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CAMPO GRANDE - MS
2016
Ederley Soares Marques
Campo Grande - MS
2016
Marques, Ederley Soares
Estudo da Utilização de Óxido de Cálcio como Adição Mineral em Concreto Convencional/
Ederley Soares Marques.
Campo Grande - MS, 2016
63 p. : il.
Campo Grande - MS
2016
Este trabalho é dedicado a meu avô Zacarias Souza Marques, em memória.
Agradecimentos
Muito Obrigado!
“[...]Nada é possível pensar
que possa ser considerado
como bom sem limitação
a não ser uma coisa só:
Uma boa vontade[...]”
(Immanuel Kant)
Resumo
O cimento Portland é um material muito utilizado na construção civil, principalmente para
a confecção de concretos, sua produção consome muita energia e resulta na emissão de
grande quantidade de gás carbônico, consequentemente, causa grande impacto ambiental.
Nesse contexto, se faz necessário investigar alternativas que assegurem a redução do
consumo de cimento, e um caminho possível é o das adições minerais. Essa pesquisa
apresenta um estudo realizado com o óxido de cálcio (cal virgem), utilizado como adição e
como substituição do cimento em concreto convencional, para os teores de 3% e 5% em
massa. O óxido de cálcio caracteriza-se como um fíler, porém, não é simplesmente um
material inerte de preenchimento, pois, apresenta uma pequena hidraulicidade. Por meio de
um concreto referencial, foram avaliados aspectos do concreto no estado fresco, abatimento,
e no estado endurecido, porosidade, índice de vazios, massa específica e as resistências
mecânicas de compressão e de tração. A análise dos resultados permitiu concluir que o
óxido de cálcio pode ser usado como adição em concretos promovendo benefícios sensíveis
às propriedades mecânicas, os melhores desempenhos foram para a substituição com teor
de 3% e para adição com teor de 5% em relação à massa de cimento.
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 Adições Minerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1.2 Tipos de Adições Minerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1.2.1 Pozolanas Naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1.2.2 Cinzas Volantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1.2.3 Sílica Ativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1.2.4 Metacaulim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.1.2.5 Cinzas de Casca de Arroz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.1.2.6 Fíler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.1.2.7 Escória de Aciária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.1.2.8 Escória Granulada de Alto-Forno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.2 Tópicos sobre o Concreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.2.1 Relação Água/Cimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.2.2 Resistência Mecânica à Compressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.2.3 Resistência Mecânica à Tração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.2.4 Permeabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.2.5 Porosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.3 Óxido de Cálcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.3.1 Origem Mineral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.3.2 Reações Químicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.3.3 Classificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.3.4 Índice de Hidraulicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.1.1 Materiais Cimentícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.1.1.1 Cimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.1.1.2 Óxido de Cálcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.1.2 Agregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.1.2.1 Agregado Miúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.1.2.2 Agregados Graúdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
SUMÁRIO 13
2.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4 RESULTADOS E ANÁLISES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.1 Comportamento no Estado Fresco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.2 Comportamento no Estado Endurecido . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.1 Absorção de Água, Índice de Vazios e Massa Específica . . . . . . . . . . . 46
4.2.2 Resistência Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2.2.1 Resistência à Compressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2.2.2 Resistência à Tração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.3 Resumo dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
APÊNDICES 55
Introdução
Objetivo
Objetivos Específicos
1 Revisão Bibliográfica
• Pozolanas comuns: cinza volante com baixo teor de cálcio, argilas calcinadas, cinzas
vulcânicas.
Cinzas volantes são pequenas partículas esféricas coletadas por sistemas anti-pó
das usinas termelétricas que queimam carvão em altas temperaturas. Segundo Neville
(1997), elas são as cinzas precipitadas eletrostaticamente dos fumos de exaustão de centrais
termoelétricas a carvão; e são as pozolanas artificiais mais comuns.
Em função das diferenças significativas de composição mineralógica e propriedades,
Mehta e Monteiro (1994) apud Fonseca (2010) explicam que as cinzas volantes podem
ser divididas em duas categorias que diferem entre si quanto ao teor de cálcio. A cinza
com baixo teor de cálcio é geralmente um produto de combustão de antracito e carvões
betuminosos, contendo quantidades de CaO total menores do que 10%. A cinza com alto
teor de cálcio contém normalmente de 15% a 30% de CaO e geralmente é um produto
de combustão de lignito ou de carvões sub-betuminosos. Esta variedade de cinza é mais
Capítulo 1. Revisão Bibliográfica 19
reativa, pois contém a maior parte do cálcio na forma de compostos cristalinos reativos.
As cinzas volantes podem ser usadas no concreto como correção da granulometria do
agregado miúdo, como substituto parcial do cimento ou nas duas funções simultaneamente.
No Brasil quando adicionada na fabricação de cimentos, a cinza volante está presente no
cimento Portland pozolânico (CP IV) e no cimento Portland composto com pozolana (CP
II Z).
Sobre a adição e a substituição da cinza volante pelo cimento Fonseca (2010, p. 39)
esclarece:
1.1.2.4 Metacaulim
1.1.2.6 Fíler
K1
fc = a/c (1.1)
K2
Além disso parte dessa água serve para controlar o calor gerado na reação (exotér-
mica) de hidratação, conforme Carvalho e Filho (2013)
Neville (1997, p. 51) afirma que “[...] com relações água/cimento maiores do que
cerca de 0, 38, o volume do gel não é suficiente para preencher completamente o espaço
disponível de modo que haverá um certo volume de poros capilares mesmo depois que o
processo de hidratação se complete”. Para Balbo (2010, p. 100) “[...]o fator água/cimento
não deve ultrapassar 0,55 [...]”.
Capítulo 1. Revisão Bibliográfica 25
Sendo os grãos do agregado graúdo mais rígidos e mais resistentes que a matriz de
argamassa, no entorno dos mesmos surgem tensões transversais de tração, perpendiculares
ao campo de compressão longitudinal aplicado externamente. O resultado é uma fissuração
generalizada, com fissuras orientadas segundo a direção do campo de compressão, com
tendência ao desmoronamento da estrutura interna do material. A figura 2 mostra o
mecanismo de ruptura à compressão nos concretos de baixa ou média resistência, isto é,
com resistências à compressão da ordem de até 40 MPa.
Capítulo 1. Revisão Bibliográfica 26
fissura. A fissuração é uma patologia que deve ser evitada no concreto porque diminui a
durabilidade da estrutura.
Esse tipo de resistência torna-se muito importante em estruturas de pavimentos:
rodoviários, industriais, aeroportuários e portuários; pois são projetados com resistência à
flexão, que implica resistência à tração (BALBO, 2010).
O concreto é muito mais resistente à compressão que à tração. Nos concretos de
baixa ou média resistência, a ruptura à tração dar-se-á na matriz da argamassa. A superfície
de fratura contorna os grãos do agregado graúdo. Nos concretos de alta resistência, a
ruptura à tração dar-se-á com tendência à superfície plana de fratura, sendo cortados tanto
a matriz de argamassa quanto os grãos de agregado graúdo. Em qualquer caso, a ruptura
será por separação de uma parte do concreto em relação ao restante da peça, com tensões
de tração da ordem de 10% do valor das tensões de compressão que produzem a ruptura.
São três os tipos de ensaios à tração: tração direta, tração por compressão diametral e
tração na flexão. Aqui serão realizados apenas os dois últimos (FUSCO, 2008).
Para o ensaio de compressão diametral um corpo-de-prova cilíndrico de concreto,
do tipo usado no ensaio de compressão, é colocado com o eixo na horizontal entre os pratos
da prensa, aplicando-se carga até a ruptura por tração indireta, na forma de fendimento
segundo o plano diametral vertical (NEVILLE, 1997). Ver figura 4.
módulo de ruptura. A expressão módulo de ruptura foi qualificada como teórica porque
se baseia na teoria de uma viga elástica, na qual há proporcionalidade entre tensões e
deformações, admitindo-se que a tensão tração na seção seja proporcional à distância à
linha neutra (NEVILLE, 1997). Ver figura 5.
1.2.4 Permeabilidade
A permeabilidade do concreto é um dos importantes fatores que influenciam na
durabilidade de uma estrutura. Durabilidade não significa, nesse caso, vida indefinida.
Significa, portanto, que as estruturas de concreto devem desempenhar as funções que
lhe foram atribuídas, que mantenham a resistência e a utilidade que delas se espera. É
necessário reiterar que um concreto resistente não é necessariamente durável (NEVILLE,
1997).
A durabilidade inadequada se manifesta por uma deterioração que pode ser origi-
nada por fatores externos ou por causas internas no interior do próprio concreto. Porém,
segundo Neville (1997, p. 482) “[...] com exceção da deterioração mecânica, todas as
influências desfavoráveis decorrem do transporte de fluidos através do concreto. [...]”
A rigor permeabilidade se refere ao escoamento de um fluido através de um meio
poroso. No caso do concreto, o deslocamento dos diversos fluidos se efetua não somente
por escoamento através do meio poroso, mas também por difusão e adsorção. Conforme
Neville (1997)
Capítulo 1. Revisão Bibliográfica 29
1.2.5 Porosidade
A porosidade tem relação direta com a resistência do concreto, Neville (1997)
aponta que a rigor a resistência do concreto é influenciada pelo volume de todos os vazios,
sendo eles: ar incorporado, poros capilares, poros de gel e ar aprisionado. Além do volume,
a forma e as dimensões dos poros também têm influência.
Para Fusco (2008) o concreto é um material essencialmente poroso e sua durabilidade
pode ficar comprometida por essa porosidade. O autor afirma também que a durabilidade
do concreto, além de ser depende essencialmente da porosidade capilar, também é função
do fator água/cimento. Na Tabela 1 o autor apresenta os tipos e dimensões de poros
presentes no concreto.
Além da Tabela 1, Fusco (2008, p. 37), explica as diversas causas dos poros existentes
na massa de concreto:
∆
CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) (1.2)
Fonte:<http://aquarius.ime.eb.br/~moniz/matconst2/cal.pdf>
Capítulo 1. Revisão Bibliográfica 32
1.3.3 Classificação
Segundo Guimarães (2002) apud Bock (2012), a cal compreende seis produtos
resultantes da calcinação de calcários, são eles: cal virgem cálcica, cal hidratada cálcica,
cal virgem dolomítica, cal dolomítica hidratada normal tipo N, cal dolomítica hidratada
especial tipo S e a cal hidráulica.
A maioria das cales produzidas no Brasil resultam da calcinação de calcários e
dolomitos metamórficos, de idades geológicas diferentes; geralmente muito antiga (pré-
cambriana) e pureza variável. As cales provenientes de calcários sedimentares e de conchais
naturais participam de maneira subordinada na produção, conforme ABCP (1990) apud
Bock (2012).
Baseado na definição feita por Bock (2012), foi desenvolvida a tabela 3 onde as
cales virgens estão classificas pelo teor de óxido de cálcio.
Julga-se mais conveniente esta última possibilidade, pois muitos dos calcários
utilizados na fabricação da cal, de maneira geral, são dolomíticos.
Com relação à classificação das cais conforme o seu índice de hidraulicidade,
encontrou-se, igualmente, sutis diferenças entre os dois autores. A indicação de cada um
deles é apresentada a seguir:
2 Materiais e Métodos
2.1 Materiais
Os materiais envolvidos nessa pesquisa são classificados em cimentícios e agregados.
Os materiais cimentícios são produtos industrializados e já dispõem da caracterização das
propriedades físicas. Enquanto que os agregados, processados mecanicamente, precisarão
passar por análises laboratoriais, segundo as normas pertinentes, para a determinação de
suas propriedades físicas. Isso permitirá a realização de outras pesquisas com materiais
de características semelhantes, seguindo os mesmos experimentos e consequentemente
possibilitando a comparação dos resultados.
Propriedade Descrição
Estado Físico Sólido
Forma Pó moído e ventilado
Cor Cinza - de bege a marrom escuro
Odor Inodoro
PH 12,5 em solução aquosa saturada a 20o
Ponto de Fusão 2400o cerca.
2.1.2 Agregados
Os agregados utilizados foram: areia natural, pedrisco e brita 1, conforme mostrado
na figura 7.
2.2 Metodologia
Este trabalho é baseado na análise dos resultados de ensaios laboratoriais para
estabelecer relações comparativas e avaliar as alterações causadas pela adição e pela
substituição mineral de óxido de cálcio no concreto. O processo experimental está descrito
nessa seção.
A primeira etapa trata de desenvolver um traço de concreto referencial para que a
partir dessa dosagem possa ser confeccionado as dosagens experimentais com adição e com
substituição mineral. O concreto referencial deverá atender as seguintes características:
Para cada mistura de concreto produzido foram realizados ensaios laboratoriais para
avaliar as propriedades nos estados fresco (Abatimento pelo tronco de cone de ABHRAMS)
e endurecido do concreto. No estado fresco, portanto, foi verificado a consistência da
mistura. Porém, para os ensaios realizados com o concreto no estado endurecido foram
moldados no mínimo 22 corpos de prova para cada traço. Todos esses ensaios seguiram as
recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas conforme descrito:
2. Para os ensaios realizados com dois corpos de prova foi realizada a média entre os
corpos de prova, conforme a equação (2.1);
CP1 +CP2
M= 2
(2.1)
q
(CP1 −M )2 +(CP2 −M )2 +...+(CPN −M )2
σ= N
(2.3)
S= √σ (2.4)
N
40
3.1 Parâmetros
• Relação Água/Cimento: F ac = 0, 50
É pertinente ressaltar que a relação água/cimento nessa pesquisa foi pré estabelecida
seguindo as recomendações das literaturas consultadas durante a revisão bibliográfica.
Entretanto, conforme Boggio (2000), a definição dessa relação pode ser dar duas formas.
A maneira mais precisa é o emprego das curvas de Abrams, construídas com o cimento
e os materiais a serem utilizados. Porém, quando não for possível construir estas curvas
pode-se proceder à determinação aproximada da relação em função da resistência, obtida
através das curvas conhecidas como curvas de Walz.
A fim de não se distanciar do método, na Figura 8 foi realizado uma verificação da
relação a/c arbitrada com as curvas de Wals, onde pôde-se constar que a relação arbitrada
está a favor da segurança.
Capítulo 3. Dosagem e Produção do Concreto 41
Nesse caso será preciso fazer um ajuste para garantir o teor de argamassa seca estipulado
no capítulo 2, para tanto, o consumo de areia será de 800, 00kg por m3 de concreto.
4 Resultados e Análises
180 350
160 300
140
200
120
150
100
100
80 50
Adição Substituição Adição Substituição
60 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Teor de CaO (% massa de cimento) Teor de CaO (% massa de cimento)
Por meio da figura 9 (a), é possível notar que o abatimento de tronco de cone
foi mantido em (100 ± 20mm) para quatro dosagens, conforme previsto. A exceção foi a
dosagem que teve 3% da massa de cimento substituída por CaO, essa atingiu 160 mm de
abatimento. Esse abatimento maior do que o previsto pode ser melhor entendido por meio
da relação estabelecida na figura 9 (b), onde tem-se a relação de água pelo teor de CaO
em relação a massa de aglomerante.
Capítulo 4. Resultados e Análises 46
4% 10%
Absorção de Água
Índice de Vazios
3% 8%
3
Massa Específica (g x cm-³)
2,5
Adição Substituição
2
0% 1% 2% 3% 4% 5%
Teor de CaO (% massa de cimento)
Pode-se observar que não houve variações positivas significativas nos ensaios apre-
sentados na figura 10. Porém, é possível notar que a substituição com teor de 3% de
CaO apresentou variação negativa acima do erro estatístico, portanto essa dosagem foi
prejudicial à durabilidade da matriz estudada. Então, tanto a adição quanto a substituição
de CaO nos teores de 3% e 5%, em relação à massa de cimento, não melhoraram os índices
de durabilidade do concreto referencial estudado.
Capítulo 4. Resultados e Análises 48
A resistência à compressão foi monitorada até a idade de (63 dias). Baseado nas
tabelas 26, 27, 28, 29 e 30, alocadas no apêndice dessa pesquisa, foi elaborada a figura 11,
onde são apresentadas: a evolução do ganho de resistência em função do tempo (a), o
ganho de resistência em função do tempo normalizado à idade de 28 dias (b), o valor da
resistência à compressão em função do teor de CaO (c) e a relação das resistências entre
as dosagens experimentais pela dosagem referencial (d).
35 1,20
30
25
0,80
20
Adição 3% 0,60
15 Adição 3%
Adição 5%
0,40 Adição 5%
10 Referência
Referência
5 Substituição 3% 0,20 Substituição 3%
Substituição 5% Substituição 5%
0 0,00
0 10 20 30 40 50 60 0 20 40 60
Idade do Concreto (dias) Idade do Concreto (dias)
34 1,20
32 1,15
Resistência à Compressão FC28 (MPa)
1,10
30
1,05
28
1,00
26
0,95
24
0,90
22 0,85
Adição Substituição Adição Substituição
20 0,80
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Teor de CaO (% massa de cimento) Teor de CaO (% massa de cimento)
Com os resultados dos ensaios, alocados no apêndice por meio das tabelas 31 e 32,
foram desenvolvidas as figuras 12 (a) e 12 (b), onde poderão ser observadas a resistência à
tração por compressão diametral e por flexão, respectivamente.
5 5
4 4
Resistência (MPa)
Resistência (MPa)
3 3
2 2
1 1
Aos resultados apresentados, por meio das figura 12, foram dados um tratamento
estatístico exposto na tabela 16.
Os resultados dos ensaios de tração por flexão divergem dos resultados dos ensaios de
tração por compressão diametral. Então faz-se necessários duas considerações; primeiro, os
resultados apresentados na figura 12 (a) são coerentes com os de compressão e representam
a média de três corpos de prova; segundo, os resultados de tração por flexão foram obtidos
com o rompimento de apenas um corpo de prova para cada dosagem, diminuindo assim a
representatividade da amostragem.
5 Considerações Finais
Referências
FISPQ. FICHA SEGURANÇA DRY D1. [S.l.], 2014. Disponível em: <http:
//chimicaedile.com.br/arquivos/idro/ficha_seguranca.pdf>.
Traço CP1 (kN) CP2 (kN) Resistência Média (kN) Resistência Média (MPa)
TR 109,9 110,8 110,4 14,1
TA3 89,4 87,2 88,3 11,2
TS 3 115,3 115,5 115,4 14,7
TA5 128,6 128,1 128,4 16,3
TS 5 100,2 103,2 101,7 12,9
Traço CP1 (kN) CP2 (kN) Resistência Média (kN) Resistência Média (MPa)
TR 149,2 140,8 145,0 18,5
TA3 118,2 128,7 123,5 15,7
TS 3 151,5 159,5 155,5 19,8
TA5 167,8 168,3 168,1 21,4
TS 5 130,7 130,7 130,7 16,6