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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

CARLOS ALBERTO CEMBRANEL

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SINALIZAÇÃO DE TRECHOS


RODOVIÁRIOS NA REGIÃO DE SANTA ROSA - RS COM ÊNFASE NA
SEGURANÇA DOS USUÁRIOS

Santa Rosa
2016
CARLOS ALBERTO CEMBRANEL

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SINALIZAÇÃO DE TRECHOS


RODOVIÁRIOS NA REGIÃO DE SANTA ROSA - RS COM ÊNFASE NA
SEGURANÇA DOS USUÁRIOS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia


Civil apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: André Luiz Bock

Santa Rosa
2016
Dedicado à Minha Família
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por sempre me iluminar nesta jornada de estudos.

Ao Professor André Luiz Bock, meu orientador que muito auxiliou para o sucesso deste
Trabalho de Conclusão de Curso.

A Professora Marcelle Engler Bridi, sempre ao nosso lado nos auxiliando nos momentos
mais difíceis deste curso.

Aos profissionais da Policia Rodoviária Estadual do posto de Santa Rosa pelo auxilio
prestado na condução e orientação do trânsito durante a coleta de dados a campo.

A minha esposa o meu eterno agradecimento pelo apoio e força nesta caminhada para a
formação em Engenharia Civil.

Aos meus familiares, meu Pai, minha Mãe, e aos demais que de forma particular
incentivaram, deram força para que chegássemos até aqui, neste Curso de Engenharia Civil.
“A felicidade não é algo pronto. Ela é feita das suas próprias ações.”

Dalai lama
RESUMO

CEMBRANEL, C.A. Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na


região de Santa Rosa - RS com ênfase na segurança dos usuários. 2016. Trabalho de
Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.

O modal rodoviário ainda é o principal e mais utilizado meio de deslocamento de pessoas e


cargas no Brasil, estudos apontam que o aumento do número de veículos em operação é
desproporcional ao crescimento da infraestrutura de rodovias. O aumento da frota de veículos
para um estagnado trecho de vias tem exigido maior perícia por parte do motorista e usuários.
Fatores que tornam as vias mais seguras são de fundamental importância ser adotadas e
efetivadas, a sinalização viária projetada deve transmitir segurança, precisa ser atualizado,
possuir coesão entre os sistemas de sinalização empregados em um mesmo trecho, deve atrair a
atenção dos usuários da via e principalmente estar devidamente em dia com a manutenção. Este
estudo visou verificar a atual situação em que se encontra a sinalização viária em trechos da RS-
344, RS-342, RS-305 e RS-307, rodovias da região de Santa Rosa – RS. O estudo apresenta a
atual situação em que se encontram as sinalizações horizontais e verticais, verificando eventos de
falta de manutenção, desacordo com manuais e padrões técnicos, deficiência de sinalização entre
outros fatores que possam colocar em risco a segurança de motoristas e usuários das vias em
estudo. Desta forma, a realização de um levantamento ao longo dos trechos reuniram informações
importantes, com destaque para a retrorrefletividade da sinalização horizontal, frequência das
sinalizações, simetria entre sinalização vertical e horizontal e obstruções de sinalizações entre
outros eventos avaliados. Cabe destacar que o mapeamento final consistiu na compilação e
representação gráfica das informações coletadas a campo. Ressalta-se ainda que em muitos
pontos a segurança dos usuários esta seriamente comprometida por conta das condições em que
se encontram os dispositivos de sinalização de trânsito.

Palavras-chave: Sinalização Vertical, Sinalização Horizontal, Segurança Viária,


Retrorrefletividade.
ABSTRACT

CEMBRANEL, C.A. Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na


região de Santa Rosa - RS com ênfase na segurança dos usuários. 2016. Trabalho de
Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.

The road modal is still the main and most used means of displacement of people and cargo in
Brazil, studies indicate that the increase in the number of vehicles in operation is disproportionate
to the growth of the highway infrastructure. The increase in the fleet of vehicles to a stagnant
stretch of road has required greater expertise on the part of the driver and users. Factors that make
roads safer are of fundamental importance to be adopted and enforced, projected road signs must
convey safety, need to be updated, have cohesion between signaling systems employed in the
same stretch, should attract the attention of road users and Mainly be properly up to date with
maintenance. This study aimed to verify the current situation of road signs in the RS-344, RS-342,
RS-305 and RS-307 sections of the Santa Rosa-RS highways. The study presents the current
situation in which the horizontal and vertical signs are found, verifying events of lack of
maintenance, disagreement with manuals and technical standards, signaling deficiencies among
other factors that could put the safety of drivers and road users at risk. study. Thus, the survey
carried out along the stretches gathered important information, highlighting the retroreflectivity
of horizontal signaling, frequency of signaling, symmetry between vertical and horizontal
signaling and signaling obstructions among other evaluated events. It should be noted that the
final mapping consisted of the compilation and graphical representation of the information
collected in the field. It is also worth noting that in many points the safety of users is seriously
compromised due to the conditions in which the traffic signaling devices are located.
Keywords: Signs Vertical , Horizontal signaling , Road Safety , retroreflectivity.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sinalização vertical fixada lateralmente na via................................................. 17


Figura 2 - Sinalização vertical em pórtico ......................................................................... 18
Figura 3 - Sinalização vertical em semipórtico ................................................................. 18
Figura 4 - Características dos sinais de regulamentação ................................................... 20
Figura 5 – Caso de exceções de formato para sinais de regulamentação .......................... 21
Figura 6 - Modelo de sinalização de advertência .............................................................. 22
Figura 7 - Sinalização temporária de advertência ............................................................. 22
Figura 8 - Modelo de placa de indicação ........................................................................... 23
Figura 9 - Modelo de sinais de indicação de obras ........................................................... 24
Figura 10 - Trecho de sinalização horizontal com linhas longitudinais ............................ 26
Figura 11 – Modelo de sinalização horizontal por linhas transversais .............................. 27
Figura 12 - Modelo de faixas de canalização de tráfego ................................................... 28
Figura 13 - Modelo de faixa restritiva indicando proibido estacionar .............................. 29
Figura 14 - Sinalização por inscrição no pavimento "PARE" ........................................... 30
Figura 15 - Falta de sinalização pós-manutenção do pavimento ....................................... 31
Figura 16 - Esquema de retrorreflexão .............................................................................. 33
Figura 17 - Ilustração real de Refletividade ...................................................................... 34
Figura 18 - Aparelho retrorrefletômetro ............................................................................ 34
Figura 19 - Medição de retrorrefletividade........................................................................ 35
Figura 20 – Parâmetros mínimos de retrorrefletividade .................................................... 36
Figura 21 - Comparativo de sinalização auxiliar ............................................................... 37
Figura 22 - Dimensões de Tachas e Tachões .................................................................... 38
Figura 23 - Modelo de questões aplicadas a campo .......................................................... 43
Figura 24 - Avaliação de sincronismo entre sinalizações.................................................. 43
Figura 25 - Fluxograma do delineamento ......................................................................... 44
Figura 26 - Trecho da RS 344 analisado ........................................................................... 46
Figura 27 - Condições da sinalização de regulamentação ................................................. 47
Figura 28 - Apanhado geral das condições da sinalização vertical no referido trecho ..... 48
Figura 29 - Poluição visual junto à sinalização vertical .................................................... 49
Figura 30 - Totais de placas avaliadas no trecho ............................................................... 50
Figura 31 - Avaliação da visibilidade da placa.................................................................. 50
Figura 32 - Avaliação da legibilidade da placa ................................................................. 51
Figura 33 – Acúmulo de sujeira sobre a pintura ................................................................ 52
Figura 34 - Detalhe sobre a demarcação da linha de bordo............................................... 52
Figura 35 - Pintura das linhas de bordo e linha central ..................................................... 53
Figura 36 – Concordância SV/SH para sinalizações de proibido ultrapassar ................... 54
Figura 37 - Dados coletados na linha de borda esquerda .................................................. 55
Figura 38 - Dados coletados na linha de borda direita ...................................................... 55
Figura 39 - Dados coletados na linha de centro ................................................................ 56
Figura 40 - Comparativo ABNT 14723 (2013) ................................................................. 57
Figura 41 - Comparativo ASTM (2011) ............................................................................ 57
Figura 42 - Trecho da RS 342 analisado ........................................................................... 58
Figura 43 - Sinalização vertical na RS 342 ....................................................................... 59
Figura 44 – Quantitativo por tipo de placa avaliada .......................................................... 60
Figura 45 - Dados referente à visibilidade das placas ....................................................... 60
Figura 46 – Índice de legibilidade da sinalização vertical ................................................ 61
Figura 47 - Sujeira sobre a sinalização .............................................................................. 62
Figura 48 - Largura das linhas longitudinais em função do tipo da rodovia ..................... 62
Figura 49 - Verificação da largura mínima para as linhas horizontais .............................. 63
Figura 50 – Índice de conformidade entre SV/SH para proibido ultrapassar .................... 64
Figura 51 – Dados representados na linha de bordo esquerda .......................................... 65
Figura 52 – Representação dos dados da linha de bordo direita ....................................... 65
Figura 53 - Representação dos dados da linha central....................................................... 66
Figura 54 - Trecho da RS - 305 ......................................................................................... 66
Figura 55 - Orientação para instalação de delineadores em curvas ................................... 67
Figura 56 - Curva a esquerda sem sinalização .................................................................. 68
Figura 57 - Sinalização com obstrução por vegetação ...................................................... 68
Figura 58 – Situação geral da sinalização vertical ............................................................ 69
Figura 59 - Tipo de placa avaliada .................................................................................... 70
Figura 60 - Visibilidade das placas.................................................................................... 70
Figura 61 - Legibilidade das placas ................................................................................... 71
Figura 62 - Detalhe da sinalização horizontal com desgaste ............................................. 72
Figura 63 - Falta da sinalização horizontal de borda ......................................................... 72
Figura 64 - Pintura das linhas de bordo ............................................................................. 73
Figura 65 - Pintura da linha de centro ............................................................................... 73
Figura 66 - Concordância SV/SH para pontos de proibido ultrapassar ............................. 74
Figura 67 - Dados coletados na Linha de Borda Direita ................................................... 75
Figura 68 - Dados coletados na Linha de Borda Esquerda................................................ 76
Figura 69 - Dados coletados na Linha de Centro .............................................................. 76
Figura 70 - Trecho da RS 307 ........................................................................................... 77
Figura 71 - Condições da sinalização vertical ................................................................... 78
Figura 72 – Sinalização vertical com obstrução ................................................................ 78
Figura 73 – Índice de visibilidade das placas .................................................................... 79
Figura 74 - Índice de legibilidade ...................................................................................... 79
Figura 75 - Pintura da linha de centro desgastada ............................................................. 80
Figura 76 - Pintura temporária........................................................................................... 81
Figura 77 - Condições de pintura da linha de centro ......................................................... 81
Figura 78 - Avaliação de sincronismo entre SV e SH ....................................................... 82
Figura 79 - Afundamento de trilho de roda e exsudação ................................................... 83
Figura 80 - Desagregação dos agregados .......................................................................... 84
Figura 81 - Comparativo entre os trechos estudados ......................................................... 85
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASTM Norma Americana

CNT Confederação Nacional dos Transportes

CTB Código de Trânsito Brasileiro

CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DER Departamento de Estradas de Rodagem

LBO Linha de Bordo

LC Linha Central

NBR Norma Brasileira

ONSV Observatório Nacional de Segurança Viária

RS Rio Grande do Sul

SV Sinalização Vertical

SH Sinalização Horizontal
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12

1.1 CONTEXTO ..................................................................................................... 12

1.2 PROBLEMA ..................................................................................................... 13

1.2.1 Questões de Pesquisa....................................................................................... 14

1.2.2 Objetivos de Pesquisa ..................................................................................... 14

1.2.3 Delimitação ...................................................................................................... 15

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 17

2.1 SINALIZAÇÃO VIÁRIA VERTICAL ............................................................ 17

2.1.1 Sinais Verticais de Regulamentação .............................................................. 19

2.1.2 Sinais Verticais de Advertência ..................................................................... 21

2.1.3 Sinais Verticais de Indicação.......................................................................... 22

2.2 SINALIZAÇÃO VIÁRIA HORIZONTAL ...................................................... 24

2.2.1 Sinalização Horizontal por Marcas Longitudinais ...................................... 25

2.2.2 Sinalização Horizontal por Marcas Transversais ........................................ 26

2.2.3 Sinalização Horizontal por Marcas de Canalização .................................... 27

2.2.4 Sinalização Horizontal por Marcas de Delimitação e Controle de Parada


e/ou Estacionamento ................................................................................................... 28

2.2.5 Sinalização Horizontal por Inscrições no Pavimento .................................. 29

2.3 MANUTENÇÃO DAS SINALIZAÇÕES DE TRÂNSITO............................. 30

2.3.1 Manutenção da Sinalização Vertical ............................................................. 31

2.3.2 Manutenção da Sinalização Horizontal ........................................................ 32

2.3.3 Retrorrefletividade .......................................................................................... 32

2.4 SINALIZAÇÃO AUXILIAR (TACHAS/TACHÕES) .................................... 37


2.4.1 Tachas............................................................................................................... 37

2.4.2 Tachões ............................................................................................................. 38

2.5 SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA VIARIA .................................................... 39

3 MÉTODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................ 41

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ........................................................................ 41

3.2 DELINEAMENTO ........................................................................................... 41

3.2.1 Sinalização Vertical ......................................................................................... 42

3.2.2 Sinalização horizontal ..................................................................................... 42

3.2.3 Avaliações realizadas ...................................................................................... 42

3.2.4 Escolha dos Trechos para Estudo .................................................................. 45

4 RESULTADOS ................................................................................................ 46

4.1 ANÁLISE DO TRECHO DA RS – 344 ........................................................... 46

4.1.1 Sinalização Vertical RS 344............................................................................ 47

4.1.2 Sinalização Horizontal RS 344 ....................................................................... 51

4.1.3 Retrorrefletividade RS 344 ............................................................................. 54

4.2 ANÁLISE DO TRECHO DA RS – 342 ........................................................... 58

4.2.1 Sinalização Vertical RS 342............................................................................ 58

4.2.2 Sinalização Horizontal RS 342 ....................................................................... 61

4.2.3 Retrorrefletividade RS 342 ............................................................................. 64

4.3 ANÁLISE DO TRECHO DA RS – 305 ........................................................... 66

4.3.1 Sinalização Vertical RS 305............................................................................ 67

4.3.2 Sinalização Horizontal RS 305 ....................................................................... 71

4.3.3 Retrorrefletividade RS 305 ............................................................................. 74

4.4 ANÁLISE DO TRECHO DA RS - 307 ............................................................ 77

4.4.1 Sinalização Vertical RS - 307 ......................................................................... 77


4.4.2 Sinalização Horizontal RS – 307 .................................................................... 79

4.4.3 Revestimento Asfáltico no Trecho da RS - 307 ............................................ 82

4.5 ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE OS TRECHOS ESTUDADOS ........... 84

5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 86

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 87

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 89

ANEXO A – SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO ........................................ 92

ANEXO B – SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA ................................................... 93

ANEXO C – SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO ......................................................... 95

ANEXO D – MEDIÇÕES DE RETRORREFLETIVIDADE ..................................... 96


1 INTRODUÇÃO

Este capítulo aborda alguns dos principais aspectos os quais dão ênfase a este estudo, esta
pesquisa busca destacar dentro do modal rodoviário a importância da sinalização para a
segurança e trafegabilidade em rodovias do sistema viário brasileiro, bem como a importância da
manutenção da sinalização viária de forma a proporcionar maior conforto aos motoristas.

1.1 CONTEXTO

Com o desenvolvimento econômico, o setor de transportes passa por constante


atualização, seja ela no sentido de inovações dos modais de transporte ou de administração e
manutenção dos modais. Associado a evolução no setor, surge a necessidade de monitoramento e
controle de itens importantes, como no modal rodoviário na questão de sinalização das vias e
segurança dos usuários (DORA, 2012).

Conforme dados recentes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes


(DNIT, 2015) o modal rodoviário no Brasil é responsável pela maior parte dos transportes
realizados, o modal rodoviário é composto aproximadamente por 1,7 milhão de quilômetros dos
quais apenas 12,9% (221.820 quilômetros) são pavimentados.

A manutenção de um pavimento realizada pelos órgãos competentes busca revitalizar e


dar boa continuidade de tráfego para um novo período conforme determinado em projeto
(SILVA, 2013). A sinalização empregada em rodovias também deve receber manutenções
constantes repondo dispositivos danificados e/ou substituindo aqueles que se tornaram
inapropriados a fim de dar maior segurança e manter a credibilidade do usuário – Departamento
Nacionais de Estradas de Rodagem (DNER, 1999).

Notável é a deficiência por parte dos setores competentes em configurar um plano de


manutenção preventiva e corretiva nas sinalizações de rodovias, seja ela sinalização vertical ou
horizontal, deixando exposto o usuário da via aos percalços de trajetos muitas vezes as escuras
(DORA, 2012). A segurança dos usuários das rodovias também fica comprometida quando
ocorrem deficiências nos sistemas de sinalização da via.
13

A sinalização viária é o conjunto de dispositivos implantados ao longo de uma via com o


objetivo de regulamentar, advertir, indicar, orientar e educar motoristas, passageiros e pedestres
(MEDEIROS, 2015). A implantação e manutenção da sinalização de uma rodovia deve seguir um
padrão técnico definido em projeto e de acordo com os manuais técnicos.

Conforme a Confederação Nacional Dos Transportes – CNT (2014) “[...] os sinais devem
atender aos princípios norteadores de legalidade, suficiência, padronização, clareza, precisão,
visibilidade, legibilidade, manutenção e conservação [...]”. A implantação padronizada e a
manutenção permanente são primordiais para que a sinalização viária cumpra sua eficácia de
forma permanente.

O Código de Transito Brasileiro (CTB, 2008) em seu artigo 88 exige que uma via não
possa ser aberta ao trânsito sem a devida sinalização horizontal ou vertical, seja esta via nova ou
reaberta após manutenção.

Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua construção, ou reaberta ao
trânsito após a realização de obras ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente
sinalizada, vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições adequadas de
segurança na circulação. Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá
ser afixada sinalização específica e adequada (CTB, 2008 p.37).

1.2 PROBLEMA

O aumento significativo da frota de veículos nos últimos anos tem demandado um maior
número de investimentos em infraestrutura no setor de transportes. O modal rodoviário é o mais
afetado pela dificuldade de investimentos, o que reflete na segurança de motoristas e usuários que
usufruem do sistema viário brasileiro (DORA, 2012).

Um fator muito preocupante, segundo Dias (2005), é a falta de padronização, pois


dificulta os trabalhos dos técnicos de trânsito, levando os projetistas a se espelharem no que já é
existente, mantendo-se assim os custos elevados e continuando com a falta de atualização no
código de trânsito.

Diante da importância da malha rodoviária brasileira, há uma constante necessidade de


proporcionar condições atualizadas de segurança, conforto e trafegabilidade aos motoristas por

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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meio da manutenção das vias e da recuperação das estruturas (SILVA, 2013). A precariedade da
sinalização de uma rodovia reflete na insegurança que se tem ao trafegar pela mesma.

Este trabalho tem a finalidade de identificar, medir e quantificar a situação em que se


encontram as condições reais da sinalização de determinados trechos de rodovias na região de
Santa Rosa - RS, comparando os dados coletados com os manuais e padrões técnicos específicos.

1.2.1 Questões de Pesquisa

 Questão principal:
 A sinalização horizontal e vertical aplicada nos trechos em estudo, em suas
condições atuais de padronização, correlação entre sinalização vertical e
horizontal estão adequadas aos padrões técnicos exigidos?

 Questões secundárias:
 Existem pontos falhos pendentes de melhorias na sinalização dos trechos
em estudo?
 O intervalo entre a manutenção do pavimento e a recolocação das
respectivas sinalizações esta de acordo com as normas?
 No âmbito da segurança, as condições de retrorrefletividade da sinalização
viária estão sendo atendidas?
 Quando o pavimento passa por manutenção, restauração, a sinalização
viária também recebe manutenção?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

 Objetivo principal
 Fazer uma análise das atuais condições da sinalização viária dos trechos
em estudo, tendo em vista a importância da correta sinalização de uma via
para que a mesma possa oferecer segurança, confiabilidade e boas
condições de trafegabilidade aos usuários.

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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 Objetivos secundários:
 Desenvolvimento de uma revisão bibliográfica como forma de apresentar
os tipos, funções e especificações das sinalizações horizontais e verticais
aplicadas em rodovias da região de Santa Rosa - RS.
 Realizar análises expeditas de suficiência de sinalização, tanto horizontal
quanto vertical, nos trechos escolhidos, além de verificações de
conformidade das mesmas com as exigências normativas.
 Verificar o período pelo qual determinado trecho em análise ficou sem
sinalização após os processos de intervenção (manutenção e restauração do
pavimento), e confrontar com a exigência do CTB.
 Medição e avaliação da retrorrefletividade das sinalizações horizontais
aplicadas pós-manutenção de trechos e comparativo com padrões mínimos
exigidos.
 Verificação de fatores externos que prejudicam o desempenho da
sinalização quanto às suas condições de visibilidade (argila ou sujeiras – na
sinalização horizontal) ou obstruções por vegetação (sinalização vertical).

1.2.3 Delimitação

O trabalho se limita ao estudo sobre as condições da sinalização vertical e sinalização


horizontal de trechos específicos de rodovias da região de Santa Rosa – RS, os respectivos
trechos são:

 Trecho da RS – 344 entre os Municípios de Santa Rosa e Santo Ângelo - RS;


 Trecho da RS – 342 entre os Municípios de Três de Maio e Horizontina – RS;
 Trecho da RS – 305 entre os Municípios de Tuparendi e Horizontina – RS;
 Trecho da RS – 307 entre os municípios de Santa Rosa e Candido Godói – RS.

Outros fatores considerados que também limitam este estudo realizado, dizem respeito à
forma adotada na coleta de dados a campo:

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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a) Ao se tratar somente de trechos, os dados não representam resultados validos


estatisticamente para toda a rodovia analisada;
b) Fatores geométricos e condições do pavimento não estão sendo considerados;
c) As medições e análises são obtidas somente com tempo bom e sem neblina;
d) Os métodos utilizados são adaptados ou empregados de forma parcial;

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

No contexto atual as sinalizações de trânsito em estudo são classificadas como sinalização


horizontal e sinalização vertical. Este capitulo expõe sucintamente as finalidades e modelos de
cada um dos tipos com maior aplicação para os padrões de trânsito atuais.

Dirigir significa tomar decisões precisas, para isso é necessária uma boa condição de
sinalização e a elaboração de um projeto específico, informando os dispositivos que serão
utilizados e o posicionamento na via (SILVA, 2013).

2.1 SINALIZAÇÃO VIÁRIA VERTICAL

Conforme Dias (2005, p. 19), “a sinalização vertical é um subsistema da sinalização


viária, que utiliza placas, onde o meio de comunicação (sinal) está na posição vertical [...]”. A
sinalização vertical pode ser fixada lateralmente na via conforme mostra a Figura 1.

Figura 1 - Sinalização vertical fixada lateralmente na via

Fonte: DNIT 2010

De acordo com Senso (2008), em muitos casos para se tornar mais chamativa ou até
mesmo mais notável aos usuários da via, a sinalização vertical também pode ser instalada de
forma que fique suspensa sobre a pista. A sinalização aplicada de forma suspensa sobre a pista
pode ser com a forma em pórtico ou semipórtico DNIT, (2010), conforme mostra a Figura 2 em
pórtico e a Figura 3 em semipórtico.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 2 - Sinalização vertical em pórtico

Fonte: DNIT 2010

Figura 3 - Sinalização vertical em semipórtico

Fonte: DNIT 2010

O Departamento de Estradas e Rodagem DER/SP (2006), define que a sinalização vertical


indica as obrigações que o usuário da via deve respeitar, também as limitações e proibições ou
restrições que regulamentam o trecho anormal da rodovia, por outro lado adverte sobre mudanças
das condições da pista que possam afetar a segurança do motorista ou usuários. A sinalização
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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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vertical também deve cumprir o papel de indicar caminhos alternativos para transpor o trecho
com interferências temporárias.

As sinalizações verticais devem atender convenções internacionais, seguindo o padrão


Europeu de sinalização (SENÇO, 2008). Conforme o Conselho Nacional de Trânsito -
CONTRAN (2007), o padrão de sinalização deve atender os seguintes requisitos de informações:

 Proibições;
 Limitações;
 Obrigações ou Restrições que regulamentam o uso da via;
 Direção e a distância das localidades;
 Nomes de locais e rodovia;
 Mudanças de condições da via que possam afetar a segurança;
 O posicionamento na faixa de tráfego para conduzir á direção desejada;
 A existência de serviços;
 Atitudes de educação de trânsito.

Silva (2013) ressalta que as placas de sinalização vertical são divididas em três modelos,
esta divisão separa as placas pela finalidade de seu uso e aplicação necessária. De acordo com o
Manual de Sinalização do DER/SP (2006) a classificação dos sinais verticais ocorre da seguinte
maneira:

 Sinais de regulamentação: contêm mensagens imperativas cujo desrespeito


constitui infração;
 Sinais de advertência: contêm mensagens com caráter de recomendação, cuja
finalidade é alertar os usuários para as condições adversas;
 Sinais de indicação: contêm mensagens informativas de trajetos em virtude das
condições da obstrução.

2.1.1 Sinais Verticais de Regulamentação

Seguindo o Manual de Sinalização Rodoviária – DNIT (2010), “Os sinais de


regulamentação têm por objetivo notificar o usuário sobre as restrições, proibições e obrigações

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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que governam o uso da via e cuja violação constitui infração prevista no capítulo XV do Código
de Trânsito Brasileiro [...]”.

Senço (2008) salienta que o uso de sinais de regulamentação deve ser eficaz e em número
reduzido para que não ocorra uma poluição de sinais na via e também o descredito da sinalização.

A sinalização vertical de regulamentação segue critérios rigorosos de confecção para


posteriormente serem instaladas no sistema viário. Conforme Medeiros (2015) os sinais possuem
cores e formas padronizadas, associadas ao tipo de mensagem que pretendem transmitir.

A forma da sinalização de regulamentação normalmente é circular com borda vermelha e


o fundo na cor branca, os sinais de regulamentação possuem o símbolo ou legenda na cor preta e
ainda uma tarja diagonal vermelha no caso dos sinais de proibição (DNER, 1999). Conforme
mostra a Figura 4.

Figura 4 - Características dos sinais de regulamentação

Fonte: DENATRAN 2007

Constituem exceção, quanto à forma circular os sinais R-1 – “Parada Obrigatória” e R-2 –
“Dê a Preferência”, os quais seguem padrão distinto das demais sinalizações de regulamentação
(CONTRAN, 2007). Conforme indicado na Figura 5.

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Figura 5 – Caso de exceções de formato para sinais de regulamentação

Fonte: DENATRAN 2007

2.1.2 Sinais Verticais de Advertência

Com o objetivo de orientar os usuários da via para situações potencialmente perigosas,


obstáculos ou restrições existentes na via, devem ser utilizadas placas de sinalização de
advertência sempre que o perigo não esta evidente na via (DENATRAN, 2007).

Assim como na sinalização de regulamentação, a sinalização de advertência deve seguir o


mesmo principio quanto ao uso dos sinais, devendo ser restringido ao mínimo possível para
atender a necessidade de sua aplicação, a fim de não provocar o desvio excessivo de atenção do
usuário da via (SENÇO, 2008).

Silva (2013) ressalta que a aplicação dessas placas na via se dá por uma verificação dos
aspectos físicos, geométricos, operacionais, ambientais, dados estatísticos de acidentes e uso,
dependendo de um exame das condições do local e também do conhecimento dos usuários da via.
Segundo o DENATRAN (2007) esse modelo de sinalização geralmente exige uma redução de
velocidade com o objetivo de possibilitar maior segurança.

Os sinais de Advertência são padronizados nas cores, fundo amarelo, orlas, legendas e
símbolos na cor preta, já para a sinalização temporária todos os sinais de advertência trocam o

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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fundo amarelo de situação normal por fundo laranja (DER/SP, 2006). A Figura 6 mostra um
modelo de sinalização de advertência para uma situação normal, a Figura 7 apresenta uma
sinalização temporária de advertência.

Figura 6 - Modelo de sinalização de advertência

Fonte: DNIT 2010

Figura 7 - Sinalização temporária de advertência

Fonte: DNIT 2010

2.1.3 Sinais Verticais de Indicação

Para Senço (2008), os sinais de indicação tem clara função de orientar os usuários da via
sobre vias transversais, acessos para cidades, vilas ou qualquer outro destino importante. A

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sinalização de indicação também é usada para informar sobre locais históricos, parques, rios,
hotéis, restaurantes entre outras informações uteis durante um percurso ou viagem.

Em seu manual de sinalização, DNIT (2010) fala que os sinais de indicação de uso normal
devem, “[...] possuir normalmente, forma retangular, com o lado maior na horizontal, trazem o
fundo nas cores verde ou azul, e as legendas, setas e diagramas na cor branca [...]”. Ainda, para
algumas exceções é permitido o uso para complementação de informação de advertência com a
indicação de “SAÍDA”, junto ao sinal de indicação, conforme mostra a Figura 8.

Figura 8 - Modelo de placa de indicação

Fonte: Dias 2005

Em análise do DER/SP (2006) a sinalização de indicação é muito usual para situações de


obras nas vias. Para indicação de obras deve ser confeccionada em formato retangular com letras,
setas e orla na cor preta, sobre fundo laranja. Para os sinais utiliza-se alfabeto adaptado todo em
maiúsculo, com exceção da letra “m” em minúsculo, abreviatura de metro. A Figura 9 mostra um
modelo de placa com indicação de obras.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 9 - Modelo de sinais de indicação de obras

Fonte: DER/SP 2006

A sinalização deve ser clara e objetiva respeitando os padrões e normas técnicas, suas
mensagens possuem caráter meramente informativo ou educativo, não constituindo imposição
(DIAS, 2005).

Senço (2008) salienta que ao contrário da maioria dos outros sinais, a sinalização de
indicação não perde sua eficácia pelo uso frequente. A única restrição para os sinais de indicação
é o fato de não poder utiliza-los em pontos da via onde devem prevalecer os outros tipos de
sinais.

2.2 SINALIZAÇÃO VIÁRIA HORIZONTAL

Para o DER/SP (2006), a sinalização horizontal é um conjunto “[...] de linhas, faixas,


símbolos, legendas e dispositivos inscritos ou instalados no pavimento, cuja função é organizar os
fluxos de veículos e pedestres, de forma a tornar mais segura e eficiente a operação da rodovia”.

A sinalização horizontal tem papel fundamental na disciplina do tráfego nos trechos de


rodovias em obras, serviços ou situações de emergência. Complementando a sinalização vertical,
a sinalização horizontal deve ser eficaz para posicionar com segurança o fluxo de veículos em
percurso nas vias de trânsito (DNIT, 2010).
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Senço (2008) menciona que a sinalização horizontal possui algumas limitações específica,
principalmente quanto a sua durabilidade em locais de trânsito intenso, outro fator negativo é a
pouca visibilidade em pistas molhadas. Logo estas desvantagens são facilmente superadas se
considerado o grande poder de transmitir a mensagem sem distrair o usuário da via.

DNIT (2010) cita que a sinalização horizontal possui uma classificação distinta, com
conotação de significados e atribuições para cada marcação conforme o seguinte:

 Marcas longitudinais;
Linhas contínuas;
Linhas tracejadas ou seccionadas;
 Marcas transversais;
 Marcas de canalização;
 Marcas de delimitação e controle de parada e/ou estacionamento;
 Inscrições no pavimento: setas direcionais, símbolos e legendas.

2.2.1 Sinalização Horizontal por Marcas Longitudinais

A sinalização horizontal longitudinal representada por linhas continua ou tracejadas ou


seccionadas aplicadas ao longo da via tem suas funções atribuídas conforme a necessidade do
local de implantação, de acordo com a função da linha. A cor da linha também é especifica para
cada finalidade de seu uso (DER/SP, 2006).

DNIT (2010) fala que a linha continua delimita a faixa de tráfego separando fluxos de
veiculo no mesmo sentido ou sentidos opostos. As linhas tracejadas ordenam o fluxo no mesmo
sentido ou sentidos opostos, ambas as linhas têm atribuições diferentes conforme a cor.

As linhas demarcadoras de faixas de tráfego para pista simples utiliza a cor amarela
indicando a separação das faixas, já para pistas duplas ou múltiplas a cor branca indica a
separação das faixas de tráfego, DER (1999). A Figura 10 ilustra um modelo de sinalização por
linhas longitudinais.

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segurança dos usuários.
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Figura 10 - Trecho de sinalização horizontal com linhas longitudinais

Fonte: DER 1999

A sinalização horizontal por faixas longitudinais tem função especifica conforme cita o
manual de sinalização do DNIT (2010, p.224):

As marcas longitudinais mais comumente encontradas nas rodovias têm a função de


definir os limites da pista de rolamento, de orientar a trajetória dos veículos, ordenando-
os por faixas de tráfego, de regulamentar as possíveis manobras de mudança de faixa ou
de ultrapassagem. Além dessas funções, podem regulamentar as faixas de uso exclusivo
ou preferencial de espécie de veículos (ônibus ou bicicletas) e faixas reversíveis.

2.2.2 Sinalização Horizontal por Marcas Transversais

O manual de sinalização, DNIT (2010) mostra que as linhas de sinalização transversais


ordenam os deslocamentos de veículos e de pedestres, também tem a função de induzir a redução
de velocidade em pontos de maior atenção. As linhas transversais são empregadas também em
pontos que indicam posições de parada obrigatória em interseções e travessia de pedestres.

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DER (1999) ressalta que as linhas transversais são classificadas de acordo com sua
função, podendo ser linhas de retenção, linhas de dê a preferência e linhas de estímulo à redução
de velocidade. A Figura 11 mostra um modelo de sinalização horizontal feita por linha de
retenção.

Figura 11 – Modelo de sinalização horizontal por linhas transversais

Fonte: DNIT 2010

2.2.3 Sinalização Horizontal por Marcas de Canalização

De acordo com DNIT (2010) as linhas de canalização têm por finalidade preencher áreas
pavimentadas não trafegáveis, direcionando fluxos divergentes ou convergentes. As marcas de
canalização também identificam estreitamentos ou alargamentos de pista.

Para Senço (2008) as linhas de canalização tem importante função para orientar o tráfego
onde a largura da pista se altera para mais ou para menos ou para um número maior ou menor de
faixas, estas faixas dever seguir o padrão de execução conforme estabelecido no Manual de
Sinalização. A Figura 12 representa uma situação de aplicação para faixas de canalização de
tráfego.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 12 - Modelo de faixas de canalização de tráfego

Fonte: DNIT 2010

Como padrão o DENATRAN (2007) salienta que as faixas de canalização usualmente são
representadas na cor branca para direcionar fluxo no mesmo sentido e na cor amarela para
sinalizar fluxo de sentidos opostos. Cabe salientar que estes dispositivos de sinalização são mais
usuais em locais de tráfego mais intenso.

2.2.4 Sinalização Horizontal por Marcas de Delimitação e Controle de Parada e/ou


Estacionamento

Para o DENATRAN (2007) as marcas de delimitação e controle de parada e ou


estacionamento, “[...] delimitam e proporcionam melhor controle das áreas onde é proibido ou
regulamentado o estacionamento e a parada de veículos, quando associadas à sinalização vertical
de regulamentação [...]”. Conforme o caso essas marcas têm poder de regulamentação, quando
acompanhada de sinalização vertical.

Deve ser acompanhada de o sinal Proibido Estacionar (R-6a) ou Proibido Parar e


Estacionar (R-6c), com a mensagem complementar "NA FAXA AMARELA". Pode,
ainda, ser acompanhada de outras mensagens complementares informando horário, tipo
de veículo etc. (DER/SP, p.158).

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No caso de regulamentação de parada exclusiva para ônibus, recomenda-se que seja


localizada fora da pista de rolamento, além do acostamento, se a parada for localizada junto ao
acostamento, deve vir acompanhada de marcas de área não trafegável. Jamais pode ser aplicada
sobre a faixa de rolamento (DNIT, 2010).

Para o DER/SP (2006) a linha restritiva de estacionamento é continua, na cor padrão


amarela, com extensão limitada pelo trecho que se deseja limitar o estacionamento. Conforme
mostra a Figura 13.

Figura 13 - Modelo de faixa restritiva indicando proibido estacionar

Fonte: DENATRAN 2007

2.2.5 Sinalização Horizontal por Inscrições no Pavimento

“As inscrições no pavimento melhoram a percepção do condutor quanto às condições de


operação da via, permitindo-lhe tomar a decisão adequada, no tempo apropriado, para as
situações que se lhes apresentarem” (DENATRAN, 2007, p.81).

A sinalização realizada em forma de inscrições no pavimento tem a função de


complementar o restante da sinalização, busca orientar ou advertir sobre mudanças de operações
no decorrer da via. As sinalizações por inscrições no pavimento podem ser setas direcionais,
símbolos ou legendas (DER/SP, 2006).

DNIT (2010) fala que a sinalização por inscrição no pavimento também pode usar
palavras como forma de atrair a atenção do usuário da via, sendo usuais as palavras ATENÇÃO,

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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DEVAGAR, PEDESTRES, PARE e ESCOLA. A Figura 14 mostra um modelo de sinalização


por inscrição no pavimento.

Figura 14 - Sinalização por inscrição no pavimento "PARE"

Fonte: DENATRAN 2007

2.3 MANUTENÇÃO DAS SINALIZAÇÕES DE TRÂNSITO

As sinalizações de trânsito, conforme DNIT (2010) devem ser submetidas a manutenções


periodicamente a fim de manter sempre sua eficiência e transmitir maior segurança ao usuário da
via. Esta manutenção deve substituir a sinalização precária e retirar aquelas que se tornaram
inapropriadas para a via.

Os problemas causados pela falta de manutenção na sinalização são muitas vezes


irreversíveis podendo inclusive vir a causar acidente graves, o que aumenta o índice de
insegurança dos usuários das vias. A Figura 15 mostra uma situação em que por motivos de
melhorias no pavimento a falta da sinalização subsequente dificulta e coloca em risco a vida dos
usuários, principalmente durante a noite, inferindo o artigo 88 do CTB.

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Figura 15 - Falta de sinalização pós-manutenção do pavimento

Fonte: Autoria própria (Rodovia RS 344)

2.3.1 Manutenção da Sinalização Vertical

Para Silva (2013) a sinalização vertical tem um intervalo de manutenção maior se


considerado a sinalização horizontal, isso se deve ao fato de não estarem sofrendo diretamente a
ação do trafego de veículos. Mas este fator não a exclui de uma manutenção periódica para que se
tenha maior segurança ao usuário.

A sinalização vertical, de acordo com o DENATRAN (2007) deve utilizar materiais que
facilitam a manutenção e ter as mesmas características do material original, portanto deve resistir
as intempéries durante sua vida útil.

A manutenção da sinalização vertical deve levar em conta a qualidade do material


aplicado, a madeira utilizada para a sustentação das placas deve ser tratada, o metal usado para a
confecção da placa deve resistir à corrosão e ação do tempo e a pintura deve ser feita com
material de alta qualidade, respeitando os padrões de retrorrefletividade (SILVA, 2013).
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segurança dos usuários.
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2.3.2 Manutenção da Sinalização Horizontal

DENATRAN (2007) menciona que para a aplicação de sinalização em revestimentos


asfálticos ou concretos novos deve ser respeitado o período de cura do revestimento, porém a
sinalização poderá ser feita de forma temporária sobre pavimentos novos, neste caso é indicado o
uso de materiais apropriados, como tintas com durabilidade reduzida.

As superfícies a serem pintadas ou marcadas devem estar limpas, isentas de sujeiras


graúdas ou poeiras para dar maior aditividade ao material. Ao se executar a repintura deve se ter
o cuidado de ficar sobreposta perfeitamente a pintura anterior, caso isso não seja possível à marca
antiga deve ser completamente removida (DER/SP, 2006).

2.3.3 Retrorrefletividade

Para Dias (2005) a Retrorrefletividade é uma característica fundamental da sinalização de


trânsito, seja ela vertical ou horizontal, devido à importância da reflexão a luz nestes materiais
principalmente para visão noturna.

Define-se a retrorrefletividade como sendo o valor da retrorreflexão da demarcação


avaliada até 15 dias após a aplicação na via, enquanto a retrorrefletividade residual é definida
como sendo o valor da retrorrefletividade avaliada após um determinado período de tempo DNIT
(2015).

De acordo com Moraes (2014), a retrorrefletividade é uma propriedade adquirida pela


sinalização, quando adicionado microesferas de vidro, se aplicadas de forma adequada aos
materiais de demarcação viária, aumentam consideravelmente a visibilidade noturna da
sinalização horizontal.

Os principais elementos responsáveis por dar retrorrefletividade à demarcação viária são


as microesferas e esferas de vidro. Logo, a retirada de tal material acaba sendo o fator mais
crítico no decréscimo da propriedade ao longo do tempo Kopf (2004 apud RENZ, 2015, p 46).

Outros fatores cruciais para a deterioração de tais dispositivos são o volume de tráfego, o
peso dos veículos, a velocidade máxima permitida, a idade, tipo de material e coloração das

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demarcações, além das características do pavimento e as condições climáticas do local (RENZ,


2015).

A retrorreflexão ocorre quando um feixe de luz incide sobre uma superfície que
redireciona este feixe de volta para a fonte geradora, porém isso somente é possível se a
superfície estiver com uma manutenção adequada e sua película refletiva estiver em ótimo
estado, isso da à sensação de que a sinalização tenha luz própria (DIAS, 2005).

Para medir a retrorrefletividade, conforme Moreira e Menegon (2003 apud RENZ, 2015)
utilizam-se as seguintes propriedades:

a) Coeficiente de luminância retrorrefletida (RL) – quociente entre luminância e


iluminância;
b) Luminância (L) – relação entre a intensidade luminosa em candelas (cd) e a sua
área em metros quadrados (m²);
c) Iluminância (E) – quantidade de fluxo luminoso incidente em um elemento pala
área deste elemento, (lux).
d) (mcd/m²) – milicandelas por metro quadrado, usado para pequenos valores de
luminância.

As Figuras 16 e 17 ilustram um esquema de reflexão emitido por uma superfície refletiva.

Figura 16 - Esquema de retrorreflexão

Fonte:RENZ (2015)

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 17 - Ilustração real de Refletividade

Fonte: MORAES, (2014)

As medições de retrorreflexão são realizadas por um equipamento denominado


retrorrefletômetro, que simula a emissão de luz dos faróis de um veículo e a retrorreflexão
emitida à visão humana, as medições são realizadas com distâncias entre 15 e 30 metros,
simulando um ponto de um veículo (RENZ, 2015). A Figura 18 apresenta uma ilustração do
aparelho de medição.

Figura 18 - Aparelho retrorrefletômetro

Fonte: Autoria própria

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A NBR 14723 (ABNT, 2013), orienta sobre o método para medição, e sugere critérios de
avaliação da retrorrefletividade, conforme a normativa as medições devem ser realizadas com um
ângulo de observação de 1,5º e ângulo de incidência de 86,5º a uma distância de 15 metros do
ponto lido, já a normativa americana ASTM 1710 (2011) estabelece como parâmetro para medida
uma geometria de 30m.
Conforme a normativa brasileira, o aparelho deve estar posicionado no sentido de fluxo
de trafego, em superfície livre de pedras, sujeiras ou umidades, a luz solar deve ser bloqueada de
forma a impedir discrepância às medidas coletadas. A Figura 19 mostra o posicionamento do
equipamento para leitura de dados.
Figura 19 - Medição de retrorrefletividade

Fonte: Autoria própria

Quanto aos dados coletados pelo equipamento, são considerados de alta


retrorrefletividade quando apresentar valores acima de 250 mcd.m‾².lx‾¹ (milicandelas por lux por
metro quadrado) e baixa retrorrefletividade quando apresentar valores abaixo deste parâmetro,
conforme ( NBR 14723, 2013).
De acordo com Moreira e Menegon (2003 apud RENZ, 2015), os índices mínimos iniciais
para a retrorrefletização deverá ser de 250 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor branca e 150 mcd.m‾².lx‾¹, para
a cor amarela. No entanto para sinalização provisória, os valores mínimos podem ser de 150
mcd.m‾².lx‾¹ para a cor branca e 100 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor amarela, em caso de se tratar de

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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retrorrefletividade residual para repintura, 80 mcd.m‾².lx‾¹ é indicado como índice mínimo para a
cor amarela, abaixo disso a sinalização deverá ser refeita.
O departamento de transportes americano, Federal Highway Administration – FHWA,
determina valores mínimos com base na velocidade da via, apresenta recomendações com base
em estudos apresentados no ano de 1999 em workshops, FHWA (2008 apud MORAES, 2014,
p.8). A Figura 20 representa parâmetros mínimos conforme FHWA de 2008.
Figura 20 – Parâmetros mínimos de retrorrefletividade

Fonte: Moraes (2014)

A regulamentação brasileira não apresenta valores de retrorrefletividade mínimos que a


pintura de demarcação deve oferecer aos usuários, em suas normas apenas especificam o
emprego de equipamento com geometria de 15m, sendo de responsabilidade das agências
reguladoras e órgãos rodoviários estabelecer os limites de retrorrefletividade (SALLES, 2015).
A normativa americana ASTM (2011) da mesma forma que a norma brasileira ABNT
(2013), também não define valores mínimos residuais de retrorrefletividade, apenas determina a
geometria de 30m e 15m respectivamente conforme citado anteriormente (SALLES, 2015).
Para desenvolver uma avaliação de retrorrefletividade não existe nenhuma
regulamentação técnica especifica que estabelece valores mínimos a serem seguidos, apenas
encontram-se recomendações com bases em estudos realizados (MORAES, 2014).
Para o programa do DNIT denominado de BR-LEGAL, a retrorrefletividade residual
mínima estabelecida foi de 100 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor branca e de 80 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor
amarela, sob quaisquer circunstâncias de condições físicas ou operacionais da rodovia (DNIT,
2015).

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2.4 SINALIZAÇÃO AUXILIAR (TACHAS/TACHÕES)

De acordo com o DNER (1999), percursos sujeitos a neblina, chuva ou trânsito de


veículos à noite, os dispositivos auxiliares da sinalização horizontal são essenciais ao condutor
para melhorar as condições de segurança e de direção, aperfeiçoando as demarcações viárias.
Estes dispositivos são denominados Tachas ou Tachões.

2.4.1 Tachas

Os dispositivos de sinalização auxiliar denominados de tachas podem ser monodirecionais


ou bidirecionais, com elementos refletivos em uma das faces ou em ambas as faces
respectivamente DNER (1999). A Figura 21 mostra a diferença entre o antes e o depois de
aplicado a sinalização auxiliar.

Figura 21 - Comparativo de sinalização auxiliar

Fonte: Adaptado de (RENZ, 2015).

As cores dos dispositivos auxiliares empregadas são amarelas para a faixa de eixo e
branco para as demarcações de bordo; vermelho para faixa de sentido oposto de forma a indicar a
direção de contra mão ou sentido oposto e azul para localização de hidrantes DNER (1999).

Os dispositivos de sinalização auxiliar horizontal são de forma quadrada ou retangular,


com dimensões padronizadas e com as superfícies visíveis refletivas. Utilizados para delimitar a
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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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pista, são acoplados sobre as faixas de bordo e/ou eixo (RENZ, 2015). A Figura 22 representa um
modelo padronizado para tachas e tachões.

Figura 22 - Dimensões de Tachas e Tachões

Fonte: DNER (1999)

2.4.2 Tachões

Os dispositivos de sinalização auxiliar horizontais denominados tachões são usualmente


empregados em trechos sujeitos a neblina e chuvas intensas, seu papel fundamental é a
canalização do trânsito devido a sua forma e tamanho, implicando num desconforto para
automóveis durante sua transposição DNER (1999).

Ainda, o Manual de Sinalização Rodoviária do DNER ressalta que os tachões são


usualmente implantados com espaçamento recomendado de 2,0 metros podendo ser diminuído
para um mínimo de um metro, quando a extensão de colocação for pequena.

Os tachões também são empregados em trechos de proibição de ultrapassagem, onde se


verifica um histórico de desobediência por parte do motorista. Neste caso eles são amarelos
bidirecionais, implantados a cada 4,0 metros DNER (1999).
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2.5 SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA VIARIA

A sinalização viária deve ser implantada em condição e posição através da qual se torne
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, obedecendo às distâncias compatíveis com
a segurança no trânsito CTB (2008).

A pesquisa CNT de Rodovias 2015 revelou dados importantes sobre a presença de


visibilidade e legibilidade para a sinalização vertical (placas) e para a sinalização horizontal
(linhas centrais e laterais). Em trechos analisados no estado do Rio Grande do Sul o estudo
apontou problemas em 71,5% das sinalizações. Apenas 28,5% foram classificadas como ótima ou
boa. A partir destas informações, questionam-se as condições de segurança proporcionada pela
via aos seus usuários.

Outra informação importante levantada pela pesquisa CNT (2015), diz respeito às
condições da superfície da pista principal e do acostamento, itens importantíssimos para a
segurança de tráfego sobre a via. O estudo mostra que 59,8% da extensão avaliada no Estado
apresentou resultado regular, ruim ou péssimo, enquanto que apenas 40,2% do trecho avaliado
estão classificados como ótimos ou bons.

Silva (2013) realça que dirigir significa tomar decisões precisas, porém para isso é
imprescindível uma boa estrutura de sinalização, com projeto específico informando os
dispositivos a serem utilizados e o posicionamento na via.

Um estudo realizado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV, 2013)


apontou que a maior parte das placas sofre com os efeitos do tempo, além da falta de manutenção
adequada e depredações, influenciando no alarmante aumento das estatísticas de acidentes. O
estudo cita que os principais problemas vistos incluem a falta de letras e símbolos, oxidação e
deterioração, remoção do local de origem e placas amassadas ou encobertas, além da sinalização
faltante ou fora do posicionamento correto na via.

Outro fator muito bem destacado pela ONSV foi à qualidade de retrorrefletividade imitida
pelos materiais empregados nas sinalizações. Um trabalho de campo realizado sobre condições
reais de trânsito mostrou o grau de acuidade visual do motorista levando em conta a
retrorreflexão da sinalização. Desta forma o estudo mostrou que o uso de sinalização adequada,
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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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produzida em material de boa retrorrefletividade tem maior atenção do motorista tornando o uso
da via mais segura e contribuindo de forma significativa para menores índices de acidentes.

Estudos revelam que acidentes de trânsito ocorrem em decorrência de três fatores: fator
humano, fator veicular e fator viário-ambiental. Desta forma, os investimentos mais adequados a
fim de inibir o número de acidentes são: treinamento dos condutores e usuários do sistema viário,
padrão de manutenção e montagem dos veículos, projetos e normas de manutenção do sistema
viário (CHAGAS, 2011).

Um sistema de vias em operação para atender as necessidades dos usuários deve ser
orientado por princípios básicos de condição e percepção da sinalização de trânsito, com ênfase
para a segurança. Conforme elencado pelo (DENATRAN, 2007), são eles:

1. Legalidade;
2. Suficiência;
3. Padronização;
4. Clareza;
5. Precisão e confiabilidade;
6. Visibilidade e legibilidade;
7. Manutenção e conservação.

De qualquer forma, o bom senso dos usuários do sistema viário é muito importante para
um uso mais seguro e produtivo de uma via, a atitude de ficar atento quando não se tem
segurança na sinalização existente é um ato capaz de evitar acidentes ou situações
desconfortáveis em deslocamento pela via (GONÇALVES, 2011).

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3 MÉTODOLOGIA DE PESQUISA

Este capitulo aborda a metodologia de pesquisa utilizada, as estratégias para o


desenvolvimento da pesquisa e também a sequência de realização do trabalho.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Para organizar a busca pelas informações foram adotados modelos de pesquisa pré-
definidos, como por exemplo, o método de pesquisa exploratória juntamente com a pesquisa
bibliográfica, a fim de buscar informações através de levantamentos em livros, revistas, internet,
entre outros materiais.

A pesquisa descritiva também complementa este estudo, buscando descrever a real


situação encontrada no trecho a partir de observação no local, sendo possível analisar com mais
cuidado características da sinalização do trecho.

Para finalizar a busca por informações a pesquisa de campo foi de grande importância,
buscando informações junto à realidade do trecho, verificando condições, padrões e outras
formas de expressão de dados. Associada a pesquisa de campo foram realizadas medições com
auxilio de equipamentos específicos para verificar as condições de retrorrefletividade da
sinalização viária.

3.2 DELINEAMENTO

A realização desde trabalho conta com a associação de variáveis de diferentes níveis de


abrangência com o pressuposto de elaborar um estudo sobre o tema sugerido e no decorrer do
trabalho buscar maiores informações e de utilidade para engrandecer este estudo, conforme já
apresentado até aqui.

Para dar continuidade ao trabalho foi realizada uma pesquisa junto à bibliografia
disponível buscando elencar pontos importantes a serem explorados e que contribuem para tornar
este estudo um documento útil, simples e de fácil compreensão.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
42

Em um segundo momento a pesquisa buscou realizar um levantamento no local, sobre as


reais condições em que se encontram as sinalizações dos trechos, verificando se estão de acordo
com o as normas e manuais técnicos.

3.2.1 Sinalização Vertical

Na Sinalização Vertical foi verificado itens como:

 Existência de sinalização;
 Qualidade das placas (nível de degradação);
 Obstrução das placas (vegetação);
 Concordância com a sinalização Horizontal.

3.2.2 Sinalização horizontal

Da mesma forma na Sinalização Horizontal foram realizadas verificações como:

 Existência de sinalização;
 Qualidade das faixas (degradação, sujeira);
 Existência de faixas de bordo externo;
 Largura das faixas de bordo e centrais;
 Concordância com a sinalização vertical.
 Medição do nível de retrorrefletividade.

Após este período de coleta de dados, realizou-se um fechamento do estudo, através da


análise dos resultados obtidos, apontando problemas encontrados, inconsistências, falhas e outras
pendências se encontradas, relacionando com a forma correta com que deveria estar apresentado
ou construído ao longo da via nos trechos em estudo. Com isto finalizou-se o Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC).

3.2.3 Avaliações realizadas

Com a finalidade de obter um resultado com representação palpável, foram elaboradas


questões simples para serem aplicadas a campo, estas questões de caráter avaliativo foram

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baseadas na pesquisa da Confederação Nacional de Transportes CNT (2015). A Figura 23


representa o modelo de avaliação aplicado para a sinalização vertical e horizontal.

Figura 23 - Modelo de questões aplicadas a campo

Fonte: Autoria própria

Como parâmetro para confrontar a sinalização vertical (placa de proibido ultrapassar) com
a sinalização horizontal (linha de proibido ultrapassar), foi formulada outra questão com a
finalidade de medir as discordâncias entre as sinalizações. A Figura 24 representa este modelo.

Figura 24 - Avaliação de sincronismo entre sinalizações

Fonte: Autoria própria

A coleta de dados a campo foi realizada em dias de tempo bom, as distâncias de


observação são variadas, simulando um veículo de passeio em tráfego pela rodovia empregando
velocidade compatível com a via. As análises mais criteriosas foram realizadas pontualmente
junto às sinalizações avaliadas.
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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
44

Para a análise dos dados da retrorrefletividade adotou-se como padrões mínimos o


exposto no programa BR-LEGAL idealizado pelo DNIT, sendo limitado então em 80
mcd.m‾².lx‾¹ para a cor amarela (linha de centro) e 100 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor branca (linha de
bordo), considerando retrorrefletividade residual.

Partindo do tema em estudo, a Figura 25, esboça um modelo a ser seguido no decorrer
desse trabalho, integralizando de forma escrita as premissas exploradas.

Figura 25 - Fluxograma do delineamento

Fonte: Autoria própria

Depois de finalizada a fase de pesquisa e processamento das informações, foi elaborada a


amostragem dos resultados obtidos e respectivamente as discussões pertinentes ao assunto e ao
entendimento do tema abordado.

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45

3.2.4 Escolha dos Trechos para Estudo

A definição dos trechos a serem estudados e avaliados se deu de forma esporádica, foi
optada por trechos próximos a região de Santa Rosa no intuito de não ser necessário grandes
deslocamentos para o estudo, além de algumas particularidades de cada trecho.

 RS 344

O trecho da RS 344 foi delimitado a partir do KM 47 próximo a Santa Rosa até o KM 65


próximo a Giruá, esta escolha se deu devido ao fato da rodovia estar em processo de manutenção
do pavimento, instigando a curiosidade de como ficaria a sinalização após a finalização dos
trabalhos de manutenção. Outro fator determinante foi à delimitação de um trecho mínimo para
que fosse possível a realização da medição de retrorrefletividade.

 RS 342

A opção de escolha para a RS 342 trecho delimitado entre o trevo de entroncamento com
a BR 472 em Três de Maio até próximo à cidade de Horizontina seguiu os mesmos princípios de
escolha da RS 344. Além de estar em manutenção, à rodovia chama a atenção pela pouca
aplicação de sinalização vertical.

 RS 305

Como os demais trechos até então escolhidos, também o trecho da RS 305 com inicio
próximo ao trevo de entroncamento com a RS 344 na cidade de Tuparendi, seguindo até o trevo
de entroncamento com a VRS 337 próximo a cidade de Tucunduva considerou a degradação das
sinalizações. A partir do entroncamento com a VRS 337 até a cidade de Horizontina não possui
qualquer sinalização horizontal.

 RS 307

A escolha do trecho da RS 307 delimitado entre a cidade de Santa Rosa e a cidade de


Candido de Godói também levou em consideração a falta de sinalização após um período de
manutenção na rodovia.
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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
46

4 RESULTADOS

Tendo em vista a busca por instrumentos capazes de garantir a segurança dos usuários do
sistema viário, a sinalização de trânsito é uma das principais ferramentas, quando de acordo e em
perfeitas condições visuais.

Em análise realizada junto aos trechos já citados, na região de Santa Rosa – RS, foi
possível constatar em parte a ineficiência da sinalização de trânsito empregada, tornando-se um
fator contrário a segurança de quem utiliza as vias para deslocamentos. Na sequência um
demonstrativo das situações encontradas trecho a trecho.

4.1 ANÁLISE DO TRECHO DA RS – 344

O trecho da RS – 344 analisado situa-se a partir do trevo de entroncamento com a BR 472


em Santa Rosa (KM 47) até posterior a cidade de Giruá, conforme Figura 26. Neste trecho foi
realizada análise visual da sinalização vertical, levando em consideração a sinalização existente.
A sinalização horizontal foi analisada de forma visual e com medições de retrorrefletividade.

Figura 26 - Trecho da RS 344 analisado

Fonte: Autoria própria

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4.1.1 Sinalização Vertical RS 344

O trecho analisado da RS 344 apresenta considerável volume de trafego, a sinalização


vertical empregada no trecho foi avaliada de forma visual, quantitativa e qualitativa. Foi
verificada que em parte a sinalização vertical encontra-se em condições aceitáveis, a Figura 27
apresenta uma placa de regulamentação em boas condições de visibilidade.

Figura 27 - Condições da sinalização de regulamentação

Fonte: Autoria própria

Por outro lado, também neste trecho, não foi difícil encontrar deficiências na sinalização
vertical, das mais variáveis possíveis. A Figura 28 retrata um apanhado geral das maiores
incidências de inconformidades como a falta de manutenção, a desobstrução de vegetação,
limpeza e repintura ou até substituição de placas mais danificadas, detalhes importantes que dá
maior vida a sinalização e atender os requisitos básicos de segurança ao usuário da via a que se
propõe sua aplicação.
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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
48

Figura 28 - Apanhado geral das condições da sinalização vertical no referido trecho

Fonte: Autoria própria

A Figura 29 ilustra uma situação preocupante, o uso de estruturas de sinalização vertical


para a instalação de folders de propaganda, anúncios ou demais instrumentos de comunicação
visual, os quais se tornam competidores da atenção do usuário concorrendo com objetivo da
sinalização viária que visa dar condições de segurança.

Ao percorrer o sistema viário nos deparamos frequentemente com esta inserção de


elementos comunicativos junto à sinalização da via, e por muitas vezes como condutores ou
usuários da via deixamos de observar o que diz a sinalização de trânsito e nos detemos a ler a
escrita destes “folders” poluidores.

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Figura 29 - Poluição visual junto à sinalização vertical

Fonte: Autoria própria

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a fixação de publicidade ou de quaisquer


legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se á prévia aprovação do órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via. O próprio CTB estabelece:

Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publicidade,
inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade
da sinalização e comprometer a segurança do trânsito.

Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos suportes, ou junto
a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se
relacionem com a mensagem da sinalização

Com a finalidade de medir as condições da sinalização vertical, foi realizada uma


inspeção a campo, através de planilhas baseadas na Pesquisa CNT de Rodovias 2015,
posteriormente a coleta destas informações, procedeu-se a preparação e apresentação dos
resultados em forma de planilhas e gráficos.

Conforme apresentado na Figura 30, foram analisadas 45 placas existentes no total no


trecho, a sinalização vertical de regulamentação ocorre em maior número, 20 placas, seguida pela
sinalização vertical de indicação com 11 ocorrências. A Figura 31 representa a visibilidade das

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
50

placas, sendo que 73,33% das placas foram avaliadas como visíveis, em 22,22% foi considerado
a ocorrência de alguma vegetação obstruindo parcialmente a visibilidade e em 4,44% dos casos a
placa estava totalmente obstruída pela vegetação.

Figura 30 - Totais de placas avaliadas no trecho

Fonte: Autoria própria

Figura 31 - Avaliação da visibilidade da placa

Fonte: Autoria própria

Outro ponto avaliado a campo foi à situação de desgaste da sinalização vertical, item que
interfere diretamente na legibilidade colocando em situação insegura o usuário da via. A Figura
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32 representa o índice de legibilidade, o qual apresenta 62% das placas com sinais de desgaste as
quais necessitam de manutenção para retomar sua função especifica de segurança, outros 38%
representam estar legível, sem necessidade de intervenção. Nesta analise não foi encontrado
sinalização que apresentasse ilegibilidade.

Figura 32 - Avaliação da legibilidade da placa

Fonte: Autoria própria

4.1.2 Sinalização Horizontal RS 344

Em análise visual da sinalização horizontal, realizada junto ao trecho da RS 344,


observou-se que a sinalização é existente e de forma geral as condições são boas, tendo em vista
a manutenção realizada recentemente no trecho estudado.

Uma característica da região é o solo de cor avermelhada, o que em dias de chuva, com o
acesso a via de veículos que transitam em estradas vicinais acaba contribuindo para ofuscar a
pintura sobre a via, observou-se que ocorre certo acúmulo de partículas de sujeira (solo) fora dos
trilhos de rodas, exatamente onde esta impressa à sinalização horizontal.

Uma alternativa para melhorar a vida útil das pinturas da sinalização horizontal poderia
ser uma manutenção periódica com uso de jatos de água para lavar a sujeira que esta depositada
sobre a linha, além de executar um limpa rodas nos acessos vicinais. A Figura 33 representa um
ponto da via em que a faixa da borda direita esta impregnada de partículas de sujeira,
contribuindo para uma diminuição da refletorização principalmente em períodos noturnos e com
chuva.
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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 33 – Acúmulo de sujeira sobre a pintura

Fonte: Autoria própria

As linhas de bordo tem fundamental importância para estabelecer os limites da pista de


rolamento em ambos os lados da via, sempre na cor branca, pintada de 10 cm a 20 cm do limite
lateral da pista (DNER 2006). A situação encontrada no trecho analisado apresentou uma
variação de 10 a 20 cm de distância conforme orientação do DNER. A Figura 34 ilustra um
detalhe em que a pintura da linha lateral esta posicionada a 10 cm do limite entre a pista de
rolamento e o acostamento.

Figura 34 - Detalhe sobre a demarcação da linha de bordo

Fonte: Autoria própria

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A sinalização horizontal também foi avaliada por meio de planilha, nesta etapa foram
observados as condições das linhas de bordo, linha central e sinalização auxiliar por tachas e ou
tachões. A Figura 35 representa 18 pontos analisados no trecho delimitado, aproximadamente um
ponto a cada quilômetro, a amostragem apresentou 100% de existência e boa visibilidade para a
pintura das linhas de bordo e da linha central, isso se deve a uma recente manutenção realizada
no pavimento e posterior aplicação da sinalização horizontal. A sinalização auxiliar não é
existente no trecho.

Figura 35 - Pintura das linhas de bordo e linha central

Fonte: Autoria própria

Uma terceira análise buscou verificar a concordância entre a placa de sinalização vertical
(proibido ultrapassar) com a pintura da linha central da sinalização horizontal, tendo em vista a
importância desta combinação para a segurança dos usuários da via.

A Figura 36 representa os dados desta avaliação, com destaque para falta de sincronismo
entre a sinalização vertical e horizontal totalizando 64% dos pontos, a concordância plena ocorre
em apenas 36% dos casos, dos pontos em desacordo, 50% dos casos ocorre apenas à sinalização
horizontal.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 36 – Concordância SV/SH para sinalizações de proibido ultrapassar

Fonte: Autoria própria

4.1.3 Retrorrefletividade RS 344

As medições de retrorrefletividade realizada com o auxilio do equipamento específico


apresentaram resultados satisfatórios para o trecho estudado da RS 344, os resultados estão
representados na Figura 37, Figura 38 e Figura 39. As leituras foram coletadas seguindo os
padrões estabelecidos em normativas, sendo com geometria de 15m conforme ABNT 14723
(2013) e com geometria de 30m em atendimento a norma americana ASTM (2011). O valor
mínimo atribuído nas figuras é com referência na geometria de 15m seguindo normativa do
DNIT.

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Figura 37 - Dados coletados na linha de borda esquerda

Fonte: Autoria própria

Figura 38 - Dados coletados na linha de borda direita

Fonte: Autoria própria

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 39 - Dados coletados na linha de centro

Fonte: Autoria própria

Adotando os parâmetros estabelecidos pelo DNIT no programa BR-LEGAL citados


anteriormente, destaca-se que as leituras de retrorrefletividade residual obtidos apresentam maior
percentual nas linhas de bordo, com a maioria das leituras acima do mínimo estabelecido pelo
DNIT de 100 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor branca nas linhas de bordo e de 80 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor
amarela na linha central.

Nota-se que em alguns pontos as leituras apresentaram valores mais elevados atribui-se
essa diferença ao fato de que em alguns pontos a pintura apresenta melhor nitidez ou esta mais
limpa, da mesma forma pontos com leituras próximas de zero ou zero indicam a má qualidade ou
inexistência da pintura na sinalização horizontal.

As leituras representadas nas Figuras 40 e 41 representam as geometrias de 15 metros


(ABNT) e 30 metros (ASTM), como pode ser observado, na geometria de 15 metros a
retrorrefletividade mínima é alcançada para as linhas de sinalização, porém se adotado as mesmas
medidas de retrorrefletividade mínimas para a geometria de 30m conforme normativa americana,
então os índices mínimos não estariam plenamente satisfeitos.
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Figura 40 - Comparativo ABNT 14723 (2013)

Fonte: Autoria própria

Figura 41 - Comparativo ASTM (2011)

Fonte: Autoria própria

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segurança dos usuários.
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4.2 ANÁLISE DO TRECHO DA RS – 342

O trecho da RS – 342 analisado situa-se a partir do trevo de entroncamento com a BR -


472 em Três de Maio até próximo a cidade de Horizontina, conforme Figura 42. Este trecho
recentemente recebeu manutenção no pavimento para melhorar as condições de uso, porem a
sinalização vertical não foi contemplada com manutenção, apenas a sinalização horizontal
recebeu pintura nova.

Figura 42 - Trecho da RS 342 analisado

Fonte: Autoria própria

4.2.1 Sinalização Vertical RS 342

A maneira de avaliação da sinalização vertical neste trecho também foi realizada em dois
momentos, primeiramente foi percorrido o trecho para coleta de imagens que melhor representam
as condições atuais da sinalização, em outra oportunidade, a coleta de dados através de
formulários previamente elaborados.

Na sequência de imagens representadas na Figura 43 é possível ter uma visão geral


atualizada da sinalização vertical, imagens estas feitas no mês de julho de 2016. Particularmente
é evidente um estado razoável de qualidade, porem se não ocorrerem manutenções de rotina,
certamente em um curto período de tempo a sinalização perdera sua eficiência e
consequentemente expor ao risco a segurança dos usuários da via.

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Também na mesma imagem é possível observar a ocorrência de poluição visual conforme


discutido anteriormente no trecho da RS 344, cabe ai aos órgãos competentes cumprir o
determinado no CTB vigente.

Figura 43 - Sinalização vertical na RS 342

Fonte: Autoria própria

A análise realizada por meio de planilhas de dados coletados junto ao trecho mostrou que
em 12 quilômetros de trecho avaliado foram encontrado apenas 13 placas de sinalização no total,
ponto muito negativo por se tratar de um trecho com relevo ondulado, fator que contribui
principalmente para um acentuado número de pontos sem visibilidade para ultrapassagens com
segurança, porem em poucos destes locais possui sinalização vertical.

A Figura 44 representa o tipo de sinalização vertical avaliado, com representação de


apenas 8 placas de regulamentação encontradas e outras 5 placas de indicação, totalizando 13
placas. Estes resultados demonstram a falta de manutenção da sinalização vertical, bem como a
reposição da sinalização faltante.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 44 – Quantitativo por tipo de placa avaliada

Fonte: Autoria própria

De maneira geral obtivemos poucas ocorrências de obstrução de visibilidade das placas,


apenas 15% de obstrução por vegetação cobrindo a placa, 85% das placas avaliadas estão visíveis
aos usuários da via, conforme representado na Figura 45. Fatores como a forte atividade agrícola
que cultiva a terra até a borda da rodovia inibindo o surgimento de vegetações e o grande índice
de falta de sinalização vertical contribui para os resultados de visibilidade.

Figura 45 - Dados referente à visibilidade das placas

Fonte: Autoria própria

Mesmo com boa visibilidade, um fator preocupante diz respeito às condições da


sinalização vertical existente, a falta de manutenção tem resultado um alto índice de desgaste das

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placas, totalizando 69% das placas com algum defeito dificultando a legibilidade, este percentual
compromete a vida útil restante da placa, além de colocar em risco a segurança dos usuários da
via, outros 31% estão legíveis em condições apropriadas de atender sua finalidade. A Figura 46
representa estes percentuais.

Figura 46 – Índice de legibilidade da sinalização vertical

Fonte: Autoria própria

4.2.2 Sinalização Horizontal RS 342

A sinalização horizontal neste trecho da RS 342 recebeu repintura recentemente, fator que
supre parcialmente a lacuna deixada pela sinalização vertical. Foi analisado aspectos de qualidade
da sinalização, existência das linhas de delimitação das pistas e também a retrorrefletividade
emitida pela sinalização.

Da mesma forma já abordada para o trecho da RS 344, porém agora mais visível, o
acumulo de sujeira sobre as linhas de sinalização resulta na perda prematura da funcionalidade
das pinturas sobre o pavimento, além da obstrução instantânea da sinalização.

A Figura 47 mostra um ponto de solo sobre o pavimento, ocasionado pelo trânsito de


caminhões que acessam a rodovia vinda de uma estrada vicinal pavimentada com basalto e terra
compactada, ocorrências com estes vínculos são responsáveis por acelerar o processo de
degradação e consequentemente perda da sinalização horizontal.

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segurança dos usuários.
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Figura 47 - Sujeira sobre a sinalização

Fonte: Autoria própria

Na avaliação de campo, também foi realizado medidas da largura das linhas longitudinais.
Segundo DNER, (2009) em função da classe da rodovia se determina a largura da linha, esta
largura é estabelecida no manual de sinalização, conforme disposto na Figura 48.

Figura 48 - Largura das linhas longitudinais em função do tipo da rodovia

Fonte: DNER (2009)

A verificação de padrões técnicos conforme prescrito no manual de sinalização foi


realizado em diversos pontos do trecho, aleatoriamente, conforme ilustrado na Figura 49. Os
resultados foram positivos, em todos os pontos analisados as medidas de largura das linhas
estavam de acordo com o referido manual.

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Figura 49 - Verificação da largura mínima para as linhas horizontais

Fonte: Autoria própria

No momento de submeter o trecho avaliado da RS 342 ao questionário elaborado, a


sinalização horizontal havia sido refeita, com a repintura nova os resultados apontaram 100% de
aprovação para à visibilidade das linhas de bordo e da linha central.

A sinalização auxiliar no momento da avaliação era inexistente, ponto negativo para a


rodovia, dado à importância que tal sinalização apresenta neste trecho em específico, sujeita a
uma frequência maior de sujeira sobre a sinalização horizontal, a aplicação de sinalização auxiliar
seria de grande importância para a segurança dos usuários.

A Figura 50 representa o índice de conformidade entre a sinalização vertical e a


sinalização horizontal para pontos onde é proibido ultrapassar, este comparativo mostrou 96% de
divergência, apontando que ocorre apenas a sinalização horizontal em 81% dos casos. A análise
apontou que em apenas 4% dos pontos esta de acordo, ou seja, onde inicia a linha central de
proibido ultrapassar no mesmo ponto existe a placa de mesma regulamentação, outros 15 %
apontam um desencontro de até 50m entre as sinalizações.

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Figura 50 – Índice de conformidade entre SV/SH para proibido ultrapassar

Fonte: Autoria própria

4.2.3 Retrorrefletividade RS 342

A avaliação da retrorrefletividade no trecho da RS 342 foi realizada conforme


estabelecido pela normativa, às leituras representadas obtiveram valores expressivos nas cinco
estações de medição.

Analisando os dados representados nas Figuras 51 e 52, constatou-se que para a geometria
de 15m conforme estabelecido pela normativa brasileira a retrorrefletividade esta de acordo,
atendendo o mínimo de 100 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor branca (linhas de bordo), adotado para esta
análise, seguindo o recomendado no programa BR-LEGAL do DNIT

Da mesma forma, para a linha central os resultados atendem os requisitos seguidos para
esta análise, sendo superior ao mínimo de 80 mcd.m‾².lx‾¹ para a cor amarela na geometria de
15m, padrão adotado para este estudo, conforme mostrado na Figura 53.

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Figura 51 – Dados representados na linha de bordo esquerda

Fonte: Autoria própria

Figura 52 – Representação dos dados da linha de bordo direita

Fonte: Autoria própria

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Figura 53 - Representação dos dados da linha central

Fonte: Autoria própria

4.3 ANÁLISE DO TRECHO DA RS – 305

O trecho da RS – 305 avaliado, este compreendido a partir do trevo de entroncamento


com a RS – 344 em Tuparendi, passando por Tucunduva até próximo ao trevo de entroncamento
com a VRS – 337 em Esquina Tucunduva, conforme Figura 54.

Figura 54 - Trecho da RS - 305

Fonte: Autoria própria

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Neste trajeto foram observadas as condições da sinalização horizontal e vertical, também


foram realizadas as medições de retrorrefletividade.

4.3.1 Sinalização Vertical RS 305

Ao percorrer o trecho delimitado, foi possível observar visualmente situações de


inconsistência entre o estabelecido por normativas e a realidade encontrada, situações que
colocam em risco a segurança dos usuários que trafegam pela via.

Um fator que chamou muito a atenção foi à inexistência de sinalização em pontos de


grande risco, como em curvas por exemplo. De acordo com estabelecido no Manual de
Sinalização DNER (1999) nos segmentos de curva, a distância entre dois delineadores
consecutivos deve seguir a regra:

d= onde R= raio da curva

O referido manual ressalta que os dispositivos delineadores são indispensáveis para


auxiliar a sinalização do traçado da via, posicionados lateralmente na via, em série, de forma a
indicar o alinhamento da borda (Figura 55), principalmente em locais sujeitos a situações de risco
de acidentes, e também como melhoradores de visibilidade noturna em condições de tempo
adverso. A Figura 56 representa um ponto do trecho sem sinalização vertical de advertência.

Figura 55 - Orientação para instalação de delineadores em curvas

Fonte: Adaptado de DNER (1999)

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Figura 56 - Curva a esquerda sem sinalização

Fonte: Autoria própria

Outro fator de grande importância para segurança dos usuários da via é as condições de
visibilidade da sinalização vertical, a obstrução por vegetação acaba inibindo a sinalização,
fazendo com que a sinalização passe despercebido sem ser visualizada pelo motorista ou então
visualize já quando não é mais possível adotar uma postura de condução segura. A Figura 57
apresenta uma situação em que uma placa indicativa de trevo perigoso esta obstruída por
vegetação.

Figura 57 - Sinalização com obstrução por vegetação

Fonte: Autoria própria


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69

Em determinados pontos do trecho a sinalização vertical existente esta coerente, porém


em outros pontos necessita de manutenção urgente, devido ao estado de deterioração em que se
encontra.

Pelo fato da RS 305, trecho estudado, ser uma rodovia com baixo fluxo de veículos
ameniza a incidência de possíveis acidentes que possam ocorrer por falha na sinalização vertical.
No entanto não pode ser descartado o risco existente. A Figura 58 representa uma mescla de
imagens referentes à situação da sinalização vertical, quanto às condições visuais, inconsistências
ou ausência da sinalização.

Figura 58 – Situação geral da sinalização vertical

Fonte: Autoria própria

Para uma análise melhor fundamentada da sinalização vertical utilizou-se uma planilha de
avaliação, elaborada com base na planilha empregada pela Pesquisa CNT de Rodovias 2015. Esta
analise verificou as condições de visibilidade e legibilidade da sinalização vertical.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
70

Foram avaliadas 65 placas de sinalização diversas, conforme apresentado na Figura 59.


Nesta analise 73,85% das placas apresentou boa visibilidade, contra 21,54% da sinalização em
que apresentou obstrução parcial e outros 4,62% com obstrução total da placa ocorrido nestes
casos por vegetação, à falta de manutenção, podas e roçadas contribuem para este índice. A
Figura 60 representa os índices de visibilidade das placas.

Figura 59 - Tipo de placa avaliada

Fonte: Autoria própria

Figura 60 - Visibilidade das placas

Fonte: Autoria própria

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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A falta de manutenção acarreta na perda de serventia da sinalização, contribuindo para o


risco a segurança dos usuários, a Figura 61 representa os resultados de campo, apontando que
62% das placas estão legíveis, porém outros 38% das placas apresentam sinais de desgaste, um
índice considerável se levado em consideração à segurança da via.

Figura 61 - Legibilidade das placas

Fonte: Autoria própria

4.3.2 Sinalização Horizontal RS 305

A sinalização horizontal foi analisada empregando os mesmos recursos utilizados na


avaliação da sinalização vertical, sendo acrescido da medição de retrorrefletividade.

De modo geral a sinalização horizontal encontra-se em estado avançado de deterioração,


em pontos isolados é inexistente devido a reparos realizados na pista de rolamento, contudo ainda
não foi reposta (repintada). Estima-se através de informações de usuários da via que a mais de
ano esta pendente de marcação, infringindo o estabelecido no CTB conforme mencionado neste
estudo anteriormente.

A Figura 62 representa um caso típico encontrado no trecho analisado da via, é possível


verificar o desgaste da pintura e o desprendimento de partículas do pavimento removendo
consigo a pintura de sinalização horizontal.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
72

Figura 62 - Detalhe da sinalização horizontal com desgaste

Fonte: Autoria própria

A faixa de sinalização horizontal em muitos pontos não é existente nas linhas de bordo,
sendo encontrados apenas na linha de centro da pista (Figura 63), outros meios de sinalização
horizontal não foram encontrados, nem mesmo em trevos ou intersecções, pontos importantes a
estarem bem sinalizados.

Figura 63 - Falta da sinalização horizontal de borda

Fonte: Autoria própria

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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A Figura 64 representa as informações de campo com expressivo percentual de desgaste


para as linhas de bordo, 56% dos pontos analisados apresentaram esta deficiência, também a
inexistência das linhas de bordo somou 38%. A visibilidade da sinalização, o que torna a via mais
segura, pontuou em apenas 6% dos pontos avaliados.

Figura 64 - Pintura das linhas de bordo

Fonte: Autoria própria

As linhas de centro apresentaram também alto índice de desgaste, somando 94% dos
pontos avaliados, o índice considerado satisfatório que diz respeito à boa visibilidade que retorna
em maior segurança aos usuários, aparece com apenas 6% conforme mostra a Figura 65.

Figura 65 - Pintura da linha de centro

Fonte: Autoria própria

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
74

O alto índice de desgaste da pintura das linhas de sinalização horizontal esta relacionado
ao intervalo entre as manutenções e repintura da via, neste trecho notou-se de forma geral um
desgaste acentuado inclusive do revestimento do pavimento, fator que também contribui para a
pouca durabilidade da pintura residual.

Ao analisar a coerência entre a sinalização vertical e a sinalização horizontal, para a placa


de regulamentação de proibido ultrapassar e a linha de centro com mesma regulamentação,
observou-se que em 92% dos casos esta de acordo com o manual de sinalização. Conforme
ilustrado na Figura 66.

Figura 66 - Concordância SV/SH para pontos de proibido ultrapassar

Fonte: Autoria própria

4.3.3 Retrorrefletividade RS 305

Os ensaios de retrorrefletividade foram realizados conforme normativa foi realizado as


medições em oito pontos distribuídas a cada 2 km uniformemente no trecho, em cada estação de
medição foi obtido dez medidas espaçadas em 30 cm, foi feito a média aritmética dos valores de
cada ponto descontando o maior e o menor resultado obtido, representando a retrorrefletividade
da estação.

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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Para melhor representar os resultados obtidos, foi organizado em planilhas Excel com
posterior representação gráfica. A Figura 67 apresenta os dados obtidos através de medições na
Linha de Borda Direita – LBD, podendo ser observado considerável diferença entre os valores
quando considerado a distância de visualização de 15 metros e 30 metros.

Figura 67 - Dados coletados na Linha de Borda Direita

Fonte: Autoria própria

Os valores coletados ficaram abaixo de 250 mcd. m‾².lx‾¹ (milicandelas por lux por metro
quadrado), o que conforme a normativa tem classificação técnica como baixa refletividade,
porém as especificações mínimas para a retrorrefletividade são estabelecidas em projeto podendo
variar de acordo com o órgão administrador da rodovia.

Da mesma forma a Figura 68 representa os dados obtidos na Linha de Borda Esquerda –


LBE, igualmente as leituras não satisfazem plenamente o mínimo exigido pelo programa BR-
LEGAL do DNIT, adotado como parâmetro mais recente para este estudo.

Na prática nota-se com certa frequência que a repintura das linhas de sinalização
horizontal é realizada apenas na linha central da rodovia, por ser a principal linha, dividindo os
sentidos de fluxo de veículos. Na Figura 69 é possível observar uma pequena diferença no
desempenho da retrorrefletividade da linha central sobre as demais linhas. Os valores com
leituras zeradas indicam a falta de pintura da sinalização horizontal.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 68 - Dados coletados na Linha de Borda Esquerda

Fonte: Autoria própria

Figura 69 - Dados coletados na Linha de Centro

Fonte: Autoria própria

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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4.4 ANÁLISE DO TRECHO DA RS - 307

Neste trecho foi realizada a avaliação da sinalização existente, vertical e horizontal,


porém não foi realizado medições de retrorrefletividade. O trecho analisado esta delimitado
aproximadamente entre o trevo de entroncamento com a RS 344 em Santa Rosa e segue até
próximo ao trevo de entroncamento com a RS 165 em Cândido Godói, conforme Figura 70.

Figura 70 - Trecho da RS 307

Fonte: Autoria própria

4.4.1 Sinalização Vertical RS - 307

A avaliação realizada neste trecho se resume ao levantamento da sinalização existente,


analise da qualidade e padrões técnicos, conformidade com a sinalização horizontal, obstrução da
sinalização entre outras.

Esta rodovia é de fundamental importância para o escoamento da produção agrícola e


também para o turismo na região, além de ter se tornado uma importante via de ligação para a
região de fronteira após sua pavimentação.

Neste trecho, analisando a sinalização vertical constatou-se grande incidência de avarias


nas estruturas e placas, algumas sinalizações não seguem o padrão técnico de fabricação, outras
estão corroídas pela ação do tempo, as estruturas (estacas) de madeira também apresentam sinais
de deterioração e compromete a sustentação a sinalização em pé. A Figura 71 e 72 representa
uma mescla das condições encontradas para a sinalização vertical.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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Figura 71 - Condições da sinalização vertical

Fonte: Autoria própria

Figura 72 – Sinalização vertical com obstrução

Fonte: Autoria própria

Os resultados da analise visual registradas em planilhas, avaliou 138 placas e apontou que
83% das placas de sinalização vertical estão visíveis aos usuários, apontou também que 14% das
placas avaliadas estão parcialmente obstruídas por vegetação e outros 3% estão totalmente
obstruídas, não sendo possíveis de serem identificadas a uma distância segura para uma reação do
usuário da via. Conforme representado na Figura 73.
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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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Figura 73 – Índice de visibilidade das placas

Fonte: Autoria própria

Ao analisar as condições de legibilidade da sinalização vertical avaliada mostraram que


53% das placas estão legíveis, outros 47% das placas apresentaram desgaste, comprometendo sua
função especifica de sinalização. A Figura 74 representa estes resultados.

Figura 74 - Índice de legibilidade

Fonte: Autoria própria

4.4.2 Sinalização Horizontal RS – 307

A avaliação da sinalização horizontal na RS 307 realizada de forma visual observou a


existência da mesma, a qualidade da pintura e concordância com a sinalização vertical, aspectos
que contribuem para a boa segurança dos usuários.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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A sinalização horizontal neste trecho apresentou grande índice de desgaste, influenciada


pelas condições do pavimento que em muitos pontos o elevado nível de desgaste do revestimento
removeu parte da pintura das linhas de sinalização, nestes pontos o risco de acidentes torna-se
eminente, principalmente à noite em que a visibilidade é menor. A Figura 75 representa um ponto
de desgaste na sinalização horizontal.

Figura 75 - Pintura da linha de centro desgastada

Fonte: Autoria própria

Em determinada parte do trecho o revestimento foi restaurado, depois de receber o micro


revestimento a via recebeu pintura provisória conforme estabelecido no CTB, porém a pintura
provisória não foi removida ao final dos trabalhos de recuperação do revestimento, desta forma a
pintura provisória tornou-se definitiva, não foi realizado a repintura definitiva como determina a
legislação vigente. Conforme apresentado na Figura 76 até mesmo a sinalização temporária
aplicada no mês de fevereiro de 2016 esta desgastada.

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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Figura 76 - Pintura temporária

Fonte: Autoria própria

Os resultados da pesquisa de campo mostraram que em 27 pontos a pintura das linhas de


bordo não existe, em apenas um ponto apresentou pintura das linhas de bordo do total de 28
pontos analisados ao longo do trecho delimitado.

As análises sobre a pintura da linha central de sinalização horizontal apresentaram um


índice de desgaste elevado, totalizando 50% dos pontos lidos, outros 25% dos pontos analisados
estão visíveis, em condições aceitáveis, porém, não apresentou pintura na linha central em outros
25% restante. A Figura 77 representa os resultados de campo.

Figura 77 - Condições de pintura da linha de centro

Fonte: Autoria própria

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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A sinalização auxiliar composta por tachas e ou tachões não foi considerada neste trecho,
por ser existente em apenas alguns metros da via próximo à cidade de Cândido Godói, a
sinalização auxiliar neste trecho seria importante para complementar a deficiente pintura da
sinalização horizontal.

Avaliando a concordância entre sinalização vertical e horizontal para pontos de proibição


de ultrapassagem, verificou-se que em 54% dos pontos a sinalização esta sincronizada, porém,
em 46% dos casos as sinalizações estão em desacordo, sendo existente apenas a sinalização
vertical em 27% dos pontos e em outros 12% ocorre apenas à sinalização horizontal. A Figura 78
representa estas informações.

Figura 78 - Avaliação de sincronismo entre SV e SH

Fonte: Autoria própria

4.4.3 Revestimento Asfáltico no Trecho da RS - 307

Em pontos isolados o revestimento do pavimento foi recuperado, porém na sua grande


maioria esta em elevado nível de desgaste, causando desconforto e insegurança aos usuários da

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via, outro fator encontrado e que contribui para o risco de acidentes é a deformação permanente
em trilha de roda.

A deformação permanente em trilha de roda origina de um problema de desempenho dos


pavimentos asfálticos, definido pelo acúmulo de pequenas quantidades de deformação não
recuperável resultantes da aplicação das cargas dos veículos (MOURA 2010 p. 89).

A Figura 79 representa a ocorrência de exsudação seguida de afundamento em trilha de


roda. O afundamento de trilha de roda resulta no acumulo excessivo de água na superfície do
pavimento, fator indesejável para a aderência, pois aumenta a espessura da película de água
contribuindo para um significativo aumento em casos de acidentes.

Figura 79 - Afundamento de trilho de roda e exsudação

Fonte: Autoria própria

A presença de outros defeitos também foi registrada, como a desagregação decorrente do


desprendimento de agregados da superfície, este defeito acarreta em desconforto ao trafegar sobre
a rodovia, além de deixar agregado solto sobre a via podendo ocasionar acidentes.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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A Figura 80 mostra um ponto em que o desprendimento de agregado se acentua, inclusive


as linhas de sinalização horizontal também estão pouco visíveis contribuindo para riscos de
acidentes principalmente no período noturno ou em eventos atípico, como chuva ou neblina.

Figura 80 - Desagregação dos agregados

Fonte: Autoria própria

4.5 ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE OS TRECHOS ESTUDADOS

As análises realizadas nos diversos trechos estudados apontaram resultados dos mais
variados possíveis, pontos que atendem os padrões técnicos e pontos negativos deficientes de
sinalização ou infraestrutura que proporcione segurança aos usuários da rodovia.

Muitos pontos avaliados, tanto da sinalização vertical quanto horizontal, apresentaram


resultados satisfatórios de acordo com os manuais de sinalização, normas e regulamentações
técnicas, cumprindo sua função de proporcionar segurança de tráfego aos usuários. Porém,
também foi obtida a ocorrência de casos desfavoráveis à segurança dos usuários das rodovias
estudadas. A Figura 81 representa um resumo comparativo entre os trechos avaliados.
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Figura 81 - Comparativo entre os trechos estudados

TRECHO PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS


 73% das placas visíveis.  62% das placas desgastadas.
 100% visíveis às linhas  64% dos pontos onde é proibido ultrapassar,
RS 344 horizontais LB e LC as sinalizações SV e SH não estão de acordo.
 Após a pintura definitiva da SH, a pintura
provisória não foi totalmente removida.
 85% das placas visíveis.  69% das placas desgastadas.
RS 342  100% visíveis às linhas  96% dos pontos onde é proibido ultrapassar,
horizontais LB e LC a sinalização não esta de acordo. (81% tem
apenas SH)
 73% das placas visíveis.  56% dos pontos avaliados a SH na linha de
 62% das placas estão bordo esta desgastada, em outros 38% dos
legíveis. pontos a SH de bordo não existe.
RS 305  92% dos pontos onde é  94% dos pontos a linha de centro esta
proibido ultrapassar, a desgastada.
sinalização esta de  Os índices de retrorrefletividade ficaram
acordo. abaixo do mínimo estabelecido.

 83% das placas  47% das placas estão com sinais de desgaste.
avaliadas estão visíveis.  50% dos pontos avaliados apresentou
 53% das placas estão desgaste na SH.
legíveis.  46% dos pontos de proibido ultrapassar
apresentaram sinalização em desacordo.
 O trecho não possui sinalização auxiliar.
RS 307
 O revestimento asfáltico apresenta acentuado
nível de desgaste, com desprendimento de
agregados e afundamento em trilho de rodas.
 A pintura da sinalização horizontal em partes
esta provisória a um período maior que o
previsto na legislação.

Fonte: Autoria própria

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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5 CONCLUSÃO

A revisão bibliográfica baseou-se em reunir os principais aspectos os quais orientam a


execução da sinalização vertical e sinalização horizontal de trânsito, no sistema viário brasileiro,
deste modo pesquisou-se basicamente sobre a legislação de normas e leis que estabelecem os
requisitos mínimos a serem atendidos, para que a sinalização surta seus reais efeitos sobre os
usuários do sistema a quem se destina.

A análise e a coleta de informações a campo inerentes a situação prática da sinalização,


principal objetivo deste estudo, teve o intuito de cooperar com o aprimoramento de novos
procedimentos, principalmente quanto ao atendimento das normas e no cumprimento de prazos
estabelecidos pela legislação, sempre priorizando a melhor comunicação possível entre o usuário
da via e a sinalização de trânsito.

Durante as análises realizadas em ambos os sistemas de sinalização escolhidas para este


estudo e empregadas nos respectivos trechos, foi verificado diferentes pontos de
inconformidades, porém, também apresentou determinados trechos em manutenção do pavimento
e consequentemente melhorias na sinalização horizontal, logo o bom desempenho da sinalização
só é alcançado quando estiver totalmente restaurada e em sincronismo com os demais
dispositivos de sinalização seja eles horizontais, verticais ou auxiliares.

A pesquisa de campo mostrou importantes informações a respeito da interação entre as


sinalizações. As manifestações patológicas encontradas nas sinalizações são problemas comuns
em rodovias, sendo objetos de estudo e pesquisa para desenvolvimento de materiais e técnicas
mais eficientes e que contribuam para um melhor desempenho e maior vida útil do sistema.

Estudando a sinalização vertical, comprovou-se a sua responsabilidade de transmitir aos


motoristas mensagens de orientação no trânsito a partir de legendas e pictogramas a fim de
proporcionar maior segurança aos usuários. Verificou-se na integra a necessidade de manutenção
periódica e eficiente, como também a sintonia com a rodovia.

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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Verificando a sinalização horizontal notou-se que é mais simples de ser executada e


conservada, porem sua manutenção requer um intervalo menor que a vertical, em alguns pontos a
manutenção não estava adequada para o padrão técnico requerido. Sua função também é
transmitir segurança e orientação aos usuários da via.

Através do estudo sobre a retrorrefletividade e também das medições realizadas


constatou-se que no Brasil não tem um padrão como parâmetro técnico a ser seguido, existe
apenas valores mínimos atribuídos em notas de serviço aqui e ali, estes valores variam de acordo
com a região ou até órgão competente por determinado trecho, a falta de especificações técnicas
padronizadas dificulta bons resultados e desempenho.

Para os trechos adotados para este trabalho, ressalta-se que foi possível conhecer de
maneira mais clara e objetiva cada trecho, constatando que varia de maneira considerável de
trecho para trecho o estado de conservação da sinalização.

Finalizando, comprovou-se por meio deste estudo que a sinalização de trânsito é um dos
mais importantes dispositivos para a segurança dos motoristas e usuários do sistema viário,
porém devem estar rigorosamente de acordo com a legislação, padrões técnicos e normas
regulamentadoras, a fim de transmitir na integra sua função, contribuindo para a vida e o bem
estar de seus usuários.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A seguir algumas sugestões para trabalhos futuros, a partir de certas ideias e dificuldades
encontradas no decorrer da elaboração deste estudo;

a) Realizar um estudo semelhante a este, porém em apenas um trecho, mas ampliar


anexando a contribuição do pavimento para a segurança dos usuários, bem como,
buscar históricos de acidentes e possíveis causas e analisar qual a ligação com as
condições da sinalização e com a pista de rolamento.
b) Fazer um estudo semelhante a partir de um histórico de acidentes de trânsito
ocorrido em determinado ponto ou trecho.

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Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
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c) Realizar um estudo somente da sinalização vertical, com medições de


retrorrefletividade em diferentes períodos do ano e situações atípicas, com neblina,
com chuva, à noite.
d) Fazer um estudo de monitoramento do tempo de desgaste da sinalização
horizontal, com medições de retrorrefletividade.
e) Elaborar um estudo levando em consideração a limpeza total de uma faixa mínima
de escape, removendo a vegetação e árvores existentes, a fim de verificar a
diminuição de acidentes com vitimas fatais causados por choque contra obstáculos
ao longo da via. Fazer este estudo em local que tenha estas características e
histórico de acidentes.
f) Realizar um estudo sobre a ocorrência de acidentes de trânsito por falta de
sinalização adequada em pontos onde a rodovia esta em manutenção, inclusive
com bloqueios ou interrupções temporárias ao transito de veículos.
g) Fazer um estudo com ênfase em acidentes ocorridos em pontos em que não existe
acostamento ou o acostamento esta com defeitos impossibilitando o seu uso.
h) Elaborar um estudo sobre o uso da pista de rolamento para o deslocamento de
máquinas agrícolas e as consequências na segurança do trânsito.

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
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REFERÊNCIAS

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http://coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2015/TCC_EDUARDO%20MARTINS%20RENZ.p
df>. Acesso em 27 de mai.2016.

SALLES, S. L. et al – Avaliação Retrorrefletiva de Pintura de Demarcação Horizontal:


Peculiaridades e Considerações Sobre a Norma e os Requisitos Mínimos Nacionais. 2015.
Disponível em:< https://www.revistatransportes.org.br/anpet/article/view/886/556>. Acesso em
20 de set. 2016.

SCHWAB, M.S.F. Estudo do Desempenho dos Materiais de Demarcação Viária


Retrorrefletivos. 1999. 159 p. Dissertação (Pós-Graduação em Engenharia de Materiais) – Rede
Temática em Engenharia de Materiais. Belo Horizonte, 1999.

SENÇO, W. Manual de Técnicas de Projetos Rodoviários. Editora PINI, 2008. p.764.


Disponível em:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgRdIAD/manual-tecnicas-projetos-
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SILVA, M. M. Estudo da Sinalização Viária da Rodovia Rio Santos. 2013. 71f. Trabalho de
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http://engenharia.anhembi.br/tcc-132/civil-11.pdf>. Acesso em: 15 de abr. 2016.

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Observatório Nacional de Segurança Viária. 2013. Disponível em:<
http://www.onsv.org.br/estudos-e-pesquisas/sinalizacao-de-transito-2/>. Acesso em 26 de
nov.2016.

_____________________________________________________________________________________
Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
92

ANEXO A – SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO

Fonte: DENATRAN I 2007

_____________________________________________________________________________________________
Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
93

ANEXO B – SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA

_____________________________________________________________________________________
Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
94

Fonte: DENATRAN II 2007

_____________________________________________________________________________________________
Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.
95

ANEXO C – SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO

Fonte: DENATRAN III 2007

_____________________________________________________________________________________
Avaliação das condições de sinalização de trechos rodoviários na região de Santa Rosa - RS com ênfase na
segurança dos usuários.
96

ANEXO D – MEDIÇÕES DE RETRORREFLETIVIDADE

FAIXA LBE LC LBD


TRECHO GEOMETRIA
(m) 15 30 15 30 15 30
RS 344 PONTO 01 149,86 113,38 158,63 70,13 189,38 118,25
RS 344 PONTO 02 203,50 100,00 121,00 69,38 187,38 103,25
RS 344 PONTO 03 332,13 110,88 205,88 71,00 258,13 111,63
RS 344 PONTO 04 226,75 105,13 152,50 72,25 232,50 96,75
RS 344 PONTO 05 276,38 153,13 113,88 64,63 173,25 98,38
RS 344 PONTO 06 173,25 96,38 116,75 64,25 163,25 90,75
RS 344 PONTO 07 166,13 82,50 109,75 50,00 200,88 102,00
RS 344 PONTO 08 189,38 101,63 136,75 61,00 238,25 104,63
RS 344 PONTO 09 175,63 87,00 79,75 35,00 151,88 41,75
RS 342 PONTO 01 155,25 79,00 153,38 78,25 132,38 67,88
RS 342 PONTO 02 169,75 84,75 193,38 72,50 113,88 55,38
RS 342 PONTO 03 176,50 94,25 101,75 45,50 123,88 60,38
RS 342 PONTO 04 224,13 93,25 116,63 58,25 213,38 109,25
RS 342 PONTO 05 115,25 69,13 160,25 85,13 117,25 67,13
RS 342 PONTO 06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RS 342 PONTO 07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RS 342 PONTO 08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RS 342 PONTO 09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RS 305 PONTO 01 39,38 14,00 83,00 33,88 41,75 15,63
RS 305 PONTO 02 20,63 5,13 121,00 69,38 23,88 6,00
RS 305 PONTO 03 23,38 9,13 21,50 5,88 20,50 2,50
RS 305 PONTO 04 27,00 7,00 70,50 25,88 22,00 5,50
RS 305 PONTO 05 33,63 6,63 80,38 12,25 21,13 9,25
RS 305 PONTO 06 22,63 3,75 41,38 12,25 32,88 9,38
RS 305 PONTO 07 30,00 5,50 24,63 4,25 38,13 11,00
RS 305 PONTO 08 32,13 8,00 28,63 7,25 34,38 9,00
RS 305 PONTO 09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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Carlos Alberto Cembranel (ccembranel@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016.

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