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UNINORTE

PROTEÇÃO DE SEP
PROFESSOR: ENG. KLEBER SANTANA

Livro: Proteção de SEP


Autor: João Mamede Filho e Daniel Ribeiro Mamede
INTRODUÇÃO

 O Sistema Elétrico de Potência (SEP) é constituído por subsistemas de


Geração, Transmissão e Distribuição, que são responsáveis pela Transmissão
de energia da geração até os centros de carga, através de uma grande área
geográfica, e pela distribuição da mesma aos consumidores.

 Antes o Sistema Elétrico operava de forma isolada, ou seja, após a geração a


energia era distribuída diretamente para os centros de consumo.

 Com a evolução da tecnologia dos dispositivos eletrônicos, mudou a


configuração dos SEPs, com o aumento da demanda de energia foi
necessário aumentar o desempenho, melhorar a confiabilidade e uma
distribuição mais adequada do sistema.
INTRODUÇÃO

 As unidades separadas tiveram que ser unificadas formando uma só rede


elétrica, chamado de Sistema Integrado ou Interligado.

 Um sistema interligado, embora seja bem mais complexo em sua operação e


no seu planejamento, além da possibilidade da propagação de perturbações
localizadas por toda rede, traz muitas vantagens que superam os problemas,
tais como:

 Maior número de unidades geradoras.


 Necessidade de menor capacidade de reserva para as emergências.
 Intercâmbio de energia entre regiões.
INTRODUÇÃO

 Com as mudanças no SEP os níveis de exigências foram elevados foi


enquadrado dentro de padrões de qualidade, desempenho e confiabilidade.

 São exigências regulamentadas na ANEEL (Agencia Nacional de Energia


Elétrica).

 Para atender corretamente as exigências dos órgãos reguladores é


necessário um conhecimento detalhado das configurações do Sistema
Elétrico.
INTRODUÇÃO

 A finalidade de um Sistema de Potência é distribuir energia elétrica para


diversas aplicações.

 Tal sistema deve ser projetado e operado para entregar esta energia
obedecendo dois requisitos básicos:

 Qualidade e Economia, que apesar de serem antagônicos é possível fazer a


conciliação dos mesmos utilizando conhecimentos técnicos e bom senso.
INTRODUÇÃO

 A garantia de fornecimento da energia elétrica é aumentada, se o projeto for


melhorado prevendo uma capacidade de reserva e planejando circuitos
alternativos para o suprimento.

 Assim foi realizada a subdivisão dos sistemas em zonas de proteção,


cada uma controlada pelos equipamentos de proteção que atuará somente na
área que é para agir.

 Os dispositivos estarão localizados em pontos convenientes da rede,


proporcionando flexibilidade operativa e garantindo a minimização das
interrupções do sistema.
INTRODUÇÃO
 A figura mostra a Ilustração da proteção de um Sistema Elétrico e suas zonas de proteção.
INTRODUÇÃO
 Nos sistemas elétricos procura-se alcançar seletividade e proteção por meio
da adequação entre os diferentes dispositivos de proteção.

 A coordenação da proteção em sistema de distribuição vem sendo estudada


há mais de 50 anos.

 Os últimos avanços nesta área tem se verificado no âmbito tecnológico, com


a introdução de relés estáticos e relés digitais em anos recentes, garantindo
assim um SEP bem mais confiável.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 GERADORES
 Os geradores são os elementos principais de um sistema de energia elétrica.

 São eles que alimentam as cargas garantindo assim a continuidade e a


estabilidade do sistema.

 Esses elementos também são as principais fontes de curto circuito.

 Quando ocorre um curto circuito, a impedância vista pelo lado do gerador cai
abruptamente, para tentar manter as condições do sistema.

 O gerador injetará no circuito uma corrente bastante elevada, podendo vir a


danificar os outros elementos de sistema, caso o funcionamento da proteção
não atue corretamente.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 GERADORES
 Os geradores submetidos a condições de curto-circuito apresentam
comportamento oscilante de parâmetros fato que não ocorria em condições
normais.

 A corrente de curto-circuito trifásico, apresenta três estágios diferentes que


são chamados de subtransitório, transitório e permanente, como mostra a
figura a seguir.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 GERADORES Comportamento das Correntes de Curto-Circuito do
Gerador quando submetido a Falta.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 GERADORES

 As correntes que circulam pelo gerador em caso de curto circuito são conhecidas por
correntes assimétricas sendo compostas por uma componente continua e uma
componente alternada.
Composição de
Correntes Contínua e
Alternada durante
Curto-Circuito Trifásico
em Gerador
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 TRANSFORMADORES

 Os transformadores são elementos que fazem a interligação do sistema


possibilitando a conexão de vários equipamentos com tensões elétricas
distintas.

 Como as correntes de curto circuito passam através dos transformadores,


ocorre à necessidade de analisar o comportamento do transformador em
relação a estas correntes.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 TRANSFORMADORES

 O transformador se opõe a corrente de curto circuito, assim deve-se analisar o


comportamento deste em relação às componentes da sequência.

 A equação a seguir mostra o valor da impedância, que é a relação entre a


tensão e corrente de linha.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 TRANSFORMADORES

 Já impedância de sequência zero vai depender do tipo do transformador, da


forma do seu núcleo magnético e do tipo de conexão das bobinas primária e
secundária.

 O ensaio em qualquer transformador para obter impedância de sequência


zero pode-se utilizar o modelo PI conforme segue a figura:

Modelo PI
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 LINHAS DE TRANSMISSÃO

 As linhas de transmissão LT são os elementos que transportam a energia


gerada até os consumidores.

 Por cobrir extensivamente o sistema, ela fica sujeita a riscos (vento, animais,
descarga atmosférica, etc.).

 As LT são os elementos mais vulneráveis do sistema elétrico.

 Uma característica da LT é o fato de ter uma impedância alta, sendo,


portanto, a grande limitadora da corrente de curto-circuito.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 LINHAS DE TRANSMISSÃO

 Para se fazer os cálculos das impedâncias de sequência das LT devem levar


em conta as disposições geométricas, características dos condutores, número
de condutores, presença de outras LTs nas proximidades.

 Os parâmetros das impedâncias podem ser obtidos através de ensaios.

 Aplicando tensões trifásicas equilibradas no inicio da linha com o seu final em


curto circuitado trifasicamente, a impedância de sequência positiva é
encontrada. Ela é a impedância normal da LT.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 LINHAS DE TRANSMISSÃO

 A impedância de sequência positiva é dada pela equação .

 Como a LT é um elemento passivo e estático do sistema de energia, a


impedância de sequência negativa é igual a impedância de sequência
positiva.
ELEMENTOS DO SISTEMA DE POTÊNCIA
 CARGAS

 As cargas são elementos que são representados por impedâncias constantes.

 É feito o estudo do fluxo de potência, onde o cálculo de fluxo de carga deverá


ser feito com as reatâncias internas dos geradores e motores no período sub-
transitório.

 As correntes de carga limitadas pelas impedâncias de cargas são valores


pequenos, em contrapartida as correntes de curto circuito são grandes, pois
são limitadas apenas pelos parâmetros do sistema.
Filosofias de proteção:

 Um dos pontos críticos relativo aos sistemas de energia elétrica é a proteção


destes sistemas, pois grande parte dos defeitos possui grande energia
associada e se medidas de segurança e proteção não estiverem bem
definidas e projetadas os danos podem ser catastróficos, tanto em relação a
equipamentos quando a vida humana.

 Em qualquer sistema elétrico avaliado, o principal objetivo da proteção é


torná-lo capaz de oferecer um serviço cada vez mais contínuo, mais confiável,
a um custo cada vez menor e com segurança, ou seja, sempre obedecendo
às normas dos órgãos que regulam o setor elétrico brasileiro e internacional.
Filosofias de proteção:

 Os sistemas elétricos não são imunes a falhas, logo se torna necessária a


aplicação de um sistema de proteção com o objetivo de isolar a área que
apresenta o defeito e manter o restante do sistema em funcionamento, de
preferência pleno.

 Na proteção existem certos parâmetros que identificam a qualidade e a


eficiência, tais como: rapidez para extinção da falha e sensibilidade.

 Com um planejamento correto é possível agir de maneira significativa em


pontos cruciais, tais como: confiabilidade, segurança, tempo e gastos
financeiros com manutenção corretiva e preventiva e a melhora no
fornecimento de energia para o caso da transmissão e distribuição.
Filosofias de proteção:

 Uma corrente de curto-circuito elevada se mantendo por um longo período de


tempo pode provocar inúmeros danos ao sistema elétrico ou até mesmo um
colapso na rede.

 Um sistema de proteção deve ser configurado de forma a garantir a


eliminação do defeito no menor tempo possível, minimizando os danos e os
custos, aumentando a segurança (material e pessoal) e garantindo a
coordenação e certa seletividade no sistema como um todo (restringindo a
interrupção ao menor trecho possível).
Filosofias de proteção:

 Os níveis de curto circuito devem ser sempre os mais baixos possíveis, a fim
de minimizar os danos aos equipamentos em caso de curto.

 Nem sempre é possível se ter níveis baixos de curto-circuito, devido à queda


de tensão, em regime permanente ou durante a partida de grandes cargas,
que se tornaria excessiva.

 Em sistemas elétricos industriais, geralmente é fácil projetá-lo e dimensionar


os equipamentos visando trabalhar com níveis mais baixos de curto-circuito.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Esquema básico de funcionamento de um relé de proteção.


ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Unidade de entrada

 As unidades de entrada faz uma isolação elétrica entre o sistema e os


dispositivos de proteção, evitando que tensões e correntes elevadas se
desloquem esses dispositivos.

 São os equipamentos que recebem as informações de distúrbios do sistema


elétrico, tais como transformadores de corrente e de potencial, e enviam
esses sinais à unidade de Conversão do relé de proteção.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Unidade de conversão de sinal

 Fica dentro dos relés, recebe os sinais dos transformadores de corrente


e de potencial e os transforma em sinais com modulação adequada ao nível
de funcionamento dos relés.

 É uma unidade do relé secundário, não faz parte do relé primário pois a
corrente e a tensão da rede são aplicadas diretamente sobre a unidade de
disparo do disjuntor.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Unidade de medida

 Quando o sinal sai da unidade de conversão, a unidade de medida compara


as suas características (módulos da corrente e tensão, ângulo de fase,
frequência etc.) com os valores que foram previamente armazenados nela e
tidos como referência de operação.

 Se os sinais de entrada apresentem valores superiores aos valores


previamente ajustados, a unidade de medida envia um sinal à unidade de
saída.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Fonte de tensão auxiliar

 Fornece energia às unidades de medida para processar as informações e à


unidade de saída. Fornece energia para unidade de acionamento, em geral é
constituída por uma bateria.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Unidade de saída

 Fornece energia às unidades de medida para processar as informações e à


unidade de saída. Fornece energia para unidade de acionamento, em geral é
constituída por uma bateria.

Unidade de saída

 Pode ser constituída por uma pequena bobina acionando um contato


auxiliar ou por uma chave semicondutora.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO

Unidade de acionamento

 Em geral é constituída por uma bobina de grossas espiras montada no


corpo do elemento de desconexão do sistema, que pode ser um disjuntor
ou um interruptor.

 Faz parte dos sistemas de proteção com Relé Secundário.

 Quando usado na proteção com Relés Primários é ativada diretamente


pelas unidades de entrada.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
 Dessa forma podemos detalhar de uma forma geral uma estrutura de
proteção conforme segue:

Estrutura básica de um esquema de proteção


ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
TC – transformador de corrente: equipamento responsável pelo suprimento da
corrente ao elemento de avaliação da corrente (A) que se quer controlar.

TP – transformador de potencial: equipamento responsável pelo fornecimento


da tensão ao elemento de avaliação da tensão (A) que se quer controlar.

D – interruptor ou disjuntor responsável pela desconexão do sistema.

F – fonte auxiliar de corrente que supre os diversos elementos envolvidos na


proteção. Em geral, trata-se de uma fonte de corrente contínua.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
A – elemento de avaliação das medições de corrente e tensão que tem as
seguintes funções:

– gerenciar as condições operacionais do componente elétrico protegido, tais


como a linha de transmissão, o transformador de potência etc.;

– decidir, a partir dos valores recebidos de corrente e tensão, as condições em


que se dará a operação de desconexão.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
B – elemento lógico da estrutura de proteção; recebe as informações do
elemento de avaliação, procede à comparação com os valores ajustados e, se for
o caso, libera o sinal de atuação para o interruptor ou disjuntor.

C – elemento que modula o sinal de disparo do interruptor ou disjuntor.

S – elemento de sinalização ótica ou visual de todas as operações realizadas na


estrutura básica de proteção.

K – elemento responsável pela recepção de sinais de comando originados ou não


de outros pontos distantes da parte do sistema sob proteção; pode ser a
própria régua de borne dos condutores dos circuitos de proteção.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
 Para alguns esquemas de proteção, os transformadores de potencial podem
ser suprimidos, como no caso da proteção de sobrecorrente.

 Na proteção somente de sub e sobretensão, não é necessária, no entanto, a


aplicação do transformador de corrente.

 Nos esquemas de proteção utilizando relés primários, não é necessário


empregar nenhum transformador de medida.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
FALHAS DE UM SISTEMA DE POTÊNCIA
 Os curtos-circuitos correspondem às falhas mais severas que
ocorrem num sistema elétrico de potência.

 Podem ser eventos resultantes de um defeito na isolação de um


ponto qualquer sob tensão da rede considerada ou de uma ação
involuntária sobre o sistema, tendo como consequência valores muito
elevados de corrente, causando altos danos nas instalações, caso não
acontece uma intervenção do sistema de proteção.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
FALHAS DE UM SISTEMA DE POTÊNCIA
 Os curtos-circuitos podem se dar entre as três fases, entre duas
fases quaisquer, compreendendo ou não a terra, e entre uma fase
qualquer e a terra.

 As sobrecargas são caracterizadas pela elevação moderada da


corrente, acima dos valores admitidos no projeto, não é uma falha da
instalação e sim procedimento incorretos da operação, seja pela
introdução de uma nova carga no circuito ou pelo aumento da carga
mecânica dos eixos dos motores.

 Os curtos-circuitos são de curta duração, e geralmente a


sobrecargas são prolongadas.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
Estatísticas das interrupções
 As concessionárias de energia elétrica, geradores e distribuidores,
acompanham e avaliam rigorosamente as interrupções de seus
sistemas, a fim de se orientarem no planejamento estratégico e
operacional, objetivando melhorar a qualidade de fornecimento de
energia a seus clientes.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
Estatísticas das interrupções
 Segue alguns dados médios das interrupções dos sistemas de geração e
transmissão relativos ao sistema elétrico brasileiro.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
Estatísticas das interrupções
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
Estatísticas das interrupções
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
Estatísticas das interrupções

 As interrupções também podem ser contabilizadas ao longo dos meses do


ano, o que varia em cada região dependendo, principalmente, das
condições climáticas.

 Podem-se acrescentar a essas estatísticas as interrupções quanto ao


tipo de curto-circuito:
ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
Estatísticas das interrupções

 Existe um tipo de interrupção bastante característico dos sistemas de


distribuição, urbano ou rural, denominado defeito fugitivo.

 Corresponde à falta monopolar à terra de curtíssimo tempo, como, por


exemplo, a palha de uma palmeira tocando os condutores de uma rede
aérea devido a uma rajada moderada de vento.

 As estatísticas mostram que cerca de 80% do total das interrupções


são classificadas como fugitivas.

Fim da Aula
Principais equipamentos:

 Existe vários equipamentos que são utilizados para realização da proteção


dos sistemas elétricos em geral, tais como: Transformadores de Corrente
(TCs), Transformadores de Potencial (TPs), Disjuntores, Elos-
Fusíveis/Chaves-Fusíveis, Chaves Seccionadoras, Relés, etc.

 Os equipamentos aplicados à indústria seguem os mesmos princípios dos


aplicados ao sistema elétrico em geral como, por exemplo TCs e TPs, os
quais devem ser dimensionados de acordo com o nível de tensão/isolamento
utilizado, da corrente nominal na rede, fator térmico (sem exceder os limites
de temperatura especificados pelo fabricante) e polaridades.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Impactos dos Erros de TC’s em Relés de Proteção:

 Os Transformadores de Corrente são a interconexão básica entre o sistema de


potência e os relés de proteção.

 Uma das principais preocupações é garantir a capacidade do TC de replicar,


da forma mais fiel possível, a corrente do primário que, em caso de curto-
circuito, pode atingir valores dezenas de vezes maiores que a corrente máxima
em regime permanente.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Impactos dos Erros de TC’s em Relés de Proteção:

 Cuidados devem ser tomados com relação à corrente máxima de curto


aplicada ao TC, pois problemas de saturação podem ocorrer (é usual definir a
relação de transformação, de modo que a corrente no secundário do TC não
ultrapasse o valor de 20 vezes a corrente nominal do mesmo).

 Sendo esses fenômenos difíceis de predizer e podem carregar uma incerteza


para a operação dos relés, já que os impactos deste efeito podem não ser
considerados de forma apropriada no projeto.

 A consequência pode ser a proteção inadequada, principalmente com relação


à segurança e seletividade.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Impactos dos Erros de TC’s em Relés de Proteção:

 Ao especificar de um TC para proteção, a regra geral é usar a maior classe de


exatidão possível, a maior relação de transformação viável e conectar ao
secundário a menor carga possível, levando em consideração os limites de
tamanho, custo e concordância com as normas.

 Engenheiros de proteção devem considerar como os TC’s podem impactar na


operação dos relés, e consequentemente na coordenação e seletividade do
sistema.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Curto-circuito franco versus curto-circuito com arco:

 Outro ponto importante a ser considerado é com relação aos tipos de curto-
circuitos, por exemplo os com arco e os francos.

 Um curto-circuito franco ocorre quando determinado objeto físico fecha o


caminho entre duas ou mais fases ou ainda entre uma fase e a terra.

 Este tipo de curto não é tão frequente em sistemas industriais, porém pode ser
mais provável em sistemas de distribuição, que possuam linhas aéreas e fios
nus.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Curto-circuito franco versus curto-circuito com arco:

 O curto-circuito com arco ocorre quando o meio isolante entre as fases ou


entre a(s) fase(s) e o terra é comprometido, isso devido à alguns fatos, tais
como, impregnação de impurezas ou ainda falhas como ressecamentos ou
rachaduras.

 Quando o material isolante se rompe pode ocorrer o aparecimento de um arco


elétrico, ou seja, a passagem de corrente pela ionização do meio gasoso
existente entre as fases ou entre a fase e a terra.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Curto-circuito franco versus curto-circuito com arco:

 É um tipo de curto altamente prejudicial aos equipamentos próximos, já que a


grande quantidade de energia liberada com o arco pode causar a vaporização
instantânea dos metais que compõem os equipamentos.

 Outro problema dos curtos com arco é que, devido à alta resistência do arco,
a corrente de curto-circuito tende a ser bem menor que a corrente em um curto
franco, dificultando assim a atuação dos equipamentos de proteção.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Coordenação e seletividade do sistema de proteção em geral:

 Antes de tudo é necessário definir o que é coordenação e seletividade.

 Coordenação é “colaboração harmoniosa de partes e sequência normal de


funções”.

 Coordenação de um sistema de proteção significa ajustar os parâmetros dos


equipamentos de forma a garantir que, para uma falta em um determinado
ponto do sistema elétrico, a atuação dos relés ocorrerá de forma coordenada,
com os relés mais próximos à falta, atuando antes que os relés subjacentes,
isolando e erradicando a falta.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Coordenação e seletividade do sistema de proteção em geral:

 Se os primeiros na ordem de atuação falharem, os próximos relés devem


atuar, seguindo assim uma ordem de prioridade de operação.

 A seletividade está atrelada ao conceito de coordenação.

 Um sistema elétrico de proteção é dito seletivo quando, diante da ocorrência


da falta em um ponto, apenas a menor parte do sistema de potência ao redor
deste ponto é isolada pela proteção, garantindo assim que o restante do
sistema (e suas respectivas cargas) continue a funcionar de forma satisfatória.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Coordenação e seletividade do sistema de proteção em geral:

 Garantir a coordenação e a seletividade é uma das tarefas mias difíceis no


planejamento do sistema de proteção, principalmente em sistemas em malha,
que possuem uma confiabilidade sensivelmente superior aos sistemas radiais.

 Utilizar um esquema de proteção altamente complexo além do necessário vai


contra os princípios de viabilidade e payback.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Coordenação e seletividade do sistema de proteção em geral:

 A coordenação é obtida pela superposição das curvas de atuação dos diversos


dispositivos de proteção presentes na rede.

 O objetivo é escolher da forma mais adequada possível às temporizações de


cada equipamento e definir os valores corretos de corrente de pick-up ou
corrente de atuação dos mesmos.

 Qualquer defeito que ocorra em um determinado ponto da rede resultará na


atuação dos dispositivos mais próximos ao curto, garantindo que a menor
parte necessária do sistema seja retirada de operação.
Técnicas e problemas encontrados na realização da proteção:

Coordenação e seletividade do sistema de proteção em geral:

 Dessa forma, tanto a coordenação, a seletividade e a eficácia devem ser


tratadas como prioridades no planejamento e na concepção de um sistema
eficiente de proteção para qualquer ambiente.
Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

 Transformadores de corrente (TCs) são equipamentos usados tanto na


medição como proteção nos sistemas elétricos.

 Sua função principal é baixar os níveis de corrente do sistema de potência


(geralmente de altos valores) para valores nominais dos instrumentos de
medição e proteção, ou seja, 5A ou 1A (a corrente de 1A é escolhida quando
existe uma distância física grande entre o relé e o TC, de modo a diminuir as
perdas na fiação).
Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

 Os TCs possuem um primário com poucas espiras e um secundário com um


grande número de espiras.

 Nos transformadores de corrente um dado importante é a RTC, ou Relação de


Transformação do TC, que indica a relação entre os níveis de corrente do
primário e o secundário.

 Se um TC possui um RTC de 100, significa que a corrente no primário é


refletida 100 vezes menor no secundário; supondo 500A no primário, haverá
5A no secundário.
Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

 Existem vários modelos de transformadores de corrente (ou TCs), dentre os


quais podemos citar:
Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

TCs Tipo Barra


Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

TCs Tipo Janela


Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

TC tipo Bucha
Sua instalação é feita na bucha dos equipamentos (transformadores, disjuntores, etc.

TCs Tipo Bucha


Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

TC Tipo Núcleo Dividido


 Semelhante ao TC do tipo janela, porém o núcleo deste possui uma
descontinuidade para que possa envolver o condutor, que funcionará como um
enrolamento primário.
 Muito utilizado em laboratórios de estudo e pesquisa.

TCs Tipo Núcleo Dividido


Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

 Os TCs possuem classes de exatidão, que variam conforme o uso do mesmo.

 Mostram o máximo erro de medição que o transformador de corrente pode


apresentar.

 Os TCs usados para proteção usualmente possuem níveis de exatidão na faixa


de 10%.

 Os TCs para calibração de instrumentos de medida em laboratórios possuem


níveis de 0,1%, e os de medição de demanda e consumo para faturamento na
faixa de 0,3%.
Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

 A norma que define os parâmetros dos transformadores de corrente é a NBR


06856.

 Nela estão estipuladas as características necessárias ao TC de acordo com o


sistema onde o mesmo irá ser instalado, baseando-se em dados como níveis de
tensão, níveis de correntes de falta, níveis de carregamento do TC (Burden),
entre outros.

 Como os TCs usados em proteção estão sujeitos a altos níveis de correntes, é


necessário que os mesmos não saturem para correntes de elevado valores.
Equipamentos Utilizados na Proteção de Sistemas
Elétricos Industriais
Transformadores de Corrente:

 Usualmente um TC de proteção não deve saturar para valores de correntes de


até 20 vezes a corrente nominal do sistema.

FIM

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