2º A Comissão de Valores Mobiliários pode não terá direito de retirada o titular de ação de espécie
autorizar a redução do quorum previsto neste artigo no ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado,
caso de companhia aberta com a propriedade das ações considerando-se haver:           (Redação dada pela Lei nº
dispersa no mercado, e cujas 3 (três) últimas assembleias 10.303, de 2001)
tenham sido realizadas com a presença de acionistas re-         a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação,
presentando menos da metade das ações com direito a ou certificado que a represente, integre índice geral re-
voto. Neste caso, a autorização da Comissão de Valores presentativo de carteira de valores mobiliários admitido
Mobiliários será mencionada nos avisos de convocação e à negociação no mercado de valores mobiliários, no
a deliberação com quorum reduzido somente poderá ser Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores
adotada em terceira convocação. Mobiliários; e         (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
        § 3o O disposto no § 2o deste artigo aplica-se tam- 2001)
bém às assembleias especiais de acionistas preferenciais         b) dispersão, quando o acionista controlador,
de que trata o § 1o.         (Redação dada pela Lei nº 10.303, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu
de 2001) controle detiverem menos da metade da espécie ou
        § 4º Deverá constar da ata da assembleia-geral classe de ação;         (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
que deliberar sobre as matérias dos incisos I e II, se não 2001)
houver prévia aprovação, que a deliberação só terá eficá-         III - no caso do inciso IX do art. 136, somente
cia após a sua ratificação pela assembleia especial prevista haverá direito de retirada se a cisão implicar:         (Reda-
no § 1º.          (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997) ção dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        a) mudança do objeto social, salvo quando o pa-         § 2º As companhias abertas e as de capital autori-
trimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade zado terão, obrigatoriamente, conselho de administração.
preponderante coincida com a decorrente do objeto social         Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por
da sociedade cindida; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001) lei aos órgãos de administração não podem ser outorga-
        b) redução do dividendo obrigatório; ou          (In- dos a outro órgão, criado por lei ou pelo estatuto.
cluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
        c) participação em grupo de sociedades;          (In- SEÇÃO I
cluída pela Lei nº 10.303, de 2001) Conselho de Administração
        IV - o reembolso da ação deve ser reclamado à Composição
companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado da publi-
cação da ata da assembleia-geral;         (Redação dada pela         Art. 140. O conselho de administração será com-
Lei nº 10.303, de 2001) posto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos pela as-
        V - o prazo para o dissidente de deliberação de sembleia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo,
assembleia especial (art. 136, § 1o) será contado da publica- devendo o estatuto estabelecer:
ção da respectiva ata;       (Redação dada pela Lei nº 10.303,         I - o número de conselheiros, ou o máximo e mí-
de 2001) nimo permitidos, e o processo de escolha e substituição
        VI - o pagamento do reembolso somente poderá do presidente do conselho pela assembleia ou pelo pró-
ser exigido após a observância do disposto no § 3o e, se for prio conselho; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
o caso, da ratificação da deliberação pela assembleia-ge-         II - o modo de substituição dos conselheiros;
ral.        (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)         III - o prazo de gestão, que não poderá ser supe-
         § 1º O acionista dissidente de deliberação da rior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
assembleia, inclusive o titular de ações preferenciais sem         IV - as normas sobre convocação, instalação e
direito de voto, poderá exercer o direito de reembolso das funcionamento do conselho, que deliberará por maioria
ações de que, comprovadamente, era titular na data da pri- de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum quali-
meira publicação do edital de convocação da assembleia,
ficado para certas deliberações, desde que especifique as
ou na data da comunicação do fato relevante objeto da
matérias. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
deliberação, se anterior.         (Redação dada pela Lei nº
        Parágrafo único. O estatuto poderá prever a parti-
9.457, de 1997)
cipação no conselho de representantes dos empregados,
        § 2o O direito de reembolso poderá ser exercido
escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organiza-
no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo,
da pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais
conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se
que os representem. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
abstido de votar contra a deliberação ou não tenha com-
parecido à assembleia.           (Redação dada pela Lei nº
10.303, de 2001) Voto Múltiplo
        § 3o Nos 10 (dez) dias subsequentes ao término
do prazo de que tratam os incisos IV e V do  caput  deste         Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é faculta-
artigo, conforme o caso, contado da publicação da ata da do aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um
assembleia-geral ou da assembleia especial que ratificar a décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou
deliberação, é facultado aos órgãos da administração con- não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo
vocar a assembleia-geral para ratificar ou reconsiderar a de voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos
deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido
reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exer- ao acionista o direito de cumular os votos num só candi-
ceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade dato ou distribuí-los entre vários.
financeira da empresa.          (Redação dada pela Lei nº         § 1º A faculdade prevista neste artigo deverá ser
10.303, de 2001) exercida pelos acionistas até 48 (quarenta e oito) horas
        § 4º Decairá do direito de retirada o acionista que antes da assembleia-geral, cabendo à mesa que dirigir os
não o exercer no prazo fixado.            (Incluído pela Lei nº trabalhos da assembleia informar previamente aos acio-
9.457, de 1997) nistas, à vista do “Livro de Presença”, o número de votos
necessários para a eleição de cada membro do conselho.
CAPÍTULO XII         § 2º Os cargos que, em virtude de empate, não
Conselho de Administração e Diretoria forem preenchidos, serão objeto de nova votação, pelo
Administração da Companhia mesmo processo, observado o disposto no § 1º, in fine.
        § 3º Sempre que a eleição tiver sido realizada por
        Art. 138. A administração da companhia competirá, esse processo, a destituição de qualquer membro do con-
conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administra- selho de administração pela assembleia-geral importará
ção e à diretoria, ou somente à diretoria. destituição dos demais membros, procedendo-se a nova
        § 1º O conselho de administração é órgão de de- eleição; nos demais casos de vaga, não havendo suplente,
liberação colegiada, sendo a representação da companhia a primeira assembleia-geral procederá à nova eleição de
privativa dos diretores. todo o conselho.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 4o Terão direito de eleger e destituir um membro         IV - convocar a assembleia-geral quando julgar
e seu suplente do conselho de administração, em votação conveniente, ou no caso do artigo 132;
em separado na assembleia-geral, excluído o acionista         V - manifestar-se sobre o relatório da administra-
controlador, a maioria dos titulares, respectivamente:(Re- ção e as contas da diretoria;
dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)         VI - manifestar-se previamente sobre atos ou con-
        I - de ações de emissão de companhia aberta tratos, quando o estatuto assim o exigir;
com direito a voto, que representem, pelo menos, 15%          VII - deliberar, quando autorizado pelo esta-
(quinze por cento) do total das ações com direito a voto; tuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscri-
e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) ção;     (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
        II - de ações preferenciais sem direito a voto ou          VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em
com voto restrito de emissão de companhia aberta, que contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a
representem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obri-
social, que não houverem exercido o direito previsto no gações de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
estatuto, em conformidade com o art. 18.  (Incluído pela 2009)
Lei nº 10.303, de 2001)         IX - escolher e destituir os auditores independen-
        § 5o Verificando-se que nem os titulares de ações tes, se houver.
com direito a voto e nem os titulares de ações preferen-          § 1o  Serão arquivadas no registro do comércio
ciais sem direito a voto ou com voto restrito perfizeram, e publicadas as atas das reuniões do conselho de admi-
respectivamente, o quorum exigido nos incisos I e II do § nistração que contiverem deliberação destinada a produzir
4o, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para elegerem efeitos perante terceiros. (Redação dada pela Lei nº 10.303,
em conjunto um membro e seu suplente para o conse- de 2001)
lho de administração, observando-se, nessa hipótese, o         § 2o A escolha e a destituição do auditor inde-
quorum exigido pelo inciso II do § 4o. (Incluído pela Lei nº pendente ficará sujeita a veto, devidamente fundamenta-
10.303, de 2001) do, dos conselheiros eleitos na forma do art. 141, § 4o, se
        § 6o Somente poderão exercer o direito previs- houver. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
to no § 4o os acionistas que comprovarem a titularidade
ininterrupta da participação acionária ali exigida durante SEÇÃO II
o período de 3 (três) meses, no mínimo, imediatamente Diretoria
anterior à realização da assembleia-geral.  (Incluído pela Composição
Lei nº 10.303, de 2001)
        § 7o Sempre que, cumulativamente, a eleição do         Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou
conselho de administração se der pelo sistema do voto mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo
múltiplo e os titulares de ações ordinárias ou preferen- conselho de administração, ou, se inexistente, pela assem-
ciais exercerem a prerrogativa de eleger conselheiro, será bleia-geral, devendo o estatuto estabelecer:
assegurado a acionista ou grupo de acionistas vinculados         I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo
por acordo de votos que detenham mais do que 50% (cin- permitidos;
quenta por cento) das ações com direito de voto o direito         II - o modo de sua substituição;
de eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos         III - o prazo de gestão, que não será superior a 3
pelos demais acionistas, mais um, independentemente do (três) anos, permitida a reeleição;
número de conselheiros que, segundo o estatuto, compo-         IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
nha o órgão. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)         § 1º Os membros do conselho de administração,
        § 8o A companhia deverá manter registro com a até o máximo de 1/3 (um terço), poderão ser eleitos para
identificação dos acionistas que exercerem a prerrogativa cargos de diretores.
a que se refere o § 4o.  (Incluído pela Lei nº 10.303, de         § 2º O estatuto pode estabelecer que determina-
2001) das decisões, de competência dos diretores, sejam toma-
        § 9o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de das em reunião da diretoria.
2001)
Representação
Competência          Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo
        Art. 142. Compete ao conselho de administração: deliberação do conselho de administração (artigo 142, n. II
        I - fixar a orientação geral dos negócios da com- e parágrafo único), competirão a qualquer diretor a repre-
panhia; sentação da companhia e a prática dos atos necessários ao
        II - eleger e destituir os diretores da companhia e seu funcionamento regular.
fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dis-         Parágrafo único. Nos limites de suas atribuições
puser o estatuto; e poderes, é lícito aos diretores constituir mandatários da
        III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a companhia, devendo ser especificados no instrumento os
qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar atos ou operações que poderão praticar e a duração do
informações sobre contratos celebrados ou em via de ce- mandato, que, no caso de mandato judicial, poderá ser por
lebração, e quaisquer outros atos; prazo indeterminado.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SEÇÃO III Garantia da Gestão


Administradores         Art. 148. O estatuto pode estabelecer que o
Normas Comuns exercício do cargo de administrador deva ser assegu-
rado, pelo titular ou por terceiro, mediante penhor de
         Art. 145. As normas relativas a requisitos, ações da companhia ou outra garantia.
impedimentos, investidura, remuneração, deveres e         Parágrafo único. A garantia só será levantada
responsabilidade dos administradores aplicam-se a após aprovação das últimas contas apresentadas pelo
conselheiros e diretores. administrador que houver deixado o cargo.
Requisitos e Impedimentos
Art. 146.  Poderão ser eleitas para membros dos Investidura
órgãos de administração pessoas naturais, devendo os         Art. 149. Os conselheiros e diretores serão in-
diretores ser residentes no País.  (Redação dada pela vestidos nos seus cargos mediante assinatura de termo
Lei nº 12.431, de 2011). de posse no livro de atas do conselho de administração
§ 1 o  A ata da assembleia-geral ou da reunião do ou da diretoria, conforme o caso.
conselho de administração que eleger administrado-         § 1 o Se o termo não for assinado nos 30 (trin-
res deverá conter a qualificação e o prazo de gestão ta) dias seguintes à nomeação, esta tornar-se-á sem
de cada um dos eleitos, devendo ser arquivada no re- efeito, salvo justificação aceita pelo órgão da adminis-
gistro do comércio e publicada.  (Redação dada pela tração para o qual tiver sido eleito. (Redação dada pela
Lei nº 10.303, de 2001) Lei nº 10.303, de 2001)
§ 2 o  A posse do conselheiro residente ou domici-          § 2 o  O termo de posse deverá conter, sob
liado no exterior fica condicionada à constituição de pena de nulidade, a indicação de pelo menos um do-
representante residente no País, com poderes para micílio no qual o administrador receberá as citações
receber citação em ações contra ele propostas com e intimações em processos administrativos e judiciais
base na legislação societária, mediante procuração relativos a atos de sua gestão, as quais reputar-se-ão
com prazo de validade que deverá estender-se por, no cumpridas mediante entrega no domicílio indicado, o
mínimo, 3 (três) anos após o término do prazo de ges- qual somente poderá ser alterado mediante comuni-
tão do conselheiro. (Redação dada pela Lei nº 10.303, cação por escrito à companhia.  (Incluído pela Lei nº
de 2001) 10.303, de 2001)
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para
a investidura em cargo de administração da compa- Substituição e Término da Gestão
nhia, a assembleia-geral somente poderá eleger quem          Art. 150. No caso de vacância do cargo de
tenha exibido os necessários comprovantes, dos quais conselheiro, salvo disposição em contrário do estatuto,
se arquivará cópia autêntica na sede social. o substituto será nomeado pelos conselheiros rema-
§ 1º São inelegíveis para os cargos de administra- nescentes e servirá até a primeira assembleia-geral. Se
ção da companhia as pessoas impedidas por lei espe- ocorrer vacância da maioria dos cargos, a assembleia-
cial, ou condenadas por crime falimentar, de prevari- -geral será convocada para proceder a nova eleição.
cação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra         § 1º No caso de vacância de todos os cargos do
a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou conselho de administração, compete à diretoria convo-
a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, car a assembleia-geral.
o acesso a cargos públicos.         § 2º No caso de vacância de todos os cargos
§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de admi- da diretoria, se a companhia não tiver conselho de ad-
nistração de companhia aberta as pessoas declaradas ministração, compete ao conselho fiscal, se em funcio-
inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliá- namento, ou a qualquer acionista, convocar a assem-
rios. bleia-geral, devendo o representante de maior número
§ 3 o O conselheiro deve ter reputação ilibada, não de ações praticar, até a realização da assembleia, os
podendo ser eleito, salvo dispensa da assembleia-ge- atos urgentes de administração da companhia.
ral, aquele que: (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)         § 3º O substituto eleito para preencher cargo
I - ocupar cargos em sociedades que possam ser vago completará o prazo de gestão do substituído.
consideradas concorrentes no mercado, em especial,         § 4º O prazo de gestão do conselho de admi-
em conselhos consultivos, de administração ou fiscal; nistração ou da diretoria se estende até a investidura
e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) dos novos administradores eleitos.
II - tiver interesse conflitante com a sociedade. (In-
cluído pela Lei nº 10.303, de 2001) Renúncia
§ 4 o  A comprovação do cumprimento das condi-         Art. 151. A renúncia do administrador torna-
ções previstas no § 3 o  será efetuada por meio de de- -se eficaz, em relação à companhia, desde o momen-
claração firmada pelo conselheiro eleito nos termos to em que lhe for entregue a comunicação escrita do
definidos pela Comissão de Valores Mobiliários, com renunciante, e em relação a terceiros de boa-fé, após
vistas ao disposto nos arts. 145 e 159, sob as penas da arquivamento no registro de comércio e publicação,
lei. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) que poderão ser promovidos pelo renunciante.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Remuneração Dever de Lealdade


         Art. 152.  A assembleia-geral fixará o mon-         Art. 155. O administrador deve servir com lealda-
tante global ou individual da remuneração dos admi- de à companhia e manter reserva sobre os seus negócios,
nistradores, inclusive benefícios de qualquer natureza sendo-lhe vedado:
e verbas de representação, tendo em conta suas res-         I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com
ponsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades co-
sua competência e reputação profissional e o valor dos merciais de que tenha conhecimento em razão do exercício
seus serviços no mercado.  (Redação dada pela Lei nº de seu cargo;
9.457, de 1997)         II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos
        § 1º O estatuto da companhia que fixar o divi- da companhia ou, visando à obtenção de vantagens, para
dendo obrigatório em 25% (vinte e cinco por cento) ou si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de
mais do lucro líquido, pode atribuir aos administrado- negócio de interesse da companhia;
res participação no lucro da companhia, desde que o         III - adquirir, para revender com lucro, bem ou
seu total não ultrapasse a remuneração anual dos ad- direito que sabe necessário à companhia, ou que esta ten-
ministradores nem 0,1 (um décimo) dos lucros (artigo cione adquirir.
190), prevalecendo o limite que for menor.         § 1º Cumpre, ademais, ao administrador de com-
        § 2º Os administradores somente farão jus à panhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação
participação nos lucros do exercício social em relação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do
ao qual for atribuído aos acionistas o dividendo obri- mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de
gatório, de que trata o artigo 202. modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sen-
do-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si
SEÇÃO IV ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de
Deveres e Responsabilidades valores mobiliários.
Dever de Diligência         § 2º O administrador deve zelar para que a violação
do disposto no § 1º não possa ocorrer através de subordi-
nados ou terceiros de sua confiança.
        Art. 153. O administrador da companhia deve
        § 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de
empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e
valores mobiliários, contratada com infração do disposto
diligência que todo homem ativo e probo costuma em-
nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do infrator indenização
pregar na administração dos seus próprios negócios.
por perdas e danos, a menos que ao contratar já conheces-
Finalidade das Atribuições e Desvio de Poder
se a informação.
        Art. 154. O administrador deve exercer as atri-
        § 4o É vedada a utilização de informação relevante
buições que a lei e o estatuto lhe conferem para lograr
ainda não divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha
os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exi- tido acesso, com a finalidade de auferir vantagem, para si
gências do bem público e da função social da empresa. ou para outrem, no mercado de valores mobiliários.(Incluí-
        § 1º O administrador eleito por grupo ou classe do pela Lei nº 10.303, de 2001)
de acionistas tem, para com a companhia, os mesmos
deveres que os demais, não podendo, ainda que para Conflito de Interesses
defesa do interesse dos que o elegeram, faltar a esses         Art. 156. É vedado ao administrador intervir em
deveres. qualquer operação social em que tiver interesse conflitante
        § 2° É vedado ao administrador: com o da companhia, bem como na deliberação que a res-
        a) praticar ato de liberalidade à custa da com- peito tomarem os demais administradores, cumprindo-lhe
panhia; cientificá-los do seu impedimento e fazer consignar, em
        b) sem prévia autorização da assembleia-geral ata de reunião do conselho de administração ou da direto-
ou do conselho de administração, tomar por emprésti- ria, a natureza e extensão do seu interesse.
mo recursos ou bens da companhia, ou usar, em pro-         § 1º Ainda que observado o disposto neste artigo,
veito próprio, de sociedade em que tenha interesse, ou o administrador somente pode contratar com a companhia
de terceiros, os seus bens, serviços ou crédito; em condições razoáveis ou equitativas, idênticas às que
        c) receber de terceiros, sem autorização esta- prevalecem no mercado ou em que a companhia contrata-
tutária ou da assembleia-geral, qualquer modalidade ria com terceiros.
de vantagem pessoal, direta ou indireta, em razão do         § 2º O negócio contratado com infração do dis-
exercício de seu cargo. posto no § 1º é anulável, e o administrador interessado será
        § 3º As importâncias recebidas com infração ao obrigado a transferir para a companhia as vantagens que
disposto na alínea c do § 2º pertencerão à companhia. dele tiver auferido.
        § 4º O conselho de administração ou a direto-
ria podem autorizar a prática de atos gratuitos razoá- Dever de Informar
veis em benefício dos empregados ou da comunidade         Art. 157. O administrador de companhia aberta
de que participe a empresa, tendo em vista suas res- deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de
ponsabilidades sociais. ações, bônus de subscrição, opções de compra de ações

62
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

e debêntures conversíveis em ações, de emissão da Responsabilidade dos Administradores


companhia e de sociedades controladas ou do mes-         Art. 158. O administrador não é pessoalmente
mo grupo, de que seja titular.     (Vide Lei nº 12.838, responsável pelas obrigações que contrair em nome da
de 2013) sociedade e em virtude de ato regular de gestão; res-
        § 1º O administrador de companhia aberta ponde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar,
é obrigado a revelar à assembleia-geral ordinária, a quando proceder:
pedido de acionistas que representem 5% (cinco por         I - dentro de suas atribuições ou poderes, com
cento) ou mais do capital social: culpa ou dolo;
        a) o número dos valores mobiliários de emis-         II - com violação da lei ou do estatuto.
são da companhia ou de sociedades controladas, ou         § 1º O administrador não é responsável por atos
do mesmo grupo, que tiver adquirido ou alienado, ilícitos de outros administradores, salvo se com eles for
diretamente ou através de outras pessoas, no exer- conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles
cício anterior; tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua
        b) as opções de compra de ações que tiver prática. Exime-se de responsabilidade o administrador
contratado ou exercido no exercício anterior; dissidente que faça consignar sua divergência em ata
        c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou de reunião do órgão de administração ou, não sendo
complementares, que tenha recebido ou esteja rece- possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão
bendo da companhia e de sociedades coligadas, con- da administração, no conselho fiscal, se em funciona-
troladas ou do mesmo grupo; mento, ou à assembleia-geral.
        d) as condições dos contratos de trabalho         § 2º Os administradores são solidariamente
que tenham sido firmados pela companhia com os responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do
diretores e empregados de alto nível; não cumprimento dos deveres impostos por lei para
        e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas assegurar o funcionamento normal da companhia, ain-
atividades da companhia. da que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos
        § 2º Os esclarecimentos prestados pelo ad- eles.
ministrador poderão, a pedido de qualquer acionista,         § 3º Nas companhias abertas, a responsabi-
ser reduzidos a escrito, autenticados pela mesa da lidade de que trata o § 2º ficará restrita, ressalvado o
assembleia, e fornecidos por cópia aos solicitantes. disposto no § 4º, aos administradores que, por dispo-
        § 3º A revelação dos atos ou fatos de que sição do estatuto, tenham atribuição específica de dar
trata este artigo só poderá ser utilizada no legítimo cumprimento àqueles deveres.
interesse da companhia ou do acionista, responden-         § 4º O administrador que, tendo conhecimento
do os solicitantes pelos abusos que praticarem. do não cumprimento desses deveres por seu predeces-
        § 4º Os administradores da companhia aberta sor, ou pelo administrador competente nos termos do §
são obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de 3º, deixar de comunicar o fato a assembleia-geral, tor-
valores e a divulgar pela imprensa qualquer delibe- nar-se-á por ele solidariamente responsável.
ração da assembleia-geral ou dos órgãos de admi-         § 5º Responderá solidariamente com o admi-
nistração da companhia, ou fato relevante ocorrido nistrador quem, com o fim de obter vantagem para si
nos seus negócios, que possa influir, de modo pon- ou para outrem, concorrer para a prática de ato com
derável, na decisão dos investidores do mercado de violação da lei ou do estatuto.
vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela
companhia. Ação de Responsabilidade
        § 5º Os administradores poderão recusar-se a         Art. 159. Compete à companhia, mediante pré-
prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de di- via deliberação da assembleia-geral, a ação de respon-
vulgá-la (§ 4º), se entenderem que sua revelação porá sabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos
em risco interesse legítimo da companhia, cabendo à causados ao seu patrimônio.
Comissão de Valores Mobiliários, a pedido dos admi-         § 1º A deliberação poderá ser tomada em as-
nistradores, de qualquer acionista, ou por iniciativa sembleia-geral ordinária e, se prevista na ordem do dia,
própria, decidir sobre a prestação de informação e ou for consequência direta de assunto nela incluído, em
responsabilizar os administradores, se for o caso. assembleia-geral extraordinária.
        § 6 o Os administradores da companhia aber-         § 2º O administrador ou administradores contra
ta deverão informar imediatamente, nos termos e na os quais deva ser proposta ação ficarão impedidos e
forma determinados pela Comissão de Valores Mobi- deverão ser substituídos na mesma assembleia.
liários, a esta e às bolsas de valores ou entidades do         § 3º Qualquer acionista poderá promover a
mercado de balcão organizado nas quais os valores ação, se não for proposta no prazo de 3 (três) meses da
mobiliários de emissão da companhia estejam admi- deliberação da assembleia-geral.
tidos à negociação, as modificações em suas posi-         § 4º Se a assembleia deliberar não promover
ções acionárias na companhia.  (Incluído pela Lei nº a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que re-
10.303, de 2001) presentem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital
social.

63
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 5° Os resultados da ação promovida por          § 6 o   Os membros do conselho fiscal e


acionista deferem-se à companhia, mas esta deverá seus suplentes exercerão seus cargos até a primeira
indenizá-lo, até o limite daqueles resultados, de todas assembleia-geral ordinária que se realizar após a
as despesas em que tiver incorrido, inclusive correção sua eleição, e poderão ser reeleitos. (Redação dada
monetária e juros dos dispêndios realizados. pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão          § 7 o   A função de membro do conselho
da responsabilidade do administrador, se convencido fiscal é indelegável.   (Incluído pela Lei nº 10.303,
de que este agiu de boa-fé e visando ao interesse da de 2001)
companhia.
        § 7º A ação prevista neste artigo não exclui a Requisitos, Impedimentos e Remuneração
que couber ao acionista ou terceiro diretamente pre-          Art. 162. Somente podem ser eleitos para
judicado por ato de administrador. o conselho fiscal pessoas naturais, residentes no País,
diplomadas em curso de nível universitário, ou que te-
Órgãos Técnicos e Consultivos nham exercido por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo
        Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal.
aos membros de quaisquer órgãos, criados pelo esta-         § 1º Nas localidades em que não houver pes-
tuto, com funções técnicas ou destinados a aconse- soas habilitadas, em número suficiente, para o exercício
lhar os administradores. da função, caberá ao juiz dispensar a companhia da sa-
CAPÍTULO XIII tisfação dos requisitos estabelecidos neste artigo.
Conselho Fiscal         § 2º Não podem ser eleitos para o conselho
Composição e Funcionamento fiscal, além das pessoas enumeradas nos parágrafos do
artigo 147, membros de órgãos de administração e em-
        Art. 161. A companhia terá um conselho fis- pregados da companhia ou de sociedade controlada ou
cal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de do mesmo grupo, e o cônjuge ou parente, até terceiro
modo permanente ou nos exercícios sociais em que
grau, de administrador da companhia.
for instalado a pedido de acionistas.
       § 3º A remuneração dos membros do conselho
        § 1º O conselho fiscal será composto de, no
fiscal, além do reembolso, obrigatório, das despesas
mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e
de locomoção e estada necessárias ao desempenho da
suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos
função, será fixada pela assembleia-geral que os eleger,
pela assembleia-geral.
e não poderá ser inferior, para cada membro em exer-
        § 2º O conselho fiscal, quando o funciona-
cício, a dez por cento da que, em média, for atribuída
mento não for permanente, será instalado pela assem-
a cada diretor, não computados benefícios, verbas de
bleia-geral a pedido de acionistas que representem,
no mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com direito a representação e participação nos lucros. (Redação dada
voto, ou 5% (cinco por cento) das ações sem direito a pela Lei nº 9.457, de 1997)
voto, e cada período de seu funcionamento termina-
rá na primeira assembleia-geral ordinária após a sua Competência
instalação.         Art. 163. Compete ao conselho fiscal:
        § 3º O pedido de funcionamento do conselho         I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os
fiscal, ainda que a matéria não conste do anúncio de atos dos administradores e verificar o cumprimento dos
convocação, poderá ser formulado em qualquer as- seus deveres legais e estatutários; (Redação dada pela
sembleia-geral, que elegerá os seus membros. Lei nº 10.303, de 2001)
        § 4º Na constituição do conselho fiscal serão         II - opinar sobre o relatório anual da adminis-
observadas as seguintes normas: tração, fazendo constar do seu parecer as informações
        a) os titulares de ações preferenciais sem direi- complementares que julgar necessárias ou úteis à deli-
to a voto, ou com voto restrito, terão direito de eleger, beração da assembleia-geral;
em votação em separado, 1 (um) membro e respectivo         III - opinar sobre as propostas dos órgãos da
suplente; igual direito terão os acionistas minoritários, administração, a serem submetidas à assembleia-ge-
desde que representem, em conjunto, 10% (dez por ral, relativas a modificação do capital social, emissão
cento) ou mais das ações com direito a voto; de debêntures ou bônus de subscrição, planos de in-
        b) ressalvado o disposto na alínea anterior, vestimento ou orçamentos de capital, distribuição de
os demais acionistas com direito a voto poderão ele- dividendos, transformação, incorporação, fusão ou ci-
ger os membros efetivos e suplentes que, em qualquer são;     (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
caso, serão em número igual ao dos eleitos nos termos         IV - denunciar, por qualquer de seus membros,
da alínea a, mais um. aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as
        § 5º Os membros do conselho fiscal e seus providências necessárias para a proteção dos interesses
suplentes exercerão seus cargos até a primeira assem- da companhia, à assembleia-geral, os erros, fraudes ou
bleia-geral ordinária que se realizar após a sua eleição, crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à
e poderão ser reeleitos. companhia; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

64
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        V - convocar a assembleia-geral ordinária, se Pareceres e Representações


os órgãos da administração retardarem por mais de 1          Art. 164. Os membros do conselho fiscal, ou
(um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre ao menos um deles, deverão comparecer às reuniões da
que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo assembleia-geral e responder aos pedidos de informa-
na agenda das assembleias as matérias que considera- ções formulados pelos acionistas.
rem necessárias;         Parágrafo único. Os pareceres e representações
        VI - analisar, ao menos trimestralmente, o ba- do conselho fiscal, ou de qualquer um de seus mem-
lancete e demais demonstrações financeiras elaboradas bros, poderão ser apresentados e lidos na assembleia-
periodicamente pela companhia; -geral, independentemente de publicação e ainda que
        VII - examinar as demonstrações financeiras do a matéria não conste da ordem do dia.  (Redação dada
exercício social e sobre elas opinar; pela Lei nº 10.303, de 2001)
        VIII - exercer essas atribuições, durante a li-
quidação, tendo em vista as disposições especiais que a Deveres e Responsabilidades
regulam.         Art. 165. Os membros do conselho fiscal têm
        § 1º Os órgãos de administração são obrigados, os mesmos deveres dos administradores de que tratam
através de comunicação por escrito, a colocar à disposição os arts. 153 a 156 e respondem pelos danos resultantes
dos membros em exercício do conselho fiscal, dentro de de omissão no cumprimento de seus deveres e de atos
10 (dez) dias, cópias das atas de suas reuniões e, dentro de praticados com culpa ou dolo, ou com violação da lei ou
15 (quinze) dias do seu recebimento, cópias dos balance- do estatuto.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
tes e demais demonstrações financeiras elaboradas perio-         § 1o Os membros do conselho fiscal deverão
dicamente e, quando houver, dos relatórios de execução exercer suas funções no exclusivo interesse da com-
de orçamentos. panhia; considerar-se-á abusivo o exercício da função
         § 2o  O conselho fiscal, a pedido de qualquer com o fim de causar dano à companhia, ou aos seus
dos seus membros, solicitará aos órgãos de administra- acionistas ou administradores, ou de obter, para si ou
ção esclarecimentos ou informações, desde que relativas à para outrem, vantagem a que não faz jus e de que re-
sua função fiscalizadora, assim como a elaboração de de- sulte, ou possa resultar, prejuízo para a companhia, seus
monstrações financeiras ou contábeis especiais. (Redação acionistas ou administradores.  (Redação dada pela Lei
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) nº 10.303, de 2001)
        § 3° Os membros do conselho fiscal assistirão às         § 2o O membro do conselho fiscal não é res-
reuniões do conselho de administração, se houver, ou da
ponsável pelos atos ilícitos de outros membros, salvo se
diretoria, em que se deliberar sobre os assuntos em que
com eles foi conivente, ou se concorrer para a prática
devam opinar (ns. II, III e VII).
do ato. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)
         § 4º  Se a companhia tiver auditores indepen-
        § 3o A responsabilidade dos membros do conse-
dentes, o conselho fiscal, a pedido de qualquer de seus
lho fiscal por omissão no cumprimento de seus deveres
membros, poderá solicitar-lhes esclarecimentos ou infor-
é solidária, mas dela se exime o membro dissidente que
mações, e a apuração de fatos específicos.  (Redação dada
fizer consignar sua divergência em ata da reunião do
pela Lei nº 9.457, de 1997)
órgão e a comunicar aos órgãos da administração e à
        § 5º Se a companhia não tiver auditores inde-
pendentes, o conselho fiscal poderá, para melhor desem- assembleia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
penho das suas funções, escolher contador ou firma de         Art. 165-A. Os membros do conselho fiscal da
auditoria e fixar-lhes os honorários, dentro de níveis ra- companhia aberta deverão informar imediatamente as
zoáveis, vigentes na praça e compatíveis com a dimensão modificações em suas posições acionárias na compa-
econômica da companhia, os quais serão pagos por esta. nhia à Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de
        § 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista, Valores ou entidades do mercado de balcão organizado
ou grupo de acionistas que representem, no mínimo 5% nas quais os valores mobiliários de emissão da compa-
(cinco por cento) do capital social, sempre que solicitadas, nhia estejam admitidos à negociação, nas condições e
informações sobre matérias de sua competência. na forma determinadas pela Comissão de Valores Mobi-
        § 7º As atribuições e poderes conferidos pela lei liários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
ao conselho fiscal não podem ser outorgados a outro ór-
gão da companhia. CAPÍTULO XIV
        § 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato Modificação do Capital Social
cujo esclarecimento seja necessário ao desempenho de SEÇÃO I
suas funções, formular, com justificativa, questões a serem Aumento
respondidas por perito e solicitar à diretoria que indique, Competência
para esse fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos,
que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notório co-         Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
nhecimento na área em questão, entre os quais o conse-         I - por deliberação da assembleia-geral ordiná-
lho fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pela ria, para correção da expressão monetária do seu valor
companhia.  (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997) (artigo 167);

65
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        II - por deliberação da assembleia-geral ou do         § 2º O limite de autorização, quando fixado em


conselho de administração, observado o que a respeito valor do capital social, será anualmente corrigido pela as-
dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações den- sembleia-geral ordinária, com base nos mesmos índices
tro do limite autorizado no estatuto (artigo 168); adotados na correção do capital social.
        III - por conversão, em ações, de debêntures ou         § 3º O estatuto pode prever que a companhia,
parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferi- dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com
dos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de plano aprovado pela assembleia-geral, outorgue opção de
ações;     (Vide Lei nº 12.838, de 2013) compra de ações a seus administradores ou empregados,
        IV - por deliberação da assembleia-geral extraor- ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia
dinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto ou a sociedade sob seu controle.
social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de
estar a mesma esgotada. Capitalização de Lucros e Reservas
        § 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subsequentes à         Art. 169. O aumento mediante capitalização de
efetivação do aumento, a companhia requererá ao regis- lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal
tro do comércio a sua averbação, nos casos dos números das ações ou distribuições das ações novas, corresponden-
I a III, ou o arquivamento da ata da assembleia de refor- tes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número
ma do estatuto, no caso do número IV.      (Vide Lei nº de ações que possuírem.
12.838, de 2013)         § 1º Na companhia com ações sem valor nominal, a
         § 2º O conselho fiscal, se em funcionamento, capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivada
deverá, salvo nos casos do número III, ser obrigatoria- sem modificação do número de ações.
mente ouvido antes da deliberação sobre o aumento de         § 2º Às ações distribuídas de acordo com este
capital.     (Vide Lei nº 12.838, de 2013) artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário dos ins-
trumentos que os tenham constituído, o usufruto, o fidei-
Correção Monetária Anual comisso, a inalienabilidade e a incomunicabilidade que
         Art. 167. A reserva de capital constituída por porventura gravarem as ações de que elas forem derivadas.
ocasião do balanço de encerramento do exercício social         § 3º As ações que não puderem ser atribuídas por
e resultante da correção monetária do capital realizado inteiro a cada acionista serão vendidas em bolsa, dividin-
(artigo 182, § 2º) será capitalizada por deliberação da as- do-se o produto da venda, proporcionalmente, pelos titu-
sembleia-geral ordinária que aprovar o balanço. lares das frações; antes da venda, a companhia fixará prazo
        § 1º Na companhia aberta, a capitalização pre- não inferior a 30 (trinta) dias, durante o qual os acionistas
vista neste artigo será feita sem modificação do número poderão transferir as frações de ação.
de ações emitidas e com aumento do valor nominal das
ações, se for o caso. Aumento Mediante Subscrição de Ações
        § 2º A companhia poderá deixar de capitalizar         Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no
o saldo da reserva correspondente às frações de centa- mínimo, do capital social, a companhia pode aumentá-lo
vo do valor nominal das ações, ou, se não tiverem valor mediante subscrição pública ou particular de ações.
nominal, à fração inferior a 1% (um por cento) do capital        § 1º O preço de emissão deverá ser fixado, sem di-
social. luição injustificada da participação dos antigos acionistas,
        § 3º Se a companhia tiver ações com e sem valor ainda que tenham direito de preferência para subscrevê-
nominal, a correção do capital correspondente às ações -las, tendo em vista, alternativa ou conjuntamente:(Reda-
com valor nominal será feita separadamente, sendo a re- ção dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
serva resultante capitalizada em benefício dessas ações.          I - a perspectiva de rentabilidade da compa-
nhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
Capital Autorizado         II - o valor do patrimônio líquido da ação; (Incluí-
         Art. 168. O estatuto pode conter autorização do pela Lei nº 9.457, de 1997)
para aumento do capital social independentemente de        III - a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou
reforma estatutária. no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou desá-
        § 1º A autorização deverá especificar: gio em função das condições do mercado.  (Incluído  pela
        a) o limite de aumento, em valor do capital ou Lei nº 9.457, de 1997)
em número de ações, e as espécies e classes das ações         § 2º A assembleia-geral, quando for de sua compe-
que poderão ser emitidas; tência deliberar sobre o aumento, poderá delegar ao con-
        b) o órgão competente para deliberar sobre as selho de administração a fixação do preço de emissão de
emissões, que poderá ser a assembleia-geral ou o conse- ações a serem distribuídas no mercado.
lho de administração;         § 3º A subscrição de ações para realização em bens
        c) as condições a que estiverem sujeitas as será sempre procedida com observância do disposto no artigo
emissões; 8º, e a ela se aplicará o disposto nos §§ 2º e 3º do artigo 98.
        d) os casos ou as condições em que os acionistas         § 4º As entradas e as prestações da realização das
terão direito de preferência para subscrição, ou de inexis- ações poderão ser recebidas pela companhia independen-
tência desse direito (artigo 172). temente de depósito bancário.

66
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 5º No aumento de capital observar-se-á, se         § 7º Na companhia aberta, o órgão que delibe-
mediante subscrição pública, o disposto no artigo 82, e se rar sobre a emissão mediante subscrição particular deverá
mediante subscrição particular, o que a respeito for delibe- dispor sobre as sobras de valores mobiliários não subscri-
rado pela assembleia-geral ou pelo conselho de adminis- tos, podendo:
tração, conforme dispuser o estatuto.         a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da
        § 6º Ao aumento de capital aplica-se, no que cou- companhia; ou
ber, o disposto sobre a constituição da companhia, exceto         b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos,
na parte final do § 2º do artigo 82. entre os acionistas que tiverem pedido, no boletim ou lista
        § 7º A proposta de aumento do capital deverá de subscrição, reserva de sobras; nesse caso, a condição
esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § 1º deste constará dos boletins e listas de subscrição e o saldo não
artigo, justificando pormenorizadamente os aspectos eco- rateado será vendido em bolsa, nos termos da alínea an-
nômicos que determinaram a sua escolha.  (Incluído  pela terior.
Lei nº 9.457, de 1997)         § 8° Na companhia fechada, será obrigatório o
rateio previsto na alínea b do § 7º, podendo o saldo, se
Direito de Preferência houver, ser subscrito por terceiros, de acordo com os crité-
        Art. 171. Na proporção do número de ações que rios estabelecidos pela assembleia-geral ou pelos órgãos
possuírem, os acionistas terão preferência para a subscri- da administração.
ção do aumento de capital.     (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
        § 1º Se o capital for dividido em ações de diversas Exclusão do Direito de Preferência
espécies ou classes e o aumento for feito por emissão de         Art. 172. O estatuto da companhia aberta que
mais de uma espécie ou classe, observar-se-ão as seguin- contiver autorização para o aumento do capital pode pre-
tes normas: ver a emissão, sem direito de preferência para os antigos
        a) no caso de aumento, na mesma proporção, do acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do
número de ações de todas as espécies e classes existen- art. 171, de ações e debêntures conversíveis em ações, ou
tes, cada acionista exercerá o direito de preferência sobre bônus de subscrição, cuja colocação seja feita median-
ações idênticas às de que for possuidor; te: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)     (Vide Lei
        b) se as ações emitidas forem de espécies e clas- nº 12.838, de 2013)
ses existentes, mas importarem alteração das respectivas         I - venda em bolsa de valores ou subscrição pú-
proporções no capital social, a preferência será exercida blica; ou
sobre ações de espécies e classes idênticas às de que fo-          II - permuta por ações, em oferta pública de
rem possuidores os acionistas, somente se estendendo às aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263. (Re-
demais se aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
no capital aumentado, a mesma proporção que tinham no         Parágrafo único. O estatuto da companhia, ain-
capital antes do aumento; da que fechada, pode excluir o direito de preferência para
        c) se houver emissão de ações de espécie ou classe subscrição de ações nos termos de lei especial sobre in-
diversa das existentes, cada acionista exercerá a preferên- centivos fiscais.
cia, na proporção do número de ações que possuir, sobre SEÇÃO II
ações de todas as espécies e classes do aumento. Redução
        § 2º No aumento mediante capitalização de cré-
ditos ou subscrição em bens, será sempre assegurado aos         Art. 173. A assembleia-geral poderá deliberar a
acionistas o direito de preferência e, se for o caso, as im- redução do capital social se houver perda, até o montante
portâncias por eles pagas serão entregues ao titular do cré- dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.
dito a ser capitalizado ou do bem a ser incorporado.         § 1º A proposta de redução do capital social,
        § 3º Os acionistas terão direito de preferência quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser
para subscrição das emissões de debêntures conversíveis submetida à deliberação da assembleia-geral sem o pare-
em ações, bônus de subscrição e partes beneficiárias con- cer do conselho fiscal, se em funcionamento.
versíveis em ações emitidas para alienação onerosa; mas         § 2º A partir da deliberação de redução ficarão
na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e no suspensos os direitos correspondentes às ações cujos cer-
exercício de opção de compra de ações, não haverá direito tificados tenham sido emitidos, até que sejam apresenta-
de preferência. dos à companhia para substituição.
        § 4º O estatuto ou a assembleia-geral fixará prazo
de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercí- Oposição dos Credores
cio do direito de preferência.         Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e
        § 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito 107, a redução do capital social com restituição aos acio-
de preferência, quando não exercido pelo acionista até 10 nistas de parte do valor das ações, ou pela diminuição do
(dez) dias antes do vencimento do prazo, poderá sê-lo pelo valor destas, quando não integralizadas, à importância das
usufrutuário ou fideicomissário. entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a
        § 6º O acionista poderá ceder seu direito de pre- publicação da ata da assembleia-geral que a tiver delibe-
ferência. rado.

67
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os         § 4º As demonstrações serão complementadas
credores quirografários por títulos anteriores à data da por notas explicativas e outros quadros analíticos ou de-
publicação da ata poderão, mediante notificação, de que monstrações contábeis necessários para esclarecimento
se dará ciência ao registro do comércio da sede da com- da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
panhia, opor-se à redução do capital; decairão desse di- § 5o  As notas explicativas devem:  (Redação dada
reito os credores que o não exercerem dentro do prazo. pela Lei nº 11.941, de 2009)
        § 2º Findo o prazo, a ata da assembleia-geral I – apresentar informações sobre a base de prepara-
que houver deliberado à redução poderá ser arquivada ção das demonstrações financeiras e das práticas contá-
se não tiver havido oposição ou, se tiver havido oposição beis específicas selecionadas e aplicadas para negócios
de algum credor, desde que feita a prova do pagamen- e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de
to do seu crédito ou do depósito judicial da importância 2009)
respectiva. II – divulgar as informações exigidas pelas práticas
        § 3º Se houver em circulação debêntures emiti- contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresen-
das pela companhia, a redução do capital, nos casos pre- tadas em nenhuma outra parte das demonstrações fi-
vistos neste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia nanceiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em III – fornecer informações adicionais não indicadas
assembleia especial. nas próprias demonstrações financeiras e consideradas
necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluí-
CAPÍTULO XV do pela Lei nº 11.941, de 2009)
Exercício Social e Demonstrações Financeiras IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
SEÇÃO I a) os principais critérios de avaliação dos elementos
Exercício Social patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de
depreciação, amortização e exaustão, de constituição de
        Art. 175. O exercício social terá duração de 1 provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para
(um) ano e a data do término será fixada no estatuto.
atender a perdas prováveis na realização de elementos
        Parágrafo único. Na constituição da companhia
do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e nos casos de alteração estatutária o exercício social
b) os investimentos em outras sociedades, quando
poderá ter duração diversa.
relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
SEÇÃO II
c) o aumento de valor de elementos do ativo resul-
Demonstrações Financeiras
tante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela
Disposições Gerais
Lei nº 11.941, de 2009)
        Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a dire- d) os ônus reais constituídos sobre elementos do
toria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras respon-
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que sabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da nº 11.941, de 2009)
companhia e as mutações ocorridas no exercício: e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as ga-
        I - balanço patrimonial; rantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei
        II - demonstração dos lucros ou prejuízos acu- nº 11.941, de 2009)
mulados; f) o número, espécies e classes das ações do capital
        III - demonstração do resultado do exercício; e social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
        IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Reda- g) as opções de compra de ações outorgadas e exer-
ção dada pela Lei nº 11.638,de 2007) cidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
        V – se companhia aberta, demonstração do valor h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o);
adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
        § 1º As demonstrações de cada exercício serão i) os eventos subsequentes à data de encerramento
publicadas com a indicação dos valores correspondentes do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito re-
das demonstrações do exercício anterior. levante sobre a situação financeira e os resultados futu-
        § 2º Nas demonstrações, as contas semelhan- ros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
tes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão          § 6o  A companhia fechada com patrimônio
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo gru- (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e
po de contas; mas é vedada a utilização de designações publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Reda-
genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”. ção dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
        § 3º As demonstrações financeiras registrarão         § 7o  A Comissão de Valores Mobiliários poderá,
a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de
da administração, no pressuposto de sua aprovação pela que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941,
assembleia-geral. de 2009)

68
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Escrituração         II – ativo não circulante, composto por ativo rea-


        Art. 177. A escrituração da companhia será mantida lizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangí-
em registros permanentes, com obediência aos preceitos vel. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de con-         § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos
tabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos seguintes grupos:
ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as
mutações patrimoniais segundo o regime de competência. I – passivo circulante;  (Incluído pela Lei nº 11.941, de
        § 1º As demonstrações financeiras do exercício 2009)
em que houver modificação de métodos ou critérios con- II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941,
tábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e de 2009)
ressaltar esses efeitos. III – patrimônio líquido, dividido em capital social, re-
§ 2o  A companhia observará exclusivamente em li- servas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas
vros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (In-
da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas cluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legisla-         § 3º Os saldos devedores e credores que a com-
ção especial sobre a atividade que constitui seu objeto, panhia não tiver direito de compensar serão classificados
que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de separadamente.
métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem Ativo
registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de ou-         Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte
tras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº modo:
11.941, de 2009)         I - no ativo circulante: as disponibilidades, os di-
I – (revogado);  (Redação dada pela Lei nº 11.941, de reitos realizáveis no curso do exercício social subsequente
2009) e as aplicações de recursos em despesas do exercício se-
II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de guinte;
2009)         II - no ativo realizável a longo prazo: os direi-
§ 3o  As demonstrações financeiras das companhias tos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Co- como os derivados de vendas, adiantamentos ou emprés-
missão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente timos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243),
submetidas a auditoria por auditores independentes nela diretores, acionistas ou participantes no lucro da compa-
registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) nhia, que não constituírem negócios usuais na exploração
        § 4º As demonstrações financeiras serão assina- do objeto da companhia;
das pelos administradores e por contabilistas legalmente         III - em investimentos: as participações perma-
habilitados. nentes em outras sociedades e os direitos de qualquer na-
        § 5o  As normas expedidas pela Comissão de Valo- tureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
res Mobiliários a que se refere o § 3o deste artigo deverão destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
ser elaboradas em consonância com os padrões interna- empresa;
cionais de contabilidade adotados nos principais merca-         IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham
dos de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das
2007) atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com
        § 6o  As companhias fechadas poderão optar essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que
por observar as normas sobre demonstrações financeiras transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)         VI – no intangível: os direitos que tenham por obje-
         § 7o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº to bens incorpóreos destinados à manutenção da compa-
11.941, de 2009) nhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
SEÇÃO III         Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo
Balanço Patrimonial operacional da empresa tiver duração maior que o exercí-
Grupo de Contas cio social, a classificação no circulante ou longo prazo terá
por base o prazo desse ciclo.
        Art. 178. No balanço, as contas serão classifica-
das segundo os elementos do patrimônio que registrem, e Passivo Exigível
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise         Art. 180.  As obrigações da companhia, inclusive
da situação financeira da companhia. financiamentos para aquisição de direitos do ativo não cir-
        § 1º No ativo, as contas serão dispostas em or- culante, serão classificadas no passivo circulante, quando
dem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circu-
registrados, nos seguintes grupos: lante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o
        I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação
de 2009) dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

69
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Resultados de Exercícios Futuros          III - os investimentos em participação no ca-


Patrimônio Líquido pital social de outras sociedades, ressalvado o disposto
        Art. 182. A conta do capital social discriminará o nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzi-
montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não do de provisão para perdas prováveis na realização do
realizada. seu valor, quando essa perda estiver comprovada como
        § 1º Serão classificadas como reservas de capital permanente, e que não será modificado em razão do re-
as contas que registrarem: cebimento, sem custo para a companhia, de ações ou
        a) a contribuição do subscritor de ações que ul- quotas bonificadas;
trapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão          IV - os demais investimentos, pelo custo de
das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos prováveis na realização do seu valor, ou para redução do
de conversão em ações de debêntures ou partes benefi- custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for
ciárias; inferior;
        b) o produto da alienação de partes beneficiárias          V - os direitos classificados no imobilizado,
e bônus de subscrição; pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva
        c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de conta de depreciação, amortização ou exaustão;
2007)  (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)          VI – (revogado);  (Redação dada pela Lei nº
        d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 11.941, de 2009)
2007)  (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)          VII – os direitos classificados no intangível,
        § 2° Será ainda registrado como reserva de capital pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da
o resultado da correção monetária do capital realizado, en- respectiva conta de amortização;  (Incluído pela Lei nº
quanto não-capitalizado. 11.638,de 2007)
        § 3o  Serão classificadas como ajustes de avalia-          VIII – os elementos do ativo decorrentes de
ção patrimonial, enquanto não computadas no resultado operações de longo prazo serão ajustados a valor pre-
do exercício em obediência ao regime de competência, as sente, sendo os demais ajustados quando houver efeito
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atri- relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)      (Vide
buídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência Lei nº 12.973, de 2014)
da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei         § 1o  Para efeitos do disposto neste artigo, con-
ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobi- sidera-se valor justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941,
liários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. de 2009)
177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)         a) das matérias-primas e dos bens em almoxa-
        § 4º Serão classificados como reservas de lucros rifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante
as contas constituídas pela apropriação de lucros da com- compra no mercado;
panhia.         b) dos bens ou direitos destinados à venda, o
        § 5º As ações em tesouraria deverão ser desta- preço líquido de realização mediante venda no mercado,
cadas no balanço como dedução da conta do patrimônio deduzidos os impostos e demais despesas necessárias
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na para a venda, e a margem de lucro;
sua aquisição.         c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual
possam ser alienados a terceiros.
Critérios de Avaliação do Ativo         d) dos instrumentos financeiros, o valor que
        Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão pode se obter em um mercado ativo, decorrente de tran-
avaliados segundo os seguintes critérios: sação não compulsória realizada entre partes indepen-
         I - as aplicações em instrumentos financeiros, dentes; e, na ausência de um mercado ativo para um de-
inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, terminado instrumento financeiro:  (Incluída pela Lei nº
classificados no ativo circulante ou no realizável a longo 11.638,de 2007)
prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)         1) o valor que se pode obter em um mercado
        a) pelo seu valor justo, quando se tratar de apli- ativo com a negociação de outro instrumento financeiro
cações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº
e (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 11.638,de 2007)
        b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de         2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa
emissão, atualizado conforme disposições legais ou con- futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo
tratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos         3) o valor obtido por meio de modelos matemá-
e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007) tico-estatísticos de precificação de instrumentos finan-
        II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias ceiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
e produtos do comércio da companhia, assim como maté-         § 2o  A diminuição do valor dos elementos dos
rias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, ativos imobilizado e intangível será registrada periodica-
pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão mente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941,
para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; de 2009)

70
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        a) depreciação, quando corresponder à perda Correção Monetária


do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos SEÇÃO IV
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
da natureza ou obsolescência;
        b) amortização, quando corresponder à perda         Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos
do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da acumulados discriminará:
propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros         I - o saldo do início do período, os ajustes de exer-
com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo cícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;
objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou con-         II - as reversões de reservas e o lucro líquido do
tratualmente limitado; exercício;
        c) exaustão, quando corresponder à perda do va-         III - as transferências para reservas, os dividendos,
lor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao
sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados fim do período.
nessa exploração.         § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão
        § 3o  A companhia deverá efetuar, periodicamen- considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudan-
te, análise sobre a recuperação dos valores registrados ça de critério contábil, ou da retificação de erro imputável
no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Re- a determinado exercício anterior, e que não possam ser
dação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) atribuídos a fatos subsequentes.
        I – registradas as perdas de valor do capi-         § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acu-
tal aplicado quando houver decisão de interromper os mulados deverá indicar o montante do dividendo por ação
empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou do capital social e poderá ser incluída na demonstração
quando comprovado que não poderão produzir resulta- das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publi-
dos suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluí- cada pela companhia.
do pela Lei nº 11.638,de 2007)
        II – revisados e ajustados os critérios utilizados
SEÇÃO V
para determinação da vida útil econômica estimada e
Demonstração do Resultado do Exercício
para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (In-
cluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
        Art. 187. A demonstração do resultado do exercí-
        § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis des-
cio discriminará:
tinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mer-
        I - a receita bruta das vendas e serviços, as dedu-
cado, quando esse for o costume mercantil aceito pela
ções das vendas, os abatimentos e os impostos;
técnica contábil.
        II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo
Critérios de Avaliação do Passivo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
        Art. 184. No balanço, os elementos do passivo          III - as despesas com as vendas, as despesas
serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e
        I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos administrativas, e outras despesas operacionais;
ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar         IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras
com base no resultado do exercício, serão computados receitas e as outras despesas;  (Redação dada pela Lei nº
pelo valor atualizado até a data do balanço; 11.941, de 2009)
        II - as obrigações em moeda estrangeira, com         V - o resultado do exercício antes do Imposto
cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moe- sobre a Renda e a provisão para o imposto;
da nacional à taxa de câmbio em vigor na data do ba-         VI – as participações de debêntures, empregados,
lanço; administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma
        III – as obrigações, os encargos e os riscos classi- de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos
ficados no passivo não circulante serão ajustados ao seu de assistência ou previdência de empregados, que não se
valor presente, sendo os demais ajustados quando hou- caracterizem como despesa;  (Redação dada pela Lei nº
ver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 11.941, de 2009)
2009)      (Vide Lei nº 12.973, de 2014)         VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o
seu montante por ação do capital social.
Critérios de Avaliação em Operações Societárias          § 1º Na determinação do resultado do exercício
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) serão computados:
        a) as receitas e os rendimentos ganhos no perío-
        Art. 184-A.  A Comissão de Valores Mobiliários do, independentemente da sua realização em moeda; e
estabelecerá, com base na competência conferida pelo         b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos
§ 3o do art. 177 desta Lei, normas especiais de avaliação ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendi-
e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, par- mentos.
ticipações societárias ou negócios.  (Incluído pela Lei nº          § 2o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009) 11.638,de 2007)  (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

71
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SEÇÃO VI SEÇÃO II
Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adi- Reservas e Retenção de Lucros
cionado Reserva Legal
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
        Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco
        Art. 188.  As demonstrações referidas nos incisos por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra desti-
IV e V do  caput  do art. 176 desta Lei indicarão, no míni- nação, na constituição da reserva legal, que não excederá
mo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) de 20% (vinte por cento) do capital social.
        I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações         § 1º A companhia poderá deixar de constituir a
ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalen- reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva,
tes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, acrescido do montante das reservas de capital de que trata
3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do
        a) das operações;  (Redação dada pela Lei nº capital social.
11.638,de 2007)         § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integri-
        b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei dade do capital social e somente poderá ser utilizada para
nº 11.638,de 2007) compensar prejuízos ou aumentar o capital.
        c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº
11.638,de 2007) Reservas Estatutárias
        II – demonstração do valor adicionado – o valor         Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde
da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição en- que, para cada uma:
tre os elementos que contribuíram para a geração dessa         I - indique, de modo preciso e completo, a sua
riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, finalidade;
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não dis-         II - fixe os critérios para determinar a parcela anual
tribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) dos lucros líquidos que serão destinados à sua constitui-
ção; e
CAPÍTULO XVI         III - estabeleça o limite máximo da reserva.
Lucro, Reservas e Dividendos
SEÇÃO I Reservas para Contingências
Lucro         Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líqui-
do à formação de reserva com a finalidade de compensar,
        Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzi- em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de
dos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumula- perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
dos e a provisão para o Imposto sobre a Renda.         § 1º A proposta dos órgãos da administração
        Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obri- deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com
gatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas re- as razões de prudência que a recomendem, a constituição
servas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. da reserva.
        § 2º A reserva será revertida no exercício em que
Participações deixarem de existir as razões que justificaram a sua consti-
        Art. 190. As participações estatutárias de emprega- tuição ou em que ocorrer a perda.
dos, administradores e partes beneficiárias serão determi-
nadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros Reserva de Incentivos Fiscais
que remanescerem depois de deduzida a participação an- (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
teriormente calculada.         Art. 195-A.  A assembleia geral poderá, por pro-
        Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das par- posta dos órgãos de administração, destinar para a reserva
ticipações dos administradores e das partes beneficiárias o de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente
disposto nos parágrafos do artigo 201. de doações ou subvenções governamentais para inves-
timentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do
Lucro Líquido dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta
        Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
do exercício que remanescer depois de deduzidas as parti-
cipações de que trata o artigo 190. Retenção de Lucros
        Art. 196. A assembleia-geral poderá, por propos-
Proposta de Destinação do Lucro ta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do
        Art. 192. Juntamente com as demonstrações finan- lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital
ceiras do exercício, os órgãos da administração da compa- por ela previamente aprovado.
nhia apresentarão à assembleia-geral ordinária, observado         § 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da
o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta administração com a justificação da retenção de lucros
sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos

72
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a dura-         III - resgate de partes beneficiárias;
ção de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por         IV - incorporação ao capital social;
prazo maior, de projeto de investimento.         V - pagamento de dividendo a ações preferen-
        § 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assem- ciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo
bleia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exer- 17, § 5º).
cício e revisado anualmente, quando tiver duração superior         Parágrafo único. A reserva constituída com o
a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de produto da venda de partes beneficiárias poderá ser des-
2001) tinada ao resgate desses títulos.

Reserva de Lucros a Realizar SEÇÃO III


        Art. 197. No exercício em que o montante do dividen- Dividendos
do obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. Origem
202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exer-
cício, a assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos de         Art. 201. A companhia somente pode pagar di-
administração, destinar o excesso à constituição de reserva de videndos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros
lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de
        § 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se reali- capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º
zada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da do artigo 17.
soma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303,         § 1º A distribuição de dividendos com inobser-
de 2001) vância do disposto neste artigo implica responsabilidade
        I - o resultado líquido positivo da equivalência patri- solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor
monial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da
        II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em ope- ação penal que no caso couber.
rações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de         § 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os
mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se
término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o
nº 11.638,de 2007) levantamento do balanço ou em desacordo com os resul-
        § 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser tados deste.
utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para
efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como inte- Dividendo Obrigatório
grantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que          Art. 202. Os acionistas têm direito de receber
forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído como dividendo obrigatório, em cada exercício, a par-
pela Lei nº 10.303, de 2001) cela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for
omisso, a importância determinada de acordo com as
Limite da Constituição de Reservas e Retenção de seguintes normas:  (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
Lucros 2001)      (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013)     (Vide
        Art. 198. A destinação dos lucros para constituição Lei nº 12.838, de 2013)
das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos         I - metade do lucro líquido do exercício diminuído
do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, ou acrescido dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei
em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo nº 10.303, de 2001)
202).         a) importância destinada à constituição da reserva
legal (art. 193); e (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
Limite do Saldo das Reservas de Lucros         b) importância destinada à formação da reserva
Limite do Saldo das Reservas de Lucro para contingências (art. 195) e reversão da mesma reser-
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) va formada em exercícios anteriores; (Incluída pela Lei nº
        Art. 199.  O saldo das reservas de lucros, exceto as 10.303, de 2001)
para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar,         II - o pagamento do dividendo determinado nos
não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lu-
a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na inte- cro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que
gralização ou no aumento do  capital  social ou na distribuição a diferença seja registrada como reserva de lucros a reali-
de dividendos. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) zar (art. 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        III - os lucros registrados na reserva de lucros a
Reserva de Capital realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvi-
        Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser dos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser
utilizadas para: acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a reali-
        I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lu- zação. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
cros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo         § 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo
único); como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar
        II - resgate, reembolso ou compra de ações; outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regu-

73
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

lados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas         § 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de
minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou administração a declarar dividendos intermediários, à
da maioria. conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros
         § 2o  Quando o estatuto for omisso e a assem- existentes no último balanço anual ou semestral.
bleia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre
a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior Pagamento de Dividendos
a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado          Art. 205. A companhia pagará o dividendo
nos termos do inciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei de ações nominativas à pessoa que, na data do ato
nº 10.303, de 2001) de declaração do dividendo, estiver inscrita como pro-
        § 3o A assembleia-geral pode, desde que não haja prietária ou usufrutuária da ação.
oposição de qualquer acionista presente, deliberar a dis-         § 1º Os dividendos poderão ser pagos por
tribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos cheque nominativo remetido por via postal para o en-
deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas dereço comunicado pelo acionista à companhia, ou
seguintes sociedades:  (Redação dada pela Lei nº 10.303, mediante crédito em conta-corrente bancária aberta
de 2001) em nome do acionista.
         I - companhias abertas exclusivamente para a         § 2º Os dividendos das ações em custódia
captação de recursos por debêntures não conversíveis em bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e
ações; (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) 43 serão pagos pela companhia à instituição financei-
        II - companhias fechadas, exceto nas controladas ra depositária, que será responsável pela sua entrega
por companhias abertas que não se enquadrem na condição aos titulares das ações depositadas.
prevista no inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)         § 3º O dividendo deverá ser pago, salvo de-
        § 4º O dividendo previsto neste artigo não será liberação em contrário da assembleia-geral, no prazo
obrigatório no exercício social em que os órgãos da admi- de 60 (sessenta) dias da data em que for declarado e,
nistração informarem à assembleia-geral ordinária ser ele em qualquer caso, dentro do exercício social.
incompatível com a situação financeira da companhia. O
conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer CAPÍTULO XVII
sobre essa informação e, na companhia aberta, seus admi- Dissolução, Liquidação e Extinção
nistradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliá- SEÇÃO I
rios, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia- Dissolução
-geral, exposição justificativa da informação transmitida à
assembleia.         Art. 206. Dissolve-se a companhia:
        § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos         I - de pleno direito:
termos do § 4º serão registrados como reserva especial e,         a) pelo término do prazo de duração;
se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequen-         b) nos casos previstos no estatuto;
tes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permi-         c) por deliberação da assembleia-geral (art.
tir a situação financeira da companhia. 136, X);  (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        § 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts.         d) pela existência de 1 (um) único acionista,
193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. (In- verificada em assembleia-geral ordinária, se o mínimo
cluído pela Lei nº 10.303, de 2001) de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguin-
te, ressalvado o disposto no artigo 251;
Dividendos de Ações Preferenciais         e) pela extinção, na forma da lei, da autoriza-
        Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não ção para funcionar.
prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber         II - por decisão judicial:
os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, in-         a) quando anulada a sua constituição, em ação
clusive os atrasados, se cumulativos.      (Vide Medida Provi- proposta por qualquer acionista;
sória nº 608, de 2013)     (Vide Lei nº 12.838, de 2013)         b) quando provado que não pode preencher
o seu fim, em ação proposta por acionistas que repre-
Dividendos Intermediários sentem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
        Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de         c) em caso de falência, na forma prevista na
disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá respectiva lei;
declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se         III - por decisão de autoridade administrati-
autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apu- va competente, nos casos e na forma previstos em lei
rado nesse balanço. especial.
        § 1º A companhia poderá, nos termos de dispo-
sição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos Efeitos
em períodos menores, desde que o total dos dividendos         Art. 207. A companhia dissolvida conserva a
pagos em cada semestre do exercício social não exceda personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de
o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do proceder à liquidação.
artigo 182.

74
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

SEÇÃO II Poderes do Liquidante


Liquidação          Art. 211. Compete ao liquidante representar a
Liquidação pelos Órgãos da Companhia companhia e praticar todos os atos necessários à liquida-
ção, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, re-
        Art. 208. Silenciando o estatuto, compete à as- ceber e dar quitação.
sembleia-geral, nos casos do número I do artigo 206, de-         Parágrafo único. Sem expressa autorização da
terminar o modo de liquidação e nomear o liquidante e assembleia-geral o liquidante não poderá gravar bens e
o conselho fiscal que devam funcionar durante o período contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pa-
de liquidação. gamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, ainda
        § 1º A companhia que tiver conselho de ad- que para facilitar a liquidação, na atividade social.
ministração poderá mantê-lo, competindo-lhe nomear o
liquidante; o funcionamento do conselho fiscal será per- Denominação da Companhia
manente ou a pedido de acionistas, conforme dispuser o         Art. 212. Em todos os atos ou operações, o li-
estatuto. quidante deverá usar a denominação social seguida das
        § 2º O liquidante poderá ser destituído, a qual- palavras “em liquidação”.
quer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado.
Assembleia-Geral
Liquidação Judicial         Art. 213. O liquidante convocará a assembleia-ge-
        Art. 209. Além dos casos previstos no número II ral cada 6 (seis) meses, para prestar-lhe contas dos atos e
do artigo 206, a liquidação será processada judicialmente: operações praticados no semestre e apresentar-lhe o re-
        I - a pedido de qualquer acionista, se os adminis- latório e o balanço do estado da liquidação; a assembleia-
tradores ou a maioria de acionistas deixarem de promover -geral pode fixar, para essas prestações de contas, perío-
a liquidação, ou a ela se opuserem, nos casos do número dos menores ou maiores que, em qualquer caso, não serão
I do artigo 206; inferiores a 3 (três) nem superiores a 12 (doze) meses.
        II - a requerimento do Ministério Público, à vista
        § 1º Nas assembleias-gerais da companhia em
de comunicação da autoridade competente, se a compa-
liquidação todas as ações gozam de igual direito de voto,
nhia, nos 30 (trinta) dias subsequentes à dissolução, não
tornando-se ineficazes as restrições ou limitações porven-
iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por
tura existentes em relação às ações ordinárias ou preferen-
mais de 15 (quinze) dias, no caso da alínea e do número
ciais; cessando o estado de liquidação, restaura-se a eficá-
I do artigo 301.
cia das restrições ou limitações relativas ao direito de voto.
        Parágrafo único. Na liquidação judicial será ob-
        § 2º No curso da liquidação judicial, as assem-
servado o disposto na lei processual, devendo o liquidan-
bleias-gerais necessárias para deliberar sobre os interesses
te ser nomeado pelo Juiz.
da liquidação serão convocadas por ordem do juiz, a quem
Deveres do Liquidante compete presidi-las e resolver, sumariamente, as dúvidas e
        Art. 210. São deveres do liquidante: litígios que forem suscitados. As atas das assembleias-ge-
        I - arquivar e publicar a ata da assembleia-geral, rais serão, por cópias autênticas, apensadas ao processo
ou certidão de sentença, que tiver deliberado ou decidido judicial.
a liquidação;
        II - arrecadar os bens, livros e documentos da Pagamento do Passivo
companhia, onde quer que estejam;         Art. 214. Respeitados os direitos dos credores pre-
        III - fazer levantar de imediato, em prazo não ferenciais, o liquidante pagará as dívidas sociais propor-
superior ao fixado pela assembleia-geral ou pelo juiz, o cionalmente e sem distinção entre vencidas e vincendas,
balanço      patrimonial da companhia; mas, em relação a estas, com desconto às taxas bancárias.
        IV - ultimar os negócios da companhia, realizar         Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passi-
o ativo, pagar o passivo, e partilhar o remanescente entre vo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal,
os acionistas; pagar integralmente as dívidas vencidas.
        V - exigir dos acionistas, quando o ativo não
bastar para a solução do passivo, a integralização de suas Partilha do Ativo
ações;         Art. 215. A assembleia-geral pode deliberar que
        VI - convocar a assembleia-geral, nos casos pre- antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos todos
vistos em lei ou quando julgar necessário; os credores, se façam rateios entre os acionistas, à propor-
        VII - confessar a falência da companhia e pedir ção que se forem apurando os haveres sociais.
concordata, nos casos previstos em lei;         § 1º É facultado à assembleia-geral aprovar, pelo
        VIII - finda a liquidação, submeter à assembleia- voto de acionistas que representem 90% (noventa por
-geral relatório dos atos e operações da liquidação e suas cento), no mínimo, das ações, depois de pagos ou garan-
contas finais; tidos os credores, condições especiais para a partilha do
        IX - arquivar e publicar a ata da assembleia-geral ativo remanescente, com a atribuição de bens aos sócios,
que houver encerrado a liquidação. pelo valor contábil ou outro por ela fixado.

75
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 2º Provado pelo acionista dissidente (artigo 216,         Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no
§ 2º) que as condições especiais de partilha visaram a favo- contrato social, ao direito de retirada no caso de transfor-
recer a maioria, em detrimento da parcela que lhe tocaria, mação em companhia.
se inexistissem tais condições, será a partilha suspensa, se
não consumada, ou, se já consumada, os acionistas majo- Direito dos Credores
ritários indenizarão os minoritários pelos prejuízos apura-          Art. 222. A transformação não prejudicará, em
dos. caso algum, os direitos dos credores, que continuarão, até
o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas
Prestação de Contas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.
        Art. 216. Pago o passivo e rateado o ativo rema-         Parágrafo único. A falência da sociedade trans-
nescente, o liquidante convocará a assembleia-geral para formada somente produzirá efeitos em relação aos sócios
a prestação final das contas. que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem
        § 1º Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação os titulares de créditos anteriores à transformação, e so-
e a companhia se extingue. mente a estes beneficiará.
        § 2º O acionista dissidente terá o prazo de 30
(trinta) dias, a contar da publicação da ata, para promover SEÇÃO II
a ação que lhe couber. Incorporação, Fusão e Cisão
Competência e Processo
Responsabilidade na Liquidação
        Art. 217. O liquidante terá as mesmas responsa-         Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser
bilidades do administrador, e os deveres e responsabilida- operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e
des dos administradores, fiscais e acionistas subsistirão até deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração
a extinção da companhia. dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
        § 1º Nas operações em que houver criação de so-
Direito de Credor Não-Satisfeito ciedade serão observadas as normas reguladoras da cons-
        Art. 218. Encerrada a liquidação, o credor não-sa- tituição das sociedades do seu tipo.
tisfeito só terá direito de exigir dos acionistas, individual-         § 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incor-
mente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma, poradas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente da
por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o companhia emissora, as ações que lhes couberem.
caso, ação de perdas e danos. O acionista executado terá         § 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem
direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão
crédito pago. também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se
for o caso, promover a admissão de negociação das novas
SEÇÃO III ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e
Extinção vinte dias, contados da data da assembleia-geral que apro-
vou a operação, observando as normas pertinentes baixa-
        Art. 219. Extingue-se a companhia: das pela Comissão de Valores Mobiliários.(Incluído pela Lei
        I - pelo encerramento da liquidação; nº 9.457, de 1997)
        II - pela incorporação ou fusão, e pela cisão com         § 4º O descumprimento do previsto no parágrafo
versão de todo o patrimônio em outras sociedades. anterior dará ao acionista direito de retirar-se da compa-
nhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45),
CAPÍTULO XVIII nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido,
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137.  (Incluí-
SEÇÃO I do pela Lei nº 9.457, de 1997)
Transformação
Conceito e Forma Protocolo
        Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou
        Art. 220. A transformação é a operação pela qual cisão com incorporação em sociedade existente constarão
a sociedade passa, independentemente de dissolução e de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou
liquidação, de um tipo para outro. sócios das sociedades interessadas, que incluirá:
        Parágrafo único. A transformação obedecerá aos         I - o número, espécie e classe das ações que se-
preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo rão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que
a ser adotado pela sociedade. se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as
relações de substituição;
Deliberação         II - os elementos ativos e passivos que formarão
        Art. 221. A transformação exige o consentimento cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;
unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no         III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido,
estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissi- a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das
dente terá o direito de retirar-se da sociedade. variações patrimoniais posteriores;

76
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        IV - a solução a ser adotada quanto às ações Incorporação


ou quotas do capital de uma das sociedades possuí-         Art. 227. A incorporação é a operação pela qual
das por outra; uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes
        V - o valor do capital das sociedades a serem sucede em todos os direitos e obrigações.
criadas ou do aumento ou redução do capital das so-         § 1º A assembleia-geral da companhia incorpo-
ciedades que forem parte na operação; radora, se aprovar o protocolo da operação, deverá auto-
        VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou rizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela
de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e
para efetivar a operação; nomear os peritos que o avaliarão.
        VII - todas as demais condições a que estiver         § 2º A sociedade que houver de ser incorpora-
sujeita a operação. da, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus
        Parágrafo único. Os valores sujeitos a deter- administradores a praticarem os atos necessários à incor-
minação serão indicados por estimativa. poração, inclusive a subscrição do aumento de capital da
incorporadora.
Justificação         § 3º Aprovados pela assembleia-geral da incorpo-
         Art. 225. As operações de incorporação, radora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se
fusão e cisão serão submetidas à deliberação da as- a incorporada, competindo à primeira promover o arquiva-
sembleia-geral das companhias interessadas median- mento e a publicação dos atos da incorporação.
te justificação, na qual serão expostos:
        I - os motivos ou fins da operação, e o inte- Fusão
resse da companhia na sua realização;         Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem
        II - as ações que os acionistas preferenciais duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que
receberão e as razões para a modificação dos seus lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
direitos, se prevista;         § 1º A assembleia-geral de cada companhia, se
        III - a composição, após a operação, segun- aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos
do espécies e classes das ações, do capital das com- que avaliarão os patrimônios líquidos das demais socieda-
panhias que deverão emitir ações em substituição às des.
que se deverão extinguir;         § 2º Apresentados os laudos, os administradores
        IV - o valor de reembolso das ações a que convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para
terão direito os acionistas dissidentes. uma assembleia-geral, que deles tomará conhecimento e
resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade,
Formação do Capital vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)         § 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos
primeiros administradores promover o arquivamento e a
        Art. 226. As operações de incorporação, fusão publicação dos atos da fusão.
e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições
aprovadas se os peritos nomeados determinarem que Cisão
o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a se-         Art. 229. A cisão é a operação pela qual a com-
rem vertidos para a formação de capital social é, ao panhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou
menos, igual ao montante do capital a realizar. mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existen-
        § 1º As ações ou quotas do capital da so- tes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão
ciedade a ser incorporada que forem de proprieda- de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se
de da companhia incorporadora poderão, conforme parcial a versão.
dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas,         § 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a
ou substituídas por ações em tesouraria da incorpo- sociedade que absorver parcela do patrimônio da compa-
radora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, nhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações rela-
exceto a legal. cionados no ato da cisão; no caso de cisão com extinção,
        § 2º O disposto no § 1º aplicar-se-á aos casos as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da
de fusão, quando uma das sociedades fundidas for companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos pa-
proprietária de ações ou quotas de outra, e de cisão trimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações
com incorporação, quando a companhia que incorpo- não relacionados.
rar parcela do patrimônio da cindida for proprietária         § 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio
de ações ou quotas do capital desta. em sociedade nova, a operação será deliberada pela assem-
        § 3 o  A Comissão de Valores Mobiliários esta- bleia-geral da companhia à vista de justificação que incluirá
belecerá normas especiais de avaliação e contabiliza- as informações de que tratam os números do artigo 224; a
ção aplicáveis às operações de fusão, incorporação e assembleia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão
cisão que envolvam companhia aberta. (Redação dada a parcela do patrimônio a ser transferida, e funcionará como
pela Lei nº 11.941, de 2009) assembleia de constituição da nova companhia.

77
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 3º A cisão com versão de parcela de patrimô- Direitos dos Credores na Cisão
nio em sociedade já existente obedecerá às disposições         Art. 233. Na cisão com extinção da companhia
sobre incorporação (artigo 227). cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu
        § 4º Efetivada a cisão com extinção da com- patrimônio responderão solidariamente pelas obriga-
panhia cindida, caberá aos administradores das socie- ções da companhia extinta. A companhia cindida que
dades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimô- subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimô-
nio promover o arquivamento e publicação dos atos da nio responderão solidariamente pelas obrigações da
operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, primeira anteriores à cisão.
esse dever caberá aos administradores da companhia         Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá
cindida e da que absorver parcela do seu patrimônio. estipular que as sociedades que absorverem parcelas do
         § 5º  As ações integralizadas com parcelas patrimônio da companhia cindida serão responsáveis
de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas,
a seus titulares, em substituição às extintas, na propor- sem solidariedade entre si ou com a companhia cindi-
ção das que possuíam; a atribuição em proporção dife- da, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá
rente requer aprovação de todos os titulares, inclusive se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde
das ações sem direito a voto. (Redação dada pela Lei nº que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias
9.457, de 1997) a contar da data da publicação dos atos da cisão.
Direito de Retirada Averbação da Sucessão
        Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão,         Art. 234. A certidão, passada pelo registro do
o prazo para exercício do direito de retirada, previsto no comércio, da incorporação, fusão ou cisão, é documento
art. 137, inciso II, será contado a partir da publicação da hábil para a averbação, nos registros públicos compe-
ata que aprovar o protocolo ou justificação, mas o pa- tentes, da sucessão, decorrente da operação, em bens,
gamento do preço de reembolso somente será devido direitos e obrigações.
se a operação vier a efetivar-se. (Redação dada pela Lei
nº 9.457, de 1997)
CAPÍTULO XIX
Sociedades de Economia Mista
Direitos dos Debenturistas
Legislação Aplicável
        Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da com-
panhia emissora de debêntures em circulação depende-
        Art. 235. As sociedades anônimas de economia
rá da prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em
mista estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposi-
assembleia especialmente convocada com esse fim.
ções especiais de lei federal.
        § 1º Será dispensada a aprovação pela assem-
bleia se for assegurado aos debenturistas que o deseja-         § 1º As companhias abertas de economia mista
rem, durante o prazo mínimo de 6 (seis) meses a contar estão também sujeitas às normas expedidas pela Comis-
da data da publicação das atas das assembleias relativas são de Valores Mobiliários.
à operação, o resgate das debêntures de que forem ti-         § 2º As companhias de que participarem, majo-
tulares. ritária ou minoritariamente, as sociedades de economia
        § 2º No caso do § 1º, a sociedade cindida e as mista, estão sujeitas ao disposto nesta Lei, sem as exce-
sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio ções previstas neste Capítulo.
responderão solidariamente pelo resgate das debêntu-
res. Constituição e Aquisição de Controle
        Art. 236. A constituição de companhia de eco-
Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão nomia mista depende de prévia autorização legislativa.
         Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de         Parágrafo único. Sempre que pessoa jurídica de
publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, direito público adquirir, por desapropriação, o controle
o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear de companhia em funcionamento, os acionistas terão
judicialmente a anulação da operação; findo o prazo, direito de pedir, dentro de 60 (sessenta) dias da publica-
decairá do direito o credor que não o tiver exercido. ção da primeira ata da assembleia-geral realizada após
        § 1º A consignação da importância em paga- a aquisição do controle, o reembolso das suas ações;
mento prejudicará a anulação pleiteada. salvo se a companhia já se achava sob o controle, direto
        § 2º Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá ou indireto, de outra pessoa jurídica de direito público,
garantir-lhe a execução, suspendendo-se o processo de ou no caso de concessionária de serviço público.
anulação.
        § 3º Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falên- Objeto
cia da sociedade incorporadora ou da sociedade nova,         Art. 237. A companhia de economia mista so-
qualquer credor anterior terá o direito de pedir a sepa- mente poderá explorar os empreendimentos ou exercer
ração dos patrimônios, para o fim de serem os créditos as atividades previstas na lei que autorizou a sua cons-
pagos pelos bens das respectivas massas. tituição.

78
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 1º A companhia de economia mista somente         § 5o  É presumida influência significativa quando
poderá participar de outras sociedades quando auto- a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais
rizada por lei no exercício de opção legal para aplicar do capital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído
Imposto sobre a Renda ou investimentos para o desen- pela Lei nº 11.941, de 2009)
volvimento regional ou setorial. SEÇÃO II
        § 2º As instituições financeiras de economia mis- Participação Recíproca
ta poderão participar de outras sociedades, observadas as
normas estabelecidas pelo Banco Central do Brasil.         Art. 244. É vedada a participação recíproca entre
a companhia e suas coligadas ou controladas.
Acionista Controlador         § 1º O disposto neste artigo não se aplica ao caso
        Art. 238. A pessoa jurídica que controla a com- em que ao menos uma das sociedades participa de outra
panhia de economia mista tem os deveres e responsabi- com observância das condições em que a lei autoriza a
lidades do acionista controlador (artigos 116 e 117), mas aquisição das próprias ações (artigo 30, § 1º, alínea b).
poderá orientar as atividades da companhia de modo a         § 2º As ações do capital da controladora, de pro-
atender ao interesse público que justificou a sua criação. priedade da controlada, terão suspenso o direito de voto.
        § 3º O disposto no § 2º do artigo 30, aplica-se à
Administração aquisição de ações da companhia aberta por suas coliga-
        Art. 239. As companhias de economia mista terão das e controladas.
obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado         § 4º No caso do § 1º, a sociedade deverá alienar,
à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior dentro de 6 (seis) meses, as ações ou quotas que exce-
número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo. derem do valor dos lucros ou reservas, sempre que esses
        Parágrafo único. Os deveres e responsabilidades sofrerem redução.
dos administradores das companhias de economia mista         § 5º A participação recíproca, quando ocorrer em
são os mesmos dos administradores das companhias aber- virtude de incorporação, fusão ou cisão, ou da aquisição,
tas. pela companhia, do controle de sociedade, deverá ser
mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras
Conselho Fiscal de ambas as sociedades, e será eliminada no prazo máxi-
        Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal mo de 1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo em
será permanente nas companhias de economia mista; um
contrário, deverão ser alienadas as ações ou quotas de
dos seus membros, e respectivo suplente, será eleito pelas
aquisição mais recente ou, se da mesma data, que repre-
ações ordinárias minoritárias e outro pelas ações prefe-
sentem menor porcentagem do capital social.
renciais, se houver.
        § 6º A aquisição de ações ou quotas de que resul-
te participação recíproca com violação ao disposto neste
Correção Monetária
artigo importa responsabilidade civil solidária dos admi-
Falência e Responsabilidade Subsidiária
nistradores da sociedade, equiparando-se, para efeitos
CAPÍTULO XX
penais, à compra ilegal das próprias ações.
Sociedades Coligadas, Controladoras e Controladas
SEÇÃO I
Informações no Relatório da Administração SEÇÃO III
Responsabilidade dos Administradores e das So-
        Art. 243. O relatório anual da administração deve ciedades Controladoras
relacionar os investimentos da companhia em sociedades Administradores
coligadas e controladas e mencionar as modificações ocor-
ridas durante o exercício.         Art. 245. Os administradores não podem, em pre-
        § 1o  São coligadas as sociedades nas quais a in- juízo da companhia, favorecer sociedade coligada, con-
vestidora tenha influência significativa. (Redação dada pela troladora ou controlada, cumprindo-lhes zelar para que
Lei nº 11.941, de 2009) as operações entre as sociedades, se houver, observem
        § 2º Considera-se controlada a sociedade na qual condições estritamente comutativas, ou com pagamento
a controladora, diretamente ou através de outras contro- compensatório adequado; e respondem perante a com-
ladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de panhia pelas perdas e danos resultantes de atos pratica-
modo permanente, preponderância nas deliberações so- dos com infração ao disposto neste artigo.
ciais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
        § 3º A companhia aberta divulgará as informações Sociedade Controladora
adicionais, sobre coligadas e controladas, que forem exigi-         Art. 246. A sociedade controladora será obrigada
das pela Comissão de Valores Mobiliários. a reparar os danos que causar à companhia por atos pra-
        § 4º  Considera-se que há influência significativa ticados com infração ao disposto nos artigos 116 e 117.
quando a investidora detém ou exerce o poder de participar         § 1º A ação para haver reparação cabe:
nas decisões das políticas financeira ou operacional da inves-         a) a acionistas que representem 5% (cinco por
tida, sem controlá-la.  (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) cento) ou mais do capital social;

79
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        b) a qualquer acionista, desde que preste caução         III - a diferença entre o valor do investimento,
pelas custas e honorários de advogado devidos no caso de de acordo com o número II, e o custo de aquisição cor-
vir a ação ser julgada improcedente. rigido monetariamente; somente será registrada como
        § 2º A sociedade controladora, se condenada, além resultado do exercício:
de reparar o dano e arcar com as custas, pagará honorários         a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na
de advogado de 20% (vinte por cento) e prêmio de 5% coligada ou controlada;
(cinco por cento) ao autor da ação, calculados sobre o valor         b) se corresponder, comprovadamente, a ga-
da indenização. nhos ou perdas efetivos;
        c) no caso de companhia aberta, com obser-
SEÇÃO IV vância das normas expedidas pela Comissão de Valores
Demonstrações Financeiras Mobiliários.
Notas Explicativas         § 1º Para efeito de determinar a relevância do
investimento, nos casos deste artigo, serão computa-
        Art. 247.  As notas explicativas dos investimentos dos como parte do custo de aquisição os saldos de cré-
a que se refere o art. 248 desta Lei devem conter infor- ditos da companhia contra as coligadas e controladas.
mações precisas sobre as sociedades coligadas e controla-         § 2º A sociedade coligada, sempre que solici-
das e suas relações com a companhia, indicando:(Redação tada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o ba-
dada pela Lei nº 11.941, de 2009) lanço ou balancete de verificação previsto no número I.
        I - a denominação da sociedade, seu capital social
e patrimônio líquido; Demonstrações Consolidadas
        II - o número, espécies e classes das ações ou quo-         Art. 249. A companhia aberta que tiver mais
tas de propriedade da companhia, e o preço de mercado de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio
das      ações, se houver; líquido representado por investimentos em sociedades
        III - o lucro líquido do exercício; controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente
        IV - os créditos e obrigações entre a companhia e com suas demonstrações financeiras, demonstrações
as sociedades coligadas e controladas; consolidadas nos termos do artigo 250.
        V - o montante das receitas e despesas em ope-         Parágrafo único. A Comissão de Valores Mo-
rações entre a companhia e as sociedades coligadas e con- biliários poderá expedir normas sobre as sociedades
troladas. cujas demonstrações devam ser abrangidas na conso-
        Parágrafo único. Considera-se relevante o inves- lidação, e:
timento:         a) determinar a inclusão de sociedades que,
        a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o embora não controladas, sejam financeira ou adminis-
valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do trativamente dependentes da companhia;
valor do patrimônio líquido da companhia;         b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de
        b) no conjunto das sociedades coligadas e contro- uma ou mais sociedades controladas.
ladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze
por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. Normas sobre Consolidação
        Art. 250. Das demonstrações financeiras con-
Avaliação do Investimento em Coligadas e Contro- solidadas serão excluídas:
ladas         I - as participações de uma sociedade em
        Art. 248.  No balanço patrimonial da companhia, outra;
os investimentos em coligadas ou em controladas e em ou-          II - os saldos de quaisquer contas entre as
tras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou sociedades;
estejam sob controle comum serão avaliados pelo método         III – as parcelas dos resultados do exercício,
da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de esto-
normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) ques ou do ativo não circulante que corresponderem a
         I - o valor do patrimônio líquido da coligada resultados, ainda não realizados, de negócios entre as
ou da controlada será determinado com base em balan- sociedades.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
ço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com         § 1º A participação dos acionistas não contro-
observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até ladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício
60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço será destacada, respectivamente, no balanço patrimo-
da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão nial e na demonstração do resultado do exercício. (Re-
computados os resultados não realizados decorrentes de dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
negócios com a companhia, ou com outras sociedades co-         § 2 o  A parcela do custo de aquisição do in-
ligadas à companhia, ou por ela controladas; vestimento em controlada, que não for absorvida na
        II - o valor do investimento será determinado consolidação, deverá ser mantida no ativo não circu-
mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido lante, com dedução da provisão adequada para perdas
referido no número anterior, da porcentagem de participa- já comprovadas, e será objeto de nota explicativa. (Re-
ção no capital da coligada ou controlada; dação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

80
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 3º O valor da participação que exceder do Admissão de Acionistas em Subsidiária Integral


custo de aquisição constituirá parcela destacada dos          Art. 253. Na proporção das ações que possuí-
resultados de exercícios futuros até que fique compro- rem no capital da companhia, os acionistas terão direito
vada a existência de ganho efetivo. de preferência para:
        § 4º Para fins deste artigo, as sociedades con-         I - adquirir ações do capital da subsidiária integral,
troladas, cujo exercício social termine mais de 60 (ses- se a companhia decidir aliená-las no todo ou em parte; e
senta) dias antes da data do encerramento do exercício         II - subscrever aumento de capital da subsidiária
da companhia, elaborarão, com observância das nor- integral, se a companhia decidir admitir outros acionistas.
mas desta Lei, demonstrações financeiras extraordiná-         Parágrafo único. As ações ou o aumento de capi-
rias em data compreendida nesse prazo. tal de subsidiária integral serão oferecidos aos acionistas
da companhia em assembleia-geral convocada para esse
SEÇÃO V fim, aplicando-se à hipótese, no que couber, o disposto no
Subsidiária Integral artigo 171.

        Art. 251. A companhia pode ser constituída, me- SEÇÃO VI


diante escritura pública, tendo como único acionista socie- Alienação de Controle
dade brasileira. Divulgação
        § lº A sociedade que subscrever em bens o capital
de subsidiária integral deverá aprovar o laudo de avaliação          Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do
de que trata o artigo 8º, respondendo nos termos do § 6º controle de companhia aberta somente poderá ser con-
do artigo 8º e do artigo 10 e seu parágrafo único. tratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o
        § 2º A companhia pode ser convertida em subsi- adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição
diária integral mediante aquisição, por sociedade brasileira, das ações com direito a voto de propriedade dos demais
de todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252. acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o pre-
ço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do valor
Incorporação de Ações
pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de
         Art. 252. A incorporação de todas as ações do
controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
capital social ao patrimônio de outra companhia brasileira,
         § 1o  Entende-se como alienação de controle a
para convertê-la em subsidiária integral, será submetida à
transferência, de forma direta ou indireta, de ações inte-
deliberação da assembleia-geral das duas companhias me-
grantes do bloco de controle, de ações vinculadas a acor-
diante protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224
dos de acionistas e de valores mobiliários conversíveis em
e 225.
ações com direito a voto, cessão de direitos de subscrição
        § 1º A assembleia-geral da companhia incorpo-
radora, se aprovar a operação, deverá autorizar o aumento de ações e de outros títulos ou direitos relativos a valores
do capital, a ser realizado com as ações a serem incorpo- mobiliários conversíveis em ações que venham a resultar
radas e nomear os peritos que as avaliarão; os acionistas na alienação de controle acionário da sociedade.(Incluído
não terão direito de preferência para subscrever o aumen- pela Lei nº 10.303, de 2001)
to de capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da         § 2o A Comissão de Valores Mobiliários autorizará
companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante a alienação de controle de que trata o  caput, desde que
o reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. verificado que as condições da oferta pública atendem aos
230.  (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 2º A assembleia-geral da companhia cujas ações         § 3o Compete à Comissão de Valores Mobiliários
houverem de ser incorporadas somente poderá aprovar a estabelecer normas a serem observadas na oferta pública
operação pelo voto de metade, no mínimo, das ações com de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
direito a voto, e se a aprovar, autorizará a diretoria a subs-         § 4o O adquirente do controle acionário de com-
crever o aumento do capital da incorporadora, por conta panhia aberta poderá oferecer aos acionistas minoritários
dos seus acionistas; os dissidentes da deliberação terão di- a opção de permanecer na companhia, mediante o paga-
reito de retirar-se da companhia, observado o disposto no mento de um prêmio equivalente à diferença entre o valor
art. 137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações, de mercado das ações e o valor pago por ação integrante
nos termos do art. 230.  (Redação dada pela Lei nº 9.457, do bloco de controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
de 1997)         § 5o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.303, de
        § 3º Aprovado o laudo de avaliação pela assem- 2001)
bleia-geral da incorporadora, efetivar-se-á a incorporação
e os titulares das ações incorporadas receberão diretamen- Companhia Aberta Sujeita a Autorização
te da incorporadora as ações que lhes couberem.        Art. 255. A alienação do controle de companhia
        § 4o  A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá aberta que dependa de autorização do governo para fun-
normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis às cionar está sujeita à prévia autorização do órgão compe-
operações de incorporação de ações que envolvam compa- tente para aprovar a alteração do seu estatuto.(Redação
nhia aberta. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

81
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Aprovação pela Assembleia-Geral da Compradora Instrumento da Oferta de Compra


         Art. 256. A compra, por companhia aberta, do         Art. 258. O instrumento de oferta de compra,
controle de qualquer sociedade mercantil, dependerá de firmado pelo ofertante e pela instituição financeira que
deliberação da assembleia-geral da compradora, especial- garante o pagamento, será publicado na imprensa e de-
mente convocada para conhecer da operação, sempre que: verá indicar:
        I - O preço de compra constituir, para a comprado-         I - o número mínimo de ações que o ofertante
ra, investimento relevante (artigo 247, parágrafo único); ou se propõe a adquirir e, se for o caso, o número máximo;
        II - o preço médio de cada ação ou quota ultra-         II - o preço e as condições de pagamento;
passar uma vez e meia o maior dos 3 (três) valores a seguir         III - a subordinação da oferta ao número mínimo
indicados: de aceitantes e a forma de rateio entre os aceitantes, se
         a)  cotação média das ações em bolsa ou no o número deles ultrapassar o máximo fixado;
mercado de balcão organizado, durante os noventa dias         IV - o procedimento que deverá ser adotado pe-
anteriores à data da contratação;  (Redação dada pela Lei los acionistas aceitantes para manifestar a sua aceitação
nº 9.457, de 1997) e efetivar a transferência das ações;
        b) valor de patrimônio líquido (artigo 248) da         V - o prazo de validade da oferta, que não po-
ação ou quota, avaliado o patrimônio a preços de mercado derá ser inferior a 20 (vinte) dias;
(artigo 183, § 1º);         VI - informações sobre o ofertante.
        c) valor do lucro líquido da ação ou quota, que         Parágrafo único. A oferta será comunicada à
não poderá ser superior a 15 (quinze) vezes o lucro líquido Comissão de Valores Mobiliários dentro de 24 (vinte e
anual por ação (artigo 187 n. VII) nos 2 (dois) últimos exer- quatro) horas da primeira publicação.
cícios sociais, atualizado monetariamente.
         § 1º A proposta ou o contrato de compra, acom- Instrumento de Oferta de Permuta
panhado de laudo de avaliação, observado o disposto no         Art. 259. O projeto de instrumento de oferta de
art. 8º, §§ 1º e 6º, será submetido à prévia autorização da permuta será submetido à Comissão de Valores Mobiliá-
rios com o pedido de registro prévio da oferta e deverá
assembleia-geral, ou à sua ratificação, sob pena de respon-
conter, além das referidas no artigo 258, informações
sabilidade dos administradores, instruído com todos os
sobre os valores mobiliários oferecidos em permuta e as
elementos necessários à deliberação. (Redação dada pela
companhias emissoras desses valores.
Lei nº 9.457, de 1997)
        Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliá-
         § 2º Se o preço da aquisição ultrapassar uma
rios poderá fixar normas sobre o instrumento de oferta
vez e meia o maior dos três valores de que trata o inciso
de permuta e o seu registro prévio.
II do  caput, o acionista dissidente da deliberação da as-
sembleia que a aprovar terá o direito de retirar-se da com-
Sigilo
panhia mediante reembolso do valor de suas ações, nos         Art. 260. Até a publicação da oferta, o ofertan-
termos do art. 137, observado o disposto em seu inciso te, a instituição financeira intermediária e a Comissão de
II. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) Valores Mobiliários devem manter sigilo sobre a oferta
projetada, respondendo o infrator pelos danos que cau-
SEÇÃO VII sar.
Aquisição de Controle Mediante Oferta Pública
Requisitos Processamento da Oferta
        Art. 261. A aceitação da oferta deverá ser fei-
        Art. 257. A oferta pública para aquisição de con- ta nas instituições financeiras ou do mercado de valores
trole de companhia aberta somente poderá ser feita com mobiliários indicadas no instrumento de oferta e os acei-
a participação de instituição financeira que garanta o cum- tantes deverão firmar ordens irrevogáveis de venda ou
primento das obrigações assumidas pelo ofertante. permuta, nas condições ofertadas, ressalvado o disposto
        § 1º Se a oferta contiver permuta, total ou parcial, no § 1º do artigo 262.
dos valores mobiliários, somente poderá ser efetuada após         § 1º É facultado ao ofertante melhorar, uma vez,
prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários. as condições de preço ou forma de pagamento, desde
        § 2º A oferta deverá ter por objeto ações com direi- que em porcentagem igual ou superior a 5% (cinco por
to a voto em número suficiente para assegurar o controle cento) e até 10 (dez) dias antes do término do prazo da
da companhia e será irrevogável. oferta; as novas condições se estenderão aos acionistas
        § 3º Se o ofertante já for titular de ações votantes que já tiverem aceito a oferta.
do capital da companhia, a oferta poderá ter por objeto         § 2º Findo o prazo da oferta, a instituição finan-
o número de ações necessário para completar o controle, ceira intermediária comunicará o resultado à Comissão
mas o ofertante deverá fazer prova, perante a Comissão de de Valores Mobiliários e, mediante publicação pela im-
Valores Mobiliários, das ações de sua propriedade. prensa, aos aceitantes.
        § 4º A Comissão de Valores Mobiliários poderá         § 3º Se o número de aceitantes ultrapassar o
expedir normas sobre oferta pública de aquisição de con- máximo, será obrigatório o rateio, na forma prevista no
trole. instrumento da oferta.

82
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Oferta Concorrente  CAPÍTULO XXI


        Art. 262. A existência de oferta pública em curso Grupo de Sociedades
não impede oferta concorrente, desde que observadas as SEÇÃO I
normas desta Seção. Características e Natureza
        § 1º A publicação de oferta concorrente torna Características
nulas as ordens de venda que já tenham sido firmadas em
aceitação de oferta anterior.         Art. 265. A sociedade controladora e suas contro-
        § 2º É facultado ao primeiro ofertante prorrogar ladas podem constituir, nos termos deste Capítulo, grupo
o prazo de sua oferta até fazê-lo coincidir com o da oferta de sociedades, mediante convenção pela qual se obriguem
concorrente. a combinar recursos ou esforços para a realização dos res-
pectivos objetos, ou a participar de atividades ou empreen-
Negociação Durante a Oferta dimentos comuns.
        Art. 263. A Comissão de Valores Mobiliários poderá         § 1º A sociedade controladora, ou de comando
expedir normas que disciplinem a negociação das ações do grupo, deve ser brasileira, e exercer, direta ou indireta-
objeto da oferta durante o seu prazo. mente, e de modo permanente, o controle das sociedades
filiadas, como titular de direitos de sócio ou acionista, ou
SEÇÃO VIII mediante acordo com outros sócios ou acionistas.
Incorporação de Companhia Controlada         § 2º A participação recíproca das sociedades do
grupo obedecerá ao disposto no artigo 244.
         Art. 264. Na incorporação, pela controladora,
de companhia controlada, a justificação, apresentada à Natureza
assembleia-geral da controlada, deverá conter, além das         Art. 266. As relações entre as sociedades, a estru-
informações previstas nos arts. 224 e 225, o cálculo das tura administrativa do grupo e a coordenação ou subordi-
relações de substituição das ações dos acionistas não con- nação dos administradores das sociedades filiadas serão
troladores da controlada com base no valor do patrimônio estabelecidas na convenção do grupo, mas cada sociedade
líquido das ações da controladora e da controlada, ava- conservará personalidade e patrimônios distintos.
liados os dois patrimônios segundo os mesmos critérios
e na mesma data, a preços de mercado, ou com base em Designação
outro critério aceito pela Comissão de Valores Mobiliários,          Art. 267. O grupo de sociedades terá designa-
no caso de companhias abertas. (Redação dada pela Lei nº ção de que constarão as palavras “grupo de sociedades”
10.303, de 2001) ou “grupo”.
        § 1o A avaliação dos dois patrimônios será feita         Parágrafo único. Somente os grupos organiza-
por 3 (três) peritos ou empresa especializada e, no caso de dos de acordo com este Capítulo poderão usar designação
companhias abertas, por empresa especializada. (Redação com as palavras “grupo” ou “grupo de sociedade”.
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Companhias Sujeitas a Autorização para Funcionar
         § 2o  Para efeito da comparação referida neste         Art. 268. A companhia que, por seu objeto, de-
artigo, as ações do capital da controlada de propriedade pende de autorização para funcionar, somente poderá par-
da controladora serão avaliadas, no patrimônio desta, em ticipar de grupo de sociedades após a aprovação da con-
conformidade com o disposto no  caput.  (Redação dada venção do grupo pela autoridade competente para aprovar
pela Lei nº 10.303, de 2001) suas alterações estatutárias.
        § 3º Se as relações de substituição das ações dos
acionistas não controladores, previstas no protocolo da in- SEÇÃO II
corporação, forem menos vantajosas que as resultantes da Constituição, Registro e Publicidade
comparação prevista neste artigo, os acionistas dissiden-
tes da deliberação da assembleia-geral da controlada que         Art. 269. O grupo de sociedades será constituído
aprovar a operação, observado o disposto nos arts. 137, II, por convenção aprovada pelas sociedades que o compo-
e 230, poderão optar entre o valor de reembolso fixado nos nham, a qual deverá conter:
termos do art. 45 e o valor do patrimônio líquido a preços         I - a designação do grupo;
de mercado. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)         II - a indicação da sociedade de comando e das
        § 4o Aplicam-se as normas previstas neste artigo à filiadas;
incorporação de controladora por sua controlada, à fusão de         III - as condições de participação das diversas
companhia controladora com a controlada, à incorporação sociedades;
de ações de companhia controlada ou controladora, à incor-         IV - o prazo de duração, se houver, e as condições
poração, fusão e incorporação de ações de sociedades sob de extinção;
controle comum. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)         V - as condições para admissão de outras socieda-
        § 5º O disposto neste artigo não se aplica no caso des e para a retirada das que o componham;
de as ações do capital da controlada terem sido adquiridas         VI - os órgãos e cargos da administração do grupo,
no pregão da bolsa de valores ou mediante oferta pública suas atribuições e as relações entre a estrutura administra-
nos termos dos artigos 257 a 263. tiva do grupo e as das sociedades que o componham;

83
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        VII - a declaração da nacionalidade do controle         Parágrafo único. A representação das sociedades
do grupo; perante terceiros, salvo disposição expressa na convenção
        VIII - as condições para alteração da convenção. do grupo, arquivada no registro do comércio e publicada,
        Parágrafo único. Para os efeitos do número VII, o caberá exclusivamente aos administradores de cada so-
grupo de sociedades considera-se sob controle brasileiro ciedade, de acordo com os respectivos estatutos ou con-
se a sua sociedade de comando está sob o controle de: tratos sociais.
        a) pessoas naturais residentes ou domiciliadas
no Brasil; Administradores das Sociedades Filiadas
        b) pessoas jurídicas de direito público interno; ou          Art. 273. Aos administradores das sociedades
        c) sociedade ou sociedades brasileiras que, dire- filiadas, sem prejuízo de suas atribuições, poderes e res-
ta ou indiretamente, estejam sob o controle das pessoas ponsabilidades, de acordo com os respectivos estatutos
referidas nas alíneas a e b. ou contratos sociais, compete observar a orientação geral
estabelecida e as instruções expedidas pelos administra-
Aprovação pelos Sócios das Sociedades dores do grupo que não importem violação da lei ou da
        Art. 270. A convenção de grupo deve ser aprova- convenção do grupo.
da com observância das normas para alteração do contra-
to social ou do estatuto (art. 136, V). (Redação dada pela Remuneração
Lei nº 9.457, de 1997)         Art. 274. Os administradores do grupo e os inves-
        Parágrafo único. Os sócios ou acionistas dissi- tidos em cargos de mais de uma sociedade poderão ter a
dentes da deliberação de se associar a grupo têm direito, sua remuneração rateada entre as diversas sociedades, e
nos termos do artigo 137, ao reembolso de suas ações ou a gratificação dos administradores, se houver, poderá ser
quotas. fixada, dentro dos limites do § 1º do artigo 152 com base
nos resultados apurados nas demonstrações financeiras
Registro e Publicidade consolidadas do grupo.
         Art. 271. Considera-se constituído o grupo a
partir da data do arquivamento, no registro do comércio SEÇÃO IV
da sede da sociedade de comando, dos seguintes docu- Demonstrações Financeiras
mentos:
        I - convenção de constituição do grupo;         Art. 275. O grupo de sociedades publicará, além
        II - atas das assembleias-gerais, ou instrumentos das demonstrações financeiras referentes a cada uma das
de alteração contratual, de todas as sociedades que tive- companhias que o compõem, demonstrações consolida-
rem aprovado a constituição do grupo; das, compreendendo todas as sociedades do grupo, ela-
        III - declaração autenticada do número das ações boradas com observância do disposto no artigo 250.
ou quotas de que a sociedade de comando e as demais         § 1º As demonstrações consolidadas do grupo
sociedades integrantes do grupo são titulares em cada serão publicadas juntamente com as da sociedade de co-
sociedade filiada, ou exemplar de acordo de acionistas mando.
que assegura o controle de sociedade filiada.         § 2º A sociedade de comando deverá publicar
        § 1º Quando as sociedades filiadas tiverem sede demonstrações financeiras nos termos desta Lei, ainda que
em locais diferentes, deverão ser arquivadas no registro não tenha a forma de companhia.
do comércio das respectivas sedes as atas de assembleia         § 3º As companhias filiadas indicarão, em nota às
ou alterações contratuais que tiverem aprovado a con- suas demonstrações financeiras publicadas, o órgão que
venção, sem prejuízo do registro na sede da sociedade publicou a última demonstração consolidada do grupo a
de comando. que pertencer.
        § 2º As certidões de arquivamento no registro do         § 4º As demonstrações consolidadas de grupo de
comércio serão publicadas. sociedades que inclua companhia aberta serão obrigato-
        § 3º A partir da data do arquivamento, a socieda- riamente auditadas por auditores independentes registra-
de de comando e as filiadas passarão a usar as respectivas dos na Comissão de Valores Mobiliários, e observarão as
denominações acrescidas da designação do grupo. normas expedidas por essa comissão.
        § 4º As alterações da convenção do grupo serão
arquivadas e publicadas nos termos deste artigo, obser- SEÇÃO V
vando-se o disposto no § 1º do artigo 135. Prejuízos Resultantes de Atos Contrários à Conven-
ção
SEÇÃO III
Administração         Art. 276. A combinação de recursos e esforços,
Administradores do Grupo a subordinação dos interesses de uma sociedade aos de
outra, ou do grupo, e a participação em custos, receitas
        Art. 272. A convenção deve definir a estrutura ou resultados de atividades ou empreendimentos somente
administrativa do grupo de sociedades, podendo criar ór- poderão ser opostos aos sócios minoritários das socieda-
gãos de deliberação colegiada e cargos de direção-geral. des filiadas nos termos da convenção do grupo.

84
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        § 1º Consideram-se minoritários, para os efeitos         IV - a definição das obrigações e responsa-
deste artigo, todos os sócios da filiada, com exceção da bilidade de cada sociedade consorciada, e das pres-
sociedade de comando e das demais filiadas do grupo. tações específicas;
        § 2º A distribuição de custos, receitas e resultados         V - normas sobre recebimento de receitas e
e as compensações entre sociedades, previstas na conven- partilha de resultados;
ção do grupo, deverão ser determinadas e registradas no         VI - normas sobre administração do con-
balanço de cada exercício social das sociedades interessa- sórcio, contabilização, representação das sociedades
das. consorciadas e taxa de administração, se houver;
        § 3º Os sócios minoritários da filiada terão ação         VII - forma de deliberação sobre assuntos de
contra os seus administradores e contra a sociedade de co- interesse comum, com o número de votos que cabe a
mando do grupo para haver reparação de prejuízos resul- cada consorciado;
tantes de atos praticados com infração das normas deste         VIII - contribuição de cada consorciado para
artigo, observado o disposto nos parágrafos do artigo 246. as despesas comuns, se houver.
        Parágrafo único. O contrato de consórcio e
Conselho Fiscal das Filiadas suas alterações serão arquivados no registro do co-
        Art. 277. O funcionamento do Conselho Fiscal da mércio do lugar da sua sede, devendo a certidão do
companhia filiada a grupo, quando não for permanente, arquivamento ser publicada.
poderá ser pedido por acionistas não controladores que CAPÍTULO XXIII
representem, no mínimo, 5% (cinco por cento) das ações Sociedades em Comandita por Ações
ordinárias, ou das ações preferenciais sem direito de voto.
        § 1º Na constituição do Conselho Fiscal da filiada          Art. 280. A sociedade em comandita por
serão observadas as seguintes normas: ações terá o capital dividido em ações e reger-se-á
        a) os acionistas não controladores votarão em pelas normas relativas às companhias ou sociedades
separado, cabendo às ações com direito a voto o direito anônimas, sem prejuízo das modificações constantes
de eleger 1 (um) membro e respectivo suplente e às ações deste Capítulo.
sem direito a voto, ou com voto restrito, o de eleger outro;         Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob
        b) a sociedade de comando e as filiadas poderão firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes
eleger número de membros, e respectivos suplentes, igual dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e
ao dos eleitos nos termos da alínea a, mais um. solidariamente responsáveis, nos termos desta Lei,
        § 2º O Conselho Fiscal da sociedade filiada poderá pelas obrigações sociais, os que, por seus nomes, fi-
solicitar aos órgãos de administração da sociedade de co- gurarem na firma ou razão social.
mando, ou de outras filiadas, os esclarecimentos ou infor-         Parágrafo único. A denominação ou a fir-
mações que julgar necessários para fiscalizar a observância ma deve ser seguida das palavras “Comandita por
da convenção do grupo. Ações”, por extenso ou abreviadamente.
         Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem
CAPÍTULO XXII qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e,
Consórcio como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas
ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da so-
        Art. 278. As companhias e quaisquer outras so- ciedade.
ciedades, sob o mesmo controle ou não, podem constituir         § 1º Os diretores ou gerentes serão nomea-
consórcio para executar determinado empreendimento, dos, sem limitação de tempo, no estatuto da socieda-
observado o disposto neste Capítulo. de, e somente poderão ser destituídos por delibera-
        § 1º O consórcio não tem personalidade jurídica ção de acionistas que representem 2/3 (dois terços),
e as consorciadas somente se obrigam nas condições pre- no mínimo, do capital social.
vistas no respectivo contrato, respondendo cada uma por         § 2º O diretor ou gerente que for destituído
suas obrigações, sem presunção de solidariedade. ou se exonerar continuará responsável pelas obriga-
        § 2º A falência de uma consorciada não se estende ções sociais contraídas sob sua administração.
às demais, subsistindo o consórcio com as outras contra-        Art. 283. A assembleia-geral não pode, sem
tantes; os créditos que porventura tiver a falida serão apu- o consentimento dos diretores ou gerentes, mudar o
rados e pagos na forma prevista no contrato de consórcio. objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo
        Art. 279.  O consórcio será constituído mediante de duração, aumentar ou diminuir o capital social,
contrato aprovado pelo órgão da sociedade competente emitir debêntures ou criar partes beneficiárias nem
para autorizar a alienação de bens do ativo não circulante, aprovar a participação em grupo de sociedade.  (Re-
do qual constarão:  (Redação dada pela Lei nº 11.941, de dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
2009)         Art. 284. Não se aplica à sociedade em co-
        I - a designação do consórcio se houver; mandita por ações o disposto nesta Lei sobre conse-
        II - o empreendimento que constitua o objeto do lho de administração, autorização estatutária de au-
consórcio; mento de capital e emissão de bônus de subscrição.
        III - a duração, endereço e foro;

85
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

CAPÍTULO XXIV         g) a ação movida pelo acionista contra a compa-


Prazos de Prescrição nhia, qualquer que seja o seu fundamento.  (Incluída pela
Lei nº 10.303, de 2001)
         Art. 285. A ação para anular a constituição         Art. 288. Quando a ação se originar de fato que
da companhia, por vício ou defeito, prescreve em 1 (um) deva ser apurado no juízo criminal, não ocorrerá a prescri-
ano, contado da publicação dos atos constitutivos. ção antes da respectiva sentença definitiva, ou da prescri-
        Parágrafo único. Ainda depois de proposta a ção da ação penal.
ação, é lícito à companhia, por deliberação da assem-
bleia-geral, providenciar para que seja sanado o vício ou CAPÍTULO XXV
defeito. Disposições Gerais
        Art. 286. A ação para anular as deliberações to-
madas em assembleia-geral ou especial, irregularmente         Art. 289. As publicações ordenadas pela presente
convocada ou instalada, violadoras da lei ou do estatuto, Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou
ou eivadas de erro, dolo, fraude ou simulação, prescreve do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situa-
em 2 (dois) anos, contados da deliberação. da a sede da companhia, e em outro jornal de grande cir-
        Art. 287. Prescreve: culação editado na localidade em que está situada a sede
        I - em, 1 (um) ano: da companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        a) a ação contra peritos e subscritores do capital,          § 1º  A Comissão de Valores Mobiliários pode-
para deles haver reparação civil pela avaliação de bens, rá determinar que as publicações ordenadas por esta Lei
contado o prazo da publicação da ata da assembleia-ge- sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas
ral que aprovar o laudo; localidades em que os valores mobiliários da companhia
        b) a ação dos credores não pagos contra os acio- sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão,
nistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua
ata de encerramento da liquidação da companhia. ampla divulgação e imediato acesso às informações. (Re-
        II - em 3 (três) anos: dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        a) a ação para haver dividendos, contado o pra-         § 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da
zo da data em que tenham sido postos à disposição do companhia não for editado jornal, a publicação se fará em
acionista; órgão de grande circulação local.
        b) a ação contra os fundadores, acionistas, admi-         § 3º A companhia deve fazer as publicações
nistradores, liquidantes, fiscais ou sociedade de coman- previstas nesta Lei sempre no mesmo jornal, e qualquer
do, para deles haver reparação civil por atos culposos ou mudança deverá ser precedida de aviso aos acionistas no
dolosos, no caso de violação da lei, do estatuto ou da extrato da ata da assembleia-geral ordinária.
convenção de grupo, contado o prazo:         § 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à
        1 - para os fundadores, da data da publicação eventual publicação de atas ou balanços em outros jornais.
dos atos constitutivos da companhia;         § 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei
        2 - para os acionistas, administradores, fiscais deverão ser arquivadas no registro do comércio.
e sociedades de comando, da data da publicação da ata         § 6º As publicações do balanço e da demonstração
que      aprovar o balanço referente ao exercício em que de lucros e perdas poderão ser feitas adotando-se como
a violação tenha ocorrido; expressão monetária o milhar de reais.(Redação dada pela
        3 - para os liquidantes, da data da publicação Lei nº 9.457, de 1997)
da ata da primeira assembleia-geral posterior à violação.         § 7o Sem prejuízo do disposto no caput deste ar-
        c) a ação contra acionistas para restituição de tigo, as companhias abertas poderão, ainda, disponibilizar
dividendos recebidos de má-fé, contado o prazo da data as referidas publicações pela rede mundial de computado-
da publicação da ata da assembleia-geral ordinária do res. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
exercício em que os dividendos tenham sido declarados;         Art. 290. A indenização por perdas e danos em
        d) a ação contra os administradores ou titulares ações com fundamento nesta Lei será corrigida moneta-
de partes beneficiárias para restituição das participações riamente até o trimestre civil em que for efetivamente li-
no lucro recebidas de má-fé, contado o prazo da data da quidada.
publicação da ata da assembleia-geral ordinária do exer-         Art. 291. A Comissão de Valores Mobiliários pode-
cício em que as participações tenham sido pagas; rá reduzir, mediante fixação de escala em função do valor
        e) a ação contra o agente fiduciário de debentu- do capital social, a porcentagem mínima aplicável às com-
ristas ou titulares de partes beneficiárias para dele haver panhias abertas, estabelecida no art. 105; na alínea  c  do
reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso de parágrafo único do art. 123; no  caput  do art. 141; no §
violação da lei ou da escritura de emissão, a contar da 1o do art. 157; no § 4o do art. 159; no § 2o do art. 161; no
publicação da ata da assembleia-geral que tiver tomado § 6o do art. 163; na alínea a do § 1o do art. 246; e no art.
conhecimento da violação; 277. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        f) a ação contra o violador do dever de sigilo de         Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliá-
que trata o artigo 260 para dele haver reparação civil, a rios poderá reduzir a porcentagem de que trata o artigo
contar da data da publicação da oferta. 249.

86
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        Art. 292. As sociedades de que trata o artigo 62         Art. 296. As companhias existentes deverão proce-
da Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, podem ter suas der à adaptação do seu estatuto aos preceitos desta Lei no
ações ao portador. prazo de 1 (um) ano a contar da data em que ela entrar em
        Art. 293. A Comissão de Valores Mobiliários auto- vigor, devendo para esse fim ser convocada assembleia-
rizará as bolsas de valores a prestar os serviços previstos -geral dos acionistas.
nos artigos 27; 34, § 2º; 39, § 1°; 40; 41; 42; 43; 44; 72; 102         § 1º Os administradores e membros do Conselho
e 103. Fiscal respondem pelos prejuízos que causarem pela inob-
        Art. 294. A companhia fechada que tiver menos servância do disposto neste artigo.
de vinte acionistas, com patrimônio líquido inferior a R$         § 2º O disposto neste artigo não prejudicará os
1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá: (Redação dada direitos pecuniários conferidos por partes beneficiárias e
pela Lei nº 10.303, de 2001) debêntures em circulação na data da publicação desta Lei,
        I - convocar assembleia-geral por anúncio entre- que somente poderão ser modificados ou reduzidos com
gue a todos os acionistas, contra-recibo, com a antece- observância do disposto no artigo 51 e no § 5º do artigo
dência prevista no artigo 124; e 71.
        II - deixar de publicar os documentos de que trata         § 3º As companhias existentes deverão eliminar,
o artigo 133, desde que sejam, por cópias autenticadas, no prazo de 5 (cinco) anos a contar da data de entrada em
arquivados no registro de comércio juntamente com a ata vigor desta Lei, as participações recíprocas vedadas pelo
da assembleia que sobre eles deliberar. artigo 244 e seus parágrafos.
        § 1º A companhia deverá guardar os recibos de         § 4º As companhias existentes, cujo estatuto for
entrega dos anúncios de convocação e arquivar no re- omisso quanto à fixação do dividendo, ou que o estabele-
gistro de comércio, juntamente com a ata da assembleia, cer em condições que não satisfaçam aos requisitos do § 1º
cópia autenticada dos mesmos. do artigo 202 poderão, dentro do prazo previsto neste ar-
        § 2º Nas companhias de que trata este artigo, o tigo, fixá-lo em porcentagem inferior à prevista no § 2º do
pagamento da participação dos administradores poderá artigo 202, mas os acionistas dissidentes dessa deliberação
ser feito sem observância do disposto no § 2º do artigo terão direito de retirar-se da companhia, mediante reem-
152, desde que aprovada pela unanimidade dos acionis- bolso do valor de suas ações, com observância do disposto
tas. nos artigos 45 e 137.
        § 3º O disposto neste artigo não se aplica à         § 5º O disposto no artigo 199 não se aplica às
companhia controladora de grupo de sociedade, ou a ela reservas constituídas e aos lucros acumulados em balanços
filiadas. levantados antes de 1º de janeiro de 1977.
        § 6º O disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 237 não
CAPÍTULO XXVI se aplica às participações existentes na data da publicação
Disposições Transitórias desta Lei.
        Art. 297. As companhias existentes que tiverem
        Art. 295. A presente Lei entrará em vigor 60 (ses- ações preferenciais com prioridade na distribuição de di-
senta) dias após a sua publicação, aplicando-se, todavia, a videndo fixo ou mínimo ficarão dispensadas do disposto
partir da data da publicação, às companhias que se cons- no artigo 167 e seu § 1º, desde que no prazo de que trata
tituírem. o artigo 296 regulem no estatuto a participação das ações
        § 1º O disposto neste artigo não se aplica às dis- preferenciais na correção anual do capital social, com ob-
posições sobre: servância das seguintes normas:
        a) elaboração das demonstrações financeiras, que         I - o aumento de capital poderá ficar na dependên-
serão observadas pelas companhias existentes a partir do cia de deliberação da assembleia-geral, mas será obrigató-
exercício social que se iniciar após 1º de janeiro de 1978; rio quando o saldo da conta de que trata o § 3º do artigo
        b) a apresentação, nas demonstrações financeiras, 182 ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do capital social;
de valores do exercício anterior (artigo 176, § 1º), que será         II - a capitalização da reserva poderá ser procedida
obrigatória a partir do balanço do exercício social subse- mediante aumento do valor nominal das ações ou emissões
quente ao referido na alíne a anterior; de novas ações bonificadas, cabendo à assembleia-geral es-
        c) elaboração e publicação de demonstrações colher, em cada aumento de capital, o modo a ser adotado;
financeiras consolidadas, que somente serão obrigatórias         III - em qualquer caso, será observado o disposto
para os exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de no § 4º do artigo 17;
1978.         IV - as condições estatutárias de participação serão
        § 2º A participação dos administradores nos lucros transcritas nos certificados das ações da companhia.
sociais continuará a regular-se pelas disposições legais e         Art. 298. As companhias existentes, com capital
estatutárias em vigor, aplicando-se o disposto nos §§ 1º e inferior a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), po-
2º do artigo 152 a partir do exercício social que se iniciar derão, no prazo de que trata o artigo 296 deliberar, pelo
no curso do ano de 1977. voto de acionistas que representem 2/3 (dois terços) do
        § 3º A restrição ao direito de voto das ações ao capital social, a sua transformação em sociedade por quo-
portador (artigo 112) só vigorará a partir de 1 (um) ano a tas, de responsabilidade limitada, observadas as seguintes
contar da data em que esta Lei entrar em vigor. normas:

87
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

        I - na deliberação da assembleia a cada ação • FIPECAFI; e


caberá 1 (um) voto, independentemente de espécie ou • IBRACON.
classe; Em função das necessidades de:
        II - a sociedade por quotas resultante da trans- • convergência internacional  das normas contá-
formação deverá ter o seu capital integralizado e o seu beis (redução de custo de elaboração de relatórios con-
contrato social assegurará aos sócios a livre transferência tábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões,
das quotas, entre si ou para terceiros; redução de custo de capital);
        III - o acionista dissidente da deliberação da as- • centralização na emissão de normas dessa natu-
sembleia poderá pedir o reembolso das ações pelo valor reza (no Brasil, diversas entidades o fazem);
de patrimônio líquido a preços de mercado, observado o • representação e processo democráticos na pro-
disposto nos artigos 45 e 137; dução dessas informações (produtores da informação con-
        IV - o prazo para o pedido de reembolso será de tábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo).[
90 (noventa) dias a partir da data da publicação da ata da •
assembleia, salvo para os titulares de ações nominativas, Criação e Objetivo
que será contado da data do recebimento de aviso por Criado pela Resolução CFC nº  1.055/05, o CPC tem
escrito da companhia. como objetivo “o estudo, o preparo e a emissão de Pronun-
        Art. 299. Ficam mantidas as disposições sobre ciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e
sociedades por ações, constantes de legislação especial a divulgação de informações dessa natureza, para permitir
sobre a aplicação de incentivos fiscais nas áreas da SUDE- a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira,
NE, SUDAM, SUDEPE, EMBRATUR e Reflorestamento, bem visando à centralização e uniformização do seu processo de
como todos os dispositivos das Leis nºs. 4.131, de 3 de produção, levando sempre em conta a convergência da Con-
dezembro de 1962, e 4.390, de 29 de agosto de 1964. tabilidade Brasileira aos padrões internacionais”.
        Art. 299-A.  O saldo existente em 31 de dezem-
bro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não Características Básicas
puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá per- • O CPC é totalmente autônomo das entidades re-
manecer no ativo sob essa classificação até sua completa presentadas, deliberando por 2/3 de seus membros;
amortização, sujeito à análise sobre a recuperação de • O Conselho Federal de Contabilidade fornece a
que trata o § 3o do art. 183 desta Lei. (Incluído pela Lei nº estrutura necessária;
11.941, de 2009) • As seis entidades compõem o CPC, mas outras po-
        Art. 299-B.  O saldo existente no resultado de derão vir a ser convidadas futuramente;
exercício futuro em 31 de dezembro de 2008 deverá ser • Os membros do CPC, dois por entidade, na maio-
reclassificado para o passivo não circulante em conta ria Contadores, não auferem remuneração.
representativa de receita diferida. (Incluído pela Lei nº Além dos 12 membros atuais, serão sempre convida-
11.941, de 2009) dos a participar representantes dos seguintes órgãos:
        Parágrafo único.  O registro do saldo de que tra- • Banco Central do Brasil;
ta o caput deste artigo deverá evidenciar a receita diferida • Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
e o respectivo custo diferido. (Incluído pela Lei nº 11.941, • Secretaria da Receita Federal;
de 2009) • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
        Art. 300. Ficam revogados o Decreto-Lei n. 2.627, Outras entidades ou especialistas poderão ser convida-
de 26 de setembro de 1940, com exceção dos artigos 59 a dos. Poderão ser formadas Comissões e Grupos de Traba-
73, e demais disposições em contrário. lho para temas específicos.
        Brasília, 15 de dezembro de 1976; 155º da Inde-
pendência e 88º da República. Produtos do CPC:
ERNESTO GEISEL • Pronunciamentos Técnicos;
Mário Henrique Simonsen • Orientações; e
• Interpretações.
LEI Nº 6.404/1976: ALTERAÇÕES Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente
POSTERIORES, LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR submetidos a audiências públicas. As Orientações e Inter-
E PRONUNCIAMENTOS DO COMITÊ DE pretações poderão, também, sofrer esse processo.
PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC).
Estrutura
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi Assembléia dos Presidentes das Entidades
idealizado a partir da união de esforços e comunhão de • elegem os membros do CPC (representantes das
objetivos das seguintes entidades: seis entidades), com mandatos de quatro anos (exceto me-
• ABRASCA; tade dos primeiros membros, com dois anos);
• APIMEC NACIONAL; • podem, por 3/4 de seus membros, indicar outros
• BOVESPA; membros do CPC;
• Conselho Federal de Contabilidade; • podem alterar o Regimento Interno do CPC.

88
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Quatro Coordenadorias:
• de Operações;
• de Relações Institucionais;
• de Relações Internacionais;
• Técnica.
• PRONUNCIAMENTOS

Data Data
Documento Título
Aprovação Divulgação
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
CPC 00 02/12/2011 15/12/2011
Relatório Contábil-Financeiro
CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 06/08/2010 07/10/2010
Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de
CPC 02 03/09/2010 07/10/2010
demonstrações contábeis
CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa 03/09/2010 07/10/2010
CPC 04 Ativo Intangível 05/11/2010 02/12/2010
CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas 03/09/2010 07/10/2010
CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil 05/11/2010 02/12/2010
CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 05/11/2010 02/12/2010
Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e
CPC 08 03/12/2010 16/12/2010
Valores Mobiliários
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 30/10/2008 12/11/2008
CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 03/12/2010 16/12/2010
CPC 11 Contratos de Seguro 05/12/2008 17/12/2008
CPC 12 Ajuste a Valor Presente 05/12/2008 17/12/2008
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medida Provisória
CPC 13 05/12/2008 17/12/2008
nº. 449/08
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e
CPC 14
Evidenciação (Fase I) - Transformado em OCPC 03
CPC 15 Combinação de Negócios 03/06/2011 04/08/2011
CPC 16 Estoques 08/05/2009 08/09/2009
Contratos de Construção (revogado a partir de
CPC 17 19/10/2012 08/11/2012
1º/01/2018)
Investimento em Coligada, em Controlada e em
CPC 18 07/12/2012 13/12/2012
Empreendimento Controlado em Conjunto
CPC 19 Negócios em Conjunto 09/11/2012 23/11/2012
CPC 20 Custos de Empréstimos 02/09/2011 20/10/2011
CPC 21 Demonstração Intermediária 02/09/2011 20/10/2011
CPC 22 Informações por Segmento 26/06/2009 31/07/2009
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação
CPC 23 26/06/2009 16/09/2009
de Erro
CPC 24 Evento Subsequente 17/07/2009 16/09/2009
CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 26/06/2009 16/09/2009
CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis 02/12/2011 15/12/2011
CPC 27 Ativo Imobilizado 26/06/2009 31/07/2009
CPC 28 Propriedade para Investimento 26/06/2009 31/07/2009

89
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 07/08/2009 16/09/2009


CPC 30 Receitas (revogado a partir de 1º/01/2018) 19/10/2012 08/11/2012
Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
CPC 31 17/07/2009 16/09/2009
Descontinuada
CPC 32 Tributos sobre o Lucro 17/07/2009 16/09/2009
CPC 33 Benefícios a Empregados 07/12/2012 13/12/2012
CPC 34 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais (Não editado)
CPC 35 Demonstrações Separadas 31/10/2012 08/11/2012
CPC 36 Demonstrações Consolidadas 07/12/2012 20/12/2012
CPC 37 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade 05/11/2010 02/12/2010
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração
CPC 38 02/10/2009 19/11/2009
(revogado a partir de 1º/01/2018)
CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 02/10/2009 19/11/2009
CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação 01/06/2012 30/08/2012
CPC 41 Resultado por Ação 08/07/2010 06/08/2010
Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente
CPC 42
Inflacionária (Não editado)
CPC 43 Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 15 a 41 03/12/2010 16/12/2010
CPC 44 Demonstrações Combinadas 02/12/2011 02/05/2013
CPC 45 Divulgação de Participações em outras Entidades 07/12/2012 13/12/2012
CPC 46 Mensuração do Valor Justo 07/12/2012 20/12/2012
CPC 47 Receita de Contrato com Cliente 04/11/2016 22/12/2016
CPC 48 Instrumentos Financeiros 04/11/2016 22/12/2016
Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com
CPC PME 04/12/2009 16/12/2009
Glossário de Termos

12 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (APROVADOS PELO


CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC - POR MEIO DA RESOLUÇÃO
DO CFC Nº 750/1993, ATUALIZADA PELA RESOLUÇÃO CFC Nº 1.282/2010).

PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 

A  Resolução CFC 750/93, de 29 de dezembro de 1993 dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade
(PFC). 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais.
CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva
e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC n 530-81.

CAPÍTULO I
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por essa Resolução.
1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso
País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objetivo é o Patrimônio das
Entidades.

90
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilida- §1º A CONTINUIDADE influencia o valor econô-
de: mico dos Ativos e, em muitos casos, o valor ou o
I- o da ENTIDADE; vencimento dos Passivos, especialmente quando a
II- o da CONTINUIDADE; extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, pre-
III- o da OPORTUNIDADE; visto ou previsível. 
IV- o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;   § 2º A observância do Princípio da CONTINUI-
V- o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e DADE é indispensável à correta aplicação do Prin-
VI- o da PRUDÊNCIA cípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar
  diretamente à quantificação dos componentes patri-
PRINCÍPIO DA ENTIDADE moniais e à formação do resultado e de constituir
dado importante para aferir a capacidade futura de
Art. 4º   O Princípio da ENTIDADE reconhece o Pa- geração de resultado. 
trimônio como  objeto da Contabilidade e afirma a au- (Este princípio  favorece a avaliação monetária da
tonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de empresa, que ao ser iniciada, tem-se a ideia de Ter
um patrimônio particular no universo dos patrimônios duração indefinida, onde a mesma venha a efetuar
existentes, independentemente de pertencer a uma pes- grandes negócios construindo prédios , adquirindo
soa, um conjunto de pessoas, sociedade ou instituição nova tecnologia, contratando novos financiamentos
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lu- etc. Isto como se fosse para toda uma vida. 
crativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio Generalizando: esta empresa não esta ou foi cria-
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou pro- da pôr apenas um período específico de tempo, (mas
prietários, no caso de sociedade ou instituição.  sim pôr um período indefinido como o descrito acima).
Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à EN-
TIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
ou a agregação contábil de patrimônios autônomos
não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade
Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, si-
de natureza econômico-contábil. 
multaneamente, à tempestividade e à integridade do re-
Toda as Empresas, indivíduo, grupo de empresas,
gistro do patrimônio e das suas mutações, determinando
entidades, desde que efetuem movimentações quan-
que este seja feito de imediato e com a extensão correta,
tificáveis monetariamente e que haja necessidade em
independentemente das causas que as originaram. 
manter contabilidade, serão tratadas como entidade,
Parágrafo único. Como resultado da observância do
então neste caso, o supermercados Carone, o Boa Pra-
Princípio da OPORTUNIDADE:
ça, o boteco do seu João da esquina ( que precisa de
I-        desde que tecnicamente estimável, o registro
contabilidade) , serão Entidades Contábeis. Esta situa-
ção pode se aplicar também à pessoa física que tenha das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hi-
grandes movimentações e necessite manter contabili- pótese de somente existir razoável certeza de sua ocor-
dade.  rência;
Bem, agora que sabemos o que é uma entidade II-      o registro compreende os elementos quantita-
contábil, devemos saber como se aplica o Princípio da tivos e qualitativos, complementando os aspectos físicos 
Entidade.  Este tem como característica fundamental e monetários;
que os fatos da entidade não se misturem com a pessoa III-     o registro deve ensejar o reconhecimento uni-
dos sócios. Ex: A esposa de seu João ( aquele do  bote- versal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDA-
co), precisa consertar a TV, ela vai até o comércio do DE, em um período de tempo determinado, base neces-
mesmo, abre o caixa e pega o dinheiro para fazer tal sária para gerar informações úteis ao processo decisório
conserto, aí ela se lembra de pegar dinheiro para pagar da gestão.
a mensalidade da escola de seus 05 (cinco) filhos, pa-  
gar a C&A, e outras lojas. Já o seu João precisou com- PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
prar mercadorias acima de sua capacidade de capital,
ele sacou o seu cheque pessoal e bancou a compra de   Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser
tal mercadoria. Com estes dois fatos, caracteriza-se o registrados pelos valores originais das transações com
descumprimento do Princípio da Entidade, (onde os só- o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda
cios misturaram seus fatos pessoais e de descontroles do País, que serão mantidos na avaliação das variações
com a entidade). patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
  agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VA-
LOR ORIGINAL resulta:
Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, I-         a avaliação dos componentes patrimoniais
bem como sua vida definida ou provável, devem ser deve ser feita com base nos valores de entrada, conside-
consideradas quando da classificação e avaliação das rando-se como tais os resultantes do consenso com os
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. agentes externos ou da imposição destes;

91
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

II-      uma vez integrado no patrimônio, o bem, PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA


direito ou obrigação não poderão ter alterados seus  
valores intrínsecos, admitindo-se, tão somente, sua Art. 9º As receitas e despesas devem ser incluídas na
decomposição em, elementos e/ ou sua agregação, apuração do resultado do período em que ocorrerem,
parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; sempre simultaneamente quando se correlacionarem, in-
III-      o valor original será mantido enquanto o dependentemente de seu recebimento ou pagamento.
componente permanecer como parte do patrimônio, § 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando
inclusive quando da saída deste; as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento
IV-   Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo dire-
e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatí- trizes para classificação das mutações patrimoniais, resul-
veis entre si e complementares, dado que o primei- tantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
ro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de § 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e des-
entrada; pesas, quando correlatas, é consequência natural do res-
V-     O uso da moeda do País na tradução do va- peito ao período em que ocorrer sua geração.
lor dos componentes patrimoniais constitui impera-  § 3º As Receitas consideram-se realizadas:
tivo de homogeneização quantitativa dos mesmos.      I- nas transações com terceiros, quando estes efetua-
 Trata este princípio que: Os registros contábeis rem o pagamento ou assumirem compromisso firme de
sejam efetuados com base no valor de aquisição  do efetiva-lo, quer pela investidura na propriedade de bens
bem ou pelo preço de fabricação.  Seguindo este prin- anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição
cípio, caso uma empresa mude de contador ou pôr de serviços por esta prestados;
qualquer razão um outro contador venha a fazer al- II- quando da extinção, parcial ou total, de um passivo,
gum registro contábil de uma  empresa já em anda- qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento con-
mento, estes registros  ou estes valores com certeza comitante de um ativo de valor igual o maior;
iriam ser os mesmos, não havendo divergências.  III- pela geração natural de novos ativos independen-
Para que estes registros contábeis sejam demons- temente da intervenção de terceiros;
trados de forma a acompanhar desvalorizações de IV-   no recebimento efetivo de doações e subvenções. 
mercado (correção monetária), ou  que o valor re- § 4º Consideram-se incorridas as despesas:
gistrado esteja bem abaixo que o valor de mercado, I- quando deixar de existir o correspondente valor ati-
aplica-se então a correção monetária e a reavaliação. vo, por transferência de sua propriedade para terceiros;
  II- pela diminuição ou extinção do valor econômico de
PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA um ativo;
III-pelo surgimento de um passivo, sem corresponden-
  Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aqui- te ativo.
sitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos  
nos registros contábeis através do ajustamento da PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
expressão formal dos valores dos componentes pa-  
trimoniais. Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção
Parágrafo único. São resultantes da adoção do do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternati-
I-         a moeda, embora aceita universalmente vas igualmente válidas para a quantificação das mutações
como medida de valor, não representa unidade cons- patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
tante em termos do poder aquisitivo;   § 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da
II-       para que a avaliação do patrimônio possa hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando
manter os valores das transações originais (art. 7º), é se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos
necessário atualizar sua expressão formal em moeda demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
nacional, a fim de que permaneçam substantivamen-  § 2º Observando o disposto no art. 7º, o Princípio da
te corretos os valores componentes patrimoniais, e PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores,
por consequência, o do patrimônio líquido; constituindo-se ordenamento indispensável à correta apli-
III-      a atualização monetária não representa cação do Princípio da COMPETÊNCIA.
nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos  § 3º a APLICAÇÃO DO Princípio da PRUDÊNCIA ganha
valores originais para determinada data, mediante a ênfase quando, para definição dos valores relativos às va-
aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos riações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que en-
a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda volvem incertezas de grau variável.
nacional em um dado período.   (Quando falamos prudência estamos sendo conserva-
ATENÇÃO ( O ART. 446 DO RIR REVOGOU O USO dores, estamos falando de precavido, então toda informação
DA CORREÇÃO MONETÁRIA E VEDA A UTILIZAÇÃO passada a nossos clientes deve seguir este princípio do con-
DE QUALQUER SISTEMA DE CORREÇÃO MONETÁ- servadorismo, isto é, se vamos informar para os acionistas
RIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS) ou sócios alguma dívida a pagar e sabemos que esta dívida
  pode ser de 10.000,00 ( dez mil reis ), informamos para os

92
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

mesmos 13.000,00 (treze mil reais ). Se temos algo a Art. 3º Os arts. 5º, 6º, 7º, 9º e o § 1º do art. 10, da Re-
pagar e achamos que será 10.000,00 ( dez mil reais ), solução CFC n.º 750/93, passam a vigorar com as seguintes
informamos que o pagamento será 13.000,00 ( treze redações:
mil reais ) isto é , estamos nos precavendo de passar
valores para nossos acionistas e damos uma margem “Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a
um pouco acima pois caso haja algum erro nas previ- Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a
sões, não teríamos que retornar aos mesmos e dizer mensuração e a apresentação dos componentes do patri-
que erramos nos cálculos. Será que poderíamos deixar mônio levam em conta esta circunstância.
a nossa empresa com um contador que erra assim os
cálculos?. Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao proces-
so de mensuração e apresentação dos componentes patri-
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE moniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestivi-
RESOLUÇÃO CFC N.º 1.282/10 dade na produção e na divulgação da informação contábil
Atualiza e consolida dispositivos da Resolução pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é neces-
CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fun- sário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabi-
damentais de Contabilidade. lidade da informação.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no
exercício de suas atribuições legais e regimentais, Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original de-
CONSIDERANDO que, por conta do processo de termina que os componentes do patrimônio devem ser
convergência às normas internacionais de contabili- inicialmente registrados pelos valores originais das transa-
dade, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a ções, expressos em moeda nacional.
NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser uti-
Apresentação das Demonstrações Contábeis, que dis- lizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tem-
cute a aplicabilidade dos Princípios Fundamentais de po, de diferentes formas:
Contabilidade contidos na Resolução CFC n.º 750/93; I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos va-
CONSIDERANDO a necessidade de manutenção lores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes
da Resolução CFC n.º 750/93, que foi e continua sen- de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entre-
do referência para outros organismos normativos e gues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são
reguladores brasileiros; registrados pelos valores dos recursos que foram recebi-
CONSIDERANDO a importância do conteúdo dou- dos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias,
trinário apresentado na Resolução CFC n.º 750/93, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
que continua sendo, nesse novo cenário convergido, serão necessários para liquidar o passivo no curso normal
o alicerce para o julgamento profissional na aplicação das operações; e
das Normas Brasileiras de Contabilidade; II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao
CONSIDERANDO que, para assegurar a adequada patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos,
aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade à podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
luz dos Princípios de Contabilidade, há a necessidade a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos
de harmonização dos dois documentos vigentes (Re- valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam
solução CFC n.º 750/93 e NBC T 1); de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fos-
CONSIDERANDO que, por conta dessa harmoni- sem adquiridos na data ou no período das demonstrações
zação, a denominação de Princípios Fundamentais de contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em
Contabilidade deva ser alterada para Princípios de caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se-
Contabilidade, visto ser suficiente para o perfeito en- riam necessários para liquidar a obrigação na data ou no
tendimento dos usuários das demonstrações contá- período das demonstrações contábeis;
beis e dos profissionais da Contabilidade, b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valo-
res em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam
RESOLVE: ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passi-
vos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
Art. 1º Os “Princípios Fundamentais de Contabi- caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para
lidade (PFC)”, citados na Resolução CFC n.º 750/93, liquidar as correspondentes obrigações no curso normal
passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade das operações da Entidade;
(PC)”. c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor
presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de
Art. 2º O “CONSIDERANDO” da Resolução CFC n.º caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal
750/93 passa a vigorar com a seguinte redação: das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo
“CONSIDERANDO a necessidade de prover funda- valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida
mentação apropriada para interpretação e aplicação de caixa que se espera seja necessário para liquidar o pas-
das Normas Brasileiras de Contabilidade,” sivo no curso normal das operações da Entidade;

93
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser tro- EXERCÍCIO
cado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 1. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA CONTABILIDA-
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do DE/2010) O princípio contábil que se relaciona diretamen-
poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconheci- te à quantificação dos componentes patrimoniais e à for-
dos nos registros contábeis mediante o ajustamento da ex- mação do resultado, além de constituir dado importante
pressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. para aferir a capacidade futura de geração de resultados é
§ 2º São resultantes da adoção da atualização mone- o Princípio
tária: (A) da Continuidade.
I – a moeda, embora aceita universalmente como me- (B) do Registro pelo valor original.
dida de valor, não representa unidade constante em ter- (C) da Oportunidade.
mos do poder aquisitivo; (D) da Entidade.
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter (E) da Prudência.
os valores das transações originais, é necessário atualizar
sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que 2. (ISS-RJ / 2010) Assinale abaixo a única opção que
permaneçam substantivamente corretos os valores dos contém uma afirmativa falsa.
componentes patrimoniais e, por consequência, o do Pa- a) A finalidade da Contabilidade é assegurar o controle
trimônio Líquido; e do patrimônio administrado e fornecer informações sobre
III – a atualização monetária não representa nova ava- a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre
liação, mas tão somente o ajustamento dos valores origi- o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela
nais para determinada data, mediante a aplicação de inde- entidade para alcançar seus fins.
xadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do b) A Contabilidade pode ser conceituada como sendo
poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.” “a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fa-
tos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucra-
(...) tivos ou não”.
c) Pode-se dizer que o campo de aplicação da Contabi-
“Art. 9º O Princípio da Competência determina que os lidade é a entidade econômico-administrativa, seja ou não
efeitos das transações e outros eventos sejam reconheci- de fins lucrativos.
dos nos períodos a que se referem, independentemente do d) O objeto da Contabilidade é definido como o con-
recebimento ou pagamento. junto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma enti-
dade econômico-administrativa.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressu- e) Enquanto a entidade econômico-administrativa é o
põe a simultaneidade da confrontação de receitas e de objeto da Contabilidade, o patrimônio é o seu campo de
despesas correlatas.” aplicação.

Art. 10. (...) 3. (AFC 2008 – ESAF) Em relação ao patrimônio de


uma empresa e às diversas situações patrimoniais que
“Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o pode assumir de acordo com a equação fundamental do
emprego de certo grau de precaução no exercício dos jul- patrimônio, indique a opção incorreta.
gamentos necessários às estimativas em certas condições a) A empresa tem passivo a descoberto quando o Ativo
de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam é igual ao Passivo menos a Situação Líquida.
superestimados e que passivos e despesas não sejam su- b) A Situação Líquida negativa acontece quando o total
bestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo do Ativo é menor que o passivo exigível.
de mensuração e apresentação dos componentes patrimo- c) Na constituição da empresa, o Ativo menos o Passivo
niais.” Exigível é igual a zero.
d) A situação em que o Passivo mais o Ativo menos a
Art. 4º Ficam revogados o inciso V do art. 3º, o art. 8º Situação Líquida é igual a zero é impossível de acontecer.
e os §§ 2º e 3º do art. 10, da Resolução CFC n.º 750/93, e) A Situação Líquida é positiva quando o Ativo é maior
publicada no D.O.U., Seção I, de 31.12.93; a Resolução CFC que o Passivo Exigível.
n.o 774/94, publicada no D.O.U., Seção I, de 18/1/95, e a
Resolução CFC n.o 900/01, publicada no D.O.U., Seção I, 4. (AFC 2008 – ESAF) Ao longo da existência de uma
de 3/4/01. entidade, vários fatos podem acontecer e que refletem no
patrimônio desta de forma positiva ou negativa. Em rela-
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua ção aos fatos contábeis e suas respectivas variações no pa-
publicação. trimônio, julgue os itens que se seguem e marque a opção
incorreta.
Brasília, 28 de maio de 2010. a) A Insubsistência Passiva acontece quando algo que
deixou de existir provocou efeito negativo no patrimônio
da entidade.

94
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

b) Quando ocorre uma Superveniência Passiva, a Si- Contas:


tuação Líquida diminui. (a) custos de serviços prestados.
c) As Superveniências provocam sempre um aumento (b) custos dos produtos vendidos.
do passivo ou do ativo. (c) custos das mercadorias vendidas. x
d) O desaparecimento de um bem é um exemplo de (d) custo de produção.
Insubsistência do Passivo. (e) N.D.A.
e) Toda Insubsistência do Passivo é uma Insubsistên-
cia Ativa. 10. Plano de Contas para a Contabilidade é:
(a) indispensável.
5. (ATRFB / 2009 / ESAF) Determinada empresa, (b) dispensável.
cujo exercício social coincide com o ano-calendário, pa- (c) optativo.
gou a quantia de R$ 1.524,00 de prêmio de seguro contra (d) facultativo.
incêndio no dia 30 de setembro de 2007. (e) N.D.A.
A apólice pertinente a essa transação cobre riscos
durante o período de primeiro de outubro de 2007 a 30 11. Duplicatas a receber pode ser entendido como:
de setembro de 2008. Considerando o princípio da com- (a) contas a receber.
petência de exercícios, o Contador da empresa registrou (b) clientes.
o pagamento dos gastos na conta Seguros a Vencer. No (c) valores a receber.
balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2007, após as (d) todas são verdadeiras x.
apropriações de praxe, o saldo desta conta, “Seguros a (e) N.D.A.
Vencer”, deverá ser de:
a) R$ 1.260,00. 12. Compra de veículos a vista:
b) R$ 381,00. (a) aumenta Caixa, diminui Veículos.
c) R$ 1.055,00. (b) aumenta Caixa, aumenta Veículos.
d) R$ 1.172,20. (c) diminui Caixa, diminui Veículos.
e) R$ 1.143,00. (d) aumenta Veículos, diminui Caixa. x
(e) N.D.A.
6. Assinale a alternativa em que contem somente
elementos da Demonstração do Resultado do Exercício 13. Compra de móveis e utensílios a prazo:
(DRE): (a) aumenta Móveis e Utensílios, diminui Caixa.
a) Lucro ou prejuízo, despesas com vendas, despesas (b) aumenta Móveis e Utensílios, aumenta Contas a
financeiras, receitas de vendas, receitas de serviços. Pagar. x
a) Lucro ou prejuízo, caixa, fornecedores, receitas de (c) diminui Contas a Pagar, aumenta Móveis e Uten-
vendas, receitas de serviços. sílios.
c) Ajuste de avaliações patrimoniais, custo das mer- (d) aumenta Móveis e Utensílios, aumenta Capital.
cadorias, deduções das vendas, intangível. (e) N.D.A.
d) Receita de vendas, receitas de serviços, ativo circu-
lante, custos das vendas, imobilizado. 14. Capital subscrito é: (Subscrito em contrato : valor
e) Todas as alternativas estão corretas. do capital que os proprietários se responsabilizam a conce-
der a empresa)
7. Sabe-se que a empresa “Vende Tudo” efetuou a (a) integralizado.
compra de um veículo com pagamento sendo metade a (b) realizado.
vista e metade com duplicatas. O lançamento referente a (c) indefinido. x
esta situação será: (d) comprometido.
a) D- Caixa, D-Veículos, C- Duplicatas a pagar. (e) N.D.A.
b) D- Veículos, C-Caixa, C- Duplicatas a pagar.
c) D- Duplicatas a pagar, D- Veículos, C- Caixa 15. A compra de um veículo por $ 10.000, sendo 50%
d) D- Caixa, D- Duplicatas a pagar, C- Veículos de entrada e o restante em 10 prestações:
e) D- Caixa, C- Veículos, C-Contas a pagar. (a) aumenta em $ 10.000 o ativo e $ 10.000 o passivo.
(b) aumenta em $ 5.000 o ativo e $ 5.000 o passivo. x
8. Qual a equação que define corretamente o Patri- (c) aumenta em $ 10.000 o ativo e $ 5.000 o passivo.
mônio Líquido: (d) aumenta em $ 5.000 o ativo e $ 10.000 o passivo.
a) Bens – diretos – obrigações (e) N.D.A.
b) Bens – direitos + obrigações
c) Bens + direitos + obrigações
d) Bens + direitos – obrigações
e) Nenhum das alternativas

9. Numa empresa comercial, teremos, em seu Plano de

95
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

GABARITO E XE RCÍCIOS COMPL E ME NTARE S


L í ngua Por t uguesa
1 A
2 E
0 1 -) ( P O D E R J U D I C I Á R I O – S T F – T É C N I -
3 C
C O J U D I C I Á R I O - C E S P E /2 0 1 3 ) O empre g o d o
4 D
acento gráfi co nos vocábul os “ própr i o” e “d e -
5 E corrênci a” atende à mesma regra de ac e n tu a -
6 A ção gráfi ca.
7 B ( ) Cer to
8 D ( ) E rrado
9 C
10 A Pr ópri o = par oxí tona termi nada em di to n go /
11 D decorrênci a = paroxí tona termi nada em di to n go
12 D
13 B RESPOSTA: “C E RTO ”.
14 C
15 B 0 2 -) ( D E T R A N / S E – V I S TO R I A D O R D E
T R Â N S I TO – F U N C A B /2 0 1 0 ) Nos t recho s a ba i -
xo, as duas ocorrênci as do verbo enco n tr a m -
-se f l exi onadas, respect i vamente, nos m o d o s :
Sej am o s sensato s, leito r, tem cabimento i n -
ger ir uma dro ga que altera o s ref lexos m o to-
res...”
“Ainda que vo cê não sej a r idículo a po nto
de af ir mar que dir ige m elho r quando b ebe. . .”
A) i ndi cat i vo e subj unt i vo.
B) subj unt i vo e i mperat i vo.
C) i ndi cat i vo e i mperat i vo.
D) i mperat i vo e subj unt i vo.
E ) i mperat i vo e i ndi cat i vo.

No pr i mei ro per í odo há um consel ho (o u u m a


ordem), por tanto, modo Imperati vo; no se gu n-
do, há uma hi pótese = modo Subj unti vo (qu e e u
sej a, que tu sej as, que el e sej a...).

RESPOSTA: “D ”.

0 3 -) ( D E T R A N / S E – V I S TO R I A D O R D E
T R Â N S I TO – F U N C A B / 2 0 1 0 ) M arque a opção
que completa, correta e respectivamente, as
lacunas da frase abaixo.
____ habilidade do motorista ao volante
deve estar associada ___ obediência ___ leis de
trânsito.
A) À- a - às.
B) A- à - às.
C) À- a - as.
D) A- a - as.
E) A- à - as.

A habilidade do motorista ao volante deve es-


tar associada à obediência às leis de trânsito.
(artigo + substantivo) (regência
verbal pede preposição, em ambos os casos)

RESPOSTA: “B”.

96
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

04-) (STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE/2013 07-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS –


- ADAPTADA) Na oração “guiava-me a promessa do li- TÉCNICO FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma
vro”, o pronome “me” exerce a função de complemento variante igualmente correta do termo “autópsia” é
da forma verbal “guiava”. autopsia.
( ) Certo ( ) Certo
( ) Errado ( ) Errado

guiava-me a promessa do livro = a promessa do livro autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia
guiava “eu”, “guiava a mim”, guiava-me (fonte: http://www.academia.org.br/abl/
cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23)
RESPOSTA: “CERTO”.
RESPOSTA: “CERTO”.
05-) (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/MG
– TÉCNICO NÍVEL SUPERIOR – INFORMÁTICA – FU- 08-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS –
MARC/2014) Na frase “Pelo menos 4,7 milhões de apo- TÉCNICO FORENSE - CESPE/2013) A concisão, uma
sentados e pensionistas têm pouco mais de um mês para das qualidades essenciais ao texto oficial, para a qual
recadastrar a senha bancária”, o acento gráfico do ver- concorrem o domínio do assunto tratado e a revisão
bo “ter” se justifica pela seguinte regra: textual, consiste em se transmitir, no texto escrito, o
(A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plu- máximo de informações empregando-se um mínimo
ral do presente do indicativo do verbo “ter”. de palavras.
(B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assu- ( ) Certo
me a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do ( ) Errado
plural.
(C) O acento circunflexo é empregado para marcar É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele
a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”.
do plural.
(D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas RESPOSTA: “CERTO”.
quando empregadas na terceira pessoa do plural.
09-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉC-
(A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural NICO FORENSE - CESPE/2013) Na parte superior do
do presente do indicativo do verbo “ter”. ofício, do aviso e do memorando, antes do assunto,
(B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume devem constar o nome e o endereço da autoridade a
a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do plural. quem é direcionada a comunicação.
(que eles tenham) ( ) Certo
(C) O acento circunflexo é empregado para marcar a ( ) Errado
oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do
plural. O aviso, o ofício e o memorando devem
3ª pessoa do singular = ele tem / 2ª pessoa do plural conter as seguintes partes:
= vós tendes a) tipo e número do expediente, seguido
(D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando da sigla do órgão que o expede:
empregadas na terceira pessoa do plural. b) local e data em que foi assinado, por
“Tem” não é oxítona, mas sim, monossílaba. As pala- extenso, com alinhamento à direita:
vras oxítonas recebem acento apenas quando terminadas c) assunto: resumo do teor do documento
em “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”. d) destinatário: o nome e o cargo da pes-
soa a quem é dirigida a comunicação. No
RESPOSTA: “A”. caso do ofício deve ser incluído também o
endereço.
06-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉC- e) texto;
NICO FORENSE - CESPE/2013) As palavras “patrimô- f) fecho;
nio” e “convivência” acentuam-se segundo a mesma g) assinatura do autor da comunicação;
regra ortográfica. e
( ) Certo h) identificação do signatário
( ) Errado (Fonte: http://webcache.googleuser-
content.com/search?q=cache:omaLJnt2Ut-
Patrimônio = paroxítona terminada em ditongo / con- QJ:www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
vivência = paroxítona terminada em ditongo Manual_Rich_RedPR2aEd.rtf+&cd=1&hl=p-
t-BR&ct=clnk&gl=br)
RESPOSTA: “CERTO”.
RESPOSTA: “ERRADO”.

97
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

10-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, IN- e de literatura


DÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉC- A esperança vem do sul
NICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Vem de mansinho
Excelência deve estar satisfeita com os resultados das contagiosa e sutil
negociações”, o adjetivo estará corretamente emprega- vem no café que produzimos
do se dirigido a ministro de Estado do sexo masculino, vem nas indústrias que criamos
pois o termo “satisfeita” deve concordar com a locução A esperança vem do sul
pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. do coração calmo de São Paulo
( ) Certo É preciso ter caridade
( ) Errado e ter carinho
perdoar o ódio que nos cerca
Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femini- que nos veste
no (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo e trabalhar para os irmãos pobres...
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira como tratar a (Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro,
autoridade, não regendo as demais concordâncias. 1972)

RESPOSTA: “ERRADO”. 13-) ( POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE


JANEIRO – OFICIAL DE CARTÓRIO – IBFC/2013)
11-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO Nos versos “A esperança vem do sul” e “Vem de
TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada) A correção gra- mansinho”, um mesmo verbo relaciona-se com ter-
matical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas mos distintos. Sobre a análise sintático-semântica
e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria desses dois termos destacados, é correto afirmar
prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a que:
palavra “vinhos”. a) o primeiro é objeto indireto e expressa a
( ) Certo ideia de lugar.
( ) Errado b) o segundo é complemento nominal e indica
modo.
Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, c) ambos são objetos indiretos de mesmo valor
a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do su- semântico.
jeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre d) ambos são adjuntos adverbiais com valores
pontuações. Exemplo: O Rio de Janeiro, cidade maravilho- semânticos distintos.
sa (1), está em festa! Os meninos, ansiosos (2), chegaram! e) o segundo é objeto indireto e indica modo.
“A esperança vem do sul” e “Vem de mansinho” =
RESPOSTA: “CERTO”. o verbo “vir” é intransitivo, não exige complemento.
Portanto, os termos que o seguem são adjuntos ad-
12-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO verbiais. No primeiro caso, dá-nos sentido de lugar;
TRABALHO – CESPE/2014) O emprego do acento gráfi- no segundo, de modo.
co em “incluíram” e “número” justifica-se com base na
mesma regra de acentuação. RESPOSTA: “D”.
( ) Certo
( ) Errado 14-) ( POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO – OFICIAL DE CARTÓRIO – IBFC/2013)
Incluíram = regra do hiato / número = proparoxítona As reticências empregadas, no último verso, cum-
prem a seguinte função:
RESPOSTA: “ERRADO”. a) indicar uma noção enumerativa, de continui-
dade, como se além dos irmãos pobres houvesse
(POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO outros.
– OFICIAL DE CARTÓRIO – IBFC/2013 - ADAPTADA) b) indicar que parte do poema foi suprimida.
Leia o poema para responder às questões 13 e 14. c) revelar uma incerteza por parte do eu-lírico.
Fé - Esperança - Caridade d) mostrar que se trata de uma opinião com-
(Sérgio Milliet) partilhada por muitos.
e) suspender a ideia promovendo uma reflexão
É preciso ter fé nesse Brasil no leitor.
nesse pau-brasil O uso das reticências serve para “deixar algo no
nessas matas despovoadas ar”, não terminar o pensamento.
nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé RESPOSTA: “E”.
Nesse norte de secas

98
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

15-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JA- adora danone. (= Minha filha adora o iogurte
NEIRO – OFICIAL DE CARTÓRIO – IBFC/2013) Assinale que é da marca Danone.)
a alternativa em que o vocábulo “a”, destacado nas op-
ções abaixo, seja exclusivamente um artigo. (Fonte: http://www.soportugues.com.br/
a) “conta a um jornal sua conversa com um índio secoes/estil/estil3.php)
jivaro,”
b) “desses que sabem reduzir a cabeça de um mor- RESPOSTA: D
to”
c) “Queria assistir a uma dessas operações” 18-) (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJE-
d) “ele tinha contas a acertar com um inimigo” TOS/2013) “Agora compreendo o entusiasmo de gente
e) “uma viagem de exploração à América do Sul” como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem
a sua vida profissional em antes dele e depois dele”.
a) “conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro” Nesse segmento, cinco termos estabelecem a coesão
conta o quê? – sua conversa (objeto direto) a quem? – textual. Assinale a alternativa em que a referência coe-
a um jornal (objeto indireto, com preposição) siva é adequada.
b) “desses que sabem reduzir a cabeça de um morto” (A) “Gente” se refere a termos futuros da progres-
reduzir o quê? – a cabeça de um morto (objeto direto, são textual.
sem preposição) (B) O pronome relativo “que” se refere a Fernando
c) “Queria assistir a uma dessas operações” Sabino.
assistir – no sentido de presenciar – pede preposição (C) O possessivo “sua” se refere a “Fernando Sabi-
d) “ele tinha contas a acertar com um inimigo” no”.
a = para / preposição (D) Os dois pronomes “ele” não se referem ao mes-
e) “uma viagem de exploração à América do Sul” mo antecedente.
para a = à / preposição (E) Todos os termos coesivos se referem a termos
anteriormente expressos.
RESPOSTA: “B”.
(A) “Gente” se refere a termos futuros da progressão
16-) (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJE- textual.
TOS/2013) “Sinto falta do papel e da fiel Bic, sempre (B) O pronome relativo “que” se refere a Fernando Sa-
pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que bino.= (a Fernando Sabino e a Millôr)
faltou na hora...”. (C) O possessivo “sua” se refere a “Fernando Sabino”..=
Assinale a alternativa em que a substituição da for- (a Fernando Sabino e a Millôr)
ma reduzida sublinhada foi feita de forma adequada. (D) Os dois pronomes “ele” não se referem ao mesmo
(A) que se insera. antecedente.
(B) que se inserte. (E) Todos os termos coesivos se referem a termos an-
(C) que se insira. teriormente expressos. (vide a alternativa A, por exemplo)
(D) que se enserisse.
(E) que se insertasse. RESPOSTA: “A”.

A forma reduzida de infinitivo pode ser substituída 19-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRA-
pela forma: “pronta a que se insira” (modo Subjuntivo). BALHO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que
a frase – O Alaga SP mostra os alagamentos ativos a
RESPOSTA: “C”. partir de informações da prefeitura. – está corretamen-
te reescrita, no que se refere às regras de pontuação do
17-) (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJE- português padrão.
TOS/2013) “Sinto falta do papel e da fiel Bic” Nesse (A) O Alaga SP mostra a partir de informações da
segmento, o cronista emprega o nome de uma marca prefeitura, os alagamentos ativos.
em lugar de “caneta esferográfica”, caracterizando uma (B) O Alaga SP mostra, a partir de informações da
figura de linguagem denominada prefeitura os alagamentos ativos.
(A) metáfora. (C) O Alaga SP a partir de informações da prefeitu-
(B) hipérbole. ra, mostra os alagamentos ativos.
(C) eufemismo. (D) O Alaga SP, a partir de informações da prefeitu-
(D) metonímia. ra mostra os alagamentos ativos.
(E) antítese. (E) A partir de informações da prefeitura, o Alaga
SP mostra os alagamentos ativos.
Metonímia: A metonímia consiste em em-
pregar um termo no lugar de outro, havendo Apontei com (X) as inadequações (falta de pontuação
entre ambos estreita afinidade ou relação de ou lugar indevido):
sentido. (...) Marca pelo produto: Minha filha

99
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

(A) O Alaga SP mostra (X) a partir de informações da Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui.
prefeitura, os alagamentos ativos. Passarei as férias lá, onde, à beira das lagoas ver-
(B) O Alaga SP mostra, a partir de informações da pre- des e azuis, o silêncio cresce como um bosque.
feitura (X) os alagamentos ativos. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo os
(C) O Alaga SP (X) a partir de informações da prefeitura, pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça
mostra os alagamentos ativos. à janela a namorar um moço na outra janela de
(D) O Alaga SP, a partir de informações da prefeitura outra ilha.
(X) mostra os alagamentos ativos.
(E) A partir de informações da prefeitura, o Alaga SP (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
mostra os alagamentos ativos Adaptado)
*fissuras: fendas, rachaduras
RESPOSTA: “E”.
21-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO
20- ) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRA- TRABALHO – VUNESP/2013) No primeiro pará-
BALHO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que grafo, ao descrever a maneira como se preparam
a concordância está de acordo com a norma-padrão da para suas férias, a autora mostra que seus amigos
língua. estão
(A) Muitos motoristas, em São Paulo, dirige falando (A) serenos.
ao celular. (B) descuidados.
(B) Equipamentos como o celular devem ser evita- (C) apreensivos.
do por muitos fatores. (D) indiferentes.
(C) Todos os anos, é aplicado milhares de multas (E) relaxados.
pelo uso do celular ao volante. “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras
(D) Motoristas em todo o país já tiveram suas habi- soltas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de
litações suspensas devido ao uso do celular. bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as bar-
(E) As multas e os pontos na habilitação são recur- reiras...” = pensar nessas coisas, certamente, deixa-os
sos que, de modo geral, reduz o número de infrações. apreensivos.
(A) Muitos motoristas, em São Paulo, dirige (dirigem)
falando ao celular. RESPOSTA: “C”.
(B) Equipamentos como o celular devem ser evitado
(evitados) por muitos fatores. 22-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO
(C) Todos os anos, é (são) aplicado (aplicadas) milhares TRABALHO – VUNESP/2013) De acordo com o
de multas pelo uso do celular ao volante. texto, pode-se afirmar que, assim como seus ami-
(D) Motoristas em todo o país já tiveram suas habilita- gos, a autora viaja para
ções suspensas devido ao uso do celular. (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
(E) As multas e os pontos na habilitação são recursos (B) escapar do lugar em que está.
que, de modo geral, reduz (reduzem) o número de infra- (C) reencontrar familiares queridos.
ções. (D) praticar esportes radicais.
(E) dedicar-se ao trabalho.
RESPOSTA: ‘D”.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = res-
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- posta da própria autora!
LHO – VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para
responder às questões de números 21 a 23. RESPOSTA: “B”.

Férias na Ilha do Nanja 23-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lu-


Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando gar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o si-
as malas nos seus carros, olhando o céu para verem que lêncio cresce como um bosque” (último parágrafo),
tempo faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pe- a autora sugere que viajará para um lugar
dras soltas, fissuras* – sem falar em bandidos, milhões (A) repulsivo e populoso.
de bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as bar- (B) sombrio e desabitado.
reiras... (C) comercial e movimentado.
Meus amigos partem para as suas férias, cansados (D) bucólico e sossegado.
de tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da (E) opressivo e agitado.
contramão; enfim, cansados, cansados de serem obri-
gados a viver numa grande cidade, isto que já está sen- Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de
do a negação da própria vida. ruim.
E eu vou para a Ilha do Nanja.
RESPOSTA: “D”.

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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

24-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO 27-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MI-


TRABALHO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa NAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA
em que o acento indicativo de crase está emprega- CIVIL - FUMARC/2013) “Paciência, minha filha, este é
do corretamente. apenas um ciclo econômico e a nossa geração foi esco-
(A) Quero ir à esta praia que vi no seu álbum de lhida para este vexame, você aí desse tamanho pedindo
fotografias; onde fica? esmola e eu aqui sem nada para te dizer, agora afasta
(B) Os namorados foram à alguma praia do lito- que abriu o sinal.”
ral norte de São Paulo. No período acima, as vírgulas foram empregadas
(C) Minha família foi à uma cidadezinha no in- em “Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar
terior de Santa Catarina. (A) aposto.
(D) A moça desejava ir à famosa Ilha de Itama- (B) vocativo.
racá, em Pernambuco. (C) adjunto adverbial.
(E) Eu quero ir à qualquer lugar de onde possa (D) expressão explicativa.
ver o mar.
Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para
(A) Quero ir à esta praia = a esta (pronome de- se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
monstrativo)
(B) Os namorados foram à alguma =a alguma (pro- RESPOSTA: “B”.
nome indefinido)
(C) Minha família foi à uma = a uma (artigo inde- 28-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MI-
finido) NAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CI-
(D) A moça desejava ir à famosa = (ir a algum lu- VIL - FUMARC/2013) Sobre a Redação Oficial, NÃO é
gar) correto afirmar que
(E) Eu quero ir à qualquer a qualquer (pronome (A) exige emprego do padrão formal de linguagem.
indefinido) (B) deve permitir uma única interpretação e ser es-
tritamente impessoal.
RESPOSTA: “D”. (C) sua finalidade básica é comunicar com impes-
soalidade e máxima clareza.
25-) (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – ANALIS- (D) dispensa a formalidade de tratamento, uma vez
TA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CESPE/2013 - que o comunicador e o receptor são o Serviço Público.
ADAPTADA ) A correção do texto seria mantida
caso o pronome “se”, em vez de anteceder, passas- (A) exige emprego do padrão formal de linguagem.
se a ocupar a posição imediatamente posterior ao (B) deve permitir uma única interpretação e ser estrita-
verbo: devido ao fato de ela distanciar-se. mente impessoal.
( ) Certo (C) sua finalidade básica é comunicar com impessoali-
( ) Errado dade e máxima clareza.
(D) dispensa a formalidade de tratamento, uma vez
O verbo “distanciar” pode ser conjugado na forma que o comunicador e o receptor são o Serviço Público.=
pronominal, portanto admite a construção ela distan- incorreta
ciar-se.
As comunicações oficiais devem ser sem-
RESPOSTA: “CERTO”. pre formais, isto é, obedecem a certas regras
de forma: além das (...) exigências de impes-
26-) (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – ANALIS- soalidade e uso do padrão culto de linguagem,
TA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CESPE/2013 - é imperativo, ainda, certa formalidade de
ADAPTADA) O emprego do sinal indicativo de cra- tratamento. Não se trata somente da eterna
se na expressão “ respeito ao controle e à vigilância dúvida quanto ao correto emprego deste ou
dos comportamentos humanos” é facultativo. daquele pronome de tratamento para uma
( ) Certo autoridade de certo nível (...); mais do que isso,
( ) Errado a formalidade diz respeito à polidez, à civili-
dade no próprio enfoque dado ao assunto do
A regência nominal de “respeito” exige comple- qual cuida a comunicação.
mento com preposição. Se retirarmos o acento grave, (Fonte: http://www.planalto.gov.br/cci-
“a vigilância” passaria a exercer outra função sintática vil_03/manual/manual.htm_)
(sujeito, por exemplo).
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “ERRADO”.

101
NOÇÕES DE CONTABILIDADE

29-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MI- b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Hu-
NAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA manos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de
CIVIL - FUMARC/2013 - adaptada) “Na revisão de um zelar pela manutenção dos Direitos Humanos.
expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil c) A comunidade internacional trata os direitos hu-
compreensão por seu destinatário. O que nos parece manos de forma global, justa e equitativa, em pé de
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio igualdade e com a mesma ênfase.
que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência d) A maior parte dos países compreende que o di-
de nossa experiência profissional muitas vezes faz com reito ao trabalho é de vital importância para o desen-
que os tomemos como de conhecimento geral, o que volvimento de povos e nações.
nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclare- e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
ça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e 1993, reconhece uma série de direitos fundamentais,
abreviações e os conceitos específicos que não possam como o direito ao desenvolvimento.
ser dispensados.”
Sublinhei os termos que se relacionam, justificando a
(Manual de Redação Oficial da Presidência da Repú- concordância verbal:
blica. p. 14). a) Para promover os direitos humanos, a consolidação
da democracia em todos os países é extremamente neces-
Sobre a Redação Oficial, pode-se concluir que sária.
(A) a concisão de um texto está relacionada ao grau b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Huma-
de especificação dos termos. nos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de zelar
(B) a padronização de termos e conceitos viabiliza a pela manutenção dos Direitos Humanos.
uniformidade dos documentos. c) A comunidade internacional trata os direitos huma-
(C) a revisão possibilita a substituição de termos, nos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade
muitas vezes, desconhecidos pelo leitor. e com a mesma ênfase.
(D) claro é o texto que exige releituras mais apro- d) A maior parte dos países compreende (ou “com-
fundadas. preendem” = facultativo; tanto concorda com “a maior par-
Através da leitura do excerto e das próprias alternati- te” quanto com “países”) que o direito ao trabalho é de vi-
vas, chegamos à conclusão de que um texto, principalmen- tal importância para o desenvolvimento de povos e nações.
te oficial, deve priorizar a revisão. e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, como
RESPOSTA: “C”. o direito ao desenvolvimento.

30-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MI- RESPOSTA: “D”.


NAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CI-
VIL - FUMARC/2013) Considerando o padrão culto da
Língua Portuguesa, a regência verbal NÃO está correta
na frase:
(A) O cargo a que aspiro é muito disputado.
(B) O filme que assisti é francês.
(C) A rua em que moro é asfaltada.
(D) O restaurante em que eu comia no tempo de
colégio foi fechado.

(A) O cargo a que aspiro é muito disputado.


(B) O filme que assisti é francês. = a que (ou ao qual)
(C) A rua em que moro é asfaltada.
(D) O restaurante em que eu comia no tempo de colé-
gio foi fechado.

RESPOSTA: “B”.

31-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –


FCC/2012) O verbo flexionado no singular que também
pode ser corretamente flexionado no plural, sem que nenhu-
ma outra alteração seja feita na frase, está destacado em:
a) Para promover os direitos humanos, a consolida-
ção da democracia em todos os países é extremamente
necessária.

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