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Escola Waldorf Origens

Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL


Curso de Arquitetura e Urbanismo

Apresentado ao curso de Graduação em Arquitetura


e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa
Catarina para o Trabalho de Conclusão do Curso I.

Acadêmica: Nicolly Gomes da Silva Cabral


Orientadora: Maria Matilde Villegas Jaramillo
Tubarão/SC, Julho de 2020.
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
Curso de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da


Universidade do Sul de Santa Catarina, desenvolvido pela acadêmica
Nicolly Gomes da Silva Cabral, apresentado em julho de 2020.

________________________________________________
Prof. Arq. Maria Matilde Villegas Jaramillo
Orientadora

________________________________________________
Avaliador 1

________________________________________________
Avaliador 2
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me manter sempre no


caminho, por me dar a sabedoria necessária e força nos momentos mais
difíceis.
Agradeço à minha família por todo amor e apoio, por
acreditar em meu sonho e fazer disso mais possível.
À minha querida orientadora por aceitar meu convite, por
toda dedicação durante o semestre e todo o conhecimento passado.
À minha dupla inseparável Milena Cardoso e meus amados
amigos Aline Borges, Luciane Modelski e Guilherme Gerhardt por todos
os momentos juntos compartilhando vitórias, frustrações, medo e
momentos de risada tornando tudo mais leve.
Ao meu namorado Thauan por me apoiar nos momentos
difíceis, me fazer acreditar que era capaz e por entender todos os
momentos de aflição em finais de semestre.
À todos os professores por todo o conhecimento passado em
aulas, pela paciência e dedicação ao longo destes cinco anos.
Aos demais amigos e familiares que me apoiaram ao longo
destes anos e que entenderam minha ausência em alguns momentos.
À todos que contribuíram de alguma maneira para este
momento, meus sinceros agradecimentos!
RESUMO

O trabalho de conclusão do curso I a ser apresentado a


seguir, tem como intuito desenvolver o anteprojeto arquitetônico de uma
Escola Municipal localizada na cidade de Tubarão, Santa Catarina, .
salientando a importância da arquitetura escolar no ambiente de ensino. Por último, como síntese do trabalho, foi elaborado o partido,
Sentindo a necessidade de espaços escolares de qualidade, o tema com a proposta arquitetônica contendo fluxograma, programa de necessidades,
proposto visa agregar à vida dos moradores e alunos o ensino sob a conceito e suas diretrizes, a implantação e esquemas arquitetônicos para o
perspectiva Waldorf de pedagogia. entendimento da proposta.
Serão tratados temas como o histórico da educação no país e Devido ao acontecimento de uma epidemia mundial causado pelo
no mundo, as diferentes teorias pedagógicas, e principalmente a Waldorf, novo coronavírus (COVID-19) os estudos de casos foram comprometidos
a implantação de técnicas de sustentabilidade, criação de ambientes que assim como assessoramentos presenciais.
estimulem a aprendizagem e a criatividade.
Além das bases teóricas, também foram apontadas a Palavras-chave: Arquitetura escolar, Pedagogia Waldorf, sustentabilidade,
problemática e a justificativa, assim como as análises de referenciais, aprendizagem.
contendo projetos de uso e temas semelhantes para melhor compreender
o espaço, funcionalidade, características de construção e elementos,
buscando otimizar a elaboração do partido.
Outro ponto relevante foi o estudo da área do projeto,
apresentando o terreno de inserção e seu entorno, analisando o sistema
viário, infraestrutura, equipamentos, uso do solo etc., a fim de obter as
características do espaço com suas deficiências e potencialidades
ABSTRACT

The course conclusion work will be presented as follows, as


the development of an architectural project for a Municipal School
located in the city of Tubarão, Santa Catarina, highlighting the
Finally, as a synthesis of the work, the party was elaborated, with
importance of school architecture in the teaching environment. Feeling
the architectural proposal containing a flowchart, needs program, concept and
the need for quality school spaces, the proposed theme aims to add to the
its guidelines, the implementation and architectural schemes for understanding
lives of residents and students of education from the perspective of
the proposal.
Waldorf pedagogy.
Refuse the occurrence of a worldwide epidemic caused by the
Themes such as the history of education in the country and
new coronavirus (COVID-19) in studies of compromised cases, as well as
in the world will be created, such as different pedagogical theories and
previous evaluators.
mainly Waldorf, an implementation of sustainability techniques, creation
of environments that stimulate learning and creativity.
Keywords: School architecture, Waldorf Pedagogy, sustainability,
In addition to the theoretical bases, problematic and
learning.
justifying issues were also pointed out, such as reference analyzes, usage
projects and themes related to a better understanding of the space,
features, construction characteristics and elements, seeking to optimize
the party organization.
Another relevant point was the study of the project area,
presenting the insertion land and its surroundings, analyzing the road
system, infrastructure, equipment, land use, etc., in order to obtain the
characteristics of the space with its deficiencies and potential.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................9 2.6.4 Ritmo......................................................................................................19


1.1 TEMÁTICA........................................................................................9 2.6.5 Flexibilidade do uso de ambientes........................................................20
1.2 PROBLEMÁTICA/JUSTIFICATIVA...............................................9 2.6.6 Variação formal dos planos..................................................................20
1.3 OBJETIVOS......................................................................................11 2.6.7 Relação entre forma e função do edifício............................................20
1.3.1 Objetivo Geral...............................................................................11 2.6.8 Aconchego..............................................................................................21
1.3.2 Objetivos Específicos....................................................................11 2.7 SUSTENTABILIDADE............................................................................21
1.4 METODOLOGIA..............................................................................12 2.7.1 Estratégias de sustentabilidades na escola..........................................21
2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................13 2.7.1.1 Bioclimática..........................................................................................21
2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NACIONAL..................................13 2.7.1.2 Captação e reaproveitamento de água da chuva...................................21
2.2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM TUBARÃO – SC...................14 2.7.1.3 Horta, pomar e jardim...........................................................................22
2.3 A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO AMBIENTE 2.7.1.4 Coleta seletiva......................................................................................22
ESCOLAR...............................................................................................15 2.7.1.5 Energia fotovoltaica..............................................................................22
2.4 TEORIAS PEDAGÓGICAS.............................................................16 2.7.1.6 Cobertura verde e telha ecológica........................................................23
2.5 PEDAGOGIA WALDORF E SUAS CARACTERÍSTICAS...........27 2.7.1.7 Aquecimento solar................................................................................23
2.6 O AMBIENTE ESCOLAR E ARQUITETURA ANTROPOSÓFICA 2.7.1.8 Tratamento do próprio esgoto sanitário................................................24
(ORGÂNICA)........................................................................................ 19 2.7.1.9 Permacultura.........................................................................................24
2.6.1 Cores..............................................................................................19 2.7.1.10 Compostagem.....................................................................................25
2.6.2 Contato com a natureza...............................................................19 2.7.1.11 Criação de animais.............................................................................25
2.6.3 Iluminação natural.......................................................................19 2.7.1.13 Uso de materiais regionais e orgânicos..............................................25
SUMÁRIO

3 REFERENCIAL PROJETUAL.......................................................26 3.2.7 Sustentabilidade...................................................................................38


3.1 ESCOLA REDBRIDGE....................................................................26 3.2.8 Justificativa de escolha..........................................................................39
3.1.1 Ficha técnica..................................................................................26 3.3 ESCOLA SUSTENTÁVEL 264................................................................39
3.1.2 Apresentação e diretrizes Projetuais..........................................26 3.3.1 Ficha técnica .........................................................................................39
3.1.3 Implantação e entorno..................................................................26 3.3.2 Apresentação e diretrizes Projetuais..................................................39
3.1.4 Acessos e circulações.....................................................................27 3.3.3 Implantação e entorno..........................................................................39
3.1.5 Usos e zoneamento funcional.......................................................28 3.3.4 Acessos e circulações............................................................................40
3.1.6 Hierarquia espacial......................................................................30 3.3.5 Usos de zoneamento funcional.............................................................40
3.1.7 Volumetria e materialidade.........................................................30 3.3.6 Hierarquia espacial...............................................................................41
3.1.8 Condicionantes físicos/ Conforto ambiental / 3.3.7 Volume e materialidade........................................................................41
Sustentabilidade.....................................................................................31 3.3.8 Condicionantes físicos / Conforto ambiental / Sustentabilidade.......42
3.1.9 Motivo da escolha.........................................................................32 3.3.9 Motivo da escolha..................................................................................43
3.2 GREEN SCHOOL.............................................................................33 4 ANÁLISE DA ÁREA..................................................................................44
3.2.1 Ficha técnica..................................................................................33 4.1 PANORAMA GERAL DO MUNICÍPIO.................................................44
3.2.2 Apresentação e diretrizes Projetuais.........................................33 4.1.1 Características gerais e geográficas.....................................................44
3.2.3 Implantação e entorno..................................................................33 4.1.2 História...................................................................................................45
3.2.4 Usos de zoneamento funcional.....................................................34 4.1.3 Economia................................................................................................47
3.2.5 Volume e materialidade...............................................................37 4.1.4 A educação na cidade............................................................................47
3.2.6 Conforto ambiental / Condicionantes físicos..............................37 4.2 TERRENO.................................................................................................48
SUMÁRIO

4.2.1 Localização e justificativa de escolha..........................................48 5.8.3 Plantas baixas........................................................................................65


4.2.2 Condicionantes físicos, forma e acesso........................................50 5.8.4 Croquis e cortes esquemáticos.............................................................66
4.2.3 Sistema viário e mobilidade urbana............................................50 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................68
4.2.4 Infraestrutura e equipamentos urbanos.....................................51 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................69
4.2.5 Uso do solo e tipologias.................................................................52 8 APÊNDICES................................................................................................74
4.2.6 Cheios e vazios..............................................................................53
4.2.7 Gabaritos.......................................................................................53
4.2.8 Legislação......................................................................................54
5 PARTIDO GERAL............................................................................55
5.1 INTRODUÇÃO.................................................................................55
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ
DIMENSIONAMENTO..........................................................................56
5.3 FLUXOGRAMA E ORGANOGRAMA..........................................58
5.4 CONCEITO.......................................................................................60
5.5 PARTIDO..........................................................................................60
5.6 ZONEAMENTOS E ACESSOS.......................................................61
5.7 DIRETRIZES PROJETUAIS............................................................62
5.8 PROPOSTA.......................................................................................63
5.8.1 Evolução da proposta...................................................................63
5.8.2 Implantação com cobertura.........................................................64
1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentados os objetivos, problemáticas e justificativas para escolha do tema a
ser desenvolvido. O seguinte trabalho de conclusão do curso possui como objetivo enfatizar a
importância de espaços escolares de qualidade, suprir a falta de equipamento em questão no local
proposto, promovendo o melhor desenvolvimento da relação entre a escola, os alunos e família.
1.1 TEMÁTICA

Sentindo a necessidade de espaços escolares de qualidade, o vidade e a interação social. Assim, contribuindo para a formação de adultos
tema proposto é um projeto escolar visando agregar à vida dos com consciência ecológica, responsabilidade social e com qualidade de vida.
moradores e alunos o ensino sob a perspectiva Waldorf de pedagogia.
Segundo o filósofo e fundador desta corrente pedagógica
1.2 PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA
Indivíduos
livres
Rudolf Steiner, o objetivo é desenvolver indivíduos livres,
com sensibilidade artística e ambiental, socialmente
Socialmente
competentes competentes e moralmente responsáveis. Destinando-se a Ao decorrer de nossas vidas nos deparamos com nossas
formar cidadãos a partir da compreensão das suas fases de primeiras referências de sociedade, as instituições escolares. Nesses locais são
Moralmente
responsáveis desenvolvimento. (LANZ, 2016 apud WIKIPEDIA, 2019) desenvolvidas nossas principais habilidades motoras, cognitivas e sociais.
Buscando o conceito de equilíbrio entre arquitetura escolar e Laços afetivos são criados com amigos, colegas e professores. Apesar da
bem estar, o projeto apresentará bases teóricas sobre a influência desses importância para a formação de cidadãos, estes locais não recebem seu devido
locais na qualidade de vida dos usuários tendo em vista sua saúde física e valor. O local físico da escola deveria ser tão significativo quanto a qualidade
mental. Bem como o estudo da relação dos usuários com o meio do ensino, dos materiais ou profissionais, visto que o mesmo pode resultar em
ambiente, ao encontro dos princípios da pedagogia escolhida. O projeto sentimentos e experiências que refletirão nos resultados escolares ou até
terá também como objetivo encontrar um equilíbrio entre as normativas mesmo em aspectos da personalidade do indivíduo.
ambientais e a funcionalidade necessária para um projeto escolar ideal. Atualmente, a imagem que nos vem à mente quando pensamos
O espaço educacional cumpre uma função social e cultural em ambiente escolar são as salas de aula com carteiras enfileiradas, confusão
na sociedade, refletindo os ideais e princípios nele inseridos. Com isso, a de cores, pouca interação interior x exterior, métodos de ensino ultrapassados.
proposta apresenta um espaço escolar de qualidade, que atenderá alunos Estes aspectos tendem refletir nos estudantes em forma de problemas de
dos bairros Vila Moema e Recife, localizado na cidade de Tubarão, Santa relacionamento, saúde, déficit de atenção, ou puro desinteresse.
Catarina. Essa escola deverá incentivar a sustentabilidade, visando o .........
bem estar físico e mental dos alunos com espaços que promovam a criati-

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No 1º semestre do ano de 2019, de acordo com Mota Após um estudo aprofundado no município de Tubarão, o bairro
(Tubarão), foram registrados 570 alunos (Ensino Fundamental e Ensino Vila Moema/Recife se destacaram pela escassez de equipamentos escolares,
Médio) de redes estaduais e municipais em Santa Catarina que sofreram possuindo boa infraestrutura com ruas pavimentadas, serviços básicos
abandono escolar. próximos e com amplas áreas para poder desenvolver um projeto com as
Este afastamento acontece por diversos fatores entre eles um características necessárias para este tipo de metodologia.
índice elevado de repetência, consequência de um sistema de ensino
ineficaz. Outro motivo que leva jovens a se afastarem das escolas é a
questão familiar, por necessidade de agregar valor a renda da família
Figura 01 – Problemática e justificativa do tema
crianças e jovens deixam a escola para iniciar uma jornada de trabalho.
A Prefeitura exerce o papel de reintegração destes jovens em
Falta da presença de
situação de abandono escolar procurando saber o motivo que levou os Falta de equipamentos
equipamentos escolares
escolares de qualidade
mesmos à essa decisão. Porém, muitas vezes por falta de recursos ou na área destacada

capacidade de mudar a visão dos jovens sobre a vida escolar, os mesmo


continuam fora das escolas.
A linha de pedagogia Waldorf vem com o propósito de
Necessidade de
resignificar o ensino, dando maior destaque a relação entre escola e o lar, conscientizar as novas
introduzindo o conceito de sustentabilidade e atividades de estímulo gerações sobre a Escola Waldorf Origens
importância de cuidar da
pedagógico às crianças e jovens. natureza
Na cidade de Tubarão, percebe-se a falta destas instituições
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
escolares com uma visão diferenciada do ensino e que dê importância
entre a relação do individuo com o meio ambiente.
Trabalhando para reverter esse quadro, a arquitetura possui o
papel de influenciar na maneira como os alunos veem o ensino e o
ambiente escolar. Estreitando o vínculo entre escola e o lar, introduzindo
a participação familiar e garantindo que o ensino seja mais valorizado.
10
1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral


Desenvolver um anteprojeto arquitetônico de uma Escola
definir usos e dimensionamento dos ambientes ponderando sempre a
Municipal de Ensino Fundamental e Educação Infantil, na cidade de
funcionalidade, sustentabilidade e conforto térmico dos mesmos;
Tubarão, Santa Catarina, baseada nos ensinamentos da pedagogia
• Desenvolver o partido arquitetônico para o tema proposto agregando a
Waldorf. Dando ênfase na importância da arquitetura escolar no
cidade um novo espaço escolar de qualidade.
aprendizado, visando incentivar a conscientização dos alunos na relação
• TCC II anteprojeto
com o meio ambiente.

1.3.2 Objetivos específicos


• Pesquisar e desenvolver estudos a fim de compreender os temas
escolhidos para a proposta, sendo eles: histórico da educação no país
e no mundo, teorias pedagógicas, teoria pedagógica escolhida:
Waldorf e sustentabilidade.
• Realizar análises de referenciais projetuais semelhantes a fim de
estudar a melhor funcionalidade para o espaço;
• Analisar o terreno proposto e seu entorno, com o objetivo de
conhecer seus potenciais e deficiências para realizar uma melhor
implantação do projeto;
• Estabelecer o programa de necessidades, organograma, fluxograma,

11
1.4 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho serão feitas análises e Após isso, temos a etapa de analise do terreno e entorno onde
estudos aprofundados relacionados com o tema por meio de referenciais serão feitas pesquisas em campo à fim de coletar informações importantes para
teóricos e projetuais semelhantes ao tema proposto neste trabalho, implantação do projeto no terreno proposto. Serão realizadas as análises de:
levantamento físico do terreno e diagnóstico do bairro, diretrizes morfologia urbana, uso do solo, condicionantes físicos, principais acessos ao
projetuais, partido arquitetônico e anteprojeto. terreno, equipamentos urbanos, entre outros.
Na etapa de referenciais teóricos serão coletadas e Com a metodologia utilizada temos as informações necessárias
analisadas informações referentes ao tema através de teses, artigos, para um bom lançamento do partido que será desenvolvido por meio de textos
livros, e outros trabalhos de conclusão de curso com o intuito de ajudar a expositivos, croquis e cortes esquemáticos.
melhor compreender o tema e desenvolver o projeto. A última etapa consiste em desenvolver o anteprojeto para a
As análises de referenciais projetuais serão realizadas com conclusão do TCC II, apresentando todo o material necessário para a ideia ser
projetos semelhantes ao tema proposto e contaram com as seguintes compreendida.
pesquisas: implantação, estudo de circulação, acessos, composição geral,
estudo de fachadas, análise das normativas empregadas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Os referenciais teóricos são responsáveis pela base de informações que sustentará o seguinte trabalho.
Neste capítulo serão abordados temas como sustentabilidade, a importância da arquitetura escolar para
a aprendizagem, histórico da educação na cidade e no país, entre outros temas que fornecerão a base
teórica necessária para o desenvolvimento do projeto.
2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

De acordo com Urbano (2009), o primeiro sistema de ensino Somente, no período chamado Estado Novo os investimentos no
implantado no país no ano de 1530, foi um projeto de caráter religioso a setor educacional e de cultura cresceram contribuindo para um aumento da
fim de converter os selvagens, como eram chamados os nativos da terra, qualidade na educação com a criação de instituições a fim de incentivar a
ao cristianismo. Neste formato a educação durou mais de duzentos anos, importância do conhecimento.
sendo aplicada pelos jesuítas. Este sistema foi interrompido pela sua O trecho citado por Ribeiro (1993, p. 23) pode confirmar a
expulsão de Portugal e suas colônias. importância dada a educação:
Esse mesmo autor afirma que o período seguinte, sofreu
uma estagnação do sistema de ensino. Com a proclamação da Durante o Estado Novo (1937-1946), aumentaram-se as
verbas destinadas à Educação e houve uma tentativa de se
independência surgiu uma tentativa na constituinte de 1823 que pretendia traçar uma política educacional de âmbito nacional
Criaram-se órgãos como o Serviço do Patrimônio
implantar o sistema de ensino com a criação de escolas primárias nas Histórico e Artístico Nacional (1937), o Instituto Nacional
vilas, ginásios em cada comarca e universidades em locais indicados. do Cinema Educativo (1937), o Instituto Nacional de
Estudos Pedagógicos (1938) e o Serviço Nacional de
Porém, o projeto não seguiu em frente por ordem do imperador, e no ano Radiofusão Educativa (1939)
seguinte o mesmo outorgou a primeira Constituição do Império,
constando no artigo 179: “a instrução primária é gratuita a todos os Até então os primeiros investimentos do governo na área da
cidadãos”. educação apesar de tímidos contribuíram para o desenvolvimento do ensino no

No governo de Dom Pedro II, mesmo durando um longo país, porém tudo isso é interrompido com a implantação da ditadura militar no

período de 49 anos, não apresentou projetos de grande relevância para o brasil, na década de 1960, momento onde a liberdade de expressão é vetada

setor de ensino. Mesmo com a chegada a proclamação da república em (URBANO, 2009).

1889, o sistema educacional permaneceu sem novidades passando pelo O setor educacional sofreu consequências que continuam até hoje

período da Primeira República, que deixou o setor de ensino em segundo com as imposições neste governo que validavam a privatização do ensino e

plano para tratar de assuntos políticos. (NISKIER, 1969, apud .

URBANO, 2009).

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diretrizes de caráter conversador. Com isso, o poder se eximia da Passando por mandatos, regimes fechados, projetos e momentos
responsabilidade de oferecer educação de qualidade para a população e de estagnação, a educação segue lutando para ser ouvida pois muito ainda se
controlava o que lhes era ensinado em sala de aula. tem para progredir, Tanto nas necessidades da população, como na qualidade
Além do todo o regime de totalitarismo, o sistema abortou de ensino, e dos espaços.
projetos do setor da educação que haviam sido apresentados nos períodos
anteriores. Mesmo após o fim do regime militar, os rastros deixados 2.2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM TUBARÃO –SC
foram difíceis de apagar. Na educação, muitas propostas e projetos foram
apresentados porém um grande grupo no governo ainda defendia a
O município de Tubarão, teve seu surgimento diretamente ligado a
privatização do ensino. O Brasil teve um recomeço, e precisou de muito
história de Laguna, a cidade servia de passagem e posada para os tropeiros que
tempo para caminhar novamente a democracia (URBANO,2009).
viajavam pelo leito do rio com seus cavalos levando mercadorias da Serra
Este autor comenta que, a luta pela redemocratização do
Catarinense para o porto de Laguna. As primeiras ocupações ocorreram na
ensino, vem por meio da comunidade, professores e historiadores, que
região de Poço Grande em 1833. (VETTORETTI, 1992). A criação do
contribuíram de maneira significativa para o avanço das políticas
município se dá em 1890 sendo desmembrado de Laguna. Neste período a
educacionais. Uma das conquistas nesse período foi a LDB/96. ( Lei de
ocupação aumenta o ritmo, com as primeiras manchas urbanas se formando no
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a lei possui 92 artigos
entorno da construção da igreja implantada no ponto mais alto da cidade
relacionados exclusivamente a educação, garantindo direitos como:
(MEDEIROS, 2007; apud BENEDET, 2018).
acesso gratuito ao ensino fundamental e médio, gestão de padrão de
No ano de 1895 funda-se a primeira escola de Tubarão, o Colégio
qualidade, coexistência de ensino público e privado, etc.
São José, pioneiro da época. O mesmo se localiza a cerca de 100 metros do
Com isso, podemos observar como a educação no país foi
principal polo econômico da cidade na época: a Ferrovia Tereza Cristina.
levada em segundo plano ou até mesmo estagnada por interesses
Posteriormente nas proximidades com a igreja, já reconhecida como o centro da
políticos. Precisou de muita luta por meio de movimentos sociais da
cidade, temos a fundação da primeira escola estadual do município em 1919: O
população para ser levada a sério.
Grupo Escolar Hercílio Luz. (MEDEIROS, 2007)

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Em seguida a criação do Colégio Dehon (1940), Escola
alunos ou diminuí-la com a segregação de espaços, ambientes mal iluminados,
Técnica (1950), Escola Adventista (1974). A criação dessas instituições
sem relação exterior x interior.
escolares logo no início da implantação da cidade contribuíram
A relação social precisa acontecer e o ambiente é o principal fator
diretamente para o seu desenvolvimento, transformando a cidade em um
de influência nesse quesito, seja em espaços de uso em comum como pátios,
polo de diferentes setores.
cantinas ou em salas de aulas.
Hoje, podemos dizer que as atividades econômicas que
Em entrevista ao Escolas Exponenciais, Ana Maria Botelho de
movimentam a cidade se dão por três setores sendo o setor comercial,
Lima, pesquisadora em pedagogia (2020, p.1), afirma:
setor de prestação de serviços e o setor da educação, que serve de
referência de ensino para toda a região da AMUREL ( SCHNEIDERS,
O espaço da escola é mais do que quatro paredes. É
2012). clima, espírito de trabalho, produção de aprendizagem,
relações sociais de formação de pessoas. O espaço tem
que gerar ideias, sentimentos, movimentos no sentido da
2.3 INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO AMBIENTE ESCOLAR busca do conhecimento. Tem que despertar interesse em
aprender, além de ser alegre, aprazível e confortável.

Em entrevista ao O estado de São Paulo, Kowaltowski


Partindo desse entendimento, podemos dizer que o aluno que está
(2018, p.1) afirma: “O espaço físico da escola funciona como um
sadio e confortável no espaço se torna mais ativo na escola, resultando em um
‘terceiro professor’ influenciando a forma como as pessoas convivem e
nível de aprendizagem maior e mais facilitado, com qualidade de vida e maior
estimulando o ensino. ”
interesse em interações sociais.
No texto citado pode-se apreciar como o espaço influencia o
comportamento, agindo de forma indireta nas relações sociais e
interferindo no nível de aprendizagem. A escola funciona então, como
um agente onde consegue alterar de forma positiva ou negativa a maneira
como as pessoas vivem e convivem entre si.
Este autor também assinala que, do ponto de vista social,
podemos dizer que a arquitetura pode promover a interação entre os
.
15
2.4 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

As tendências pedagógicas são teorias que visam direcionar Nesse sentido, a teoria pedagógica Waldorf se enquadra como
o trabalho educacional, orientando o professor, por meio de metodologias sendo uma pedagogia liberal, prezando pelo desenvolvimento do indivíduo
que tem por objetivo concretizar o processo de ensino e aprendizagem. singular e aplicando a importância do papel social que cada um possui dentro da
(REZENDE; LENARDÃO, 2013) sociedade.

Sendo divididas em progressistas e liberais, onde a teoria O motivo da escolha desta pedagogia foi pela sua preocupação no
pedagógica liberal considera que a escola possui o papel de preparar os desenvolvimento do indivíduo em si, compreendendo os aspectos emocionais,
alunos para desempenhar papéis sociais, baseando nas vocação espirituais, sociais, além de incentivar a construção de uma relação mais estreita
individual de cada indivíduo. de família com escola formando um vínculo importante para os alunos.

Este tipo de pedagogia não leva em consideração classes Cada dia mais o tema sustentabilidade se mostra de extrema
sociais, acreditando que não há desigualdade neste sentido. Ainda sobre a importância para o futuro do planeta. Com isso, o método Waldorf aliado com a
pedagogia liberal, ela é dividida em tradicional, renovada, renovada não- arquitetura sustentável promove a formação de indivíduos que façam a diferença
diretiva e tecnicista. num futuro próximo.

Na teoria pedagógica progressista presa pela compreensão A aplicação de uma arquitetura sustentável que promove a
da realidade histórico-social, onde assume também um caráter político na importância da criatividade e do aprendizado contribui para a melhor qualidade
educação aplicando a explicação do papel do indivíduo como um ser de vida do aluno, seu desenvolvimento social e psicológico. Sendo nosso papel,
responsável por sua própria realidade. Esta é dividida em libertadora, como arquitetos, um agente necessário para a sociedade gerando futuros adultos
libertária e crítico social dos conteúdos. (OLIVEIRA, 2020) confiantes de si e preocupados com o planeta.

16
2.5 TEORIA WALDORF E SUAS CARACTERÍSTICAS

Figura 02 – Atividades da pedagogia Waldorf


A Teoria Pedagógica Waldorf foi instituída por Rudolf
Steiner, foi um filósofo, educador e artista. Também foi fundador da
antroposofia, da agricultura biodinâmica e da medicina antroposófica.
De encontro com os ensinamentos de Rudolf Steiner, a
teoria Waldorf tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança,
respeitando cada fase da vida e contribuindo para que sejam adultos
sensíveis, capazes e seguros. (CICHOCKI, 2016)
Segundo esse mesmo autor o desenvolvimento ocorre então
com subdivisões chamadas setênios, 2 a 6 anos temos o primeiro setênio,
7 a 14 o segundo setênio e por último dos 14 aos 21 anos o terceiro
setênio que concluem a evolução do indivíduo.
Este mesmo autor afirma que, A inserção da criança na
Fonte: Escola Micael, 2020.
educação infantil, acontece sem a interferência de letras ou números, isso
para que as habilidades motoras, sentidos e emoções sejam desenvolvidas Essa linha pedagógica trabalha com duas características
sem distrações. A prioridade nesta fase é brincar, afirmando o autor de principais onde primeiro são trabalhados os conhecimentos já existentes na
que o brincar deve possibilitar na criança o ato de experimentar, criança e depois são inseridos conhecimentos novos. No início, por exemplo,
conquistas por si, desenvolver os sentidos e a coordenação motora, para são apresentadas as formas geométricas, presentes em exercícios e jogos no
se tornar um adulto desenvolvido em sua amplitude. primeiro ano, no segundo ano aulas de tricô e crochê, nos anos posteriores são
As atividades (figura 02) incentivadas são de natureza livre, apresentados as formas mecânica e matematicamente (figura 03). Na
sempre pendendo para o lado físico, tátil e sensível. Os materiais de jardinagem aprendizagem de plantio e botânica, no jogos fazendo a introdução
brinquedos disponíveis para as crianças são feitos de materiais naturais de arte e artesanato. (WONG, 1987 apud ALVARES, 2010)
como bambu, algodão, lã incentivando a criatividade e a fantasia.

17
Figura 03 – Atividades da pedagogia Waldorf Com isso, educação cria um certo ritmo, permitindo que
assuntos já vistos apareçam de tempos em tempos. Steiner acreditava na
teoria que o ritmo faz parte do processo de evolução, entrando também
no âmbito educacional. (STEINER, 2003 apud ALVARES, 2010)
[...] durante a vida escolar de seu educando num
processo de sensibilização e interação do mesmo à
natureza, enfatizando no cotidiano escolar práticas
interdisciplinares que demonstram a interação, a
interrelação do mundo, só sujeito como cidadão do
mundo e não somente com relação aos processos
ecológicos, mas como caminho possibilitador de
reflexões críticas acerca do funcionamento das
sociedades contemporâneas e de seus problemas
ambientais atuais, entre outros. (HUTCHISON, P.
144, 2000 apud ZIEGLER; CAVALCANTE, s/d)

De acordo com Crocetta (2017), as práticas ambientais


enfatizam o amadurecimento de hábitos saudáveis, criando uma
consciência ecológica desde cedo. Nas refeições são servidos lanches
mais naturais possíveis com o auxilio de horta própria, os alunos
participam das atividades na cozinha e aulas de culinária. A escola se
torna uma extensão do lar, estreitando os laços com a família, realizando
atividades junto com os pais. Trabalha-se o lado artístico e físico com
aulas de ritmo, violino, circo, teatro, artes marciais.

Fonte: Escola Micael, 2020.

18
2.6 O AMBIENTE ESCOLAR E ARQUITETURA ANTROPOSÓFICA O autor afirma também que as cores devem acompanhar o desenvolvimento
(ORGÂNICA) dos alunos, à medida em que amadurecem.
O termo de arquitetura antroposófica foi idealizada por
Rudolf Steiner, assim como a teoria pedagógica de Waldorf. Steiner 2.6.2 Contato com a natureza
acreditava que a arquitetura deveria seguir os processos de mudanças e A natureza possui um papel importante neste tipo de arquitetura,
desenvolvimento dos usuários, apresentando características diferentes em contribuindo para o conforto psicoemocional dos usuários (LANZ, 1998 apud
cada processo, comparando esse desenvolvimento com a metamorfose. OLIVEIRA, 2015). Com a presença de aberturas voltadas para a vegetação,
(WONG, 1987 apud ALVARES, 2010) uso de vasos com plantas permitindo a interação entre alunos e natureza. No
Os autores afirmam que, nas características apresentadas por pátio o uso de chão de areia ou terra, árvores em que as crianças possam subir
essa arquitetura se destacam elementos arquitetônicos e formas naturais, e realizar atividades. (OLIVEIRA; IMAI, 2015)
a integração entre função e espaço, ritmo de detalhes arquitetônicos,
visuais, cores e relação com a natureza. 2.6.3 Iluminação natural
Como já apresentado, a teoria pedagógica de Waldorf visa a De acordo com o autor (WONG, 1987 apud OLIVEIRA; IMAI,
combinação do emocional, espiritual e corpo físico, o mesmo acontece na 2015) a iluminação natural é um importante elemento para a arquitetura
arquitetura antroposófica onde o ambiente busca ser uma extensão do antroposófica, podendo acontecer por meio de aberturas zenitais (claraboias,
corpo. A arquitetura faz a representação dos ciclos existentes no sheds, etc.) e janelas amplas. Essa técnica proporciona a diminuição de uso de
desenvolvimento dos alunos, traz conforto e bem estar além de luz artificial, bem como a integração de ambientes e colabora para um
estabelecer uma relação natural entre o ambiente e o usuário. ambiente mais sadio.

2.6.1 Cores 2.6.4 Ritmo


As cores possuem uma simbologia nos princípios da Na arquitetura orgânica observa-se a presença de repetições de
arquitetura orgânica. Segundo Adams (2005), as cores devem se elementos arquitetônicos na fachada como aberturas, variações de dimensões e
relacionar com as funções exercidas no ambiente, como a intensificação .
de uma cor de parede em direção à sala de aula ou uma escada.

19
formas ritmadas. O ritmo tem a ver com a importância da musicalidade 2.6.6 Variação formal dos planos
segundo os pensamentos da pedagogia Waldorf, agindo no aspecto A variação de formas (figura 05) se deve ao pensamento
emocional e espiritual do indivíduo. (OLIVEIRA; IMAI, 2015) antroposófico de que ao longo do progresso dos alunos, as mudanças físicas
como em planos de piso, paredes ou aberturas, também devem acontecer. O
2.6.5 Flexibilidade do uso de ambientes pensamento visa representar a evolução de crescimento dos alunos,
A flexibilidade é um fator importante nessa arquitetura, visto progredindo à medida em que avançam as séries escolares. (ADAMS, p. 11,
que os ambientes flexíveis facilitam a mudança de disposições de 2005)
carteiras, por exemplo, proporcionando liberdade de movimento. Figura 05 – Variação de formas.
(OLIVEIRA, 2015) Poderemos perceber a flexibilidade de ambientes nos
referenciais projetuais estudados nos tópicos (3.1; 3.2) onde as salas de
aulas possuem espaços amplos inclusive possibilitanto a integração com
as outras turmas (figura 04).

Figura 04 – Uso de ambientes

Fonte: ADAMS, 2005.

2.6.7 Relação entre forma e função do edifício


Cada divisão do edifício deve conter características próprias,
Fonte: Redbridge School como em um organismo vivo, respeitando as necessidades do ambiente e as
atividades que nele acontecem, e a faixa etária dos alunos. (STEINER, 1922;
MÖSCH, 2009 apud OLIVEIRA; IMAI, 2015) A motivação dessa técnica
confere ao edifício originalidade, e estabelece uma setorização dos ambientes.

20
2.6.8 Aconchego Ambiente e o Desenvolvimento, 1972; apud CASTRO; CARVALHO;

Na educação infantil são trabalhados os “cantos” (figura 06) ARAUJO, 2013).

que são pequenos lugares aconchegantes para os alunos se sentirem


protegidos e livres para brincarem como quiserem. Em uma sala de aula 2.7.1 Estratégias de sustentabilidades na escola
por exemplo, temos o espaço dos brinquedos, da casinha ou de descanso, 2.7.1.1 Bioclimática
servindo como locais protegidos das crianças. (LANZ, 1998 apud A arquitetura bioclimática busca a utilização dos benefícios
OLIVEIRA; IMAI, 2015) naturais em favor do conforto humano sem a necessidade do uso de
equipamentos principalmente de refrigeração. A percepção das características
Figura 06 – Cantos
climáticas locais e sua utilização em favor das soluções arquitetônicas
diminuem os impactos normalmente causados. Em busca de um melhor
desempenho da construção as técnicas adotadas serão o uso de ventilação
cruzada, claraboias e aberturas zenitais, brises, laje verde, sistemas estruturais
de baixa energia, desenho funcional do edifício, preservação de vegetações
Fonte: Escola Micael, 2020. Fonte: Site Flick, 2020. existentes entre outras técnicas que cumpram com o papel de prover uma
construção limpa e termicamente confortável. (DO AMOR DIVINO; 2011).
2.7 SUSTENTABILIDADE
Neste tópico serão apresentadas ações sustentáveis visando a 2.7.1.2 Captação e reaproveitamento de água da chuva
diminuição do impacto no meio ambiente e a economia de recursos Segundo Carlon, (2005 apud COLLA, 2008) o funcionamento de
energéticos na proposta da Instituição Escolar. Nesse sentido a um sistema de coleta e aproveitamento de água pluvial (figura 07) consiste de
sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades maneira geral, na captação da água da chuva que cai sobre os telhados ou lajes
humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem da edificação. A água é conduzida até o local de armazenamento através de
comprometer o futuro das próximas gerações, relacionadas ao calhas, condutores horizontais e verticais, passando por equipamentos de
desenvolvimento econômico, promoção social e paralelamente a isto filtragem e descarte de impurezas. Após passar pelo filtro, a água é
preservando o meio ambiente. (Conferência das Nações Unidas para o ............
.
21
armazenada geralmente em reservatório enterrado (cisterna), e bombeada Para a elaboração da horta, dos pomares e jardins serão formados grupos
a um segundo reservatório (elevado), do qual as tubulações específicas de colaborativos de alunos a fim de realizar a organização, manutenção e
água pluvial irão distribuí-la para o consumo não potável, tais como nos cultivos dos mesmos com as atividades de plantio, rega, compostagem e
vasos sanitários, máquina de lavar roupas e torneira do jardim. A água da colheita.
chuva é armazenada separadamente da água da rede de distribuição.
2.7.1.4 Coleta seletiva
Figura 07 – Sistema de aproveitamento de água pluvial
O processo de reciclagem surgiu para diminuir os impactos
causados pelo excesso de lixo produzido pela população, com a coleta seletiva
conseguimos reaproveitar materiais para confecção de novos produtos. Como
vantagem dessa atividade, temos a diminuição de extração de recursos naturais
e de resíduos que necessitam de processos de incineração ou aterro sanitário.
(SOUZA, 2015).

A coleta servirá como um agente disciplinador da educação


ambiental, ensinando a separação correta do lixo e sua importância para o
Fonte: SindusCon-SP, 2005 apud LAGEMANN, 2012
equilíbrio entre a natureza e os recursos disponíveis aos seres humanos. A
proposta da escola contará com um ateliê utilizando os materiais coletados
2.7.1.3 Horta, pomar e jardim para fabricação de brinquedos.

A implantação de hortas, pomares e jardins proporcionam a 2.7.1.5 Energia fotovoltaica


melhoria dos hábitos alimentares, beneficiando a saúde física e mental. A
técnica ainda funciona como um instrumento pedagógico na qual forma O sistema fotovoltaico consiste na captação da radiação solar

noções de educação e responsabilidade ambiental, ocupando locais (figura 08), transformando esta em energia elétrica e devem ser implantados

ocioso e promovendo a interação social. (INSTITUTO POLIS, 2017). na direção de maior incidência solar (norte). Além de ser uma fonte de matéria
prima inesgotável, não emite poluentes e garante economia ao proprietário.
. (SOUZA, 2016)
22
Figura 08 – Painéis de energia fotovoltaica. fibrocimento. Além de ser impermeável, seu acabamento evita a proliferação
de limo, mofo e fungos. (SILVA, ZANCHET, BERNARDI, 2015)

Figura 09 – Cobertura verde

Fonte: Portal energia, 2019.

2.7.1.6 Cobertura verde e telha ecológica

A implantação de uma cobertura verde (figura 09) é uma


Fonte: GSD Engenharia
opção sustentável e mais viável comparado aos telhados e lajes
tradicionais, dado que além de suprir boa demanda das águas pluviais,
2.7.1.7 Aquecimento solar
proporciona conforto térmico no edifício e oferece uma área de lazer
extra. O telhado verde pode também promover um equilíbrio ambiental O sistema de aquecimento solar consiste na captação de irradiação
em ambientes demasiadamente urbanizados, bem como tornar o ar solar e a sua transformação direta em calor podendo ser utilizada para
menos poluído com o plantio das vegetações. (NASCIMENTO, 2010 climatização de ambientes, aquecimento de água de uso sanitário. (SOUZA,
apud HENN & CAGLIARI, 2016). 2016)
A conversão de calor acontece com a captura dos raios solares
As telhas ecológicas possuem um ótimo desempenho
pelas placas fotovoltaicas indo para o reservatório térmico onde acontece a sua
térmico podendo reduzir em 87% o calor externo em relação a
conversão.
edificação, possui maior resistência e durabilidade comparada as de
.....
23
2.7.1.8 Tratamento do próprio esgoto sanitário conscientes de ecossistemas produtivos que te- a diversidade, a estabilidade e a
resistência dos ecossistemas naturais. Ele resulta na integração harmoniosa
O processo de tratamento por meio da bacia de
entre as pessoas e a paisagem, provendo alimentação, energia e habitação,
evapotranspiração (figura 10) transforma a água não potável (negra) por
entre outras necessidades materiais e não - materiais, de forma sustentável.
meio de evaporação, através da decomposição da matéria orgânica e
A técnica possui estratégias para um bom design permacultural.
absorção de nutrientes e água pelas raízes das plantas. A água sai,
Eles incluem a utilização da terra sem desperdício ou poluição, produção de
portando, limpa sem a geração de efluentes podendo ser utilizada para
alimentos saudáveis, restauração de paisagens degradadas, mínimo de
descarga dos sanitários. A técnica não causa poluição do solo ou lençol
consumo em energia, integração entre organismos vivos e captação e
freático. (VIEIRA, 2010)
armazenamento de água. (SOARES, 1998)
Figura 10 – Bacia de evapotranspiração
Figura 11 – Flor da permacultura

Fonte: ECOEFICIENTES

2.7.1.9 Permacultura

A permacultura é, basicamente, a união de práticas agrícolas


Fonte: HOLMGREN, (2013, apud ZENKER, 2015).
tradicionais com ideias atuais (figura 11). De acordo com Soares (1998)
A técnica envolve o planejamento, a implantação e a manutenção
. 24
2.7.1.10 Compostagem Figura 12 – Criação de animais

A técnica da compostagem é classificada como o processo


biológico de decomposição e reciclagem da matérias orgânicas de origem
animal ou vegetal formando um composto. O composto orgânico pode
ser aplicado em hortas, jardins, e sendo utilizado para adubação de solo
melhorando sua qualidade sem agredir o meio ambiente. Este processo
evita o uso de fertilizantes no solo, controla sua erosão e ajuda na fonte: vet quality, 2016. Fonte: revista crescer, 2015.

reutilização de resíduos orgânicos dando-lhes um destino útil. (GODOY,


2.7.1.13 Uso de materiais regionais e orgânicos
s/d)
A proposta da escola/ contará com materiais de origem regional
A compostagem será utilizada no projeto da escola fazendo
como os blocos ecológicos fabricados em Tubarão. Os tijolos ecológicos são
o armazenamento de resíduos orgânicos como cascas, restos de alimentos
modulares, fabricados pelo processo de hidro cura sem necessidade de queima,
etc., e transformando em composto orgânico (adubo) para a sua
e são 4x mais resistentes que tijolos convencionais. Este material possui bom
utilização na horta, jardim e pomar.
isolamento termo acústico, e os custos nessa construção reduzem em até 40%
comparados aos custos em alvenaria convencional. Tem como vantagem ser
2.7.1.11 Criação de animais
uma construção que produz menos resíduos sólidos, pois sua estrutura com
A criação de animais (Figura 12) é uma técnica ligada a furos para instalações elétricas e tubulações já são planejadas, evitando a
pedagogia de Waldorf e também a permacultura, onde se prioriza a quebra de paredes. (EKSA, 2017)
produção de alimentos por meios orgânicos. (CROCETTA, 2017) Os
Outro material natural a ser utilizado é a madeira, sendo
animais que serão criados pela escola são gado (produção de leite),
introduzida na estruturação de telhado, aberturas, brises e elementos de
galinha (produção de ovos), cachorros, patos e gatos para atividades com
fachada. A madeira possui características sustentáveis sendo um material
crianças sobre cuidado com os animais.
renovável, tem bom isolamento térmico, confere redução de resíduos e custos
na obra, além de agregar a estética trazendo conforto visual à construção .

25
3 REFERENCIAL PROJETUAL

Neste capítulo serão apresentados os referenciais projetuais, que são projetos com características
semelhantes ao deste com o intuito de enriquecer o resultado final deste trabalho. Serão destacadas
informações a cerca de forma, implantação, materiais e métodos sustentáveis com análises elaboradas
pela autora buscando chegar em resultados ponderáveis à serem utilizados no projeto.
3.1. ESCOLA REDBRIDGE bairro de Campo de Ourique, em Lisboa. O projeto tinha como objetivo criar

Figura 13 - Planta de localização uma escola humana e inovadora que promovesse a criatividade dos alunos, com
um programa de intercâmbio internacional e buscando desenvolver um local
onde as crianças possam se sentir acolhidas e seguras.
As informações deste referencial, foram retiradas do site ARX
Portugal, Jon Astbury para Dezeen, Divisare, Soprotaco e outros referenciados
Figura 14 - Redbridge School aqui.

3.1.3 Implantação e entorno


Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020.
Segundo os arquitetos do escritório ARX Portugal, o terreno era
curto e de forma peculiar – duas frentes opostas de um quarteirão, ligadas por
3.1.1 Ficha técnica
uma faixa estreita em torno de uma casa existente no centro do lote (figura
Localização: Lisboa, Portugal 15). De acordo com o regulamento urbanístico, o edifício norte, na ala mais

Área: 4564.0m² larga do lote, deveria seguir o alinhamento do quarteirão e limitar-se a 4 pisos,
seguindo a escala dos edifícios vizinhos.
Ano: 2018
Fonte: Fernando Guerra FG+SG, Figura 15 - Implantação e relação com o
Arquitetos: ARX Portugal 2020. entorno, sem escala

3.1.2 Apresentação e diretrizes Projetuais


Terraço pavilhão Sul

De acordo com o site ARX Portugal Arquitetos (2020), Pátio externo


Cobertura pavilhão Norte
Redbridge é uma nova escola internacional localizada no coração do
Limite do terreno
.....

Fonte: ARX Portugal, 2018, modificado pela autora, 2020.

26
O mesmo se associa diretamente com seu entorno com a 3.1.4 Acessos e circulações
construção na extrema do terreno e sem muros. Na zona Sul temos a
A construção possui uma entrada principal em cada pavilhão e
construção mais isolada do contexto da cidade e imersa no jardim, onde o
duas entradas secundárias de serviços. No pavilhão Norte a entrada acontece
foco foi preservar as árvores existentes no local. As construções se
diretamente pelo edifício, enquanto no pavilhão Sul a entrada acontece por um
interligam por um eixo mais estreito do terreno no seu jardim externo,
portão dando acesso ao pátio externo (figura 17), onde temos o jardim de
onde as atividades do Pavilhão Sul são realizadas com os alunos das
recreação dos alunos.
fases iniciais.
Nas fachadas do edifício Norte a relação com o entorno Legenda

(figura 16) é reduzida a uma faixa central de vidro na entrada principal e Acesso principal Circ. vertical escada Circ. vertical rampa

as laterais com aberturas em fita ao longo da construção nos pisos Acesso serviços Circ. horizontal difusa Circ. vertical deck
Acesso pátio Circ. horizontal linear
superiores. O que proporciona um equilíbrio entre preservar a segurança
do alunos e promover a interação com o ambiente externo. O pavilhão
Sul já possui uma linguagem mais privativa, cercado por muros e Figura 17 - Térreo estudo de circulações e acessos, sem escala.
contendo apenas o pavimento térreo e um terraço com deck, onde
acontecem atividades de lazer ao ar livre.

Figura 16 - Entorno imediato

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.


Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020.

27
As circulações horizontais se dão, no Norte por um eixo Zoneamento por usos
central e a é circulação linear, já no edifício Sul temos a circulação
1. Salas de aula 8. Sala de Ballet
difusa pois com as salas de aulas dispostas na borda da construção 2. Banheiros 9. Sala de ginástica
resultando em uma circulação mais livre e corredores curtos. Sobre as 3. Depósito 10. Vestiário
circulações verticais, elas acontecem por escadas, elevadores e rampas 4. Hall de entrada 11. Pátio externo
que levam aos andares superiores onde se encontram as salas de aulas, 5. Refeitório 12. Sala professores / adm.

ginásio e no pavilhão Sul um terraço para recreação e no andar inferior 6. Cozinha / Serviços 13. Vestíbulo
7. Ginásio / Lazer 14. Escadas
do pavilhão Norte temos acesso ao estacionamento para funcionários.
15. Sala de grupos
3.1.5 Usos e zoneamento funcional

A escola apresenta uma linha de separação por usos, Figura 18 - Piso térreo com estudo de zoneamento funcional, sem
começando pelos blocos do pavilhão sul (térreo+terraço) ficam os alunos escala.

do jardim de infância com salas de aulas e um pequeno espaço para


6
professores, o pavilhão norte, portanto se encontram todo o sistema
administrativo e de serviços da escola separando-se por andares. No
11
térreo encontramos os usos comuns como cantina, pátio externo,
recreação, nos 2º e 3º andares ficam as salas de aulas, já no último andar 14
uma sala polivalente com espaço amplo e aberto funcionando para
3
1 13 1 5
6
eventos, ginásio, aulas de ginástica e ballet e recreio aberto (figura 18, 12 1
13 13 13
19, 20, 21). 1 1 1
11 14
12
Zoneamento Funcional 4

Circulação Serviços Administrativo


Fonte: ARX Portugal, 2020 modificado pela autora, 2020.
Circ. Verti. Pedagógico Lazer / Recreação

28
Figura 19 - 1º pavimento com estudo de zoneamento funcional, sem escala.

2
2
3
Figura 20 - 2º pavimento com estudo de zoneamento funcional, sem escala
1 1

1 2 3 1 15 12
1 1
15
1 1

1 2 1 1 15 1 1

12

Fonte: ARX Portugal, 2020 modificado pela autora, 2020. Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.

Figura 21– 3º pavimento com estudo de zoneamento funcional, sem escala

7
9

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.

29
Figura 23 – 2º e 3º pav. Planta de hierarquia espacial.
3.1.6 Hierarquia espacial

Por se tratar de uma edificação escolar, a partir da entrada


do terreno (jardim) os espaços são semi-público, apenas o passeio é
público. Sendo áreas como cozinha, área de serviços, estacionamento
(subsolo), piso técnico, escadas de serviço, sala de professores e
administrativas de cunho privado (figura 22,23).

Figura 22 - térreo e 1º pav. Planta de hierarquia espacial.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.


Público
3.1.7 Volumetria e materialidade
Semi-público
Privado Buscando um material de baixo impacto ambiental e que
trouxesse um ar acolhedor ao interior da construção, a equipe ARX Portugal
escolheu a madeira como acabamento estrutural. O material proporcionou
também maior velocidade no acabamento da obra, o que teve mais um ponto
positivo na hora da escolha. Painéis metálicos na cor marrom (Jon Astbury
para dezeen, 2020) estão presente nas fachadas externas dos dois edifícios, o
que traz unidade apesar de possuírem formas distintas.

Pavilhão Sul – Suas fachadas com formas côncavas (figura 24) ,


foram o resultado do posicionamento de árvores existentes e algumas
introduzidas ao projeto. O formato orgânico se encaixa bem no contexto
utilizado pela escola, que promove a sustentabilidade e a boa relação com a

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020. natureza.


30
Figura 24 – Pavilhão Sul. Figura 26 – Pavilhão Norte.

Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020. Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020.

Pavilhão Norte – Diferente do pavilhão Sul, este possui um 3.1.8 Condicionantes físicos / Conforto ambiental / Sustentabilidade
formato retangular com linhas retas apresentando uma fenda vertical na
As técnicas aplicadas implicam diretamente no conforto
fachada de entrada, com aberturas em janelas em fita e molduras douradas
ambiental e na eficiência energética do projeto. As estratégias sustentáveis do
nas esquadrias trazendo destaque a peça (figura 25). Nas laterais a
projeto tiveram início desde a escolha do sistema estrutural em madeira,
presença da simetria com aberturas em fita novamente, integram o interior
sendo menos agressivo a natureza, de melhor desempenho térmico.
das salas de aula com o entorno imediato (figura 26).
Outras estratégias utilizadas foram:
Figura 25 – Pavilhão Norte, sem escala.
• Utilização de claraboias e poço de luz proporcionando maior incidência
de luz solar consequentemente diminuindo o uso de iluminação artificial
(figura 27).

• Implantação de vegetações de médio e pequeno porte no jardim, além de


manter as árvores existentes contribuindo para o conforto térmico do
edifício.
Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.
• ............
31
• Uso de aberturas estilo janelas trapeiras nos andares superiores do Figura 28 - Condicionantes físicos, sem escala.

pavilhão Norte, apresentando aumento na circulação de ar


funcionando como respiradores.

Figura 27 – Conforto ambiental e sustentabilidade.

Fonte: ARX Portugal, 2020, modificado pela autora, 2020.

Fonte: Fernando Guerra | FG+SG, 2020.


3.1.9 Motivo da escolha

O projeto em questão, chamou atenção pelo seu material estrutural


Apesar das técnicas utilizadas encontra-se alguns pontos
e sua dimensão, além de conseguir trazer todo o programa necessário de uma
negativos em relação a sua arquitetura, como as grandes aberturas
escola com um terreno desafiador. A equipe conseguiu aproveitar suas
envidraçadas que não possuem brises ou fechamentos para controlar a
características, assim como dimensionar e distribuir o espaço pedagógico e de
incidência solar, sentido sul (figura 28) o que pode causar desconforto
serviços/administrativo da melhor maneira.
térmico. Além disso, o projeto não apresenta outras técnicas como o uso
de placas solares ou fotovoltaicas, reuso de água da chuva que poderiam Outro ponto interessante no projeto é a sua fachada, com a mistura
contribuir para economia de energia. de formas geométricas retilíneas e o formato côncavo do pavilhão Sul
trouxeram singularidade à construção indo de encontro ao principio
apresentado neste trabalho.

32
especializada no material foi responsável pela estrutura do projeto utilizando-o
3.2. THE GREEEN SCHOOL de forma inovadora e experimental, desde a sua estrutura até o mobiliário. A
escola atende desde a educação infantil ao ensino médio, com média de 100
Figura 29 – Localização
alunos de diversas nacionalidades. De acordo Cristiane Nunes (2015), a linha
pedagógica da Green School tem como base os ensinamentos de Alan
Wagstaff, que sugere o aprendizado de forma integrada com quatro dimensões
simultaneamente: emocional/social, espiritual, intelectual e sinestésica.
Figura 30 – The Green School
As informações deste referencial foram retiradas dos site Green School,
IBUKU, Sustentarqui e Ciclo Vivo.
Fonte: Google maps, 2020.
3.2.3 Implantação e entorno
3.2.1 Ficha técnica
A construção se encontra em meio a um campus sustentável, ao
Localização: Indonésia
lado do rio Ayung, em Sibang Kaja, Bali, dentro de uma vasta floresta com
Fonte: Green School – Bali, 2015.
Área do terreno: 45.000 m² vegetações nativas que crescem ao lado de jardins orgânicos sustentáveis.

Área construída: 7542 m² Figura 31 – Implantação, sem escala

Ano: 2007

Arquitetos: IBUKU (PT Bambu)

3.2.2 Apresentação e diretrizes Projetuais

Segundo os idealistas John e Cynthia o objetivo do projeto


era incentivar a comunidade a viver de forma sustentável e a utilizar
materiais vernaculares trazendo a presença do bambu, material mais
utilizado na região. A IBUKU (PT Bambu), empresa de arquitetura
Fonte: Google Maps, 2020.
.............
33
3.2.4 Usos de zoneamento funcional

Com uma grande área de terreno os edifícios ficam O edifício central (figura 33), também conhecido como o coração
distribuídos (figura 32) em toda sua extensão dividindo o espaço com a da escola onde acontecem atividades administrativas da Green School,
mata nativa. O zoneamento do projeto acontece em diferentes laboratórios e também aulas do ensino médio. A cobertura possui forma de três
construções dentro do campus, algumas delas inclusive replicadas pela nautilóides (molusco), com três torres interligadas.
popularidade que tiveram, os edifícios da Green School incluem salas de
aula, laboratório de informática, academia, dormitórios, escritórios, Figura 33 – Planta baixa edifício central, sem escala

cozinha, auditório e banheiros.

Figura 32 – Implantação, sem escala

Fonte: Youtube / Asia Featured apud Mayra Rosa, 2011.

As aulas do jardim de infância e fundamental acontecem no


Fonte: Youtube / Asia Featured apud Mayra Rosa, 2011. edifício Turtle Room (figura 34, 35) e no edifício exclusivo para a educação
infantil. Ambas construções mantem o contato constante com a natureza sem
paredes completamente fechadas utilizando o bambu em formas criativas e
inspiradoras para os alunos.

34
Figura 34 – b) Edifício educação infantil e a)The Turtle. O edifício Star Lodge (figura 36) tem o intuito de abrigar
visitantes, alunos ou mesmo a equipe da Green School por um curto período.
Com o objetivo de maximizar o número de dormitórios o formato da construção
resultou em um formato de hexágono podendo acomodar 40 pessoas

Figura 36 – Star Lodge, sem escala.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

.
Figura 35 – implantação Edifício educação infantil, sem escala.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

35
A construção conhecida como Cozinha do Aldo (figura 39)
serviu como uma introdução prévia ao prédio central do coração da
Green School, apresentando os mesmo traços em uma escala menor.
Hoje, o prédio abriga a equipe de design da IBUKU. Além dos prédios
de caráter pedagógicos, a Green School possui também o Auditório Figura 39 – Cozinha do Aldo.

Mepantigan (figura 38) e a Ponte do Milênio (figura 37), obras muito


conhecida pela sua arquitetura grandiosa.

Figura 37 – Auditório Mepantigan.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

Figura 38 – Auditório Mepantigan, sem escala.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010. Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

36
3.2.5 Volume e materialidade 3.2.6 Conforto ambiental / Condicionantes físicos

A volumetria das edificações da Green School compõem Todo o campus da Green School está inserido no meio da mata
uma mesma tipologia reproduzindo formatos diversos da natureza como nativa e para trabalhar essa conexão com a natureza os edifícios da escola não
casco de tartaruga, moluscos e estrelas ou a cultura indígena lembrando possuem fechamento aumentando a relação exterior x interior. Isto é possível
suas ocas. pelo clima local com média anual de 30ºC e umidade relativamente alta.
O principal material utilizado em suas construções é o bambu Além de estreitar a relação dos alunos com a mata vizinha, as
em sua estrutura, cobertura, mobiliário, lousas, etc. (figura 40). aberturas proporcionam ventilação e iluminação natural constantes do interior
Complementando e fazendo o fechamento da cobertura e paredes foi dos edifícios condicionando um bom conforto ambiental (figura 41).
usada também a palha.
Figura 40 – Materialidade.

Figura 41 – Conforto ambiental.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

Fonte: IBUKU (PT Bambu), 2010.

37
3.2.7 Sustentabilidade Figura 43 – Placas fotovoltaicas

O campus possui diversas técnicas sustentáveis, sendo elas:


estrutura e mobiliários em bambu (material vernacular); refeições feita
sobre folha de bananeira; criação de animais; cultivo de produtos
orgânicos em horta própria; banheiros secos; sacos de lixo em tecido;
painéis fotovoltaicos; micro hidrelétrica; central de gestão de resíduos;
estação de compostagem; sistema de filtragem de água; sistema
Figura 44 – Mobiliário
aquaponics (integração da aquicultura, criação de peixes, e a hidroponia, Fonte: Sustentarqui, 2015.
cultivo da plantas sem solo, cultivando ambos em um sistema fechado);
transporte coletivo sustentável com o uso de biocombustível (combustível
originado a partir do óleo de cozinha); e uso do sabão biológico.

Figura 42 – Atividades externas na Green School

Fonte: Green School, 2010.


3.2.8 Justificativa de escolha

A Green School permitiu usar de referenciais suas técnicas de


sustentabilidade, além de sua arquitetura única com o uso de material
vernacular em diferentes formatos criados com muita criatividade e inovação.
Fonte: Green School, 2010. Com as informações retiradas deste projeto podemos observar o bom resultado
que uma arquitetura sustentável proporciona e afirmar que o segmento tende a
crescer e se tornar popular e de grande influencia para as próximas gerações e
construções futuras.

38
3.3. ESCOLA SUSTENTÁVEL 294 Sustentáveis. A Escola 294 é a primeira escola pública sustentável da América
Latina e foi projetada sob o método construtivo desenvolvido pelo arquiteto
Figura 45 – Localização.
norte americano Michael Reynolds.
As informações deste referencial foram retiradas dos sites Escuela
Figura 46 – Escola sustentável 294 Sustentable, Sustentarqui e Archdaily. Apesar de ser um projeto de menor
porte e incompleto em relação aos seus usos, é muito importante pelo seu
caráter sustentável e sua semelhança com o tema proposto neste trabalho.

Fonte: Google maps, 2020. 3.3.3 Implantação e entorno

A construção fica localizada parte costeira de Jaureguiberry, no


3.3.1 Ficha técnica
Fonte: Escuela Sustentable, 2016. sul do Uruguai, área com vegetação densa e pouco urbanizada (figura 47,48).

Localização: Jaureguiberry, Uruguai As beiras de uma rodovia, o acesso para o terreno se dá por uma rua não
pavimentada, podendo ser acessada pela rodovia ou pela via lateral.
Área: 270 m²
Projeção bloco Limite do terreno
Ano: 2016
Figura 47 – Relação com o entorno. Figura 48 – Implantação, sem escala.
Arquitetos: Michael Reynolds, de Earthship Biotecture e Federico
Palermo, de Tagma

3.3.2 Apresentação e diretrizes Projetuais

Segundo a Equipo Editorial, os autores buscaram conjugar a


educação tradicional com o respeito ao meio ambiente, o uso
responsável dos recursos e o desenvolvimento de relações humanas Fonte: Google maps, 2020. Fonte: Google maps, 2020.

39
3.3.4 Acessos e circulações 3.3.5 Usos de zoneamento funcional

Na figura 49, podemos observar três entradas principais da Conforme observamos na figura a seguir (figura 50), o zoneamento
construção por onde acontece a circulação de alunos, e ao lado se dá a do edifício é simples, tendo apenas o espaço pedagógico com salas de aula e
entrada de serviços e funcionários da escola. Por ser uma construção de banheiro para os alunos e professores, e a circulação principal. As atividades
pequeno porte a circulação resulta-se linear, por um corredor principal físicas, horta e lazer acontecem na área externa. Nota-se que, é uma escola de
que dá acesso a todos os cômodos do edifício. porte pequeno e seu zoneamento incompleto pois faltam espaços
administrativos e de serviços.
Figura 49 – Acessos e circulações, sem escala. Figura 50 – Zoneamento funcional, sem escala.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016. Fonte: Earthship Biotecture, 2016.

Legenda Zoneamento Funcional


Acesso principal Circulação Serviços Administrativo
Acesso serviços Circ. horizontal difusa Circ. Verti. Pedagógico Lazer / Recreação
Acesso pátio Circ. horizontal linear

40
3.3.6 Hierarquia espacial 3.3.7 Volume e materialidade

Como observamos na figura 51, todas as dependências da O criador Michael Reynolds, desenvolveu um método construtivo
escola incluindo o pátio e também o prédio em si, se encaixam como em que procuram obter o máximo aproveitamento da energia do sol, da água,
semi-público visto que as salas são acessadas tanto por alunos quantos do vento e da terra. Com isso, as construções chamadas earthship (embarcações
professores e funcionários. da terra) são feitas com materiais e resíduos reciclados. Segundo Cristiane
Nunes (2016), a escola foi construída por aproximadamente 60% de materiais
Figura 51 – Acessos e circulações, sem escala. reaproveitados como: 2 mil pneus, 5 mil garrafas de vidros, 2 mil metros
quadrados de papelão e 8 mil latinhas de alumínio, e 40% de materiais
tradicionais (figura 52). Além dos materiais reciclados a sua estrutura é
composta por madeira e vidro em sua fachada.
Figura 52 – Materialidade.

Público
Semi-público
Privado

Fonte: Earthship Biotecture, 2016.


.

Fonte: Lorena Presno, Diego Roche, Lucas Damiani, 2016.

41
Sua fachada apresenta formato retangular e simétrico, 3.3.8 Condicionantes físicos / Conforto ambiental / Sustentabilidade
misturado a elementos em formatos mais orgânicos (figura 53,54). Os
Como já citado neste trabalho o objetivo principal do projeto era
materiais presentes na fachada são madeira em sua estrutura, e vidro em
desenvolver o projeto de uma escola 100% sustentável, para isso utilizou-se
suas aberturas, além de elementos como pilares e uma parede decorada
além de materiais reciclados, recursos autossuficientes no consumo de energia.
que é feita com o uso de argamassa preenchida com latas de alumínio e
A escola adota sistema e geração de energia elétrica através de painéis
garrafas de vidro. Esse sistema construtivo além de ser sustentável e
fotovoltaicos, produção orgânica de alimentos, coleta e reutilização da água da
trazer inúmeros benefícios para o meio ambiente, também agrega
chuva para usos sanitários, pias e irrigação da horta, contando com um sistema
personalidade e singularidade a construção.
de tratamento da água negra com uma fossa séptica também criada com
Figura 53 – Volume e materialidade , sem escala. materiais reciclados (figura 55,56).
Figura 55 – Conforto ambiental e sustentabilidade.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016.

Figura 54 – Volume e materialidade.


Fonte: Lorena Presno, Diego Roche, Lucas Damiani, 2016.

Figura 56 – Corte lateral, sem escala.

Fonte: Lorena Presno, Diego Roche, Lucas Damiani, 2016.


Fonte: Earthship Biotecture, 2016.
42
A escola foi construída buscando uma inércia térmica para
evitar o uso de ar condicionados, com isso o edifício é envolto com um Figura 58 – Corredor norte.
espesso muro de contenção (figura 57) feito a base de coberturas
preenchidas com areia e pedregulho compactado que contém o talude de
areia e terra na parte posterior do edifício.

Além de ajudar na inércia térmica, a contenção permite


cobrir o sistema de coleta da água da chuva contendo também tubos que
geram a ventilação cruzada do edifício. No inverno, os tubos são Fonte: Earthship Biotecture, 2016, modificado pela autora, 2020.
fechados e o corredor norte trabalha como uma estufa e ajuda a climatizar
as salas de aula.
3.3.9 Motivo da escolha

Figura 57 – Condicionantes físicos, sem escala.


O projeto da Escola 294 foi escolhido pelo diferencial de ser uma
escola 100% sustentável utilizando de recursos naturais para produzir o mínimo
de impacto possível ao meio ambiente. Uma arquitetura sensível aos
condicionantes físicos, termicamente confortável e sistema autossuficiente
serão diretrizes a serem levadas para o partido geral deste trabalho.

Apesar de falta de um programa de necessidades e um sistema


pedagógico completo, o projeto apresenta grande referência em sustentabilidade
e usos de materiais recicláveis para construção de edifícios.

Fonte: Earthship Biotecture, 2016, modificado pela autora, 2020.

43
4 ANÁLISE DA ÁREA

A etapa de análise do terreno compreende um estudo da área a ser inserido o projeto, destacando suas
potencialidades e problemas a fim de encontrar uma melhor forma de inserção do projeto na cidade e
no terreno. Serão apresentadas análises de sistema viário, uso do solo, gabaritos, equipamentos
urbanos e condicionantes físicos.
4.1 PANORAMA GERAL DO MUNICÍPIO

Figura 59 – Localização da área.


4.1.1 Características gerais e geográficas

O local escolhido para a proposta fica no município e


Tubarão, localizado na região Sul catarinense (figura 59), a 144 km da
capital Florianópolis. Segundo a Prefeitura Municipal, este município,
possui clima subtropical, com temperatura média máxima de 23,6°C e
média mínima de 15,5°C.
Suas coordenadas geográficas são Latitude: 28° 28’ 00’’ e
longitude: 49° 00’ 25’’. Faz limites territoriais com Gravatal, Capivari de Brasil

baixo (Norte), Treze de maio, Jaguaruna (Sul), Laguna (Leste), Pedras Santa Catarina

grandes e São Ludgero (Oeste).


De acordo com os dados publicados pela Prefeitura
Municipal em 2019 (dados obtidos através do IBGE), Tubarão possui Tubarão
uma população de 105.448 habitantes, com área territorial de 301,755
km² e densidade populacional 322 hab./km².
Atualmente, além da indústria, comércio e serviços, Tubarão
é polo de saúde e de educação. Possuindo a unidade do Instituto Federal Farol Shopping
de Santa Catarina (IFSC) que contribui para qualificar a mão de obra no Arena Multiuso

município. Tubarão também é sede da Universidade do Sul de Santa Av. Marcolino Martins Cabral

Catarina (Unisul). Linha férrea


R. Afonso Pena

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora (2020).

44
4.1.2 História infraestrutura, visto que o município estava sofrendo um crescimento
considerável tornando como prioridade a infraestrutura, o aumento da
A evolução urbana de Tubarão, tem como seu principal iluminação pública, aberturas de vias e pavimentação. Desta forma, neste
marco a implantação da Ferrovia Teresa Cristina que determinou as período o indutor principal da ocupação urbana, foi a ferrovia.
primeiras manchas urbanas e contribuiu com a implantação dos O 4º período se destaca por um grande crescimento e marcos
equipamentos nas suas proximidades. importantes para a cidade, tendo ã implantação de empresas como Companhia
As informações apresentadas a seguir foram retiradas de Siderúrgica Nacional (CSN), em 1942, estádio Anibal Costa, e mais escolas
“Análise espacial da ocupação urbana de Tubarão/SC no período de 1957 para os filhos de ferroviários. A ferrovia se torna o local um polo econômico,
a 2017”, de Juliane Benedet, 2018, “História da Cidade” de Amado trazendo a construção de um aeroporto, em 1951, conhecido como Aeroporto
Vetoretti (1992), “A formação do espaço urbano de Tubarão e a Ferrovia Anita Garibaldi (hoje no local temos a Arena Multiuso) e a instalação de uma
Tereza Cristina”, de Rodrigo Medeiros, 2006. grande indústria de cigarros, Souza Cruz (local Farol Shopping), em 1955.
A história da cidade de Tubarão possui ligação com a Em 1971, é finalizada a construção da BR-101 aumentando a
história do Porto de Laguna, que influenciou diretamente para a evolução economia regional e em todo estado. A seguir, no ano de 1974 a cidade
do local. Podemos dizer que este foi o primeiro período da ocupação de enfrenta uma das duas maiores tragédias, a enchente do dia 24 de março
Tubarão, tendo como marco a abertura do caminho entre Laguna em deixou centenas de desabrigados, afetando famílias, empresas e comércio de
Lages. O trecho fazia parte do trajeto dos tropeiros, o que levou os toda cidade. Após isso, a cidade levou anos para se reestruturar pois as
mesmos a se fixarem no município, dando preferência as margens do rio consequências da enchente além de físicas, foram também, econômicas.
Tubarão, na época conhecido como Poço Grande. Nas próximas décadas, algumas construções se destacaram e
O segundo período, foi marcado pelo desmembramento contribuíram para o desenvolvimento do centro da cidade e o bairro Vila
entre Laguna e Tubarão em 1870, nesse momento o centro da cidade Moema, como o Fórum (1993), Hospital Socimed (2003), Farol Shopping
começa a ser ocupado e pode-se perceber as primeiras manchas urbanas. (2006), Arena Multiuso (2016). Estes empreendimentos contribuíram para o
O 3° Período é marcado pela implantação da ferrovia, que desenvolvimento econômico e urbano da cidade. Assim, a população urbana
chega para contribuir no escoamento de mercadorias. A partir deste aumentou consideravelmente graças a implantação de empresas de grande
período, o poder público tende a se preocupar com a implantação de porte tornando o local economicamente estruturado por décadas.
.
45
Inauguração da Ferrovia Criação da Biblioteca
Início do povoamento Tereza Cristina (FTC) Pública e Arquivo Público. Criação da Ponte Nereu Ramos.

1870 1895 1906

1774 1884 1898 1939


A cidade de Tubarão é Inauguração do colégio São Inauguração do HNSC.
desmembrada de Laguna José e logo outros colégios
estaduais

Início das atividades da


Implantação da Companhia Indústria de cigarros, Souza
Siderúrgica Nacional (CSN) Cruz Construção do edifício do
Fim da implantação da BR-101
Fórum no bairro Vila Moema
1951 1964 1974

1942 1955 1971 1993


Construção do antigo aeroporto Criação da UNISUL – Tragédia da enchente
no bairro Vila Moema. Universidade do Sul de Santa
Catarina.

Tubarão em 1957. Tubarão em 1978. Tubarão em 2020.

Implantação da Rodoviário Inauguração do Farol


José Ghizoni Shopping.

2003 2016

2001 2006
Criação do Hospital Socimed. Inaugurada a Arena
Multiuso.
Área em análise

46
4.1.3 Economia 4.1.4 A educação na cidade

De acordo com Schneiders (2012), algumas atividades Tubarão é uma cidade que se destaca na região pelo ensino, tendo
econômicas são tradicionais desde o início do município, como a como referências instituições como a UNISUL, Colégio Dehon, Colégio São
indústria têxtil, artefatos de tecidos, indústria de produtos minerais não Jósé, E.E.B Henrique Fontes entre outros, que atendem um número grande de
metálicos (cerâmica), comércio varejista, transportes e comunicação. alunos de toda região da AMUREL.
O município de Tubarão foi polo regional econômico entre as décadas de De acordo com a Prefeitura de Tubarão, a rede Municipal de
1940, até 1970, gerando consequências positivas no seu Ensino conta atualmente com 48 unidades escolares, sendo 28 Centros de
desenvolvimento. Educação Infantil (CEIs) e 20 Escolas Municipais de Educação Básica
Hoje, segundo publicado pela Prefeitura de Tubarão (2019), (EMEBs). Além das escolares de ensino médio e privadas que complementam
o município é o terceiro colocado de Santa Catarina no Ranking das 60 – Unidades
as unidades
Figura públicas. escolares, sem escala.
Melhores Cidades para Fazer Negócios. A cidade aparece atrás apenas de
Florianópolis e Itajaí no estudo produzido anualmente pela Urban
Systems para a revista Exame.
Além das atividades econômicas citadas a cima, a cidade
possui projetos imobiliários e a abertura da Rodovia Ivane Fretta, por
exemplo, que acentuam esse desenvolvimento e trazem destaque para a
região.
As áreas de educação e saúde também agregam valor a
economia local com os polos de instituições como UNISUL, IFSC, Educação infantil – 500m
UNIMED, SOCIMED, sendo responsáveis por grande parte dos Ensino fundamental – 800m
empregos da região.

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora.

47
4.2 O TERRENO Boa inserção na
Bons
Área em
Presença de
condicionantes equipamentos
cidade expansão
físicos urbanos

4.2.1 Localização e justificativa de escolha

O terreno escolhido para a proposta se localizada no bairro


Vila Moema da cidade de Tubarão, Rua Afonso Pena. A área apresenta Figura 61 – Terreno da proposta e seu entorno, sem escala.
deficiência de equipamentos escolares, porém possui boa estrutura com
rua pavimentada, serviços básicos próximos e com amplas áreas para
poder desenvolver um projeto com as características necessárias para este
tipo de metodologia.
Sua localização privilegiada, está inserida entre dois bairros,
o Vila Moema, mistura de bairro residencial com comércio de grande
porte, possuindo o Farol Shopping, Arena Multiuso e o Clube de Campo
próximos ao terreno, e o bairro Recife onde encontramos áreas
5
residenciais em expansão.
O terreno se destaca por ser um vazio urbano com grande 2
7
9 6
potencial. Possui fácil acesso, bons condicionantes físicos, boa 1
4
infraestrutura em seu entorno e apresenta a possibilidade de expandir a
3 8
área menos valorizada no bairro Recife e trazer maior integração com o
restante da cidade.

Farol Shopping Av. Marcolino Martins Cabral


Arena Multiuso Linha férrea
Terreno da proposta R. Afonso Pena
Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora.

48
4.2 O TERRENO

Figura 62 – Terreno da proposta e seu entorno, sem escala.

1 2 3

5 6
x
7

8 9

Fonte: Acervo pessoal, 2020.

49
4.2.2 Condicionantes físicos, forma e acesso 4.2.3 Sistema viário e mobilidade urbana

O terreno possui o acesso principal pela Avenida Marcolino O terreno apresenta em sua maioria vias de acesso local ou
Martins Cabral. Tem forma regular e retangular com uma área de coletoras, tendo a via de acesso principal a Av. Marcolino Martins Cabral,
32.606,46 m², apresentando uma topografia plana sem necessidade de sendo uma via arterial. Esta característica se dá pelos bairros em questão serem
aterros. Seu entorno não possui nenhuma barreira física em questão de de caráter residencial. Foi observado na visita à campo a grande quantidade de
insolação e ventos predominantes, que são, o nordeste com mais vias não pavimentadas ou pavimentação em lajotas. O local apresenta também
intensidade, e o vento sul sendo menos intenso (figura 63). O nível do pontos em desenvolvimento com pavimentações em asfalto próximo a área da
terreno está no mesmo nível da rua Afonso Pena. proposta (figura 64).

Figura 63 – Terreno da proposta e condicionantes Figura 64 – Sistema viário, sem escala.


físicos, sem escala.

Nordeste

Poente
Via arterial
R. Afonso Pera Nascente Via coletora
Av. Marcolino M. Cabral Via local
R. Geraldino da S. Barreiros Arena Multiuso
Terreno da proposta Terreno da proposta
Arena Multiuso Pontos de conflito

Sul
Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora. Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora.

50
4.2.4 Infraestrutura e equipamentos urbanos

De acordo com a figura 65, podemos concluir que a área em Figura 65 – Equipamentos urbanos, sem escala.
análise possui boa estrutura em relação à equipamentos urbanos,
contendo espaços de lazer, serviços de comércio e clínicas médicas.
Porém, identifica-se uma falta de mobiliários urbanos em toda área, e na Terreno da proposta
parte mais afastada da Av. Marcolino Martins Cabral, onde faltam
serviços essenciais como mercearias, escolas, comércio e espaços de
lazer.
A distribuição de energia elétrica é feita pela Celesc, e a
distribuição de água e tratamento de esgoto é realizado pela Tubarão
Saneamentos, que possui ainda, locais onde o tratamento não foi
implantado, incluindo algumas ruas da área em análise, o que causa
problemas sanitários e até alagamentos em alguns pontos da cidade.

SAÚDE
Clínicas veterinárias, Clínicas Médicas, Socimed, Unimed

INSTITUCIONAIS SERVIÇOS
Igreja, escola Maria Emília Rocha Posto de gasolina, restaurante, comércio

ESPAÇO DE LAZER
Academia ao ar livre, Clube de Campo, Arena Multiuso, pista de skate, cinema

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora.


MOBILIÁRIO URBANO
Ponto de ônibus, lixeiras

51
4.2.5 Uso do solo e tipologias É notável a diferença de tipologias que encontramos ao nos afastar
do centro da cidade para um bairro ainda em desenvolvimento. Ao longo da
Como podemos observar na figura 66, o uso predominante visita, pode-se perceber a predominância de casas em alvenaria e um padrão
da área é residencial unifamiliar, tendo poucos comércios nas bordas do mais alto no bairro Vila Moema, mais próximo à Av. Marcolino Martins
entorno estudado, que se localizam em vias de maior movimento e usos Cabral. Ao nos afastarmos em direção ao bairro Recife, o padrão muda para
institucionais como a escola Maria Emília, hospital Socimed e hospital casas térreas de menor porte, em alvenaria e madeira em sua maioria.
Unimed.
Figura 67 – Residências padrão em alvenaria, bairro Vila Moema.
Figura 66 – Mapa de uso do solo e
tipologias, sem escala.

Figura 68 – Residências padrão em madeira, bairro Recife.

Terreno da proposta
Comercial
Misto
Residencial

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, Institucional

modificado pela autora. Fonte: Acervo pessoal, 2020.

52
4.2.6 Cheios e vazios 4.2.7 Gabaritos

Podemos observar na figura 69, que a área da proposta Após o levantamento no local (figura 70) , pode-se notar a
apresenta grandes vazios em relação às áreas edificadas e um perfil de predominância de gabarito em até 2 pavimentos, sendo a maior parte ocupado
área em expansão, pois além de possuir baixa densidade ocupacional por habitações unifamiliar. Porém, com o expansão urbana e a especulação
também apresenta loteamentos e vazios urbanos a serem ocupados. imobiliária prédios de gabarito alto estão sendo construídos e tendem a ganhar
mais espaço no cenário da cidade.
Figura 69 – Mapa de cheios e vazios,
Figura 70 – Mapa de gabaritos, sem
sem escala.
escala.

Terreno da proposta
1 Pavimento
Cheios
2 Pavimentos
Vazios
3 Pavimentos
Terreno da
4 Pavimentos
proposta
5 à 9 Pavimentos
+10 Pavimentos

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora. Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora.

53
4.2.8 Legislação

Figura 72 – Tabela de usos permitidos.


De acordo com o Plano Direto de Tubarão (2013), a área da
proposta está localizada na Zona Residencial 2 (figura 71), sendo
possíveis os seguintes usos, permitido: habitação unifamiliar, habitação
multifamiliar vertical e horizontal, comércio e serviços vicinais.
Tolerado: Usos institucionais e proibido todos os demais (figura 72).

Figura 71 – Mapa de zoneamento.

Fonte: Plano diretor da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora.

Fonte: Mapa cadastral da Prefeitura de Tubarão, modificado pela autora. Os parâmetros segundo o quadro de índices urbanísticos, da Zona
Residencial 2 são: recuo mínimo Frontal: 4,00, lateral e fundos: até o 2º
Zona Residencial 1 Área da análise
pavimento 1,50 metros quando houver aberturas; a partir do 3º pavimento H/8
Zona Residencial 2 Terreno da proposta
sendo no mínimo 2,50 metros. Sua taxa de ocupação é de 70%, tendo o
Zona Residencial 3
Zona Comercial 1 coeficiente de aproveitamento básico de 5 e máximo de 6, e altura máxima de

Zona Comercial 2 H/8.

54
5 PARTIDO GERAL

Neste capítulo será apresentada a proposta de partido geral para o projeto da Escola Waldorf Origens,
levando em consideração todos os capítulos anteriores para o desenvolvimento deu um bom projeto
escolar. Serão apresentados programa de necessidades, conceito, fluxograma/organograma, diretrizes
projetuais seguidos da proposta geral para o TCC1.
5.1 INTRODUÇÃO

De acordo com dados do Censo demográfico de 2010 A escola contará com cerca de 30 colaboradores. Sendo 1 professora e 1
(IBGE), o município de Tubarão possui 18.174 crianças na faixa etária de auxiliar para cada sala da educação infantil até 3 anos, 1 professor por disciplina
0 à 14 anos. A rede municipal atende cerca de 6.048 crianças em redes para cada sala dos 4 aos 14 anos, 02 cozinheiras, 01 auxiliar de cozinha, 02
de educação infantil e ensino fundamental de acordo com dados cedidos secretários, 01 psicóloga, 01 nutricionista, 01 diretor, 01 administrador, 01
pelo Censo Escolar/INEP (2018) apud QEdu (2020). contador, 02 assistentes pedagógicos, 02 auxiliares de limpeza, 01 bibliotecária.
Realizando um estudo mais aprofundado obtém-se o número
médio de alunos atendidos nas escolas municipais: 208 alunos em rede de Figura 77 – Quadros de relação turmas.
ensino fundamental e 93 alunos em Centros de educação infantil.
Para ajudar a suprir a demanda de alunos para rede
municipal, a escola Waldorf Origens atenderá 490 alunos desde
Educação Infantil ao Ensino Fundamental. O objetivo é oferecer a
infraestrutura necessária para a rede pública de ensino agregando ao
aprendizado ligado a sustentabilidade.
O horário de funcionamento da escola será das 7h às 18h,
sendo que na Educação Infantil (1 aos 6 anos) o ensino ocorrerá de forma
integral e no Ensino Fundamental dividido por turnos (matutino e
vespertino). Resumindo, o atendimento acontecerá de forma integral para
130 alunos e por turnos para 360 alunos. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

55
Figura 74 – Quadro de zoneamento Ensino
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉDIMENSIONAMENTO

O programa de necessidade da Escola Waldorf Origens foi baseado em estudos feitos


através de outros trabalhos de conclusão, artigos e a própria necessidade da área. O
dimensionamento segue os parâmetros da linha pedagógica e tópicos de sustentabilidade.

Figura 73 – Quadro de zoneamento Serviços

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

56
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉDIMENSIONAMENTO

Figura 75 – Quadro de zoneamento Administração Figura 76 – Quadro de zoneamento Área externa

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Figura 77 – Quadro de áreas

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

57
Figura 80 – Fluxograma e organograma Administrativo
5.3 FLUXOGRAMA / ORGANOGRAMA
Acesso Principal
Fraldário Recepção

Figura 78 – Fluxograma e organograma Geral.


BWC PNE Hall Principal
Acesso Principal
Fraldário Recepção

BWC F/M Sala de espera


BWC PNE Hall Principal

Administrativo
Secretaria
BWC F/M Sala de espera / Contabilidade

Hall Diretora Psicóloga


Hall Ensino Pátio Externo Hall Serviços
Administrativo

Acesso de
Figura 79 – Fluxograma e organograma Área externa
Serviços Ambulatório Arquivos

Pátio Externo
Acesso de serviços e carga/descarga
Quadra Sala de
Ginásio BWC
poliesportiva reuniões

Auditório Permacultura
Assistência Sala dos
pedagógica professores
Criação de
Pomar
animais
Hall Serviços

Lago artificial Playground


Acesso de serviços e carga/descarga
Outras áreas Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
58
Figura 82 – Fluxograma e organograma Serviços
Figura 81 – Fluxograma e organograma Ensino Acesso Principal
Acesso Principal

Hall
Sala Sala de Principal
Hall Ensino
Multiuso Euritmia Lactário

BWC Laboratório
BWC F/M Refeitório
PNE de Culinária

Higienização Lavação de
Hall Ed. Biblioteca / Hall Ensino Cozinha
de mãos louças
Infantil Midiateca Fundamental

Berçário 1 á Sala de aula Sala de aula Depósito de Depósito de


2 anos 1º ano 6º ano bebidas louças

Câmara fria

Câmara fria
Congelados
Resfriados
Nutricionista Despensa
Berçário 2 á Sala de aula Sala de aula
3 anos 2º ano 7º ano

Almoxarifad
Antecâmara o
Berçário 3 á Sala de aula Sala de aula
4 anos 3º ano 8º ano

Área de
Rouparia
limpeza
Berçário 4 á Sala de aula Sala de aula
5 anos 4º ano 9º ano
BWC F/M /
Copa
Vestiário
Berçário 5 á Sala de aula Laboratório
6 anos 5º ano de Ciências
Pré-
Lixo
Higienização
BWC Infantil Solário Laboratório
Hall Serviços
de
Informática
Conferente Caixas
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
59
Acesso de serviços e carga/descarga
5.4 CONCEITO 5.5 PARTIDO

Quando pensamos na natureza e sua importância para a vida Com isso, o partido traz como homenagem e uma forma de fixar
humana logo lembramos de seu importante papel na produção do a ideia de que as árvores são os seres que representam o início da vida, assim
oxigênio no planeta. Seres vivos essenciais e responsáveis por boa parte surgiu a Escola Waldorf Origens.
do equilíbrio climático, controle de chuvas, umidade e purificação do ar, A volumetria do edifício e seus caminhos trazem uma releitura
as árvores representam o princípio da vida na natureza. dos anéis de crescimentos presentes no desenho interior das árvores. O
Tudo começa na sua semente, que em contato com o solo objetivo é agregar uma familiaridade à forma do dia a dia com as que
recebe nutrientes e água da chuva necessários para o desenvolvimento da encontramos na natureza, estreitando e incentivando o laço dos alunos desde
raiz. Após, isso ganha altura e espessura em seu caule e galhos podendo cedo, com uma relação de respeito e gratidão ao meio ambiente.
gerar flores e frutos em sua fase adulta. Figura 84 – Início da vida da árvore.
Assim como na pedagogia Waldorf, o crescimento das
árvores é registrado em períodos. Os chamados anéis de crescimento se
formam de acordo com as mudanças climáticas durante os períodos da
primavera e verão permitindo acompanhar o seu desenvolvimento e os
anos de vida.
Figura 83 – Anéis de crescimento.

Fonte: Plant Therapy, 2019.

Buscou-se aplicar na construção os materiais mais naturais e que


remetessem à uma atmosfera única de natureza, além da presença de
diferentes texturas e cores nas fachadas e pisos, buscando despertar a
curiosidade, emoções e sentidos, promovendo assim, um local de
aprendizagem sadio e incentivador.
Fonte: Creative Market, 2015.

60
5.6 ZONEAMENTO E ACESSOS

O principal acesso da edificação acontecerá pela Rua


Figura 85 – Zoneamento e acessos.
Afonso Pena, como entradas secundárias teremos o acesso de
funcionários e carga/descarga pela Rua Projetada 04 sendo a rua de
menor movimento. Na rua Geraldino da Silva Barreiros teremos o acesso
Acesso de serviços
de visitantes e alunos, sendo uma rua de movimento local.
Acesso principal
Na entrada principal, o usuário encontra uma praça pública
Acesso de visitantes
com espelho d’água seguindo diretamente para o Hall Principal do Permeabilidade visual
edifício, de onde acontece toda a distribuição dos fatores.

Praça pública
Administração: Setor que é responsável por todos os outros setores,
Serviços externos
tendo relação direta com o pátio interno e a entrada principal.
Serviços
Ensino: As salas de aula estão distribuídas ao longo da edificação no
Área livre
pavimento térreo e 1º pavimento com orientação leste.
Administração
Serviço: Acesso direto pela entrada de serviços, conectada com os Ensino
setores administrativos e de ensino. Recreação
Recreação: Áreas de atividade ao ar livre no pátio interno e na parte Estacionamento
posterior do terreno.
Outras áreas: Área ligadas ao setor de serviços como reaproveitamento
de água da chuva, criação de animais etc.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

61
5.7 DIRETRIZES PROJETUAIS E INTENÇÕES DE PROJETO

Na proposta da Escola Waldorf Ciclos estão presentes algumas diretrizes


Figura 86 – Referências materiais
projetuais e intenções de projeto, são elas:

• Introduzir e seguir os princípios da pedagogia Waldorf conferindo um


sistema de aprendizagem acolhedor e estreitando a relação dos alunos
com a natureza.
• Atender crianças e jovens dos 1 à 15 anos, promovendo um espaço
estimulante para o ensino.
• Incentivar atividades físicas, artísticas e artesanais com ambientes bem
Fonte: Harry Noback e Maarten Sipma, 2016; Elyzia Rodrigues, 2017.
projetados e agradáveis.
Figura 87 – Cores vivas e contato com a natureza
• Elaborar espaços externos ligados ao meio ambiente como os
pomares, jardim e horta, além de um espaços para convívio e cuidado
com os animais para manter o vínculo entre os alunos e os animais.
• Criar espaços de convívio convidativos que estimulem a interação
social, estímulos visuais, criatividade e sentidos.
• Fazer o uso de materiais vernaculares como tijolos, madeiras etc.,
assim como o uso de materiais e técnicas sustentáveis incentivando o
reuso de recursos naturais e de pouco impacto à natureza.
• Introduzir técnicas de ventilação cruzada e iluminação natural para um
conforto térmico ideal. Fonte: WOWHAUS, 2020.

62
5.8 PROPOSTA

5.8.1 Evolução da proposta


Com o traçado da volumetria já definido previamente, foi
A proposta do partido se iniciou definindo o traçado da elaborado o programa de necessidade, pré dimensionamento e a organização
edificação em formas orgânicas, que logo serviriam de apoio para a dos espaços em planta.
referência dos espaços. Após traçado seu volume, observou-se a Juntamente com o estudo do volume da escola foi se
necessidade de tornar a planta mais permeável visualmente, adotando o desenvolvendo parte externa de estacionamentos, acessos, playground,
traçado das seções radiais que cortam o desenho dos anéis de crescimento quadras etc. Em toda a proposta foi pensado numa implantação fluida,
das árvores. permeável e que os espaços se conectassem de forma natural.
Figura 88 – Evolução da proposta.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

63
5.8.2 Implantação com cobertura

Figura 89 – Implantação com cobertura


Legenda

15
1 Ginásio 17
11 8 3
2 Quadra poliesportiva
4
12
3 Permacultura 9

Horta 23 1
4 2

Playground 17
5

6 Auditório 10

7 Estacionamento visitantes
13
8 Estacionamento funcionários 20 21
19 22
9 Carga e descarga
19 14

10 Placas fotovoltaicas 6
18
11 Praça
17
12 Espelho d’água
19
13 Lago artificial 16
7 5

14 Criação de animais

15 Tratamento de esgoto sanitário

16 Pomar
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
17 Bicicletário
Acesso principal 0 5 10 20
18 Compostagem 20 Piso em Cordwood 22 Claraboia
Acesso serviços / Carga e Descarga Escala gráfica (m)
19 Jardim – Bancos e árvores 21 Pergolado em madeira 23 Aquecimento solar Acesso Estacionamento Visitantes

64
5.8.3 Planta baixa

30
Legenda
28 27 30
22 26
23
24 20
1 20 Despensa 40 7
19 25
29 21
21 41 18
2 Secretaria
22 17
42
3 Diretoria 13 30
23 43 10
14
4 9 12 32
24 44
11 16 30
5 15 45
25 45 Passarela 31
6 Sala administrativa 26 46 Palco
7 BWC 27 Conferente 47 Coxia 1

8 Arquivos 28 48 45
7 30 30 31
9 29 Nutricionista 49 Apoio de som 30
8 30
10 Almoxarifado 30 Sala de aula 50 Camarim 2
31 6
11 Sala dos professores 3 30
32
12 Copa 4 30
33 Biblioteca 5
13 7
34
14 31
35
15 Rouparia 36
35

16 37 Sala multiuso
34 Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
36
38 Sala de euritmia
17 Cozinha
39 7
18

40
19 31 42

41

37 38
45
39

33

30 45 30 30
30 43
44
30
30 46
30 47
7
50
30 49 48

7 30 Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
dimensionados abaixo da arquibancada para
31

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.


65
5.8.4 Croquis e cortes esquemáticos

Figura 95 – Perspectiva entrada principal

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Figura 96 – Perspectiva entrada de serviços

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

66
5.8.4 Croquis e cortes esquemáticos

Figura 97 – Esportes e lago artificial Figura 100 - Volumetria Auditório

Figura 98 – Corte esquemático Figura 99 - Pátio interno Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Figura 101– Brise móvel

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

67
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado teve como objetivo principal a O tema de sustentabilidade também se mostra presente em todo o
criação de um projeto arquitetônico de uma Escola Waldorf processo, desde a escolha de materiais para composição de fachada à técnicas
compreendendo a Educação Infantil e Ensino Fundamental. Foram sustentáveis como o reuso de água da chuva, tratamento de esgoto sanitário e
utilizados parâmetros de sustentabilidade, incentivo a aprendizagem e o energias renováveis.
desenvolvimento de um espaço escolar criativo. A proposta age, então, como um incentivo no ensino, podendo
O processo envolveu base teóricas sólidas para melhor mudar perspectivas e garantir futuros adultos conscientizados socialmente,
entendimento do tema proposto e busca de melhores soluções criativos e com um laço familiar sólido.
sustentáveis, além de diagnósticos realizados em campo, estudos de Por fim, podemos observar que a proposta geral cumpriu objetivo
referenciais projetuais em busca de melhores resultados para o trabalho. estabelecido para essa primeira etapa promovendo espaços bem projetados.
Pode-se afirmar que a criação de locais lúdicos e com Para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão do curso II (TCC II)
texturas, contato exterior/interior, ventilação natural, boa iluminação, comentários da banca serão considerados.
cores adequadas, locais que proporcionam a interação social e que
incentivam o contato do aluno com tais elementos, aguçam ainda mais
suas fantasias, explorando a criatividade e auxiliando no processo de
desenvolvimento dos sentidos e emoções da criança.

68
68
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2020 Acesso em: 10 de julho de 2020

ARX PORTUGAL. Site oficial. REDBRIDGE SCHOOL Disponível


em: <https://arx.pt/en/project/redbridge/> Acesso em: 29 de maio de
2020

ASTBURY, Jon. Escola em Lisboa da ARX Portugal apresenta


playground na cobertura. Disponível em:
<https://www.dezeen.com/2020/04/09/arx-portugal-redbridge-school-
lisbon-architecture-education/?fbclid=IwAR26ED0_jMYoxiWzSln-
eInulr8Mif8IWjnZpwN8Vwi8dwET41S7QqSuyoQ> Acesso em: 29 de
maio de 2020

Soprotaco. Rebridge School. Disponível em:


tps://https://www.soprotaco.com/portefolio/detail/redbridge-school
Acesso em 29 de maio de 2020

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8 APÊNDICE

Figura 102 - Quadro de sínteses pedagógicas

Nome da tendência
Papel da escola Conteúdos Métodos Professor x Aluno Aprendizagem Manifestações
pedagógica

Preparação intelectual e São conhecimentos e valores Exposição e Autoridade do A aprendizagem é receptiva


Nas escolas que adotam
Pedagogia Liberal moral dos alunos para sociais acumulados através dos demonstração verbal professor que exige e mecânica, sem se
filosofias humanistas
Tradicional assumir seu papel na tempos e repassados aos alunos da matéria e/ou por atitude receptiva do considerar as características
clássicas ou científicas.
sociedade como verdades absolutas. meio de modelos. aluno. próprias de cada idade.

Os conteúdos são estabelecidos a Por meio de O professor é


A escola deve adequar as Montessori Decroly
Tendência Liberal partir das experiências vividas experiências, auxiliador no É baseada na motivação e na
necessidades individuais Dewey Piaget, Lauro de
Renovadora Progressiva pelos alunos frente às situações pesquisas e método de desenvolvimento estimulação de problemas.
ao meio social. Oliveira Lima.
problemas. solução de problemas. livre da criança.

A educação é
centralizada no
Tendência Liberal Baseia-se na busca dos Método baseado na Carl Rogers,
aluno e o professor é Aprender é modificar as
Renovadora não-diretiva Formação de atitudes. conhecimentos pelos próprios facilitação da “Sumermerhill” escola de
quem garantirá um percepções da realidade.
(Escola nova) alunos. aprendizagem. A. Neill.
relacionamento
respeitoso.

Procedimentos e Relação objetiva


É a modeladora do
técnicas para onde o professor
comportamento humano São informações ordenadas numa Aprendizado baseada no
Tendência Liberal Tecnicista transmissão e transmite Leis 5.540/68 e 5.692/71.
através de técnicas sequência lógica e psicológica. desempenho.
recepção de informações e o
específicas.
informações. aluno vai fixá-las.

Não atua em escolas,


porém visa levar
professores e alunos a A relação é de igual
Tendência Progressiva Resolução da situação do
atingir um nível de Temas geradores. Grupos de discussão. para igual, Paulo Freire.
Libertadora problema.
consciência da realidade horizontalmente.
em que vivem na busca
da transformação social.

Transformação da É não diretiva, o


Tendência Progressiva
personalidade num As matérias são colocadas mas Vivência grupal na professor é Aprendizagem informal, via C. Freinet Miguel
Libertária
sentido libertário e não exigidas. forma de autogestão. orientador e os grupo. Gonzales Arroyo.
autogestionário. alunos livres.

Fonte: Livrozilla, 2020; quadro elaborado pela autora, 2020.


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