Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTUDO DE CASO:
ESTUDO DE CASO DE UMA FUNDAÇÃO EM QUE HOUVE PROBLEMAS
DURANDE A EXECUÇÃO DE ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA EM UMA OBRA NO
CENTRO DE FLORIANÓPOLIS
PALHOÇA
2022
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
LUIS GABRIEL MOTTA RODRIGUES
ESTUDO DE CASO:
ESTUDO DE CASO DA FUNDAÇÃO DE UM EDIFICIO NO CENTRO DE
FLORIANÓPOLIS
PALHOÇA
2022
LUIS GABRIEL MOTTA RODRIGUES
ESTUDO DE CASO:
ESTUDO DE CASO DA FUNDAÇÃO DE UM EDIFICIO NO CENTRO DE
FLORIANÓPOLIS
AGRADECIMENTOS
Um agradecimento especial a minha mãe, que sempre foi um exemplo pra mim, e fez
com que eu me tornasse tudo que sou hoje, por me incentivar, me compreender e sempre me
dar forças pra continuar.
Agradeço a minha família, meu padrasto, meus irmãos, meu pai e meus avós, que
sempre me ajudaram com alguma palavra ou um ensinamento de apoio.
Meu sincero agradecimento a minha companheira Maria Eduarda, que esteve me
apoiando durante todo o curso, me ajudando a passar por todos os desafios e tornando tudo
mais leve com seu amor.
Agradeço às Profªs Caroline e Fernanda, que me orientaram durante a tese e dedicaram
suas noites em me auxiliar na conclusão da monografia.
Agradeço a todos os meus amigos que sempre me apoiaram ao longo dessa jornada.
5
RESUMO
ABSTRACT
The present work has the purpose of analyzing the foundation of a work in the center
of Florianópolis, SC, and commenting on the impacts suffered by the work of this building
due to the imprecision and lack of data in the soil study. Among the impacts we have:
difficulties in excavations due to lack of soil information; project changes during execution,
as the projects predicted a different soil than the real one; alteration in the method of
execution of the foundation, since rocks were found in the execution, preventing the use of
continuous helix piles, leading the work to the option of root piles; and the financial impact
that all these problems have on the construction company.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE IMAGENS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 13
1.3 OBJETICOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 15
2.1 MECÂNICA DOS SOLOS.............................................................................................. 15
2.1.1 FORMAÇÃO DOS SOLOS ....................................................................................... 15
2.1.2 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO SUA ORIGEM ................................... 16
2.1.3 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO SUA GRANULOMETRIA ............... 16
2.2 INVESTIGAÇÃO DO SOLO.......................................................................................... 18
2.2.1 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS SOLOS .................................................... 19
2.2.1.1 SONDAGEM A PERCUSSÃO – SPT....................................................................... 19
2.2.1.1.1 EQUIPAMENTOS ................................................................................................... 20
2.2.1.1.2 PROCEDIMENTOS ................................................................................................. 20
2.2.1.1.3 AMOSTRAGEM E RELATÓRIO ............................................................................. 22
2.2.1.2 SONDAGEM ROTATIVA ........................................................................................ 23
2.2.1.3 SONDAGEM A TRADO ........................................................................................... 24
2.2.1.4 ENSAIO PRESSIOMÉTRICO TIPO MÉNARD (MPM) ......................................... 25
2.2.1.5 SONDAGEM A PENETRAÇÃO DO CONE ........................................................... 26
2.3 TIPOS DE FUNDAÇÕES ............................................................................................... 27
2.3.1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS ................................................................................. 27
2.3.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS .................................................................................... 28
2.3.2.1 ESTACAS METÁLICAS .......................................................................................... 28
2.3.2.2 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO ..................................................... 29
2.3.2.3 ESTACAS TUBULÃO .............................................................................................. 32
2.3.2.4 ESTACAS FRANKI .................................................................................................. 33
2.3.2.5 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA ............................................................................. 34
2.3.2.6 ESTACA RAIZ .......................................................................................................... 37
2.4 CONTENÇÕES ............................................................................................................... 39
2.4.1 PAREDES DE ESTACAS .......................................................................................... 39
2.4.2 PAREDES DIAFRAGMA .......................................................................................... 40
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
Analisar por meio de um estudo de caso os impactos sofridos pela obra, causados por
imprecisão no estudo de solo.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As fundações ficam diretamente em contato com o solo, logo, ele que irá resistir a toda
a tensão gerada a partir do peso da estrutura construída sobre a fundação. A partir dessa
afirmação, é possível dizer que as propriedades do solo estão diretamente ligadas ao tipo de
fundação, visto que a resistência do solo que vai nos dizer que fundação utilizar e suas
dimensões.
Os solos são definidos como corpos naturais compostos por substâncias orgânicas e
inorgânicas presentes na superfície terrestre, em sua composição encontra-se grande parte de
desagregação de rochas e minerais que foram geradas a partir de anos e anos de
intemperismo, um processo físico e químico que agride as rochas ao longo dos anos.
(CARLOS DE SOUZA, 2019).
A partir da conglomeração destes compostos orgânicos e inorgânicos sofrendo uma
reorganização estrutural começam a surgir os solos, por um processo chamado pedogênese.
Dependendo dos fatores que afetam a desagregação das rochas, os solos desenvolverão
suas próprias características físicas e químicas, podendo: ser argilosos ou arenosos; ter
diferentes cores; possuírem diferentes quantidades de matéria orgânica; e ter grandes
diferenças de espessura.
O clima do local é algo que afeta diretamente no intemperismo, com ênfase na questão
das chuvas e diferenças de temperatura, pois estes itens são os mais relevantes na velocidade
em que irão acontecer as reações químicas na formação do solo. (CARLOS DE SOUZA,
2019).
O relevo do local também tem forte relação com o tipo de solo, pois definirá o
escoamento das águas superficiais, por onde irá correr grande parte dos componentes solúveis
de matéria orgânica e inorgânica.
16
A tipologia da rocha é algo bem importante, pois o tipo da rocha vai definir o solo que
será gerado a partir dela, e seu tempo de intemperismo, pois algumas rochas são mais
resistentes que outras neste quesito. (CARLOS DE SOUZA, 2019).
Os solos sofrem influências de diversos fatores para a sua origem, logo seu princípio é
restrito aos processos particulares do meio ambiente em que está alocado. Devido aos
diversos fatores que ocorrem na origem dos solos, usa-se apenas o último processo para
classificá-los segundo sua origem, considerando os anteriores apenas como processos
secundários. (LEPSCH, 2010).
As classificações pela origem se dividem em 2 (dois) tipos de solos, os residuais e os
sedimentares.
Solos residuais são aqueles que são compostos pela desagregação da rocha in situ,
onde o transporte de sedimentos é mínimo, ou seja, é quando a decomposição da rocha forma
um solo no mesmo local da decomposição, normalmente formando uma camada superior a
rocha de origem. (LEPSCH, 2010).
Já os solos que sofreram um deslocamento por fatores como, água, vento e gelo, são
conhecidos como solos sedimentares. Este tipo de solo não possui sua camada acima da sua
rocha de formação e tem uma classificação de acordo com o transporte que deu sua origem.
Os solos que foram transportados pelas águas, são aluviais, os que tem em seu transporte
principalmente o vento são os eólicos, e os solos que têm a gravidade como principal
transporte são os coluvionares. (LEPSCH, 2010).
Segundo Velloso e Lopes, para que o engenheiro consiga iniciar sua investigação do
solo, se faz necessário possuir:
• A planta do terreno;
• As informações sobre o tipo de estrutura que se pretende construir;
• Os dados das edificações vizinhas ao terreno estudado;
• As informações geotécnicas e geológicas disponíveis sobre as áreas vizinhas
• Código de obras, normas e o plano diretor do local estudado.
De acordo com a norma 8036, o número mínimo de sondagens que o terreno deve ter é
de uma para cada 200m² de área de projeção em planta do edifício, até 1200m², que é a
situação que será abordada neste artigo. Para áreas entre 1200m² e 2400m², as sondagens
devem ser executadas a cada 400m² que ultrapassarem os 1200m². Além desses parâmetros, o
número mínimo de sondagens deve ser de 2 (dois) para áreas de projeção em planta menores
que 200m² e 3 (três) para áreas de projeção em planta entre 200m² e 400m².
19
Os pontos de sondagem devem ser distribuídos por toda área estudada e deve-se dar
uma preferência aos pontos em que se tem uma maior concentração de cargas pelo projeto
estrutural e quando o número de sondagens for superior a 3 (três), os pontos não devem ser
alinhados.
Sobre a profundidade do estudo do solo, a sondagem deve ir até uma profundidade em
que ultrapasse os valores solidados pelas cargas estruturais, levando em conta que as camadas
encontradas não relatem nenhum problema significativo enquanto capacidade estrutural.
No caso de o estudo atingir uma rocha e se ter certeza de que esta camada é contínua e
não apenas um matacão, este pode ser interrompido.
Na atualidade, o mercado aponta uma grande diversidade de estudo dos solos, onde
cabe ao engenheiro decidir qual o melhor para a sua necessidade de obras.
O procedimento tem o nome usual de “SPT”, sigla que vem da escrita originalmente
em inglês “Standart Penetration Test”. A sondagem a percussão é a opção mais popular e
econômica entre as demais, além disso ela tem grande versatilidade, podendo se adaptar a
diferentes tipos de obra, atendendo demandas de grande e pequeno porte, por isso este método
é o mais utilizado no mundo.
20
2.2.1.1.1 EQUIPAMENTOS
TORRE – A torre pode ter seu funcionamento de forma manual, através de um sarilho ou
corda alta, ou de forme automatizada, com um guincho motorizado.
TRÉPANO – Se trata de uma peça que faz a perfuração através da circulação de água, ela
avança rapidamente na perfuração, mas não recolhe amostras nem mede resistência.
AMOSTRADOR PADRÃO – É uma peça de aço que é utilizada para recolher as amostras do
solo ao longo da sondagem, e para se obter a resistência a cravação do solo.
2.2.1.1.2 PROCEDIMENTOS
O procedimento desta sondagem se inicia com a locação dos pontos com um piquete
de madeira ou material apropriado, este piquete deve conter a identificação do furo que irá ser
feito e estar devidamente cravado ao solo, de modo que sirva de referência até o final do
processo. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020).
21
furação com água deve ser interrompida e devem ser removidos todos os detritos de solo para
não interferir na amostra. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020).
Na figura 3 pode-se observar um exemplo de trépano de lavagem retirado da NBR
6484.
Figura 3 - Trépano de Lavagem.
Após todo este procedimento de furação do solo e recolhimento das amostras a cada
metro, é gerado um relatório semelhante ao representado na figura 4, que contém todos os
dados deste solo nos tais pontos perfurados, estes dados são: o tipo de solo a cada metro
perfurado, o número de golpes que o solo resistiu a cada metro e o nível do lençol freático do
solo.
23
A sondagem Rotativa é um modelo estudo de solo que se faz necessária em casos nos
quais o solo a ser ultrapassado se torna impenetrável ao SPT. Este ensaio irá auxiliar na
investigação deste solo com incidência de rochas (matacões), gerando informações sobre as
rochas perfuradas.
24
De acordo com Veloso e Lopes, (2012) este método consiste em girar o cabeçote de
rotação e forçá-lo contra a rocha por um sistema hidráulico, este procedimento possui uma
ferramenta tubular chamada de barrilete, que possui em sua extremidade uma coroa
diamantada, que permite o desgaste da rocha e a retirada de amostras desta rocha.
Neste método é necessário que será perfurado pelo menos 4 metros de rocha, para
descartar a chance desse elemento rochoso ser apenas um matacão solto e isolado no solo.
Na figura 5 pode-se observar um exemplo de equipamento de sondagem rotativa,
contendo todas as peças necessárias para a realização do ensaio.
A sondagem a trado é umas das mais simples sondagens, ela pode ser manual, como
pode-se ver na imagem 2, ou mecânica. No método manual são necessários 2 funcionários
para realizarem a rotação do trado e na mecânica esse movimento é feito por um motor. Este
meio de estudo é bem limitado pois não ultrapassa rochas finas nem o nível do lençol freático,
25
sendo utilizado apenas em estudos mais simples de solo, onde não se faz necessário uma
grande profundidade. (SCHNAID E ODEBRECHT, 2012).
Fundações profundas surgem quando a estrutura pede uma resistência maior do que as
primeiras camadas de solo podem oferecer, logo, se faz necessária uma fundação profunda,
que irá utilizar o atrito lateral das camadas inferiores do solo para gerar uma alta resistência a
esforços da estrutura.
Esse método pode transmitir ao solo a carga suportada por meio da base (resistência de
ponta) e/ou pela superfície lateral (resistência de fuste). A profundidade nesse método, deve
ser superior a 3m, podendo ultrapassar o dobro de sua menor dimensão em planta, como
modelos de fundações profundas usuais temos alguns tipos de estacas e os tubulões.
Este tipo de estaca tem um valor superior a outros métodos, logo, só é utilizado em
situações em que as estacas de concreto não são adequadas ou por particularidades do projeto.
(RABELLO, 2011).
Os elementos metálicos têm um fácil transporte, manuseio, cravação e possuem uma
elevada resistência se comparada com outras estacas, porém o que prejudica sua utilização é
seu alto custo pois se tratar de um material nobre, e sua corrosão que pode ocorrer quando
enterrada por inteiro em solos agressivos.
Na imagem 4 nota-se uma fundação onde foram utilizadas muitas estacas metálicas, a
fim de resistirem à uma imensa carga.
Sobre a cravação das estacas, as tensões colocadas pela altura de queda do martelo
precisam ser inferiores a tensão característica do concreto para que a cabeça da estaca não seja
esmagada, logo, essa altura não deve ser superior a 1 (um) metro. (VELLOSO E LOPES,
2010)
32
Figura 11 - (a) Tubulão sem revestimento; (b) Tubulão com revestimento de concreto; (c)
Tubulão com revestimento metálico.
As estacas de hélice contínua no Brasil, surgiram no Brasil no ano de 1987, nessa época
os equipamentos eram próprios e as profundidades eram limitadas a 15 metros e diâmetro de
275mm, 350mm e 425mm. Em meados da década de 90, foram importadas máquinas da
Europa, essas que possuíam uma tecnologia inovadora, que monitorava o solo durante a
perfuração e tinham uma capacidade de perfuração de até 24 metros e diâmetros de até
1000mm. Com o estudo desses equipamentos europeus, desenvolveu-se uma versão brasileira
das maquinas, que era próxima a europeia e com um custo benefício melhor em relação aos
outros estaqueamentos. (MAGALHÃES, 2005).
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2019, a fundação de hélice
continua tem como seu método de execução o uso de um trado helicoidal contínuo, que
perfura o rolo através da rotação, até a profundidade calculada em projeto, e insere concreto
sob pressão da extremidade de sua haste, após a concretagem, é inserida a armadura no furo
35
que foi concretado, logo, é considerada uma estaca moldada “in loco”. Estes processos
executivos citados podem ser observados na figura 14.
Após o processo de perfuração finalizar, a tampa que tem a função selar o tubo central
da haste é expelido pela pressão de concreto e se inicia a concretagem da estaca. Enquanto
acontece a concretagem, o trado é removido, sua velocidade de remoção irá depender do seu
sobre consumo e pressão, para que não aconteça estrangulamentos na estaca e nem de origem
a vazios na estaca, em solos arenosos por exemplo, a hélice deve ser removida lentamente.
(HACHICH ANTUNES; TAROZZO, 1997).
O concreto que irá garantira resistência desta estaca deve ter a resistência mínima de
20mpa, o consumo de cimento por estaca é uma média de 400 à 450 kg/m³, o fator
agua/cimento é normalmente em torno de 0,53 à 0,56 e slump 22cm +/-2cm. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2019).
Finalizando a concretagem, chega a hora de inserir a armadura desta estaca, essa
ferragem é dimensionada em forma de gaiola e deve estar pronta na execução da estaca, pois
imediatamente após a concretagem essa armadura deve ser inserida na estaca. (RABELLO;
2011).
A ferragem deve ter seu peso e resistência compatível com seu comprimento e cargas
requeridas. Na imagem 5 tem-se um exemplo de montagem da armadura. Na colocação dessa
armadura deve se atentar nos espaçadores de tipo rolete que deve contêm durante todo o corpo
da ferragem, além disso a limpeza da parte superior é importante, para que não entre terra do
solo junto com a armadura, o que prejudica a resistência da estaca.
37
Segundo a NBR 6122, à estaca raiz é um tipo de elemento estrutural moldado in loco,
onde a perfuração é inteiramente revestida por tubos metálicos, que são rosqueados um em
outro a medida em que o furo é executado e são removidos após a colocação da armadura na
estaca. Após a instalação da armadura dentro da estaca, insere-se argamassa de cimento, que é
adensada a partir de golpes de pressão por ar comprimido.
Na figura 16 é possível observar os processos executivos de uma estaca raiz separados
em 6 fases.
38
De acordo com Velloso e Lopes (2010), o processo executivo das estacas raiz, não
prejudicam as estruturas próximas com possíveis choques ou vibrações, além disso esse tipo
de estaca pode ser executado na vertical e em ambientes inclinados. As estacas raiz também
são uma ótima solução para casos em que temos uma rocha no caminho da estaca, pois a
ponta do primeiro tubo metálico, tem em sua extremidade dentes de aço como pode-se
observar na imagem 6, que possibilitam a furação de rochas.
Segundo Velloso e Lopes (2012), em seu surgimento, a fundação estaca raiz era mais
empregada em contenção de encostas e reforços de fundações. Hoje em dia este tipo de
fundação é bem presente em reforços de fundação, e quando se tem uma rocha ou matacão
impedindo a perfuração por outro tipo de estaca.
39
2.4 CONTENÇÕES
O segundo tipo, é o das paredes de estacas tangentes, onde são executadas estacas de
concreto armado com um espaço menor do que o método anterior, sendo um espaçamento de
75 a 100 mm entre si. É possível ver um exemplo na figura 17.
Já o terceiro tipo, é o das paredes de estacas secantes, onde são executadas estacas de
concreto armado espaçadas, e entre essas elas, é concretada uma estaca apenas com concreto,
40
sem ferragem, que irá o ocupar o espaço que fica entre as estacas de concreto armado. Na
figura 17 observa-se um exemplo.
4 MÉTODO
Este trabalho foi produzido com base na pesquisa bibliográfica e nos
documentos da obra, visitas in loco e relatos de funcionários.
A elaboração dos materiais do estudo de caso foi baseada em registros
realizados pelo autor em visitas a obra no decorrer dos processos construtivos, visitas
essas que foram sempre acompanhadas pelo engenheiro da obra.
As visitas a obra foram realizadas em toda a sexta feira, do dia 01/05/2021 até
a finalização da fundação no dia 16/08/2021, e tinham duração média de 1 hora, onde
o engenheiro relatava as dificuldades encontradas na semana e as etapas que foram
executadas naquele período.
Utilizando relatos do engenheiro da obra e o projeto de contenções da obra, foi
possível analisar o projeto de contenções e porque foi escolhido o método das hélices
contínuas.
A partir dos documentos de estudo de solo e planta de cargas, foi mostrado
porque foi escolhido primeiramente um projeto de fundações profundas de estacas
contínuas, além disso, foi analisada a execução das estacas e quais foram as
dificuldades encontradas, sendo a maior delas o encontro de rochas abaixo de duas
estacas, o que impossibilitou a execução deste método.
Após este item, foi abordado o tipo de projeto que teve de ser realizado para
que a fundação mantivesse suas características de resistência, sendo feito um projeto
de reforço utilizando outro método de estacas.
Após essas definições, foi comentado como essa mudança do reforço de
fundação interferiu no custo e prazo de obras, além das medidas que devem que ser
tomadas para a diminuição de retardos na obra.
44
A empresa Furo e solo perfurações LTDA, foi a responsável por realizar os serviços
de execução da sondagem SPT, para a investigação das condições das camadas de solo do
terreno e para a identificação da camada em que se encontra o lençol freático.
Foram executados 3 furos para o ensaio SPT (sondagem a Percussão), mostrados na
figura 19, e foram realizados segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2011,
sendo iniciados com a utilização de um trado helicoidal.
Como pode-se notar nos perfis de sondagem, se trata de um solo argiloso nos
primeiros 4 metros aproximadamente, e após essa camada temos a predominância de solo
arenoso e siltoso, solo adequado para executar estacas hélice contínua, além disso não se
identificou nenhuma rocha no terreno, o que possibilita uma fundação somente com
estacas hélice continua. O lençol freático abaixo dos 8m também foi algo que quando
analisado nos perfis acreditou-se que não atrapalharia na escavação dos 2 subsolos, pois o
lençol freático estava abaixo do nível do subsolo.
Os tirantes na parede diafragma foram executados a cada 2,5 metros e tiveram em sua
profundidade 12 metros de extensão, como mostrado na figura 24, para garantir que a parede
fosse capaz de conter aquela grande massa de solo. Nas imagens 09 e 10 pode-se observar
como foram executados os tirantes no local.
A execução da estaca raiz foi feita pela empresa BRASECOL, empresa que exerce
serviços de engenharia e fundações. As estacas raiz foram executadas após todas as estacas
hélice, logo foram as estacas raiz que deram fim a parte de estacas e início a etapa dos blocos
57
Tabela 2 - Aditivos financeiros por conta das paredes diafragma, tirantes e reforço de
lamelas.
6 CONCLUSÃO
Este trabalho teve como cenário de estudo a obra do Hospital Vista no centro de
Florianópolis, onde o foco principal foi analisar as dificuldades encontradas na execução
da fundação do edifício onde foi analisado a ineficiência de um estudo de solo com poucos
dados e dados incorretos.
Por meio deste estudo foi possível observar os danos que imprevistos no solo
acarretam questões de projetos, cronogramas de obra e financeiramente, podendo levar a
obra a grandes prejuízos, uma vez que quando se planeja uma obra, estipula-se um valor a
ser investido, e o aumento deste valor acaba afetando todos os investidores, podendo gerar
atrito entre os investidores e a construtora.
Além disso, foi possível observar a partir do estudo de caso, que o posicionamento
e poder de decisão do engenheiro de obra foi muito importante na questão da contenção do
terreno, pois ele foi decisivo na mudança do projeto de contenção, optando pela melhor
escolha para o tipo de solo e nível do lençol freático que havia na obra, evitando problemas
futuros.
Também foi analisado uma solução para a impossibilidade de executar estacas
hélice continua, que foram as estacas raiz, que tem em sua execução o uso da perfuratriz,
que faz a furação em rochas, algo que não é possível nas estacas hélice contínua.
Tendo em vista o exposto nesse estudo de caso, recomenda-se que em obras seja
executado um bom estudo de solo, sempre optando por uma quantidade de sondagens que
ultrapasse o mínimo na norma e em locais em que a estrutura a ser construída irá depositar
mais carga, para que não haja imprevistos de solo durante o processo construtivo da obra,
além disso, pôde-se observar a importância de o engenheiro ter experiência e a tomada de
decisão para que possa avaliar os projetos e pedir mudança dos mesmos quando necessário,
evitando problemas maiores na obra.
Além disso, aconselha-se que os projetistas sempre visitem o canteiro de obras para
entender a situação real do terreno, o que não foi feito neste estudo de caso, se tivesse sido
realizadas visitas ao terreno, os projetos de contenção por exemplo não seriam feitos com
paredes de estacas, pois os projetistas viriam que o terreno é muito saturado para tal
modelo de contenção.
61
REFERÊNCIAS
DIAS, Fabrício. Cortina de estacas é o tipo de contenção ideal para sua obra:
Diversas são as soluções possíveis para a contenção de solos em obras de
engenharia. Nós podemos te ajudar a decidir se a cortina de estacas é ou não uma
solução indicada para a sua construção. Campo Grande, MS: Fabricio Gonzalez,
2020. Disponível em: https://fabriciogonzalez.com.br/blog-cortina-de-estacas-
para-contencoes. Acesso em: 20 jun. 2022.
LIMA, Valmiqui Costa; LIMA, Marcelo Ricardo de. Formação do Solo. 2019.
Disponível em:
63
http://www.mrlima.agrarias.ufpr.br/SEB/arquivos/formacao_solo.pdf . Acesso
em: 10 abril. 2020.
TALITA CRUZ. VIVA DECORA PRO. Tipos de Solos: Descubra Quais São e
Evite Problemas na Obra. São Paulo: VIVA DECORA PRO, 2020. Disponível
em: https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/tipos-de-solo/. Acesso em:
3 nov. 2021.
ANEXOS
66
CA50
(mm)
6.3
(m)
18436.2
(kg)
4511.4
BERMA
10.0 2592 1598.1
12.5 19077.2 18377.8
PESO TOTAL
(kg)
CA50 24487.3
REVISÕES:
A B A B A B A B A B
A B A B
B C B
B ARMADURA
ARMADURA
REFORÇADA
REFORÇADA
P15 P16
16x50 12x50
P18
P17 20x65
25x60 P47
20x60
P19A
A 18x50
A P22
A
20x65
P20 P21
22x65 20x65 ARMADURA A
B REFORÇADA
B B
A B A B
B
P26 P29
25x60 25x70
A
P27 P30 P31 P32
24x70 P28 25x65 40x40 P33A
25x65
1.5
20x70 18x50
P24 P25
35x70 30x60 A A
A A B
A
A B A B A B
B
A B
1.5
B C B
C D ARMADURA
B B ARMADURA
REFORÇADA
REFORÇADA
ARMADURA ARMADURA
REFORÇADA REFORÇADA
C
P35
20x60 ARMADURA
REFORÇADA
A
Pilar
Nome Seção Carga Máx. Carga Mín. Fx Máximo Fy Máximo
Positivo Negativo Positivo Negativo
P5 25x60 103.4 4.9 0.8 -1.7 5.8 -5.3
P6 25x60 134.9 71.3 3.1 -3.0 5.9 -5.7
P7 18x60 122.8 24.2 5.9 -3.1 5.1 -4.9
OBS 2: OS PILARES P37, P38, P39, P41, P42, P43, P44 E P45 NASCEM
SOBRE A PAREDE DIAFRAGMA NO PAVIMENTO 1 (TÉRREO)
68
De
ESPERA PARA DENTRO DO BLOCO
2. )- Os comprimentos das estacas citados em planta(Lu), são estimados
em função do Relatorio de Sondagem e deverão ser ajustados durante
L1
P21 C.A.(Cota de Arraz.)
20x65 a execução das estacas.
20 20 20
E21 3. )- Quantitativos aproximados de Materiais para Estacas:
2xC45
1 3.1 - Argamssa com Fck mínimo de 30MPa; d
20 20
24x70 2 3.1.4 - Fator A/C= 50 À 60 (máximo)
E27
20 20
Lu
4.1.3 - Lu = Comprimento Útil da Estaca.
4.1.4 - Cp = Cota da Ponta da Estaca.
20 20
5. )- O Estaqueamento deve atender duas condições:
Comprimento
na rocha (LR)
Estaca
em
20 20
rocha
6. )- Verificar planta de locação com projeto arquitetônico:
CONVENÇÃO
REVISÕES:
- øest rocha= Diametro acabado da estaca em rocha 355mm PLANTA DE LOCAÇÃO DA PAREDE DIAFRAGMA
- Comprimento da estaca em solo de 5m à 9m CENTRO CATARINENSE DE Rua Madalena Barbi - Centro
- Comprimento da estaca em rocha 4m RETINA E VITREO LTDA Florianópolis - Santa Catarina