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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS- DECEEng

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CARLA PATRICIA SCHULTZ COPPETI

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS

Ijuí

2016
CARLA PATRICIA SCHULTZ COPPETI

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS

Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil


apresentado na Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me. Carlos Alberto Simões Pires Wayhs

Ijuí

2016
CARLA PATRICIA SCHULTZ COPPETI

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE


BASALTO NA CIDADE DE IJUÍ-RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora.

Ijuí, 19 de julho de 2016

Prof. Mestre Carlos Alberto Simões Pires Wayhs

Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientador

Prof. Mestre Lia Geovana Sala

Mestre em Arquitetura (UFSC)

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. José Antônio S. Echeverria

Mestre em Engenharia Civil (UFRGS)


DEDICATÓRIA

Ao meu marido, Jarbas e aos meus filhos Vinícius, Eduardo e Amanda.

Com amor e carinho, por tudo.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente este Trabalho de Conclusão de Curso só foi possível porque tive o


apoio de várias pessoas e da Universidade que merecem aqui serem lembradas.

À minha FAMÍLIA, pela compreensão dos momentos que não pude estar presente.

Ao meu AMOR Jarbas, pela paciência durante esses anos do curso de engenharia, pelo
carinho, pelos conselhos e acima de tudo pelo companheirismo.

Ao meu MESTRE E ORIENTADOR Prof. Carlos Wayhs, que desde o início norteou,
indicou este caminho, aconselhou, para que o trabalho de conclusão de curso pudesse ser uma
extensão do trabalho que exerço, sendo um aprendizado e melhoria para crescimento de
minha empresa.

Aos meus PROFESSORES de curso Engenharia Civil, que compartilharam


conhecimentos, saberes e experiências da profissão futura.

À empresa MINERAG que viabilizou os estudos nos locais das sondagens, cedendo
equipamentos, material necessário e disponibilizando funcionários. Pelos dados fornecidos e
explanações sobre as freqüentes dúvidas. Pela colaboração na obtenção de resultados e por
exporem as suas experiências e concepções sobre o tema.

A todos os COLEGAS do curso, em especial aos que colaboraram na pesquisa,


principalmente ao Grupo de Fundações, a Luciana, Gabriel, Gabriel Leal e Felipe Kirschner.
No laboratório de solos o apoio de Marcos, Lucas e Luis Donatto. Sem todos vocês , nada
disso seria possível. Vocês foram essenciais ao meu trabalho, agradeço de coração.

E finalmente, AGRADEÇO A DEUS, pela fé e força para enfrentar todos os desafios


durante estes sete últimos anos, que alteraram tanto a minha vida. Agradeço por todas as
batalhas vencidas até aqui, pelas vitórias e pelas pessoas que tive o prazer de conhecer na
Engenharia da vida. Gratidão por tudo.
Mantenha

Mantenha seus pensamentos positivos, porque


seus pensamentos tornam-se suas palavras.
Mantenha suas palavras positivas, porque
suas palavras tornam-se suas atitudes.
Mantenha suas atitudes positivas, porque suas
atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha
seus hábitos positivos, porque seus hábitos
tornam-se seus valores. Mantenha seus
valores positivos, porque seus valores tornam-
se seu destino.

(Mahatma Gandhi)
RESUMO

COPPETI, C.P.S. Análise de sondagens SPT-T em solos residuais de basalto na cidade de


Ijuí-RS. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

As empresas de engenharia utilizam os resultados do ensaio do SPT para


dimensionamento de fundações, sendo de essencial importância aperfeiçoar os métodos de
investigação e elaboração de projetos nesta área. Para tal, a inserção da ferramenta de torque
ao SPT, ou seja, o SPT-T (Standard Penetration Test witch Torque Measurement) poderá
melhorar os cálculos e interpretações de projetos. Este trabalho de conclusão de curso objetiva
estudar o método de sondagem SPT-T (ensaio de penetração padrão e de torção) em solos
residuais de basalto da cidade de Ijuí, localizada no noroeste do RS, e sua importância para
obtenção do Nspt para cálculo de fundações. Através das sondagens em três locais na cidade
de Ijui, obtiveram-se valores de campo de Nspt, de Tmax, e de Tres. Complementarmente,
realizaram-se ensaios de caracterização geotécnica das amostras coletadas dos três locais,
tendo em vista caracterizar o tipo de solo encontrado, bem como agregar conhecimento mais
amplo e aperfeiçoado dos solos estudados. Os dados obtidos nas sondagens foram utilizados
comparativamente em métodos semi-empíricos para dimensionamento da capacidade de carga
de estacas escavadas, utilizando Nspt e T. A partir disso, concluiu-se que utilizando o T das
sondagens SPT-T superdimensiona a carga das estacas. A relação T/Nspt necessita de maior
número de banco dados regionais para ser utilizada em dimensionamento de fundações. O
SPT-T necessita de normatização.

Palavras-chave: SPT-T. Fundações. Ensaios de Campo. Geotecnia.


ABSTRACT

COPPETI, C.P.S. Analysis SPT -T surveys in residual basaltic soils in the city of Ijuí -
RS.2016. Final Paper. Civil Engineering Course, Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

Engineering companies use the SPT results for foundations calculation, so, it is of
essential importance improve the investigations methods and projects development in this
area. To this end, the insertion of SPT torque tool, that is, the SPT-T (Standard Penetration
Test with Torque Measurement) may improve the calculations and project analysis. This
thesis aims to study the SPT-T survey method (standard penetration test and torsional) in
residual soils of basalt city of Ijuí, located in the northwest of the RS, and its importance for
obtaining Nspt for calculation foundations. Through probe assays at three local in the city of
Ijui, were obtained Nspt field values, Tmax, and Tres. In addition, there were geotechnical
characterization of the samples collected from three locations, in order to characterize the type
of soil found, and add more extensive knowledge and optimized from soils. The data obtained
from probe assays was used comparatively in semi-empirical methods for the load capacity
design of bored piles using Nspt and T. From this, it was concluded that the SPT-T probe
assay overdo the load for the piles. The T/Nspt relation requires more regional data to be
used in foundation design. The SPT-T requires standardization.

Keywords: SPT-T. Foundations. Essay field. Geotechnical


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Escalas granulométricas .......................................................................................... 23

Figura 2 – Fundação superficial ............................................................................................... 27

Figura 3 – Fundação profunda .................................................................................................. 28

Figura 4: Equipamento de sondagem SPT ............................................................................... 30

Figura 5: Ilustração de um amostrador padrão ―Raymond‖, NBR 6484 (ABNT, 2001) ......... 31

Figura 6: Estados de compacidade e consistência do solo ....................................................... 33

Figura 7: Instalação do torquímetro ......................................................................................... 39

Figura 8: Fundação profunda conforme NBR 6122/2010 ........................................................ 40

Figura 9 – Delineamento da Pesquisa ...................................................................................... 46

Figura 10 – Equipamentos de sondagem utilizados no ensaio ................................................. 47

Figura 11 - Torquímetros utilizados nos ensaios de SPT-T ..................................................... 48

Figura 12 – Colaborador realizando o teste do SPT-T ............................................................. 49

Figura 13 - Ensaio de granulometria por sedimentação ........................................................... 50

Figura 20 – Ensaio do limite de liquidez e plasticidade ........................................................... 51

Figura 15 - Ensaio de compactação .......................................................................................... 51

Figura 22 – Corpos de prova imersos na água.......................................................................... 52

Figura 17 – Localização do município de Ijuí (RS) ................................................................. 53

Figura 18 – Local da sondagem SPT-T: Costa do Sol ............................................................. 53

Figura 19 –Localização da sondagem SPT-T: Amorim ........................................................... 54

Figura 20 – Localização sondagem SPT-T : Campus Ijuí ........................................................ 55

Figura 21 – Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Costa do Sol ... 55

Figura 22 – Curva de Compactação Solo Costa do Sol - Energia normal ............................... 56

Figura 23 - Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Amorim........... 57

Figura 24 – Curva de Compactação Solo Amorim- Energia normal ....................................... 57

Figura 25 – Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Campus .......... 58

Figura 26 – Curva de Compactação Solo Campus – Energia normal ...................................... 59


Figura 27 – Limites de Atterberg versus teor de umidade dos solos residuais de basalto ....... 59

Figura 28 - Variação da composição dos tipos de partículas dos solos residuais de basalto ... 60

Figura 29 – Variação do Nspt dos solos residuais de basalto ................................................... 63

Figura 30 – Nspt médio, mínimo e máximo dos solos residuais de basalto estudados ............ 63

Figura 31 - Correlação entre o torque e o Índice de resistência a penetração (Nspt) ............... 68

Figura 32 – Variação do Índice de Torque (TR) nas diferentes camadas de solo residual de
basalto ....................................................................................................................................... 69
LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Controle da capacidade de carga dos torquímetros ................................................. 39

Tabela 2 – Valores de K e α ..................................................................................................... 42

Tabela 3 – Valores de F1 e F2 .................................................................................................. 42

Tabela 4 - Valores do coeficiente α em função do tipo de solo e estaca .................................. 43

Tabela 5 - Valores do coeficiente β em função do tipo de solo e estaca .................................. 44

Tabela 6 - Fator característico do solo :K................................................................................. 44

Tabela 7 – Resultados do SPT e SPT-T Loteamento Costa do Sol .......................................... 61

Tabela 8 – Valores das Sondagens SPT e SPT-T do Loteamento Amorim ............................. 61

Tabela 9 – Valores das Sondagens SPT e SPT-T do Campus Ijui ........................................... 62

Tabela 10 – Capacidade de carga Estaca Loteamento Costa do Sol pelo SPT ........................ 64

Tabela 11 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Amorim pelo SPT ................................ 65

Tabela 12 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Campus pelo SPT ................................ 65

Tabela 13 – Capacidade de carga pelo método Aoki -Velloso ............................................... 66

Tabela 14 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Costa do Sol pelo SPT –T .................... 66

Tabela 15 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Amorim pelo SPT-T ............................ 66

Tabela 16 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Campus pelo SPT-T ............................. 67

Tabela 17 - Capacidade de carga pelo método de Decóurt e Quaresma (1996) ....................... 67


LISTA DE SIGLAS

AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASTM American Society for Testing and Materials

CBR Índice Califórnia

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

CPUT Cone Penetration Testing

DMT Dilatômetro de Marchetti

GEDORE Ferramentas Gedore do Brasil SA

ISC Índice Suporte Califórnia

ISSMFE International Society for Soil Mechanics and Geotechnical Engineering

LEC Laboratório de Engenharia Civil – Unijuí

MINERAG Comércio de Produtos de Mineração e Tratamento de Água Ltda

MIT Instituto de Tecnologia de Massachusetts

MPM Pressiômetro de Menard

SPT Standart Penetration Test

SPT-T Standart Penetration Test witch Torsion

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

USBS United States Bureau of Standards

VANE Vane Test


LISTA DE SIMBOLOS

T: valor de torção no ensaio SPT-T

Nspt: valor normatizado do ensaio SPT pela norma NBR 6484/2001

,60: valor do ensaio SPT, considerando a transmissão de 60% da energia de cravação


(número de golpes)

TR: Índice do torque

,72: valor do ensaio SPT, considerando a transmissão de 72% da energia de cravação


(número de golpes)

Tmáx: torque máximo

Tres: torque residual ou de ponta

PR: capacidade de carga

PL: resistência lateral

PP: resistência de ponta

fs: tensão atrito lateral

qp: resistência unitária de ponta

qL : resistência unitária lateral

qc: capacidade de carga da ponta da estaca

F1 e F2: coeficiente de acordo com tipo de estaca

K e α: fator característico do solo

Ap : área da ponta da estaca

U=Per: Perímetro do Fuste da estaca

ΔL: Profundidade de cada camada do SPT

Qu: carga de ruptura das estacas


, eq: medida do torque dividido por 1,2 (Kgf.m)

α : coeficiente que depende do tipo de estaca e do tipo de solo

β : coeficiente que depende do tipo de estaca e do tipo de solo

As: área lateral da estaca

Np :valor médio dos índices de resistência à penetração, medidos na ponta da estaca e


imediatamente acima e abaixo dela

qs : atrito lateral

IC: índice de compactação


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 18

1.1 Contexto ......................................................................................................................... 18

1.2 Problema ........................................................................................................................ 19

1.2.1 Questões de Pesquisa ......................................................................................................................... 19

1.2.2 Objetivos de Pesquisa ........................................................................................................................ 20

1.3.3 Delimitação ........................................................................................................................................... 20

2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 22

2.1. Classificação geológica e geotécnica do solo ............................................................... 22

2.2 Fundações ...................................................................................................................... 25

2.2.1 Fundação Superficial ......................................................................................................................... 26

2.2.2 Fundação Profunda ............................................................................................................................. 27

2.3 Investigação geotécnica................................................................................................. 28

2.3.1 Ensaios de Campo............................................................................................................................... 29

2.3.1.1 Standard Penetration Test (SPT) .............................................................................. 29

2.3.1.1.1 Equipamentos Utilizados ......................................................................................... 30

2.3.1.1.2. Execução da Sondagem SPT .................................................................................... 32

2.3.1.1.3 Ensaio de Lavagem por Tempo................................................................................ 33

2.3.1.1.4 Fatores que Influenciam no SPT .............................................................................. 34

2.3.1.1.5 Conceito de Energia no SPT .................................................................................... 35

2.3.1.1.6 Correção Nspt do SPT ............................................................................................. 36

2.3.1.2 Standard Penetration Test witch Torsion (SPT-T) ................................................. 36

2.4 Capacidade de Carga de Estacas Através de Métodos Semi-Empíricos.................. 39

2.4.1 Metodologias de Cálculos usando ensaios SPT e SPT-T ....................................................... 40

2.4.1.1 Ranzini (2000) ........................................................................................................... 40

2.4.1.2 Método Aoki - Velloso (1975) ................................................................................... 41


2.4.1.3 Décourt e Quaresma (1996) ...................................................................................... 43

2.5 Análises Gerais da Relação T/Nspt.............................................................................. 45

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 46

3.1 Estratégia de Pesquisa .................................................................................................. 46

3.2 Delineamento ................................................................................................................. 46

3.3 Ensaios SPT E SPT-T ................................................................................................... 46

3.3.1 Equipamentos Necessários ............................................................................................................... 47

3.3.2 Execução ensaios SPT e SPT-T...................................................................................................... 48

3.4 Ensaios Laboratoriais ................................................................................................... 49

3.4.3 Consistência do solo – Limites de Atterberg............................................................................. 50

3.4.4 Compactação do solo ......................................................................................................................... 50

3.4.5 Índice de Suporte Califórnia (ISC) ................................................................................................ 52

4 RESULTADOS .................................................................................................................. 52

4.1 Localização dos Solos .................................................................................................... 52

4.1.1 Solo do Loteamento Residencial Costa do Sol .......................................................................... 53

4.1.2 Solo do Loteamento Residencial Amorim ................................................................................. 54

4.1.3 Solo do Campus Ijuí da UNIJUÍ .................................................................................................... 54

4.2 Caracterização Geotécnica dos Solos .......................................................................... 55

4.2.1 Solo Costa do Sol............................................................................................................................... 55

4.2.2 Solo Amorim ....................................................................................................................................... 56

4.2.3 Solo Campus Ijuí ................................................................................................................................. 58

4.3 Sondagens SPT e SPT-T ............................................................................................... 60

4.3.1 Solo Costa do Sol ................................................................................................................................ 60

4.3.2 Solo Amorim ........................................................................................................................................ 61

4.3.2 Solo Campus Ijuí ................................................................................................................................. 62


5 CAPACIDADE DE CARGAS DE ESTACAS ESCAVADAS ....................................... 64

5.1 Método Aoki-Velloso (1975) utilizando o ensaio SPT ................................................ 64

5.2 Décourt e Quaresma (1996) utilizando o ensaio SPT-T............................................. 66

6 CORRELAÇÃO T/ NSPT PARA SOLOS RESIDUAIS ............................................... 68

7 CONCLUSÕES E SUGESTOES ..................................................................................... 71

7.1 Conclusões...................................................................................................................... 71

7.1.1 Quanto aos ensaios de caracterização geotécnica ..................................................................... 71

7.1.2 Quanto aos ensaios de sondagem SPT e SPT-T ........................................................................ 71

7.1.3 Quanto às capacidades de cargas utilizando os métodos semi-empíricos (SPT e SPT-T)


.................................................................................................................................................................. 72

7.2 Sugestões para Trabalhos Futuros .............................................................................. 72

8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 74

ANEXO A – SONDAGEM SPT-T LOTEAMENTO COSTA DO SOL ........................... 79

ANEXO B- SONDAGEM SPT-T LOTEAMENTO AMORIM ......................................... 80

ANEXO C- SONDAGEM SPT-T CAMPUS IJUÍ .............................................................. 81


18

1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa fundamenta-se na área de engenharia de fundações, mais
especificamente, visa estudar o método de sondagem SPT-T (ensaio de penetração padrão
com torção) em solos residuais de basalto da cidade de Ijuí, localizada no noroeste do Rio
Grande do Sul e sua importância para obtenção do Nspt para cálculo de fundações.

Nesta pesquisa busca-se numericamente e experimentalmente através de ensaios de


campo, comparar as semelhanças e diferenças envolvidas nos resultados dos ensaios de SPT
(ensaio de penetração padrão) e STP-T em solos residuais de basalto e, com a introdução
deste ferramental (torque) aperfeiçoar as interpretações dos cálculos de fundações,
melhorando a qualidade dos projetos nesta área da engenharia civil.

1.1 Contexto

―O ambiente físico, descrito, a partir das condições do subsolo, constitui-se em pré-


requisito para projetos geotécnicos seguros e econômicos‖. (SCHNAID; ODEBRECHT,
2012, p.13).

Os projetos geotécnicos e de fundação necessitam então, do reconhecimento do solo


para a determinação da metodologia de cálculo a ser utilizada, dos coeficientes de segurança e
da tensão admissível. (CAPUTO,1977)

O reconhecimento do solo pode ser realizado por ensaios de laboratório através das
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 6502-1995, NBR
7180/2016, NBR 6459/2016, (granulometria, plasticidade, compacidade - areia, consistência -
finos, cor, origem) e in situ, ensaios de sondagens, de acordo com a norma NBR 6484-2001
(Sondagem de Simples Reconhecimento com SPT- Método de Ensaio e SPT-T).
(ABNT,2001)

A sondagem SPT é a ferramenta mais utilizada no mundo e também no Brasil, por ser
a mais rápida e econômica, para investigação da resistência a penetração dos solos (Nspt),
aplicado também na identificação da consistência de solos coesivos, e mesmo de rochas
brandas, importante para cálculo em fundações (SCHNAID; ODEBRECHT, 2012).

Já através de ensaios de investigação, no caso as sondagens SPT-T que consiste em


um dispositivo adicional ao método SPT, que possui vantagem de, com baixo custo

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
19

operacional, proporcionar alternativa para refinamento e aprimoramento dos dados adicionais


obtidos do SPT como: atrito lateral e atrito residual.(PEIXOTO, 2001)

Há uma necessidade de se aperfeiçoar os métodos semi-empíricos de estudos


investigativos de fundação e é unânime corroborar os estudos e debates na normatização da
SPT-T a partir da NBR 6484/2001 do SPT.(PEIXOTO, 2001) Erros operacionais e
inadequação de ferramentas estão entre as causas da obtenção de resultados desvirtuados e
inconfiáveis. Com isso justifica-se através do reconhecimento e domínio desta ferramenta,
proporcionar e popularizar a adoção da técnica nas empresas e projetistas de
fundações.(GUIMARÃES, 2002)

As empresas de engenharia valem-se dos resultados do ensaio do SPT para cálculo de


fundações, sendo de essencial importância aperfeiçoar os métodos de investigação e
elaboração de projetos nesta área. Para tal, a inserção da ferramenta de torque ao SPT, ou seja,
o SPT-T, poderá resultar em melhoria na qualidade dos ensaios e dos projetos.

1.2 Problema

O SPT é, reconhecidamente, a mais popular, rotineira e econômica ferramenta de


investigação geotécnica em praticamente todo o mundo. (SCHNAID;ODEBRECHT, 2012)

Segundo Alonso (apud MASCARENHA, 2003, p.11) ―o ensaio SPT-T não está
sujeito as falhas cometidos no ensaio SPT, tais como: peso e rigidez das hastes, atritos
múltiplos, massa cadente, altura de queda, entre outros.‖

Contudo estudos e dados de ensaios e das relações T/Nspt em solos residuais de


basalto do noroeste do Rio Grande do Sul, são insuficientes. As correlações existentes
atualmente, de SPT-T são de solos da Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo (HACHIC
et.al., 1998). Solos residuais de basalto apresentam características distintas dos solos residuais
sedimentares e mesmo dos solos sedimentares transportados.

1.2.1 Questões de Pesquisa


A partir do problema apresentado foi formulada a questão principal da pesquisa:

 A introdução dos dados de torque nas sondagens SPT, realizadas nos solos
residuais de basalto na região noroeste (em particular no município de Ijuí/RS),

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
20

em comparação a simples sondagem SPT, com resultados adicionais de atrito


lateral e residual, trará benefícios para o dimensionamento da capacidade de
carga em projetos de fundação?

Questões secundárias:

 Quais os modelos de cálculos apropriados para utilização do T, em relação ao


Nspt para solos residuais de basalto?

 Para cálculo de estacas o Torque máximo e Torque residual poderão ser


utilizados, em relação aos cálculos utilizando o Nspt, com resultados
confiáveis?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa


 Objetivo Geral

Analisar comparativamente resultados das sondagens SPT e SPT-T realizadas em três


pontos distintos na cidade de Ijuí, com solos residuais de basalto.

 Objetivos específicos

 Estudar a relação T/Nspt para obtenção da correlação e faixa do Índice do


Torque para solos residuais de basalto;

 Obter valores do atrito lateral através do SPT-T em solos residuais para


utilização em estacas;

 Avaliar as vantagens e desvantagens dos métodos, eficácia e aplicabilidade em


solos residuais de basalto

1.3.3 Delimitação
Este trabalho de conclusão de curso está estruturado em cinco capítulos: Introdução,
Revisão Bibliográfica, Metodologia da Pesquisa, Apresentação e Análise dos Resultados e
Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros.

Na Introdução foram abordados os aspectos básicos referentes ao tema abordado, bem


como sua importância e justificativa para o desenvolvimento da pesquisa.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
21

O capítulo 2, Revisão Bibliográfica, aborda os diversos assuntos envolvidos nas


sondagens SPT e SPT-T. Os assuntos revisados são: classificação geológica e geotécnica do
solo, tipos de fundações, investigação geotécnica, ensaios de campo resistência lateral e
resistência residual, análises gerais da relação T/Nspt, utilização do SPT e SPT-T para
engenharia de fundações.

O terceiro capítulo Materiais e Métodos, são descritos a estratégia e delineamento de


pesquisa, os ensaios de campo e laboratoriais, sua maneira de execução e as normas que
regem os mesmos.

O quarto capitulo, contêm a localização das áreas ensaiadas, a caracterização


geotécnica dos solos e análise e apresentação de resultados dos ensaios SPT e SPT-T.

No quinto, capacidade de carga, apresentam-se os métodos de estimativa de


capacidade de carga de estacas escavadas.

Finalmente o sexto, Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros, onde se


apresentam as conclusões obtidas pelo desenvolvimento deste trabalho e deixam-se algumas
sugestões para a continuação deste estudo.

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
22

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo, aborda-se a conceituação de assuntos importantes para o


desenvolvimento do estudo das sondagens SPT e SPT-T e sua relação com projeto de
fundações.

Os tópicos abordados serão: classificação geológica e geotécnica do solo; fundações;


investigação geotécnica; ensaios de campo focando especificamente SPT-T; capacidade de
carga de estacas escavadas; análises gerais da relação T/Nspt a partir da utilização do SPT e
SPT-T para engenharia de fundações.

2.1 Classificação geológica e geotécnica do solo

Segundo Pastore e Fontes (1998), o procedimento de classificação, ou seja, a


determinação da categoria de comportamento a qual o solo pertence para fins de engenharia, é
precedida pela caracterização.

A seqüência lógica do procedimento seria: descrição-caracterização e classificação. A


descrição do solo é realizada pela textura, cor, plasticidade conhecida, como análise tátil-
visual. (PASTORE; FONTES, 1998)

A distribuição granulométrica do solo (variação do tamanho dos seus grãos) influi no


seu comportamento mecânico e é uma informação importante na sua descrição. Na textura os
solos são classificados conforme sua granulometria e são várias as escalas granulométricas
utilizadas (Figura 1) para classificação textural (Pastore e Fontes, 1998) como: MIT, USBS e
ABNT NBR 6502, também a ASTM e AASHTO.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
23

Figura 1 – Escalas granulométricas

Fonte: UNISINOS (2013)

Adotaremos para este trabalho e ensaios a escala da Associação Brasileira de Normas


e Técnicas (ABNT), para fins de engenharia geotécnica de fundações e obras de terra a NBR
6502/1995 que padronizou a escala a granulométrica, conforme destacado na Figura nº 1.

As classificações genéticas são as mais utilizadas em Geologia de Engenharia,


principalmente a geológica e a pedológica. Segundo Pastore e Fontes (1998) a classificação
geológica corresponde à gênese do solo, com base na análise tátil-visual e das relações
estratigráficas. O processo geológico formador do solo, de acordo com os mesmos autores
consiste basicamente por desagregação e decomposição in situ da rocha subjacente, dando
origem aos solos denominados residuais e se houver erosão, transporte, e deposição dos
materiais existente na superfície, formam-se então os chamados solos transportados.

Segundo a norma NBR 6502/1995, ―solos residuais são solos formados in situ pela
decomposição da rocha matriz, quando sujeita à ação de intemperismos físicos ou químicos.
Pode ocorrer em vários estágios de evolução‖ (ABNT,1955, p.17). Este trabalho foi
desenvolvido somente em solos residuais originados da decomposição de basaltos.

Conforme Caputo (1977) solos residuais possuem características macroestruturais que


resguardam as condições originais da fábrica da rocha matriz ainda preservada. Observa-se

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uma gradual transição do solo até a rocha e um conseqüente crescimento da resistência com a
profundidade. Ainda o mesmo autor comenta, que os perfis geotécnicos destes solos
apresentam-se de forma simples e regular, com transições subparalelas ou condicionadas pelo
grau de deformação e alteração do substrato rochoso.

Os solos do município de Ijuí são homogêneos, podendo ser residuais ou


transportados, sendo os transportados em menor proporção conformando colúvios em meia
encostas inferiores ou aluviões nas margens dos rios e ainda interdigitados no contato em base
de colinas dissecadas por arroios e rios sempre em cotas inferiores.(DIEMER et al. apud
LISTO, 2015)

Como predominam amplamente os solos residuais os trabalhos de sondagens foram


realizados sobre estes. São solos resultantes da decomposição de substrato rochoso vulcânico
oriundo de uma grande manifestação magmática pertencente à Formação Serra Geral com
idade entre 133 Ma (RENNE et al., 1992 apud REIS et al, 2014) que ocupa o centro sul do
Brasil e se estende além das fronteiras nacionais nos territórios do Paraguai, Argentina e
Uruguai. Os espessos derrames da Formação Serra Geral estão divididos em duas grandes
seqüências: básica e ácida. A Região Noroeste do Estado pertence à Seqüência Básica que é a
mais pungente e compreende derrames de basaltos, andesitos, basaltos com vidro vulcânico,
diques e soleiras intrusivas de diabásios, arenitos intertrapeados, brechas vulcânicas e
vulcano-sedimentares sempre gerados a partir de um magma de filiação toleítica do manto
superior.(REIS et al., 2014)

Os variados estudos e prospecções realizadas na cidade de Ijuí atestam para o


predomínio da litologia dos basaltos que são rochas básicas de cor cinza predominante,
textura amigdalóide ou afíricas e ainda faneríticas finas com mineralogia a base de
plagioclásios e piroxênios com ilmenita ou magnetita como acessório em reduzida matriz
vítrea. Resulta do intemperismo do basalto camadas normalmente espessas de solos
avermelhados a roxos, férteis com elevado teor de bases permutáveis principalmente cálcio e
magnésio (SCHWABE, 1987).

Os perfis dos solos de Ijuí são pedologicamente classificados como latossolos e a


espessura do solo residual normalmente apresenta correlação com a condição topográfica e
níveis de dissecação, sendo mais adelgaçado em regiões mais declivosas e próximo às
drenagens dissecadoras. Ao contrário os platôs e as zonas mais elevadas e planas possuem

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
25

solos mais maturados e espessos predominando nestes as frações finas argilosas e siltosas.
(EMBRAPA, 1999)

Os solos residuais de Ijuí apresentam caracteristicamente uma variação vertical


estratigráfica normalmente granodecrescente ascendente com a base ―grossa‖ em contato com
a rocha basáltica denominada de Horizonte C formada por neossolos litólicos ou saprolítos
com fragmentos de rocha intemperizada, pedregulhos e predomínio da matriz arenosa
ocorrendo eventualmente silte. O horizonte intermediário, denominado de B apresenta em
geral cor marrom à avermelhada com predomínio da fração argilosa e maior plasticidade. O
horizonte A denominado de antrópico apresenta em geral coloração mais escura e o
predomínio de frações finas argilosas e siltosas estando normalmente compactado devido às
atividades antrópicas de superfície nele desenvolvidas.(EMBRAPA, 1999)

2.2 Fundações

Segundo Caputo (1977) chama-se fundação a parte de uma estrutura que transmite ao
terreno subjacente à carga da obra. A fundação é, portanto, o elemento de ligação entre o
terreno-estrutura.

Velloso e Lopes (2011) citam os elementos necessários para o desenvolvimento de um


projeto de fundação:

 Topografia da área:
- dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam atingir o terreno);
- levantamento topográfico (planialtimétrico);
- dados sobre erosões (ou evoluções preocupantes na geomorfologia).

 Dados sobre construções vizinhas:


- número de pavimentos, carga média por pavimento;
- existência do subsolo;
- tipo de estrutura e fundações;
- desempenho das fundações;
– possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra.

 Dados geológicos / geotécnicos:

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- investigação do subsolo (às vezes em duas etapas: preliminar e complementar);

- outros dados geológicos e geotécnicos (mapas, fotos aéreas e levantamentos


aerofotogramétricos, artigos sobre experiências anteriores na área, publicações da
CPRM, etc.).

 Dados da estrutura a construir:

- tipo e uso que terá a nova obra;

- sistema estrutural (hiperestaticidade, flexibilidade, etc.);

- sistema construtivo (convencional ou pré-moldado);

- cargas (ações nas fundações).

Baseado em Schnaid e Odebrecht (2012, p.17), a análise dos resultados com vistas a
um projeto geotécnico pode ser realizada por duas abordagens:

a) Método direto: de natureza empírica ou semi-empírica; é estatístico, e as


medidas dos ensaios estão correlacionadas diretamente ao desempenho de obras
geotécnicas. O SPT constitui-se no mais conhecido exemplo brasileiro.

b) Método indireto: os resultados dos ensaios são aplicados à previsão de


propriedades constitutivas de solos, possibilitando a adoção de conceitos e
formulações clássicas de Mecânica dos Solos como abordagem de projeto.

As fundações podem ser superficiais (―diretas ou rasas‖) ou profundas. A distinção


entre esses dois grupos é feita segundo Velloso e Lopes (2011) pelo critério arbitrário de que
fundação profunda é aquela cujo mecanismo de ruptura de base não surja na superfície do
terreno.

2.2.1 Fundação Superficial


Baseado na Norma NBR 6122/2010, ―as fundações superficiais são elementos
estruturais de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob
a base da mesma, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à esta é
inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação‖. (ABNT, 2010, p.2)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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Figura 2 – Fundação superficial

Fonte: Velloso e Lopes (2004)

As fundações superficiais podem ser divididas em: sapatas, blocos, radiers, sapatas
associadas e sapatas corrida.

A NBR 6122/2010, esclarece:

 ―Sapata é o elemento estrutural de fundação superficial, de concreto armado,


dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas
pelo emprego da armadura especialmente disposta para este fim‖.. (ABNT, 2010,
p.2)

 ―Bloco é o elemento estrutural de fundação superficial do concreto,


dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas
pelo concreto, sem necessidade de armadura‖. (ABNT, 2010, p.2)

 ―Radier é o elemento estrutural de fundação superficial que abrange parte ou


todos os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos‖. (ABNT, 2010, p.2

 ―Sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam


situados em um mesmo alinhamento‖. (ABNT, 2010, p.2)

 ‗Sapata corrida como a sapata sujeita à ação de uma carga distribuída


linearmente‖. (ABNT, 2010, p.2)

2.2.2 Fundação Profunda


De acordo com a NBR 6122 (2010 p.2) fundação profunda é o elemento de fundação
que transmite ao terreno pela sua base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral
(resistência do fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar
assente ou em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no
mínimo 3,0m. Incluem –se neste tipo de fundação as estacas e os tubulões. (ABNT, 2010)

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Figura 3 – Fundação profunda

Fonte: Velloso e Lopes (2004)

Segundo a mesma norma NBR 6122/2010:

 Estaca: elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou


ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja, descida de pessoas. Os
materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado ou pela a
combinação dos anteriores.(ABNT, 2010, p.2)

 Tubulão: elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos na


sua etapa final, há descida de pessoas, necessário a execução do alargamento de base
ou pelo menos a limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação
as cargas são transmitidas preponderantemente pela ponta.(ABNT, 2010, p.2)

2.3 Investigação geotécnica

A NBR 6122/2010 cita que para qualquer edificação deverá ser feita uma campanha
de investigação geotécnica preliminar, constituída no mínimo por sondagens a percussão
(com SPT), visando à determinação estratigráfica e classificação dos solos, a posição do nível
d‘água e a medida do índice de resistência à penetração Nspt, de acordo com NBR 6484/2001.
(ABNT, 2010)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
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A NBR 6122/2010 menciona que os projetos e execuções de fundações em solos,


rochas ou misturas de ambos, devem ser precedidos de investigação geotécnica que
compreendem ensaios de campo e ensaios de laboratório.

2.3.1 Ensaios de Campo

2.3.1.1 Standard Penetration Test (SPT)


No Brasil, o ensaio SPT é regido pela Norma NBR 6484/2001. Segundo Lobo (2005)
em 1988 foi publicado o Procedimento Internacional de referência para o SPT (IRTP -
International Reference Test Precedure), elaborado pela ISSMFE (International Society for
Soil Mechanics and Geotechnical Engineering), estabelecendo recomendações a serem
tomadas em normas e códigos nacionais para padronização dos procedimentos e
equipamentos, permitindo à normatização de resultados entre diferentes países.
De acordo com a norma NBR 8036/1983, o número de sondagens de um terreno, deve
ser:

As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200m² de área da projeção
em planta do edifício, até 1200m². Entre 1200m² e 2400m² deve-se fazer uma
sondagem para cada 400m² que excederem de 1200m². Acima de 2400m² o número
de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em
quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:

a) Dois para área da projeção em planta do edifício até 200m²;

b) Três para área entre 200m² e 400m².(ABNT, 1983, p.1)

O SPT é reconhecidamente, a mais popular, rotineira e econômica ferramenta de


investigação geotécnica em pratica no mundo. Serve como indicativo de solos granulares, na
consistência de solos coesivos e mesmo de rochas brandas (SCHNAID; ODEBRECHT,
2012). Ainda segundo o mesmo autor, o ensaio SPT constitui-se em uma medida de
resistência dinâmica conjugada a uma sondagem de simples reconhecimento.

A perfuração é realizada por tradagem e circulação de água (trépano de lavagem com


ferramenta de escavação). Amostras representativas do solo são obtidas a cada metro de
profundidade, por meio de amostrador-padrão, de diâmetro externo de 50mm. (SCHNAID;
ODEBRECH, 2012). Segundo o mesmo autor o procedimento de ensaio consiste na cravação

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do amostrador no fundo de uma escavação (revestida ou não) usando um peso de 65 kg,


caindo de uma altura de 75cm (Figura 4). O valor NSPT é o número de golpes necessário para
fazer o amostrador penetrar 30cm após uma cravação inicial de 15cm.

Figura 4: Equipamento de sondagem SPT

Fonte: Schnaid e Odebrech (2012).

2.3.1.1.1 Equipamentos Utilizados

Conforme a NBR 6484/2001 para realização das sondagens SPT compõe a


aparelhagem-padrão os seguintes equipamentos: torre com roldana, tubos de revestimento,
composição de perfuração ou cravação, trado-concha ou cavadeira, trado helicoidal, trépano
de lavagem, amostrador-padrão, cabeça de bater, martelo padronizado para a cravação do
amostrador, baldinho para esgotar o furo, medidor de nível-d‘água, metro de balcão,
recipientes para amostras, bomba d‘água centrífuga motorizada, caixa d‘água ou tambor com
divisória interna para decantação e ferramentas gerais necessárias à operação da aparelhagem.
(ABNT, 2001)

Os principais equipamentos utilizados em qualquer das situações serão descritos a


seguir:

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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a) Amostrador: Segundo NBR 6484/2001 é utilizado na execução da sondagem e possui


partes distintas: cabeça, corpo e sapata (Figura 5). A cabeça do amostrador possui uma
válvula de esfera e um orifício de drenagem que permite a saída da água dentro das
hastes e a retenção de solo dentro do amostrador. O corpo do amostrador é formado
por um tubo bipartido que permite a inspeção tátil e visual das amostras, que deve ser
periodicamente inspecionado e substituído se houver desgaste ou empenamento. A
amostra de solo deve ser coletada e acondicionada para ser enviada ao laboratório para
classificação de granulometria, cor, presença de matéria orgânica e origem.
(SCHNAID; ODEBRECH, 2012, p.23).

Figura 5: Ilustração de um amostrador padrão ―Raymond‖, NBR 6484 (ABNT, 2001)

Fonte: Schnaid e Odebrecht (2012).

b) Hastes: as hastes são tubos mecânicos providos de roscas nas extremidades,


permitindo a ligação entre elas, por meio de conexões (luvas ou nipes). De acordo com
a NBR 6484/2001 as hastes devem possuir 3,23Kg/m. As hastes devem ser lineares e,
ao apresentar desgastes nas roscas ou empenamento, ser substituídas (SCHNAID;
ODEBRECH, 2012, p.24).
c) Martelo: segundo a NBR 6484/2001, o martelo para cravação dos tubos de
revestimento e da composição das hastes com amostrador, deve ser uma massa de
ferro de forma prismática ou cilíndrica, tendo encaixado na parte inferior, um coxim,
perfazendo um total de 65kg. O martelo pode ser maciço ou vazado (Figura 4)
(ABNT, 2001, p.3). Existem atualmente para controle de queda do martelo, sistemas
manuais, mecânicos e automáticos de gatilho, sendo que os automáticos possuem
maior controle e repetição do procedimento.
d) Cabeça de bater: é um elemento cilíndrico de aço maciço, que tem por finalidade
transferir a energia do golpe do martelo para a haste. A norma NBR 6484/2001 cita

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que a ―cabeça de bater, deve ser constituída por tarugo de aço de (83 ± 5) mm de
diâmetro, (90 ± 5) mm de altura e massa nominal entre 3,5 kg e 4,5 kg.‖(ABNT, 2001,
p.2)

O avanço no sistema de perfuração, ou seja, nas camadas de solo é realizado com


trado helicoidal, que pode ser manual ou mecanizado. Utiliza-se também o trépano de
lavagem, alimentado por bomba d‘água centrífuga motorizada quando se estiver trabalhando
em zona saturada ou ainda quando no limite do avanço pelo método do trado helicoidal.

2.3.1.1.2. Execução da Sondagem SPT

De acordo com Conciani et al.(2013), a sondagem deverá ser iniciada em uma área
livre de obstáculos, com a abertura de um sulco ao seu redor para desviar a água de
enxurradas. O mesmo autor salienta que junto à sondagem deve-se cravar um piquete com a
identificação da desta, que servirá também como referência de profundidade.

A sondagem se inicia com a utilização do trado concha até a profundidade de 1m e


continua a cada metro até atingir o nível freático utilizando o trado helicoidal, exceto se
encontrar material impenetrável. No caso de ser atingido o lençol freático, o quando o avanço
do trado for inferior a 5cm, conforme a NBR 6484/2001 que preconiza a operação contínua de
perfuração, poderá ser realizado pelo método de percussão com circulação água (método de
lavagem), com colocação de revestimento.(ABNT, 2001)

Colocado barrilete no fundo, deve ser assinalados com giz, na porção da haste, que
permanecer para fora do revestimento, três trechos de 15cm cada um, referidos ao ponto fixo
do terreno (cota 0). Inicia-se a cravação do barrilete da queda do martelo, sendo que a cada
queda corresponde a um golpe, sendo que serão feitos tantos golpes até a cravação dos 45cm,
atendendo a limitação do número de golpes, conforme a norma NBR 6484/2001 estabelece,
onde então são anotados os números de golpes a penetração (cm) para cravação do primeiro,
segundo e terceiro terço, sendo o valor do N o nº de golpes dos 30cm finais do barrilete.
(ABNT, 2001). Os atuais relatórios de sondagem inserem a soma do 1º com 2º terço e a soma
do 2º com 3º terço.

Baseado na NBR 6484/2001 os ensaios são interrompidos quando acontecer um dos


casos: primeiro número de golpes superior a 30, em um dos 15cm; segundo, quando a soma
dos golpes for superior a 50 e terceiro quando na penetração de 5 golpes consecutivos, não

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
33

haver avanço do amostrador-padrão. O material será considerado impenetrável ao


SPT.(ABNT, 2001).

De acordo com o NSPT encontrado nas sondagens, é possível determinar a classificação


dos solos, conforme Tabela do Anexo A da NBR 6484/2001 (Figura 6):

Figura 6: Estados de compacidade e consistência do solo

Fonte: ABNT 6484 (2001)

2.3.1.1.3 Ensaio de Lavagem por Tempo

O ensaio de lavagem por tempo é utilizado na sondagem à percussão, com a finalidade


de se analisar a penetrabilidade do solo ao avanço do trépano de lavagem quando a perfuração
está abaixo do lençol freático ou quando não foi obtido o avanço preconizado com tradagem.
O material escavado é removido por meio de circulação de água, realizada pela bomba d‘água
motorizada, através da composição de perfuração, segundo descrito na NBR 6484/2001:

A operação em si, consiste na elevação da composição de perfuração em cerca de 30


cm do fundo do furo e na sua queda, que deve ser acompanhada de movimentos de rotação
alternados (vai-e-vem), aplicados manualmente pelo operador. Segundo a mesma norma à
medida que se for aproximando da cota de ensaio e amostragem, recomenda-se que essa altura
seja progressivamente diminuída. Quando se atingir a cota de ensaio e amostragem, a
composição de perfuração deve ser suspensa a uma altura de 0,20 m do fundo do furo,
mantendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos os detritos da
perfuração tenham sido removidos do interior do furo. Quando no ensaio de lavagem por
tempo, forem obtidos avanços inferiores a 5,0 cm por períodos, em três períodos consecutivos

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de dez minutos, o material será considerado impenetrável ao trepano. O impenetrável à


lavagem por tempo, como critério para término da sondagem à percussão, não implicará
eliminação dos ensaios de penetração SPT. (NBR 6484, 2001).

Não é recomendada a adoção do critério de impenetrável à lavagem por tempo para


término da sondagem à percussão, quando estiver prevista a continuação da sondagem pelo
processo rotativo (DELATIM, et. al., 2013) nas chamadas sondagens mistas.

2.3.1.1.4 Fatores que Influenciam no SPT

―Assim como qualquer outro ensaio de campo ou de laboratório, o SPT está sujeito à
influência de diversos fatores‖. (CARVALHO, 2012, p.39).

A técnica de SPT difundiu-se maciçamente pela facilidade de aquisição do


equipamento com baixo custo aquisitivo e facilidade operacional em relação a outros ensaios
(Fonteles, 2003) e com isso, aliado a outros fatores temos resultados de Nspt nem sempre
confiáveis. Os fatores que influenciam qualitativamente a obtenção do Nspt, são portanto de
ordem material e humana, segundo o mesmo autor.

Berberian (apud Rocha, 2014) comenta que os fatores intervenientes no número de


golpes SPT são:

 Picos de sondagens causadas por pedregulhos e matacões;

 Faca do amostrador padrão cega ou quebrada;

 Sistema de soltura do martelo pode haver redução na energia de cravação e


conseqüentemente aumentarem o índice de resistência à penetração (Nspt);

 Número de golpes/minuto (freqüência);

 Diferenças do nível d‘ água fora e dentro do furo;

 Diâmetro do furo;

 Poropressão gerada pela presença do nível d‘ água em solos finos,etc.

Segundo Schnaid e Odebrecht (2012, p.30):

A realidade brasileira pode ser aferida a partir do trabalho pioneiro de Belincanta


(1998). Podem-se descrever os seguintes aspectos de equipamento como

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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35

influenciadores nos resultados: (a) martelo - energia transferida pelos diferentes


mecanismos de levantamento e liberação para queda, massa do martelo e uso de
cepo de madeira no martelo; (b) hastes - peso e rigidez, comprimento, perda de
energia nos acoplamentos; (c) amostrador - integridade da sapata cortante, uso de
válvula, uso de revestimento plástico interno (prática americana).

Em relação às propriedades dos solos que afetam a resistência a penetração Schnaid


(2000), apresenta nas areias puras e siltes grossos de baixa compacidade e saturados, o efeito
dinâmico de cravação tende a causar localmente, e próximo da ponta do amostrador, o
fenômeno da liquefação, resultando em um índice baixo, cujo efeito é impossível de
quantificar. ―Nas argilas muito sensíveis o efeito de amolgamento causado pela própria
penetração do amostrador tende a diminuir o Nspt‖.(AUGUSTI, 2004, p28). Por outro lado,
grandes resistências poderão ser apresentadas no caso do amostrador ser bloqueado por um
pedregulho, ou quando um pedregulho penetra na faca do amostrador, travando-a. ―Para os
solos colapsíveis, o emprego de lavagem na operação de perfuração diminui sensivelmente o
Nspt, podendo alcançar reduções até 50%.‖ (AUGUSTI, 2004, p.29)

2.3.1.1.5 Conceito de Energia no SPT

Um aspecto importante a ser analisado é a quantidade de energia transmitida pelo


sistema ao conjunto hastes-amostrador. A energia potencial gravitacional do martelo é o
produto de três grandezas sendo elas, a massa do martelo mais o coxim, altura de queda e
aceleração local da gravidade (SILVA, 2008, p.45).

Nem toda a energia potencial gravitacional gerada pelo sistema é transmitida ao


conjunto hastes-amostrador sobre forma de energia dinâmica, isto por conta de perdas por
atrito da corda de sisal, estado do sistema hastes-amostrador, etc. (BELINCANTA, 2004;
SCHNAID, 2002 apud SILVA, 2008, p45).

Belincanta (apud Silva, 2008), relata que segundo as pesquisas, o valor de eficiência
dos equipamentos de SPT brasileiro seria de 72%, desde então este valor (ou exatos 70%) tem
sido utilizados pelo meio técnico e acadêmico como valor de referência.

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2.3.1.1.6 Correção Nspt do SPT

No Brasil, segundo Schnaid e Odebrecht (2012) é comum o uso de sistemas manuais


para a liberação de queda do martelo, cuja energia aplicada varia entre 70% e 80% da energia
teórica. Em comparação, o mesmo autor cita que nos Estados Unidos e na Europa, o sistema é
mecanizado e a energia liberada é de aproximadamente 60%. Atualmente, a prática
internacional sugere normalizar o número de golpes com base no padrão internacional de
N60, portanto previamente ao uso de uma correlação internacional, deve-se majorar o valor de
NSPT em 15% a 30% quando medido em uma sondagem realizada segundo a prática
brasileira.(SCHNAID e ODEBRECHT, 2012, p.33)

Sempre que os resultados de ensaio forem interpretados para a estimativa de


parâmetros de comportamento do solo, serão fornecidas recomendações específicas acerca da
necessidade de correção dos valores medidos de NSPT.(SCHNAID e ODEBRECHT, 2012). A
correção para um valor de penetração de referência, normalizado com base no padrão
internacional de N60, é realizada simplesmente por meio de uma relação linear entre a energia
empregada e a energia de referência, baseando-se nesta formula:

(2.1)

Energia aplicada (%)= valor dividido/100

2.3.1.2 Standard Penetration Test witch Torsion (SPT-T)


Ranzini (apud Mascarenhas, 2003,p. 11) ―propõe alterar a metodologia tradicional do
SPT medindo o torque necessário para vencer o atrito lateral do amostrador ao final do
ensaio.‖

Esse ensaio consiste conforme PEIXOTO (2001) na execução do ensaio SPT (NBR
6484/2001) e, logo após terminada a cravação do amostrador, é aplicada uma rotação ao
conjunto haste-amostrador com o auxílio de um torquímetro. A introdução desse ensaio na
rotina dos serviços de sondagem, assim como o estabelecimento das regras básicas para sua
interpretação é obra de Décourt e Quaresma (1991, 1994).

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
37

Para este ensaio são necessários todos os equipamentos utilizados no ensaio SPT, com
adição de um importante acessório para medida de torque, através do equipamento chamado
de torquímetro (SILVA, 2001)

Existem no mercado vários tipos de torquímetros, desde modelos somente mecânicos


até aparelhos eletrônicos modernos com ótimo desempenho, que devem ser calibrados
periodicamente.(GEDORE, 2016)

O procedimento SPT-T consiste em após a cravação do amostrador padrão, retirar-se a


cabeça de bater e colocar o disco centralizador até este apoiar-se no tubo guia (HACHICH,
1998). Rosqueia-se então, na mesma luva, onde estava acoplada a cabeça de bater, o pino
adaptador. Encaixa-se no pino uma chave soquete onde se acopla o torquímetro. Na figura 8 o
equipamento para realizar o ensaio SPT-T.

Aplica-se à haste uma torção, medindo, com um torquímetro usando um braço de


alavanca e mantendo na horizontal, o momento de torção máximo necessário à rotação do
amostrador-padrão, para obter, assim, uma medida da resistência lateral (Tmax) e o torque
residual, que define a tensão de atrito lateral mínima (Tres).(GUIMARÃES, 2002)

Torque Máximo (Tmax) = momento de torção máximo necessário à rotação do


amostrador, que representa um parâmetro de resistência lateral. Neste trabalho, concluiu-se
que essa medida é obtida, em geral, logo após a aplicação do momento no conjunto haste-
amostrador, sempre quando até se completar a primeira volta.(PEIXOTO,2001)

Torque residual (Tres) = momento de torção residual que permanece constante após o
rompimento do atrilo lateral entre o solo e o amostrador. Essa medida é obtida durante a
rotação ininterrupta do torquímetro, quando o torque permanecer constante. Neste trabalho,
obteve-se a leitura quando completada a segunda volta do ensaio.(PEIXOTO,2001)

Segundo Peixoto (2001) o ensaio SPT-T, não está sujeito aos erros cometidos no
ensaio SPT, tais como: massa cadente, altura de queda, atritos múltiplos, peso e rigidez das
hastes, entre outros, restando apenas os erros relativos ao estado da parede lateral do
amostrador, à velocidade de aplicação do torque e os erros de leitura, sistemáticos e
acidentais, comuns a todas as medidas de grandeza.

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38

Com o ensaio SPT-T obtém-se mais uma medida de resistência, o torque, que é
medido em kgf.m. Com resultados dos ensaios SPT-T pode-se obter também o índice de
torque (TR), que é definido conforme e equação 2.2.

(2.2)

TR= Índice do torque é relação entre o valor do torque medido em kgf.m⋅e o valor da
resistência à penetração N do SPT utilizado em diversas correlações. (BORGES, 2004).

T= torque (Kgf.m)

Guimarães (2002) esclarece que a medida do torque no ensaio SPT-T, faz deslumbrar
a possibilidades de obter valores de fs mais próximos da adesão, na ruptura de estacas que as
correlações hoje existentes baseadas no SPT.

Segundo Decóurt (apud Mascarenha ,2003,p.12) uma das formas para interpretação do
SPT-T tem por base o conceito de Neq, sendo este definido como sendo o valor do torque
dividido por 1,2. A idéia seria utilizar, preferencialmente, os valores de torque, admitindo que
os mesmos seriam menos suscetíveis de sofrerem influência da ―estrutura‖ dos solos, do que
os valores de Nspt.

Schnaid e Odebrecht (2012), cita que na rotina denominada de SPT-T, é possível


determinar um valor para N equivalente (Neq), conforme equação 2.3:

(2.3)

Onde :

T= torque medido em kN.m

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
39

Figura 7: Instalação do torquímetro

Fonte: Schnaid e Odebrecht (2012).

Décourt e Quaresma (apud Mascarenha, 2003, p.12) ―relacionaram T e N72 (Índice de


torque-TR) para solos sedimentares e residuais, sendo seus valores 1,1 e 1,84
respectivamente.‖

Na tabela 1 é apresentado conforme Peixoto (2001) a utilização do torquímetro


adequado ao valor do Nspt nos ensaios de SPT-T.

Tabela 1– Controle da capacidade de carga dos torquímetros


Variação do Nspt Capacidade máxima do torquímetro
0-10 270 N.m ou 27 Kgf.m
11-30 480 N.m ou 48 Kgf.m
30-45 800N.m ou 80 Kgf.m
Fonte : Adaptada de Peixoto (2001)

2.4 Capacidade de Carga de Estacas Através de Métodos Semi-Empíricos

Carga admissível de uma estaca é a força aplicada sobre esta, provocando apenas
recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes e oferecendo, simultaneamente,
segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento estrutural de
fundação (MASCARENHA, 2003, p.14)

Segundo o mesmo autor a capacidade de carga - PR (equação 2.4) é definida como a


soma das cargas máximas que podem ser suportadas pelo atrito lateral PL e pela ponta PP.

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40

PR = PL + PP (2.4)

Figura 8: Fundação profunda conforme NBR 6122/2010

Fonte: ABNT (2010)

2.4.1 Metodologias de Cálculos usando ensaios SPT e SPT-T


A seguir apresentam-se alguns métodos que utilizam parâmetros obtidos a partir dos
ensaios SPT-T para cálculo de capacidade de carga de estaca a partir da resistência lateral (fs),
torque máximo (Tmax) e residual (Tres):

2.4.1.1 Ranzini (2000)


―Ranzini (1988) propõe alterar a metodologia tradicional do SPT medindo o torque
necessário para vencer o atrito lateral do amostrador ao final do ensaio‖. (MASCARENHA,
2003.p.11). Em 2000 sugeriu o emprego da resistência lateral obtida no torque para o a
estimativa da tensão lateral de estacas, com uso exclusivo do Torque (Tmax) no calculo do fs,
sem utilização do Nspt e sem a descrição do tipo de solo (PEIXOTO, 2001), apresentado na
equação 2.5:

(2.5)

Em que:

T= é o torque aplicado às hastes, dado em (Kgf.m)

h= é a altura total de penetração do amostrador (45 cm)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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41

fs= resistência de atrito lateral entre o amostrador e o solo, em Kpa

2.4.1.2 Método Aoki - Velloso (1975)


O método de Aoki-Velloso (1975) foi desenvolvido a partir de um estudo comparativo
entre resultados de provas de carga em estacas e investigações geotécnicas.

O método, inicialmente, baseava-se em resultados de sondagem CPT para determinar


as resistências unitária de ponta e lateral, qp e qL, respectivamente, equações 2.6 e 2.7:

qp = qc / F1 (2.6)

qL = fs / F2 (2.7)

Onde:
qp= resistências unitária de ponta
qL= resistências unitária lateral
qc= capacidade de carga da ponta da estaca
fs= atrito lateral
Os Aoki e Velloso (1975) propuseram valores para F1 e F2 para diferentes tipos de
estacas (Tabela 3) e também o equacionamento para obter qc e fs a partir do ensaio SPT,
equações 2.8 e 2.9:

qc = k x NSPT (2.8 )

fs = α x k x NSPT (2.9)

Sendo k e α (coeficientes do solo) dados na Tabela 2 em função do tipo de solo.

O método estabelece como coeficiente de segurança para obtenção da carga admissível


um valor de 2,0.(NBR 6122/2010).

O calculo da capacidade de carga da estaca Qu, pode ser obtida então pelas equações
2.10 e 2.11:

(2.10)
(2.11)

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Onde:

Nspt= Número de golpes da camada conforme SPT


2
Ap = Área da ponta: ( × )/4
U= Perímetro do Fuste da estaca: ×
∆L = Profundidade de cada camada do SPT
Tabela 2 – Valores de K e α
Tipo de Solo K (MPa) α(%)
Areia 1,00 1,40
Areia siltosa 0,80 2,00
Areia silto-argilosa 0,70 2,40
Areia argilosa 0,60 3,00
Areia argilo-siltosa 0,50 2,80
Silte 0,40 3,00
Silte arenoso 0,55 2,20
Silte areno-siltoso 0,45 2,80
Silte argiloso 0,23 3,40
Silte argilo-arenoso 0,25 3,00
Argila 0,20 6,00
Argila arenosa 0,35 2,40
Argila areno-siltosa 0,30 2,80
Argila siltosa 0,22 4,00
Argila silto-arenosa 0,33 3,00
Fonte: Aoki-Velloso (1975)

Tabela 3 – Valores de F1 e F2
Estacas F1 F2
Franki 2,50 5,00
Pré-moldada circular 1,75 3,00
Pré-moldada quadrada 1,75 3,00
Metálica 1,75 3,50
Escavada com lama 3,00 6,00
Escavada sem lama 3,00 6,00
Strauss 4,20 3,90
Raiz 2,20 2,40
Hélice contínua 3,00 3,80
Fonte : Aoki-Velloso (1975)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
43

2.4.1.3 Décourt e Quaresma (1996)


Este método é uma modificação da metodologia proposta por Décourt e Quaresma
(1978) substituindo-se nos cálculos diretamente o valor do Nspt obtido no SPT pelo torque
obtido no SPT-T para o cálculo da capacidade de carga de estacas. A única ressalva é que
para solos residuais os valores do coeficiente k (depende do tipo de solo) e devem ser
acrescidos de (T/Nspt).

Posteriormente Décourt (citado por Soares apud Guimarães , 2002, p.21) introduziu os
α e β e o conceito de Neq, sendo este parâmetro, obtido pela razão entre o torque medido e um
valor numérico constante, que para a bacia sedimentar terciária da cidade de São Paulo é de
1,2. Este valor varia de um local para outro, portanto deve ser regionalizado.

Décourt (1996) volta a utilizar os valores propostos na metodologia de 1978,


introduzindo além de sugerir a utilização de Neq (Neq = Tmax/1,2), quando forem obtidos
dados de torque nos ensaios SPT-T, de acordo com a equação 2.12 proposta para o método:

(2.12)

Onde:

Qu= carga de ruptura das estacas (KN), conforme Decourt e Quaresma (1996)
α = coeficiente que depende do tipo de estaca e do tipo de solo (Tabela 4);
qp = capacidade de carga da ponta da estaca,
Ap = área da ponta da estaca;
β = coeficiente que depende do tipo de estaca e do tipo de solo (Tabela 5);
qs = atrito lateral;
As = área lateral da estaca
Tabela 4 - Valores do coeficiente α em função do tipo de solo e estaca

Fonte: Décourt (1996) apud Guimarães (2002)

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Tabela 5 - Valores do coeficiente β em função do tipo de solo e estaca

Fonte: Décourt (1996) apud Guimarães (2002)

A capacidade de carga da ponta da estaca é calculada pela equação:

(2.13)

Onde:

K = fator característico do solo (Tabela 6);

Np = valor médio dos índices (Nspt) de resistência à penetração, medidos na ponta da estaca e
imediatamente acima e abaixo dela.

Tabela 6 - Fator característico do solo :K

Fonte: Décourt (1996)

O atrito lateral da estaca é calculado pela equação 2.14:

(2.14)

Onde:

N= valor médio do índice de resistência à penetração ao longo do fuste= Nspt,


desconsiderando os valores utilizados na avaliação da resistência de ponta. ―O valor de Nspt
deve variar entre 3 e 50, e pode-se adotar o valor do Neq no lugar do Nspt‖.(GUIMARÃES,
2002, p.22)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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45

2.5 Análises Gerais da Relação T/Nspt

Décourt e Quaresma (1991) relacionaram os valores do Índice de Torque (T /N72) para


solos sedimentares e residuais com, sendo estes 1,1 e 1,84 respectivamente. Alonso (1996a)
correlacionou os ensaios SPT e SPT-T para 25 áreas da Bacia Sedimentar Terciária da cidade
de São Paulo e arredores, onde verificou que a correlação média Tmáx/Tres é (em N.m)
≅10N ou 1Kgf.m. Dessa forma, é possível aplicar o ensaio SPT quando não se dispõe do
ensaio SPT-T, utilizando-se as correlações existentes.

No entanto, Camapum de Carvalho et al (1998) analisaram resultados de ensaios SPT-T


em ensaios de campo de solos do Distrito Federal e verificaram utilizando o procedimento da
norma, a relação média Tmáx/Nspt foi de 1,16 e 1,24 e para Tres/N foi de 0,62 e 0,85 para os
dois solos respectivamente (sedimentar e residual), com resultados diferentes de Alonso
(1996a). Destaca-se ainda que a relação proposta por Alonso (1996a) Tres/Nspt = 1Kgf.m,
não corresponde aos valores obtidos para os solos residuais e transportados estudados.

Segundo Mascarenha (2003,p.12), constata-se que a relação T/Nspt não parece ser um
parâmetro eficiente na associação com a origem dos solos tropicais, mesmo porque as
propriedades e comportamento desses solos variam com a profundidade e de região para
região, em função do grau de intemperismo sofrido.

Diferente aplicação do torque seria na identificar de solos colapsíveis. De acordo com


Guimarães (2002) valores de índice de torque (TR) entre 1,0 e 1,2 indicariam solos estáveis,
ou seja, Índice de compactação (IC), menores que 2% (IC≤2%). Enquanto valores de TR
iguais ou superiores a 2,5 seriam indicativos de solos colapsíveis (IC ≥ 2%), isso para as
argilas porosas de São Paulo As correlações entre o SPT e o atrito lateral (Tmax) medido com
o torque para o solo do Distrito Federal, são diferentes, quando comparadas com as obtidas
em outras regiões, indicando mais uma vez que estas devem ser regionalizadas.
(MASCARENHA, 2003, p.12).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Estratégia de Pesquisa

Esta pesquisa pode ser classificada APLICADA, por sua natureza Quanto aos
objetivos, este estudo pode ser classificado como EXPLORATÓRIO e EXPLICATIVO. A
forma dos procedimentos utilizados será BIBLIOGRÁFICA a partir de material já publicado.
É também EXPERIMENTAL, pois utiliza ensaios de campo e laboratório. Quanto à forma de
abordagem, pode ser classificada como QUANTITATIVA, pois os números resultantes serão
verificados e analisados a partir de ensaios a campo e de laboratório.

3.2 Delineamento

O delineamento do trabalho de conclusão de curso compõe-se de 4 etapas que estão


ilustradas na figura 9.

Figura 9 – Delineamento da Pesquisa

• Compreensão do tema
Revisão Bibliográfica • Orientações do professor
• Fundamentação teórica

• Realização dos ensaios de campo (SPT e SPT-T)


Desenvolvimento
• Realização dos ensaios de laboratório

• Relatórios de sondagens
Compilação dos dados • Relatórios dos ensaios de laboratório
• Memória de Cálculo

• Análise dos Resultados


Análise e Conclusão • Comparação com a bibliografia
• Conclusão
Fonte: Autoria própria

3.3 Ensaios SPT E SPT-T

Realizaram-se 3 (três) ensaios de SPT e SPT-T em distintas posições geográficas na


cidade de Ijuí, região noroeste do Rio Grande do Sul, em solos residuais de basalto.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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47

3.3.1 Equipamentos Necessários


Para realização das sondagens SPT e SPT-T foram utilizados um conjunto de sonda,
da marca MaqSonda, constituído por: roldana, cabo de aço 3-8X12m com manilha, martelo
com guia, amostrador, cabeça de bater, tripé, hastes de diversos tamanhos,bica lavagem, bico
amostrador, chave de alçar, chifre de bode, saca tubo, cruzeta, elevador, trado helicoidal e
trépano, pertencentes à Empresa MINERAG, que gentilmente disponibilizou o maquinário,
veículos e funcionários para execução dos ensaios.

Figura 10 – Equipamentos de sondagem utilizados no ensaio

Fonte: Autoria própria

Os dois torquímetros utilizados para os ensaios de SPT-T são da marca GEDORE, que
medem o atrito lateral e residual, com leituras de 40 N.m (4Kgf.m) a 200 N.m (20Kgf.m)
referência R-150, de menor porte, e de 200 N.m (20Kgf.m) a 800 N.m (80Kgf.m) referência
R-600, de maior porte.

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Figura 11 - Torquímetros utilizados nos ensaios de SPT-T

Fonte: Autoria própria

3.3.2 Execução ensaios SPT e SPT-T


Para os três locais de estudo foram executados ensaios SPT e SPT-T, descrito na
revisão bibliográfica no item 2.3.1.1 e 2.31.2, a fim de determinar os valores de Nspt e do
Torque (T) das camadas do maciço de solo onde os ensaios foram executados.

Os valores NSPT e de Torque (máximo e residual) característicos serão aplicados nas


fórmulas semi-empíricas dos métodos de estimativa de resistência de atrito lateral e residual,
sendo comparados e analisados para serem utilizados em dimensionamento de fundações.

Foram colhidas amostras do amostrador para descrição táctil visual nos relatórios de
sondagens, e do trado helicoidal para os ensaios de laboratório (60 kg), ambas entre as
camadas de 1 a 2 m de profundidade.

O torque foi realizado após a penetração do amostrador padrão e realização do SPT a


cada metro, onde a cabeça de bater era retirada e acoplava-se o pino adaptador do torquímetro
e anel centralizador adaptado, conforme descrito no item 2.3.1.2 da revisão de literatura. A
partir deste momento, no sentido horário, fazia-se a leitura da primeira volta do torque
máximo e posteriormente, aplicava mais duas voltas, onde o valor do torquímetro permanecia
constante, realizando-se a leitura do torque residual.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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49

Figura 12 – Colaborador realizando o teste do SPT-T

Fonte: Autoria própria

3.4 Ensaios Laboratoriais

Nesta seção estão descritos os ensaios laboratoriais, indicando as normas que os regem
e que foram utilizadas para a classificação de amostras para esta pesquisa. Todos os ensaios
foram realizados no laboratório de solos do Laboratório de Engenharia Civil (LEC) da
UNIJUÍ Campus Ijuí. A coleta das amostras de solos a campo foi padronizada entre as cotas
de 1 a 2 m abaixo da superfície, utilizando–se para isso do trado helicoidal e de caracterização
geológica prévia da camada de sondagem.

3.4.1 Preparação das amostras

A norma NBR 6457/1986 preceitua os métodos para preparação de amostras de solos


para os ensaios de compactação e de caracterização (análise granulométrica, determinação dos
limites de liquidez e plasticidade, massa específica dos grãos que passam na peneira de 4,8
mm, massa específica aparente e absorção de água dos grãos retidos na peneira 4,8 mm). A
norma ainda contém um anexo apresentando um método para determinação do teor de
umidade de solos, em laboratório.(ABNT,1986)

3.4.2 Análise Granulométrica das Amostras

A norma NBR 7181:1984 versão corrigida 1988, preconiza a análise granulométrica


do solo, em que a análise pode ser realizada por peneiramento (para partículas maiores que

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0,075 mm de diâmetro) ou por combinação de sedimentação e peneiramento (para partículas


menores que 0,075 mm de diâmetro) (ABNT, 1988).

Nas amostras de solo das sondagens foi realizado o procedimento combinado podendo
observar-se na figura 13 a realização de ensaio de sedimentação.

Com os resultados obtidos a partir da sedimentação, do peneiramento fino (passante na


# 200) e do peneiramento grosso é possível montar a curva de granulometria do material
estudado.

Figura 13 - Ensaio de granulometria por sedimentação

Fonte: autoria própria

3.4.3 Consistência do solo – Limites de Atterberg


O método para determinação de limite de liquidez (LL) é descrito pela ABNT/NBR
6459 (2016) (Figura 14), enquanto a NBR 7180 (2016) prescreve como determinar ao limite
de plasticidade (LP) e o cálculo do índice de plasticidade (IP) dos solos. O índice de
plasticidade dos solos resulta da diferença entre LL e LP. (ABNT, 2016)

3.4.4 Compactação do solo


A NBR 7182/2016 descreve o método para avaliar a relação entre o teor de umidade e
a massa específica aparente seca dos solos quando compactados, nas energias de compactação
normal, intermediária e modificada.(ABNT, 2016)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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51

Figura 14 – Ensaio do limite de liquidez e plasticidade

Fonte: autoria própria

De acordo com a norma NBR 7182/1986, independente da energia, a curva resultante


de compactação quase sempre é próxima a um formato parabólico, traçada em um plano
cartesiano tendo nas abscissas o teor de umidade e nas ordenadas as massas específicas
aparentes secas. O pico da curva de compactação determina a umidade ótima para a amostra
(ABNT, 1986).

A Figura 15 ilustra a preparação para a realização do ensaio de compactação na


energia normal realizado no LEC.

Figura 15 - Ensaio de compactação

Fonte: Autoria própria

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3.4.5 Índice de Suporte Califórnia (ISC)


A NBR 9895 estabelece as diretrizes para o ensaio de determinação do valor do Índice
Suporte Califórnia (ISC), e valor da expansão de solos em laboratório, utilizando amostras
deformadas, não reusadas, de material que passa na peneira 4,8mm (ABNT,1987). Assim é
possível saber qual será a expansão de um solo sob um pavimento quando estiver saturado, e
qual é a perda de resistência do solo com a saturação. Na Figura 16, observam-se amostras
dos corpos de prova em imersão no tanque com água por um período de 4 dias.

Figura 16 – Corpos de prova imersos na água

Fonte: Autoria própria

4 RESULTADOS

Neste item serão apresentados os resultados de todos os ensaios de caracterização


geotécnica realizados no LEC. Posteriormente exibir-se-á os resultados dos ensaios de
sondagens SPT e SPT-T realizados nos três locais de Ijuí. Finalmente, apresentam-se as
estimativas de resistências laterais e residuais obtidas para os locais estudados, através das
metodologias de cálculo descritas no item 2.4.1 da revisão bibliográfica, utilizando
comparativamente o Nspt e o T.

4.1 Localização dos Solos

Neste item apresentam-se a localização das áreas do município de Ijuí, onde se


realizaram os ensaios SPT e SPT-T e a coletas de amostras de solos utilizadas nos ensaios de

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


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53

caracterização geotécnica. Na Figura 17 observa-se a localização de Ijuí, em relação ao estado


do Rio Grande do Sul (RS).

Figura 17 – Localização do município de Ijuí (RS)

Fonte: http://www.ijui.rs.gov.br (2016)

4.1.1 Solo do Loteamento Residencial Costa do Sol


A primeira área está localizada no quadrante sudoeste da cidade de Ijuí, bairro Thomé
de Souza, próximos ao Distrito Industrial I, colégios e cooperativa COTRIJUÍ, apresentada na
Figura 18. Neste local implantar-se-á o Loteamento Costa do Sol. A sondagem realizou-se no
dia 31 de maio de 2016 e o solo na sequência deste trabalho será denominado de solo Costa
do Sol.

Figura 18 – Local da sondagem SPT-T: Costa do Sol

Fonte: adaptado Google Earth, versão gratuita (2016).

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4.1.2 Solo do Loteamento Residencial Amorim


Já a segunda área, do futuro empreendimento Loteamento Amorim, apresentada na
Figura 19, está localizada no quadrante leste da cidade de Ijuí, bairro das Chácaras, em frente
ao Centro de Eventos Valle Verde e a 800 metros de BR 285. A sondagem realizou-se no dia
01 de junho de 2016 e o solo será denominado de solo Amorim.

Figura 19 –Localização da sondagem SPT-T: Amorim

Fonte: adaptado Google Earth, versão gratuita (2016).

4.1.3 Solo do Campus Ijuí da UNIJUÍ


A terceira área está localizada no Campus Ijuí da UNIJUÍ, no quadrante oeste da
cidade, bairro Universitário, mais precisamente na área aos fundos do Hospital Veterinário,
conforme apresenta-se na Figura 20. A sondagem realizou-se também no dia 01 de junho de
2016 e o solo será denominado de Solo Campus. É de relevância salientar que desde 2000
pesquisas vêm sendo realizadas com este solo, na área de pavimentação, no projeto
institucional ―Estudo de Solo Argiloso Laterítico para Uso em Pavimentos Econômicos‖
vinculado ao Grupo de Pesquisas em Novos Materiais e Tecnologias para a Construção Civil,
cadastrado no Diretório Geral de Grupos de Pesquisa do CNPQ. Desta forma, pela
caracterização geotécnica deste solo ter sido realizada, revisada e publicada, proporcionou
uma grande economia de tempo na realização deste trabalho. A partir desta seção seguinte os
solos serão chamados de Solo Costa do Sol, Solo Amorim e Solo Campus respectivamente.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
55

Figura 20 – Localização sondagem SPT-T : Campus Ijuí

Fonte: adaptado Google Earth, versão gratuita (2016).

4.2 Caracterização Geotécnica dos Solos

Nessa seção apresentar-se-á os resultados dos ensaios tradicionais de caracterização


geotécnica dos três solos, especificamente granulometria, limites de consistência,
compactação e suporte (ISC).

4.2.1 Solo Costa do Sol

Na análise granulométrica apresentada na Figura 21, o solo Costa do Sol apresentou


porcentagem passante na peneira nº 200 (pp#200) de 95,75 %. Da amostra coletada, 79,65%
apresentou tamanho de grão equivalente a argila; 16,10% a silte; 2,56% a areia fina; 0,64% a
areia média; 0,71% a areia grossa; e finalmente 0,34% a pedregulho. Para a massa especifica
real obteve-se 2,960 g/cm³.

Figura 21 – Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Costa do Sol


Curva Granulométrica
argila areia areia areia
silte pedregulho
fina média grossa
Peneiras Número 200 100 60 10 4
0 100
10 90
20 80
Porcentagem Passando
Porcentagem Retida

30 70
40 60
50 50
60 40
70 30
80 20
90 10
100 0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro
Fonte: dos
Autoria Grãos (mm)
própria

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56

O ensaio de compactação realizado na energia normal é apresentado na figura 22.


Desta curva obteve-se o valor da umidade ótima de 32,2 % e da massa específica aparente
seca máxima 1,462 g/cm³.

Figura 22 – Curva de Compactação Solo Costa do Sol - Energia normal

CURVA DE COMPACTAÇÃO

001

001
Massa Espeífica Aparente Seca (g/cm³)

001

001

001

001

001

001
026 028 030 032 034 036 038 040
Umidade (%)

Fonte: Autoria própria

No ensaio de Índice de Suporte Califórnia (ISC), obteve-se o valor de 11,94 % e uma


expansão de 0,68 %, para um teor de umidade médio de 31,86%.

Através dos ensaios de limites de consistência, o solo estudado apresentou um limite


de liquidez (LL) de 63%, limite de plasticidade (LP) de 36%, gerando para o índice de
plasticidade (IP) 27%.

4.2.2 Solo Amorim


Na análise granulométrica, o solo Amorim apresentou 59,21 % de pp#200, sendo:
18,62% da amostra coletada apresentou um tamanho de grão equivalente a argila; 37,58% a
silte; 31,73% a areia fina; 9,14% a areia média; 2,06% a areia grossa; e 0,87% a pedregulho.
A curva granulométrica está ilustrada na Figura 23. Para a massa especifica real
obteve-se 3,686 g/cm³, valor bastante alto, indicando provável alta concentração mineral de
compostos de ferro. Nos ensaios de limites de consistência, o solo Amorim apresentou para
LL 60,5%, LP 39,1%, gerando, da subtração destes dois valores, IP de 20,4%.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
57

Figura 23 - Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Amorim

Curva Granulométrica
argila areia areia areia
silte pedregulho
fina média grossa
Peneiras Número 200 100 60 10 4
0 100
10 90
20 80

Porcentagem Passando
Porcentagem Retida

30 70
40 60
50 50
60 40
70 30
80 20
90 10
100 0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro
Fonte: Autoriados Grãos (mm)
própria

Mostra-se o ensaio de compactação na energia normal na Figura 24. Desta curva


apurou-se o valor para a umidade ótima de 36% e da massa específica aparente seca máxima
1,352 g/cm³.

Figura 24 – Curva de Compactação Solo Amorim- Energia normal

Fonte: Autoria própria

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
58

Entretanto o ensaio Índice de Califórnia (CBR), obteve um ISC de 5,54%, para um


teor de umidade médio de 31,60% e uma expansão de 2,04%.

4.2.3 Solo Campus Ijuí


Na análise granulométrica conforme destaca-se na Figura 25, o solo Campus
apresentou 94,09 % para pp#200. Da amostra coletada, 67,31 % apresentou tamanho de grão
equivalente a argila; 17,92% de silte; 12,84% de areia fina; 1,28% de areia média; e 0,65% de
areia grossa. Ainda se obteve um valor de massa especifica real de 2,885 g/cm³ (BERNARDI,
2013). Ainda Bernardi (2013), para os ensaios de limites de consistência, o solo Campus
apresentou um LL de 65%, LP de 39%, gerando, através da subtração, IP de 29%.

O ensaio de índice de suporte Califórnia, obteve-se um ISC de 10% para um teor de


umidade médio em torno de 32,27%, com uma expansão de 0,22%.

Figura 25 – Curva granulométrica por sedimentação e peneiramento do solo Campus

Fonte: Bernardi (2013)

Através do ensaio de compactação, utilizando-se da energia normal, obteve-se a curva


de compactação do solo, representada na Figura 26. Desta, percebe-se que a massa especifica
aparente seca máxima obtida é 1,382 g/cm³, e a umidade ótima de 33,15%.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
59

Figura 26 – Curva de Compactação Solo Campus – Energia normal

Fonte: Adaptado de Bernardi (2013) e Bär (2015)

O ensaio de ISC obteve o valor de 10% e expansão de 0,22 %, para um teor de


umidade médio em torno de 32,27%.

Apresenta-se na Figura 27 a variação dos limites de Atterberg (LP, LL e IP), e o teor


de umidade ótima (Wot) dos três solos estudados. A Figura 28 mostra a variação em termos
de porcentagem das frações granulométricas das partículas do solo (argila, silte e areia) dos 3
solos.

Figura 27 – Limites de Atterberg versus teor de umidade dos solos residuais de basalto

Variação dos Limites de Atterberg

80
Porcentagens

60
40
20
0
Costa do sol Amorim Campus

LL (%) LP(%) IP(%) Wot(%)

Fonte: Autoria própria

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
60

Figura 28 - Variação da composição dos tipos de partículas dos solos residuais de basalto

Variação da composição dos tipos de partículas

80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
Costa do sol Amorim Campus

argila silte areia fina

Fonte: Autoria própria

4.3 Sondagens SPT e SPT-T

Nesta parte apresentam-se os relatórios das sondagens SPT e SPT-T realizadas nos três
locais já descritos no item 4.1 e conforme a metodologia preconizada na revisão bibliográfica
nos itens 2.3.1.1.1 , 2.3.1.1.2 e 2.3.1.1.3.

4.3.1 Solo Costa do Sol


Com base no furo de sondagem apresentado no Anexo A, percebe-se que se trata de
um perfil constituído de uma camada de solo argiloso de cor marrom, com espessura de 3,5m,
seguida de camada de solo arenoso de cor alaranjada a variegada, com espessura de 4,30 m. A
perfuração atingiu material impenetrável ao amostrador na profundidade de 7,70 m. A
penetração era executada a trado helicoidal e não se presenciou nível d‘água no ensaio. O
torque foi realizado utilizando-se dois torquímetros da GEDORE apresentados no item 3.3.1,
sendo de menor porte utilizado para as primeiras camadas (SPT entre 2 e 11 golpes) e o de
maior porte nas camadas mais resistentes. De acordo com a metodologia de Peixoto (2001),
mede-se o torque máximo e o torque residual. Constatou-se a estabilização do torque residual
na segunda ou terceira volta, sendo que esta tendência foi observada tanto para solos argilosos
quanto para solos siltosos (Guimarães,2002). Esta operação era repetida a cada metro.

Na Tabela 7 apresentam-se os valores das sondagens SPT e SPT-T do solo Costa do


Sol, com dados de Nspt, T e índice de Torque (TR) e atrito lateral (fs). Os resultados obtidos

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
61

serão usados no cálculo da resistência lateral e residual a partir dos métodos semiempíricos
revisados nos itens 2.4.1.3 e 2.4.1.2.

Tabela 7 – Resultados do SPT e SPT-T Loteamento Costa do Sol


Parâmetro Profundidade(m)

0,45 1,45 2,45 3,45 4,45 5,45 6,45 7,45 7,70

N spt 17 8 10 15 9 10 8 29 55

TMax (Kgf.m) 12,5 12 11 10 11 12 10 25 37

Tres (Kgf.m) 10 9 7 6 10 10,5 8 20 30

TR 0,73 1,5 1,1 0,67 1,22 1,2 1,25 0,86 0,67

Fs (Kpa) 67,3 64,2 59,2 53,9 59,2 64,6 53,9 134,6 199,25

Fonte: Autoria própria

4.3.2 Solo Amorim


A partir do relatório de sondagem do Anexo B, prospectou-se um perfil constituído de
uma camada de solo argiloso de cor marrom avermelhado, com espessura de 1,45 m, seguida
de camada de solo síltico-arenoso de cor palha, com espessura de 1,00 m e após uma camada
de solo arenoso a saibro laterítico , de cor palha, com espessura de 1,30 m. As sondagens
atingiram material impenetrável ao amostrador na profundidade de 3,75 m. A penetração era
executada a trado helicoidal e não se atingiu o nível d‘água no ensaio. O torque foi realizado
utilizando-se os dois torquímetros da forma relatada no solo anterior.

Na tabela 8 apresenta os valores das sondagens SPT e SPT-T do Loteamento Amorim,


com dados de Nspt, T e índice de Torque (TR) e atrito lateral (fs).

Tabela 8 – Valores das Sondagens SPT e SPT-T do Loteamento Amorim


Parâmetro Profundidade(m)

0,45 1,45 2,45 3,45 3.75

N spt 16 19 14 20 50

TMax(Kgf.m) 14 16 10 20 30

Tres(Kgf.m) 10 10 10 16 20

TR 0,87 0,84 0,71 1,0 0,60

Fs(Kpa) 75,9 86,2 53,9 107,7 161,6

Fonte: Autoria própria

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
62

4.3.2 Solo Campus Ijuí


Por fim, a partir do relatório de sondagem do anexo C, entende-se que trata de um
perfil constituído de uma camada de solo argiloso plástico de cor marrom avermelhado, com
espessura de 2,45 m, seguida de camada de solo argilo-siltoso de cor marrom a alaranjada,
com espessura de 1,00 m e após camada de solo siltoso a arenoso de cor amarelado, com
espessura de 2,00 m gradando a neossolo litólico com saibro, com espessura de 1,00 m. As
sondagens atingiram material impenetrável ao amostrador na profundidade de 3,75 m. A
penetração era executada a trado helicoidal e não se atingiu o nível d‘água no ensaio.

Na tabela 9 apresenta os valores das sondagens SPT e SPT-T do solo Amorim, com
dados de Nspt, T e índice de Torque (TR) e atrito lateral (fs).

Tabela 9 – Valores das Sondagens SPT e SPT-T do Campus Ijui


Parâmetro Profundidade(m)

0,45 1,45 2,45 3,45 4,45 5,45 6,45

N spt 8 14 14 11 9 8 65

TMax(Kgf.m) 9 10 16 14 10 6 30

Tres(Kgf.m) 8 10 12 12 10 4 24

TR 1,12 0,71 1,14 1,27 1,11 0,75 0,46

Fs (kpa) 48,5 53,9 86,2 75,4 53,9 32,3 161,6

Fonte: Autoria própria

Observa-se em todos os solos estudados a resistência média a penetração (N) até


aproximadamente 4,45 m, com valores próximos de 13 (variando de 10 a 15) e até 5,0 m é
pequeno o crescimento. De 5,45 a 7,70 m, verifica-se um aumento brusco na resistência, no
encontro do horizonte com o solo saprolítico. (Figuras 29 e 30)

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
63

Figura 29 – Variação do Nspt dos solos residuais de basalto


Nspt

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
0
1
2 Costa sol
3
Prof. (m)

Amorim
4
Campus
5
6
7
8
9

Fonte : Autoria própria

Figura 30 – Nspt médio, mínimo e máximo dos solos residuais de basalto estudados

Nspt

- 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
0
1
2 SPT mínimo
3 SPT médio
Prof.(m)

4 SPT máximo
5
6
7
8
9

Fonte : Autoria própria

Peixoto (2001) averiguou também que solos arenosos e colapsáveis apresentam


valores do índice do torque (TR) maiores que três, indicando que estes solos são mais

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
64

suscetíveis à abertura do furo durante a rotação do amostrador. No perfil dos solos estudados
não foram verificados valores maiores que 1,27. Segundo Guimarães (2002) valores de índice
de torque (TR) entre 1,0 e 1,2 indicam solos estáveis, com índice de compactação (IC)
menores que 2% e valores menores que 1 de TR, indicam solos colapsíveis.

5 CAPACIDADE DE CARGAS DE ESTACAS ESCAVADAS


Utilizando os métodos semiempíricos apresentados nos itens 2.4.1.2 e 2.4.1.3 para
cálculos de fundações profundas, far-se-á um comparativo, entre a metodologia de Aoki
Velloso (1975) e Decourt e Quaresma (1996) para cálculo de estaca escavada empregando
método semiempíricos com sondagens SPT e SPT-T muito utilizadas para cálculo de estacas.

Para utilização dos métodos será calculado nos três diferentes locais hipoteticamente o
projeto de uma estaca escavada de carga de 300 kN.

5.1 Método Aoki-Velloso (1975) utilizando o ensaio SPT

A partir dos valores dos Nspt obtidos nas sondagens realizadas nos solos residuais de
basalto em diferentes solos de Ijuí, foram realizados cálculos da capacidade de carga de uma
estaca hipotética, utilizando tabelas do software Microsoft Excel 2007 com o método de Aoki
e Velloso (1975) apresentado nos resultados das tabelas 10, 11 e 12 respectivamente para os
solos estudados.

Tabela 10 – Capacidade de carga Estaca Loteamento Costa do Sol pelo SPT


Nova NBR 2010 FS=2 F1 F2
Diametro estaca (cm) 50 Carga 300KN ESTACA ESCAVADA 3 2
MÉTODO DE AOKI E VELOSO
Qb (kN) FS (ponta) Qb/FS (kN) Ql FS Ql/Fs
Prof. (m) Tipo de solo NSPT Ab Per ΔL K α F1 F2
(kN) (fuste) (kN)
∑ Ql/fs Qadm(kN)

0,0 Solo argiloso 17 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 244,78 2,0 122,39 39,17 2 19,58 19,58 141,97
1,0 Solo argiloso 8 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 115,19 2,0 57,60 18,43 2 9,22 28,80 86,39
2,0 Solo argiloso 10 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 144,0 2,0 71,99 23,04 2 11,52 40,32 112,31
3,0 Solo arenoso 15 0,196 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 216,0 2,0 107,99 34,56 2 17,28 57,60 165,59
4,0 Neossolo litolico arenoso 9 0,196 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 194,4 2,0 97,19 23,33 2 11,66 69,26 166,45
5,0 Solo arenoso 10 0,196 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 216,0 2,0 107,99 25,92 2 12,96 82,22 190,21
6,0 Neossolo litolico arenoso 8 0,196 1,57 1,00 230 0,034 3,00 6,00 120,43 2,0 60,21 16,38 2 8,19 90,41 150,62
7,0 Neossolo litolico 29 0,196 1,57 1,00 230 0,034 3,00 6,00 436,55 2,0 218,28 59,37 2 29,69 120,09 338,37
Fonte Autoria própria

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
65

Tabela 11 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Amorim pelo SPT

F1 F2
Nova NBR 2010 FS=2
Diametro estaca (cm) 70 Carga 300KN ESTACA ESCAVADA 3 6
80
Qb (kN) FS (ponta) Qb/FS (kN) Ql FS Ql/Fs
Prof. (m) Tipo de solo NSPT Ab Per ΔL K α F1 F2
(kN) (fuste) (kN)
∑ Ql/fs Qadm(kN)

0,0 Soo argiloso 16 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 451,55 2,0 225,78 36,86 2 18,43 18,43 244,21
1,0 Solo argiloso 19 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 536,22 2,0 268,11 43,77 2 21,89 40,32 308,43
2,0 Solo siltico arenoso 14 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 395,1 2,0 197,55 32,25 2 16,13 56,44 254,00
3,0 Neossolo litólico 20 0,385 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 564,4 2,0 282,22 46,08 2 23,04 79,48 361,70
Fonte Autoria própria

Tabela 12 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Campus pelo SPT

F1 F2
Nova NBR 2010 FS=2
Diametro estaca (cm) 90 Carga 300KN ESTACA ESCAVADA 3 6
100
Qb (kN) FS (ponta) Qb/FS (kN) Ql FS Ql/Fs
Prof. (m) Tipo de solo NSPT Ab Per ΔL K α F1 F2
(kN) (fuste) (kN)
∑ Ql/fs Qadm(kN)

0,0 Solo argiloso 8 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 373,22 2,0 186,61 18,43 2 9,22 9,22 195,83
1,0 Solo argiloso 14 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 653,14 2,0 326,57 32,25 2 16,13 25,34 351,91
2,0 Solo argiloso 14 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 653,1 2,0 326,57 32,25 2 16,13 41,47 368,04
3,0 Solo siltoso 11 0,636 1,57 1,00 220 0,04 3,00 6,00 513,2 2,0 256,59 25,34 2 12,67 54,14 310,73
4,0 Solo Siltoso 9 0,636 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 629,8 2,0 314,91 23,33 2 11,66 65,80 380,71
5,0 Neossolo litólico 8 0,636 1,57 1,00 330 0,03 3,00 6,00 559,8 2,0 279,92 20,73 2 10,37 76,17 356,09
Fonte Autoria própria

Observa-se no método de Aoki e Velloso (1975) que para uma carga de 300 KN, nos
diferentes solos, houve a necessidade de diâmetros diferentes de estaca, respectivamente 50,
70 e 90 cm.

A parcela de ponta tem grande influência no cálculo da capacidade carga das estacas,
pois representam em todos os dimensionamentos, os maiores valores. Guimarães (2002,p.156)
cita que ―comparando os dados das parcelas de resistência lateral e total com a carga de
ruptura que os resultados obtidos por este método são subdimensionados‖, ou seja,
apresentam as mesmas características do método Décourt e Quaresma (1978), no entanto a
parcela lateral é muito menor (corresponde a 26,12% da carga de ruptura) e o coeficiente de
variação é maior, 26,60%. A parcela de ponta corresponde a 73,94% da carga de ruptura.

Na Tabela 13 observa-se que a resistência lateral em todos os solos foi a que obteve
maior coeficiente de variação, em relação à parcela de ponta e os valores menores,
corroborando as teorias de Decourt (1978) e Guimarães (2002) e que seus valores variam até
30% da carga de ruptura.

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
66

Tabela 13 – Capacidade de carga pelo método Aoki -Velloso


Parâmetro Capacidade de carga (KN)
Parcela ponta Parcela Lateral Carga de ruptura
RP(kN) RL (kN) RR(kN)
Costa Sol 218,28 120,09 338,37
Amorim 282,22 79,48 361,10
Campus 279,92 76,17 356,09
Média 260,14 91,91 351,85
CV(%) 11,38 26,60 2,77

Fonte: Autoria própria

5.2 Décourt e Quaresma (1996) utilizando o ensaio SPT-T

Utilizando os valores dos T (torque) e Neq obtidos nas sondagens SPT-T realizadas
nos solos residuais de basalto da cidade de Ijuí, foram realizados cálculos da capacidade de
carga de uma estaca hipotética, utilizando tabelas do software Microsoft Excel 2007
utilizando o método de Decóurt, que são apresentados nas tabelas 14, 15 e 16 para os solos
estudados.

Tabela 14 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Costa do Sol pelo SPT –T


85 costa do sol
Diametro estaca (cm) Carga 300KN ESTACA ESCAVADA
40
Prof. (m) Tipo de solo T (max) α K Np Ap qp Rp β Qs (kN) As L Rl Qu/2 Rl/1,4+Rq/4

0,0 Solo argiloso 10,4 0,85 120 20 0,322 2400,00 656,8794 0,8 12,89 2,67 5 137,7209 397,3001 262,59
1,0 Solo argiloso 10 0,85 120 20 0,322 2400,00 656,8794 0,8 12,78 2,67 5 136,4846 396,682 261,71
2,0 Solo argiloso 9 0,85 120 20 0,322 2400,00 656,8794 0,8 12,55 2,67 5 134,0121 395,4457 259,94
3,0 Solo argiloso 8 0,6 250 20 0,322 5000,00 965,9991 0,65 12,31 2,67 5 106,8759 536,4375 317,84
4,0 Solo arenoso 9 0,6 250 20 0,322 5000,00 965,9991 0,65 12,55 2,67 5 108,8848 537,442 319,27
5,0 Solo arenoso 10 0,6 250 20 0,322 5000,00 965,9991 0,65 12,78 2,67 5 110,8938 538,4464 320,71
Fonte: Autoria própria

Tabela 15 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Amorim pelo SPT-T


90 Amorim
Diametro estaca (cm) Carga 300KN ESTACA ESCAVADA

Prof. (m) Tipo de solo (T (max)/1,2) α K Np Ap qp Rp β Qs (kN) As L Rl Qu/2 Rl/1,4+Rq/4

0,0 Solo argiloso 11,7 0,85 120 16,67 0,40472 2000,00 688,0163 0,8 12,78 2,83 3 86,70788 387,3621 233,94
1,0 Solo argiloso 13 0,85 120 16,67 0,40472 2000,00 688,0163 0,8 12,78 2,83 3 86,70788 387,3621 233,94
2,0 Siltico arenoso 8 0,6 250 16,67 0,40472 4166,67 1011,789 0,65 12,78 2,83 3 70,45016 541,1194 303,27
3,0 Siltico arenoso 7 0,6 250 16,67 0,40472 4166,67 1011,789 0,65 12,78 2,83 3 70,45016 541,1194 303,27
Fonte: Autoria própria

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
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Tabela 16 - Capacidade de carga Estaca Loteamento Campus pelo SPT-T


100 Campus
Diametro estaca (cm) Carga 300KN ESTACA ESCAVADA
100

Prof. (m) Tipo de solo (T max/1,2) α K Np Ap qp Rp β Qs (kN) As L Rl Qu/2 Rl/1,4+Rp/4

0,0 Solo argiloso 7,5 0,85 120 12 0,617 1440,00 755,0247 0,8 12,73 3,14 4 127,9907 441,5077 280,18
1,0 Solo argiloso 8 0,85 120 12 0,617 1440,00 755,0247 0,8 12,73 3,14 4 127,9907 441,5077 280,18

2,0 Siltico-argiloso 13 0,85 120 12 0,617 1440,00 755,0247 0,8 12,73 3,14 4 127,9907 441,5077 280,18
3,0 Siltico arenoso 12 0,6 250 12 0,617 3000,00 1110,33 0,65 12,73 3,14 4 103,9924 607,1615 351,86
4,0 Siltico arenoso 8 0,6 250 12 0,617 3000,00 1110,33 0,65 12,73 3,14 4 103,9924 607,1615 351,86
Fonte: Autoria própria

Observa-se neste método também que para uma carga de 300 kN, nos diferentes solos,
houve necessidade crescente de um maior diâmetro da estaca, em relação ao T. A utilização
do SPT-T superdimensionou a capacidade de carga da estaca, em função da parcela de ponta
(Rp) receber um valor muito superior ao valor da parcela lateral (Rl).

Este método superdimensionou a parcela de ponta, porque é diretamente ligado ao


valor do ―qp‖, sendo que Peixoto (2001) apresentou esta mesma conclusão comparando
diversos resultados, ou seja, em estacas escavadas é recomendado desprezar a parcela de
ponta, a não ser que se limpe a base do fuste. O método de Peixoto (2001) foi o que
apresentou melhores resultados da parcela lateral, este fato pode ser devido à correção em
função do Tmáx/N. Na Tabela 17 apresentam-se os valores para a capacidade de carga pelo
método de Décourt e Quaresma (1996).

Tabela 17 - Capacidade de carga pelo método de Decóurt e Quaresma (1996)


Parâmetro Capacidade de carga (KN)
Parcela ponta Parcela Lateral Carga de ruptura
RP(kN) RL (kN) RR(kN)
Costa Sol 965,99 110,894 1076,89
Amorim 688,01 70,4502 758,46
Campus 1110,33 81,68 1192,01
Média 921,44 87,67 1009,12
CV(%) 23,95 23,81 22,25

Analisando a Tabela 17, percebe-se que o coeficiente de variação da parcela lateral em


relação a carga de ruptura calculada pelo torque foi inferior ao Nspt, entretanto a variação da
carga de ruptura e de ponta foi maior utilizando este método. Isto demonstra que o torque tem

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ínfima ligação com o atrito lateral, mas necessita de ajuste no coeficiente T/Nspt
regionalizado, para utilização no calculo da parcela de ponta, pois divide-se o torque por uma
relação, neste trabalho utilizada 1,2.

6 CORRELAÇÃO T/ NSPT PARA SOLOS RESIDUAIS


Com a realização das três campanhas de ensaios de sondagem foi obtida uma
correlação entre os valores de Índice de Resistência a penetração (Nspt) e o torque medido,
para comparar com as correlações encontradas por Décourt e Quaresma Filho (1996). A
Figura 31 apresenta as correlações obtidas para o perfil dos solos estudados.

Verifica-se que a correlação obtida para o perfil de solos estudado (solo residual de
basalto) é diferente da relação proposta por Décourt e Quaresma Filho (1991) citado por
Peixoto (2001) e Guimarães (2002), portanto as correlações entre o Nspt e o Torque para os
solos estudados, são distintas quando comparada com as obtidas em outras regiões. O
coeficiente de correlação é baixo (R² =0,3965) existindo certa dispersão dos dados induzindo
a erro, indicando que estas correlações não devem ser utilizadas. Maior número de sondagens
em solos residuais de basalto deve ser realizado, para que essa correlação possa ser
melhorada.

Figura 31 - Correlação entre o torque e o Índice de resistência a penetração (Nspt)

70

60
CS T
50 y = 5,2024x - 7,2857
R² = 0,3965 CS N
40
Nspt

AMORIM T
30
AMORIM N
20
CAMPUS T
10
CAMPUS N
-
- 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0

T(Kgf.m)

Fonte:Autoria própria

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
69

Com o objetivo de verificar a aplicação do Índice TR na classificação dos solos


estudados, separou-se os dados de TR conforme apresentado na Figura 32, de forma a
representar as camadas características dos perfis estudados. Verifica-se na Figura 32 que a
classificação dos solos utilizando o TR não representa as camadas típicas, pois o mesmo
possui grande variação dentro da mesma camada, não sendo possível utilizar este parâmetro
para classificação dos solos como foi feito por Décourt e Quaresma Filho (1994) para os solos
do estado de São Paulo (embora regionalmente a classificação proposta por eles possa ter
validade). Décourt (1996) citado por Peixoto (2001) e Guimarães (2002), observou a
dificuldade de se caracterizar solos de comportamento laterítico através do TR. Entretanto o
índice do torque para os solos residuais de basalto estudados encontra-se na faixa média de
0,60 a 1,2.

Figura 32 – Variação do Índice de Torque (TR) nas diferentes camadas de solo residual de basalto

TR
- 0,50 1,00 1,50 2,00
0

2
0,45-2,45m
3
3,45-4,45m
Prof. (m)

4 5,45-6,45m
5 7,45-7,70m

Fonte:Autoria própria

Peixoto (2001) depois de analisar milhares de pares de dados (Nspt;T), concluiu que a
relação T/Nspt, não indicam a probabilidade de uma classificação textural ou geológica dos
solos, no entanto, verificou que há·indício da possibilidade de se ter ciência do
comportamento do solo através da mesma. O que pode se verificar na Figura 32 é que o TR
apresenta tendência bem definida de variação com a profundidade, ou seja, valores crescentes
na 1° camada, queda na segunda e uma certa estabilidade na terceira. Verifica-se que a mesma

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
70

não apresenta tendência de crescimento com a profundidade, como foi determinado por
Décourt e Quaresma Filho (1994), citados por Conciani et al. (2000), para os solos residuais
de São Paulo.

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
71

7 CONCLUSÕES E SUGESTOES
Neste capítulo, apresentam-se as principais conclusões obtidas neste trabalho de
conclusão de curso e algumas sugestões para trabalhos futuros que não puderam ser
contemplados nesta pesquisa.

7.1 Conclusões

7.1.1 Quanto aos ensaios de caracterização geotécnica


Os solos estudados apresentam comportamento compatível com a granulometria
obtida nos ensaios com defloculante, além disso infere-se, os solos Costa do Sol e Campus
são solos argilosos residuais maduros e o solo Amorim é um solo residual laterítico jovem.

As amostras obtidas dos três locais de estudo apresentaram uma composição


granulométrica fina, diferenciada com relação ao percentual passante na peneira # nº 200. A
massa específica real apresentada pelas três amostras apresentou valores de 2,85 g/cm³ a 3,62
g/cm³ (indicando alto teor de ferro e possibilidade de conter laterita). A massa específica
aparente obteve-se valores de 1,352 g/cm³ à 1,501 g/cm³.

7.1.2 Quanto aos ensaios de sondagem SPT e SPT-T

Os valores médios do Nspt ficaram entre 10 e 14. Esses valores são aferidos a argilas
de consistência alta. Houve bastante variação do Nspt, o que mostra presença de camadas de
silte e areia, que interferem na resistência do solo.

Quanto ao torque, os valores variaram entre 10 a 16 kgf.m e de acordo com a


profundidade também aumentaram. Peixoto (2001) cita que nas primeiras camadas, há
necessidade de um torquímetro com capacidade de torque inferior, comprovando a leitura do
torque máximo na primeira volta e torque residual na segunda ou terceira, o que se confirmou
com a utilização dos dois torquímetros de capacidades diferenciadas.

O Nspt aumenta sensivelmente com a presença de pedregulhos ou saibro na camada de


leitura, o que nem sempre acontece com o Torque, evidenciando o atrito lateral solo –
amostrador.

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Nspt maiores que 40 tornam difícil manuseio do torquímetro (maior resistência do


solo) e podem segundo Soares (1999) causar torção das hastes e rompimento das luvas, o que
comprometeria a execução dos ensaios, fato comprovado na realização dos ensaios.

O SPT-T necessita de normatização, para que os ensaios tenham uma homogeneidade


de procedimentos, importante para padronização e confiabilidade dos resultados obtidos pelas
empresas executoras, que posteriormente serão utilizados nos projetos de fundações.

7.1.3 Quanto às capacidades de cargas utilizando os métodos semi-empíricos (SPT e SPT-T)


Os resultados de dimensionamento das estacas escavadas analisadas neste trabalho de
conclusão de curso mostram que dos métodos utilizados o que ofereceu melhor previsão da
capacidade de carga foi o métodos de Aoki e Velloso (1975) utilizando SPT.

Ao se considerar os 3 resultados de capacidade de carga pelo SPT de Aoki e Velloso


(1975) e os 3 resultados do SPT-T calculados pelo método de Decourt e Quaresma (1996),
verifica-se que o SPT-T superestima o diâmetro da estaca em relação à carga estipulada,
considerando a parcela de ponta.

A diferença entre torque máximo e residual pode se constituir em uma adequada


ferramenta a ser considerada na resistência de ponta de estacas em solos residuais jovem de
basalto, para calculo do Np (média dos valores de SPT de ponta).

Os resultados obtidos com o torque indicaram menor coeficiente de variação que os


obtidos com o SPT, mas a utilização dos dois resultados traz vantagens, pois pode ser mais
fácil identificar as alterações de comportamento dos solos.

A relação T/Nspt não obteve um coeficiente razoável entre si, entretanto segundo
Mascarenha (2003) as correlações dependem da própria estrutura dos solos, uma vez que o
torque reflete o estado de tensões e este depende da mesma. Recomenda-se aumentar o
número de sondagens SPT-T em solos residuais de basalto para buscar a regionalização desta
correlação.

7.2 Sugestões para Trabalhos Futuros

Apresenta-se, neste item sugestões e melhorias para futuras pesquisas, que não
puderam ser contempladas neste trabalho de conclusão de curso:

ANÁLISE DE SONDAGENS SPT-T EM SOLOS RESIDUAIS DE BASALTO NA


CIDADE DE IJUÍ-RS
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a) Aumentar a base de dados de campo através da realização de mais ensaios de sondagens


SPT-T em solos residuais de basalto do noroeste do Estado;

b) Verificar possíveis erros de estimativa que possam ter ocorrido na execução das
metodologias de cálculo e análise dos ensaios;

c) Estudar e comparar outras metodologias de previsão de carga utilizando o Nspt e T com os


resultados obtidos em campo.

d) Executar provas de carga instrumentadas a fim de se separar a influência da parcela lateral


e de ponta na carga de ruptura da estaca. Dessa forma, tentar propor novos coeficientes de
correlações que melhor representem o solo residual de basalto da região noroeste.

e) Pesquisar e analisar outros métodos de previsão de capacidade de carga com base em


novos ensaios SPT e SPT-T.
f) Obter correlação T/Nspt para região com base no maior número de dados de SPT-T.

Carla Patricia Schultz Coppeti (cacoppeti@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí


DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
74

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ANEXO A – SONDAGEM SPT-T LOTEAMENTO COSTA DO SOL

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DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
80

ANEXO B- SONDAGEM SPT-T LOTEAMENTO AMORIM

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81

ANEXO C- SONDAGEM SPT-T CAMPUS IJUÍ

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DCEENG/UNIJUÍ, 2016.

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