Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUL
Ijuí
2016
CARLA PATRICIA SCHULTZ COPPETI
Ijuí
2016
CARLA PATRICIA SCHULTZ COPPETI
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
À minha FAMÍLIA, pela compreensão dos momentos que não pude estar presente.
Ao meu AMOR Jarbas, pela paciência durante esses anos do curso de engenharia, pelo
carinho, pelos conselhos e acima de tudo pelo companheirismo.
Ao meu MESTRE E ORIENTADOR Prof. Carlos Wayhs, que desde o início norteou,
indicou este caminho, aconselhou, para que o trabalho de conclusão de curso pudesse ser uma
extensão do trabalho que exerço, sendo um aprendizado e melhoria para crescimento de
minha empresa.
À empresa MINERAG que viabilizou os estudos nos locais das sondagens, cedendo
equipamentos, material necessário e disponibilizando funcionários. Pelos dados fornecidos e
explanações sobre as freqüentes dúvidas. Pela colaboração na obtenção de resultados e por
exporem as suas experiências e concepções sobre o tema.
(Mahatma Gandhi)
RESUMO
COPPETI, C.P.S. Analysis SPT -T surveys in residual basaltic soils in the city of Ijuí -
RS.2016. Final Paper. Civil Engineering Course, Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.
Engineering companies use the SPT results for foundations calculation, so, it is of
essential importance improve the investigations methods and projects development in this
area. To this end, the insertion of SPT torque tool, that is, the SPT-T (Standard Penetration
Test with Torque Measurement) may improve the calculations and project analysis. This
thesis aims to study the SPT-T survey method (standard penetration test and torsional) in
residual soils of basalt city of Ijuí, located in the northwest of the RS, and its importance for
obtaining Nspt for calculation foundations. Through probe assays at three local in the city of
Ijui, were obtained Nspt field values, Tmax, and Tres. In addition, there were geotechnical
characterization of the samples collected from three locations, in order to characterize the type
of soil found, and add more extensive knowledge and optimized from soils. The data obtained
from probe assays was used comparatively in semi-empirical methods for the load capacity
design of bored piles using Nspt and T. From this, it was concluded that the SPT-T probe
assay overdo the load for the piles. The T/Nspt relation requires more regional data to be
used in foundation design. The SPT-T requires standardization.
Figura 5: Ilustração de um amostrador padrão ―Raymond‖, NBR 6484 (ABNT, 2001) ......... 31
Figura 21 – Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Costa do Sol ... 55
Figura 28 - Variação da composição dos tipos de partículas dos solos residuais de basalto ... 60
Figura 30 – Nspt médio, mínimo e máximo dos solos residuais de basalto estudados ............ 63
Figura 32 – Variação do Índice de Torque (TR) nas diferentes camadas de solo residual de
basalto ....................................................................................................................................... 69
LISTA DE TABELAS
Tabela 10 – Capacidade de carga Estaca Loteamento Costa do Sol pelo SPT ........................ 64
Tabela 14 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Costa do Sol pelo SPT –T .................... 66
qs : atrito lateral
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 18
4 RESULTADOS .................................................................................................................. 52
7.1 Conclusões...................................................................................................................... 71
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 74
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa fundamenta-se na área de engenharia de fundações, mais
especificamente, visa estudar o método de sondagem SPT-T (ensaio de penetração padrão
com torção) em solos residuais de basalto da cidade de Ijuí, localizada no noroeste do Rio
Grande do Sul e sua importância para obtenção do Nspt para cálculo de fundações.
1.1 Contexto
O reconhecimento do solo pode ser realizado por ensaios de laboratório através das
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 6502-1995, NBR
7180/2016, NBR 6459/2016, (granulometria, plasticidade, compacidade - areia, consistência -
finos, cor, origem) e in situ, ensaios de sondagens, de acordo com a norma NBR 6484-2001
(Sondagem de Simples Reconhecimento com SPT- Método de Ensaio e SPT-T).
(ABNT,2001)
A sondagem SPT é a ferramenta mais utilizada no mundo e também no Brasil, por ser
a mais rápida e econômica, para investigação da resistência a penetração dos solos (Nspt),
aplicado também na identificação da consistência de solos coesivos, e mesmo de rochas
brandas, importante para cálculo em fundações (SCHNAID; ODEBRECHT, 2012).
1.2 Problema
Segundo Alonso (apud MASCARENHA, 2003, p.11) ―o ensaio SPT-T não está
sujeito as falhas cometidos no ensaio SPT, tais como: peso e rigidez das hastes, atritos
múltiplos, massa cadente, altura de queda, entre outros.‖
A introdução dos dados de torque nas sondagens SPT, realizadas nos solos
residuais de basalto na região noroeste (em particular no município de Ijuí/RS),
Questões secundárias:
Objetivos específicos
1.3.3 Delimitação
Este trabalho de conclusão de curso está estruturado em cinco capítulos: Introdução,
Revisão Bibliográfica, Metodologia da Pesquisa, Apresentação e Análise dos Resultados e
Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo a norma NBR 6502/1995, ―solos residuais são solos formados in situ pela
decomposição da rocha matriz, quando sujeita à ação de intemperismos físicos ou químicos.
Pode ocorrer em vários estágios de evolução‖ (ABNT,1955, p.17). Este trabalho foi
desenvolvido somente em solos residuais originados da decomposição de basaltos.
uma gradual transição do solo até a rocha e um conseqüente crescimento da resistência com a
profundidade. Ainda o mesmo autor comenta, que os perfis geotécnicos destes solos
apresentam-se de forma simples e regular, com transições subparalelas ou condicionadas pelo
grau de deformação e alteração do substrato rochoso.
solos mais maturados e espessos predominando nestes as frações finas argilosas e siltosas.
(EMBRAPA, 1999)
2.2 Fundações
Segundo Caputo (1977) chama-se fundação a parte de uma estrutura que transmite ao
terreno subjacente à carga da obra. A fundação é, portanto, o elemento de ligação entre o
terreno-estrutura.
Topografia da área:
- dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam atingir o terreno);
- levantamento topográfico (planialtimétrico);
- dados sobre erosões (ou evoluções preocupantes na geomorfologia).
Baseado em Schnaid e Odebrecht (2012, p.17), a análise dos resultados com vistas a
um projeto geotécnico pode ser realizada por duas abordagens:
As fundações superficiais podem ser divididas em: sapatas, blocos, radiers, sapatas
associadas e sapatas corrida.
A NBR 6122/2010 cita que para qualquer edificação deverá ser feita uma campanha
de investigação geotécnica preliminar, constituída no mínimo por sondagens a percussão
(com SPT), visando à determinação estratigráfica e classificação dos solos, a posição do nível
d‘água e a medida do índice de resistência à penetração Nspt, de acordo com NBR 6484/2001.
(ABNT, 2010)
As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200m² de área da projeção
em planta do edifício, até 1200m². Entre 1200m² e 2400m² deve-se fazer uma
sondagem para cada 400m² que excederem de 1200m². Acima de 2400m² o número
de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em
quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:
que a ―cabeça de bater, deve ser constituída por tarugo de aço de (83 ± 5) mm de
diâmetro, (90 ± 5) mm de altura e massa nominal entre 3,5 kg e 4,5 kg.‖(ABNT, 2001,
p.2)
De acordo com Conciani et al.(2013), a sondagem deverá ser iniciada em uma área
livre de obstáculos, com a abertura de um sulco ao seu redor para desviar a água de
enxurradas. O mesmo autor salienta que junto à sondagem deve-se cravar um piquete com a
identificação da desta, que servirá também como referência de profundidade.
Colocado barrilete no fundo, deve ser assinalados com giz, na porção da haste, que
permanecer para fora do revestimento, três trechos de 15cm cada um, referidos ao ponto fixo
do terreno (cota 0). Inicia-se a cravação do barrilete da queda do martelo, sendo que a cada
queda corresponde a um golpe, sendo que serão feitos tantos golpes até a cravação dos 45cm,
atendendo a limitação do número de golpes, conforme a norma NBR 6484/2001 estabelece,
onde então são anotados os números de golpes a penetração (cm) para cravação do primeiro,
segundo e terceiro terço, sendo o valor do N o nº de golpes dos 30cm finais do barrilete.
(ABNT, 2001). Os atuais relatórios de sondagem inserem a soma do 1º com 2º terço e a soma
do 2º com 3º terço.
―Assim como qualquer outro ensaio de campo ou de laboratório, o SPT está sujeito à
influência de diversos fatores‖. (CARVALHO, 2012, p.39).
Diâmetro do furo;
Belincanta (apud Silva, 2008), relata que segundo as pesquisas, o valor de eficiência
dos equipamentos de SPT brasileiro seria de 72%, desde então este valor (ou exatos 70%) tem
sido utilizados pelo meio técnico e acadêmico como valor de referência.
(2.1)
Esse ensaio consiste conforme PEIXOTO (2001) na execução do ensaio SPT (NBR
6484/2001) e, logo após terminada a cravação do amostrador, é aplicada uma rotação ao
conjunto haste-amostrador com o auxílio de um torquímetro. A introdução desse ensaio na
rotina dos serviços de sondagem, assim como o estabelecimento das regras básicas para sua
interpretação é obra de Décourt e Quaresma (1991, 1994).
Para este ensaio são necessários todos os equipamentos utilizados no ensaio SPT, com
adição de um importante acessório para medida de torque, através do equipamento chamado
de torquímetro (SILVA, 2001)
Torque residual (Tres) = momento de torção residual que permanece constante após o
rompimento do atrilo lateral entre o solo e o amostrador. Essa medida é obtida durante a
rotação ininterrupta do torquímetro, quando o torque permanecer constante. Neste trabalho,
obteve-se a leitura quando completada a segunda volta do ensaio.(PEIXOTO,2001)
Segundo Peixoto (2001) o ensaio SPT-T, não está sujeito aos erros cometidos no
ensaio SPT, tais como: massa cadente, altura de queda, atritos múltiplos, peso e rigidez das
hastes, entre outros, restando apenas os erros relativos ao estado da parede lateral do
amostrador, à velocidade de aplicação do torque e os erros de leitura, sistemáticos e
acidentais, comuns a todas as medidas de grandeza.
Com o ensaio SPT-T obtém-se mais uma medida de resistência, o torque, que é
medido em kgf.m. Com resultados dos ensaios SPT-T pode-se obter também o índice de
torque (TR), que é definido conforme e equação 2.2.
(2.2)
TR= Índice do torque é relação entre o valor do torque medido em kgf.m⋅e o valor da
resistência à penetração N do SPT utilizado em diversas correlações. (BORGES, 2004).
T= torque (Kgf.m)
Guimarães (2002) esclarece que a medida do torque no ensaio SPT-T, faz deslumbrar
a possibilidades de obter valores de fs mais próximos da adesão, na ruptura de estacas que as
correlações hoje existentes baseadas no SPT.
Segundo Decóurt (apud Mascarenha ,2003,p.12) uma das formas para interpretação do
SPT-T tem por base o conceito de Neq, sendo este definido como sendo o valor do torque
dividido por 1,2. A idéia seria utilizar, preferencialmente, os valores de torque, admitindo que
os mesmos seriam menos suscetíveis de sofrerem influência da ―estrutura‖ dos solos, do que
os valores de Nspt.
(2.3)
Onde :
Carga admissível de uma estaca é a força aplicada sobre esta, provocando apenas
recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes e oferecendo, simultaneamente,
segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento estrutural de
fundação (MASCARENHA, 2003, p.14)
PR = PL + PP (2.4)
(2.5)
Em que:
qp = qc / F1 (2.6)
qL = fs / F2 (2.7)
Onde:
qp= resistências unitária de ponta
qL= resistências unitária lateral
qc= capacidade de carga da ponta da estaca
fs= atrito lateral
Os Aoki e Velloso (1975) propuseram valores para F1 e F2 para diferentes tipos de
estacas (Tabela 3) e também o equacionamento para obter qc e fs a partir do ensaio SPT,
equações 2.8 e 2.9:
qc = k x NSPT (2.8 )
fs = α x k x NSPT (2.9)
O calculo da capacidade de carga da estaca Qu, pode ser obtida então pelas equações
2.10 e 2.11:
(2.10)
(2.11)
Onde:
Tabela 3 – Valores de F1 e F2
Estacas F1 F2
Franki 2,50 5,00
Pré-moldada circular 1,75 3,00
Pré-moldada quadrada 1,75 3,00
Metálica 1,75 3,50
Escavada com lama 3,00 6,00
Escavada sem lama 3,00 6,00
Strauss 4,20 3,90
Raiz 2,20 2,40
Hélice contínua 3,00 3,80
Fonte : Aoki-Velloso (1975)
Posteriormente Décourt (citado por Soares apud Guimarães , 2002, p.21) introduziu os
α e β e o conceito de Neq, sendo este parâmetro, obtido pela razão entre o torque medido e um
valor numérico constante, que para a bacia sedimentar terciária da cidade de São Paulo é de
1,2. Este valor varia de um local para outro, portanto deve ser regionalizado.
(2.12)
Onde:
Qu= carga de ruptura das estacas (KN), conforme Decourt e Quaresma (1996)
α = coeficiente que depende do tipo de estaca e do tipo de solo (Tabela 4);
qp = capacidade de carga da ponta da estaca,
Ap = área da ponta da estaca;
β = coeficiente que depende do tipo de estaca e do tipo de solo (Tabela 5);
qs = atrito lateral;
As = área lateral da estaca
Tabela 4 - Valores do coeficiente α em função do tipo de solo e estaca
(2.13)
Onde:
Np = valor médio dos índices (Nspt) de resistência à penetração, medidos na ponta da estaca e
imediatamente acima e abaixo dela.
(2.14)
Onde:
Segundo Mascarenha (2003,p.12), constata-se que a relação T/Nspt não parece ser um
parâmetro eficiente na associação com a origem dos solos tropicais, mesmo porque as
propriedades e comportamento desses solos variam com a profundidade e de região para
região, em função do grau de intemperismo sofrido.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa pode ser classificada APLICADA, por sua natureza Quanto aos
objetivos, este estudo pode ser classificado como EXPLORATÓRIO e EXPLICATIVO. A
forma dos procedimentos utilizados será BIBLIOGRÁFICA a partir de material já publicado.
É também EXPERIMENTAL, pois utiliza ensaios de campo e laboratório. Quanto à forma de
abordagem, pode ser classificada como QUANTITATIVA, pois os números resultantes serão
verificados e analisados a partir de ensaios a campo e de laboratório.
3.2 Delineamento
• Compreensão do tema
Revisão Bibliográfica • Orientações do professor
• Fundamentação teórica
• Relatórios de sondagens
Compilação dos dados • Relatórios dos ensaios de laboratório
• Memória de Cálculo
Os dois torquímetros utilizados para os ensaios de SPT-T são da marca GEDORE, que
medem o atrito lateral e residual, com leituras de 40 N.m (4Kgf.m) a 200 N.m (20Kgf.m)
referência R-150, de menor porte, e de 200 N.m (20Kgf.m) a 800 N.m (80Kgf.m) referência
R-600, de maior porte.
Foram colhidas amostras do amostrador para descrição táctil visual nos relatórios de
sondagens, e do trado helicoidal para os ensaios de laboratório (60 kg), ambas entre as
camadas de 1 a 2 m de profundidade.
Nesta seção estão descritos os ensaios laboratoriais, indicando as normas que os regem
e que foram utilizadas para a classificação de amostras para esta pesquisa. Todos os ensaios
foram realizados no laboratório de solos do Laboratório de Engenharia Civil (LEC) da
UNIJUÍ Campus Ijuí. A coleta das amostras de solos a campo foi padronizada entre as cotas
de 1 a 2 m abaixo da superfície, utilizando–se para isso do trado helicoidal e de caracterização
geológica prévia da camada de sondagem.
Nas amostras de solo das sondagens foi realizado o procedimento combinado podendo
observar-se na figura 13 a realização de ensaio de sedimentação.
4 RESULTADOS
30 70
40 60
50 50
60 40
70 30
80 20
90 10
100 0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro
Fonte: dos
Autoria Grãos (mm)
própria
CURVA DE COMPACTAÇÃO
001
001
Massa Espeífica Aparente Seca (g/cm³)
001
001
001
001
001
001
026 028 030 032 034 036 038 040
Umidade (%)
Curva Granulométrica
argila areia areia areia
silte pedregulho
fina média grossa
Peneiras Número 200 100 60 10 4
0 100
10 90
20 80
Porcentagem Passando
Porcentagem Retida
30 70
40 60
50 50
60 40
70 30
80 20
90 10
100 0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro
Fonte: Autoriados Grãos (mm)
própria
Figura 27 – Limites de Atterberg versus teor de umidade dos solos residuais de basalto
80
Porcentagens
60
40
20
0
Costa do sol Amorim Campus
Figura 28 - Variação da composição dos tipos de partículas dos solos residuais de basalto
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
Costa do sol Amorim Campus
Nesta parte apresentam-se os relatórios das sondagens SPT e SPT-T realizadas nos três
locais já descritos no item 4.1 e conforme a metodologia preconizada na revisão bibliográfica
nos itens 2.3.1.1.1 , 2.3.1.1.2 e 2.3.1.1.3.
serão usados no cálculo da resistência lateral e residual a partir dos métodos semiempíricos
revisados nos itens 2.4.1.3 e 2.4.1.2.
N spt 17 8 10 15 9 10 8 29 55
Fs (Kpa) 67,3 64,2 59,2 53,9 59,2 64,6 53,9 134,6 199,25
N spt 16 19 14 20 50
TMax(Kgf.m) 14 16 10 20 30
Tres(Kgf.m) 10 10 10 16 20
Na tabela 9 apresenta os valores das sondagens SPT e SPT-T do solo Amorim, com
dados de Nspt, T e índice de Torque (TR) e atrito lateral (fs).
N spt 8 14 14 11 9 8 65
TMax(Kgf.m) 9 10 16 14 10 6 30
Tres(Kgf.m) 8 10 12 12 10 4 24
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
0
1
2 Costa sol
3
Prof. (m)
Amorim
4
Campus
5
6
7
8
9
Figura 30 – Nspt médio, mínimo e máximo dos solos residuais de basalto estudados
Nspt
- 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
0
1
2 SPT mínimo
3 SPT médio
Prof.(m)
4 SPT máximo
5
6
7
8
9
suscetíveis à abertura do furo durante a rotação do amostrador. No perfil dos solos estudados
não foram verificados valores maiores que 1,27. Segundo Guimarães (2002) valores de índice
de torque (TR) entre 1,0 e 1,2 indicam solos estáveis, com índice de compactação (IC)
menores que 2% e valores menores que 1 de TR, indicam solos colapsíveis.
Para utilização dos métodos será calculado nos três diferentes locais hipoteticamente o
projeto de uma estaca escavada de carga de 300 kN.
A partir dos valores dos Nspt obtidos nas sondagens realizadas nos solos residuais de
basalto em diferentes solos de Ijuí, foram realizados cálculos da capacidade de carga de uma
estaca hipotética, utilizando tabelas do software Microsoft Excel 2007 com o método de Aoki
e Velloso (1975) apresentado nos resultados das tabelas 10, 11 e 12 respectivamente para os
solos estudados.
0,0 Solo argiloso 17 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 244,78 2,0 122,39 39,17 2 19,58 19,58 141,97
1,0 Solo argiloso 8 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 115,19 2,0 57,60 18,43 2 9,22 28,80 86,39
2,0 Solo argiloso 10 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 144,0 2,0 71,99 23,04 2 11,52 40,32 112,31
3,0 Solo arenoso 15 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 216,0 2,0 107,99 34,56 2 17,28 57,60 165,59
4,0 Neossolo litolico arenoso 9 0,196 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 194,4 2,0 97,19 23,33 2 11,66 69,26 166,45
5,0 Solo arenoso 10 0,196 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 216,0 2,0 107,99 25,92 2 12,96 82,22 190,21
6,0 Neossolo litolico arenoso 8 0,196 1,57 1,00 230 0,034 3,00 6,00 120,43 2,0 60,21 16,38 2 8,19 90,41 150,62
7,0 Neossolo litolico 29 0,196 1,57 1,00 230 0,034 3,00 6,00 436,55 2,0 218,28 59,37 2 29,69 120,09 338,37
Fonte Autoria própria
F1 F2
Nova NBR 2010 FS=2
Diametro estaca (cm) 70 Carga 300KN ESTACA ESCAVADA 3 6
80
Qb (kN) FS (ponta) Qb/FS (kN) Ql FS Ql/Fs
Prof. (m) Tipo de solo NSPT Ab Per ΔL K α F1 F2
(kN) (fuste) (kN)
∑ Ql/fs Qadm(kN)
0,0 Soo argiloso 16 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 451,55 2,0 225,78 36,86 2 18,43 18,43 244,21
1,0 Solo argiloso 19 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 536,22 2,0 268,11 43,77 2 21,89 40,32 308,43
2,0 Solo siltico arenoso 14 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 395,1 2,0 197,55 32,25 2 16,13 56,44 254,00
3,0 Neossolo litólico 20 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 564,4 2,0 282,22 46,08 2 23,04 79,48 361,70
Fonte Autoria própria
F1 F2
Nova NBR 2010 FS=2
Diametro estaca (cm) 90 Carga 300KN ESTACA ESCAVADA 3 6
100
Qb (kN) FS (ponta) Qb/FS (kN) Ql FS Ql/Fs
Prof. (m) Tipo de solo NSPT Ab Per ΔL K α F1 F2
(kN) (fuste) (kN)
∑ Ql/fs Qadm(kN)
0,0 Solo argiloso 8 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 373,22 2,0 186,61 18,43 2 9,22 9,22 195,83
1,0 Solo argiloso 14 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 653,14 2,0 326,57 32,25 2 16,13 25,34 351,91
2,0 Solo argiloso 14 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 653,1 2,0 326,57 32,25 2 16,13 41,47 368,04
3,0 Solo siltoso 11 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 513,2 2,0 256,59 25,34 2 12,67 54,14 310,73
4,0 Solo Siltoso 9 0,636 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 629,8 2,0 314,91 23,33 2 11,66 65,80 380,71
5,0 Neossolo litólico 8 0,636 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 559,8 2,0 279,92 20,73 2 10,37 76,17 356,09
Fonte Autoria própria
Observa-se no método de Aoki e Velloso (1975) que para uma carga de 300 KN, nos
diferentes solos, houve a necessidade de diâmetros diferentes de estaca, respectivamente 50,
70 e 90 cm.
A parcela de ponta tem grande influência no cálculo da capacidade carga das estacas,
pois representam em todos os dimensionamentos, os maiores valores. Guimarães (2002,p.156)
cita que ―comparando os dados das parcelas de resistência lateral e total com a carga de
ruptura que os resultados obtidos por este método são subdimensionados‖, ou seja,
apresentam as mesmas características do método Décourt e Quaresma (1978), no entanto a
parcela lateral é muito menor (corresponde a 26,12% da carga de ruptura) e o coeficiente de
variação é maior, 26,60%. A parcela de ponta corresponde a 73,94% da carga de ruptura.
Na Tabela 13 observa-se que a resistência lateral em todos os solos foi a que obteve
maior coeficiente de variação, em relação à parcela de ponta e os valores menores,
corroborando as teorias de Decourt (1978) e Guimarães (2002) e que seus valores variam até
30% da carga de ruptura.
Utilizando os valores dos T (torque) e Neq obtidos nas sondagens SPT-T realizadas
nos solos residuais de basalto da cidade de Ijuí, foram realizados cálculos da capacidade de
carga de uma estaca hipotética, utilizando tabelas do software Microsoft Excel 2007
utilizando o método de Decóurt, que são apresentados nas tabelas 14, 15 e 16 para os solos
estudados.
0,0 Solo argiloso 10,4 0,85 120 20 0,322 2400,00 656,8794 0,8 12,89 2,67 5 137,7209 397,3001 262,59
1,0 Solo argiloso 10 0,85 120 20 0,322 2400,00 656,8794 0,8 12,78 2,67 5 136,4846 396,682 261,71
2,0 Solo argiloso 9 0,85 120 20 0,322 2400,00 656,8794 0,8 12,55 2,67 5 134,0121 395,4457 259,94
3,0 Solo argiloso 8 0,6 250 20 0,322 5000,00 965,9991 0,65 12,31 2,67 5 106,8759 536,4375 317,84
4,0 Solo arenoso 9 0,6 250 20 0,322 5000,00 965,9991 0,65 12,55 2,67 5 108,8848 537,442 319,27
5,0 Solo arenoso 10 0,6 250 20 0,322 5000,00 965,9991 0,65 12,78 2,67 5 110,8938 538,4464 320,71
Fonte: Autoria própria
0,0 Solo argiloso 11,7 0,85 120 16,67 0,40472 2000,00 688,0163 0,8 12,78 2,83 3 86,70788 387,3621 233,94
1,0 Solo argiloso 13 0,85 120 16,67 0,40472 2000,00 688,0163 0,8 12,78 2,83 3 86,70788 387,3621 233,94
2,0 Siltico arenoso 8 0,6 250 16,67 0,40472 4166,67 1011,789 0,65 12,78 2,83 3 70,45016 541,1194 303,27
3,0 Siltico arenoso 7 0,6 250 16,67 0,40472 4166,67 1011,789 0,65 12,78 2,83 3 70,45016 541,1194 303,27
Fonte: Autoria própria
0,0 Solo argiloso 7,5 0,85 120 12 0,617 1440,00 755,0247 0,8 12,73 3,14 4 127,9907 441,5077 280,18
1,0 Solo argiloso 8 0,85 120 12 0,617 1440,00 755,0247 0,8 12,73 3,14 4 127,9907 441,5077 280,18
2,0 Siltico-argiloso 13 0,85 120 12 0,617 1440,00 755,0247 0,8 12,73 3,14 4 127,9907 441,5077 280,18
3,0 Siltico arenoso 12 0,6 250 12 0,617 3000,00 1110,33 0,65 12,73 3,14 4 103,9924 607,1615 351,86
4,0 Siltico arenoso 8 0,6 250 12 0,617 3000,00 1110,33 0,65 12,73 3,14 4 103,9924 607,1615 351,86
Fonte: Autoria própria
Observa-se neste método também que para uma carga de 300 kN, nos diferentes solos,
houve necessidade crescente de um maior diâmetro da estaca, em relação ao T. A utilização
do SPT-T superdimensionou a capacidade de carga da estaca, em função da parcela de ponta
(Rp) receber um valor muito superior ao valor da parcela lateral (Rl).
ínfima ligação com o atrito lateral, mas necessita de ajuste no coeficiente T/Nspt
regionalizado, para utilização no calculo da parcela de ponta, pois divide-se o torque por uma
relação, neste trabalho utilizada 1,2.
Verifica-se que a correlação obtida para o perfil de solos estudado (solo residual de
basalto) é diferente da relação proposta por Décourt e Quaresma Filho (1991) citado por
Peixoto (2001) e Guimarães (2002), portanto as correlações entre o Nspt e o Torque para os
solos estudados, são distintas quando comparada com as obtidas em outras regiões. O
coeficiente de correlação é baixo (R² =0,3965) existindo certa dispersão dos dados induzindo
a erro, indicando que estas correlações não devem ser utilizadas. Maior número de sondagens
em solos residuais de basalto deve ser realizado, para que essa correlação possa ser
melhorada.
70
60
CS T
50 y = 5,2024x - 7,2857
R² = 0,3965 CS N
40
Nspt
AMORIM T
30
AMORIM N
20
CAMPUS T
10
CAMPUS N
-
- 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
T(Kgf.m)
Fonte:Autoria própria
Figura 32 – Variação do Índice de Torque (TR) nas diferentes camadas de solo residual de basalto
TR
- 0,50 1,00 1,50 2,00
0
2
0,45-2,45m
3
3,45-4,45m
Prof. (m)
4 5,45-6,45m
5 7,45-7,70m
Fonte:Autoria própria
Peixoto (2001) depois de analisar milhares de pares de dados (Nspt;T), concluiu que a
relação T/Nspt, não indicam a probabilidade de uma classificação textural ou geológica dos
solos, no entanto, verificou que há·indício da possibilidade de se ter ciência do
comportamento do solo através da mesma. O que pode se verificar na Figura 32 é que o TR
apresenta tendência bem definida de variação com a profundidade, ou seja, valores crescentes
na 1° camada, queda na segunda e uma certa estabilidade na terceira. Verifica-se que a mesma
não apresenta tendência de crescimento com a profundidade, como foi determinado por
Décourt e Quaresma Filho (1994), citados por Conciani et al. (2000), para os solos residuais
de São Paulo.
7 CONCLUSÕES E SUGESTOES
Neste capítulo, apresentam-se as principais conclusões obtidas neste trabalho de
conclusão de curso e algumas sugestões para trabalhos futuros que não puderam ser
contemplados nesta pesquisa.
7.1 Conclusões
Os valores médios do Nspt ficaram entre 10 e 14. Esses valores são aferidos a argilas
de consistência alta. Houve bastante variação do Nspt, o que mostra presença de camadas de
silte e areia, que interferem na resistência do solo.
A relação T/Nspt não obteve um coeficiente razoável entre si, entretanto segundo
Mascarenha (2003) as correlações dependem da própria estrutura dos solos, uma vez que o
torque reflete o estado de tensões e este depende da mesma. Recomenda-se aumentar o
número de sondagens SPT-T em solos residuais de basalto para buscar a regionalização desta
correlação.
Apresenta-se, neste item sugestões e melhorias para futuras pesquisas, que não
puderam ser contempladas neste trabalho de conclusão de curso:
b) Verificar possíveis erros de estimativa que possam ter ocorrido na execução das
metodologias de cálculo e análise dos ensaios;
8 REFERÊNCIAS
______ Solo - Índice de suporte Califórnia - Método de ensaio. NBR 9895. Rio de
Janeiro,1987, 14 p.
______. Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de Ensaio. NBR
6484. Rio de Janeiro, 2001, 17 p.
______. Projeto e execução de fundações – Procedimento. NBR 6122. Rio de Janeiro, 2010,
91 p.
ALONSO, U.R. Correlações entre o atrito lateral medido com o torque e o SPT – Solos e
Rochas, ABMS/ABGE, 17(3): 191-194. 1994.
ALONSO, U.R. Estimativa da Adesão em Estacas a partir do Atrito Lateral Medido com o
Torque no Ensaio SPT-T. Solos e Rochas. 1996a. Vol. 18 (1), p.191- 194,.
BAR, Bruna Vogt. Estudo da capacidade de carga e recalque dos solos residuais do
noroeste do Rio Grande do Sul. 2015,107p. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –
UNIJUÍ, Ijuí, 2015.
BERNARDI, Cândida. Estudo de misturas de solo argiloso laterítico com agregados finos
para uso em pavimentos econômicos. 2013,68 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –
UNIJUÍ, Ijuí, 2013..
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro:
INL,1977. 1 V.
CARVALHO, Izaac Solino de. Proposta para certificação das empresas de sondagens à
percussão – Tipo SPT.2012, 94 p. Dissertação (Mestrado em Geotecnia) Universidade
Federal de Rio grande do Sul - UFRGS, Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil:
Geotecnia - Porto Alegre, 2012.
EMBRAPA.Centro nacional de Pesquisa dos Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema brasileiro de
classificação de solos. Brasilia: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa
Solos, 1999.XXVI,412p.:il.
HACHICH, W., FALCONI, F.F., SAES, J.L., FROTA, R.G.Q., CARVALHO, C.S &
NIYAMA, S. 2º edição. Pini , 1996. São Paulo, SP. p.265–36
PEIXOTO, Anna Silvia Pacheco. Estudo do ensaio SPT-T e sua aplicação na prática de
engenharia de fundações. 2001.468p. Dissertação (Doutorado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Agrícola - Campinas, SP: [s.n.], 2001.
REIS, G. et. al. Formação Serra Geral (Cretáceo da Bacia do Paraná): um análogo para os
reservatórios ígneo-básicos da margem continental brasileira. Pesquisas em Geociências, 41
(2): 155-168, maio/ago. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, RS, Brasil, 2014.
ROCHA, Mirella Talitha. Sondagem do tipo SPT – Considerações para execução de estacas
tipo hélice contínua. Disponível em
http://www.cobramseg2014.com.br/anais/2014/arquivos/2014.101.pdf. Acesso em 20 maio
2016.
SILVA, Daniel Fermino da. Mapeamento geoestatístico dos parâmetros Nspt e torque
máximo de solos em parte da Bacia do Ribeirão Cambezinho em Londrina/PR.
2008,212p. Tese (Mestrado) Universidade Estadual de Londrina, PR, 2008.