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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO – CTC


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

RODRIGO TORQUATO DOMINGUES

Dimensionamento de uma edificação multifamiliar através dos


procedimentos manuais e computacionais

Florianópolis
2022
Rodrigo Torquato Domingues

Dimensionamento de uma edificação multifamiliar através dos


procedimentos manuais e computacionais

Trabalho Conclusão do Curso de


Graduação em Engenharia Civil do
Centro Tecnológico da Universidade
Federal de Santa Catarina como
requisito para a obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Orientador: Roberto Caldas de
Andrade Pinto, Ph D.

Florianópolis
2022
Rodrigo Torquato Domingues

Dimensionamento de uma edificação multifamiliar através dos


procedimentos manuais e computacionais

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do


Título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 16 de Março de 2022

Prof.ª Liane Ramos da Silva


Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

_________________________________
Prof.º Dr.º Roberto Caldas de Andrade Pinto
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina

Prof.º Dr.º Lourenço Panosso Perlin


Universidade Federal de Santa Catarina

Eng. Nivaldo Manoel de Maria Filho


Blue Calc
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu tripé de estabilidade, minha família. Por toda força e


apoio recebidos nessa jornada. Não chegaria aqui sem eles. A minha mãe,
Aparecida Leal Torquato, agradeço pela empatia e compreensão. Ao meu pai,
Carlos Domingues, agradeço pelo suporte em todos os âmbitos. A minha irmã,
Marina Torquato Domingues, agradeço pela crença inabalável em meu
potencial.
Pelo exemplo de que se pode ir longe de tantas diferentes formas,
agradeço especialmente aos meus amigos: Augusto, Juan, Ramon, Juliano,
Favero, Lucas, Josué, Luiz, Ana, Vinicius e Letícia.
A quem me ofereceu oportunidade de engrandecimento profissional
agradeço aos engenheiros: Rafael Higashi, Guilherme Bart, Sidnei Zanlorenzzi,
Daniel Kirchner, Taisson Kerchner e Reinaldo da Rosa.
Aos que estavam na mesma posição que a minha e que me auxiliaram ao
longo dos estágios, agradeço pela companhia e crescimento conjunto.
RESUMO

Estruturas de concreto armado são o tipo de estrutura mais comum no


Brasil e compreender seu dimensionamento via cálculo manual e computacional
é vital para os engenheiros calculistas. Baseando-se em teorias, métodos e
normas brasileiras foram calculados através do procedimento manual e
computacional os elementos estruturais de uma edificação multifamiliar. Foram
iniciados os cálculos manuais pelas lajes, seguidas pela escada, vigas e pilares.
Então, efetuou-se a comparação dos resultados entre o dimensionamento
tradicional e computacional (Eberick 2021). No fim do trabalho, foram discutidas
as diferenças de ambos os procedimentos de cálculo estrutural.

Palavras-chave: Projeto estrutural. Cálculo manual. Cálculo computacional.


Concreto armado. Eberick.
ABSTRACT

Reinforced concrete structures are the most common type in Brazil and
understand its design through manual and computional calculations is vital for
civil engineers. Based on theories, methods and Brazilian standards were
calculated through manual and computional procedures the structural elements
of a multi familiy building. Manual calculations were initiated with the slabs,
followed by the stairs, beams and columns. Then the results were compared
between manual and computational (Eberick 2021) design. At the end of the Final
paper, were discussed the differences of either structural calculation procedures.

Keywords: Structural design. Manual calculation. Computational calculation.


Reinforced concrete. Eberick.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama tensão deformação do concreto ..................................... 26


Figura 2 – Diagrama tensão-deformação idealizado ........................................ 28
Figura 3 – Diagrama tensão-deformação para aços de armaduras passivas .. 29
Figura 4 – Dimensões consideradas no cálculo do vão efetivo de lajes .......... 43
Figura 5 – Condições de apoio das lajes ......................................................... 44
Figura 6 – Definição dos casos de lajes ........................................................... 45
Figura 7 – Cargas de alvenaria sob lajes maciças unidirecionais .................... 49
Figura 8 – Cargas de alvenaria sob lajes maciças bidirecionais ...................... 51
Figura 9 – Laje em dois apoios ........................................................................ 54
Figura 10 – Laje com 1 apoio e 1 engaste ....................................................... 55
Figura 11 – Laje biengastada ........................................................................... 55
Figura 12 – Laje em balanço ............................................................................ 56
Figura 13 – Compatibilização dos momentos fletores negativos e positivos .... 59
Figura 14 – Seção de uma laje maciça ............................................................ 61
Figura 15 – Comprimento do gancho ............................................................... 67
Figura 16 – Carga nas vigas paralelas à direção principal da laje armada em uma
direção sob carregamento uniformemente distribuído ..................................... 69
Figura 17 – Áreas de influência para cada apoio pela Teoria das Charneiras
Plásticas ........................................................................................................... 70
Figura 18 – Viga de concreto armado simplesmente apoiada ......................... 78
Figura 19 – Destaque das lajes L1 e L9 na forma do pavimento tipo 1 ............ 84
Figura 20 – Recorte da planta baixa do tipo 1 .................................................. 85
Figura 21 – Condições de apoio das lajes dos pavimentos tipo 1 e tipo 2 ....... 90
Figura 22 – Representação da laje L1 como viga engastada-rotulada ............ 90
Figura 23 – Detalhamento das armaduras positivas ...................................... 113
Figura 24 – Detalhamento das armaduras negativas ..................................... 114
Figura 25 – Dimensões aplicadas no dimensionamento de escadas ............. 130
Figura 26 – Detalhamento de armadura longitudinal em escadas ................. 135
Figura 27 – Forma da escada do térreo para o 1º tipo ................................... 136
Figura 28 – Carregamentos majorados na viga biapoiada ............................. 140
Figura 29 – Diagrama de esforços cortantes de cálculo ................................ 141
Figura 30 – Diagrama de momentos fletores de cálculo ................................ 141
Figura 31 – Carregamento de serviço ............................................................ 148
Figura 32 – Detalhamento da armadura da escada ....................................... 152
Figura 33 – Modelo de cálculo para obtenção dos momentos de solidariedade
....................................................................................................................... 156
Figura 34 – Espaçamento entre barras longitudinais ..................................... 166
Figura 35 – Viga submetida a carregamento vertical e diagrama de momento
fletor decalado ................................................................................................ 167
Figura 36 – Seção da treliça de Morsch ........................................................ 175
Figura 37 – Vigas V1 e V14 destacadas na planta de forma ......................... 180
Figura 38 – Discretização da viga V1 no software FTOOL ............................ 181
Figura 39 – Discretização da viga V14 no FTOOL ......................................... 181
Figura 40 – Diagrama de esforços cortantes e reações nos apoios da viga V14
....................................................................................................................... 186
Figura 41 – Carregamento sobre a viga V14.................................................. 187
Figura 42 – Diagrama de esforços cortantes da viga V1 ................................ 189
Figura 43 – Diagrama de momentos fletores da viga V1 ............................... 190
Figura 44 – Diagrama de esforços cortantes da viga V14 .............................. 190
Figura 45 – Diagrama de momentos fletores da viga V14 ............................. 190
Figura 46 – Seções transversais das vigas V1 e V14 .................................... 207
Figura 47 – Diagrama de momento fletores decalados para a viga V1 .......... 216
Figura 48 - Diagrama de momento fletores decalados para a viga V14 ......... 217
Figura 49 – Diagrama de esforços cortantes da viga V1 ................................ 218
Figura 50 – Diagrama de esforços cortantes com redução próxima aos apoios
(V1) ................................................................................................................ 218
Figura 51 – Diagrama de esforços cortantes da viga V14 .............................. 225
Figura 52 – Diagrama de esforços cortantes com redução próxima aos apoios
(V14) .............................................................................................................. 226
Figura 53 – Carregamento de serviço na viga V1 .......................................... 230
Figura 54 – Diagrama de momentos fletores de serviço da viga V1 .............. 231
Figura 55 – Carregamento de serviço na viga V14 ........................................ 236
Figura 56 – Diagrama de momentos fletores de serviço da viga V14 ............ 236
Figura 57 – Distribuição das armaduras longitudinais na viga V1 conforme o
diagrama decalado ......................................................................................... 265
Figura 58 – Distribuição das armaduras longitudinais na viga V14 conforme o
diagrama decalado ......................................................................................... 265
Figura 59 – Detalhamento da viga V1 ............................................................ 267
Figura 60 – Detalhamento da viga V14 .......................................................... 268
Figura 61 – Comprimentos de flambagem para algumas situações de vinculação
....................................................................................................................... 274
Figura 62 – Imperfeições geométricas locais ................................................. 276
Figura 63 – Excentricidade de 1ª ordem ........................................................ 278
Figura 64 – Área de influência dos pilares ..................................................... 285
Figura 65 – Uso dos estribos suplementares ................................................. 290
Figura 66 – Áreas de influência dos pilares P1, P2 e P9 ............................... 292
Figura 67 – Pilar P1 na forma do pavimento tipo. .......................................... 296
Figura 68 – Pilar P2 na forma do pavimento tipo ........................................... 298
Figura 69 – Pilar P9 na forma do pavimento da cobertura ............................. 300
Figura 70 – Momentos fletores em x e y do pilar P1 ...................................... 302
Figura 71 – Momentos fletores em x e y do pilar P2 ...................................... 303
Figura 72 – Momentos fletores em x e y do pilar P9 ...................................... 305
Figura 73 – Lance do pilar P1 entre os pavimentos térreo e 2º pavimento .... 307
Figura 74 – Lance do pilar P2 entre os pavimentos térreo e 2º pavimento .... 310
Figura 75 – Lance do pilar P9 entre os pavimentos diferenciado e cobertura 313
Figura 76 – Detalhamento do pilar P1 ............................................................ 332
Figura 77 – Detalhamento do pilar P2 ............................................................ 332
Figura 78 – Detalhamento do pilar P9 ............................................................ 333
Figura 79 – Pórtico 3D da estrutura ............................................................... 335
Figura 80 – Configurações da categoria Análise ............................................ 336
Figura 81 – Janela de dimensionamento de lajes .......................................... 337
Figura 82 – Janela de dimensionamento de vigas ......................................... 338
Figura 83 – Janela de dimensionamento dos estribos das vigas ................... 339
Figura 84 – Janela de dimensionamento de pilares ....................................... 340
Figura 85 – Janela de configuração de materiais e durabilidade ................... 341
Figura 86 – Janela de verificação ao estado limite de serviço ....................... 342
Figura 87 – Esforços axiais na escada ........................................................... 347
Figura 88 – Configuração dos pilares na viga V1 ........................................... 350
Figura 89 – Diagrama de momentos fletores da viga V4 e V24 atuando como
apoio indeformável (FTOOL) .......................................................................... 352
Figura 90 – Diagrama de momentos fletores da viga V4 e V22 atuando como
apoio deformável (Eberick)............................................................................. 353
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes de Agressividade Ambiental (CAA) ................................... 21


Tabela 2 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do
concreto ........................................................................................................... 22
Tabela 3 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o
cobrimento nominal para Δc ............................................................................. 22
Tabela 4 – Categorias das barras e fios utilizados ........................................... 28
Tabela 5 – Coeficiente γ𝑓 = γ𝑓1 . γ𝑓3 ................................................................. 32
Tabela 6 – Valores do coeficiente γ𝑓 = γ𝑓2 ...................................................... 33
Tabela 7 – Valores do coeficiente adicional γn para lajes em balanço ............ 34
Tabela 8 – Combinações últimas ..................................................................... 35
Tabela 9 – Combinações de serviço ................................................................ 36
Tabela 10 – Valores dos coeficientes γ𝑐 e γ𝑠 ................................................... 37
Tabela 11 – Pesos específicos dos materiais utilizados .................................. 46
Tabela 12 – Relação da alvenaria de vedação e kN/m² .................................. 48
Tabela 13 – Cargas variáveis adicionais para consideração de paredes divisórias
sem posição definida em projeto ...................................................................... 52
Tabela 14 – Valores de carga variável utilizados no projeto ............................ 52
Tabela 15 – Valores mínimos para armaduras de lajes ................................... 64
Tabela 16 – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas ....................... 64
Tabela 17 – Limites para deslocamentos ........................................................ 75
Tabela 18 – Dimensões e parâmetros iniciais para o cálculo das lajes ........... 89
Tabela 19 – Relação de cargas das lajes L1 e L9............................................ 93
Tabela 20 – Coeficientes para o cálculo dos momentos fletores das lajes
bidirecionais ..................................................................................................... 95
Tabela 21 – Momentos fletores das lajes ......................................................... 96
Tabela 22 – Momentos fletores das lajes compatibilizados e corrigidos .......... 99
Tabela 23 – Armaduras positivas na direção do menor vão das lajes ........... 111
Tabela 24 – Armaduras positivas na direção do maior vão das lajes ............. 111
Tabela 25 – Armaduras negativas na direção do menor vão das lajes .......... 112
Tabela 26 – Momento atuante e momento de fissuração das lajes ............... 123
Tabela 27 - Coeficiente de deformação, flechas e deslocamentos limites das lajes
....................................................................................................................... 124
Tabela 28 – Pré-dimensionamento de escadas ............................................ 133
Tabela 29 – Reações das lajes nas vigas de apoio ....................................... 158
Tabela 30 – Carregamento total das lajes nas vigas por trechos ................... 159
Tabela 31 – Valor do coeficiente de aderência η1 .......................................... 169
Tabela 32 – Valores do coeficiente 𝛼0𝑡 .......................................................... 173
Tabela 33 – Dimensões e carregamentos das vigas ...................................... 187
Tabela 34 – Esforços cortantes e momentos fletores das vigas .................... 191
Tabela 35 – Áreas de aço longitudinal das vigas V1 e V14 ........................... 202
Tabela 36 – Valores do coeficiente adicional γ𝑛 para pilares e pilares-parede
....................................................................................................................... 275
Tabela 37 – Esforços de cálculo do pilar P1 .................................................. 316
Tabela 38 – Esforços de cálculo do pilar P2 .................................................. 316
Tabela 39 – Esforços de cálculo do pilar P9 .................................................. 316
Tabela 40 – Comparativo da armadura positiva das lajes .............................. 344
Tabela 41 – Comparativo da armadura negativa das lajes ............................ 345
Tabela 42 – Comparativo da armadura positiva da escada ........................... 346
Tabela 43 – Comparativo dos momentos fletores e áreas de aço da viga V1 348
Tabela 44 – Comparativo dos momentos fletores e áreas de aço da viga V14
....................................................................................................................... 348
Tabela 45 – Comparativo dos momentos fletores e áreas de aço da viga V16
....................................................................................................................... 349
Tabela 46 – Comparação percentual da área de aço das vigas V1, V14 e V16
....................................................................................................................... 349
Tabela 47 – Valores da flecha total e fissuração ............................................ 351
Tabela 48 – Comparação da armadura transversal ....................................... 351
Tabela 49 – Esforços calculados manualmente e pelo Eberick para os pilares P1,
P2 e P9 .......................................................................................................... 352
Tabela 50 – Comparação entre a área de aço calculada e efetiva ................ 353
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 18

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................. 18

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 19

1.3 OBJETIVOS ............................................................................................... 19

1.3.1 Gerais ..................................................................................................... 19

1.3.2 Específicos ............................................................................................ 19

2. METODOLOGIA .......................................................................................... 20

3. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO ............................ 20

4. PARÂMETROS UTILIZADOS NO PROJETO ESTRUTURAL .................... 21

4.1 CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (CAA) E COBRIMENTO .. 21

4.2 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS EMPREGADOS ............................... 23

4.2.1 Concreto................................................................................................. 23

4.2.2 Aço para concreto armado (armadura passiva) ................................. 28

5. SEGURANÇA E ESTADOS-LIMITES ......................................................... 29

5.1 AÇÕES A CONSIDERAR........................................................................... 30

5.2 VALORES DAS AÇÕES............................................................................. 31

6. COMBINAÇÕES DE AÇÕES ...................................................................... 34

7. RESISTÊNCIAS ........................................................................................... 36

8. LANÇAMENTO ESTRUTURAL ................................................................... 38

9. LAJES .......................................................................................................... 40

9.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ....................................................................... 40

9.2 CLASSIFICAÇÃO DAS LAJES MACIÇAS ................................................. 42

9.3 VÃOS EFETIVOS ....................................................................................... 42

9.4 CONDIÇÕES DE APOIO ........................................................................... 43

9.5 CARGAS ATUANTES ................................................................................ 45

9.5.1 Cargas permanentes ............................................................................. 46


9.5.2 Cargas variáveis .................................................................................... 52

9.6 MOMENTOS FLETORES SOLICITANTES................................................ 53

9.6.1 Lajes Unidirecionais.............................................................................. 54

9.6.2 Lajes bidirecionais ................................................................................ 56

9.6.3 Compatibilização dos momentos fletores........................................... 58

9.7 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS ................................................ 59

9.8 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS ...................................................... 63

9.8.1 Armaduras positivas ............................................................................. 64

9.8.2 Armaduras negativas ............................................................................ 67

9.9 ESFORÇOS DE CISALHAMENTO E REAÇÕES DE APOIO .................... 68

9.10 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO ....................... 72

9.11 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ............................................................... 73

9.11.1 Deslocamentos limite.......................................................................... 73

9.11.2 Flecha imediata ................................................................................... 76

9.11.3 Efeito da fissuração nas flechas ........................................................ 78

9.11.4 Flecha diferida no tempo .................................................................... 81

9.11.5 Flecha total .......................................................................................... 82

10. CÁLCULO MANUAL DE LAJES ............................................................... 84

10.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ..................................................................... 85

10.2 VÃOS EFETIVOS ..................................................................................... 87

10.3 CONDIÇÕES DE APOIO ......................................................................... 89

10.4 CARGAS ATUANTES .............................................................................. 91

10.4.1 Cargas permanentes ........................................................................... 91

10.4.2 Carga acidental .................................................................................... 92

10.5 ESTADO LIMITE ÚLTIMO........................................................................ 93

10.5.1 Combinação de ações......................................................................... 93

10.5.2 Momentos fletores de cálculo ............................................................ 94


10.5.3 Compatibilização dos momentos fletores positivos e negativos ... 96

10.5.4 Dimensionamento e detalhamento das armaduras .......................... 99

10.5.5 Estado limite de serviço ................................................................... 115

10.5.6 Cisalhamento e reações das lajes nas vigas .................................. 124

11. ESCADAS ................................................................................................ 129

11.1 DIMENSÕES PADRONIZADAS ............................................................. 130

11.2 AÇÕES ................................................................................................... 131

11.2.1 Peso próprio ...................................................................................... 131

11.2.2 Contra-piso e revestimento cerâmico ............................................. 132

11.3 ESFORÇOS SOLICITANTES ................................................................ 132

11.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................................................................... 133

11.5 ESTADO LIMITE ÚLTIMO E DE SERVIÇO ........................................... 133

11.6 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS .................................................. 134

11.6.1 Empuxo no vazio ............................................................................... 134

12. CÁLCULO DA ESCADA.......................................................................... 135

12.1 DIMENSÕES .......................................................................................... 135

12.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................................................................... 135

12.3 AÇÕES ................................................................................................... 137

12.3.1 Ações permanentes .......................................................................... 137

12.3.2 Carga acidental .................................................................................. 139

12.4 ESTADO LIMITE ÚLTIMO...................................................................... 140

12.5 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAL E


TRANSVERSAL ............................................................................................. 141

12.5.1 Armadura longitudinal ...................................................................... 141

12.5.2 Armadura transversal ....................................................................... 144

12.5.3 Verificação ao cisalhamento ............................................................ 146

12.6 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ............................................................. 147


12.7 DETALHAMENTO DA ESCADA ............................................................ 152

13. VIGAS ...................................................................................................... 152

13.1 VÃOS EFETIVOS ................................................................................... 153

13.2 LARGURA DAS VIGAS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA DAS


VIGAS ............................................................................................................ 153

13.3 CONDIÇÕES DE APOIO ....................................................................... 154

13.4 CARGAS ATUANTES ............................................................................ 156

13.4.1 Peso próprio ...................................................................................... 157

13.4.2 Peso da parede .................................................................................. 157

13.4.3 Reações das lajes nas vigas ............................................................ 158

13.5 ESFORÇOS SOLICITANTES ................................................................ 160

13.5.1 Cargas próximas aos apoios ............................................................ 161

13.6 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL ..................... 161

13.6.1 Altura útil............................................................................................ 161

13.6.2 Linha neutra ....................................................................................... 163

13.6.3 Domínio de deformação.................................................................... 163

13.6.4 Área de aço ........................................................................................ 164

13.6.5 Armadura mínima longitudinal ......................................................... 164

13.6.6 Número de barras de aço longitudinal ............................................ 165

13.6.7 Distribuição transversal da armadura longitudinal ........................ 165

13.6.8 Decalagem do diagrama de momentos fletores ............................. 167

13.6.9 Comprimento da armadura longitudinal ......................................... 168

13.6.10 Armadura porta-estribo .................................................................. 173

13.7 ARMADURA TRANSVERSAL................................................................ 173

13.7.1 Modelo de cálculo I ........................................................................... 176

13.8 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ............................................................. 179

14. CÁLCULO MANUAL DE VIGAS ............................................................. 180


14.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................................................................... 181

14.2 VÃOS EFETIVOS ................................................................................... 182

14.3 CONDIÇÕES DE APOIO ....................................................................... 184

14.4 CARGAS ATUANTES ............................................................................ 184

14.5 ESFORÇOS SOLICITANTES ................................................................ 189

14.6 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL ..................... 192

14.6.1 Altura útil............................................................................................ 192

14.6.2 Linha neutra ....................................................................................... 195

14.6.3 Domínio de deformação.................................................................... 197

14.6.4 Área de aço ........................................................................................ 199

14.6.5 Armadura mínima de tração ............................................................. 201

14.6.6 Número de barras longitudinais ...................................................... 202

14.6.7 Distribuição transversal da armadura longitudinal ........................ 204

14.6.8 Recálculo da altura útil, linha neutra, área de aço e número de


barras ............................................................................................................ 207

14.6.9 Decalagem do diagrama de momentos fletores ............................. 215

14.7 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL ..................... 217

14.8 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ............................................................. 229

14.9 DETALHAMENTO DAS VIGAS .............................................................. 241

14.9.1 Detalhamento das vigas V1 e V14 .................................................... 265

15. PILARES .................................................................................................. 269

15.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A POSIÇÃO EM PLANTA......................... 269

15.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESBELTEZ ............................................ 270

15.2.1 Índice de esbeltez .............................................................................. 271

15.2.2 Valor-limite 𝝀𝟏 .................................................................................... 272

15.2.3 Comprimento de flambagem ............................................................ 274

15.3 DIMENSÃO MÍNIMA .............................................................................. 275


15.4 EFEITOS DE PRIMEIRA E SEGUNDA ORDEM ................................... 275

15.4.1 Imperfeições geométricas ................................................................ 276

15.4.2 Imperfeições globais ......................................................................... 277

15.5 TIPOS DE EXCENTRICIDADE .............................................................. 277

15.5.1 Excentricidade de primeira ordem ................................................... 278

15.6 ESTRUTURA DE NÓS FIXOS E NÓS MÓVEIS .................................... 279

15.7 PROCESSOS DE CÁLCULO ................................................................. 279

15.7.1 Método geral – processo exato ........................................................ 279

15.7.2 Processo geral iterativo – carregamento incremental ................... 280

15.7.3 Método aproximado do pilar-padrão ............................................... 280

15.8 CARREGAMENTOS .............................................................................. 283

15.9 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................................................................... 284

15.9.1 Área de influência dos pilares .......................................................... 285

15.10 DIMENSIONAMENTO .......................................................................... 286

15.10.1 Dimensionamento das armaduras longitudinais .......................... 287

15.11 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS E


TRANSVERSAIS............................................................................................ 288

15.11.1 Detalhamento das armaduras longitudinais ................................. 288

15.11.2 Detalhamento das armaduras transversais .................................. 290

16. CÁLCULO MANUAL DE PILARES ......................................................... 291

16.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................................................................... 291

16.2 CARREGAMENTOS .............................................................................. 295

16.3 ESFORÇOS DE 1ª ORDEM ................................................................... 301

16.4 ÍNDICE DE ESBELTEZ .......................................................................... 306

16.5 ESFORÇOS FINAIS ............................................................................... 315

16.6 ARMADURA LONGITUDINAL ............................................................... 316

16.7 ARMADURA TRANSVERSAL................................................................ 329


16.8 DETALHAMENTO DOS PILARES P1, P2 E P9 ..................................... 331

17. CÁLCULO COMPUTACIONAL ............................................................... 333

17.1 SOFTWARE EBERICK 2021 ................................................................. 333

17.2 PREMISSAS .......................................................................................... 334

17.3 CONFIGURAÇÕES BÁSICAS ............................................................... 335

17.4 LANÇAMENTO E ANÁLISE ESTRUTURAL .......................................... 342

18. COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO CÁLCULO MANUAL E


COMPUTACIONAL ....................................................................................... 344

18.1 COMPARATIVO DAS LAJES ................................................................. 344

18.2 COMPARATIVO DA ESCADA ............................................................... 346

18.3 COMPARATIVO DAS VIGAS ................................................................. 347

18.4 COMPARATIVO DOS PILARES ............................................................ 352

19. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 355

19.1 CONCLUSÕES ...................................................................................... 355

19.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS .......................................... 357

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 358

APÊNDICE A – PLANTA DE FORMAS (EBERICK) ..................................... 360

APÊNDICE B – ARMAÇÃO DAS LAJES NO EBERICK .............................. 365

APÊNDICE C – DETALHAMENTO DA ESCADA NO EBERICK .................. 368

APÊNDICE D – DETALHAMENTO DAS VIGAS NO EBERICK ................... 370

APÊNDICE E – DETALHAMENTO DOS PILARES NO EBERICK ............... 385

ANEXO A – PROJETO ARQUITETÔNICO ................................................... 395

ANEXO B – ÁBACOS DE FLEXÃO COMPOSTA OBLÍQUA ....................... 403


18

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Empregado tanto na infraestrutura quanto na superestrutura de diversos


tipos de obra, o concreto armado é um sistema estrutural largamente utilizado
no Brasil. O aço e o concreto possuem características as quais possibilitam que
esses materiais trabalhem em conjunto. Essa interação fez com que a
Engenharia Civil se empenhasse em aprimorar o seu uso e manejo. Logo, a
sociedade acadêmica e profissional estabeleceu normas técnicas para regrar
como devem ser projetadas as estruturas em concreto armado.
O projeto de uma estrutura em concreto armado exige que sejam
obedecidas a normas vigentes da ABNT. Após a dispersão e facilidade na
aquisição de softwares, para o desenvolvimento de projetos estruturais, os
processos de cálculos foram otimizados. No entanto, as configurações
automáticas das normas inclusas nos softwares de dimensionamento, requerem
do projetista conhecimento e sensibilidade para identificar possíveis
discrepâncias. Diferentemente do cálculo manual, o qual cada variável é
exclusiva de um único cálculo ou grupo de cálculos. O que torna o cálculo
computacional passível de equívocos humanos caso não seja configurado com
primazia.
Analisar os Estados Limites de Serviço e Último é essencial para o
projetista estrutural. Para tal atividade, deve-se levar em consideração a NBR
6118:2014 (Projeto de estruturas de concreto – Procedimento); NBR 6120:2019
(Ações para o cálculo de estruturas de edificações) e outras normas. Visando a
NBR 6120:2019, as ações provêm da arquitetura, de seu uso e dos elementos
estruturais. Para obter corretamente essas cargas é necessário ter um projeto
arquitetônico definido.
Convencionalmente, a partir do projeto arquitetônico se inicia o projeto
estrutural. Algumas mudanças podem ser requisitadas pelo calculista, para
possibilitar que a arquitetura proposta se concretize. Por outro lado, o projeto
estrutural também deve se adequar para atender às exigências do arquiteto ou
do cliente.
19

Neste trabalho, através de um projeto arquitetônico, se efetuará o


dimensionamento e detalhamento de um pavimento de um edifício multifamiliar
em concreto armado.

1.2 JUSTIFICATIVA

Aplicar os conhecimentos sobre dimensionamento e detalhamento de


elementos em concreto armado obtidos durante a graduação. Como também,
verificar a similaridade entre o dimensionamento e detalhamento manual e
computacional.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Gerais

Desenvolver o projeto estrutural de um edifício residencial multifamiliar em


concreto armado, dimensionando e detalhando lajes, escada, vigas e pilares.

1.3.2 Específicos

• Realizar o cálculo manual completo de 2 lajes, 1 escada, 2 vigas e 3


pilares (1 de canto, 1 de extremidade e 1 intermediário) do edifício;
• Tabelar os resultados de esforços e áreas de aço de todas as lajes;
• Comparar os resultados no E.L.U e E.L.S obtidos pelo cálculo manual e
computacional;
• Plotar as plantas de fôrma do edifício e os detalhamentos das lajes,
escada, vigas e pilares do pavimento analisado;
20

2. METODOLOGIA

Através de bibliografias apropriadas e normas vigentes foi efetuado o


dimensionamento e detalhamento manual de elementos estruturais do edifício.
Computacionalmente, o edifício será dimensionado e detalhado com a utilização
do software Eberick versão 2021 da AltoQI. Após realizado o cálculo manual e
computacional, ambos os resultados são comparados e discutidos para verificar
eventuais diferenças.

3. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO

O projeto arquitetônico é fictício e apresenta um edifício residencial


multifamiliar de 6 pavimentos, sendo eles: Térreo, 2 Pavimentos tipo, 1
Pavimento diferenciado, Cobertura e Caixa d’água. Arbitrariamente, foi locado o
empreendimento no bairro do Roçado – São José – Santa Catarina afastado a
mais de 2 km da costa. A área total construída é de 1350,80 m². O Térreo é
composto por 10 vagas de garagem cobertas, 1 hall de entrada principal e 1
secundário, 1 salão de festas e 1 guarita. Cada Pavimento Tipo possui 4
apartamentos de 67,76 m² - totalizando 332,03 m² - com cozinha, sala de estar,
varanda, 1 quarto, 1 banheiro e 1 suíte. Somando uma área de total de 332,03
m², no Pavimento Diferenciado constam 2 apartamentos (135,52 m² cada) que
possuem sala de estar e cozinha integrados, varanda, 1 quarto, 1 banheiro, 2
suítes e 1 lavanderia. No perímetro da Cobertura existe uma platibanda de 1,20
metro de altura, o telhamento é de fibrocimento 4 mm. A reserva de água é feita
através de 2 caixas d’água de 5000 litros contida em uma área de 22,72 m².
As paredes externas possuem espessura de 18 cm, como também, as
paredes que dividem os apartamentos dos pavimentos tipo. As paredes internas
são de 15,5 cm. Foram considerados tijolos cerâmicos de largura igual 14 cm
para as paredes externas e 11,5 cm para as paredes internas, ambas com
reboco de 2 cm de espessura. O pé-direito é de 2,80 metros. Foi previsto
revestimento cerâmico do piso em todos os apartamentos, escada e halls. No
Anexo A, estão presentes as plantas e cortes para o entendimento do projeto
arquitetônico.
21

4. PARÂMETROS UTILIZADOS NO PROJETO ESTRUTURAL

4.1 CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (CAA) E COBRIMENTO

Segundo a NBR 6118:2014, o local onde a obra está situada deve ser
categorizado conforme a Tabela 6.1 – Classes de Agressividade Ambiental
(CAA). Estas determinações estão exibidas abaixo na Tabela 1:

Tabela 1 – Classes de Agressividade Ambiental (CAA)

Classe de Risco de
Classificação geral do tipo de
agressividade Agressividade deterioração
ambiente para efeito de projeto
ambiental da estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana Pequeno
Marinha
III Forte Grande
Industrial
Industrial
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
Fonte: ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 6.1)

O projeto estrutural abordado neste trabalho foi, arbitrariamente, locado


em região afastada do mar e em região urbana. Logo, a CAA é classificada como
Urbana, cujo risco de deterioração é pequeno segundo a Tabela 1. Embora a
NBR 6118:2014 permita que se possa admitir uma classe de agressividade mais
branda, devido a ambientes internos secos ou microclima seco com umidade
média relativa do ar menor ou igual a 65%, não foram adotadas essas
alternativas.
Visando a durabilidade das estruturas, a NBR 6118:2014 determina
valores mínimos de resistência à compressão do concreto dependendo da
Classe de Agressividade Ambiental. Esses requisitos mínimos - exclusivamente
para o concreto armado - estão expostos na Tabela 2 a seguir:
22

Tabela 2 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto

Classe de agressividade
Concreto
I II III IV
Classe de concreto
≥20 ≥25 ≥30 ≥40
(ABNT NBR 8953)
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 7.1)

Sendo a durabilidade da estrutura altamente dependente da qualidade do


concreto de cobrimento da armadura e também de sua espessura, a NBR
6118:2014 especifica a espessura do concreto de cobrimento para as referidas
Classes de Agressividade Ambiental (Tabela 3).

Tabela 3 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal


para Δc=10 mm

Classe de agressividade ambiental


Tipo de Componente ou
I II III IV
estrutura elemento
Cobrimento nominal (mm)
Laje 20 25 35 45
Concreto Viga/pilar 25 30 40 50
armado Elementos estruturais em
30 40 50
contato com o solo
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 7.2)

Como o projeto estrutural em questão não requisitou elementos


estruturais em concreto protendido, as determinações da NBR 6118:2014
referentes a essa técnica construtiva não foram apresentadas.
Foram adotadas algumas opções referentes ao cobrimento da armadura
que são permitidas pela NBR 6118:2014, como por exemplo: redução do
cobrimento nominal em 5 mm devido ao controle de qualidade previsto para a
execução (item 7.4.7.4); cobrimento das armaduras dos trechos dos pilares em
contato com o solo igual a 50 mm (Tabela 7.2 nota d). Embora a NBR 6118:2014
permita, não foi considerado a redução do cobrimento das armaduras para as
faces superiores de vigas e lajes revestidas com cerâmica (Tabela 7.2 nota b).
Logo, sabendo que a Classe de agressividade ambiental é II (moderada),
os valores de cobrimento nominal e de resistência à compressão para os
elementos estruturais considerados estão abaixo:
23

Para as lajes – 𝑐 = 20 𝑚𝑚
Para as vigas/pilares – 𝑐 = 25 𝑚𝑚
Resistência à compressão do concreto – 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎

4.2 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS EMPREGADOS

4.2.1 Concreto

O concreto é mundialmente utilizado por possuir características


mecânicas – resistência à compressão e resistência à tração – que possibilitam
que esse material seja empregado de forma eficiente em diversos tipos de obra.
Compete com diversos sistemas construtivos por possuir como vantagens sua
trabalhabilidade, durabilidade, resistência considerável para à maioria das
ações, formar estruturas monolíticas e possibilidade de ser utilizado em
elementos pré-moldados. Como desvantagens são apontados a massa
específica elevada, reformas mais trabalhosas, bom condutor de calor e som e
requer formas e escoramentos para sua execução (CARVALHO, 2014).
Sendo um aglomerado constituído de cimento, água e agregados; o
concreto, é, portanto, uma rocha artificial (LEONHARDT, 1978). Dependendo
das características desejadas para a concretagem e execução, podem ser
adicionados aditivos. Os aditivos agem quimicamente e fisicamente alterando as
características do concreto fresco e também podem influenciar no seu
endurecimento.
Como citado anteriormente, o concreto possui elevada massa específica
e compreendida entre 2000 kgf/m³ e 2800 kgf/m³ segundo a NBR 6118:2014. No
entanto, se a massa específica não for atestada via ensaios normatizados, pode-
se utilizar o valor de 2400 kgf/m³ para o concreto e 2500 kgf/m³ para o concreto
armado conforme determinado na NBR 6118:2014. De maneira a simplificar os
cálculos o valor do peso específico do concreto e do concreto armado foram
definidos como:

𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 24 𝑘𝑁/𝑚³
𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 = 25 𝑘𝑁/𝑚³
24

A resistência à compressão é a propriedade do concreto mais influente


para projetos estruturais em concreto armado. Na prática, é empregado o
conceito de resistência à compressão característica (𝑓𝑐𝑘 ), a qual representa, para
a idade de 28 dias, “o valor da resistência, de modo que 95% dos resultados dos
ensaios (à compressão) estejam acima dele, ou 5% abaixo dele” (CARVALHO E
FIGUEIREDO, 2014, p.35). O 𝑓𝑐𝑘 adotado para este projeto estrutural para todos
os elementos estruturais é 30 MPa.

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 = 3,0 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Categorizam-se os tipos de concreto relacionados a sua resistência à


compressão característica (𝑓𝑐𝑘 ) em dois grupos: Grupo I e Grupo II. Segundo a
NBR 8953:2015 os Grupos I e II englobam as seguintes classes de concreto
medidas em MPa:

Grupo I: Concretos da Classe C20 até C50 (20 MPa até 50 MPa);
Grupo II: Concretos da Classe C55 até C100 (55 MPa até 100MPa).

A seguir somente serão apresentadas equações ou inequações


referentes ao Grupo I, tais classes de concreto são mais usuais no Brasil.
Embora o concreto seja um material frágil e sua resistência à tração não
seja tão relevante quanto a sua resistência à compressão, é fundamental
determinar a resistência à tração do concreto. As principais situações onde a
resistência à tração do concreto é determinística segundo Bastos (2019, p.17)
são: “determinação da fissuração (momento fletor de primeira fissura e
verificação da abertura da fissura), no dimensionamento de vigas à força cortante
e na resistência de aderência entre o concreto e a barra de aço”. Na falta de
ensaios para obtenção dos valores de resistência à tração específicos de um tipo
de concreto, pode-se realizar o cálculo da resistência à tração média ou
característica através das seguintes equações:

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 ∗ 𝑓𝑐𝑡,𝑚


25

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 = 1,3 ∗ 𝑓𝑐𝑡,𝑚


2
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 (3)

Onde,

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 – Resistênca do concreto à tração característica inferior [MPa]


𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 – Resistência do concreto à tração característica superior [MPa]
𝑓𝑐𝑡,𝑚 – Resistência do concreto à tração média [MPa]

Quando um objeto qualquer recebe um carregamento, surgem tensões


internas e esse elemento se deforma. As relações entre tensões e deformações
formam os diagramas tensão-deformação (CARVALHO e FIGUEIREDO, 2014).
Através de ensaio estabelecido pela NBR 8522:2017, pode-se obter um
diagrama tensão-deformação, e, a partir dele, se obtém o módulo de elasticidade
ou módulo de deformação (𝐸). Comumente, esse ensaio não é executado, no
entanto, a NBR 6118:2014 permite que se estime o módulo de deformação
tangente inicial (𝐸𝑐𝑖 ) conforme a equação a seguir:

𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 ∗ 5600 ∗ √𝑓𝑐𝑘

Sendo,
𝛼𝐸 = 1,2 para basalto e diabásio;
𝛼𝐸 = 1,0 para granito e gnaisse;
𝛼𝐸 = 0,9 para calcário;
𝛼𝐸 = 0,7 para arenito.

Onde,

𝐸𝑐𝑖 e 𝑓𝑐𝑘 são dados em MPa.

O módulo de deformação tangente inicial (𝐸𝑐𝑖 ) é segundo Carvalho (2014,


p. 38) “é dado pela inclinação da reta tangente à 𝜎 𝑥 ɛ na origem” em um
diagrama de tensão-deformação na compressão. Outro parâmetro importante é
26

o módulo de deformação secante (𝐸𝑐𝑠 ) cuja definição dada por Bastos (2019, p.
21) é “a tangente do ângulo (’’) formado pela reta secante que passa por um
ponto A do diagrama”. Ambos módulos de elasticidade citados anteriormente
estão exibidos na Figura 1 abaixo:

Figura 1 – Diagrama tensão deformação do concreto

Fonte: BASTOS, 2019

Segundo a NBR 6118:2014, o módulo de deformação secante pode ser


obtido por ensaio conforme a NBR 8522:2017 ou estimado pela equação abaixo:

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 ∗ 𝐸𝑐𝑖
Sendo,

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∗ ( ) ≤ 1,0
80

Onde,

𝑓𝑐𝑘 é dado em MPa.

Para o uso neste projeto estrutural, os valores de módulos de deformação


tangente inicial (𝐸𝑐𝑖 ) e módulo de deformação de secante (𝐸𝑐𝑠 ) estão calculados
abaixo:
𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 ∗ 5600 ∗ √𝑓𝑐𝑘
27

Considerando o emprego de agregados graníticos (𝛼𝐸 = 1,0)

𝐸𝑐𝑖 = 1,0 ∗ 5600 ∗ √30 = 30672,5 𝑀𝑃𝑎 = 30,67 𝐺𝑃𝑎

Para
𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 ∗ 𝐸𝑐𝑖

É necessário calcular 𝛼𝑖 , o qual:

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∗ ( ) ≤ 1,0
80
30
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∗ ( ) ≤ 1,0 = 0,875
80
Logo,

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 ∗ 𝐸𝑐𝑖
𝐸𝑐𝑠 = 0,875 ∗ 30,67 = 26,84 𝐺𝑃𝑎

Segundo a NBR 6118:2014, para concretos de classe até C50, os valores


de deformação específica na compressão mais notáveis são: 0,2% (ɛ𝑐2) e 0,3%
(ɛ𝑐𝑢 ). Onde ɛ𝑐2 é a deformação específica de encurtamento do concreto no início
do patamar plástico e ɛ𝑐𝑢 é a deformação específica de encurtamento do
concreto na ruptura (CARVALHO, 2014). A Figura 2 exibe o diagrama tensão-
deformação idealizado para o concreto.
28

Figura 2 – Diagrama tensão-deformação idealizado

Fonte: CARVALHO, 2014

4.2.2 Aço para concreto armado (armadura passiva)

Contendo teor de carbono entre 0,08% e 0,50%, o aço utilizado no


concreto armado se apresenta em forma de barras e fios (CARVALHO, 2014)
com massa específica igual 7850 kgf/m³ (NBR 6118:2014 item 8.4.2). Segundo
a NBR 7480:2007, as barras de aço são classificadas nas categorias CA-25 e
CA-50, e os fios de aço na categoria CA-60. Neste projeto estrutural, foram
empregadas barras CA-50 e fios CA-60. Essas categorias denotam a tensão
onde o aço começa a escoar, por exemplo: uma barra de aço CA-50 escoa a
partir de uma tensão igual a 500 MPa (𝑓𝑦𝑘 ). Na Tabela 4 constam os diâmetros
das barras e fios utilizados neste projeto estrutural e suas respectivas categorias
de aço.

Tabela 4 – Categorias das barras e fios utilizados

Classe Diâmetro (mm)


CA-50 6,3; 8,0; 10,0; 12,5; 16,0; 20,0
CA-60 5,0
Fonte: Do autor

Conforme citado por Carvalho e Figueiredo (2014, p. 44) “As


características mecânicas mais importantes para a definição de um aço, obtidos
29

com ensaios de tração, são: resistência característica de escoamento, limite de


resistência e alongamento na ruptura”. A resistência característica de
escoamento do aço à tração (𝑓𝑦𝑘 ) é a tensão a partir da qual o aço entra em
escoamento e as deformações são permanentes (CARVALHO e FIGUEIREDO,
2014). A Figura 3 ilustra o diagrama tensão-deformação simplificado para o aço
empregado no concreto armado.

Figura 3 – Diagrama tensão-deformação para aços de armaduras passivas

Fonte: ABNT NBR 6118:2014 (Figura 8.4)

Nos aços para uso em estruturas de concreto armado, o limite de


deformação específica onde se inicia o escoamento é 0,2%; o limite de
deformação específica onde o aço rompe é 1% (ɛ𝑢𝑘 ).
“Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de
elasticidade do aço pode ser admitido igual a 210 GPa” (NBR 6118:2014, p. 29,
item 8.3.5).

𝐸𝑠 = 210000 𝑀𝑃𝑎 = 210 𝐺𝑃𝑎

5. SEGURANÇA E ESTADOS-LIMITES

A concepção e análise estrutural deve resguardar a segurança e conforto


do usuário, como também, atender exigências determinadas pela NBR
6118:2014. Ao longo de sua execução e utilização, a estrutura deve se portar
como um corpo rígido, onde seus elementos permaneçam desempenhando sua
função e, de forma global, se mantenha em equilíbrio. Aplicando as
determinações das normas e utilizando as boas práticas de execução, a
30

estrutura será durável e não apresentará patologias referentes a deformações


excessivas ou deslocamentos indesejados.
O objetivo do dimensionamento estrutural é determinar as cargas e ações
sob a estrutura, examinar as solicitações nos elementos estruturais, verificar se
tais elementos suportam os esforços solicitantes e quantificar as armaduras.
Para efetuar os cálculos do dimensionamento de uma estrutura se utiliza o
Método dos Estados-Limites. Segundo a NBR 8681:2003, norma que determina
os requisitos para verificação da segurança e define os critérios para calcular as
ações nas estruturas usuais de concreto, os estados limites são os estados
limites últimos e estados limites de serviço.
O estado limite último (ELU) se configura, segundo a NBR 8681:2003,
pelo esgotamento da capacidade resistente de um elemento estrutural ou da
estrutura admitida como um corpo rígido; ruína ou excessiva deformação dos
materiais componentes da estrutura; alteração do estado isostático ou
hiperestático para um sistema, parcialmente ou totalmente, hipostático; por
instabilidade dinâmica ou causa por deformação.
Ao longo da vida útil da estrutura, os estados limites de serviço (ELS) são
determinados pela NBR 8681:2003 como: deformações, vibrações e danos
ligeiros ou localizados que causam efeitos estéticos desfavoráveis ou
desconforto ao usuário. Dividem-se em três categorias: estado limite de
deformação excessiva; estado limite de abertura de fissuras e estado limite de
vibrações excessivas.

5.1 AÇÕES A CONSIDERAR

Classificam-se as ações em decorrência da sua variabilidade no tempo.


São nomeadas segundo a NBR 8681:2003 como: ações permanentes, ações
variáveis e ações excepcionais. Abaixo estão descritas cada uma delas.
Ações permanentes: possuem seus valores constantes ao longo da vida útil da
estrutura e são divididas em diretas e indiretas. As ações permanentes diretas
são:
Os pesos próprios dos elementos da construção, incluindo-se o peso
próprio da estrutura e de todos os elementos construtivos
permanentes, os pesos dos equipamentos fixos e os empuxos devidos
ao peso próprio de terras não removíveis e de outras ações
permanentes sobre elas aplicadas; (NBR 8681:2003, item 4.2.1.1)
31

Por outro lado, as ações permanentes indiretas são as forças de


protensão, solicitações devidas aos recalques, ações provindas da retração dos
materiais e fluência do concreto, como também, as imperfeições globais e locais
(NBR 6118:2014).
Ações variáveis são definidas pela inconstância no período de uso da
estrutura, são exemplos: cargas verticais de uso da construção; os efeitos do
vento; variação da temperatura; pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas; forças
de frenação, impacto e centrífugas (NBR 8681:2003). Essas ações devem ser
alocadas nas situações mais desfavoráveis conforme a NBR 6118:2014
estabelece.
Ações excepcionais geram efeitos significativos na estrutura, no entanto
são imprevisíveis ou decorrentes de situações excepcionais de carregamento.
Explosões, incêndios, enchentes ou sismos são exemplos desse tipo de ação.

5.2 VALORES DAS AÇÕES

Para o cálculo de estruturas utilizando o Método dos Estados-Limites são


aplicados os valores característicos (𝐹𝑘 ) e de cálculo (𝐹𝑑 ) das ações. Os valores
característicos dependem da variabilidade de ocorrência na estrutura, similar às
ações, esses valores característicos se dividem em permanentes (𝐹𝑔 ) e variáveis
(𝐹𝑞 ). Os valores característicos permanentes “atuam com valores praticamente
constantes, ou com pequena variação em torno de sua média, durante a vida da
edificação” (NBR 6120:2019, item 3.8). Sendo estabelecidos por consenso, os
valores característicos variáveis “apresentam variações significativas em torno
de sua média durante a vida da edificação” (NBR 6120:2019, item 3.9). Os
valores de cálculo das ações são obtidos através da majoração dos valores
característicos permanentes e variáveis. Essa majoração é estabelecida pelo
coeficiente 𝛾𝑓 que é definido como:

𝛾𝑓 = 𝛾𝑓1 . 𝛾𝑓2 . 𝛾𝑓3

Onde,

𝛾𝑓1 – coeficiente parcial que pondera a variabilidade das ações;


32

𝛾𝑓2 – coeficiente parcial que considera a simultaneidade da atuação das ações;


𝛾𝑓3 – coeficiente parcial que considera os desvios gerados nas construções e as
aproximações feitas em projeto do ponto de vista das solicitações.

Para o estado de limite último (ELU), os coeficientes de ponderação das


ações estão exibidos na Tabela 5 e Tabela 6 abaixo.

Tabela 5 – Coeficiente 𝛾𝑓 = 𝛾𝑓1 . 𝛾𝑓3

Ações
Combinações
Permanente (g) Variáveis (q)
de ações
D F G T
Normais 1,4𝑎 1,0 1,4 1,2
Especiais ou
1,3 1,0 1,2 1,0
de construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0
Onde
D é desfavorável, F é Favorável, G representa as cargas variáveis em geral e
T é temperatura
𝑎
Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso
próprio das estruturas, especialmente as pré-moldadas, esse coeficiente pode
ser reduzido para 1,3.
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 11.1)
33

Tabela 6 – Valores do coeficiente 𝛾𝑓 = 𝛾𝑓2

𝜸𝒇𝟐
Ações
𝝍𝟎 𝝍𝟏 𝒂 𝝍𝟐
Locais em que não há
predominância de pesos de
equipamentos que permanecem
0,5 0,4 0,3
fixos por longos períodos de
tempo, nem de elevadas
𝑏
Cargas concentrações de pessoas
acidentais de Locais em que há predominância
edifícios de pesos de equipamentos que
permanecem fixos por longos 0,7 0,6 0,4
períodos de tempo, ou de elevada
𝑐
concentração de pessoas
Biblioteca, arquivos, oficinas e
0,8 0,7 0,6
garagens
Pressão dinâmica do vento nas
Vento 0,6 0,3 0
estruturas em geral
Variações uniformes de
Temperatura temperatura em relação à média 0,6 0,5 0,3
anual local
𝑎
Para os valores de 𝜓1 relativos às pontes e principalmente para os problemas de fadiga,
ver Seção 23.
𝑏
Edifícios Residenciais.
𝑐
Edifícios comercias, de escritórios, estações e edifícios públicos.
Fonte: ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 11.2)

Para o estado limite de serviço os valores do coeficiente de ponderação


das ações, para a maioria dos casos, é dado pela equação fornecida pela NBR
6118:2014:

𝛾𝑓 = 𝛾𝑓2

Onde,

𝛾𝑓2 depende da verificação que se pretende fazer (ver Tabela 6);


𝛾𝑓2 = 1 para combinações raras;
34

𝛾𝑓2 = 𝜓1 para combinações frequentes;


𝛾𝑓2 = 𝜓2 para combinações quase permanentes;

Além dessas ponderações, também deve ser considerado em pilares e


pilares-parede, com largura (b) inferior a 19 cm, e lajes em balanço, com
espessura inferior a 19 cm, a multiplicação das solicitações pelo coeficiente de
ajustamento 𝛾𝑛 . A Tabela 7 apresentam os valores de 𝛾𝑛 que devem ser inclusos
na determinação da solicitação de cálculo.

Tabela 7 – Valores do coeficiente adicional 𝛾𝑛 para lajes em balanço

h (cm) ≥19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
𝛾𝑛 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45
Onde
𝛾𝑛 = 1,95 − 0,05. ℎ
h é a altura da laje, expressa em centímetros (cm).
NOTA O coeficiente 𝛾𝑛 deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nas lajes em
balanço, quando de seu dimensionamento.
Fonte: NBR 6118:2014 (Tabela 13.2)

6. COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Segundo a NBR 6118:2014 “Um carregamento é definido pela


combinação das ações que têm probabilidades não desprezíveis de atuarem
simultaneamente sobre a estrutura, durante um período preestabelecido”. Essas
combinações devem atuar de forma a gerar os efeitos mais desfavoráveis. As
ações permanentes sempre são consideradas em sua totalidade; as ações
variáveis sofrem ponderações dependendo da situação de projeto e de maneira
a gerarem os maiores efeitos desfavoráveis na estrutura. Para o estado limite
último se aplicam as combinações últimas e para estado limite de serviço se
adotam as combinações de serviço.
As combinações últimas se dividem em normais, especiais ou de
construção e excepcionais. Resumidamente, a combinação última normal se
refere ao esgotamento da capacidade resistente de um elemento estrutural; a
combinação última especial ou de construção é utilizada quando a ação principal
tem duração muito curta (CARVALHO e FIGUEIREDO, 2014); por fim, a
35

combinação última excepcional envolve situações raras como sismos, incêndio


e colapso progressivo. Na Tabela 8 estão exibidas as equações para determinar
o valor das combinações últimas.

Tabela 8 – Combinações últimas

Combinações Cálculo das solicitações


Descrição
últimas (ELU)
Esgotamento
da capacidade
resistente para 𝐹𝑑 = 𝛾𝑔 𝐹𝑔𝑘 + 𝛾ɛ𝑔 𝐹ɛ𝑔𝑘 + 𝛾𝑞 (𝐹𝑞1𝑘 + Ʃ𝜓0𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘 ) + 𝛾ɛ𝑞 𝜓0ɛ 𝐹ɛ𝑞𝑘
Normais elementos
estruturais
de concreto
armado 𝑎
Especiais ou 𝐹𝑑 = 𝛾𝑔 𝐹𝑔𝑘 + 𝛾ɛ𝑔 𝐹ɛ𝑔𝑘 + 𝛾𝑞 (𝐹𝑞1𝑘 + Ʃ𝜓0𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘 ) + 𝛾ɛ𝑞 𝜓0𝑗 𝐹ɛ𝑞𝑘
de construção
𝐹𝑑 = 𝛾𝑔 𝐹𝑔𝑘 + 𝛾ɛ𝑔 𝐹ɛ𝑔𝑘 + 𝐹𝑞1𝑒𝑥𝑐 + 𝛾𝑞 (Ʃ𝜓0𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘 ) + 𝛾ɛ𝑞 𝜓0𝑗 𝐹ɛ𝑞𝑘
Excepcionais
Onde

𝐹𝑑 é o valor de cálculo das ações para combinação última;


𝐹𝑔𝑘 representa as ações permanentes diretas;
𝐹ɛ𝑘 representa as ações indiretas permanentes como a retração 𝐹ɛ𝑔𝑘 e variáveis como a temperatura 𝐹ɛ𝑞𝑘 ;
𝐹𝑞𝑘 representa as ações variáveis diretas das quais 𝐹𝑞1𝑘 é escolhida principal;
𝛾𝑔 , 𝛾ɛ𝑔 , 𝛾𝑞 , 𝛾ɛ𝑔 ver Tabela 5
𝜓0𝑗 , 𝜓0ɛ ver Tabela 6
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 11.3)

As combinações de serviço são divididas de acordo com o tempo de


aplicação na estrutura, são elas: quase permanentes, frequentes e raras. As
combinações quase permanentes são empregadas para o cálculo de
deformações excessivas. Na verificação dos estados limites de formação de
fissuras, abertura de fissuras e de vibrações excessivas se utiliza as
combinações frequentes de serviço. Atuando poucas vezes ao longo da vida útil,
as combinações raras de serviço podem ser utilizadas para verificar o estado
limite de formação de fissuras. A Tabela 9 apresenta as equações que
determinam cada tipo de combinação de serviço.
36

Tabela 9 – Combinações de serviço

Combinações de
Descrição Cálculo das solicitações
serviço (ELS)
Nas combinações quase
permanentes
Combinações
de serviço, todas as ações
quase
variáveis são 𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟 = Ʃ𝐹𝑔𝑖,𝑘 + Ʃ𝜓2𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘
permanentes de
consideradas com seus
serviço (CQP)
valores quase permanentes
𝜓2 𝐹𝑞𝑘
Nas combinações frequentes
de serviço,
a ação variável principal 𝐹𝑞1
é tomada com seu valor
Combinações
frequente
frequentes de 𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟 = Ʃ𝐹𝑔𝑖,𝑘 + 𝜓1 𝐹𝑞1𝑘 + Ʃ𝜓2𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘
𝜓1 𝐹𝑞1𝑘 e todas as demais
serviço (CF)
ações variáveis
são tomadas com seus
valores quase
permanentes 𝜓2 𝐹𝑞𝑘
Nas combinações raras de
serviço, a ação
variável principal 𝐹𝑞1
Combinações é tomada com seu valor
raras de característico 𝐹𝑞1𝑘 𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟 = Ʃ𝐹𝑔𝑖,𝑘 + 𝐹𝑞1𝑘 + Ʃ𝜓1𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘
serviço (CR) e todas as demais ações são
tomadas com
seus valores frequentes
𝜓1 𝐹𝑞𝑘
Onde

𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟 é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço;


𝐹𝑞1𝑘 é o valor característico das ações variáveis principais diretas;
𝜓1 é o fator de redução de combinação frequente para ELS;
𝜓2 é o fator de redução de combinação quase permanente para ELS.

Fonte: ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 11.4)

7. RESISTÊNCIAS

De forma análoga às ações, as resistências dos materiais também


necessitam ser ponderadas para com que as estruturas sejam dimensionadas
com margem de segurança. O Método dos Estados-Limite estabelece que as
ações são majoradas (𝑆𝑑 ) e as resistências dos materiais minoradas (𝑅𝑑 ). Assim,
em qualquer situação do projeto deve ser respeitada a seguinte condição:

𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑

Conforme citado anteriormente, o concreto armado é composto por dois


materiais: concreto e aço. A determinação dos coeficientes de ponderação
37

desses materiais remonta ao processo de produção (indústria) e aplicação nas


construções. Possuindo maior grau de incertezas, o concreto é atrelado a um
coeficiente de ponderação maior (𝛾𝑐 ); o aço a um coeficiente de ponderação
menor (𝛾𝑠 ). Abaixo consta a Tabela 10, a qual estabelece os coeficientes de
ponderação para o estado limite último.

Tabela 10 – Valores dos coeficientes 𝛾𝑐 e 𝛾𝑠

Concreto Aço
Combinações
𝜸𝒄 𝜸𝒔
Normais 1,4 1,15
Especiais ou de construção 1,2 1,15
Excepcionais 1,2 1,0
Fonte: ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 12.1)

Genericamente, as resistências de cálculo (𝑓𝑑 ) são calculadas a partir das


resistências características (𝑓𝑘 ) através da equação:

𝑓𝑘
𝑓𝑑 =
𝛾𝑚

Onde

𝛾𝑚 é o coeficiente de ponderação das ações.

Para a idade de 28 dias ou superior, a resistência a compressão de cálculo


do concreto (𝑓𝑐𝑑 ) é descrita pela seguinte equação:

𝑓𝑐𝑘 𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑐𝑑 = =
𝛾𝑐 1,4

Para o aço a resistência de cálculo (𝑓𝑦𝑑 ) é dada pela seguinte expressão:

𝑓𝑦𝑘 𝑓𝑦𝑘
𝑓𝑦𝑑 = =
𝛾𝑠 1,15

No estado limite de serviço as resistências dos materiais não são minoradas,


logo, 𝛾𝑚 = 1,0.
38

8. LANÇAMENTO ESTRUTURAL

O sistema construtivo de uma construção é dado a partir do projeto


arquitetônico. Podendo ser metálica, alvenaria estrutural, em madeira ou
concreto armado as estruturas são pré-definidas ou sofrem influência da
arquitetura. Neste projeto estrutural foi adotado o sistema construtivo do
concreto armado por conta de razões arquitetônicas, econômicas, ampla
utilização no território nacional e, por fim, é o alvo de estudo deste trabalho.
Após a determinação do concreto armado como método construtivo, as
primeiras considerações são feitas a partir da locação e posicionamento (vertical
ou horizontal) dos pilares. Os pilares são elementos, geralmente, verticais que
possuem alta rigidez aos carregamentos verticais e estão submetidos
majoritariamente a esforços de compressão, portanto, são elementos críticos
nas estruturas de concreto armado (CARVALHO e PINHEIRO, 2009). As
principais particularidades estão listadas abaixo.
• De forma a harmonizar a estrutura com a arquitetura, é desejável que os
pilares estejam embutidos na alvenaria. Caso o pilar seja mais largo que
a parede rebocada, inevitavelmente, o pilar fica parcialmente exposto.
(PERLIN et al., 2019).
• Estruturas de concreto armado são eficientes e econômicas para vãos de
até 6 a 7 metros. Logo, aconselha-se que a locação de pilares seja feita
distanciando os pilares entre 3 a 7 metros (JÚNIOR, 1993).
• Evitar que pilares fiquem aparentes em salas e dormitórios, sobretudo por
questão estética.
• Alinhar os pilares para formar pórticos rígidos. Assim, se evita também
com que vigas se apoiem em vigas, que, embora, seja possível, não é
aconselhável, pois dessa forma se interrompe o caminho natural das
ações. (JÚNIOR, 1993).
• Sempre que possível, deve-se posicionar o eixo de maior inércia do pilar
com a viga de maior vão que o encontra.

Conforme em um lançamento estrutural, primeiro são locados os pilares e


depois esses são interligados por vigas. As vigas são elementos lineares que
possuem a função de receber as cargas das lajes e paredes para transmiti-las
39

aos pilares. A seguir algumas recomendações de Perlin et. al (2019) sobre o


lançamento de vigas.
• Similar aos pilares, as vigas devem estar embutidas na alvenaria, se
possível.
• Posicionar vigas embaixo de paredes para receber os carregamentos de
alvenaria.
• Detalhes de fachada são regularmente aplicados em vigas. Assim, as
seções transversais das vigas podem ser variadas de acordo com a
arquitetura.
• Para atender as especificidades da arquitetura como janelas e portas, é
indicado que as vigas vençam vãos de, no máximo, 5 a 7 metros para
evitar alturas (h) excessivas.
• Fazer o lançamento de vigas contínuas e com a mesma altura (h). O efeito
da continuidade em vigas é benéfico, pois reduz os momentos fletores
positivos e flechas. Facilita-se a execução das formas quando se
padroniza as alturas das vigas.
• Evitar com que haja vigas apoiando em vigas em demasia. Pode limitar
esse recurso para que, no máximo, as cargas passem por 3 vigas
diferentes (JÚNIOR, 1993).

O último dos elementos estruturais a serem lançados são as lajes. Para


edifícios residenciais de médio padrão, o tipo de laje mais comumente utilizado
é a laje pré-moldada. No entanto, neste projeto estrutural optou-se pela aplicação
de lajes maciças por recomendação do orientador. Para as lajes maciças estão
relacionados abaixo alguns itens que devem ser observados no lançamento
estrutural.
• Segundo Perlin et al. (2019)

Deve-se cuidar para que as lajes não possuam vãos teóricos muito
grandes, o que geralmente ocasiona lajes espessas e, portanto, com
maior consumo de concreto e maior peso próprio da estrutura.
40

Como também, é contraindicado a divisão do pavimento em lajes


pequenas, pois, nesse caso, o consumo de formas aumenta
desnecessariamente;
• Verificar a necessidade de rebaixar alguma laje por conta de tubulação
hidrossanitária, área técnica ou área externa;
• Pode-se adotar os seguintes limites para vãos de lajes maciças. Para lajes
armadas em uma direção (unidirecionais), o menor vão pode ter até 5
metros. E, para lajes armadas em duas direções, o limite é 7x7 metros.
(JÚNIOR, 1997).

9. LAJES

Conforme Carvalho e Pinheiro (2014) lajes são placas de concreto de


superfície plana que possuem sua espessura relativamente pequena comparada
a largura e comprimento. Conforme citado no capítulo anterior, o tipo de laje
selecionada para dimensionar a estrutura do edifício é maciça. As lajes maciças
são aquelas onde toda sua seção transversal é composta por concreto. São,
geralmente, apoiadas em vigas e, em algumas ocasiões, apoiadas diretamente
pelos pilares.
Diferentemente das lajes pré-moldadas, as lajes maciças distribuem seus
carregamentos para todas as vigas em seu perímetro. Segundo BASTOS (2015)
as lajes maciças possuem sua espessura variando de 7 a 15 cm em geral e são
comumente empregadas em edifícios de múltiplos pavimentos. Destaca-se que
o custo das formas é relevante na execução de lajes maciças; contudo, esse
custo se dilui quando os pavimentos se repetem (CARVALHO, 2014).
Indicado por Carvalho e Pinheiro (2014, p.319) “A relação entre a altura
(espessura) e o menor vão da laje de pavimentos de edifícios costuma variar de
1/40 a 1/60”. Nos casos onde a espessura é 1/3 do menor vão as lajes maciças
devem ser calculadas como placas espessas (assunto não abordado neste
trabalho).

9.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
41

Para iniciar os cálculos para determinar a espessura definitiva e as


armaduras das lajes maciças, é necessário, primeiramente, estimar uma
espessura para as lajes. Verifica-se, posteriormente, se esta espessura pré-
definida satisfaz os critérios do estado limite último e estado limite de serviço.
Para Perlin et al. (2019) o pré-dimensionamento pode ser realizado através das
relações abaixo:

𝑙𝑥

Para lajes unidirecionais: ℎ = {35


𝑙𝑥
45

𝑙𝑥

Para lajes bidirecionais: ℎ = {40


𝑙𝑥
50

Onde,
ℎ é a espessura da laje;
𝑙𝑥 é o menor vão efetivo.

Quando os vãos das lajes são pequenos, os pré-dimensionamentos


resultam em resultados inferiores ao exigido na NBR 6118:2014. No entanto, no
item 13.2.4.1 da NBR 6118:2014, são definidos os seguintes limites mínimos
para a espessura de lajes maciças:
a) 7 cm para cobertura não em balanço;
b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30
𝑘𝑁;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 𝑘𝑁;
𝑙
f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de para
42
𝑙
lajes de piso biapoiadas e 50 para lajes de piso contínuas;

g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.


42

9.2 CLASSIFICAÇÃO DAS LAJES MACIÇAS

Lajes maciças são classificadas de acordo com a relação entre seu maior
vão e menor vão. As lajes unidirecionais são aquelas que possuem a relação
𝜆 > 2, sendo essas lajes armadas em uma única direção, empregando apenas
armaduras mínimas na outra direção. Armadas nas duas direções, as lajes
bidirecionais possuem a relação 𝜆 ≤ 2. O parâmetro 𝜆 é dado por:

𝑙𝑦
𝜆=
𝑙𝑥
Onde,
𝑙𝑥 é o menor vão efetivo;
𝑙𝑦 é o maior vão efetivo.

9.3 VÃOS EFETIVOS

Os vãos efetivos 𝑙𝑥 e 𝑙𝑦 são calculados segundo Carvalho e Pinheiro


(2014) conforme a expressão:

𝑙𝑒𝑓 = 𝑙0 + 𝑎1 + 𝑎2

Onde,

𝑙0 é a distância entre as faces internas de dois apoios consecutivos;


𝑡1 /2
𝑎1 ≤ { ;
0,3ℎ
𝑡2 /2
𝑎2 ≤ { ;
0,3ℎ
𝑡1 é a largura do apoio à esquerda;
𝑡2 é a largura do apoio à direita;
h é a espessura da laje;
43

Figura 4 – Dimensões consideradas no cálculo do vão efetivo de lajes

Fonte: BASTOS (2015)

9.4 CONDIÇÕES DE APOIO

Efetua-se o dimensionamento das lajes através do cálculo de placas por


séries. Nesse tipo de solução, os momentos fletores e flechas são determinados
“a partir da geometria e das condições de vinculação da placa. Para isso, o
pavimento deve ser discretizado, ou seja, cada laje deve ser tratada
individualmente” (Carvalho & Pinheiro, 2014). Logo, cada apoio de um pano de
laje possui uma determinada vinculação. Segundo Perlin et al. (2019) essas
vinculações podem ser apoios rotulados (simples), engastados ou bordos livres.
Quando a laje se apoia em vigas perimetrais, geralmente, a vinculação
aplicada é o apoio rotulado. Se é necessário que seja estabelecido equilíbrio
estático, como em lajes em balanço, os bordos são engastados. Na ausência de
vigas, as lajes possuem bordos livres.
Nos apoios intermediários, pode ser considerado que “as lajes menores e
menos rígidas são engastadas nas maiores e mais rígidas” (Carvalho e Pinheiro,
2014). Entretanto, existem relações entre níveis, espessuras e dimensões das
lajes que devem ser respeitados para com que haja o engastamento. Perlin et al
(2019, p.23) define essas particularidades:

Quando houver diferença de nível entre lajes vizinhas devido à rebaixo,


existem 3 possibilidades:
1. Caso o tamanho do rebaixo seja inferior à espessura da laje de
referência e a largura da viga seja superior às espessuras de ambas
as lajes, pode-se considerar a continuidade e calcular o apoio da laje
rebaixada como engaste;
2. Caso contrário, a laje rebaixada deve ser considerada como
simplesmente apoiada;
44

3. Caso o engaste seja necessário para o equilíbrio estático da laje


rebaixada, ou seja, lajes em balanço como as marquises, admite-se
que a laje rebaixada seja engastada, sendo necessário que a largura
da viga seja superior às espessuras de ambas as lajes;
Uma laje de espessura h, pode ser engastada na laje adjacente se a
espessura da adjacente for maior ou igual a ℎ − 2;
Quando, ao longo de um apoio existe menos de 2/3 de seu
comprimento com continuidade entre lajes vizinhas, despreza-se a
continuidade e considera-se tal apoio como simples. Quando houver
2/3 ou mais de continuidade ao longo de um apoio, considera-se este
apoio como engaste;
O vão da laje adjacente deve ser maior que 2/3 do vão da laje
considerada (na mesma direção) para que a laje considerada possa
ser engastada na laje adjacente;
O carregamento da laje considerada deve ser semelhante ao da laje
adjacente;

A Figura 5 ilustra os tipos de vinculações nos apoios para um pano de


laje. Onde o contorno contínuo representa um apoio rotulado, o contorno
tracejado é um bordo livre e o contorno com linhas diagonais representa um
engaste.

Figura 5 – Condições de apoio das lajes

Fonte: Do autor

Excluindo a vinculação de bordos livres, as lajes retangulares podem


admitir tais casos de vinculação (Figura 6). Esses 9 casos são utilizados em
tabelas para estabelecer coeficientes para o cálculo dos momentos fletores
máximos e flechas elásticas.
45

Figura 6 – Definição dos casos de lajes

Fonte: Adaptado de CARVALHO e FIGUEIREDO (2014)

9.5 CARGAS ATUANTES

Como citado anteriormente as ações são divididas em 2 categorias: ações


permanentes e variáveis. Podem ter variadas origens como o peso próprio da
estrutura; peso de revestimentos, paredes, equipamentos, veículos, móveis,
pessoas, água; efeito do empuxo e do vento, entres outros.
Exceto para paredes apoiadas diretamente em lajes (cargas lineares) e
casos específicos de cargas pontuais, as ações são distribuídas por metro
quadrado. As cargas atuantes são calculadas a partir da multiplicação do peso
específico dos materiais por sua espessura.
As normas que retratam a atuação dos carregamentos na estrutura são a
NBR 6118:2014, NBR 8681:2003 e a NBR 6120:2019 (BASTOS, 2015). Sendo
a NBR 6120:2019 - Ações para o cálculo de estruturas de edificações, composta
por tabelas de pesos específicos e valores de cargas variáveis.
46

9.5.1 Cargas permanentes

São constituídas pelo peso próprio dos materiais, como por exemplo: a
própria laje, contrapiso, revestimento cerâmico ou de pedra, reboco do teto,
paredes, reboco e revestimentos das paredes, impermeabilização, estrutura de
madeira da cobertura e telhas. Abaixo consta a Tabela 11 a qual reúne os pesos
específicos dos materiais utilizados neste trabalho.

Tabela 11 – Pesos específicos dos materiais utilizados

Material Peso específico (𝒌𝑵/𝒎³)


Argamassa de cimento e areia (contrapiso) 21
Porcelanato 23
Argamassa de cal, cimento e areia (reboco do teto) 19
Fonte: ABNT NBR 6120:2019 (Tabela 1)

9.5.1.1 Peso próprio (𝑔𝑝.𝑝 )

Conforme explicitado anteriormente o peso específico do concreto


armado é 25 𝑘𝑁/𝑚³. Logo, a carga a ser utilizada referente ao peso da própria
laje é dada pela expressão:

𝑔𝑝.𝑝 = ℎ . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜

Onde,
𝑔𝑝.𝑝 é a carga permanente do peso próprio da laje (𝑘𝑁/𝑚²);
ℎ é a altura da laje (𝑚);
𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 é o peso específico do concreto (𝑘𝑁/𝑚³).

9.5.1.2 Peso do contrapiso (𝑔𝑐.𝑝 )

O contrapiso é constituído por cimento e areia (argamassa) e tem a função


de regularizar a laje para o assentamento dos revestimentos cerâmicos no piso.
Conforme consta na Tabela 11, o peso específico da argamassa que compõe o
contrapiso é 21 𝑘𝑁/𝑚³.
47

𝑔𝑐.𝑝 = 𝑒𝑐.𝑝 . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜

Onde,
𝑔𝑐.𝑝 é a carga permanente do peso do contrapiso (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑒𝑐.𝑝 é a espessura do contrapiso (𝑚);
𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 é o peso específico da argamassa de cimento e areia (𝑘𝑁/𝑚³).

9.5.1.3 Peso do revestimento de porcelanato (𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 )

Com função estética e de acabamento, o revestimento cerâmico


(porcelanato) é assentado acima do contrapiso. Como não foi estabelecido a
espessura do porcelanato no projeto arquitetônico, foi considerado a espessura
(𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 ) igual a 1 cm. Na Tabela 11 está indicado o peso específico porcelanato é
igual a 23 𝑘𝑁/𝑚³.

𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 = 𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 . 𝛾𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜

Onde,
𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 é a carga permanente do porcelanato (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 é a espessura do porcelanato (𝑚);
𝛾𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜 é o peso específico do porcelanato (𝑘𝑁/𝑚³).

9.5.1.3 Peso do reboco do teto (𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 )

Corrigindo imperfeições das formas, o reboco do teto é necessário para


cumprir função estética. Como não foi estabelecido a espessura do reboco do
teto no projeto arquitetônico, foi considerado a espessura (𝑒𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 ) igual a 1,5 cm.
Na Tabela 11 está indicado o peso específico da argamassa utilizada para o
reboco e é igual a 19 𝑘𝑁/𝑚³.

𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 𝑒𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 . 𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜

Onde,
48

𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 é a carga permanente do reboco do teto (𝑘𝑁/𝑚²);


𝑒𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 é a espessura do reboco (𝑚);
𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 é o peso específico da argamassa de cal, cimento e areia (𝑘𝑁/𝑚³).

9.5.1.5 Peso da alvenaria de vedação

As paredes agem como isolante térmico e acústico, dividem ambientes e


isolam o interior das edificações das intempéries. São compostas por tijolos ou
blocos, argamassa de assentamento e revestimento argamassado. Abaixo
consta a Tabela 12 que indica as cargas de parede em 𝑘𝑁/𝑚², relacionando o
tipo de tijolo e a espessura do revestimento argamassado.

Tabela 12 – Relação da alvenaria de vedação e 𝑘𝑁/𝑚²

Peso – Espessura de revestimento por


Alvenaria Espessura do bloco (𝒄𝒎) face (𝒌𝑵/𝒎²)
0 𝒄𝒎 1 𝒄𝒎 2 𝒄𝒎
Bloco cerâmico 9 0,7 1,1 1,6
vazado
11,5 0,9 1,3 1,7
(Furo horizontal -
ABNT NBR 14 1,1 1,5 1,9

15270-1) 19 1,4 1,8 2,3


Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6120:2019 (Tabela 2)

Neste estudo, foram utilizados blocos cerâmicos vazados com espessura


de revestimento igual a 2 cm e com espessura de 14 cm para blocos externos,
e espessura de 11,5 cm para blocos internos.
Usualmente, as ações exercidas na estrutura pelo peso da alvenaria são
consideradas como cargas distribuídas. As cargas do peso da alvenaria são
contabilizadas em função do tipo de laje. Para as lajes maciças unidirecionais
pode-se considerar que as lajes são vigas biapoiadas (Figura 7); dependendo da
posição da parede as cargas podem se distribuir linear, pontual ou
uniformemente. Para as lajes maciças bidirecionais os carregamentos advindos
das paredes também são admitidos como uniformemente distribuídos.
49

Figura 7 – Cargas de alvenaria sob lajes maciças unidirecionais

Fonte: Adaptado de PERLIN et al. (2019).

Para lajes unidirecionais com a parede segundo o menor vão a carga é


distribuída para uma área (𝐴) e determinada por:

𝑙𝑥 𝑙𝑥 ²
𝐴 = 𝑙𝑥 . 𝑏 = 𝑙𝑥 . =
2 2

Onde,

𝐴 é a área a qual recebe o carregamento da parede (𝑚²);


𝑙𝑥 é o menor vão efetivo (𝑚);
b é o comprimento de influência de uma parede sob a laje (𝑚);

Determina-se o peso total (𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ) da parede segundo a expressão abaixo.

𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑝𝑎𝑟 . 𝐻𝑝𝑎𝑟 . 𝑃𝑝𝑎𝑟

Onde,

𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é o peso total da parede (𝑘𝑁);


50

𝐶𝑝𝑎𝑟 é o comprimento da parede (𝑚);


𝐻𝑝𝑎𝑟 é a altura da parede (𝑚);
𝑃𝑝𝑎𝑟 é o carregamento estabelecido pela NBR 6120:2019 para determinado bloco
e sua respectiva espessura de revestimento, ver Tabela 12 (𝑘𝑁/𝑚²).

A carga linear adotada para a viga que representa a laje unidirecional é


dada por:

𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐶𝐿𝑝𝑎𝑟 =
𝐴

Onde,

𝐶𝐿𝑝𝑎𝑟 é a carga linear advinda da parede aplicada na viga que representa a laje
𝑘𝑁
unidirecional (𝑚²);

𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é o peso total da parede (𝑘𝑁);

Em lajes maciças bidirecionais, o cálculo do carregamento de paredes é


função do volume da parede e peso específico. Se a parede é isolada efetua-se
o cálculo somente para a parede em questão; no caso onde haja várias
alvenarias se calcula o carregamento de cada parede isoladamente e, depois,
são somados os resultados individuais (Figura 8).
51

Figura 8 – Cargas de alvenaria sob lajes maciças bidirecionais

Fonte: PERLIN et al. (2019).

A expressão do carregamento uniformemente distribuído de parede está exibida


abaixo:

𝑔𝑝𝑎𝑟 = 𝑃𝑝𝑎𝑟 . 𝐶𝑝𝑎𝑟 . 𝐻𝑝𝑎𝑟 /(𝑙𝑥 . 𝑙𝑦 )

Onde,

𝑔𝑝𝑎𝑟 é o carregamento uniformemente distribuído da parede sob a laje (𝑘𝑁/𝑚²);


𝑃𝑝𝑎𝑟 é o carregamento estabelecido pela NBR 6120:2019 para determinado bloco
e sua respectiva espessura de revestimento, ver Tabela 12 (𝑘𝑁/𝑚²);
𝐶𝑝𝑎𝑟 é o comprimento da parede (𝑚);
𝐻𝑝𝑎𝑟 é a altura da parede (𝑚);
𝑙𝑥 é o menor vão efetivo (𝑚);
𝑙𝑦 é o maior vão efetivo (𝑚).

Segundo a NBR 6120:2019 “Quando forem previstas paredes divisórias


sem posição definida em projeto, [...] pode-se considerar, além dos demais
carregamentos, uma carga uniformemente distribuída adicional”. Na Tabela 13
estão exibidos os valores adicionais de carga uniformemente distribuída em
função do peso próprio da parede acabada.
52

Tabela 13 – Cargas variáveis adicionais para consideração de paredes divisórias sem posição
definida em projeto
Peso próprio (p.p.) da parede acabada (𝒌𝑵/𝒎) Carga acidental (𝒌𝑵/𝒎²)
p.p. ≤ 1,0 0,5
1,0 ≤ p.p. ≤ 2,0 0,75
2,0 ≤ p.p. ≤ 3,0 1,0
p.p. ≥ 3,0 Não permitido
Fonte: ABNT NBR 6120:2019

9.5.2 Cargas variáveis

Também conhecidas como cargas acidentais, as cargas variáveis são


determinadas a partir do uso da laje em questão e sofrem influência dos efeitos
de vento, variação de temperatura, peso das caixas d’água, entre outras ações
(PERLIN et al., 2019). São ações supostas como uniformemente distribuídas
com valores mínimos preconizados pela NBR 6120:2019. Na Tabela 14 estão
exibidos os valores de carga variável que foram utilizados neste trabalho.

Tabela 14 – Valores de carga variável utilizados no projeto

Carga uniformemente
Local
distribuída (𝒌𝑵/𝒎²)
Dormitórios 1,5
Sala, copa, cozinha 1,5
Sanitários 1,5
Edifícios Residenciais
Despensa, área de serviço e
2,0
lavanderia
Áreas de uso comum 3,0
Com acesso apenas para
Coberturas 1,0
inspeção ou manutenção
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6120:2019 (Tabela 10)

Em edifícios onde há repetição de pavimentos a NBR 6120:2019


(subseção 6.12, p.41) especifica que:

Para a determinação de esforços solicitantes em pilares e fundações,


que suportem 𝑛 andares acima do elemento em questão, com
conjuntos de pisos adjacentes com o mesmo tipo de uso, o valor da
carga variável de uso pode ser multiplicado por um coeficiente de
redução 𝛼𝑛 .
53

Embora seja permitido reduzir as cargas variáveis em edifícios com repetidos


pavimentos-tipo, neste trabalho não foram empregados os coeficientes de
redução, pois não há repetições suficientes para a aplicação de tal fator.

9.6 MOMENTOS FLETORES SOLICITANTES

Os momentos fletores solicitantes advém dos carregamentos


permanentes e variáveis que estão presentes na laje. São calculados em função
de como a laje é armada, diferenciando-se para lajes unidirecionais e
bidirecionais. Segundo Bastos (2021) lajes maciças unidirecionais são
calculadas como vigas; lajes maciças bidirecionais podem ser dimensionadas de
diversas formas, no entanto, neste projeto foi utilizada a Teoria da Elasticidade.
Para as hipóteses de cálculo segundo a Teoria da Elasticidade, Carvalho
e Figueiredo (2014, p.322) elencam que “as placas são constituídas de material
homogêneo, elástico, isótropo, linear fisicamente e têm pequenos
deslocamentos”. Carvalho e Figueiredo (2014) indicam algumas considerações
para facilitar as condições de contorno na resolução do problema, essas estão
listadas abaixo:
a) Os carregamentos transmitidos das lajes para as vigas são exclusivamente
verticais, portanto, não há transmissão de momentos de torção nas vigas;
b) As lajes distribuem seus carregamentos uniformemente nas vigas, não
transmitindo esforços diretamente aos pilares;
c) Pressupõe-se que as vigas são indeslocáveis na direção vertical.
d) Existem dois tipos de vinculação: rótulas (rotação livre) e engastes (rotação
totalmente impedida).
Para a determinação das reações de apoio das lajes na viga foi utilizado
o Método do Regime de Ruptura (Charneiras plásticas). Não foi aplicada a Teoria
da Elasticidade para estipular as cargas das lajes nas vigas, pois os resultados
não são constantes ao longo da viga e as cargas calculadas para o regime de
ruptura (E.L.U) não são proporcionais às cargas de serviço (E.L.S).
54

9.6.1 Lajes Unidirecionais

As lajes maciças unidirecionais são dimensionadas como vigas com


largura igual a 1 metro. Logo, os momentos positivos e negativos são baseados
nos resultados da estática e esforços internos da viga correspondente. Estão
listados abaixo os diferentes tipos de situações de lajes armadas em uma
direção:
𝑝 . 𝑙𝑥 ² 𝑝 . 𝑙𝑥 ²
As expressões a seguir possuem os seguintes formatos 𝑀+ = e 𝑀− = ,
𝑁 𝑁

onde:

𝑀+ é o maior momento positivo (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚);


𝑀− é o maior momento negativo (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚);
𝑝 é o carregamento distribuído sobre a laje (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑙𝑥 é o menor vão efetivo (𝑚);
𝑁 é um número obtido através da resolução estática da viga.

a) Laje bi-rotulada: Ambos os apoios são simples (rotação livre). Sua


representação (Figura 9) e expressões do cálculo de momentos fletores estão
apresentados abaixo:

Figura 9 – Laje em dois apoios

Fonte: Do autor.

Momento negativo: 0

𝑝 . 𝑙𝑥 ²
Momento positivo: 𝑀+ = 8
55

b) Laje com 1 rótula e 1 engaste: Um apoio simples (rotação livre) e um engaste


(rotação impedida). Sua representação (Figura 10) e expressões do cálculo de
momentos fletores estão apresentados abaixo:

Figura 10 – Laje com 1 apoio e 1 engaste

Fonte: Do autor.

𝑝 . 𝑙𝑥 ²
Momento negativo: 𝑀− = 8

𝑝 . 𝑙𝑥 ²
Momento positivo: 𝑀+ = 14,22

c) Laje bi-engastada: Dois engastes (rotação impedida). Sua representação


(Figura 11) e expressões do cálculo de momentos fletores estão apresentados
abaixo:

Figura 11 – Laje biengastada

Fonte: Do autor.

𝑝 . 𝑙𝑥 ²
Momento negativo: 𝑀− = 12

𝑝 . 𝑙𝑥 ²
Momento positivo: 𝑀+ = 24
56

d) Laje em balanço: Apenas 1 engaste (rotação impedida). Sua representação


(Figura 12) e expressões do cálculo de momentos fletores estão apresentados
abaixo:

Figura 12 – Laje em balanço

Fonte: Do autor.

𝑝 . 𝑙𝑥 ²
Momento negativo: 𝑀− = 2

Momento positivo: 0

9.6.2 Lajes bidirecionais

As lajes bidirecionais possuem uma de suas resoluções através da Teoria


das placas delgadas. Existem outros métodos destaca Bastos (2021) como:
Processos aproximados (grelha equivalente), Métodos numéricos (elementos
finitos), entre outros. Os métodos utilizados, neste trabalho, para a determinação
dos esforços são a Teoria da Elasticidade (Teoria das placas delgadas) e o
Método no Regime de Ruptura (charneiras plásticas).
Segundo Perlin et al. (2019) a Teoria da Elasticidade supõe que as lajes
não sofrem fissuração quando são carregadas, logo, sua inércia permanece
inalterada; consequentemente, infere menores valores de flecha e considera que
os esforços de no estado limite último são proporcionais aos esforços no estado
limite de serviço. Neste trabalho a Teoria da Elasticidade foi aplicada para
determinar os momentos fletores e a flecha elástica.
O Método no Regime de Ruptura foi desenvolvido para representar as
lajes no momento de ruptura. Nesse método, as cargas transmitidas das lajes
para as vigas dependem das condições de apoio. Resumidamente, onde há
57

engaste a viga recebe mais carregamento, onde há rótula (apoio simples) a viga
recebe menos carregamento.
Reconhecendo que o desenvolvimento matemático da Teoria das placas
e a obtenção dos esforços das lajes é trabalhoso, foram criadas tabelas para
lajes retangulares, as quais facilitam o processo de cálculo dos esforços e
flechas. Czerny, Bares e Marcus confeccionaram essas tabelas a partir da
geometria e da vinculação das lajes. Segundo Perlin et al. (2019) algumas
prerrogativas devem ser consideradas para a utilização dessas tabelas, como
por exemplo: a placa deve ser analisada isoladamente; a laje deve ser
retangular; a espessura da laje deve ser constante; não podem existir aberturas
com carregamentos não usuais e os apoios precisam ter a mesma vinculação ao
longo de seu comprimento (rótula ou engaste).
Neste trabalho foram utilizadas as tabelas de Bares o qual estabeleceu 9
casos de vinculação para o cálculo dos momentos fletores e flechas elásticas.
Na confecção dessas tabelas foi considerado o coeficiente de Poisson igual a
0,2.

𝜈 = 0,2

A expressão geral para o cálculo dos momentos fletores positivos ou negativos


está apresentada a seguir:

𝑝 . 𝑙𝑥 2
𝑀=𝜇.
100

Onde,

𝑀 é o momento fletor positivo ou negativo (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚);


𝜇 é o coeficiente tabelado para o cálculo dos momentos fletores, podendo ser:
𝜇𝑥 𝑜𝑢 𝜇𝑦 coeficientes admitidos para a determinação dos momentos
fletores positivos no eixo x e eixo y respectivamente;
𝜇 − 𝑥 𝑜𝑢 𝜇 − 𝑦 coeficientes admitidos para a determinação dos momentos

fletores negativos no eixo x e eixo y respectivamente;


𝑝 é o carregamento uniformemente distribuído sobre a laje (𝑘𝑁/𝑚²);
58

𝑙𝑥 é menor vão efetivo.

Ressalta-se que para o dimensionamento de peças de concreto armado


as cargas devem ser majoradas. Conforme a Tabela 5 (subseção 5.2), os
coeficientes de ponderação para as combinações normais são 1,4; tanto para
cargas permanentes quanto para cargas variáveis. Logo, a expressão geral para
o cômputo dos momentos fletores de cálculo está exibida abaixo:

1,4 . 𝑝 . 𝑙𝑥 2
𝑀𝑑 = 𝜇 .
100

9.6.3 Compatibilização dos momentos fletores

Consideram-se as lajes isoladas uma das outras para o cálculo de seus


esforços e deslocamentos. No entanto, segundo Bastos (2021, p.17) “os
momentos fletores negativos em uma borda comum a duas lajes contíguas são
geralmente diferentes”. A resolução é dada através da compatibilização dos
momentos fletores negativos e correção dos momentos positivos.
O item 14.7.6.2 da NBR 6118:2014 destaca que quando as cargas
permanentes são predominantes em relação às cargas variáveis, pode-se adotar
a compatibilização dos momentos negativos sobre os apoios da seguinte
maneira:

0,8 . 𝑀𝐴 −
0,8 . 𝑀 −
𝑀− ≥ { − 𝐵 −
𝑀𝐴 + 𝑀𝐵
2

Quando o momento fletor negativo sofre uma redução após a


combatibilização, o momento fletor referente a esse vão aumenta. Nem sempre
os momentos positivos são corrigidos e aumentados, se houver diminuição do
momento fletor positivo, opta-se por não reduzi-lo a favor da segurança. Deve-
se aumentar os momentos positivos segundo Perlin et al. (2019) de formas
diferentes dependendo de sua localização no pavimento, estas determinações
estão descritas a seguir:
59

a) Vãos externos: Metade da variação do momento fletor negativo deve ser


adicionada ao momento fletor positivo na direção considerada;
b) Vão intermediários: Adiciona-se a média das variações ocorridas nos
momentos fletores negativos aos momentos fletores positivos na direção
considerada.
A Figura 13 ilustra a situações de compatibilização dos momentos fletores
negativos e correções dos momentos fletores positivos em uma laje contínua.

Figura 13 – Compatibilização dos momentos fletores negativos e positivos

Fonte: Adaptado de Bastos, 2021.

9.7 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS


60

As armaduras das lajes são dimensionadas de acordo com os esforços


gerados pelos carregamentos. Existem alguns tipos de armaduras para lajes
maciças, por exemplo: armaduras longitudinais, transversais, de canto e de
borda (PERLIN et al., 2019). Neste trabalho, apenas foram dimensionadas e
utilizadas armaduras longitudinais, as quais resistem a solicitação mais
preponderante nas lajes – a flexão.
Conhecendo os momentos fletores atuantes nas lajes (E.L.U), o 𝑓𝑐𝑘 do
concreto e a espessura da laje (ℎ), pode-se iniciar o cálculo das armaduras
longitudinais. O dimensionamento das armaduras longitudinais ocorre nas
direções x e y e fixa a largura da laje em 1 metro, consequentemente, a armadura
encontrada deve ser distribuída nessa faixa unitária (CARVALHO; PINHEIRO,
2014).
A partir do equilíbrio de tensões na seção transversal da laje se identifica
quais são os esforços na seção. Como citado anteriormente o concreto possui
baixa resistência à tração, logo, nos elementos de concreto armado quem resiste
a esforços de tração é o aço. Para utilizar a resolução do equilíbrio de tensões,
é necessário conhecer o valor da linha neutra (𝑥), entretanto, primeiro deve-se
calcular a altura útil em x e y (𝑑𝑥 , 𝑑𝑦 e 𝑑𝑛𝑒𝑔 ). As expressões para determinar a
altura útil e a Figura 14 estão expostas abaixo:

𝑑𝑥 = ℎ − 𝑐 − 0,5 . 𝛷𝑥

𝑑𝑦 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑥 − 0,5 . 𝛷𝑦

𝑑𝑥′ = 𝑐 + 0,5 . 𝛷𝑥′

𝑑𝑦′ = 𝑐 + 𝛷𝑥′ + 0,5 . 𝛷𝑦′

Onde,

𝑑𝑥 é altura útil da laje na direção do menor vão (𝑐𝑚);


𝑑𝑦 é altura útil da laje na direção do maior vão (𝑐𝑚);
61

𝑑𝑥′ é distância entre a face comprimida do concreto e o centro da barra negativa


(𝑐𝑚);
𝑑𝑦′ é distância entre a face comprimida do concreto e o centro da barra negativa
(𝑐𝑚);
ℎ é a espessura da laje (𝑐𝑚);
𝑐 é o cobrimento nominal (𝑐𝑚);
𝛷𝑥 é o diâmetro considerado para as barras longitudinais positivas na direção do
menor vão (𝑐𝑚);
𝛷𝑦 é o diâmetro considerado para as barras longitudinais positivas na direção do
maior vão (𝑐𝑚);
𝛷𝑥′ é o diâmetro considerado para as barras longitudinais negativas na direção
do menor (𝑐𝑚);
𝛷𝑦′ é o diâmetro considerado para as barras longitudinais negativas na direção
do maior (𝑐𝑚);

Figura 14 – Seção de uma laje maciça

Fonte: Do autor.

A linha neutra de uma peça de concreto armado é a região onde não há


esforços de tração ou de compressão, portanto, nessa linha a deformação é nula.
Para o cálculo da posição da linha neutra (𝑥) é dada a expressão a seguir:
62

𝑀𝑥𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

Onde,

𝑥 é a posição da linha neutra na seção transversal (𝑐𝑚);


𝑑 é a altura útil da laje (𝑐𝑚);
𝑀𝑥𝑑 é o momento fletor de cálculo na direção do menor vão (𝑘𝑁. 𝑐𝑚/𝑚);
𝑏𝑤 é a largura da faixa considerada (𝑐𝑚);
𝑓𝑐𝑑 é a resistência a compressão de cálculo do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²).

Segundo a NBR 6118:2014 (item 17.2.3) “é necessário garantir boas


condições de ductilidade respeitando os limites da posição da linha neutra (𝑥/𝑑)”.
Para lajes e vigas, no estado limite último se define como adequada a ruptura
dútil (Domínio 2 e 3); no Domínio 4 ocorre ruptura frágil a qual deve ser evitada.
Os domínios de deformação na seção transversal são configurados no
estado limite último e representam como uma peça de concreto armado se
comporta na ruína por flexão simples ou composta. Neste trabalho, foi fixado o
Domínio de deformação 2, cujo relação limite é 𝑥/𝑑 = 0,245, como a maior
relação da altura da linha neutra com a altura útil possível para dimensionar a
laje. Nos casos onde a relação 𝑥/𝑑 obtida foi maior, então foi aumentada a
espessura da laje.
Por fim, calcula-se a área de aço necessária por metro para resistir aos
esforços de tração segundo a equação a seguir:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)

Onde,

𝐴𝑠 é a área de aço necessária (𝑐𝑚2 /𝑚);


𝑀𝑑 é o momento fletor de cálculo (𝑘𝑁. 𝑐𝑚/𝑚);
𝑓𝑦𝑑 é a tensão de escoamento de cálculo do aço (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
63

𝑑 é a altura útil (𝑐𝑚);


𝑥 é altura da linha neutra (𝑐𝑚).

9.8 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS

Deve-se projetar as armaduras de uma laje visando que elas permaneçam


estáticas durante a concretagem. A NBR 6118:2014 preconiza algumas
definições e limites para o detalhamento das armaduras que estão listados
abaixo:
a) Diâmetro máximo (𝛷𝑚á𝑥 ): qualquer barra da armadura de flexão deve ter
diâmetro no máximo igual a h/8;
b) Espaçamento máximo (𝑠𝑚á𝑥 ): as barras da armadura principal de flexão
devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2 . ℎ ou 20 cm, prevalecendo
o menor desses dois valores na região dos maiores momentos fletores. A
armadura secundária de flexão deve ser igual ou superior a 20 % da armadura
principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre barras de no máximo 33
cm;
c) Em lajes unidirecionais e bidirecionais, as quais não requerem armaduras
transversais e armaduras de canto, toda armadura positiva deve ser prolongada,
no mínimo, 4 cm além do eixo do apoio.
A NBR 6118:2014 determina taxas mínimas de armadura de flexão com
o intuito de “melhorar o desempenho e a ductilidade à flexão, assim como
controlar a fissuração”. A Tabela 15 apresenta as relações de taxa mínima de
armadura (𝜌𝑚𝑖𝑛 ) para os diferentes tipos de armadura passiva.
64

Tabela 15 – Valores mínimos para armaduras de lajes

Elementos estruturais sem armaduras


Armadura
ativas
Armaduras negativas 𝜌𝑠 ≥ 𝜌𝑚𝑖𝑛
Armaduras negativas de bordas sem
𝜌𝑠 ≥ 0,67 . 𝜌𝑚𝑖𝑛
continuidade
Armaduras positivas de lajes armadas nas
𝜌𝑠 ≥ 0,67 . 𝜌𝑚𝑖𝑛
duas direções
Armadura positiva (principal) de lajes
𝜌𝑠 ≥ 𝜌𝑚𝑖𝑛
armadas em uma direção
𝐴𝑠 ≥ 20% da armadura principal
Armadura positiva (secundária) de lajes
𝐴𝑠 ≥ 0,5 . 𝜌𝑚𝑖𝑛
armadas em uma direção
𝐴𝑠 ≥ 0,9 𝑐𝑚2 /𝑚
Obs:
𝜌𝑠 = 𝐴𝑠 /(𝑏. ℎ);
𝐴𝑠 é a área de aço necessária por metro (𝑐𝑚2 /𝑚).
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014 (Tabela 19.1)

A seguir a Tabela 16 relaciona as taxas mínimas de armadura com a resistência


característica do concreto.

Tabela 16 – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas

Valores de 𝝆𝒎𝒊𝒏 * (𝑨𝒔,𝒎𝒊𝒏 /𝑨𝒄 )


Forma da
%
seção
20 25 30 35 40 45 50
Retangular 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211
* Os valores de 𝜌𝑚𝑖𝑛 estabelecidos neste quadro pressupõem o uso de aço CA-50, d/h = 0,8
e 𝛾𝑐 = 1,4 e 𝛾𝑠 = 1,15. Caso esses fatores sejam diferentes, 𝜌𝑚𝑖𝑛 deve ser recalculado.
Fonte: Adaptado de Carvalho e Figueiredo (2014)

9.8.1 Armaduras positivas

Após a obtenção da área de aço necessária por metro (𝐴𝑠 ), determina-se


o número de barras por metro através da seguinte equação:

𝑛 = 𝐴𝑠 /𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡
65

Onde,
𝑛 é o número de barras distribuídas por metro;
𝐴𝑠 é a área de aço necessária por metro (𝑐𝑚2 /𝑚);
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 é área de aço unitária (𝑐𝑚²).

O espaçamento entre barras é arredondado para o número inteiro


imediatamente inferior e dado pela expressão:

𝑠 = 100/𝑛

Onde,
𝑠 é o espaçamento entre barras (𝑐𝑚);

Conforme supracitado, deve-se respeitar os limites de espaçamentos


elencados abaixo:

20 𝑐𝑚
𝑠𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 ≤ {
2.ℎ

𝑠𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎 ≤ 33 𝑐𝑚

Onde,

ℎ é a altura da laje (𝑐𝑚).

A quantidade de barras (𝑄) para uma direção da laje deve ser


arredondada para o inteiro imediatamente superior e é dada por:

𝑙0
𝑄= −1
𝑠

Onde,

𝑙0 é o vão livre entre as faces das vigas (𝑐𝑚).


66

O comprimento das barras (𝐶) é calculado através da seguinte equação:

𝐶𝑥 = 10 . 𝛷𝑥 + 𝑙0𝑥 + 10 . 𝛷𝑥

𝐶𝑦 = 10 . 𝛷𝑦 + 𝑙0𝑦 + 10 . 𝛷𝑦

Onde,

𝐶𝑥 é o comprimento da barra de aço utilizada no menor vão (𝑐𝑚);


𝐶𝑦 é o comprimento da barra de aço utilizada no maior vão (𝑐𝑚);
𝛷𝑥 é o diâmetro da barra de aço utilizada no menor vão (𝑐𝑚);
𝛷𝑦 é o diâmetro da barra de aço utilizada no maior vão (𝑐𝑚);
𝑙0𝑥 é o vão livre entre as faces internas das vigas no menor vão (𝑐𝑚);
𝑙0𝑦 é o vão livre entre as faces internas das vigas no maior vão (𝑐𝑚).

Com exceção das barras de diâmetro menor que 6,0 𝑚𝑚, aplica-se a
expressão acima. Quando 𝛷 < 6,0 𝑚𝑚, então, a ancoragem mínima é igual a
6,0 𝑐𝑚.
Toda a ancoragem das barras de aço deve respeitar o cobrimento das
lajes e vigas. Nos casos em que o comprimento reto não pode ser adotado, como
em lajes de extremidade, então, se utiliza ganchos. Os ganchos possuem
comprimento igual a espessura da laje reduzindo os cobrimentos condizentes.
Abaixo consta a expressão e a Figura 15 que determinam o comprimento dos
ganchos.

𝑔𝑥 = ℎ − 𝑐𝑖 − 𝑐𝑠

𝑔𝑦 = ℎ − 𝑐𝑖 − 𝑐𝑠 − 𝛷𝑥

Onde,

𝑔𝑥 é o comprimento do gancho para o menor vão (𝑐𝑚);


67

𝑔𝑦 é o comprimento do gancho para o maior vão (𝑐𝑚);


ℎ é a espessura da laje (𝑐𝑚);
𝑐𝑖 é o cobrimento inferior (𝑐𝑚);
𝑐𝑠 é o cobrimento superior (𝑐𝑚);
𝛷𝑥 é o diâmetro da barra do menor vão (𝑐𝑚).

Figura 15 – Comprimento do gancho

Fonte: Adaptado de Perlin et al. (2019).

9.8.2 Armaduras negativas

As expressões e procedimentos de cálculo para número de barras e


espaçamento entre barras são os mesmos que para armaduras positivas
(PERLIN et al., 2019).
Para determinar o comprimento das barras negativas, pode-se utilizar o
diagrama de momentos fletores ou sua simplificação, cujo diagrama é triangular.
Neste trabalho optou-se por aplicar o diagrama triangular simplificado, o qual
posiciona o limite dos momentos fletores negativos a 0,25 . 𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 . Segundo Perlin
et al (2019) 𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 se define como:
a) O maior dos menores vãos entre as duas lajes em questão quando ambas as
lajes forem engastas, ou;
b) O menor vão da laje engastada quando a outra for somente apoiada.

Logo, o comprimento das barras (𝐶) para o momento fletor negativo é


dado por:
68

𝐶 = 𝑔𝑒 + 10 . 𝛷 + 2 ∗ 0,25 ∗ 𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 + 10 . 𝛷 + 𝑔𝑑

Com,

𝑔𝑒 = 𝑔𝑑 = ℎ − 𝑐𝑖 − 𝑐𝑠

Onde,

𝐶 é o comprimento total da barra (𝑐𝑚);


𝑔𝑒 é o gancho da laje da esquerda (𝑐𝑚);
𝑔𝑑 é o gancho da laje da direita (𝑐𝑚);
𝛷 é o diâmetro da barra para o momentos negativos (𝑐𝑚);
𝑙𝑥,𝑒 ∶ 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 ≥ { , 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 ℎ𝑜𝑢𝑣𝑒𝑟 2 𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠;
𝑙𝑥,𝑑 ∶ 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎
𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 = 𝑙𝑥 ∶ 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎, 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 ℎ𝑜𝑢𝑣𝑒𝑟 1 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎

9.9 ESFORÇOS DE CISALHAMENTO E REAÇÕES DE APOIO

Apesar de que a lajes unidirecionais são admitidas como vigas, é


recomendado por Bastos (2021) não desprezar as cargas que são transferidas
para as vigas paralelas à direção principal (secundárias). Assim, para efetuar
essa consideração pode ser adotada a seguinte distribuição de cargas conforme
a Figura 16.
69

Figura 16 – Carga nas vigas paralelas à direção principal da laje armada em uma direção sob
carregamento uniformemente distribuído

Fonte: Bastos (2015).

Portanto, o carregamento transmitido para as vigas secundárias é dado


pela área do triângulo multiplicado pela carga total distribuída, conforme a
expressão a seguir:

𝑉𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎𝑠 = 0,15 . 𝑝 . 𝑙𝑥

Onde,

𝑉𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎𝑠 é o carregamento transmitido da laje para a viga secundária


(𝑘𝑁/𝑚);
𝑝 é o carregamento total da laje (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑙𝑥 é o menor vão efetivo (𝑚).

As reações das lajes nas vigas foram estipuladas neste trabalho através
da Teoria das Charneiras Plásticas ou Método da Linha de Ruptura para as lajes.
Segundo Loriggio et al. (2013) “a Teoria das Charneiras Plásticas visa obter a
configuração de ruína da laje, na qual se tem a estrutura hipostática através da
sucessiva plastificação das seções transversais”. Ou seja, é um
dimensionamento admitido no estado limite último, o qual considera os efeitos
da plastificação do concreto armado. A plastificação é um estado de tensão onde
o material se deforma sem o acréscimo de carga. Para as lajes subarmadas em
70

fase de plastificação, a ruptura do concreto ocorre com a armadura em


escoamento prévio (GONZALEZ, 1997).
Segundo a NBR 6118:2014 (item 14.7.6.1) as reações em cada apoio
podem ser calculadas através da correspondência com os triângulos e trapézios
advindos da Teoria das Charneiras Plásticas. As cargas nos apoios são
consideradas como uniformemente distribuídas e as charneiras podem ser
aproximadas com retas inclinadas, a partir do vértice, com os ângulos a seguir
(Figura 17):
a) 45º entre apoios do mesmo tipo;
b) 60º a partir do apoio engastado se o apoio adjacente é rotulado (simplesmente
apoiada);
c) 90º a partir do apoio se a borda adjacente é livre.

Figura 17 – Áreas de influência para cada apoio pela Teoria das Charneiras Plásticas

Fonte: Adaptado de Perlin et al. (2019)

Para lajes unidirecionais pode se utilizar o método das áreas, onde se


divide a carga da laje proporcionalmente a área de influência das charneiras
plásticas. Logo, a carga total transferida para uma viga de apoio é dada pela
expressão:

𝑃𝑖 = (𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝑞) . 𝐴𝑖
71

Onde,

𝑃𝑖 é a carga proporcional da laje que é transmitida para a viga de apoio (𝑘𝑁);


𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é a carga permanente total (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑞 é a carga variável (𝑘𝑁/𝑚²);
𝐴𝑖 é a área interna entre as linhas de ruptura (𝑚²).

A carga uniformemente distribuída e linear transmitida da laje para a viga em


análise é igual a:

𝑃𝑖
𝐶𝑣𝑖𝑔𝑎 =
𝑙

𝐶𝑣𝑖𝑔𝑎 é a carga uniforme transmitida da laje para a viga (𝑘𝑁/𝑚);


𝑃𝑖 é a carga proporcional da laje que é transmitida para a viga de apoio (𝑘𝑁);
𝑙 é o vão efetivo da laje, podendo ser 𝑙𝑥 ou 𝑙𝑦 (𝑚).

Similar a determinação dos momentos fletores das lajes bidirecionais, o


cálculo das reações nas vigas utiliza o parâmetro 𝜆 e, também, aplica os casos
de vinculação conforme a subseção 9.4. De forma a simplificar os cálculos,
Carvalho e Figueiredo (2014) dispõe as seguintes equações para determinar as
cargas transferidas das lajes para as vigas através da utilização de coeficientes
tabelados (𝑘):

𝑙𝑥
𝑞𝑥 = 𝑘𝑥 . 𝑝 .
10
𝑙𝑥
𝑞𝑦 = 𝑘𝑦 . 𝑝 .
10
𝑙𝑥
𝑞− 𝑥 = 𝑘 − 𝑥 . 𝑝 .
10
𝑙𝑥
𝑞− 𝑦 = 𝑘 − 𝑦 . 𝑝 .
10
72

Onde,

𝑞𝑥 é a carga transferida da laje com apoio rotulado para a viga na direção do


menor vão (𝑘𝑁/𝑚);
𝑞𝑦 é a carga transferida da laje com apoio rotulado para a viga na direção do
maior vão (𝑘𝑁/𝑚);
𝑞 − 𝑥 é a carga transferida da laje com apoio engastado para a viga na direção do
menor vão (𝑘𝑁/𝑚);
𝑞 − 𝑦 é a carga transferida da laje com apoio engastado para a viga na direção do

maior vão (𝑘𝑁/𝑚);


𝑘𝑥 , 𝑘𝑦 , 𝑘 − 𝑥 , 𝑘 − 𝑦 são os coeficientes tabelados;
𝑝 é a carga distribuída na laje (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑙𝑥 é menor vão efetivo (𝑚).

O método utilizado neste trabalho para a determinação das reações de apoio


das lajes nas vigas, tanto para lajes unidirecionais quanto para lajes
bidirecionais, foi o cálculo através das tabelas com os diversos casos de
vinculação.

9.10 VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

Sobre a verificação de lajes ao cisalhamento Carvalho e Figueiredo


consideram que (2014, p.347)

[...] as lajes (placas de concreto armado), em particular, fazem parte de


um grupo de elementos estruturais (blocos, sapatas, consolos curtos,
vigas-parede etc) cujo comportamento, em relação aos esforços
cortantes, difere substancialmente do apresentado em vigas. As lajes
conseguem mobilizar um esquema de resistência ao esforço cortante
fazendo com que seu efeito não seja crítico, e geralmente apenas o
concreto é suficiente para resisti-lo; armaduras transversais só são
necessárias em situações especiais.

Para lajes submetidas a flexão simples existem duas situações previstas:


lajes sem armadura para força cortante e lajes com armadura para força
cortante. Abaixo é descrito o procedimento para verificar a resistência ao
cisalhamento das lajes sem a necessidade de inserir armaduras para tal função.
73

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 . 𝑘 . (1,2 + 40 . 𝜌1 ) + 0,15 . 𝜎𝑐𝑝 ]. 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓
𝜏𝑅𝑑 = 0,25 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,25 .
𝛾𝑐

𝑘 = (1,6 − 𝑑) ≥ 1

𝐴𝑠1
𝜌1 = ≤ 0,02
𝑏𝑤 . 𝑑

100
𝐴𝑠1 = 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 .
𝑠

𝑁𝑠𝑑
𝜎𝑐𝑝 =
𝐴𝑐

Onde,
𝑉𝑆𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo (𝑘𝑁/𝑚);
𝑉𝑅𝑑1 é a resistência de cálculo ao cisalhamento (𝑘𝑁/𝑚);
𝜏𝑅𝑑 é a tensão resistente de cálculo ao cisalhamento do concreto (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑘 é o coeficiente relativo às armaduras da laje que chegam na viga e a sua
espessura;
𝜌1 é a taxa de armadura tracionada;
𝐴𝑠1 é a área da armadura de tração de se estende no mínimo até 𝑑 − 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 no
trecho de 1 metro (𝑐𝑚2 /𝑚);
𝜎𝑐𝑝 é a tensão de compressão devida à protensão ou carregamento (𝑘𝑁/𝑚²).

9.11 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

9.11.1 Deslocamentos limite

Como foi citado no Capítulo 5, o estado limite de serviço está relacionado


à durabilidade, aparência, ao conforto do usuário e funcionamento ideal da
74

estrutura. Logo, para garantir esses pré-requisitos a NBR 6118:2014 estipula


deslocamentos-limites para verificação em serviço do estado limite de
deformações excessivas. Os deslocamentos-limites são classificados em:
aceitabilidade sensorial, efeitos estruturais em serviço, efeitos em elementos não
estruturais e efeitos em elementos estruturais. A Tabela 17 fornece os valores
de deslocamentos-limites relativos ao momento de aplicação da carga.
75

Tabela 17 – Limites para deslocamentos

Razão da Deslocamento a Deslocamento-


Tipo de efeito Exemplo
limitação considerar limite
Deslocamentos
visíveis em 𝑙
Visual Total
Aceitabilidade elementos 250
sensorial estruturais
Vibrações Devido a cargas 𝑙
Outro
sentidas no piso acidentais 350
Efeitos Superfícies que
Coberturas e 𝑙 𝑎
estruturais em devem drenar Total
varandas 250
serviço água
𝑙 𝑏
e
Alvenaria, Após a 500

caixilhos e construção da 10 mm e

revestimentos parede 𝜃 = 0,0017


Efeitos em rad 𝑐

elementos não Paredes Provocado pela


𝐻
estruturais Movimento ação do vento e
1700

lateral de para combinação 𝐻𝑖 𝑑


entre
850
edifícios frequente (𝜓1 = 𝑒
pavimentos
0,30)
Efeitos em Ocorrido após a
Revestimentos 𝑙
elementos não Forros construção do
colados 350
estruturais forro
Afastamento
Se os deslocamentos forem relevantes para o elemento
Efeitos em em relação às
considerado, seus efeitos sobre as tensões ou sobre a
elementos hipóteses de
estabilidade da estrutura devem ser considerados
estruturais cálculo
incorporando-os ao modelo estrutural adotado.
adotadas
𝑎
As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto
compensado por contraflechas, de modo a não se ter acúmulo de água.
𝑏
O vão 𝑙 deve ser tomado na direção na qual a parede ou divisória se desenvolve.
𝑐
Rotação nos elementos que suportam as paredes.
𝑑
H é a altura total do edifícios e 𝐻𝑖 o desnível entre dois pavimentos vizinhos.
𝑒
Esse limite aplica-se ao deslocamento lateral entre dois pavimentos consecutivos, devido
à atuação de ações horizontais. Não podem ser incluídos os deslocamentos devidos a
deformações axiais nos pilares.
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 13.3)
76

Embora haja diversas verificações de deslocamentos-limite como exibido


na Tabela 17, neste trabalho foram verificados somente os limites de
aceitabilidade sensorial (visual e de vibração).

9.11.2 Flecha imediata

As flechas são deslocamentos em lajes e vigas no sentido vertical e são


consequência da aplicação de carga e do efeito da fluência. Desconsiderando
os efeitos da fissuração (Estádio I), a flecha imediata é aquela que ocorre quando
a estrutura é solicitada pela primeira vez (BASTOS, 2015).
Lajes unidirecionais e bidirecionais sofrem deslocamentos diferentes
devido seus mecanismos de distribuição de esforços. Logo, as flechas imediatas
desses dois tipos de laje possuem suas particularidades e estão descritas
abaixo.

9.11.2.1 Lajes Unidirecionais

Comportando-se similar as vigas, as lajes unidirecionais possuem seus


valores de flecha dependentes de suas vinculações (condições de apoio). Abaixo
está exibida a fórmula geral de flechas para lajes unidirecionais e, também, estão
elencados os diferentes casos de vinculação e seus respectivos valores de
flecha imediata (𝑓0 ).

𝑝 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
𝐸 .𝐼

Onde,

𝑓0 é a flecha imediata (𝑚);


𝑝 é o valor do carregamento uniformemente distribuídos (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑙𝑥 é o valor do menor vão efetivo (𝑚);
𝐸 é adotado o módulo de elasticidade secante – 𝐸𝑐𝑠 (𝑘𝑁/𝑚²);
𝐼 é adotado o momento de inércia (𝑚4 ).
77

a) Laje bi-rotulada: Ambos os apoios são simples (rotação livre). O valor da


flecha imediata é dado por:

5 𝑝 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
384 𝐸 . 𝐼

b) Laje com 1 rótula e 1 engaste: Um apoio simples (rotação livre) e um engaste


(rotação impedida). O valor da flecha imediata é dado por:

1 𝑝 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
184,6 𝐸 . 𝐼

c) Laje bi-engastada: Dois engastes (rotação impedida). O valor da flecha


imediata é dado por:

1 𝑝 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
384 𝐸 . 𝐼

d) Laje em balanço: Apenas 1 engaste (rotação impedida). O valor da flecha


imediata é dado por:

1 𝑝 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
8 𝐸 .𝐼

9.11.2.2 Lajes bidirecionais

Para lajes bidirecionais as flechas elásticas máximas são calculadas


através das tabelas desenvolvidas por Bares. Onde a determinação do
coeficiente 𝛼 depende da vinculação da laje e do parâmetro 𝜆. Abaixo está
apresentada a expressão para o cálculo da flecha imediata (𝑓0 ).

𝛼 𝑝′ . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
100 𝐸 . ℎ𝑒𝑞 3
78

Onde,

𝑓0 é a flecha imediata (𝑚);


𝛼 é o coeficiente tabelado para o cálculo de flechas em lajes bidirecionais;
𝑝′ é o carregamento uniformemente distribuído para o estado limite de serviço
(𝑘𝑁/𝑚²);
𝑙𝑥 é o valor do menor vão efetivo (𝑚);
𝐸 é adotado o módulo de elasticidade secante – 𝐸𝑐𝑠 (𝑘𝑁/𝑚²);
ℎ𝑒𝑞 é a espessura equivalente da laje (𝑚).

9.11.3 Efeito da fissuração nas flechas

Quando uma viga ou laje estão solicitadas por um carregamento, essas


podem sofrer fissuração nas fibras tracionadas (Estádio II). No entanto, a
fissuração não ocorre igualmente ao longo de toda viga ou laje. Isso sucede
devido a diferença de intensidade do momento fletor, o qual possui maior módulo
na região central de uma viga biapoiada e momentos fletores inferiores nas
proximidades dos apoios. A Figura 18 ilustra o caso onde uma viga ou laje
biapoiada possui momentos fletores suficientemente elevados para fissurar o
concreto na região central (𝑀𝑎 > 𝑀𝑟 ), porém o mesmo não ocorre perto dos
apoios (𝑀𝑎 < 𝑀𝑟 ).

Figura 18 – Viga de concreto armado simplesmente apoiada

Fonte: Adaptado de Figueiredo e Carvalho (Figura 4.6).

Logo, em situação de serviço uma laje ou viga podem estar trabalhando


nos Estádio I e II simultaneamente. Sendo assim, a rigidez da peça é afetada
devido aos momentos e o grau de fissuração, o que provoca variação da flecha
em relação a seção bruta. Portanto, para determinar a flecha, considerando os
efeitos de fissuração, obtém-se a inércia equivalente da peça de concreto
79

(CARVALHO; FIGUEIREDO, 2014). O procedimento de cálculo para contemplar


o Estádio I e II para o momento de inércia foi desenvolvido por Branson e dado
pela seguinte expressão:

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼 ≤ 𝐼𝑐
𝑀𝑎 𝑀𝑎

Onde,

𝑀𝑎 é o momento fletor máximo no estado limite de serviço (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚);

Com o momento de fissuração calculado pela equação abaixo:

𝛼 . 𝑓𝑐𝑡 . 𝐼𝑐
𝑀𝑟 =
𝑦𝑡

Onde,

𝑀𝑟 é o momento de fissuração (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚);


𝛼 é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão
com a resistência à tração direta:
𝛼 = 1,2 para seções T ou duplo T;
𝛼 = 1,3 para seções I ou T invertido;
𝛼 = 1,5 para seções retangulares;
𝑓𝑐𝑡 é a resistência à tração do concreto, utilizando, neste caso 𝑓𝑐𝑡𝑚 (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑦𝑡 é a distância da linha neutra à borda tracionada (𝑚);

Com o momento de inércia da seção bruta retangular determinado por:

𝑏 . ℎ3
𝐼𝑐 =
12
80

Onde,

𝐼𝑐 é o momento de inércia da seção bruta de concreto (𝑚4 );


𝑏 é a base do elemento de concreto, para lajes 𝑏 = 𝑏𝑤 = 1 𝑚 (𝑚);
ℎ é a espessura da laje ou altura da viga (𝑚).

Por fim,

𝑏. 𝑥 3 𝐼𝐼
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑2 ) + (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 − )2
3

Onde,

𝐼𝐼𝐼 é o momento de inércia no estádio II (𝑚4 );


𝑏 é a base do elemento de concreto, para lajes 𝑏 = 𝑏𝑤 = 1 𝑚 (𝑚);
𝑥𝐼𝐼 é a linha neutra no estádio II (𝑚);
𝐴𝑠 é a área de aço tracionada (𝑐𝑚2 /𝑚);
𝐴− 𝑠 é a área de aço comprimida (𝑐𝑚2 /𝑚);
𝑑 é a altura útil da seção transversal (𝑚);
𝑑 − é a distância da face comprimida e o centro da armadura comprimida (𝑚).

Com,

𝐸𝑠
𝛼𝑒 =
𝐸𝑐𝑠

Onde,

𝛼𝑒 é a relação entre o módulo de elasticidade do aço e do concreto;


𝐸𝑠 é o módulo de elasticidade do aço (𝑘𝑁/𝑚²);
𝐸𝑐𝑠 é o módulo de elasticidade secante do concreto (𝑘𝑁/𝑚²);
81

Com,

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵

Onde,

𝑥𝐼𝐼 é a linha neutra no estádio II (𝑚);


(𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠
𝐴=
𝑏𝑤
𝑑− . (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝑑 . 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠
𝐵=
𝑏𝑤

Após a obtenção do momento de inércia equivalente, pode-se determinar a altura


da laje equivalente (ℎ𝑒𝑞 ).

3 12 . 𝐼𝑒𝑞
ℎ𝑒𝑞 = √ ≤ℎ
𝑏

ℎ𝑒𝑞 é a altura da laje levando em consideração os efeitos de fissuração (𝑐𝑚);


𝐼𝑒𝑞 é o momento de inércia equivalente (𝑚4 );
𝑏 é a base do elemento de concreto, para lajes 𝑏 = 𝑏𝑤 = 1 𝑚 (𝑚);
ℎ é a altura da laje relativa a seção bruta (𝑐𝑚).

9.11.4 Flecha diferida no tempo

Segundo a NBR 6118:2014 a flecha diferida no tempo decorre da fluência


ou deformação lenta. A fluência é a deformação de uma peça de concreto
armado que está sob carregamento permanente. Essas deformações são
graduais ao longo do tempo até se estabilizarem. O cálculo da flecha diferida no
tempo é resultado da multiplicação da flecha imediata pelo fator 𝛼𝑓 que é dado
pela seguinte expressão:
82

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50 . 𝑝−

Com,


𝐴𝑠 −
𝑝 =
𝑏 .𝑑

Onde,

𝑝− é a taxa de armadura de compressão;


𝐴𝑠 − é a área de aço comprimida (𝑐𝑚2 /𝑚);
𝑏 é a base do elemento de concreto, para lajes 𝑏 = 𝑏𝑤 = 1 𝑚 (𝑚);
𝑑 é a altura útil da seção transversal (𝑚);

Com,

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )

Onde,

𝜉(𝑡) = 0,68 . (0,996𝑡 ). 𝑡 0,32 para 𝑡 < 70 meses;


𝜉(𝑡) = 2 para 𝑡 ≥ 70 meses.

Sendo,

𝑡 é o tempo quando se deseja o valor da flecha diferida (meses);


𝑡0 é a idade relativa à data de aplicação da carga de longa duração, pode ser
considerado o tempo de escoramento (meses).

9.11.5 Flecha total

Por fim, o valor da flecha imediata mais a flecha diferida resulta na flecha
total. A equação abaixo determina o cálculo da flecha total (𝑓𝑡 ):
83

𝑓𝑡 = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0
84

10. CÁLCULO MANUAL DE LAJES

A partir da forma do pavimento do tipo 1 foram selecionadas as lajes L1 e


L9 para aplicar os conceitos introduzidos anteriormente. Sendo a laje L1
unidirecional e a laje L9 bidirecional. Abaixo está exibida parte da forma do
pavimento do tipo 1 com as lajes L1 e L9 destacadas (Figura 19).

Figura 19 – Destaque das lajes L1 e L9 na forma do pavimento tipo 1

Fonte: Do autor

No Anexo 1 constam as plantas baixas, cortes e elevações do projeto


arquitetônico para completo entendimento. No entanto, de forma a comparar
diretamente com a forma acima, foi disposta a planta baixa do pavimento tipo 1
a seguir (Figura 20).
85

Figura 20 – Recorte da planta baixa do tipo 1

Fonte: Do autor.

Os cálculos a seguir utilizam os parâmetros e expressões pré-


determinados e explicitados nos capítulos anteriores.

10.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Conforme estabelecido na Subseção 9.1 o dimensionamento de lajes


maciças é diferente para lajes unidirecionais e bidirecionais. Entretanto, é
necessário conhecer as dimensões das lajes para efetuar o cálculo de pré-
dimensionamento, logo, as dimensões de L1 e L9 estão exibidas abaixo.

• Laje L1

Como ainda não foram computados os valores dos vãos efetivos, foi considerado
o vão de face a face das vigas de contorno. Então,
86

𝑙𝑜𝑥 = 264,5 𝑐𝑚 = 2,645 𝑚


𝑙𝑜𝑦 = 628,0 𝑐𝑚 = 6,28 𝑚

• Laje L9

𝑙𝑜𝑥 = 515,0 𝑐𝑚 = 5,15 𝑚


𝑙𝑜𝑦 = 720,0 𝑐𝑚 = 7,20 𝑚

O tipo de laje é determinado segundo o parâmetro 𝜆, no entanto, os valores dos


vãos efetivos ainda não foram computados. Nesse caso, foi feita uma
aproximação para definir o tipo de laje através do parâmetro 𝜆′. Abaixo estão
calculados os parâmetros 𝜆′ das lajes L1 e L9 a partir dos vãos de face a face
das vigas.

• Laje L1

𝑙𝑜𝑦 6,28
𝜆′ = 𝑙 = 2,645 = 2,37 ≥ 2 ∴ a laje L1 é unidirecional
𝑜𝑥

• Laje L9

𝑙𝑜𝑦 7,20
𝜆′ = 𝑙 = 5,15 = 1,40 ≤ 2 ∴ a laje L9 é bidirecional
𝑜𝑥

O pré-dimensionamento das lajes L1 (unidirecional) e L9 (bidirecional) está


descrito abaixo:

• Laje L1

𝑙0𝑥 264,5
= = 7,56 𝑐𝑚
ℎ = { 35 35
𝑙0𝑥 264,5
= = 5,88 𝑐𝑚
45 45

Embora o cálculo de pré-dimensionamento tenha resultado nos valores


acima, a NBR 6118:2014 restringe a espessura mínima das lajes maciças
87

conforme descrito na subseção 9.1. Sendo a laje L1 uma laje de piso não em
balanço, a espessura mínima adotada foi de 8 cm.

ℎ = 8 𝑐𝑚

• Laje L9

𝑙0𝑥 515
= = 12,88 𝑐𝑚
ℎ = { 40 40
𝑙0𝑥 515
= = 10,30 𝑐𝑚
50 50

Como a laje L9 possui vãos maiores que os usuais para lajes maciças,
então se adotou o maior resultado do pré-dimensionamento. Sendo assim, a
espessura adotada para o pré-dimensionamento da laje L9 foi de 13 cm.

ℎ = 13 𝑐𝑚

10.2 VÃOS EFETIVOS

Os vãos efetivos são calculados conhecendo-se as larguras das vigas de


apoio e a espessura da laje em questão. Todas as vigas de contorno, tanto da
laje L1 quanto da laje L9 possuem 14 cm de largura. Abaixo estão exibidos os
cálculos para os vão efetivos das lajes L1 e L9.

• Laje L1

A expressão para o cálculo dos vãos efetivos das lajes está disposta abaixo.

𝑙𝑒𝑓 = 𝑙0 + 𝑎1 + 𝑎2

Porém é necessário computar o valor de 𝑎1 e 𝑎2 , cujos resultados estão


determinados a seguir.

𝑡1 14
𝑎1 = 𝑎2 ≤ { = = 7 𝑐𝑚 ∴ 𝑎1 = 2,4 𝑐𝑚
2 2
0,3ℎ = 0,3 . 8 = 2,4 𝑐𝑚
88

Por fim, o cálculo do vão efetivo na direção do menor vão (𝑙𝑥 ) e na direção do
maior vão (𝑙𝑦 ).

𝑙𝑥 = 𝑙0𝑥 + 𝑎1 + 𝑎2 = 264,5 + 2,4 + 2,4 = 269,3 𝑐𝑚 ≅ 2,69 𝑚


𝑙𝑦 = 𝑙0𝑦 + 𝑎1 + 𝑎2 = 628 + 2,4 + 2,4 = 632,8 𝑐𝑚 ≅ 6,33 𝑚

• Laje L9

𝑡1 14
𝑎1 = 𝑎2 ≤ { = = 7 𝑐𝑚 ∴ 𝑎1 = 3,9 𝑐𝑚
2 2
0,3ℎ = 0,3 . 13 = 3,9 𝑐𝑚

𝑙𝑥 = 𝑙0𝑥 + 𝑎1 + 𝑎2 = 515 + 3,9 + 3,9 = 522,8 𝑐𝑚 ≅ 5,23 𝑚


𝑙𝑦 = 𝑙0𝑦 + 𝑎1 + 𝑎2 = 720 + 3,9 + 3,9 = 727,8 𝑐𝑚 ≅ 7,28 𝑚

Diferentemente das lajes unidirecionais, as lajes bidirecionais utilizam o


parâmetro 𝜆 para executar os cálculos para obtenção dos esforços solicitantes.
Abaixo está calculado o valor do parâmetro 𝜆.

𝑙𝑦 7,28
𝜆= = = 1,392 ≅ 1,39
𝑙𝑥 5,23

Abaixo está a Tabela 18 a qual apresenta as dimensões e parâmetros iniciais do


cálculo das lajes deste trabalho.
89

Tabela 18 – Dimensões e parâmetros iniciais para o cálculo das lajes

Dimensões e parâmetros iniciais para o cálculo das lajes


Comprimento Comprimento h 𝑙𝑥 𝑙𝑦
Nome λ Tipo de laje
maior menor (cm) (cm) (cm)
L1;
L6;
628 264,5 8 269,3 632,8 2,35 Unidirecional
L11;
L18
L2;
L5;
628 259,5 8 264,3 632,8 2,39 Unidirecional
L12;
L17
L3;
L4;
628 286 8 290,8 632,8 2,18 Unidirecional
L13;
L16
L7;
L8;
558 171,25 8 176,05 562,8 3,20 Unidirecional
L14;
L15
L9 720 515 13 522,8 727,8 1,39 Bidirecional
L10 314,5 297 8 301,8 319,3 1,06 Bidirecional

Fonte: Do autor.

10.3 CONDIÇÕES DE APOIO

Os cálculos subsequentes requerem que seja determinada qual é a


condição de apoio para as lajes L1 e L9. De acordo com a subseção 9.4 existem
alguns requisitos para que lajes adjacentes se engastem. No caso da laje L1 ela
se engasta na laje L2, pois há continuidade, não há diferenças entre nível ou
espessura. Assim a laje L1 se engasta na L2. Por outro lado, a laje L9 mesmo
possuindo continuidade com as lajes adjacentes, possui espessura além do
limite para que se possa aplicar um engaste. Portanto, a laje L9 fica
simplesmente apoiada em todas as vigas de apoio. A Figura 21 exibe as
vinculações entre lajes dos pavimentos tipo 1 e tipo 2.
90

Figura 21 – Condições de apoio das lajes dos pavimentos tipo 1 e tipo 2

Fonte: Do autor.

Sendo a laje L1 unidirecional, pode-se representar a laje, para efeitos de


determinação de esforços solicitantes e flecha, como uma viga engastada em
um apoio e rotulada no outro conforme a Figura 22.

Figura 22 – Representação da laje L1 como viga engastada-rotulada

Fonte: Do autor.

Conforme citado na subseção 9.4 as condições de apoio categorizam as


lajes bidirecionais em casos. A laje L9 – a qual está simplesmente apoiada nas
vigas – se enquadra no caso 1.
91

10.4 CARGAS ATUANTES

10.4.1 Cargas permanentes

Como carga permanente foram considerados os pesos dos seguintes


elementos: peso próprio (𝑔𝑝.𝑝 ); contra-piso (𝑔𝑐.𝑝 ); revestimento de porcelanato
(𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 ); reboco do teto (𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 ) e alvenaria de vedação. Foram recolhidos os
pesos específicos aparentes da Tabela 11 e aplicados nas expressões abaixo
(subseção 9.5). A seguir foram computadas as cargas permanentes das lajes L1
e L9.

• Laje L1

𝑔𝑝.𝑝 = ℎ . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 0,08 . 25 = 2 𝑘𝑁/𝑚²


𝑔𝑐.𝑝 = 𝑒𝑐.𝑝 . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 0,03 . 21 = 0,63 𝑘𝑁/𝑚²
𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 = 𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 . 𝛾𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜 = 0,01 . 23 = 0,23 𝑘𝑁/𝑚²
𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 𝑒𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 . 𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 0,015 . 19 = 0,285 𝑘𝑁/𝑚²

A laje L1 porta uma parede (blocos cerâmicos de 11,5 cm de largura e reboco


de 2cm de espessura) ao longo de seu menor vão. Os cálculos para
determinação da carga advinda das paredes estão descritos a seguir.

𝑙𝑥 𝑙𝑥 ² 2,69²
𝐴 = 𝑙𝑥 . 𝑏 = 𝑙𝑥 . = = = 3,618 𝑚2 ≅ 3,62 𝑚²
2 2 2

O peso total da parede é dado por:

𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑝𝑎𝑟 . 𝐻𝑝𝑎𝑟 . 𝑃𝑝𝑎𝑟 = 2,64 . 2,72 . 1,7 = 12,207 𝑘𝑁 = 12,21 𝑘𝑁

Logo a carga distribuída é calculada como

𝑃𝑝𝑎𝑟.𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 12,21
𝐶𝐿𝑝𝑎𝑟 = = = 3,37 𝑘𝑁/𝑚²
𝐴 3,62

O valor total da carga permanente é igual a:


92

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2 + 0,63 + 0,23 + 0,285 + 3,37 = 6,515 𝑘𝑁/𝑚²

• Laje L9

𝑔𝑝.𝑝 = ℎ . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 0,13 . 25 = 3,25 𝑘𝑁/𝑚²


𝑔𝑐.𝑝 = 𝑒𝑐.𝑝 . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 0,03 . 21 = 0,63 𝑘𝑁/𝑚²
𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 = 𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 . 𝛾𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜 = 0,01 . 23 = 0,23 𝑘𝑁/𝑚²
𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 𝑒𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 . 𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 0,015 . 19 = 0,285 𝑘𝑁/𝑚²

O valor total da carga permanente é igual a:

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑐.𝑝 + 𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 + 𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 3,25 + 0,63 + 0,23 + 0,285


𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4,395 𝑘𝑁/𝑚² ≅ 4,40 𝑘𝑁/𝑚²

10.4.2 Carga acidental

Na Tabela 14 estão determinadas as cargas uniformemente distribuídas


dependendo do local e utilização do elemento estrutural. A laje L1 comporta um
dormitório e a laje L9 pertence a uma área de uso comum. Logo, suas cargas
acidentais estão indicadas abaixo:

• Laje L1

𝑞 = 1,5 𝑘𝑁/𝑚²

• Laje L9

𝑞 = 3,0 𝑘𝑁/𝑚²

A Tabela 19 exibe os valores totais de carga permanente e carga variável das


lajes L1 e L9.
93

Tabela 19 – Relação de cargas das lajes L1 e L9

Carga total permanente Carga variável Carga total


Laje
(𝒌𝑵/𝒎²) (𝒌𝑵/𝒎²) (𝒌𝑵/𝒎²)
L1 6,52 1,50 8,02
L9 4,40 3,00 7,40
Fonte: Do autor.

10.5 ESTADO LIMITE ÚLTIMO

10.5.1 Combinação de ações

As cargas típicas da edificação devem ser majoradas para efetuar os


cálculos no estado limite último. Na Tabela 5 constam os coeficientes de
ponderação para atribuir às combinações das ações. Os coeficientes de
ponderação para combinações normais utilizados nos cálculos a seguir são:

𝛾𝑔 = 𝛾𝑞 = 1,4

Onde,

𝛾𝑔 é o coeficiente de ponderação para as cargas permanentes;


𝛾𝑞 é o coeficiente de ponderação para as cargas variáveis;

A expressão que determina a carga majorada total aplicada nas lajes é dada por:

𝑝 = 𝛾𝑔 . 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝛾𝑞 . 𝑞

Onde,

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é a carga total permanente aplicada a laje em questão (𝑘𝑁/𝑚²);


𝑞 é a carga variável aplicada a laje em questão (𝑘𝑁/𝑚²).

Abaixo estão representados os cálculos para estabelecer as cargas totais


majoradas para as lajes L1 e L9.
94

• L1

𝑝 = 𝛾𝑔 . 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝛾𝑞 . 𝑞 = 1,4 . 6,515 + 1,4 . 1,5 = 11,22 𝑘𝑁/𝑚²

• L9

𝑝 = 𝛾𝑔 . 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝛾𝑞 . 𝑞 = 1,4 . 4,4 + 1,4 . 3,0 = 10,36 𝑘𝑁/𝑚²

10.5.2 Momentos fletores de cálculo

Aplicando as cargas totais e majoradas calculadas anteriormente, podem-


se efetuar os cálculos para a determinação dos momentos fletores de cálculo
para as lajes L1 e L9.

• L1

Alguns parâmetros estão listados abaixo para resgatar valores os quais


foram utilizados para efetuar os cálculos dos momentos fletores de cálculo da
laje L1.

𝑙𝑥 = 2,69 𝑚
𝑝 = 11,22 𝑘𝑁/𝑚²

Conforme explicitado em 9.6.1 os momentos negativos (𝑀− ) e positivos (𝑀+ )


de uma viga engastada-rotulada estão calculados abaixo.

𝑝 . 𝑙𝑥 ² 11,22 . 2,69²
𝑀− = = = 10,15 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
8 8
𝑝 . 𝑙𝑥 ² 11,22 . 2,69²
𝑀+ = = = 5,71 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
14,22 14,22
95

• Laje L9

Alguns parâmetros estão listados abaixo para resgatar valores os quais


foram utilizados para efetuar os cálculos dos momentos fletores de cálculo da
laje L9.

𝑙𝑥 = 5,23 𝑚
𝜆 = 1,39
𝑝 = 10,36 𝑘𝑁/𝑚²

Segundo a tabela de Bares os coeficientes 𝜇𝑥 , 𝜇𝑦 , 𝜇𝑥 − e 𝜇𝑦 − para o caso 1 e


𝜆 = 1,39 estão apresentados a seguir.

𝜇𝑥 = 7,186
𝜇𝑦 = 4,338
𝜇𝑥 − = 0
𝜇𝑦 − = 0

Os momentos fletores de cálculo estão calculados a seguir

𝑀𝑥 𝜇𝑥 = 7,186 20,36 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚


𝑀𝑦 𝜇𝑦 = 4,338 10,36 . 5,23² 12,29 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
− = − . ={ }
𝑀𝑥 𝜇𝑥 = 0 100 0 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

{𝑀𝑦 } { 𝜇𝑦 − = 0 } 0 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

A Tabela 20 exibe os coeficientes para os cálculos das lajes bidirecionais para


o pavimento analisado.

Tabela 20 – Coeficientes para o cálculo dos momentos fletores das lajes bidirecionais

Nome Caso λ μx μx' μy μy'


L9 1 1,39 7,19 - 4,34 -
L10 1 1,06 4,88 - 4,46 -
Fonte: Do autor.
96

Os momentos fletores das lajes foram calculados individualmente através dos


métodos supracitados e estão apresentados na Tabela 21. Como o pavimento é
simétrico em relação aos panos de laje, então, foi dividida a Tabela 21 de acordo
com essa simetria.

Tabela 21 – Momentos fletores das lajes

Momentos fletores das lajes


𝑀𝑥 𝑀𝑥 − 𝑀𝑦 𝑀𝑦 −
Nome Caso
(𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚)
L1;
L6; rotulada-
5,72 10,16 0 0
L11; engastada
L18
L2;
L5;
biengastada 5,39 11,83 0 0
L12;
L17
L3;
L4;
biengastada 3,83 7,66 0 0
L13;
L16
L7;
L8;
biengastada 0,84 1,68 0 0
L14;
L15
L9 1 20,33 0 12,27 0
L10 1 3,82 0 3,49 0
Fonte: Do autor.

10.5.3 Compatibilização dos momentos fletores positivos e negativos

A compatibilização de momentos fletores é aplicada em lajes que


possuem momentos fletores negativos. Sendo assim, apenas no cálculo da laje
L1 foi aplicada essa consideração.

• Laje L1

Para determinar o valor dos momentos fletores compatibilizados e corrigidos,


primeiramente é necessário calcular o valor dos momentos das lajes adjacentes.
Nesse caso, a laje L2 é a laje vizinha a qual possui momentos diferentes da laje
L1 e, por isso, se executa a compatibilização e correção dos momentos fletores.
97

Abaixo constam os valores de momento fletor positivo e negativo da laje L2, que
foram calculados considerando a laje L2 biengastada. Então,

𝑀𝑥 = 5,39 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚


𝑀𝑥 − = 11,83 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
𝑀𝑦 = 0 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
𝑀𝑦 − = 0 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

Conforme consta no item 9.6.3 os momentos fletores negativos são


compatibilizados da seguinte forma:

0,8 . 𝑀𝐿1 −
0,8 . 𝑀𝐿2 −
𝑀− ≥ {
𝑀𝐿1 − + 𝑀𝐿2 −
2

Onde,

𝑀𝐿1 − = 10,16 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚


𝑀𝐿2 − = 11,83 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
Assim,

0,8 . 𝑀𝐿1 − = 0,8 . 10,16 = 8,13 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚


0,8 . 𝑀𝐿2 − = 0.8 . 11,83 = 9,46 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
𝑀− ≥ {
𝑀𝐿1 − + 𝑀𝐿2 − 10,16 + 11,83
= = 11,00 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
2 2

Portanto,
𝑀− = 11,00 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

Para o momento positivo ser corrigido deve-se observar se o momento fletor


negativo em relação ao momento fletor negativo compatibilizado da laje em
questão aumenta ou diminui. Quando o momento fletor negativo diminui em
relação ao momento fletor negativo compatibilizado, o momento positivo
aumenta. No entanto, se o momento fletor negativo compatibilizado é maior que
o momento fletor teórico, então não é necessário diminuir o momento fletor
positivo. Sendo que o momento fletor negativo compatibilizado é maior que o
momento fletor negativo téorico, então não se corrige o momento fletor positivo
(𝑀𝐿1 + ) da laje L1.
98

𝑀𝐿1 + = 5,72 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

• Laje L9

Como a laje L9 não possui engastamento em nenhum de seus apoios, não


há necessidade de calcular a compatibilização dos momentos negativos ou
corrigir os momentos positivos.
Os momentos fletores negativos foram compatibilizados e os momentos
positivos corrigidos conforme o item 9.6.3. Abaixo consta a Tabela 22 que dispõe
os resultados da compatibilização e correção dos momentos fletores das lajes
do pavimento-tipo.
99

Tabela 22 – Momentos fletores das lajes compatibilizados e corrigidos

Momentos fletores das lajes compatibilizados e corrigidos


𝑀𝑥 𝑀𝑥 − 𝑀𝑦 𝑀𝑦 −
Nome
(𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚)
L1;
L6;
L11;
L18
5,72 11,00 0 0
L2;
L5;
L12;
L17
L2;
L5;
L12;
L17
5,39 11,83 0 0
L3;
L4;
L13;
L16
L3;
L4;
L13;
L16
3,83 7,66 0 0
L7;
L8;
L14;
L15
L7;
L14;
0,84 1,68 0 0
L8;
L15
Fonte: Do autor.

10.5.4 Dimensionamento e detalhamento das armaduras

Após o cálculo dos momentos fletores, é possível iniciar o


dimensionamento das armaduras das lajes. Esse dimensionamento é executado
conforme as subseções 9.6 e 9.7 deste trabalho. Os cálculos das armaduras
para as lajes L1 e L9 estão exibidos abaixo:

• Laje L1 (unidirecional)

- Eixo x (menor vão)


100

Segundo a seção 9.6 o diâmetro máximo que pode ser adotado para a laje L1 é
dado por:

ℎ 8
𝛷𝑚á𝑥 = = = 1 𝑐𝑚 = 10 𝑚𝑚
8 8

Bitola adotada:

𝛷𝑥 = 6,3 𝑚𝑚

A altura útil da seção de concreto em análise é:

𝑑𝑥 = ℎ − 𝑐 − 0,5 . 𝛷𝑥 = 8 − 2 − 0,5 . 0,63 = 5,68 𝑐𝑚

O cálculo da linha neutra está descrito abaixo:

𝑀𝑥𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑

5,72
𝑥 = 1,25 [0,0568 − √0,05682 − ( )]
0,425 . 1 . 21,428 . 10³

𝑥 = 0,728. 10−2 𝑚 = 0,73 𝑐𝑚

Verificação do domínio de deformabilidade:

𝑥 0,73
𝑘𝑥 = = = 0,128
𝑑 5,68
𝑘𝑥 < 0,259 ∴ 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2

Cálculo da área de aço:

𝑀𝑥𝑑 5,72
𝐴𝑠𝑥 = = 3
= 2,439. 10−4 𝑚2
𝑓𝑦𝑑 (𝑑𝑥 − 0,4𝑥) 434,783 . 10 . (0,0568 − 0,4 . 0,0073)
𝐴𝑠𝑥 = 2,439 𝑐𝑚²
101

Taxa de aço mínima para armaduras positivas de lajes armadas em uma direção
segundo a Tabela 15.

𝜌𝑠 ≥ 𝜌𝑚í𝑛

Para 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 é estabelecido a taxa de aço mínima igual a 0,15% a área
da seção bruta de concreto (Tabela 16).

0,15
𝜌𝑠 ≥ = 1,5 . 10−3
100

Área de aço mínima:

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑠 . 𝐴𝑐 = 1,50 ∗ 10−3 . (0,08 . 1,00) = 1,2 . 10−4 𝑚2 /𝑚 = 1,2 𝑐𝑚²/𝑚

Como 𝐴𝑠𝑥 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 então o valor considerado para a área de aço por metro é
2,439 𝑐𝑚2 /𝑚.

Número de barras:

(𝜋 . 𝛷𝑥 ²) (𝜋 . 0,632 )
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0,312 𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠𝑥 2,439
𝑛= = = 7,82 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠/𝑚
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,312

Espaçamento

100 100
𝑠= = = 12,79 𝑐𝑚 → 12 𝑐𝑚
𝑛 7,82

20 𝑐𝑚
𝑠𝑚í𝑛 ≤ { ∴ 𝑠𝑚í𝑛 = 16 𝑐𝑚
2ℎ = 2 . 8 = 16 𝑐𝑚
102

Nesse caso o espaçamento empregado é de 12,00 cm.

Quantidade de barras:

𝑙0𝑦 628
𝑄𝑛𝑡𝑑 = −1= − 1 = 52,33 − 1 = 51,33 → 52 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 12

Comprimento das barras:

𝐶 = 𝑙𝑣ã𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 + 20 . 𝛷𝑥 = 264,5 + 20 . 0,63 = 277,1 𝑐𝑚 → 277 𝑐𝑚

- Eixo y (maior vão)

Taxa de aço mínima para armaduras positivas de lajes armadas em uma direção
segundo o maior vão (Tabela 15).

𝐴𝑠 ≥ 20% 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 = 0,2 .2,439 = 0,49 𝑐𝑚2 /𝑚


0,15 0,5 . 0,15
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 ≥ 𝐴𝑠 ≥ 0,5 . 𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,5 . . 𝐴𝑐 = . (8 . 100) = 0,6 𝑐𝑚2 /𝑚
100 100
{ 𝐴𝑠 ≥ 0,9 𝑐𝑚2 /𝑚

Área de aço mínima:

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,9 𝑐𝑚2 /𝑚

Número de barras:

(𝜋 ∗ 𝛷2 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑑𝑜 ) (𝜋 ∗ 0,63²)
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0, 312𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 0,9
𝑛= = = 2,88 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,312

Espaçamento entre barras:


103

100 100
𝑠= = = 34,7 𝑐𝑚
𝑛 2,88

𝑠𝑚í𝑛 ≤ 33 𝑐𝑚 ∴ 𝑠 = 33 𝑐𝑚

Nesse caso o espaçamento empregado é de 33 cm.

Quantidade de barras:

𝑙0𝑥 264,5
𝑄𝑛𝑡𝑑 = −1= − 1 = 16,5 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 → 17 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 16

Comprimento:

𝐶 = 𝑙0𝑦 + 20 . 𝛷𝑦 = 628 + 20 . 0,63 = 640,6 𝑐𝑚

- Armadura negativa

Diâmetro máximo:

ℎ 8
𝛷𝑚á𝑥 = = = 1 𝑐𝑚 = 10 𝑚𝑚
8 8

Bitola adotada:

𝛷𝑥 − = 8,0 𝑚𝑚

Altura útil:

𝑑𝑥 − = ℎ − 𝑐 − 0,5 . 𝛷𝑥 − = 8 − 2 − 0,5 . 0,80 = 5,60 𝑐𝑚

Linha neutra:
104

𝑀𝑥𝑑 −
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 −( )]
0,425 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑

11,00
𝑥 = 1,25 [0,056 − √0,0562 − ( )]
0,425 . 1 . 21,428 . 10³

𝑥 = 1,51 . 10−2 𝑚 = 1,51 𝑐𝑚

Verificação do domínio de deformabilidade:

𝑥 1,51
𝑘𝑥 − = = = 0,270
𝑑 5,60
𝑘𝑥 − > 0,259 ∴ 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 3

Cálculo da área de aço:

− 𝑀𝑥𝑑 − 11,00
𝐴𝑠𝑥 = = 3
𝑓𝑦𝑑 (𝑑𝑥 − 0,4𝑥) 434,783 . 10 . (0,056 − 0,4 . 0,0151)
= 5,064 . 10−4 𝑚2 /𝑚
𝐴𝑠𝑥 = 5,06 𝑐𝑚2 /𝑚

Taxa de aço mínima para armaduras negativas:

𝜌𝑠 ≥ 𝜌𝑚í𝑛

Para 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 é estabelecido a taxa de aço mínima igual a 0,15% a área
da seção bruta de concreto (Tabela 16).

0,15
𝜌𝑠 ≥ = 1,5 . 10−3
100

Área de aço mínima:

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑠 . 𝐴𝑐 = 1,50 ∗ 10−3 . (0,08 . 1,00) = 1,2 . 10−4 𝑚2 /𝑚 = 1,2 𝑐𝑚²/𝑚


105

Como 𝐴𝑠𝑥 − > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 então o valor considerado para a área de aço por metro é
5,064 𝑐𝑚2 /𝑚.

Número de barras:

(𝜋 . 𝛷𝑥 ²) (𝜋 . 0,802 )
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0,503 𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠𝑥 5,064
𝑛= = = 10,06 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠/𝑚
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,503

Espaçamento e espaçamento mínimo:

100 100
𝑠= = = 9,93 𝑐𝑚 → 9,0 𝑐𝑚
𝑛 10,06

20 𝑐𝑚
𝑠𝑚í𝑛 ≤ { ∴ 𝑠𝑚í𝑛 = 16 𝑐𝑚
2ℎ = 2 . 8 = 16 𝑐𝑚

Nesse caso o espaçamento empregado é de 9,00 cm.

Quantidade de barras:

𝑙0𝑦 628
𝑄𝑛𝑡𝑑 = −1= − 1 = 69,78 − 1 = 68,78 → 69 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 9

Comprimento das barras:

Com os dados de entrada sendo,

𝑙𝑥,𝑒 = 269,3 𝑐𝑚
𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 ≥ { ∴𝑙 = 269,3 𝑐𝑚;
𝑙𝑥,𝑑 = 264,3 𝑐𝑚 𝑥,𝑚𝑎𝑥
𝑔𝑒 = 𝑔𝑑 = ℎ − 𝑐𝑖 − 𝑐𝑠 = 8,0 − 2,0 − 2,0 = 4,0 𝑐𝑚;

Logo,
106

𝐶 = 𝑔𝑒 + 10 . 𝛷 + 2 ∗ 0,25 ∗ 𝑙𝑥,𝑚𝑎𝑥 + 10 . 𝛷 + 𝑔𝑑
𝐶 = 4,0 + 10 . 0,8 + 2 ∗ 0,25 ∗ 269,3 + 10 . 0,8 + 4 = 158,65 𝑐𝑚 → 159,0 𝑐𝑚

• Laje L9 (bidirecional)

- Eixo x (menor vão)

Segundo a seção 9.6 o diâmetro máximo que pode ser adotado para a laje L9 é
dado por:

ℎ 13
𝛷𝑚á𝑥 = = = 1,62 𝑐𝑚 ≅ 16 𝑚𝑚
8 8

Bitola adotada:

𝛷𝑥 = 8,0 𝑚𝑚

A altura útil da seção de concreto em análise é:

𝑑𝑥 = ℎ − 𝑐 − 0,5 . 𝛷𝑥 = 13 − 2 − 0,5 . 0,8 = 10,6 𝑐𝑚

O cálculo da linha neutra está descrito abaixo:

𝑀𝑥𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑

20,36
𝑥 = 1,25 [0,106 − √0,1062 − ( )]
0,425 . 1 . 21,428 . 10³

𝑥 = 1,39. 10−2 𝑚 = 1,39 𝑐𝑚

Verificação do domínio de deformabilidade:


107

𝑥 1,39
𝑘𝑥 = = = 0,131
𝑑 10,6
𝑘𝑥 < 0,259 ∴ 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2

Cálculo da área de aço:

𝑀𝑥𝑑 20,33
𝐴𝑠𝑥 = = = 4,66 . 10−4 𝑚2 /𝑚
𝑓𝑦𝑑 (𝑑𝑥 − 0,4𝑥) 434,783 . 103 . (0,106 − 0,4 . 0,0139)
𝐴𝑠𝑥 = 4,66 𝑐𝑚2 /𝑚

Taxa de aço mínima para armaduras positivas de lajes armadas em duas


direções segundo o menor vão (Tabela 15).

𝜌𝑠 ≥ 0,67 . 𝜌𝑚í𝑛

Para 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 é estabelecido a taxa de aço mínima igual a 0,15% a área
da seção bruta de concreto (Tabela 16).

0,15
𝜌𝑠 ≥ 0,67 . = 1,0 . 10−3
100

Área de aço mínima:

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑠 . 𝐴𝑐 = 1,0 ∗ 10−3 . (0,13 . 1,00) = 1,3 . 10−4 𝑚2 /𝑚 = 1,3 𝑐𝑚²/𝑚

Como 𝐴𝑠𝑥 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 então o valor considerado para a área de aço por metro é
4,66 𝑐𝑚2 /𝑚.

Número de barras:

(𝜋 . 𝛷𝑥 ²) (𝜋 . 0,82 )
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0,503 𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠𝑥 4,66
𝑛= = = 9,26 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠/𝑚
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,503
108

Espaçamento

100 100
𝑠= = = 10,79 𝑐𝑚 → 10 𝑐𝑚
𝑛 9,26

20 𝑐𝑚
𝑠𝑚í𝑛 ≤ { ∴ 𝑠𝑚í𝑛 = 20 𝑐𝑚
2ℎ = 2 . 13 = 26 𝑐𝑚

Nesse caso o espaçamento empregado é de 10 cm.

Quantidade de barras:

𝑙0𝑦 720
𝑄𝑛𝑡𝑑 = −1= − 1 = 71 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 10

Comprimento das barras:

𝐶 = 𝑙0𝑥 + 20 . 𝛷𝑥 = 515 + 20 . 0,8 = 531 𝑐𝑚

- Eixo y (maior vão)

Bitola adotada:
𝛷𝑦 = 6,3 𝑚𝑚

A altura útil da seção de concreto em análise é:

𝑑𝑦 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑥 − 0,5 . 𝛷𝑦 = 13 − 2 − 0,8 − 0,5 . 0,63 = 9,89 𝑐𝑚

Linha neutra:

𝑀𝑦𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑
109

12,27
𝑥 = 1,25 [0,0989 − √0,09892 − ( )]
0,425 . 1 . 21,428 . 10³

𝑥 = 0,884 . 10−2 𝑚 = 0,884 𝑐𝑚

Verificação do domínio de deformabilidade:

𝑥 0,884
𝑘𝑦 = = = 0,089
𝑑 9,89
𝑘𝑦 < 0,259 ∴ 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2

Cálculo da área de aço para resistir aos esforços:

𝑀𝑦𝑑 12,27
𝐴𝑠𝑦 = = = 2,96. 10−4 𝑚2 /𝑚
𝑓𝑦𝑑 (𝑑𝑦 − 0,4𝑥) 434,783 . 103 . (0,0989 − 0,4 . 0,0884)
𝐴𝑠𝑦 = 2,96 𝑐𝑚2 /𝑚

A taxa de aço mínima para armaduras positivas de lajes armadas em duas


direções foi calculada anteriormente e é igual a:

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑠 . 𝐴𝑐 = 1,0 ∗ 10−3 . (0,13 . 1,00) = 1,3 . 10−4 𝑚2 /𝑚 = 1,3 𝑐𝑚²/𝑚

Como 𝐴𝑠𝑦 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 então o valor considerado para a área de aço é 2,96 𝑐𝑚2 /𝑚².

Número de barras:

(𝜋 ∗ 𝛷2 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑑𝑜 ) (𝜋 ∗ 0,63²)
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0, 312𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠𝑦 2,96
𝑛= = = 9,49 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,312

Espaçamento entre barras:


110

100 100
𝑠= = = 10,5 𝑐𝑚 → 10 𝑐𝑚
𝑛 9,49

20 𝑐𝑚
𝑠𝑚í𝑛 ≤ { ∴ 𝑠𝑚í𝑛 = 20 𝑐𝑚
2ℎ = 2 . 13 = 16 𝑐𝑚

Nesse caso o espaçamento empregado é de 10 cm.

Quantidade de barras:

𝑙0𝑥 515
𝑄𝑛𝑡𝑑 = −1= − 1 = 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 → 51 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 10

Comprimento:

𝐶 = 𝑙0𝑦 + 20 . 𝛷𝑦 = 720 + 20 . 0,63 = 733 𝑐𝑚

As Tabelas 23, 24 e 25 apresentam os resultados das armaduras positivas, para


o menor e o maior vão, e as armaduras negativas para o menor vão. Conforme
a disposição dos engastes entre lajes não há momento negativo na direção do
maior vão.
111

Tabela 23 – Armaduras positivas na direção do menor vão das lajes

Armaduras positivas na direção do menor vão das lajes


Nome AS (cm²/m) ɸ (mm) s (cm) L (m) Quantidade Nomenclatura
L1;
L6;
2,439 6,3 12 277 52 52 ɸ6,3 c/12 - 277
L11;
L18
L2;
L5;
2,930 6,3 10 272 62 62 ɸ6,3 c/10 - 272
L12;
L17
L3;
L4;
1,605 6,3 16 299 39 39 ɸ6,3 c/16 - 299
L13;
L16
L7;
L8;
0,927 6,3 16 181 34 34 ɸ6,3 c/16 - 181
L14;
L15
L9 4,66 10 16 531 71 71 ɸ8,0 c/10 - 531
L10 1,581 5 12 307 26 26 ɸ5,0 c/12 - 307
Fonte: Do autor

Tabela 24 – Armaduras positivas na direção do maior vão das lajes

Armaduras positivas na direção do maior vão das lajes


Nome AS (cm²/m) ɸ (mm) s (cm) L (m) Quantidade Nomenclatura
L1;
L6;
0,9 5 21 638 12 12 ɸ5,0 c/21 - 638
L11;
L18
L2;
L5;
0,9 5 21 638 12 12 ɸ5,0 c/21 - 638
L12;
L17
L3;
L4;
0,9 5 21 638 13 13 ɸ8,0 c/21 - 638
L13;
L16
L7;
L8;
0,9 5 21 568 8 8 ɸ5,0 c/21 - 568
L14;
L15
L9 2,96 6,3 10 733 51 51 ɸ6,3 c/10 - 733
L10 1,588 5 12 325 24 24 ɸ5,0 c/12- 325
Fonte: Do autor
112

Tabela 25 – Armaduras negativas na direção do menor vão das lajes

Armaduras negativas na direção do menor vão das lajes


Nome AS (cm²/m) ɸ (mm) s (cm) L (m) Quantidade Nomenclatura
L1;
L6;
L11;
L18
4,71 8 10 294 62 62 ɸ8,0 c/10 - 159
L2;
L5;
L12;
L17
L2;
L5;
L12;
L17
3,76 8 13 315 48 48 ɸ8,0 c/13 - 170
L3;
L4;
L13;
L16
L3;
L4;
L13;
L16
2,47 8 16 315 34 34 ɸ8,0 c/16 - 167
L7;
L8;
L14;
L15
L7;
L14;
0,927 8 16 201 34 34 ɸ8,0 c/16 - 110
L8;
L15
Fonte: Do autor.

Abaixo estão apresentados os detalhamentos das lajes. Na Figura 23 está


exibido o detalhamento das armaduras positivas e na Figura 24 o detalhamento
das armaduras negativas.
113

Figura 23 – Detalhamento das armaduras positivas

Fonte: Do autor.
114

Figura 24 – Detalhamento das armaduras negativas

Fonte: Do autor.
115

10.5.5 Estado limite de serviço

No estado limite de serviço foram verificadas as flechas das lajes e se as


lajes deformaram a ponto de fissurar. Quando a laje fissura foi calculada a inércia
intermediária (Estádio I e II) o que resulta em valores de flecha superiores.
Sequencialmente foram verificados os deslocamentos limites impostos pela NBR
6118:2014.

• Laje L1

Determinação do momento de fissuração segundo 9.11.3 (NBR 6118:2014).

Dados de entrada:

𝛼 = 1,5 (𝑠𝑒çã𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟);


3 2 3
𝑓𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,3 . √302 = 2,90 𝑀𝑃𝑎 = 2,9 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;
𝑏∗ℎ³ 1∗0,08³
𝐼𝑐 = = = 0,427 . 10−4 𝑚4;
12 12
ℎ 8
𝑦𝑡 = 2 = 2 = 4 𝑐𝑚 = 0,04 𝑚;

𝛼 ∗ 𝑓𝑐𝑡 ∗ 𝐼𝑐 1,5 ∗ 2,9 ∗ 103 ∗ 0,427 ∗ 10−4


𝑀𝑅 = = = 4,64 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
𝑦𝑡 0,04

m 𝑚
𝑀𝑥 > 𝑀𝑅 ∴ 3,55 kN. < 4,64 𝑘𝑁.
m 𝑚

m 𝑚
𝑀𝑥 − > 𝑀𝑅 ∴ 6,31 kN. > 4,64 𝑘𝑁.
m 𝑚

Como 𝑀𝑥 − > 𝑀𝑅 , então, a laje, porém somente por conta do momento negativo.
Neste caso, se executa o cálculo da inércia equivalente segundo a equação
abaixo (recomendação Ibracon).

𝐼𝑒𝑞 = 0,15 . 𝐼𝐼𝐼 + 0,85 . 𝐼𝑐

Primeiramente devem ser calculados e dispostos os seguintes parâmetros para


executar o cálculo do momento de inércia no estádio II (𝐼𝐼𝐼 ).
116

Dados de entrada:

𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎 (definido na subseção 4.2);


𝐸 210
𝛼𝑒 = 𝐸 𝑠 = 26,84 = 7,82;
𝑐𝑠

𝐴− 𝑠 = 0 𝑐𝑚2 /𝑚;
𝐴𝑠 = 2,44 𝑐𝑚2 /𝑚;
𝑑 − = 2,315 . 10−2 𝑚;
𝑑 = 5,685;

Linha neutra no Estádio II:

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵

Com,

(𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 (7,82 − 1). 0 + 7,82 .2,44


𝐴= = = 0,191
𝑏𝑤 100

𝑑 − . (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝑑 . 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 2,315 . (7,82 − 1). 0 + 5,685 . 7,82 . 2,44


𝐵= =
𝑏𝑤 100
𝐵 = 1,085

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵 = −0,191 + √0,1912 + 2 . 1,085 = 1,295 𝑐𝑚

Logo, o momento de inércia no Estádio II está calculado abaixo:

𝑏. 𝑥 3 𝐼𝐼
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)² + (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 − )2
3
100.1,295³
𝐼𝐼𝐼 = + 7,82 . 2,44 . (1,295 − 5,685)² + (7,82 − 1). 0 . (2,44 − 2,4)2
3
𝐼𝐼𝐼 = 440,2 𝑐𝑚4 ≅ 4,40 . 10−6 𝑚4

Por fim, se aplica a equação abaixo para determinar o momento de inércia


equivalente:
117

𝐼𝑒𝑞 = 0,15 . 𝐼𝐼𝐼 + 0,85 . 𝐼𝑐


𝐼𝑒𝑞 = 0,15 . 4,40 . 10−6 + 0,85 . 4,27. 10−5 = 3,69 . 10−5 𝑚4

Para o cálculo da flecha imediata de uma laje unidirecional engastada-rotulada


se aplica a seguinte expressão:

1 𝑝 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
184,6 𝐸 . 𝐼𝑒𝑞

Resgatando alguns valores para o cálculo da flecha imediata.

𝑝𝐸𝐿𝑆 = 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝜓2 . 𝑞 = 6,515 + 0,3 . 1,5 = 6,96 𝑘𝑁/𝑚²;


𝑙𝑥 = 2,69 𝑚;
𝐸 = 𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎 = 26,840 . 106 𝑘𝑁/𝑚²;
𝐼𝑒𝑞 = 3,69 . 10−5 𝑚4 ;

O valor da flecha imediata:

1 𝑝 . 𝑙𝑥 4 1 6,96 . 2,694
𝑓0 = = = 0,20. 10−2 𝑚 = 0,20 𝑐𝑚
184,6 𝐸 . 𝐼𝑒𝑞 184,6 26,840. 106 . 3,69 . 10−5

Adicionalmente se calcula a flecha diferida conforme a equação abaixo:

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50 . 𝑝−

A taxa de armadura comprimida na laje L1 é:

𝐴𝑠 −
𝑝− = =0
𝑏 .𝑑

Determinado o tempo de escoramento em 14 dias ou 0,5 mês, pode-se computar


𝛥𝜉 através da seguinte equação:
118

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )

Com,

𝜉(𝑡) = 𝜉(0,5) = 0,68 . (0,996𝑡 ). 𝑡 0,32 = 0,68 . (0,9960,5 ). 0,50,32 = 0,544


𝜉(𝑡) = 2 para 𝑡 ≥ 70 meses.

Logo,

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 ) = 2 − 0,544 = 1,456

Então, o coeficiente para determinar a flecha diferida é igual a:

𝛥𝜉 1,456
𝛼𝑓 = −
= = 1,456
1 + 50 . 𝑝 1 + 50 . 0

Determinadas as deformações imediatas e ao longo do tempo, pode-se aplicar


a equação abaixo para computar a flecha total da laje L1.

𝑓𝑡 = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 = (1 + 1,456) . 0,20 = 0,49 𝑐𝑚

Após a obtenção da flecha total, compara-se seu valor com os deslocamentos


limites da Tabela 17. A seguir foram calculados os limites de flecha para o efeito
visual e de vibração.

- Efeito visual

𝑙𝑥 269
𝑓𝑡 < ∴ 0,49 < = 1,08 𝑐𝑚
250 250

Para verificar o deslocamento limite do efeito de vibração, são apenas utilizadas


as cargas variáveis para comparação das flechas. Assim sendo, abaixo está
calculada a flecha total apenas levando em consideração as cargas variáveis.
119

𝑞 1,5
𝑓𝑡 (𝑞) = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 . = (1 + 1,456). 0,20 . = 0,09 𝑐𝑚
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 1,5 + 6,51

- Efeito de vibração

𝑙𝑥 269
𝑓𝑡 (𝑞) < ∴ 0,09 < = 0,77 𝑐𝑚
350 350

A laje L1 obedece a todos os deslocamentos limites impostos neste trabalho.

• Laje L9

Determinação do momento de fissuração segundo 9.11.3.

Dados de entrada:

𝛼 = 1,5 (𝑠𝑒çã𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟);


3 2 3
𝑓𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,3 . √302 = 2,90 𝑀𝑃𝑎 = 2,9 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;
𝑏∗ℎ³ 1∗0,13³
𝐼𝑐 = = = 1,83 . 10−4 𝑚4 ;
12 12
ℎ 13
𝑦𝑡 = 2 = = 6,5 𝑐𝑚 = 0,065 𝑚;
2

- Momento de fissuração

𝛼 ∗ 𝑓𝑐𝑡 ∗ 𝐼𝑐 1,5 ∗ 2,9 ∗ 103 ∗ 1,83 ∗ 10−4


𝑀𝑅 = = = 12,25 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
𝑦𝑡 0,065

Os momentos que devem ser comparados com o momento de fissuração são


determinados no estado limite de serviço de deformações excessivas. Conforme
explicitado no Capítulo 6, os cálculos das combinações de ações quase
permanentes são referentes às deformações excessivas. Abaixo constam os
cálculos para verificar se a laje L9 fissura com o carregamento de serviço.

- Combinação de ações quase permanentes


120

𝑝′ = 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝜓2 . 𝑞

Onde,

𝑝′ é o carregamento referente a combinação de ações quase permanentes


(𝑘𝑁/𝑚²);
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é o carregamento permanente total (𝑘𝑁/𝑚²);
𝜓2 é o coeficiente referente às combinações quase permanentes de serviço;
𝑞 é a carga variável da laje em análise (𝑘𝑁/𝑚²).

Os parâmetros para o cálculo do carregamento de serviço estão dispostos a


seguir:

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4,4 𝑘𝑁/𝑚²;


𝜓2 = 0,3 (edifício residencial);
𝑞 = 3,0 𝑘𝑁/𝑚²;

Assim,

𝑝′ = 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝜓2 . 𝑞 = 4,4 + 0,3 . 3,0 = 5,3 𝑘𝑁/𝑚²

Os momentos de serviço estão computados abaixo:

𝑀𝑥,𝑠𝑒𝑟 𝜇𝑥 = 7,186 10,42 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚


𝑀𝑦,𝑠𝑒𝑟 𝜇𝑦 = 4,338 5,30 . 5,23² 6,29 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
− = − . ={ }
𝑀𝑥,𝑠𝑒𝑟 𝜇𝑥 = 0 100 0 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
− −
{𝑀𝑦,𝑠𝑒𝑟 } { 𝜇𝑦 = 0 } 0 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚

Verificação da fissuração da laje L9:

𝑚 𝑚
𝑀𝑥,𝑠𝑒𝑟 > 𝑀𝑅 ∴ 10,42 𝑘𝑁. > 12,54 𝑘𝑁.
𝑚 𝑚

𝑚 𝑚
𝑀𝑦,𝑠𝑒𝑟 > 𝑀𝑅 ∴ 6,29 𝑘𝑁. > 12,54 𝑘𝑁.
𝑚 𝑚
121

A laje L9 não fissura, pois 𝑀𝑥,𝑠𝑒𝑟 > 𝑀𝑅 .

Para o cálculo da flecha imediata de uma laje bidirecional se aplica a seguinte


expressão:

𝛼 𝑝′ . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
100 𝐸 . ℎ𝑒𝑞 3

Resgatando alguns valores para o cálculo da flecha imediata:

𝛼 = 8,06 (valor calculado para 𝜆 = 1,39 no caso 1 e através da tabela de Bares)


𝑙𝑥 = 5,23 𝑚;
𝐸 = 𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎 = 26,84 . 106 𝑘𝑁/𝑚²;
ℎ𝑒𝑞 = 0,108 𝑚;
𝑝′ = 5,30 𝑘𝑁/𝑚²;

O valor da flecha imediata:

𝛼 𝑝′ . 𝑙𝑥 4 8,06 5,3 . 5,234


𝑓0 = = = 5,4 . 10−3 𝑚 ≅ 0,54 𝑐𝑚
100 𝐸 . ℎ𝑒𝑞 3 100 26,84 . 106 . 0,133

Adicionalmente se calcula a flecha diferida conforme a equação abaixo:

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50 . 𝑝−

A taxa de armadura comprimida na laje L9 é:


𝐴𝑠 −
𝑝 = =0
𝑏 .𝑑

Determinado o tempo de escoramento em 14 dias ou 0,5 mês, pode-se computar


𝛥𝜉 através da seguinte equação:
122

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )

Com,

𝜉(𝑡) = 𝜉(0,5) = 0,68 . (0,996𝑡 ). 𝑡 0,32 = 0,68 . (0,9960,5 ). 0,50,32 = 0,544

𝜉(𝑡) = 2 para 𝑡 ≥ 70 meses.

Logo,

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 ) = 2 − 0,544 = 1,456

Então, o coeficiente para determinar a flecha diferida é igual a:

𝛥𝜉 1,456
𝛼𝑓 = −
= = 1,456
1 + 50 . 𝑝 1 + 50 . 0

Determinadas as deformações imediatas e ao longo do tempo, pode-se aplicar


a equação abaixo para computar a flecha total da laje L9.

𝑓𝑡 = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 = (1 + 1,456). 0,54 ≅ 1,33 𝑐𝑚

Após a obtenção da flecha total, compara-se seu valor com os deslocamentos


limites da Tabela 17. A seguir foram calculados os limites de flecha para o efeito
visual e de vibração.

Limite de flecha para o efeito visual:

𝑙𝑥 5,23
𝑓𝑡 < ∴ 1,33 𝑐𝑚 < ≅ 2,09 𝑐𝑚
250 250

Efeito de vibração:

𝑞 3,0
𝑓𝑡 (𝑞) = 𝑓0 . = 0,54 . = 0,22 𝑐𝑚
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 3,0 + 4,4
123

Limite de flecha para o efeito de vibração:

𝑙𝑥 523
𝑓𝑡 (𝑞) < ∴< = 1,49 𝑐𝑚
350 350

A laje L9 obedece a todos os deslocamentos limites impostos neste trabalho.

Abaixo estão apresentadas as Tabelas 26 e 27 as quais exibem,


respectivamente, os valores dos maiores momentos atuantes (os momentos
negativos são mais significativos nas lajes analisadas) e os coeficientes de
deformação, flechas e deslocamentos limite das lajes.

Tabela 26 – Momento atuante e momento de fissuração das lajes

Momento atuante e momento de fissuração das lajes


Momento atuante Momento de
Nome Há fissuração?
(𝑘𝑁. 𝑚/𝑚) fissuração (𝑘𝑁. 𝑚/𝑚)
L1;
L6;
6.31 3.24 sim
L11;
L18
L2;
L5;
7.84 (negativo) 3.24 sim
L12;
L17
L3;
L4;
4,73 (negativo) 3.24 sim
L13;
L16
L7;
L8;
0,9 3.24 não
L14;
L15
L9 10,4 12,2 não
L10 1,8 4,6 não
Fonte: Do autor.
124

Tabela 27 - Coeficiente de deformação, flechas e deslocamentos limites das lajes

Coeficiente de deformação, flechas e deslocamentos limites das lajes


Deslocamento
flecha -
flecha flecha flecha limite
carga
Nome 𝛼 inicial diferida total Flecha Flecha
acidental
(cm) (cm) (cm) visual vibração
(cm)
(cm) (cm)
L1;
L6;
5,36 0,17 0,25 0,43 0,03 1,08 0,77
L11;
L18
L2;
L5;
2,77 0,15 0,22 0,37 0,02 1,06 0,76
L12;
L17
L3;
L4;
4,53 0,20 0,28 0,48 0,04 1,16 0,83
L13;
L16
L7;
L8;
2,86 0,01 0,02 0,04 0,01 0,70 0,50
L14;
L15
L9 8,06 0,54 0,80 1,34 0,31 2,09 1,49

L10 5,26 0,13 0,19 0,32 0,01 1,21 0,86


Fonte: Do autor.

Todas as lajes respeitam os deslocamentos limites definidos pela NBR


6118:2014.

10.5.6 Cisalhamento e reações das lajes nas vigas

Para finalizar a verificação das lajes maciças resta verificar sua resistência
quanto ao cisalhamento e quantificar a carga transmitida da laje para as vigas
de contorno. Para o cálculo das reações da laje L1 (unidirecional) nas vigas de
apoio se aplicou o método das áreas; para a laje L9 (bidirecional) se utilizou as
tabelas de Bares.

• Laje L1

A carga transmitida da laje L1 para as vigas de apoio respeita a seguinte


expressão:
125

𝑞𝑥𝑑 𝑘𝑥
𝑞𝑥𝑑 − 𝑘𝑥 − 𝑝 . 𝑙𝑥
{𝑞 }= 𝑘 .
𝑦𝑑 𝑦 10
𝑞𝑦𝑑 − 𝑘 −
{ 𝑦 }

Abaixo estão listados os parâmetros para computar as reações da laje L1 nas


vigas de apoio.

𝑝 = 11,21 𝑘𝑁/𝑚²
𝑙𝑥 = 2,69 𝑚

𝑞𝑥𝑑 𝑘𝑥 = 2,99 8,89 𝑘𝑁/𝑚



𝑞𝑥𝑑 − 𝑘𝑥 = 5,18 11,21 .2,69 15,64 𝑘𝑁/𝑚
{ 𝑞 } = 𝑘 = 1,83 . ={ }
𝑦𝑑 𝑦 10 5,53 𝑘𝑁/𝑚
𝑞𝑦𝑑 − −
{ 𝑘𝑦 = 0 } 0 𝑘𝑁/𝑚

Deve-se comparar as reações das lajes nas vigas (𝑞) com a resistência ao
cisalhamento do concreto (𝑉𝑅𝑑1 ). Abaixo constam os cálculos para determinar a
resistência da laje L1 ao cisalhamento.

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 . 𝑘 . (1,2 + 40 . 𝜌1 ) + 0,15 . 𝜎𝑐𝑝 ]. 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

3
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑐𝑡,𝑚 √𝑓𝑐𝑘 ²
𝜏𝑅𝑑 = 0,25 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,25 . = 0,25 . 0,7. = 0,25 . 0,7 . 0,3 .
𝛾𝑐 𝛾𝑐 𝛾𝑐

𝑘 = (1,6 − 𝑑) ≥ 1

𝐴𝑠1
𝜌1 = ≤ 0,02
𝑏𝑤 . 𝑑

𝑁𝑠𝑑
𝜎𝑐𝑝 =
𝐴𝑐
126

Os parâmetros para os cálculos das expressões supracitados estão exibidos a


seguir:

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎;
𝛾𝑐 = 1,4;
𝑑 = 5,685 𝑐𝑚;
𝐴𝑠1 = 2,44 𝑐𝑚2 /𝑚;
𝑏𝑤 = 100 𝑐𝑚;
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 0,312 𝑐𝑚² (para 𝛷 = 6,3 𝑚𝑚);
𝑠 = 12 𝑐𝑚;
𝑁𝑠𝑑 = 0 𝑘𝑁;
𝐴𝑐 = 𝑏𝑤 . ℎ = 100 . 8 = 800 𝑐𝑚²;

Assim,

3 3
√𝑓𝑐𝑘 ² √3²
𝜏𝑅𝑑 = 0,25 . 0,7 . 0,3 . = 0,25 . 0,7 . 0,3 . = 0,0362 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝛾𝑐 1,4

𝑘 = (1,6 − 𝑑) = (1,6 − 0,0568) = 1,543

𝐴𝑠1 2,44
𝜌1 = = = 0,0043
𝑏𝑤 . 𝑑 100.5,68

𝑁𝑠𝑑 0
𝜎𝑐𝑝 = = = 0 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑐 800

Portanto,
𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 . 𝑘 . (1,2 + 40 . 𝜌1 ) + 0,15 . 𝜎𝑐𝑝 ]. 𝑏𝑤 . 𝑑
𝑉𝑅𝑑1 = [0,0362 . 1,543 . (1,2 + 40 . 0,0043) + 0,15 . 0]. 100 . 5,68 = 43,57 𝑘𝑁/𝑚

A maior reação da laje nas vigas é considerada a força cortante solicitante e


crítica para esta situação. Neste caso a maior reação (𝑉𝑆𝑑 ) é:

𝑉𝑆𝑑 = 𝑞𝑥𝑑 − = 15,64 𝑘𝑁/𝑚


127

Comparando a resistência ao cisalhamento (𝑉𝑅𝑑1) à força cortante solicitante


(𝑉𝑆𝑑 ) tem-se que:

𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝑉𝑅𝑑1 = 43,57 > 𝑉𝑆𝑑 = 15,64
𝑚 𝑚

Logo, a laje L1 resiste aos esforços cortantes.

• Laje L9

A carga transmitida da laje L9 para as vigas de apoio respeita a seguinte


expressão:
𝑞𝑥𝑑 𝑘𝑥
𝑞𝑥𝑑 − 𝑘𝑥 − 𝑝 . 𝑙𝑥
{𝑞 }= 𝑘 .
𝑦𝑑 𝑦 10
𝑞𝑦𝑑 − 𝑘 −
{ 𝑦 }

Abaixo estão listados os parâmetros para computar as reações da laje L9 nas


vigas de apoio.

𝑝 = 10,35 𝑘𝑁/𝑚²
𝑙𝑥 = 5,23 𝑚

𝑞𝑥𝑑 𝑘𝑥 = 3,20 17,32 𝑘𝑁/𝑚



𝑞𝑥𝑑 − 𝑘𝑥 = 0 10,35 . 5,23 0 𝑘𝑁/𝑚
{ 𝑞 } = 𝑘 = 2,50 . ={ }
𝑦𝑑 𝑦 10 13,53 𝑘𝑁/𝑚
𝑞𝑦𝑑 − −
{ 𝑘𝑦 = 0 } 0 𝑘𝑁/𝑚

Deve-se comparar as reações das lajes nas vigas (𝑞) com a resistência ao
cisalhamento do concreto (𝑉𝑅𝑑1 ). Abaixo constam os cálculos para determinar a
resistência da laje L1 ao cisalhamento.

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 . 𝑘 . (1,2 + 40 . 𝜌1 ) + 0,15 . 𝜎𝑐𝑝 ]. 𝑏𝑤 . 𝑑


128

Com,

3
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑐𝑡,𝑚 √𝑓𝑐𝑘 ²
𝜏𝑅𝑑 = 0,25 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,25 . = 0,25 . 0,7. = 0,25 . 0,7 . 0,3 .
𝛾𝑐 𝛾𝑐 𝛾𝑐

𝑘 = (1,6 − 𝑑) ≥ 1

𝐴𝑠1
𝜌1 = ≤ 0,02
𝑏𝑤 . 𝑑

𝑁𝑠𝑑
𝜎𝑐𝑝 =
𝐴𝑐

Os parâmetros para os cálculos das expressões supracitados estão exibidos a


seguir:

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎;
𝛾𝑐 = 1,4;
𝑑 = 10,6 𝑐𝑚;
𝐴𝑠1 = 4,66 𝑐𝑚2 /𝑚;
𝑏𝑤 = 100 𝑐𝑚;
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 0,503 𝑐𝑚² (para 𝛷 = 6,3 𝑚𝑚);
𝑠 = 10 𝑐𝑚;
𝑁𝑠𝑑 = 0 𝑘𝑁;
𝐴𝑐 = 𝑏𝑤 . ℎ = 100 . 13 = 1300 𝑐𝑚²;

Assim,

3 3
√𝑓𝑐𝑘 ² √3²
𝜏𝑅𝑑 = 0,25 . 0,7 . 0,3 . = 0,25 . 0,7 . 0,3 . = 0,0362 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝛾𝑐 1,4

𝑘 = (1,6 − 𝑑) = (1,6 − 0,106) = 1,494


129

𝐴𝑠1 4,66
𝜌1 = = = 0,0044
𝑏𝑤 . 𝑑 100.10,6

𝑁𝑠𝑑 0
𝜎𝑐𝑝 = = = 0 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑐 800

Portanto,
𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 . 𝑘 . (1,2 + 40 . 𝜌1 ) + 0,15 . 𝜎𝑐𝑝 ]. 𝑏𝑤 . 𝑑
𝑉𝑅𝑑1 = [0,362 . 1,494 . (1,2 + 40 . 0,0044) + 0,15 . 0]. 100 . 10,6 = 78,87 𝑘𝑁/𝑚

A maior reação da laje nas vigas é considerada a força cortante solicitante e


crítica para esta situação. Neste caso a maior reação (𝑉𝑆𝑑 ) é:

𝑉𝑆𝑑 = 𝑞𝑥𝑑 = 17,32 𝑘𝑁/𝑚

Comparando a resistência ao cisalhamento (𝑉𝑅𝑑1) à força cortante solicitante


(𝑉𝑆𝑑 ) tem-se que:

𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝑉𝑅𝑑1 = 78,87 > 𝑉𝑆𝑑 = 17,32
𝑚 𝑚

Logo, a laje L9 resiste aos esforços cortantes.

11. ESCADAS

As escadas possibilitam a passagem dos usuários de um pavimento ao


outro. Por conta disso, possuem elementos inclinados em relação a horizontal –
os lances – e elementos planos – os patamares.
Existem diversos tipos de escada, por exemplo: com ou sem patamar,
autoportantes ou biapoiadas, em viga reta (escada espinha de peixe), plissada,
em formatos curvilíneos, entre outras. Neste trabalho foi dimensionada a escada
do edifício em análise a qual é biapoiada.
A seguir são explicitadas as considerações e expressões que auxiliam no
dimensionamento de escadas de concreto armado.
130

11.1 DIMENSÕES PADRONIZADAS

Para que seja confortável a utilização de escadas é necessário respeitar


a Lei de Blondell, cuja inequação está apresentada abaixo:

60 𝑐𝑚 ≤ 𝑆 + 2 . 𝑒 ≤ 64 𝑐𝑚

Onde,

𝑆 é o comprimento do piso ou passo (𝑐𝑚);


𝑒 é a altura do degrau ou espelho (𝑐𝑚);

Recomenda-se que a altura livre seja de, pelo menos, 2,10 metros. Abaixo
está representada uma escada com as principais dimensões utilizadas no
dimensionamento (Figura 25).

Figura 25 – Dimensões aplicadas no dimensionamento de escadas

Fonte: Adaptado de Melges et al. (1997)


131

11.2 AÇÕES

Como em lajes, as ações que atuam sobre as escadas são: peso próprio,
revestimentos em geral (contra-piso, reboco do teto e revestimento cerâmico) e
carga acidental. Os valores de carga acidental estão presentes na NBR
6120:2019 para as diferentes situações de projeto. Abaixo estão descritos os
procedimentos para quantificar os carregamentos permanentes de escadas.

11.2.1 Peso próprio

Calcula-se o peso próprio dos lances (lajes inclinadas) de escadas


utilizando a espessura média (ℎ𝑚 ). A espessura média é a distância entre as
faces do meio do piso e da laje inclinada, dada pela expressão (MELGES et al.,
1997):

ℎ𝑚 = ℎ1 + 𝑒/2

Com,


ℎ1 =
cos 𝛼

Onde,

ℎ𝑚 é altura média da escada (𝑐𝑚);


ℎ1 é a distância entre o vértice mais próximo do fundo da laje inclinada e o fundo
da laje inclinada (𝑐𝑚);
ℎ é a espessura da escada (𝑐𝑚);
𝛼 é o ângulo entre a horizontal e a laje inclinada;
𝑒 é a altura do espelho da escada (𝑐𝑚);

Pode-se aplicar as expressões acima para a determinação da carga


distribuída do reboco (𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 ) do fundo do lance (laje inclinada).
132

A espessura do patamar é ℎ. Logo, a carga distribuída vertical do peso


próprio de um lance da escada (𝑔𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 ) e a carga distribuída para o patamar
(𝑔𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 ) são dadas pelas expressões a seguir:

𝑔𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 𝛾𝑐 . ℎ𝑚

𝑔𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 𝛾𝑐 . ℎ

𝑔𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 é o carregamento distribuído do peso próprio do lance (𝑘𝑁/𝑚²);


𝑔𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 é o carregamento distribuído do peso próprio do patamar (𝑘𝑁/𝑚²);
𝛾𝑐 é o peso específico do concreto (𝑘𝑁/𝑚³);
ℎ𝑚 é a altura média da escada (𝑚);
ℎ é a espessura da escada (𝑚);

11.2.2 Contra-piso e revestimento cerâmico

Calcula-se de maneira equivalente às lajes as ações do contra-piso e


revestimento. As expressões são exibidas a seguir:

𝑔𝑐.𝑝 = 𝑒𝑐.𝑝 . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜


𝑔𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑒𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 . 𝛾𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Onde,

𝑔𝑐.𝑝 é a carga distribuída do contra-piso (𝑘𝑁/𝑚²);


𝑒𝑐.𝑝 é a espessura do contra-piso (𝑚);
𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 é o peso específico do contra-piso (𝑘𝑁/𝑚³);
𝑔𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 é a carga distribuída do revestimento (𝑘𝑁/𝑚²);
𝑒𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 é a espessura do revestimento (𝑚);
𝛾𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 é o peso específico do revestimento (𝑘𝑁/𝑚³);

11.3 ESFORÇOS SOLICITANTES


133

As escadas são elementos similares as lajes, quando estas possuem


planos bem definidos e esforços axiais ínfimos, comportam-se como placas. Em
relação a suas dimensões podem ser caracterizadas como lajes unidirecionais e
serem dimensionadas como vigas. “O cálculo (dos esforços) consiste em se
considerar a laje como simplesmente apoiada” cita Melges et al. (1997).
Portanto, dependendo das condições de apoio, as escadas podem ser
modeladas como vigas biapoiadas. Nesse caso, os esforços são somente os
momentos fletores e o esforço cortante (flexão simples), onde é desprezado o
efeito da normal, de tração ou de compressão.
Neste trabalho foram dimensionadas as escadas através da projeção do
pórtico no FTOOL. Logo, os esforços foram retirados da análise feita de uma
viga biapoiada isostática.

11.4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Segundo Filho (2011) escadas com vãos paralelos e patamar


intermediário podem ser pré-dimensionadas conforme o vão projetado entre os
apoios. A Tabela 28 relaciona o vão e a espessura da laje.

Tabela 28 – Pré-dimensionamento de escadas

Vão (𝒎) Espessura (𝒄𝒎)


𝑙 ≤ 3,0 10
3,0 ≤ 𝑙 ≤ 4,0 12
4,0 ≤ 𝑙 ≤ 5,0 14
Fonte: Adaptado de Filho (2011, p. 1)

11.5 ESTADO LIMITE ÚLTIMO E DE SERVIÇO

O dimensionamento das armaduras longitudinal e transversal seguem os


mesmos preceitos descritos e formulados nas subseções 9.7 e 9.8 do capítulo
de lajes. Para o estado limite de serviço as escadas podem ser calculadas de
maneira equivalente ao da subseção 9.11 do capítulo de lajes.
134

11.6 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS

Devido aos esforços de tração impostos a armadura longitudinal é


necessário prolongar a armadura no mínimo 50 . 𝛷 após a dobra, conforme indica
Filho (2011). Nos apoios a ancoragem é realizada através de ganchos que se
prolongam até os estribos, respeitando o cobrimento especificado.

11.6.1 Empuxo no vazio

Usualmente, o empuxo no vazio ocorre quando barras tracionadas se


encontram em regiões de mudança de direção dos elementos estruturais e
submetem o concreto a tração. Nessas regiões onde há cobrimento insuficiente
de concreto devem ser detalhadas armaduras especiais. Situação análoga
acontece em regiões comprimidas salientes (FUSCO, 2013).
Fusco explicita que (2013, p. 317)

Quando as armaduras longitudinais apresentam mudança de direção,


ocorrem esforços transversais devidos à flexão local das barras. (...)
No caso de desvios angulares apreciáveis, que possam provocar no
concreto intensas tensões transversais de tração, devem ser
empregadas armaduras adequadas

Para combater o efeito do empuxo no vazio são empregadas armaduras


que possuem dobras além das regiões críticas, é citado por Fusco (2013, p. 318)
que “nas dobras reentrantes a armadura longitudinal deve ser emendada (...)
respeitando-se as condições de ancoragem de cada uma das partes da
armadura”. Na Figura 26 estão apresentados detalhamentos de armaduras
longitudinais que preveem o fenômeno do empuxo no vazio.
135

Figura 26 – Detalhamento de armadura longitudinal em escadas

Fonte: Do autor.

12. CÁLCULO DA ESCADA

12.1 DIMENSÕES

Foram respeitadas as dimensões do projeto arquitetônico, o qual exigia


16 degraus de 17,5 cm de altura (𝑒) e com piso de 28 cm de altura (𝑆). Abaixo
foi verificada se a Lei de Blondell foi respeitada:

60 𝑐𝑚 ≤ 𝑆 + 2 . 𝑒 ≤ 64 𝑐𝑚
60 𝑐𝑚 ≤ 28 + 2 . 17,5 ≤ 64 𝑐𝑚
60 𝑐𝑚 ≤ 63 𝑐𝑚 ≤ 64 𝑐𝑚

12.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Foram retiradas as dimensões dos comprimentos longitudinais projetados


da forma da escada (Figura 27). A escada possui lances de largura igual a 135
cm, patamar com largura de 131,75 cm (foi arredondado para 132 cm nos
cálculos) e comprimento do lance de 196 cm.
136

Figura 27 – Forma da escada do térreo para o 1º tipo

Fonte: Do autor.

O comprimento total do lance mais o patamar é dado por:

𝑏𝑉27 𝑏𝑉𝐸1
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = + 𝐿𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 + 𝐿𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 +
2 2

Dados de entrada

𝑏𝑉27 = 14 𝑐𝑚;
137

𝐿𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 196 𝑐𝑚;


𝐿𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 132 𝑐𝑚;
𝑏𝑉𝐸1 = 14 𝑐𝑚;

Assim,

14 14
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = + 196 + 132 + = 342 𝑐𝑚
2 2

Portanto conforme o pré-dimensionamento recomendado por Filho (2011) a


espessura da escada é:

300 ≤ 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≤ 400 ∴ ℎ = 12 𝑐𝑚

12.3 AÇÕES

12.3.1 Ações permanentes

- Peso próprio da escada

Dados de entrada:

ℎ = 12 𝑐𝑚;
𝑒 = 17,50 𝑐𝑚;
𝛾𝑐 = 25 𝑘𝑁/𝑚³;
17,5
𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 30 ) = 30,26°;
ℎ 12
ℎ1 = cos 𝛼 = cos 30,26° = 13,94 𝑐𝑚;
𝑒 17,50
ℎ𝑚 = ℎ1 + 2 = 13,94 + = 22,69 𝑐𝑚 = 0,227 𝑚;
2

A carga distribuída do lance (𝑔𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 ) é dada por:

𝑔𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 𝛾𝑐 . ℎ𝑚 = 25 . 0,227 = 6,68 𝑘𝑁/𝑚²

A carga distribuída do patamar (𝑔𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 ) é dada por:


138

𝑔𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 𝛾𝑐 . ℎ = 25 . 12 = 3,00 𝑘𝑁/𝑚²

- Peso do contra-piso

Dados de entrada:

𝑒𝑐.𝑝 = 3 𝑐𝑚 = 0,03 𝑚;
𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 21 𝑘𝑁/𝑚³;

Logo, a carga distribuída do contra-piso (𝑔𝑐.𝑝 ) é:

𝑔𝑐.𝑝 = 𝑒𝑐.𝑝 . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 0,03 . 21 = 0,63 𝑘𝑁/𝑚²

- Peso do revestimento

Foi aplicada uma simplificação a qual denota que há revestimento disposto


somente na horizontal.

Dados de entrada:

𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 = 1 𝑐𝑚 = 0,01 𝑚;
𝛾𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜 = 23 𝑘𝑁/𝑚³;

Sendo assim, a carga distribuída do revestimento (𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 ) é:

𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 = 𝑒𝑝𝑜𝑟𝑐 . 𝛾𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜 = 0,01 . 23 = 0,23 𝑘𝑁/𝑚²

- Peso do reboco do teto

Como o reboco do teto é inclinado no trecho do lance e horizontal no


trecho do patamar foram computados 𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 e 𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 .
139

- Dados de entrada:

ℎ = 1,5 𝑐𝑚 = 0,015 𝑚;
𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 19 𝑘𝑁/𝑚³;
17,5
𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 30 ) = 30,26°;
ℎ 1,5
ℎ1 = cos 𝛼 = cos 30,26° = 1,74 𝑐𝑚 = 0,0174 𝑚;

O carregamento distribuído do reboco do lance (𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 ) é:

𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = ℎ1 . 𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 0,0174 . 19 = 0,33 𝑘𝑁/𝑚²

O carregamento distribuído do reboco do patamar (𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 ) é:

𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = ℎ . 𝛾𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 0,015 . 19 = 0,29 𝑘𝑁/𝑚²

- Carregamento total no lance e no patamar

O carregamento distribuído total do lance (𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 ) é dado por:

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 𝑔𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 + 𝑔𝑐.𝑝 + 𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 + 𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒


𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 6,68 + 0,63 + 0,23 + 0,33 = 7,87 𝑘𝑁/𝑚²

E o carregamento distribuído total do patamar (𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 ) é:

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 𝑔𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 + 𝑔𝑐.𝑝 + 𝑔𝑝𝑜𝑟𝑐 + 𝑔𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟


𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 3,00 + 0,63 + 0,23 + 0,29 = 4,15 𝑘𝑁/𝑚²

12.3.2 Carga acidental

A carga acidental paras escada residenciais de uso comum é dada pela


NBR 6120:2019 como 𝑞 = 3 𝑘𝑁/𝑚².
140

12.4 ESTADO LIMITE ÚLTIMO

Após calculadas as cargas características da escada, são inseridos no


cálculo dos carregamentos os coeficientes de ponderação para combinações
normais. Neste caso são iguais a:

𝛾𝑔 = 𝛾𝑞 = 1,4

Portanto, o carregamento majorado para o lance (𝑝𝑑,𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 ) e o patamar


(𝑝𝑑,𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 ) estão calculados abaixo:

𝑝𝑑,𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 𝛾𝑔 . 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 + 𝛾𝑞 . 𝑞
𝑝𝑑,𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 1,4 . 7,87 + 1,4 . 3,0 = 15,22 𝑘𝑁/𝑚²

𝑝𝑑,𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 𝛾𝑔 . 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 + 𝛾𝑞 . 𝑞
𝑝𝑑,𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 1,4 . 4,15 + 1,4 . 3,0 = 10,01 𝑘𝑁/𝑚²

Por fim, foi modelada a viga biapoaida que representa a escada no software
FTOOL da seguinte maneira (Figura 28):

Figura 28 – Carregamentos majorados na viga biapoiada

Fonte: Do autor.

Os diagramas de esforços cortantes de cálculo (Figura 29) e momentos fletores


de cálculo (Figura 30) estão dispostos a seguir.
141

Figura 29 – Diagrama de esforços cortantes de cálculo

Fonte: Do autor.

Figura 30 – Diagrama de momentos fletores de cálculo

Fonte: Do autor.

12.5 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAL E


TRANSVERSAL

12.5.1 Armadura longitudinal

Foram seguidos os mesmos procedimentos de cálculo do que as lajes,


portanto, foram omitidas informações ou explicações reiteradas.

Dados de entrada para os seguintes cálculos:

𝑀𝑑 = 19,8 𝑘𝑁. 𝑚;
𝑏𝑤 = 1,0 𝑚;
𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐𝑑 = = 1,4 = 21,428 𝑀𝑃𝑎 = 21,43 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;
𝛾𝑐
𝑓𝑦𝑘 500
𝑓𝑦𝑑 = = 1,15 = 434,783 𝑀𝑃𝑎 = 434,78 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;
𝛾𝑠

- Diâmetro máximo
142

ℎ 12
𝛷𝑚á𝑥 = = = 1,5 𝑐𝑚 = 15 𝑚𝑚
8 8

Bitola adotada:

𝛷𝑥 = 8,0 𝑚𝑚

- Altura útil

𝑑 = ℎ − 𝑐 − 0,5 . 𝛷𝑥 = 12 − 2 − 0,5 . 0,80 = 9,60 𝑐𝑚

- Linha neutra

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑

19,8
𝑥 = 1,25 [0,096 − √0,0962 − ( )]
0,425 . 1 . 21,428 . 10³

𝑥 = 1,51 . 10−2 𝑚 = 1,51 𝑐𝑚

- Verificação do domínio de deformabilidade

𝑥 1,51
𝑘𝑥 = = = 0,157
𝑑 9,60
𝑘𝑥 < 0,259 ∴ 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2

- Cálculo da área de aço

𝑀𝑑 19,8
𝐴𝑠 = = 3
= 5,06 . 10−4 𝑚2
𝑓𝑦𝑑 (𝑑 − 0,4𝑥) 434,783 . 10 . (0,096 − 0,4 . 0,0151)
𝐴𝑠 = 5,06 𝑐𝑚²

- Taxa de aço mínima


143

Para 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎,

0,15
𝜌𝑠 ≥ = 1,5 . 10−3
100

- Área de aço mínima

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑠 . 𝐴𝑐 = 1,50 ∗ 10−3 . (0, 12. 1,00) = 1,8 . 10−4 𝑚2 /𝑚 = 1,8 𝑐𝑚²/𝑚

Como 𝐴𝑠 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 então o valor considerado para a área de aço por metro é
5,06 𝑐𝑚2 /𝑚.

- Número de barras

(𝜋 . 𝛷𝑥 ²) (𝜋 . 0,82 )
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0,503 𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠𝑥 5,06 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠


𝑛= = = 10,05
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,503 𝑚

- Espaçamento

100 100
𝑠= = = 9,95 𝑐𝑚 → 9,0 𝑐𝑚
𝑛 10,05

20 𝑐𝑚
𝑠𝑚í𝑛 ≤ { ∴ 𝑠𝑚í𝑛 = 20 𝑐𝑚
2ℎ = 2 . 12 = 24 𝑐𝑚

Nesse caso o espaçamento empregado é de 9,00 cm.

- Quantidade de barras

𝑙0 135
𝑄𝑛𝑡𝑑 = +1= + 1 = 15 + 1 = 16 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 9
144

Onde 𝑙0 é a largura do lance.

- Comprimento das barras longitudinais

Para o lance que sobe o comprimento foi medido no software AutoCAD e


resultou no valor de 338 cm. Foi empregada a ancoragem de 50 . 𝛷 = 40 𝑐𝑚 e
utilizado gancho para a ancoragem no apoio. Porém não foi descontada as 3
dobras, portanto o comprimento real é de:

𝐶 = 𝑙0 − 3 . 3,5 . 𝛷 = 338 − 3 . 3,5 . 0,8 = 329,6 → 329 𝑐𝑚

12.5.2 Armadura transversal

Os cálculos entre a armadura transversal dos lances e do patamar apenas


diferem a partir do cálculo de quantidade de barras.

𝐴𝑠 ≥ 20% 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 = 0,2 . 5,06 = 1,01 𝑐𝑚2 /𝑚


0,15 0,5 . 0,15
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 ≥ 𝐴𝑠 ≥ 0,5 . 𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,5 . . 𝐴𝑐 = . (12 . 100) = 0,9 𝑐𝑚2 /𝑚
100 100
{ 𝐴𝑠 ≥ 0,9 𝑐𝑚2 /𝑚

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 1,01 𝑐𝑚2 /𝑚

- Número de barras

(𝜋 ∗ 𝛷2 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑑𝑜 ) (𝜋 ∗ 0,50²)
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0, 196 𝑐𝑚²
4 4

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 1,01
𝑛= = = 5,15 → 6 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 0,196

- Espaçamento entre barras


145

100 100
𝑠= = = 16,67 𝑐𝑚 → 16 𝑐𝑚
𝑛 6

20 𝑐𝑚
𝑠𝑚í𝑛 ≤ { ∴ 𝑠𝑚í𝑛 = 20 𝑐𝑚
2ℎ = 2 . 12 = 24 𝑐𝑚

Nesse caso o espaçamento empregado é de 16 cm.

12.5.2.1 Armadura transversal do lance

- Quantidade de barras

𝑙0𝑥 268,2
𝑄𝑛𝑡𝑑 = +1= + 1 = 16,7 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 → 17 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 16

Onde 𝑙0𝑥 é o comprimento da laje inclinada o qual foi obtido pelo software
AutoCAD.

- Comprimento

Com o comprimento dos ganchos igual a:

𝑙𝑔 = ℎ − 2 . 𝑐 = 12 − 2 . 2,0 = 8,0 𝑐𝑚

O comprimento total da barra transversal dos lances descontando as curvas


causadas pelos pinos de dobramento:

𝐶 = 𝑙0𝑦 − 2 . 𝑐 + 2 . 𝑙𝑔 − 2 . 3,5 . 𝛷
𝐶 = 135 − 2 . 2,0 + 2 . 8,0 − 2 .3,5 . 0,5
𝐶 = 143,5 𝑐𝑚 → 143 𝑐𝑚

Onde 𝑙0𝑦 é a largura do lance.


146

12.5.2.2 Armadura transversal do patamar

- Quantidade de barras

𝑙0𝑥 132
𝑄𝑛𝑡𝑑 = −1= − 1 = 6,95 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 → 7 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑠 19

Onde 𝑙0𝑥 é a largura do patamar.

- Comprimento

Com o comprimento dos ganchos igual a:

𝑙𝑔 = ℎ − 2 . 𝑐 = 12 − 2 . 2,0 = 8,0 𝑐𝑚

O comprimento total da barra transversal dos lances descontando as curvas


causadas pelos pinos de dobramento:

𝐶 = 𝑙0𝑦 − 2 . 𝑐 + 2 . 𝑙𝑔 − 2 .3,5 . 𝛷
𝐶 = 297 − 2 . 2,0 + 2 . 8,0 − 2 .3,5 . 0,5
𝐶 = 305,5 𝑐𝑚 → 305 𝑐𝑚

Onde 𝑙0𝑦 é o comprimento do patamar.

12.5.3 Verificação ao cisalhamento

Verifica-se a resistência ao cisalhamento do concreto (𝑉𝑅𝑑1) comparando


com o valor da maior reação dos apoios (𝑉𝑑,𝑚á𝑥 ).
Dados de entrada:

3 3
√𝑓𝑐𝑘 ² √3²
𝜏𝑅𝑑 = 0,25 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,25 . 0,21 . = 0,25 . 0,21 . = 0,0362 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛾𝑐 1,4

𝑘 = (1,6 − 𝑑) = (1,6 − 0,096) = 1,504;


𝐴𝑠1 5,06
𝜌1 = = = 5,27 . 10−3
𝑏𝑤 . 𝑑 100 .9,6
147

100 100
𝐴𝑠1 = 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 . = 0,503 . = 5,59 𝑐𝑚2 /𝑚
𝑠 9
𝑁𝑠𝑑 0
𝜎𝑐𝑝 = = 0,12 . = 0 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝐴𝑐 100

𝑉𝑑,𝑚á𝑥 = 24,6 𝑘𝑁;

Então,

𝑉𝑅𝑑1 = [𝜏𝑅𝑑 . 𝑘 . (1,2 + 40 . 𝜌1 ) + 0,15 . 𝜎𝑐𝑝 ]. 𝑏𝑤 . 𝑑


𝑉𝑅𝑑1 = [0,0362 . 1,504 . (1,2 + 40 . 5,27 . 10−3 ) + 0,15 . 0]. 100 . 9,6
𝑉𝑅𝑑1 = 73,74 𝑘𝑁

Logo,
𝑉𝑑,𝑚á𝑥 = 24,6 𝑘𝑁 < 𝑉𝑅𝑑1 = 73,74 𝑘𝑁

A escada resiste aos esforços cisalhantes na situação mais crítica.

12.6 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

Determina-se o carregamento através da combinação quase permanente


de serviço (utiliza 𝜓2 ) para o lance e o patamar. Para edifícios residenciais 𝜓2 =
0,3. O carregamento distribuído de serviço para o lance (𝑝𝐸𝐿𝑆,𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 ) está calculado
abaixo:

𝑝𝐸𝐿𝑆,𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 + 𝜓2 . 𝑞
𝑝𝐸𝐿𝑆,𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 = 7,87 + 0,3 . 3,0 = 8,77 𝑘𝑁/𝑚²

O carregamento distribuído de serviço para o patamar (𝑝𝐸𝐿𝑆,𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 ) é igual a:

𝑝𝐸𝐿𝑆,𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 + 𝜓2 . 𝑞
𝑝𝐸𝐿𝑆,𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 = 4,15 + 0,3 . 3,0 = 5,05 𝑘𝑁/𝑚²

Assim, o carregamento de serviço resulta na seguinte distribuição (Figura 31).


148

Figura 31 – Carregamento de serviço

Fonte: Do autor.

Foi avaliado abaixo o momento de fissuração e as deformações da escada.

- Momento de fissuração

Dados de entrada:

𝛼 = 1,5 (𝑠𝑒çã𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟);


3 2 3
𝑓𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,3 . √302 = 2,90 𝑀𝑃𝑎 = 2,9 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;
𝑏∗ℎ3 1∗0,123
𝐼𝑐 = = = 1,44 . 10−4 𝑚4;
12 12
ℎ 12
𝑦𝑡 = 2 = = 6 𝑐𝑚 = 0,06 𝑚;
2
𝑀𝑎 = 11,10 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚; (calculado pelo FTOOL)

Assim, o momento de fissuração é computado abaixo:

𝛼 ∗ 𝑓𝑐𝑡 ∗ 𝐼𝑐 1,5 ∗ 2,9 ∗ 103 ∗ 1,44 ∗ 10−4


𝑀𝑅 = = = 10,44 𝑘𝑁. 𝑚/𝑚
𝑦𝑡 0,06

m 𝑚
𝑀𝑎 > 𝑀𝑅 ∴ 11,10 kN. > 10,44 𝑘𝑁.
m 𝑚

Como 𝑀𝑑 > 𝑀𝑅 , então, a escada fissura e devem ser feitos os cálculos para obter
o momento de inércia equivalente.

- Momento de inércia no estádio II

Dados de entrada:

𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎;


𝐸 210
𝛼𝑒 = 𝐸 𝑠 = 26,84 = 7,82;
𝑐𝑠
149

𝐴− 𝑠 = 0 𝑐𝑚2 /𝑚;
𝐴𝑠 = 5,06 𝑐𝑚2 /𝑚;
𝑑 − = 0 𝑚;
𝑑 = 9,60 𝑐𝑚;

- Linha neutra no Estádio II

Dados de entrada:

(𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 (7,82 − 1). 0 + 7,82 . 5,06


𝐴= = = 0,396
𝑏𝑤 100

𝑑 − . (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝑑 . 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 0 . (7,82 − 1). 0 + 9,60 . 7,82 . 5,06


𝐵= = = 3,799
𝑏𝑤 100

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵 = −0,396 + √0,3962 + 2 . 3,799 = 2,39 𝑐𝑚

Logo, o momento de inércia no Estádio II está calculado abaixo:

𝑏. 𝑥 3 𝐼𝐼
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)² + (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 − )2
3
100 .2,39³
𝐼𝐼𝐼 = + 7,82 . 5,06 . (2,39 − 9,60)² + (7,82 − 1). 0 . (2,39 − 0)2
3
𝐼𝐼𝐼 = 2512,03 𝑐𝑚4 ≅ 25,12 . 10−6 𝑚4

- Momento de inércia equivalente

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼
𝑀𝑎 𝑀𝑎
10,44 3 10,44 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 1,44 . 10−4 + [1 − ( ) ] . 25,12 . 10−6 = 1,24 . 10−4 𝑚4
11,10 11,10
150

- Altura equivalente

312 . 𝐼𝑒𝑞 3 12 . 1,24 . 10−4


ℎ𝑒𝑞 =√ =√ = 0,114 𝑚
𝑏𝑤 1

- Flecha imediata

Foi aplicado o valor de ℎ𝑒𝑞 no FTOOL e o valor da flecha imediata resultante (𝑓0 )
é:

𝑓0 = 0,435 𝑐𝑚

- Flecha diferida

Dados de entrada:

𝐴 −
𝑝− = 𝑏 𝑠.𝑑 = 0;

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50 . 𝑝−

Determinado o tempo de escoramento em 14 dias ou 0,5 mês, pode-se computar


𝛥𝜉 através da seguinte equação:

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )

Com,

𝜉(𝑡) = 𝜉(0,5) = 0,68 . (0,996𝑡 ). 𝑡 0,32 = 0,68 . (0,9960,5 ). 0,50,32 = 0,544

𝜉(𝑡) = 2 para 𝑡 ≥ 70 meses.

Logo,
151

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 ) = 2 − 0,544 = 1,456

Então, o coeficiente para determinar a flecha diferida é igual a:

𝛥𝜉 1,456
𝛼𝑓 = −
= = 1,456
1 + 50 . 𝑝 1 + 50 . 0

- Flecha total

𝑓𝑡 = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 = (1 + 1,456) . 0,435 = 1,07 𝑐𝑚

- Efeito visual

𝑙 342
𝑓𝑡 < ∴ 1,07 𝑐𝑚 < = 1,37𝑐𝑚
250 250

- Efeito da vibração

O valor de 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 foi adotado como a média de 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 e 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 , assim:

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 7,87 + 4,15


𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = = 6,01 𝑘𝑁/𝑚²
2 2

𝑞 3,0
𝑓𝑡 (𝑞) = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 . = (1 + 1,456). 1,07 . = 0,875 𝑐𝑚
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 3,0 + 6,01

Efeito de vibração

𝑙𝑥 342
𝑓𝑡 (𝑞) < ∴ 0,875 𝑐𝑚 < = 0,977 𝑐𝑚
350 350

A escada obedece a todos os deslocamentos limites impostos neste trabalho.


152

12.7 DETALHAMENTO DA ESCADA

Figura 32 – Detalhamento da armadura da escada

Fonte: Do autor.

13. VIGAS

As vigas são elementos lineares de concreto armado, onde seu


comprimento longitudinal é pelo menos 3 vezes maior que a maior dimensão da
seção transversal. Dimensionadas como barras, as vigas são elementos que
sofrem flexão como sendo sua principal solicitação conforme a NBR 6118:2014.
Sua função estrutural é transmitir os esforços solicitantes, advindos das lajes,
aos pilares e, eventualmente, a outras vigas.
153

Existem diferentes tipos de vigas, como por exemplo: vigas de equilíbrio


(interligam blocos de coroamento ou sapatas); vigas baldrame (pertencentes ao
pavimento térreo); vigas em formato de arco; vigas com seção transversal
variadas; entre outras. Neste trabalho, os cálculos manuais apenas abordaram
vigas retilíneas e com carregamento vertical.
A seguir estão descritos os processos de cálculo para determinar as
armaduras positivas e negativas de vigas.

13.1 VÃOS EFETIVOS

Similar aos vãos efetivos das lajes, o cálculo do vão efetivo de uma viga
com dois apoios é relacionado a sua dimensão de face a face interna de seus
apoios e as larguras na direção da viga desses mesmos apoios. A expressão
abaixo determina o cálculo do vão efetivo de vigas:

𝑙𝑒𝑓 = 𝑎1 + 𝑙0 + 𝑎2

Onde,

𝑙0 é a distância entre as faces internas de dois apoios consecutivos;


𝑡1 /2
𝑎1 ≤ { ;
0,3ℎ
𝑡2 /2
𝑎2 ≤ { ;
0,3ℎ
𝑡1 é a largura do apoio à esquerda;
𝑡2 é a largura do apoio à direita;
ℎ é a altura da viga;

13.2 LARGURA DAS VIGAS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA DAS


VIGAS

Comumente, é definida a largura da viga em função do bloco cerâmico


que compõe a parede a qual esta viga está embutida. Neste trabalho, foram
selecionados blocos cerâmicos com 14 cm para as paredes perimetrais; e blocos
cerâmicos com 11,5 cm para as paredes internas. Com intuito de padronizar toda
154

a obra, foi determinada a largura de 18 cm para todas as vigas baldrame e 14


cm para as vigas dos pavimentos superiores (2º, 3º, 4º, barrilete e caixa d’água).
A NBR 6118:2014 (item 13.2.2) prescreve que a largura limite das vigas é
12 cm. Porém há a possibilidade de reduzir a largura até 10 cm caso haja espaço
para o alojamento das armaduras e seja possível lançar e vibrar o concreto de
acordo com a NBR 14931:2004.
Segundo Bastos (2017) o pré-dimensionamento da altura das vigas é
realizado através da seguinte relação:

𝑙𝑒𝑓
ℎ=
12

Onde,

ℎ é a altura da viga (𝑐𝑚);


𝑙𝑒𝑓 é o vão efetivo (𝑐𝑚).

Neste trabalho foram utilizadas majoritariamente vigas com 60 cm de


altura. Isso se deve ao fato dos vãos se aproximarem de 6 metros entre os
pilares. Foram empregadas vigas contínuas com a mesma altura para otimizar a
produção e execução de formas.

13.3 CONDIÇÕES DE APOIO

A NBR 6118:2014 (item 14.6.6.1) cita que para estruturas usuais de


edifícios algumas aproximações podem ser aplicadas para determinar o grau de
vinculação entre vigas e pilares. Essas aproximações para vigas contínuas são:
a) Não é permitido adotar momento positivo menor do que o momento positivo
caso houvesse engastamento perfeito entre os apoios internos;
b) Pode ser considerado, nos apoios extremos, o momento fletor igual ao
momento de engastamento perfeito multiplicado pelos coeficientes abaixo:

Na viga,
155

𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑟𝑣𝑖𝑔 + 𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝

No tramo superior do pilar,

𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑟𝑣𝑖𝑔 + 𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝

No tramo inferior do pilar,

𝑟𝑖𝑛𝑓
𝑟𝑣𝑖𝑔 + 𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝

Com,

𝐼𝑖
𝑟𝑖 =
𝑙𝑖

Onde,

𝑟𝑖 é a rigidez do elemento i no nó considerado (𝑐𝑚³);


𝐼𝑖 é o momento de inércia do elemento (𝑐𝑚4 );
𝑙𝑖 é o comprimento do elemento (𝑐𝑚);
𝑟𝑣𝑖𝑔 é a rigidez da viga no nó considerado (𝑐𝑚³);
𝑟𝑖𝑛𝑓 é a rigidez do tramo inferior do pilar no nó considerado (𝑐𝑚³);
𝑟𝑠𝑢𝑝 é a rigidez do tramo superior do pilar no nó considerado (𝑐𝑚³);

A Figura 33 exibe o modelo de barras onde os momentos fletores de


solidariedade foram calculados. Esses cálculos foram efetuados através do
software FTOOL.
156

Figura 33 – Modelo de cálculo para obtenção dos momentos de solidariedade

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Figura 14.8).

Nas situações em que vigas se apoiam em vigas foi definido que a


vinculação é rotulada. Nesse tipo de vinculação não há transmissão de
momentos fletores para os apoios. Optou-se por essa determinação, pois as
vigas deste trabalho em questão não possuem rigidez à torção suficiente para
com que fossem utilizadas como engaste.
Ocorre o efeito da torção de compatibilidade nos casos onde vigas se
apoiam em vigas sem rigidez à torção. Segundos Bastos (2017, p.5)

(...) Quando a rigidez da viga à torção é pequena comparada à sua


rigidez à flexão, a viga fissura e gira, permitindo o giro da laje também.
Ocorre então uma compatibilização entre as deformações da viga e da
laje, e como consequência os momentos torçores na viga diminuem
bastante, podendo ser desprezados.

Analogamente aos efeitos entre laje e viga supracitados, a torção de


compatibilidade acontece nos nós de vigas que apoiam vigas. Por isso, optou-
se por aplicar rotulação nos nós de vigas que apoiam vigas.

13.4 CARGAS ATUANTES

Semelhante aos métodos estabelecidos nas lajes, as cargas atuantes nas


vigas possuem carregamentos de: peso próprio da viga; peso da parede; as
157

reações das lajes que as vigas suportam. Abaixo estão descritos os cálculos
para a determinação de cada um desses carregamentos.

13.4.1 Peso próprio

Basicamente é o carregamento advindo da massa dos materiais


componentes da viga. Como foi citado o peso específico do concreto armado é
25 𝑘𝑁/𝑚³. Assim:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 . 𝐴𝑠𝑒çã𝑜


Onde,

𝑔𝑝.𝑝 é o peso próprio da viga (𝑘𝑁/𝑚);


𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 é o peso específico do concreto armado (𝑘𝑁/𝑚³);
𝐴𝑠𝑒çã𝑜 é a área da seção transversal da viga (𝑚²);

13.4.2 Peso da parede

O peso da parede é função do tipo de bloco cerâmico e da espessura do


reboco. Embora seja possível incluir nos cálculos as aberturas referentes a
portas e janelas, como também, vergas e contra-vergas; foi considerado apenas
as paredes inteiriças, desprezando as aberturas das esquadrias e os pesos de
vergas e contra-vergas. Dessa forma assegura-se que as cargas adotadas são
certamente maiores que as cargas reais, assim, se dimensiona as vigas a favor
da segurança.
A altura das paredes é determinada pela diferença entre o pé-direito (280
cm) e a altura da viga do pavimento imediatamente superior.
Define-se o carregamento linear (𝑔𝑝𝑎𝑟 ) advindo das paredes aplicado nas
vigas através da seguinte expressão:

𝑔𝑝𝑎𝑟 = 𝑃𝑝𝑎𝑟 . 𝐻𝑝𝑎𝑟

Onde,
158

𝑔𝑝𝑎𝑟 é o carregamento linear transmitido da parede para a viga (𝑘𝑁/𝑚);


𝑃𝑝𝑎𝑟 é o carregamento estabelecido pela NBR 6120:2019 para determinado bloco
e sua respectiva espessura de revestimento, ver Tabela 12 (𝑘𝑁/𝑚²);
𝐻𝑝𝑎𝑟 é a altura da parede (𝑚);

13.4.3 Reações das lajes nas vigas

São transmitidos os carregamentos das lajes para suas vigas periféricas


(𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 ). Esses carregamentos foram calculados a partir da relação entre as
dimensões das lajes (𝑙𝑥 e parâmetro 𝜆) e a carga atuante na laje. Abaixo está
exibida a Tabela 29 a qual apresenta os valores de reação das lajes nas suas
respectivas vigas de apoio.

Tabela 29 – Reações das lajes nas vigas de apoio

Reações das lajes nas vigas de apoio


Laje Vigas Reação (𝑘𝑁/𝑚) Laje Vigas Reação (𝑘𝑁/𝑚)
V1 5,53 V5 6,74
V4 5,53 V6 6,74
L1 L10
V12 8,89 V24 6,49
V14 15,64 V27 6,49
V1 5,01 V7 5,53
V4 5,01 V9 5,53
L2 L11
V14 14,89 V11 8,89
V16 14,89 V13 15,64
V1 5,79 V7 5,01
V4 5,79 V9 5,01
L3 L12
V16 13,54 V13 14,89
V19 13,54 V15 14,89
V3 5,79 V7 5,79
V4 5,79 V9 5,79
L4 L13
V23 13,54 V15 13,54
V26 13,54 V18 13,54
V2 5,01 V7 2,09
L5 V4 5,01 L14 V8 2,09
V26 14,89 V18 4,9
159

V29 14,89 V20 4,9


V2 5,53 V7 2,09
V4 5,53 V10 2,09
L6 L15
V31 8,89 V20 4,9
V29 15,64 V22 4,9
V3 2,09 V7 5,79
V4 2,09 V10 5,79
L7 L16
V19 4,9 V22 13,54
V21 4,9 V25 13,54
V3 2,09 V7 5,01
V4 2,09 V10 5,01
L8 L17
V21 4,9 V25 13,54
V23 4,9 V28 13,54
V4 17,32 V7 5,53
V7 17,32 V10 5,53
L9 L18
V17 13,53 V30 8,89
V24 13,53 V28 15,64
Fonte: Do autor.

Somando as parcelas de carregamento advindos das lajes para as vigas,


totaliza-se a carga atuante total em cada viga. A Tabela 30 exibe os
carregamentos totais nas vigas por trechos.

Tabela 30 – Carregamento total das lajes nas vigas por trechos

Carregamento total nas vigas


Carregamento Carregamento Carregamento
Viga por trecho Viga por trecho Viga por trecho
(𝑘𝑁/𝑚) (𝑘𝑁/𝑚) (𝑘𝑁/𝑚)
a) 5,53
V1 b) 5,01 V12 a) 8,89 V23 a) 18,44
c) 5,79
a) 5,79 a) 13,53
V2 b) 5,01 V13 a) 30,53 V24 b) 20,02
c) 5,53 c) 13,53
a) 2,09
V3 V14 a) 30,53 V25 a) 18,44
b) 2,09
a) 5,53
V4 V15 a) 28,43 V26 a) 18,44
b) 5,01
160

c) 5,79
d) 2,09
e) 2,09
f) 5,79
g) 5,01
h) 5,53
V5 a) 6,74 V16 a) 28,43 V27 a) 6,49
V6 a) 6,74 V17 a) 13,53 V28 a) 30,53
a) 5,53
b) 5,01
c) 5,79
d) 2,09
V7 V18 a) 18,44 V29 a) 30,53
e) 2,09
f) 5,79
g) 5,01
h) 5,53
a) 2,09
V8 V19 a) 18,44 V30 a) 8,89
b) 2,09
a) 5,53
V9 b) 5,01 V20 a) 9,8 V31 a) 8,89
c) 5,79
a) 5,79
V10 b) 5,01 V21 a) 9,8 VE -
c) 5,53
V11 a) 8,89 V22 a) 18,44 - -
Fonte: Do autor.

13.5 ESFORÇOS SOLICITANTES

Através de conceitos e métodos da Estática e Hiperestática é possível


determinar os esforços solicitantes das vigas. Esforços como momento fletor,
compressão, tração, esforço cortante e momento torçor podem ser apresentados
a partir de diagramas. Construindo um diagrama os esforços solicitantes ficam
graficamente explicitados, assim, se visualiza os máximos e mínimos esforços
do elemento em análise.
Neste trabalho foram calculados os esforços solicitantes, conjuntamente
com os diagramas de esforços solicitantes, através do software FTOOL. Apenas
são apresentados os diagramas de momento fletor e esforço cortante, pois são
161

somente eles que estão presentes nas vigas deste trabalho e, além disso,
possibilitam o dimensionamento completo de uma viga de concreto armado.

13.5.1 Cargas próximas aos apoios

Em vigas de concreto armado podem-se aplicar reduções nos esforços


cortantes nas regiões próximas aos apoios (efeito arco). Segundo o item
17.4.1.2.1 da NBR 6118:2014 para o cálculo da armadura transversal valem as
seguintes prescrições:

a) Os esforços cortantes podem ser considerados constantes na região afastada


igual a 𝑑/2 dos apoios. Condição que pode ser aplica quando a viga está sujeita
a carga distribuída;
b) Reduz-se forças cortantes a uma distância 𝑎 ≤ 2 . 𝑑 do eixo teórico do apoio,
𝑎
multiplicando os esforços dessa região por (2 . 𝑑).

Destaca-se que não se aplicam as reduções acima para verificar a


resistência à compressão diagonal do concreto.

13.6 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

A partir dos esforços solicitantes, momento fletor e esforço cortante, inicia-


se o dimensionamento da armadura longitudinal das vigas. Essa armadura
prolonga-se ao longo da maior dimensão da viga e é relativa aos momentos
fletores positivos e negativos. Abaixo está descrito o processo de cálculo para a
determinação das armaduras longitudinais.

13.6.1 Altura útil

Para garantir a estaticidade ou hiperestacidade de uma viga de concreto


armado é necessário que os esforços internos se equalizem com os
carregamentos da viga em análise. Os esforços internos de uma peça de
concreto armado são calculados desprezando a espessura de concreto até o
162

centro de gravidade das armaduras longitudinais. Sendo assim, a expressão


para computar a altura útil (𝑑 ou 𝑑 − ) é:

𝛷𝑙
𝑑 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2

𝛷𝑙 −
𝑑− = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2

Onde,

𝑑 é a altura útil com relação a armadura positiva (𝑐𝑚);


𝑑 é a altura útil com relação a armadura negativa (𝑐𝑚);
ℎ é altura da viga (𝑐𝑚);
𝑐 é cobrimento da viga (𝑐𝑚);
𝛷𝑡 é o diâmetro da armadura transversal ou estribo (𝑐𝑚);
𝛷𝑙 é o diâmetro da armadura longitudinal positiva (𝑐𝑚);
𝛷𝑙 − é o diâmetro da armadura longitudinal negativa (𝑐𝑚);

Quando se utiliza o cálculo manual se adota bitolas para as barras


longitudinais (𝛷𝑙 ) de maneira arbitrária. Contudo, após efetuar os cálculos da
área de aço e espaçamento entre barras, pode-se optar por uma bitola de barra
maior que a selecionada inicialmente, como também, as barras necessitam que
sejam dispostas em 2 ou 3 camadas. Essa situação acarreta na mudança da
altura útil (𝑑) e, sendo assim, é preciso que a altura útil seja corrigida (𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 ).
Efetua-se o cálculo da altura útil corrigida através da seguinte equação:

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = ℎ − 𝑦𝐶.𝐺

Com 𝑦𝐶.𝐺 para barras distribuídas em 1 camada,

𝛷𝑙
𝑦𝐶.𝐺 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2
163

Com 𝑦𝐶.𝐺 para barras distribuídas em 2 camadas,

𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚


𝑦𝐶.𝐺 = 𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 . ( ) + 𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 . ( )
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚

Onde,

𝑦𝐶.𝐺 é a distância entre a face inferior (momento positivo) ou face superior


(momento negativo) e o centro de gravidade das armaduras longitudinais (𝑐𝑚);
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 é a área de aço que está disposta na 1ª camada (𝑐𝑚);
𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 é a área de aço que está disposta na 2ª camada (𝑐𝑚);

13.6.2 Linha neutra

Se denomina linha neutra onde os esforços internos relativos aos


momentos fletores é nulo. Quando uma viga está sobrecarregada a linha neutra
se afasta da face de referência, por outro lado, uma viga pouco exigida possui a
linha neutra mais próxima da face de referência. Calcula-se a linha neutra (𝑥)
para o momento positivo e negativo separadamente, no entanto, a expressão é
a mesma para as duas situações e está exposta abaixo:

𝑀𝑥𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑

13.6.3 Domínio de deformação

De acordo com os esforços internos as tensões atuam comprimindo e


tracionando a seção transversal de uma viga submetida a flexão. Caso a viga
esteja inteiramente tracionada ela está no Domínio 1; se o aço está em
escoamento e o concreto está comprimido pode ser tanto o Domínio 2, quanto o
Domínio 3; no Domínio 4 o aço não entra em escoamento e o concreto está
comprimido; quando ocorre compressão não uniforme e não há tração, então,
este é o Domínio 5.
164

Para vigas o ideal é os Domínios de deformação estejam no Domínio 2 ou


3, desta forma a viga é mais econômica que nos outros domínios (CARVALHO
e FIGUEIREDO, 2014). Logo, para evitar domínios anti-econômicos e garantir a
ductilidade do aço a indicação é que seja obedecido a seguinte relação para
concretos até 50 𝑀𝑃𝑎:

𝑥
≤ 0,45
𝑑

13.6.4 Área de aço

Para manter o equilíbrio dos esforços internos são devidamente


posicionadas barras de aço dentro do concreto. Essas barras são
dimensionadas através do equilíbrio entre a força resultante da compressão do
concreto, da força do aço tracionado e o momento fletor atuante. Abaixo consta
a expressão que determina a área de aço (𝐴𝑠 ) da seção transversal.

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)

Onde,

𝐴𝑠 é a área de aço necessária (𝑐𝑚2);


𝑀𝑑 é o momento fletor de cálculo (𝑘𝑁. 𝑚);
𝑓𝑦𝑑 é a tensão de escoamento de cálculo do aço (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
𝑑 é a altura útil (𝑐𝑚);
𝑥 é altura da linha neutra (𝑐𝑚).

13.6.5 Armadura mínima longitudinal

Independentemente do valor do esforço, o dimensionamento das


armaduras longitudinais deve atender a limites mínimos. Segundo a Tabela 16
(subseção 9.8) a taxa mínima de armadura de flexão para vigas é função da
165

resistência característica do concreto (𝑓𝑐𝑘 ). Calcula-se a armadura longitudinal


mínima de vigas (𝐴𝑠,𝑚í𝑛 ) conforme a expressão abaixo:

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛 . 𝐴𝑐

Onde,

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 é a armadura longitudinal mínima (𝑐𝑚²);


𝜌𝑚𝑖𝑛 é a taxa mínima de armadura;
𝐴𝑐 é área da seção transversal da viga (𝑐𝑚²).

13.6.6 Número de barras de aço longitudinal

Após obtida a área de aço necessária para resistir aos esforços, se calcula
o número de barras para se igualar ou superar a área de aço exigida. Computa-
se o número de barras (𝑛) segundo a equação:

𝐴𝑠
𝑛=
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡

Onde,

𝑛 é o número de barras;
𝐴𝑠 é a área de aço, podendo ser 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 se 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 > 𝐴𝑠 (𝑐𝑚²);
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 é a área de aço referente a bitola escolhida para tal armadura (𝑐𝑚²);

13.6.7 Distribuição transversal da armadura longitudinal

Conforme a NBR 6118:2014 o espaçamento livre na direção horizontal


(𝑎ℎ ) e na direção vertical (𝑎𝑣 ) – Figura 34 – entre as barras longitudinais deve
ser determinado selecionando a maior dos parâmetros abaixo:
166

2 𝑐𝑚
𝑎ℎ ≥ { 𝛷𝑙
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔

2 𝑐𝑚
𝑎𝑣 ≥ { 𝛷𝑙
0,5 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔

Onde,

𝑎ℎ é o espaçamento na direção horizontal entre as faces das barras longitudinais


(𝑐𝑚);
𝑎𝑣 é o espaçamento na direção vertical entre as faces das barras longitudinais
(𝑐𝑚);
𝛷𝑙 é o diâmetro da barra longitudinal (𝑐𝑚);
𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 é a dimensões máxima característica do agregado graúdo (𝑐𝑚).

Figura 34 – Espaçamento entre barras longitudinais

Fonte: Do autor.
167

13.6.8 Decalagem do diagrama de momentos fletores

Ao descrever os esforços obtidos em um elemento linear submetido a


flexão pura, foram elaboradas equações baseadas no equilíbrio dos esforços
internos. No entanto, ao levar em consideração os esforços cortantes e aplicá-
los na treliça de Morsch, esse mesmo elemento linear possui esforços diferentes
(CARVALHO e PINHERO, 2014). “Uma maneira de considerar esse fato é
transladar o diagrama de momentos fletores de certa distância 𝑎𝑙 na direção mais
desfavorável (...)” observa Carvalho e Figueiredo (2014, p. 245). A seguir está
demonstrada uma viga com três apoios submetida a um carregamento
uniformemente distribuído (Figura 35).

Figura 35 – Viga submetida a carregamento vertical e diagrama de momento fletor decalado

Fonte: Adaptado de Carvalho e Figueiredo (2014).

O valor do deslocamento do diagrama de momento fletores (𝑎𝑙 ) é para o Modelo


de cálculo I (item 9.8.1):

𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥
𝑎𝑙 = 0,5 . 𝑑 . ≤𝑑
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 − 𝑉𝑐

Com,

𝑎𝑙 = 𝑑, 𝑝𝑎𝑟𝑎 |𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 | ≤ |𝑉𝑐 |;


168

𝑎𝑙 ≥ 0,5 . 𝑑, no caso geral;


𝑎𝑙 ≥ 0,2 . 𝑑, para estribos inclinados a 45°.

Onde,

𝑎𝑙 é o deslocamento do diagrama de momentos fletores (𝑐𝑚);


𝑑 é a altura útil (𝑐𝑚);
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 esforço cortante solicitante de cálculo máximo, na seção (𝑘𝑁);
𝑉𝑐 é a parcela de esforço cortante resistida pelos mecanismos complementares
(𝑘𝑁).

13.6.9 Comprimento da armadura longitudinal

As barras de aço transmitem os esforços para o concreto através do efeito


da ancoragem. Para as barras aderirem ao concreto a NBR 6118:2014 determina
o comprimento de ancoragem básico (item 9.4.2.4). Calcula-se o comprimento
das barras longitudinais em função da distribuição dos momentos fletores
solicitantes de cálculo e o comprimento de ancoragem necessário (𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ) cujo
procedimento de cálculo está exibido a seguir.

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Onde,

𝑙𝑏 é o comprimento de ancoragem básico (𝑐𝑚);


𝛷 é o diâmetro da barra longitudinal (𝑐𝑚);
𝑓𝑦𝑑 é resistência de cálculo à tração do aço (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
𝑓𝑏𝑑 é a resistência de aderência de cálculo (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);

Com,
169

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑

Onde,

𝑓𝑏𝑑 é a resistência de aderência de cálculo (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);


𝜂1 é o coeficiente de aderência relativo ao tipo de barra e sua rugosidade (Tabela
31);
𝜂2 é o coeficiente de aderência relativo a situações de boa ou má aderência;
𝜂3 é o coeficiente de aderência relacionado ao diâmetro da barra;
𝑓𝑐𝑡𝑑 é a resistência de cálculo à tração do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²).

Tabela 31 – Valor do coeficiente de aderência 𝜂1

Tipo de superfície 𝜼𝟏
Lisa 1,0
Entalhada 1,4
Nervurada 2,25
Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014 (Tabela 8.3)

Segundo a NBR 6118:2014 (item 9.3.1) é considerado boa situação de


aderência entre a barra e o concreto as seguintes configurações:
a) inclinação maior que 45º sobre a horizontal;
b) na horizontal, para peças com ℎ < 60 𝑐𝑚, os 30 𝑐𝑚 de concreto na região
inferior; e para elementos estruturais com ℎ ≥ 60 𝑐𝑚, localizados no mínimo
30 𝑐𝑚 abaixo da face superior do elemento.
Todas as demais circunstâncias, e quando se utiliza formas deslizantes, devem
ser consideradas em má situação quanto à aderência.

Para determinar o coeficiente de aderência relativo aos diâmetros das barras


longitudinais (𝜂3 ) se avalia as seguintes relações:

Para 𝛷 < 32 𝑚𝑚,

𝜂3 = 1,0
170

Para 𝛷 ≥ 32 𝑚𝑚,

𝜂3 = (132 − 𝛷)/100

Por fim, para calcular o comprimento de ancoragem necessário (𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ), é


ponderada a área de aço calculada (𝐴𝑠 ) e a área de aço efetiva (𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 ) conforme
a equação abaixo:

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡

Onde,

𝛼 = 1,0 para barras sem gancho;


𝛼 = 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal
ao do gancho maior ou igual a 3 . 𝛷;
𝑙𝑏 é o comprimento de ancoragem básico (𝑐𝑚);
𝐴𝑠 é a área de aço calculada (𝑐𝑚²);
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 é a área de aço efetiva (𝑐𝑚²).

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚

Onde,

𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 é o comprimento de ancoragem mínimo (𝑐𝑚);


𝛷 é o diâmetro da barra longitudinal (𝑐𝑚);

O comprimento total das barras longitudinais é o comprimento de


ancoragem necessário somado com o comprimento de influência dos momentos
171

fletores decalados; e, se preciso, o comprimento dos ganchos, armadura de


tração nos apoios e emendas também devem ser adicionados.
Em apoios de extremidade se utiliza ganchos para garantir a ancoragem
e transmissão de esforços ao concreto. Para ganchos em ângulo reto, seu trecho
retilíneo deve medir, no mínimo, 8 . 𝛷, conforme item 9.4.2.3 da NBR 6118:2014.
Considerando a curva causada pelo pino de dobramento o comprimento total do
gancho (𝑙𝑔 ) é:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4

Onde,

𝑙𝑔 é o comprimento do gancho (𝑐𝑚);


𝛷 é o diâmetro da barra longitudinal (𝑐𝑚).

Segundo a NBR 6118:2014 (item 18.3.2.4) deve-se estender armaduras


longitudinais de tração até a seção dos apoios das vigas simples ou contínuas
para atender a mais severa das seguintes condições:

a) no caso de ocorrência de momentos positivos, as armaduras obtidas


através do dimensionamento da seção;
b) em apoios extremos, para garantir a ancoragem da diagonal de
compressão, armaduras capazes de resistir a uma força de tração
𝑎
𝐹𝑆𝑑 = ( 𝑙 ) . 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑 , onde 𝑉𝑑 é a força cortante no apoio e 𝑁𝑑 é a força
𝑑

de tração eventualmente existente;


c) em apoios extremos e intermediários, por prolongamento de uma
parte da armadura de tração do vão (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 ), correspondente ao
máximo momento positivo do tramo (𝑀𝑣ã𝑜 ), de modo que:
1
- 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 ), 𝑠𝑒 𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 foi nulo ou negativo e de valor absoluto
3

|𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | ≤ 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜 ;


1
- 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 ), 𝑠𝑒 𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 foi nulo ou negativo e de valor absoluto
4

|𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | > 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜 ;


172

Caso haja momento fletores positivos nos apoios (condição a), deve-se
dimensionar a armadura convencionalmente e utilizar o comprimento de
ancoragem necessário (𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ). Nos demais casos, em apoios extremos, a
ancoragem das barras a partir da face dos apoios tem o maior comprimento entre
os seguintes valores segundo a NBR 6118:2014 (item 18.3.2.4.1).

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(𝑟 + 5,5 . 𝛷)
6 𝑐𝑚

Onde,

𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 é ancoragem nos apoios extremos (𝑐𝑚);


𝑟 é o raio do pino de dobra (𝑐𝑚);

Para que os esforços sejam transmitidos entre barras traspassadas e


tracionadas, o comprimento do trecho de traspasse deve ser:

𝑙0𝑡 = 𝛼0𝑡 . 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ≥ 𝑙0𝑡,𝑚í𝑛

Com,

0,3 . 𝛼0𝑡 . 𝑙𝑏
𝑙0𝑡,𝑚í𝑛 ≥ { 15 . 𝛷
20 𝑐𝑚

Onde,

𝑙0𝑡 é o comprimento do trecho de traspasse para barras tracionadas (𝑐𝑚);


𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 é o comprimento de ancoragem necessário (𝑐𝑚);
𝛼0𝑡 é o coeficiente função da porcentagem de barra emendadas na mesma
seção, conforme Tabela 32
𝑙0𝑡,𝑚í𝑛 é o comprimento de traspasse mínimo para barras tracionadas (𝑐𝑚);
𝑙𝑏 é o comprimento de ancoragem básico (𝑐𝑚).
173

Tabela 32 – Valores do coeficiente 𝛼0𝑡

Barras emendadas na mesma


≤ 𝟐𝟎 𝟐𝟓 𝟑𝟑 𝟓𝟎 > 𝟓𝟎
seção (%)
Valores de 𝛼0𝑡 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 9.4)

Analogamente, para barras comprimidas o comprimento de traspasse (𝑙0𝑐 ) é


igual a:

𝑙0𝑐 = 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ≥ 𝑙0𝑐,𝑚í𝑛

Com,

0,6 . 𝑙𝑏
𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 ≥ { 15 . 𝛷
20 𝑐𝑚

Onde,
𝑙0𝑐 é o comprimento por traspasse de barras comprimidas (𝑐𝑚);
𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 é o comprimento mínimo por traspasse de barras comprimidas (𝑐𝑚).

13.6.10 Armadura porta-estribo

Com o comprimento das armaduras negativas definido, se analisam as


regiões onde faltam armaduras negativas e se adicionam barras conhecidas
como porta-estribo. A armadura porta-estribo é uma armadura apenas com
função de possibilitar a montagem dos estribos e possui diâmetro igual a 5 mm
(𝛷 = 5 𝑚𝑚).

13.7 ARMADURA TRANSVERSAL

A armadura transversal nas vigas é conhecida como estribos. Os estribos


resistem aos esforços cisalhantes presentes ao longo da viga. Segundo a NBR
6118:2014 (item 17.4.2.1) a resistência ao esforço cortante do elemento
estrutural, em uma seção transversal específica, deve resistir aos esforços
174

solicitantes de cálculo (𝑉𝑆𝑑 ) e tem que satisfazer as seguintes condições


simultaneamente:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Onde,

𝑉𝑆𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo, na seção (𝑘𝑁);


𝑉𝑅𝑑2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais
comprimidas de concreto, de acordo com os modelos indicados nos itens
17.4.2.2 ou 17.4.2.3 da NBR 6118:2014 (𝑘𝑁);
𝑉𝑅𝑑3 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal
(𝑘𝑁);
𝑉𝑐 é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao
da treliça (𝑘𝑁);
𝑉𝑠𝑤 é a parcela resistida pela armadura transversal, de acordo com os modelos
indicados nos itens 17.4.2.2 ou 17.4.2.3 da NBR 6118:2014 (𝑘𝑁);

O conceito de bielas comprimidas e tração diagonal, presentes na


definição dos parâmetros acima, foi introduzido a partir da analogia de treliça de
Ritter-Morsch. Segundo Carvalho e Figueiredo (2014, p. 280) “Morsch idealizou
um mecanismo resistente assemelhando a viga a uma treliça (...)” a qual resiste
aos esforços através de seus componentes (banzo superior e inferior, montante
e diagonal). Na analogia de treliça de Morsch “os elementos resistentes são as
armaduras longitudinal e transversal e o concreto comprimido (nas bielas e na
região da borda superior) (...)” cita Carvalho e Figueiredo (2014, p. 280). As
bielas são regiões de concreto íntegro e comprimido que, conjuntamente com o
aço, exercem o papel de transferir as cargas para os apoios. A Figura 36 exibe
uma seção da treliça de Morsch, sob efeito do momento indicado, apresentando
seus principais elementos.
175

Figura 36 – Seção da treliça de Morsch

Fonte: Do autor.

Após o amadurecimento do conceito incorporado por Ritter e Morsch, foi


percebido que o resultado da armadura transversal da treliça de Morsch
resultava em valores exagerados (CARVALHO e FIGUEIREDO, 2014). Os
principais fatores que influem na diferença entre a treliça de Morsch e uma viga
real são: as bielas de concreto suportam mais esforços que o modelo antigo; as
armaduras longitudinais cooperam para resistir aos esforços tangenciais e as
bielas comprimidas mais solicitadas possuem ângulo inferior a 45º (ângulo fixado
por Morsch para esses elementos). Por isso, foram desenvolvidos modelos de
cálculo (I e II) os quais englobam esses apontamentos.
No Modelo de cálculo I admite-se que as bielas comprimidas formam um
ângulo de 45º com a horizontal (𝜃 = 45°) e que a parcela de força cortante
absorvida por mecanismos complementares (𝑉𝑐 ) é constante ao longo da viga
independente do esforço solicitante de cálculo (𝑉𝑆𝑑 ). Por outro lado, o Modelo II
permite a definição do ângulo em relação ao eixo longitudinal entre 30° e 45°
(30° ≤ 𝜃 ≤ 45°) e considera que a força cortante absorvida por mecanismos
complementares sofra redução com o aumento do esforço solicitante de cálculo.
Neste trabalho foi aplicado o Modelo de cálculo I, portanto, apenas são expostas
as expressões referentes ao modelo utilizado.
176

13.7.1 Modelo de cálculo I

Abaixo estão descritas as expressões empregadas no dimensionamento das


armaduras transversais das vigas deste trabalho.
Verifica-se a tensão das bielas comprimidas (diagonais comprimidas) conforme
a expressão abaixo:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − )
250

Onde,

𝑉𝑆𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo, na seção (𝑘𝑁);


𝑉𝑅𝑑2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais
comprimidas de concreto (𝑘𝑁);
𝛼𝑣2 coeficiente relativo a resistência do concreto ao cisalhamento;
𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica à compressão do concreto (𝑀𝑃𝑎);
𝑓𝑐𝑑 é resistência de cálculo à compressão do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
𝑏𝑤 é a largura da viga (𝑐𝑚);
𝑑 é a altura útil da viga (𝑐𝑚).

A força resistida pelos mecanismos complementares se refere ao


engrenamento dos agregados graúdos do concreto e “(...) a resistência da
armadura longitudinal que serve de apoio às bielas de concreto (efeito de pino)”
explica Carvalho e Figueiredo (2014, p. 292). No caso da flexão simples (viga
que recebe carregamento vertical) calcula-se a parcela de força cortante
absorvida pelos mecanismos complementares conforme a expressão:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑


177

Onde,
𝑉𝑐 é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares
(𝑘𝑁);
𝑓𝑐𝑡𝑑 é a resistência de cálculo à tração do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
𝑏𝑤 é a largura da viga (𝑐𝑚);
𝑑 é a altura útil da viga (𝑐𝑚).

Sendo que parte da força cisalhante é absorvida pelos mecanismos


complementares, então, a parcela restante é resistida através dos estribos (𝑉𝑆𝑤 ).
Assim, deve ser obedecida a seguinte relação:

𝑉𝑆𝑤 = 𝑉𝑆𝑑 − 𝑉𝑐

Onde,
𝑉𝑆𝑤 é a parcela da força resistida pela armadura transversal (𝑘𝑁);
𝑉𝑆𝑑 é a força cortante solicitante de cálculo, na seção (𝑘𝑁);
𝑉𝑐 é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares
(𝑘𝑁);

Para estribos perpendiculares à armadura longitudinal, opção mais


comum, se determina a área de aço mínima conforme o procedimento abaixo.
Primeiro se determina a taxa de armadura transversal mínima (𝜌𝑠𝑤 ) segundo a
inequação abaixo:

𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜌𝑠𝑤 ≥ 0,2 .
𝑓𝑦𝑤𝑘

Onde,

𝜌𝑠𝑤 é a taxa de armadura transversal mínima;


𝑓𝑐𝑡𝑚 é a resistência à tração média do concreto (𝑀𝑃𝑎);
𝑓𝑦𝑤𝑘 é a resistência característica ao escoamento do aço da armadura
transversal (𝑀𝑃𝑎).
178

Sequencialmente se calcula a área de aço mínima (𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 ) conforme a


expressão a seguir:

𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑠𝑤 . 𝑏𝑤 . 𝑠

𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 é a área de aço mínima da armadura transversal (𝑐𝑚2 /𝑚);


𝜌𝑠𝑤 é a taxa de armadura transversal mínima;
𝑏𝑤 é a largura da viga (𝑐𝑚);
𝑠 é o espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal e igual a
100 cm (𝑐𝑚).

Para determinar o espaçamento entre os estribos (𝑆) de acordo com a


armadura mínima (𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 ) ou a armadura necessária (𝐴𝑠𝑤 ) e considerando o
espaçamento 𝑠 igual a 100 cm se aplica a equação abaixo:

100 . 𝑛 . 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡
𝑆=
𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛

Onde,

𝑆 é o espaçamento entre os estribos determinados pela armadura mínima (𝑐𝑚);


𝑛 é o número de ramos de estribo em dada seção transversal;
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 é a área da seção transversal de dada barra de aço (𝑐𝑚²);
𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 é a área de aço mínima da armadura transversal (𝑐𝑚2 /𝑚);

Segundo a NBR 6118:2014 (item 18.3.3.2) “o espaçamento mínimo dos


estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento estrutural, deve ser
suficiente para permitir a passagem do vibrador (...)”. O espaçamento máximo
entre os estribos (𝑠𝑚á𝑥 ) é deve atender às seguintes condições:

Se 𝑉𝑑 ≤ 0,67 . 𝑉𝑅𝑑2, então 𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚;


Se 𝑉𝑑 > 0,67 . 𝑉𝑅𝑑2, então 𝑠𝑚á𝑥 = 0,3 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚;
179

Calcula-se a armadura necessária para resistir ao esforço cortante (𝑉𝑆𝑤 )


conforme a fórmula:

𝑉𝑆𝑤 . 𝑠𝑤
𝐴𝑠𝑤 =
0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑤𝑑

Onde,
𝐴𝑠𝑤 é a armadura necessária para resistir ao esforço cortante 𝑉𝑆𝑤 (𝑐𝑚²);
𝑉𝑆𝑤 é a parcela da força cortante resistida pela armadura transversal (𝑘𝑁);
𝑠𝑤 é espaçamento entre estribos referente ao esforço cortante 𝑉𝑆𝑤 (𝑐𝑚);
𝑑 é altura útil (𝑐𝑚);
𝑓𝑦𝑤𝑑 é a resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura transversal
(𝑘𝑁/𝑐𝑚²).

13.8 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

Similiar às lajes, inicialmente, as vigas deformam segundo o regime


elástico (flecha elástica), após atingido o limite onde a viga deforma
elasticamente, esta passa a deformar plasticamente. Considera-se que haja
deformação da viga no Estádio I (seção bruta) e Estádio II (seção fissurada) para
os casos onde o momento atuante é superior ao momento de fissuração. As
expressões para o cálculo do momento de fissuração, linha neutra no estádio II,
momento de inércia no estádio II e inércia equivalente estão explicitadas em
9.11.3.
Para a verificação do Estado limite de deformações excessivas (ELS-
DEF) a NBR 6118:2014 estabelece critérios relativos à rotação e deslocamentos
limites. Neste trabalho, apenas foram avaliados os deslocamentos limites
referentes à sensibilidade sensorial (Tabela 17). Para tal verificação foram
considerados os valores de flecha imediata retirados do software FTOOL com
subsequente cálculo da flecha diferida e flecha total (subseção 9.11).
180

14. CÁLCULO MANUAL DE VIGAS

A partir da aplicação dos conceitos e expressões apresentados


anteriormente foram calculadas as vigas V1 e V14. Como o edifício possui
apartamentos espelhados os cálculos da viga V1 são iguais para as vigas V2,
V9 e V10; as vigas correspondentes à viga V14 são as vigas V13, V28 e V29.
Abaixo consta a Figura 37 a qual apresenta as vigas V1 e V14 na planta de
formas.

Figura 37 – Vigas V1 e V14 destacadas na planta de forma

Fonte: Do autor.

A viga V1 possui 3 apoios (P1, P2 e P3) e foi discretizada no software


FTOOL conforme a Figura 38 a seguir:
181

Figura 38 – Discretização da viga V1 no software FTOOL

Fonte: Do autor.

Onde os carregamentos distribuídos pelo peso próprio, carga de parede


e carregamentos da laje L1 são representados através de setas menores e
intercaladas. A carga pontual (seta única e maior) se refere a transferência da
carga da V14 para a V1. Os pilares tiveram as propriedades geométricas
configuradas segundo a sua orientação em relação a viga. Sendo o pé-direito
igual a 2,80 metros, os pilares foram divididos conforme 𝑙𝑖𝑛𝑓 /2 e 𝑙𝑠𝑢𝑝 /2.
A viga V14 foi considerada biapoiada (Figura 39), pois seus apoios (V1 e
V7) não são rígidos o suficiente para garantir engastamento. Essa determinação
foi baseada no conceito de torção de compatibilidade citado na seção 11.3.

Figura 39 – Discretização da viga V14 no FTOOL

Fonte: Do autor.

14.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

• V1

Como não foi calculado o vão efetivo (𝑙𝑒𝑓 ), o valor do comprimento da viga
utilizado foi o indicado na forma do pavimento que faceia internamente os pilares
P1 e P2 (𝑙0 ). Também foi considerado que a altura da viga seja constante ao
182

longo de seu comprimento, por isso apenas foi pré-dimensionado o maior vão da
V1.

𝑙0 508
ℎ= = = 42,3 𝑐𝑚
12 12

Embora o pré-dimensionamento tenha resultado em ℎ = 42,3 𝑐𝑚 foi


aplicado a altura de 60 𝑐𝑚 para todas as vigas periféricas da edificação.

• V14

O vão interno entre apoios da viga V14 é igual a 628 𝑐𝑚. Logo,

𝑙0 628
ℎ= = = 52,3 𝑐𝑚
12 12

Considerando que a V14 é birrotulada, optou-se por fixar a altura igual a


60 𝑐𝑚.

14.2 VÃOS EFETIVOS

• V1

Os vão efetivos da viga V1 são referentes ao trecho a e b. Onde o trecho


a possui 𝑙0 = 508 𝑐𝑚; o trecho b possui 𝑙0 = 282 𝑐𝑚. Os apoios P1, P2 e P3 têm
largura igual a 𝑡1 = 40 𝑐𝑚; 𝑡2 = 18 𝑐𝑚; 𝑡3 = 18 𝑐𝑚 ao longo da viga V1. Assim,

- Trecho a

𝑡1 40
𝑎1 ≤ { = = 20 𝑐𝑚 ∴ 𝑎1 = 18 𝑐𝑚
2 2
0,3 . ℎ = 0,3 . 60 = 18 𝑐𝑚

𝑡2 18
𝑎2 ≤ { 2 = 2 = 9 𝑐𝑚 ∴ 𝑎2 = 9 𝑐𝑚
0,3 . ℎ = 0,3 . 60 = 18
183

Logo,

𝑙𝑒𝑓,𝑎 = 𝑎1 + 𝑙0 + 𝑎2 = 18 + 508 + 9 = 535 𝑐𝑚

- Trecho b

𝑡2 18
𝑎2 ≤ { 2 = 2 = 9 𝑐𝑚 ∴ 𝑎2 = 9 𝑐𝑚
0,3 . ℎ = 0,3 . 60 = 18

𝑡3 18
𝑎3 ≤ { 2 = 2 = 9 𝑐𝑚 ∴ 𝑎3 = 9 𝑐𝑚
0,3 . ℎ = 0,3 . 60 = 18

Logo,

𝑙𝑒𝑓,𝑏 = 𝑎2 + 𝑙0 + 𝑎3 = 9 + 282 + 9 = 300 𝑐𝑚

• V14

A viga V14 possui trecho de comprimento entre as faces de seus apoios


(V1 e V7) 𝑙0 = 628 𝑐𝑚. Os apoios V1 e V7 têm largura igual a 𝑡1 = 14 𝑐𝑚; 𝑡2 =
14 𝑐𝑚 ao longo da viga V1. Assim,

𝑡1 14
𝑎1 ≤ { = = 7 𝑐𝑚 ∴ 𝑎1 = 7 𝑐𝑚
2 2
0,3 . ℎ = 0,3 . 60 = 18 𝑐𝑚

𝑡2 14
𝑎2 ≤ { 2 = 2 = 7 𝑐𝑚 ∴ 𝑎2 = 7 𝑐𝑚
0,3 . ℎ = 0,3 . 60 = 18

Logo,

𝑙𝑒𝑓 = 𝑎1 + 𝑙0 + 𝑎2 = 7 + 628 + 7 = 642 𝑐𝑚


184

14.3 CONDIÇÕES DE APOIO

Foram consideradas as vigas engastadas nos pilares e rotuladas quando


apoiadas sobre outras vigas. Através do software FTOOL foram inseridas as
propriedades geométricas das seções de pilares e vigas possibilitando, assim,
ponderar os momentos negativos e positivos de acordo com a interação entre
pilar-viga.

14.4 CARGAS ATUANTES

Atuam sobre as vigas as cargas de peso-próprio, peso da parede e o


carregamento advindo das lajes. Abaixo estão descritos os procedimentos de
cálculo para determinar o carregamento total sobre as vigas V1 e V14.

• V1

- Peso próprio

Com largura igual a 𝑏 = 14 𝑐𝑚 e altura ℎ = 60 𝑐𝑚; 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 25 𝑘𝑁/𝑚³


sendo o peso específico do concreto armado, o carregamento referente ao peso
próprio é igual a:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 . 𝐴𝑠𝑒çã𝑜


𝑔𝑝.𝑝 = 25 . 0,14 . 0,60 = 2,1 𝑘𝑁/𝑚

- Carga de parede

A parede que a viga V1 suporta é composta por blocos cerâmicos vazados


de 14 cm (𝑃𝑝𝑎𝑟 = 1,9 𝑘𝑁/𝑚²). Mede-se a altura da parede através da subtração
entre o pé-direito e altura da viga do pavimento superior. Como o pé-direito é
280 cm e altura da viga V1 do pavimento superior é 60 cm, a altura da parede
(𝐻𝑝𝑎𝑟 ) é igual a:

𝐻𝑝𝑎𝑟 = 280 − 60 = 220 𝑐𝑚 = 2,20 𝑚


185

Logo,

𝑔𝑝𝑎𝑟 = 𝑃𝑝𝑎𝑟 . 𝐻𝑝𝑎𝑟 = 1,9 . 2,2 = 4,18 𝑘𝑁/𝑚

- Reação das lajes nas vigas

Diferentemente dos cálculos acima, cada trecho de viga recebe um


carregamento vindo da laje diferente. Foram resgatados os valores das reações
das lajes nas vigas (𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 ) da Tabela 29. Destaca-se que essas reações
estão majoradas, pois advém dos esforços de cálculo.

- Trecho a

𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 = 5,53 𝑘𝑁/𝑚

- Trecho b

𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 = 5,01 𝑘𝑁/𝑚

- Carregamento total majorado

Abaixo está computado o carregamento total majorado (𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 ) através


da soma e multiplicação por 𝛾𝑔 = 1,4 das cargas acima.

- Trecho a
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 = 𝛾𝑔 . (𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 ) + 𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 = 1,4 . (2,1 + 4,18) + 5,53 = 14,32 𝑘𝑁/𝑚

Há na viga V1 a transferência pontual de cargas da viga V14, a qual se


apoia na V1. Essa carga foi calculada através do FTOOL e possui magnitude de
124,3 𝑘𝑁 como exibe a Figura 40.
186

Figura 40 – Diagrama de esforços cortantes e reações nos apoios da viga V14

Fonte: Do autor.

- Trecho b
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 = 𝛾𝑔 . (𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 ) + 𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 = 1,4 . (2,1 + 4,18) + 5,01 = 13,80 𝑘𝑁/𝑚

Assim, a representação dos carregamentos sobre a viga V1 foi apresentada


anteriormente na Figura 28.

• V14

- Peso próprio

A viga V14 possui a mesma seção transversal da viga V1, assim:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 . 𝐴𝑠𝑒çã𝑜


𝑔𝑝.𝑝 = 25 . 0,14 . 0,60 = 2,1 𝑘𝑁/𝑚

- Carga de parede

A parede que a viga V14 suporta é composta por blocos cerâmicos


vazados de 11,5 cm (𝑃𝑝𝑎𝑟 = 1,7 𝑘𝑁/𝑚²) e a altura da parede suportada é a
mesma que a da V1.

𝑔𝑝𝑎𝑟 = 𝑃𝑝𝑎𝑟 . 𝐻𝑝𝑎𝑟 = 1,7 . 2,2 = 3,74 𝑘𝑁/𝑚


187

- Reação das lajes nas vigas

Para resultar no carregamento total advindo de lajes, segundo a Tabela


26 a reação da laje L1 e L2 sobre a viga V14 estão somadas abaixo:

𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 = 𝑔𝐿1−𝑣𝑖𝑔𝑎 + 𝑔𝐿2−𝑣𝑖𝑔𝑎 = 15,64 + 14,89 = 30,53 𝑘𝑁/𝑚

- Carregamento total majorado

𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 = 𝛾𝑔 . (𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 ) + 𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎


𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑑 = 1,4 . (2,1 + 3,74) + 30,53 = 38,71 𝑘𝑁/𝑚

A seguir está representada a viga V14 com o carregamento linear calculado


pelos procedimentos acima (Figura 41).

Figura 41 – Carregamento sobre a viga V14

Fonte: Do autor.

Abaixo a Tabela 33 apresenta as larguras (𝑏), alturas (ℎ), vãos efetivos


(𝑙𝑒𝑓 ), cargas totais majoradas e cargas pontuais das vigas do pavimento em
análise. Foram agrupadas as vigas que possuem as mesmas especificidades.

Tabela 33 – Dimensões e carregamentos das vigas

Largura Altura Vão efetivo Carga total Cargas


Vigas
(𝒄𝒎) (𝒄𝒎) (𝒄𝒎) majorada (𝒌𝑵/𝒎) pontuais (𝒌𝑵)
264 14,322
V1/V2/V9/V10 14 60 271 13,802
124,3
300 14,582
186 10,882
V3/V8 14 60 51,4
186 10,882
264 14,322
V4 14 60
271 13,802 124,3
188

120 14,582
192 31,902 57,4
170,5 28,202
185 28,202 51,4
182 31,902
68,6
120 14,582
271 13,802
124,3
264 14,322
307 15,084
V5/V6 14 40 -
312 8,34
264 14,322
124,3
271 13,802
120 14,582
57,4
192 31,902
170,5 28,202
V7 14 60 51,4
170,5 28,202
192 31,902 -
120 14,582 -
271 13,802
124,3
264 14,322
V11/V12/V30/V31 14 60 638 17,682 -
V13/V14/V28/V29 14 60 642 38,706 -
V15/V16/V25/V26 14 50 606 36,354 -
V17 14 60 529 21,706 -
55 14,12
V18/V19/V22 14 60 47,5
570 26,62
14 60 570 14,12
V23 47,5
14 60 55 26,62
V20/V21 14 60 572 17,976 -
118 21,706 141,6
V24 14 60 307 28,196 -
118 21,706 62,6
14 60 153,5 31,090 -
V27
14 60 153,5 26,790 -
14 40 153,5 30,980 -
VE
14 40 153,5 26,680 -
Fonte: Do autor.

A viga V23 não foi agrupada com as vigas V18, V19 e V22, pois elas
possuem vinculações distintas. A viga V23 está apoiada no pilar P4 e na viga
V4, diferentemente das outras vigas em comparação, as quais estão apoiadas
em dois pilares.
189

14.5 ESFORÇOS SOLICITANTES

• V1

Novamente através dos cálculos e gráficos do FTOOL foram obtidos os


esforços solicitantes de cálculo para as vigas. O diagrama de esforços cortantes
(Figura 42) e momentos fletores (Figura 43) da viga V1 está ilustrado abaixo.

Figura 42 – Diagrama de esforços cortantes da viga V1

Fonte: Do autor.
190

Figura 43 – Diagrama de momentos fletores da viga V1

Fonte: Do autor.

• V14

Os diagramas de esforços cortantes (Figura 44) e momentos fletores


(Figura 45) da viga V14 estão apresentados a seguir:

Figura 44 – Diagrama de esforços cortantes da viga V14

Fonte: Do autor.

Figura 45 – Diagrama de momentos fletores da viga V14

Fonte: Do autor.
191

A seguir está exibida a Tabela 34 a qual apresenta os valores dos


máximos esforços cortantes, momentos fletores positivos e negativos. Para
facilitar o entendimento da localização dos momentos fletores negativos foi
introduzida a coluna “Região”, que indica em qual ponto do diagrama houve o
máximo momento fletor negativo. Considerou-se apenas uma viga do
agrupamento de vigas similares para simplificar a tabela.

Tabela 34 – Esforços cortantes e momentos fletores das vigas

Md+
Vigas Trecho Região Md- max Vd max
max
P1 -96,1 101,4
a 121,7
-93,5 -98,1
V1 P2
-74,3 48,1
b 4,5
P3 2,3 4,4
V19 0 47,5
V3 a 68,1
V23 0 -47,5
a 119,9 P7 -94,1 100
-99,1 -99,5
b NEG P8
-82,7 75,5
-60,2 -60,6
P9
-127,2 136,8
V4 c 90
-141,6
V24 -118,9
44
d -76,6 26,5
NEG P10
-95,3 98,6
e 121,3 P11 -95,1 -100,9
P12 -7,6 21,6
a 7,9
-12,3 -24,7
V5 P13
-9,6 14,9
b 3,8
P14 -3,6 -11,1
a 118,4 P18 -92,4 98,7
-104 -100,8
b 7,6 P19
-90 87,9
-29 -48,3
c 43,7 P20
-47 77,2
-46 -74,6
V7 d 8,1 P21
-28,6 48,4
-9,7
e NEG V24 6,6
-72,2
-90,6 -89,7
P22
f 118,3 -104,4 100,9
P23 -92,2 -98,6
192

P1 -30,8 56,4
V12 a 59,2
P7 -30,8 -56,4
V1 0 124,3
V14 a 199,4
V4 0 -124,3
P2 -106,5 110,1
V16 a 60,4
P8 -106,5 -110,1
V4 0 57,4
V17 a 75,9
V7 0 -57,4
P3 -104,2 135,7
a
V19 73,6 V3 -31,7 128
b P9 -37,4 -76,9
P4 -118,4 144
a
V23 88,4 V3 -41,3 136,2
b V14 0 -68,6
V3 0 51,4
V21 a 73,5
V4 0 51,4
a V4 0 141,6
-182,2 -167,2
P12
-145,1 69,8
V24 b NEG
-63,6 -16,7
P15
-89 88,2
c V7 0 62,6
a P13 -13,0 46,2
V27 21,3
b P16 -12,6 -42,6
P14 -12,9 46,0
VE a 21,3
P17 -12,6 -42,5
Fonte: Do autor.

14.6 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

As armaduras longitudinais dividem-se em positivas e negativas. Para


determinar seu comprimento, diâmetro e quantidade são executados cálculos
que estão descritos abaixo para as vigas V1 e V14.

14.6.1 Altura útil

Apenas as regiões da viga que cooperam para resistir os esforços


solicitantes são inclusos na determinação das armaduras longitudinais. A altura
útil se refere a altura que resiste efetivamente aos esforços e é computada para
o momento positivo (𝑑) e momento negativo (𝑑 − ). Abaixo são efetuados os
cálculos para as vigas V1 (trecho a e b) e V14.
193

• V1

- Trecho a

𝛷𝑙
𝑑 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2
𝛷𝑙 −
𝑑− = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2

Com,

ℎ = 60 𝑐𝑚;
𝑐 = 2,5 𝑐𝑚;

Adotando,

𝛷𝑡 = 5 𝑚𝑚 = 0,5 𝑐𝑚;
𝛷𝑙 = 12,5 𝑚𝑚 = 1,25 𝑐𝑚;
𝛷𝑙 − = 12,5 𝑚𝑚 = 1,25 𝑐𝑚;

Assim, 𝑑 e 𝑑 − são iguais a

1,25
𝑑 = 60 − 2,5 − 0,5 − = 56,37 𝑐𝑚
2
1,25
𝑑− = 60 − 2,5 − 0,5 − = 56,37 𝑐𝑚
2

- Trecho b

𝛷𝑙
𝑑 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2
𝛷𝑙 −
𝑑− = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2
194

Com,

ℎ = 60 𝑐𝑚;
𝑐 = 2,5 𝑐𝑚;

Adotando,

𝛷𝑡 = 5 𝑚𝑚 = 0,5 𝑐𝑚;
𝛷𝑙 = 10,0 𝑚𝑚 = 1,00 𝑐𝑚;
𝛷𝑙 − = 12,5 𝑚𝑚 = 1,25 𝑐𝑚;

Assim, 𝑑 e 𝑑 − são iguais a

1,00
𝑑 = 60 − 2,5 − 0,5 − = 56,50 𝑐𝑚
2
1,25
𝑑− = 60 − 2,5 − 0,5 − = 56,37 𝑐𝑚
2

• V14

Com,

ℎ = 60 𝑐𝑚;
𝑐 = 2,5 𝑐𝑚;

Adotando,

𝛷𝑡 = 5 𝑚𝑚 = 0,5 𝑐𝑚;
𝛷𝑙 = 16,0 𝑚𝑚 = 1,6 𝑐𝑚;
𝛷𝑙 − = 10,0 𝑚𝑚 = 1,0 𝑐𝑚;

Assim, 𝑑 e 𝑑 − são iguais a


195

𝛷𝑙
𝑑 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2
1,6
𝑑 = 60 − 2,5 − 0,5 − = 56,20 𝑐𝑚
2


𝛷𝑙 −
𝑑 = ℎ − 𝑐 − 𝛷𝑡 −
2
1,0
𝑑 − = 60 − 2,5 − 0,5 − = 56,50 𝑐𝑚
2

14.6.2 Linha neutra

Se denomina linha neutra onde ocorre a transição de compressão para


tração na seção transversal de um elemento estrutural. Os cálculos para a linha
neutra pra o momento positivo e negativo para as vigas V1 e V14 estão descritos
abaixo.

• V1

- Trecho a

Os valores de entrada para o momento de cálculo positivo (𝑀𝑥𝑑 ) e negativo


(𝑀𝑥𝑑 − ) estão listados abaixo:

𝑑 = 56,37 𝑐𝑚;
𝑑 − = 56,37 𝑐𝑚;
𝑀𝑑 = 121,7 𝑘𝑁. 𝑚 = 12170 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑀𝑑 − = 96,1 𝑘𝑁. 𝑚 = 9610 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;
𝑓𝑐𝑑 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Logo, a linha neutra para o momento positivo é:

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑
196

12170
𝑥 = 1,25 [56,37 − √56,372 − ( )] = 11,52 𝑐𝑚
0,425 . 14 . 2,143

Para o momento negativo:

𝑀𝑑 −
𝑥 = 1,25 [𝑑 −−
√𝑑 − 2 −( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

9610
𝑥 = 1,25 [56,37 − √56,372 − ( )] = 8,92𝑐𝑚
0,425 . 14 . 2,143

- Trecho b

Os valores de entrada para o momento de cálculo positivo (𝑀𝑥𝑑 ) e negativo


(𝑀𝑥𝑑 − ) estão listados abaixo:

𝑑 = 56,50 𝑐𝑚;
𝑑 − = 56,37 𝑐𝑚;
𝑀𝑑 = 4,5 𝑘𝑁. 𝑚 = 450 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑀𝑑 − = 93,5 𝑘𝑁. 𝑚 = 9350 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;
𝑓𝑐𝑑 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Logo, a linha neutra para o momento positivo é:

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

450
𝑥 = 1,25 [56,50 − √56,502 − ( )] = 0,39 𝑐𝑚
0,425 . 14 . 2,143

Para o momento negativo:

𝑀𝑑 −
𝑥 = 1,25 [𝑑 −−
√𝑑 − 2 −( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑
197

9610
𝑥 = 1,25 [56,37 − √56,372 − ( )] = 8,66 𝑐𝑚
0,425 . 14 . 2,143

• V14

Os valores de entrada para o momento de cálculo positivo (𝑀𝑥𝑑 ) e negativo


(𝑀𝑥𝑑 − ) estão listados abaixo:

𝑑 = 56,20 𝑐𝑚;
𝑑 − = 56,50 𝑐𝑚;
𝑀𝑑 = 199,4 𝑘𝑁. 𝑚 = 19940 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑀𝑑 − = 0 𝑘𝑁. 𝑚 = 0 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;
𝑓𝑐𝑑 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Logo, a linha neutra para o momento positivo é:

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑 − √𝑑 2 − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

19940
𝑥 = 1,25 [56,20 − √56,202 − ( )] = 20,18 𝑐𝑚
0,425 . 14 . 2,143

Como não há momentos fletores negativos na viga V14 (biapoiada), não é


necessário computar o valor da linha neutra para essa situação.

14.6.3 Domínio de deformação

Deve-se conferir o domínio de deformação e a ductilidade das vigas


segundo a relação:

𝑥
≤ 0,45
𝑑
198

• V1

- Trecho a

Momento positivo:

𝑥 11,52
= = 0,204 ≤ 0,45
𝑑 56,37

Momento negativo:

𝑥 8,92
= = 0,158 ≤ 0,45
𝑑 − 56,37

- Trecho b

Momento positivo:

𝑥 0,39
= = 0,007 ≤ 0,45
𝑑 56,20

Momento negativo:

𝑥 8,66

= = 0,152 ≤ 0,45
𝑑 56,75

• V14

Momento positivo:

𝑥 20,18
= = 0,358 ≤ 0,45
𝑑 56,37
199

14.6.4 Área de aço

Para definir quantas barras de aço são necessárias para resistir aos
momentos fletores é calculada a área de aço. Abaixo estão descritos os cálculos
para determinar a área de aço para as vigas V1 e V14.

• V1

- Trecho a

Dados de entrada:

𝑀𝑑 = 121,7 𝑘𝑁. 𝑚 = 12170 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;


𝑀𝑑 − = 96,1 𝑘𝑁. 𝑚 = 9610 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑓𝑦𝑑 = 434,78 𝑀𝑃𝑎 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑑 = 56,37 𝑐𝑚;
𝑑 − = 56,37 𝑐𝑚;
Para o momento positivo o valor da linha neutra é: 𝑥 = 11,52 𝑐𝑚;
Para o momento negativo o valor da linha neutra é: 𝑥 = 8,92 𝑐𝑚;

Assim, para resistir ao momento positivo:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
12170
𝐴𝑠 = = 5,41 𝑐𝑚²
43,478 . (56,37 − 0,4 . 11,52)

E para resistir ao momento negativo na região do pilar P1:

𝑀𝑑 −
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
9610
𝐴𝑠 = = 4,19 𝑐𝑚²
43,478 . (56,37 − 0,4 . 8,92)
200

- Trecho b

Dados de entrada:

𝑀𝑑 = 4,5 𝑘𝑁. 𝑚 = 450 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;


𝑀𝑑 − = 93,5 𝑘𝑁. 𝑚 = 9350 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑓𝑦𝑑 = 434,78 𝑀𝑃𝑎 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑑 = 56,50 𝑐𝑚;
𝑑 − = 56,37 𝑐𝑚;
Para o momento positivo o valor da linha neutra é: 𝑥 = 0,39 𝑐𝑚;
Para o momento negativo o valor da linha neutra é: 𝑥 = 8,66 𝑐𝑚;

Assim, para resistir ao momento positivo:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
450
𝐴𝑠 = = 0,18 𝑐𝑚²
43,478 . (56,50 − 0,4 . 0,39)

E para resistir ao maior momento negativo na região do pilar P2:

𝑀𝑑 −
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − − 0,4 . 𝑥)
9350
𝐴𝑠 = = 4,06 𝑐𝑚²
43,478 . (56,37 − 0,4 . 8,66)

Na região do pilar P3 o momento fletor é positivo, logo, considera-se a armadura


mínima nessa região.

• V14

Dados de entrada:

𝑀𝑑 = 199,4 𝑘𝑁. 𝑚 = 19940 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;


201

𝑀𝑑 − = 0 𝑘𝑁. 𝑚 = 0 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;


𝑓𝑦𝑑 = 434,78 𝑀𝑃𝑎 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑑 = 56,20 𝑐𝑚;
Para o momento positivo o valor da linha neutra é: 𝑥 = 20,18 𝑐𝑚;

Assim, para resistir ao momento positivo:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
19940
𝐴𝑠 = = 9,54 𝑐𝑚²
43,478 . (56,20 − 0,4 . 20,18)

14.6.5 Armadura mínima de tração

Deve ser respeitada a taxa de armadura mínima de vigas a qual está


relacionada à resistência característica à compressão (𝑓𝑐𝑘 ). Sendo que toda
estrutura foi dimensionada utilizando o mesmo 𝑓𝑐𝑘 e ambas as vigas, V1 e V14,
possuem a mesma área de seção transversal (𝐴𝑐 ), então, a armadura mínima de
tração é a mesma para as duas vigas em análise.

Dados de entrada:

𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,150% = 0,0015;


𝐴𝑐 = 𝑏 . ℎ = 14 . 60 = 840 𝑐𝑚²;

Então,

𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛 . 𝐴𝑐 = 0,00150 . 840 = 1,26 𝑐𝑚²

A Tabela 35 resgata as áreas de aço calculadas em 12.6.4 para as vigas


V1 e V14, como também, substitui pela área de aço mínima as áreas de aço
inferiores.
202

Tabela 35 – Áreas de aço longitudinal das vigas V1 e V14

Vigas Trechos 𝑨𝒔 (momento positivo) Região 𝑨𝒔 (momento negativo)


a 5,41 P1 4,19
V1 P2 4,06
b 1,26
P3 1,26
V14 a 9,54 V1 e V4 0
Fonte: Do autor.

14.6.6 Número de barras longitudinais

Computadas as áreas de aço, determina-se o número de barras


longitudinais requeridas para resistir aos esforços de tração. Abaixo está
calculado o número de barras para cada trecho das vigas V1 e V14.

Dados de entrada:

Para 𝛷 = 10,0 𝑚𝑚, 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 = 0,785 𝑐𝑚²;


Para 𝛷 = 12,5 𝑚𝑚, 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 = 1,227 𝑐𝑚²;
Para 𝛷 = 16,0 𝑚𝑚, 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 = 2,011 𝑐𝑚².

• V1

- Trecho a

Momento positivo:

𝐴𝑠 5,41
𝑛= = = 4,41 → 5 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227

Momento negativo na região do P1:

𝐴𝑠 4,19
𝑛= = = 3,41 → 4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227
203

- Trecho b

Momento positivo:

𝐴𝑠 1,26
𝑛= = = 1,60 → 2 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 0,785

Momento negativo na região do P2:

𝐴𝑠 4,06
𝑛= = = 3,31 → 4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227

Não há momento negativo na região do P3, então foi aplicado o valor da


armadura mínima para 𝐴𝑠:

𝐴𝑠 1,26
𝑛= = = 1,03 → 2 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227

• V14

- Trecho a

Momento positivo:

𝐴𝑠 9,54
𝑛= = = 4,74 → 5 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 2,011

Como a viga V14 é biapoiada, não há momentos negativos nos seus apoios,
assim, foi aplicado o valor da armadura mínima para 𝐴𝑠:

𝐴𝑠 1,26
𝑛= = = 1,60 → 2 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 0,785
204

14.6.7 Distribuição transversal da armadura longitudinal

Está disposto abaixo a definição das seções transversais das vigas V1 e


V14 de acordo com as distribuições transversais na direção horizontal (𝑎ℎ ) e
vertical (𝑎𝑣 ).

Dados de entrada:

𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,9 𝑐𝑚;

• V1

- Trecho a (momento positivo)

2 𝑐𝑚
𝑎ℎ ≥ { 𝛷𝑙 = 1,25 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚
𝑎𝑣 ≥ { 𝛷𝑙 = 1,25 𝑐𝑚
0,5 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 0,5 . 1,9 = 0,95 𝑐𝑚

Logo,

𝑎ℎ = 2,28 𝑐𝑚
𝑎𝑣 = 1,25 𝑐𝑚

- Trecho b (momento positivo)


2 𝑐𝑚
𝑎ℎ ≥ { 𝛷𝑙 = 1,00 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚
𝑎𝑣 ≥ { 𝛷𝑙 = 1,00 𝑐𝑚
0,5 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 0,5 . 1,9 = 0,95 𝑐𝑚
205

Logo,

𝑎ℎ = 2,28 𝑐𝑚
𝑎𝑣 = 1,00 𝑐𝑚

- Trecho a e b (momento negativo)

2 𝑐𝑚
𝑎ℎ ≥ { 𝛷𝑙 = 1,25 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚
𝑎𝑣 ≥ { 𝛷𝑙 = 1,25 𝑐𝑚
0,5 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 0,5 . 1,9 = 0,95 𝑐𝑚

Logo,

𝑎ℎ = 2,28 𝑐𝑚
𝑎𝑣 = 1,25 𝑐𝑚

• V14

- Trecho a (momento positivo)

2 𝑐𝑚
𝑎ℎ ≥ { 𝛷𝑙 = 1,60 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚
𝑎𝑣 ≥ { 𝛷𝑙 = 1,60 𝑐𝑚
0,5 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 0,5 . 1,9 = 0,95 𝑐𝑚

Logo,

𝑎ℎ = 2,28 𝑐𝑚
𝑎𝑣 = 1,60 𝑐𝑚
206

- Trecho a (momento negativo)

2 𝑐𝑚
𝑎ℎ ≥ { 𝛷𝑙 = 1,00 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚
𝑎𝑣 ≥ { 𝛷𝑙 = 1,00 𝑐𝑚
0,5 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 0,5 . 1,9 = 0,95 𝑐𝑚

Logo,

𝑎ℎ = 2,28 𝑐𝑚
𝑎𝑣 = 1,00 𝑐𝑚

Foi verificado abaixo se o espaçamento entre as 3 barras (𝛷𝑙 = 12,5 𝑚𝑚) seria
possível de se aplicar.

𝑎ℎ ≥ 2,28 𝑐𝑚

Para 3 barras:

2 . 𝑎ℎ = 𝑏 − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 3 . 𝛷𝑙
2 . 𝑎ℎ = 14 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 3 . 1,25 = 4,25 𝑐𝑚
4,25
𝑎ℎ = = 2,125 𝑐𝑚
2

Como o espaçamento na direção horizontal entre a barras longitudinais


resultou em valor inferior ao exigido pela NBR 6118:2014, apenas é viável 2
barras (𝛷𝑙 = 12,5 𝑚𝑚) por camada. Quando utilizadas barras de 𝛷𝑙 = 10,0 𝑚𝑚,
apenas foram exigidas 2 barras, por isso, não foi testada essa situação.
A Figura 46 ilustra as seções transversais das vigas nas regiões
especificadas. Onde V1a é a viga V1 no trecho a; V1b é a viga V1 no trecho b
com duas ilustrações na região dos pilares P2 e P3; e a viga V14 possui seção
transversal igual em todo seu comprimento.
207

Figura 46 – Seções transversais das vigas V1 e V14

Fonte: Do autor.

No entanto, as seções ilustradas na Figura 37 sofreram modificações, porque os


cálculos da subseção a seguir exigiram tal mudança.

14.6.8 Recálculo da altura útil, linha neutra, área de aço e número de


barras

14.6.8.1 Altura útil corrigida

Inicialmente, foi adotada a altura útil levando em consideração que


apenas haveriam 2 barras para resistir aos momentos fletores. No entanto, nota-
se que o cálculo para o número de barras resultou em 4 e 5 barras para
diferentes ocasiões. Para efetuar tal correção foi realizado o cálculo da altura útil
corrigida para V1 e V14.

• V1a

- Armadura positiva

Calcula-se primeiramente a posição na direção vertical do centro de


gravidade das armaduras da primeira, segunda e terceira camadas. As áreas de
208

aço de cada camada são determinadas pela área de aço multiplicado pelo
número de barras em cada camada.

𝛷𝑙 1,25
𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + = 2,5 + 0,5 + = 3,625 𝑐𝑚
2 2

𝛷𝑙 1,25
𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 + = 2,5 + 0,5 + 1,25 + 2,28 + = 7,155 𝑐𝑚
2 2

𝛷𝑙
𝑦3ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 +
2
1,25
𝑦3ª 𝑐𝑎𝑚 = 2,5 + 0,5 + 1,25 + 2,28 + 1,25 + 2,28 + = 10,685 𝑐𝑚
2

𝛷𝑙 ² 1,25²
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 = 2 . 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 2 . 𝜋 . = 2.𝜋 . = 2,454 𝑐𝑚²
4 4

𝛷𝑙 ² 1,25²
𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 𝜋 . = 𝜋. = 1,227 𝑐𝑚²
4 4

Logo,

𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚
𝑦𝐶.𝐺 = 𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 . ( )+
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚
𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚
+𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 . ( ) + 𝑦3ª 𝑐𝑎𝑚 . ( )
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚

2,454
𝑦𝐶.𝐺 = 3,625 . ( )+
2,454 + 2,454 + 1,227
2,454 1,227
+7,155 . ( ) + 10,685 . ( )
2,454 + 2,454 + 1,227 2,454 + 2,454 + 1,227

𝑦𝐶.𝐺 = 6,45 𝑐𝑚

A altura útil corrigida é igual a:

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = ℎ − 𝑦𝐶.𝐺
209

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 60 − 6,45 = 53,55 𝑐𝑚

- Armadura negativa

𝛷𝑙 1,25
𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + = 2,5 + 0,5 + = 3,625 𝑐𝑚
2 2

𝛷𝑙 1,25
𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 + = 2,5 + 0,5 + 1,25 + 2,28 + = 7,155 𝑐𝑚
2 2

𝛷𝑙 ² 1,25²
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 = 2 . 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 2 . 𝜋 . = 2.𝜋 . = 2,454 𝑐𝑚²
4 4

Logo,

𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚


𝑦𝐶.𝐺 = 𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 . ( ) + 𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 . ( )
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚
2,454 2,454
𝑦𝐶.𝐺 = 3,625. ( ) + 7,155. ( ) = 5,39 𝑐𝑚
2,454 + 2,454 2,454 + 2,454

A altura útil corrigida é igual a:

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − = ℎ − 𝑦𝐶.𝐺
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − = 60 − 5,39 = 54,61 𝑐𝑚

O cálculo referente a armadura negativa é equivalente para V1b (região do pilar


P2), pois ambas armaduras são iguais.

• V14a

- Armadura positiva

𝛷𝑙 1,60
𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + = 2,5 + 0,5 + = 3,80 𝑐𝑚
2 2
210

𝛷𝑙 1,60
𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 + = 2,5 + 0,5 + 1,60 + 2,28 + = 7,68 𝑐𝑚
2 2

𝛷𝑙
𝑦3ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝑐 + 𝛷𝑡 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 + 𝛷𝑙 + 𝑎𝑣 +
2
1,60
𝑦3ª 𝑐𝑎𝑚 = 2,5 + 0,5 + 1,60 + 2,28 + 1,60 + 2,28 + = 11,56 𝑐𝑚
2

𝛷𝑙 ² 1,60²
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 = 2 . 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 2 . 𝜋 . = 2.𝜋 . = 4,021 𝑐𝑚²
4 4

𝛷𝑙 ² 1,60²
𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚 = 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 𝜋 . = 𝜋. = 2,011 𝑐𝑚²
4 4

Logo,

𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚
𝑦𝐶.𝐺 = 𝑦1ª 𝑐𝑎𝑚 . ( )+
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚
𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚
+𝑦2ª 𝑐𝑎𝑚 . ( ) + 𝑦3ª 𝑐𝑎𝑚 . ( )
𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚 𝐴𝑠1ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠2ª 𝑐𝑎𝑚 + 𝐴𝑠3ª 𝑐𝑎𝑚

4,021
𝑦𝐶.𝐺 = 3,80 . ( )+
4,021 + 4,021 + 2,011
4,021 2,011
+7,68 . ( ) + 11,56 . ( )
4,021 + 4,021 + 2,011 4,021 + 4,021 + 2,011

𝑦𝐶.𝐺 = 6,90 𝑐𝑚

A altura útil corrigida é igual a:

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = ℎ − 𝑦𝐶.𝐺
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 60 − 6,90 = 53,10 𝑐𝑚

14.6.8.2 Linha neutra e área de aço corrigidas

• V1a
211

- Armadura positiva

Com,

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 53,55 𝑐𝑚;

Logo, a linha neutra corrigida é:

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − √𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 2 − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

12170
𝑥 = 1,25 [53,55 − √53,552 − ( )] = 12,26 𝑐𝑚
0,425 .14. 2,143

Portanto, a área de aço é igual a:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
12170
𝐴𝑠 = = 5,75 𝑐𝑚²
43,478 . (53,55 − 0,4 . 12,26)

- Armadura negativa

Com,

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − = 54,61 𝑐𝑚;

Logo, a linha neutra corrigida é:

− −(2) 𝑀𝑑 −
𝑥 = 1,25 [𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − √𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 −( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

9610
𝑥 = 1,25 [54,61 − √54,612 − ( )] = 9,25 𝑐𝑚
0,425 .14. 2,143
212

Portanto, a área de aço é igual a:

𝑀𝑑 −
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
9610
𝐴𝑠 = = 4,34 𝑐𝑚²
43,478 . (54,61 − 0,4 . 9,25)

• V1b

- Armadura negativa

Com,

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − = 54,61 𝑐𝑚;

Logo, a linha neutra corrigida é:

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − − √𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 −(2) − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

9350
𝑥 = 1,25 [54,61 − √54,612 − ( )] = 8,98 𝑐𝑚
0,425 .14. 2,143

Portanto, a área de aço é igual a:

𝑀𝑑 −
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)
9350
𝐴𝑠 = = 4,22 𝑐𝑚²
43,478 . (54,61 − 0,4 . 8,98)

• V14a

- Armadura positiva
213

Com,

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 50,78 𝑐𝑚;

Logo, a linha neutra corrigida é:

𝑀𝑑
𝑥 = 1,25 [𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − √𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 2 − ( )]
0,425 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑓𝑐𝑑

19940
𝑥 = 1,25 [53,10 − √53,10 2 − ( )] = 22,08 𝑐𝑚
0,425 .14. 2,143

Portanto, a área de aço é igual a:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥)

19940
𝐴𝑠 = = 10,36 𝑐𝑚²
43,478 . (50,78 − 0,4 . 22,08)

Nota-se que a área de aço corrigida para a viga V14 (𝐴𝑠 = 10,36 𝑐𝑚²) é
maior que as 5 barras de diâmetro 16 mm calculadas em 12.6.5. Portanto, os
cálculos de correção da altura útil e conseguintes devem ser refeitos para a nova
configuração da viga V14. Estes cálculos não foram detalhados individualmente,
pois a aplicação anterior já demonstrou os mesmos. Assim, se adicionada mais
1 barra para a viga V14 os parâmetros acima resultam em:

𝑦𝐶.𝐺 = 7,68 𝑐𝑚

𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 52,32 𝑐𝑚

𝑥 = 22,58
214

𝐴𝑠 = 10,595 𝑐𝑚²

14.6.8.4 Número de barras corrigida

Confere-se o número de barras após a atualização da área de aço recalculada.

• V1

Momento positivo:

𝐴𝑠 5,75
𝑛= = = 4,69 → 5 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227

Momento negativo na região do P1:

𝐴𝑠 4,34
𝑛= = = 3,54 → 4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227

- Trecho b

Momento negativo na região do P2:

𝐴𝑠 4,22
𝑛= = = 3,44 → 4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 1,227

• V14

- Trecho a

Momento positivo:

𝐴𝑠 10,59
𝑛= = = 5,27 → 6 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 2,011
215

14.6.9 Decalagem do diagrama de momentos fletores

Para determinar o comprimento das barras longitudinais e corrigir


diferenças entre os métodos de definição de esforços internos é aplicada a
decalagem no diagrama de momentos fletores das vigas. Computa-se abaixo o
valor do deslocamento do diagrama de momentos fletores (𝑎𝑙 ) para as vigas V1
e V14.

• V1

Dados de entrada:

𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 = 101,4 𝑘𝑁;


𝑑 = 53,55 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;

Sendo,

3 3
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 . √𝑓𝑐𝑘 ² = 0,15 . √30² = 1,448 𝑀𝑃𝑎 ≅ 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Com,

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 ≥ 𝑑
𝑉𝑐 = 0,6 . 0,145 . 14 . 53,55 = 65,13 𝑘𝑁
Logo,

𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥
𝑎𝑙 = 0,5 . 𝑑 . ≤𝑑
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 − 𝑉𝑐
101,4
𝑎𝑙 = 0,5 . 53,55 . = 74,8 → 75 𝑐𝑚
101,4 − 65,13

Assim, o diagrama de momentos fletores considerando a decalagem resulta na


seguinte configuração para a viga V1 (Figura 47).
216

Figura 47 – Diagrama de momento fletores decalados para a viga V1

Fonte: Do autor.

• V14

Dados de entrada:

𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 = 124,3 𝑘𝑁;


𝑑 = 52,32 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;

Com,

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 ≥ 𝑑
𝑉𝑐 = 0,6 . 0,145 . 14 . 52,32 = 63,72 𝑘𝑁
Logo,

𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥
𝑎𝑙 = 0,5 . 𝑑 . ≤𝑑
𝑉𝑠𝑑,𝑚á𝑥 − 𝑉𝑐
124,3
𝑎𝑙 = 0,5 . 52,32 . = 53,6 → 54 𝑐𝑚
124,3 − 63,72
217

A Figura 48 exibe a decalagem do diagrama de momentos fletores da viga V14.

Figura 48 - Diagrama de momento fletores decalados para a viga V14

Fonte: Do autor.

14.7 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL

O dimensionamento da armadura transversal das vigas advém do modelo


de treliça desenvolvida por Morsch. Nesse modelo são introduzidos elementos
como as bielas e os tirantes. Para o correto dimensionamento dos estribos deve-
se respeitar as seguintes relações:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2
𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Onde se verifica a resistência das bielas comprimidas (𝑉𝑅𝑑2) e se


quantifica quanto os mecanismos complementares (𝑉𝑐 ) e o aço dos estribos
resistem aos esforços solicitantes (𝑉𝑠𝑤 ). Abaixo estão desenvolvidos os cálculos
(Modelo I) para determinar as armaduras transversais das vigas V1 e V14.

• V1 (trecho a)

A Figura 49 exibe o diagrama de esforços cortantes da viga V1 sem as reduções


próximas aos apoios.
218

Figura 49 – Diagrama de esforços cortantes da viga V1

Fonte: Do autor.

Optou-se por aplicar o efeito arco nas vigas, o que modifica o diagrama
de esforços cortantes. Assim, nas regiões próximas aos apoios (𝑑/2) ocorre a
transferência de esforços diretamente para o pilar. O diagrama de esforços
cortantes com aplicação da redução próxima aos apoios (Imagem 50) resulta na
seguinte configuração:

Figura 50 – Diagrama de esforços cortantes com redução próxima aos apoios (V1)

Fonte: Do autor.

- Verificação das bielas comprimidas

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑


219

Com,

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − )
250
30
𝛼𝑣2 = (1 − ) = 0,88
250

Sendo,

𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐𝑑 = = 1,4 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
1,4

𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 53,55 𝑐𝑚;

Logo,

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑


𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 0,88 . 2,143 . 14 . 53,55 = 381,73 𝑘𝑁

- Força resistida pelos mecanismos complementares

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

3 3
2
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,15 . √30² = 1,448 𝑀𝑃𝑎 ≅ 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Então,

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔


𝑉𝑐 = 0,6 . 0,145 . 14 . 53,55 = 65,22 𝑘𝑁
220

- Parcela do cisalhamento resistida pelos estribos

Através do diagrama de esforços cortantes da viga V1 se identifica os esforços


solicitantes (𝑉𝑆𝑑 ) e aplica-se na expressão a seguir:

𝑉𝑆𝑤 = 𝑉𝑆𝑑 − 𝑉𝑐

Para o trecho a 𝑉𝑆𝑑 = 101,4 𝑘𝑁 é o máximo esforço cisalhante. Assim,

𝑉𝑆𝑤 = 97,6 − 65,22 = 32,38 𝑘𝑁

- Armadura mínima

Confere-se inicialmente se a armadura mínima possui capacidade portante para


resistir a 𝑉𝑆𝑤 . Os cálculos iniciam com a determinação do valor da taxa mínima
de aço para a armadura transversal (𝜌𝑠𝑤 ).

𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜌𝑠𝑤 ≥ 0,2 .
𝑓𝑦𝑤𝑘

Com,

3 3
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 . √𝑓𝑐𝑘 ² = 0,3 . √30² = 2,896 𝑀𝑃𝑎 = 0,290 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑤𝑘 = 500 𝑀𝑃𝑎 = 50 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Então,

𝑓𝑐𝑡𝑚 0,29
𝜌𝑠𝑤 ≥ 0,2 . = 0,2 . = 0,00116
𝑓𝑦𝑤𝑘 50

Logo, a armadura transversal total distribuída em 100 cm (𝑠 = 100 𝑐𝑚) é igual a:

𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑠𝑤 . 𝑏𝑤 . 𝑠
221

𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,00116 . 14 . 100 = 1,62 𝑐𝑚2 /𝑚

- Espaçamento entre estribos

O espaçamento entre os estribos (𝑠𝑤) referente a armadura mínima é:

100 . 𝑛 . 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡
𝑆=
𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛

Onde,

𝑛 = 2 (número de ramos do estribo);


𝜋 .𝛷𝑡 ² 𝜋 .0,5²
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 = = = 0,196 𝑐𝑚²;
4 4

𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 1,62 𝑐𝑚2 /𝑚;

100 . 𝑛 . 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 100 . 2 . 0,196


𝑆= = = 24,2 𝑐𝑚 → 24 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 1,62

- Espaçamento máximo

Checa-se as seguintes condições para determinar o espaçamento máximo entre


os estribos (𝑠𝑚á𝑥 ):

Se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 0,67 . 𝑉𝑅𝑑2 , então 𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚;


Se 𝑉𝑠𝑑 > 0,67 . 𝑉𝑅𝑑2 , então 𝑠𝑚á𝑥 = 0,3 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚;

Com,

𝑉𝑠𝑑 = 101,4 ≤ 0,67 . 381,73 𝑘𝑁 ∴ 101,4 ≤ 255,7 𝑘𝑁

Assim,

𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚


222

𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 53,55 ≤ 30 𝑐𝑚 ∴ 32,13 ≤ 30 𝑐𝑚


𝑠𝑚á𝑥 = 30 𝑐𝑚

- Armadura necessária

Calcula-se a armadura necessária (𝐴𝑠𝑤 ) para resistir ao esforço cortante (𝑉𝑆𝑤 ).


Caso 𝐴𝑠𝑤 < 𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 , então se utiliza 𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 .

𝑉𝑆𝑤 . 𝑠𝑤
𝐴𝑠𝑤 =
0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑤𝑑

Com,

𝑉𝑆𝑤 = 32,38 𝑘𝑁;


𝑠𝑤 = 100 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 53,55 𝑐𝑚;
𝑓𝑦𝑤𝑘 500
𝑓𝑦𝑤𝑑 = = 1,15 = 434,78 𝑀𝑃𝑎 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
1,15

𝑉𝑆𝑤 . 𝑠𝑤 32,38 . 100


𝐴𝑠𝑤 = = = 1,54 𝑐𝑚2 /𝑚
0,9 . 𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 . 𝑓𝑦𝑤𝑑 0,9 . 53,55 . 43,48

Por fim, 𝐴𝑠𝑤 < 𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 , então, todo o trecho a possui armadura mínima.

• V1 (trecho b)

- Verificação das bielas comprimidas

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − )
250
223

30
𝛼𝑣2 = (1 − ) = 0,88
250

Sendo,

𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐𝑑 = = 1,4 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
1,4

𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;
𝑑 = 56,50 𝑐𝑚;

Logo,

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑


𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 0,88 . 2,143 . 14 . 56,50 = 402,76 𝑘𝑁

- Força resistida pelos mecanismos complementares

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

3 3
2
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,15 . √30² = 1,448 𝑀𝑃𝑎 ≅ 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Então,

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑
𝑉𝑐 = 0,6 . 0,145 . 14 . 56,50 = 68,82 𝑘𝑁

- Parcela do cisalhamento resistida pelos estribos

Através do diagrama de esforços cortantes da viga V1 (Figura 49) se identifica


os esforços solicitantes (𝑉𝑆𝑑 ) e aplica-se na expressão a seguir:

𝑉𝑆𝑤 = 𝑉𝑆𝑑 − 𝑉𝑐
224

Para o trecho b 𝑉𝑆𝑑 = 48,1 𝑘𝑁 é o máximo esforço cisalhante. Assim,

𝑉𝑆𝑤 = 44,0 − 68,82 = −24,82 𝑘𝑁

Este resultado implica que a resistência dos mecanismos complementares é


maior que os esforços cisalhantes. Portanto, a viga V1 no trecho b apenas
necessita da armadura mínima exigida pela NBR 6118:2014.

- Armadura mínima

A armadura mínima do trecho b é equivalente ao do trecho a, por isso,


foram omitidos os cálculos. Por fim, a armadura empregada no trecho b da viga
V1 é composta por estribos de 𝛷 = 5 𝑚𝑚 espaçados de 24 cm.

• V14

- Verificação das bielas comprimidas

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − )
250
30
𝛼𝑣2 = (1 − ) = 0,88
250

Sendo,

𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐𝑑 = = 1,4 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
1,4

𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 52,32 𝑐𝑚;
225

Logo,

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑


𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 0,88 . 2,143 . 14 . 52,32 = 372,96 𝑘𝑁

- Força resistida pelos mecanismos complementares

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Com,

3 3
2
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,15 . √30² = 1,448 𝑀𝑃𝑎 ≅ 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Então,

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔


𝑉𝑐 = 0,6 . 0,145 . 14 . 52,32 = 63,72 𝑘𝑁

- Parcela do cisalhamento resistida pelos estribos

A Figura 51 exibe o diagrama de esforços cortantes da viga V14.

Figura 51 – Diagrama de esforços cortantes da viga V14

Fonte: Do autor.

O diagrama de esforços cortantes com efeito de arco está exibido abaixo


(Figura 52).
226

Figura 52 – Diagrama de esforços cortantes com redução próxima aos apoios (V14)

Fonte: Do autor.

Através do diagrama de esforços cortantes da viga V14 se identifica os esforços


solicitantes (𝑉𝑆𝑑 ) e aplica-se na expressão a seguir:

𝑉𝑆𝑤 = 𝑉𝑆𝑑 − 𝑉𝑐

Para o trecho a 𝑉𝑆𝑑 = 114,2 𝑘𝑁 é o máximo esforço cisalhante. Assim,

𝑉𝑆𝑤 = 114,2 − 63,72 = 50,48 𝑘𝑁

- Armadura mínima

A armadura mínima da viga V14 é equivalente à da viga V1, por isso,


foram omitidos os cálculos. Por fim, a armadura mínima da viga V14 é composta
por estribos de 𝛷 = 5 𝑚𝑚 espaçados de 24 cm.

- Espaçamento máximo

Checa-se as seguintes condições para determinar o espaçamento máximo entre


os estribos (𝑠𝑚á𝑥 ):

Se 𝑉𝑠𝑑 ≤ 0,67 . 𝑉𝑅𝑑2 , então 𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚;


Se 𝑉𝑠𝑑 > 0,67 . 𝑉𝑅𝑑2 , então 𝑠𝑚á𝑥 = 0,3 . 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚;
227

Com,

𝑉𝑠𝑑 = 114,2 ≤ 0,67 . 372,96 𝑘𝑁 ∴ 114,2 ≤ 249,88 𝑘𝑁

Assim,

𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 ≤ 300 𝑚𝑚


𝑠𝑚á𝑥 = 0,6 . 52,32 ≤ 30 𝑐𝑚 ∴ 31,39 ≤ 30 𝑐𝑚

𝑠𝑚á𝑥 = 30 𝑐𝑚

- Armadura necessária

Calcula-se a armadura necessária (𝐴𝑠𝑤 ) para resistir ao esforço cortante (𝑉𝑆𝑤 ).


Caso 𝐴𝑠𝑤 < 𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 , então se utiliza 𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 .

𝑉𝑆𝑤 . 𝑠𝑤
𝐴𝑠𝑤 =
0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑤𝑑

Com,

𝑉𝑆𝑤 = 50,48 𝑘𝑁;


𝑠𝑤 = 100 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 52,32 𝑐𝑚;
𝑓𝑦𝑤𝑘 500
𝑓𝑦𝑤𝑑 = = 1,15 = 434,78 𝑀𝑃𝑎 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
1,15

𝑉𝑆𝑤 . 𝑠𝑤 50,48 . 100


𝐴𝑠𝑤 = = = 2,46 𝑐𝑚2 /𝑚
0,9 . 𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 . 𝑓𝑦𝑤𝑑 0,9 . 52,32 . 43,48

- Espaçamento entre estribos

100 . 𝑛 . 𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡 100 . 2 . 0,196


𝑆= = = 15,9 𝑐𝑚 → 16 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑤 2,46
228

Por fim, 𝐴𝑠𝑤 > 𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 , então, precisa-se calcular o espaçamento para resistir a
𝑉𝑆𝑤 e verificar o comprimento do trecho onde deve ser empregada 𝐴𝑠𝑤 .

- Comprimento dos trechos com diferentes armaduras transversais

Calcula-se a resistência da armadura mínima (𝑉𝑆𝑑,𝑚í𝑛 ):

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑆𝑑,𝑚í𝑛 = . 0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑤𝑑
𝑠
1,62
𝑉𝑆𝑑,𝑚í𝑛 = . 0,9 . 52,32 . 43,48 = 33,17 𝑘𝑁
100

A resistência somada dos mecanismos complementares (𝑉𝑐 ) e a resistência dos


estribos da armadura mínima (𝑉𝑆𝑑,𝑚í𝑛 ) é o que configura a resistência total
(𝑉𝑑,𝑚í𝑛 ) do trecho que contém a armadura mínima. Assim,

𝑉𝑑,𝑚í𝑛 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑆𝑑,𝑚í𝑛 = 65,22 + 33,17 = 98,39 𝑘𝑁

Computa-se o comprimento onde a armadura mínima está presente através da


semelhança de triângulos a seguir:

𝛥𝑉1 − 𝐿
𝛥𝑉2 − 𝐿𝑚í𝑛

Onde,

𝛥𝑉1 = 𝑉𝑑,𝑚á𝑥 = 114,2 𝑘𝑁;


𝛥𝑉2 = 𝑉𝑑,𝑚í𝑛 = 99,2 𝑘𝑁;
6,42
𝐿= = 3,21 𝑚 = 321 𝑐𝑚;
2

Logo,
229

321 . 𝛥𝑉2 321 .99,2


𝐿𝑚í𝑛 = = = 278,8 𝑐𝑚 ≅ 278 𝑐𝑚
𝛥𝑉1 114,2

Assim, foi dividida em 2 trechos a viga V14 onde o comprimento com


armadura mínima é 𝐿𝑚í𝑛 = 278 𝑐𝑚 e o comprimento com 𝐴𝑠𝑤 é 𝐿 = 321 − 278 =
43 𝑐𝑚 a partir do meio da viga. Ou seja, há trechos de 43 cm a partir dos apoios
com armadura de 𝛷5,0 𝑚𝑚 com espaçamento de 16 cm; e o trecho central de
comprimento igual a 𝐿 = 642 − 2 . 43 = 556 𝑐𝑚 é armado com armadura mínima
de 𝛷5,0 𝑚𝑚 com espaçamento de 24 cm.

14.8 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

Verificou-se a fissuração das vigas comparando os momentos fletores de


serviço (𝑀) e o momento de fissuração (𝑀𝑅 ). São calculadas as flechas
imediatas e totais referentes a combinação de serviço (𝑓𝑡 ) e carga acidental
(𝑓𝑡 (𝑞)). Assim, iniciam-se os cálculos verificando se as vigas V1 e V14 estão no
Estádio I ou II.

• V1

Visto que o trecho a possui carregamentos advindos das lajes L1 e L2,


como também, da viga V14, os cálculos foram executados a partir do software
FTOOL. Abaixo estão determinados os dados de entrada, onde 𝑔𝑝.𝑝 e 𝑔𝑝𝑎𝑟 são
as cargas do peso próprio e peso da parede (são iguais para toda viga V1);
𝑄1−𝑉1, 𝑄2−𝑉1 e 𝑄3−𝑉1 são as cargas de serviço advindas das lajes L1, L2 e L3
respectivamente; a carga de serviço transmitida da viga V14 para a viga V1 foi
denominada como 𝑃𝑉14 .

𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 = 2,1 + 4,18 = 6,28 𝑘𝑁/𝑚;


𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 5,53 𝑘𝑁
𝑄1−𝑉1 = − (1,0 − 𝜓2 ). 𝑞 = − (1 − 0,3). 1,5 = 2,90 ;
𝛾𝑔 1,4 𝑚
𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 5,01 𝑘𝑁
𝑄2−𝑉1 = − (1,0 − 𝜓2 ). 𝑞 = − (1 − 0,3). 1,5 = 2,53 ;
𝛾𝑔 1,4 𝑚
𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 5,79 𝑘𝑁
𝑄2−𝑉1 = − (1,0 − 𝜓2 ). 𝑞 = − (1 − 0,3). 1,5 = 3,08 ;
𝛾𝑔 1,4 𝑚
230

𝑃𝑉14 = 82 𝑘𝑁 (conforme reações do FTOOL da viga V14 no E.L.S);

Assim, os carregamentos totais em cada parcela do trecho a da viga V1 são:

𝑄1−𝑉1−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + 𝑄1−𝑉1 = 6,28 + 2,90 = 9,18 𝑘𝑁/𝑚;


𝑄2−𝑉1−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + 𝑄2−𝑉1 = 6,28 + 2,53 = 8,81 𝑘𝑁/𝑚;
𝑄3−𝑉1−𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + 𝑄3−𝑉1 = 6,28 + 3,08 = 9,36 𝑘𝑁/𝑚;

A Figura 53 ilustra a viga V1 e seu carregamento de serviço; a Figura 54 exibe o


diagrama de momentos fletores de serviço da viga V1.

Figura 53 – Carregamento de serviço na viga V1

Fonte: Do autor.
231

Figura 54 – Diagrama de momentos fletores de serviço da viga V1

Fonte: Do autor.

- Trecho a

A partir do diagrama de momentos fletores de serviço se identifica o maior


momento fletor atuante (𝑀𝑎 = 79,8 𝑘𝑁. 𝑚)

𝛼 ∗ 𝑓𝑐𝑡 ∗ 𝐼𝑐
𝑀𝑅 =
𝑦𝑡

Com,

𝛼 = 1,5 (𝑠𝑒çã𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟);

2 3 3
𝑓𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 . √𝑓𝑐𝑘 = 0,3 . √302 = 2,90 𝑀𝑃𝑎 = 2,9 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;

𝑏∗ℎ³ 0,14∗0,60³
𝐼𝑐 = = = 2,52 . 10−3 𝑚4;
12 12

ℎ 60
𝑦𝑡 = 2 = = 30 𝑐𝑚 = 0,30 𝑚;
2

Logo,

𝛼 ∗ 𝑓𝑐𝑡 ∗ 𝐼𝑐 1,5 ∗ 2,9 . 103 ∗ 2,52 . 10−3


𝑀𝑅 = = = 36,54 𝑘𝑁. 𝑚
𝑦𝑡 0,3
232

Portanto,

𝑀𝑎 = 79,8 𝑘𝑁. 𝑚 > 𝑀𝑅 = 36,54 𝑘𝑁. 𝑚

Como 𝑀𝑎 > 𝑀𝑅 , então, a viga fissura. Neste caso, se executa o cálculo da inércia
equivalente segundo a equação abaixo.

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼 ≤ 𝐼𝑐
𝑀𝑎 𝑀𝑎

Primeiramente devem ser calculados e dispostos os seguintes parâmetros para


executar o cálculo do momento de inércia no estádio II (𝐼𝐼𝐼 ):

𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎 (definido na subseção 4.2);


𝐸 210
𝛼𝑒 = 𝐸 𝑠 = 26,84 = 7,82;
𝑐𝑠


𝐴 𝑠 = 1,57 𝑐𝑚2 ;
𝐴𝑠 = 6,13 𝑐𝑚2 ;
𝑑 − = 54,61 𝑐𝑚;
𝑑 = 53,55 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;

Linha neutra no Estádio II:

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵

Com,

(𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 (7,82 − 1). 1,57 + 7,82 .6,13


𝐴= = = 4,19
𝑏𝑤 14

𝑑− . (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝑑 . 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 54,61 . (7,82 − 1). 1,57 + 53,55 . 7,82 . 6,13


𝐵= =
𝑏𝑤 14
𝐵 = 225,12
233

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵 = −4,19 + √4,192 + 2 . 225,12 = 17,44 𝑐𝑚

Logo, o momento de inércia no Estádio II está calculado abaixo:

𝑏. 𝑥 3 𝐼𝐼
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)² + (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 − )2
3
14 . 17,44³
𝐼𝐼𝐼 = + 7,82 . 6,13 . (17,44 − 53,55)² + (7,82 − 1). 1,57 . (17,44 − 54,61)2
3
𝐼𝐼𝐼 = 102053,5 𝑐𝑚4 ≅ 1,021. 10−3 𝑚4

Por fim, se aplica a equação abaixo para determinar o momento de inércia


equivalente:

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼 ≤ 𝐼𝑐
𝑀𝑎 𝑀𝑎
36,54 3 −3
36,54 3
𝐼𝑒𝑞 =( ) . 2,52. 10 + [1 − ( ) ] . 1,021 . 10−3 = 1,16 . 10−3 𝑚4
79,8 79,8

O FTOOL calcula o momento de inércia através da altura e largura do


elemento. Neste caso a altura utiliza deve ser ℎ𝑒𝑞 , a qual está calculada a seguir:

3 12 . 𝐼𝑒𝑞 3 12 . 1,16 . 10−3


ℎ𝑒𝑞 =√ =√ = 0,46 𝑚 = 46 𝑐𝑚
𝑏 0,14

- Flecha imediata (FTOOL)

𝑓0 = 0,422 𝑐𝑚

Adicionalmente se calcula a flecha diferida conforme a equação abaixo:

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50 . 𝑝−

A taxa de armadura comprimida na laje L1 é:


234

𝐴𝑠 − 1,57
𝑝− = = = 0,0021
𝑏 . 𝑑 14 . 53,55

Determinado o tempo de escoramento em 14 dias ou 0,5 mês, computa-se 𝛥𝜉


através da seguinte equação:

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )

Com,

𝜉(𝑡) = 𝜉(0,5) = 0,68 . (0,996𝑡 ). 𝑡 0,32 = 0,68 . (0,9960,5 ). 0,50,32 = 0,544


𝜉(𝑡) = 2 para 𝑡 ≥ 70 meses.

Logo,

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 ) = 2 − 0,544 = 1,456

Então, o coeficiente para determinar a flecha diferida é igual a:

𝛥𝜉 1,456
𝛼𝑓 = = = 1,318
1 + 50 . 𝑝− 1 + 50 . 0,0021

Determinadas as deformações imediatas e ao longo do tempo, pode-se aplicar


a equação abaixo para computar a flecha total da laje L1.

𝑓𝑡 = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 = (1 + 1,318) . 0,422 = 0,98 𝑐𝑚

Após a obtenção da flecha total, compara-se seu valor com os deslocamentos


limites da Tabela 17. A seguir foram calculados os limites de flecha para o efeito
visual e de vibração.

Efeito visual
235

𝑙𝑥 535
𝑓𝑡 < ∴ 𝑓𝑡 < = 2,14 𝑐𝑚
250 250
𝑓𝑡 = 0,98 𝑐𝑚 > 2,14 𝑐𝑚

Para verificar o deslocamento limite do efeito de vibração, são apenas utilizadas


as cargas variáveis para comparação das flechas. A seguir está calculada a
flecha total apenas levando em consideração as cargas variáveis.

𝑞
𝑓𝑡 (𝑞) = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 .
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Com,

𝑔𝐿1−𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑔𝐿2−𝑣𝑖𝑔𝑎
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + + − 2 .𝑞
𝛾𝑔 𝛾𝑔
5,53 5,01
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2,1 + 4,18 + + − 2 . 1,5 = 10,81 𝑘𝑁/𝑚
1,4 1,4

Então,

𝑞 1,5
𝑓𝑡 (𝑞) = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 . = (1 + 1,318). 0,98 . = 0,28 𝑐𝑚
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 1,5 + 10,81

Efeito de vibração

𝑙𝑥 535
𝑓𝑡 (𝑞) < ∴ 0,28 < = 1,52 𝑐𝑚
350 350

• V14

A viga V14 recebe carregamento das lajes L1 e L2. Abaixo estão descritos
os cálculos das cargas de serviço da viga V14.

𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 = 2,1 + 3,74 = 5,84 𝑘𝑁/𝑚;


𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 15,64
𝑄1−𝑉14 = − (1,0 − 𝜓2 ). 𝑞 = − (1 − 0,3). 1,5 = 10,12 𝑘𝑁/𝑚;
𝛾𝑔 1,4
236

𝑔𝑙𝑎𝑗𝑒−𝑣𝑖𝑔𝑎 14,89
𝑄2−𝑉14 = − (1,0 − 𝜓2 ). 𝑞 = − (1 − 0,3). 1,5 = 9,58 𝑘𝑁/𝑚;
𝛾𝑔 1,4

Logo, a carga total de serviço (𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ) na viga V14 é:

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + 𝑄1−𝑉14 + 𝑄2−𝑉14


𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 5,84 + 10,12 + 9,58 = 25,54 𝑘𝑁/𝑚

A Figura 55 ilustra a viga V14 e seu carregamento de serviço; a Figura 56 exibe


o diagrama de momentos fletores de serviço da viga V14.

Figura 55 – Carregamento de serviço na viga V14

Fonte: Do autor.

Figura 56 – Diagrama de momentos fletores de serviço da viga V14

Fonte: Do autor.

A partir do diagrama de momentos fletores de serviço se identifica o maior


momento fletor atuante (𝑀𝑎 = 131,6 𝑘𝑁. 𝑚). Foram omitidos os cálculos do
momento de fissuração (𝑀𝑅 = 36,54 𝑘𝑁. 𝑚), pois eles são idênticos para a viga
V1.
𝑀𝑎 = 131,6 𝑘𝑁. 𝑚 > 𝑀𝑅 = 36,54 𝑘𝑁. 𝑚

Como 𝑀𝑎 > 𝑀𝑅 , então, a viga fissura. Neste caso, se executa o cálculo da inércia
equivalente segundo a equação abaixo.
237

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼 ≤ 𝐼𝑐
𝑀𝑎 𝑀𝑎

Primeiramente devem ser calculados e dispostos os seguintes parâmetros para


executar o cálculo do momento de inércia no estádio II (𝐼𝐼𝐼 ):

𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎 (definido na subseção 4.2);


𝐸 210
𝛼𝑒 = 𝐸 𝑠 = 26,84 = 7,82;
𝑐𝑠


𝐴 𝑠 = 1,57 𝑐𝑚2 ;
𝐴𝑠 = 12,06 𝑐𝑚2;
𝑑 − = 56,20 𝑐𝑚;
𝑑 = 52,32 𝑐𝑚;
𝑏𝑤 = 14 𝑐𝑚;

Linha neutra no Estádio II:

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵

Com,

(𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 (7,82 − 1). 1,57 + 7,82 .12,06


𝐴= = = 7,50
𝑏𝑤 14

𝑑 − . (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 + 𝑑 . 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 56,20 . (7,82 − 1). 1,57 + 52,32 . 7,82 . 12,06


𝐵= =
𝑏𝑤 14
𝐵 = 395,43

𝑥𝐼𝐼 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 . 𝐵 = −7,50 + √7,502 + 2 . 395,43 = 21,61 𝑐𝑚

Logo, o momento de inércia no Estádio II está calculado abaixo:

𝑏. 𝑥 3 𝐼𝐼
𝐼𝐼𝐼 = + 𝛼𝑒 . 𝐴𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑)² + (𝛼𝑒 − 1). 𝐴− 𝑠 . (𝑥𝐼𝐼 − 𝑑 − )2
3
238

14 . 21,61³
𝐼𝐼𝐼 = + 7,82 . 12,06 . (21,61 − 52,32)² + (7,82 − 1). 1,57 . (21,61 − 56,20)2
3
𝐼𝐼𝐼 = 148849 𝑐𝑚4 ≅ 1,488. 10−3 𝑚4

Por fim, se aplica a equação abaixo para determinar o momento de inércia


equivalente:

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = ( ) . 𝐼𝑐 + [1 − ( ) ] . 𝐼𝐼𝐼 ≤ 𝐼𝑐
𝑀𝑎 𝑀𝑎
36,54 3 −3
36,54 3
𝐼𝑒𝑞 =( ) . 2,52. 10 + [1 − ( ) ] . 1,488 . 10−3 = 1,51 . 10−3 𝑚4
131,6 131,6

O FTOOL calcula o momento de inércia através da altura e largura do


elemento. Neste caso a altura utiliza deve ser ℎ𝑒𝑞 , a qual está calculada a seguir:

3 12 . 𝐼𝑒𝑞 3 12 . 1,51 . 10−3


ℎ𝑒𝑞 = √ =√ = 50,60 𝑐𝑚
𝑏 0,14

- Flecha imediata (viga biapoiada)

5 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . 𝑙𝑥 4
𝑓0 =
384 𝐸 . 𝐼𝑒𝑞

Resgatando alguns valores para o cálculo da flecha imediata

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 25,54 𝑘𝑁/𝑚;


𝑙𝑥 = 6,42 𝑚;
𝐸 = 𝐸𝑐𝑠 = 26,84 𝐺𝑃𝑎 = 26840 . 103 𝑘𝑁/𝑚²;
𝐼𝑒𝑞 = 1,51 . 10−3 𝑚4 ;

O valor da flecha imediata:

5 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . 𝑙𝑥 4 5 25,54 . 6,424


𝑓0 = . = . = 1,39. 10−2 𝑚 = 1,39 𝑐𝑚
384 𝐸 . 𝐼𝑒𝑞 384 26840. 103 . 1,51 . 10−3
239

Adicionalmente se calcula a flecha diferida conforme a equação abaixo:

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50 . 𝑝−

A taxa de armadura comprimida na laje L1 é:


𝐴𝑠 − 1,57
𝑝 = = = 0,0021
𝑏 . 𝑑 14 . 52,32

Determinado o tempo de escoramento em 14 dias ou 0,5 mês, pode-se computar


𝛥𝜉 através da seguinte equação:

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 )

Com,

𝜉(𝑡) = 𝜉(0,5) = 0,68 . (0,996𝑡 ). 𝑡 0,32 = 0,68 . (0,9960,5 ). 0,50,32 = 0,544


𝜉(𝑡) = 2 para 𝑡 ≥ 70 meses.

Logo,

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0 ) = 2 − 0,544 = 1,456

Então, o coeficiente para determinar a flecha diferida é igual a:

𝛥𝜉 1,456
𝛼𝑓 = = = 1,318
1 + 50 . 𝑝− 1 + 50 . 0,0021

Determinadas as deformações imediatas e ao longo do tempo, pode-se aplicar


a equação abaixo para computar a flecha total da laje L1.

𝑓𝑡 = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 = (1 + 1,318) . 1,39 = 3,22 𝑐𝑚


240

Após a obtenção da flecha total, compara-se seu valor com os deslocamentos


limites da Tabela 17. A seguir foram calculados os limites de flecha para o efeito
visual e de vibração.

Efeito visual

𝑙𝑥 642
𝑓𝑡 > ∴ 𝑓𝑡 > = 2,57 𝑐𝑚
250 250
𝑓𝑡 = 3,22 𝑐𝑚 > 2,57 𝑐𝑚

Como a flecha diferida no tempo (𝑓𝑡 ) é maior que o deslocamento limite exigido
por norma, optou-se por aplicar contra-flecha igual a 1 cm. Assim, a flecha total
diferida subtraída da contra-flecha (𝑐𝑓) na viga V14 é dada por:

𝑓𝑡 = 3,22 − 𝑐𝑓 = 3,22 − 1,00 = 2,22 𝑐𝑚

Desta maneira a flecha total respeita o limite visual de 𝑙𝑥 /250. Outras soluções
para diminuir o valor da flecha final da viga V14 seriam: aumentar sua inércia,
retirar o engastamento entre as lajes L1 e L2 e até aumentar a largura dos apoios
(V1 e V4) para possibilitar o engaste.
Para verificar o deslocamento limite do efeito de vibração, são apenas
utilizadas as cargas variáveis para comparação das flechas. A seguir está
calculada a flecha total apenas levando em consideração as cargas variáveis.

𝑞
𝑓𝑡 (𝑞) = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 .
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Com,

𝑔𝐿1−𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑔𝐿2−𝑣𝑖𝑔𝑎
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑔𝑝𝑎𝑟 + + − 2 .𝑞
𝛾𝑔 𝛾𝑔
15,64 14,89
𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2,1 + 3,74 + + − 2 . 1,5 = 24,65 𝑘𝑁/𝑚
1,4 1,4

Então,
241

𝑞 1,5
𝑓𝑡 (𝑞) = (1 + 𝛼𝑓 ) . 𝑓0 . = (1 + 1,318). 1,39 . = 0,18 𝑐𝑚
𝑞 + 𝑔𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 1,5 + 24,65

Efeito de vibração

𝑙𝑥 642
𝑓𝑡 (𝑞) < ∴ 0,18 < = 0,98 𝑐𝑚
350 350

14.9 DETALHAMENTO DAS VIGAS

Afim de se determinar os comprimentos e disposições das barras


positivas e negativas analisa-se o diagrama de momento fletores decalado e
calcula-se os comprimentos necessários para que as barras de aço transfiram
os esforços para o concreto. Abaixo constam os cálculos e diagramas que
demonstram o procedimento para computar o comprimento total das barras
longitudinais das vigas V1 e V14.

• V1a (armadura positiva)

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Com,

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑

Onde,

𝜂1 = 2,25;
𝜂2 = 1,0 (boa aderência);
𝜂3 = 1,0;
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
242

𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;


𝛷𝑙 = 12,5 𝑚𝑚 = 1,25 𝑐𝑚;

Logo,

𝑓𝑏𝑑 = 2,25 . 1,0 .1,0 . 0,145 = 0,326 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Assim,

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,25 43,48
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,25
4 0,326
𝑙𝑏 = 41,7 𝑐𝑚 ≥ 31,25 𝑐𝑚
𝑙𝑏 = 41,7 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚
0,3 . 41,7
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 1,25
10 𝑐𝑚
12,5 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ {12,5 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 = 12,5 𝑐𝑚

Onde,
243

𝛼 = 0,7 (com gancho);


𝐴𝑠 = 5,75 𝑐𝑚²;
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 6,14 𝑐𝑚² (5𝛷12,5 𝑚𝑚);
𝑙𝑏 = 41,7 𝑐𝑚;

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡
5,72
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 0,7 . 41,7 . ≥ 12,5
6,14
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 27,2 ≥ 12,5
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 27,2 𝑐𝑚 → 28 𝑐𝑚

- Armadura na seção dos apoios

Abaixo foi conferida a ancoragem da diagonal de compressão e a


necessidade do prolongamento de parte da armadura de tração do vão segundo
o item 18.3.2.4 da NBR 6118:2014. Após obtidos os resultados da área de aço
requerida na seção dos apoios foi selecionada a maior para ser aplicada na viga
V1.

- Ancoragem da diagonal de compressão

𝑎𝑙
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑
𝑑

Onde,

𝑎𝑙 = 75 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 53,55 𝑐𝑚;
𝑉𝑑 = 101,4 𝑘𝑁;
𝑁𝑑 = 0 𝑘𝑁;
244

Logo,

75
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 101,4 = 142,0 𝑘𝑁
53,55

Se define a área de aço pela relação (𝑓𝑜𝑟ç𝑎/𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜), então se define a área de


aço tracionada nos apoios para ancorar as bielas de compressão segundo a
expressão a seguir:

𝐹𝑆𝑑 142
𝐴𝑠𝑡 = = = 3,26 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,48

- Prolongamento da armadura de tração do vão

|𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | > 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜


|96,1| > 0,5 . 121,7 ∴ 96,1 𝑘𝑁. 𝑚 > 60,85 𝑘𝑁. 𝑚

Sendo que o momento no apoio é maior que metade da armadura do vão,


deve ser respeitada a seguinte relação:

1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 )
4
1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (6,14)
4
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 1,54 𝑐𝑚²

Portanto, 𝐴𝑠𝑡 > 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 , sendo assim, a área de aço no pilar P1 deve ser igual
ou maior a 𝐴𝑠𝑡 = 3,26 𝑐𝑚². No pilar P2 (apoio intermediário) apenas é
considerada a área de 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 1,54 𝑐𝑚2.

- Comprimento das barras nas extremidades

Deve-se prolongar a armadura na seção dos apoios segundo a expressão


abaixo.
245

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(𝑟 + 5,5 . 𝛷)
6 𝑐𝑚

Com,

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 28 𝑐𝑚;
5 .𝛷 5 . 1,25
𝑟= = = 3,12 𝑐𝑚;
2 2

𝛷 = 1,25 𝑐𝑚;

28,0 𝑐𝑚
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(3,12 + 5,5 . 1,25) = 10,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 = 28 𝑐𝑚
6,0 𝑐𝑚

- Comprimento do gancho

Foi optado pela utilização de ganchos para ancoragem das barras no pilar P1. O
comprimento do gancho (𝑙𝑔 ) empregado foi igual a:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4
𝜋 . (5 . 1,25 + 1,25)
𝑙𝑔 = + 8 . 1,25 = 15,89 𝑐𝑚 → 16 𝑐𝑚
4

- Comprimento de traspasse para barras tracionadas

Optou-se por prolongar as armaduras positivas da 1ª camada


(2𝛷12,5 𝑚𝑚) até os apoios. Como as barras ancoram diretamente nos apoios
não é necessário calcular o comprimento de traspasse dessa região, pois não
há armaduras secundárias para serem traspassadas.
246

• V1b (armadura positiva)

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Com,

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑

Onde,

𝜂1 = 2,25;
𝜂2 = 1,0 (boa aderência);
𝜂3 = 1,0
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛷𝑙 = 10,0 𝑚𝑚 = 1,0 𝑐𝑚;

Logo,

𝑓𝑏𝑑 = 2,25 . 1,0 .1,0 . 0,145 = 0,326 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Assim,

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,0 43,48
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,0
4 0,326
𝑙𝑏 = 33,3 𝑐𝑚 ≥ 25,0 𝑐𝑚
𝑙𝑏 = 33,3 𝑐𝑚
247

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚
0,3 . 33,3
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 1,0
10 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ {10 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 = 10,0 𝑐𝑚

Onde,

𝛼 = 0,7 (com gancho);


𝐴𝑠 = 0,18 𝑐𝑚²;
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 1,57 𝑐𝑚² (2𝛷10,0 𝑚𝑚);
𝑙𝑏 = 33,3 𝑐𝑚;

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡
0,18
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 0,7 . 33,3 . ≥ 10,0
1,57
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 2,67 ≥ 10,0
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 10,0 𝑐𝑚

- Armadura na seção dos apoios

Abaixo foi conferida a ancoragem da diagonal de compressão e a


necessidade do prolongamento de parte da armadura de tração do vão segundo
248

o item 18.3.2.4 da NBR 6118:2014. Após obtidos os resultados da área de aço


requerida na seção dos apoios foi selecionada a maior para ser aplicada na viga
V1.

- Ancoragem da diagonal de compressão

𝑎𝑙
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑
𝑑

Onde,

𝑎𝑙 = 75 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 56,50 𝑐𝑚;
𝑉𝑑 = 4,4 𝑘𝑁;
𝑁𝑑 = 0 𝑘𝑁;

Logo,

75
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 4,4 = 5,84 𝑘𝑁
56,50

Calcula-se área de aço tracionado nos apoios para ancorar as bielas de


compressão segundo a expressão a seguir:

𝐹𝑆𝑑 5,84
𝐴𝑠𝑡 = = = 0,13 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,48

- Prolongamento da armadura de tração do vão

|4,5| ≤ 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜

|4,5| ≤ 0,5 . 20 ∴ 4,5 𝑘𝑁. 𝑚 ≤ 10,0 𝑘𝑁. 𝑚


249

Sendo que o momento no apoio é menor que metade do momento do vão


(aproximadamente no meio do vão), deve ser respeitada a seguinte relação:

1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 )
3

1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (1,57)
3

𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 0,52 𝑐𝑚²

Portanto, 𝐴𝑠𝑡 < 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 , sendo assim, a área de aço nos pilares P2 e P3 devem
ser 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 0,52 𝑐𝑚².

- Comprimento das barras nas extremidades

Deve-se prolongar a armadura na seção dos apoios segundo a expressão


abaixo.

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(𝑟 + 5,5 . 𝛷)
6 𝑐𝑚

Com,

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 10 𝑐𝑚;
5 .𝛷 5 . 1,00
𝑟= = = 2,50 𝑐𝑚;
2 2

𝛷 = 1,00 𝑐𝑚;

10 𝑐𝑚
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥{ (3,12 + 5,5 . 1,00) = 8,62 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 = 10 𝑐𝑚
6,0 𝑐𝑚
250

- Comprimento do gancho

Foi optado pela utilização de ganchos para ancoragem das barras no pilar P1. O
comprimento do gancho (𝑙𝑔 ) empregado foi igual a:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4
𝜋 . (5 . 1,00 + 1,00)
𝑙𝑔 = + 8 . 1,00 = 12,7 𝑐𝑚 → 13 𝑐𝑚
4

- Comprimento de traspasse para barras tracionadas

Optou-se por prolongar as armaduras positivas da 1ª camada


(2𝛷10,0 𝑚𝑚) até os apoios, assim, não há barras a serem traspassadas.

• V1a (armadura negativa na região do pilar P1)

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Com,

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑

Onde,

𝜂1 = 2,25;
𝜂2 = 1,0;
𝜂3 = 0,7 (má aderência);
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛷𝑙 = 12,5 𝑚𝑚 = 1,25 𝑐𝑚;
251

Logo,

𝑓𝑏𝑑 = 2,25 . 1,0 .0,7 . 0,145 = 0,228 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Assim,

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,25 43,48
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,25
4 0,228
𝑙𝑏 = 59,6 𝑐𝑚 ≥ 31,25 𝑐𝑚
𝑙𝑏 = 59,6 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚
0,3 . 84,6 = 25,4 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 1,25 = 12,5 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 = 25,4 𝑐𝑚

Onde,

𝛼 = 0,7 (com gancho);


𝐴𝑠 = 4,34 𝑐𝑚²;
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 4,91 𝑐𝑚² (4𝛷12,5 𝑚𝑚);
𝑙𝑏 = 59,6 𝑐𝑚;
252

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡
4,34
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 0,7 . 59,6 . ≥ 17,9
4,91
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 36,9 ≥ 17,9
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 36,9 𝑐𝑚 → 37 𝑐𝑚

- Armadura na seção dos apoios

Abaixo foi conferida a ancoragem da diagonal de compressão e a


necessidade do prolongamento de parte da armadura de tração do vão segundo
o item 18.3.2.4 da NBR 6118:2014. Após obtidos os resultados da área de aço
requerida na seção dos apoios foi selecionada a maior para ser aplicada na viga
V1.

- Ancoragem da diagonal de compressão

𝑎𝑙
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑
𝑑

Onde,

𝑎𝑙 = 75 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 53,55 𝑐𝑚;
𝑉𝑑 = 101,4 𝑘𝑁;
𝑁𝑑 = 0 𝑘𝑁;

Logo,

75
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 101,4 = 142,0 𝑘𝑁
53,55

Calcula-se a área de aço tracionada nos apoios para ancorar as bielas de


compressão segundo a expressão a seguir:
253

𝐹𝑆𝑑 142
𝐴𝑠𝑡 = = = 3,26 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,48

- Prolongamento da armadura de tração do vão

|𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | > 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜


|96,1| > 0,5 . 121,7 ∴ 96,1 𝑘𝑁. 𝑚 > 60,85 𝑘𝑁. 𝑚

Sendo que o momento no apoio é maior que metade da armadura do vão,


deve ser respeitada a seguinte relação:

1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 )
4
1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (6,14)
4
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 1,54 𝑐𝑚²

Portanto, 𝐴𝑠𝑡 > 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 , sendo assim, a área de aço no pilar P1 deve ser igual
ou maior a 𝐴𝑠𝑡 = 3,26 𝑐𝑚².

- Comprimento das barras nas extremidades

Deve-se prolongar a armadura na seção dos apoios segundo a expressão


abaixo.

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(𝑟 + 5,5 . 𝛷)
6 𝑐𝑚

Com,

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 37 𝑐𝑚;
5 .𝛷 5 . 1,25
𝑟= = = 3,12 𝑐𝑚;
2 2

𝛷 = 1,25 𝑐𝑚;
254

37 𝑐𝑚
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(3,12 + 5,5 . 1,25) = 10,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 = 37 𝑐𝑚
6,0 𝑐𝑚

- Comprimento do gancho

Foi optado pela utilização de ganchos para ancoragem das barras no pilar P1. O
comprimento do gancho (𝑙𝑔 ) empregado foi igual a:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4
𝜋 . (5 . 1,25 + 1,25)
𝑙𝑔 = + 8 . 1,25 = 15,89 𝑐𝑚 → 16 𝑐𝑚
4

- Comprimento de traspasse para barras tracionadas

Não foi necessário executar o cálculo de traspasse, pois foi posicionada


a armadura negativa continuamente ao longo de toda V1.

• V1b (armadura negativa na região do pilar P2)

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Com,

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑

Onde,

𝜂1 = 2,25;
𝜂2 = 1,0;
255

𝜂3 = 0,7 (má aderência);


𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛷𝑙 = 12,5 𝑚𝑚 = 1,25 𝑐𝑚;

Logo,

𝑓𝑏𝑑 = 2,25 . 1,0 .0,7 . 0,145 = 0,228 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Assim,

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,25 43,48
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,25
4 0,228
𝑙𝑏 = 59,6 𝑐𝑚 ≥ 31,25 𝑐𝑚
𝑙𝑏 = 59,6 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

4,34
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
4,91

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚
0,3 . 59,6 = 17,9 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 1,25 = 12,5
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 = 17,9 𝑐𝑚

Onde,

𝛼 = 1,0 (com gancho);


256

𝐴𝑠 = 4,22 𝑐𝑚²;
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 4,91 𝑐𝑚² (4𝛷12,5 𝑚𝑚);
𝑙𝑏 = 59,6 𝑐𝑚;

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡
4,22
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 1,0 . 59,6 . ≥ 17,9
4,91
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 51,2 ≥ 17,9
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 51,2 𝑐𝑚 → 52 𝑐𝑚

- Armadura na seção dos apoios

Abaixo foi conferida a ancoragem da diagonal de compressão e a


necessidade do prolongamento de parte da armadura de tração do vão segundo
o item 18.3.2.4 da NBR 6118:2014. Após obtidos os resultados da área de aço
requerida na seção dos apoios foi selecionada a maior para ser aplicada na viga
V1.

- Ancoragem da diagonal de compressão

𝑎𝑙
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑
𝑑

Onde,

𝑎𝑙 = 75 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 − = 54,61 𝑐𝑚;
𝑉𝑑 = 98,1 𝑘𝑁;
𝑁𝑑 = 0 𝑘𝑁;
257

Logo,

75
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 98,1 = 134,7 𝑘𝑁
54,61

Se define a área de aço pela relação (𝑓𝑜𝑟ç𝑎/𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜), então se define a área de


aço tracionada nos apoios para ancorar as bielas de compressão segundo a
expressão a seguir:

𝐹𝑆𝑑 134,7
𝐴𝑠𝑡 = = = 3,17 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,48

- Prolongamento da armadura de tração do vão

|𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | > 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜


|93,5| > 0,5 . 121,7 ∴ 93,5 𝑘𝑁. 𝑚 > 60,85 𝑘𝑁. 𝑚

Sendo que o momento no apoio é maior que metade da armadura do vão,


deve ser respeitada a seguinte relação:

1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 )
4
1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (6,14)
4
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 1,54 𝑐𝑚²

Portanto, 𝐴𝑠𝑡 > 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 , sendo assim, a área de aço no pilar P2 deve ser igual
ou maior a 𝐴𝑠𝑡 = 3,26 𝑐𝑚².

- Comprimento das barras nas extremidades

Deve-se prolongar a armadura na seção dos apoios segundo a expressão


abaixo.
258

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(𝑟 + 5,5 . 𝛷)
6 𝑐𝑚

Com,

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 53 𝑐𝑚;
5 .𝛷 5 . 1,25
𝑟= = = 3,12 𝑐𝑚;
2 2

𝛷 = 1,25 𝑐𝑚;

53 𝑐𝑚
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥{ (3,12 + 5,5 . 1,25) = 10,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 = 53 𝑐𝑚
6,0 𝑐𝑚

- Comprimento do gancho

Foi optado pela utilização de ganchos para ancoragem das barras no pilar P1. O
comprimento do gancho (𝑙𝑔 ) empregado foi igual a:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4

𝜋 . (5 . 1,25 + 1,25)
𝑙𝑔 = + 8 . 1,25 = 15,89 𝑐𝑚 → 16 𝑐𝑚
4

• V14 (armadura positiva)

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Com,

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑
259

Onde,

𝜂1 = 2,25;
𝜂2 = 1,0;
𝜂3 = 1,0 (boa aderência);
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛷𝑙 = 16,0 𝑚𝑚 = 1,60 𝑐𝑚;

Logo,

𝑓𝑏𝑑 = 2,25 . 1,0 .1,0 . 0,145 = 0,326 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Assim,

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,60 43,48
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,60
4 0,326
𝑙𝑏 = 53,3 𝑐𝑚 ≥ 40 𝑐𝑚
𝑙𝑏 = 53,3 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚
0,3 . 53,3 = 16,0 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 1,6 = 16,0 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 = 16,0 𝑐𝑚
260

Onde,

𝛼 = 0,7 (com gancho);


𝐴𝑠 = 10,60 𝑐𝑚²;
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 12,06 𝑐𝑚² (6𝛷16,0 𝑚𝑚);
𝑙𝑏 = 53,3 𝑐𝑚;

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡
10,60
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 0,7 . 53,3 . ≥ 16,0
12,06
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 32,8 ≥ 16,0
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 32,8 𝑐𝑚 → 33 𝑐𝑚

- Armadura na seção dos apoios

Abaixo foi conferida a ancoragem da diagonal de compressão e a


necessidade do prolongamento de parte da armadura de tração do vão segundo
o item 18.3.2.4 da NBR 6118:2014. Após obtidos os resultados da área de aço
requerida na seção dos apoios foi selecionada a maior para ser aplicada na viga
V14.

- Ancoragem da diagonal de compressão

𝑎𝑙
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑
𝑑

Onde,

𝑎𝑙 = 54 𝑐𝑚;
𝑑𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔 = 52,32 𝑐𝑚;
𝑉𝑑 = 124,3 𝑘𝑁;
𝑁𝑑 = 0 𝑘𝑁;
261

Logo,

54
𝐹𝑆𝑑 = ( ) . 124,3 = 128,3 𝑘𝑁
52,32

A área de aço tracionada nos apoios para ancorar as bielas de compressão está
calculada a seguir:

𝐹𝑆𝑑 128,3
𝐴𝑠𝑡 = = = 2,95 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,48

- Prolongamento da armadura de tração do vão

|𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | ≤ 0,5 . 𝑀𝑣ã𝑜


|0| ≤ 0,5 . 199,4 ∴ 0 𝑘𝑁. 𝑚 > 99,7 𝑘𝑁. 𝑚

Sendo que o momento no apoio é maior que metade da armadura do vão,


deve ser respeitada a seguinte relação:

1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (𝐴𝑠,𝑣ã𝑜 )
3
1
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ . (12,06)
3
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 4,02 𝑐𝑚²

Portanto, 𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 > 𝐴𝑠𝑡 , sendo assim, a área de aço nas vigas V1 e V4 deve ser
𝐴𝑠,𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 4,02 𝑐𝑚².

- Comprimento das barras nas extremidades

Deve-se prolongar a armadura na seção dos apoios segundo a expressão


abaixo.
262

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥ {(𝑟 + 5,5 . 𝛷)
6 𝑐𝑚

Com,

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 33 𝑐𝑚;
5 .𝛷 5 . 1,60
𝑟= = = 4,0 𝑐𝑚;
2 2

𝛷 = 1,6 𝑐𝑚;

33 𝑐𝑚
𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 ≥{(4,0 + 5,5 . 1,6) = 12,8 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚 = 33 𝑐𝑚
6,0 𝑐𝑚

- Comprimento do gancho

Foi optado pela utilização de ganchos para ancoragem das barras no pilar P1. O
comprimento do gancho (𝑙𝑔 ) empregado foi igual a:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4
𝜋 . (5 . 1,60 + 1,60)
𝑙𝑔 = + 8 . 1,60 = 20,3 𝑐𝑚 → 21 𝑐𝑚
4

• V14 (armadura negativa)

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑

Com,

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑
263

Onde,

𝜂1 = 2,25;
𝜂2 = 0,7 (má aderência);
𝜂3 = 1,0;
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛷𝑙 = 10,0 𝑚𝑚 = 1,0 𝑐𝑚;

Logo,

𝑓𝑏𝑑 = 2,25 . 0,7 .1,0 . 0,145 = 0,228 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Assim,

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,00 43,48
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,00
4 0,228
𝑙𝑏 = 47,7 𝑐𝑚 ≥ 25 𝑐𝑚
𝑙𝑏 = 47,7 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡

Com,

0,3 . 𝑙𝑏
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 𝛷
10 𝑐𝑚
0,3 . 47,7 = 14,3 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 ≥ { 10 . 1,0 = 10,0 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛 = 14,3 𝑐𝑚
264

Onde,

𝛼 = 1,0 (com gancho);


𝐴𝑠 = 1,26 𝑐𝑚²;
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 1,26 𝑐𝑚² (2𝛷10,0 𝑚𝑚);
𝑙𝑏 = 47,7 𝑐𝑚;

𝐴𝑠
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . ≥ 𝑙𝑏,𝑚𝑖𝑛
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡
1,26
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 0,7 . 47,7 . ≥ 10,0
1,26
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 33,4 ≥ 10,0

𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 33,4 𝑐𝑚 → 34 𝑐𝑚

- Comprimento do gancho

Foi optado pela utilização de ganchos para ancoragem das barras nas vigas V1
e V4 por conta do 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ser maior que a largura do apoio (𝑏 = 14 𝑐𝑚). O
comprimento do gancho (𝑙𝑔 ) empregado foi igual a:

𝜋 . (5 . 𝛷 + 𝛷)
𝑙𝑔 = + 8 .𝛷
4
𝜋 . (5 . 1,0 + 1,0)
𝑙𝑔 = + 8 . 1,0 = 12,7 𝑐𝑚 → 13 𝑐𝑚
4

Foram resumidos abaixo os comprimentos de ancoragem para as vigas V1 e


V14 onde as armaduras foram interrompidas na face dos apoios para facilitar a
visualização (Figura 57 e Figura 58).
265

Figura 57 – Distribuição das armaduras longitudinais na viga V1 conforme o diagrama decalado

Fonte: Do autor.

Figura 58 – Distribuição das armaduras longitudinais na viga V14 conforme o diagrama decalado

Fonte: Do autor.

14.9.1 Detalhamento das vigas V1 e V14

Optou-se por utilizar barras longitudinais de reforço onde estão as maiores


solicitações, ao invés de prolongar todas as armaduras até o apoio. Desta
maneira se economiza aço, por outro lado, torna a montagem das armaduras
mais elaborada dificultando sua execução. Nos trechos onde não há momento
negativo foi respeitada a armadura mínima e foram empregadas 2𝛷10,0 𝑚𝑚. Era
possível também empregar 3𝛷8,0 𝑚𝑚, no entanto, a utilização de 3𝛷8,0 𝑚𝑚
resultaria em 𝑎ℎ = 2,8 𝑐𝑚, o que geraria maior dificuldade na introdução do
vibrador dentro das vigas.
266

A utilização de estribos de 𝛷 = 5,0 𝑚𝑚 em comparação a estribos de 𝛷 =


6,3 𝑚𝑚 contribui para a facilidade do corte e dobra do aço. Como também,
conduz a menores taxas de aço nas vigas, por conta de que os esforços
cortantes exigiriam estribos de 𝛷 = 6,3 𝑚𝑚 mais espaçados que o espaçamento
máximo (𝑠𝑚á𝑥 ) em diversas vigas.
Constam os detalhamentos das vigas V1 (Figura 59) e V14 (Figura 60) a
seguir:
267

Figura 59 – Detalhamento da viga V1

Fonte: Do autor.
268

Figura 60 – Detalhamento da viga V14

Fonte: Do autor.
269

15. PILARES

Segundo Carvalho e Pinheiro (2009, p.310) “pilar é um elemento estrutural


geralmente vertical (...) e recebe ações predominantemente de compressão”.
São os pilares que recebem as cargas das vigas ou lajes as quais são
transmitidas para as fundações. Normalmente, possuem seção transversal
retangular ou circular e seu comprimento é ligeiramente maior que sua largura e
altura (CARVALHO e PINHEIRO, 2009).
A NBR 6118:2014 categoriza os elementos preponderantemente à
compressão como: pilares e pilares-parede. Os pilares-parede podem ser
compostos, possuindo seções transversais variadas, e para classificá-lo como
tal deve possuir seção transversal com a menor dimensão menor que 1/5 da
maior dimensão.
Os pilares são os principais elementos que atuam na estabilidade dos
edifícios que estão sujeitos a cargas de vento atuantes sobre a fachada.
Conforme o item 15.4.3 da NBR 6118:2014 “é possível identificar, dentro da
estrutura, subestruturas que, devido à sua grande rigidez a ações horizontais,
resistem à maior parte dos esforços decorrentes dessas ações”. Quando um pilar
possui essa função ele é um elemento de contraventamento da edificação, caso
contrário ele é um elemento contraventado.
Dispõe-se os pilares visando não afetar a arquitetura. Entretanto,
conforme os esforços submetidos aos pilares ocorrem situações onde esses não
podem ser embutidos na alvenaria, pois sua seção transversal não é compatível
com a largura da parede. Em grandes edifícios, dependendo da configuração da
arquitetura, pilares podem nascer em vigas de transição para compatibilizar a
estrutura e a arquitetura.

15.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A POSIÇÃO EM PLANTA

Em função do posicionamento dos pilares na estrutura esses podem ser


classificados segundo Bastos (2015) em: pilares intermediários, pilares de
extremidade e pilares de canto. As especificidades de cada um estão elencadas
abaixo:
270

- Pilares intermediários: considera-se compressão centrada, desprezando os


momentos fletores transmitidos pelas vigas ou lajes. Os pilares intermediários
apoiam vigas contínuas com carregamento e vão semelhantes nos dois eixos.
- Pilares de extremidade: apoiam 1 viga contínua em uma direção e outra viga
que não tem continuidade. Geralmente estão posicionados na borda da
edificação. Nessa configuração ocorre a flexão composta normal, onde há
compressão e momento fletor em uma direção atuando conjuntamente sobre o
pilar.
- Pilar de canto: Encontram-se comumente nos cantos dos edifícios apoiando as
vigas de borda que não possuem continuidade. Os pilares de canto estão
submetidos a flexão composta oblíqua, logo resistem a momentos fletores nas
duas direções e compressão.

15.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESBELTEZ

No cálculo de pilares, segundo Carvalho e Pinheiro (2009, p.324) “a


consideração da flambagem (...) está relacionada às condições de apoio,
comprimento e seção transversal do pilar, através do índice de esbeltez (𝜆)”.
Para diferentes valores do índice de esbeltez há abordagens específicas de
cálculo, assim, os pilares menos esbeltos possuem procedimentos de cálculo
mais simples, e, os mais esbeltos, consideram maior número de variáveis para
determinar seus esforços.
Segundo Bastos (2015) os pilares podem ser classificados conforme seu
índice de esbeltez como:

- Pilares curtos possuem 𝜆 ≤ 35;


- Pilares médios têm 35 < 𝜆 ≤ 90;
- Pilares medianamente esbeltos têm 90 < 𝜆 ≤ 140;
- Pilares esbeltos têm 140 < 𝜆 ≤ 200;

Limita-se o índice de esbeltez em 200 (𝜆 ≤ 200). A NBR 6118:2014 (item


15.8.1) permite o dimensionamento de pilares com 𝜆 > 200 apenas se a força
normal de cálculo for menor que 10% da compressão suportada pelo pilar (𝑁𝑑 <
0,1 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝐴𝑐 ).
271

A seguir estão explicitados conceitos que fundamentam as classificações


dos pilares quanto à esbeltez.

15.2.1 Índice de esbeltez

O índice de esbeltez (𝜆) é uma propriedade geométrica que é função do


comprimento de flambagem (𝑙𝑒,𝑥 ou 𝑙𝑒,𝑦 ) e do raio de giração (𝑖𝑥 ou 𝑖𝑦 ). Calcula-
se o índice de esbeltez dada a expressão abaixo:

𝑙𝑒,𝑥
𝜆𝑥 =
𝑖𝑦

𝑙𝑒,𝑦
𝜆𝑦 =
𝑖𝑥

Com,

𝐼
𝑖𝑥 = √ 𝑥 ;
𝐴

𝐼𝑦
𝑖𝑦 = √ 𝐴 ;

Onde,

𝜆𝑥 é o índice de esbeltez na direção do eixo x;


𝜆𝑦 é o índice de esbeltez na direção do eixo y;
𝑙𝑒,𝑥 é o comprimento de flambagem na direção do eixo x (𝑚);
𝑙𝑒,𝑦 é o comprimento de flambagem na direção do eixo y (𝑚);
𝑖𝑥 é o raio de giração no eixo x (𝑚);
𝑖𝑦 é o raio de giração no eixo y (𝑚);
𝐼𝑥 é o momento de inércia no eixo x (𝑚4 );
𝐼𝑦 é o momento de inércia no eixo y (𝑚4 );
𝐴 é a área transversal do pilar (𝑚²);
272

15.2.2 Valor-limite 𝝀𝟏

Despreza-se os efeitos de segunda ordem quando o índice de esbeltez


do pilar for menor que o valor-limite 𝜆1 . A expressão de 𝜆1 está descrita abaixo:

25 + 12,5 . 𝑒1 /ℎ
𝜆1 =
𝛼𝑏

Com,

35 ≤ 𝜆1 ≤ 90

Onde,

𝜆1 é o valor-limite para o índice de esbeltez para serem considerados apenas


esforços de 1ª ordem;
𝑒1 é a excentricidade de 1ª ordem (𝑐𝑚);
ℎ é a altura da seção transversal do pilar (maior dimensão) (𝑐𝑚);
𝛼𝑏 é o coeficiente relativo à vinculação dos extremos do pilar e dos
carregamentos atuantes;

15.2.2.1 Coeficiente 𝛼𝑏

Dependente da vinculação dos extremos da coluna isolada e do


carregamento atuante (CARVALHO e PINHEIRO, 2009). Determinado pela
seguinte maneira para os diferentes tipos de vinculações:

a) Para pilares biapoiados sem cargas transversais

𝑀𝐵
𝛼𝑏 = 0,60 + 0,40 . ≥ 0,40
𝑀𝐴
273

Sendo,

1,0 ≥ 𝛼𝑏 ≥ 0,4

Onde,

𝑀𝐴 é o maior momento fletor de 1ª ordem do pilar biapoiado para estruturas de


nós fixos e a soma dos momentos de 1ª e 2º ordem para estruturas de nós
móveis (𝑘𝑁. 𝑚);
𝑀𝐵 é o momento menor que 𝑀𝐴 nas extremidades do pilar e possui sinal positivo
caso tracione a mesma face que 𝑀𝐴 e negativo em caso contrário (𝑘𝑁. 𝑚).

b) Para pilares biapoiados com cargas transversais significativas ao longo da


altura

𝛼𝑏 = 1,0

c) Para pilares em balanço

𝑀𝐶
𝛼𝑏 = 0,80 + 0,20 . ≥ 0,85
𝑀𝐴
Sendo,

1,0 ≥ 𝛼𝑏 ≥ 0,85

Onde,

𝑀𝐴 é o momento fletor de primeira ordem no engaste (𝑘𝑁. 𝑚);


𝑀𝐶 é o momento fletor de 1ª ordem no meio do pilar em balanço;

d) Para pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o


momento mínimo

𝛼𝑏 = 1,0
274

15.2.3 Comprimento de flambagem

Define-se o comprimento de flambagem (𝑙𝑒 ) do elemento comprimido


vinculado em ambas extremidades segundo a NBR 6118:2014 (subseção 15.6)
sendo:

𝑙0 + ℎ
𝑙𝑒 ≤ {
𝑙

Onde,

𝑙0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos


horizontais, que vinculam o pilar (𝑚);
ℎ é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em
estudo (𝑚);
𝑙 é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está
vinculado (𝑚);

Diferenciam-se os comprimentos de flambagem em função das


vinculações da base e do topo do pilar segundo a Figura 61.

Figura 61 – Comprimentos de flambagem para algumas situações de vinculação

Fonte: Adaptado de Bastos e Figueiredo (2009).


275

15.3 DIMENSÃO MÍNIMA

Os pilares não podem apresentar dimensão menor que 19 cm e área


inferior a 360 cm². Porém a NBR 6118:2014 (item 13.2.3) permite a consideração
de pilares de até 14 cm, desde que no dimensionamento seja incluído o
coeficiente adicional 𝛾𝑛 . Multiplicam-se os esforços solicitantes pelo coeficiente
adicional 𝛾𝑛 cujos valores dependem da largura do pilar e estão exibidos na
Tabela 36 abaixo.

Tabela 36 – Valores do coeficiente adicional 𝛾𝑛 para pilares e pilares-parede

𝒃 (cm) ≥19 18 17 16 15 14
𝛾𝑛 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25
Onde
𝛾𝑛 = 1,95 − 0,05 . 𝑏;
𝑏 é a menor dimensão da seção transversal, expressa em centímetros (cm).
NOTA O coeficiente 𝛾𝑛 deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo quando de
seu dimensionamento.
Fonte: ABNT NBR 6118:2014 (Tabela 13.1)

15.4 EFEITOS DE PRIMEIRA E SEGUNDA ORDEM

Sobre as estruturas atuam ações verticais e horizontais, visando absorver


esses carregamentos, a estrutura distribui as tensões pelos diversos elementos
que a compõe. Quando as tensões internas em um elemento não são
influenciadas pelas deformações do mesmo, então, está se analisando a
estrutura pelos esforços de primeira ordem. Na teoria de primeira ordem “as
relações entre tensões e deformações são lineares, geométrica e fisicamente”
cita Carvalho e Figueiredo (2009, p.337). Outra ótica de análise estrutural é levar
em conta a não-linearidade geométrica e incluir nos cálculos as influências das
deformações sobre as tensões. Como também pode-se aplicar a não-linearidade
física onde as tensões não são proporcionais às deformações.
Um dos causadores dos efeitos de segunda ordem nos pilares é o
fenômeno da flambagem. A flambagem pode ser definida como o deslocamento
lateral na direção de maior esbeltez, causando instabilidade em peças
comprimidas e ocorrendo com carga inferior à de ruptura do material (BASTOS,
276

2015). Devido à instabilidade dos elementos sujeitos à compressão, surgem


esforços de flexão.

15.4.1 Imperfeições geométricas

Imperfeições geométricas em estruturas reticuladas (conjunto de pórticos)


também podem produzir efeitos de segunda ordem. Conforme a NBR 6118:2014
(item 11.3.3.4.2), localmente deve ser considerado que um lance de pilar
contraventado possui desaprumo ou falta de retilineidade do eixo do pilar
(imperfeições locais) o que gera flexão no próprio elemento (Figura 62).

Figura 62 – Imperfeições geométricas locais

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Figura 11.2)

A NBR 6118:2014 permite a substituição do efeito das imperfeições locais


pelo momento mínimo de primeira ordem (𝑀1𝑑,𝑚í𝑛 ) dado pela expressão abaixo:

𝑀1𝑑,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ)

Onde,

𝑀1𝑑,𝑚í𝑛 é o momento mínimo de primeira ordem (𝑘𝑁. 𝑚);


277

𝑁𝑑 é o esforço de compressão de cálculo (𝑘𝑁);


ℎ é altura total da seção transversal na direção considerada (𝑚).

15.4.2 Imperfeições globais

Globalmente deve-se aplicar um desaprumo nos elementos verticais e


comparar com as ações do vento. Segundo a NBR 6118:2014 (item 11.3.3.4.1)
os esforços gerados pelo desaprumo e pelo vento são considerados segundo as
seguintes possibilidades:

a) Quando 30% da ação do vento for maior que a ação de desaprumo, considera-
se somente a ação do vento.
b) Quando a ação do vento for inferior a 30% da ação do desaprumo, considera-
se somente o desaprumo.
c) Nos demais casos, combina-se a ação do vento e desaprumo.

Calcula-se as ações geradas pelo vento através da NBR 6123:1988. Esta


norma fixa as condições exigíveis na consideração das forças devidas à ação
estática e dinâmica do vento. Neste trabalho não foram inclusas as cargas de
vento.

15.5 TIPOS DE EXCENTRICIDADE

De acordo com o tipo de pilar (intermediário, de extremidade ou de canto),


posicionamento na forma, comprimento de flambagem e processo construtivo
existem diferentes tipos de excentricidades nos pilares. As excentricidades
medem a distância entre o ponto de aplicação da carga e o centro geométrico
do pilar. Os tipos de excentricidade segundo Carvalho e Figueiredo (2009) estão
listados a seguir:

- Excentricidade inicial (𝑒𝑖 ): Nula nos pilares intermediários, pois é fruto da


transmissão de momentos fletores das vigas descontínuas para os pilares;
- Excentricidade de forma (𝑒𝑓 ): Ocorre quando uma ou mais vigas se apoiam fora
do centro geométrico dos pilares (eixos não coincidem);
278

- Excentricidade acidental (𝑒𝑎 ): Distância entre a carga do pilar e seu centro


geométrico por conta das imperfeições locais;
- Excentricidade de segunda ordem (𝑒2 ): Reproduz o efeito da flambagem.
Assim, quando a carga de compressão atua no pilar, gera-se flexão composta.
- Excentricidade suplementar (𝑒𝑐 ): Prevista para considerar os efeitos da fluência
do concreto. Obrigatória aplicação para pilares com 𝜆 > 90.

15.5.1 Excentricidade de primeira ordem

Segundo Bastos (2015, p.14) “a excentricidade de primeira ordem é


devida à possibilidade de ocorrência de momentos fletores externos solicitantes,
que podem ocorrer ao longo do comprimento do pilar” ou a partir da aplicação
da carga normal fora do centro geométrico da seção do pilar (Figura 63).

Figura 63 – Excentricidade de 1ª ordem

Fonte: Adaptado de Bastos (2015, p.14)

A expressão abaixo determina o valor da excentricidade de 1ª ordem:

𝑀1𝑑
𝑒1 =
𝑁𝑑

Onde,

𝑒1 é a excentricidade de 1ª ordem (𝑚);


𝑀1𝑑 é o momento de cálculo de 1ª ordem (𝑘𝑁. 𝑚);
279

𝑁𝑑 é a carga axial de cálculo (𝑘𝑁).

15.6 ESTRUTURA DE NÓS FIXOS E NÓS MÓVEIS

Segundo a NBR 6118:2014 (item 15.4.2) “as estruturas são consideradas,


para efeito de cálculo, de nós fixos, quando os deslocamentos horizontais dos
nós são pequenos e, por decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são
desprezíveis”. Os efeitos de segunda ordem são desprezados quando não
ultrapassam 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem. Para as estruturas de
nós fixos, basta considerar os efeitos de segunda ordem locais nos cálculos.
Por outro lado, quando os deslocamentos horizontais são significativos,
as estruturas são de nós móveis. Essa condição ocorre quando os efeitos de 2ª
ordem são superiores a 10% dos efeitos de 1ª ordem. Nesses tipos de estruturas
devem ser adicionados aos cálculos os efeitos de segunda ordem locais e
globais.
Neste trabalho apenas foram aplicados manualmente os esforços de 2ª
ordem locais.

15.7 PROCESSOS DE CÁLCULO

Para inserir os efeitos de segunda ordem aos cálculos dos pilares foram
desenvolvidos diversos métodos para obter os esforços internos. Contudo, os
métodos divergem em sua complexidade e aproximação dos resultados reais.
Logo, abaixo estão abordados brevemente os métodos mais complexos, e, com
maior desenvolvimento, estão descritos os métodos mais simples.

15.7.1 Método geral – processo exato

Segundo Carvalho e Pinheiro (2009, p.338) o Método geral

consiste na análise não-linear de segunda ordem efetuada com


discretização adequada da barra, com a consideração da relação
momento/curvatura real em cada seção, e consideração da não-
linearidade geométrica de maneira não aproximada.
280

Deve ser obrigatoriamente utilizado para pilares esbeltos (𝜆 > 140). Em


caso de pilares com seção transversal variável ou sujeito a cargas laterais é
indicado seu uso (CARVALHO e PINHEIRO, 2009).
Em função do estado de esforços resistidos pela seção, determina-se a
curvatura da peça. O momento atuante está relacionado com a curvatura em
diversos pontos ao longo do comprimento do pilar.

15.7.2 Processo geral iterativo – carregamento incremental

Consideram-se os deslocamentos a partir da aplicação de cargas


graduais, assim, em cada etapa é possível resgatar o deslocamento da etapa
anterior. Onde o procedimento é linear e a “carga crítica para a flambagem é
alcançada quando a curva carga x deslocamento atinge seu máximo” explica
Carvalho e Pinheiro (2009).
Na primeira etapa, se considera apenas os momentos fletores de 1ª
ordem, após obtidos os resultados, é aplicada uma carga maior na nova
configuração de deformação da peça o que gera esforços de 2ª ordem.

15.7.3 Método aproximado do pilar-padrão

Os métodos aproximados identificam a seção mais solicitada do pilar


utilizando algumas simplificações para determinar o efeito de segunda ordem
(CARVALHO e PINHEIRO, 2009). O método aproximado do pilar-padrão foi
desenvolvido a partir de um pilar engastado na base e solto na outra
extremidade, submetido a uma carga normal e com excentricidade inicial. Assim,
esse pilar apresenta como efeito de segunda ordem, uma elástica (𝑦(𝑥))
baseada em uma expressão senoide exibida abaixo.

𝜋
𝑦(𝑥) = 𝑎 . 𝑠𝑒𝑛( . 𝑥)
𝑙𝑒

Onde,

𝑦(𝑥) é a linha elástica que descreve sua curvatura em função de 𝑥 (𝑐𝑚);


281

𝑎 é a flecha máxima (𝑐𝑚);


𝑙𝑒 é o comprimento de flambagem (𝑐𝑚);
𝑥 é a ordenada com origem na extremidade livre da barra (𝑐𝑚).

Foi determinada a excentricidade de segunda ordem (𝑒2 ) adotando as seguintes


hipóteses:

- A flecha máxima (𝑎) é função linear da curvatura da barra;


- Admite-se a linha elástica como uma função senoidal;
1
- A derivada segunda da linha elástica é igual a curvatura (𝑟 );

- Desconsiderou-se a não-linearidade física do concreto;

A partir do desenvolvimento matemático da segunda derivada da linha


elástica, deduz-se que o valor da excentricidade de segunda ordem (𝑒2 ) é:

1 𝑙𝑒 ²
𝑒2 = ( ) .
𝑟 10

Com,

1 𝜋²
= .𝑎
𝑟 𝑙𝑒 ²

Calcula-se o momento total (𝑀𝑡 ) com a expressão:

𝑀𝑡 = 𝑃 . (𝑒1 + 𝑒2 ) = 𝑀1 + 𝑀2

Onde,

𝑀1 é o momento de primeira ordem (𝑘𝑁. 𝑚);


𝑀2 é o momento de segunda ordem (𝑘𝑁. 𝑚);
282

15.7.3.1 Método do pilar-padrão com curvatura aproximada

Segundo a NBR 6118:2014 emprega-se o método do pilar-padrão com


curvatura aproximada para pilares com 𝜆 ≤ 90 e que possuem seção transversal
constante, armadura simétrica e constante ao longo do eixo. A não-linearidade
geométrica e física são consideradas de forma aproximada, pois, na primeira,
supõe-se que a deformação da barra seja senoidal (𝑦(𝑥)); e, na segunda,
considera-se na seção crítica as deformações do concreto e do aço no estado
limite último (ɛ𝑐 e ɛ𝑠 respectivamente). A partir dessas considerações define-se
a curvatura do pilar sob flexão composta através da expressão:

1 ɛ𝑐 + ɛ𝑠 0,005 0,005
= = ≤
𝑟 (𝜈 + 0,5) . ℎ (𝜈 + 0,5) . ℎ ℎ

Com,

𝑁𝑑 𝑁𝑑
𝜈= =
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 𝑏 . ℎ . 𝑓𝑐𝑑

Onde,

𝜈 é a força normal adimensional;


𝑁𝑑 é a força normal de cálculo (𝑘𝑁);
𝐴𝑐 é a área da seção transversal do pilar (𝑐𝑚²);
𝑏 é a largura do pilar (menor dimensão) (𝑐𝑚);
ℎ é a altura do pilar (maior dimensão) (𝑐𝑚);
𝑓𝑐𝑑 é a resistência de cálculo à compressão do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²).

E,

(𝜈 + 0,5) ≥ 1

Portanto, a expressão para o cálculo da excentricidade de segunda ordem


admitindo as deformações máximas do concreto e do aço é:
283

𝑙𝑒 ² 0,005
𝑒2 = .
10 (𝜈 + 0,5) . ℎ

Por fim, determina-se o momento fletor de cálculo total segundo a expressão:

𝑙𝑒 ² 1
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 . 𝑀1𝑑,𝐴 + 𝑁𝑑 . . ≥ 𝑀1𝑑,𝐴
10 𝑟

Onde,

𝑀1𝑑,𝐴 é o momento de cálculo de 1ª ordem (𝑘𝑁. 𝑚).

15.7.3.2 Método do pilar-padrão com curvatura real ou acoplado ao diagrama


momento curvatura

Neste método os esforços de 2ª ordem são calculados através dos valores


obtidos dos diagramas M, N, 1/r específicos para o caso. O método do pilar-
padrão com curvatura real permite calcular pilar com índices de esbeltez até 140
(𝜆 < 140).

15.8 CARREGAMENTOS

Os pilares são sujeitos às cargas do peso-próprio, carregamentos


advindos das lajes e vigas, vento, empuxo (água ou solo). No edifício analisado
apenas foram computadas as cargas do peso próprio e das reações das vigas.
Anteriormente, foi citada a utilização do software FTOOL para o
dimensionamento das vigas, e, foi através dele que foram avaliadas as cargas
dos pórticos da edificação. O carregamento do peso próprio (𝑔𝑝.𝑝 ) é dado pela
seguinte expressão:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 . 𝑏 . ℎ . 𝐿
284

Onde,

𝑔𝑝.𝑝 é a carga do peso próprio (𝑘𝑁);


𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 é o peso específico do concreto (𝑘𝑁/𝑚³);
𝑏 é a menor dimensão (𝑚);
ℎ é a maior dimensão (𝑚);
𝐿 é o comprimento do pilar (𝑚);

Os pilares que possuem elevação nos pavimentos de cobertura possuem


comprimento igual ao pé-direito mais o valor da elevação.

15.9 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Bastos (2015) apresenta equações desenvolvidas pro Fusco (1994) que


pré-dimensionam os pilares de acordo com o seu tipo (intermediário e
extremidade/canto). As expressões estão apresentadas a seguir:

a) Pilar intermediário

𝑁𝑘
𝐴𝑐 =
0,5 . 𝑓𝑐𝑘 + 0,4

b) Pilares de extremidade ou de canto

1,5 . 𝑁𝑘
𝐴𝑐 =
0,5 . 𝑓𝑐𝑘 + 0,4

Onde,

𝐴𝑐 é a área da seção transversal do pilar (𝑐𝑚²);


𝑁𝑘 é a carga axial estimada (𝑘𝑁);
𝑓𝑐𝑘 é a resistência característica do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
285

Perlin et al. (2019) destaca que, geralmente, a menor dimensão dos


pilares é função da arquitetura (espessura das paredes e outros elementos) e a
maior dimensão dependente dos esforços atuantes.

15.9.1 Área de influência dos pilares

A área de influência dos pilares é formada pela conexão das mediatrizes


que o circundam. A Figura 64 exibe a divisão de um pavimento em áreas de
influência.

Figura 64 – Área de influência dos pilares

Fonte: Adaptado de Perlin et al (2019)

Estima-se a carga para edifícios usuais em 12 𝑘𝑁/𝑚². Calculada a área


de influência do pilar em análise, computa-se a carga axial de cálculo estimada
através da expressão:

𝑁𝑘 = 𝑝 . 𝐴 . 𝑛

𝑁𝑑𝑘 é a carga axial estimada (𝑘𝑁);


𝑝 é a carga distribuída estimada para o pavimento (𝑘𝑁/𝑚²);
𝐴 é a área de influência (𝑚²);
𝑛 é o número e pavimentos atuantes na seção analisada;
286

15.10 DIMENSIONAMENTO

Normalmente, os pilares são submetidos a compressão não-uniforme e


flexo-compressão, seja ela flexão composta reta ou oblíqua. Na flexão composta
reta, o momento fletor atuante é perpendicular a um dos eixos de simetria da
seção do pilar, diferente da flexão oblíqua que gera momentos fletores inclinados
em relação aos eixos de simetria.
Nos pilares, como em todas estruturas de concreto armado, o concreto e
o aço resistem juntos às solicitações. Logo, as tensões totais são resistidas parte
pelo aço e parte pelo concreto. Visando atender diversas situações de
dimensionamento com armaduras simétricas, foram desenvolvidos ábacos que
auxiliam na determinação da taxa de armadura da seção dos pilares.
Estes ábacos representam o estado limite último para o conjunto de ações
que atuam sob o pilar, por exemplo: na flexão composta reta as ações são o
momento (1 direção) e a carga de compressão (𝑁𝑑 ); na flexão composta oblíqua
as ações são os momentos fletores (2 direções) e a carga de compressão. No
entanto, os ábacos possuem os eixos expressos em termos adimensionais e
pela taxa mecânica de armadura (𝜔) cujas expressões estão exibidas abaixo:

𝑁𝑑
𝜈=
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑

𝑀𝑥𝑑 𝑒𝑦
𝜇𝑥 = =𝜈.
𝐴𝑐 . ℎ𝑥 . 𝑓𝑐𝑑 ℎ𝑥

𝑀𝑦𝑑 𝑒𝑥
𝜇𝑦 = =𝜈.
𝐴𝑐 . ℎ𝑦 . 𝑓𝑐𝑑 ℎ𝑦

𝐴𝑠 . 𝑓𝑦𝑑
𝜔=
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑

Onde,

𝜈 é o esforço resistente adimensional referente à força normal;


287

𝜇𝑥 𝑒 𝜇𝑦 são os componentes adimensionais do momento fletor resistente nas


direções x e y;
𝜔 é a taxa mecânica de armadura;
𝑁𝑑 é a carga axial de compressão de cálculo (𝑘𝑁);
𝑀𝑥𝑑 e 𝑀𝑦𝑑 é o momento fletor de cálculo na direção x e y (𝑘𝑁. 𝑚);
𝐴𝑠 é a área de aço (𝑐𝑚²);
𝐴𝑐 é a área da seção transversal (𝑐𝑚²);
ℎ𝑥 e ℎ𝑦 é a dimensão da seção em x e y (𝑐𝑚);
𝑓𝑐𝑑 é a resistência à compressão de cálculo do concreto (𝑘𝑁/𝑐𝑚²);
𝑓𝑦𝑑 é a resistência de escoamento de cálculo do aço (𝑘𝑁/𝑐𝑚²).

15.10.1 Dimensionamento das armaduras longitudinais

A partir da determinação dos termos adimensionais e da taxa mecânica


de armadura, é selecionado um ábaco adequado a distribuição da armadura
desejada (𝑑′ /ℎ). Por fim, é possível determinar a área de aço através da
expressão abaixo:

𝜔 . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑

15.9.1.1 Armadura mínima e máxima

Segundo a NBR 6118:2014 (item 17.3.5.3.1) o valor mínimo de armadura


longitudinais de pilares é:

𝑁𝑑
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 𝐴𝑐
𝑓𝑦𝑑

Deve ser considerado para a armadura máxima as regiões de emenda. A


taxa de aço máxima para as armaduras longitudinais é igual a 8% da área da
seção.
288

15.11 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS E


TRANSVERSAIS

15.11.1 Detalhamento das armaduras longitudinais

- Armadura mínima e máxima

A NBR 6118:2014 cita no item 18.4.2.1 que o diâmetro mínimo das


armaduras longitudinais é 10 mm; o diâmetro máximo é 1/8 da menor dimensão
do pilar (𝑏).

- Distribuição transversal

Em pilares com seções poligonais deve ser posicionada uma barra em


cada vértice; para seções circulares devem ser distribuídas 6 barras no mínimo
determina a NBR 6118:2014 (tem 18.4.2.2).
Quanto ao espaçamento livre entre as faces das barras longitudinais (𝑎𝑙 )
deve ser respeitada a seguinte relação (incluindo regiões de emendas):

2 𝑐𝑚
𝑎𝑙 ≥ { 𝛷𝑙
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔

Onde,

𝑎𝑙 é o espaçamento livre entre as faces das barras longitudinais (𝑐𝑚);


𝛷𝑙 é o diâmetro da barra longitudinal (𝑐𝑚);
𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 é a dimensão máxima característica do agregado graúdo (𝑐𝑚);

A NBR 6118:2014 (item 18.4.2.2, p.151) prevê que “o espaçamento


máximo entre eixos das barras deve ser menor ou igual a duas vezes a menor
dimensão da seção no trecho considerado, sem exceder 400 mm” conforme a
relação abaixo:
289

2.𝑏
𝑎𝑚á𝑥 ≤ {
40 𝑐𝑚

Onde,

𝑎𝑚á𝑥 é o espaçamento máximo entre barras longitudinais (𝑐𝑚);


𝑏 é a menor dimensão (𝑐𝑚).

- Comprimento das barras longitudinais

As armaduras de um pavimento traspassam para o pavimento superior


para que haja a transferência de esforços entre os lances de pilares. O
comprimento das barras longitudinais dos pilares é função da altura do pé-direito
(do topo de uma laje até o topo da superior) e traspasse de barras comprimidas
ou tracionadas nos casos de tirantes. Logo, para pilares comprimidos a
expressão do comprimento das barras longitudinais é:

𝐶 = 𝐿 + 𝑙0𝑐

Onde,

𝐶 é o comprimento da barra longitudinal (𝑐𝑚);


𝐿 é a altura do pé-direito (𝑐𝑚);
𝑙0𝑐 é o traspasse entre as barras comprimidas (𝑐𝑚).

- Proteção contra a flambagem das barras longitudinais

Os estribos suplementares atuam contra a tendência de flambagem das


barras longitudinais. Quando há até 2 barras situadas no máximo a 20 . 𝛷𝑡 do
canto, com exceção da barra de canto, os estribos suplementares são dispostos
além de 20 . 𝛷𝑡 . Se houver mais de 2 barras nesse trecho ou barras fora dele,
deve haver estribos suplementares dita a NBR 6118:2014 (item 18.2.4). A Figura
65 ilustra a utilização dos estribos suplementares a partir da distância de 20 . 𝛷𝑡 .
290

Figura 65 – Uso dos estribos suplementares

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014 (Figura 18.2)

Neste trabalho considerou-se que os estribos suplementares envolvem


apenas a barra longitudinal.

15.11.2 Detalhamento das armaduras transversais

Auxiliando na montagem e combatendo a flambagem nas barras


longitudinais, os estribos devem ser colados em toda a altura do pilar, sendo
obrigatória estarem presentes na região entre viga e pilar. Possuem diâmetro
mínimo 5 mm ou 1/4 do diâmetro da barra longitudinal. O espaçamento entre
estribos (𝑎𝑡 ) deve respeitar a relação imposta pela NBR 6118:2014 (item 18.4.3)

20 𝑐𝑚
𝑎𝑡 ≤ { 𝑏
12 . 𝛷𝑙

Quando houver esforços horizontais ou torção nos pilares, esses devem


ser comparados com os mínimos especificados aos parâmetros determinados
para as vigas.
Quantifica-se os estribos conforme a expressão a seguir os arredondando
para o número inteiro imediatamente superior:
291

𝐿
𝑄=
𝑎𝑡

Onde,

𝑄 é a quantidade de estribos;
𝐿 é altura do pé-direito (𝑚);
𝑎𝑡 é o espaçamento entre estribos (𝑚).

16. CÁLCULO MANUAL DE PILARES

Foram selecionados um pilar intermediário, um pilar de extremidade e um


pilar de canto para o dimensionamento manual. O pilar intermediário P9 apenas
se apresenta na forma da cobertura, servindo de apoio para as vigas contínuas
V4 e V20 (vigas invertidas com 52 cm de elevação). Os pilares já apresentados
P1 e P2 foram selecionados para serem dimensionados suportando o 2º
pavimento (1º tipo), sendo o pilar P2 de extremidade, apoiando as vigas V1 e
V14; e o pilar P1 de canto apoiando as vigas V1 e V12.
Abaixo estão dispostos os principais dados de entrada para os cálculos
dos pilares P1, P2 e P9.

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑝𝑎
𝑓𝑦𝑘 = 500 𝑀𝑝𝑎
𝑐 = 2,5 𝑐𝑚

16.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Os pilares P1, P2 e P9 foram pré-dimensionados conforme suas áreas de


influência. A Figura 65 exibe a divisão do pavimento por áreas de influência e
indica seus valores para cada pilar analisado.
292

Figura 66 – Áreas de influência dos pilares P1, P2 e P9

Fonte: Do autor.

• P1 (pilar de canto)

Dados de entrada:

𝐴 = 9,20 𝑚²;
𝑝 = 12 𝑘𝑁/𝑚²;
𝑛 = 5;
𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 = 3 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

Logo, a carga axial de cálculo estimada é:

𝑁𝑘 = 𝑝 . 𝐴 . 𝑛
293

𝑁𝑘 = 12 . 9,20 . 5 = 552 𝑘𝑁

Por fim, a área da seção transversal de pilares de canto é pré-dimensionada


conforme a expressão:

1,5 . 𝑁𝑘
𝐴𝑐 =
0,5 . 𝑓𝑐𝑘 + 0,4

1,5 . 552
𝐴𝑐 = = 435,8 𝑐𝑚²
0,5 . 3 + 0,4

Foi adotado o valor da menor dimensão igual a 18 cm. Embora o bloco


cerâmico seja de 14 cm, foi previsto que o momento fletor que a viga
perpendicular à menor dimensão (V12) transfere para o pilar P1 impossibilitaria
a utilização de 𝑏 =14 cm. Isso decorre do fato da majoração dos esforços para
pilares menores que 19 cm e da menor inércia caso fosse utilizado 𝑏 =14 cm.
Assim,

𝐴𝑐 = 𝑏 . ℎ ∴ 435,8 = 18 . ℎ

ℎ = 24,2 𝑐𝑚 → 40 𝑐𝑚

• P2 (pilar de extremidade)

Os demais dados de entrada foram omitidos, pois se repetem. Assim, a área de


influência do pilar P2 é:

𝐴 = 13,97 𝑚²;

Logo, a carga axial de cálculo estimada é:

𝑁𝑑𝑘 = 𝑝 . 𝐴 . 𝑛

𝑁𝑑𝑘 = 12 . 13,97 . 5 = 838,2 𝑘𝑁


294

Por fim, a área da seção transversal de pilares de canto é pré-dimensionada


conforme a expressão:

1,5 . 𝑁𝑘
𝐴𝑐 =
0,5 . 𝑓𝑐𝑘 + 0,4

1,5 . 838,2
𝐴𝑐 = = 661,7 𝑐𝑚²
0,5 . 3 + 0,4

Foi adotado o valor da menor dimensão igual a 18 cm visando padronizar


a menor dimensão dos pilares.

𝐴𝑐 = 𝑏 . ℎ ∴ 661,7 = 18 . ℎ

ℎ = 36,8 𝑐𝑚 → 40 𝑐𝑚

• P9 (pilar intermediário)

A a área de influência do pilar P9 é:

𝐴 = 30,38 𝑚²;

Logo, a carga axial de cálculo estimada é:

𝑁𝑑𝑘 = 𝑝 . 𝐴 . 𝑛

𝑁𝑑𝑘 = 12 . 30,38 . 5 = 1822,8 𝑘𝑁

Por fim, a área da seção transversal de pilares de canto é pré-dimensionada


conforme a expressão:

1,0 . 𝑁𝑘
𝐴𝑐 =
0,5 . 𝑓𝑐𝑘 + 0,4
295

1,0 . 1822,8
𝐴𝑐 = = 959,4 𝑐𝑚²
0,5 . 3 + 0,4

Foi adotado o valor da menor dimensão igual a 18 cm visando padronizar


a menor dimensão dos pilares.

𝐴𝑐 = 𝑏 . ℎ ∴ 959,4 = 18 . ℎ

ℎ = 53,3 𝑐𝑚 → 40 𝑐𝑚

Nesse caso, o método de pré-dimensionamento baseado nas áreas de


influência resultou em uma área muito ampla. Desta forma o pré-
dimensionamento resultou em 𝐴𝑐 maior que o realmente necessário. Por fim,
adotou-se a maior dimensão igual a 40 cm.
As seções dos pilares P1, P2 e P9 são iguais a 18 cm x 40 cm e foi
adotada uma prumada com seção constante. Nota-se que a menor dimensão do
pilar é 18 cm, logo, foi aplicado o coeficiente adicional (𝛾𝑛 = 1,05) nos cálculos
da carga axial (𝑁𝑑 ).

16.2 CARREGAMENTOS

Os carregamentos transmitidos das vigas dos pavimentos tipo foram


previamente calculados, no entanto, as lajes e vigas do pavimento diferenciado
e da cobertura não foram. Foram efetuados os cálculos das reações das lajes
nas vigas e foram modeladas as vigas dos pavimentos diferenciado e cobertura.
Com os resultados gerados pelo FTOOL foram computadas as cargas axiais dos
pilares P1, P2 e P9.

• P1 (pilar de canto)

Abaixo está representado o pilar P1 na forma do pavimento tipo (Figura 67).


296

Figura 67 – Pilar P1 na forma do pavimento tipo.

Fonte: Do autor.

Suporta os pavimentos: cobertura (𝐿𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 3,32 𝑚), pavimento


diferenciado (𝐿𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 2,80 𝑚) e pavimentos tipo (𝐿𝑡𝑖𝑝𝑜 = 2,80 𝑚). Possui
dimensões iguais a:

𝑏 = 18 𝑐𝑚 = 0,18 𝑚
ℎ = 40 𝑐𝑚 = 0,40 𝑚

Logo, a carga de peso próprio é:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 . 𝑏 . ℎ . 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 . 𝑏 . ℎ . (𝐿𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 + 𝐿𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 + 2 . 𝐿𝑡𝑖𝑝𝑜 )
𝑔𝑝.𝑝 = 25 . 0,18 . 0,40 . (3,32 + 2,80 + 2 . 2,80) = 21,10 𝑘𝑁

O pilar P1 apoia as vigas V1 e V14 na cobertura; no pavimento


diferenciado apoia as vigas V1 e V12; nos pavimentos tipo apoia as vigas V1 e
297

V12. Os carregamentos parciais e totais, previamente majorados, transmitidos


ao pilar P1 estão exibidos abaixo:

𝑉1𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 42,3 𝑘𝑁
𝑉14𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 34,9 𝑘𝑁
𝑉1𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 135,3𝑘𝑁
𝑉12𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 61,4 𝑘𝑁
𝑉1𝑡𝑖𝑝𝑜 = 101,4 𝑘𝑁
𝑉12𝑡𝑖𝑝𝑜 = 56,4 𝑘𝑁

𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉1𝑐𝑜𝑏 + 𝑉14𝑐𝑜𝑏 + 𝑉1𝑑𝑖𝑓 + 𝑉12𝑑𝑖𝑓 + 2. (𝑉1𝑡𝑖𝑝𝑜 + 𝑉12𝑡𝑖𝑝𝑜 )


𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 42,3 + 34,9 + 135,3 + 61,4 + 2. (101,4 + 56,4) = 589,5 𝑘𝑁

Portanto, a carga axial de cálculo é dada por:

𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 . (𝛾𝑔 . 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 )


𝑁𝑑 = 1,05 . (1,4 . 21,10 + 589,5) = 649,99 𝑘𝑁

• P2 (pilar de extremidade)

Está exibido o pilar P2 na forma do pavimento tipo na Figura 68.


298

Figura 68 – Pilar P2 na forma do pavimento tipo

Fonte: Do autor.

Suporta os pavimentos: cobertura (𝐿𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 3,32 𝑚), pavimento


diferenciado (𝐿𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 2,80 𝑚) e pavimentos tipo (𝐿𝑡𝑖𝑝𝑜 = 2,80 𝑚). Possui
dimensões iguais a:

𝑏 = 18 𝑐𝑚 = 0,18 𝑚
ℎ = 40 𝑐𝑚 = 0,40 𝑚

Logo, a carga de peso próprio é:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 . 𝑏 . ℎ . 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 . 𝑏 . ℎ . (𝐿𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 + 𝐿𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 + 2 . 𝐿𝑡𝑖𝑝𝑜 )
𝑔𝑝.𝑝 = 25 . 0,18 . 0,40 . (3,32 + 2,80 + 2 . 2,80) = 21,10 𝑘𝑁

O pilar P2 apoia as vigas V1 e V18 na cobertura; no pavimento


diferenciado apoia as vigas V1 e V16; nos pavimentos tipo apoia as vigas V1 e
V16. Os carregamentos parciais e totais, previamente majorados, transmitidos
ao pilar P2 estão exibidos abaixo:
299

𝑉1𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 78,1 𝑘𝑁
𝑉18𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 50,4 𝑘𝑁
𝑉1𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 194,8 𝑘𝑁
𝑉16𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 149,3 𝑘𝑁
𝑉1𝑡𝑖𝑝𝑜 = 146,2 𝑘𝑁
𝑉16𝑡𝑖𝑝𝑜 = 110,1 𝑘𝑁

𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉1𝑐𝑜𝑏 + 𝑉18𝑐𝑜𝑏 + 𝑉1𝑑𝑖𝑓 + 𝑉16𝑑𝑖𝑓 + 2. (𝑉1𝑡𝑖𝑝𝑜 + 𝑉16𝑡𝑖𝑝𝑜 )


𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 78,1 + 50,4 + 194,8 + 149,3 + 2. (146,2 + 110,1) = 985,2 𝑘𝑁

Portanto, a carga axial de cálculo é dada por:

𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 . (𝛾𝑔 . 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 )


𝑁𝑑 = 1,05 . (1,4 . 21,10 + 985,2) = 1065,48 𝑘𝑁

• P9 (pilar intermediário)

Abaixo está apresentado o pilar P9 na forma do pavimento da cobertura


(Figura 68).
300

Figura 69 – Pilar P9 na forma do pavimento da cobertura

Fonte: Do autor.

Calcula-se o lance que suporta a cobertura. Assim o comprimento do pilar


no lance da cobertura é: 𝐿 = 3,32 𝑚, e possui dimensões iguais a:

𝑏 = 18 𝑐𝑚 = 0,18 𝑚
ℎ = 40 𝑐𝑚 = 0,40 𝑚

Logo, a carga de peso próprio é:

𝑔𝑝.𝑝 = 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐 . 𝑏 . ℎ . 𝐿
𝑔𝑝.𝑝 = 25 . 0,18 . 0,40 . 3,32 = 5,98 𝑘𝑁

O pilar P9 apoia as vigas V4 e V20 na cobertura. Os carregamentos


parciais e totais, previamente majorados, transmitidos ao pilar P9 estão exibidos
abaixo:

𝑉4𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 75,7 𝑘𝑁
301

𝑉20𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 82,1 𝑘𝑁
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉4 + 𝑉20 = 75,7 + 82,1 = 157,8 𝑘𝑁

Portanto, o carregamento total de cálculo é dado por:

𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 . (𝛾𝑔 . 𝑔𝑝.𝑝 + 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 )


𝑁𝑑 = 1,05 . (1,4 . 5,98 + 157,8) = 174,48 𝑘𝑁

16.3 ESFORÇOS DE 1ª ORDEM

Embora os momentos fletores possam ser dispensados em alguns casos


para pilares de extremidade e intermediários, foram computadas as diferenças
entre momentos fletores nas vigas contínuas para efeito de comparação com o
momento mínimo de 1ª ordem. Foi adotado o eixo x como o eixo horizontal e o
eixo y como o eixo vertical.
Os valores abaixo foram calculados a partir dos carregamentos majorados
das vigas, assim, para computar os momentos fletores de cálculo é necessário
introduzir o coeficiente adicional (𝛾𝑛 ).

• P1

Dados de entrada:

ℎ𝑥 = 0,18 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,40 𝑚;

- Momento mínimo em x

𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ𝑥 )


𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 649,99 . (0,015 + 0,03 . 0,18) = 13,26 𝑘𝑁. 𝑚

- Momento mínimo em y
302

𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ𝑦 )


𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 649,99 . (0,015 + 0,03 . 0,40) = 17,55 𝑘𝑁. 𝑚

- Momentos fletores de cálculo

Abaixo estão ilustrados os momentos fletores do pilar P1 no eixo x e y


(Figura 70).

Figura 70 – Momentos fletores em x e y do pilar P1

Fonte: Do autor.

Para o lance entre o pavimento térreo e o pavimento tipo foi computado


que os momentos fletores são:

𝑀𝑥 = 15,4 𝑘𝑁. 𝑚
𝑀𝑦 = 48,1 𝑘𝑁. 𝑚

Os cálculos dos momentos fletores de cálculo estão determinados abaixo.

𝑀1𝑑𝑥 = 𝛾𝑛 . 𝑀𝑥 = 1,05 . 15,40 = 16,17 𝑘𝑁. 𝑚


𝑀1𝑑𝑦 = 𝛾𝑛 . 𝑀𝑦 = 1,05 . 48,10 = 50,51 𝑘𝑁. 𝑚

Assim,

𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 13,26 𝑘𝑁. 𝑚 < 𝑀1𝑑𝑥 = 16,17 𝑘𝑁. 𝑚


303

𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 17,55 𝑘𝑁. 𝑚 < 𝑀1𝑑𝑦 = 50,51 𝑘𝑁. 𝑚

Então, os momentos aplicados para o dimensionamento do pilar P1 são 𝑀1𝑑𝑥 e


𝑀1𝑑𝑦 .

• P2

- Momento mínimo em x

𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ)


𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 1065,48 . (0,015 + 0,03 . 0,40) = 28,77 𝑘𝑁. 𝑚

- Momento mínimo em y

𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ)


𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 1065,48 . (0,015 + 0,03 . 0,18) = 21,74 𝑘𝑁. 𝑚

- Momentos fletores de cálculo

Abaixo estão ilustrados os momentos fletores do pilar P2 no eixo x e y


(Figura 71).

Figura 71 – Momentos fletores em x e y do pilar P2

Fonte: Do autor.
304

Para o lance entre o pavimento térreo e o pavimento tipo foi computado


que os momentos fletores são:

𝑀𝑥 = 53,20 𝑘𝑁. 𝑚
𝑀𝑦 = 9,60 𝑘𝑁. 𝑚

Os cálculos dos momentos fletores de cálculo estão determinados abaixo.

𝑀1𝑑𝑥 = 𝛾𝑛 . 𝑀𝑥 = 1,05 . 53,20 = 55,86 𝑘𝑁. 𝑚


𝑀1𝑑𝑦 = 𝛾𝑛 . 𝑀𝑦 = 1,05 . 9,60 = 10,08 𝑘𝑁. 𝑚

Assim,

𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 28,77 𝑘𝑁. 𝑚 < 𝑀1𝑑𝑥 = 55,86 𝑘𝑁. 𝑚


𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 21,74 𝑘𝑁. 𝑚 > 𝑀1𝑑𝑦 = 10,08 𝑘𝑁. 𝑚

Então, os momentos aplicados para o dimensionamento do pilar P2 são 𝑀1𝑑𝑥 e


𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 .

• P9

- Momento mínimo em x

𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ)


𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 174,48 . (0,015 + 0,03 . 0,18) = 3,56 𝑘𝑁. 𝑚

- Momento mínimo em y

𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 𝑁𝑑 . (0,015 + 0,03 . ℎ)


𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 174,48 . (0,015 + 0,03 . 0,40) = 4,71 𝑘𝑁. 𝑚

- Momentos fletores de cálculo


305

Abaixo estão ilustrados os momentos fletores do pilar P9 no eixo x e y


(Figura 72).

Figura 72 – Momentos fletores em x e y do pilar P9

Fonte: Do autor.

O pilar P9 é um pilar intermediário apenas no pavimento da cobertura, nos


pavimentos inferiores ele é um pilar de extremidade. Para o lance entre o
pavimento diferenciado e o pavimento da cobertura foi computado que os
momentos fletores são:

𝑀𝑥 = 19,90 𝑘𝑁. 𝑚
𝑀𝑦 = 41,60 𝑘𝑁. 𝑚

Os cálculos dos momentos fletores de cálculo estão determinados abaixo.

𝑀1𝑑𝑥 = 𝛾𝑛 . 𝑀𝑥 = 1,05 . 19,90 = 20,90 𝑘𝑁. 𝑚


𝑀1𝑑𝑦 = 𝛾𝑛 . 𝑀𝑦 = 1,05 . 41,60 = 43,68 𝑘𝑁. 𝑚

Assim,

𝑀1𝑑𝑥,𝑚í𝑛 = 3,56 𝑘𝑁. 𝑚 < 𝑀1𝑑𝑥 = 20,90 𝑘𝑁. 𝑚


𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 = 4,71 𝑘𝑁. 𝑚 < 𝑀1𝑑𝑦 = 43,68 𝑘𝑁. 𝑚
306

Então, os momentos aplicados para o dimensionamento do pilar P9 são 𝑀1𝑑𝑥 e


𝑀1𝑑𝑦 .

16.4 ÍNDICE DE ESBELTEZ

São calculados a seguir o comprimento equivalente, considerando os


pilares birrotulados, e, sequencialmente, são computados os índices de esbeltez
e o valor-limite 𝜆1 dos pilares P1, P2 e P9.

• P1

- Comprimento equivalente

A Figura 73 ilustra o lance do pilar P1 analisado juntamente com as vigas que se


apoiam nele.
307

Figura 73 – Lance do pilar P1 entre os pavimentos térreo e 2º pavimento

Fonte: Do autor.

Dados de entrada:

𝑙0 = 2,20 𝑚;
ℎ𝑥 = 0,18 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,40 𝑚;
ℎ𝑉14−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 = 0,50 𝑚;
ℎ𝑉12−2º 𝑝𝑎𝑣 = 0,60 𝑚;
ℎ𝑉1−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 = 0,50 𝑚;
ℎ𝑉1−2º 𝑝𝑎𝑣 = 0,60 𝑚;
308

- Eixo x

𝑙0 + ℎ𝑥 = 2,20 + 0,18 = 2,20 + 0,18 = 2,38 𝑚


𝑙𝑒𝑥 ≤{ ℎ𝑉14−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 + ℎ𝑉12−2º 𝑝𝑎𝑣 0,50 + 0,60
𝑙 = 𝑙0 + = 2,20 + = 2,75 𝑚
2 2
𝑙𝑒𝑥 = 2,38 𝑚

- Eixo y

𝑙0 + ℎ𝑦 = 2,20 + 0,40 = 2,20 + 0,40 = 2,60 𝑚


𝑙𝑒𝑦 ≤{ ℎ𝑉1−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 + ℎ𝑉1−2º 𝑝𝑎𝑣 0,50 + 0,60
𝑙 = 𝑙0 + = 2,20 + = 2,75 𝑚
2 2
𝑙𝑒𝑦 = 2,60 𝑚

- Índice de esbeltez

Dados de entrada:

𝐴 = 𝑏. ℎ = 0,18.0,40 = 0,072 𝑚²;


𝑏 .ℎ³ 0,40 . 0,18³
𝐼𝑥 = = = 1,944 . 10−4 𝑚4;
12 12
𝑏 .ℎ³ 0,18 . 0,40³
𝐼𝑦 = = = 9,60 . 10−4 𝑚4;
12 12

𝐼 1,944 . 10−4
𝑖𝑥 = √ 𝐴𝑥 = √ = 0,0520 𝑚;
0,072

𝐼𝑦 9,60 . 10−4
𝑖𝑦 = √ 𝐴 = √ = 0,115 𝑚;
0,072

Portanto,

𝑙𝑒,𝑥 2,38
𝜆𝑥 = = = 20,69
𝑖𝑦 0,115

𝑙𝑒,𝑦 2,60
𝜆𝑦 = = = 50,00
𝑖𝑥 0,052
309

- Valor-limite 𝜆1

Considerou-se que a estrutura é de nós fixos.

Dados de entrada:

𝑀1𝑑,𝑥 16,17
𝑒1𝑥 = = 649,99 = 0,025 𝑚;
𝑁𝑑
𝑀1𝑑,𝑦 50,51
𝑒1𝑦 = = 649,99 = 0,078 𝑚;
𝑁𝑑

ℎ𝑥 = 0,40 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,18 𝑚;
𝑀 (−4,9)
𝛼𝑏𝑥 = 0,60 + 0,40 . 𝑀𝐵𝑥 = 0,60 + 0,40 . = 0,47;
𝐴𝑥 15,4
𝑀𝐵𝑦 (−7,7)
𝛼𝑏𝑦 = 0,60 + 0,40 . 𝑀 = 0,60 + 0,40 . = 0,54;
𝐴𝑦 48,1

- Eixo x

25 + 12,5 . 𝑒1𝑥 /ℎ𝑥 25 + 12,5 . 0,025/0,40


𝜆1𝑥 = = = 54,85
𝛼𝑏𝑥 0,47

- Eixo y

25 + 12,5 . 𝑒1𝑦 /ℎ𝑦 25 + 12,5 . 0,078/0,18


𝜆1𝑦 = = = 56,33
𝛼𝑏𝑦 0,54

Como, 𝜆𝑥 = 20,69 < 𝜆1𝑥 = 54,85 e 𝜆𝑦 = 50,00 < 𝜆1𝑦 = 56,33, então, não há
efeitos de segunda ordem no pilar P1.

• P2

- Comprimento equivalente

A Figura 74 ilustra o lance do pilar P2 analisado juntamente com as vigas que se


apoiam nele.
310

Figura 74 – Lance do pilar P2 entre os pavimentos térreo e 2º pavimento

Fonte: Do autor.

Dados de entrada:

𝑙0 = 2,20 𝑚;
ℎ𝑥 = 0,40 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,18 𝑚;
ℎ𝑉16−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 = 0,50 𝑚;
ℎ𝑉16−2º 𝑝𝑎𝑣 = 0,60 𝑚;
ℎ𝑉1−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 = 0,50 𝑚;
ℎ𝑉1−2º 𝑝𝑎𝑣 = 0,60 𝑚;

- Eixo x
311

𝑙0 + ℎ𝑥 = 2,20 + 0,40 = 2,20 + 0,40 = 2,60𝑚


𝑙𝑒𝑥 ≤{ ℎ𝑉16−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 + ℎ𝑉16−2º 𝑝𝑎𝑣 0,50 + 0,60
𝑙 = 𝑙0 + = 2,20 + = 2,75 𝑚
2 2
𝑙𝑒𝑥 = 2,60 𝑚

- Eixo y

𝑙0 + ℎ𝑦 = 2,20 + 0,18 = 2,20 + 0,18 = 2,38 𝑚


𝑙𝑒𝑦 ≤{ ℎ𝑉1−𝑡é𝑟𝑟𝑒𝑜 + ℎ𝑉1−2º 𝑝𝑎𝑣 0,50 + 0,60
𝑙 = 𝑙0 + = 2,20 + = 2,75 𝑚
2 2
𝑙𝑒𝑦 = 2,38 𝑚

- Índice de esbeltez

Dados de entrada:

𝐴 = 𝑏. ℎ = 0,18.0,40 = 0,072 𝑚²;


𝑏 .ℎ³ 0,18 . 0,40³
𝐼𝑥 = = = 9,60 . 10−4 𝑚4;
12 12
𝑏 .ℎ³ 0,40 . 0,18³
𝐼𝑦 = = = 1,944 . 10−4 𝑚4;
12 12

𝐼 9,60 . 10−4
𝑖𝑥 = √ 𝐴𝑥 = √ = 0,115 𝑚;
0,072

𝐼𝑦 1,944 . 10−4
𝑖𝑦 = √ 𝐴 = √ = 0,0520 𝑚;
0,072

Portanto,

𝑙𝑒,𝑥 2,60
𝜆𝑥 = = = 50,00
𝑖𝑦 0,052

𝑙𝑒,𝑦 2,38
𝜆𝑦 = = = 20,69
𝑖𝑥 0,115

- Valor-limite 𝜆1

Considerou-se que a estrutura é de nós fixos.


312

Dados de entrada:

𝑀1𝑑,𝑥 55,86
𝑒1𝑥 = = 1065,48 = 0,052 𝑚;
𝑁𝑑
𝑀1𝑑,𝑦 21,74
𝑒1𝑦 = = 1065,48 = 0,020 𝑚;
𝑁𝑑

ℎ𝑥 = 0,18 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,40 𝑚;
𝑀 (−8,7)
𝛼𝑏𝑥 = 0,60 + 0,40 . 𝑀𝐵𝑥 = 0,60 + 0,40 . = 0,53;
𝐴𝑥 53,2

𝛼𝑏𝑦 = 1,0 → 𝑀1𝑑𝑦,𝑚í𝑛 > 𝑀1𝑑𝑦 ;

- Eixo x

25 + 12,5 . 𝑒1𝑥 /ℎ 25 + 12,5 . 0,052/0,18


𝜆1𝑥 = = = 53,98
𝛼𝑏𝑥 0,53

- Eixo y

25 + 12,5 . 𝑒1𝑦 /ℎ 25 + 12,5 . 0,020/0,40


𝜆1𝑦 = = = 25,62 ∴ 𝜆1𝑦 = 35
𝛼𝑏𝑦 1,0

Como, 𝜆𝑥 = 50 < 𝜆1𝑥 = 53,98 e 𝜆𝑦 = 20,69 < 𝜆1𝑦 = 35, então, na direção x e y
não existem efeitos de segunda ordem.

• P9

- Comprimento equivalente

A Figura 75 ilustra o lance do pilar P9 analisado juntamente com as vigas que se


apoiam nele.
313

Figura 75 – Lance do pilar P9 entre os pavimentos diferenciado e cobertura

Fonte: Do autor.

Dados de entrada:

𝑙0 = 2,72 𝑚;
ℎ𝑥 = 0,18 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,40 𝑚;
ℎ𝑉4−𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 0,60 𝑚;
ℎ𝑉4−𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 0,60 𝑚;
ℎ𝑉19−𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 = 0,60 𝑚;
ℎ𝑉20−𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 0,60 𝑚;
314

- Eixo x

𝑙0 + ℎ𝑥 = 2,72 + 0,18 = 2,72 + 0,18 = 2,90 𝑚


𝑙𝑒𝑥 ≤{ ℎ𝑉19−𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 + ℎ𝑉20−𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 0,60 + 0,60
𝑙 = 𝑙0 + = 2,72 + = 3,32 𝑚
2 2
𝑙𝑒𝑥 = 2,90 𝑚

- Eixo y

𝑙0 + ℎ𝑦 = 2,72 + 0,40 = 2,72 + 0,40 = 3,12 𝑚


𝑙𝑒𝑦 ≤{ ℎ𝑉4−𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 + ℎ𝑉4−𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 0,60 + 0,60
𝑙 = 𝑙0 + = 2,72 + = 3,32 𝑚
2 2
𝑙𝑒𝑦 = 3,12 𝑚

- Índice de esbeltez

Dados de entrada:

𝐴 = 𝑏. ℎ = 0,18.0,40 = 0,072 𝑚²;


𝑏 .ℎ³ 0,40 . 0,18³
𝐼𝑥 = = = 1,944 . 10−4 𝑚4;
12 12
𝑏 .ℎ³ 0,18 . 0,40³
𝐼𝑦 = = = 9,60 . 10−4 𝑚4;
12 12

𝐼 1,944 . 10−4
𝑖𝑥 = √ 𝐴𝑥 = √ = 0,0520 𝑚;
0,072

𝐼𝑦 9,60 . 10−4
𝑖𝑦 = √ 𝐴 = √ = 0,115 𝑚;
0,072

Portanto,

𝑙𝑒,𝑥 2,90
𝜆𝑥 = = = 25,22
𝑖𝑦 0,115

𝑙𝑒,𝑦 3,12
𝜆𝑦 = = = 60,00
𝑖𝑥 0,052

- Valor-limite 𝜆1
315

Considerou-se que a estrutura é de nós fixos.

Dados de entrada:

𝑀1𝑑,𝑥 20,90
𝑒1𝑥 = = 174,48 = 0,120 𝑚;
𝑁𝑑
𝑀1𝑑,𝑦 43,68
𝑒1𝑦 = = 174,48 = 0,250 𝑚;
𝑁𝑑

ℎ𝑥 = 0,40 𝑚;
ℎ𝑦 = 0,18 𝑚;
𝑀 (−3,9)
𝛼𝑏𝑥 = 0,60 + 0,40 . 𝑀𝐵𝑥 = 0,60 + 0,40 . = 0,52;
𝐴𝑥 19,9
𝑀𝐵𝑦 (−19,8)
𝛼𝑏𝑦 = 0,60 + 0,40 . 𝑀 = 0,60 + 0,40 . = 0,41;
𝐴𝑦 41,6

- Eixo x

25 + 12,5 . 𝑒1𝑥 /ℎ𝑥 25 + 12,5 . 0,120/0,40


𝜆1𝑥 = = = 55,29
𝛼𝑏𝑥 0,52

- Eixo y

25 + 12,5 . 𝑒1𝑦 /ℎ𝑦 25 + 12,5 . 0,250/0,18


𝜆1𝑦 = = = 103,32
𝛼𝑏𝑦 0,41

Como, 𝜆𝑥 = 25,22 < 𝜆1𝑥 = 55,29, então, na direção x não existem efeitos de
segunda ordem. No eixo y como 𝜆1𝑦 = 103,32 > 90 ∴ 𝜆1𝑦 = 90 e 𝜆1𝑦 = 90 >
𝜆𝑦 = 60,00, não há efeitos de segunda ordem na direção y.

16.5 ESFORÇOS FINAIS

Conforme os cálculos de índice de esbeltez, os pilares analisados não são


sujeitos a efeitos de segunda ordem. A Tabelas a seguir adotam para os
momentos fletores de topo e base o momento máximo.
316

• P1

Tabela 37 – Esforços de cálculo do pilar P1

Esforço Topo e base Intermediário


𝑁𝑑 (𝑘𝑁) 649,99 649,99
𝑀𝑥𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 16,17 0
𝑀𝑦𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 50,51 0
Fonte: Do autor.

• P2

Tabela 38 – Esforços de cálculo do pilar P2

Esforço Topo e base Intermediário


𝑁𝑑 (𝑘𝑁) 1065,48 1065,48
𝑀𝑥𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 55,86 0
𝑀𝑦𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 21,74 0
Fonte: Do autor.

• P9

Tabela 39 – Esforços de cálculo do pilar P9

Esforço Topo e base Intermediário


𝑁𝑑 (𝑘𝑁) 174,48 174,48
𝑀𝑥𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 20,90 0
𝑀𝑦𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 43,68 0
Fonte: Do autor.

16.6 ARMADURA LONGITUDINAL

Para que seja selecionado um ábaco adequado para o dimensionamento


dos pilares é preciso estimar 𝑑 ′ /ℎ. Visto que os pilares P1, P2 e P9 possuem as
mesmas dimensões (18 cm x 40 cm), foi fixado o valor de 𝑑 ′ /ℎ para esses
pilares. Abaixo está calculado o valor de 𝑑 ′ /ℎ estimado para barras longitudinais
de 16 mm e estribos de 5 mm.
317

- Relação 𝑑′ /ℎ

• P1, P2 e P9

𝛷𝑙
𝑑 ′ = 𝑐 + 𝛷𝑡 +
2
1,6
𝑑′ = 2,5 + 0,5 + = 3,8 𝑐𝑚
2

𝑑′𝑥 3,8
= = 0,21 → 0,20
ℎ𝑥 18
𝑑′𝑦 3,8
= = 0,095 → 0,10
ℎ𝑦 40

- Armadura longitudinal

• P1

- Formas adimensionais da força normal e momentos

Dados de entrada:
𝑁𝑑 = 649,99 𝑘𝑁;
𝑀𝑥𝑑 = 16,17 𝑘𝑁. 𝑚 = 1,62 . 10³ 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑀𝑦𝑑 = 50,51 𝑘𝑁. 𝑚 = 5,05 . 103 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝐴𝑐 = 𝑏. ℎ = 18 . 40 = 720 𝑐𝑚²;
ℎ𝑥 = 18 𝑐𝑚;
ℎ𝑦 = 40 𝑐𝑚;
𝑓𝑐𝑘 30
𝑓𝑐𝑑 = = 1,4 = 21,43 𝑀𝑃𝑎 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛾𝑐
𝑓𝑦𝑘 500
𝑓𝑦𝑑 = = 1,15 = 434,78 𝑀𝑃𝑎 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛾𝑠

𝑁𝑑 649,99
𝜈= = = 0,42
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 2,143
318

𝑀𝑥𝑑 1,62 . 10³


𝜇𝑥 = = = 0,058
𝐴𝑐 . ℎ𝑥 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 18 . 2,143

𝑀𝑦𝑑 5,05 . 10³


𝜇𝑦 = = = 0,082
𝐴𝑐 . ℎ𝑦 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 40 . 2,143

- Foi selecionado o ábaco 17A desenvolvido por Pinheiro et al. (2009) o qual
estabelece as relações do estado limite último para 4 barras (2 barras em cada
face). Calculado executado para o quadrante 𝜈 = 0,4. Foi encontrado a taxa de
armadura com o valor aproximado de:

𝜔≅0

- Área de aço

𝜔 . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 0,33 . 720 . 2,143


𝐴𝑠 = = = 0 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,478

Logo, foi adotada a armadura mínima de 4 barras de 10 mm (𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 0,785 𝑐𝑚²)


possuindo área efetiva igual a:

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 𝑛 . 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 4 . 0,785 = 3,14 𝑐𝑚²

- Verificação da armadura máxima e mínima

A taxa de armadura considerando 4 barras de 10 mm (𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 3,14 𝑐𝑚²) é:

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 3,14
𝜌𝑠 = = = 0,0044 = 0,44% < 8%
𝐴𝑐 720

Logo, a taxa de armadura é menor que a taxa de armadura máxima. Por fim,
calcula-se a armadura mínima conforme a expressão abaixo:
319

𝑁𝑑
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 𝐴𝑐
𝑓𝑦𝑑
649,99
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 720
43,478
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 2,24 𝑐𝑚2 ≥ 2,88 𝑐𝑚²

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 3,14 𝑐𝑚2 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 2,88 𝑐𝑚²

- Distribuição transversal

O espaçamento vertical (𝑆𝑣 ) e horizontal (𝑆ℎ ) entre as barras é dado por:

ℎ − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 2 . 𝛷𝑙 40 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 2 . 1,0


𝑆𝑣 = = = 32,0 𝑐𝑚
𝑛𝑣 − 1 2−1

𝑏 − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 2 . 𝛷𝑙 18 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 2 . 1,0


𝑆ℎ = = = 10,0 𝑐𝑚
𝑛ℎ − 1 2−1

O espaçamento livre entre as barras longitudinais deve respeitar o limite mínimo


de 𝑎𝑙 e máximo de 𝑎𝑚á𝑥 calculados abaixo:

2 𝑐𝑚
𝑎𝑙 ≥ { 𝛷 𝑙 = 1,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑎𝑙 = 2,28 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 . 𝑏 = 2 . 18 = 36 𝑐𝑚
𝑎𝑚á𝑥 ≤ { ∴ 𝑎𝑚á𝑥 = 36 𝑐𝑚
40 𝑐𝑚

Logo, os espaçamentos são respeitados, pois

𝑎𝑙 ≤ 𝑆𝑣 ≤ 𝑎𝑚á𝑥 ∴ 2,28 𝑐𝑚 ≤ 32,0 𝑐𝑚 ≤ 36 𝑐𝑚


𝑎𝑙 ≤ 𝑆ℎ ≤ 𝑎𝑚á𝑥 ∴ 2,28 𝑐𝑚 ≤ 10,0 𝑐𝑚 ≤ 36 𝑐𝑚

- Comprimento de traspasse
320

Para barras comprimidas o comprimento de traspasse deve obedecer a


seguinte relação:

𝑙0𝑐 = 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ≥ 𝑙0𝑐,𝑚í𝑛

Dados de entrada:

𝜂1 = 2,25 (barra nervurada);


𝜂2 = 1,0 (boa situação);
𝜂3 = 1,0 (𝛷 < 32 𝑚𝑚);
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛼 = 1,0;

- Resistência de aderência de cálculo

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 2,25 . 1,0 . 1,0 . 0,145 = 0,326 𝑘𝑁;

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,0 43,478
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,0
4 0,326
𝑙𝑏 = 33,34 𝑐𝑚 ≥ 25 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑏 = 33,34 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem mínimo

0,6 . 𝑙𝑏 = 0,6 . 33,34 = 20,0 𝑐𝑚


𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 ≥ { 15 . 𝛷 = 15 . 1,0 = 15,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 = 20,0 𝑐𝑚
20,0 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠 0
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . = 1,0 . 53,35 . = 0 𝑐𝑚
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 12,06
321

Logo, o comprimento de traspasse da armadura longitudinal é:

𝑙0𝑐 = 𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 = 20,0 𝑐𝑚

- Comprimento da armadura longitudinal

Dados de entrada:

𝐿 = 2,80 𝑚;
𝑙0𝑐 = 0,20 𝑚;

𝐶 = 𝐿 + 𝑙0𝑐 = 2,80 + 0,20 = 3,00 𝑚

• P2

- Formas adimensionais da força normal e momentos

Dados de entrada:

𝑁𝑑 = 1065,48 𝑘𝑁;
𝑀𝑥𝑑 = 55,86 𝑘𝑁. 𝑚 = 5,59 . 10³ 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑀𝑦𝑑 = 21,74 𝑘𝑁. 𝑚 = 2,17 . 103 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝐴𝑐 = 𝑏. ℎ = 18 . 40 = 720 𝑐𝑚²;
ℎ𝑥 = 18 𝑐𝑚;
ℎ𝑦 = 40 𝑐𝑚;
𝑓𝑐𝑑 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

𝑁𝑑 1065,48
𝜈= = = 0,69
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 2,143
322

𝑀𝑥𝑑 5,59 . 10³


𝜇𝑥 = = = 0,091
𝐴𝑐 . ℎ𝑥 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 40 . 2,143

𝑀𝑦𝑑 2,17 . 10³


𝜇𝑦 = = = 0,078
𝐴𝑐 . ℎ𝑦 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 18 . 2,143

- Foram selecionados os ábacos 16A e 16B desenvolvido por Pinheiro et al. (200)
o qual estabelece as relações do estado limite último para 6 barras (3 barras em
cada face). Cálculo executado para o quadrante 𝜈 = 0,6 e 𝜈 = 0,8. Foi
encontrado a taxa de armadura com o valor aproximado de:

Para 𝜈 = 0,6 → 𝜔1 ≅ 0,23


Para 𝜈 = 0,8 → 𝜔2 ≅ 0,39

- Área de aço

𝜔1 . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 0,23 . 720 . 2,143


𝐴𝑠1 = = = 8,16 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,478
𝜔2 . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 0,39 . 720 . 2,143
𝐴𝑠2 = = = 13,84 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,478

Foi tomada como a área de aço a média entre os resultados supracitados.

𝐴𝑠1 + 𝐴𝑠2 8,16 + 13,84


𝐴𝑠,𝑚é𝑑𝑖𝑎 = = = 11,00 𝑐𝑚²
2 2

Sendo que 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 2,01 𝑐𝑚² para barras de 16 mm, então, seriam
necessárias:

𝐴𝑠 11,00
𝑛= = = 5,47 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 2,01

Foram adotadas 6 barras de 16,0 mm possuindo área efetiva igual a:


323

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 𝑛 . 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 6 . 2,01 = 12,06 𝑐𝑚²

- Verificação da armadura máxima e mínima

A taxa de armadura considerando 6 barras de 16,0 mm (𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 12,06 𝑐𝑚²) é:

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 12,06
𝜌𝑠 = = = 0,0167 = 1,67% < 8%
𝐴𝑐 720

Logo, a taxa de armadura é menor que a taxa de armadura máxima. Por fim,
calcula-se a armadura mínima conforme a expressão abaixo:

𝑁𝑑
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 𝐴𝑐
𝑓𝑦𝑑
1065,48
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 720
43,478
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 3,68 𝑐𝑚2 ≥ 2,88 𝑐𝑚²

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 12,06 𝑐𝑚2 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 3,68 𝑐𝑚²

A taxa de armadura mínima é respeitada.

- Distribuição transversal

Sendo o eixo vertical paralelo à maior dimensão, o espaçamento vertical


(𝑆𝑣 ) e horizontal (𝑆ℎ ) entre as barras é dado por:

ℎ − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 2 . 𝛷𝑙 40 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 2 . 1,6


𝑆𝑣 = = = 15,4 𝑐𝑚
𝑛𝑣 − 1 3−1

𝑏 − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 2 . 𝛷𝑙 18 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 2 . 1,6


𝑆ℎ = = = 8,8 𝑐𝑚
𝑛ℎ − 1 2−1
324

O espaçamento livre entre as barras longitudinais deve respeitar o limite mínimo


de 𝑎𝑙 e máximo de 𝑎𝑚á𝑥 calculados abaixo:

2 𝑐𝑚
𝑎𝑙 ≥ { 𝛷 𝑙 = 1,6 𝑐𝑚 ∴ 𝑎𝑙 = 2,28 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 . 𝑏 = 2 . 18 = 36 𝑐𝑚
𝑎𝑚á𝑥 ≤ { ∴ 𝑎𝑚á𝑥 = 36,0 𝑐𝑚
40 𝑐𝑚

Logo, os espaçamentos são respeitados, pois

𝑎𝑙 ≤ 𝑆𝑣 ≤ 𝑎𝑚á𝑥 ∴ 2,28 𝑐𝑚 ≤ 15,4 𝑐𝑚 ≤ 36 𝑐𝑚


𝑎𝑙 ≤ 𝑆ℎ ≤ 𝑎𝑚á𝑥 ∴ 2,28 𝑐𝑚 ≤ 8,8 𝑐𝑚 ≤ 36 𝑐𝑚

- Comprimento de traspasse

Para barras comprimidas o comprimento de traspasse deve obedecer a


seguinte relação:

𝑙0𝑐 = 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 ≥ 𝑙0𝑐,𝑚í𝑛

Dados de entrada:

𝜂1 = 2,25 (barra nervurada);


𝜂2 = 1,0 (boa situação);
𝜂3 = 1,0 (𝛷 < 32 𝑚𝑚);
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝛼 = 1,0;

- Resistência de aderência de cálculo

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 2,25 . 1,0 . 1,0 . 0,145 = 0,326 𝑘𝑁;


325

- Comprimento de ancoragem básico

𝛷 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 𝛷
4 𝑓𝑏𝑑
1,6 43,478
𝑙𝑏 = . ≥ 25 . 1,6
4 0,326
𝑙𝑏 = 53,34 𝑐𝑚 ≥ 40 𝑐𝑚 ∴ 𝑙𝑏 = 53,34 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem mínimo

0,6 . 𝑙𝑏 = 0,6 . 53,34 = 32,0 𝑐𝑚


𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 ≥ { 15 . 𝛷 = 15 . 1,6 = 24,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑙0𝑐,𝑚í𝑛 = 32,0 𝑐𝑚
20,0 𝑐𝑚

- Comprimento de ancoragem necessário

𝐴𝑠 11,00
𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . = 1,0 . 53,34 . = 48,65 𝑐𝑚 → 49 𝑐𝑚
𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 12,06

Logo, o comprimento de traspasse das armaduras longitudinais é:

𝑙0𝑐 = 𝑙𝑏,𝑛𝑒𝑐 = 49,0 𝑐𝑚

- Comprimento da armadura longitudinal

Dados de entrada:

𝐿 = 2,80 𝑚;
𝑙0𝑐 = 0,49 𝑚;

𝐶 = 𝐿 + 𝑙0𝑐 = 2,80 + 0,49 = 3,29 𝑚

• P9

- Formas adimensionais da força normal e momentos


326

Dados de entrada:

𝑁𝑑 = 174,48 𝑘𝑁;
𝑀𝑥𝑑 = 20,90 𝑘𝑁. 𝑚 = 2,90 . 10³ 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝑀𝑦𝑑 = 43,68 𝑘𝑁. 𝑚 = 4,37 . 103 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;
𝐴𝑐 = 𝑏. ℎ = 18 . 40 = 720 𝑐𝑚²;
ℎ𝑥 = 18 𝑐𝑚;
ℎ𝑦 = 40 𝑐𝑚;
𝑓𝑐𝑑 = 2,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;
𝑓𝑦𝑑 = 43,478 𝑘𝑁/𝑐𝑚²;

𝑁𝑑 174,48
𝜈= = = 0,113
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 2,143

𝑀𝑥𝑑 2,90 . 10³


𝜇𝑥 = = = 0,104
𝐴𝑐 . ℎ𝑥 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 18 . 2,143

𝑀𝑦𝑑 4,37 . 10³


𝜇𝑦 = = = 0,070
𝐴𝑐 . ℎ𝑦 . 𝑓𝑐𝑑 720 . 40 . 2,143

- Foi selecionado o ábaco 16A desenvolvido por Pinheiro et al. (2009) o qual
estabelece as relações do estado limite último para 6 barras (3 barras em cada
face). Cálculo executado para o quadrante 𝜈 = 0,0 e 𝜈 = 0,2. Foi encontrado a
taxa de armadura com o valor aproximado de:

Para 𝜈 = 0,0 → 𝜔1 ≅ 0,33


Para 𝜈 = 0,2 → 𝜔2 ≅ 0,20

- Área de aço

𝜔1 . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 0,33 . 720 . 2,143


𝐴𝑠1 = = = 11,71 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,478
327

𝜔2 . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 0,20 . 720 . 2,143


𝐴𝑠2 = = = 7,10 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,478

Foi tomada como a área de aço a média entre os resultados supracitados.

𝐴𝑠1 + 𝐴𝑠2 11,71 + 7,10


𝐴𝑠,𝑚é𝑑𝑖𝑎 = = = 9,41 𝑐𝑚²
2 2

Sendo que 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 2,01 𝑐𝑚² para barras de 16,0 mm, então, seriam
necessárias:

𝐴𝑠 9,41
𝑛= = = 4,68 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 2,01

Logo, foi adotada a armadura longitudinal de 6 barras de 16,0 mm possuindo


área efetiva igual a:

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 𝑛 . 𝐴𝑠,𝑢𝑛𝑖𝑡 = 6 . 2,01 = 12,06 𝑐𝑚²

- Verificação da armadura máxima e mínima

A taxa de armadura considerando 6 barras de 16,0 mm (𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 12,06 𝑐𝑚²) é:

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 12,06
𝜌𝑠 = = = 0,0167 = 1,67% < 8%
𝐴𝑐 720

Logo, a taxa de armadura é menor que a taxa de armadura máxima. Por fim,
calcula-se a armadura mínima conforme a expressão abaixo:

𝑁𝑑
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 𝐴𝑐
𝑓𝑦𝑑
171,48
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = (0,15 . ) ≥ 0,004 . 720
43,478
𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,592 𝑐𝑚2 ≤ 2,88 𝑐𝑚²
328

𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 12,06 𝑐𝑚2 > 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 2,88 𝑐𝑚²

A armadura mínima é respeitada.

- Distribuição transversal

Sendo o eixo vertical paralelo à maior dimensão, o espaçamento vertical


(𝑆𝑣 ) e horizontal (𝑆ℎ ) entre as barras é dado por:

ℎ − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 2 . 𝛷𝑙 40 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 2 . 1,60


𝑆𝑣 = = = 15,40 𝑐𝑚
𝑛𝑣 − 1 3−1

𝑏 − 2 . 𝑐 − 2 . 𝛷𝑡 − 2 . 𝛷𝑙 18 − 2 . 2,5 − 2 . 0,5 − 2 . 1,60


𝑆ℎ = = = 8,80 𝑐𝑚
𝑛ℎ − 1 2−1

O espaçamento livre entre as barras longitudinais deve respeitar o limite mínimo


de 𝑎𝑙 e máximo de 𝑎𝑚á𝑥 calculados abaixo:

2 𝑐𝑚
𝑎𝑙 ≥ { 𝛷𝑙 = 1,60 𝑐𝑚 ∴ 𝑎𝑙 = 2,28 𝑐𝑚
1,2 . 𝛷𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔 = 1,2 . 1,9 = 2,28 𝑐𝑚

2 . 𝑏 = 2 . 18 = 36 𝑐𝑚
𝑎𝑚á𝑥 ≤ { ∴ 𝑎𝑚á𝑥 = 36,0 𝑐𝑚
40 𝑐𝑚

Logo, os espaçamentos são respeitados, pois

𝑎𝑙 ≤ 𝑆𝑣 ≤ 𝑎𝑚á𝑥 ∴ 2,28 𝑐𝑚 ≤ 15,40 𝑐𝑚 ≤ 40,0 𝑐𝑚


𝑎𝑙 ≤ 𝑆ℎ ≤ 𝑎𝑚á𝑥 ∴ 2,28 𝑐𝑚 ≤ 8,80 𝑐𝑚 ≤ 40,0 𝑐𝑚

- Comprimento de traspasse

Não é necessário calcular o comprimento de traspasse para o pilar P9 no


lance analisado, porque o pilar não é contínuo, ou seja, ele morre na cobertura.
329

- Comprimento da armadura longitudinal

Dados de entrada:

𝐿 = 3,32 𝑚;
𝑐 = 2,5 𝑐𝑚 = 0,025 𝑚;

𝐶 = 𝐿 − 𝑐 = 3,32 − 0,025 = 3,295 𝑚 → 3,29 𝑚

16.7 ARMADURA TRANSVERSAL

Foram utilizados estribos de 5 mm (𝛷𝑡 = 5 𝑚𝑚 = 0,5 𝑐𝑚), pois se adota


como diâmetro mínimo 5 mm ou 𝛷𝑙 /4. Como o diâmetro máximo para as barras
longitudinais foi de 16,0 mm, então:

5 𝑚𝑚
𝛷𝑚í𝑛 ≥ {𝛷𝑙 10,0 ∴ 𝛷𝑚í𝑛 = 5 𝑚𝑚
= = 2,5 𝑚𝑚
4 4

As dobras de finalização dos estribos e estribos suplementares foram


adotadas igual a 10 . 𝛷𝑡 = 5 𝑐𝑚 conforme indica a ACI 318 demonstrada por
Carvalho e Pinheiro (2009, p. 441).

• P1

Dados de entrada:

𝛷𝑙 = 10,0 𝑚𝑚 = 1,0 𝑐𝑚;


𝐿 = 2,80 𝑚 = 280 𝑐𝑚;

- Espaçamento entre estribos

20,0 𝑐𝑚
𝑎𝑡 ≤ { 𝑏 = 18,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑎𝑡 = 12,0 𝑐𝑚
12 . 𝛷𝑙 = 12 . 1,0 = 12,0 𝑐𝑚
330

- Quantidade de estribos

𝐿 280
𝑄= = = 23,33 → 24
𝑎𝑡 12

- Estribos suplementares

Não é necessário, pois o pilar P1 (4 𝛷10,0) não possui barras afastadas


dos vértices.

• P2

Dados de entrada:

𝛷𝑙 = 16,0 𝑚𝑚 = 1,6 𝑐𝑚;


𝐿 = 2,80 𝑚 = 280 𝑐𝑚;

- Espaçamento entre estribos

20,0 𝑐𝑚
𝑎𝑡 ≤ { 𝑏 = 18,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑎𝑡 = 18,0 𝑐𝑚
12 . 𝛷𝑙 = 12 . 1,6 = 19,2 𝑐𝑚

- Quantidade de estribos

𝐿 280
𝑄= = = 15,56 → 16
𝑎𝑡 18

- Estribos suplementares

Como foi calculado anteriormente, o espaçamento entre as faces das


barras na direção vertical (maior dimensão) é 𝑆𝑣 = 15,4 𝑐𝑚 (distância entre as
faces da barra do vértice e a subsequente). Segundo a NBR 6118:2014 se
houver barras fora do trecho de 20 . 𝛷𝑡 = 20 . 0,5 = 10,0 𝑐𝑚 a partir do vértice do
331

estribo, então, deve ser aplicado estribos suplementares. Logo, foram aplicados
estribos suplementares nas barras centrais.

• P9

Dados de entrada:

𝛷𝑙 = 16,0 𝑚𝑚 = 1,60 𝑐𝑚;


𝐿 = 3,29 𝑚 = 329 𝑐𝑚;

- Espaçamento entre estribos

20,0 𝑐𝑚
𝑎𝑡 ≤ { 𝑏 = 18,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑎𝑡 = 18,0 𝑐𝑚
12 . 𝛷𝑙 = 12 . 1,60 = 19,2 𝑐𝑚

- Quantidade de estribos

𝐿 329
𝑄= = = 18,28 → 19
𝑎𝑡 18

- Estribos suplementares

O espaçamento entre as faces das barras na direção vertical (maior


dimensão) é 𝑆𝑣 = 15,40 𝑐𝑚. Logo, é exigida a estribo suplementar, pois 𝑆𝑣 =
15,40 𝑐𝑚 > 20 . 𝛷𝑡 = 10,0 𝑐𝑚. Aplicou-se estribo suplementar nas barras
centrais.

16.8 DETALHAMENTO DOS PILARES P1, P2 E P9

Abaixo estão ilustrados os detalhamentos dos pilares P1, P2 e P9.


332

Figura 76 – Detalhamento do pilar P1

Fonte: Do autor.

Figura 77 – Detalhamento do pilar P2

Fonte: Do autor.
333

Figura 78 – Detalhamento do pilar P9

Fonte: Do autor.

17. CÁLCULO COMPUTACIONAL

17.1 SOFTWARE EBERICK 2021

A desenvolvedora do software Eberick é a AltoQi atua no mercado de


estruturas de concreto armado desde o ano de 1989. A partir do aperfeiçoamento
do software Eberick foram também adicionados módulos de dimensionamento
de peças pré-moldadas, alvenaria estrutural, lajes protendidas e perfis metálicos.
Atualmente as principais características do software são: modelagem em BIM
(Building Information Modeling); analisa as estruturas conforme as normas
brasileiras; gera detalhamentos automaticamente e extrai quantitativos do
projeto estrutural.
Para a análise de esforços e deslocamentos o Eberick dispõe dos
modelos de analogia de grelha e pórtico espacial, cooperam conjuntamente, e o
modelo integrado. No modelo de analogia de grelha, as lajes são discretizadas
em barras e os esforços e deslocamentos são calculados a partir do método das
334

forças ou método dos deslocamentos. As vigas e pilares são analisados através


do pórtico espacial e são discretizados como barras. Primeiro, é analisada a
grelha (laje) e, então, são adicionados os carregamentos nas vigas e pilares. No
modelo integrado todas as barras de todos os elementos são analisadas
conjuntamente. “A adoção desse modelo permite considerar a presença das
lajes na análise da estabilidade global da estrutura, bem como calcular esforços
de temperatura e de retração nos elementos estruturais” cita Franceschi (2022).
Visando avaliar a estabilidade global da estrutura o Eberick possibilita
optar entre a utilização do coeficiente 𝛾𝑧 ou do coeficiente P-Delta. O coeficiente
𝛾𝑧 pode ser utilizado para estrutura reticuladas de, no mínimo, 4 andares (NBR
6118:2014, item 15.5.3). Classifica-se a estrutura como de nós fixos ou nós
móveis dependendo do valor de 𝛾𝑧 . Resumidamente, o cálculo de 𝛾𝑧 avalia a
relação entre os esforços de 2ª ordem e 1ª ordem, quando 𝛾𝑧 ≤ 1,1 a estrutura é
considerada de nós fixos; se 𝛾𝑧 > 1,1 a estrutura é de nós móveis. O coeficiente
P-Delta funciona iterativamente aplicando sobre a estrutura indeformada ações
horizontais e verticais, no entanto, também é considerado os efeitos da aplicação
das cargas sobre as deformações impostas pelas mesmas. E, assim, de forma
cíclica “esse processo é repetido até se obter uma convergência dos valores de
deformação do edifício” destaca Longo (2022). Neste trabalho não foram
considerados os efeitos de segunda ordem global.

17.2 PREMISSAS

A fim de realizar a comparação entre os resultados do cálculo


computacional e manual, foi utilizado o modelo de analogia de grelha e pórtico
espacial, os quais se assemelham mais aos métodos empregados no cálculo
manual.
Modelou-se a estrutura inteira no software Eberick, incluindo cargas de
água (caixas d’água e banheiras) e escadas. As cargas de vento foram
desligadas (velocidade básica do vento = 0 m/s), pois não faziam parte do
escopo deste trabalho. A Figura 79 ilustra o pórtico 3D da estrutura do edifício
analisado.
335

Figura 79 – Pórtico 3D da estrutura

Fonte: Do autor.

17.3 CONFIGURAÇÕES BÁSICAS

Configurou-se o software para que seus resultados se assemelhassem


dos resultados dos cálculos manuais. As configurações utilizadas para o
processamento da estrutura estão dispostas a seguir:
- Ações: são elencadas em Permanente (Peso próprio, Adicional, Solo e
Retração); Acidental (Acidental, Água e Subpressão); Temperatura (1 e 2); Vento
(X+, X-, Y+ e Y-) e Desaprumo (X+, X-, Y+ e Y-). As principais configurações
nessa categoria são os coeficientes de majoração são 𝛾𝑔 = 𝛾𝑞 = 1,4.
- Análise: dispõe de diversas definições como é ilustrado na Figura 80 a seguir:
336

Figura 80 – Configurações da categoria Análise

Fonte: do autor.

Algumas das configurações que foram alteradas para aproximar os


resultados dos cálculos: redução na rigidez axial da escada em 99% (limite do
programa). Reduziu-se a rigidez à torção da grelha em 15% (NBR 6118:2014
item 14.6.6.2).

- Detalhamento: São definidos parâmetros para que o Eberick gere as plantas


dos detalhamentos de forma customizável e padronizada.
- Dimensionamento: A seguir estão apresentadas as configurações empregadas
para o dimensionamento de lajes (escadas são lajes inclinadas), vigas e pilares.
337

Figura 81 – Janela de dimensionamento de lajes

Fonte: Do autor.
338

Figura 82 – Janela de dimensionamento de vigas

Fonte: Do autor.
339

Figura 83 – Janela de dimensionamento dos estribos das vigas

Fonte: Do autor.
340

Figura 84 – Janela de dimensionamento de pilares

Fonte: Do autor.

- Materiais e durabilidade: nessa categoria se configura a classe de


agressividade, o 𝑓𝑐𝑘 e os cobrimentos dos elementos estruturais (e possíveis
reduções), tipo e dimensão do agregado graúdo, peso específico do concreto
armado, tempo de escoramento. As configurações utilizadas para materiais e
durabilidade está exibida abaixo (Figura 84).
341

Figura 85 – Janela de configuração de materiais e durabilidade

Fonte: Do autor.

- Verificações ao ELS: configuram-se os diversos limites de deslocamentos da


estrutura. As configurações adotadas estão ilustradas abaixo:
342

Figura 86 – Janela de verificação ao estado limite de serviço

Fonte: Do autor.

17.4 LANÇAMENTO E ANÁLISE ESTRUTURAL

A concepção de um projeto estrutural começa com o entendimento do


projeto arquitetônico. No software existe a possibilidade de importar um DXF ou
IFC e conforme a projeção do pavimento se inicia o posicionamento dos
elementos estruturais sobre a arquitetura.
Visando impactar minimamente a arquitetura, são lançados pilares e vigas
que podem se embutir na alvenaria. Para o projeto estrutural do edifício em
análise, decidiu-se padronizar a largura dos pilares em 18 cm, o que desobedece
a regra geral do embutimento de elementos, no entanto, objetivava-se a
padronização dos pilares. Padronizar as dimensões de pilares influencia
positivamente na execução, por conta da facilidade construtiva. Outro fator
343

importante é que pilares de dimensões menores que 19 cm sofrem majorações


significativas nos esforços conforme demonstra a Tabela 36 (capítulo 15). Assim,
ponderou-se a largura dos pilares tendo em vista essas considerações. A
locação de pilares na vertical ou horizontal é função do carregamento das vigas
que se apoiam sobre o pilar. Tendo em vista que os pilares foram locados nos
bordos da edificação, então, estes estão posicionados com seu maior momento
de inércia na direção da viga mais carregada que se apoia sobre o pilar
analisado. Uniformizou-se a maior dimensão dos pilares em 40 cm, ora para
auxiliar na distribuição dos momentos fletores, ora para aplicar a padronização.
No lançamento de vigas considerou-se os vãos e o tipo de blocos
cerâmicos, as vigas na horizontal, em geral, possuem vãos entre 3,00 e 5,50
metros e blocos cerâmicos de 14 cm de largura. Por isso, sua largura é de 14
cm, sua altura é decorrência das vigas na vertical. As vigas na vertical recebem
maior carregamento, por conta dos vãos (aproximadamente 6,00 metros) e da
distribuição das lajes (lajes unidirecionais). Embora os blocos cerâmicos no
interior dos apartamentos sejam de 11,5 cm, foi decretado que a largura das
vigas fosse de 14 cm ao invés de 12 cm. Visto que a padronização da largura
das vigas facilita a execução e que vigas mais carregadas exigem maior inércia.
A altura foi uniformizada em 60 cm, salvo exceções das vigas biengastadas com
pilares na vertical (50 cm de altura) e as vigas da caixa da escada (40 cm de
altura).
As vigas biengastadas com pilares na vertical possuem momento de
solidariedade elevado o que torna as vigas menos deformáveis. Inicialmente
estas vigas foram lançadas com altura de 60 cm. No entanto, elas formavam um
apoio muito rígido para as lajes engastadas, o que gerava um pico de momento
negativo nas lajes. Esse momento negativo elevado impossibilitava o
dimensionamento da armadura negativa sobre o apoio.
Por fim, se lança as lajes no modelo. Foi optado pela utilização de lajes
maciças pretendendo aplicar os conhecimentos obtidos na graduação. Os
engastes aplicados nas lajes foram dispostos para as lajes com diferença entre
espessuras de até 2 cm conforme cita a subseção 9.4.
Após o lançamento dos elementos estruturais são dispostos os
carregamentos de parede nas lajes e vigas conforme o projeto arquitetônico. As
344

cargas acidentais variam entre regiões de uso privado e comum, devem ser
aplicadas nas lajes de forma coerente com a utilização do local.

18. COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO CÁLCULO MANUAL E


COMPUTACIONAL

Os resultados obtidos através do software Eberick se referem ao 2º


pavimento (1º tipo). Tais resultados como a planta de forma do 2º pavimento, o
detalhamento das armaduras das lajes (positiva e negativa), escada, vigas e
pilares estão expostos nos apêndices A, B, C, D e E.

18.1 COMPARATIVO DAS LAJES

Abaixo constam as Tabelas 40 e 41 as quais comparam a área de aço


(𝐴𝑠𝑥 , 𝐴𝑠𝑦 e 𝐴𝑠𝑥 − ) das lajes. Destaca-se que as lajes são simétricas em relação ao
edifício e, por isso, estão dispostas na mesma linha, o que foi denominado de
grupo.

Tabela 40 – Comparativo da armadura positiva das lajes

Armaduras positivas das lajes (𝒄𝒎𝟐 /𝒎)


Cálculo manual Eberick
Lajes 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐴𝑠𝑥 𝐴𝑠𝑦 𝐴𝑠𝑥 𝐴𝑠𝑦
𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘 𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
L1;
L6; 2,439 0,900 2,340 104,2% 1,730 52,0%
L11;
L18
L2;
L5; 2,930 0,900 1,930 151,8% 1,420 63,4%
L12;
L17
L3;
L4; 1,605 0,900 1,320 121,6% 1,080 83,3%
L13;
L16
L7;
L8; 0,927 0,900 0,900 103,0% 0,960 93,8%
L14;
L15
L9 4,660 2,960 5,330 87,4% 3,700 80,0%

L10 1,581 1,588 1,850 85,5% 1,820 87,3%


Fonte: Do autor.
345

Tabela 41 – Comparativo da armadura negativa das lajes

Armaduras negativas das lajes (𝒄𝒎𝟐 /𝒎)


Cálculo manual Eberick
Lajes 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐴𝑠𝑥 − 𝐴𝑠𝑥 −
𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
L1; L6;
L11; L18 4,710 1,980 237,9%
L2; L5;
L12; L17
L2; L5;
L12; L17 3,760 4,120 91,3%
L3; L4;
L13; L16
L3; L4;
L13; L16 2,470 3,830 64,5%
L7; L8;
L14; L15
L7; L14; 0,927 1,360 68,2%
L8; L15
Fonte: Do autor.

Para as lajes unidirecionais, a armadura positiva na direção do menor vão


(𝐴𝑠𝑥 ) é similar quando o carregamento de parede é reduzido ou nulo, isso ocorre
para o grupo de lajes: L1 e L7. Por outro lado, as lajes que possuem
carregamento de parede maior (grupo de lajes L2 e L3) requisitaram armadura
positiva superior se comparado com o resultado do Eberick. Isso decorre do
procedimento de cálculo manual escolhido, o qual define uma região de largura
𝑙𝑥 /2 para a laje onde todo carregamento envolvido pela região é distribuído
uniformemente (ver item 9.5.1.5). Ainda para lajes unidirecionais, notou-se que
o Eberick computa maior área de aço na direção do maior vão (𝐴𝑠𝑦 ). As lajes
unidirecionais foram calculadas manualmente como vigas, sendo assim, apenas
apresentaram momento fletores na menor direção, logo, foram atribuídas com a
armadura mínima (𝐴𝑠𝑦 = 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,90 𝑐𝑚2 /𝑚). O Eberick calcula as lajes
através da analogia de grelhas onde cada barra possui esforços diferentes, seja
em x ou em y, e devido a isso, os momentos fletores na direção do maior vão
exigiram mais armadura que o cálculo manual.
Utilizou-se para o cálculo das lajes bidirecionais o Método elástico
(através das tabelas desenvolvidas por Bares), onde se considera a laje como
uma placa. O comportamento das placas é governado através da equação de
Lagrange que discretiza as lajes em elementos infinitesimais e relaciona a função
346

deslocamento vertical com o carregamento atuante (Perlin et al., 2019). A


equação de Lagrange abrange os momentos de torção em cada elemento
infinitesimal da laje segundo Longo (2021) conforme citado por Park e Gamble
(1980), diferente das barras da grelha que possuem esforços de torção variando
apenas em cada nó da grelha. Logo, os métodos – manual e computacional –
possuem diferenças intrínsecas nos seus desenvolvimentos, em consequência
disso, seus resultados divergem.
Outro fator importante que influi na diferença dos resultados em lajes é
que no cálculo manual as lajes são apoiadas em apoios indeformáveis. No caso
das armaduras negativas, percebe-se no resultado computacional que o apoio
do grupo das lajes L1 e L2 é deformável, pois é uma viga biapoiada, assim, a
armadura negativa calculada pelo Eberick é ligeiramente menor que no cálculo
manual. Por outro lado, o resultado é similar para o grupo de lajes L2 e L3, pois
se apoiam em uma viga biengastada, portanto, menos deformável, o que se
assemelha a um apoio indeformável.
As flechas das lajes não foram comparadas, pois os resultados do Eberick
demonstram flechas acumuladas, ou seja, as deformações nas vigas são os
pontos de partida das flechas das lajes. Embora as flechas nas lajes possam ser
determinadas de maneira aproximada, decidiu-se apenas comparar as flechas
nas vigas.

18.2 COMPARATIVO DA ESCADA

A seguir foram comparadas as armaduras longitudinal e transversal da


escada do edifício (Tabela 42).

Tabela 42 – Comparativo da armadura positiva da escada

Armaduras positivas da escada (𝒄𝒎𝟐 /𝒎)


Cálculo manual Eberick
Elemento 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐴𝑠−𝑙𝑜𝑛𝑔 𝐴𝑠−𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣 𝐴𝑠−𝑙𝑜𝑛𝑔 𝐴𝑠−𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣
𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘 𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
Escada 5,06 1,01 2,90 214,4% 0,93 108,6%
Fonte: Do autor.
347

Foi calculada manualmente a escada a partir de uma viga biapoiada, cujas


dimensões são as projeções do pórtico. Em vigas biapoiadas apenas existe
momento fletor positivo e, por isso, a área de aço solicitada é maior que na
grelha. Na grelha da escada há esforços axiais conforme a Figura 86. Estes
esforços axiais são gerados através da deformação dos elementos, onde o lance
superior está tracionado e o lance inferior comprimido. Por conta dessa dinâmica
dos esforços axiais, os momentos fletores positivos são reduzidos.

Figura 87 – Esforços axiais na escada

Fonte: Do autor.

Reduziu-se a rigidez axial da escada (redução de 99%) para com que


esse efeito acima fosse minimizado e os resultados entre o cálculo manual e
computacional fossem os mais próximos possíveis.

18.3 COMPARATIVO DAS VIGAS

Decorrente da amplitude das tabelas necessárias para comparar todas as


vigas foram selecionadas as vigas calculadas no capítulo 14 adicionando,
348

também, a análise a viga biengastada citada anteriormente. Estão exibidas


abaixo as tabelas comparativas das vigas V1, V14 e V16 do 2º pavimento (1º
pavimento tipo).

Tabela 43 – Comparativo dos momentos fletores e áreas de aço da viga V1

Tabela comparativa da viga V1


Cálculo Manual Eberick
Momentos Momentos
Região Área de aço (𝑐𝑚²) Área de aço (𝑐𝑚²)
(𝑘𝑁. 𝑚) (𝑘𝑁. 𝑚)
𝑀+ 𝑀− 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 − 𝑀+ 𝑀− 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 −
P1 - 96,10 - 4,19 - 78,53 - 3,45
Trecho
121,70 - 5,410 - 77,46 - 3,40 -
a
P2 - 93,50 - 4,05 - 66,93 - 2,84
Trecho 1,26 1,26
4,50 - - - 3,00 -
b (mínimo) (mínimo)
1,26 1,26
P3 - 2,30 - - 6,40 -
(mínimo) (mínimo)
Fonte: Do autor.

Tabela 44 – Comparativo dos momentos fletores e áreas de aço da viga V14

Tabela comparativa da viga V14


Cálculo Manual Eberick
Região Momentos (𝑘𝑁. 𝑚) Área de aço (𝑐𝑚²) Momentos (𝑘𝑁. 𝑚) Área de aço (𝑐𝑚²)
𝑀+ 𝑀− 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 − 𝑀+ 𝑀− 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 −
V1 - 0 - 0 - 0 - 0
Trecho
199,40 - 9,540 - 140,47 - 6,63 -
a
V4 - 0 - 0 - 0 - 0
Fonte: Do autor.
349

Tabela 45 – Comparativo dos momentos fletores e áreas de aço da viga V16

Tabela comparativa da viga V16


Cálculo Manual Eberick
Região Momentos (𝑘𝑁. 𝑚) Área de aço (𝑐𝑚²) Momentos (𝑘𝑁. 𝑚) Área de aço (𝑐𝑚²)

𝑀+ 𝑀− 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 𝑀+ 𝑀− 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 −
P2 - 106,50 - 6,13 - 105,74 - 6,11
Trecho
60,40 - 3,16 - 59,51 - 3,15 -
a
P8 - 106,50 - 6,13 - 100,62 - 5,77
Fonte: Do autor.

Por fim, está apresentada na Tabela 46 a qual exibe o comparativo


percentual de área de aço para as vigas V1, V14 e V16.

Tabela 46 – Comparação percentual da área de aço das vigas V1, V14 e V16

Tabela comparativa em %
Manual Eberick
Viga Região 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 − 𝐴𝑠 + 𝐴𝑠 −
𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘 𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
P1 - 4,19 - - 3,45 121,4%
Trecho a 5,41 - 3,40 159,1% - -
P2 - 4,05 - - 2,84 142,6%
V1 1,26
Trecho b - 1,26 100,0% - -
(mínimo)
1,26
P3 - - - 1,26 100,0%
(mínimo)
0 0
V1 - (porta- - - (porta- 100,0%
estribo) estribo)
V14 Trecho a 9,540 - 6,63 143,9% - -
0 0
V4 - (porta- - - (porta- 100,0%
estribo) estribo)
P2 - 6,13 - - 6,11 100,3%
V16 Trecho a 3,16 - 3,15 100,3% - -
P8 - 6,13 - - 5,77 106,2%
Fonte: Do autor.
350

Através do software FTOOL foram modeladas as vigas e o seus apoios


com as rigidezes apropriadas. A Figura 87 ilustra a configuração dos pilares para
a viga V1. Embora os pilares tenham sido modelados de acordo com seu
momento de inércia, não foram introduzidos na análise: a rigidez axial do pilar e
sua respectiva carga de compressão.

Figura 88 – Configuração dos pilares na viga V1

Fonte: Do autor.

As discrepâncias dos resultados são principalmente causadas pelo


método utilizado para obter as cargas nas lajes. O carregamento da laje no
cálculo manual foi considerado homogêneo e igual ao maior valor obtido.
Diferente do cálculo no Eberick, o qual considera a variedade de cargas
transferidas para as vigas devido a cada barra da grelha.
São comparados na Tabela 47 os valores de flecha total para o maior vão
da V1 e para as vigas V14 e V16, também é exibido se houve fissuração (𝑀𝑎 >
𝑀𝑟 ). Ressalta-se que para a viga V14 foi aplicado contra-flecha de 1 cm para que
fossem atendidos os deslocamentos limites.
351

Tabela 47 – Valores da flecha total e fissuração

Valores da flecha total e fissuração


Manual Eberick
Viga 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
Fissura? 𝑓𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑐𝑚) 𝑓𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑐𝑚)
𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
V1 (trecho a) Sim (𝑀+ ) 0,42 0,31 135,5%
V14 Sim (𝑀+ ) 3,22 2,39 134,7%
+
V16 Sim (𝑀 ) 1,05 0,99 106,1%
Fonte: Do autor.

Novamente os resultados demonstram disparidade nas V1 e V14 as quais


apresentam maiores carregamentos de parede. O processo computacional de
obtenção de deslocamentos difere do procedimento manual, pois é considerado
o deslocamento de cada barra da grelha. As barras da grelha e as vigas
deformam conjuntamente, essa dinâmica influencia nos deslocamentos
dependendo da vinculação adotada e se há continuidade de panos de lajes.
Na Tabela 48 foram comparadas somente as vigas V1 e V14 quanto a
armadura transversal.

Tabela 48 – Comparação da armadura transversal

Comparação da armadura transversal


Manual Eberick
Viga Região 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐴𝑠𝑤 (𝑐𝑚²) 𝐴𝑠𝑤 (𝑐𝑚²)
𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
1,62 1,62
V1 Toda V1 100,0%
(mínimo) (mínimo)
1,62 1,62
Vão central 100,0%
(mínimo) (mínimo)
V14
1,62
Nos apoios 2,46 151,8%
(mínimo)
Fonte: Do autor.

Nos apoios da viga V14, onde ocorrem os maiores esforços cortantes, os


mecanismos complementares não são suficientes para resistir ao esforço
cisalhante. A diferença das armaduras é explicada pelo carregamento
homogeneizado das lajes que suportam paredes (cálculo manual) ser maior que
o carregamento transferidos pelas grelhas até a viga V14.
352

18.4 COMPARATIVO DOS PILARES

São listados na Tabela 49 os esforços de cálculo dos pilares P1 e P2


(lance que sustenta o 2º pavimento) e P9 (lance que sustenta a cobertura).
Destaca-se que foram expostos os maiores momentos fletores computados pelo
Eberick (selecionado o maior momento entre topo, centro ou base).

Tabela 49 – Esforços calculados manualmente e pelo Eberick para os pilares P1, P2 e P9

Esforços calculados manualmente e pelo Eberick para os pilares P1, P2 e P9


Manual Eberick
Pilares
𝑁𝑑 (𝑘𝑁) 𝑀𝑥𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 𝑀𝑦𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 𝑁𝑑 (𝑘𝑁) 𝑀𝑥𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚) 𝑀𝑦𝑑 (𝑘𝑁. 𝑚)
P1 649,99 16,17 50,51 514,19 19,45 29,01
P2 1065,50 55,86 21,74 763,70 34,37 17,53
P9 174,48 20,90 43,68 189,20 21,12 55,76
Fonte: Do autor.

Devido ao procedimento de cálculo da carga das lajes, os pilares que


sustentam o 2° pavimento possuem maior divergência quanto aos esforços. Para
o pilar P9 a diferença entre os momentos 𝑀𝑦𝑑 é explicada com auxílio da Figura
88, a qual demonstra que o apoio da viga V24 do pavimento diferenciado (viga
com baixa rigidez) foi considerada como um apoio indeformável no FTOOL.

Figura 89 – Diagrama de momentos fletores da viga V4 e V24 atuando como apoio


indeformável (FTOOL)

Fonte: Do autor.

Entretanto, a rigidez da viga V24 é baixa porque ela funciona como um


apoio em balanço deformável, logo, ela recebe pouco carregamento e seu
353

impacto real no diagrama de momentos fletores é menos influente. Na Figura 89


foi exposto o diagrama de momentos fletores da viga V4 do Eberick e se nota
que a viga V24 não tem função de apoio rígido. Portanto, o pilar P9 atua com o
pilar P10 na formação de um pórtico com maior momento fletor, e, por isso, o
𝑀𝑦𝑑 no Eberick é superior ao 𝑀𝑦𝑑 do cálculo manual.

Figura 90 – Diagrama de momentos fletores da viga V4 e V22 atuando como apoio deformável
(Eberick)

Fonte: Do autor.

A seguir – Tabela 50 – foram comparadas as áreas de aço calculadas e


efetivas determinadas pelo cálculo manual e computacional para os pilares: P1
(pilar de canto), P2 (pilar de extremidade) e P9 (pilar intermediário).

Tabela 50 – Comparação entre a área de aço calculada e efetiva

Comparação entre a área de aço calculada e efetiva dos pilares


Manual Eberick
Pilares 𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐴𝑠,𝑐𝑎𝑙𝑐 (𝑐𝑚²) 𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 (𝑐𝑚²) 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎
(𝑐𝑚²) 𝐸𝑏𝑒𝑟𝑖𝑐𝑘
P1 0 (mínimo) 3,14 4 𝛷10,0 3,14 100,0% 4 𝛷10,0
P2 11,00 12,06 6 𝛷16,0 8,04 150,0% 4 𝛷16,0
P9 9,41 12,06 6 𝛷16,0 8,04 150,0% 4 𝛷16,0
Fonte: Do autor.

Foram geradas as armaduras mínimas para o pilar P1 tanto no cálculo


manual quanto no computacional. Destaca-se que para o pilar P1 𝜈 = 0,42,
portanto, há capacidade portante à compressão no pilar para suportar os
354

esforços axiais dos momentos fletores. Por decorrência disso o pilar P1


apresentou baixa taxa de armadura e igual a 0,44%.
Observa-se que para o pilar P2 com 𝜈 = 0,69 a compressão foi um fator
influente no dimensionamento da armadura longitudinal no cálculo manual. Visto
que 𝜈 é a relação entre a carga axial e a capacidade portante exclusiva para a
compressão, a atuação da compressão nos momentos fletores do pilar P2 exigiu
maior percentual de aço. O pilar P2 dispunha de apenas 31% (1 − 𝜈) de
capacidade portante para resistir a compressão dos momentos fletores, e,
através da compressão gerada pelo momento fletor a taxa de aço resultou em
1,68%.
O pilar P9, embora possua esforços do cálculo manual similares aos do
cálculo computacional, apresentou maior taxa de aço para o cálculo manual. O
𝐴𝑠,𝑐𝑎𝑙𝑐 = 9,41 𝑐𝑚² do cálculo manual comparado com o resultado do Eberick
onde 𝐴𝑠,𝑒𝑓𝑒𝑡 = 8,04 𝑐𝑚², demonstra que mesmo que os esforços sejam
semelhantes ainda há diferenças nos resultados. No entanto, as divergências
são de aproximadamente 15% a 20%, o que não invalida o cálculo tradicional.
355

19. CONSIDERAÇÕES FINAIS

19.1 CONCLUSÕES

Com a intenção de aplicar os conhecimentos obtidos nas disciplinas de


estruturas, desde Estática até Concreto III, este trabalho concretizou seu
objetivo. A partir da fundamentação teórica foram relembrados e aprendidos
procedimentos, métodos e teorias que servem de base para o dimensionamento
de estruturas de concreto armado. Visto que a comparação entre o cálculo
manual e computacional possui diferenças, este estudo conduziu algumas
análises estruturais que não foram explanadas ao longo da graduação.
Através de ferramentas computacionais o processo de dimensionamento
se torna menos massivo, possibilitando que o engenheiro possa atender a
prazos mais curtos de entrega de projetos ou permitir que diferentes concepções
sejam rapidamente adaptáveis. Conceber uma estrutura é um ato lógico que
requer atenção, entendimento do projeto arquitetônico e, muitas vezes,
adaptação aos projetos complementares (hidrossanitário, elétrico, PPCI, entre
outros).
Mesmo que o cálculo manual requisite mais tempo do engenheiro para
determinar os resultados finais (seção transversal das peças, área de aço e
flechas), é aconselhável que sejam conhecidos os procedimentos básicos para
embasar o conhecimento teórico. Como foi visto no capítulo 19, simplificações
para carregamentos em lajes unidirecionais que suportam paredes não são
recomendadas, pois podem ocasionar no superdimensionamento da estrutura.
Outro fator imprescindível é a verificação da fissuração das lajes e vigas, ponto
do dimensionamento importante tanto para o calculista – verificação do Estado
Limite de Serviço – quanto para o usuário – conforto visual.
Percorrendo por diversas etapas o procedimento manual – se realizado
corretamente – é de grande valia para os engenheiros, porque pode servir de
comparação de resultados com outros métodos. O software Eberick emprega a
analogia de grelhas e o pórtico espacial para avaliar e calcular os elementos
estruturais e quando comparado com o cálculo manual tende a gerar resultados
similares se os esforços são parecidos.
356

No comparativo das lajes, quanto menos influente eram as cargas de


parede mais as áreas de aço tinham proximidade. No entanto, a categorização
das lajes em unidirecionais e bidirecionais apresenta diferenças típicas. Nas
lajes unidirecionais, o Eberick considera os momentos fletores na maior direção,
no cálculo manual empregado não há essa consideração, portanto, os resultados
divergem. Nas lajes bidirecionais, os métodos utilizados têm diferenças
fundamentais o que por si só gera resultados distintos.
Calculadas manualmente como vigas biapoiadas, os resultados das
armaduras longitudinais das escadas diferem em aproximadamente 214%. Esse
método foi empregado, pois não foram determinadas as rigidezes das vigas de
apoio a cargas horizontais. Logo, por conta da diferença dos processos de
cálculo as escadas têm armaduras longitudinais desiguais. Destaca-se que o
Eberick gera automaticamente armaduras negativas para as escadas.
Comparou-se as vigas V1, V14 e V16 quanto às armaduras longitudinais.
Novamente, houve influência do carregamento das paredes e, devido a isso, a
comparação foi prejudicada. Entretanto, para a viga V16, a qual foi menos
impactada pelo carregamento das paredes, a relação entre o resultado do
cálculo manual e do Eberick (manual / Eberick) resultou em torno de 100% para
as armaduras longitudinais. O mesmo ocorre para as flechas, onde para as vigas
V1 e V14 a relação entre as flechas resultou em aproximadamente 135% e para
a viga V16 em 106%. Para as armaduras transversais – os estribos – notou-se
similaridade para a viga V1 (armadura mínima) e para a viga V14 houve
discrepância próxima aos apoios, por conta dos esforços cortantes do cálculo
manual serem superiores aos do computacional.
Para os pilares os resultados dos esforços divergiram em função dos
carregamentos simplificados e acumulados das lajes para os pilares P1 e P2.
Percebeu-se que a capacidade portante à compressão dos pilares tem elevada
influência sobre o dimensionamento de pilares, portanto os esforços axiais foram
determinantes para o superdimensionamento do pilar P2. De qualquer forma o
dimensionamento do pilar P1 foi satisfatório. A diferença implícita dos ábacos
que resultam na taxa de mecânica armadura (𝜔) apresentou-se no
dimensionamento do pilar P9, cuja armadura calculada manualmente foi superior
que calculada pelo Eberick.
357

Uma comparação é um paralelo feito entre duas ou mais condições, onde


cada uma delas possui suas variáveis e condicionantes. No caso do cálculo
manual deste trabalho, destaca-se que o parâmetro das cargas de paredes sob
as lajes foi determinante para que a comparação sofresse alterações. Contudo,
ao identificar esse fator dentro de diversos outros, relacioná-lo com diferentes
elementos estruturais e concluir que ele deve ser evitado é um procedimento de
engenharia estrutural.

19.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Reconhecendo as limitações deste trabalho quando comparado com um


projeto estrutural real, é sugerido a seguir alguns temas para trabalhos futuros:

• Comparação entre o cálculo manual e computacional com a


aplicação de carga de vento em um edifício multifamiliar;
• Projeto estrutural e de fundações de um edifício multifamiliar;
• Dimensionamento manual de escadas de concreto armado
considerando sua rigidez axial;
• Comparação dos esforços em um projeto estrutural com laje
maciça ou laje nervurada.
358

REFERÊNCIAS

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nas estruturas - Procedimento. NBR 8681:2003. Rio de Janeiro, RJ, 2003.

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Estruturas Usuais de Concreto Armado : volume 2. 1ª ed. São Paulo, Pini,
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ARMADO II. Notas de aula. Florianópolis, SC. 2019. Apostila. Universidade de
Santa Catarina – UFSC.

PINHEIRO, L. M; BARALDI, L. T.; POREM, M. E. Estruturas de concreto:


ábacos para flexão oblíqua. Universidade de São Paulo – USP. São Carlos,
SP, 2009.
360

APÊNDICE A – PLANTA DE FORMAS (EBERICK)


361
362
363
364
365

APÊNDICE B – ARMAÇÃO DAS LAJES NO EBERICK


366
367
368

APÊNDICE C – DETALHAMENTO DA ESCADA NO EBERICK


369
370

APÊNDICE D – DETALHAMENTO DAS VIGAS NO EBERICK


371
372
373
374
375
376
377
378
379
380
381
382
383
384
385

APÊNDICE E – DETALHAMENTO DOS PILARES NO EBERICK


386
387
388
389
390
391
392
393
394
395

ANEXO A – PROJETO ARQUITETÔNICO


396
397
398
399
400
401
402
403

ANEXO B – ÁBACOS DE FLEXÃO COMPOSTA OBLÍQUA


404
405
406

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