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CÁLCULO VETORIAL 1011

SOLUÇÃO A dificuldade é que não temos uma equação explícita para S2 porque S2 é qualquer
superfície fechada envolvendo a origem. O exemplo mais simples de tal superfície seria uma
esfera. Seja então S1 uma pequena esfera de raio a e centrada à origem. Você pode verificar
que div E  0. (Veja a Exercício 23.) Portanto, a Equação 7 dá

yy E ⴢ dS 苷 yy E ⴢ dS  yyy div E dV 苷 yy E ⴢ dS 苷 yy E ⴢ n dS
S2 S1 E S1 S1
O ponto importante nesse cálculo é que podemos calcular a integral de superfície sobre S1
porque S1 é uma esfera. O vetor normal em x é x/ x . Portanto,
Q x Q Q Q
Eⴢn苷 xⴢ 苷 4 x ⴢ x
苷 2 苷
 
x 3  
x  
x x  
a2
uma vez que a equação de S1 é x  a. Assim, temos
Q Q Q
yy E ⴢ dS 苷 yy E ⴢ n dS 苷 a 2 yy dS 苷 a 2 AS1  苷 a 2 4 a 2 苷 4 Q
S 2 S 1 S 1

Isso mostra que o fluxo elétrico de E é 4peQ através de qualquer superfície fechada S2 que
contenha a origem. [Esse é um caso especial da Lei de Gauss (Equação 16.7.11) para uma
única carga. A relação entre e e e0 é e  1/(4pe0).]

Outra aplicação do Teorema do Divergente aparece no escoamento de fluidos. Seja


v(x, y, z) o campo de velocidade de um fluido com densidade constante r. Então F  rv é a
taxa de vazão do fluido por unidade de área. Se P0(x0, y0, z0) é um ponto no fluido e Ba é uma
bola com centro em P0 e raio muito pequeno a, então div F(P) div F(P0) para todos os
pontos em Ba uma vez que div F é contínuo. Aproximamos o fluxo sobre a fronteira esféri-
ca Sa como segue:

yy F ⴢ dS 苷 yyy div F dV yyy div FP  dV 苷 div FP VB 


0 0 a
Sa Ba Ba

Essa aproximação se torna melhor à medida que a m 0 e sugere que


1
8 div FP0  苷 lim yy F ⴢ dS
al0 VBa  Sa y

A Equação 8 diz que div F(P0) é a taxa líquida de fluxo para o exterior por unidade de volu-
me em P0. (Esta é a razão para o nome divergente). Se div F(P) 0, o fluxo líquido é exte- P¡
riormente perto de P e P é chamado uma fonte. Se div F(P) 0, o escoamento total perto
de P é para dentro e P é denominado sorvedouro.
Para o campo vetorial da Figura 4, parece que os vetores que terminam próximo de P1 x
são menores que os vetores que iniciam perto do mesmo ponto P1. Então, o fluxo total é para
fora perto de P1, assim, div F(P1) 0 e P1 é uma fonte. Por outro lado, perto de P2, os veto-
P™
res que chegam são maiores que os que saem. Aqui o fluxo total é para dentro, assim
div F(P2) 0 e P2 é um sorvedouro. Podemos usar a fórmula para F para confirmar essa
impressão. Uma vez que F  x2 i  y2 j, temos div F  2x  2y, que é positivo quando
y x. Assim, os pontos acima da linha y  x são fontes e os que estão abaixo são sor- FIGURA 4
vedouros. Campo vetorial F=≈ i+¥ j

16.9 Exercícios
1–4 Verifique se o Teorema do Divergente é verdadeiro para o 3. F(x, y, z)  kz, y, xl,
campo vetorial F na região E. E é a bola sólida x2  y2  z2  16

1. F(x, y, z)  3x i  xy j  2xz k, E é o cubo limitado pelos pla- 4. F(x, y, z)  kx2,  y, zl,


nos x  0, x  1, y  0, y  1, z  0 e z  1 E é o cilindro sólido y2  z2  9, 0  x  2

2. F(x, y, z)  x2 i  xy j  z k, E é o sólido delimitado pelo para- 5–15 Use o Teorema do Divergente para calcular a integral de
boloide z  4  x2  y2 e pelo plano xy superfície xxS F ⴢ dS; ou seja, calcule o fluxo de F através de S.

SCA É necessário usar um sistema de computação algébrica 1. As Homework Hints estão disponíveis em www.stewartcalculus.com
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1012 CÁLCULO

5. F(x, y, z)  xye2 i  xy2z3 j  yez k, 2


S é a superfície da caixa delimitada pelos planos coordenados
e pelos planos x  3, y  2, z  1

6. F(x, y, z)  x2yz i  xy2z j  xyz2 k,
S é a superfície da caixa delimitada pelos planos x  0, x  a, y _2 2
 0, y  b, z  0 e z  c, onde a, b e c são números positivos P™

7. F(x, y, z)  3xy2 i  xez j  z3 k,


S é a superfície do sólido limitado pelo cilindro y2  z2  1 e _2
os planos x  1 e x  2
20. (a) Os pontos P1 e P2 são fontes ou sorvedouros no campo veto-
8. F(x, y, z)  (x3  y3) i  (y3  z3) j  (z3  x3) k, rial F mostrado na figura? Dê uma explicação baseada ex-
S é a esfera com origem no centro e raio 2 clusivamente na figura.
(b) Dado que F(x, y)  kx, y2l, use a definição de divergente para
9. F(x, y, z)  x2 sen y i  x cos y j  xz sen y k, verificar sua resposta da parte (a).
S é a “esfera gorda” x8  y8  z8  8 2

10. F(x, y, z)  z i  y j  zx k, P¡
S é a superfície do tetraedro limitado pelos planos coordena-
dos e o plano
_2 2
x y z
a  b  c 1 P™

onde a, b e c são números positivos


_2
11. F(x, y, z)  (cos z  xy2) i  xez j  (sen y  x2z) k, SCA 21–22 Trace o campo do vetor e adivinhe onde div F 0 e onde
S é a superfície do sólido limitado pelo paraboloide
div F 0. Então calcule div F para verificar o seu palpite.
z  x2  y2 e o plano z  4
21. F(x, y)  kxy, x  y2l 22. F(x, y)  kx2, y2l
12. F(x, y, z)  x4 i  x3z2 j  4xy2z k,
S é a superfície do sólido limitado pelo cilindro Q
x2  y2  1 e os planos z  x  2 e z  0 23. Verifique se div E  0 para o campo elétrico Ex 苷 x.
x 3

13. F  r r , onde r  x i  y j  z k, 24. Use o Teorema do Divergente para avaliar


S consiste no hemisfério z 苷 s1  x  y e no disco
2 2
yy (2x  2y  z ) dS 2

x2  y2  1 no plano xy S
onde S é a esfera x2  y2  z2  1.
14. F  r 2 r, onde r  x i  y j  z k,
25–30 Demonstre cada identidade, supondo que S e E satisfaçam as
S é a esfera com raio R e origem no centro
condições do Teorema do Divergente e que as funções escalares e as
SCA 15. Fx, y, z 苷 e tg z i  y s3  x j  x sen y k,
y 2 componentes dos campos vetoriais tenham derivadas parciais de
S é a superfície do sólido que está acima do plano xy e abaixo segunda ordem contínuas.
da superfície z 2  x4  y4, 1  x  1, 1  y  1 25. yy a  n dS  0, onde a é um vetor constante
S
16. Use um sistema de computação algébrica para traçar o campo 1
SCA 26. V(E)  3 yy F  dS, onde F(x, y, z)  x i  y j  z k
vetorial F(x, y, z)  sen x cos2y i  sen3y cos4z j  sen5z cos6x k
S
no cubo obtido cortando o primeiro octante pelos planos
x  p/2, y  p/2 e z  p/2. Em seguida, calcule o fluxo atra-
27. yy rot F  dS  0
S
vés da superfície do cubo.
17. Use o Teorema do Divergente para calcular xxS F ⴢ dS, onde
28. hyy D n f dS 苷 yyy  2 f dV
1 S E
F(x, y, z)  z2x i  (3 y3  tg z) j  (x2z y2) k
e S é a metade superior da esfera x2  y2  z2  1. [Dica: Note 29. yy  f t ⴢ n dS 苷 yyy  f  t   f ⴢ t dV
2

que S não é uma superfície fechada. Calcule primeiro as inte- S E


grais sobre S1 e S2, onde S1 é o disco x2  y2  1, orientado para
baixo, e S2  S 傼 S1.] 30. yy  f t  t  f  ⴢ n dS 苷 yyy  f  t  t  2 2
f  dV
S E
18. Seja F(x, y, z)  z tg1 (y2) i  z3 ln(x2  1) j  z k. Determine
31. Suponha que S e E satisfaçam as condições do Teorema do Di-
o fluxo de F através da parte do paraboloide x2  y2  z  2 que
vergente e que f seja uma função escalar com derivadas parciais
está acima do plano z  1 e tem orientação descendente.
contínuas. Demonstre que
19. Um campo vetorial F é mostrado. Use a interpretação do Diver-
gente deduzida nesta seção para determinar se div F é positivo yy f n dS 苷 yyy  f dV
S E
ou negativo em P1 e em P2.
Estas integrais de superfície e triplos de funções vetoriais são
vetores definidos por meio da integração de cada função do com-
ponente. [Dica: Comece por aplicar o Teorema do Divergente
para F  f c, onde c é um vetor constante arbitrário.]
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CÁLCULO VETORIAL 1013

32. Um sólido ocupa uma região E com superfície S e é imerso num F 苷 yy pn dS
líquido com uma densidade constante r. Escolhemos um sistema S
de coordenadas de modo que o plano xy coincida com a super- onde n é o vetor normal unitário apontando para fora. Use o re-
fície do líquido e valores positivos de z sejam medidos para sultado do Exercício 31 para mostrar que F  Wk, onde W é
baixo, adentrando o líquido. Então, a pressão na profundidade z o peso do líquido deslocado pelo sólido. (Observe que F é diri-
é p  rtz, onde t é a aceleração da gravidade (veja a Seção 6.5, gida para cima porque z é dirigida para baixo.) O resultado é o
no Volume I). A força de empuxo total sobre o sólido devida à Princípio de Arquimedes: A força de empuxo sobre um objeto é
distribuição de pressão é dada pela integral de superfície igual ao peso do líquido deslocado.

16.10 Resumo

Os principais resultados deste capítulo são versões em dimensão maior do Teorema Funda-
mental do Cálculo. Para facilitarmos a memorização, reunimos os teoremas (sem suas hipó-
teses) para que você possa visualizar mais facilmente suas semelhanças essenciais. Observe
que em cada caso temos uma integral de uma “derivada” sobre uma região do lado esquer-
do e do lado direito temos os valores da função original somente na fronteira da região.

b
Teorema Fundamental do Cálculo y Fx dx 苷 Fb  Fa
a a b

r(b)
Teorema Fundamental para as Integrais de Linha y f ⴢ dr 苷 f rb  f ra
C
C
r(a)

C
Q P
Teorema de Green yy  dA 苷 y P dx  Q dy
x y C
D D

Teorema de Stokes yy rot F ⴢ dS 苷 y C


F ⴢ dr S
S

n
S

Teorema do Divergente yyy div F dV 苷 yy F ⴢ dS E


n
E S

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