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Segurança Contra

Incêndios
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3 Segurança Contra Incêndios

Sumário
Sumário

— Introdução;

— Enquadramento Legal;

— Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios/RJ-SCIE);

— Utilizações-tipo;

— Locais de Risco;

— Categorias de Risco;

— Fiscalização e Inspeções.
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Introdução
Introdução

— Os incêndios em Edifícios e Recintos causam todos os anos vítimas


mortais e perdas materiais incalculáveis;

— O objetivo da Segurança Contra Incêndios é, primariamente, a


salvaguarda da vida humana e, secundariamente, a minimização de
perdas materiais.
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Introdução
Introdução

— Nesse sentido, a Segurança Contra Incêndios é


o conjunto de medidas e sistemas que nos
permitam reduzir ao mínimo o número de
incêndios ocorridos e, simultaneamente,
minimizar a severidade das consequências;

— Assim, a Segurança Contra Incêndios designa


uma especialidade de projeto, mas também de
a postura que as pessoas e instituições devem
adotar.
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Introdução
Introdução

— Até 2008, a Legislação sobre Segurança Contra Incêndio em


Edifícios encontrava-se dispersa por um número excessivo de
diplomas avulsos, dificilmente harmonizáveis entre si, geradores de
dificuldades na compreensão integrada que reclamavam e
recheados de lacunas e omissões;

— Existiam Resoluções do Conselho de Ministros, Decretos-Lei,


Decretos Regulamentares, Portarias... uns com conteúdo
excessivamente minucioso, outros raramente ultrapassando o plano
genérico.

Uma grande confusão!


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Enquadramento Legal

— Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, estabelece o


Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE),
com as seguintes alterações:
❑ Decreto-Lei n.º 9/2021
❑ L e i n.º 123/2019
❑ Decreto-Lei n.º 95/2019
❑ Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 319/2018
❑ Decreto-Lei n.º 224/2015

— Portaria n.º 1532/2008, de 29 de dezembro, aprova o


Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-
SCIE) ), com as seguintes alterações:
❑ P o r t aria n.º 135/2020
❑ Lei n.º 13/2013

Sendo a autoridade competente a ANEPC


(Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil).
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Enquadramento Legal
Enquadramento Legal

— Os Sistemas de Segurança Eletrónica estão integrados na lei da


Segurança Privada e reguem-se maioritariamente pela Lei nº
34/2013 já alterado pela Lei nº 46/2019. e por outros decretos e
portarias avulso.

— A autoridade competente nestes casos é a PSP, Departamento


de Segurança Privada SIGESP.

— Não esquecer que estes equipamentos, nomeadamente a


videovigilância e controlo de acessos, por vezes tem
implicações ao nível do Regime Geral de Proteção de Dados
(RGPD) que é regida pela Lei nº 58/2019.

— A fiscalização e monitorização do RGPD é da responsabilidade


da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

O Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios


(RJ-SCIE) destaca-se pelo seu Âmbito de Aplicação
extremamente abrangente;

— Artigo 3.º - Âmbito


Contém as alterações introduzidas pelos seguintes diplomas:
❑ Alterado pela Lei n.º 123/2019, de 18 de outubro;
❑ Alterado pelo Decreto-Lei n.º 224/2015, de 09 de outubro.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

— Edifício: toda e qualquer edificação destinada à utilização


humana que disponha, na totalidade ou em parte, de um
espaço interior utilizável;

— Recintos: os espaços delimitados destinados a diversos


usos, desde os estacionamentos, aos estabelecimentos que
recebem público, aos industriais, oficinas e armazéns,
podendo dispor de construções de carácter permanente,
temporário ou itinerante.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

Porém, não se aplica a:

— Estabelecimentos prisionais;
— Espaços classificados de acesso restrito das instalações de
forças armadas ou de segurança;
— Paióis de munições ou de explosivos;
— Carreiras de tiro.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

Em casos particulares, só é aplicável a matéria referente a


acessibilidade dos meios de socorro e disponibilidade de
água para combate a incêndios:

— Instalações que não disponham de Legislação específica ou


que dispondo de legislação específica a mesma não
contemple as referidas matérias.

Nas demais matérias aplicam-se os respetivos Regimes Específicos.


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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

Objetivos:

— Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios;


— Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios,
circunscrevendo minimizando os seus efeitos, nomeadamente
a propagação do fumo e gases de combustão;
— Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco;
— Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) é


a Entidade Nacional competente para assegurar o cumprimento
do RJ-SCIE;

– Cumulativamente, é sua função a credenciação de Entidades


para a emissão de pareceres e para a realização de vistorias e
de inspeções das condições de SCIE
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

No caso de edifícios e recintos em fase de projeto e construção são


responsáveis pela aplicação e pela verificação das condições de SCIE:

– Autores de projetos e os Coordenadores dos projetos de operações


urbanísticas, no que respeita à respetiva elaboração, bem como às
intervenções acessórias ou complementares a esta a que estejam
obrigados, no decurso da execução da obra;
– Empresa responsável pela execução da obra;
– Diretor de obra e o Diretor de fiscalização de obra, quanto à
conformidade da execução da obra com o projeto aprovado.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

Durante todo o ciclo de vida dos edifícios ou recintos, são


responsáveis pela manutenção das condições de segurança contra
risco de incêndio e pela implementação das medidas de autoproteção
aplicáveis:

– Proprietário, no caso do edifício ou recinto estar na sua posse;


– Administradores de Condomínio, no caso de espaços comuns em
Propriedade Horizontal;
– Quem detiver a exploração do edifício ou do recinto;
– Entidades gestoras no caso de edifícios ou recintos que disponham
de espaços comuns, espaços partilhados ou serviços coletivos.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

A entidade responsável designa um Delegado de Segurança para


executar as medidas de autoproteção;

O Delegado de Segurança age em representação da entidade


responsável, ficando esta integralmente obrigada ao cumprimento
das condições de SCIE.
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Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em
Edifícios (RJ-SCIE)
RJ-SCIE

Sem prejuízo das atribuições próprias das Entidades Públicas, as


entidades referidas anteriormente são também responsáveis pela
manutenção das condições exteriores de SCIE nomeadamente
no que se refere às redes de hidrantes exteriores e às vias de
acesso ou estacionamento dos veículos de socorro.
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo: A classificação dada pelo uso dominante de


qualquer edifício ou recinto, ou de cada uma das suas partes;

O RJ-SCIE define 12 Utilizações-tipo diferentes


❑ (Artigo 8.º, número 1, alíneas a) a m)).
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Tipo I Habitacionais

Tipo II Estacionamentos

Tipo III Administrativos

Tipo IV Escolares

Tipo V Hospitalares

Tipo VI Espetáculos e Reuniões Publicas

Tipo VII Hoteleiros e Restauração

Tipo VIII Comerciais e Gares de Transporte

Tipo IX Desportivos e Lazer

Tipo X Museus e Galerias de Arte

Tipo XI Bibliotecas e Arquivos

Tipo XII Industrias, Oficinas e Armazéns


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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

As salas de condomínio com área superior a 200 m² são incluídas na UT


VI e não na UT l.

Utilização-tipo Definição Exemplos


I Edifícios ou partes de edifícios Edifícios de habitação
Habitacionais destinados a habitação unifamiliar;
unifamiliar ou multifamiliar, Edifícios de habitação
incluindo os espaços comuns multifamiliar
de acessos e as áreas não
residenciais reservadas ao uso
exclusivo dos residentes
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo
Só são considerados na UT II os estacionamentos cobertos com área igual ou
superior a 200 m² e os estacionamentos ao ar livre com área igual ou superior a
1000 m²

Utilização-tipo Definição Exemplos


II Edifícios ou partes de edifícios Garagens para recolha de
Estacionamentos destinados veículos;
exclusivamente à recolha de Parques de estacionamento
veículos e seus reboques fora cobertos,
da via pública ou recintos abertos ou fechados, e ao
delimitados ao ar livre, para o ar livre, públicos ou privados;
mesmo fim Silos auto, abertos ou
fechados, públicos ou privados
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


III Edifícios ou partes de Balcões e Centros de
Administrativos edifícios onde se desenvolvem Atendimento; Conservatórias;
atividades Escritórios de
administrativas, de Entidades/Empresas públicas
atendimento ao público ou ou privadas;
de serviços, excluindo as Repartições Públicas;
oficinas de reparação e Notários, Tribunais; Postos e
manutenção e os serviços Quartéis de Forças de
explicitamente mencionados Segurança
para a UT VIII
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


IV Edifícios ou partes de edifícios Creches; Infantários;
Escolares recebendo público, onde se Estabelecimentos de Ensino
ministrem ações de educação, de qualquer nível; Escolas de
ensino e formação ou exerçam Condução; Orfanatos; Lares
atividades lúdicas ou para Jovens; Centros de
educativas para Apoio/Explicação; Centros de
crianças e jovens, podendo ou Formação Profissional
não incluir espaços de
repouso ou de dormida afetos
aos participantes nessas
ações e atividades
25 Segurança Contra Incêndios

Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


V Edifícios ou partes de edifícios Centros de Abrigo,
Hospitalares e recebendo público, destinados Enfermagem, Diagnóstico,
Lares de Idosos à execução de ações de Fisioterapia, Reabilitação,
diagnóstico ou à prestação de Saúde, Exames e
cuidados na área da saúde, Diagnósticos Médicos;
com ou sem internamento, ao Hospitais; Lares de Idosos;
apoio a pessoas idosas ou Postos Médicos; Unidades de
com condicionalismos Cuidados Continuados
decorrentes de fatores de
Natureza física ou psíquica, ou
onde se desenvolvam
atividades dedicadas a essas
pessoas
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


VI Edifícios, partes de edifícios, Anfiteatros; Auditórios, Casas
Espetáculos e Reuniões recintos itinerantes ou Mortuárias; Casinos; Cinemas;
Públicas provisórios e ao ar livre que Teatros; Circos; Discotecas;
recebem público, destinados a Salas de Conferencia; Templos
espetáculos, reuniões Religiosos; Pavilhões Multiuso
públicas, exibição de meios
audiovisuais, bailes, jogos,
conferencias, palestras, culto
religioso e exposições,
podendo ser, ou não,
polivalentes, e desenvolver as
atividades referidas em regime
não permanente
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo
Apesar de exercerem atividades na área do turismo, não estão incluídos na UT VII
os parques de campismo ou de caravanismo, dado que se incluem na UT IX.

Utilização-tipo Definição Exemplos


VII Edifícios ou partes de Aldeamentos Turísticos;
Hoteleiros e Restauração edifícios, recebendo público, Estalagens; Hotéis; Pensões;
fornecendo alojamento Pousadas; Residenciais;
temporário ou exercendo Churrasqueiras; Restaurantes;
atividades de restauração e Bares (exceto os
bebidas, em regime de vocacionados para musica ao
ocupação exclusiva ou não vivo)
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


VIII Edifícios ou partes de edifícios, Centros Comerciais;
Comerciais e recebendo público, ocupados Barbeiros; Cabeleireiros;
Gares de por Estabelecimentos Gabinetes de Estética;
Transporte comerciais onde se exponham Drogarias; Farmácias; Gares;
e vendam materiais, produtos, Lavandarias;
equipamentos ou outros bens, Mercearias; Mercados;
destinados a ser consumidos Supermercados;
no exterior desse Hipermercados
estabelecimento, ou ocupados
por gares destinados a aceder
a meios de transporte
29 Segurança Contra Incêndios

Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


IX Edifícios, partes de edifícios e Autódromos; Parques de
Desportivos e recintos recebendo ou não Jogos; Estádios; Piscinas;
de Lazer público, destinados a Ginásios; Parques Aquáticos;
atividades desportivas e de Parques de
lazer Aventuras; Parques de
Campismo e de Caravanas;
Pavilhões
Desportivos; Picadeiros;
Saunas; Spas
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


X Edifícios ou partes de edifícios Aquários; Galerias de Arte;
Museus e Galerias de Arte recebendo ou não público, Museus; Oceanários; Parques
destinados à exibição de Botânicos e Florestais;
peças do património histórico e Parques Zoológicos; Pavilhões
cultural ou a atividades de de Exposições Técnicas e
exibição, demonstração e Cientificas; Exposições de
divulgação de caracter Património Histórico e Cultural
cientifico, cultural ou técnico
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


XI Edifícios ou parte de edifícios, Bibliotecas; Cinematecas;
Bibliotecas e Arquivos recebendo ou não público, Mediatecas; Hemerotecas;
destinados a arquivo Arquivos
documental, podendo
disponibilizar os documentos
para consulta ou visualização
no próprio local ou não
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Utilização-tipo Definição Exemplos


XII Edifícios, partes de edifícios Estabelecimentos Industriais;
Industriais; Oficinas e ou recintos ao ar livre, não Ecocentros; Tipografias;
Armazéns recebendo habitualmente Hangares; Docas; Centros de
público, destinados ao Inspeção Automóvel;
exercício de atividades Armazéns não acessíveis ao
industriais ou ao Público; ETAR’s; Oficinas de
armazenamento de materiais, Reparação
substancias, produtos ou
equipamentos, oficinas de
reparação e todos os serviços
auxiliares ou complementares
destas atividades
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Independentemente do edifício ou recinto onde se encontrem, os


locais de armazenamento de líquidos ou de gases combustíveis,
de acordo com o Quadro seguinte, são sempre considerados
como uma UT XII.
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Os edifícios e recintos podem ser de utilização exclusiva, quando


integrem uma única utilização-tipo, ou de utilização mista,
quando integrem diversas utilizações-tipo, e devem respeitar as
condições técnicas gerais e específicas definidas para cada
utilização-tipo;

Existem 3 casos específico sem que aos espaços integrados


numa dada utilização tipo se aplicam as disposições gerais e as
específicas da utilização-tipo onde se inserem, não sendo
aplicáveis quaisquer outras.
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

Espaços Condição
Espaços onde se desenvolvam Sejam geridos sob a sua
atividades administrativas, de arquivo responsabilidade, não estejam
documental e de armazenamento normalmente acessíveis ao público e
necessários ao funcionamento das cada um desses espaços não possua
entidades que exploram as utilizações- uma área bruta superior a:
tipo III a XII I. 10 % da área bruta afeta às
utilizações-tipo III a VII, IX e XI;
II. 20 % da área bruta afeta
às utilizações-tipo VIII, X e
XII
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo
Espaços Condição
Espaços de reunião, culto Sejam geridos sob a
religioso, conferencias e responsabilidade das entidades
palestras, ou onde se possam exploradoras de utilizações-tipo
ministrar ações de formação, III a XII e o seu efetivo não seja
desenvolver atividades superior a 200 pessoas, em
desportivas ou de lazer e, edifícios, ou a 1000 pessoas,
ainda, os estabelecimentos de ao ar livre
restauração e bebidas
Espaços comerciais, oficinas, Sejam geridos sob a
bibliotecas e de exposição, responsabilidade das entidades
bem como os postos médicos, exploradoras de utilizações-tipo
de socorros e de enfermagem III a XII e possuam uma área
útil não superior a 200 m²
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Utilizações-tipo
Utilizações-tipo
38 Segurança Contra Incêndios

Utilizações-tipo
Utilizações-tipo

A ANEPC registou perto de 30.000 incêndios urbanos em


Portugal continental nos últimos cinco anos, a maioria em
habitações (mais de 26.000), enquanto no setor da indústria,
oficinas e armazéns ocorreram cerca de 3.400.

Em 2017, ocorreram 5.393 incêndios habitacionais no


continente, os quais provocaram 27 mortos e mais de 600
feridos, enquanto os 720 fogos registados pela ANEPC como
ocorrências em indústria, oficina e armazéns fizeram um morto e
47 feridos.
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Local de Risco
Local de Risco

Local de Risco: a classificação de qualquer área de um edifício


ou recinto, em função da natureza do risco de incêndio, com
exceção dos espaços interiores de cada fogo e das vias
horizontais e verticais de evacuação;

O RJ-SCIE define 6 Categorias de Risco


❑ (Artigo 10.º, número 1, alíneas a) e f)).
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Local de Risco
Local de Risco

Local de Risco A: local que não apresenta riscos especiais, no


qual se verifiquem simultaneamente as seguintes condições:
− O efetivo não exceda 100 pessoas;
− O efetivo de público não exceda 50 pessoas;
− Mais de 90 % dos ocupantes não se encontrem limitados na
mobilidade ou nas capacidades de perceção e reação a um alarme;
– As atividades nele exercidas ou os produtos, materiais e
equipamentos que contém não envolvam riscos agravados de
incêndio.
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Local de Risco
Local de Risco

Local de Risco B: local acessível ao público ou ao pessoal


afeto ao estabelecimento, com um efetivo superior a 100
pessoas ou um efetivo de público superior a 50 pessoas, no qual
se verifiquem simultaneamente as seguintes condições:

– Mais de 90 % dos ocupantes não se encontrem limitados na


mobilidade ou nas capacidades de perceção e reação a um
alarme;
– As atividades nele exercidas ou os produtos, materiais e
equipamentos que contém não envolvam riscos agravados de
incêndio.
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Local de Risco
Local de Risco

Local de Risco C: local que apresenta riscos particulares agravados


de eclosão e de desenvolvimento de incêndio devido, quer às
atividades nele desenvolvidas, quer às características dos produtos,
materiais ou equipamentos nele existentes, designadamente à carga de
incêndio modificada, à potência útil e à quantidade de líquidos
inflamáveis e, ainda, ao volume dos compartimentos. Sempre que o
local de risco C se encontre numa das condições referidas no n.º 3
do artigo 11.º, designa-se como local de risco C agravado;

Local de Risco D: local de um estabelecimento com permanência de


pessoas acamadas ou destinado a receber crianças com idade não
superior a 3 anos ou pessoas limitadas na mobilidade ou nas
capacidades de perceção e reação a um alarme;
43 Segurança Contra Incêndios

Local de Risco
Local de Risco

Local de Risco E: local de um estabelecimento destinado a


dormida, em que as pessoas não apresentem as limitações
indicadas nos locais de risco D;

Local de Risco F: local que possua meios e sistemas essenciais


à continuidade de atividades sociais relevantes, nomeadamente
os centros nevrálgicos de comunicação, comando e controlo.

No Artigo 10.º, número 2 a 6, são apresentados exemplos de


espaços que se enquadram nos diferentes Locais de Risco.
44 Segurança Contra Incêndios

Local de Risco
Local de Risco

Locais de Risco Exemplos, em Geral


A Átrios, quando constituírem locais
de permanência de pessoas;
Auditórios; Gabinetes; Salas de
aula e de leitura; Salas de espera;
Salas de Estar
B Átrios, quando constituírem locais
de permanência de pessoas;
Auditórios; Salas de aula e de
leitura; Salas de espera; Salas de
Estar
45 Segurança Contra Incêndios

Local de Risco
Local de Risco

Também é um local de risco B a agregação de locais de risco A


inseridos no mesmo compartimento corta-fogo, cujo efetivo total
ultrapassa os valores limite estabelecidos;

Os locais de risco B devem situar-se, sempre que possível,


próximos do piso de saída para o exterior ou com saída direta
para o exterior. Situando-se abaixo das saídas para o exterior a
diferença de cotas não deve ser superiora 6 m, com exceção de
anfiteatros e plataformas de embarques de gares de transporte.
46 Segurança Contra Incêndios

Local de Risco
Local de Risco
Locais de Risco Exemplos, em Geral
C Arquivos; Arrecadações; Depósitos de
Documentos; Cozinhas; Centrais de
Inceneração, Gases Medicinais, Desinfeção e
Esterilização; Farmácias; Laboratórios;
Lavandarias; Instalações de Frios; Locais de
Pintura ou Aplicação de Vernizes; Locais que
comportem riscos de explosão; Oficinas de
Conservação e Restauro
D Blocos de Partos; Blocos Operatórios;
Cuidados Intensivos; Enfermarias;
Fisioterapias; Hospitais de Dia; Radioterapia;
Locais de Internamento; Locais destinados ao
ensino especial de deficientes; Urgências;
Salas de dormida, de refeições e outros locais
destinados a crianças com idade inferior a seis
anos
47 Segurança Contra Incêndios

Local de Risco
Local de Risco
Os locais de risco E devem situar-se ao nível ou acima do piso de saída para local
seguro no exterior.

Locais de Risco Exemplos, em Geral


E Camaratas ou grupos de camaratas e
respetivas circulações horizontais exclusivas;
Espaços turísticos destinados a alojamento,
incluindo os afetos a turismo rural e de
habitação; Quartos e suites em espaços afetos
à utilização-tipo VII ou grupos desses espaços
e respetivas circulações horizontais exclusivas;
Quartos nos locais afetos à utilização-tipo IV
não considerados como risco D ou grupos
desses quartos e respetivas circulações
horizontais exclusivas
48 Segurança Contra Incêndios

Local de Risco
Local de Risco
Locais de Risco Exemplos, em Geral
F Centrais de bombagem para serviço de
incêndio; Centrais de comunicações das redes
públicas; Centros de comando e controlo de
serviços públicos ou
privados de distribuição de água, gás e energia
elétrica; Centros de controlo de tráfego
rodoviário, ferroviário, marítimo ou aéreo;
Centros de gestão, coordenação ou despacho
de serviços de emergência, tais como centrais
112, centros de operações de socorro e centros
de orientação de doentes urgentes; Centros de
processamento e armazenamento de dados
informáticos
de serviços públicos com interesse social
relevante
49 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Cada uma das 12 utilizações-tipo é, por seu turno, estratificada


por quatro Categorias de Risco de incêndio;

Categorias de Risco: a classificação em quatro níveis de risco


de incêndio de qualquer utilização-tipo de um edifício e recinto,
atendendo a diversos Fatores de Risco (Anexo III, Quadro I a X).
50 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco
51 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Fator de Risco Artigo 2.º


Altura da Utilização-tipo Alínea a)
Plano de Referência Alínea q)
Área Bruta Alínea b)
Efetivo Alínea k)
Efetivo de Público Alínea l)
Carga de Incêndio Alínea d)
Densidade de Carga de Incêndio Alínea e)
Densidade de Carga de Incêndio Alínea g)
Modificada
52 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Atenção

No Fator de Risco "Número de Pisos abaixo do Plano de


Referência" não são contabilizados os pisos destinados
exclusivamente a instalações e equipamentos técnicos que
apenas impliquem a presença de pessoas para fins de
manutenção e reparação e ou que disponham de instalações
sanitárias.
53 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

A Categoria de Risco de cada uma das utilizações-tipo é a mais baixa


que satisfaça integralmente os critérios definidos;

É atribuída a Categoria de Risco superior a uma dada utilização-tipo,


sempre que for excedido um dos valores da classificação na Categoria de
Risco.
Categoria Significado
1ª Risco Reduzido
2ª Risco Moderado
3ª Risco Elevado
4ª Risco Muito Elevado
54 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo I (Habitacionais)
55 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo II (Estacionamentos)
56 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo III (Administrativos)


57 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco
Utilização-tipo IV (Escolares) e V (Hospitalares e Lares de Idosos)
58 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Nas utilizações-tipo IV, onde não existam locais de risco D ou E, os


limites máximos do efetivo das 2.ª e 3.ª categorias de risco podem
aumentar em 50%.
59 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo VI (Espetáculos e Reuniões Públicas) e IX


(Desportivos e de Lazer)
60 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo VI (Espetáculos e Reuniões Públicas) e IX


(Desportivos e de Lazer)
61 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo VII (Hoteleiros e Restauração)


62 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo VIII (Comerciais e Gares de Transporte)


63 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo X (Museus e Galerias de Arte)


64 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo XI (Bibliotecas e Arquivos)


65 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Nas utilizações-tipo XI, destinadas exclusivamente a arquivos, os


limites máximos da Densidade Carga de Incêndio Modificada
devem ser 10 vezes superiores aos indicados.
66 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Utilização-tipo XII (Industriais, Oficinas e Armazéns)


67 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Nas utilizações-tipo XII, destinadas exclusivamente a armazéns, os


limites máximos da Densidade Carga de Incêndio Modificada
devem ser 10 vezes superiores aos indicados.
68 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

— No caso de estabelecimentos distribuídos por vários edifícios


independentes, a categoria de risco é atribuída a cada edifício e
não ao seu conjunto;

— Aos edifícios e recintos de utilização mista aplicam -se as


exigências mais gravosas de entre as diversas utilizações-tipo no
que respeita às condições de autoproteção dos espaços comuns, às
condições de resistência ao fogo dos elementos estruturais comuns,
às condições de resistência ao fogo dos elementos de
compartimentação comuns, entre si e das vias de evacuação
comuns, e às condições de controlo de fumos em vias de evacuação
comuns, podendo partilhar os sistemas e equipamentos de
segurança contra risco de incêndio do edifício.
69 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Em Edifícios ou Recintos novos, quando, comprovadamente, as


disposições do regulamento técnico referido no artigo 15.º (Portaria n.º
1532/2008, de 29 de dezembro, aprova o Regulamento Técnico de
Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE)) sejam
desadequadas face às grandes dimensões em altimetria ou planimetria
ou às suas características de funcionamento, ou de exploração ou
construtivas, tais Edifícios ou Recintos ou as suas frações são
classificados de Perigosidade Atípica.
70 Segurança Contra Incêndios

Categorias de Risco
Categorias de Risco

Nesses casos, os Edifícios e Recintos ficam sujeitos a Soluções de SCIE


que, cumulativamente:

— Sejam objeto de fundamentação adequada baseada em métodos de análise


de risco que venham a ser reconhecidos pela ANPC ou em métodos de
ensaio ou modelos de cálculo ou seja baseada em novas tecnologias ou em
tecnologias não previstas no Lei, cujo desempenho ao nível da SCIE seja
devidamente justificado, no âmbito das disposições Construtivas ou dos
sistemas e equipamentos de segurança;
— Sejam explicitamente referidas como não conformes no termo de
responsabilidade do autor do projeto;
— Sejam provadas pela ANEPC.
71 Segurança Contra Incêndios

Documentação obrigatória
Documentação obrigatória

Os procedimentos administrativos respeitantes a Operações


Urbanísticas são instruídos com um projeto de especialidade de
SCIE (conteúdo descrito no anexo IV);

As operações urbanísticas das utilizações tipo I a III e VI a XII da


1.ª Categoria de Risco, são dispensadas da apresentação de
projeto de especialidade de SCIE, o qual é substituído por uma
Ficha de Segurança por cada utilização-tipo, conforme modelos
aprovados pela ANPC

(conteúdo descrito no anexo V)


72 Segurança Contra Incêndios

Documentação obrigatória
Documentação obrigatória

A responsabilidade pela elaboração dos projetos de SCIE e das medidas de


autoproteção referentes a edifícios e recintos classificados nas 2.ª, 3.ª e 4.ª
categorias de risco, decorrentes da aplicação do presente decreto-lei e portarias
complementares, tem de ser assumida exclusivamente:

- Arquiteto, reconhecido pela Ordem dos Arquitetos (OA);


- Engenheiro, reconhecido pela Ordem dos Engenheiros (OE);
- Engenheiro técnico, reconhecido pela Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET).

Com certificação de especialização declarada para o efeito de acordo com os


requisitos que tenham sido objeto de protocolo entre a ANEPC e cada uma
daquelas associações profissionais.

A ANEPC deve proceder ao registo atualizado dos autores de projeto e medidas


de autoproteção referidos no número anterior e publicitar a listagem dos
mesmos no sítio da ANEPC.
73 Segurança Contra Incêndios

Fiscalização / Inspeção
Fiscalização / Inspeção

São competentes para fiscalizar o


cumprimento das condições de SCIE:

— ANEPC.
— Os municípios, na sua área territorial, quanto às
utilizações-tipo I a III e VI a XII da 1.ª Categoria de Risco;
— A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
(ASAE), no que respeita à colocação no mercado dos
equipamentos referidos no Regulamento Técnico de
SCIE.
74 Segurança Contra Incêndios

Fiscalização / Inspeção
Fiscalização / Inspeção

No exercício das ações de fiscalização pode ser solicitada a


colaboração das autoridades administrativas e policiais para impor
o cumprimento de normas e determinações que por razões de
segurança devam ter execução imediata no âmbito de atos de
gestão pública
75 Segurança Contra Incêndios

Fiscalização / Inspeção
Fiscalização / Inspeção

Edifícios ou Recintos e suas frações estão sujeitos a Inspeções,


Regulares e Extraordinárias, a realizar pela ANEPC ou por
entidade por ela credenciada, para verificação da manutenção
das condições de SCIE aprovadas e da execução das medidas
de autoproteção;

As Inspeções Regulares são obrigatórias;

As Inspeções Extraordinárias são realizadas por iniciativa da


ANEPC ou de outra Entidade com Competência Fiscalizadora.
76 Segurança Contra Incêndios

Fiscalização / Inspeção
Fiscalização / Inspeção

Inspeções extraordinárias
são realizadas por iniciativa da ANEPC ou por outra entidade competente.
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