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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

BRUNO AFONSO WOBETO ROHRIG

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE PAVIMENTO FLEXÍVEL EM DIFERENTES


TRECHOS DA ERS 307 NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL

Santa Rosa

2017
BRUNO AFONSO WOBETO ROHRIG

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE PAVIMENTO FLEXÍVEL EM DIFERENTES


TRECHOS DA ERS 307 NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito para aprovação no
Curso de Engenharia Civil da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul.

Orientador: Prof. Dr. André Luiz Bock

Santa Rosa

2017
BRUNO AFONSO WOBETO ROHRIG

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE PAVIMENTO FLEXÍVEL EM DIFERENTES


TRECHOS DA ERS 307 NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do


título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador
e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa – RS, 18 de Dezembro de 2017

Professor André L. Böck


Doutor pela UFRGS – Orientador

Professor Diorges Carlos Lopes


Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA
Carlos Alberto Simões Pieres Wayhs
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por me proporcionar força, dedicação e fé,


necessárias para a realização dos meus objetivos.

Aos meus pais Amandio e Claudete e a minha irmã Mariéli por estar sempre junto
comigo, me apoiando, dando força e por permitirem que a minha formação aconteça.

Aos meus avós Afonso e Miloca pelo carinho que tiveram comigo durante todos
esses anos de aprendizado.

A minha namorada Eduarda que esteve sempre ao meu lado me incentivando,


mesmo nas situações difíceis que passei durante a graduação.

Ao professor e orientador Dr. André Luiz Bock, pela paciência, disponibilidade e


dedicação, sempre prestativo e disposto a auxiliar nas duvidas que surgiam.

Aos colegas que auxiliaram na realização dos ensaios de campo.

Aos professores do curso, pelos ensinamentos e experiência que pude adquirir ao


longo desses anos e aos funcionários da instituição que não mediram esforços para
auxiliar na minha formação.

De modo geral, agradeço a todos que contribuíram de uma forma ou de outra para
a realização desse trabalho de conclusão de curso.
RESUMO

ROHRIG, Bruno Afonso Wobeto. AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE


PAVIMENTO FLEXÍVEL EM DIFERENTES TRECHOS DA ERS 307 NA
REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 2017. Trabalho
de Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2017.

Este trabalho de conclusão de curso teve como finalidade apresentar a avaliação


funcional da situação que se encontra o pavimento flexível na ERS 307. Este estudo foi
realizado em uma rodovia que faz parte da rota costeira, sendo de grande importância
para o escoamento da produção e acesso as cidades maiores. O estudo é importante para
saber como a rodovia se encontra em relação ao seu aspecto funcional, de modo a
proporcionar melhorias no pavimento, permitindo aos usuários um trafego com ótima
qualidade e principalmente segurança. O método que foi utilizado é baseado em ensaios
de campo através do levantamento dos dados no trecho em estudo. A avaliação do trecho
foi realizado conforme a metodologia proposta pela normativa do DNIT 006/2003 – PRO
(Avaliação objetiva da superfície de pavimentos flexíveis e semirrígidos - Procedimento),
na qual verificou-se a incidência de patologias dos mais diversos tipos e realizou-se a
medição dos afundamentos nas trilhas de roda (ATR). Com base nos resultados
adquiridos da avaliação de campo e a partir da realização dos cálculos, obteve-se o Índice
de Gravidade Global dos quatro trechos analisados na rodovia, a partir dos quais, efetuou-
se a determinação do estado geral de conservação da ERS 307. Nos quatro trechos
analisados da ERS 307 as patologias que tiveram maior ocorrência foram as trincas
isoladas, trincas por fadiga, desgastes, panelas, remendos e afundamentos nas trilhas de
roda, sendo assim, classificada como PÉSSIMA.

Palavras-chave: Avaliação; Pavimento; Dimensionamento.


ABSTRACT

ROHRIG, Bruno Afonso Wobeto. AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE


PAVIMENTO FLEXÍVEL EM DIFERENTES TRECHOS DA ERS 307 NA
REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 2017. Trabalho
de Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2017.

The purpose of this work was to present a functional assessment of the situation
of the flexible pavement in ERS 307. This study was carried out on a highway that is part
of the coastal route, being of great importance for the production and access flow the
larger cities. The study is important to know how the highway is in relation to its
functional aspect, so as to provide improvements in pavement, allowing users to traffic
with great quality and especially safety. The method that was used is based on field trials
through data collection in the study section. The evaluation of the section was carried out
according to the methodology proposed by the DNIT 006/2003 - PRO (Objective
evaluation of the surface of flexible and semi-rigid pavements - Procedure), in which the
incidence of pathologies of the most varied types was verified and was realized the
measurement of sluices on the wheel tracks (ATR). Based on the results obtained from
the field evaluation and from the calculation, the Global Severity Index was obtained
from the four sections analyzed on the highway, from which the general conservation
status of ERS 307 was determined , And in the four analyzed sections of ERS 307, the
most frequent pathologies were isolated cracks, fatigue cracks, wear, pans, patches and
sluices in the wheel tracks, being classified as TERRIBLE.

Keywords: Evaluation; Pavement; Sizing.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pavimento flexível (corte transversal) .................................................18

Figura 2: Pavimento rígido (corte longitudinal) ..................................................19

Figura 3: Trincas longitudinais e transversais .....................................................21

Figura 4: Trincas interligadas e por bloco ...........................................................22

Figura 5: Trincas de retração ...............................................................................22

Figura 6: Afundamento por consolidação nas trilhas de rodas ............................23

Figura 7: Afundamento Plástico nas trilhas de rodas ..........................................23

Figura 8: Corrugação ...........................................................................................23

Figura 9: Escorregamento de massa ....................................................................24

Figura 10: Exsudação ..........................................................................................25

Figura 11: Desgaste .............................................................................................25

Figura 12: Panelas ................................................................................................26

Figura 13: Remendo bem executado ...................................................................27

Figura 14: Remendo mal executado ....................................................................27

Figura 15: Delineamento da pesquisa ..................................................................29

Figura 16: Localização da ERS 307 ....................................................................30

Figura 17: Trecho de execução do ensaio no km 9+700m ..................................31

Figura 18: Condições gerais da ERS 307 km 9+700m ........................................31

Figura 19: Trecho em análise no km 18+300m ...................................................32

Figura 20: Condições gerais da ERS 307 km 18+300m ......................................32

Figura 21: Trecho de execução do ensaio no km 23+300m ................................33

Figura 22: Condições gerais da ERS 307 km 23+300m ......................................33

Figura 23: Trecho de execução do ensaio no km 30+300m ................................34

Figura 24: Condições gerais da ERS 307 km 30+300m ......................................34

Figura 25: Treliça de alumínio com dimensões padronizadas .............................36

Figura 26: Exemplo de demarcação de áreas para inventário dos defeitos .........37
Figura 27: Realização do ensaio de campo no primeiro trecho km 9+700m ......41

Figura 28: Afundamento nas trilhas de roda no lado direito do Km 9+700m até
Km 10+00m .........................................................................................................42

Figura 29: Afundamento nas trilhas de roda no lado esquerdo do Km 9+700m até
Km 10+00m .........................................................................................................42

Figura 30: Execução do ensaio no segundo trecho km 18+300m .......................43

Figura 31: Afundamento nas trilhas de roda no lado direito do Km 18+00m até
Km 18+300m .......................................................................................................44

Figura 32: Afundamento nas trilhas de roda no lado esquerdo do Km 18+00m até
Km 18+300m .......................................................................................................45

Figura 33: Levantamento de campo no terceiro trecho km 23+300m .................45

Figura 34: ATR no lado direito do Km 23+00m até Km 23+300m ....................46

Figura 35: ATR no lado esquerdo do Km 23+00m até Km 23+300m ................47

Figura 36: Realização dos ensaios de campo no quarto trecho km 30+300m .....47

Figura 37: Afundamento das trilhas de roda no lado direito do Km 30+00m até
Km 30+300m .......................................................................................................48

Figura 38: Afundamento das trilhas de roda no lado esquerdo do Km 30+00m até
Km 30+300m .......................................................................................................49

Figura 39: Patologias presentes no Km 9+700m até o km 10+00m ....................50

Figura 40: Defeitos presentes no Km 18+00m até o km 18+300m .....................51

Figura 41: Irregularidades no Km 23+00m até o Km 23+300m .........................52

Figura 42: Patologias no Km 30+00m até o Km 30+300m .................................54

Figura 43: Resumo dos trechos analisados ..........................................................55


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Resumo dos defeitos - Codificação e Classificação ...........................20

Quadro 2: Resumo dos defeitos - Codificação e Classificação ...........................21

Quadro 3: Fatores de Ponderação ........................................................................38

Quadro 4: Exemplo de inventário utilizado no levantamento do estado de


superfície..............................................................................................................39

Quadro 5: Planilha de cálculo do IGG .................................................................39

Quadro 6: Conceitos de degradação do pavimento em função do IGG...............40

Quadro 7: Afundamento nas trilhas de roda Km 9+700m até Km 10+00 ...........42

Quadro 8: Afundamento nas trilhas de roda Km 18+00m até Km 18+300 .........44

Quadro 9: Afundamento nas trilhas de roda Km 23+00m até Km 23+300 .........46

Quadro 10: Afundamento nas trilhas de roda Km 30+00m até Km 30+300 .......48

Quadro 11: Resumo dos valores de ATR ............................................................50

Quadro 12: Resumo dos trechos analisados ........................................................55


LISTA DE SIGLAS

DAER – Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

CNT – Confederação Nacional de Transporte

VSA – Valor de Serventia Atual

DER/SP – Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo

TTC – Trincas Transversais Curtas

TTL – Trincas Transversais Longas

TLC – Trincas Longitudinais Curtas

TLL – Trincas Longitudinais Longas

TRR – Trincas de Retratação

DNER-MT – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem de Mato Grosso

DNER – ME - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Método de


Ensaio

TRI – Trilha de Roda Interna

TRE – Trilha de Roda Externa

ATR – Afundamento de Trilha de Roda

IGG – Índice de Gravidade Global

Km – Quilômetros
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................13

JUSTIFICATIVA ................................................................................... 14

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .................................................... 15

OBJETIVOS ........................................................................................... 15

OBJETIVO GERAL ........................................................................... 16

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................. 16

TEMA DA PESQUISA....................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................17

PAVIMENTAÇÃO: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO ...................... 17

DETERIORAÇÃO NOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS ........................ 19

PATOLOGIAS DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS ............................. 20

AVALIAÇÃO FUNCIONAL................................................................. 27

AVALIAÇÃO SUPERFICIAL OBJETIVA ......................................... 28

3 METODOLOGIA....................................................................................29

ESTRATÉGIA DA PESQUISA ............................................................. 29

DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................... 29

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO E TÉCNICAS UTILIZADAS 29

DEFINIÇÃO DOS TRECHOS AVALIADOS .................................... 30

3.3.2 DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL (IGG) 35

4 RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS DE CAMPO...................41

AFUNDAMENTOS NAS TRILHAS DE RODA .................................. 41

TRECHO 1: Km 9+700m → Km 10+0,00m ..................................... 41

TRECHO 2: Km 18+00m → Km 18+300m ...................................... 43

TRECHO 3: Km 23+00m → Km 23+300m...................................... 45

TRECHO 4: Km 30+00m → Km 30+300m ...................................... 47


ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL (IGG) ........................................ 50

TRECHO 1: km 9+700m → km 10+00m.......................................... 50

TRECHO 2: km 18+00m → km 18+300m........................................ 51

TRECHO 3: km 23+00m → km 23+300m........................................ 52

TRECHO 4: km 30+00m → km 30+300m........................................ 53

RESUMO DOS RESULTADOS DE IGG ........................................... 54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................56

CONCLUSÕES ...................................................................................... 56

SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ..................................... 57

6 REFERÊNCIAS.......................................................................................58

7 ANEXOS...................................................................................................59
1 INTRODUÇÃO

Segundo Balbo (2007), a pavimentação possui como principal finalidade fornecer


aos usuários um tráfego seguro e confortável, com materiais e estruturas capazes de
resistir aos esforços resultantes da ação do tráfego ligado às condições climáticas, a um
baixo custo, aproveitando sempre que possível a utilização de materiais locais para as
obras, de forma a assegurar o bom funcionamento da via em termos de manutenção e
custo operacional na sua vida de serviço.

De acordo com Silva (2006), com o aperfeiçoamento dos meios de transportes


rodoviários e com o aumento populacional, o volume de tráfego aumentou de forma
considerável em toda a malha viária do Brasil. A evolução dos veículos rodoviários
possibilitou o transporte de cargas maiores e mais pesadas, de modo que as técnicas
construtivas para a execução das estradas tiveram que acompanhar esse progresso, caso
contrário, as vias não apresentariam conforto, segurança e economia aos usuários.

A manifestação de degradações na superfície de um pavimento é um sinal


indicativo de que a eficiência funcional ou estrutural para que foi projetado não é
suficiente para resistir as ações do clima e do tráfego. Desse modo, os pavimentos
precisam ser acompanhados, a fim de se tomar as medidas necessárias para manter a sua
qualidade ao longo do tempo (FRANCISCO, 2012).

A proporção em que o pavimento asfáltico é utilizado, o seu desgaste natural


durante um determinado período de tempo, chegará a uma situação que não apresentará
boas condições de trafegabilidade, aumentando o custo de operação dos veículos que
trafegam na rodovia. Desse modo, é necessário fazer as análises das estruturas e dos
processos de manutenção e restauração dos pavimentos, antes que ocorra a degradação
da estrutura, a ponto de exigir um pavimento novo (SENÇO, 2001).

Segundo Bernucci et al (2008), a avaliação funcional de um pavimento refere-se


a análise do estado da pista de rolamento e como este afeta o conforto dos usuários que
por ela trafegam. Para os usuários o mais importante é o estado da superfície do
pavimento, pois é nessa face que são percebidos os defeitos e as irregularidades que
afetam o seu conforto ao trafegar pela rodovia.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
14

De acordo com Balbo (2007), a avaliação estrutural possibilita obter resultados


sobre a integridade das faixas de materiais encobertos ao revestimento, cujas
imperfeições, várias vezes não são descobertas pela avaliação visual do pavimento.

Segundo pesquisas realizadas em 2017 pelo Departamento de Trânsito do Estado


do Rio Grande do Sul (DETRAN-RS), na última década ocorreu um aumento de 196.586
veículos de carga e um total de 3.509.645 veículos em circulação em todo o Estado.
Devido a esse crescimento acelerado de veículos em circulação, é necessário adotar
alternativas mais eficientes em relação ao suporte da rodovia para não ocorrer
deteriorações prematuras do pavimento.

Neste trabalho, o pavimento é avaliado em relação a sua capacidade funcional,


verificando o estado em que a pista de rolamento se encontra em relação ao conforto e
segurança ao tráfego dos usuários, bem como, se há a necessidade de manutenção ou
restauração do pavimento.

JUSTIFICATIVA

De acordo com o Plano Brasil de Infraestrutura e Logística (2013), o modal


rodoviário brasileiro participa com mais de 60% de tudo que é transportado no Brasil,
mesmo com a malha rodoviária sendo de baixa qualidade.

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) 2017, a


malha rodoviária brasileira possui um total de 1.735.621 km de rodovias, sendo 212.886
km de rodovias pavimentadas e 1.365.426 km de rodovias não pavimentadas. Em 2017
foram avaliados 105.814 quilômetros de rodovias estaduais e federais pavimentadas em
todo o Brasil, sendo que 61,8% apresentam algum tipo de deficiência no pavimento, na
sinalização ou na geometria da via. Desse total, 33,6% estão em estado regular, 20,1%
ruim e 8,1% péssimo, prejudicando o funcionamento operacional e a segurança dos
usuários.

A idade dos pavimentos e a demanda de tráfego constituem um dos principais


problemas das rodovias no nosso país, onde a maioria da malha rodoviária já ultrapassou
a vida útil dos projetos, de modo que, o destaque na construção rodoviária é
gradativamente transferida para as atividades de restauração e recuperação dos
pavimentos (DNIT, 2006).

Bruno Afonso Wobeto Rohrig (bruno_wobeto@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa


Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017
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O excesso de patologias nas rodovias em períodos menores que previstos, são


responsáveis por grande parte de acidentes e danos dos veículos. Isto ocorre, pois o
transporte de mercadorias com o excesso de carga não é fiscalizado, aumentando assim
de forma precoce as trincas, trilhas de roda, panelas, entre outras patologias.

Segundo Bernucci et al (2008), são indispensáveis os gastos com recuperação e


manutenção precoce dos pavimentos rodoviários brasileiros. Esses custos com
manutenção e recuperação são inadmissíveis uma vez que podemos usufruir de
equipamentos de campo e laboratório que possibilitam de forma mais adequada o
conhecimento dos métodos e dos materiais para realização dos projetos.

Como o modal rodoviário é de suma importância no Brasil, tanto no transporte de


cargas quanto de passageiros, a avaliação das condições funcionais nos pavimentos
rodoviários se faz necessária para verificar se a rodovia apresenta condições adequadas
de trafegabilidade, segurança e conforto aos usuários. Caso contrário serão necessárias
medidas de intervenção, sendo elas de manutenção ou de restauração do pavimento.

A análise da ERS 307 justifica-se por ser uma rodovia que não se encontra em
condições ideais de trafegabilidade, devido à falta de sinalização e manutenção da mesma,
como também, por ser um rodovia que facilita o acesso a cidades maiores, na qual é
encaminhado grande parte da produção, sendo que a mesma faz parte da rota costeira,
facilitando o acesso com países vizinhos.

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Tecnicamente, como encontra-se a rodovia ERS-307 quanto ao seu aspecto


funcional? Quais as suas atuais condições de trafegabilidade e segurança?

OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho são classificados em objetivo geral e objetivos


específicos e estão listados a seguir.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
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OBJETIVO GERAL

Tem-se por objetivo principal, analisar as condições funcionais do pavimento da


rodovia estadual ERS-307, entre os municípios de São Paulo das Missões (km 0+000) e
Santa Rosa (km 56+320), na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos definidos para a presente pesquisa são elencados a seguir:

 Realizar revisão bibliográfica sobre os temas pertinentes ao assunto, tais


como: patologias em pavimentos asfálticos, processos de degradação,
metodologias de análise de pavimentos asfálticos para avaliações
funcionais, manutenções e restaurações de pavimentos rodoviários
flexíveis.
 Análise do contexto geral de conservação da rodovia ERS-307 para
definição dos trechos representativos de 300m para a realização das
avalições e ensaios de campo em ambos os sentidos da rodovia.
 Analisar as condições funcionais do pavimento, nos trechos
representativos, realizando uma avaliação objetiva da superfície de
rolamento da rodovia através do cálculo do Índice de Gravidade Global
(IGG) através da normativa DNIT 006/2003-PRO.
 Determinar a magnitude e a distribuição dos afundamentos nas trilhas de
roda (ATR) para as trilhas internas (TI) e trilhas externas (TE) em ambos
os sentidos dos trechos representativos pré-determinados.

DELIMITAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA

A presente pesquisa limita-se a realizar uma análise geral de conservação de um


pavimento rodoviário, definindo as condições funcionais através da realização de ensaios
de campo, de acordo com as normas vigentes (DAER/DNIT), em quatro trechos situados
nos quilômetros 9+700m até 10+00, 18+00m até 18+300, 23+00m até 23+300 e 30+00m
até 30+300 na ERS 307, situada na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Bruno Afonso Wobeto Rohrig (bruno_wobeto@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa


Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PAVIMENTAÇÃO: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

O pavimento é designado como uma estrutura que apresenta várias camadas com
espessuras finitas, construída acima da face de área de terraplenagem. Sua principal
função é resistir a esforços provenientes do clima e do tráfego de veículos, de modo a
oferecer às pessoas condições melhores de fluxo, segurança, conforto e economia
(BERNUCCI et al, 2008).

De acordo com Balbo (2007), o pavimento rodoviário é constituído pelas


seguintes camadas:

1. Revestimento: é destinado a receber e transmitir as cargas horizontais e


verticais originadas pelo tráfego para as demais camadas inferiores, e
proporcionar melhores condições de segurança e conforto aos usuários e
resistir a deterioração.

2. Base: é responsável por receber os esforços verticais causados pelo tráfego


e distribuir para as camadas inferiores.

3. Sub-base: apresenta a mesma função da base, é feita sobre a camada do


subleito ou do reforço do subleito.

4. Reforço do subleito: apresenta uma camada com dimensão que pode mudar,
aperfeiçoa a capacidade de apoio de carga do subleito, apresentando
materiais com melhores características técnicas em relação à camada do
subleito e inferior a camada de sub-base. Só é utilizado se o material
presente no subleito apresentar uma baixa capacidade de suporte de carga.

5. Subleito: é a camada natural do lugar em que se deseja adicionar um


pavimento e é classificada como a fundação do pavimento.

O conforto e a segurança do trânsito são garantidos pela função estrutural e


funcional das camadas que constituem o pavimento. A eficiência que o conjunto das
inúmeras camadas usufrui para reagir às ações climáticas e aos carregamentos aplicados

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
18

pelos veículos, sem sofrer deteriorações que coloque em risco a serventia do pavimento,
está ligada a função estrutural. As características de conforto e segurança da superfície da
camada deteriorada do pavimento estão associadas com o papel funcional do pavimento
(FRANCISCO, 2012).

Os pavimentos são classificados em flexíveis, rígidos e semirrígidos. Os


pavimentos são flexíveis, quando todas as camadas sofrem deformação elástica sob o
carregamento que é aplicado, de maneira que a carga se distribui em parcelas similares
entre as camadas. Os pavimentos constituídos por uma base de solo pedregulhoso,
revestida por uma camada asfáltica é um exemplo de pavimento flexível (DNIT, 2006).

Os pavimentos flexíveis são conhecidos como pavimentos asfálticos, quando


apresenta uma mistura formada por agregados e ligantes asfálticos, sendo constituído por
quatro faixas principais, entre elas, revestimento asfáltico, base, sub-base e reforço do
subleito. Denomina-se revestimento asfáltico, a camada superior que tem como objetivo
resistir de forma direta às ações geradas pelo tráfego e transmiti-las de forma moderada
até as camadas inferiores, assim como, aprimorar as condições de segurança e conforto e
impermeabilizar o pavimento (BERNUCCI et al, 2008).

A Figura 1 mostra de forma esquemática a estrutura do pavimento rígido.

Figura 1: Pavimento flexível (corte transversal)

Fonte: BERNUCCI et al. (2008).

Denomina-se pavimento rígido, aquele que apresenta uma grande rigidez em


relação às últimas camadas, absorvendo as totais tensões oriundas do carregamento

Bruno Afonso Wobeto Rohrig (bruno_wobeto@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa


Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017
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aplicado. O pavimento formado por lajes de concreto de cimento Portland é um exemplo


desse pavimento (DNIT, 2006).

“Nessa linha de raciocínio, dir-se-ia que o revestimento é rígido se for de concreto


de cimento Portland” (BALBO, 2011).

A Figura 2 mostra de forma esquemática a estrutura do pavimento rígido.

Figura 2: Pavimento rígido (corte longitudinal)

Fonte: BERNUCCI et al (2008).

O pavimento asfáltico que é constituído por camadas de base ou sub-base


assentado com cimento é conhecido como pavimento semirrígido. Se a camada de
revestimento é realizada sobre a base de cimento, o pavimento é do tipo direto, e se for
realizada sobre a camada de base granular e sub-base de cimento, o pavimento é do tipo
indireto (DER/SP, 2006).

DETERIORAÇÃO NOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS

Os pavimentos são projetados para durar certo tempo. No decorrer desse tempo o
pavimento começa com uma ótima qualidade até chegar a um estado ruim. A diminuição
da condição ou do uso do pavimento no decorrer dos anos é conhecida como deterioração
do pavimento (DNIT, 2006).

“Os defeitos de superfície podem aparecer precocemente (devido a erros ou


inadequações) ou a médio ou longo prazo (devido à utilização pelo tráfego e efeitos das
intempéries)” (BERNUCCI et al, 2008).

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
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Durante a sua vida de utilidade à pavimentação asfáltica, como um todo, passa por
diferentes estágios. Primeiramente, dá-se a solidificação pelo tráfego, onde o esqueleto
do pavimento é fortificado devido à pressão de contato das rodas dos veículos. Existe
ainda a etapa das deflexões recuperáveis, na qual acontecem deformações elásticas que
constituem a etapa de utilidade da estrutura asfáltica. Por último ocorre o fenômeno da
fadiga, podendo ser reconhecida por alteração plástica não recuperável (JUNIOR;
MAGALHÃES, 2014).

PATOLOGIAS DOS PAVIMENTOS FLEXÍVEIS

As patologias dos pavimentos são classificadas de acordo com a terminologia


normatizada do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte
(BERNUCCI et al, 2008).

Os quadros 1 e 2 exibem o resumo das patologias, a sua classificação e


codificação. No quadro 1, as trincas podem ser classificadas em FC-1, FC-2 e FC-3. A
primeira, caracteriza-se por ter abertura superior à das fissuras e menores que 1,0mm, a
segunda, caracteriza-se por ter abertura superior a 1,0mm e sem erosão nas bordas e a
última caracteriza-se por ter aberturas superiores a 1,0 mm e com erosão nas bordas
(DNIT, 2006).

Quadro 1: Resumo dos defeitos - Codificação e Classificação

Fonte: DNIT (2006).

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21

Quadro 2: Resumo dos defeitos - Codificação e Classificação

Fonte: DNIT (2006).

2.2.1.1 Fendas, fissuras e trincas


Segundo Bernucci et al (2008), as fendas são falhas na superfície asfáltica e
podem ser classificadas como fissuras ou trincas. Consideram-se fissuras, quando a falha
é visível a olho nu apenas a distância inferior a 1,5m e trincas quando a abertura é superior
à da fissura. Quanto o tipo de trincas elas são classificadas em isoladas e interligadas. As
trincas isoladas podem ser: transversais curtas (TTC) ou transversais longas (TTL),
longitudinais curtas (TLC) ou trincas longitudinais longas (TLL) ou de retração (TRR).
As trincas interligadas podem ser do tipo couro de jacaré (J) e trincas de bloco (TB).

As Figuras 3, 4 e 5 mostram de forma esquemática as ocorrências de trincas na


superfície dos pavimentos flexíveis.

Figura 3: Trincas longitudinais e transversais

Fonte: DNIT (2006).

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
22

Figura 4: Trincas interligadas e por bloco

Fonte: DNIT (2006).

Figura 5: Trincas de retração

Fonte: BERNUCCI et al (2008).

2.2.1.2 Afundamentos
Os afundamentos são deformações permanentes identificadas pelo rebaixamento
da superfície do pavimento, podendo o revestimento asfáltico ser seguido ou não de
pequena elevação. O afundamento pode apresentar-se sob a forma de afundamento
plástico ou de consolidação (DER/SP, 2006).

O afundamento plástico é causado pela influência plástica de uma ou


mais camadas de pavimento ou de subleito e o afundamento de consolidação é
causado pela consolidação diferencial de uma ou mais camadas de pavimento
ou de subleito. Quando os afundamentos ocorrem com extensão até 6 m são
chamados de “afundamentos locais.” Quando ocorrem com extensões
continuas maiores são chamados de “afundamentos de trilha de roda”. (DNIT,
2006, p. 68).

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23

As Figuras 6 e 7 mostram de maneira esquemática os afundamentos de trilha de


roda.

Figura 6: Afundamento por consolidação nas trilhas de rodas

Fonte: DNIT (2006)

Figura 7: Afundamento Plástico nas trilhas de rodas

Fonte: DNIT (2006)

2.2.1.3 Corrugação e ondulação


“A corrugação ou ondulação são deformações caracterizadas por ondulações
transversais, de caráter plástico e permanente, na superfície asfáltica” (DNIT, 005/2003).

A Figura 8 mostra um exemplo de corrugação ou ondulação.

Figura 8: Corrugação

Fonte: BERNUCCI et al (2008)

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24

2.2.1.4 Escorregamento
O escorregamento é definido como o deslocamento do revestimento asfáltico em
relação à camada do pavimento, com o surgimento de fissuras na forma de meia lua
(DER/SP, 2006).

Na Figura 9 pode-se visualizar um exemplo de escorregamento de massa.

Figura 9: Escorregamento de massa

Fonte: BERNUCCI et al (2008)

2.2.1.5 Exsudação
A exsudação é distinguida pelo aparecimento de ligante em excesso na superfície
do pavimento, ocasionando manchas escurecidas resultantes do exagero do mesmo na
massa asfáltica (BERNUCCI et al, 2008).

De acordo com DNIT 005/2003, a exsudação ocorre através da formação de uma


película de material betuminoso na face do pavimento e é caracterizado por apresentar
manchas de várias dimensões, que prejudicam a aderência do revestimento aos
pneumáticos, especialmente em tempo de chuva, apresentando um problema funcional
grave.

A Figura 10 mostra um exemplo de exsudação no pavimento flexível.

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25

Figura 10: Exsudação

Fonte: BERNUCCI et al (2008)

2.2.1.6 Desgaste
O desgaste é denominado como a ausência de agregado ou argamassa fina do
revestimento asfáltico. É caracterizado pela rispidez anormal da superfície, com
desaparecimento do envolvimento betuminoso e extração crescente dos agregados
(DNIT, 2006).

Segundo Bernucci et al (2008), o desgaste ou desagregação ocorre através do


desapego de agregados da superfície ou ainda da ausência de mástique junto aos
agregados.

A Figura 11 traz um exemplo de desgaste do pavimento.

Figura 11: Desgaste

Fonte: BERNUCCI et al (2008)

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26

2.2.1.7 Panela
As panelas ou buracos são definidas como cavidades que se formam no
revestimento asfáltico podendo ser de diversas dimensões e profundidades. Este tipo de
patologia é muito grave, pois abala a estrutura do pavimento, concedendo a entrada das
águas superficiais ao interior da estrutura, de modo a afetar também a irregularidade
longitudinal, tendo como consequência, o custo do transporte e a segurança do tráfego
(DNIT, 2006).

O exemplo da Figura 12 ilustra de maneira esquemática a ocorrência de panelas.

Figura 12: Panelas

Fonte: DNIT (2006)

2.2.1.8 Remendo
O remendo é definido pelo preenchimento de panelas ou qualquer outra cavidade
ou depressão com massa asfáltica. O remendo é considerado um defeito, devido a ressaltar
um lugar de fragilidade do revestimento e por ocasionar prejuízos ao conforto ao
rolamento (BERNUCCI et al, 2008).

A Figura 13 traz um exemplo de um remendo bem executado, já na figura 14 um


exemplo de remendo mal executado.

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27

Figura 13: Remendo bem executado

Fonte: BERNUCCI et al (2008)

Figura 14: Remendo mal executado

Fonte: BERNUCCI et al (2008)

AVALIAÇÃO FUNCIONAL

A avaliação funcional de pavimentos tem como objetivo estabelecer o nível de


degradação da via, por meio da quantificação e identificação dos problemas superficiais
que prejudicam a segurança e o conforto dos usuários (SILVA, 2006).

A principal característica de um pavimento pode ser definida como sendo o


protesto de destruição verificado na superfície do pavimento, podendo ser encaixada em
duas famílias, entre elas as de deformação permanente e as de características de
degradação superficial, gerando a perda de serventia quanto à segurança, conforto e
rolamento (CAVALCANTE, 2005).

“A avaliação funcional de um pavimento relaciona-se à apreciação da superfície


dos pavimentos e como este estado influência no conforto ao rolamento” (BERNUCCI et
al, 2008).

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28

Segundo DNIT (2006) o desempenho funcional relaciona-se com a eficácia do


pavimento de atender a sua principal função, que é oferecer um pavimento com serventia
propícia para a qualidade de rolamento.

AVALIAÇÃO SUPERFICIAL OBJETIVA

Há inúmeras maneiras para elaborar um inventário, apontando os defeitos que


existem no pavimento, com o objetivo de avaliar as condições que a pista de rolamento
se encontra.

De acordo com DNIT 006/2003 – PRO (Procedimento: Avaliação Objetiva da


Superfície de Pavimentos Flexíveis e Semirrígidos.), tem como objetivo, através da
identificação, a contagem e a classificação dos defeitos aparentes e das medidas das
deformações de trilhas de rodas, encontrar o valor do Índice de Gravidade Global (IGG),
usado para determinar a degradação da pista de rolamento.

Para aplicar a normativa DNIT 006/2003 – PRO, é necessário ler a normativa


DNIT 005/2003 – TER (Terminologia: Defeitos nos Pavimentos Flexíveis e
Semirrígidos) e a normativa DNIT 007/2003 – PRO (Procedimento: Levantamento para
Avaliação da Condição de Superfície de Subtrecho Homogêneo de Rodovias de
Pavimentos Flexíveis e Semirrígido para Gerência de Pavimentos e Estudos e Projetos).

A normativa DNIT 007/2003 – TER define o procedimento a ser executado no


levantamento para avaliação da condição de superfície de subtrechos homogêneos de
rodovias de pavimentos flexíveis e semirrígidos para a gerência de pavimentos, estudos
e projetos. Descreve a aparelhagem necessária e a maneira pela qual o levantamento
deverá ser realizado.

A normativa DNIT 005/2003 – TER é um documento onde são apresentados os


termos técnicos empregados em defeitos que ocorrem nos pavimentos flexíveis e
semirrígido e serve para padronizar a linguagem adotada na elaboração das normas,
manuais, projetos e textos relativos aos pavimentos flexíveis e semirrígido.

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29

3 METODOLOGIA

ESTRATÉGIA DA PESQUISA

O presente trabalho discorre de uma análise realizada nos trechos em estudo na


rodovia ERS-307, onde as verificações e os ensaios de campo efetuados auxiliam para a
determinação dos dados e posteriores cálculos, para a obtenção dos resultados qualitativos
e quantitativos, sobre as condições funcionais da superfície de rolamento da rodovia em
análise pelo presente trabalho.

DELINEAMENTO DA PESQUISA

A Figura 15 representa o delineamento proposto para a realização da pesquisa e


obtenção dos resultados conforme objetivos propostos.

Figura 15: Delineamento da pesquisa

Fonte: Autoria própria

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO E TÉCNICAS UTILIZADAS

Neste item, serão apresentados os critérios de definição dos trechos analisados,


juntamente, com as metodologias de avaliação empregadas para definição das condições
superficiais do revestimento asfáltico, quanto às condições de trafegabilidade e segurança
oferecidas aos usuários da ERS-307, no trecho entre os municípios de São Paulo das
Missões e Santa Rosa.

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30

DEFINIÇÃO DOS TRECHOS AVALIADOS

Foram considerados para estudo e posterior realização dos ensaios de campo e


avaliação dos resultados obtidos, quatro trechos situados na rodovia ERS-307, os mesmos
apresentam diferentes estados de conservação e degradação, dificultando o tráfego de
veículos na região. A ERS-307 é de suma importância para os municípios de Cândido
Godói, Campina das Missões, São Paulo das Missões e demais municípios vizinhos, pelo
fato de ser um trajeto que oferece o acesso as rotas costeiras e também aos municípios
maiores, proporcionando importantes ligações comerciais e de acesso à serviços de saúde
e educação.

Conforme pode ser visualizado no mapa da Figura 16, a rodovia tem o seu início
no município de São Paulo das Missões (km0+0,00) e seu término no entroncamento com
as rodovias ERS-344 e ERS-162 em Santa Rosa (km 56+320). Para a realização dos
ensaios de campo foram definidos quatro trechos da ERS 307, adotou-se trechos de 300
metros no total, sendo 150 metros para cada sentido (crescente e decrescente),
possibilitando dessa forma avaliar as condições de conservação em ambos os sentidos em
um mesmo trecho.

Figura 16: Localização da ERS 307

Fonte: Google Maps.

A seguir serão apresentados os trechos analisados ao longo da rodovia. A


definição dos trechos para a realização das avaliações expeditas seguiu os seguintes
critérios: elevado número de patologias presentes no pavimento selecionando, dessa
forma, os trechos mais críticos da rodovia e trajeto retilíneo para a realização dos ensaios.

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31

 Trecho 1: km 9+700m → km 10+0,00m

As Figuras 17 e 18 apresentam respectivamente o primeiro trecho em estudo


situado no km 9+700m da ERS 307 e o seu estado atual de conservação.

Figura 17: Trecho de execução do ensaio no km 9+700m

Fonte: Google Maps (2017).

Figura 18: Condições gerais da ERS 307 km 9+700m

Fonte: Autoria Própria.

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 Trecho 2: km 18+0,00m → km 18+300m

As Figuras 19 e 20 apresentam respectivamente o segundo trecho em análise


situado no km 18+300m da ERS 307 e o seu atual estado de conservação.

Figura 19: Trecho em análise no km 18+300m

Fonte: Google Maps (2017).

Figura 20: Condições gerais da ERS 307 km 18+300m

Fonte: Autoria Própria.

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33

 Trecho 3: km 23+0,00m → km 23+300m

As Figuras 21 e 22 apresentam respectivamente o terceiro trecho em estudo


situado no km 23+300m da ERS 307 e o estado de conservação do pavimento.

Figura 21: Trecho de execução do ensaio no km 23+300m

Fonte: Google Maps (2017).

Figura 22: Condições gerais da ERS 307 km 23+300m

Fonte: Autoria Própria.

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 Trecho 4: km 30+0,00m → km 30+300m

As Figuras 23 e 24 apresentam respectivamente o quarto e último trecho situado


no km 30+300m da ERS 307 e o estado de conservação do pavimento.

Figura 23: Trecho de execução do ensaio no km 30+300m

Fonte: Google Maps (2017).

Figura 24: Condições gerais da ERS 307 km 30+300m

Fonte: Autoria Própria.

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35

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL (IGG)

A realização das análises do estado de conservação do pavimento nos diversos


trechos da rodovia foi baseada através da normativa do DNIT. As avaliações das situações
recentes da pista de rolamento fundamentaram-se através da norma DNIT 006/2003 –
PRO (Avaliação objetiva da superfície dos pavimentos flexíveis e semirrígidos) cálculo
do IGG (Índice de Gravidade Global).

Para o cálculo do Índice de Gravidade Global (IGG) são levados em consideração


os seguintes defeitos: fendas (F); afundamentos (A); corrugação e ondulações transversais
(O); exsudação (EX); desgaste ou desagregação (D); panela ou buraco (P); e remendos
(R) (BERNUCCI et al, 2008).

“A condição de superfície de um pavimento asfáltico deve ser levantada,


analisados seus defeitos e causas, e atribuídos indicadores numéricos que
classifiquem seu estado geral. O DNIT 006/2003 – PRO (DNIT, 2003)
estabelece um método de levantamento sistemático de defeitos e atribuição do
Índice de Gravidade Global (IGG), que poderá ser empregado em projetos de
reforço” (BERNCCI et al, 2008).

De acordo com a norma DNIT 006/2003, determina as situações necessárias para


análise da superfície da pista de rolamento flexível ou semirrígido, para inventário e
também classificação das degradações superficiais visíveis no pavimento e do grau de
deformações permanentes nas trilhas de rodas. Esta norma também expõe os
equipamentos e os cálculos necessários para a determinação do Índice de Gravidade
Global (DNIT, 2003).

Para a análise do pavimento, os equipamentos necessário são:

 Treliça de alumínio com dimensões padronizadas;


 Pincel e tinta para demarcação;
 Formulários;
 Trena de 20m.

Na Figura 25, pode-se ver a treliça de alumínio com dimensões padronizadas.

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36

Figura 25: Treliça de alumínio com dimensões padronizadas

Fonte: DNIT (2003).

“Os afundamentos nas trilhas de roda externa e interna devem ser mensurados
com o auxílio da treliça metálica e anotados na planilha, na coluna referente a estação
onde foi feita uma única medida em cada trilha” (BERNUCCI et al, 2008).

As flechas precisam ser mensuradas em milímetros e marcadas em cada estação,


tanto para as trilhas de roda externa (TRE) quanto para as trilhas de roda internas (TRI),
apontando o maior valor obtido em cada trilha (DNIT, 2003).

A determinação do índice de gravidade global não é em função de toda área da


pista, mas de forma amostral para algumas estações com o espaçamento e área entre elas
pré-estabelecido pelo DNIT. Essas estações são enumeradas na pista de rolamento
simples a cada 20m, alternados entre faixas a cada 40m. O espaço avaliado, equipara-se
a 3m antes e 3m depois de cada estaca demarcada, com largura igual a faixa que está
sendo avaliada e área de 6m de extensão (BERNUCCI et al, 2008).

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37

A Figura 26 mostra um exemplo de demarcação de áreas para inventário dos


defeitos.

Figura 26: Exemplo de demarcação de áreas para inventário dos defeitos

Fonte: BERNUCCI et al (2008).

O cálculo para determinação do Índice de Gravidade Global (IGG) é obtido


através da fórmula vista na equação (A) e (B), na qual IGI é o somatório dos Índices de
Gravidade Individuais de cada tipo de patologia, sendo fr a frequência relativa e fp o fator
de ponderação (BERNUCCI et al, 2008).

𝐼𝐺𝐼 = 𝑓𝑟 ∗ 𝑓𝑝 (A)

𝐼𝐺𝐺 = ∑𝐼𝐺𝐼 (B)

O cálculo da frequência relativa é obtido através da fórmula da equação (C), onde


fr é a frequência relativa e fa corresponde ao número de vezes que a ocorrência foi
verificada e n é o número de estações inventariadas (DNIT, 2003).

𝑓𝑎∗100
𝑓𝑟 = (C)
𝑛

No Quadro 3, pode-se verificar os fatores de ponderação utilizados no cálculo do


índice de gravidade global.

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38

Quadro 3: Fatores de Ponderação

Fonte: DNIT (2003).

Em todas as áreas marcadas deve ser apontado os defeitos existentes no pavimento


para a realização do inventário das ocorrências (DNIT, 2003).

Após a retenção das informações feitas em campo, é necessário realizar um estudo


prévio, de forma a separar a via em trechos que possuam patologias ou características
semelhantes (BERNUCCI et al,2008).

No Quadro 4 pode-se visualizar um exemplo de inventário utilizado no


levantamento do estado da superfície, onde foram utilizadas as letras D (lado direito), E
(lado esquerdo), A (aterro), C (corte) e SMA (seção mista meia encosta) para indicação
de conceitos nas linhas de faixa e de configuração da terraplenagem, respectivamente.
Neste exemplo, é apresentada a rodovia na qual foi realizado o inventário, o trecho
avaliado, o responsável pela avaliação, à estaca inicial e final do trecho em estudo, o tipo
das patologias e os afundamentos na trilha de roda, tanto externas quanto internas.

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Quadro 4: Exemplo de inventário utilizado no levantamento do estado de superfície

Fonte: BERNUCCI et al (2008).

No Quadro 5 visualiza-se a planilha de cálculo utilizada para cálculo do Índice de


Gravidade Global (IGG).

Quadro 5: Planilha de cálculo do IGG


Rodovia: PLANILHA DE CÁLCULO DO ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL (IGG) Data: Folha:
TRECHO: TRECHO: SUBTRECHO: Estaca ou Estaca ou
SUB-TRECHO: REVESTIMENTO TIPO: quilômetro quilômetro

Frequência
Frequência Índice de gravidade
Item Natureza do defeito absoluta Frequência relativa Fator de Ponderação Observações
absoluta Individual
considerada
Trincas isoladas FI,
1
TTC,TTL,TLC,TLL,TRR
2 (FC-2) J, TB
3 (FC-3) JE, TBE
4 ALP, ATP, ALC, ATC
5 O, P, E
6 EX
7 D
8 R
Média aritmética dos valores 1 A( )
9 TRE = TRI = F=
médios das flechas medidas 1 B( )
Média aritmética das
2 A( )
10 variâncias das flechas TREv = TRIv = FV =
2 B( )
medidas em ambas as trilhas
N° TOTAL DE ESTAÇÕES nº ∑ IND GRAVID. IND = IGG Conceito
Operador
1A) IGI= F x 4/3 quando F ≤ 30 2A) IGI= FV quando FV ≤ 50
Cálculo
1B) IGI= 40 quando F > 30 2B) IGI= 50 quando FV > 50
Visto

Fonte: DNIT (2003).

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40

O IGG representa as situações funcional do estado da superfície de rolamento dos


pavimentos, um conceito dado ao pavimento ajuda a diferenciar casos, distribuindo-os
em poucas classes, mas o conceito não pode trocar a referência ao valor calculado, uma
vez que, segmentos de conceito igual, podem ter valores de IGG diferentes e, portanto,
situações diversas a serem consideradas no projeto de restauração (BERNUCCI et al,
2008).

“Vale a pena, mais uma vez, reforçar a ideia de que um bom diagnostico dos
defeitos, com observações globais, identificando as causas que levaram as
patologias e imprescindível para um adequado projeto de restauração. O valor
de IGG e um critério complementar” (BERUNCCI et al, 2008).

O Quadro 6 mostra os conceitos de degradação do pavimento em função do Índice


de Gravidade Global (IGG).

Quadro 6: Conceitos de degradação do pavimento em função do IGG

Fonte: DNIT (2003).

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4 RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS DE CAMPO

Para a realização das avaliações de campo e a obtenção dos valores foram


necessários três dias, sendo o primeiro no dia 02 de setembro de 2017, o segundo no dia
17 de setembro de 2017 e o terceiro no dia 19 de setembro de 2017.

AFUNDAMENTOS NAS TRILHAS DE RODA

O afundamento na trilha de roda é medido em milímetro, tanto na Trilha de Roda


Externa (TRE) do pavimento quanto na Trilha de Roda Interna (TRI). Esse afundamento
indica a deformação sucedida através do excesso de carga e tráfego na pista de rolamento.

TRECHO 1: Km 9+700m → Km 10+0,00m

Na Figura 27 pode-se visualizar a efetuação dos ensaios de campo no primeiro


trecho da rodovia ERS 307, no Km 9+700m até o Km 10+00m.

Figura 27: Realização do ensaio de campo no primeiro trecho km 9+700m

Fonte: Autoria Própria.

O Quadro 7 demonstra os resultados alcançados para o ATR no primeiro trecho,


onde TRE significa Trilha de Roda Externa e TRI significa Trilha de Roda Interna, sendo
as duas obtidas em milímetros, do mesmo modo que o desvio padrão (Sd) os valores
médios e o coeficiente de variação (Cv) para cada trilha.

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42

Quadro 7: Afundamento nas trilhas de roda Km 9+700m até Km 10+00

Fonte: Autoria Própria.

De acordo com o Quadro 7 constatou-se que os valores dos afundamentos nas


trilhas de roda apresentam alta dispersão, tanto para a TRI da faixa do lado direito quanto
para a TRI e TRE da faixa esquerda, sendo que para a TRE da faixa direita a dispersão é
considerada média. Em sua maioria, os valores de TRI são menores que os valores de
TRE, o que significa, que na margem da pista de rolamento os afundamentos são maiores,
salvo em quatro trechos, onde o afundamento na Trilha de Roda Interna (TRI) é maior
que o afundamento na Trilha de Roda Externa (TRE).

Nas Figuras 28 e 29 visualiza-se as variações dos valores dos afundamentos tanto


externo quanto interno, como também o sentido da pista que esses valores foram medidos,
sendo que a primeira representa a faixa do lado direito da via e a segunda representa a
faixa do lado esquerdo da pista de rolamento.

Figura 28: Afundamento nas trilhas de roda no lado direito do Km 9+700m até Km 10+00m

Fonte: Autoria Própria

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Figura 29: Afundamento nas trilhas de roda no lado esquerdo do Km 9+700m até Km 10+00m

Fonte: Autoria Própria.

Com base nas Figuras 28 e 29 é possível verificar que a maior variação entre as
trilhas externas e internas é de 11,5 mm para a faixa do lado direito e 9,5mm para a faixa
do lado esquerdo da rodovia e o máximo valor obtido para os afundamentos na trilha de
roda externa e interna foram, respectivamente, 26,00 mm e 28,50mm para o lado direito
da pista de rolamento e 17,5mm e 20,5mm para o lado esquerdo do pavimento. Baseado
na média dos valores dos afundamentos da TRI e TRE apresentados no Quadro 5, pode-
se constatar que na faixa do lado direito da pista os valores médio dos ATR na TRI é
3,5mm menor que na TRE e na faixa do lado esquerdo da pista de rolamento os valores
médio dos ATR na TRI é 3,13mm menor que na TRE.

TRECHO 2: Km 18+00m → Km 18+300m

Na Figura 30 pode-se visualizar a execução dos ensaios de campo no segundo


trecho da rodovia ERS 307, no Km 18+00m até o Km 18+300m.

Figura 30: Execução do ensaio no segundo trecho km 18+300m

Fonte: Autoria Própria.

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No Quadro 8 verifica-se os valores dos afundamentos nas trilhas de roda para o


segundo trecho estudado, sendo que os mesmos apresentam alta dispersão conforme cada
trecho em análise e que em sua maioria, os valores de TRI são menores que os valores de
TRE, o que quer dizer que, na beirada da via os afundamentos são maiores, fora em cinco
trechos, onde o afundamento na Trilha de Roda Interna (TRI) é maior que o afundamento
na Trilha de Roda Externa (TRE).

Quadro 8: Afundamento nas trilhas de roda Km 18+00m até Km 18+300

Fonte: Autoria Própria.

Nas Figuras 31 e 32 verificam-se as variações dos valores dos afundamentos na


trilha de roda tanto externo quanto interno para o segundo trecho analisado, como também
o sentido da pista que esses valores foram medidos, sendo que a primeira representa a
faixa direita da via e a segunda representa a faixa esquerda da pista de rolamento.

Figura 31: Afundamento nas trilhas de roda no lado direito do Km 18+00m até Km 18+300m

Fonte: Autoria Própria.

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Figura 32: Afundamento nas trilhas de roda no lado esquerdo do Km 18+00m até Km 18+300m

Fonte: Autoria Própria.

Através das Figuras 31 e 32 é possível verificar que as variações entre as trilhas


de roda externas e internas foram relevantes, sendo que a máxima variação é de 26,5mm
para a faixa do lado direito da via e 22,00mm para a faixa do lado esquerdo da pista de
rolamento e o máximo valor obtido para os afundamentos da trilha de roda externa e
interna, tanto para o lado direito quanto para o lado esquerdo da pista de rolamento foram,
respectivamente, 27,00 mm, 27,50mm, 25,00mm e 17,00mm. Através da média dos
valores dos afundamentos da TRI e TRE exibido no Quadro 6, pode-se constatar que na
faixa direita da pista de rolamento os valores médio dos ATR na TRI é de 3,88mm menor
que na TRE, sendo que, na faixa esquerda da via os valores médios do ATR na TRI é de
5,75mm menor que na TRE.

TRECHO 3: Km 23+00m → Km 23+300m

A Figura 33 demonstra a realização dos levantamentos de campo no terceiro


trecho da rodovia ERS 307, no Km 23+00m até o Km 23+300m.

Figura 33: Levantamento de campo no terceiro trecho km 23+300m

Fonte: Autoria Própria.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
46

O Quadro 9 exibe os valores dos ATR para o terceiro trecho estudado, dos quais
apenas a TRE medida no trecho do lado direito apresenta dispersão média, ou seja, menor
que 30%, já as demais apresentam dispersão alta. Pode-se constatar também, que nesse
trecho não apresenta uma supremacia nos valores dos afundamentos nas trilhas de roda
externa, o que significa, que os afundamentos maiores, ocorrem tanto do lado extremo da
rodovia quanto do lado interno.

Quadro 9: Afundamento nas trilhas de roda Km 23+00m até Km 23+300

Fonte: Autoria Própria.

Nas Figuras 34 e 35 visualizam-se as variações dos valores dos ATR tanto para
TRI quanto para a TRE do terceiro trecho estudado, bem como, a direção da pista de
rolamento que esses valores foram medidos, sendo que a primeira caracteriza o lado
direito da via e a segunda o lado esquerdo da pista.

Figura 34: ATR no lado direito do Km 23+00m até Km 23+300m

Fonte: Autoria Própria.

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47

Figura 35: ATR no lado esquerdo do Km 23+00m até Km 23+300m

Fonte: Autoria Própria.

Através das Figuras 34 e 35 consegue-se verificar que a variação entre os ATR


externa e interna não foram muito relevante, sendo que a máxima variação é de 12,00mm
para a faixa do lado esquerdo da pista e 7,00mm para a faixa do lado direito e o máximo
valor obtido para os ATR externa e interna, tanto para o lado direito quanto para o lado
esquerdo da via foram, respectivamente, 12,00 mm, 10,00mm, 13,00mm e 5,50mm. Por
meio da média dos valores dos ATR da TRI e TRE apresentado no Quadro 7, constatou-
se que no lado direito do pavimento os valores médios do ATR na TRI é de 2,63mm
menor que na TRE, sendo que, no lado esquerdo da pista os valores médios do ATR na
TRI é de 2,0mm menor que na TRE.

TRECHO 4: Km 30+00m → Km 30+300m

A Figura 36 mostra a aplicação dos ensaios de campo efetuado no quarto trecho


em análise da rodovia ERS 307, no Km 30+00m até o Km 30+300m.

Figura 36: Realização dos ensaios de campo no quarto trecho km 30+300m

Fonte: Autoria Própria.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
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O Quadro 10 apresenta os resultados para os ATR no quarto trecho, nas quais


todos os valores encontrados para as TRI e TRE tanto para o lado direito quanto para o
lado esquerdo, indicam alta dispersão. Pode-se constatar também que esse trecho não
apresenta uma supremacia nos valores dos afundamentos nas trilhas de roda externa, o
que significa, que os afundamentos maiores ocorrem tanto na borda da rodovia quanto do
lado interno.

Quadro 10: Afundamento nas trilhas de roda Km 30+00m até Km 30+300

Fonte: Autoria Própria.

As Figuras 37 e 38 retratam as alternâncias dos valores dos afundamentos nas


trilhas de roda tanto para as trilhas de roda interna quanto para as trilhas de roda externa
do quarto trecho avaliado, assim como, a direção da pista de rolamento que esses valores
foram medidos, sendo que a primeira indica a faixa direita da pista de rolamento e a
segunda a faixa esquerda da via.

Figura 37: Afundamento das trilhas de roda no lado direito do Km 30+00m até Km 30+300m

Fonte: Autoria Própria.

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Figura 38: Afundamento das trilhas de roda no lado esquerdo do Km 30+00m até Km 30+300m

Fonte: Autoria Própria.

Com base nas Figuras 37 e 38, percebeu-se que a dispersão entre as trilhas de roda
externa e interna foram significativas, sendo que a máxima variação é de 19,5mm para a
faixa do lado direito da pista de rolamento e 22,00mm para a faixa do lado esquerdo da
pista de rolamento e o máximo valor obtido para os ATR externo e interno, tanto para a
faixa direita quanto para a faixa esquerda da pista de rolamento foram, respectivamente,
20,00 mm, 7,00mm, 7,50mm e 20,00mm. Através da média dos ATR da TRI e TRE
apresentado no Quadro 8, constatou-se que no lado direito do pavimento os valores
médios dos ATR na TRI é de 1,75mm menor que na TRE, e no lado esquerdo da pista de
rolamento os valores médios dos ATR na TRI é de 1,12mm maior que na TRE.

Entre os quatro levantamentos de campo realizados separadamente, apenas no


quarto trecho o ATR na TRI da faixa esquerda foi maior que a TRE, nos demais trechos
o ATR na TRE foi maior que na TRI tanto do lado direito quanto do lado esquerdo da
pista de rolamento, significando que a maior solicitação de cargas ocorre na TRE do
pavimento, podendo ocorrer maiores afundamentos como também outros tipos de
patologias.

RESUMO DOS RESULTADOS DE ATR

A partir dos resultados pode-se constatar que os valores dos afundamentos nas
trilhas de rodas apresentam alta dispersão, podendo acarretar graves consequências aos
usuários devido ao acúmulo de água nas trilhas de rodas.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
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O Quadro 11 apresenta um resumo dos valores médios e máximos dos


afundamentos das trilhas de roda em todos os trechos, bem como a localização do maior
valor de ATR, ou seja, lado esquerdo ou direito da rodovia.

Quadro 11: Resumo dos valores de ATR

Fonte: Autoria Própria.

ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL (IGG)

O Índice de Gravidade Global é um índice que possibilita através da análise e


levantamento das patologias, classificar a rodovia quanto a sua condição de
trafegabilidade, segurança e comodidade.

TRECHO 1: km 9+700m → km 10+00m

O Anexo I apresenta o levantamento visual do estado de preservação do


pavimento para o primeiro trecho tanto para o lado direito quanto para o lado esquerdo,
já os Anexos II e III exibem, respectivamente, as planilhas de cálculo do índice de
gravidade global para o lado direito e esquerdo da rodovia.

A Figura 39 expõe algumas patologias presentes no primeiro trecho em estudo.

Figura 39: Patologias presentes no Km 9+700m até o km 10+00m

Fonte: Autoria Própria.

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Neste levantamento, tanto para o lado direito quanto para o lado esquerdo da pista
de rolamento, as patologias mais presentes foram as Trincas do modelo I, que são as
trincas isoladas e o Afundamento Plástico nas trilhas de roda, ambas com um percentual
de 100% de manifestação, ou seja, em todos as estacas analisadas. Entre vários outros
defeitos apresentados, as Trincas Interligadas (FC-2) do modelo II também se destacaram,
sendo que as mesmas apresentaram frequência absoluta de 7 vezes para o lado direito e 6
vezes para o lado esquerdo, resultando em um percentual de 87,5% para o lado direito da
rodovia e 75% para o lado esquerdo. As únicas patologias não encontradas nesse trecho
foram as do tipo Trincas Interligadas (FC-3) do modelo III, já as demais existiram, porém,
com menor frequência.

Após o usufruto das patologias encontradas, foram adquiridos através de cálculos,


os valores do Índice de Gravidade Global tanto para a faixa direita da rodovia quanto para
a faixa esquerda, sendo que para o lado direito da pista de rolamento obteve-se um valor
de IGG de 312,70 e para o lado esquerdo 236,17, que significa que para valores de IGG
acima de 160, o estado de conservação, segurança e conforto dos usuários da rodovia é
considerado como conceito péssimo.

TRECHO 2: km 18+00m → km 18+300m

Relacionado ao segundo trecho em estudo, o levantamento visual do estado de


preservação do pavimento tanto para o lado direito quanto para o lado esquerdo da
rodovia se encontra no Anexo IV, já os Anexos V e VI mostram, respectivamente, as
planilhas de cálculo do índice de gravidade global para a faixa direita e esquerda da pista
de rolamento.

A Figura 40 apresenta defeitos encontrados no segundo trecho em análise.

Figura 40: Defeitos presentes no Km 18+00m até o km 18+300m

Fonte: Autoria Própria.

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Para este levantamento, as patologias mais presentes foram as Trincas Isoladas do


modelo I, o Afundamento Plástico nas trilhas de roda (ATP) do modelo IV e o Desgaste
do modelo VII, ambas presente em 100% das faixas, ou seja, em todos as estacas
analisadas tanto do lado direito quanto para o lado esquerdo da rodovia. Outra patologia
que se mostrou muito presente na rodovia foi a Exsudação do modelo VI, com frequência
absoluta de 7 vezes para o lado esquerdo, resultando em um percentual de 87,5%.

O Índice de Gravidade Global (IGG) calculado para este trecho é de 348,83 para
a faixa do lado direito e 277,17 para a faixa do lado esquerdo da rodovia, o que significa
que, para os dois sentidos da pista de rolamento o pavimento apresenta condições
péssimas de trafegabilidade, conforto e segurança aos usuários, ou seja, IGG>160.

TRECHO 3: km 23+00m → km 23+300m

O levantamento visual da situação de conservação da faixa direita e esquerda da


rodovia referente ao terceiro trecho analisado consta no Anexo VII e, as planilhas de
cálculo do IGG para a faixa direita e esquerda da pista de rolamento são apresentadas nos
Anexos XIII e IX, respectivamente.

A Figura 41 exibe as irregularidades encontradas no terceiro trecho em estudo.

Figura 41: Irregularidades no Km 23+00m até o Km 23+300m

Fonte: Autoria Própria.

Para o Km 23+00m até o Km 23+300m, os defeitos que apresentaram frequência


absoluta de 100% para a faixa esquerda da rodovia foram as Trincas do modelo I
(Isoladas), o Afundamento Plástico nas trilhas de roda (ATP) do modelo IV e o Desgaste
do modelo VII, já na faixa direta da rodovia, as Trincas Isoladas e o Afundamento Plástico

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nas trilhas de roda permaneceram com frequência absoluta de 100% e o Desgaste se


mostrou presente em 7 trechos, correspondendo, 87,5% de ocorrências. Outros defeitos
que ocorreram significativamente foram os Remendos do modelo (VIII) e as Trincas
Interligadas (FC-2), sendo que os Remendos apresentaram 62,5% de representatividade
no sentido direito e 75% no sentido esquerdo da rodovia, já as Trincas Interligadas (FC-
2) apresentaram frequência absoluta de 87,5%. As únicas patologias não encontradas
nesse trecho foram as do tipo Trincas Interligadas (FC-3) do modelo III, já as demais
existiram, porém com menor frequência.

O IGG obtido para este trecho é de 237,37 para o lado direito da pista de rolamento
e 296,97 para a faixa do lado esquerdo da rodovia, o que significa que tanto para o lado
direito quanto para o lado esquerdo da rodovia, o pavimento se enquadra no conceito
péssimo, ou seja, Índice de Gravidade Global >160, tornando precária as condições de
segurança, comodidade e trafegabilidade dos motoristas.

TRECHO 4: km 30+00m → km 30+300m

O Anexo X mostra os resultados obtidos do levantamento visual do estado de


preservação do pavimento para o quarto trecho, tanto para a faixa direita quanto para a
faixa esquerda da rodovia, já os Anexos XI e XII apresentam, respectivamente, as
planilhas de cálculo do IGG para o sentido direito e esquerdo da rodovia.

No quarto trecho, as patologias que apresentaram 100% de ocorrência para a faixa


direita da rodovia foram os Afundamentos Plásticos na trilha de roda do modelo IV e o
Desgaste do modelo VII, já para o lado esquerdo, foram as Trincas do modelo I, os
Afundamentos Plásticos na trilha de roda (ATP), Desgaste do tipo VII e Remendo do tipo
VIII. Entre os demais defeitos listados, apenas as Trincas Isoladas (FC-I) e as Trincas
Interligadas (FC-2) apresentam maior relevância, sendo que a primeira apresenta 7
ocorrências para o lado direito com um percentual de 87,5%, e a segunda a com uma
frequência absoluta de 62,5% para o lado direito e 75% para o lado esquerdo.

A Figura 42 apresenta algumas patologias encontradas no último trecho analisado.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
54

Figura 42: Patologias no Km 30+00m até o Km 30+300m

Fonte: Autoria Própria.

O Índice de Gravidade Global (IGG) foi apurado através de cálculos realizados


no sentido direito e esquerdo da rodovia, sendo que para o lado direito da pista de
rolamento obteve-se um valor de IGG de 200,57 e para o lado esquerdo 316,11, o que
significa, que para valores de IGG maiores que 160, o pavimento é conceituado como
péssimo, acarretando maiores prejuízos aos usuários.

RESUMO DOS RESULTADOS DE IGG

A partir da análise dos resultados constatou-se que os quatro trechos da RS 307


apresentam condições péssimas de trafegabilidade, segurança e conforto aos usuários,
isso devido aos defeitos encontrados no pavimento. Estes defeitos ocorrem devido ao
excesso de carga dos veículos que trafegam pela RS 307 e também pela falta de
manutenção da rodovia. É necessário realizar uma restauração para a RS 307,
proporcionando assim, condições adequadas de trafegabilidade, segurança e conforto aos
usuários.

O Quadro 12 apresenta um resumo da classificação da rodovia quanto ao seu


conceito, como também, o valor do Índice de Gravidade Global para a faixa direita e
esquerda da rodovia analisada.

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Quadro 12: Resumo dos trechos analisados

Fonte: Autoria Própria.

A Figura 43 apresenta através de um gráfico de barras os resultados encontrados


do Índice de Gravidade Global (IGG) para cada trecho da ERS 307, tanto para o lado
direito quanto para o lado esquerdo da pista de rolamento.

Figura 43: Resumo dos trechos analisados

Lado Direito
Índice de Gravidade Global (IGG)

Lado Esquerdo
400
348,83
350 312,7 316,17
296,97
300 277,17
236,17 237,37
250
200,57
200
150
100
50
0
1 2 3 4

Trechos (Km)

Fonte: Autoria Própria.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo são apresentadas as conclusões e as sugestões para pesquisas


futuras.

CONCLUSÕES

No País são inúmeras as rodovias que não apresentam condições de


trafegabilidade, devido à falta de manutenção, conservação e fiscalização das entidades
responsáveis. Nesse âmbito, procurou-se através de uma avaliação objetiva do estado
geral de rodovia, classificar a condição da pista de rolamento em quatro distintos trechos
da ERS 307 na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Através da análise das condições gerais dos trechos analisados foi possível
constatar que as patologias que apresentam-se com maior frequência na ERS 307 são as
trincas isoladas, trincas por fadiga, desgastes, panelas, remendos e afundamentos nas
trilhas de roda ocasionando condições precárias de trafegabilidade, conforto e segurança
aos usuários.

Os 4 trechos foram analisados segundo a normativa DNIT 006/2003 – PRO


(Avaliação objetiva da superfície de pavimentos flexíveis e semirrígidos - Procedimento)
para conseguir classificar o estado de conservação do pavimento através do Índice de
Gravidade Global (IGG) e pode-se concluir que a rodovia em estudo, apresenta conceito
PÉSSIMO, sendo os valores encontrados entre 200 e 348. Isso comprova que a ERS em
estudo, apresenta baixas condições de trafegabilidade, segurança e conforto ao tráfego,
podendo causar graves acidentes. Além da análise dos defeitos, foram avaliados também
a evolução dos afundamentos na trilha de roda externa e interna da rodovia, sendo os
valores médios em torno de 13,45 mm para a Trilha de Roda Interna (TRI) e 18,83 mm
para a Trilha de Roda Externa (TRE).

De uma forma geral, observa-se no País, uma diminuição da vida útil devido a
uma série de fatores, dentre eles, pode-se citar: materiais inadequados, problemas de
execução, problema de circulação dos veículos com excesso de cargas, como também
pela ausência de fiscalização, investimentos e planos de manutenção das mesmas.

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Dessa forma, pode-se concluir que a ERS 307 necessita de maiores investimentos
e cuidados, pois é uma rota que apresenta grande importância para área comercial, como
também, é um meio de ligação importante tanto para as cidades maiores como para outros
países.

SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

A partir do trabalho realizado surgem novas opções para pesquisas futuras,


visando uma avaliação completa da rodovia, tanto em termos de avaliação funcional
quanto de uma avaliação estrutural, com o objetivo de realizar um projeto de restauração
da mesma. Seguem as seguintes sugestões:

 Realizar o levantamento deflectométrico utilizando a Viga Benkelmann,


para avaliação estrutural do pavimento;
 Determinar o Valor de Serventia Atual do pavimento através da avaliação
subjetiva;
 Realização do estudo de tráfego da ERS 307;
 Avaliação da irregularidade da rodovia.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
58

6 REFERÊNCIAS

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Oficina dos Textos, 1ª edição, 1ª reimpressão, São Paulo, 2011.

BERNUCCI, Liedi B.; MOTTA Laura M. G.; CERATTI Jorge A. P.; et al.
Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros, V.1. Ed. Imprinta Express
Gráfica, 1ª edição, Rio de Janeiro, 2008.

CAVALCANTE, Fabiano Pereira. Avaliação das características funcionais e


estruturais da Rodovia BR-230 / PB. 561 p. Dissertação de mestrado (Engenharia Civil)
– Universidade Federal de Pernambuco, 2005. Disponível em:
http://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5723 . Acesso em: 11/04/2017.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM, METODO DE


ENSAIO – DNER-ME 024/94. Determinação das deflexões no pavimento pela Viga
Benkelmann. Norma Rodoviária. Rio de Janeiro, 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM, METODO DE


ENSAIO – DNER-MT 273/96. Determinação das deflexões no pavimento utilizando
deflectômetro de impacto Falling Weight Deflectômetro (FWD). Norma Rodoviária.
Rio de Janeiro, 1996.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE –


DNIT. Manual de Pavimentação. Rio de Janeiro: IPR - 719, 2006.

__________. Defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos: Terminologia. Rio de


Janeiro: 005/2003.

__________. Manual de Restauração de Pavimento Asfálticos. Rio de Janeiro: IPR – 720,


2006.

DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DE SÃO PAULO – DER/SP.


Projeto de Restauração de Pavimento. São Paulo, 2006.

FRANCISCO, Ana Paula Santos. Comportamento Estrutural de Pavimentos Rodoviários


Flexíveis. 132 p. 2012. Dissertação de Mestrado (Engenharia Civil – Especialização em

Bruno Afonso Wobeto Rohrig (bruno_wobeto@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa


Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017
59

engenharia da construção) – Escola Superior de Tecnologia e de Gestão Instituto


Politécnico de Bragança, Bragança. Disponível em:
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/8011/1/Ana%20Francisco_MEC_2012.p
df. Acesso em: 20/03/2017.

TORRÃO, Helder Capela. Reabilitação de Pavimentos Rodoviários Flexíveis. 146 p.


2015. Dissertação de Mestrado (Engenharia Civil – Especialização em engenharia da
construção) – Escola Superior de Tecnologia e de Gestão Instituto Politécnico de
Bragança, Bragança. Disponível em:
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/12724/1/Helder%20Capela%20Torr%C3
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PAIS, J.C.; PEREIRA, P.A.A.; & AZEVEDO, M.C.M. A Reflexão de Fendas no


dimensionamento de Reforços de Pavimentos Flexíveis. A Qualidade Rodoviária na
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tecnologia – FAET e ao Instituto de Ciências Exatas e da Terra – ICET) Universidade de
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SILVA, Marcelo C. Avaliação funcional e estrutural das vias asfaltadas do campus


da UFV. 111 p. Dissertação de Pós-Graduação (Engenharia Civil-Magister Scientiae) –
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006. Disponível em:
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/3810. Acesso em: 10/04/2017.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
60

ANEXOS

Anexo I: Levantamento visual do estado de preservação do pavimento para o primeiro trecho

Fonte: Autoria Própria.

Anexo II: Planilha de cálculo do IGG para o primeiro trecho

Calculo do IGG faixa - Lado direito Km 9+700m - Km 10+00m


Modelo Tipo de defeito Frequência absoluta Frequencia relativa Fator de Ponderação (F) IGI
I FI, TTC, TTL, TLC, TLL, TRR 8 100 0,2 20,00
II J, TB 7 87,5 0,5 43,75
III JE, TBE 0 0 0,8 0,00
IV ALC, ATC, ALP, ATP 8 100 0,9 90,00
V P, O, E 4 50 1 50,00
VI EX 3 37,5 0,5 18,75
VII D 4 50 0,3 15,00
VIII R 3 37,5 0,6 22,50
IX F= (TRI+TRE )/2 em mm TRI= 14,75 TRE=18,25 16,50 4,13
X FV = (TRIv + TREv)/2 TRIv= 68,79 TREv= 28,36 48,57 48,57
Número de trechos analisados 8 IGI= (F/4) quando F ≤ 30 IGI= FV quando FV ≤ 50
Indice de Gravidade Global (IGG) 312,70 IGI= 40 quando F ≥ 30 IGI= 50 quando FV ≥ 50
Indice de Gravidade Global (IGG) ≥ 160 = Péssimo
Fonte: Autoria Própria.

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Anexo III: Planilha de cálculo do IGG para o primeiro trecho

Fonte: Autoria Própria.

Anexo IV: Levantamento visual do estado de preservação do pavimento para o segundo trecho

Fonte: Autoria Própria.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
62

Anexo V: Planilha de cálculo do IGG para o segundo trecho

Calculo do IGG faixa - Lado direito Km 18+00m - Km 18+300m


Modelo Tipo de defeito Frequência absoluta Frequencia relativa Fator de Ponderação (F) IGI
I FI, TTC, TTL, TLC, TLL, TRR 8 100 0,2 20,00
II J, TB 2 25 0,5 12,50
III JE, TBE 0 0 0,8 0,00
IV ALC, ATC, ALP, ATP 8 100 0,9 90,00
V P, O, E 4 50 1 50,00
VI EX 0 0 0,5 0,00
VII D 8 100 0,3 30,00
VIII R 5 62,5 0,6 37,50
IX F= (TRI+TRE )/2 em mm TRI= 8,56 TRE=12,44 10,50 2,63
X FV = (TRIv + TREv)/2 TRIv= 76,53 TREv= 135,89 106,21 106,21
Número de trechos analisados 8 IGI= (F/4) quando F ≤ 30 IGI= FV quando FV ≤ 50
Indice de Gravidade Global (IGG) 348,83 IGI= 40 quando F ≥ 30 IGI= 50 quando FV ≥ 50
Indice de Gravidade Global (IGG) ≥ 160 = Péssimo
Fonte: Autoria Própria.

Anexo VI: Planilha de cálculo do IGG para o segundo trecho

Fonte: Autoria Própria.

Bruno Afonso Wobeto Rohrig (bruno_wobeto@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa


Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017
63

Anexo VII: Levantamento visual do estado de preservação do pavimento para o terceiro trecho

Fonte: Autoria Própria.

Anexo VIII: Planilha de cálculo do IGG para o terceiro trecho

Fonte: Autoria Própria.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
64

Anexo IX: Planilha de cálculo do IGG para o terceiro trecho

Fonte: Autoria Própria.

Anexo X: Levantamento visual do estado de preservação do pavimento para o quarto trecho

Fonte: Autoria Própria.

Bruno Afonso Wobeto Rohrig (bruno_wobeto@yahoo.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa


Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017
65

Anexo XI: Planilha de cálculo do IGG para o quarto trecho

Fonte: Autoria Própria.

Anexo XII: Planilha de cálculo do IGG para o quarto trecho

Fonte: Autoria Própria.

Avaliação Funcional de Pavimento Flexível em Diferentes Trechos da ERS 307 na Região Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul

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