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Distribuição de Energia Elétrica

Aula 03
Planejamento de Sistemas de Distribuição
Parte I – Estudo de carga
Material baseado em: Introdução aos Sistemas de Distribuição em Energia Elétrica, Nelson Kagan, 2010
Electric Power Distribution Engineering, Turan Gonen, 3º edition, 2014
Apostila de distribuição de energia elétrica, Fernando Monteiro, UNB, 2006

Prof. Gustavo Dill


gkdill@hotmail.com

Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill


Estudo de cargas
▪ Demanda média (Dmed)
▪ Média da potência elétricas ativa, solicitada ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em
operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado, expressa em
quilowatts (kW)
σ𝑡𝑓
𝑡𝑖 𝑃𝑒. 𝑡𝑛
Onde, 𝐷𝑚𝑒𝑑 =
“tf” é o tempo final do período de uma amostra (𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 )
“ti” é o tempo inicial do período de uma amostra
“tn” é o período de tempo em que os equipamentos, em uso, consumiram energia dentro do período de tempo final e inicial
“Pe” é a potência elétrica ativa dos equipamentos em uso

▪ Demanda Máxima (Dmax)


▪ Maior de todas as demandas que ocorreram num período com intervalo de tempo especificado.
▪ Este período pode ser o máximo diário, semanal, mensal, anual, etc...
▪ O intervalo pode ser 15, 30, 60 minutos
Onde,
𝐷𝑚𝑎𝑥 = 𝑃𝑒(𝑡𝑚 ) “tm” representa o instante de tempo em que ocorre a demanda máxima no período analisado

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Exemplo: Estudo de carga
▪ Fixação dos conceitos
▪ Dmed = 0,667 p.u.
▪ Dmax (20h) = 0,810 p.u.
▪ Dmax (20:15) = 0,822 p.u.
Δt=15min

Δt=15min

Δt=1h
Δt=1h

Δt=1h

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Estudo de carga
Será a demanda máxima de um conjunto de consumidores, a
soma das demandas máximas individuais de cada um?

▪ Demanda Diversificada (Ddiv)


▪ Soma das potências individuais de um conjunto de cargas ou grupo de consumidores, utilizadas em um
mesmo instante de tempo “ta”
𝑔
Onde,
𝐷𝑑𝑖𝑣 = ෍ 𝐷𝑗 (𝑡𝑎 ) “j” representa o número de consumidores ligados a um alimentador
𝑗=1

▪ A demanda máxima diversificada coincidente corresponde ao instante “ta” em que ocorre


a demanda máxima do conjunto
▪ A demanda máxima não coincidente corresponde ao instante de tempo em que ocorre a
demanda máxima de um consumidor ou grupo de cargas
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Exemplo 1
1200
1100

▪ Considere um alimentador 1000


900
Demanda comercial

Demanda (kW)
composto por cargas de iluminação
800
700
600

pública, residenciais e comerciais 500


400

cujas demandas são representadas 300


200
100
pelas curvas demanda x tempo. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

▪ Determine: Tempo (h)


Demanda residencial
▪ A curva de demanda do conjunto 1000

▪ A demanda máxima coincidente do


900

Demanda (kW)
800
700
conjunto 600
500

▪ A demanda máxima não coincidente 400


300

de cada grupo de consumidores 200


100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Demanda (kW) Tempo (h)
300
Demanda iluminação pública
100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Tempo (h)
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Exemplo 1 - Solução
▪ Fixação dos conceitos
▪ Dmax_ncoic_residencial = 100kW (entre 19-21h)
▪ Dmax_ncoic_comercial = 1200kW (entre 12-17h)
▪ Dmax_ncoic_iluminação = 100kW (entre 1-7h e 18-24h)

▪ Dmax_coinc = 1800kW (entre 16-17h)

1800
1600

1400
Demanda (kW)

1200

1000

800

600

400

200

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Tempo (h)

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Estudo de carga
▪ Fator de Demanda (Fd)
▪ É a relação entre a demanda máxima e a potência instalada de um consumidor ou grupo de cargas da
unidade consumidora
▪ Indica o % de uso da potência da instalação
▪ Fator de demanda acima de 1 indica que a unidade consumidora opera com sobrecarga
𝐷𝑚𝑎𝑥 Onde,
𝐹𝑑 = “Ci” a potência instalada
𝐶𝑖
▪ Fator de Carga (Fc)
▪ É a relação entre a demanda média num intervalo de tempo e a demanda máxima neste mesmo
intervalo
▪ Mede o % de carga no qual a demanda máxima foi mantida
▪ Fator de carga unitário corresponde ao sistema operando de forma constante
▪ Indica se a energia está sendo utilizada de forma racional
▪ Fc baixo indica equipamento ocioso 𝐷𝑚𝑒𝑑
𝐹𝑐 =
▪ Fc alto indica otimização dos investimentos e redução da Dmax 𝐷𝑚𝑎𝑥

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Estudo de carga
▪ Fator de Diversidade (Fdiv)
▪ Razão entre a soma de todas as demandas máximas de cada grupo de cargas ou consumidor e a
demanda máxima do conjunto de consumidores
▪ Indica o fator de redução da demanda máxima de um conjunto de consumidores

σ𝑙𝑘=1 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑘
𝐹𝑑𝑖𝑣 =
𝐷𝑑𝑖𝑣
Onde,
“k” representa o número de conjuntos de consumidores ligados a
um alimentador
▪ Fator de Coincincidência (Fcoinc)
▪ É o inverso do fator de diversidade
▪ Indica o % de uso da carga de um conjunto de consumidores num mesmo período de tempo
1
𝐹𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐 =
𝐹𝑑𝑖𝑣

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Estudo de carga
• Fator de Utilização (Fu)
• Relação entre a máxima demanda de um determinado período e a capacidade nominal do
sistema/alimentador.
• Indica o % da capacidade do sistema que está sendo utilizada
• Fator de utilização acima de 1, indica que o sistema opera com sobrecarga
𝐷𝑑𝑖𝑣 Onde,
𝐹𝑢 = “C” é a capacidade do alimentador
𝐶

• Fator de Perdas (Fp)


• Relação entre o valor médio o máximo de potência dissipada em perdas por um sistema, num intervalo
de tempo definido
• Fp elevado indica pequenas variações das perdas num período de tempo e Fp baixo indica que as perdas
variam dentro de um mesmo intervalo de tempo
1 𝑡𝑓
‫׬‬ 𝑝 𝑡 . 𝑑𝑡
𝑝𝑚𝑒𝑑 (𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 ) 𝑡𝑖
𝐹𝑝 = =
𝑝𝑚𝑎𝑥 𝑝𝑚𝑎𝑥 . (𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 )

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Estudo de carga
▪ Correlação do Fc e Fp (Aproximação)
▪ Considerando que as perdas são proporcionais ao quadrado da demanda e do tipo de demanda pode-
se estabelecer uma correlação do Fc e Fp afim de estimar-se as perdas nos sistemas de distribuição
Onde,
𝑝 = 𝑘. 𝐷2
“D” é a demanda
“k” é uma constante multiplicativa para o cálculo da perda

▪ A constante k depende de uma análise das curvas de carga dos consumidores do sistema
▪ A constante k varia entre 0,15 e 0,30 para sistemas de distribuição, sendo o valor 0,30 o mais usado
para estimação das perdas
▪ A relação entre o Fc e o Fp é expressa por:
𝐹𝑝 = 𝑘. 𝐹𝑐 + 1 − 𝑘 . 𝐹𝑐2

▪ Um aumento de Fc, gera um aumento do Fp e um aumento das perdas do sistema. Logo, as


concessionárias procuram trabalhar com Fc de até 60%

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Exemplo 2
▪ Considere um alimentador com demanda máxima de 110kW composto por dois
conjuntos de consumidores. Determine o fator de diversidade, o fator de coincidência, a
energia diária, o fator de carga e o fator de perdas (usar k=0,15)
▪ Conjunto 1
▪ Dmax = 70kW
▪ Fc = 0,6
▪ Conjunto 2
▪ Energia = 720kWh/dia
▪ Fc = 0,5

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Exemplo 2 - Solução
𝐷𝑚𝑎𝑥1 = 70𝑘𝑊 𝐸2 720 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎
𝐷𝑚𝑒𝑑2 = = = 30𝑘𝑊
𝐷𝑚𝑎𝑥2 = ? 𝑇 24ℎ

𝐷𝑚𝑒𝑑1
𝐹𝑐1 = → 𝐷𝑚𝑒𝑑1 = 𝐹𝑐1 . 𝐷𝑚𝑎𝑥1 = 0,6 . 70𝑘𝑊 = 42𝑘𝑊
𝐷𝑚𝑎𝑥1

𝐷𝑚𝑒𝑑2 𝐷𝑚𝑒𝑑2 30𝑘𝑊


𝐹𝑐2 = → 𝐷𝑚𝑎𝑥2 = = = 60𝑘𝑊
𝐷𝑚𝑎𝑥2 𝐹𝑐2 0,5

σ𝑛
𝑖=1 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑖 (𝑡) 70𝑘𝑊+60𝑘𝑊 1
𝐹𝑑𝑖𝑣 = = = 1,18 𝐹𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐 = = 0,85
𝐷𝑑𝑖𝑣 𝑚𝑎𝑥 110𝑘𝑊 𝐹𝑑𝑖𝑣

𝐸1 = 𝐷𝑚𝑒𝑑1 . 𝑇 = 42𝑘𝑊. 24ℎ = 1008𝑘𝑊ℎ

𝐸 = 𝐸1 + 𝐸2 = 1008𝑘𝑊ℎ + 720𝑘𝑊ℎ = 1728𝑘𝑊ℎ

𝐸 1728𝑘𝑊ℎ 𝐷𝑚𝑒𝑑 72𝑘𝑊


𝐷𝑚𝑒𝑑 = = = 72𝑘𝑊 𝐹𝑐 = = = 0,65
𝑇 24ℎ 𝐷𝑚𝑎𝑥 110𝑘𝑊

𝐹𝑐 2 ≤ 𝐹𝑝 ≤ 𝐹𝑐 0,42 ≤ 𝐹𝑝 ≤ 0,65

𝐹𝑝 = 0,15. 𝐹𝑐 + 0,85. 𝐹𝑐 2 = 0,15.0,65 + 0,85. (0,65)2 = 0,45

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Exemplo 3
▪ Considere dois conjuntos de consumidores X e Y, cuja energia do alimentador é de
2000kWh e a Dmax ocorre no período da tarde, as 14h com 105kW. Determine a curva
de carga dos conjuntos X e Y, o fator de diversidade, o fator de coincidência e o fator de
carga
▪ Conjunto X
▪ Carga X1, 50kW, sempre ligada
▪ Carga X2, 20kW, ligada apartir das 14h

Dy2
▪ Energia de X, 1400kWh/dia
▪ Conjunto Y
▪ Carga Y1, 20kW, sempre ligada
12h

▪ Carga Y2, conforme figura, Dmax ocorre as 12h Ty2

▪ FcY = 0,5
▪ Dica: Observar que Dmed e Dmax de X1 e X2 são as mesmas

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Exemplo 3 - Solução
▪ Cálculo do tempo em que a carga X2 fica ligada
𝐸𝑋 = 1400𝑘𝑊ℎ → 𝐸𝑋1 + 𝐸𝑋2 = 1400𝑘𝑊ℎ
𝐸𝑋2 = 𝐸𝑋 − 𝐸𝑋1 = 1400𝑘𝑊ℎ − 50𝑘𝑊. 24ℎ = 200𝑘𝑊ℎ
𝐸𝑋2 𝐸𝑋2 200𝑘𝑊ℎ
𝐷𝑚𝑒𝑑𝑋2 = → 𝑇𝑋2 = = = 10ℎ
𝑇𝑋2 𝐷𝑚𝑒𝑑𝑋2 20𝑘𝑊

▪ Cálculo do Dmax Y2 e TY2


𝐸𝑌 = 𝐸 − 𝐸𝑋 = 2000𝑘𝑊ℎ − 1400𝑘𝑊ℎ = 600𝑘𝑊ℎ
EY = 𝐸𝑌1 + 𝐸𝑌2 → 𝐸𝑌2 = EY − 𝐸𝑌1 = 600𝑘𝑊ℎ − 20𝑘𝑊. 24ℎ = 120𝑘𝑊ℎ
𝐷𝑚𝑒𝑑𝑌 𝐷𝑚𝑒𝑑𝑌
𝐹𝑐𝑌 = → 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌 =
𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌 𝐹𝑐𝑌 ൢ 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌 = 𝐸𝑚𝑒𝑑𝑌 = 600𝑘𝑊ℎ = 50𝑘𝑊
𝐸𝑌 𝐹𝑐𝑌. 𝑇𝑌 24ℎ. 0,5
𝐷𝑚𝑒𝑑𝑌 =
𝑇𝑌
𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌 = 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌1 + 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌2
𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌2 = 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌 − 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌1 = 50𝑘𝑊 − 20𝑘𝑊 = 30𝑘𝑊
𝐷𝑚𝑒𝑑𝑌2
𝐹𝑐𝑌2 = 𝐸𝑌2 120𝑘𝑊ℎ
𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌2 ቑ 𝑇𝑌2 = = = 8ℎ
𝐹𝑐𝑌2 . 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑌2 0,5.30𝑘𝑊
𝐸𝑌2 = 𝐷𝑚𝑒𝑑𝑌2 . 𝑇𝑌2
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Exemplo 3 - Solução
▪ Determinação do regime de uso de Y2
30

Dy2
15

12h 14h

▪ Curva de carga Ty2

120

100 Y2
Demanda (kW)

80

60
X1
40
Y1
20 X2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Tempo (h)
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Exemplo 3 - Solução
▪ Cálculo do fator de carga
𝐹𝑐𝑋1 = 1

𝐷𝑚𝑒𝑑𝑋2
𝐹𝑐𝑋2 =
𝐷𝑚𝑎𝑥𝑋2 𝐸𝑋2 200𝑘𝑊ℎ
𝐹𝑐𝑋2 = = = 0,4
𝐸𝑋2 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑋2 . 𝑇𝑋2 20𝑘𝑊. 24ℎ
𝐷𝑚𝑒𝑑𝑋2 =
𝑇𝑋2

𝐸 2000𝑘𝑊ℎ
Fc = = = 0,79
𝐷𝑚𝑎𝑥. 𝑇 105𝑘𝑊. 24ℎ

▪ Cálculo do fator de diversidade e coincidência


σ𝑛𝑖=1 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑖 70 + 50 𝑘𝑊
F𝑑𝑖𝑣 = = = 1,14
𝐷𝑑𝑖𝑣_𝑚𝑎𝑥 105𝑘𝑊

𝐷𝑑𝑖𝑣_𝑚𝑎𝑥 105𝑘𝑊
Fcoinc = = = 0,87
σ𝑛𝑖=1 𝐷𝑚𝑎𝑥𝑖 70 + 50 𝑘𝑊

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Exercício 1
▪ Um sistema elétrico de potência supre uma pequena cidade que conta com 3 circuitos, que
atendem, respectivamente, cargas industriais, residenciais e de iluminação pública,
conforme características de carga, em kW, da tabela abaixo.

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Exercício 1
▪ Considere a potência instalada para iluminação pública de 50kW, a residencial de 2500kW
e a industrial de 1600kW. O alimentador do sistema tem capacidade de 8,5MW. Pede-se:
▪ A curva de carga dos três tipos de consumidores e a do conjunto
▪ As demandas médias individuais e do conjunto
▪ As demandas máximas individuais e do conjunto
▪ A demanda diversificada
▪ O fator de demanda e o fator de carga individual
▪ O fator de diversidade e o fator coincidência
▪ O fator de utilização e o fator de perdas
▪ A demanda do alimentador para um horizonte de 10 anos, considerando uma taxa de crescimento de 2%
ao ano

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Exercício 2
▪ Dado um alimentador primário, com capacidade de 1,2MVA, supre um conjunto de três
transformadores. Determinar o fator de demanda individual de cada transformador, a
demanda do conjunto e o fator de utilização.
▪ Trafo T1 de 150kVA, com demanda de 160kVA e fator de potência de 85%
▪ Trafo T2 de 75kVA, com demanda de 60kVA e fator de potência de 98%
▪ Trafo T3 de 300kVA, com demanda de 375kVA e fator de potência de 92%

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Exercício 3
▪ Calcule o seu hábito de consumo individual com intervalos de tempo de 1h. Considere o
quadro de cargas de sua instalação e atribua o tempo de uso de cada equipamento.
▪ Junte o hábito de consumo individual de cada colega e determine o consumo coletivo do
grupo de colegas matriculados na turma.
▪ Com a união das informações de consumo, determinar:
▪ Carga total instalada
▪ Demanda média e demanda máxima individual
▪ Fator de demanda e fator de carga individual
▪ Demanda diversificada e fator de diversidade do grupo
▪ Dimensionar a entrada de energia individual da instalação de cada aluno
▪ Desenvolver os cálculos em planilhas do excel

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Exercício 4
▪ Considere os três consumidores abaixo e responda:
▪ a) Curva de carga diária do conjunto de consumidores;
▪ b) Fator de demanda de cada consumidor e do conjunto;
▪ c) Demanda diversificada máxima;
▪ d) Fator de coincidência e fator de diversidade;
▪ e) Fator de contribuição de cada consumidor;
▪ f) Qual a capacidade nominal de um transformador para alimentar o conjunto de cargas considerando
um fator de utilização de 0,85?

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Distribuição de Energia Elétrica

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Planejamento de Sistemas de Distribuição
Parte II – Qualidade do produto
Material baseado em:
Aneel, Procedimentos de distribuição de energia elétrica no sistema elétrico nacional - Prodist - Módulo 8, 2017
Macedo J. R., Notas de aulas http://www.jrubens.eng.br/deel.htm
Aneel, Notas informativas do site https://www.aneel.gov.br/

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Qualidade do produto
▪ Espera-se que todo o tempo o consumidor esteja sendo suprido com energia elétrica
▪ As metas de qualidade do produto são definidas por indicadores numéricos que são
utilizados para identificar a violação e o período de violação dos limites técnicos de
qualidade de energia de determinado parâmetro do sistema
▪ Estes índices são utilizados pelas concessionárias como valores de referência nos
processos de decisão em trabalhos de planejamento
▪ A qualidade do produto é definida pelos seguintes parâmetros
▪ Faixa de tensão – ideal regulação nula, 1p.u.
▪ Faixa de frequência – ideal regulação nula, 60Hz
▪ Distorção harmônica – ideal formato de uma senóide pura
▪ Flutuação de tensão – ideal nulo
▪ Variação de tensão de curta e longa duração – ideal nulo
▪ Desequilíbrio de tensão – ideal nulo
▪ Fator de potência – ideal unitário
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Qualidade do produto
▪ Faixas de tensão de fornecimento
▪ As faixas de tensão, em condições normais
de operação, devem ser compatíveis entre a
tensão fornecida pela concessionária e a
tensão de placa dos equipamentos e
eletrodomésticos, subtraída as sub e
sobretensões
▪ A manutenção de níveis de tensão estreitos,
implica em maiores investimentos para as
concessionárias. Em contrapartida, uma
ampla faixa implica em maiores
investimentos em eletrodomésticos
▪ As faixas de tensão são definidas no módulo
8.1 do Prodist
Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
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Qualidade do produto
▪Faixas de tensão de fornecimento
▪As faixas de tensão são definidas no módulo 8.1 do
Prodist

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
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Qualidade do produto
▪ Faixas de tensão de fornecimento – Indicadores individuais
▪ A avaliação dos indicadores de tensão devera compreender-se de 1008 leituras, realizadas em
intervalos de 10min
▪ Os indicadores devem ser armazenados durante 5 anos para efeito de comparação
▪ Duração relativa precária (DRP): índice que identifica a duração individual, em % por mês, de leituras
realizadas com tensão precária
▪ Duração relativa crítica (DRC): índice que identifica a duração individual, em % por mês, de leituras
realizadas com tensão crítica

𝑛𝑙𝑝 𝑛𝑙𝑐
𝐷𝑅𝑃 = 100% 𝐷𝑅𝐶 = 100%
1008 1008

Onde,
“nlp” é o maior valor entre as fases do número de leituras situadas na faixa precária
“nlc” é o maior valor entre as fases do número de leituras situadas na faixa crítica

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Qualidade do produto
▪ Faixas de tensão de fornecimento – Indicadores coletivos
▪ Duração relativa precária equivalente (DRPE): índice que identifica a duração
equivalente, em % por mês, de leituras realizadas com tensão precária
▪ Duração relativa crítica equivalente (DRCE): índice que identifica a duração
equivalente, em % por mês, de leituras realizadas com tensão crítica

𝐷𝑅𝑃𝑖 𝐷𝑅𝐶𝑖
𝐷𝑅𝑃𝐸 = ෍ [%] 𝐷𝑅𝐶𝐸 = ෍ [%]
𝑁𝐿 𝑁𝐿
Onde,
“NL” é o total de unidades consumidores objeto da medição

▪ O valor da Duração Relativa da Transgressão Máxima de Tensão Precária - DRPlim é


estabelecido em 3% (três por cento).
▪ O valor da Duração Relativa da Transgressão Máxima de Tensão Crítica – DRClim é
estabelecido em 0,5% (cinco décimos por cento).
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Qualidade do produto
▪ Faixas de tensão de fornecimento – Compensações
▪ Compensação dos consumidores
▪ A distribuidora deve compensar os consumidores com DRP e DRC não nulos

Onde,
k1=0, se DRP ≤DRPlim 𝐷𝑅𝑃 − 𝐷𝑅𝑃𝑙𝑖𝑚 𝐷𝑅𝐶 − 𝐷𝑅𝐶𝑙𝑖𝑚
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = . 𝑘1 + . 𝑘2 . 𝐸𝑈𝑆𝐷
k1=3, se DRP >DRPlim 100 100
k2=0, se DRC ≤DRClim
k2=7, se DRC>DRClim para unidades consumidores atentidas em BT
k2=5, se DRC>DRClim para unidades consumidores atentidas em MT
k2=3, se DRC>DRClim para unidades consumidores atentidas em AT
EUSD = valor do encargo de uso do sistema de distribuição correspondente ao mês de referência da última medição

OBS.:
a compensação deverá ser mantida enquanto o DRP for superior ao DRPlim ou, o DRC
superior ao DRClim
a valor da compensação é creditado na fatura de energia elétrica do consumidor no
mês subsequente ao térmio da regularização dos níveis de tensão
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Qualidade do produto
▪ Indicadores de conformidade do nível de
tensão da Light

3,02 registros em 1008

𝐷𝑅𝑃𝐸 = 0,3%

𝐷𝑅𝐶𝐸 = 0,46%

8,76 registros em 1008

Fonte:https://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/Indicadores_de_conformidade_n
ivel_tensao/pesquisa.cfm?regiao=SE
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Qualidade do produto
▪ Variação da frequência
▪ Causa: A variação instantânea de carga ou de geração provoca um desequilíbrio na frequência do
sistema.
▪ Problema: perda de sincronismo de todo o SIN
▪ Solução: Uso de controle primário e automático (CAG) nas principais máquinas do SIN
▪ O sistema de distribuição e as instalações de geração conectadas ao mesmo devem, em condições
normais de operação, operar dentro dos limites de frequência situados entre 59,9 Hz e 60,1 Hz.
▪ Quando a ocorrência de distúrbios no sistema de distribuição, as fontes de geração devem garantir
que a frequência retorne a faixa de 59,5 e 60,5Hz em no máximo 30 segundos para garantir o
equilíbrio do sistema.
▪ Valores de frequência acima de 66Hz e abaixo de 56,5Hz demandam corte de carga do sistema de
distribuição sob falta.
▪ Valores de frequências acima de 63,5Hz durante 10 segundos ou 62Hz por mais de 30 segundos
demandam o corte de carga no sistema de distribuição sob falta
▪ Valores de frequências abaixo de 58,5Hz durante 10 segundos ou 57,5Hz por mais de 5 segundos
demandam o corte de carga no sistema de distribuição sob falta
▪ Unidades de geração alternativas, conectadas diretamente aos sistemas de distribuição não estão
autorizadas a controlar a frequência dos sistemas

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Qualidade do produto
▪ Fator de potência
▪ Indicador percentual que relaciona o quanto a potência ou energia de um sistema está sendo utilizada
com relação a sua capacidade nominal
▪ O fator de potência (FP) deve ser medido pela concessionária de energia e os resultados devem ser
mantidos por 5 anos
▪ O FP deve ser mantido entre 0,92 e 1 capacitivo ou indutivo para sistemas com tensão inferior a
230kV
▪ Causa:
▪ Reatores eletrônicos para iluminação sem controle do FP
▪ Motores e transformadores trabalhando a vazio
▪ Motores superdimensionados
▪ Problemas:
▪ Aumento do consumo de energia e perdas nos sistemas de distribuição
▪ Solução:
▪ Uso de banco de capacitores e compensadores de reativos
▪ Desenergização de cargas ociosas

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Qualidade do produto
▪ Distorções Harmônicas
▪ Fenômeno associado a deformações nas formas de onda de correntes e tensões em relação a onda
senoidal da frequência fundamental
▪ Causa:
▪ Com a adição de fontes de geração distribuídas, equipamentos com chaveamento eletrônico, surgem
tensões e correntes harmônicas nos sistemas, as quais, deformam a componente senoidal
▪ Problemas:
▪ Diminuição da vida útil dos equipamentos
▪ Aumento das perdas do sistema
▪ Falhas dos equipamentos de operação/proteção
▪ Grande influência nos bancos de capacitores, ocasionando a queima dos elos fusíveis e até mesmo do
banco
▪ Saturação do núcleo dos transformadores
▪ Solução:
▪ Dispositivos de compensação (filtros)

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Qualidade do produto
▪ Distorções Harmônicas
▪ Distorção harmônica individual de tensão de ordem h (DITh%)
▪ Distorção harmônica total de tensão (DTT%)
▪ DTT% com harmônicos de ordem par, impar or múltiplos de três também podem ser considerados
𝑉ℎ σℎℎ=2
𝑚𝑎𝑥 2
𝑉ℎ
𝐷𝐼𝑇ℎ % = . 100
𝑉1 𝐷𝑇𝑇% = . 100
Onde, 𝑉1
“Vh” é o valor eficaz da tensão harmônica de ordem h
“V1” é o valor eficaz da tensão fundamental

▪ Para medição de harmônicos o espectro mínimo a ser considerado é h=40


▪ Limite do indicador
▪ DTT95% é o valor de DTT% que foi superado em apenas 5% das 1008 leituras realizadas

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição
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Qualidade do produto
▪ Desequilíbrio de tensão
▪ Fenômeno caracterizado por qualquer diferença na amplitude de tensão das três fases de um sistema
elétrico e ou nas defasagens destas.
▪ Causa: originado por assimetria de cargas, impedâncias, ou saturação do núcleo de transformadores e
reatores
▪ Problema: diminui a vida útil dos equipamentos, principalmente máquinas de indução
▪ Solução: planejamento da operação simétrica; uso de dispositivos de compensação
▪ Há duas maneiras consoantes de determinar o desequilíbrio de tensão
4 4 4
FD% =
𝑉−
. 100 1− 3−6𝛽 𝑉𝑎𝑏 + 𝑉𝑏𝑐 + 𝑉𝑐𝑎
𝑉+ FD% = 100 β= 2 2 2 2
1+ 3−6𝛽 𝑉𝑎𝑏 + 𝑉𝑏𝑐 + 𝑉𝑐𝑎
Onde,
“V-” é a magnitude da tensão eficaz de sequência negativa na frequência fundamental
“V+” é a magnitude da tensão eficaz de sequência positiva na frequência fundamental
“Vab, Vbc, Vca” é a magnitude das tensões eficazes de linha, de sequência abc, na frequência fundamental

▪ Limite do indicador
▪ FD95% é o valor de FD% que foi superado em apenas 5% das 1008 leituras realizadas

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
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Qualidade do produto
▪ Flutuação de tensão
▪ É uma variação aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz da tensão instantânea
▪ A qualidade do produto deste item tem por objetivo avaliar a severidade da cintilação, ou seja, o
incômodo luminoso causado ao consumidor
▪ Origem:
▪ Chaveamento de cargas intermitentes, como aparelhos de raio-X, máquinas de solda e motores que
acionam cargas variáveis provocam oscilações na tensão.
▪ Presença de fontes de geração alternativas nos sistemas de distribuição, como a solar e eólica, produzem
flutuação devido a variação na produção de energia por consequência da variação da irradiação solar e
vento
▪ Problemas:
▪ Interferência nos sistemas de proteção das redes de distribuição
▪ Interferência no sistema de telecomunicações
▪ Queda do rendimento dos equipamentos ligados na rede
▪ Oscilações de potência e torque das máquinas elétricas
▪ Solução:
▪ Uso de compensadores estáticos

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Qualidade do produto
▪ Severidade da flutuação de tensão de curta duração
▪ A terminologia Pst é utilizada para determinar o cálculo da sensação de cintilação

𝑃𝑠𝑡% = 0,0314𝑃0,1 + 0,052𝑃1 + 0,0657𝑃3 + 0,28𝑃10 + 0,08𝑃50


Onde,
“Pi (i=0,1,3,10,50)” corresponde ao nível de sensação de cintilação que foi ultrapassado durante i% do tempo, obtido a partir da
função de distribuição acumulada complementar de acordo com as norma do IEC 61000-4-15

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
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Qualidade do produto
▪ Severidade da flutuação de tensão de longa duração
▪ O indicador Plt corresponde ao valor de 12 amostras consecutivas do Pst
12
3 1 3
𝑃𝑙𝑡% = ෍ 𝑃𝑠𝑡%𝑖
12
𝑖=1

▪ A Pst representa a severidade da flutuação de tensão em um intervalo de 10 minutos e a Plt


em um intervalo de 2 horas
▪ Limite do indicador
▪ Pst95% é o valor de Pst% que foi superado em apenas 5% das 1008 leituras realizadas

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8

▪ Violações dos indicadores Pst95%, fora da faixa adequada, devem ser objeto de
acompanhamento e de correção por parte dos agentes responsáveis
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Qualidade do produto
▪ Variação de tensão de curta duração (VTCD)
▪ Representam desvios significativos na amplitude do valor eficaz da tensão durante um intervalo de
tempo inferior a 3 minutos
▪ São caracterizados por afundamentos ou elevações temporárias ou momentâneas da amplitude do
valor eficaz da tensão superiores a 10% do valor da tensão de referência
▪ Origem:
▪ Energização/desenergização de grandes cargas que requerem altas correntes de partidas e banco de
capacitores
▪ Faltas no sistema que ocasionam variação da impedância
▪ Perdas de uma conexão do sistema como linhas, fontes de geração e cargas
▪ Problemas:
▪ Colapso de tensão, afundamento gradual e sustentado para valores inferiores aos suportado pelas cargas
▪ Redução da vida útil dos equipamentos como transformadores, TC, TP e máquinas rotativas
▪ Solução:
▪ Atuação dos equipamentos de proteção para eliminar a falta

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Qualidade do produto
▪ Variação de tensão de curta duração (VTCD)
▪ Há duas maneiras consoantes de determinar o desequilíbrio de tensão
𝑉𝑟𝑒𝑠
𝑉𝑒 % = . 100 ∆𝑇𝑒 = 𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 𝑓𝑒 = 𝑛
Onde,
𝑉𝑟𝑒𝑓
“Ve” é a amplitude de um evento de VTCD “Vres” é a magnitude da tensão eficaz residual de um evento de VTCD
“Vref” é a magnitude da tensão eficaz de referência “ti” e “tf” representam os tempos de início e final de um evento de VTCD, respectivamente
“ΔTe” representa a duração do evento de VTCD “fe” representa a frequência de ocorrência de eventos de VTCD
“n” é a quantidade de eventos de VTCD registrados no período de avaliação

▪ Tabela para registro de evento VTCD e classificação quando a sensibilidade de cargas

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
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Qualidade do produto
▪ Variação de tensão de curta duração (VTCD)
▪ Fator de impacto da severidade de eventos de VTCD
σ𝐼𝑖=𝐴 𝑓𝑒𝑖 . 𝑓𝑝𝑖
FI =
𝐹𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒
Onde,
“fei” é a frequência de ocorrência de eventos de VTCD, em um período de 30 dias consecutivos
“i” é a região de sensibilidade (A,B,C,D,E,F,G,H, I)
“fpi” é o fator de ponderação para cada região de sensibilidade i
“FIbase” é o fator de impacto base, obtido do somatório dos produtos dos fatores de ponderação pelas frequências máximas de
ocorrências de eventos de VTCD em um período de 30 dias para cada região de sensibilidade

▪ Definição dos fatores

Fonte:https://www.aneel.gov.br/modulo-8
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Qualidade do produto
▪ Variação de tensão de longa duração (VTLD)
▪ Representam desvios significativos na amplitude do valor eficaz da tensão durante um intervalo de
tempo superior a 3 minutos
▪ São caracterizados por subtensões ou sobretensões temporárias da amplitude do valor eficaz da
tensão superiores a 10% do valor da tensão de referência
▪ Origem:
▪ Variação da carga ou geração do sistema, para valores fora dos limites definidos no Prodist, com tempo
superior a 3 minutos. Ex: Carga diurna e carga noturna
▪ Problemas:
▪ Colapso de tensão, subtensão gradual e sustentada para valores inferiores aos suportado pelas cargas
▪ Redução da vida útil e até mesmo a queima dos equipamentos dos consumidores
▪ Solução:
▪ Utilização de equipamentos para compensação da variação de carga e geração afim de manter a tensão
dentro dos limites
▪ Atuação da proteção para evitar a danificação dos equipamentos

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Distribuição de Energia Elétrica

Aula 03
Planejamento de Sistemas de Distribuição
Parte III – Qualidade do serviço
Material baseado em:
Macedo J. R., Notas de aulas http://www.jrubens.eng.br/deel.htm
Aneel, Notas informativas do site https://www.aneel.gov.br/

Prof. Gustavo Dill


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Principais causas da interrupção do serviço

Fonte:http://www.jornaldamanhamarilia.com.br/exibe.php?id=19895 Fonte:https://agazetadoacre.com/2020/08/energisa-acre-alerta-
Fonte:https://folhadolitoral.com.br/litoral/raios-e-queda-de-arvores-
sobre-os-riscos-de-queimadas-proximas-a-rede-eletrica/
sao-principais-causas-da-oscilacao-na-energia-durante-o-verao
Fonte:http://jornaldeitaipavaonline.blogspot.com/2017/0
8/animais-silvestres-morrem-eletrocutados.html

Fonte:https://oglobo.globo.com/eu-reporter/poste-com-ferragem- Fonte:https://www.gbnews.com.br/single-post/2020/09/11/Araruama- Fonte:https://sertaoemdia.com.br/raio-atinge-rede-de-


Fonte:https://aconteceunovale.com.br/portal/?tag=causa-de- distribuicao-e-deixa-cacule-e-demais-cidades-sem-energia/
aparente-na-tijuca-deteriora-se-ha-quase-5-anos-6480438 Maric%C3%A1-e-Cabo-Frio-lideram-o-ranking-de-furto-de-energia
interrupcao-no-fornecimento-de-energia-eletrica

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Qualidade do serviço
▪ Espera-se que todo o tempo o consumidor esteja sendo suprido com energia elétrica
▪ As metas de qualidade são definidas por índices numéricos que devem medir a duração e
a frequência da interrupção do fornecimento de energia, bem como, a violação de limites
técnicos que afetem a qualidade da energia fornecida
▪ Estes índices são utilizados pelas concessionárias como valores de referência nos
processos de decisão em trabalhos de planejamento
▪ A qualidade do serviço de energia elétrica é definida pelos seguintes indicadores
▪ Continuidade do fornecimento – ideal sem interrupção =1
▪ Tempo de atendimento a interrupções de fornecimento de energia
▪ Tempo de duração da interrupção do fornecimento de energia por consumidor e grupo de
consumidores
▪ Frequência de interrupção do fornecimento de energia por consumidor e grupo de consumidores
▪ Tempo máximo de interrupção do fornecimento contínuo de energia por consumidor
▪ Tempo de interrupção do fornecimento em dia crítico

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Qualidade do serviço
▪ Indicadores de tempo a ocorrências emergenciais
▪ Tempo médio de deslocamento
▪ Tempo médio de preparação
σ𝑛𝑖=1 𝑇𝐷𝑖
σ𝑛𝑖=1 𝑇𝑃𝑖 𝑇𝑀𝐷 =
𝑇𝑀𝑃 = 𝑛
𝑛

▪ Tempo médio de execução ▪ Tempo médio de atendimento a emergências


σ𝑛𝑖=1 𝑇𝐸𝑖 𝑇𝑀𝐴𝐸 = 𝑇𝑀𝑃 + 𝑇𝑀𝐷 + 𝑇𝑀𝐸
𝑇𝑀𝐸 = Onde,
𝑛
TP – É o tempo de preparação para cada ocorrência, em minutos
TD – É o tempo de deslocamento para cada ocorrência, em minutos
TE – É o tempo de execução para cada ocorrência, em minutos
▪ Percentual de ocorrências emergenciais NIE – É o número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia
com interrupção de energia n – Número de ocorrências

𝑁𝐼𝐸
𝑃𝑁𝐼𝐸 = . 100 A distribuidora deverá enviar a ANEEL mensalmente os valores
𝑛
de TMP, TMD, TME, NIE e n, bem como armazenar por 5 anos
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Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Duração individual por consumidor (DIC): período de tempo que um consumidor do
sistema ficou privado de fornecimento
𝑛 Onde,
𝐷𝐼𝐶 = ෍ 𝑡𝑖 = 𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡𝑛 ti – Tempo de interrupção i
i – Número de interrupções, variando de 1 a n
𝑖=1

▪ Duração equivalente por consumidor (DEC): período de tempo que, em média, cada
consumidor do sistema ficou privado de fornecimento
Onde,
σ𝑛𝑖=1 𝐶𝑎𝑖 . 𝑡𝑖 𝐶𝑎1 . 𝑡1 𝐶𝑎2 . 𝑡2 𝐶𝑎𝑛 . 𝑡𝑛 Cai – Número de consumidores atingidos pela interrupção i
𝐷𝐸𝐶 = = + + ⋯+ Cc – Número total de consumidores do alimentador/sistema
𝐶𝑐 𝐶𝑐 𝐶𝑐 𝐶𝑐

O conjunto de unidades consumidoras é definido por


subestação de distribuição que possua primário em
AT e secundário em MT
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Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Frequência individual por consumidor (FIC): é o número de interrupções cada consumidor
do sistema sofreu, no período considerado
𝐹𝐼𝐶 = 𝑛

▪ Frequência equivalente por consumidor (FEC): é o número de interrupções que, em


média, cada consumidor do sistema sofreu, no período considerado
Onde,
σ𝑛𝑖=1 𝐶𝑎𝑖 𝐶𝑎1 𝐶𝑎2 𝐶𝑎𝑛 Cai – Número de consumidores atingidos pela interrupção i
𝐹𝐸𝐶 = = + + …+
𝐶𝑐 𝐶𝑐 𝐶𝑐 𝐶𝑐 ti – Tempo de interrupção i
Cc – Número total de consumidores do alimentador/sistema
i – Número de interrupções, variando de 1 a n

Os índices de continuidade coletivos e individuais somente são calculados


para interrupções com duração igual ou superior a 3 minutos !!!

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou ponto de
conexão (DMIC): é o tempo máximo de interrupção contínua de energia elétrica, em
uma unidade consumidora ou ponto de conexão
𝐷𝑀𝐼𝐶 = max 𝑡𝑖

▪ Duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou


ponto de conexão (DICRI): corresponde à duração de cada interrupção ocorrida em dia
crítico, para cada unidade consumidora ou ponto de conexão
▪ Dia em que a quantidade de ocorrências emergenciais, em um determinado conjunto de unidades
consumidoras, superar a média, dos 24 meses anteriores, acrescida de três desvios padrões dos
valores diários.
𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼 = 𝑡𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


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Exemplo 1
▪ No alimentador da figura, ocorrem 3 diferentes faltas. A falta F1 tem duração de 2h, a falta F2 4h e
a falta F3 1h, determinar:
▪ a) Os indicadores DEC e FEC do alimentador para as faltas F1, F2 e F3
▪ b) Os indicadores DIC, FIC e DMIC para o consumidor de MT
▪ c) Os indicadores DEC e FEC no elo A para as faltas F1, F2 e F3

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


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Exemplo 1 – Solução
▪ a)
𝐶𝑠 = 200 + 80 + 1 + 150 + 40 = 471

𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹1: 𝐶𝑎 = 471 ∆𝑡 = 2ℎ

471.2
𝐷𝐸𝐶𝐹1 = = 2ℎ
471

471
𝐹𝐸𝐶𝐹1 = = 1 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çã𝑜
471

𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹2: 𝐶𝑎 = 81 ∆𝑡 = 4ℎ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹3: 𝐶𝑎 = 40 ∆𝑡 = 1ℎ

81.4 40.1 𝐷𝐸𝐶 = 2,76ℎ


𝐷𝐸𝐶𝐹2 = = 0,68ℎ 𝐷𝐸𝐶𝐹3 = = 0,08ℎ
471 471
𝐹𝐸𝐶 = 1,25 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠
81 40
𝐹𝐸𝐶𝐹2 = = 0,17 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠 𝐹𝐸𝐶𝐹3 = = 0,08 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠
471 471

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Exemplo 1 - Solução
▪ b)
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹1: 𝐶𝑎 = 471 ∆𝑡 = 2ℎ

𝐷𝐼𝐶𝐹1 = 2ℎ

𝐹𝐼𝐶𝐹1 = 1 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çã𝑜

𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹2: 𝐶𝑎 = 81 ∆𝑡 = 4ℎ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹3: 𝐶𝑎 = 40 ∆𝑡 = 1ℎ

𝐷𝐼𝐶𝐹2 = 4ℎ 𝐷𝐸𝐶𝐹3 = 0ℎ

𝐹𝐼𝐶𝐹2 = 1 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çã𝑜 𝐹𝐸𝐶𝐹3 = 0 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠

𝐷𝐼𝐶 = 6ℎ 𝐹𝐼𝐶 = 2 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠 𝐷𝑀𝐼𝐶 = 4ℎ

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


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Exemplo 1 - Solução
▪ c)
𝐶𝑠 = 150 + 40 = 190

𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹1: 𝐶𝑎 = 190 ∆𝑡 = 2ℎ

190.2
𝐷𝐸𝐶𝐹1 = = 2ℎ
190

190
𝐹𝐸𝐶𝐹1 = = 1 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çã𝑜
190

𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹2: 𝐶𝑎 = 0 ∆𝑡 = 4ℎ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹3: 𝐶𝑎 = 40 ∆𝑡 = 1ℎ

0.4 40.1
𝐷𝐸𝐶𝐹2 = = 0ℎ 𝐷𝐸𝐶𝐹3 = = 0,21ℎ 𝐷𝐸𝐶 = 2,21ℎ
190 190
0 40 𝐹𝐸𝐶 = 1,21 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠
𝐹𝐸𝐶𝐹2 = = 0 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠 𝐹𝐸𝐶𝐹3 = = 0,21 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠
190 190

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Qualidade do serviço
▪ DEC e FEC da Light

Fonte:https://www.aneel.gov.br/indicadores-coletivos-de-continuidade

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Limites de DIC e FIC da Light por município, por
conjunto
▪ Os limites dos indicadores DIC e FIC são definidos para
períodos mensais, trimestrais e anuais.
▪ O limite do indicador DMIC é definido para períodos
mensais.
▪ O limite do indicador DICRI é definido para cada
interrupção em dia crítico.
▪ Os limites são diferentes para zonas rurais e urbanas,
bem como, para níveis de tensão abaixo de 1kV, até
69KV ou superiores a 69KV
▪ O limite do DICRI é o maior valor do limite DMIC

Fonte:https://www.aneel.gov.br/limites-dos-indicadores-de-continuidade-por-municipio

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ As interrupções devem ser
informadas aos consumidores
▪ As interrupções devem ser
enviadas a ANEEL e armazenadas
por 5 anos, em meio digital,
através do número do código de
cada unidade consumidora
▪ Situações de emergência da
distribuidora, da transmissão ou
desligamentos programados não
são considerados no cálculo do
DIC/FIC e DEC/FEC

Fonte:http://www.gauirenata.com/3-conta-da-light-fev/
Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição
Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Compensações pelas transgressões dos limites de continuidade
𝐷𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 Onde,
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐷𝐼𝐶: 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = − 1 . 𝐷𝐼𝐶𝑝 . . 𝐾𝑒𝑖
𝐷𝐼𝐶𝑝 730 Xv – valor verificado
Xp – valor limite
EUSDmédio = média aritmética dos encargos de uso do sistema de
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 distribuição correspondentes aos meses do período de apuração do
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐷𝑀𝐼𝐶: 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = − 1 . 𝐷𝑀𝐼𝐶𝑝 . . 𝐾𝑒𝑖
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑝 730 indicador;
730 = número médio de horas no mês;
kei = coeficiente de majoração cujo valor deve ser fixado em:
𝐹𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 i. 15 (quinze), para unidade consumidora ou ponto de conexão
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐹𝐼𝐶: 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = − 1 . 𝐹𝐼𝐶𝑝 . . 𝐾𝑒𝑖 atendidos em Baixa Tensão;
𝐹𝐼𝐶𝑝 730
ii. 20 (vinte), para unidade consumidora ou ponto de conexão
atendidos em Média Tensão;
𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 iii. 27 (vinte e sete), para unidade consumidora ou ponto de conexão
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼: 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = − 1 . 𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼𝑝 . . 𝐾𝑒𝑖 atendidos em Alta Tensão.
𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼𝑝 730

Valor máximo de compensação será:


10 (dez) vezes o valor do “EUSDmédio”, no caso de violação de limite mensal;
30 (trinta) vezes o valor do “EUSDmédio”, no caso de violação de limite trimestral;
120 (cento e vinte) vezes o valor do “EUSDmédio”, no caso de violação de limite anual.
Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição
Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Compensações pelas transgressões dos limites de continuidade

Transgressões da Light em 2019

Fonte:https://www.aneel.gov.br/indicadores-de-compensacao-de-continuidade

Transgressões da Enel em 2019

Fonte:https://www.aneel.gov.br/indicadores-de-compensacao-de-continuidade

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Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Qualidade do serviço
▪ Despacho da equipe para atendimento
▪ TMAE: Minimiza a quantidade de interrupções com duração excessiva.
▪ DEC: Mais democrático, grandes aglomerações de consumidores atendidas mais rapidamente.
▪ DIC/DMIC: Mais atrativo sob o aspecto dos custos globais para a sociedade. Beneficia a cadeia produtiva.

Não é possível despachar equipes com esses três objetivos simultâneamente

DIC/DMIC
TMAE

DEC

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Distribuição de Energia Elétrica

Aula 03
Planejamento de Sistemas de Distribuição
Parte IV – Planejamento
Material baseado em: Introdução aos Sistemas de Distribuição em Energia Elétrica, Nelson Kagan, 2010
Electric Power Distribution Engineering, Turan Gonen, 3º edition, 2014
Apostila de distribuição de energia elétrica, Fernando Monteiro, UNB, 2006

Prof. Gustavo Dill


gkdill@hotmail.com

Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill


Planejamento de sistemas de distribuição
▪ Planejamento da distribuição
▪ São estudos que avaliam a necessidade de expansão, reforço ou reforma dos sistemas de
distribuição através de:
▪ Instalação de novas subestações e alimentadores
▪ Instalação de novos equipamentos de regulação de tensão e compensação de reativos
▪ Instalação de novos equipamentos de proteção e seccionamento
▪ Substituição de transformadores, condutores e equipamentos
▪ Aumento da capacidade dos equipamentos

▪ Fatores que determinam o planejamento de obras de distribuição


▪ Carregamento máximo dos transformadores e alimentadores
▪ Queda de tensão
▪ Confiabilidade - DEC/FEC
▪ Novos consumidores e crescimento de carga
Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição
Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Planejamento de sistemas de distribuição
▪ Parâmetros considerados no planejamento de distribuição
▪ Hábito de consumo
▪ Dados econômicos e de mercado
▪ Fator de carga e Fator de perdas
▪ Curva de carga
▪ Carga máxima
▪ Demanda máxima coincidente
▪ Demanda máxima diversificada
▪ Topologias de redes (aéreo, subterrâneo)
▪ Tecnologias disponíveis

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Planejamento de sistemas de distribuição
▪ 1) Análise da situação atual do fornecimento
▪ Levantamento de dados do sistema elétrico
▪ Topologia da rede: SE e alimentadores
▪ Tipo de consumidores
▪ Faixas de tensão (resultados do fluxo de potência)
▪ Taxa de falhas (DEC/FEC)
▪ Taxa de distorção harmônica
▪ Flutuação e desequilíbrio de tensão
▪ Perdas e fator de potência
▪ Equipamentos com desgaste
▪ Levantamento das condições locais
▪ Condições climáticas (índice ceraúnico)
▪ Consumidores clandestinos

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Planejamento de sistemas de distribuição
▪ 2) Análise da evolução das cargas
▪ Consiste em obter a previsão de demanda, para um período futuro de 5 há 15 anos, baseado no
histórico da taxa de crescimento dos últimos anos
▪ A taxa de crescimento é baseada no histórico de cargas dos últimos anos
▪ A função exponencial tem sido utilizada como a que melhor expressa o crescimento da demanda

𝑛
𝑖
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 1+
100

VF – Valor futuro
VP – Vvalor presente
i – taxa de crescimento
n – número de meses/anos
Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição
Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Planejamento de sistemas de distribuição
▪ 3) Simulação do sistema e deficiências previstas
▪ Análise através de simulações/estudos
▪ Análise do perfil da tensão
▪ Carregamento dos transformadores e condutores
▪ Análise da distorção harmônica
▪ Análise da flutuação de tensão e desequilíbrio
▪ Análise das perdas do sistema e fator de potência
▪ Análise da condições de operação dos equipamentos

▪ Identificação das deficiências do sistema para propor melhorias

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Planejamento de sistemas de distribuição
▪ 4) Formulação de alternativas
▪ Instalação de novas SE’s
▪ Instalação de novos alimentadores
▪ Substituição de transformadores ao longo dos anos, aumento da capacidade
▪ Instalação de reguladores de tensão e banco de capacitores
▪ Instalação de novos equipamentos de proteção e manobra
▪ Mudança na topologia dos circuitos alimentadores (radial x recurso x anel)

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Planejamento de sistemas de distribuição
▪ 5) Análise e priorização das alternativas
▪ Critério técnico (nível de tensões, nível de falhas)
▪ Critério econômico (valor presente do investimento)

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Exemplo 1
▪ Determinar os índices de DEC e FEC com a implantação das alternativas
▪ Alternativa I: apenas disjuntor na saída do alimentador
▪ Alternativa II: com relé de religamento no disjuntor
▪ Alternativa III: com chave-fusível nos ramais: 2-8; 5-9; e 6-10
▪ Usar taxa de juros de 12% ao ano

Custos
básicos

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Exemplo 1 - Solução
▪ Número de saídas e tempos de restabelecimentos, permanentes,
transitórias e programadas anuais, por trecho
Saídas por ano

Tempo de restabelecimento

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Exemplo 1 - Solução
▪ Saídas por ano, por trecho

▪ Tempo total = Tempo de restabelecimento X saídas por ano

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Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Exemplo 1 - Solução
▪ Cálculo de DEC e FEC
σ𝑁
𝑖=1 𝐶𝑎𝑖 . 𝑡𝑖
𝐷𝐸𝐶 = DEC – Duração Equivalente por Consumidor
𝐶𝑠 Cai – Número de consumidores atingidos pela interrupção i
ti – Tempo de interrupção i
Cs – Número total de consumidores do alimentador/sistema
σ𝑁
𝑖=1 𝐶𝑎𝑖 i – Número de interrupções, variando de 1 a N
𝐹𝐸𝐶 = FEC – Frequência Equivalente por Consumidor
𝐶𝑠

▪ Cálculos intermediários

Aula 03 – Planejamento dos Sistemas de Distribuição


Rev. C – Junho/2020 – Gustavo Dill
Exemplo 1 - Solução
▪ Resultado do DEC e FEC por alternativa

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Exemplo 2
▪ Para o sistema do exemplo 1, calcule a receita interrompida com a implantação de cada
alternativa. Considere os resultados do exemplo 1 e a demanda máxima do alimentador
de 3000kW, com fator de carga de 55%. Considere também o custo do MWh de US$ 60.

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Exemplo 2 - Solução
▪ Cálculo da receita interrompida
▪ Demanda máxima 3000kW
▪ Fator de carga 55%
▪ Demanda média 1650kW (3000kW . 0,55)
▪ Energia deixada de faturar por hora 1650kWh (1650kW . 1h)
▪ Custo em MWh deixado de faturar (margem venda-compra) US$ 60

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Exemplo 3
▪ Determinar o custo anual da equipe de manutenção para as três alternativas do
exemplo 1
▪ Custo da turma de manutenção: 250 US$/hora
▪ Custo da equipe de plantão: 10,13 US$/hora
▪ Interrupção transitória de linhas, considerar 2h para a equipe de plantão (alternativa 3)

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Exemplo 3 - Solução
▪ Saídas por ano, por trecho

▪ Tempo total = Tempo de restabelecimento X saídas por ano

▪ Custo de manutenção = Tempo de restabelecimento X saídas por ano X custo da turma de


manutenção
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Exemplo 3 - Solução
▪ Custos de manutenção

- 1000 (Per)=1 (saída por ano) x 250 (custo da turma de manutenção) x 4 (tempo de restabelecimento)
- 41 (Tra) = 8 (saídas por ano) x 10,13 (custo equipe de plantão) x 0,5 (tempo de restabelecimento
- 600 (Pro)=0,6 (saída por ano) x 250 (custo da turma de manutenção) x 4 (tempo de restabelecimento)
- A coluna Tra, para a alternativa 2, está com zeros porque nesta alternativa há relé de religamento. A mesma
observação vale para o tronco da alternativa 3
- Para os ramais da alternativa 3 (com chave fusível) existe custo. 405 (Tra) = 20 (saída por ano) x 10,13 (custo
da equipe de plantão) x 2

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Exemplo 4
 Determinar o custo anual de perdas
 Considere apenas o cálculo do custo das perdas do condutor 4/0
 Demanda máxima = 3000kW Tensão = 13,2kV
 Fc = 55% FP = 90%
 Cabo 4/0, r=0,368Ω/km
 1MWh perdido: 35 US$/MWh (tarifa de suprimento)
 Tarifa de demanda (compra): 3,52 US$/kW
 1kW perdido: 3,52 x 12 = 42,24 US$/kW/ano

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Exemplo 4 - Solução
▪ Custos das perdas é o mesmo para as 3 alternativas
▪ Corrente total: 146A - (3000kW/(1.73 x 13,2kV x 0,9))
▪ Corrente por consumidor: 0,0688A (146A / 2120)
▪ Treho 3-4 = 0,0688 x1500 = 103,2A
▪ kW máximo da perda: 3.r.L.I2
▪ Treho 3-4 = 3 x 0,368Ω/km x 5km x (103,2A)^2= 58,789kW
▪ kW médio da perda: kW máximo da perda . Fp
▪ Treho 3-4 = 58,789kW x 0,377 = 22,16kW
▪ Fp (k=0,3)=0,3Fc+0,7Fc2 = 0,3x(0,55)+0,7x(0,55)^2=0,377
▪ kWh da perda média anual: kW máximo da perda. Fp. 8760h (365 x 24h)
▪ Trecho 3-4 = 58,789kW x 0,377 x 8760h= 193863kWh
▪ Custo da perda média anual: kW máximo da perda x custo anual kW
▪ Trecho 3-4 = 58,789kW x 42,24 US$/kW/ano = 2481,2
▪ Custo do kWh anual perdido: kWh anual da perda x custo anual kWh
▪ Trecho 3-4 = 193863kWh x 35/1000 US$/MWh = 6785,2

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