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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LUIS GABRIEL MOTTA RODRIGUES

ESTUDO DE CASO:
ESTUDO DE CASO DE UMA FUNDAÇÃO EM QUE HOUVE PROBLEMAS
DURANDE A EXECUÇÃO DE ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA EM UMA OBRA NO
CENTRO DE FLORIANÓPOLIS

PALHOÇA
2022
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
LUIS GABRIEL MOTTA RODRIGUES

ESTUDO DE CASO:
ESTUDO DE CASO DA FUNDAÇÃO DE UM EDIFICIO NO CENTRO DE
FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Graduação em Engenharia Civil da Universidade do
Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Prof. Dra. Caroline Ester Christ (Orientador)

PALHOÇA
2022
LUIS GABRIEL MOTTA RODRIGUES

ESTUDO DE CASO:
ESTUDO DE CASO DA FUNDAÇÃO DE UM EDIFICIO NO CENTRO DE
FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Graduação em Engenharia Civil da Universidade do
Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Palhoça, dia 13 de junho de 2022.


______________________________________________________
Drª. Caroline Ester Christ (Orientador)
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Mestre Fernanda Soares de Souza Oliveira (Avaliador)
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Drª. Gisele Marilha Pereira Reginatto (Avaliador)
Universidade do Sul de Santa Catarina
3

À minha família, minha namorada, meus


amigos e principalmente a Deus.
4

AGRADECIMENTOS

Um agradecimento especial a minha mãe, que sempre foi um exemplo pra mim, e fez
com que eu me tornasse tudo que sou hoje, por me incentivar, me compreender e sempre me
dar forças pra continuar.
Agradeço a minha família, meu padrasto, meus irmãos, meu pai e meus avós, que
sempre me ajudaram com alguma palavra ou um ensinamento de apoio.
Meu sincero agradecimento a minha companheira Maria Eduarda, que esteve me
apoiando durante todo o curso, me ajudando a passar por todos os desafios e tornando tudo
mais leve com seu amor.
Agradeço às Profªs Caroline e Fernanda, que me orientaram durante a tese e dedicaram
suas noites em me auxiliar na conclusão da monografia.
Agradeço a todos os meus amigos que sempre me apoiaram ao longo dessa jornada.
5

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens” (Pitágoras).


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RESUMO

O presente trabalho teve a finalidade de analisar a fundação de uma obra no centro de


Florianópolis, SC, e comentar sobre os impactos sofridos pela obra deste edifício graças à
imprecisão e falta de dados no estudo de solo. Dentre os impactos teve-se: dificuldades nas
escavações por falta de informações do solo; alterações de projeto durante a execução, pois os
projetos previam um solo diferente do real; alteração no método de execução da fundação,
pois na execução foram encontradas rochas, impedindo a utilização de estacas de hélice
contínua, levando a obra à opção das estacas raiz; e o impacto financeiro que todos esses
problemas acarretaram para a construtora.

Palavras-chave: Fundações, Sondagem a percussão (SPT), Estacas Hélice contínua, Estacas


Raiz.
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ABSTRACT

The present work has the purpose of analyzing the foundation of a work in the center
of Florianópolis, SC, and commenting on the impacts suffered by the work of this building
due to the imprecision and lack of data in the soil study. Among the impacts we have:
difficulties in excavations due to lack of soil information; project changes during execution,
as the projects predicted a different soil than the real one; alteration in the method of
execution of the foundation, since rocks were found in the execution, preventing the use of
continuous helix piles, leading the work to the option of root piles; and the financial impact
that all these problems have on the construction company.

Keywords, Foundations, Standard Penetration Test (SPT), continuous flight augers


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Classificação do solo por sua granulometria. .......................................................... 17


Figura 2 - Classificação do solo pela distribuição dos grãos. ................................................... 18
Figura 3 - Trépano de Lavagem. .............................................................................................. 22
Figura 4 - Exemplo de relatório SPT. ....................................................................................... 23
Figura 5 - Exemplo de sondagem rotativa. ............................................................................... 24
Figura 6 - Exemplo de sondagem CPT..................................................................................... 27
Figura 7 - Principais tipos de fundações rasas. ......................................................................... 28
Figura 8 - Principais tipos de estacas pré-moldadas. ................................................................ 30
Figura 9 - Encaixe entre estacas feito a partir de luvas metálicas. ........................................... 31
Figura 10 - Encaixe entre estacas feito a partir de um anel metálico. ...................................... 31
Figura 11 - (a) Tubulão sem revestimento; (b) Tubulão com revestimento de concreto; (c)
Tubulão com revestimento metálico......................................................................................... 32
Figura 12 - Tubulão pneumático com revestimento de concreto. ............................................ 33
Figura 13 - Processo de execução de uma estaca Franki. ......................................................... 34
Figura 14 - Execução de uma estaca hélice continua. .............................................................. 35
Figura 15 - Hélice da haste de escavação. ................................................................................ 36
Figura 16 - Processo executivo estacas raiz. ............................................................................ 38
Figura 17 – Modelo de estacas tangentes e secantes. ............................................................... 40
Figura 18 - Exemplo de execução de parede diafragma moldada in loco. ............................... 41
Figura 19 – Croqui de localização da sondagem SPT do estudo de caso. ................................ 44
Figura 20 - Perfil de Sondagem SPT-01................................................................................... 46
Figura 21 - Perfil de Sondagem SPT-02................................................................................... 47
Figura 22 - Perfil de Sondagem SPT-03................................................................................... 48
Figura 23 - Planta de locação da parede diafragma. (ANEXO A) ........................................... 50
Figura 24 - Projeto de tirantes do estudo de caso. .................................................................... 51
Figura 25 - Estacas que bateram na rocha. ............................................................................... 55
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LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 - Trado helicoidal. ................................................................................................... 21


Imagem 2 - Execução de uma sondagem a trado manual......................................................... 25
Imagem 3 - Pressiômetro de Ménard. ....................................................................................... 26
Imagem 4 - Exemplo de estacas metálicas em fundações. ....................................................... 29
Imagem 5 - Armadura de uma estaca hélice contínua. ............................................................. 37
Imagem 6 - Tubos metálicos utilizados na execução da estaca raiz. ........................................ 38
Imagem 7 – Exemplo de uma contenção de cortina de estacas espaçadas. .............................. 39
Imagem 8 – Localização do terreno de estudo. ........................................................................ 42
Imagem 9 – Preparação das ferragens para as paredes diafragma. .......................................... 50
Imagem 10 – Execução dos tirantes nas lamelas. ..................................................................... 51
Imagem 11 - Execução dos tirantes nas lamelas. ..................................................................... 52
Imagem 12 – execução das estacas hélice contínua. ................................................................ 53
Imagem 13 - Descoberta de água em poucos metros de escavação. ........................................ 54
Imagem 14 - Execução das estacas raiz.................................................................................... 57
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Aditivos financeiros causados pelas estacas raiz. ................................................... 57


Tabela 2 - Aditivos financeiros por conta das paredes diafragma, tirantes e reforço de
lamelas. ..................................................................................................................................... 58
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 13
1.3 OBJETICOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 15
2.1 MECÂNICA DOS SOLOS.............................................................................................. 15
2.1.1 FORMAÇÃO DOS SOLOS ....................................................................................... 15
2.1.2 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO SUA ORIGEM ................................... 16
2.1.3 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO SUA GRANULOMETRIA ............... 16
2.2 INVESTIGAÇÃO DO SOLO.......................................................................................... 18
2.2.1 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS SOLOS .................................................... 19
2.2.1.1 SONDAGEM A PERCUSSÃO – SPT....................................................................... 19
2.2.1.1.1 EQUIPAMENTOS ................................................................................................... 20
2.2.1.1.2 PROCEDIMENTOS ................................................................................................. 20
2.2.1.1.3 AMOSTRAGEM E RELATÓRIO ............................................................................. 22
2.2.1.2 SONDAGEM ROTATIVA ........................................................................................ 23
2.2.1.3 SONDAGEM A TRADO ........................................................................................... 24
2.2.1.4 ENSAIO PRESSIOMÉTRICO TIPO MÉNARD (MPM) ......................................... 25
2.2.1.5 SONDAGEM A PENETRAÇÃO DO CONE ........................................................... 26
2.3 TIPOS DE FUNDAÇÕES ............................................................................................... 27
2.3.1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS ................................................................................. 27
2.3.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS .................................................................................... 28
2.3.2.1 ESTACAS METÁLICAS .......................................................................................... 28
2.3.2.2 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO ..................................................... 29
2.3.2.3 ESTACAS TUBULÃO .............................................................................................. 32
2.3.2.4 ESTACAS FRANKI .................................................................................................. 33
2.3.2.5 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA ............................................................................. 34
2.3.2.6 ESTACA RAIZ .......................................................................................................... 37
2.4 CONTENÇÕES ............................................................................................................... 39
2.4.1 PAREDES DE ESTACAS .......................................................................................... 39
2.4.2 PAREDES DIAFRAGMA .......................................................................................... 40
12

3 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOS ....................................................................... 42


4 MÉTODO .......................................................................................................................... 43
5 ESTUDO DE CASO: RESULTADOS E ANÁLISES ................................................... 44
5.1 INFORMAÇÕES DA SONDAGEM .............................................................................. 44
5.2 CONTENÇÃO DO TERRENO ....................................................................................... 49
5.3 FUNDAÇÃO HÉLICE CONTINUA .............................................................................. 52
5.4 FALHAS NA SONDAGEM............................................................................................ 53
5.5 FUNDAÇÃO ESTACAS RAIZ ...................................................................................... 55
5.6 IMPACTO FINANCEIRO DO ERRO DE SONDAGEM .............................................. 57
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61
ANEXOS ................................................................................................................................. 65
ANEXO A – PROJETO DE CONTENÇÃO ......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
ANEXO B – PROJETO DE ESTACAS ................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
ANEXO C – PROJETO DE REFORÇO ............... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
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1 INTRODUÇÃO

No passado, a construção civil não possuía muitos métodos e recursos para o


desenvolvimento de fundações da forma mais correta, gerando assim, muitas limitações na
engenharia, mas hoje tem-se os métodos mais precisos e assertivos para o desenvolvimento
correto das fundações, gerando um projeto muito mais preciso, trazendo economia e
segurança para os edifícios que são levantados acima.
O estudo do solo é a parte mais importante para o desenvolvimento de um projeto
de fundações, visto que, é o solo quem vai definir o tipo de fundação e as dimensões dos
elementos estruturais escolhidos, logo, este estudo deve ser preciso, para não gerar prejuízos à
obra e dar segurança à construção.
Existem dois grupos de fundações: profundas ou rasas, neste trabalho, serão
tratadas as fundações profundas, por se tratar de um edifício onde um projeto de fundações
rasas não supriria as necessidades de tensões. Nesta pesquisa, serão aprofundadas as
fundações: estaca hélice continua (que é a fundação mais usual da região da Grande
Florianópolis, SC), e estaca raiz, que foi inserida como reforço estrutural neste estudo de caso.
Além disso, será preciso entender como uma mudança de projeto durante a execução pode
influenciar na obra.

1.1 JUSTIFICATIVA

Este documento justifica-se pela importância de executar uma fundação de forma


correta e eficiente afim de tornar segura e duradoura a estrutura que vier acima, trazendo
segurança e conforto para quem usufruir do edifício e economia para a gestão da obra.
Mostrar como uma falha no estudo do solo pode influenciar nos processos de prazo e
gastos de obra também é uma preocupação, trazendo possíveis soluções para evitar ou
solucionar tais problemas.

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar por meio de um estudo de caso os impactos sofridos pela obra, causados por
imprecisão no estudo de solo.
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1.3 OBJETICOS ESPECÍFICOS

- Analisar os problemas que podem ocorrer em uma imprecisão ou falta de informação no


ensaio de solo em uma construção.

- Examinar a importância do papel do engenheiro civil nas tomadas de decisão durante a


execução da obra, optando sempre pela melhores opções para a situação real de obra, que
muitas vezes não são previstas em projeto.

- Analisar soluções para imprevistos na execução de hélice continua.

- Explorar os impactos financeiros que acarretam de um mal estudo de solo.


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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Com a finalidade de fundamentar o estudo em questão, foram abordados pontos


essenciais para esclarecer as relações entre os conceitos de estudos de solos, sondagens
preliminares e tipos de fundações, para um melhor entendimento do artigo.

2.1 MECÂNICA DOS SOLOS

As fundações ficam diretamente em contato com o solo, logo, ele que irá resistir a toda
a tensão gerada a partir do peso da estrutura construída sobre a fundação. A partir dessa
afirmação, é possível dizer que as propriedades do solo estão diretamente ligadas ao tipo de
fundação, visto que a resistência do solo que vai nos dizer que fundação utilizar e suas
dimensões.

2.1.1 FORMAÇÃO DOS SOLOS

Os solos são definidos como corpos naturais compostos por substâncias orgânicas e
inorgânicas presentes na superfície terrestre, em sua composição encontra-se grande parte de
desagregação de rochas e minerais que foram geradas a partir de anos e anos de
intemperismo, um processo físico e químico que agride as rochas ao longo dos anos.
(CARLOS DE SOUZA, 2019).
A partir da conglomeração destes compostos orgânicos e inorgânicos sofrendo uma
reorganização estrutural começam a surgir os solos, por um processo chamado pedogênese.
Dependendo dos fatores que afetam a desagregação das rochas, os solos desenvolverão
suas próprias características físicas e químicas, podendo: ser argilosos ou arenosos; ter
diferentes cores; possuírem diferentes quantidades de matéria orgânica; e ter grandes
diferenças de espessura.
O clima do local é algo que afeta diretamente no intemperismo, com ênfase na questão
das chuvas e diferenças de temperatura, pois estes itens são os mais relevantes na velocidade
em que irão acontecer as reações químicas na formação do solo. (CARLOS DE SOUZA,
2019).
O relevo do local também tem forte relação com o tipo de solo, pois definirá o
escoamento das águas superficiais, por onde irá correr grande parte dos componentes solúveis
de matéria orgânica e inorgânica.
16

A tipologia da rocha é algo bem importante, pois o tipo da rocha vai definir o solo que
será gerado a partir dela, e seu tempo de intemperismo, pois algumas rochas são mais
resistentes que outras neste quesito. (CARLOS DE SOUZA, 2019).

2.1.2 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO SUA ORIGEM

Os solos sofrem influências de diversos fatores para a sua origem, logo seu princípio é
restrito aos processos particulares do meio ambiente em que está alocado. Devido aos
diversos fatores que ocorrem na origem dos solos, usa-se apenas o último processo para
classificá-los segundo sua origem, considerando os anteriores apenas como processos
secundários. (LEPSCH, 2010).
As classificações pela origem se dividem em 2 (dois) tipos de solos, os residuais e os
sedimentares.
Solos residuais são aqueles que são compostos pela desagregação da rocha in situ,
onde o transporte de sedimentos é mínimo, ou seja, é quando a decomposição da rocha forma
um solo no mesmo local da decomposição, normalmente formando uma camada superior a
rocha de origem. (LEPSCH, 2010).
Já os solos que sofreram um deslocamento por fatores como, água, vento e gelo, são
conhecidos como solos sedimentares. Este tipo de solo não possui sua camada acima da sua
rocha de formação e tem uma classificação de acordo com o transporte que deu sua origem.
Os solos que foram transportados pelas águas, são aluviais, os que tem em seu transporte
principalmente o vento são os eólicos, e os solos que têm a gravidade como principal
transporte são os coluvionares. (LEPSCH, 2010).

2.1.3 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO SUA


GRANULOMETRIA

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), desenvolveu um método para


que os solos possam ser classificados a partir de sua granulometria, onde tem-se 2 métodos
para tal classificação: Peneiramento, que separa as partículas até 0,074mm e a Sedimentação
em água destilada, para particulares menores que 0,074mm. A figura 1 demonstra um gráfico
de classificação do solo a partir de sua granulometria. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2020.)
17

Figura 1 - Classificação do solo por sua granulometria.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ,2003.

Observa-se que na curva de classificação tem-se uma de distribuição dos grãos, ou


seja, a cada peneira uma parte do solo é retido, gerando um gráfico que mostra as várias
dimensões dos grãos deste solo, sendo possível alguns cenários de classificação, onde tem-se
os solos uniformes, onde a maior parte do solo fica retido em peneiras próximas, mostrando
que o solo tem em sua maior parte, grãos praticamente do mesmo tamanho. Outro cenário é
uma curva em que o solo fica retido em sua maior parte por duas peneiras distantes, gerando
um solo mal graduado, que possui muitos vazios em sua estrutura. Por último tem-se uma
curva continua, onde verifica-se uma parcela semelhante do solo retida em cada peneira,
gerando um solo bem graduado, resistente e com poucos vazios. A figura 2 mostra com
clareza as diferenças físicas entre os tipos de distribuição de grãos.
18

Figura 2 - Classificação do solo pela distribuição dos grãos.

Fonte: Souza, 2015.

2.2 INVESTIGAÇÃO DO SOLO

Segundo Velloso e Lopes, para que o engenheiro consiga iniciar sua investigação do
solo, se faz necessário possuir:

• A planta do terreno;
• As informações sobre o tipo de estrutura que se pretende construir;
• Os dados das edificações vizinhas ao terreno estudado;
• As informações geotécnicas e geológicas disponíveis sobre as áreas vizinhas
• Código de obras, normas e o plano diretor do local estudado.

De acordo com a norma 8036, o número mínimo de sondagens que o terreno deve ter é
de uma para cada 200m² de área de projeção em planta do edifício, até 1200m², que é a
situação que será abordada neste artigo. Para áreas entre 1200m² e 2400m², as sondagens
devem ser executadas a cada 400m² que ultrapassarem os 1200m². Além desses parâmetros, o
número mínimo de sondagens deve ser de 2 (dois) para áreas de projeção em planta menores
que 200m² e 3 (três) para áreas de projeção em planta entre 200m² e 400m².
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Os pontos de sondagem devem ser distribuídos por toda área estudada e deve-se dar
uma preferência aos pontos em que se tem uma maior concentração de cargas pelo projeto
estrutural e quando o número de sondagens for superior a 3 (três), os pontos não devem ser
alinhados.
Sobre a profundidade do estudo do solo, a sondagem deve ir até uma profundidade em
que ultrapasse os valores solidados pelas cargas estruturais, levando em conta que as camadas
encontradas não relatem nenhum problema significativo enquanto capacidade estrutural.
No caso de o estudo atingir uma rocha e se ter certeza de que esta camada é contínua e
não apenas um matacão, este pode ser interrompido.

2.2.1 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DOS SOLOS

Na atualidade, o mercado aponta uma grande diversidade de estudo dos solos, onde
cabe ao engenheiro decidir qual o melhor para a sua necessidade de obras.

Alguns dos processos de estudo mais utilizados são:


a. Sondagens a percussão – SPT
b. Sondagens rotativas
c. Sondagens a trado
d. Ensaio pressiométrico
e. Sondagens a penetração do cone - CPT

2.2.1.1 SONDAGEM A PERCUSSÃO – SPT

O ensaio SPT é o mais comum e conhecido quando se fala de obras de pequeno e


médio porte, pois este método possui um baixo custo de execução, equipamentos de fácil
transporte e manuseio, e uma geração de dados que são suficientes para a execução de um
ótimo projeto de fundações.

O procedimento tem o nome usual de “SPT”, sigla que vem da escrita originalmente
em inglês “Standart Penetration Test”. A sondagem a percussão é a opção mais popular e
econômica entre as demais, além disso ela tem grande versatilidade, podendo se adaptar a
diferentes tipos de obra, atendendo demandas de grande e pequeno porte, por isso este método
é o mais utilizado no mundo.
20

O ensaio de solo SPT é normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas,


2020.
Este ensaio fornece o índice de penetração do solo, além de identificar os tipos de solo
a cada uma das camadas de profundidade atingidas e onde se encontra o nível do lençol
freático, ou seja, a sondagem gera um relatório com informação de todas as camadas de solo
que foram atravessadas pelo ensaio.

2.2.1.1.1 EQUIPAMENTOS

TORRE – A torre pode ter seu funcionamento de forma manual, através de um sarilho ou
corda alta, ou de forme automatizada, com um guincho motorizado.

TUBOS DE REVESTIMENTO – Os tubos de revestimento são elementos de aço, com


diâmetro nominal de 63,5mm, podendo ser emendados por luvas, e só são utilizados no ensaio
caso o furo da sondagem aparente estar instável, evitando desabamento de material.

TRÉPANO – Se trata de uma peça que faz a perfuração através da circulação de água, ela
avança rapidamente na perfuração, mas não recolhe amostras nem mede resistência.

AMOSTRADOR PADRÃO – É uma peça de aço que é utilizada para recolher as amostras do
solo ao longo da sondagem, e para se obter a resistência a cravação do solo.

MARTELO PADRONIZADO - É uma peça de ferro de 65kg empregado para a cravação do


amostrador padrão.

TRADO HELICOIDAL – Instrumento utilizado para a retirada do solo acima do lençol


freático.

2.2.1.1.2 PROCEDIMENTOS

O procedimento desta sondagem se inicia com a locação dos pontos com um piquete
de madeira ou material apropriado, este piquete deve conter a identificação do furo que irá ser
feito e estar devidamente cravado ao solo, de modo que sirva de referência até o final do
processo. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020).
21

Com os pontos devidamente posicionados e identificados, a sondagem pode iniciar, e


o primeiro equipamento a perfurar o solo é o trado-concha ou cavadeira manual, até 1 metro
de profundidade, onde será instalado o primeiro segmento de tubo, chamado de sapata
cortante. O passo seguinte é com o trado helicoidal, que irá executar a furação do solo até que
se encontre o lençol freático.
A cada metro perfurado pelo ensaio, uma amostra do solo deve ser retirada a partir da
cravação do amostrador padrão com um certo número de golpes do martelo, os golpes
referidos serão essenciais para o cálculo de resistência do solo e a amostra de solo para a
definição das características dele. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2020).
Na imagem 1 pode-se ver um exemplo de trado helicoidal.

Imagem 1 - Trado helicoidal.

Fonte: Google Imagens, 2021.

Em casos em que se encontra o nível do lençol freático ou o trado helicoidal não


avance no mínimo 50mm em 10 min de operação, passa-se a utilizar o método de furação com
água, também conhecido por lavagem, onde utiliza-se um trepano de lavagem como
instrumento de escavação.
Este equipamento trabalha removendo o material escavado por meio da circulação de
água, lembrando que sempre que chega perto da cota de retirada de amostragem do solo, a
22

furação com água deve ser interrompida e devem ser removidos todos os detritos de solo para
não interferir na amostra. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020).
Na figura 3 pode-se observar um exemplo de trépano de lavagem retirado da NBR
6484.
Figura 3 - Trépano de Lavagem.

Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020).

A perfuração por circulação de água prossegue até o final do ensaio, paralisando


apenas se em 3 metros sucessivos, obter 30 golpes ou mais para a penetração dos 15cm de
amostra de solo.

2.2.1.1.3 AMOSTRAGEM E RELATÓRIO

Após todo este procedimento de furação do solo e recolhimento das amostras a cada
metro, é gerado um relatório semelhante ao representado na figura 4, que contém todos os
dados deste solo nos tais pontos perfurados, estes dados são: o tipo de solo a cada metro
perfurado, o número de golpes que o solo resistiu a cada metro e o nível do lençol freático do
solo.
23

Figura 4 - Exemplo de relatório SPT.

Fonte: Rebello, (2008).

2.2.1.2 SONDAGEM ROTATIVA

A sondagem Rotativa é um modelo estudo de solo que se faz necessária em casos nos
quais o solo a ser ultrapassado se torna impenetrável ao SPT. Este ensaio irá auxiliar na
investigação deste solo com incidência de rochas (matacões), gerando informações sobre as
rochas perfuradas.
24

De acordo com Veloso e Lopes, (2012) este método consiste em girar o cabeçote de
rotação e forçá-lo contra a rocha por um sistema hidráulico, este procedimento possui uma
ferramenta tubular chamada de barrilete, que possui em sua extremidade uma coroa
diamantada, que permite o desgaste da rocha e a retirada de amostras desta rocha.
Neste método é necessário que será perfurado pelo menos 4 metros de rocha, para
descartar a chance desse elemento rochoso ser apenas um matacão solto e isolado no solo.
Na figura 5 pode-se observar um exemplo de equipamento de sondagem rotativa,
contendo todas as peças necessárias para a realização do ensaio.

Figura 5 - Exemplo de sondagem rotativa.

Fonte: Veloso e Lopes (2012).

2.2.1.3 SONDAGEM A TRADO

A sondagem a trado é umas das mais simples sondagens, ela pode ser manual, como
pode-se ver na imagem 2, ou mecânica. No método manual são necessários 2 funcionários
para realizarem a rotação do trado e na mecânica esse movimento é feito por um motor. Este
meio de estudo é bem limitado pois não ultrapassa rochas finas nem o nível do lençol freático,
25

sendo utilizado apenas em estudos mais simples de solo, onde não se faz necessário uma
grande profundidade. (SCHNAID E ODEBRECHT, 2012).

Imagem 2 - Execução de uma sondagem a trado manual.

Fonte: SOLOSUL (2021).

2.2.1.4 ENSAIO PRESSIOMÉTRICO TIPO MÉNARD (MPM)


Este método foi desenvolvido por Kloger em 1933, que não teve sucesso, pois na
época existiam muitas limitações tecnológicas e os dados eram difíceis de ser analisados pois
ainda não existiam borrachas sintéticas e tubulações semirrígidas. (CUNHA, 1994).
O ensaio necessita de uma perfuração no solo, onde será inserida uma sonda até a cota
desejada, onde ela será expandida sob pressão controlada. A cada incremento de pressão, são
registrados os dados em 1, 15, 30 e 60s. Depois de 60s, um novo acréscimo de pressão é
aplicado, gerando como resultado uma curva pressiométrica na qual o volume inserido ao
final dos 60s é representado em função da pressão aplicada. (SCHNAID, 2000).
Na imagem 3 tem-se um exemplo de um pressiômetro de Ménard.
26

Imagem 3 - Pressiômetro de Ménard.

Fonte: Google imagens (2021).

2.2.1.5 SONDAGEM A PENETRAÇÃO DO CONE

O método de sondagem a penetração do cone (CPT), se trata da penetração estática de


uma ponteira cônica conectada a um conjunto de hastes, essa penetração é monitorada
continuamente gerando dados de que apresentam as resistências do solo tanto na ponta do
cone, quanto a resistência lateral do solo.
A sondagem a penetração do cone foi desenvolvida para verificação de solos moles na
Holanda em meados de 1930, e sofreu diversas melhorias ao longo do tempo.
No Brasil, este método era regulamentado pelas Associação Brasileira de Normas
Técnicas, 2014, que normatizou como uma cravação de uma haste medindo 10cm² de
diâmetro e uma velocidade de 1cm/s, gerando dados do solo a cada 20mm de perfuração.
A grande vantagem deste ensaio de fato é que os dados são coletados ao longo de toda
furação da sondagem. (SCHNAID E ODEBRECHT, 2012).
Na figura 6 pode-se notar um exemplo de sondagem CPT, onde mostra todas as etapas
do ensaio e seus equipamentos principais.
27

Figura 6 - Exemplo de sondagem CPT.

Fonte: Veloso e Lopes (2012).

2.3 TIPOS DE FUNDAÇÕES

A fundação tem a responsabilidade de suportar o peso de toda uma estrutura, seu


próprio peso, e os pesos que serão inseridos nessa estrutura, logo, se torna uma das peças mais
importantes de uma obra, se não a mais importante. (ALVARENGA, 2019).
As fundações são divididas em dois grandes grupos, as fundações rasas e profundas,
sendo as rasas as mais utilizadas para projetos de pequeno porte, como residências e estruturas
térreas; e as profundas utilizadas em praticamente todos os projetos de edifícios, onde temos
uma carga mais elevada.
Neste trabalho serão abordados os mais usuais dentre os tipos de fundações, dando
ênfase nas fundações profundas de tipo estacas hélice continua e estaca raiz, que são os
presentes no estudo de caso.

2.3.1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2010, as fundações rasas


ou superficiais, exemplificadas na figura 7, têm as pressões distribuídas na base da fundação,
e esta, tem o papel de distribuir as cargas a camada resistente do solo. Os mais usuais entre os
tipos de fundação rasas são as sapatas, blocos e radier, com destaque nas sapatas, que são as
mais conhecidas e com maior utilização no brasil.
28

Figura 7 - Principais tipos de fundações rasas.

Fonte: Hachich (1998).

2.3.2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Fundações profundas surgem quando a estrutura pede uma resistência maior do que as
primeiras camadas de solo podem oferecer, logo, se faz necessária uma fundação profunda,
que irá utilizar o atrito lateral das camadas inferiores do solo para gerar uma alta resistência a
esforços da estrutura.
Esse método pode transmitir ao solo a carga suportada por meio da base (resistência de
ponta) e/ou pela superfície lateral (resistência de fuste). A profundidade nesse método, deve
ser superior a 3m, podendo ultrapassar o dobro de sua menor dimensão em planta, como
modelos de fundações profundas usuais temos alguns tipos de estacas e os tubulões.

2.3.2.1 ESTACAS METÁLICAS

As estacas metálicas são elementos extremamente nobres em questão de resistência, e


estão disponíveis em diversas seções. Estes elementos têm vários formatos, como perfis
laminados, tubos, perfil “I”, “T” e “H”, trilhos etc.
Pelo fato desses perfis serem fabricados, podem possuir diversas bitolas e atender as
mais diversas necessidades de projeto.
29

Este tipo de estaca tem um valor superior a outros métodos, logo, só é utilizado em
situações em que as estacas de concreto não são adequadas ou por particularidades do projeto.
(RABELLO, 2011).
Os elementos metálicos têm um fácil transporte, manuseio, cravação e possuem uma
elevada resistência se comparada com outras estacas, porém o que prejudica sua utilização é
seu alto custo pois se tratar de um material nobre, e sua corrosão que pode ocorrer quando
enterrada por inteiro em solos agressivos.
Na imagem 4 nota-se uma fundação onde foram utilizadas muitas estacas metálicas, a
fim de resistirem à uma imensa carga.

Imagem 4 - Exemplo de estacas metálicas em fundações.

Fonte: MACHADO (2013).

2.3.2.2 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO

As estacas pré-moldadas de concreto são muito utilizadas no brasil, pois o fato de


serem produzidas com concreto, que é um material com excelentes resultados em termos de
durabilidade e resistência, faz com que seja muito empregada em projetos.
Conforme Veloso e Lopes (2012), as estacas pré-moldadas são produzidas em fabricas
e podem ser classificadas conforme o seu processo de fabricação em: concreto vibrado,
centrifugado e extrusão, e sobre as armaduras, podem ser armados ou protendidos.
Segundo Ferreira e Gonçalves (2014), “os formatos mais empregados são, circulares,
quadrados, hexagonais e octogonais, podendo ter área de ponta vazada ou maciça”, alguns
desses formatos são demonstrados na figura 8.
30

Figura 8 - Principais tipos de estacas pré-moldadas.

Fonte: NBR 16258 (2014).

Com o aumento na utilização das estacas pré-moldadas, desenvolveu-se a NBR


16258/2014, que orienta os padrões de fabricação, estocagem e manuseio das estacas, além de
impor critérios de projeto para a utilização destes elementos de fundação profunda.
(FERREIRA E GONÇALVES, 2014).
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2014, quando não se
atinge o comprimento necessário com uma estaca de pré-moldado, pode-se fazer uma emenda
com outro segmento de estaca, utilizando luvas metálicas de justaposição (Figura 9) ou anel
metálico soldado (Figura 10), entre as extremidades que estarão em contato.
31

Figura 9 - Encaixe entre estacas feito a partir de luvas metálicas.

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

Figura 10 - Encaixe entre estacas feito a partir de um anel metálico.

Fonte: Hachich (1998).

Sobre a cravação das estacas, as tensões colocadas pela altura de queda do martelo
precisam ser inferiores a tensão característica do concreto para que a cabeça da estaca não seja
esmagada, logo, essa altura não deve ser superior a 1 (um) metro. (VELLOSO E LOPES,
2010)
32

2.3.2.3 ESTACAS TUBULÃO

Tubulão é um tipo de fundação profunda, em que, diferente de outras fundações


profundas, sua distribuição de cargas é feita em sua maior parte por uma base que é alargada
por um trabalhador que irá descer no buraco escavado para o tubulão.
No processo de execução de uma tubulão, pode ou não ser necessário o uso de
revestimento nas laterais da escavação, segregando as técnicas em 2 tipos:
• Tubulões a céu aberto (sem ar comprimido): Exclusivo para solos coesivos e acima do nível
d’agua em que o solo se apresente estável;
• Tubulões a ar comprimido (tubulão pneumático): É executado com a utilização de
revestimento de concreto ou metálico. É utilizado em casos que é presente água na escavação,
ou risco de desmoronamento.
É importante lembrar que no final da escavação vertical, se faz necessária a descida de
um funcionário para alargar a base do tubulão o diâmetro mínimo do fuste deve ser 90cm
seguindo a NR18. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2019).
Na figura 11 é possível observar uma vista em corte das três situações de um tubulão.

Figura 11 - (a) Tubulão sem revestimento; (b) Tubulão com revestimento de concreto; (c)
Tubulão com revestimento metálico.

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

Na figura 12 tem-se um exemplo de execução de um tubulão com revestimento de


concreto, mostrando alguns equipamentos e passos do processo.
33

Figura 12 - Tubulão pneumático com revestimento de concreto.

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

2.3.2.4 ESTACAS FRANKI

As estacas Franki são executadas a partir da cravação de um tubo com golpes de um


pilão em uma bucha de areia e pedra acoplada ao tubo. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2019)
Este método tem grande capacidade de carga e alta vibração, ao longo de sua execução,
uma mistura de areia e brita é feita na inferior de um tubo metálico e socado com um pilão,
logo, é recomendada a utilização em terrenos de maior resistência de solo. Após a instalação
da armadura e a finalização da concretagem, o tubo metálico é retirado. (MOREIRA, 2013).
Na figura 13 é possível observar os processos executivos de uma estaca Franki.
34

Figura 13 - Processo de execução de uma estaca Franki.

Fonte: Velloso e Lopes (2012)

2.3.2.5 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA

As estacas de hélice contínua no Brasil, surgiram no Brasil no ano de 1987, nessa época
os equipamentos eram próprios e as profundidades eram limitadas a 15 metros e diâmetro de
275mm, 350mm e 425mm. Em meados da década de 90, foram importadas máquinas da
Europa, essas que possuíam uma tecnologia inovadora, que monitorava o solo durante a
perfuração e tinham uma capacidade de perfuração de até 24 metros e diâmetros de até
1000mm. Com o estudo desses equipamentos europeus, desenvolveu-se uma versão brasileira
das maquinas, que era próxima a europeia e com um custo benefício melhor em relação aos
outros estaqueamentos. (MAGALHÃES, 2005).
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2019, a fundação de hélice
continua tem como seu método de execução o uso de um trado helicoidal contínuo, que
perfura o rolo através da rotação, até a profundidade calculada em projeto, e insere concreto
sob pressão da extremidade de sua haste, após a concretagem, é inserida a armadura no furo
35

que foi concretado, logo, é considerada uma estaca moldada “in loco”. Estes processos
executivos citados podem ser observados na figura 14.

Figura 14 - Execução de uma estaca hélice continua.

Fonte: GEOFIX (2021).

Na perfuração é importante procurar uma máquina que atenda a profundidade de todas


as estacas, para evitar a troca de máquina ao longo da obra. A composição do equipamento
que irá realizar a perfuração é uma torre metálica, uma mesa rotativa hidráulica, com torque
apropriado para o solo e diâmetro da estaca e um guincho que supere os esforços de
arrancamento que serão indispensáveis.
O processo da perfuração se inicia com a cravação da hélice no terreno, até a
profundidade referida no projeto e com um torque adequado. A haste é composta por uma
hélice em formato de espiral com um tubo no centro, a hélice possui dentes em sua
extremidade e é ela que irá ser responsável pela retirada de solo, enquanto o tubo central, que
é fechado com uma tampa em sua extremidade, para não ocorrer entrada de solo no mesmo,
tem o papel de inserir o concreto ao fim da escavação. (MAGALHÃES, 2005).
Na fase da escavação o esforço vertical para a perfuração é fornecido pelo peso
próprio da máquina.
Na figura 15 tem-se um exemplo de hélice da haste de escavação.
36

Figura 15 - Hélice da haste de escavação.

Fonte: Silva (2011).

Após o processo de perfuração finalizar, a tampa que tem a função selar o tubo central
da haste é expelido pela pressão de concreto e se inicia a concretagem da estaca. Enquanto
acontece a concretagem, o trado é removido, sua velocidade de remoção irá depender do seu
sobre consumo e pressão, para que não aconteça estrangulamentos na estaca e nem de origem
a vazios na estaca, em solos arenosos por exemplo, a hélice deve ser removida lentamente.
(HACHICH ANTUNES; TAROZZO, 1997).
O concreto que irá garantira resistência desta estaca deve ter a resistência mínima de
20mpa, o consumo de cimento por estaca é uma média de 400 à 450 kg/m³, o fator
agua/cimento é normalmente em torno de 0,53 à 0,56 e slump 22cm +/-2cm. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2019).
Finalizando a concretagem, chega a hora de inserir a armadura desta estaca, essa
ferragem é dimensionada em forma de gaiola e deve estar pronta na execução da estaca, pois
imediatamente após a concretagem essa armadura deve ser inserida na estaca. (RABELLO;
2011).
A ferragem deve ter seu peso e resistência compatível com seu comprimento e cargas
requeridas. Na imagem 5 tem-se um exemplo de montagem da armadura. Na colocação dessa
armadura deve se atentar nos espaçadores de tipo rolete que deve contêm durante todo o corpo
da ferragem, além disso a limpeza da parte superior é importante, para que não entre terra do
solo junto com a armadura, o que prejudica a resistência da estaca.
37

Imagem 5 - Armadura de uma estaca hélice contínua.

Fonte: SCHNEIDER (2019).

2.3.2.6 ESTACA RAIZ

Segundo a NBR 6122, à estaca raiz é um tipo de elemento estrutural moldado in loco,
onde a perfuração é inteiramente revestida por tubos metálicos, que são rosqueados um em
outro a medida em que o furo é executado e são removidos após a colocação da armadura na
estaca. Após a instalação da armadura dentro da estaca, insere-se argamassa de cimento, que é
adensada a partir de golpes de pressão por ar comprimido.
Na figura 16 é possível observar os processos executivos de uma estaca raiz separados
em 6 fases.
38

Figura 16 - Processo executivo estacas raiz.

Fonte: Google Imagens (2021).

De acordo com Velloso e Lopes (2010), o processo executivo das estacas raiz, não
prejudicam as estruturas próximas com possíveis choques ou vibrações, além disso esse tipo
de estaca pode ser executado na vertical e em ambientes inclinados. As estacas raiz também
são uma ótima solução para casos em que temos uma rocha no caminho da estaca, pois a
ponta do primeiro tubo metálico, tem em sua extremidade dentes de aço como pode-se
observar na imagem 6, que possibilitam a furação de rochas.

Imagem 6 - Tubos metálicos utilizados na execução da estaca raiz.

Fonte: INCOTEP (2021).

Segundo Velloso e Lopes (2012), em seu surgimento, a fundação estaca raiz era mais
empregada em contenção de encostas e reforços de fundações. Hoje em dia este tipo de
fundação é bem presente em reforços de fundação, e quando se tem uma rocha ou matacão
impedindo a perfuração por outro tipo de estaca.
39

2.4 CONTENÇÕES

2.4.1 PAREDES DE ESTACAS

De acordo com Meireles (2006), as paredes de estacas são um método de contenção de


solo que consiste na execução sucessiva de estacas no terreno, formando uma espécie de
cortina ou parede, que manterá a estabilidade do solo.
Os tipos de paredes de estacas, se dividem em 3 tipos de projetos, cada um sendo
utilizado em um solo mais apropriado para o método em questão.
O primeiro tipo de projeto consiste na execução de estacas com um espaçamento entre
60 e 40 cm. As limitações deste método construtivo são solos em que há a presença de rochas,
solos que se constituem de argilas muito moles e principalmente em locais em que se tem o
nível do lençol freático na altura da contenção, pois esse método não faz o papel de conter a
água, por conta do espaçamento entre as estacas, evidente na imagem 7. (MEIRELES, 2006).

Imagem 7 – Exemplo de uma contenção de cortina de estacas espaçadas.

Fonte: Dias, 2020.

O segundo tipo, é o das paredes de estacas tangentes, onde são executadas estacas de
concreto armado com um espaço menor do que o método anterior, sendo um espaçamento de
75 a 100 mm entre si. É possível ver um exemplo na figura 17.
Já o terceiro tipo, é o das paredes de estacas secantes, onde são executadas estacas de
concreto armado espaçadas, e entre essas elas, é concretada uma estaca apenas com concreto,
40

sem ferragem, que irá o ocupar o espaço que fica entre as estacas de concreto armado. Na
figura 17 observa-se um exemplo.

Figura 17 – Modelo de estacas tangentes e secantes.

Fonte: GONZALEZ, 2019.


2.4.2 PAREDES DIAFRAGMA

A parede diafragma consciente na realização de um muro de contenção vertical,


formado por painéis capazes de absorver cargas axiais, momentos fletores e empuxos
horizontais, tendo espessura e profundidades variáveis dependendo das necessidades da obra.
Geralmente as paredes diafragma tem entre 30 à 120cm de espessura, podendo variar
dependendo da altura da contenção e do lençol freático. (Brasfond, 2021).

Existem diferentes tipos de parede diafragma:


- Parede Diafragma Moldada in loco;
- Parede Diafragma Pré-moldada;
- Parede Diafragma Plástica.
- Parede Diafragma Mista.

O modelo construtivo mais utilizado é o das paredes diafragma moldadas in loco,


indicado na figura 18. O processo de execução consiste em trincheiras abertas em terreno com
a profundidade e espessura determinadas em projeto, após esta etapa, é inserido o aço
dimensionado para aquela parede, garantindo os espaçamentos mínimos entre o aço o fim do
concreto, depois disso a parede pode ser concretada, esse processo se repete em vários
trechos, pois a parede é executada em trechos de 2 a 5 metros, até que se chegue ao
comprimento total solicitado em projeto.
41

Figura 18 - Exemplo de execução de parede diafragma moldada in loco.

Fonte: (Brasfond, 2021).


42

3 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOS

A obra a qual a fundação foi analisada neste trabalho se situa na cidade de


Florianópolis, Santa Catarina. O empreendimento localiza-se na rua Madalena Barbi, 46,
no bairro Centro, como indicado na imagem 9.
Imagem 8 – Localização do terreno de estudo.

Fonte: (Google Maps, 2021).

O terreno possui 946 m², com uma lateral de 43 m e frente do terreno de 22 m. O


empreendimento hospitalar conta com aproximadamente 4000m² de área construída
dividida entre 7 pavimentos, sendo 5 pavimentos de consultórios e 2 pavimentos de
garagem nos subsolos.
O projeto do edifício conta com os métodos de laje treliçada e laje maciça em sua
composição, e os fechamentos laterais externos são todos em alvenaria, trazendo segurança
a fachada do prédio, enquanto os fechamentos internos são em drywall, facilitando
modificações entre os consultorios do hospital.
43

4 MÉTODO
Este trabalho foi produzido com base na pesquisa bibliográfica e nos
documentos da obra, visitas in loco e relatos de funcionários.
A elaboração dos materiais do estudo de caso foi baseada em registros
realizados pelo autor em visitas a obra no decorrer dos processos construtivos, visitas
essas que foram sempre acompanhadas pelo engenheiro da obra.
As visitas a obra foram realizadas em toda a sexta feira, do dia 01/05/2021 até
a finalização da fundação no dia 16/08/2021, e tinham duração média de 1 hora, onde
o engenheiro relatava as dificuldades encontradas na semana e as etapas que foram
executadas naquele período.
Utilizando relatos do engenheiro da obra e o projeto de contenções da obra, foi
possível analisar o projeto de contenções e porque foi escolhido o método das hélices
contínuas.
A partir dos documentos de estudo de solo e planta de cargas, foi mostrado
porque foi escolhido primeiramente um projeto de fundações profundas de estacas
contínuas, além disso, foi analisada a execução das estacas e quais foram as
dificuldades encontradas, sendo a maior delas o encontro de rochas abaixo de duas
estacas, o que impossibilitou a execução deste método.
Após este item, foi abordado o tipo de projeto que teve de ser realizado para
que a fundação mantivesse suas características de resistência, sendo feito um projeto
de reforço utilizando outro método de estacas.
Após essas definições, foi comentado como essa mudança do reforço de
fundação interferiu no custo e prazo de obras, além das medidas que devem que ser
tomadas para a diminuição de retardos na obra.
44

5 ESTUDO DE CASO: RESULTADOS E ANÁLISES

5.1 INFORMAÇÕES DA SONDAGEM

A empresa Furo e solo perfurações LTDA, foi a responsável por realizar os serviços
de execução da sondagem SPT, para a investigação das condições das camadas de solo do
terreno e para a identificação da camada em que se encontra o lençol freático.
Foram executados 3 furos para o ensaio SPT (sondagem a Percussão), mostrados na
figura 19, e foram realizados segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2011,
sendo iniciados com a utilização de um trado helicoidal.

Figura 19 – Croqui de localização da sondagem SPT do estudo de caso.

Fonte: Do Autor, 2022.


45

Para os ensaios de penetração dinâmica foi utilizado um amostrador padrão do tipo


Terzaghi-Peck com diâmetro interno de 34,9mm e diâmetro externo de 50,8mm
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1983, indica que o número de
sondagens para um caso de área projetada menor que 1200 m² na planta do edifício, faz-se
um furo a cada 200 m². Como a área de projeção de construção deste projeto é de 740m², o
número de furos de sondagens necessários seria no mínimo 4, o que não aconteceu, sendo
executados apenas 3 furos de sondagem. Nas figuras 20, 21 e 22, são apresentados os
laudos resultantes dos 3 ensaios onde é descrito o perfil do solo.
46

Figura 20 - Perfil de Sondagem SPT-01.

Fonte: Do autor, 2022.


47

Figura 21 - Perfil de Sondagem SPT-02.

Fonte: Do autor, 2022.


48

Figura 22 - Perfil de Sondagem SPT-03.

Fonte: Do autor, 2022.


49

Como pode-se notar nos perfis de sondagem, se trata de um solo argiloso nos
primeiros 4 metros aproximadamente, e após essa camada temos a predominância de solo
arenoso e siltoso, solo adequado para executar estacas hélice contínua, além disso não se
identificou nenhuma rocha no terreno, o que possibilita uma fundação somente com
estacas hélice continua. O lençol freático abaixo dos 8m também foi algo que quando
analisado nos perfis acreditou-se que não atrapalharia na escavação dos 2 subsolos, pois o
lençol freático estava abaixo do nível do subsolo.

5.2 CONTENÇÃO DO TERRENO

Inicialmente o projeto da estrutura de contenção do solo indicava a execução de


uma estrutura composta por “parede de estacas espaçadas”, porém, essa contenção é
utilizada em acima do lençol freático, onde não tem erosão de solo entre as estacas, o que
não foi o caso da edificação estudada, pois nos primeiros metros de escavação já foi
encontrado água, o que tornava inadequada a utilização de uma “parede de estacas”, uma
vez que o solo iria ser transportado entre as estacas e avançar sobre o edifício.
Deste modo, foi refeito o projeto de contenção indicando o método da parede
diafragma com tirantes, mostrado na figura 23, que apesar de ter um custo mais elevado,
tem em uma de suas características um ótimo resultado em solos úmidos, gerando uma
maior segurança e conforto ao edifício, uma vez que a parede diafragma não permite a
passagem do solo, por não ser vazada, como era a opção anterior.
50

Figura 23 - Planta de locação da parede diafragma. (ANEXO A)

Fonte: Do autor, 2022.

Na imagem 08 pode-se observar a preparação das ferragens que compõem parte


importante das paredes diafragma.
Imagem 9 – Preparação das ferragens para as paredes diafragma.

Fonte: Do autor, 2022.


51

Os tirantes na parede diafragma foram executados a cada 2,5 metros e tiveram em sua
profundidade 12 metros de extensão, como mostrado na figura 24, para garantir que a parede
fosse capaz de conter aquela grande massa de solo. Nas imagens 09 e 10 pode-se observar
como foram executados os tirantes no local.

Figura 24 - Projeto de tirantes do estudo de caso.

Fonte: Do autor, 2022.


Imagem 10 – Execução dos tirantes nas lamelas.

Fonte: Do autor, 2022.


52

Imagem 11 - Execução dos tirantes nas lamelas.

Fonte: Do autor, 2022.

5.3 FUNDAÇÃO HÉLICE CONTINUA

A fundação foi projetada pela empresa PROJESTAQUE ENGENHARIA, e tem em


sua totalidade de estacas, o uso do modelo hélice continua. O projeto consiste na
implantação de 62 estacas hélice contínua, sendo 3 delas para blocos de 1 escaca, 46 delas
para blocos de 2 estacas, 9 delas para blocos de 3 estacas e 4 para um bloco de 4 estacas,
todos esses dados estão apresentados estão no projeto de estacas, localizado no anexo A.
Todas as estacas calculadas para o edifício tinham o mesmo comprimento, que foi
de 11m, mudando apenas os diâmetros, que variaram entre 40,50 e 60cm de diâmetro.
53

Imagem 12 – execução das estacas hélice contínua.

Fonte: Do autor, 2022.

5.4 FALHAS NA SONDAGEM

Ao decorrer dos processos de escavação do terreno e execução das estacas, pode-se


notar algumas divergências entre o estudo realizado pela Furo e Solo, e a realidade de obra,
e essas divergências acabaram dificultando bastante o serviço e gerando um custo maior
para a obra.
A primeira divergência encontrada foi o nível em que percolava a água no terreno,
talvez os ensaios tenham sido executados em um período de seca, pois no estudo foi
apontado a percolação de água abaixo de 8,5m, o que não atrapalharia na escavação, mas
na verdade a água foi encontrada em 5m de profundidade, ou seja, antes do nível desejado
para início da fundação, o que gerou uma grande dificuldade, pois as máquinas atolavam
com frequência acabando por retardar a escavação por conta dessa dificuldade de
mobilidade das máquinas em solo saturado. Na imagem 11 pode-se observar o solo com
bastante água, que atrapalha bastante na mobilidade das máquinas.
54

Imagem 13 - Descoberta de água em poucos metros de escavação.

Fonte: Do autor, 2022.

O problema citado no parágrafo anterior, gerou um impacto no cronograma, pois as


máquinas demoravam mais que o previsto para fazer as escavações, e financeiramente
também, pois o aluguel das máquinas teve que ser prolongado, gerando um custo a mais
para a obra.
Além da divergência no nível do lençol freático, foram encontradas rochas no
terreno durante a execução das hélices contínuas, as rocha foram encontradas nas estacas
dos pilares P27 e P21, indicados na figura 25, e pelo motivo de haver rochas sob esses
pilares, houve a necessidade de realizar uma mudança de projeto, substituindo as estacas
hélice continua dimensionadas para o local indicado, por estacas raiz, em quantidade,
diâmetro e comprimento necessários para resistir a mesma carga que aquelas estacas hélice
contínua foram projetadas para suportar.
55

Figura 25 - Estacas que bateram na rocha.

Fonte: Do autor, 2022.

5.5 FUNDAÇÃO ESTACAS RAIZ

O projeto de alteração das estacas foi executado pela empresa FN ENGENHARIA


DE ESTRUTURAS e consistiu-se na substituição de estacas em 2 blocos estruturais. No
primeiro caso foi realizada a substituição de 3 estacas hélice contínuas de 60cm de
diâmetro e comprimento de 11m, referentes ao P27, por 4 estacas raiz de diâmetros 45cm e
comprimento de 13m, sendo 9m enterrados em solo e 4m em rocha. Já no segundo caso
foram mantidas as estacas hélice contínua de 50cm de diâmetro referentes ao P21, mas
essas estacas foram levadas apenas por 9m, até chegar na rocha, e por isso foram
adicionadas mais 2 estacas raiz de 45cm de diâmetro e comprimento de 13m, sendo 9m
enterrados em solo e 4m em rocha, para suprir o encurtamento que foi feito nas estacas
hélice contínua.
Na Figura 26 pode-se observar a alteração que foi feita no projeto de estacas.
56

Figura 26 - Estacas que receberam uma substituição de método executivo.

Fonte: Do autor, 2022.

A execução da estaca raiz foi feita pela empresa BRASECOL, empresa que exerce
serviços de engenharia e fundações. As estacas raiz foram executadas após todas as estacas
hélice, logo foram as estacas raiz que deram fim a parte de estacas e início a etapa dos blocos
57

de coroamento. Na imagem 14 pode-se observar a máquina perfuratriz realizando a furação da


rocha para a execução da estaca raiz.

Imagem 14 - Execução das estacas raiz.

Fonte: Do autor, 2022.

5.6 IMPACTO FINANCEIRO DO ERRO DE SONDAGEM


Durante a execução da fundação, tiveram diversos gastos não previstos por conta da
falha nas informações do relatório de sondagem. Dentre os gastos imprevistos no
orçamento inicial, indicados nas tabelas 1 e 2, os que mais impactaram foram os custos da
execução de estacas raiz e das paredes diafragma, também conhecidas como “lamelas”.

Tabela 1 – Aditivos financeiros causados pelas estacas raiz.

Fonte: Do autor, 2022.


58

Tabela 2 - Aditivos financeiros por conta das paredes diafragma, tirantes e reforço de
lamelas.

Fonte: Do autor, 2022.

Como pode-se observar na tabela de aditivos gerada pela construtora Formula


Engenharia, a diferença de valores gerados pelas mudanças de projeto chegou em
R$342.945,50, tirando o custo de administração e manutenção do canteiro de obras, que foi
59

de mais R$112.334,30, o que totalizou uma despesa de R$455.279,80 para a empresa


contratante, que inicialmente não estava prevendo este gasto.
60

6 CONCLUSÃO

Este trabalho teve como cenário de estudo a obra do Hospital Vista no centro de
Florianópolis, onde o foco principal foi analisar as dificuldades encontradas na execução
da fundação do edifício onde foi analisado a ineficiência de um estudo de solo com poucos
dados e dados incorretos.
Por meio deste estudo foi possível observar os danos que imprevistos no solo
acarretam questões de projetos, cronogramas de obra e financeiramente, podendo levar a
obra a grandes prejuízos, uma vez que quando se planeja uma obra, estipula-se um valor a
ser investido, e o aumento deste valor acaba afetando todos os investidores, podendo gerar
atrito entre os investidores e a construtora.
Além disso, foi possível observar a partir do estudo de caso, que o posicionamento
e poder de decisão do engenheiro de obra foi muito importante na questão da contenção do
terreno, pois ele foi decisivo na mudança do projeto de contenção, optando pela melhor
escolha para o tipo de solo e nível do lençol freático que havia na obra, evitando problemas
futuros.
Também foi analisado uma solução para a impossibilidade de executar estacas
hélice continua, que foram as estacas raiz, que tem em sua execução o uso da perfuratriz,
que faz a furação em rochas, algo que não é possível nas estacas hélice contínua.
Tendo em vista o exposto nesse estudo de caso, recomenda-se que em obras seja
executado um bom estudo de solo, sempre optando por uma quantidade de sondagens que
ultrapasse o mínimo na norma e em locais em que a estrutura a ser construída irá depositar
mais carga, para que não haja imprevistos de solo durante o processo construtivo da obra,
além disso, pôde-se observar a importância de o engenheiro ter experiência e a tomada de
decisão para que possa avaliar os projetos e pedir mudança dos mesmos quando necessário,
evitando problemas maiores na obra.
Além disso, aconselha-se que os projetistas sempre visitem o canteiro de obras para
entender a situação real do terreno, o que não foi feito neste estudo de caso, se tivesse sido
realizadas visitas ao terreno, os projetos de contenção por exemplo não seriam feitos com
paredes de estacas, pois os projetistas viriam que o terreno é muito saturado para tal
modelo de contenção.
61

REFERÊNCIAS

ABGE- Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental. Geologia


de engenharia e ambiental – Métodos e técnicas. 1ª Impressão, 2017. Disponível
em: https://www.abge.org.br/downloads/capitulo-1.pdf. Acesso em abril 2020.

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fundações de edifícios. Brasil. 1983.

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Projeto e execução de fundações. Brasil. 2010.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 1625:


Estacas pré-fabricadas de concreto - Requisitos. Brasil. 2014.

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ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484:


Solo - Sondagem de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio.
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CARDOSO, Decio Lopes; LAZZARI, Clademir Victor; KAMINSKI, Talita


Baseggio. CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE SPT E MEDIDA DE
TORQUE EM SOLOS DA REGIÃO DE FOZ DO IGUAÇU, PR. In: SEFE
VI - SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ESPECIAIS E
GEOTECNIA, 2008, São Paulo. São Paulo: Sefe, 2008. p. 01 - 06.
62

DIAS, Fabrício. Cortina de estacas é o tipo de contenção ideal para sua obra:
Diversas são as soluções possíveis para a contenção de solos em obras de
engenharia. Nós podemos te ajudar a decidir se a cortina de estacas é ou não uma
solução indicada para a sua construção. Campo Grande, MS: Fabricio Gonzalez,
2020. Disponível em: https://fabriciogonzalez.com.br/blog-cortina-de-estacas-
para-contencoes. Acesso em: 20 jun. 2022.

FUNDAÇÕES teoria e prática 3ª edição editores Frederico Falconi Celso N.


Corrêa Celso Orlando Cristina Schimdt William R. Antunes Paulo J.
Albuquerque Waldemar Hachich Sussumu Niyama, 3ª Edição, 2019.

GEOFIX, Estaca hélice continua. Disponível em :


http://www.geofix.com.br/servico-ehc.php
Acesso em: 08 de novembro de 2021.

INCOTEP, Tubos de revestimento para estaca raiz. Disponível em :


https://www.incotep.com.br/produtos/tubos-de-revestimento-para-estaca-raiz/.
Acesso em: 10 de novembro de 2021.

IGOR PINHEIRO. INOVA CIVIL. Tipos de Solos na Engenharia Civil. São


Paulo: INOVA CIVIL, 2020. Disponível em:
https://www.inovacivil.com.br/tipos-de-solos-na-engenharia-civil/. Acesso em: 3
nov. 2021.

LEPSCH, Igo F.. Formação e Conservação dos Solos. 2. ed. Rio de


janeiro: Editora Oficina de Textos, v. 1, 2010.

LIMA, Valmiqui Costa; LIMA, Marcelo Ricardo de. Formação do Solo. 2019.
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http://www.mrlima.agrarias.ufpr.br/SEB/arquivos/formacao_solo.pdf . Acesso
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MAGALHÃES, Paulo Henrique Lourenço. Avaliação dos Métodos de


Capacidade de Carga e Recalque de Estacas Hélice Contínua Via Provas de
Carga. 2005. 243 f. Dissertação de Mestrado.– Departamento de Engenharia
Civil e Ambiental. Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2005.

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ESTACAS DE AÇO. Londrina: GRUPO AE, 2013. Disponível em:
https://www.aegrupo.com.br/single-post/fundacoes-estacas-de-aco. Acesso em: 5
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São Paulo: NELSOSCHNEIDER, 2019. Disponível em:
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Acesso em: 4 nov. 2021.

REBELLO, Yopanan C.p. FUNDAÇÕES: GUIA PRÁTICO DE PROJETO,


EXECUÇÃO E DIMENSIONAMENTO. 3. ed. São Paulo: Zigurate Editora,
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DOS SOLOS. 1 ed. São Paulo: Editora Érica, 2013.

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Estaqueamentos Tipo Hélice Contínua. 2011. 311 f. Tese de Doutorado em
Geotecnia - Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Brasília, 2011.
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em: https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/tipos-de-solo/. Acesso em:
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Contenção Lateral de Solos - Série Estruturas 1ª edição, 2006.
65

ANEXOS
66

ANEXO A – Projeto de Contenção


NOTAS:
- fck ( Resistência característica do concreto ) = 30MPa
- Eci ( Módulo de elasticidade tangente inicial ) 5600 x fck ^ (1/2) =30672MPa
- Ecs ( Módulo de elasticidade secante ) - 0,85 x Eci=26071MPa
- Classe de agressividade ambiental II
- Relação água / cimento em massa <_ 0,60
- Cobrimento 50mm
- Slump 22 +/- 3
- Verificar planta de locação com projeto arquitetônico
- Execução deve ser feito por empresa especializada,
Relação do aço seguindo as seguintes normas:
ELEMENTO AÇO N DIAM QUANT C.UNIT C.TOTAL NBR-6118 Estrutura de concreto
(mm) (cm) (cm)
4xLAMELA TIPO 1 CA50 1 6.3 80 122 19520 NBR-6122 Projeto e Execução de fundações
CA50 2 6.3 160 232 74240
CA50 3 12.5 8 142 2272 NBR-5629 Execução de tirantes ancorados no terreno
CA50 4 12.5 64 828 105984
CA50 5 12.5 32 144 9216
- Todas as especificações de projeto devem ser atendidas, caso contrario
20xLAMELA TIPO 2 CA50 1 6.3 1000 122 122000 o engenheiro calculista deve ser acionado para verificação.
CA50 2 6.3 2000 232 464000
CA50 3 12.5 80 142 11360
CA50 4 12.5 640 1033 661120
CA50 5 12.5 480 144 69120
14xLAMELA TIPO 3 CA50 1 6.3 924 122 112728
CA50 2 6.3 1848 232 428736
CA50 3 12.5 56 142 7952
CA50 4 12.5 392 1200 470400
CA50 5 12.5 448 144 64512
CA50 6 12.5 196 207 40572
CA50 7 12.5 196 227 44492
4xLAMELA TIPO 4 CA50 1 6.3 232 122 28304
CA50 2 6.3 464 232 107648
CA50 3 12.5 16 142 2272
CA50 4 12.5 112 1193 133616
CA50 5 12.5 96 144 13824
4xLAMELA TIPO 5 CA50 1 6.3 188 122 22936
CA50 2 6.3 376 232 87232
CA50 3 12.5 16 142 2272
CA50 4 12.5 128 979 125312
CA50 5 12.5 96 144 13824
108xMURETA GUIA 30cm CA50 1 6.3 1080 228 246240
CA50 2 10.0 24 CORR 259200
108xVIGA DE SOLIDARIZAÇÃO CA50
CA50
1
2
6.3
12.5
756
12
172
CORR
130032
129600 BERMA
Resumo do aço
AÇO DIAM C.TOTAL PESO

CA50
(mm)
6.3
(m)
18436.2
(kg)
4511.4
BERMA
10.0 2592 1598.1
12.5 19077.2 18377.8
PESO TOTAL
(kg)

CA50 24487.3

Volume de concreto = 395.98 m³


Área de forma = 367.2 m²
BERMA

REVISÕES:

CENTRO CATARINENSE DE RETINA E VITREO


C1
CONTENÇÃO

PLANTA DE LOCAÇÃO DA PAREDE DIAFRAGMA

CENTRO CATARINENSE DE Rua Madalena Barbi - Centro


PLANTA DE LOCAÇÃO DA PAREDE DIAFRAGMA RETINA E VITREO LTDA Florianópolis - Santa Catarina

FABRICIO NEIS NOV/2020

RUA MADALENA BARBI JULES PARISOTTO R02

ROGER SCAPINI INDICADA

GUILHERME ANTONIO SCHMITZ


67

ANEXO B – Projeto de Estacas


P10
20x65
P8 P9
P7 20x60 20x60 P12
P5 P6 18x60 P11
25x60 25x60 40x40 P13 P14A
40x45 18x50
45x50 A
A A

A B A B A B A B A B
A B A B
B C B
B ARMADURA
ARMADURA
REFORÇADA
REFORÇADA

P15 P16
16x50 12x50

P18
P17 20x65
25x60 P47
20x60

P19A
A 18x50
A P22
A
20x65

P20 P21
22x65 20x65 ARMADURA A
B REFORÇADA
B B

ARMADURA ARMADURA ARMADURA


REFORÇADA REFORÇADA REFORÇADA

A B A B
B

P26 P29
25x60 25x70
A
P27 P30 P31 P32
24x70 P28 25x65 40x40 P33A
25x65

1.5
20x70 18x50
P24 P25
35x70 30x60 A A
A A B
A

A B A B A B
B
A B

1.5
B C B

C D ARMADURA
B B ARMADURA
REFORÇADA
REFORÇADA
ARMADURA ARMADURA
REFORÇADA REFORÇADA
C
P35
20x60 ARMADURA
REFORÇADA

A
Pilar
Nome Seção Carga Máx. Carga Mín. Fx Máximo Fy Máximo
Positivo Negativo Positivo Negativo
P5 25x60 103.4 4.9 0.8 -1.7 5.8 -5.3
P6 25x60 134.9 71.3 3.1 -3.0 5.9 -5.7
P7 18x60 122.8 24.2 5.9 -3.1 5.1 -4.9

B P8 20x60 107.5 41.8 3.3 -3.1 0.1 -0.3


P9 20x60 148.5 1.5 2.9 -2.0 0.1 -0.1
ARMADURA
P10 20x65 137.3 50.8 1.4 -1.7 3.5 -4.1
REFORÇADA
P11 40x45 157.6 68.2 3.3 -1.2 1.6 -1.9
P12 40x40 135.5 83.3 1.9 -0.6 5.8 -6.0
P13 45x50 97.8 39.8 16.6 -19.4 2.5 0.0
P14A 18x50 15.3 8.7 2.9 -11.4 2.9 -2.4
P15 16x50 72.7 49.2 1.4 -0.8 0.0 -0.2
P16 12x50 17.3 8.2 1.9 -1.4 0.8 -1.0
P17 25x60 76.7 5.7 0.6 -0.8 12.3 -12.2
P18 20x65 151.1 50.4 0.7 -0.4 10.6 -10.6
P19A 18x50 12.4 8.0 0.5 -0.9 2.7 -2.5
P20 22x65 238.5 -17.0 9.3 -8.3 0.3 -0.5
P21 20x65 164.9 14.7 13.6 -12.2 1.2 -1.2
P22 20x65 189.9 71.1 1.7 -1.7 3.2 -2.4
P24 35x70 124.2 49.6 0.6 -0.7 12.0 -12.2
P25 30x60 169.7 102.1 0.9 -1.4 7.9 -8.1
P26 25x60 221.1 64.3 1.0 -0.9 8.6 -8.5
P27 24x70 229.4 0.4 0.5 -0.3 22.7 -21.8
P28 20x70 171.0 9.0 1.9 -1.9 25.7 -25.2
P29 25x70 248.3 30.4 0.5 -0.8 29.6 -29.8
P30 25x65 222.8 141.6 1.3 0.0 5.8 -5.7
P31 25x65 190.7 123.8 2.8 0.0 5.9 -6.0
P32 40x40 138.9 92.3 3.0 -0.6 6.6 -7.8
P33A 18x50 22.5 12.7 0.0 -12.2 3.5 -1.6
P35 20x60 81.1 -15.3 0.2 -0.6 17.0 -16.7
– P47 20x60 15.7 9.8 1.2 -1.1 10.7 -10.5

OBS 1: OS PILARES P46, P48, P49, P50 e P51 FORAM EXCLUÍDOS.

OBS 2: OS PILARES P37, P38, P39, P41, P42, P43, P44 E P45 NASCEM
SOBRE A PAREDE DIAFRAGMA NO PAVIMENTO 1 (TÉRREO)
68

ANEXO C – Projeto de Reforço


NOTAS:

-Todas as especificações de projeto


devem ser atendidas, caso haja
necessidade de alguma alteração,
desde dimensões ou troca de bitolas
o engenheiro calculista deve ser
NOTAS IMPORTANTES acionado para verificação.
ARMAÇÃO DAS ESTACAS RAIZ
1. )- Documentos de Referência:

De
ESPERA PARA DENTRO DO BLOCO
2. )- Os comprimentos das estacas citados em planta(Lu), são estimados
em função do Relatorio de Sondagem e deverão ser ajustados durante

L1
P21 C.A.(Cota de Arraz.)
20x65 a execução das estacas.

20 20 20
E21 3. )- Quantitativos aproximados de Materiais para Estacas:
2xC45
1 3.1 - Argamssa com Fck mínimo de 30MPa; d

Passo 20cm. L= mts. vide quadro de


3.1.1 - Volume Teórico........= 2,8m3

Estribo em espiral de ø 6,3mm.


3.1.2 - Volume c/sobreconsumo........= 3,0 m3 ø

Ferro Longitudinal(Vide quadro ao lado)


Estaca
em
3.1.3 - Agregado Graúdo --- Pedrisco - Consumo Minimo solo

armação das estacas


Comprimento em solo (LS)
de Cimento CP V ARI 600kg/m³ - Slump em torno de 23 +ou- 2
P27
De

20 20
24x70 2 3.1.4 - Fator A/C= 50 À 60 (máximo)
E27

Comprimento Útil (m.)


4xC45 4 )- Simbologia:
1 2
4.1.2 - De = Diâmetro da Estaca

20 20
Lu
4.1.3 - Lu = Comprimento Útil da Estaca.
4.1.4 - Cp = Cota da Ponta da Estaca.

20 20
5. )- O Estaqueamento deve atender duas condições:

3 4 5.1 - A Cota da Ponta (Cp).


ø
5.2 - O Comprimento Útil que é mínimo.(Lu)

Comprimento
na rocha (LR)
Estaca
em

20 20
rocha
6. )- Verificar planta de locação com projeto arquitetônico:

CONVENÇÃO

6un ESTACAS RAIZ COM DIÂMETRO NOMINAL DE 45 cm


PLANTA DE LOCAÇÃO DAS ESTAS
ESC.: 1:50

REVISÕES:

CENTRO CATARINENSE DE RETINA E VITREO


OBS: C13
- øest solo= Diametro acabado da estaca em solo 450mm CONTENÇÃO

- øest rocha= Diametro acabado da estaca em rocha 355mm PLANTA DE LOCAÇÃO DA PAREDE DIAFRAGMA
- Comprimento da estaca em solo de 5m à 9m CENTRO CATARINENSE DE Rua Madalena Barbi - Centro
- Comprimento da estaca em rocha 4m RETINA E VITREO LTDA Florianópolis - Santa Catarina

- Capacidade de carga da estaca raiz por tf/m; FABRICIO NEIS JUN/2021

- Alteração de rocha = 22tf/m JULES PARISOTTO

- Rocha com recuperação superior a 60% = 45tf/m ROGER SCAPINI INDICADA

GUILHERME ANTONIO SCHMITZ

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