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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO – UCDB

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

EVERTON AMORIM CORRÊA


FELIPE JOSÉ MARTINS DE MELO

A INFLUÊNCIA DO TERRACEAMENTO NO CUSTO DE


OBRAS DE DRENAGEM EM UM TRECHO DA BR-163.

Campo Grande – MS
2017
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO – UCDB
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Título do Trabalho: A influência do terraceamento no custo de obras de


drenagem em um trecho da BR-163.

Autores: Everton Amorim Corrêa e Felipe José Martins de Melo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência para a obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil pela Universidade Católica Dom
Bosco (UCDB), sob a orientação da Profa. Ma. Ana
Paula Silva Teles.

Aprovada em:

Banca examinadora:

Prof. Dr. José Carlos Taveira Conrado Sanches Domarascki


UCDB Engenheiro Civil

Profa. Ma. Ana Paula Silva Teles


UCDB

Campo Grande – MS
2017
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho às nossas famílias e amigos,


especialmente aos nossos pais, que nos incentivaram
durante toda nossa formação, sendo essenciais para nosso
crescimento ético e profissional.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a Deus, que se fez presente durante toda nossa


formação, especialmente, durante os momentos mais difíceis.
Aos nossos pais, que acreditaram em nossa capacidade e que nos
incentivaram durante toda a faculdade.
A nossa orientadora Professora Mestra Ana Paula Silva Teles, por todo o tempo
que dedicou a nos ajudar durante o processo de realização deste trabalho.
A banca avaliadora, na pessoa do Professor Doutor José Carlos Taveira e do
Engenheiro Civil Conrado Sanches Domarascki, que contribuíram muito para o estudo
proposto.
Aos nossos professores que durante o curso de engenharia nos transmitiram
seu conhecimento, afim de nos tornarem excelentes profissionais.
Aos nossos colegas que de alguma forma contribuíram para esse trabalho.
A Concessionária MSVIA, que nos disponibilizaram dados da rodovia, no trecho
em estudo, tornado possível a realização desse trabalho
A empresa Canhedo-Beppu Engenheiros Associados, que durante nosso
estágio possibilitou conhecermos sobre drenagem rodoviária.
Ao Engenheiro Civil Luiz Fernando Araújo, que nos auxiliou na delimitação do
tema desse trabalho.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação e
da realização desse trabalho, o nosso muito obrigado.
EPÍGRAFE

“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem


aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e
retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.”
(Paulo Freire)
RESUMO
A drenagem é um dos principais projetos que compõe a elaboração de uma
rodovia e também uma das mais caras para ser executada. Ao mesmo tempo, os
agricultores têm se preocupado com os impactos causados às suas propriedades
rurais devido ao escoamento superficial das águas pluviais. Um dos principais
mitigadores desses problemas é a execução de medidas de conservação do solo, que
visam impedir erosões, carreamento de nutrientes e de solo, como, por exemplo, o
terraceamento. Afim de buscar uma solução para diminuir o custo das obras de
drenagem, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência do
terraceamento sobre os custos de um projeto de drenagem em um trecho da rodovia
BR-163, localizada no município de Bandeirantes-MS, pois a área já conta com a
medida de conservação do tipo terraceamento e está próxima de um posto
pluviométrico. A área de estudo compreendeu a bacia de contribuição a montante da
BR-163 entre os Km 544 e Km 546. A metodologia foi desenvolvida em quatro etapas:
A primeira etapa compreendeu a delimitação e a caracterização morfométrica da bacia
hidrográfica na qual o trecho estava inserido, a partir de dados primários vetoriais
processados em ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG), com o
auxílio do software QGIS. Já na segunda etapa, foi realizada o dimensionamento do
terraço com o software Terraço 4.1 (UFV, 2007), a partir da entrada dos seguintes
dados: precipitação máxima (mm minˉ¹), declividade do camalhão e da rampa de
escoamento (m.mˉ¹), declividade do terreno (m.mˉ¹), método de cálculo do
espaçamento vertical e horizontal, neste caso foi utilizado o método de Lombardi Neto
e a velocidade de infiltração básica da água no solo (mm.hˉ¹). Em seguida, na terceira
etapa, foram elaborados dois projetos de drenagem, sendo o primeiro sem considerar
o terracemento na bacia de contribuição e o segundo considerando a medida
conservacionista executada, para a elaboração foram seguidas as diretrizes do
manual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Por fim,
na quarta etapa, os projetos foram quantificados e orçados, tomando por referência
os valores da planilha do Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO). Com a
diferença de vazão gerada pelo terraceamento, o projeto que apresenta a existência
de terraceamento obteve uma diminuição de 11,25%, algo que quando pensarmos em
grandes obras rodoviárias podem chegar na casa dos milhões de reais economizados,
porém o estudo foi sobre projetos, utilizando-se apenas de bibliografias de cálculo que
não preveem este tipo de situação, então indica-se um maior estudo sobre o tema e
também estudos em campo para verificação real do estudo e de sua confiabilidade.

Palavras-chave: Terraceamento; Drenagem rodoviária; Custos.


ABSTRACT

Drainage is one of the main projects that compose the elaboration of a highway
and also one of the most expensive ones to be executed. At the same time, farmers
have been concerned about the impacts on their farms due to runoff from rainwater.
One of the main mitigators of these problems is the implementation of soil conservation
measures aimed at preventing erosion, nutrient and soil transportation, such as
terracing. The aim of this study was to evaluate the influence of terracing on the costs
of a drainage project on a section of the BR-163 highway, located in the city of
Bandeirantes-MS, Brazil, in order to reduce the cost of drainage works. because the
area already has the conservation measure of the terracing type and is close to a
pluviometric station. The study area comprised the upstream contribution basin of the
BR-163 between Km 544 and Km 546. The methodology was developed in four stages:
The first stage comprised the delimitation and the morphometric characterization of the
watershed in which the stretch was inserted, from vector primary data processed in
Geographic Information System (GIS) environment, with the aid of QGIS software. In
the second stage, the terrain was designed with the software Terraço 4.1 (UFV, 2007),
starting from the following data: maximum precipitation (mm minˉ¹), slope of the ridge
and flow ramp (mmˉ¹), (mmˉ¹), method of calculation of vertical and horizontal spacing,
in this case the Lombardi Neto method and the basic infiltration velocity of the water in
the soil (mm hˉ¹) were used. Then, in the third stage, two drainage projects were
elaborated, the first one without considering the terracing in the contribution basin and
the second considering the conservation measure executed, for the elaboration were
followed the guidelines of the manual of the National Department of Transportation
Infrastructure (DNIT). Finally, in the fourth stage, the projects were quantified and
budgeted, taking as reference the values of the spreadsheet of the Sistema de Custos
Referenciais de Obras (SICRO). With the difference in outflow generated by the
terracing, the project that presents the existence of terracing obtained a reduction of
11.25%, something that when we think of great road works can reach the house of
millions of dollars saved, but the study was about projects, using only bibliographies of
calculation that do not predict this type of situation, then it is indicated a greater study
on the subject and also studies in field to verify the study and its reliability.

Keywords: Terrace; Drainage; Costs.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Demonstração do perfil de um terraço, mostrando em: A - a faixa do terraço
completo, B – o camalhão e C o canal. ..................................................................... 18
Figura 2 – Representação do perfil do terraço, mostrando a retenção do escoamento
e o parcelamento do terreno. .................................................................................... 19
Figura 3 - Perfil da construção do terraço tipo Manghum. ......................................... 20
Figura 4 - Perfil da construção do terraço tipo Nichols. ............................................. 21
Figura 5 - Perfil do terraço de base larga. ................................................................. 21
Figura 6 - Perfil do terraço de base média. ............................................................... 22
Figura 7 - Perfil do terraço de base estreita. ............................................................. 22
Figura 8 - Perfil do terraço Murundum. ...................................................................... 23
Figura 9 - Perfil do terraço de patamar. ..................................................................... 24
Figura 10 - Representação da tela de entrada de dados do software. ...................... 27
Figura 11 – Altura pluviométrica e volume precipitado sobre área de valor conhecido.
.................................................................................................................................. 28
Figura 12 - Esquema para tempo de concentração. ................................................. 30
Figura 13 - Hidrograma típico de uma cheia. ........................................................... 32
Figura 14 - Representação triangular de um hidrograma de cheia. .......................... 33
Figura 15 - Valetas de proteção de corte. ................................................................. 34
Figura 16 - Valetas de Proteção de aterro. ............................................................... 35
Figura 17 - Bueiros de greide e Bueiros de grota ...................................................... 36
Figura 18 - Sarjeta de proteção de corte. .................................................................. 36
Figura 19 - Meio-fio-sarjeta conjugados. ................................................................... 37
Figura 20 - Descida d'água do tipo rápida. ................................................................ 38
Figura 21 - Dissipador de energia. ............................................................................ 39
Figura 22 – Localização da bacia em estudo. ........................................................... 42
Figura 23 – Fluxograma dos dados de precipitação. ................................................. 44
Figura 24 – Fluxograma dos dados do canal. ........................................................... 44
Figura 25 – Fluxograma dos dados do terreno.......................................................... 45
Figura 26 – Fluxograma dos dados do espaçamento. .............................................. 45
Figura 27 - Fluxograma dos dados do solo. .............................................................. 45
Figura 28 – Uso e ocupação da área estudada......................................................... 51
Figura 29 - Hidrograma de amortecimento de vazão para TR de 15 anos. ............... 56
Figura 30 - Hidrograma de amortecimento de vazão para TR de 25 anos. ............... 57
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tipos de terraço recomendado segundo cada pesquisador de acordo com
a declividade do terreno. ........................................................................................... 23
Tabela 2 - Coeficiente de escoamento superficial / Run-off (Tipos de superfícies). .. 31
Tabela 3 - Coeficiente de Manning para diferentes tipos de revestimento. ............... 41
Tabela 4 - Tabela exemplar para anotação dos dados de ensaio de infiltrômetro. ... 46
Tabela 5 - Dados morfométricos da bacia ................................................................. 49
Tabela 6 - Variáveis da IDF para a estação pluviométrica 1954005 ......................... 49
Tabela 7 - Dados de intensidade pluviométrica......................................................... 50
Tabela 8 - Dados de entrada do software Terraço 4.1 .............................................. 52
Tabela 9 - Dados do ensaio do infiltrômetro de anel ................................................. 52
Tabela 10 – Memória de cálculo de drenagem "valetas" .......................................... 53
Tabela 11 - Memória de cálculo de drenagem "sarjetas" .......................................... 54
Tabela 12 - Memória de cálculo de drenagem "bueiros de grota" ............................. 54
Tabela 13 - Controle de carga no bueiro. .................................................................. 55
Tabela 14 - Capacidade de vias ................................................................................ 55
Tabela 15 - Memória de cálculo de drenagem "valetas" ........................................... 56
Tabela 16 - Memória de cálculo de drenagem "sarjetas" .......................................... 56
Tabela 17 - Memória de cálculo de drenagem "bueiros de grota" ............................. 57
Tabela 18 - Controle de carga no bueiro. .................................................................. 57
Tabela 19 - Capacidade de Vias ............................................................................... 58
Tabela 20 - Orçamento do projeto preliminar de drenagem sem o terraceamento ... 58
Tabela 21 - Orçamento do projeto preliminar de drenagem com o terraceamento ... 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANA Agencia Nacional de Água

BSTC Bueiro Simples Tubular de Concreto

CI Capacidade de Infiltração

CODASP Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo

IDF Intensidade – Duração – Frequência

DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica

DAR Descida d`água Rápida

DEB Dissipador de Energia para Bueiros

DER-SP Departamento de Estradas e Rodagem do Estado de São Paulo

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EDA Entrada para Descidas d`água

MDE Modelo Digital de Elevação

MFC Meio-fio de concreto

MS Mato Grosso do Sul

PEAD Polietileno de Alta Densidade

QGIS Quantum Geographic Information System

SIG Sistema de Informações Geográficas

SIG Geographic Information System

SICRO Sistema de Custos Referenciais de Obras

STC Sarjeta trapezoidal de concreto

STG Sarjeta trapezoidal de grama

Tb Tempo de base

Tc Tempo de concentração

TR Tempo de Retorno

UFV Universida Federal de Viçosa

USDA United States Departament of Agriculture


VPA Valeta de proteção de aterro
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15
2 OBJETIVOS ................................................................................................. 16
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 16
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 16
3 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 17
3.1 Erosão ......................................................................................................... 17
3.2 Políticas para a conservação do solo ....................................................... 17
3.3 A técnica do terraceamento para o controle de erosão .......................... 18
3.3.1 Dimensionamento do canal do terraço ......................................................... 25
3.4 Terraceamento aplicado a estradas não pavimentadas .......................... 26
3.5 Software Terraço 4.1 .................................................................................. 26
3.6 Hidrologia aplicada aos projetos de drenagem rodoviária ..................... 27
3.8.1 Precipitação .................................................................................................. 27
3.8.2 Intensidade – Duração – Frequência (IDF) ................................................... 28
3.8.3 Tempo de retorno para projetos de drenagem ............................................. 28
3.8.4 Escoamento superficial................................................................................. 29
3.8.5 Método Racional ........................................................................................... 29
3.8.6 Tempo de concentração ............................................................................... 29
3.8.7 Coeficiente de escoamento superficial run-off .............................................. 30
3.8.8 Amortecimento de ondas de cheia ............................................................... 31
3.7 Infiltração de água no solo ........................................................................ 33
3.8 Drenagem Rodoviária ................................................................................. 33
3.8.1 Valetas de proteção de corte ........................................................................ 34
3.8.2 Valetas de proteção de aterro ...................................................................... 34
3.8.3 Bueiros ......................................................................................................... 35
3.8.4 Sarjetas de proteção de corte ....................................................................... 36
3.8.5 Sarjetas de aterro ......................................................................................... 37
3.8.6 Descida d’água ............................................................................................. 37
3.8.7 Dissipadores de energia ............................................................................... 39
3.9 Dimensionamento Hidráulico dos Dispositivos de Drenagem ............... 39
3.9.1. Controle de entrada em bueiros ................................................................... 41
4 METODOLOGIA........................................................................................... 42
4.1 Área de estudo ............................................................................................ 42
5.3.1 Delimitação da bacia .................................................................................... 43
5.3.2 Caracterização morfométrica ........................................................................ 43
5.3.3 Tempo de concentração ............................................................................... 43
5.3.4 Estação Pluviométrica .................................................................................. 44
5.3.5 Vegetação .................................................................................................... 44
4.2 Dimensionamento do terraceamento........................................................ 44
4.3 Projeto de drenagem .................................................................................. 46
4.4 Comparação econômica entre os dois projetos ...................................... 48
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 49
5.1 Área de estudo ............................................................................................ 49
5.2 Dimensionamento do terraceamento........................................................ 51
5.3 Dimensionamento do projeto de drenagem ............................................. 53
5.4.1 Projeto de drenagem sem terraceamento na bacia de contribuição ............. 53
5.4.2 Projeto de drenagem com terraceamento na bacia de contribuição ............. 55
5.4 Orçamento dos projetos de drenagem ..................................................... 58
5.4.1 Orçamento do projeto de drenagem sem terraceamento na bacia de
contribuição. .............................................................................................................. 58
5.4.2 Orçamento do projeto de drenagem com terraceamento na bacia de
contribuição ............................................................................................................... 59
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 60
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61
APÊNDICE A – PROJETO PRELIMINAR DE DRENAGEM SEM A PRESENÇA DE
TERRACEAMENTO NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO ............................................ 64
APÊNDICE B – PROJETO PRELIMINAR DE DRENAGEM COM A PRESENÇA DE
TERRACEAMENTO NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO ............................................ 65
APÊNDICE C – DETALHES COMPLEMENTARES I ............................................... 66
APÊNDICE D – DETALHES COMPLEMENTARES II .............................................. 67
15

1 INTRODUÇÃO

O sistema de drenagem é um dos principais componentes que envolvem um


projeto rodoviário. É composto por quatro tipos de drenagem: superficial, de
pavimento, subterrânea (ou profunda) e a de talvegues. Sua principal função é impedir
que a água atinja a estrada, controlando seu escoamento sob e ao decorrer das áreas
adjacentes à pista.
É considerado um dos projetos mais caros para se conceber uma rodovia, cuja
características como intensidade da chuva, tipo de solo, permeabilidade do solo e a
declividade do terreno, influenciam no dimensionamento dos dispositivos de
drenagem. Dessa forma, áreas com alta declividade, chuvas frequentes e baixa
permeabilidade do solo contribuem para que haja um maior escoamento superficial e
dessa forma tornem os projetos de drenagem mais caros, já que necessitará de
dispositivos maiores para comportar tal escoamento.
Ao mesmo tempo que os projetos de drenagem preveem o controle de
escoamento superficial nas rodovias, os produtores rurais contratam profissionais
capacitados afim de adotar medidas de controle do escoamento das águas pluviais
em suas propriedades para evitar erosões, carreamento de nutrientes e de solo. Uma
dessas medidas usadas é o terraceamento, que visa reter totalmente ou encaminhar
o escoamento para lugares onde não causarão danos ao solo.
Quando áreas com terraceamento estão próximas de rodovias, essa prática
contribui para que a água fique retida e, dessa forma, acaba influenciando na vazão
de projeto dos dispositivos de drenagem, pois no exutório de uma bacia com
características de controle de escoamento, certamente haverá uma vazão diferente
da que é calculada nos projetos de drenagem
Por isso, através dos conhecimentos hidrológicos da região de estudo,
associados ao dimensionamento de terraços, o propósito da pesquisa é avaliar o
quanto pode ser economizado e se é possível economizar ao se considerar a
existência dessa medida de controle, afim de buscar uma solução para diminuir o
custo das obras de drenagem.
16

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a influência do terraceamento sobre os custos de um projeto de drenagem


em um trecho da rodovia BR-163.

2.2 Objetivos Específicos

 Caracterizar a bacia hidrográfica no trecho da BR-163, localizado no


município de Bandeirantes-MS, quanto aos aspectos hidrográficos,
climatológicos e de uso do solo;

 Dimensionar um sistema de terraceamento de infiltração para a bacia;

 Elaborar um projeto de drenagem preliminar para o trecho da rodovia,


considerando a existência e a inexistência do terraceamento;

 Analisar viabilidade econômica dos projetos de drenagem.


17

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Erosão

Define-se como o desprendimento e carreamento de partículas de solo ou


rocha pela ação simultânea da gravidade com a água, gelo e vento. Os processos
erosivos são divididos em erosão laminar, cuja característica principal é o escoamento
desordenado dos filetes de água e erosão linear no qual se caracteriza por um
escoamento concentrado das águas pluviais, que ocasiona a desagregação e a
remoção do solo (ALMEIDA FILHO, 2015).

3.2 Políticas para a conservação do solo

De acordo com a Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United


States Departament of Agriculture – USDA, s.d.), já existe a política de contrapartida
nas áreas onde são adotadas medidas de controle de erosão, preservação da
qualidade da água e redução de perda dos hábitats de vida selvagem. Esse sistema
funciona como uma troca, o agricultor protege seus solos com algum tipo de medida
conservacionista e em troca recebe aluguéis anuais, mais 50% dos valores
necessários para implementação da prática de conservação do solo.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Águas (BRASIL, 2012), os
problemas causados pelas erosões hídricas podem ocorrer em espaços públicos ou
privados. Ao Estado, compete o prejuízo do aumento do custo de tratamento da água
por conta do maior índice de turbidez, a depreciação de seus reservatórios e o
aumento da necessidade de manutenção de suas estradas. Do ponto de vista privado,
as propriedades rurais sofrem com o carreamento de nutrientes do solo, ocasionando
uma perda de produtividade. Todos esses prejuízos estão estimados em R$ 13,3
bilhões ao ano.
Seguindo o modelo dos Estados Unidos, o Brasil tem o Programa Produtor de
Águas que recompensa financeiramente os produtores rurais que, de forma
espontânea e voluntária se comprometem a adotar práticas e manejos
conservacionista, afim de proteger o solo e os recursos hídricos (BRASIL, 2017).
18

3.3 A técnica do terraceamento para o controle de erosão

O terraceamento é uma das técnicas agrícolas para o controle da erosão mais


antiga. Sua prática é conhecida desde a época dos Incas, que as utilizavam para
tornar as encostas íngremes de Machu Pitcchu agricultáveis e sem erosão. A técnica
consiste em construir um conjunto de terraços a partir do seccionamento dos
comprimentos de rampa. Essa subdivisão é feita com a construção de canal e
camalhão, como mostra a Figura 1 (LOMBARDI NETO, et al., 1994).
Segundo a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo – CODASP,
1994, a eficiência do terraceamento está ligada ao correto dimensionamento do
espaçamento entre terraços e de sua seção transversal. Além disso, mesmo sendo
dimensionado de forma correta, existem dificuldades referentes ao planejamento, à
construção e à manutenção dos terraços (MARGÓLIS, 1989).

Figura 1 - Demonstração do perfil de um terraço, mostrando em: A - a faixa do terraço completo, B – o


camalhão e C o canal.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

Com a aplicação do terraço no terreno, a água é retida durante o escoamento


e armazenada para posteriormente ser infiltrada ou encaminhada através dos canais
para regiões onde não cause efeitos erosivos (LOMBARDI NETO et al., 1994). Na
Figura 2 pode-se ver como é a retenção da enxurrada e o parcelamento do terreno
com declividade.
19

Figura 2 – Representação do perfil do terraço, mostrando a retenção do escoamento e o


parcelamento do terreno.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

Os terraços podem ser caracterizados quanto à função, construção, dimensão


e forma, sendo que cada um depende de uma série de fatores como declividade do
terreno, máquinas disponíveis para a construção do terraço, tipos de solo, e
permeabilidade do solo, que precisam ser levados em conta na hora da sua escolha.
Embora todos eles terem o mesmo objetivo de evitar que o escoamento superficial
tenha grande volume e ganhe velocidade capaz de causar erosão, cada tipo se
adequa a uma necessidade do agricultor (LOMBARDI NETO et al., 1994).
No geral, a função do terraço é armazenar o deflúvio superficial para depois ser
infiltrado ou encaminhar de forma segura a enxurrada para um lugar onde não cause
danos ao solo. A partir dessas funções, podemos dividir o terraço em dois tipos: o
terraço em desnível, que intercepta o escoamento e encaminha com velocidades mais
baixas até um solo de drenagem natural e o terraço em nível, que armazena a água
da chuva para posteriormente ocorrer a infiltração no solo (PRUSKI, 2009).
O terraceamento em desnível é indicado para solos com baixa permeabilidade
como os argilosos, já que isso dificultaria uma infiltração da água no solo. Por isso, é
importante conhecer as características do solo antes de escolher o tipo de terraço. Já
quando temos um solo com boa permeabilidade, que é o caso dos solos arenosos, o
terraço mais indicado é o de nível, pois essa característica do solo possibilita uma
melhor infiltração da água no mesmo (LOMBARDI NETO et al., 1994).
20

Quando é construído movimentando o solo de cima para baixo e formando o


camalhão, ele é considerado do tipo Nichols e quando o corte na terra é feito nos dois
sentidos, ou seja, movimentando o solo de cima para baixo e de baixo para cima, é
conhecido como Manghum (PRUSKI, 2009).
A forma com que o Manghum é executado contribui para que sua secção
transversal seja trapezoidal, seus canais mais largos e rasos, quando comparados ao
terraço tipo Nichols e possui maior facilidade de serem executados em terrenos com
baixa declividade (PRUSKI, 2009), na Figura 3 está representado o perfil típico do tipo
Manghum.

Figura 3 - Perfil da construção do terraço tipo Manghum.

Fonte: Pruski, 2009.

Esse tipo de construção do Nichols possui uma secção transversal triangular e


pode ser construído em áreas com declividade de até 18% (PRUSKI, 2009).
Suas dimensões levam em consideração a largura da faixa de terra onde é feita
a movimentação do solo para a formação do camalhão e do canal. Desta forma, para
determinar a largura da base do terraço, a declividade é fator primordial, considerando
que o terraceamento é recomendado para declives entre 4% e 50% (PARANÁ, 1994),
na Figura 4 está representado o terraceamento do tipo Nichols.
21

Figura 4 - Perfil da construção do terraço tipo Nichols.

Fonte: Pruski, 2009.

Dependendo dessa largura, o terraço é considerado de base estreita, média ou


larga, como vemos nas Figura 5 o terraço de base larga possui uma largura de
movimentação de terra de 6,00 a 12,00m e é indicado para solos de 6 a 8% de
declividade (LOMBARDI NETO et al., 1994). Já Paraná (1994), recomenda
declividade de 2 a 8% para o perfil de base larga, mesmo que considere declividades
abaixo de 4% passível de outras medidas conservacionistas como as práticas
edáficas e vegetativas.

Figura 5 - Perfil do terraço de base larga.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

O terraço de base média possui uma faixa de movimentação de terra de 3,00 a


6,00m e é indicado para declividades de 10 a 12%, como apresentado na Figura 6.
22

Figura 6 - Perfil do terraço de base média.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

O terraço de base estreita mostrado na Figura 7, possui uma faixa de


movimentação de terra de até 3,00 e só é indicado em casos onde não é possível
instalar o terraço de base média ou larga. Além disso, ele é indicado para declividades
acima de 15% (LOMBARDI NETO et al., 1994).

Figura 7 - Perfil do terraço de base estreita.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

Os estudos realizados pelos pesquisadores, como Lombardi Neto et al. (1994)


e Paraná (1994), sobre a prática do terraceamento levaram a divergências quanto à
declividade mais apropriada para cada largura da base do terraço. A Tabela 1 ilustra
a comparação entre Lombardi Neto et al. (1994) e Paraná (1994).
23

Tabela 1 – Tipos de terraço recomendado segundo cada pesquisador de acordo com a declividade do
terreno.
Declividade (%) segundo Declividade (%) segundo Tipo de terraço
Lombardi Neto et al. Paraná (1994). recomendado
(1994).
6a8 2a8 Base larga
10 a 12 8 a 12 Base média
Acima de 15 12 a 18 Base estreita
Fonte: Lombardi Neto et al., (1994) e Paraná (1994).

Os terraços classificados, segundo sua forma, podem ser divididos entre os


comuns e os de patamar, os mais usados são aqueles denominados comum, que são
aplicados em terrenos com declividade menor que 18% e possui variações na sua
forma, podendo ser subdividido em terraço embutido, murundum ou leirão.
O terraço Murundum possui grande altura quando comparado aos outros e isso
prejudica a movimentação de máquinas nas lavouras, além de ser um tipo mais caro
de terraceamento por conta de seu tamanho (PRUSKI, 2009), na Figura 8 vemos o
perfil do terraço comum do tipo Murundum.

Figura 8 - Perfil do terraço Murundum.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

Os terraços de patamar são usados em declividades superior a 18% e podem ser


subdivididos em terraço de irrigação, banqueta individual ou patamar descontinuo
24

(LOMBARDI NETO et al., 1994), está representado na Figura 9 o terraço do tipo


patamar.

Figura 9 - Perfil do terraço de patamar.

Fonte: Lombardi Neto, et al., 1994.

Esse tipo de terraço patamar é formado por uma área de cultivo e de um talude
onde normalmente se planta grama para conter qualquer tipo de deslizamento. Para
que a prática do terraceamento funcione de forma efetiva ele precisa ser
dimensionado de forma correta, afim de reter totalmente o escoamento superficial
quando em nível e dar vazão de forma correta nos casos de terraço em desnível, para
que não cause problemas de erosão ao solo (LOMBARDI NETO et al., 1994).
Os cálculos e a execução podem tornar a prática menos vantajosa, a partir do
momento em que o volume real necessário é menor que o volume de armazenamento
calculado. Além disso, o mal posicionamento das extremidades do terraço e o
rebaixamento da crista determinam a redução da sua eficiência como mostra o estudo
de Magalhães (2013). Mesmo que os cálculos e a execução sejam feitos de forma
correta, a manutenção é necessária para assegurar a retenção do escoamento em
seu canal, principalmente após chuvas intensas onde pode haver o rompimento do
camalhão e o assoreamento da seção transversal canal (LOMBARDI NETO et al.,
1994).
25

Sendo assim é necessário levar em consideração fatores como infiltração da


água no solo, quantidade de água a ser armazenada no canal, uso do solo e seus
manejos, capacidade do solo de resistir à erosão.
Em 1978, Bertoni realizou pesquisas que comprovaram que o uso e manejo
dos solos influenciam nas erosões e assim mudou sua própria equação, passando a
considerar tais fatores. A Equação 1 mostra como é determinado o espaçamento
vertical dos terraços e na Equação 2 é definido o espaçamento horizontal em função
do espaçamento vertical.

𝑢+𝑚
𝐸𝑉 = 0,4518 ∙ 𝐾 ∙ 𝐷0.58 ∙ ( ) (1)
2
Onde:
EV = espaçamento vertical entre terraços (m);
D = declividade do terreno (%);
K = índice variável para cada tipo de solo;
u = fator do uso do solo;
m = fator de manejo do solo.

100 ∙ 𝐸𝑉
𝐸𝐻 = (2)
𝐷
Onde:
EH = espaçamento horizontal entre terraços (m);
EV = espaçamento vertical entre terraços (m);
D = declividade do terreno (%).

3.3.1 Dimensionamento do canal do terraço

O tamanho do canal deve ser calculado, nos casos do terraço do tipo em nível,
para que retenha totalmente o escoamento superficial para uma chuva diária máxima
com tempo de retorno de 10 anos (LOMBARDI NETO et al, 1994).
Para os terraços em nível, é importante quantificar o volume que precisará ser
retido. A equação 3 retrata esse volume:
26

𝑉 =𝐴∙ℎ∙𝑐 (3)

Onde:
V = volume máximo de enxurrada (m³);
A = área a ser drenada entre terraços (m²);
h = chuva diária máxima para um tempo de retorno de 10 anos (m);
c = coeficiente de enxurrada.

3.4 Terraceamento aplicado a estradas não pavimentadas

A estrada é construída de tal forma que impossibilite o acúmulo de água em


sua superfície e tem alta compactação para suportar o tráfego, o que dificulta a
infiltração da água. Com isso, o fluxo de água caminha para as áreas adjacentes
à pista de rolamento. Nessas áreas o escoamento superficial pode vir a causar
erosões e danificar o corpo estradal. Dessa forma, o terraceamento tem sido utilizado
afim de controlar a velocidade do fluxo de água e encaminhar para áreas onde não
cause danos ao terreno. Casarin (2009) utilizou o terraceamento como dispositivo de
drenagem, aliado a bacias de captação para resolver o problema de erodibilidade, e
concluiu que sua intervenção foi eficaz na contenção das águas pluviais.

3.5 Software Terraço 4.1

Este programa foi desenvolvido numa união entre os Departamentos de


Engenharia Civil e Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e é
disponibilizado de forma gratuita. Ele foi projetado de forma simples para que o usuário
tenha facilidade em obter a equação de chuvas intensas em diversas localidades do
país e dimensionar sistemas de terraceamento.
Para evitar os constantes prejuízos causados pelas erosões e aumentar a
eficiência da pratica de conservação do solo, o desenvolvimento do software terraço
permitiu dimensionar um sistema de terraceamento de forma mais racional. Os dados
de entrada como precipitação, canal, terreno, espaçamento entre terraços e solo,
além da metodologia que será utilizada para calcular o espaçamento entre os terraços
permitem ao software gerar resultados como altura do camalhão e a locação do
27

terraceamento no terreno. Na Figura 10, está representado a tela para a entrada dos
dados necessários ao dimensionamento do sistema de terraceamento.

Figura 10 - Representação da tela de entrada de dados do software.

Fonte: Griebeler, et al., 2005.

3.6 Hidrologia aplicada aos projetos de drenagem rodoviária

É de fundamental importância o conhecimento da Hidrologia neste estudo, com


apresentações dos métodos adotados para cálculo de precipitação e escoamento.

3.6.1 Precipitação

É proveniente da água em forma de vapor presente na atmosfera que cai,


quando atingem os estados líquido e sólido, em forma de chuva, nevoeiro, neve,
granizo, sereno, geada, orvalho e neblina (TUCCI, 2012).
A medição mais usual para a quantificação das chuvas é a unidade de
milímetro, uma unidade corresponde à quantidade de um litro por metro quadrado de
superfície, como mostra a Figura 11.
28

Figura 11 – Altura pluviométrica e volume precipitado sobre área de valor conhecido.

Fonte: São Paulo, 2005.

Para leitura de precipitações, existem as estações telemétricas que emitem


sinais por rádio, telefone ou satélite e esses dados são acumulados digitalmente para
que possam ser utilizados posteriormente (SÃO PAULO, 2005).
Na região Centro Oeste brasileira, as precipitações excedem os 1500
mm ano-1 e os regimes atmosféricos tem origens tropicais e extratropicais
(CLIMANÁLISE, 1986). O setor sul da região tem influência extratropical e das frentes
frias vindas do polo sul, já mais ao norte, tem influência tropical com os sistemas da
região amazônica (VERA et al., 2006).
As precipitações máximas, de pouca duração, são entendidas como ocorrência
extrema, e esses tipos de precipitações são responsáveis por inundações em áreas
rurais e urbanas por falhas em dispositivos hidráulicos e são grandes responsáveis
pelos processos erosivos em solos (SOUZA et al., 1998).

3.6.2 Intensidade – Duração – Frequência (IDF)

Através de pluviogramas das chuvas ocorridas em uma região, pode-se ter


valores máximos de intensidade esperados estatisticamente para a duração da
precipitação e a frequência em que se espera por essa mesma chuva (SOUZA et al.,
1998).

3.6.3 Tempo de retorno para projetos de drenagem

O tempo de retorno é o que admite, nas obras de engenharia, o espaço de


tempo em que um evento de grande magnitude vai ocorrer. No caso da drenagem,
este tempo diz respeito ao dimensionamento das enchentes de projeto, a escolha do
tempo de retorno interfere diretamente nas vazões de projeto e, dependendo do
projeto, adotam-se valores para a recorrência, de acordo com a importância da obra.
29

Lembrando que quanto maior o valor adotado, mais onerosos serão os projetos de
drenagem (BRASIL, 2005).

3.6.4 Escoamento superficial

É a fase do ciclo hidrológico que, por meio da ação da gravidade sob uma gota
d’água, cai no solo e se dirige a um leito maior, até ultrapassar a foz de um rio
chegando ao mar. O dimensionamento de estruturas de drenagem leva em conta a
vazão máxima que está a escoar pela superfície. No Brasil, são poucos os dados de
medição direta de enchentes, por conta desses dados serem obtidos de forma
grosseira ou pela dificuldade para a sua obtenção. Por isso, muito se utilizam de
métodos empíricos, estabelecidos pelas características das bacias hidrográficas, para
a determinação de dados de vazão de enchentes (GARCEZ, 1988).

3.6.5 Método Racional

Para Tucci (2012) a vazão máxima de um projeto pode ser tomada pelo Método
Racional, que é recomendado para projetos com bacias de até 2Km². O método
consiste em:
1) considerar a duração da chuva intensa igual ao tempo de concentração da
bacia hidrográfica, pois ao ser considerada a igualdade, supõem que a bacia seja
suficientemente pequena para que isto ocorra, pois em bacias pequenas as condições
mais críticas acontecem quando as precipitações são de curta duração e grande
intensidade;
2) adota-se um único valor indicado para perda no escoamento, denominado
coeficiente de run-off ou coeficiente de escoamento superficial, estimado com base
nas características da ocupação da bacia, tipo de solo e topografia do terreno;
3) não se considera o volume de cheia e a variação do tempo de descarga da
bacia.

3.6.6 Tempo de concentração

É o tempo que a água, precipitada no ponto mais distante da bacia, demora


para chegar ao ponto de estudo, como mostra a
Figura 12 (SÃO PAULO, 2005).
30

Figura 12 - Esquema para tempo de concentração.

Fonte: São Paulo, 2005.

3.6.7 Coeficiente de escoamento superficial run-off

De toda a precipitação ocorrida em um período de tempo, somente parte dela


resultará em escoamento superficial, isso porque parte é interceptada por plantas ou
umedece o solo ou ainda preenche as pequenas depressões que existem no terreno.
Por isso, o volume escoado é somente parte do volume precipitado. A razão entre o
volume escoado e o volume precipitado na bacia, gera o que se denomina coeficiente
de deflúvio ou escoamento superficial (FENDRICH et al., 1997).
Para projetos de drenagem com chuvas de 5 a10 anos de tempo de recorrência,
a Tabela 2, apresenta os valores aproximados dos coeficientes que representam, de
acordo com a característica de uso do solo na bacia. Aconselha-se fazer uma média
ponderada, de acordo com as diferentes superfícies presentes na bacia (DNIT, 2005).
31

Tabela 2 - Coeficiente de escoamento superficial / Run-off (Tipos de superfícies).


DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DAS BACIAS COEFICIENTE DE
TRIBUTÁRIAS DEFLÚVIO “c”

Ruas:
Asfalto 0,70 a 0,95
Concreto 0,80 a 0,95
Tijolos 0,70 a 0,85
Trajeto de acesso a calçadas 0,75 a 0,85
Telhados 0,75 a 0,95

Gramados; solos arenosos:

Plano, 2% 0,05 a 0,10


Médio, 2 a 7% 0,10 a 0,15
Íngreme, 7% 0,15 a 0,20

Gramados; solos compactos:

Plano, 2% 0,13 a 0,17


Médio, 2 a 7% 0,18 a 0,22
Íngreme, 7% 0,15 a 0,35
Fonte: Brasil, 2005.

3.6.8 Amortecimento de ondas de cheia

Estuda-se o amortecimento de ondas de cheia para se definir qual a vazão


máxima de saída, que deverá suportar a estrutura de descarga (vertedor, bueiro),
utilizando da vazão de entrada, verificando quanto da vazão de entrada ficará retida
na estrutura de reservação (SÃO PAULO, 2005).
Na Figura 13, pode-se observar uma típica representação de passagem de
onda de cheia, onde a partir do tempo inicial (t0), se observa uma rápida ascensão,
até atingir a vazão máxima no instante ta. A partir de ta, observa-se uma ascensão um
pouco mais lenta até o instante t0. No gráfico (E), observa-se a linha de vazão de
entrada, no gráfico (S), a vazão de saída, e no terceiro gráfico a sobreposição das
duas vazões, indicando o volume de amortecimento retido (SÃO PAULO, 2005).
32

Figura 13 - Hidrograma típico de uma cheia.

Fonte: São Paulo, 2005.

Para melhor entendimento do hidrograma, apresentado na figura acima, pode


ser representada na forma triangular, substituindo as curvas por segmentos de retas,
mostrando a subida e a descida da vazão em relação ao tempo, conforme a Figura 14
que segue (SÃO PAULO, 2005).
33

Figura 14 - Representação triangular de um hidrograma de cheia.

Fonte: São Paulo, 2005.

3.7 Infiltração de água no solo

A infiltração da água no solo é o processo de penetração vertical de água à


superfície do solo. Conhecer esse processo é de grande importância para técnicas de
conservação de solo.
A velocidade de infiltração é expressa por altura de lâmina ou volume de água
por unidade de tempo, sendo a velocidade o mais importante dos parâmetros de
infiltração (RODRIGUES, 2013).
Para determinação da velocidade de infiltração, pode ser utilizado o método do
infiltrômetro de anel, que consiste em dois anéis colocados concentricamente, sendo
o menor com 25 cm de diâmetro e o maior com 50 cm, ambos com altura de 30 cm
(FAGUNDES et al., 2012).

3.8 Drenagem Rodoviária

A drenagem rodoviária tem como objetivo eliminar a água, que de alguma forma
venha atingir a rodovia, recolhendo e carregando as águas para locais em que não
afete a segurança e a estabilidade do corpo estradal (BRASIL, 2006).
34

3.8.1 Valetas de proteção de corte

Indica-se a colocação de valetas de proteção nas cristas dos cortes sempre


que haver escoamento à montante do corte, assim interceptando a água que poderia
descer pelo corte e interferir na segurança e na estabilidade do corpo estradal. Elas
podem apresentar revestimento de concreto, alvenaria de tijolo ou pedra, pedra
arrumada ou vegetação. As valetas devem ser colocadas a uma distância de 2 a 3
metros da crista do corte e o material escavado deverá ser colocado entre a crista e
valeta e apiloado manualmente, como mostra a Figura 15 (BRASIL, 2006).

Figura 15 - Valetas de proteção de corte.

Fonte: Brasil, 2006.

3.8.2 Valetas de proteção de aterro

As valetas de proteção de aterro, tem por objetivo interceptar as águas do


terreno à montante, impedindo-as que escoem nos pés dos taludes. Também
funcionam captando águas de valetas e sarjetas de proteção de corte, conduzindo-as
até o dispositivo de transposição de talvegue. As valetas podem apresentar seções
trapezoidais ou retangulares, e podem ser revestidas de concreto, alvenaria de tijolo
ou pedra, pedra arrumada ou vegetação (BRASIL, 2006).
A valeta deve estar localizada a uma distância de 2 a 3 metros do pé do aterro
e o material da escavação deve ser colocado entre o pé do aterro e a valeta, de forma
a suavizar a interseção das superfícies, como mostra a
Figura 16 (BRASIL, 2006).
35

Figura 16 - Valetas de Proteção de aterro.

Fonte: Brasil, 2006.

3.8.3 Bueiros

Os bueiros são destinados para a transposição livre das águas que acorrem às
estradas e podem ser classificados quanto:
1) à forma da seção (tubulares, celulares, ovoides);
2) ao número de linhas (simples, duplos, triplos);
3) ao tipo de material (concreto, metálico, polietileno de alta densidade - PEAD);
4) à esconsidade, que é o ângulo formado entre o eixo do bueiro ao eixo
longitudinal da rodovia.
Em termos hidráulicos, o bueiro pode ser calculado como canais, vertedouros
ou orifícios e a forma a adotar depende das condições de projeto, suportando ou não
carga hidráulica à montante (DNIT, 2006).
Os bueiros de dividem em bueiros de greide, que tem por objetivo a
transposição das águas coletadas por dispositivos da drenagem superficial, e bueiros
de talvegue ou bueiros de grota, que se instalam no fundo dos talvegues, permitindo
a transposição da rodovia pelo corpo d’água sem a criação de pontes (obras de arte
especial), como mostra a Figura 17 (ROCHA, 2013).
36

Figura 17 - Bueiros de greide e Bueiros de grota

Fonte: Rocha, 2013.

3.8.4 Sarjetas de proteção de corte

As sarjetas de proteção de corte tem por objetivo captar as águas precipitadas


sobre o pavimento e escoadas pelos taludes de corte e escoa-las até o ponto de
transição entre o corte e aterros para que, dessa forma, seja permitido a saída lateral
para o terreno natural ou para uma valeta de aterro, ou então para caixas coletoras
de bueiros de greide, esse elemento pode apresentar vários tipos de seção, como
exemplo as triangulares, as trapezoidais, trapezoidais com capa e retangular, e como
revestimento podem apresentar, concreto, alvenaria de tijolo, alvenaria de pedra
argamassada, pedra arrumada revestida, pedra arrumada e revestimento vegetal, na
Figura 18 segue um exemplo de sarjeta de proteção de corte triangular (BRASIL,
2006).

Figura 18 - Sarjeta de proteção de corte.

Fonte: Brasil, 2006.


37

3.8.5 Sarjetas de aterro

As sarjetas de aterro tem por finalidade recolher ás águas que precipitam sobre
o pavimento, afim de evitar erosão no talude de aterro da pista e no acostamento, é
indicado o uso das sarjetas de aterro quando, trechos onde, a velocidade das águas
provenientes do pavimento, possam causar erosão na borda da plataforma, trechos
que, em conjunto com a terraplanagem, a utilização da sarjeta deixe mais econômico,
possibilitando o aumento da altura do primeiro escalonamento de aterro, em
interseções, ilhas e outros dispositivos onde seja necessário a coleta da drenagem
proveniente dos ramos.
Um tipo de sarjeta de aterro muito usual em rodovias federais, estaduais, em
interseções e em trechos urbanos, é o meio-fio-sarjeta conjugado, na Figura 19
apresenta-se um modelo do meio-fio-sarjeta muito usual no país. (BRASIL, 2006).

Figura 19 - Meio-fio-sarjeta conjugados.

Fonte: Brasil, 2006.

Quando necessário o uso da sarjeta de aterro, o cálculo dela se dá basicamente


pela largura admissível ou comprimento crítico da sarjeta, evitando para que não haja
o transbordamento da via. Entende-se por comprimento crítico da sarjeta como a
distância máxima da qual a sua vazão é inferior à da descarga de projeto, tendo assim
a necessidade de uma descida d’água (BRASIL, 2006).

3.8.6 Descida d’água

As descidas d’água tem por função transportar as águas captadas por outros
dispositivos de drenagem, por taludes de corte e aterro. Posicionada sobre os taludes,
38

seguindo sua declividade e também na interseção do talude com o terreno natural. As


descidas podem ser do tipo em degraus ou rápidas, a escolha entre uma e outra estará
em função da velocidade de escoamento, para que não haja erosão dos taludes, do
terreno natural, da necessidade de quebra de fluxo de água e dos dispositivos de
dissipação (BRASIL, 2006). Na Figura 20 é exemplificado uma descida d’água do tipo
rápida em corte e em planta.

Figura 20 - Descida d'água do tipo rápida.

Fonte: Brasil, 2006.


39

3.8.7 Dissipadores de energia

Os dissipadores são destinados a dissipar energia do fluxo de água, reduzindo


a sua velocidade, tanto no escoamento dentro dos dispositivos de drenagem ou no
desague desses dispositivos de drenagem ao terreno natural. É dividindo em dois
tipos, os dissipadores localizados e os dissipadores contínuos.
A do tipo localizada, tem por função diminuir a velocidade do escoamento
quando a água está saindo de qualquer dispositivo de drenagem para o terreno
natural, afim de evitar erosão, geralmente são utilizadas no pé das descidas d’água
nos aterros, na boca de jusante dos bueiros, e nas saídas de sarjetas de corte nos
pontos de passagem, corte-aterro. Já os dissipadores contínuos têm por objetivo
diminuir a velocidade do escoamento durante o seu percurso, afim de evitar problemas
na estabilidade no corpo estradal. Na Figura 21 é exemplificado um tipo de dissipador
de energia (BRASIL, 2006).

Figura 21 - Dissipador de energia.

Fonte: Brasil, 2006.

3.9 Dimensionamento Hidráulico dos Dispositivos de Drenagem

Segundo Porto (2006), para canais prismáticos ou não prismáticos, é


necessário conhecer alguns parâmetros para descrever geometricamente os canais:
40

a) Área molhada (A) é a área da seção reta do escoamento, normal à direção


do fluxo;
b) Largura de topo (B) é a largura da seção do canal na superfície livre, função
da forma geométrica da seção e da altura da água;
c) Altura hidráulica ou altura média (Hm) é a razão entre a área molhada e a
largura da seção na superfície livre, é a altura de um retângulo de área equivalente a
área molhada;
d) Altura da água (y0) é a distância vertical do ponto mais baixo da seção do
canal até a superfície livre;
e) Perímetro molhado: é o comprimento da parte da fronteira sólida da seção
do canal (fundo e paredes) em contato com o líquido, a superfície livre não faz parte
desse perímetro;
f) Declividade de fundo (I0) é a declividade longitudinal do canal.
A determinação da vazão em um dispositivo de drenagem pode ser dada em
função da declividade média do dispositivo, do raio hidráulico, do coeficiente de
Manning e da área molhada através da equação 4, denominada a equação de
Manning (SÃO PAULO, 2005).

1 2
𝑄 = ∙ 𝑅ℎ3 ∙ √𝐼 ∙ 𝐴𝑚 (4)
𝑛
Onde:
Q = Vazão (m³ s ˉ¹);
𝑅ℎ = Raio hidraulico (m);
I = Declividade média (m m ˉ¹);
𝐴𝑚 = Área Molhada (m²);
n = Coeficiente de Manning.

Esta equação é utilizada para os cálculos de escoamentos livres, observando


a existência do coeficiente n, que é um número adimensional. O coeficiente de
Manning não tem um significado físico determinado, mas é relacionado com o
tamanho da rugosidade oferecida pelas paredes de um conduto hidráulico. O valor do
coeficiente de Manning pode ser determinado através da Tabela 3, de acordo com o
tipo de revestimento de suas paredes (PORTO, 2006).
41

Tabela 3 - Coeficiente de Manning para diferentes tipos de revestimento.


COEFICIENTE DE
REVESTIMENTO DAS PAREDES MANNING
(n)
Superfície de cimento alisado 0,012
Superfície de argamassa de cimento 0,013
Canais com revestimento de concreto 0,014
Tubos de Concreto 0,015
Canais com terra, com vegetação rasteira 0,025
Fonte: Porto, 2006.

3.9.1. Controle de entrada em bueiros

Quando o bueiro está totalmente afogado, diz-se que ele trabalha como orifício.
Para isso deve apresentar a condição abaixo.
𝐻𝑤 ≥ 1,2D ou 𝐻𝑤 ≥ 1,2H
Onde D é o diâmetro para bueiros circulares e H é a altura de bueiros celulares.
Apresentada a condição, a vazão passa a depender da carga hidráulica (𝐻𝑤 ),
sendo ela a diferença de cota dos níveis de água à montante e à jusante,
independente da declividade do bueiro, do seu comprimento e da sua rugosidade
(BRASIL, 2006).
Para Porto (2006), orifício é uma abertura de perímetro fechado com forma
geométrica definida, pelo qual um líquido em repouso ou em movimento pode escoar
por conta da sua energia cinética e/ou potencial. O escoamento por orifício pode
ocorrer pela ação da gravidade, descarga livre, ou para um meio onde está o mesmo
líquido, que é chamada de descarga afogada ou conhecido por orifício submerso.
42

4 METODOLOGIA

4.1 Área de estudo

A área de estudo na Figura 22, compreendeu a bacia de contribuição à


montante da BR-163 entre os Km 545 e Km 546, que está localizada no município de
Bandeirantes-MS e foi escolhida para análise pois já possui a prática do
terraceamento. Segundo o modelo de classificação climática de Köppen (1961) apud
Rubel (2010), cuja diferenciação é feita por megazonas climáticas. O clima na área de
interesse pode ser classificado como pertencente ao tipo “Aw”, assim, trata-se de um
clima tropical com estação chuvosa, de alta pluviosidade, no verão e seca durante o
inverno.

Figura 22 – Localização da bacia em estudo.

Fonte: Mato Grosso do Sul, s.d.


43

5.3.1 Delimitação da bacia

Foi utilizado o software QGIS 2.18, que é um software SIG, cujo projeto de seu
desenvolvimento teve início em fevereiro de 2002 e o lançamento de sua primeira
versão ocorreu em junho do mesmo ano com suporte a numerosos formatos vetoriais,
raster, e bases de dados, além de fornecer uma ampla gama de funções de
geoprocessamento raster e vetorial.
O software serviu para delimitar a área de estudo, visto que nele também foram
confeccionados e manipulados os mapas. O software fornece um número crescente
de capacidades através de suas principais funções e complementos, podendo-se
visualizar, gerenciar, editar, analisar os dados e compor mapas impressos, obter uma
primeira impressão com algumas screenshots e uma lista de recursos mais detalhada.
Após adquirirmos o modelo digital de elevação (MDE) da área, através da
plataforma EarthExplorer, foi feito o processamento do modelo com o uso da
ferramenta QGIS, onde extraíram-se as curvas de nível do terreno para auxiliar na
delimitação da bacia em estudo.

5.3.2 Caracterização morfométrica

O software QGIS 2.18 possibilitou também a visualização da cota da nascente,


exultório, comprimento do talvegue, o que possibilitou o cálculo da declividade do
terreno. Dessa forma, foi possível calcular também o tempo de concentração para a
análise morfométrica da bacia.

5.3.3 Tempo de concentração

O tempo de concentração é o tempo que leva uma gota de água mais distante
até o exultório da bacia. Recomenda-se, para o cálculo do tempo de concentração, a
fórmula “Califórnia Culverts Practice representada pela equação 5.

0,385
𝐿3
𝑡𝑐 = 57 ∙ ( ) (5)
∆ℎ

Onde:
𝑡𝑐 = tempo de concentração (min);
44

𝐿 = Comprimento do curso d’água (Km);


∆ℎ = Desnível do talvegue (m).

5.3.4 Estação Pluviométrica

O posto pluviométrico escolhido está localizado no munícipio de Bandeirantes-


MS, com o código 1954005, pois é o mais perto da bacia em estudo e dessa forma é
o que retrata da melhor maneira as chuvas na bacia.

5.3.5 Vegetação

Através de visita in loco para registro fotográfico, foi feito o levantamento da


vegetação da área em estudo, para que sirva de dado de entrada do software Terraço.

4.2 Dimensionamento do terraceamento

O dimensionamento do terraço apropriado para bacia em estudo foi feito a partir


do software Terraço 4.1. Os dados principais de entrada do software são:
precipitação, canal, terreno, espaçamento entre terraços e solo. Com isso, o software
definiu a altura do camalhão que será apropriado para a área estudada. Nas Figura
23,Figura 24,

Figura 25,Figura 26 eFigura 27 são apresentados os fluxogramas das entradas


de dados do software.

Figura 23 – Fluxograma dos dados de precipitação.

Fonte: Software Terraço 4.1, 2007.

Figura 24 – Fluxograma dos dados do canal.


45

Fonte: Software Terraço 4.1, 2007.

Figura 25 – Fluxograma dos dados do terreno.

Fonte: Software Terraço 4.1, 2007.

Figura 26 – Fluxograma dos dados do espaçamento.

Fonte: Software Terraço 4.1, 2007.

Figura 27 - Fluxograma dos dados do solo.

Fonte: Software Terraço 4.1, 2007.

A infiltração foi obtida através do ensaio do infiltrômetro de anel, composto por


um anel metálico maior, com 20 cm de diâmetro e 40 cm de altura e um anel menor,
com 10 cm de diâmetro e 40 cm de altura, cravados ao solo de maneira concêntrica.
Após a limpeza superficial do solo, cravam-se no solo os cilindros externo e interno a
uma profundidade de 20 cm.
Colocou-se água nos cilindros externo e interno, com leituras realizadas
somente no cilindro interno, pois o externo é utilizado apenas para que seja
neutralizado o efeito da infiltração lateral, sempre tentando manter a altura de água
no cilindro interno com aproximadamente 19 cm em relação ao nível do solo para
manter a carga de água constante. Foram realizadas leituras da altura de água no
46

interior do cilindro interno aos instantes de 0, 1, 3, 5, 10, 15, 25, 35, 50, 65, 95, 125 e
155 minutos (RODRIGUES, 2013).
Para a obtenção dos dados do ensaio realizado em campo foi utilizada uma
tabela como a da Tabela 4.

Tabela 4 - Tabela exemplar para anotação dos dados de ensaio de infiltrômetro.


TESTE DE INFILTRAÇÃO (INFILTRÔMETRO DE ANEL)
TEMPO TEMPO ACUMULADO LEITURA DA DIFERENÇA INFILTRAÇÃO VELOCIDADE DE
HORAS
(min) (mim) RÉGUA (cm) (cm) ACUMULADA (cm) INFILTRAÇÃO (cm/h)
Fonte: Fagundes et al., 2012.

Com os dados obtidos em campo, foi possível a determinação da velocidade


de infiltração (FAGUNDES et al., 2012).

4.3 Projeto de drenagem

As plantas dos projetos foram feitas a partir do software Autocad 2017 versão
estudante. A plataforma da pista existente e toda a topografia da faixa de domínio da
área em estudo foi fornecida pela concessionária que administra a BR-163 em formato
dwg. Foram elaborados dois projetos, sendo um levando em conta a presença do
terraceamento na bacia de contribuição dos dispositivos de drenagem e outro
desconsiderando tal existência.
Os cálculos das vazões de projeto foram feitos seguindo a metodologia do
Método Racional representada pela equação 6, pois é indicado pelo manual de
drenagem do DNIT para áreas menores que 2 Km². Além disso, o tempo de retorno
utilizado para as valetas foram de 10 anos e o do bueiro de 15 anos como também
recomenda o manual do DNIT, para ambos os projetos.

𝐶∙𝐼∙𝐴
𝑄= (6)
6
Onde:
𝑄 = Vazão (m³ sˉ¹);
𝑐 = Coeficiente de escoamento superficial (adimensional);
𝐴 = Área de drenagem (ha);
𝑖 = Intensidade pluviométrica (mm minˉ¹).
47

Para o projeto que avaliou a existência do terraceamento, houve


amortecimento de cheia na vazão do bueiro, causado pelo volume amortecido pelos
terraços, que foram dimensionados para um tempo de retorno de 10 anos. A vazão
amortecida foi utilizada somente no bueiro de talvegue, pois nos outros dispositivos
de drenagem como valetas e sarjetas, foi considerado que a vazão de contribuição
vindas das áreas adjacentes a faixa de domínio, ficariam retidas nos terraços pois os
dispositivos de drenagem superficial foram calculados para uma chuva de 10 anos,
assim como os terraços.
Aplicaram-se, aos estudos topográficos, as áreas de drenagem que contribuem
para a vazão de cada dispositivo, já com o dado de vazão de contribuição, aplicada
ao dispositivo, através da equação 7, com a qual descobre-se a altura de água no
dispositivo.

1 2
𝑄 = ∙ (𝑦 𝑏 (2𝑦 + 𝑏))3 ∙ √𝐼 ∙ 𝑦 𝑏 (7)
𝑛
Onde:
Q = Vazão (m³ s ˉ¹);
𝑏 = Largura da base do canal (m);
I = Declividade média (m m ˉ¹);
y = Altura de água no canal (m);
n = Número de Manning

Para dispositivos com formatos não retangulares, foram aplicadas as


propriedades geométricas adequadas à geometria do dispositivo.
Como indicado pelo Manual de Drenagem Rodoviária do DNIT os bueiros foram
calculados como canal para um TR de 15 anos e como orifício para um TR de 25 para
que fosse verificada a carga hidráulica dos bueiros.
. A vazão através do bueiro trabalhando como orifício é calculada a partir da
equação 8 (SÃO PAULO, 2006).

𝑄 = 𝐶𝑑 ∙ 𝐴 ∙ √2𝑔 ∙ ℎ (8)

Sendo:
Q = Vazão;
48

Cd= coeficiente de descarga (0,6);


A = Área da seção transversal do tubo;
g = Aceleração da gravidade;
h = Diferença entre as cotas do nível d’água e o eixo do bueiro

4.4 Comparação econômica entre os dois projetos

Com os projetos concebidos foram realizados os orçamentos para a


implementação dos dispositivos de drenagem e bueiros através da planilha do
Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO), disponibilizada no site do DNIT
de forma gratuita, com o objetivo de estabelecer os melhores parâmetros para auxiliar
na elaboração de orçamentos rodoviários.
Os cálculos foram realizados a partir da quantificação dos dispositivos de
drenagem, multiplicando-os pelo seu valor unitário previsto na SICRO para cada
dispositivo, identificados cada um pelo código de referência no sistema de custos
referenciais de obras.
49

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Área de estudo

Tendo a área de estudo sido delimitada com o auxílio do software QGIS.


Através das informações contidas na tabela de atributos e valor das cotas das curvas
de nível, obteve-se os seguintes dados, conforme a Tabela 5, que compõem a análise
morfométrica da bacia de contribuição, à montante da BR-163.

Tabela 5 - Dados morfométricos da bacia


Bacia da área de estudo
Características Valor
Área da bacia (Km²) 0.5511
Extensão do talvegue (m) 870.88
Cota da nascente (m) 649
Cota do exultório (m) 607.56
Declividade (%) 4.76
Fonte: Autores, 2017.

Com os dados da Tabela 5, calculou-se o tempo de concentração (tc) da bacia


através da equação 5, encontrando para a bacia um tc de 11,58 minutos. Para o
dimensionamento da drenagem rodoviária e do terraceamento, utilizou-se da equação
9, afim de calcular a intensidade pluviométrica da região, cuja as variáveis da IDF são
mostradas na Tabela 6.

𝑎 ∙ 𝑇𝑅 𝑏
𝑖= (9)
(𝑡 + 𝑐 ) 𝑑

Sendo a, b, c, e d, parâmetros determinados para cada local, parâmetros esses


gerados por dados estatísticos, i é a intensidade pluviométrica, expressa em mm h-1 ;
TR é o tempo de retorno, apresentado em anos e t é o tempo de duração da chuva
em minuto.

Tabela 6 - Variáveis da IDF para a estação pluviométrica 1954005


Variáveis Valores
a= 933.0394
b= 0.1644
c= 10
d= 0.7419
Fonte: Glenio et al., 2009.
50

O método racional considera que o tempo de chuva é igual ao tempo de


concentração, então para a área de estudo t é igual a 11,58 minutos.
Na Tabela 7, estão apresentados os valores obtidos das máximas intensidades
de chuvas com a IDF do posto pluviométrico, código 1954005, com duração entre 5 e
1440 minutos, e períodos de retorno de 10, 20, 25, 50 e 100 anos.

Tabela 7 - Dados de intensidade pluviométrica


Intensidade pluviométrica (mm.min-1)
Duração Período de recorrência (anos)
(min) 10 20 25 50 100
5 3.045 3.413 3.540 3.968 4.446
10 2.460 2.757 2.860 3.205 3.592
15 2.085 2.336 2.423 2.716 3.044
20 1.821 2.041 2.117 2.372 2.659
25 1.624 1.820 1.888 2.116 2.371
30 1.471 1.648 1.710 1.916 2.148
60 0.971 1.088 1.129 1.265 1.418
120 0.613 0.688 0.713 0.799 0.896
240 0.378 0.423 0.439 0.492 0.551
360 0.282 0.316 0.328 0.368 0.412
480 0.229 0.257 0.267 0.299 0.335
540 0.210 0.236 0.245 0.274 0.307
600 0.195 0.218 0.227 0.254 0.285
660 0.182 0.204 0.211 0.237 0.265
720 0.171 0.191 0.198 0.222 0.249
780 0.161 0.180 0.187 0.210 0.235
840 0.152 0.171 0.177 0.198 0.222
900 0.145 0.162 0.168 0.189 0.211
960 0.138 0.155 0.161 0.180 0.202
1020 0.132 0.148 0.154 0.172 0.193
1080 0.127 0.142 0.147 0.165 0.185
1140 0.122 0.136 0.142 0.159 0.178
1200 0.117 0.131 0.136 0.153 0.171
1260 0.113 0.127 0.131 0.147 0.165
1320 0.109 0.122 0.127 0.142 0.160
1380 0.106 0.119 0.123 0.138 0.154
1440 0.103 0.115 0.119 0.134 0.150
Fonte: Glenio et al., 2009.

Após a realização de uma visita in loco no dia 07 de setembro, para a


realização do ensaio de infiltrômetro de anel e registro fotográfico, pode se observar
que na bacia, a ocupação predominante é a de pastagem, para uso pecuário como
mostra a Figura 28.
51

Figura 28 – Uso e ocupação da área estudada

Fonte: Autores, 2017.

Também pode-se observar por testes táteis visuais, que o tipo de solo na região
tem características argilosas. E, com os dados obtidos na Tabela 5, onde mostra uma
declividade média calculada na bacia de 4.76%, pode-se concluir através da Tabela 2
que o coeficiente de deflúvio estaria no intervalo de 0.18 a 0.22, onde para o projeto
em áreas externas, foi adotado o valor de 0.22.

5.2 Dimensionamento do terraceamento

Os dados de entrada utilizados no software Terraço 4.1 para a definição da


melhor altura do camalhão e de sua secção transversal real, são mostrados na Tabela
8.
52

Tabela 8 - Dados de entrada do software Terraço 4.1


Dados Valor
Dados da Precipitação
Tempo de Retorno 10 anos
Variáveis da IDF Ver Tabela 7

Dados do canal
Declividade do terreno (St) 0.0476 m/m
Declividade do camalhão (Sm) 0.221 m/m

Dados do terreno
Declividade do terreno = 0.0476 m/m

Dados do Espaçamento
Método Lombardi Neto
Espaçamento Horizontal = 55.91 m
Espaçamento Vertical = 0.56 m

Dados de Infiltração
Taxa de infiltração estável = 13.00 mm/h
Fonte: Autores, 2017

A taxa de infiltração estável foi calculada a partir dos dados obtidos no ensaio
do infiltrômetro de anel, realizados próximo à rodovia na área em estudo, cujo os
valores encontrados estão na Tabela 9.

Tabela 9 - Dados do ensaio do infiltrômetro de anel


Taxa de infiltração (Infiltrômetro de anel)
Tempo Tempo acumulado Leitura da Diferença Infiltração Velocidade de
Horário
(min) (mim) régua (cm) (cm) acumulada (cm) infiltração (cm.h-1)
08:02 0 0 14.5 0 0 0
08:03 1 1 14.3 0.2 0.2 12
08:05 2 3 14.05 0.25 0.45 7.5
08:07 2 5 13.85 0.2 0.65 6
08:12 5 10 13.55 0.3 0.95 3.6
08:17 5 15 13.25 0.3 1.25 3.6
08:27 10 25 12.9 0.35 1.6 2.1
08:37 10 35 12.5 0.4 2 2.4
08:52 15 50 12.15 0.35 2.35 1.4
09:07 15 65 11.7 0.45 2.8 1.8
09:37 30 95 11.2 0.5 3.3 1
10:07 30 125 10.55 0.65 3.95 1.3
10:37 30 155 9.9 0.65 4.6 1.3
11:07 30 185 9.25 0.65 5.25 1.3
Fonte: Autores, 2017.
53

A partir dos dados de entrada do software, a altura do camalhão recomendada


para a execução do terraço foi de 68,4 cm de altura, considerando a desuniformidade
da secção transversal do terraço, pois a mesma não tem uma geometria definida, visto
que é construída por máquinas agrícolas que não permitem um controle rigoroso de
sua execução.

5.3 Dimensionamento do projeto de drenagem

O dimensionamento dos dispositivos foi feito em planilhas do Microsoft Excel


elaboradas pelos autores, e as memórias de cálculos dos dois projetos propostos no
trabalho seguem nos itens abaixo.

5.4.1 Projeto de drenagem sem terraceamento na bacia de contribuição

Na Tabela 10, está representada a memória de cálculo das valetas necessárias


ao dimensionamento do projeto de drenagem. Iniciando-se na estaca 3+8.500, para
captar a água proveniente do corte mais à montante com uma valeta de proteção de
aterro 4 (VPA04) prosseguindo no pé do aterro recolhendo às águas provenientes dos
meios-fios de concreto (MFC01) através das descidas d’água,e às águas provenientes
das áreas externas até chegar na estaca 14+0.000, onde aumentou sua dimensão se
transformando em uma VPA03, que continuou até à estaca 16+12.500, onde situa-se
o bueiro de grota. Na estaca 29+5.000 iniciou-se com uma VPA04 prosseguindo
também até à estaca 16+12.500, também recolhendo águas vindas dos MFC’s.

Tabela 10 – Memória de cálculo de drenagem "valetas"


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO PARÂMETROS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO

DISPOSITIVOS A (A*C) Tc i Q L j Y Y/D V


ESTACA INICIAL ESTACA FINAL C (A*C) -1 -1 -1 -1
ha Acum. min mm.min m³.s m m.m m m m.s

DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA PLATAFORMA-VALETAS DE ESCOAMENTO


VPA04 3 +8.500 (E.BR-163) 10 +0.000 (E.BR-163) 1.44 0.22 0.32 0.45 7.56 2.710 0.205 117.50 0.033 0.12 0.41 2.33
VPA04 10 +0.000 (E.BR-163) 14 +0.000 (E.BR-163) 0.33 0.39 0.13 0.58 8.09 2.651 0.257 80.00 0.022 0.16 0.52 2.17
VPA03 14 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.17 0.41 0.07 0.65 8.53 2.604 0.283 38.00 0.005 0.19 0.64 1.24
VPA03 16 +0.000 (E.BR-163) 16 +12.500 (E.BR-163) 0.49 0.29 0.14 0.79 8.93 2.562 0.338 13.50 0.005 0.21 0.71 1.31
VPA04 29 +5.000 (E.BR-163) 18 +0.000 (E.BR-163) 3.04 0.24 0.72 0.77 6.56 2.830 0.363 266.00 0.033 0.17 0.57 2.78
VPA04 18 +0.000 (E.BR-163) 16 +12.500 (E.BR-163) 0.36 0.36 0.13 0.90 7.76 2.687 0.402 25.50 0.040 0.17 0.57 3.06
LEGENDA:
- A - área de drenagem - C - coef. de escoamento superficial - Tc - tempo de concentração - i - intensidade da chuva de projeto - Q - vazão de projeto
Fonte: Autores, 2017.

Na Tabela 11, mostra-se a memória de cálculo das sarjetas que foram


necessárias para captar às águas do talude e da rodovia, começando na estaca
54

0+0.000 com uma sarjeta trapezoidal de grama 3 (STG03) até à estaca 1+0.000, onde
teve a necessidade de aumentar a sua seção, evoluindo para uma STG02 e por último
uma STC02, antes de depositar o escoamento em uma VPA04 na estaca 3+8.500,
isso para que seja evitada erosão no desague da sarjeta para a valeta. Na estaca
32+16.365, iniciou-se uma STG03 que foi até a estaca 30+6.500, onde passou a ter o
revestimento de concreto (STC03) até à estaca 29+5.000, em seguida desaguou em
uma valeta de proteção de aterro (VPA04).

Tabela 11 - Memória de cálculo de drenagem "sarjetas"


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO PARÂMETROS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO

DISPOSITIVOS A (A*C) Tc i Q L j Y Y/D V


ESTACA INICIAL ESTACA FINAL C (A*C) -1 -1 -1 -1
ha Acum. min mm.min m³.s m m.m m m m.s

DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA PLATAFORMA-SARJETAS DE CORTE E ATERRO


STG03 0 +0.000 (E.BR-163) 1 +0.000 (E.BR-163) 0.23 0.27 0.06 0.06 5.00 3.045 0.031 20.00 0.005 0.27 0.89 0.32
STG02 1 +0.000 (E.BR-163) 2 +5.500 (E.BR-163) 0.17 0.30 0.05 0.11 5.95 2.909 0.053 25.50 0.005 0.30 0.99 0.36
STC02 2 +5.500 (E.BR-163) 3 +8.500 (E.BR-163) 0.06 0.40 0.03 0.14 7.12 2.760 0.062 29.00 0.005 0.21 0.69 0.87
STG03 32 +16.365 (E.BR-163) 30 +6.500 (E.BR-163) 0.06 0.61 0.04 0.04 5.00 3.045 0.018 71.50 0.025 0.16 0.53 0.53
STC03 30 +6.500 (E.BR-163) 29 +5.000 (E.BR-163) 0.03 0.56 0.02 0.05 6.46 2.842 0.025 21.50 0.060 0.10 0.34 1.80
LEGENDA:
- A - área de drenagem - C - coef. de escoamento superficial - Tc - tempo de concentração - i - intensidade da chuva de projeto - Q - vazão de projeto
Fonte: Autores, 2017.

Já na Tabela 12, está apresentada a memória de cálculo do bueiro de grota


calculado como canal pelo método de Manning, com chuva de projeto de 15 anos, no
projeto drenagem que consta no apêndice A, levando em conta que na área de
contribuição externa está sendo desconsiderada a existência de terraceamento.

Tabela 12 - Memória de cálculo de drenagem "bueiros de grota"


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO PARÂMETROS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO SEÇÃO CAUDAL DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO


DISPOSITIVOS A (A*C) Tc i Q D TAL L j Y Y/D V
ESTACA INICIAL ESTACA FINAL C (A*C) TIPO B RUG.
-1 -1
ha Acum. min mm.min m³.s m (H:V) m m.m-1 m m m.s-1
DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA PLATAFORMA-BUEIRO DE GREIDE
BSTC 16 +12.500 (E.BR-163) 16 +12.500 (E.BR-163) 55.11 0.23 12.43 12.43 11.58 2.49 5.148 BSTC 1.5 - - 0.013 34 0.01 0.950 0.63 4.36
LEGENDA:
- A - área de drenagem - C - coef. de escoamento superficial - Tc - tempo de concentração - i - intensidade da chuva de projeto - Q - vazão de projeto

Fonte: Autores, 2017.

Para o bueiro também houve a necessidade de verificação da carga hidráulica,


usando a equação 8, sendo o bueiro de 1,50m. A verificação foi para uma vazão
gerada por uma chuva com TR de 25 anos. A Tabela 13, mostra a planilha de cálculo
do controle de entrada.
55

Tabela 13 - Controle de carga no bueiro.


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO VARIAVEIS DA EQUAÇÃO

DISPOSITIVOS
Q
ESTACA INICIAL ESTACA FINAL Cd D A g h
(TR25)

VERIFICAÇÃO DE CARGA HIDRAULICA

BSTC 16 +12.000 (E.BR-163) 16 +12.000 (E.BR-163) 0.60 1.50 1.77 9.81 2.843 5.600

Fonte: Autores, 2017.

Com isso, pode se verificar uma carga (h) de 2,843m o que gera uma lâmina
d’água de 3.593 m a partir do terreno natural, o que para esta localidade não é um
problema, pois o talude de aterro tem uma altura de aproximadamente 5,00 m.
O dimensionamento dos meio-fio de concreto (MFC01) é dado pela capacidade
de vias, que consiste em examinar a largura de alagamento da sarjeta, na Tabela 14,
podemos verificar a largura de alagamento, a altura da lamina d’água (y), entre outras
variáveis do escoamento como velocidade e vazão.

Tabela 14 - Capacidade de vias


Capacidade de vias
TEMPO DE INTENSIDADE VAZÃO DECLIVID. LARGURA DECLIVIDAD
LOCALIZAÇÃO
Dispositivo ÁREA C CONCENTRAÇÃ PLUVIOMÉTRIC Q LONGITUD ALAGAMEN TRANSV. y VELOCIDAD
(ha)
INICIAL FINAL tc (min) i (mm.min-1) (m³.s-1) (m.m-1) (m) (m.m-1) (m) (m.s-1)

MFC01 3 +11.000 (E.BR-163) 10 +0.000 (E.BR-163) 0.09 0.90 5.00 3.045 0.040 0.0250 1.29 0.03 0.07 1.17

MFC01 10 +0.000 (E.BR-163) 14 +0.000 (E.BR-163) 0.05 0.90 5.00 3.045 0.024 0.0080 1.32 0.03 0.07 0.67

MFC01 14 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.03 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0080 0.79 0.03 0.06 0.60

MFC01 18 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.03 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0125 0.65 0.03 0.05 0.73

MFC01 23 +15.500 (E.BR-163) 18 +0.000 (E.BR-163) 0.08 0.90 5.00 3.045 0.034 0.0250 1.16 0.03 0.07 1.15

MFC01 9 +0.000 (E.BR-163) 14 +0.000 (E.BR-163) 0.06 0.90 5.00 3.045 0.028 0.0080 1.45 0.03 0.08 0.68

MFC01 14 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.02 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0080 0.78 0.03 0.06 0.60

MFC01 18 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.02 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0125 0.63 0.03 0.05 0.72

MFC01 21 +0.000 (E.BR-163) 18 +0.000 (E.BR-163) 0.04 0.90 5.00 3.045 0.017 0.0250 0.69 0.03 0.05 1.04

MFC01 25 +0.000 (E.BR-163) 21 +0.000 (E.BR-163) 0.05 0.90 5.00 3.045 0.023 0.0180 1.01 0.03 0.06 0.95

Fonte: Autores, 2017.

5.4.2 Projeto de drenagem com terraceamento na bacia de contribuição

Assim como no projeto sem a presença de terraceamento houve valeta


correndo paralela à pista no lado à montante da bacia, porém com dimensões
menores, devido ao fato das áreas adjacentes à faixa de domínio estarem sendo
consideradas às águas como retidas no terraceamento, como se pode observar na
Tabela 15.
56

Tabela 15 - Memória de cálculo de drenagem "valetas"


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO PARÂMETROS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO


DISPOSITIVOS A (A*C) Tc i Q L j Y Y/D V
ESTACA INICIAL ESTACA FINAL C (A*C) -1 -1 -1 -1
ha Acum. min mm.min m³.s m m.m m m m.s
DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA PLATAFORMA-VALETAS DE ESCOAMENTO

VPA04 3 +8.500 (E.BR-163) 10 +0.000 (E.BR-163) 0.41 0.22 0.09 0.18 8.05 2.655 0.080 131.00 0.033 0.07 0.23 1.71
VPA04 10 +0.000 (E.BR-163) 14 +0.000 (E.BR-163) 0.31 0.42 0.13 0.31 8.64 2.592 0.134 80.00 0.020 0.11 0.37 1.72
VPA04 14 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.17 0.44 0.08 0.39 9.10 2.546 0.164 38.00 0.020 0.12 0.41 1.83
VPA04 16 +0.000 (E.BR-163) 16 +12.500 (E.BR-163) 0.10 0.60 0.06 0.44 9.32 2.524 0.187 13.50 0.020 0.13 0.45 1.91
VPA04 29 +5.000 (E.BR-163) 18 +0.000 (E.BR-163) 0.80 0.22 0.18 0.23 6.12 2.887 0.110 226.50 0.330 0.04 0.14 4.04
VPA04 18 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.24 0.66 0.16 0.16 5.00 3.045 0.080 24.00 0.400 0.03 0.11 3.83
LEGENDA:
- A - área de drenagem - C - coef. de escoamento superficial - Tc - tempo de concentração - i - intensidade da chuva de projeto - Q - vazão de projeto
Fonte: Autores, 2017.

Também nos cortes, assim como no projeto anterior existe STG’s e STC’s
durante os cortes e depois fazendo o deságue em valetas de aterro, assim como
mostrado na Tabela 16.

Tabela 16 - Memória de cálculo de drenagem "sarjetas"


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO PARÂMETROS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO

DISPOSITIVOS A (A*C) Tc i Q L j Y Y/D V


ESTACA INICIAL ESTACA FINAL C (A*C) -1 -1 -1 -1
ha Acum. min mm.min m³.s m m.m m m m.s

DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA PLATAFORMA-SARJETAS DE CORTE E ATERRO

STG03 0 +0.000 (E.BR-163) 2 +5.500 (E.BR-163) 0.19 0.34 0.06 0.06 5.00 3.045 0.033 45.50 0.004 0.29 0.97 0.29
STC03 2 +5.500 (E.BR-163) 3 +8.500 (E.BR-163) 0.06 0.39 0.03 0.09 7.59 2.705 0.040 29.00 0.005 0.19 0.65 0.80
STG03 32 +16.365 (E.BR-163) 30 +6.500 (E.BR-163) 0.06 0.61 0.04 0.04 5.00 3.045 0.018 50.00 0.025 0.16 0.53 0.53
STC03 30 +6.500 (E.BR-163) 29 +5.000 (E.BR-163) 0.03 0.56 0.02 0.05 6.02 2.900 0.025 21.50 0.060 0.10 0.34 1.81
LEGENDA:
- A - área de drenagem - C - coef. de escoamento superficial - Tc - tempo de concentração - i - intensidade da chuva de projeto - Q - vazão de projeto
Fonte: Autores, 2017.

Para o cálculo do bueiro nesse projeto foi considerado o amortecimento de


vazão, devido a existência do terraceamento, sendo a vazão de entrada para cálculo
do bueiro por Manning gerada por uma chuva com TR de 15 anos, e o sistema de
terraceamento dimensionado para um TR de 10 anos, como mostra a Figura 29.

Figura 29 - Hidrograma de amortecimento de vazão para TR de 15 anos.

Fonte: Autores, 2017.

Com isso o valor da vazão para o bueiro para o cálculo por Manning sera de
2,02 m³ s-1, como mostra na Tabela 17.
57

Tabela 17 - Memória de cálculo de drenagem "bueiros de grota"


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO PARÂMETROS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO SEÇÃO CAUDAL DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO

DISPOSITIVOS A (A*C) Tc i Q D L j Y Y/D V


ESTACA INICIAL ESTACA FINAL C (A*C) TIPO RUG.
ha Acum. min mm.min-1 m³.s-1 m m m.m-1 m m m.s-1

DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL DA PLATAFORMA-BUEIRO DE GREIDE

BSTC 16 +12.500 (E.BR-163) 16 +12.500 (E.BR-163) 55.11 0.22 12.12 12.12 11.58 2.32 2.020 BSTC 1 0.013 34 0.01 0.703 0.703 3.42
LEGENDA:
- A - área de drenagem - C - coef. de escoamento superficial - C - coef. de escoamento superficial - i - intensidade da chuva de projeto - Q - vazão de projeto
Fonte: Autores, 2017.

Para este bueiro também foi verificada a carga hidráulica, com vazão gerada
por uma chuva de projeto de 25 anos, com isso teve-se que gerar um amortecimento
também para TR de 10 como mostra a Figura 30.

Figura 30 - Hidrograma de amortecimento de vazão para TR de 25 anos.

Fonte: Autores, 2017.

Com isso para controle de carga a vazão de projeto é de 2,33 m³ s-1, na Tabela
18 esta apresentado os resultados, e também é vista a normalidade para a carga a
montante do bueiro.

Tabela 18 - Controle de carga no bueiro.


PLANILHA DE CÁLCULO DE DRENAGEM SUPERFICIAL

LOCALIZAÇÃO VARIAVEIS DA EQUAÇÃO


DISPOSITIVOS
Q
ESTACA INICIAL ESTACA FINAL Cd D A g h
(TR25)
VERIFICAÇÃO DE CARGA HIDRAULICA

BSTC 16 +12.000 (E.BR-163) 16 +12.000 (E.BR-163) 0.60 1.00 0.79 9.81 2.492 2.330

Fonte: Autores, 2017.

O dimensionamento dos meios-fios de concreto (MFC01) do segundo projeto


segue na Tabela 19, pode-se perceber uma semelhança no dimensionamento, pois
nos dois projetos as áreas de contribuição para as sarjetas são iguais.
58

Tabela 19 - Capacidade de Vias


Capacidade de vias
TEMPO DE INTENSIDADE VAZÃO DECLIVID. LARGURA DECLIVIDAD
LOCALIZAÇÃO
Dispositivo ÁREA C CONCENTRAÇÃ PLUVIOMÉTRIC Q LONGITUD ALAGAMEN TRANSV. y VELOCIDAD
(ha)
INICIAL FINAL tc (min) i (mm.min-1) -1
(m³.s ) (m.m-1) (m) (m.m-1) (m) (m.s-1)

MFC01 3 +11.000 (E.BR-163) 10 +0.000 (E.BR-163) 0.09 0.90 5.00 3.045 0.040 0.0250 1.29 0.03 0.07 1.17

MFC01 10 +0.000 (E.BR-163) 14 +0.000 (E.BR-163) 0.05 0.90 5.00 3.045 0.024 0.0080 1.32 0.03 0.07 0.67

MFC01 14 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.03 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0080 0.79 0.03 0.06 0.60

MFC01 18 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.03 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0125 0.65 0.03 0.05 0.73

MFC01 23 +15.500 (E.BR-163) 18 +0.000 (E.BR-163) 0.08 0.90 5.00 3.045 0.034 0.0250 1.16 0.03 0.07 1.15

MFC01 9 +0.000 (E.BR-163) 14 +0.000 (E.BR-163) 0.06 0.90 5.00 3.045 0.028 0.0080 1.45 0.03 0.08 0.68

MFC01 14 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.02 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0080 0.78 0.03 0.06 0.60

MFC01 18 +0.000 (E.BR-163) 16 +0.000 (E.BR-163) 0.02 0.90 5.00 3.045 0.011 0.0125 0.63 0.03 0.05 0.72

MFC01 21 +0.000 (E.BR-163) 18 +0.000 (E.BR-163) 0.04 0.90 5.00 3.045 0.017 0.0250 0.69 0.03 0.05 1.04

MFC01 25 +0.000 (E.BR-163) 21 +0.000 (E.BR-163) 0.05 0.90 5.00 3.045 0.023 0.0180 1.01 0.03 0.06 0.95

Fonte: Autores, 2017.

5.4 Orçamento dos projetos de drenagem

Abaixo estão apresentados em tabelas, os valores unitários e o valor final dos


dispositivos projetados, gerando assim os orçamentos para ambos projetos.

5.4.1 Orçamento do projeto de drenagem sem terraceamento na bacia de


contribuição.

O orçamento gerado após a quantificação do projeto de drenagem está


discriminado na Tabela 20, onde todos os dispositivos utilizados são mostrados com
suas respectivas quantidades, valores unitários e preço total.

Tabela 20 - Orçamento do projeto preliminar de drenagem sem o terraceamento


Código Discriminação Un Quantidades Preço Unitário (R$) Preço Total (R$)
1 A 01 401 01 Forma comum de madeira m2 34.00 66.62 2 265.08
1 A 01 512 10 Concreto ciclópico fck=15 MPa m3 21.90 190.92 4 180.38
2 S 03 940 01 Reaterro e compactação m3 1101.22 27.60 30 393.70
2 S 04 101 03 Boca BSTC D=1,00m normal und 1.00 2 389.92 2 389.92
2 S 04 101 05 Boca BSTC D=1,50m normal und 1.00 5 886.02 5 886.02
2 S 04 401 03 Valeta prot.aterro c/revest. concreto VPA 03 m 51.50 106.04 5 461.06
2 S 04 401 04 Valeta prot.aterro c/revest. concreto VPA 04 m 489.00 80.08 39 159.12
2 S 04 900 02 Sarjeta triangular de concreto STC 02 m 29.00 40.50 1 174.50
2 S 04 900 03 Sarjeta triangular de concreto STC 03 m 21.50 35.01 752.72
2 S 04 900 32 Sarjeta triangular de grama STG 02 m 25.50 27.02 689.01
2 S 04 900 33 Sarjeta triangular de grama STG 03 m 91.50 23.32 2 133.78
2 S 04 910 01 Meio fio de concreto MFC 01 m 707.00 59.68 42 193.76
2 S 04 940 03 Descida d'água tipo rap. canal retang.DAR 03 m 107.00 128.64 13 764.48
2 S 04 942 01 Entrada d'água EDA 01 und 6.00 41.32 247.92
2 S 04 942 02 Entrada d'água EDA 02 und 2.00 48.52 97.04
2 S 04 950 21 Dissipador de energia DEB 01 und 4.00 265.48 1 061.92
2 S 04 950 27 Dissipador de energia DEB 07 und 1.00 2 794.43 2 794.43
3 S 08 302 17 Assent.de tubo D=1,50m PA-2 comerc-junta rigida M m 34.00 709.64 24 127.76
TOTAL 357 545.20
Fonte: SICRO, s.d.
59

5.4.2 Orçamento do projeto de drenagem com terraceamento na bacia de


contribuição

No projeto com a presença do terraceamento, foi possível uma redução no


tamanho dos dispositivos de drenagem, devido ao amortecimento da vazão causado
pelo sistema de terraceamento. Na Tabela 21, são apresentados os valores do
orçamento.

Tabela 21 - Orçamento do projeto preliminar de drenagem com o terraceamento


Código Discriminação Un Quantidades Preço Unitário (R$) Preço Total (R$)
1 A 01 401 01 Forma comum de madeira m2 27.20 66.62 1 812.06
1 A 01 512 10 Concreto ciclópico fck=15 MPa m3 13.67 190.92 2 609.49
2 S 03 940 01 Reaterro e compactação m3 1266.08 27.60 34 943.77
2 S 04 101 03 Boca BSTC D=1,00m normal und 2.00 2 389.92 4 779.84
2 S 04 401 04 Valeta prot.aterro c/revest. concreto VPA 04 m 513.00 80.08 41 081.04
2 S 04 900 03 Sarjeta triangular de concreto STC 03 m 50.50 35.01 1 768.01
2 S 04 900 33 Sarjeta triangular de grama STG 03 m 95.50 23.32 2 227.06
2 S 04 910 01 Meio fio de concreto MFC 01 m 707.00 59.68 42 193.76
2 S 04 940 03 Descida d'água tipo rap. canal retang.DAR 03 m 107.00 128.64 13 764.48
2 S 04 942 01 Entrada d'água EDA 01 und 6.00 41.32 247.92
2 S 04 942 02 Entrada d'água EDA 02 und 2.00 48.52 97.04
2 S 04 950 21 Dissipador de energia DEB 01 und 4.00 265.48 1 061.92
2 S 04 950 25 Dissipador de energia DEB 05 und 1.00 2 682.41 2 682.41
3 S 08 302 15 Assent.de tubo D=1,00m PA-2 comerc-junta rigida M m 34.00 336.22 11 431.48
TOTAL 321 400.56
Fonte: SICRO, s.d.

A diferença entre os dois projetos de drenagem, aponta uma redução de R$


36.144,64. Resultado esse alcançado, através da redução no tamanho dos
dispositivos e também no diâmetro do bueiro necessário para dar vazão a todo o
escoamento.
60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos orçamentos realizados em ambos os projetos, é possível observar uma


redução no custo do projeto de drenagem com a presença do terraceamento de
11,25% em relação ao projeto sem o terraceamento na bacia de contribuição. Tal
resultado foi possível, pois houve uma diminuição no tamanho dos dispositivos de
drenagem causado pela retenção do escoamento superficial na bacia de contribuição
fora da faixa de domínio.
Com isso, evidencia-se a necessidade de medidas público-privada que incentivem
os agricultores a adotarem a prática do terraceamento e também sua manutenção em
suas propriedades. Dessa forma, os projetistas de drenagem rodoviária terão
segurança ao considerar em seus cálculos a presença do terraceamento, pois durante
o projeto pode existir a medida conservacionista e após alguns anos ela pode não
existir mais. Com isso, todo o escoamento irá contribuir para os dispositivos de
drenagem, o que pode torna-los ineficazes.
Para trabalhos posteriores recomendamos a utilização de outros métodos de
cálculo de vazão. Além disso, sugerimos utilizar dispositivos de drenagem de outros
departamentos de estradas, como o DER-SP, com o objetivo de reduzir o tamanho
dos dispositivos, pois os dispositivos padrão do DNIT são grandes, quando
comparados à outras instituições de estradas. Também pode ser estudado um manual
de drenagem próprio para Mato Grosso do Sul, onde contemple às características
hidrológicas e climáticas da região.
61

REFERÊNCIAS

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Brasília: ANA, 2012.

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64

APÊNDICE A – PROJETO PRELIMINAR DE DRENAGEM SEM A PRESENÇA DE


TERRACEAMENTO NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO
65

APÊNDICE B – PROJETO PRELIMINAR DE DRENAGEM COM A PRESENÇA DE


TERRACEAMENTO NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO
66

APÊNDICE C – DETALHES COMPLEMENTARES I


67

APÊNDICE D – DETALHES COMPLEMENTARES II

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