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LARISSA PLETSCH
Ijuí
2020
LARISSA PLETSCH
Ijuí /RS
2020
Dedico este trabalho à minha família, que não
mediram esforços para me ajudar a chegar até aqui
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu chegar até aqui, por ter me guiado
sempre pelo caminho da luz e por ter abençoado meus sonhos. Agradeço por ter posto em minha
vida duas pessoas batalhadoras e maravilhosas como meus pais, Eva Maria Denardi Pletsch e
Cesar Pletsch, que merecem meus mais sinceros agradecimentos, por principalmente nunca
terem desistido dos meus sonhos, por abdicarem de inúmeras coisas durante toda a minha vida,
para permitir que eu me graduasse como Engenheira Civil. Também a minha irmã Laisa Pletsch,
pelos inúmeros incentivos e sonhos compartilhados, pelo apoio e amor incondicional. A minha
vó Ilga Pletsch que junto com meus pais me criou e me ajudou a tornar a pessoa que sou hoje.
Ao meu companheiro de sonhos, Pedro de Mattos Heyde, que acreditou em mim e nunca mediu
esforços para me ajudar em tudo.
Á minha orientadora Professora Mestra Daiana Frank Bruxel Bohrer por ter aceitado
esse desafio final deste ciclo, o trabalho de conclusão de curso. Por ser mais do que minha
orientadora, por ser minha amiga, por compartilhar comigo seus conhecimentos e pela
confiança para a realização deste trabalho. A Professora Mestra Lia Geovana Sala,
coordenadora do curso de Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul por todo o auxílio e incentivo durante estes anos de graduação. A todos
os professores pelos conhecimentos transmitidos, pela paciência e por nos ensinar com muito
amor a nossa profissão.
Aos meus colegas de curso e aos meus amigos por estarem comigo durante estes anos
de graduação e tornaram esta caminhada muito mais agradável e divertida. Também àqueles
que não estavam por perto, mas que de longe torciam pelo êxito deste período de minha vida,
muito obrigada.
Nada é tão nosso quanto nossos sonhos.
Friedrich Nietzsche
RESUMO
A malha viária brasileira possui em sua extensão total cerca de 78,5% de suas estradas
sem pavimentação, sendo que as mesmas têm igual relevância que as estradas pavimentadas,
pois desempenham funções de conectar pessoas e lugares, impulsionar a economia, gerar
empregos, promover o desenvolvimento social e garantir o pleno desenvolvimento do país. As
estradas rurais não pavimentadas são constituídas em sua maioria por materiais do próprio leito
natural da via e sofrem severamente pela falta de manutenção e planejamento adequados por
parte dos departamentos responsáveis diante das técnicas a serem aplicadas. Neste estudo
buscou-se avaliar as condições de um trecho de estrada rural no municípios de Ijuí, no estado
do Rio Grande do Sul, Brasil, a partir do Índice de Condição da Rodovia Não Pavimentada
(URCI) proposto pelo método de Eaton et al. (1987), utilizando também para um melhor
entendimento do comportamento da estrada, estudos de caracterização do solo e de volume de
tráfego. Foram identificados os principais defeitos do trecho e realizada a caracterização
geotécnica do solo constituinte da superfície da via em estudo, para avaliar a necessidade de
readequação e propor algumas intervenções para melhoria das condições da via e redução de
custos com manutenções. Percebeu-se que a estrada em estudo necessita de uma manutenção
corretiva, pois a mesma se encontra em estado regular, com ausência de sistema de drenagem,
abaulamento da seção transversal incorreto, buracos e corrugações na via, princípio de erosão,
poeira leve e grande quantidade de material granular segregado na pista. As intervenções a
serem realizadas neste trecho são em relação a declividade da seção transversal e a
implementação de um sistema de drenagem capaz de escoar as águas superficiais não
permitindo que as mesmas fiquem retidas na pista de rolamento e acentuem os defeitos
encontrados, assim como não promovam o aparecimento de novos defeitos.
Palavras- chave: Estradas rurais. Patologia. Manutenção.
ABSTRACT
PLETSCH, Larissa. Service Conditions for Unpaved Rural Roads: Functional assessment
of the rolling surface of a stretch of the road network in the municipality of Ijuí-RS.
Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2020.
The Brazilian road network has a total of about 78.5% of its unpaved roads, which have
the same relevance as paved roads, as they perform the functions of connecting people and
places, boosting the economy, generating jobs, promoting social development and guarantee
the full development of the country. The unpaved rural roads are mostly made up of materials
from the natural bed of the road and suffer severely from the lack of proper maintenance and
planning by the departments responsible for the techniques to be applied. In this study we
sought to evaluate the conditions of a stretch of rural road in the municipalities of Ijuí, in the
state of Rio Grande do Sul, Brazil, from the Condition Index of the Unpaved Highway (URCI)
proposed by the method of Eaton et al. (1987), also using soil characterization and traffic
volume studies to better understand the behavior of the road. The main defects of the stretch
were identified and the geotechnical characterization of the soil constituting the surface of the
road under study was carried out, to assess the need for readjustment and to propose some
interventions to improve the conditions of the road and reduce maintenance costs. It was noticed
that the road under study needs corrective maintenance, as it is in a regular state, with no
drainage system, bulging of the wrong cross section, holes and corrugations in the road, erosion
principle, light and large dust amount of granular material segregated in the runway. The
interventions to be carried out in this section are in relation to the slope of the cross section and
the implementation of a drainage system capable of draining the surface waters, not allowing
them to remain trapped in the raceway and accentuate the defects found, as well as not
promoting the appearance of new defects
Keywords: Rural roads. Pathology. Upkeep.
LISTA DE FIGURAS
IP Índice de Plasticidade
LL Limite de Liquidez
LP Limite de Plasticidade
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 18
3 METODOLOGIA ...................................................................................... 67
4 RESULTADOS ........................................................................................... 98
1 INTRODUÇÃO
O modal rodoviário lidera a matriz de transporte no Brasil, com uma atuação de 61%
no transporte de carga e 95% no transporte de passageiros, de acordo com os dados da CNT
(2019), no estado do Rio Grande do Sul, a mesma pesquisa de rodovias realizada pela CNT
(2019) avaliou cerca de 8.874 quilômetros da extensão rodoviária, que revelou que 59,40%
destas apresentam algum tipo de deficiência, sendo no pavimento, sinalização ou geometria da
via. A situação atual das estradas pavimentadas e não pavimentadas evidência as dificuldades
históricas em sua operação e a falta de investimento em manutenção e novas tecnologias para
o setor de transportes.
Bernucci et al. (2008) afirma que na fase de produção os bens produzidos no Brasil
conseguem ser competitivos, porém perdem essa competitividade em virtude da infraestrutura
de transporte, em que o principal meio de escoamento da produção nacional, as estradas,
apresentam-se em estado deficitário, tornando o país, aos olhos do mercado exterior, pouco
competitivo e em situação de economia insustentável. De acordo com o mesmo autor, partindo
do preceito que o transporte é um dos principais motivadores do crescimento econômico,
responsável pela integração de regiões e estados, fundamental para o escoamento da produção
e provedor da interligação das cadeias produtivas, o investimento em novas tecnologias e
produtos para melhoria da situação atual da malha é de fundamental importância para o
crescimento do país.
terras são vias terrestres que não possuem revestimento (asfalto, concreto ou calçamento), que
podem ou não ter em sua superfície material granular (NERVIS, 2016). Observa-se que não é
habitual a existência de projetos de engenharia em obras de implantação ou manutenção para
este tipo de via, as quais se encontram em sua maioria em jurisdições municipais.
No estado do Rio Grande do Sul as estradas vicinais são as grandes responsáveis por
interligarem polos agropecuários do interior do estado a rodovias pavimentadas com jurisdições
estaduais e federais, aos quais as produções são escoadas as demais regiões, estados e países.
A importância das estradas rurais é afirmada por Baesso e Gonçalves (2003):
Embora possamos dizer que as estradas rurais por si só não são capazes de romper as
barreiras que levam ao empobrecimento das comunidades, elas podem, por outro lado,
serem importantes agentes indutores de crescimento e proporcionar significativos
benefícios sociais e econômicos. (BAESSO E GONÇALVES, 2003, p.3).
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O engenheiro deve ter sempre presente que está tratando com um material (o terreno)
extremamente complexo, que varia de lugar para lugar e que, em geral, não pode ser
observado em sua totalidade, mas, tão-somente, através de amostras (ainda assim
suscetíveis a alterações quando de sua extração do maciço) ou de ensaios in loco. Mais
ainda, o seu comportamento é função das pressões com que é solicitado, bem como
depende do tempo e do meio físico, não possuindo uma definida relação tensão-
deformação. (CAPUTO, 1988, p.7).
Um solo para utilização em estradas rurais como revestimento primário deve ter elevada
capacidade de suporte para resistir às deformações e a processos erosivos. Ocorre que a grande
maioria das vicinais evoluíram de trilhas e caminhos abertos pelos primeiros colonizadores que
se estabeleceram nas regiões, e seu traçado atravessa locais com solos frágeis (BAESSO E
GONÇALVES, 2003).
De acordo com Zoccal e Silva (2016), a importância das vicinais se dá por estas:
De acordo com Zoccal e Silva (2016) os fatores climáticos como as chuvas, afetam as
vicinais em consequência das águas serem extremamente nocivas a pista de rolamento pois
diminuem sua capacidade de suporte a cargas e possibilitam o surgimento de buracos e valas
pelo transporte de solo. O autor também afirma que as condições de tráfego, ou seja, a
movimentação constante de veículos leves e pesados causa deformações na pista, assim como
a utilização errada de equipamentos de terraplanagem em operações de manutenção podem
danificar as vias.
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Sendo assim, este é um trabalho que visa avaliar as condições de um trecho de estrada
rural não pavimentada no município de Ijuí no estado do Rio Grande do Sul, identificando as
anomalias e patologias referentes ao traçado, a superfície de rolamento e as condições de
drenagem. A classificação funcional da malha não pavimentada utilizará o método
desenvolvido por EATON et al. (1987) através do índice Unsurfaced Road Condition índex
(URCI).
1.1 OBJETIVOS
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2 REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura expõe conceitos associados às estradas rurais e trata das temáticas
e questões de maior relevância do assunto a ser estudado, como aspectos gerais das estradas
rurais, suas funções, classificação, características técnicas, patologias e defeitos mais comuns,
as principais operações realizadas para melhoria das estradas vicinais e os materiais empregados
em sua superfície.
2.1 ESTRADAS
Estradas, segundo Balbo (2007), foram criadas pelo homem com o intuito de conseguir
melhor acesso às áreas cultiváveis e às fontes de matérias como água, madeira, minerais e
rochas, desempenhando funções de acesso à educação, saúde, cultura, lazer, convívio social e
ao trabalho. Uma das primeiras estradas reportadas tem início em 1560, à época do terceiro
governador-geral do Brasil, Men de Sá. Tratando-se do caminho aberto para ligar São Vicente
ao Planalto Piratininga (BERNUCCI et al., 2008, p.16).
● Resistir aos esforços do tráfego e transferi-los ao subleito, sem que haja alterações
significativas em suas propriedades, no período ao qual foi projetada;
● Disponibilizar condições de conforto e segurança aos usuários;
● Conceder menores custos operacionais dos veículos.
Senço (2007, p.15) descreve “Uma seção transversal típica de um pavimento- com todas
as camadas possíveis- consta de uma fundação, o subleito, e de camadas com espessuras e
materiais determinados por um dos inúmeros métodos de dimensionamento”. O mesmo autor
ainda afirma que as principais camadas de uma seção típica de um pavimento são, como mostra
a Figura 1:
● Subleito;
● Regularização;
● Reforço do subleito;
● Sub-base;
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● Base;
● Revestimento.
Figura 1- Seção típica de um pavimento.
A camada de base tem função de resistir e distribuir as cargas verticais do tráfego, assim
como a camada de sub-base, que é complementar a base quando esta não está apta a ser
executada sobre a camada de regularização ou do reforço do subleito, por motivos técnicos e
econômicos (DNIT,2006). Ao que se diz respeito a base e a sub-base, DER/SP (2012, p.80)
afirma que “Os materiais mais utilizados são o solo estabilizado, misturas de solo e agregado
estabilizadas, brita graduada, macadame hidráulico e solo cimento”. Sendo assim, por regra
geral, o material constituinte da sub-base deve ter características superiores a suas camadas
inferiores (reforço do subleito) e por consequência o material da base deve apresentar
características superiores e ser de melhor qualidade do que o material da sub-base (SENÇO,
2007).
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O reforço do subleito é uma camada atribuída sobre o sujeito, utilizada quando se faz
necessário reduzir a espessura da sub-base (CNT, 2019). O material escolhido para ser utilizado
como reforço de subleito devem “[...] atender às condições de resistir às pressões aplicadas na
interface entre a sub-base e o reforço, que são, menores que as pressões aplicadas na interface
entre o reforço e o subleito” (SENÇO, 2001, p.9).
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De acordo com Oliveira (2005), as estradas vicinais definem-se por serem vias sem
revestimento ou com revestimento primário, sendo a primeira construída por materiais locais e
a segunda por materiais locais sujeitos a procedimentos capazes de aumentarem sua aptidão a
receber e transmitir esforços, como também aumentar sua estabilidade através de tratamentos
químicos os físicos, misturas com outros materiais e compactação.
As principais funcionalidades das estradas vicinais são apontadas pelo DER/SP (2012):
De acordo com o DER/SP (2012) duas regras são cabíveis referente a estradas não
pavimentadas:
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Conforme dados da CNT (2019) no Brasil 78,5 % da extensão total de rodovias não são
pavimentadas, correspondendo a cerca de 1.349.938 km, sendo grande parte destas
administradas pelos municípios. A Tabela 01 reflete os resultados da pesquisa da CNT, da
relação entre a totalidade de rodovias no brasil e a parte pavimentada.
TOTAL PAVIMENTADAS
REGIÃO
(KM) (KM)
Apesar da pouca visibilidade, de acordo com Demarchi et al. (2003), as estradas rurais
são segmentos da infraestrutura viária de extrema relevância, permitindo o desenvolvimento de
comunidades. As estradas vicinais desempenham funções de acesso ao trabalho, lazer, saúde,
educação, promovendo qualidade de vida no meio rural, além de exercer função
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A melhoria de uma estrada vicinal gera vantagens ao usuário, como redução dos custos
operacionais dos veículos e de transportes, melhoramento das condições de trafegabilidade
devido a diminuição de rampas, expansão de raio das curvas, regularização da superfície de
rolamento e por vez diminuição do percurso (DER/SP, 2012).
Para o DER/SP (2012) a classificação em termos de rede viária são em vias locais,
coletoras e arteriais, a primeira refere-se às que permitem acesso a todas as propriedades
lindeiras, usinas e indústrias, a segunda as vias que ligam as locais as artérias e a terceira as que
fazem a interligação de municípios ou cidades. A Figura 04 representa a classificação das vias
rurais segundo o DER/SP (2012).
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De acordo com Baesso e Gonçalves (2003) as estradas podem também ser classificadas
quanto às suas características físicas, sendo assim classificadas em pavimentadas, não
pavimentadas e com pistas simples ou duplas. Quanto a administração das vias estas podem ser
federais, estaduais, municipais ou particulares.
A classificação técnica abordada pelo DNER (1999) leva em conta a posição hierárquica
dentro da classificação funcional (sistema arterial, coletor ou local), o volume médio diário de
tráfego, o nível de serviço e outros condicionantes, dividindo assim as vias em classes de 0 a
IV. De acordo com o DNER (1999) as classes correspondem as seguintes características:
a) Classe 0: São vias expressas com elevado padrão técnico, pistas duplas e elevado
controle de acesso;
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b) Classe I: São divididas em classe I-A (pista dupla) e classe I-B (pista simples). As
pistas duplas tem controle parcial de acesso e são necessárias quando os volumes
de tráfego causarem níveis de serviço inferiores aos níveis pré-determinados,
numa pista simples. As pistas simples têm elevado padrão, suportando volumes
projetados para 10 anos após a abertura do tráfego e com volume horário médio
de 200 veículos;
c) Classe II: Rodovias de pista simples que suportam volume de tráfego projetado
para 10 anos após a abertura, com volume médio diário de 700 a 1.400 veículos;
d) Classe III: Rodovias de pista simples que suportam um volume médio diários de
tráfego de 300 a 700 veículos;
e) Classe IV: São subdivididas em classe IV-A e classe IV-B. A classe IV-A tem
volume médio diário de 50 a 200 veículos no ano de abertura e a classe IV-B tem
tráfego médio diário inferior a 50 veículos no ano de abertura. Em geral são de
pista simples, não pavimentadas e compreendem o sistema funcional local, são
estas as estradas vicinais e eventuais rodovias pioneiras;
A Tabela 02 traz a relação entre as classes de funcionalidade e as classes de projeto.
CLASSES CLASSES DE
SISTEMAS
FUNCIONAIS PROJETO
Principal Classe 0 e I
ARTERIAL Primário Classe I
Secundário Classe I e II
A classificação funcional abordada pelo DNER (1999) indica que as estradas rurais são
classificadas no sistema local em virtude de estabelecer o tráfego entre municípios, área rurais
e pequenas localidades, assim como a classificação técnica está inserida na classe de projeto IV
pôr as vicinais possuírem baixo volume de tráfego, não serem pavimentadas e de pista simples.
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Santos et al. (1988) afirma que as características essenciais das vias rurais são a
capacidade de suporte, condições de rolamento e aderência:
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areia, cascalho ou brita, junto a uma compactação eficiente. Estradas com boa capacidade de
suporte tem superfície de rolamento com pouca deformabilidade, ou seja, estas não apresentam
afundamentos, ondulações transversais e lama em períodos de precipitação intensa, assim como
estradas com boa condição de rolamento e aderência apresentam pistas sem anomalias e buracos
(ZOCCAL e SILVA, 2016). A Figura 6 mostra uma estrada com más condições de
trafegabilidade devido ao seu material constituinte na base ou subleito ter baixa capacidade de
suporte as cargas do tráfego.
2.2.2.2 Traçado
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Filho (1998) afirma que são inúmeros fatores que têm influência na definição do traçado de
uma estrada, como, a topografia, as condições geológicas e geotécnicas, a hidrologia e a
presença de moradias na faixa de domínio. Segundo Baesso e Gonçalves (2003) também devem
ser consideradas na fase de planejamento:
Do ponto de vista ambiental, para que as estradas sejam aceitáveis, estas devem ser
traçadas de forma que seus impactos sejam os menores possíveis, visto que as condições
naturais são amplamente modificadas pela construção de uma estrada (BAESSO E
GONÇALVES, 2003). Assim, de acordo com Gordon e James (2004), as vias que tem melhor
integração com a topografia natural do terreno diminuem os volumes de corte, os movimentos
de terra, os impactos visuais e a mudança natural de drenagem, como mostra a Figura 7, uma
comparação entre uma via de alto impacto (a) e uma via de baixo impacto (b).
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De acordo com o DNIT (2010) os traçados das rurais buscam evitar grandes
movimentações de terra e a construção de obras de arte, formando frequentemente traçados
bastante sinuosos que aproveitam a disposição das curvas de nível do terreno e os divisores de
água, promovendo uma grande quantidade de curvas. Segundo o mesmo autor, estradas com
pequenos problemas de manutenção, geralmente, são as que possuem seus perfis em espigões
ou levemente encaixados no terreno natural, com cotas vermelhas (alturas de corte e aterro)
muito pequenas, por consequência considera-se as situações mais críticas, do ponto de vista da
manutenção, trechos em travessia de talvegues, onde se dispõem de rampas íngremes que
necessitam de material granular para manter o tráfego em períodos chuvosos.
Realocar um traçado é uma alternativa mais eficiente que adequar o leito original sem
mudar o traçado quando o solo constituinte é sucessível a erosão ou quando o custo de
adequação ou de implantação de um novo traçado, se torna oneroso e maior que o serviço de
realocação (BAESSO E GONÇALVES, 2003). Ressalta-se que ao adotar a realocação como
alternativa, deve-se fazer a recuperação do leito natural que foi abandonado, como sistema
produtivo ou preservacionista (DEMARCHI et al., 2003).
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2.2.2.3 Drenagem
Sugere-se para se ter uma boa drenagem, de acordo com Baesso e Gonçalves (2003),
que sejam seguidos os princípios básicos abaixo:
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Para Demarchi et al. (2003) as sarjetas são definidas como: “[...] Pequenas valetas
laterais executadas ao longo dos bordos da plataforma onde a seção transversal apresente-se em
corte” (DEMARCHI et al., 2003, p.26). É afirmando por Zoccal e Silva (2016) que as sarjetas
têm função de receber e transportar a água que escoa na superfície de rolamento e captar os
deflúvios que escoam pelos taludes e área adjacentes e que de alguma forma possam
comprometer a estabilidade dos taludes e a integridade da pista. As sarjetas podem receber um
revestimento vegetal, de concreto, cascalhos, pedras de mão ou demais materiais, seguindo
sempre as observações do projeto. A Figura 8 representa um exemplo de sarjeta.
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Os bigodes são pequenos dispositivos que fazem a condução das águas das sarjetas e
leiras de forma direta para os talvegues naturais, caixas de retenção ou para os demais
dispositivos de drenagem (BAESSO e GONÇALVES, 2003). Os bigodes evitam que o deságue
ocorra diretamente sobre as áreas de plantio e podem receber revestimentos de materiais como
pedras ou grama, quando indicado em projeto (DEMARCHI et al., 2003). A Figura 9 mostra
um exemplo de bigode.
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Tem-se também as valetas de proteção, dispositivos estes que tem função de proteger a
estrada contra os efeitos erosivos da água, através da abertura de canais próximos a crista dos
taludes de corte e próximo aos pés de aterros (BAESSO e GONÇALVES, 2003), como mostra
a Figura 11, abaixo.
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Define-se como caixas coletoras [...] elementos construídos junto aos bueiros de greide
e destinadas à captação das águas superficiais que contribuem à plataforma (DEMARCHI et
al., 2003, p.30). As bacias de retenção são cavas semicirculares, escavadas em cunha com
dimensões em função das áreas de contribuição, que possuem como objetivo o máximo
aproveitamento racional das precipitações e reforçar o lençol freático, servindo também para o
abastecimento de açudes e como descarga de bueiros e sarjetas (BAESSO e GONÇALVES,
2003).
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apresentar tamanho pertinente com o fluxo dimensionado e se traçado deve manter a inclinação
e o alinhamento natural (GORDON e JAMES, 2004). A Figura 12 mostra uma seção transversal
com a presença de bueiros.
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Figura 13 - Seção transversal com dreno profundo utilizando como material drenante brita.
“As seções transversais são projeções da estrada sobre planos verticais perpendiculares
ao eixo” (FILHO, 1998, p. 12). A seção transversal de uma estrada pode variar de acordo com
o tipo de solo e relevo de uma região, sendo assim recomendado, em geral, adotar-se greides
com declividades que otimizem o sistema de drenagem (ODA, 1995). A Figura 14 mostra uma
seção transversal em condições ideais de conformação.
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Segundo Pinto (2006) a constituição dos solos se dá pela união de partículas sólida com
água e ar. De acordo com o DER/SP (2012), às transformações de rochas no decorrer dos anos
formam o que hoje chamamos de solo, que são basicamente partículas sólidas preenchidas por
água e ar, que podem sofrer ação do vento e da água e se transportarem ou manter-se no seu
lugar de origem, formando respectivamente os solos sedimentares e solos residuais. Os solos
podem ser, segundo o DNIT (2010):
Para Balbo (2007) os solos transportados são aqueles que migraram do seu local de
origem através da ação da água, da gravidade e do vento. A profundidade deste tipo de solos é
extremamente variável, devido a ação do transporte são misturados com matéria orgânica e são
separados em virtude de seu agente transportador em solos de aluviões (transportado pelas
águas), solos coluviais (transportado pela ação da gravidade), solos eólicos (transportados pelos
ventos), solos glaciais e solos orgânicos (DNIT, 2010). A Figura 15 representa o perfil genérico
do solo.
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Para a construção de uma estrada de terra, solos superficiais com maior resistência a
erosão e com facilidade de compactação são os mais indicados, os solos mais profundos não
apresentam características adequadas para uso nas pistas, principalmente pela elevada
composição de elementos siltosos que dificultam a compactação (SANTOS et al.,1988).
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44
Pinto (2006) declara que a composição do solo implica em uma mistura de partículas de
diversos tamanhos, constantemente considera-se a separação de materiais silte e areia com a
peneira de nº 200 de 0,075mm, que separa a fração de finos do solo e a fração grossa do solo.
De acordo com o DER/SP (2012) às frações de composição do solo são:
A argila é um material natural com composição fina e grãos que não podem ser
percebidos a olho nu, com coloração forte, geralmente em tons de vermelho, marrom ou
amarelo, reconhecido perceptivamente pela característica de poder ser moldada quando úmida,
pelas mãos (SANTOS et al., 1988).
Solos argilosos têm como característica principal a plasticidade, uma propriedade que
representa a capacidade de moldagem deste material sem variação de volume sob dadas
circunstâncias de umidade (DNIT, 2010).
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Define-se areia como “material granular constituído por grãos com diâmetro variando
de 0,05mm a 4,8mm de cores claras, cujas partículas são visíveis a olho nu” (SANTOS et al.,
1988, p.9). De acordo com o DNIT (2010), os minerais presentes na constituição das areias ou
solos arenosos são fatores determinantes para suas propriedades. Pinto (2006) afirma que para
serem consideradas areias, os solos devem contar com mais de 50% de fração de areia em sua
composição total, valores entre 20% a 40% assemelham seu comportamento como argila.
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De acordo com Silva (2009) define-se como patologia toda e qualquer alteração na
superfície de uma via que passa influenciar de forma negativa as suas condições de rolamento
e segurança. Oliveira (2005) afirma que as dimensões, o tipo e a severidade são as três
características principais dos defeitos, sendo que a severidade se relaciona com a intensidade
com que um defeito afeta o usuário em relação ao conforto e segurança em transitar na via. Para
se avaliar uma via vicinal é fundamental importância fazer um levantamento em campo dos
principais defeitos, ou seja, os mais significativos, observando suas dimensões e seu grau de
severidade. Silva (2009) afirma também que a severidade de um defeito está relacionada com
a dificuldade ou a quantidade de dificuldades que um determinado tipo de patologia impõe ao
movimento de veículos.
O método criado por Eaton et al (1988) para avaliar uma estrada rural considera como
defeitos para análise a seção transversal inadequada, drenagem lateral inadequada, corrugações,
buracos, poeira, trilha de roda e segregação de agregados e seus respectivos graus de severidade
(alto, médio, baixo).
De acordo com Ferreira (2004) a falta de uma manutenção adequada em conjunto com
as ações do tráfego e das intempéries, aceleram o processo de deterioração da superfície das
vias e do aparecimento de patologias. O mesmo autor afirma que a operação de patrolamento,
ou seja, a rampagem do leito da via, é uma operação realizada com frequência, porém nem
sempre é a operação adequada, podendo esta levar a uma seção transversal inadequada pela
retirada em excesso do material da superfície, dificultando o processo de escoamento da água
para as laterais da vida.
Seções transversais inadequadas com severidade média são aquelas que apresentam
superfície em forma de “bacia, como mostra a Figura 17 e seções com severidade alta são
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aquelas que apresentam grandes depressões nas trilhas das rodas na superfície da estrada, como
é representado na Figura 18.
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2.3.3 Poeira
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Baesso e Gonçalves (2003) pressupõe que diversos danos podem ser causados pelo
excesso de poeira em uma via, como por exemplo:
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Considera-se, de acordo com EATON et al. (1987) e RSMS (1991), uma estrada com
baixo grau de severidade quanto ao defeito de afundamento na trilha de roda aquela que possui
sulcos com profundidades inferiores a 2,5 centímetros e que tenham menos de 10% da área total
da superfície da estrada coberta por afundamentos, já quando a via possuir sulcos com
profundidade entre 2,5 cm a 7,5 cm e de 10% a 30% da área total da superfície da estrada
coberta por afundamento considera-se está com grau de severidade mediano e tem-se alto grau
de severidade quando a via apresentar afundamentos de profundidade superior a 7,5 cm e mais
que 30% da área total da superfície da estrada coberta por afundamento.
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Na avaliação de Eaton et al (1987) e RSMS (1991) quanto a qualidade das estradas não
pavimentadas de acordo com os graus de severidade e extensão da perda de agregados tem-se:
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2.3.6 Buracos
Os níveis de severidade dos buracos segundo ODA (1995) relacionam-se com seus
diâmetros e suas profundidades, sendo divididos também em níveis baixos, médios e altos,
como é mostrado na Tabela 3 abaixo:
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2.3.7 Corrugações
Baesso e Gonçalves (2003) propõem que a origem das corrugações podem ser atribuídas
por fatores como a ação continua do tráfego, a perda de agregados finos das camadas
(revestimento, subleito ou sabe), a deficiência no material que compõe o subleito, o
abaulamento insuficiente ou a presença de revestimento de baixa qualidade aliado a períodos
sem chuva.
b) Severidade média: Profundidade das corrugações entre 2,5 cm a 7,5 cm ou entre 10% e
30% da área total da superfície coberta por ondulações;
c) Severidade alta: Profundidade das corrugações maior que 7,5 cm ou mais que 30% da
área total da superfície coberta por corrugações.
A avaliação das condições de um pavimento pode ser feita com uma metodologia
objetiva ou uma metodologia subjetiva, embora no caso das vias rurais não seja comum a
utilização destes métodos. A avaliação subjetiva leva em consideração [...] “o valor de serventia
atual, indicando o grau de conforto e suavidade ao rolamento proporcionado pelo pavimento.”
(DNIT, 2003, p.1). A avaliação subjetiva ocorre pelo ponto de vista do usuário e o valor de
serventia atual (VSA) é obtido pela média aritmética de notas concedidas a uma estrada por
pessoas que fazem parte de uma equipe de avaliação que representam as opiniões dos reais
usuários da via (SILVA, 2009). O grupo de avaliadores é devidamente treinado e faz avaliação
percorrendo o trecho sob a análise de dentro do veículo, apontando suas opiniões sobre as
condições da via quanto a suavidade e ao conforto, aferindo notas subjetivas de acordo com
uma escala de valores previamente definida (DNIT, 2003). A avaliação objetiva avaliar as
patologias mediante a contagem e classificação de ocorrências aparentes (DNIT, 2003).
Avaliar uma superfície de uma via vicinal não pavimentada, de acordo com Ferreira
(2004), auxilia no planejamento adequado das atividades relacionadas às melhorias nas estradas
rurais, fornecendo os subsídios necessários a este planejamento. De acordo com Oda (1995)
observar os defeitos de uma vicinal é uma forma de avaliá-la quanto às condições da superfície
de rolamento.
Não há hoje no Brasil um método nacional que avalie as estradas rurais brasileiras e
suas particularidades, por este motivo aplica-se metodologias empregadas em outros países.
Eaton et al. (1987a) criaram um método de classificação objetiva e subjetiva em conjunto com
um manual de campo para avaliação das condições da superfície e da drenagem de estradas,
que utiliza de um índice chamado de Unsurfaced Road Condition Index (URCI) como índice
das condições das rodovias não pavimentadas (ICRNP). O índice URCI é alcançado pelo
cálculo de valor de dedução variando de acordo com os níveis de severidade dos defeitos, que
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são classificados em função das dimensões das patologias em relação a área dos trechos a serem
analisados (ODA, 1995).
O índice URCI desenvolvido pelo United State Army Corps of Engineers (Corpo de
Engenheiros do Exército dos Estados Unidos da América) tem como componentes principais
(BAESSO e GONÇALVES, 2003):
Oda (1995) relata que o sistema de gerência RSMS avalia as vias de forma semelhante
ao método de Eaton et al. (1987), diferenciando-se pela classificação dos tipos de defeitos, pois
o método RSMS divide os defeitos em dois grandes grupos, os defeitos que surgem em função
das características das estradas e os defeitos que surgem em decorrência do tráfego e de
intempéries, mas classifica-os quanto ao seu nível de severidade, relacionando a dimensão de
cada defeito com a área do trecho analisado.
O método a ser utilizado será baseado no método de Eaton et al. (1997), que leva em
consideração o índice URCI, um indicador numérico que varia de 0 a 100. A Tabela 4 apresenta
um resumo dos defeitos considerados pelo método e a sua forma de medição.
Tabela 4 - Tipos de patologias e critério de medição, de acordo com Eaton et al. (1987a).
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Escala Classificação
100-85 Excelente
85-70 Muito Boa
70-55 Boa
55-40 Regular
40-25 Ruim
25-10 Muito Ruim
10-0 Falido
Fonte: Adaptado de Eaton e Beaucham (1992).
O deferido método, como afirma Ferreira (2004), mede cada defeito de maneira
separada em cada subseção, em função da densidade de área que abrange e o seu nível de
severidade, empregando-os para a determinação do valor-dedução em gráficos de curvas, ou
seja, nomogramas, com ressalva ao defeito poeira em que lhe são atribuídos valores para os
níveis de severidade (baixo=2; médio= 4; alto= 15 pontos). É importante frisar que a avaliação
é feita, de acordo com o método, de forma subjetiva, por uma equipe de avaliadores que andam
por trechos de uma estrada selecionada a uma velocidade constante de 40 Km/h e fazem suas
anotações referentes às patologias de dentro do veículo e em seguida os mesmos avaliadores
fazem a escolha das seções mais críticas (de 30 metros cada) e a partir destas sãos feitas as
análises quantitativas dos defeitos com a ajuda de uma ficha (ODA, 1995). As unidades
amostrais, ou seja, as seções mais críticas, devem ter áreas em torno de 150 m² a 350m²,
sugerindo-se a cada 1,6 km duas seções.
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É de suma importância ressaltar que por não ser um método brasileiro, podem ocorrer
divergências da realidade de campo no Brasil. Após a determinação do URCI pode-se
determinar a atividade a ser realizada para melhoria da estrada, conforme a Tabela 6 abaixo.
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a) Manutenção corretiva rotineira: São operações executadas uma ou mais vezes a cada
ano, que tem como objetivo manter as mesmas características e condições que a estradas
apresentava logo após sua construção ou recuperação, com a garantia de se ter o mínimo
de alterações, envolvendo atividades de reparos de defeitos na pista de rolamento,
roçadas, limpeza de dispositivos de drenagem entre outras atividades;
b) Manutenção preventiva periódica: São operações que tem como intenção evitar o
surgimento ou agravamento das deficiências da via, manter as características da
superfície, a integridade estrutural e a sua serventia. A manutenção periódica inclui
serviços de recomposição de segmentos onde a superfície da via se encontre em estado
deficitário, conformação da pista de rolamento, limpeza do sistema de drenagem,
recuperação vegetal, reparo ou inclusão de dispositivos de proteção às saídas de
drenagem e demais serviços.
c) Manutenção de emergência: São operações que visam renovar total ou parcialmente os
padrões de serviço de uma estrada, contemplando operações de alargamento da
plataforma, relocação de parte do traçado ou execução de reforço estrutural.
A manutenção preventiva engloba operações realizadas antecipadamente, com o devido
planejamento e com finalidade de garantir melhorias das condições técnicas, diferentemente da
manutenção corretiva que trata do defeito quando este já existe, fazendo as correções
necessárias para que as condições de serventia sejam restabelecidas (ZOCCAL e SILVA, 2016).
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Plano 60
Velocidade Diretriz
Ondulado 40
(Km/h)
Montanhoso 30
Plano 110
Raio Mínimo de Curva
Ondulado 50
Horizontal (m)
Montanhoso 30
Plano 4
Rampa Máxima (%) Ondulado 6
Montanhoso 8
Distância de Plano 75
Visibilidade de Parada Ondulado 50
(m) Montanhoso -
Distância de Plano 350
Visibilidade de Ondulado 175
Ultrapassagem (m) Montanhoso -
Plano 7
Largura da Pista de
Ondulado 7-6
Rolamento (m)
Montanhoso 6
Plano 1,5
Largura do
Ondulado 1,2
Acostamento (m)
Montanhoso 1
Plano 30
Faixa de Domínio (m) Ondulado 30
Montanhoso 50
Fonte: Adaptado de DNER (1999).
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Onde:
a = % do material que passa na peneira de número 200, menos 35; caso esta % for >75,
adota-se a = 40; caso esta % seja < 35, adota-se a = 0;
b = % do material que passa na peneira de número 200, menos 15; caso esta % for >55,
adota-se b = 40; caso esta % seja < 15, adota-se b = 0;
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c = Valor de limite de liquidez (LL) menos 40; caso o LL > 60%, adota-se c = 20; se o
LL < 40%, adota-se c = 0;
d = Valor de índice de plasticidade (IP) menos 10; caso o IP > 30%, adota-se d = 20; se
o IP< 10%, adota-se d = 0;
a) Solos grossos (pedregulho e areia): Solos em que mais de 50% do seu peso total
fica retido na peneira de número 200 (0,075 mm);
b) Solos finos (silte e argila): Solos em que 50% de seu peso total ou mais, passa
na peneira de número 200 (0,075 mm);
c) Turfas: Solos altamente orgânicos, extremamente compressíveis e fibrilares.
Terminologia Descrição
G Pedregulho
S Areia
M Silte
C Argila
O Solo Orgânico
W Bem Graduado
P Mal Graduado
H Alta Compressibilidade
L Baixa Compressibilidade
PT Turfas
Fonte: Adaptado de Pinto (2006).
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3 METODOLOGIA
Conforme Gil (2010, p. 2), a pesquisa é “o procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. A presente pesquisa
em questão de sua classificação enquadra-se como de natureza é aplicada, em virtude de
pretender criar novas informações referentes ao assunto e soluções de seus problemas a um
melhor custo-benefício, com o emprego de novos materiais tecnológicos e ambientalmente
corretos. A classificação quanto a forma de abordagem é quantitativa, quanto aos objetivos
pode ser avaliada como explicativa e por se tratar das ciências da natureza é experimental.
Referindo-se aos procedimentos técnicos é bibliográfica e experimental.
3.2 DELINEAMENTO
A terceira etapa do trabalho consistiu nos estudos de campo, com a avaliação das
condições do trecho de estudo de acordo com o método de Eaton et al. (1987) e posteriormente
são apresentados os resultados e conclusões pertinentes do trabalho.
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A cidade de Ijuí localiza-se no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e tem como
limite os municípios de Ajuricaba, Augusto Pestana, Boa Vista do Cadeado, Bozano, Catuípe,
Chiapetta, Coronel Barros, Cruz Alta, Nova Ramada, Panambi e Pejuçara. De acordo com o
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, no ano de 2010, Ijuí encontrava-se como
o 24º (vigésima quarta) município mais populoso do estado, com cerca de 78.915 habitantes,
tendo 71.550 habitantes na área urbana e 7.365 habitantes na área rural. Na Figura 27 a seguir
é possível verificar a localização do município de Ijuí.
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Geograficamente Ijuí se encontra nas coordenadas 28º 23' 16" S de latitude e 53º 54' 53"
O de longitude, distante 395 km da cidade de Porto Alegre, capital do estado. De acordo com a
Prefeitura Municipal de Ijuí (2018) o município localiza-se no planalto sobre pedra de basalto
vulcânica, a paisagem apresenta-se com ondulações moderadas, a vegetação é originada de
florestas subtropicais, com clima subtropical úmido e quatro estações distintas. No verão as
temperaturas variam de 18ºC a 40ºC e no inverno a variação fica entre 0º C e 18ºC, tendo
temperatura média anual de 20,5ºC, com chuvas distribuídas.
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70
8,2 0,7
1,6
Soja
13,1 Aveia
Trigo
74,7; Milho
O trecho selecionado para estudo situa-se na entrada do distrito rural do Alto da União,
no interior do município de Ijuí, com aproximadamente 1 km de comprimento.
Geograficamente o início da estrada localiza-se nas coordenadas 28º27’ 40.03’’ S latitude e
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53º51’ 49.15’’ A longitude e seu final tem coordenadas 28º27’ 12.03’’ S de latitude e 53º51’
46.39’’ O de longitude. A Figura 29 mostra a localização da estrada de estudo.
A estrada em estudo é uma das principais entradas ao distrito do Alto da União, onde
residem cerca de 1.364 habitantes (IBGE, 2010) e nas suas imediações tem-se lavouras de soja.
Para realizar uma análise completa da estrada em estudo, foram executados ensaios
laboratoriais de caracterização física que abrangem os ensaios de granulometria e limites de
Atterberg e ensaios de caracterização mecânica, que compreendem os ensaios de compactação
e índice de suporte Califórnia.
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72
O preparo das amostras de solo para realização dos ensaios foi realizada de acordo com
a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na norma NBR 6457/16 que rege os
métodos para preparação de amostras para ensaios de compactação e caracterização (análise
granulométrica e determinação dos limites de plasticidade e limites de liquidez, da massa
específica das partículas que passam na peneira 4,8mm (milímetros), da massa específica
aparente e da absorção de água pelos grãos retidos na peneira 4,8mm).
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Um solo é constituído por partículas dos mais diversos tamanhos, que em virtude de
alguns fatores são de difícil identificação (PINTO,2006). A análise granulométrica nada mais
é do que o reconhecimento do tamanho dos grãos de constituição de um solo e é dividida em
duas fases, o peneiramento em relação aos materiais grossos e a sedimentação em relação aos
materiais finos. Para obtenção do diâmetro das partículas do solo, se faz necessário submeter
os grãos a passarem por uma série de peneiras, com suas respectivas aberturas conhecidas.
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74
Número Abertura(mm)
2’’ 50,8
1 ½’’ 38,1
1’’ 25,4
¾’’ 19,1
½’’ 12,7
3/8’’ 9,5
Nº 4 4,8
Nº 10 2,0
Nº 40 0,42
Nº 80 0,18
Nº 200 0,075
Fonte: Autoria própria (2020)
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O material retido foi levado a estufa de 105º a 110º e posteriormente submetido a passar
por uma série de peneiras para análise do material grosso. As peneiras utilizadas para análise
do material grosso foram as de 50, 38, 25, 19, 9,5, 4,8 e 2,0 mm e após isso as massas retidas
foram pesadas e anotadas.
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Após este tempo a solução foi disposta no copo de dispersão junto com água destilada
até que seu nível fique 5cm abaixo da borda do copo e então se realiza a agitação da mistura
por 15 min. O material disperso foi para uma proveta com água destilada até a marca de
referência (1000cm³). A boca da proveta foi tampada com uma mão e com a ajuda da outra foi
realizado movimentos agitados de rotação por 1 minuto, promovendo a mistura solo e água.
Por fim efetuou-se leituras do densímetro nos instantes de 30s, 1min, 2min, 4min, 8min, 15min,
30min, 1h, 2h, 4h, 8h, 24h tomando os devidos cuidados e após cada leitura foi tirada a medida
da temperatura da dispersão. Após última leitura, verteu-se e lavou-se o material na peneira de
0,075mm como descreve a NBR 7181 (ABNT, 2016) para realizar o peneiramento fino.
Para o peneiramento do material fino o mesmo após a lavagem foi levado para secagem
em estufa por 24 horas e após este tempo o material foi passado na peneira de 1,2, 0,6, 0,42,
0,25, 0,15 e 0,075 mm e pesados.
Os limites baseiam-se na constatação de que um solo argiloso ocorre com aspectos bem
distintos conforme o seu teor de umidade (PINTO, 2006, p.25). Solos argilosos quando secos
tornam-se quebradiços e quando muito úmidos tornam-se líquidos, à medida que perdem água
seu comportamento fica plástico, assim, o teor de umidade capaz de promover esta mudança de
estados são os limites que liquidez, limite de plasticidade e índice de plasticidade (PINTO,
2006).
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O limite de liquidez (LL) de um solo pode ser definido como sendo o teor de umidade
cima do qual o solo perde as características de plasticidade, passando a se comportar como um
fluido viscoso, representando assim a fronteira entre o estado plástico e o estado líquido. De
acordo com Caputo (1988) a função do ensaio de limite de liquidez é determinar a umidade de
transição entre o estado líquido e o estado onde o solo tem aspecto plástico.
Para a realização ensaio seguiu-se a norma da ABNT NBR 6459 (2016) e utilizou-se
um equipamento em forma de concha chamado de aparelho de Casagrande e resumidamente, o
ensaio baseia-se na determinação do número de golpes necessários para fechar um sulco padrão,
efetuado no solo posto na concha. O ensaio se repete várias vezes para assim variar o teor de
umidade da amostra e o LL é encontrado na umidade de fechamento do sulco com 25 golpes.
A Figura 34 mostra os equipamentos necessários para a realização do ensaio.
Inicialmente separou-se uma amostra de 100 gramas de solo passante na peneira de 0,42
mm que foi posta em uma cápsula de porcelana e misturada, aos poucos, com água destilada
com o objetivo de se obter uma pasta homogênea. Transferiu-se parte da mistura para a concha
do equipamento de Casagrande moldando-a para que na parte central a espessura permanecesse
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em torno de 10 mm. Então abriu-se uma ranhura na parte central da pasta utilizando o cinzel
metálico, dividindo a massa em duas partes. O cinzel foi aplicado perpendicularmente à
superfície da concha, então se golpeou a concha sobre a base, deixando-a cair em queda livre
com frequência de duas voltas por segundo, até que a parte inferior da ranhura se fechasse.
Desta forma, anotou-se a quantidade de golpes necessários como descrito na NBR 6459 (2016)
e após a retirada de uma pequena amostra, transfere-se o restante da massa para a cápsula de
porcelana novamente e adiciona-se água destilada novamente, faz-se a homogeneização e
repete-se o ensaio. A Figura 35 mostra o processo do ensaio do limite de liquidez.
Foram realizados 5 ensaios e de cada ensaio foi retirada uma pequena amostra das
bordas da ranhura que se uniram, que foram pesadas e levadas a estufa em 105ºC por 24 horas.
Após este tempo as amostras foram pesadas novamente para cálculo da umidade. O cálculo da
umidade é feito pela equação (2) a seguir:
𝑀𝑎
ℎ% = × 100 (2)
𝑀𝑠
Onde:
h = Umidade [%];
O limite de plasticidade (LP) representa o teor de umidade a partir do qual um solo passa
a apresentar plasticidade, ou seja, a umidade de transição entre os estados plásticos e
semissólidos, onde o solo deixa de ser plástico e torna-se quebradiço é definido como limite de
plasticidade. O ensaio é prescrito pela NBR 7180 (ABNT, 2016) e utiliza um gabarito cilíndrico
com 3 mm de diâmetro, placa de vidro esmerilhada, cápsula de porcelana, cápsulas metálicas,
espátula de lâmina flexível e balança com resolução de 0,01g. A Figura 36 mostra os
equipamentos utilizados no ensaio de limite de plasticidade.
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amostra para a moldagem em forma de bola que foi, em seguida, rolada na placa de vidro
utilizando as mãos até se alcançar as dimensões aproximadas do gabarito, como mostra a Figura
37 abaixo.
𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 (3)
Onde:
O comportamento dos solos nas estradas depende da forma como são colocados, ou seja,
da sua compactação (ODA, 1995, p.35).
A norma NBR 7182 (ABNT, 2016) aborda três diferentes energias de compactação que
podem ser utilizadas para o ensaio e optou-se nesta pesquisa por realizar o ensaio com energia
normal. Primeiramente a amostra que foi retirada da estufa foi destorroada e passada na peneira
de 4,8 milímetros como mostra a Figura 38 a seguir.
Separou-se sete amostras de 2,5 kg para a realização do ensaio, porém foram utilizadas
cinco, resultando em cinco ensaios diferentes. No primeiro ensaio foi adicionado aos 2,5 kg de
solo uma quantidade de 600ml de água e a amostra foi homogeneizada até a formação de uma
mistura solta e sem torrões.
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Uma porção da amostra com umidade bem uniformizada foi posta em um cilindro
padrão (10 centímetros de diâmetro, altura de 12,73 centímetros e volume de 1000 cm³) e foram
aplicados 26 golpes com um soquete de 2,5 kg caindo a uma altura de 30,5 centímetros. A
compactação foi obtida utilizando 3 camadas com a aplicação de 26 golpes por camada, como
mostra a Figura 39 a seguir.
𝑃ℎ×100
𝛾𝑑 = 𝑉𝑐𝑖𝑙×(100+ℎ) (4)
Onde:
O índice de Suporte Califórnia é regido pela NBR 9895 (ABNT, 2017) e é um ensaio
que serve para avaliação da resistência do solo, quando empregado como subleito de
pavimentos flexíveis e indica qual será o seu comportamento quando este se encontra no estado
de saturação, indicando sua perda de resistência. Além de medir resistência, o ensaio também
quantifica a expansão quando imerso em água durante um período de tempo (CAPUTO, 1988).
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Os golpes do soquete de 4,5 kg foram aplicados a uma altura de 45,7 cm, distribuídos
uniformemente sobre a superfície de cada camada. Para a determinação da umidade, foram
retiradas duas amostras da bandeja em diversos pontos, logo após a compactação da segunda
camada, sendo em seguida pesadas e levadas à estufa a 105ºC.
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Para o ensaio foi utilizado duas amostras de solo seco em estufa por 24 horas passante
na peneira de 2,0mm, dois picnômetros, água destilada e uma bomba de vácuo. Os dois
picnômetros foram pesados previamente sendo obtidas as suas massas (P1), então foi
acrescentado por meio de um funil cerca de 120g de solo em cada picnômetro e novamente os
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mesmos foram pesados e suas massas foram anotadas (P2). Com isto foi acrescentada água
destilada nos picnômetros até seu volume ser totalmente preenchido.
𝑃2−𝑃1
𝐷𝑡 = (𝑃4−𝑃1)−(𝑃3−𝑃2) (5)
Onde:
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O valor da densidade real dos grãos, de acordo com a norma deve ser aludido à água em
temperatura (t) de 20ºC e então esta temperatura deve ser corrigida conforme a Equação (6)
abaixo:
Onde:
K20 = Fator de correção tabelado na norma (Para 18ºC, o fator de correção é de 0,9986);
O método busca fazer a avaliação de uma estrada não pavimentada de acordo com os
defeitos de seção transversal inadequada, drenagem lateral inadequada, poeira, corrugações,
buracos, trilha de roda e segregação de agregados, relacionando-os com seu grau de severidade
para assim obter-se o índice URCI que indica a integridade da estrada e duas condições de
operação, a partir de uma escala numérica variando de zero a cem.
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c) Em seguida cada subseção foi avaliada, conforme Figura 46, sendo utilizado para isto
uma folha de avaliação com a classificação dos defeitos de acordo com os níveis de
severidade e equipamentos como trenas e réguas. A folha de avaliação é apresentada no
Quadro 3 abaixo.
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𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒(%) = (7)
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑒çã𝑜
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Figura 47 - Ábaco do valor da dedução total para o defeito de seção transversal inadequada.
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Figura 48 - Ábaco do valor da dedução total para o defeito de drenagem lateral inadequada.
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Figura 51 - Ábaco do valor da dedução total para o defeito de afundamento no trilho de roda.
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100 – 85 Excelente
85 - 70 Muito Boa
70 - 55 Boa
55 - 40 Regular
40 - 25 Pobre
25 - 10 Muito Pobre
10 - 0 Péssima
Estudar o tráfego implica em conhecer o número médio de veículos que passam por dia
em uma via e a composição da frota, levando em consideração veículos leves, ônibus e
caminhões (DER/SP, 2012). Sendo assim o volume de tráfego é considerado como o número
de veículos que passa por uma dada segmentação de uma via em um intervalo de tempo.
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Ônibus
Caminhão
Trator
Moto
Outros
Por intermédio da Equação (8) abaixo, após a contagem dos veículos, foi possível
estabelecer o tráfego diário médio (TDM).
𝑁º 𝑑𝑒 𝑉𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠
𝑇𝐷𝑁 = (8)
𝑁º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠
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4 RESULTADOS
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O Quadro 5 abaixo mostra a fração de cada grupo de grãos, de acordo com a escala
granulométrica brasileira (ABNT), que constitui o solo da localidade do Auto da União de Ijuí,
estudado neste trabalho.
Quadro 5 – Resultado para fração das partículas constituintes do solo, obtidos a partir da curva granulométrica.
Observa-se que o solo tem cerca de 86,61% do seu total passante na peneira nº 200 de
malha 0,075 mm, sendo constituído principalmente por argila e silte. A composição silte e argila
demonstra que o solo é coesivo e expansivo, ou seja, quando em contato com a água esse solo
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100
se torna mole e há a formação de lama que é um dos principais inimigos das estradas sem
pavimentação, e quando seco esse solo produz poeira, que causa dificuldades em relação a
visibilidade. Pinto (2006) afirma que argilas, siltes e solos orgânicos são classificados como
solos de graduação fina e que a determinação do comportamento argiloso do solo não é
determinada apenas pelo seu teor de argila, mas também pelas suas características em relação
aos índices de consistência, que fazem uma melhor indicação de como este solo se comporta.
Neste trabalho foram realizados ensaios de limite de liquidez conforme NBR 6459
(ABNT, 2016) e limite de plasticidade, conforme a NBR 7180 (ABNT, 2016). O Quadro 6
apresenta os resultados dos limites e do índice de plasticidade calculado conforme Equação (3).
Senço (2007) afirma que quanto maior o valor do índice plasticidade (IP) maior é a
plasticidade do solo, ou seja, maior é a capacidade de absorção de água desse solo e
consecutivamente sua capacidade de aumentar de volume também se amplia. Caputo (1988)
afirma que quando o índice de plasticidade se encontra ente 1 e 7% o solo pode ser classificado
como fracamente plástico, quando esta faixa se encontra entre 7 e 15% é considerado
medianamente plásticos e quando seu valor é superior a 15% esse solo é classificado como
altamente plástico. Observa-se que o solo em estudo apresenta IP de 21,02%, ou seja, como é
maior que 15% considera-se seu comportamento altamente plástico.
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O ensaio de compactação foi realizado de acordo com a NBR 7182 (ABNT, 2016) para
assim se obter a curva de compactação e a umidade ótima do solo em estudo. Afirma-se que o
processo de compactação visa reduzir o volume de vazios e aumentar a resistência do solo,
sendo esta uma operação simples e muito importante, que além de melhorar a resistência
também muda os aspectos de permeabilidade, compressibilidade e absorção de água
(CAPUTO, 1988). A curva de compactação obtida no ensaio é mostrada no Gráfico 3 abaixo.
Foram moldados cinco corpos de prova com diferentes umidades e com os dados do ensaio
foi feita graficamente a curva de compactação, que de acordo com Pinto (2006) pode ser
definida como a representação em curva parabólica da densidade seca em função da umidade.
A ordenada do ponto máximo da curva refere-se à densidade máxima que por sua vez indica a
umidade ótima, condição ao qual o solo deve ser compactado em campo. Analisando-se a curva
de compactação se pode observar que a umidade ótima é de aproximadamente 32% e a
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102
densidade máxima ou massa específica aparentemente seca é de 1,455 g/cm³, Pinto (2006)
afirma que em geral valores de densidades secas baixas e umidades ótimas elevadas são
características de solos argilosos.
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9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
PRESSÃO
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
PENETRAÇÃO
O DNIT (2010) afirma que materiais com ISC entre 5 e 10% são considerados de
qualidade regular. Para emprego como leito de vias (subleito) o solo deve apresentar uma
expansão menor ou igual 2% e um índice de suporte Califórnia (ISC) maior ou igual a 2%
(DNIT, 2006). Diante dos resultados encontrados no ensaio de ISC, pode-se afirmar que o
subleito do trecho em estudo é apto quanto a sua capacidade de suporte e expansão pois
apresenta valor de 5,95% para o ISC e 0,15% para a expansão, mesmo sendo considerado de
qualidade regular.
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104
O ensaio de densidade real dos grãos foi realizado conforme norma (DNER) ME-093
(1994) e os cálculos pela equação 5. A densidade real dos grãos ou massa especifica dos grãos
pode ser entendida como a massa por unidade de volume da parte sólida, ou seja, sem os vazios
(SENÇO, 2007). Como já mencionado no item 3.4.6, as massas dos picnômetros são
representadas por P1(peso do picnômetro seco e vazio), P2(peso do picnômetro mais a
amostra), P3(Peso do picnômetro mais amostra, mais água) e P4 (Peso do picnômetro mais
água) em gramas. O Quadro 8 representa os resultados obtidos no ensaio.
Para se chegar à densidade real dos grãos do solo da estrada em estudo fez-se a média
entre os valores da densidade para o picnômetro 1 e picnômetro 2, chegando-se ao valor de
3,154 g/cm³. O resultado do ensaio traz uma ideia do comportamento da estrutura do solo, ou
seja, a disposição das partículas e a sua porosidade. Em geral, de acordo com CAPUTO (1988),
a porosidade de um solo varia inversamente a sua densidade, sendo assim comprovado que,
uma densidade com menor valor implica em uma maior porosidade, uma característica das
argilas.
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Para a classificação pelo sistema HRB/TRB, conforme item 2.6.1 foi calculado o índice
de grupo (IG) de acordo com a Equação (1). O resultado do cálculo para o IG está no Quadro 9
abaixo.
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106
Para a classificação pelo sistema unificado, conforme item 2.6.2 utilizou-se o Quadro
12 abaixo com os parâmetros já calculados nos itens anteriores. O solo se encaixa na faixa CH,
argila de alta plasticidade.
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Como descrito no item 3.5 o método de avaliação utilizado foi o de Eaton et al. (1987).
A primeira etapa da avaliação consistiu em uma análise subjetiva, em que foi percorrido o
trecho selecionado em um veículo (Peugeot 207) a uma velocidade de 40 Km/h e os principais
defeitos encontrados foram anotados juntamente com sua localização. O trecho selecionado
para estudo foi dividido em três subseções mais críticas de características semelhantes e com
comprimento de 30 metros como indica o método.
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Figura 54 - Subseção 1.
Neste trecho foram observados diversos defeitos, dentre eles seção transversal
inadequada, drenagem lateral inadequada, ondulações transversais, buracos, poeira e
segregação de agregados. A análise foi feita em um dia chuvoso, sendo possível assim observar
os problemas de escoamento que a estrada possui em sua totalidade, que acabam ocasionando
os demais defeitos da via. A ausência de sistema de drenagem aliado a falta de declividade na
pista faz com que a água oriunda da chuva fique acumulada na via, o que pode aumentar as
dimensões dos buracos, causar erosão, afetar as condições de suporte e consequentemente
causar afundamento nas trilhas de roda e atoleiros. É notável também a presença de agregados
segregados oriundos da ação abrasiva dos pneus e a presença de uma leve poeira que é formada
pela maior quantidade de finos dos solos argilosos. A Figura 55a e 55b, Figura 56a e 56b e
Figura 57 abaixo mostram os defeitos encontrados na via.
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Figura 56 – (a) Defeito de ondulações transversais e (b) Ausência de sistema de drenagem lateral.
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Então determinou-se o total de valores de dedução e o valor de “q” para então se chegar
ao índice URCI, como mostra a Figura 59 abaixo.
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Conforme apresentado na figura anterior, o índice URCI desta subseção teve valor de
65 e a mesma subseção foi classificada como boa.
Figura 61 - Subseção 2.
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Determinou-se a seguir o total de valores de dedução e o valor de “q” para então se chegar
ao índice URCI, como mostra a Figura 72 abaixo.
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O maior problema deste trecho está relacionado a falta de um sistema de drenagem com
valetas e sarjetas que façam o transporte das águas captadas da superfície de rolamento, sendo
para isto também necessário uma correta declividade da via. Sugere-se para este trecho
primeiramente a conformação da pista com motoniveladora, de forma a conferir-lhe um
abaulamento de 4% de declividade transversal para que as águas superficiais não fiquem
acumuladas na via, e sequencialmente a implantação de dispositivos de drenagem (valetas e
sarjetas) que escoem o mais rápido possível estas águas. Nos pontos onde já existam valetas
neste trecho, recomenda-se a retirada da vegetação excessiva e dos entulhos, para permitir a
vazão da água. Um dispositivo de desague ou armazenamento das águas como bigodes também
seria uma adequação útil. Em relação a largura da plataforma pode-se perceber que a mesma
tem em média 7 metros e apresenta-se correta, possibilitando o tráfego em duas vias.
O solo constituinte da via tem boas condições de granulometria e suporte para subleito,
não sendo necessária a implantação de uma camada de material de melhores característica. A
grande quantidade de buracos no trecho se dá pela ação do tráfego em conjunto com a
inadequada condução de água pela superfície. Recomenda-se que os buracos isolados sejam
corrigidos, onde primeiramente deve-se preencher a cavidade do buraco em camadas com solo
de resistência suficiente e não inferior ao já utilizado na pista e as mesmas devem ser
compactadas com equipamentos adequados, como o rolo pé-de-carneiro que é apropriado para
solos argilosos. Em pontos com elevada quantidade de buracos é ideal utilizar motoniveladora,
que com sua lâmina faz a recomposição da via. Os buracos assim como as corrugações são
defeitos oriundos de problemas de drenagem e declividade da via.
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5 CONCLUSÃO
Neste trabalho foi avaliado um trecho de estrada rural não pavimentado no município
de Ijuí- RS, utilizando o método desenvolvido por Eaton et al. (1987) e ensaios laboratoriais de
caracterização do solo do subleito do trecho, assim como foi realizado um estudo de tráfego.
Utilizando o índice URCI classificou-se o trecho como regular, em decorrência de defeitos
relacionados a ausência de um sistema de drenagem e ao correto abaulamento da declividade
transversal em inúmeros pontos do trecho, fatores estes que acabam por ocasionar buracos e
ondulações transversais, assim como a segregação de matérias. A classificação regular desta
estrada propõe a realização de uma manutenção corretiva, ou seja, a correção dos defeitos
encontrados para que assim a via volte a cumprir a sua função e proporcionar aos usuários
conforto e segurança.
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O método de Eaton et al. (1987) tem algumas ressalvas quanto a sua aplicação, pois
avalia apenas os trechos mais críticos, o que pode levar a uma classificação de uma estrada em
condições inferiores as da totalidade da via, porém mesmo podendo ocorrer essa classificação
errata, o método pode ser muito útil para avaliar os defeitos de uma estrada não pavimentada e
para a criação de um planejamento de manutenções anuais em prefeituras que possibilite
diminuir custos, otimizar as operações e o tempo.
Por meio deste trabalho espera-se apresentar um método de avaliação de estradas não
pavimentadas que possa servir para a criação de um planejamento correto de serviços de
manutenções e readequações, que evite desperdícios de materiais, diminua custos, prolongue a
vida útil das estradas e possibilite aos usuários melhores condições de trafegabilidade.
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REFERÊNCIAS
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128
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