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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto de ciências exatas

Departamento de Física

Física Experimental I

Laborató rio de Mecâ nica

CONSERVAÇÃO DO MOMENTUM LINEAR

Grupo: Laís Noronha Costa, Rafaela De S. Otaviano,Vitória Gomes Caetano e


Nayara Cristina Medeiros Da Silva
Prática
Aplicar a Lei de Conservação do Momentum Linear no estudo de um sistema composto por dois corpos que
interagem por colisão mecânica

Introdução
O presente trabalho tem como objetivo analisar um processo de colisão elástica
unidimensional no trilho da Pasco, a fim de determinar a melhor abordagem física para
conduzir o experimento, considerando colisões elásticas e inelásticas em um trilho de ar.
Além disso, busca-se verificar experimentalmente os princípios de conservação do momento
linear e da energia cinética do sistema.

O estudo das colisões desempenha um papel fundamental na Física, tanto em escala


macroscópica, como, por exemplo, nas colisões entre asteróides e planetas, entre um carro e
um ônibus, ou entre bolas de bilhar, quanto em escala microscópica, com foco particular nas
áreas de Física Nuclear e Física de Partículas. Nestas últimas, as colisões entre partículas
nucleares e elementares são amplamente utilizadas como técnicas investigativas, fornecendo
informações sobre propriedades como massa, carga elétrica, tempos de vida, interação com
outras partículas, e assim por diante.

Uma colisão representa a interação entre dois ou mais corpos, envolvendo a troca mútua de
momento linear e energia. Após o impacto, os corpos têm seus movimentos alterados,
resultando em mudanças nas direções, sentidos e intensidades de suas velocidades. Na física,
busca-se compreender o comportamento desses corpos após a colisão. Para essa análise,
aplicamos as leis de conservação de energia cinética e momento linear, de acordo com o tipo
de colisão em questão.As colisões podem ser classificadas como elásticas, perfeitamente
elásticas, inelásticas, perfeitamente inelásticas ou parcialmente elásticas. No contexto deste
trabalho em particular, estamos tratando de uma colisão perfeitamente elástica. Nesse tipo de
colisão, a energia cinética e o momento linear são conservados, o que implica que as
partículas envolvidas preservam suas velocidades relativas após o impacto.

Objetivo

Conjunto Experimental (Pasco)

Analisar um processo de colisão elástica unidimensional no trilho da Pasco, para concluir


qual é a melhor situação física de realizar o experimento em um processo de colisão elástica
ou inelástica em um trilho de ar

Conjunto Experimental (Azeheb)

Verificar experimentalmente os princípios de conservação do momento linear e da energia


cinética do sistema.
Descrição dos equipamentos

A foto ilustra uma esquematização da montagem experimental para realizar o experimento de colisão
no trilho da Pasco. A montagem experimental consiste de dois móveis m1e m2, com os lados
repulsivos voltados um para o outro. Posiciona-se m2 no centro do trilho (alvo) e m1(projétil) é
posicionado em uma das extremidades do trilho.

REFERENCIAL TEÓRICO
Após estudos aprofundados, é possível resumir a análise do movimento de corpos
macroscópicos por meio das Leis (ou Axiomas) do Movimento, estabelecidas por Sir Isaac
Newton em 1685 em seu livro "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural". Estas leis
fornecem uma base sólida para compreender o comportamento dos corpos em movimento e
são fundamentais na engenharia para diversas aplicações.

A quantidade de movimento linear, também conhecida como momento linear, é uma medida
física que está diretamente ligada à massa e à velocidade de um objeto. Quando um corpo
possui uma maior quantidade de movimento linear, ele requer uma força mais significativa
para alterar sua velocidade. Isso pode ser expresso da seguinte forma:

Aplicando a segunda lei de Newton para um corpo:

Para n corpos interagindo entre si e com o meio externo:

De acordo com a terceira lei de Newton, as forças externas se cancelam aos pares:

Esta é a Lei de Conservação de Momento Linear: o momento linear total inicial ( 𝑃𝑖 →) é


igual ao momento linear total final ( 𝑃𝑓 → ).
Durante uma colisão, é comum que, quando as forças internas atuantes entre os corpos são
significativamente maiores do que as forças externas, estas últimas podem ser consideradas
insignificantes, permitindo tratar os corpos envolvidos como um sistema isolado. Nesse
contexto, a quantidade de movimento é uma grandeza que só pode ser conservada quando a
colisão ocorre em um sistema isolado, ou seja, sem a influência de forças externas.

- Colisões Elásticas:
Aplicando o princípio da conservação linear, para o sistema de duas massas antes e após a
colisão, o momento linear pode ser escrito como:

Uma colisão elástica é uma colisão em que não há nenhuma perda de energia cinética do
sistema como resultado da colisão. A quantidade de movimento e a energia cinética total do
sistema 𝑘𝑡 = 𝑘1 + 𝑘2 + 𝑘3 + ⋯ 𝑘𝑛, é conservada:

Quando há somente conservação de momento linear (colisão inelástica, tratada mais à frente,
ainda neste item), a energia cinética se dissipa em termos de outras formas de energia, como
por exemplo: sonora, térmica, etc.

– Esquema antes e após a colisão de dois corpos durante uma colisão elástica. Para calcular
as velocidades anteriores e posteriores à colisão:

Onde 𝑑𝑥 é a variação do espaço percorrido e 𝑑𝑡 é a variação do tempo entre os sensores.

- Colisões Inelásticas:
Uma colisão inelástica é aquela na qual a Energia Cinética do sistema de corpos que colidem
não é conservada. Quando a energia cinética total dos corpos não é conservada e 9 se os dois
corpos permanecem juntos após a colisão, a colisão é dita perfeitamente inelástica, na qual a
velocidade final é igual para os dois corpos que compõem o sistema. Portanto, quando há
somente conservação de momento linear

- Existe um coeficiente de restituição (e), que é dada pela equação:

Para cada condição de e, se confere uma relação com a relação estudada:


● e=1 a colisão será perfeitamente elástica ;
● e=0 a colisão será perfeitamente inelástica;
● 0<e<1 representará uma colisão parcialmente elástica.

A Teoria de Erros
As grandezas físicas são obtidas por meio de experimentos que envolvem medidas diretas ou
combinações delas. Essas medidas possuem uma incerteza intrínseca que resulta das
características dos equipamentos empregados na determinação e também da intervenção do
operador durante o processo.
A consideração da incerteza de uma medida é um dos princípios fundamentais da física.
Reconhecemos que é impossível medir uma grandeza física com precisão absoluta, ou seja,
"qualquer medição, não importa quão bem executada, sempre será aproximada". Isso implica
que o valor medido nunca corresponderá exatamente ao valor verdadeiro da grandeza, pois
este último nunca é conhecido com total certeza.
Determinar a incerteza no valor obtido é essencial para avaliar o grau de precisão e confiança
na medida da grandeza física, usando métodos estatísticos. Ao realizar aproximações e obter
um grande número de medidas, o valor médio pode ser considerado uma estimativa mais
próxima do valor verdadeiro. Como engenheiros, essa compreensão da incerteza é crucial
para garantir a precisão adequada e a confiabilidade das nossas análises e projetos. Uma dada
incerteza corresponde em geral a um dado nível de confiança, probabilidade de encontrar o
valor num dado intervalo. Para determinar a incerteza basta medir várias vezes a mesma
grandeza e calcular sua média aritmética.
A incerteza no momentum vale:
δp=mδv+vδm
A velocidade usada será a velocidade média ao passar por um sensor:

onde N = 1 ou 2 (identifica o flutuador) e X = A (de “antes da colisão”) ou D (de “depois da


colisão”). Logo

Logo, o momentum linear médio

terá como incerteza:

Descrição do Experimento
O procedimento foi iniciado nivelando o trilho, posteriormente aferindo as massas dos
carrinhos e aferindo os tempos em relação aos pesos que íamos adicionando nos
carrinhos.Foram feitas 8 aferições para cada cenário a seguir (elástico x metal),(imã x
imã),(imã x madeira) lembrando que esses cenários nada mais é que a composição do
carrinho e o orifício em sua ponta.
Vale ressaltar que o apropriado em ambos os carrinhos, e estarem com pesos pareados
pois se um deles estiver muito mais pesado que o outro notarmos dificuldade para
efetuar o experimento.Foram anotados também os tempos em que cada carrinho
passava pelo sensor,Determine a velocidade v (média) de cada flutuador. Como o
tempo cronometrado refere-se de fato à passagem da lâmina metálica, cada velocidade
pode ser obtida pela razão entre o comprimento da lâmina L e o seu tempo de
passagem t pelo sensor: v = L / t. Devido a características de operação do sensor, o
fornecedor (PHYWE) informa que a incerteza na percepção deste comprimento é δL =
1 mm.Determine o momento linear (quantidade de movimento) médio total antes da
colisão (não esqueça da incerteza), representando-o por PT-A.Achar o momento linear
(quantidade de movimento) médio total depois da colisão (não esqueça da incerteza),
representando-o por PT-D.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Elástico x Metal
M1 (g) T1 (s) T2 (s) M2 (g) T1 (s) T2 (s)
1 210,5 0,269 0,195 210,0 0,180 0,295
2 230,5 0,315 0,174 240,0 0,162 0,368
3 261,0 0,442 0,351 250,0 0,317 0,459
4 271,0 0,272 0,254 260,0 0,225 0,283
5 240,5 0,22 0,214 220,0 0,176 0,221
6 311,0 0,182 0,277 290,5 0,186 0,251
7 350,5 0,595 0,375 308,5 0,205 0,680
8 361,0 0,609 0,396 310,0 0,293 0,787

Imã x Imã
M1 (g) T1 (s) T2 (s) M2 (g) T1 (s) T2 (s)
1 221 0,656 0,927 220,5 0,792 0,866
2 241,5 0,856 0,696 230,5 0,709 0,97
3 251,5 1,221 1,332 242,0 1,314 1,326
4 261,0 0,368 1,569 261,5 0,564 1,133
5 272,5 0,329 0,96 271,5 0,336 0,962
6 262,5 0,44 1,159 251,0 0,629 0,908
7 311,0 0,379 0,877 311,5 0,325 1,132
8 321,0 0,416 0,954 331,5 0,411 0,938

Imã x Madeira
1 M1 (g) T1 (s) T2 (s) M2 (g) T1 (s) T2 (s)
2 211,0 0,250 1,193 220,0 0,277 1,054
3 231,0 0,315 2,100 242,0 0,356 1,461
4 221,0 0,295 0,967 251,0 0,294 1,741
5 240,5 0,329 1,088 261,0 0,317 1,638
6 250,5 0,240 1,120 271,0 0,255 1,221
7 311,5 0,332 1,120 321,0 0,306 1,587
8 321,0 0,274 1,045 331,0 0,265 1,379

Resultados e Discussão

O trilho de ar permitiu a realização de dois experimentos nos quais o atrito foi


desprezível. Minimizar o atrito é um artifício que possibilita simplificar a dinâmica de
um experimento, o que facilita o estudo do fenômeno em foco. No primeiro
experimento o estudo foi sobre a segunda lei de Newton e permitiu que você
observasse a relação entre a aceleração e a massa do carrinho, sob ação de uma força
constante. Por este experimento, foi possível determinar experimentalmente, mais uma
vez, a aceleração da gravidade.Já nas colisões foi possível simular uma colisão
perfeitamente elástica, uma parcialmente elástica e uma inelástica e estudar a
conservação de energia e de momento em cada caso.

Conclusões

Bibliografia
UFRGS:http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20011/Gustavo/colisoes.htm;
H. Mukai, P.R.G. Fernandes, Manual de Laboratório de Física I – DFI/UEM – 2016/2017;
USP: http://efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/dinamica/leis_Newton/;
Materiais disponibilizados no sigaa e anotações em sala.

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