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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

COLISÕES UNIDIMENSIONAIS: ELÁSTICAS E INELÁSTICAS

Generson Eduardo F. da Silva – Física Experimental I – Departamento


de Física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro: genoedfs@gmail.com.

UBERABA-MG

25/11/2019

RESUMO 1.0

A oitava prática experimental busca desvendar o comportamento de


corpos em colisão. Para tal foi analisado dois corpos em duas situações distintas:
ambas nas quais uma primeira partícula em movimento atinge outra em repouso,
porém, num primeiro momento, elas trocam de velocidades, ou seja, a primeira
para e a segunda segue, se afastando igualmente como a primeira se
aproximava anteriormente. Enquanto noutra análise elas compartilham uma
mesma velocidade após a colisão. Por fim, determinaremos as diferenças entre
os resultados experimentais em relação aos teóricos e as causas dessas
possíveis divergências.
Palavras Chaves: Colisão, Conservação, Elástica, Inelástica.

INTRODUÇÃO 2.0

Não importa o tipo de colisão a energia total do sistema sempre se


conserva, “embora parte da energia mecânica possa converter-se em outras
formas de energia, como calor” (Moysés, 2002). No curto tempo de contato entre
duas bolas de bilhar, colidindo frontalmente, a energia cinética se converte em
potencial – elástica, ainda por cima – devido a uma deformação na superfície
das bolas, tal qual a que ocorreria numa mola. Terminado esse período, a
energia potencial converte-se, novamente em energia cinética separando os dois
corpos.

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Sendo assim, a energia cinética final é igual a inicial e quando isto
ocorre, dizemos que se trata de uma colisão elástica. Desta mesma maneira,
também podemos definir colisão inelástica como sendo qualquer outra colisão
na qual este comportamento não é reproduzido: a energia cinética inicial pode
ser maior ou menor do que a inicial. No exemplo das bolas de bilhar temos uma
colisão inelástica, pois parte da energia cinética se torna ondas sonoras. Porém,
por ser uma perda mínima, dizemos que ela se comporta como se fosse uma
elástica.
Normalmente se considera partículas ao longo de uma reta colidindo
frontalmente com massas (m) e velocidades (v). Para esse tipo de sistema,
tratamos as partículas como corpos sujeitos apenas às forças internas ao
sistema, de modo que o momento total do sistema se conserva:

𝑃𝑖 = 𝑝1𝑖 + 𝑝2𝑖 = 𝑝1𝑓 + 𝑝2𝑓 = 𝑃𝑓 (2.2)

Portanto se trataria de uma colisão elástica com conservação da energia


cinética total. Logicamente não funciona somente para o caso unidimensional,
mas nos restringiremos a ele.
O vetor momento linear (P) é dado pelas unidades kgm/s do S.I. e
determinado pela seguinte equação:

𝑃 = 𝑚𝑣 (2.3)

No caso para massas iguais numa colisão na qual um dos corpos se


encontra em repouso temos interpretação a seguir:

𝑚1𝑣1 + 𝑚2𝑣2 = 𝑚1𝑣 ′ 1 + 𝑚2𝑣 ′ 2 (2.4)

Como um dos corpos possui velocidade nula numa colisão elástica, fica:

𝑚1𝑣1 = 𝑚2𝑣′2 (2.5)

Ou ainda

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𝑚1
𝑣′2 = 𝑣1 (2.6)
𝑚2

Já para uma próxima situação consideremos novamente massas iguais


com um dos corpos em repouso, porém, desta vez, ambos os corpos seguirão
em movimento com a mesma velocidade, para tal podemos entender da seguinte
maneira:

𝑚1𝑣1 + 𝑚2𝑣2 = 𝑚1𝑣 ′ 1 + 𝑚2𝑣 ′ 2 (2.7)

Cancelando o termo que acompanha o corpo com a velocidade inicial


nula e considerando v’1=v’2=V fica:

𝑚1𝑣1 = (𝑚1 + 𝑚2)𝑉 (2.8)

O que nos leva a:

𝑚1
𝑉= 𝑣1 (2.9)
(𝑚1 + 𝑚2)

OBJETIVOS 3.0

Analisar o movimento unidimensional com enfoque na conservação do


momento linear, ou seja, perceber se o momento de antes será igual ao de
depois. Tomaremos a massa como constante – não é massa relativística – afim
de comparar os resultados experimentais com os teóricos, por fim faremos
tabelas para cada situação de cada resultado.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 4.0

MATERIAIS 4.1

Tabela 1. Materiais
Cronômetro Digital Sensores de Movimento

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Trilho de Ar Trena
Pesos Carrinhos de Massas Iguais
Ímãs Elástico
Balança Digital Papelão (opcional)

MÉTODOS 4.2

Esta prática, assim como a sétima, será dividida em dois momentos. No


primeiro deles estamos interessados em transferi completamente a energia
cinética do primeiro carrinho para o segundo, fazendo-o ficar inerte enquanto o
outro se afasta com velocidade igual ao do primeiro carrinho. Já na segunda
parte, nosso interesse é o de fazer com que ambos os corpos se desloquem com
a mesma velocidade no momento posterior ao da colisão.
A princípio mediremos as distâncias entres os dois primeiros e os dois
últimos sensores com a trena, quero dizer que a relevância reside no momento
inicial e no final. Em seguidas amarraremos o elástico em ambos os carrinhos,
um deles estará parado em meio ao trilho de ar, enquanto o outro será posto em
movimento para que haja a colisão de fato. Cronômetros a postos; liga-se o trilho
de ar; empurra-se um dos carrinhos; desliga-se o trilho de ar e anota os tempos.
Por fim, repete-se o procedimento por algumas vezes alterando a massa de um
dos carrinhos com o uso dos pesos
Posteriormente, arranjaremos o experimento de maneira semelhante ao
procedimento passado, com a diferença de que usaremos ímãs e/ou papelão
para conectar os carrinhos após a colisão. Pois bem, um dos carrinhos estará
em repouso enquanto o outro se move em sua direção, ambos com ímãs (ou
papelão) para seguirem com velocidades iguais no momento final. Confere os
sensores e os cronômetros; liga o trilho de ar; faz os carrinhos colidirem; desliga
o trilho de ar faz a anotação dos tempos obtidos.
Por fim, com o auxílio das equações do item 2.0 determinaremos de
maneira teórica e experimental os resultados plausíveis de cada colisão. A fim
de compreender quais são os responsáveis dessas diferenças e quais as
relações entre ambos os resultados.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.0

TESTE DE COLISÃO I 5.1

A velocidade de um dos corpos é transferida (totalmente) para o outro


em colisões entre partículas de massas idênticas, num cenário ideal. Como
temos um corpo em movimento e outro em repouso no momento anterior a
colisão, apenas um dos móveis tem velocidade enquanto o outro não.
Obviamente, após a colisão um dos móveis para e o outro segue se afastando
com velocidade semelhante daquele que o atingiu.

Tabela 2. Dados experimentais da colisão I


Carrinho 1 (kg) Carrinho 1 (m/s) Carrinho 2 (kg) Carrinho 2 (m/s)
0,1794 0,511 0,1806 0,371
0,1996 0,559 0,1806 0,452
0,2202 0,641 0,1806 0,575
0,2280 0,377 0,1806 0,324
0,2890 0,264 0,1806 0,218

Antes de executarmos o cálculo 2.6 e produzirmos uma tabela teórica,


atente-se a redução da velocidade entre os momentos. Isto se deve pelo fato de
tratarmos somente as forças internas à colisão e desprezarmos qualquer uma
outra. Os dados experimentais mostram que há forças externas dissipativas sim,
tais quais o atrito, pois mesmo com o trilho de ar ele não pôde ser anulado
totalmente.

Tabela 3. Dados analisados pela óptica teórica idealizada I


Carrinho 1 (kg) Carrinho 1 (m/s) Carrinho 2 (kg) Carrinho 2 (m/s)
0,1794 0,511 0,1806 0,508
0,1996 0,559 0,1806 0,618
0,2202 0,641 0,1806 0,781
0,2280 0,377 0,1806 0,476
0,2890 0,264 0,1806 0,422

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Como era esperado, os resultados teóricos foram diferentes dos
experimentais. Tal fato é devido a uma série de coisas: uma delas é a limitação
dos instrumentos e do experimentador. Outra coisa a se levar em consideração
é tratar um sistema real como ideal e algum erro aleatório.

TESTE DE COLISÃO II 5.2

Agora nossa análise se volta para uma nova forma do mesmo


experimento. Desta vez estamos interessados em fazer com que os dois corpos
saiam ligados com a mesma velocidade. A título de curiosidade a massa do
carrinho dois é de 0,1589 Kg.

Tabela 4. Dados experimentais da colisão II.


Carrinho 1 (kg) Carrinho 1 (m/s) Carrinho 1 + 2 (kg) Carrinho 1 + 2 (m/s)
0,1656 0,922 0,3245 0,477
0,1858 0,764 0,3447 0,401
0,2064 0,739 0,3653 0,361
0,2142 1,036 0,3731 0,530
0,2752 0,909 0,4341 0,634

Sem demora vamos analisar os dados sobre a visão que a literatura teria
ao analisar esses mesmos dados com 2.9 e justificar as discrepâncias na
sequência.

Tabela 5. Dados analisados pela óptica teórica idealizada II


Carrinho 1 (kg) Carrinho 1 (m/s) Carrinho 1 + 2 (kg) Carrinho 1 + 2 (m/s)
0,1656 0,922 0,3245 0,470
0,1858 0,764 0,3447 0,412
0,2064 0,739 0,3653 0,417
0,2142 1,036 0,3731 0,595
0,2752 0,909 0,4341 0,576

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Os dados reais se aproximaram bem mais dos reais para esta segunda
atividade. Reiterando o que já foi dito, recobrando em especial os erros
experimentais, ainda há limitações reais que nos impedem de chegar nos
resultados fictícios, por assim dizer.

CONCLUSÃO 6.0

Podemos concluir, principalmente pelo sub tópico 5.2 devido a


semelhança dos dados entre os resultados experimentais com os analisados
pela literatura, que em colisões há sempre a conservação do momento. Embora
a energia cinética seja transformada noutras formas de energia. como
estávamos analisando colisões elásticas vimos que a velocidade nessa
modalidade de colisão também se conserva. Portanto podemos afirmar que as
velocidades entre duas partículas se invertem em consequência da colisão,
característico de colisões elásticas unidimensionais.

REFERÊNCIAS

NUSSENZVEIG, Hamilton Moysés. Curso De Física Básica Vol. 1: Mecânica. 4.


ed. São Paulo - SP: Blucher, 2002. p. 168-1182.

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