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MGR. DE SÉGUR

íWMiLU M NKKCR PI <3.* o n ií H f i n

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P e d ra d« P in a Carvalha F r e ir e fafeSõ

riltietXTSDJ^ EOTISjMÍ

I ‘ORT<>
livraria Cathalioa Portuenaa
ur. fiiw h iin oti-cio?» iv ftijtjiwi. f. kmm
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AI.OÍMO iUtxrs. D l SILVA, KMTOft
M , Ttu* <U r ic t r l» , *1
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D E D IC A T Ó R IA

Deus in eolu prriie iisiv el e pncoherto, nina


re a lm en te pn*wr>tü, d«t>ui<co d « a espi-oicè
sacramentocs, a quem o* espirito* i m p ­
l i c o » ínoesiMnttMiiente lonvant, «d u m iu e
g lo r ilica m dizí-nrlo iwrn títii: Üan
Ctu*, ■L
> iiuc(t<», humilde e reverente. vos ol-
feret;o. consngro e d e d ic o a aiiuplus trndu-
cçüo d'e&te opuseulo — A í?á«BAi>\ Com*
MCNifSo, por M g r . «1« S i ^ n r — v e r t i d o da
qaadrftfjcdiaiu sr.gundn nii<;3o d e Paris.
Envolto no meu nada, reuonhcvu, Senhor
iIíja ftpnliorci, u initili» exiretna incn|ui«i-
dado o completa falta do* dotes neeeioiHiios
(■«ni d**sMtu|ionh'> digno do obra tSo interes­
sante pelo seu objeem, como reeotumetida-
vcl pelo seu auctor; mas vós, qao eoftuinaoa
em pregar os meios, no scutir da scieueia e
VJ l>KWrjft>RU

p rud ên cia humana, mais encontrados e op-


postos no bom o x ito das gran des (‘ itiprezas,
q a e vos p ropondo* roalisar, e paru a « quues
ajíoru mesmo, q a er eis s e rv ir-v o s d o tnairu-
monto mais vil e d es p re z ív e l paru a publi­
cação d'este livrinho, nJlo d e ix e i» , vos rugo,
de d i r i g ir e en c am in h a r us potências da
minha alma, atiin de que cad a uma dna
suas pugiuus, endt* p ala vra, c uieatno cndii
lutra, d e q a e e lle se e o m p iV , í « j a nm pa-
drflo e rg u id o em perpetua m em ória do ins-
tituiçfto do tflo a d o r a v e l .Sjtcruinentn. em
pereu ne ac^Ho dn graç as p d o s intÍQÍtó6 b«-
netioios, quo alli no* estaes continu am en te
concedendo, c era profundu liotneuuiff.m do
BÍncero reconhfeituwniu e terna ^ratidlto,
por vos ditçnardes v ir habitar d o b a i x o d o í
mesmos tuotos e dentro da* nu-senas p a re ­
des, ond e re n id i o m aio r dos p je e u d o ft í*
c, por isso, o mais in d ign o das div in os mi-
ee rico r d ta í,

G»«teH©*Jirwi«<> —Wnln, MHIA.

VküUO UU Pl>A CaHVH.U" Fubiug FalcIu,


rií o logo

É oertamente pnm adm irar quo n’ uma


navUü, cnnohrtnudn cora o titulo de tidelis-
simu por t«r levailo u laz do E van gelh o ás
iijiiis remotas partes do globo, hnja muitos
seculares, que, seguindo us erros dos jua-
seniatus, despropro.siuda e injustamente
reprehendem mjuelles bons cbriot&oa, qae
» miado freqüentam a Sagrada Commn-
nhslo.
K, porém, de piniuar quo nflo poucos ec-
«•.leâinstiecis, nu por faltarem nos aeua de-
veres, ou por seguirem a mesma depra­
vada doutrina, reeunem administrar aos
liei*» o lM o Kucliuristico, verilieíindo assim
p ro p h w u do doanlado Jerem ias: Os me-
ji íh o h p e d i r a m jul v, t m io harlrt i j uew l h o
porfinne (enp, IV ).
vni \ íaoraua í '>mwcmmo

Para ileaenguuar aquelles « obter d'estes


a fa cil e prompta adniiniatra<;!tü dou Suera-
roentos da Penitencio o Comninnlifto, e mo­
ve r os tíeis & conim ongar n maior numero
de vezes pos&ivel, passo a mostrar breve­
mente u origem nposlolwu de 15o pio e loa*
vn vel eoatmne.
Todos 08 theologoa de nome, canonistus,
expositores e interpretes do Sagrada Es-
eriptnra assovoiom coneordemente quo os
tiein da prim itivo E grej.i coiuinuiigiivam
todo» o* dias, qae os santos «postolo» ins­
titui ram efitu praxe, e qne elln é tilo antiga
ua E g re ja n m io u pronmlgaç.lo d>> mesmo
E van gelh o. P a ra provar «sta verdade, up-
pellum elles para o tex to de .S. Lucas
(cap. II, v . At!), dizendo que e»te, e õ<j esto,
ó o eenlido doe A d o s do* Apos-iolos,
0 Catecism o liom aiio. coordenado por
decreto do concilio de 'l'routo, publicado
por ntandudo de S. Pio, npprovado pela
Santa Sé, e recotnmeitdado por tantos pon­
tífices a todos os patriurchas, arcebispos c
bispo*, d 12 eapreat-rtinente qu* o » pnuieiros
Heis cuminungavaui. todos os dias, como
«ttcstnm os Actos dos Apóstolos (cap. 11,
v. 42).
O doutíssimo Papa iiento X I V . n o l i v . l l l
IWl'*!»!

de B ea tifíca t (eap. X X V I I , n." 5), disc que


Bem u menor duvida a coiumunhito perul
quotidiantt fúra usada pelos nuti^oi lieis,
porque os Actos dos Apóstolo* assim o
«ttestiUD.
F rei Lu iz de Granada, commentnndo o
citiido pnsm dos Aetoei dos Apontolos, diz
que á oraçAo t: eouimunhflo (requento de-
vornut üb primeiros lieis ■> fortaleza e ooiib-
tauciu do m ortyno.
Luinentu irH*.* u eondii.-flu de nosso» tem­
pos, oiri que «e repi-i‘ ht‘ nde c vituperti o
que no» seculog prim itivos ao approva o
louva. Condiu? in veclivan do contra nquel-
l«et que »3 o cesKHui de vocifera r contra a
írequencia dos su eram ente «.
8. Cí.rl os üorroroeu, iusi ruindo os poro-
chos du sua diocese, det^rmina-lhe* que
oxh ortew «s suas ovelhas a (requento com-
manhSo, exeita n d o o s cotu o exem plo doa
prim eiro» tieis.
E sl* niísiu)» verdade n « o è desconhecida
em o no!?*o Portugal. pois S, Marlinho,
orceluspo de Drnjça, n3o mí approvn a eom-
niiUihfto quotidiana, mus diz que é du
E greja prim itiva, « que nfio se póde ue-
gnr a quem tivur n veste nupcial, isto ó, o
estado di» gm ça. A s inuximus de fé e de
X i pUiiRjuia •ouwrvirJ»

costume* da prim itiva K grejo foram tam­


bém as doa séculos seguintes, o d erem ser
m meamos iofallivelraente nos verdadeiros
cliristflos até ao lim <lo tnatido.
O cardeal Bona, Pedro Tam borim e Julio
Selvagio, provam com aa auctoridades de
Santo Ignacio, umrtyr, S. O vpriano e outro*
Hiintoa padres, o u*o da coromunliân quoti­
diana nn prim eiro seealo, accreseentamlo
que uquelles qae nem sempre podiam asais*
Tir ú missa, levavam para suas cuaaa o
Santíssimo Sacramento, par.-i lá, todos os
dias, o f.omniiingareui.
Tertulliano, que viveu no segundo secnlo,
no liv ro A d ».r n r tm , inclue « couimaahSo
quotidiana entre ns praticas mais geraes e
imprcti-ríveia dos liei*.
•S. .fu«tino niartvr, im apologia ao impe*
rador A ntonio, diz que nn missa se distri­
buía a EuchariBtiu a todas as pessoas pre­
sentes, e que esta liturgia provinlia doa
Apostolos por mandado d « Jesus Cliristo.
S. Ireneti attenta a meamu verdade.
No século 111, Origones recom mendava
aos tieis que lo«Ht>m á missa oom purexa
e santidade <le corpo e aluiu, porque aasim
era preciso pura participarem do aacritído,
cttmmungando sacramentalmente, K contra
t'lt«ll.O(10 II

Celso escreve que para o chri*tflo todos os


dias sBo de pascliou, porque em todos elles
comraungn; em oatro lo p »r refero qae os
cIiristAos todos os dias euinet» o inannA do
oéo, principiilnient" nos domingos, porque
«l^ a n s só podiam ir á e^reju nos dias fes­
tivos.
0 oauou ií." do concilio Àntiochcnsc, uo
soeulo I V , determina que se aubmettum á
peniteaciu canonicu os que fn lt«rcm á com-
mnnhilo.
S. Jeronvm o, no dinlu^n oouiru lJlii^i)>no,
HUHtf-ntn qae n!lo se deve dar oatro sentido
ás palavras Panem nunfruin, que todos os
d ia » pedimos, RiMiAo u Sdutisüiiuo Sucjrii-
mento. .Sun to Am brosio se queixn d'egta
surte: nu o lJí o litielmri«iu'-o ò quoiid iuno,
porque b>j o recebeis tflo ruras vezes no
mino?
N o «óculo V , o concilio de T oledo, onde
Be reuniram bispoB de Portugal e do toda
a ilespanliii, mundon que nquelles que nflo
cooiinun^uvain fossem advertidos de que
ou coniiniiujfiKseni, uu se poZesneru i>« oluase
dos penitentes, e, nflo o fmaendo «-
rimn exeoiu mutij;!id o3. (C m io n 13.v).
S. .Muxitno, innrtvr, i; também outra
prova d esta verdade.
a saqiuiu coMxrsnSfl

O aabio cacriptor do n?culo V I, Dioniaio


E x igu o , interpreta o 10." cunon npostolico
da counnunhfto quotidiana, ü uttesta ser
esta a disciplina apostolim , que, quem oo-
viu miísu do offVrtorio por diante, partici­
pas»? do incruento nacritício.
N o nosso P o r tu g a l, * * c r e v ia , t.nmbem no
mesmo seeulo V I , 8. M ortinho, arcebispo d e
B ra g a , que esta e ra a r e g r a g e r a l estabe­
lecid a na E g r e j a .
S. (irp g o rio M agno nos Bens livros mo­
ra»** pontíraia tudo isto.
T o d o a o » ane.riimeutos c litu rgia s ro ­
m anas, grcgHij, ni'mi<(iia», golliicn s. e g y -
p cia o a », «‘ tliiopicuA, a n tigas e m odernas, d e ­
m onstram «'viil^ otem en U í que este é o es­
p irito d a K g r e ja e ii iustitui<,*flo p rim i­
tiva.
N o século V I I , T h e o d u ro C an tuarlense
r.on*t?rvu u tradiçAo da d iscip lina aposto-
lica, ieto è, quü cú nim ungariam á missa to­
d o » qne a ouvissem.
S. l U x i i u o , n ia r ty r, dia exp res sam en te
q u e dopoírt de Baliirctu os ciitechumono» e
p e n i t e n t e qne jiAo c o m m u n e a v a m ••rata
tVcliMdaü 'is portas d a K ^ i v j a para com -
m u n g a m n todos os q u « tinham fn-ado.
S. liiiloro diz nilu deverem oa lieis dei­
ruoLau<> XIII

x a r <le coiiimunpar senão por peccadoa


mortaes, para não cahirem na excom om -
n h lo menor, cm quo ainda n’ e&te seculo
se incorria, n&o eommungando.
Thom assim refere que os bispoB o prela­
dos mais sábios e zelosos do seculo V I Í I
procuravam rcatnbelecor a commuohâo
freqüente, e até mesmo quotidiana da
eg reja prim itiva.
>S. Paaca&io nüo duvida aflironar que u
fé nos ensina que pnra o recebermos quo­
tidianam ente foi inatituido o Santíssimo
ííacramHnto.
No seculo X I, M icrologo, que se jn lg a
ser Santo Iv o , citado por S. K rcg o rio Ma­
gno, pelo cardeal Üonu, e por Bento X V I ,
prova qae quem ouvia missa, eoromungava
ífo llii sacramentalmente.
Ped ro Hlesense iittestu n mesma vordado,
c diz que, só depois que principiára a re-
laxa<;8u entre os gregua, se praticava m e­
nos vezes a. eommanhflo entre os chris-
tâofl.
8 . Th oaiaz de Aquino, 110 seculo X I Í Í ,
reconhece este preceito impostn «00 fieis
uas pulavru» de Jesu& C b n sto : » llo c f n c ilc
in m eam com m em orationern. >
S. Bonventuru confessa que n comtnu*
xi r a «.AufuiiA *:ojou'muo

nhflo quotidiana fòra instituída pelos A po*-


tolos; qae, á sua imitaçAo, é atil coromun-
ga r todo» o i dias, o declara quo outro
evan gelista nomeia mesmo o Pflo quo*
tidiano.
Sendo esta uma verdade deduzida doa sé­
culos anteriores até ao tempo dos aposta-
los, provada com tantos o tflo irrefrnga-
veis dooum«ntos, quem se atreverá a re-.
prebeuder o pio coatuiue de commungar
frequentem ente e todos 03 dias mesmo, com
as devidas disposições, sem ineorrer na
nota de tem erário, e cotumetter um fu­
nesto erro nu fé ? O * qae censuram tflo lou­
v á v e l aso, oa ignoram a doutrina du E greja ,
ou, unindo-se com os acua iuim igos paru
atacal-a, sflo, pelo inenos, mona christülos.
Q aem se prezar de ser verdadeiro catho-
lien, d eve necessariamente pensar como
tantos santos padres, eminentes em ecien-
cias e em virtades, nem de modo algum se
pôde oppOr aos decretos apostolieoa, á-s de-
císíHís dos sagrados conciliou, e á coimaum
doutrina da E grejn , que, sempre governada
0 regulada pelo K »pirito Santo, columna
e firmamentu da verdade, *> por isso nunca
pôde errar. E para que algaem , poaco v e r ­
sado em matérias ecclcsiiisticas, nSo diga,
PR>)U»tO XV

ta lvez, ser esta verdade conhecida em oa*


tr«5 naçúe», maa ignorada do nosso Portu­
gal, rem atarei com ntn trecho extrahido du
Constitaiçflo do A rc e bispado de Lisbou.
< Consta, d i* a dita Constitniçflo, qae,
em virtude e conlinuaçBo doa diviu o» sa­
cramentos da contínua o e communhSo, se
fundou d E ^ r «'j« oliristü, crcscendo em to­
das as virtu d es; e por conseguinte vemos
que ua pessoas que muitaa vezes oo rece­
bem, ordinariamente, vivem de muito dif-
ferente modo d‘ uqnellas que se desviam
de recebel-os, as quaets. como andam apar­
tadas do santo uso ri’estes sacramentos,
assim o andiiiu de Deus, qae n'elle3 está,
e se desmundiim em cummetter muitas
olTensas a Nosso Senhor, o que ntto fariam
usando dVstc remedio, que o mesmo Se­
nhor contra os peceados ordenou. P elo que
muito rccommcndnmoá c admoestamos a
todos os noísoe subditos quo procurem fre -
r/uentemente receber este» d iv in o* S a cra ­
m ento* todos as m ais rvsct* iftie poderem ,
segundo o conselho do sen prndente con­
fessor. E lienhuma pensou eccleniatitica, de
qualquer qualidade ou condiç3ü que seja,
prcauiuu p fi-g a r, e n tin n r ou ad nioe*tar o
c o n tra rio p u b lica ou occnltam entc por
*VI .* .i>i/uu’4 t-LíigrnuAM

qualquer modo. E « posso» quo contra isso


tV.r, » « iL a certo que se proeaderá contra
olltt, e llie será dado g ra v e castigo, como
í.ua ealpa merecer. > (L iv . I, tit. XV

P.* S. P. M. K.
AnVKRTBXClA I ><> A IT T O R

Ten do alguns ecelesiaaticos, alisia respei­


táveis, mostrado eerton roeeio* pela dou-
trina e regras de piedade eoutida* n'este
opusculo, por llut9 pireeerem detnaaiadu-
mente liv re s a commodaa, Al gr. de Sé-
gu r tevo n cuidado de dissipar todas essas
duvidas, sujeitando esta sua obra á main
competente auetoridade oiu mutcriiiH dou»
trinacs, u Santa Sé Apostolica. O muito
reverendo padre G igli, mestre do sagrado
palacio, e como tal eleito pelo Sutnmo Pon-
titice exaniintidor de livros, depois de ter
Attentamente exam inado este pequeno tra­
tado sobre a Sa grad a Comm unhflo, lhe
concedeu pela segunda v e z o I m p r i m a t u r
Connnico. T a l conceHtiSo nflo só contém am
vo lo r negatico, como o N ih il o b tta t; mas,
além d'iísú, uma approvaçüo positiva, oojo
w ni A H-tttL&i uiiuiunilIu

alcance ninguém ignora. Depois tio c«n -


cr.dido á prim eira ediçílo o lu tp rim u tu r
R om a n o, pareceu cila ex cita r cm c-frtns
pontos do uosso paiz algum a» diffieu ldiides;
e#ta, porém, raais escrupuloKninotitr revista,
contém esclarecimentos « ninditiraçSí-s, qtio
devein preven ir qualquer íulaa interpreta*
çlo .

Reimprimii-»e, Roma, H de agusto de

F r . JI fíflWMO (lUiLt,
Molre '1m pfllorlq.

Com a publicnçflo d este opuseulo Hobre


a Sagrada Commanlirto uSo nu; proponho
esclarecer os incrédulos, senSo ton ifica r
na piednde e confiança os ohm tllos quo jã
a prutieani. Desejara ea dilatar-lhee os
seus cnraçOe», fa m id c-lh e s conhecer melhor
este io*-fFavel Sacramento, que todo é «inor,
c luoctrando-lhes duram ente a futilidade
dos prejuizos janseniítas, qne tflo afasta*
dos nos trazem ainda da -Sagrada Eueha-
ristia.
Quizera cooperar com os bon* padres
nos Bens esforços para fussor renascer o es­
pirito de piedado e restabelecer, quanto
possível, o antigo fervo r pela freqüente
iiiveaiLNciA no aociu»

communhfto, qae Bantiticoa os prim eiros


fieis.
E stim a m , emlim, co n c o rre r quanto as mi­
nh a» ( M i t h forcas o perro íttissem, para est*
grun de obru de rc-^neno.-Ho, que it todua
preuceupn, t' qne, wi á for>;« de m ilag res,
p o d er á renlisar-&e. A g o r a , mui# do quo
nnncu, carecem os d e santos, santos só a
commnnhflo o* faz.
item certo enton qne os pensamentos
qae exponho s.lu 06 própria* pensamentos
da K greja eotlioliea. roSe e mefrtra du ver-
dadeirn a*.«im como da solida piedade.
Eu vo l-os apresento, pois, com iifontexn, e
se dVlles colherdes frueto c consolação,
commnnioae-oi», eu vol-o pei.o em nome de
Nosso Senhor, aos vossos achegndos e v i-
sínhos, fazcndo-lhes conhecer ette opat-
calo. qae consagro á Santíssima Mfle de
Deus,

Tom ando a liberdade de depôr esta pe-


Juena obra no* pós do Soberano Punlifice,
ignou-se elle conceder-lhe u mais ampla
appruvoi.âo aet-tm no tocante ao p<UBs-
mento, como á doutrina. O B reve A posto*
lico, datado de 29 de setembro de 1860,
principiava assim : a C a rin tim o filh o , r*ce-
XI 1 i 'lUiáUMtiu

bem o* com srtí/•*/'<i <;<?<) a ohsequioxa offerta


do co**o l i t r o ; e cox fe lic ita moh r iv a -
mente pulo to u c a c e l e reliijinHO selo com
que vos- enforçaex p o r e.ie ita i om f ie i» ao
uno m a i* fre q ü e n te da C oniniunhilo Eu*
ch a riM ic a . » Alúm d'i*to, (o e e ja in o per-
inittiilo chamar «obre este faoto u atteu-
çao ilim leítures) no principio tia quaresma
de ltttíl, dundo o Suuto Padre?, secundo o
eoatame, em ainn das galua do Vaticano,
u nusaflo « tan^Ao apotttolica aos préjja-
dorea d/»» tístai,üo.s de Koidu, diM nliuia
por sna própria u»!lo esle pequeno traia»
do, traduzido du prim eira ediç&o pura a
italiano, aecreseentando, qao ente liv r ia h o ,
c in d o de F ra n ç a , tin h a j ú p ro d u z id o m u i­
tos b en s; que. d eceria xer dado a toda* 011
m e n in o * que tieexxem de fa z e r a tu a p r i ­
m e ira coin m u u h â o; que to d o » os p a r o d io «
deveria m trl-o , p o rq u e n elle xe contém as
ve rd a d eira s regrax da com inunkâu, tae*
com o a# entende, o C o n c ilio de 7'rento, e
com o tt tíanta Sé q u er que ella* xejam
applicadan, etc. Um padre romano, pre­
ga d o r de ama das oslnçOes da qauresma,
testemunha presencial d'este acto, foi qaem
m o commuiiicou esta t i o preciosa mostra
de approTaçlo.
VERDADEIRA IDEIA

SAGRADA CO MM CXH ÀO

Ê um ponto do fé Cfttholirn. desde sem­


pre crido c acutudo por todos os cliri*-
tlos, qoe Nosso Senhor .lepas Christo está
verdadeira e realm ente present» nn divin a
Encharistia. O seu BantiiMÚmo e glorioso
eorpo se nos manifesta debaixo dns appa-
renritt.s da hostia consagrada, permane­
cendo sempre sobre os nossos altares para
ser ahi o centro do culto divino, e dar
A* nossas almas, nn sagrada ConnnunhJlo,
as to r ra » necessarias pnra perseverarem
anidas com Deus.
A CoinmanhJlo, propriam ente fali ando,
n(Io <t d«Htinnda a corianjjrar-noa com Je-
üua C h ris to ; quando d V lla nos achega-
moM, j á pela graça o po9«uim os; já , en*
2 A »i(ifUDÂ rnMVrvHin

t#o, está em nA§, como nol-o ensinam,


qunsi n eadii paginn, as Esoriptaras.
A CommunhSo nflo tetn tonalm ente por
6m dar-nos a vida da KrnVai *st0 **« » v^ n
e^piritunl q u « procede da n o » »» nni&o com
Dea<*. Pura qualquer poder commnntrur, £
de necessidade o v iv e r j á dV sia vida —
estar nnido a J e »a * Christo pela g r a ç a —
sem o qae a Cornmunhflo seria nra sacri­
légio.
Q 'i« l è pois o verdadeiro tim da Com-
munhfloV £ a lim e n ta r a unillo santiti-
cante e vivitíconto da nossa alm a com
D e a s ; t; c o n * c re a r e fo r tific a r em nós a
v id a espiritaal e in terior; é evita r qae des-
falleçam os na vingam e combates d’ esta
v i d a ; é emfim obstar a qne percamos a
SHntidade q n « Deus uos ha d ad o pelo
baptismo e contírmoçilo. Portanto o fructo
purticnlar do Sacramento Ha Eacharistia •'
uma graça de a lim en ta çã o e p ertecera n qa .
P o r isso Nosso Senhor, fallando-nos da
Euoliorislia, diz qae nflo podemos vive r
ohristfl mente senfto pela cotmnanhllo. < Em
verd a d e vos digo, que, se n io coEnerdes a
carne do Filh o do Homem, e se nRo be-
berdes o seu songae, nflo tereis a vid a em
vós. * (S. JoOo, cap. V I, v . ó4).
vinouiHtu n>>;u 3

Para sermos ch m lS os o estarmos uni­


dos com Deua é necessário recorrer á Eu*
charistia. Dh-h*' com » alma o mesmo que
com o corpo. Nilo podemos viv e r sem co­
m er; todavia uflo é u comida que nos dá
a vida, unicamente a sustenta e lhe com*
tnunic.a uquella forçn que se chama saude.
N ’ e9t#3 ponto o corpo nílo piissu de sur o
sym b d o dn alma. A alma tem umn vida
proprin, cfleito du uua unillo com Deua por
JeBUB C h ria to : esta utiiilo chama-se graça,
e carece de um nhmento para sustentar-se,
o qual n8o r outro s^nllo Jesus Sacram en­
tado, que disse : » Eu sou 0 I’ flo dn vida.
A minha carne ó verdadeiram ente comida,
e o meu sangue fi verdadeiram ente bebida.
A q u elle que come u minha eurne e bebe
o meu sangue, permanece em mim, e eu
n'elle. > (S. Jo8o, cap. V I, v. 48, f>6 e 57).
A alma nflo póde pois peracverur na graça
sem cominungar, bem como o eorpo uAo
póde conservar a vida aem oomer. Á força
e n aaude do corpo dependem do seu a li­
m en to; a Buntidude e fervo r da ulma de­
pendem epualn jente da Communhfto.
Notae Ijrrn que <t CommunhSo nSo ó
uma recompenna da santidade adquirida,
mas sim nm m eio de conservar a graça,
4 a AitiftAiu ourauvuÃo

de augmental-a o de chegar á santidade;


em fim nunca passa do ser um meio. O
alimento do corpo tcra esta mesma pro­
priedade; ninguém come por sentir-se com
torças, m «s para ndquiril-AB on conser-
val-us. Assim como i-. dn ctseneia do a li­
mento physico «cr nm ucto freqüente o
habitual da vida do corpo, rmsim tumbem
é da esfceneia da Sagrada Comniunhilo o
ser um neto ordinário o habitual da vida
christU. T a l ê a verdadeira ideia que a
E greja «Htholicn nos dá da divina Eacha­
ristia. Tam bém o concilio de Trento, in vo ­
cando o testemunho du todos os séculos
clirisiAos e dos padres da E g reja , exprim e
claram ente o desejo de r ê r eom m u nga r
sacramentalmente, o » fieis todas rez e»
t/ue atmintem ti niixMti, nem «e contentarem
com a coinm tinhão e s p iritu a l, afim de co­
lherem em m aix la rg a cop ia o* fru cto n do
A ugiixtisxitini S a crifíc io . (Cone. Trid ., sess.
oup. V I,.
O Catecismo liomuno, coinpoBto por
ordem do concilio de Trento, e publicado
offieialme*ntn pela .Santa Só, contirmado por
muitas Bullas apobtolicas, e recouiinen-
dado em França por varios concilios pro-
vinoioes. uccreseenta estua importantes pa­
VKsraiMORA m«tti 5

lavras, de cnja auctoridade ninguém póde


d u vid a r: * Saibam oa fieis IJue c necessário
c.nmrnuiignr muita* vezes. Será melhor com-
uiungar todos os meses, todas as semanas,
ca todos os d ia s? Nflo se pódc dar a esto
respeito uma regra eurta e in alteravel para
todos ; todavia um 11 ha e seguríssima, dada
por Santo Agostinho, que •' ri seguinte:
V ir e i iif> ta l norte que pu^meH c o m m v m ja r
io d o * o# ilia *. Será pois do d e v e r dos pa-
roclios exhortarem muitas veze.s os fiei* a
nflo deixarem por inciiria de alimeutar e
fortificar todoa os dias as sua» almas com
este Sacramento, bem como por incúria
nem esquecimento nJlo possam um «<S dia
sem alim entar o corpo. K pois evidente
que a alrnu, assim eorao o corpo, carecem
de aliuiento. Será da maior im portunei» in*
sistir, n'cBte ponto, sobre a* immensaô o
divinas vantagens que tiramos da Oommu-
nbTIo sacram en toI; assim como cgualm ente
convirá Icm brar-llie* que n’outro tempo o
povo d f I)»*us era obrigado a sustentar-se
todoe 05 dias no deserto com o maná, fi­
gura da ICucharistin ; os puruchos nRo de­
vem tambmu eMjuecer-se de citar hh au­
ctoridade» dos santos padres, que tanto re-
commendam a nouinituihilo freqüente, por­
k 1'OWMUN'HAO

que nflo foi hi> Santo A gostinh o que eata-


beleceu esta re g ra : I Jec?a* todo/t ou d ia »,
pnig <'o>ninnn<jft tndnn o* ditt/i, Eslude-se
bem u runt.-rU, e acharemos, nem grande
trabalho, que do* mesmos sentimentos hfio
sida todo» os padres que trataram d'<!ita
questflo (C<if. R om ., dn Enchnrintiti\. T a l
ó fi verdade o vontade de D eu », tul ó a
regra que elle no» propoz p «la bocea d »
sun egreja. D dxem u-no* penetrar bem
d'ella, c reformemos, se mister fôr, u nossu
opiníflo individaul, eoniVmnundon com esto
ensino in fallivel da quo ó eoltimna e tir-
mumento dn verdade.
C om p re h en d id o, pais, este p r in c ip io fun­
dam ental, p rocurem os deufaiser radicnl-
mento a * d)flieuldades, que de ordinurio
op| •fie quem se priva, ou quer p r iv a r oa
outros do ineffiivel b e n e tid o da tiotnmanh&o
freqüente.
Mus, antes de entrarm os em matéria,
estabeleçam os ulgumas distÍDeçBes im p o r ­
tantes : c o m m u n g a r tres o a quatro veaes
po r ío m an a , b eo m mais razüo commun-
jjar tudns ou qunsi todos os dias, <• o que
prop ria m ente u em r i g o r ae cliatua corn-
manbfto f r e q ü e n t e ; co m m urtgar uos dornin-
jjos « dias d e festa, c om o o concilio do
VCIKláUtlIU IbKU

Tren to indirectam ente aconselha a todos


os fieis, nüo é cotnmunlirto freqüente para
os padres, iicmi pura ah pessoua religiosa »,
para o » scmin«ri»LH*, m-ni mesmo puru os
c tim llo s , que t’az*Mii prolU«flo de fervo r e
zi‘ lo pela p«rf«iç.1ri; todavia o « p a r* os
menino* e para a wuliidJlo dos fieis ;i quem
pouco tempo sobra para em pregarem nos
oxercicioa de pied ad e; u communhflü de to­
dos os im>'Zus ou das tVsiuB priucipucs nfto v
coinnmnhflo freqüente pura ninguém, nem
ainda para a gente do povo, camponioa,
nem artistas. K sem duvida uma exoellentn
pratica, que conveiu recommeudar-lhcs
quando nflu ise póde alcanyar nm is; porém,
nflo i* ciúmmiHiltflo Ireqoenle.
lít u supposlo, ou>;nmos e discutamos.

§• 1 "

Par» Cíwmufifli' muiua u m é n»o«»»srlo


maior lanlldaili qu» iu nto Unho

P o is para serdes rnai» santo do que t)So


soi», r que c urecei» de e o m m u n g a r muitas
vezes. Q u al d e uõ* terá rítziio? P e lo quo
v e jo . sois do num«To d 'i q u e l ] e e que con si­
de ra m a S u r r a d a CoinmunliAo, n3o com o
nm meio, uiaü c om o uma r e c o m p e n s a ; o qae
s À SàONADA COJJSICKMÃO

é nm g r a n d e erro, c om o j á dissemos. É
v e r d a d e qne, pnra eommnnjrar m oitas v e ­
zes o 0 necessurio ter nma
certu Snntidtule, Mus q n e santidade será
e s s a ? .Será aca*o u perfoi<,*flo dos jçrandes
santos t* m a r t y r e s ? D e nenlmma s o r te ;
muito pnra d e sejn r «o ria ella, nflo hn da-
v i d a , mas nflo é n ecessariu; a santid ade
qne ex ige a eommunliilo freqüente os tá ao
vo sso ulftanco o no de todos os v e r d a ­
deiros clirÍMJlo»; consiste sim plesm ente em
estar em praçu cora uma v o n ta d e sincera
de e v it a r o pcceudo, e s e r v ir fielm ente a
Dens.
N ilo será esta disposiçFlo bem fo cil, e
nRo con h ec ei» p o r v ó » m e »m o s que Deus
v o l - a e x i p e ? T a n t o v ol-a e x i g e que sem
ella é impnssivel serdes nm v e r d a d e ir o
cliristílo. l)izt*i-nte: o que v e m n ser um
cliristflo em egtndo d e pecuado mortal, e
qne n 'c lle se d e le i t a ? Q u e ú mesmo um
eltristflo, um filho d e lJeus qne, de p r r »
p om to d e iil^ ra d o , com m ette e nma o pec-
cad o v e n i a l ? N u n c a se d e v e confundir,
c o m o a d v e r t e I W d a l o u e (serinflo sobre a
freq ü en te coniinunhfio), o que de p re c e ito
co m o qne é d e c o n x flh o ; é esta confusão
que en leia h nossa p ie d a d o ; e que, lm doía
VmDAtiMKA ll>WA {I

secaloa, erniOB tem feito nossos templas.


U in a umcu díspoau;3o <* de p rd ce ito para
CMUiniuiigur dignam ente, e com fract-u: ó o
estudo do grnçu, acompanhado de um tinue
proposito do evita r ao menos o peccado
mortal e as oceam*eH dVUe. T a l í a regra
para toda a coinmunhfto, írequeute ou nSo
1'rcquentci, u do padro quo eommunga to-
dos 06 dias, como a do simples eltris-
Wo que sò [>tíln l ‘ rt>eho!i wimmunga. < Só
o peecadu uiortiil, d iz S. Tlionm z, ií abso­
luto impedimento pura a Sagrada ( ’oin-
imitiltAo » ; « Soarez diz «gualiuente que
*n 3 o consta de uli^uiu padre ter ensinado
quo, para eom m angnr dignam ente « eoni
frueto, s<*j« uecrt>*orio ter disposiçOes tuuis
perfeitas. ■» (Disp. »i'i, seãs.
Qaem duvida que estas disposições msis
perteitas sejam uiuito e muito para d eseja r?
A E g reja as recommenda a todos os tieis,
principalm ente áquclles que commungum
moitas vi-z.-s. Ma* ointim estas uicHmrrs
di>posi<;l5e» ->Au de conveniência, de con -
Hf-lko, « nHo d « preeciio riguroHO, e.r i/ua-
dain eon rea ie n tia , eutno diz ainda S. T b o-
m az; e um bom dircotur, recoramendan*
do-uã oom lustaucia, utto as e í i g o absoluta­
mente, com receio de privar as almne do
10 k lk<-.*kbk CidUimtlu

anico rem edio quo m preserva, ta lvez, ilo


faliu * in «is gra ve*. Eseamido 0 accrescen-
tur qae, quauto mai* vezes »e coinitiunga,
tanto muis »t? d eve (r»))Mllmr por apresen­
tar u Dou* iiin;i couüciertciu 111.11% delicada,
um amor mais puro, utnw d ed ica o lo mais
sublime e generosa. A cerca ilu eótuuiunhflo
.quotidiana o conselho se confunde com o
preceito. { P a r a m a io r in trU ig e n ria rStle
< O Cèn ahrrtn > /<«</(> tiM a d e F ttr r r , nü*~
n io v a rio d r S a h oia .) Portanto, piirn coin-
tnungnr niuitnn vex.es e digna in tu ir, Nosso
Senhor ufio v o » pede em sunmiu ‘s.-oilu que
sejaos vordudoiros ct*rifetUo-», * animados
de uma siüoeru e bmi vontade, pitru com
elle. Tendes, estu boa vontade? Kespond*i
com u milo nu conücieneia. Sií » n8o teu-
dea, d evei» udquii il-a, porque sem e lU f« l -
ta e« Ah MHgr;nl;t» pn.me*i;;t>< do v<iê»o ba­
p t is m o ; ge ii lendi-x, pnrque ufto ide** euin»
m ungur ufim de u f o r t a le c e r e au giu en tar?
T «1 era 0 arg u m en to d u r o e sem replica,
q ae d ir ig ia outr'oru no* lieis de Cotmtanti*
nopla 0 sen g r a n d e ure.ebUpo e doutor
Õ..I 0&0 C liry*oM t>m o: « O 11 e»tnes em g r a ç a
d e Deus, lhes d izU , ou uào. *Se estues, por-
qu<s n8o id>'* r e c e b e r u S .igm d u Comum -
nhio, instituída para vos m anter n’ esse es-
jnku ii

tftOc de c r a ç * ? S c nSo eslaes, p o r q a e nSo


co rre i* a p u ritíe«r-vo s d o pencudo por unm
b o i ei>nlU'Ao, e u Hpr«s<‘ »riir-v o a d ep ois ú,
sa grada M om i , ond e rt*cel)er».*ís a força de
nüo maia tornar a c o h i r ? »

4j j . “
Nlo sou digno de aislm me «pfommgr d« Otus

S e o ít a razilii vaI^sa?, nnncft so d e v e r ia


eummanírur • porque, dia Santo AmbroMO,
o qne nA» é d ig u o de c o m m n n g a r todos oa
dia», m-1'O-Iui de coiiimiiu^ar d<; « m i o em mi­
n o ? » (D o s «acraineutoK, l iv r o V , cap. I V ) .
D ize ig q u e nsto sois dig nos d e eommun-
gu r todoa oa d ia s; mas íiflo àabois qoo, Ã
p r o p o r ã o que voe nfastnes de Jesua Christo,
mais indignos vos toruaes d e a p roxim a r-
vos d V l l e ? A s vossas fultus uugiucnUtn k
propor^flo <ju« voh a p a ria * * d««i w»üram<*n-
tos, porque vos p r i v a i s aisim d ’este pSo d e
vidu, que o concilio do T r c n t o , co n fo r m o
Santo I g u a c io dt* Aotioi-liia, propfle ho «
lieis como re m ed io efticaz contra o pec-
endo, e penhor seguro du iniraortulidudc
(E p ia t. e. Meus. /.!>’.*, cap. I I ) . P a r » lon ge,
p on , de vta uma tAn estrunha humildade.
A E greju eabe maito bem que n lo toia
à *X' Hà.l>k ■'UIIMI7VK40

dignou d e com m un ga r, e* to d a via ella vos


c o n v id a a fazol-o ruuiins o muitas vezes,
a q u e r e rd e * v i r a ser um v e r d a d e ir o s ervo
d e Deus, E lla con liece tflo perfeitam en te
a vossa in d ig n id a d e e a de todos, q a e
o b r ig a a seus tilhos, sem e x e e p t a a r os pa­
d res nem ainda oh bispos, a d ize r e m de
todo o cornçilo, e nüo umu, mas trea r eze s,
an te* d e coram nn gn ro ni: U o m im nnn mum
digimi* ut iittr e » *nh tvehim mettm. * Se­
nhor, eu nílo soa dign o de q a e entrei? etn
m in ha casu. •
A E greja riflo vost manda cotnntnngar,
porque sejaes dignos d ’ ÍH6o, mas paru que
vos tornei* o menos indignos possível de
tílo santo o botn Sunlior. Convida-vos ella
a com uiangar muitas vezes, nílo porque
sejues santos, tuas para que possaes v i r 0
eel-o; nfio porque sejaes fortes, mas p or­
que sois fracos, imperfeitoi-, inelinmios ao
mal, expostos a ser facilm ente seduzidos e
prom pto* um peccor.
T «m u r dervil de Deus nâo ò um » vír-
to d e ; o perfeiçBo dn piedude consiste no
a m o r. Ora, o verdadeiro amor exclue o
tem or (S. Jollo, IV , 18), ma* o temor servil.
O amor n.%o conserva do temor aenUo certo
respeito títiat qae tRo adm iravelm ente se
▼ U O iD U lU I D I U 19

combinu com nqnella terna confiança, a


qae s « poderia dar o nome de rexpeita do
a m or. O tem or servil do Dens íaz parte
d'cst>( piedade jan»cu iíla, (Ao f«l«u e peri­
goso, que comprime o curuçSo, destfoc o
nm rr c< n ci>nHíin<,'n, e lunça ub uIídub nu
*ercnrn, desalento e doseBporuçfio. A verda­
deira humildade anda sempre junta com a
contianç». Um piedoso doutor do iv sceulo,
perguntando a si mesmo quol dos fiei* 6
mais hnmilde, se aquolle quo commnnga
froqnontomeute, se o qjie raras vezes com-
inuu^ii, responde sem hesitar qae o mais
hum ilde c o que mais ve ze » recebe a Nosso
Senhor Jesus Clirieto, porque i isso um ai-
£ iu l certo de que conhece m elhor a-sua
miséria e a necessidade de reraedial-a.
Conliauça, pois, Reoebei it Jesns sacra­
mentado, porque elle V09 ama, apesar da
vossn in dign idade; recebei-o com humil­
dade e tornurn, occupondo vos mais na
cooBÍd«*r.iç3o do sen am or, qao na das vos­
sas próprias mUerioa. Quanto maia vezea
comnmi)£u.rdesf rnuis dignog sereis da com-
m unlilo.
H à HAOIUIJ* CUJIJtQMÜO

§• 3.°

A etmaiuahlo. quaní* mulla fraqueni».


já nio proiax

NSo produz effeito aobre a im aginação


nem sobre 04 nervos, é possível, nJJo
acontece o mesmo com u vontade. F a llo -
vos com h experiencia, costumado como
estou » presenciar todo» os dias admira-
veis mudança* produzidas pela eoiumu-
nhflo freqüente em cornçfles bem dispos­
tos.
K certo que, se procurarmos nu commu*
nhRo t3o sómente us doçurae da devoçfio
sensível, vêl-as-liemos diminuir, ãs vezes,
na proporçBo da nossa inuis freqüente upro-
xim açflo da sagrada Mesa. Mus nIJo é u
dovoçílo w n sivel, nem as lagrim a», nem
hs jmpreifsócs, que so devem procurar n «
commuulillo; qunndo Di-us iia conceder,
apradeçainos-lhas, bem como um menino
agradece n sna mfle os diflerente* rniraos,
que ella lhe dá, depois de cutuer; porém,
assim eomo a sobromesa >• pouco nutriente
o 6 ttpeous uin aeeassorio do jan tar, assim
também na piedade e na connnuuhSo, acto
principal d ’ell.i, devem os mrrnr ao qne é
substancial, isto t, ao .lugmeuto de todas
VTIUIAt>r.(RA loKU 15

a» vir tu d e* . dít humildade, mnneidllo, pe-


u i t e n f i » , desapego, ubnejínçâo, carida de,
ntterxlcndo pouco ás «'onsolni.Aes sensíveis,
q n « 1*1 ii todo o ruso nflo pHKdiim d e ser,
eouio quo uns c o r to » ocip ip es eepíri-
taaes.
« N ilo vos *di*ixi*Í9 en^nuar eoin 11 lrm*
bnm vn de quo tcreia miiis dev<H,flo w i i i -
muniírindo monos vcscs, diz 8 «tito AtTnnso.
A qm dlo qru* com o ukhios vezes, come, ó
verdHdo, i*oui nuiis » p p e t i t « ; irms *>atA bem
longe do ser trio Inrto c om o o bc nli-
mi-iiiii iv^iiliirnieiiift, S e e o n im u n p *r d p « r « -
r<i» tvrois titlv»"?. m « i í <iev(n;<V> srn*
sivi*l, » vos?a coimiHiiiliHri vn* «i-ríl mo-
008 p r o v e ito s » , portjnp ü nlma fiirrtc.nrA de
forvus paru e v ilu r taltns >■: n.r.o dei*, pois,
tfrando iiuportr.nciii a mu pouco mais do
f e r v o r *en*iv<d, o titae » pm lud*' rum nrn
olbnr niúisi ii-•In •• >• «•uMiupido. IVocurue
ein vns>i.'i« (.'omruunlióes mu v e r d a d e iro e
cfficaz am or :i .le>;ns ChriHto, c eneon-
trai-o-ltois sempre. Q ua ndo «•ouitmm^íirdps
cora o fim do ser mais fortes nns tenta-
çúeK, nunfl oi>»tii^, mnU djidos ji ornçfio,
niniM oslorçiidii*. tios eiininiiioa eotubate* d 11
vid.i, estue certos de que c o lh e re i» "rnndtt
fruvto dua vossaa cornuiuuhfieB, a » quaoá,
18 A SAAKiSA caiBtvxnio

Suiinto mais freqüentes forem , mui» e rae-


lor e/feita produzira*.

g. 4.»

lt*cdo lim lllarliitr-m » com m c a l i t i lu ilm

E ste re ceio |>ó«le ser bom « póde s « r


mnn. S.> por fa m ilia rid a d e en ten dei* c erta
netrii^iMioiH i> rotinn, tendeg m uita razJlo.
A rotinn está [m m o bom costume, com o
o «buHO psrii o uso. C o n v e m usar e nüo
abusar dna coisu* boas, mas d e v e haver
muito cuidado em nilo lovnrmoH tfio lo n ge
0 tciu or do uhnso, que d eix e m o s o uôo drn*
coisas b o u «: <diAs nadn se p o d e m fazer,
p orqn o de tudo se p<íde a baju r,
Acim telne-vns. pois, d;i rotinn no serviço
de Deiin. Mj*h, se por fniniliuridude enten­
d e i» iutimidiide, unifto eontiimu com Deus,
com pleto ubíindono e ternii cnnfu>u<;ti,
muito innl f.ijíeis entJlo em fechur <» vonüo
(!<>nu;ílo .i este sentimento t3i» ohristSo.
A E v r e j a , íieoníelhiindo-noi» « eoinrau-
nbilo freq ü en te, nos exhort.i á vi«rdi»d**irn
fa m ilia r id a d e com Deus, nosso c r b “ítiul
autigu, cu jo a m o r tSu :idmir.iveluierite se
íillia com o respeito, Q u em tributou miús
vfUDAPnuA im ii 17

profnndo renpeito a Nosso S enh or do qtie


oh sautosV T o d a v i a , nllo o a m aram elles
com » mui» iiitimu o fu m il i» r tornuruV B
som àtilitr tífd alto, racmiiu entre tis p «s-
aoua do nu wo conhecim ento, qnan* s í o ua
q a e respeitam com m aio r a a ilu m e u to &
lJeae, ena lei, bous sacramentos, nSo «flo
«b qno fre qae n tãü i mais us praticas reli-
gioSMH V
N S o srt nSo iluveia Iciuer fainiliarlaar-
v o s cora .lesa* Christo, o habU uar rn * a
r«H>ebel-o freqü en tes vezes uo S/intinrtimo
Sa cram ento, mns traba lhar p o r fo r­
mar em vós ente santo costume. U s bona
r.oMuiiiHH *7!o tílo estiniaveis, quanto p e r i­
gosos os mnus.
Piiile-iu allirm ar que q u alqu e r pessoa
riflo ó v e r d a d e ir a e «olidanKMite. chrifttA
seufio qnnmlo o s erviç o de D e u » p a r » « l i a
» c c o n v e r t e r n*um habito, i*to é, u'umn « o-
gnndn n a tu r e z a : ora a niigrada c o m m a -
nhlto é o centro <1>v i ijo serviço . C e r t o
protestante e o n w r t i d o e e x e e lle n to s erv o
d c O eu * m e d iz i a : * nm dia s <m i > ii ii V h »
0 *ein coiniuunliflo (• jthia mim c o m o uma
nem sm! ».
Huliituaa vos, pois, ú eom nin npar, mos A
eounm ui^ ar lu-m, « pura is-o eom mungue
18 Jk tLKHi lOSUÍlWalu

freqiien temeu to. Nflo se faz bora feito, di­


zia S. Krune.iseo de Salea. aenflo nquillo
que se faz muitaa v e x e s ; o» melhores ar-
tiil.ts sito sempre oa que com maia assi­
duidade trubiillium pelo seu oftioio.

Nio n » alre*o • ccntmungar ttm m<


0 que ná» puftko fxnrr á tot!« ■ fcom

E quem voa exi<;e essa eonfisslto a toda


a h ora? A E^reja, instando-nos a commun-
ga r niaiturt veze* e « té tndoa os dias, sendo
possivel, uunea nos impott a o b ri^ a elo de
nos confessarmos cada vez qae houvermos
de cütnrntuigur.
N.to queiram os ser ruais eatholieos que
o P a p a , nem tflo puuco im aginem os «>l»rt-
g.M-ÓK* qllO mngUeiU uos imp!5e, nem se-
quer uconsellu . V o u tti<ida mais lo n go o
d ig o qae, no caso presente, o vuaso receio
é opp oeto no p r o p rio espirito du E g r e j a .
Níl.i ha mais do que uni sõ caso, em q a e
sejamos o b r ig a d o * u confensar-nos antes
do ca/iiiiuuugar, diz n con c ilio de T r e n t o ;
è « li.i ei.<n?eieiii*ia d « haverm os
com m ettid o uiu f if x c n d i) i n o r t i i l » , <'i i h i c o n -
s c i t if p e e c a t i m o r t u l h (i.'<jnc. de T r e n t o
VfRnilirtK» ItitU

sess. 13.*, cup. V II. Ora, us oliristílos que


íreqaentam os sacramentos, raras vexua
cabem em peccado mortal.
Einqu anto ás faltas chamadas vcniaos,
insep arareia da fraqu eza humana, a f ô noa
eusiim e xp res sa m en te q u e uiü ueto de ver*
d a d eir o a m o r de Doas o sincero a rre p e n ­
dim en to «' bastante pura «I'«íI1jíj* iiüb purifi­
ca r com p leta m en te; u p a r » fa c ilita r ainda
mais eatu puriticii<;Jlo, a. E g r e ja , corno müe
terna e desvelad a, estabeleceu, eom o nome
du ta rram entnp*, certos moioe muito sioi-
plices, para punticunitos por m eio d'ellas
U8 nossas c o n s c i ê n c ia s ; taes wào, a lém do
o u t r o s : o signnl da cru?., a agttfi benta, r e ­
za r o lU td re Notuso, u Con/iiisão na missa,
etc.
Sc ainda duvidaos eorniiiungar por cansa
de algumas culpai) veniaes, commettidas
depui* da vossa ultima coníiss.lo, eis-uqui
o concilio do Trento, u grande vos da
K g re ja oatholic.u, a declarar-vos que n
santa coniinutih.lõ preserva do pcccadu
mortal e apntja o* rtn ía •‘n. • A n tid otu m ,
quo U herem ur a c u lp h y uotirlianin, et a
p e c c o ti* tnortalibuH p rirs e rce n tu r » (Cone.
de TreiU o, sess. l;».*, cap. II).
E ntend ei bem uquellu expresso: foi
A U01U1U CtiJOÍTMÜO

para vos levantar das vossas fa lta » quoti­


dianas, que Jesus CliriMo instituía nilo a
confissNo, mas sim a cointnunhflo de que
tanto medo tendes. Se d'ellas vos arrepen-
derdi-8 sinceramente e nfio lhe» tivonlcs
affecto, a communhflo as consnroirA s"m
demora, bem coaio o fogo consom e u pu­
lh a; o fogo nflo consome as podraB nem o
ferro, a us pedras e o ferro representam
oa pooeados raortaea, os qua*6 só o pesado
marti-llo da contissBo jnld* pulvcrisar e de
todo destruir; na pnlba porúiu *Ro figura­
das as culpas le v e i, que por deégrtiça, to*
dos os diaB, commettemos, apesar da sin­
ceridade da nossa I ioh vontade, mas qne o
fogo da commnnliXo devora.
Foi tambeui o ja nsen ism o que íntroda-
Bia entre nús este tem or anti-catliolicn, o
ja n se n ism o que, a p retexto de inuior san­
tidade, exa lta a conlissflo a batend o a com-
munliflo, eança-nos com escrupulos, p er­
turba e corrom p e as nossas consciências, o
que muito a g r a d a ao dem onio , poia nos
conserva assim re*pvitonanw nte afastados
da a d o r á v e l E u c lia ris li», o n i t r o v i v o do
toda a santidade. S e amnes «lo c o r a ç í o «
Deus, c om in im g a e com g r a n d e confiança
o a leg ria , apesar das vossas eiifertuidudes
VEDIllDUIU ll>IU

quotidiana». Indo proeurnr u miudo o vosao


eunffssor, podeis I íi Ivrz ri>coiar iiicotnmo-
dal-o, mas, eomninngundo muita* vezca o
« t é todos 04 dias, estat* certo* de quo nunca
cnladareis o nosau auiuntUsimo Je*u*.

$. c.-

N I d i « poda communoar ttm p r tp t rif io


• nAH t#nbo l#mpa da pr®pârtr-#ne oami

NSu s » trntn de anber so ao po de coni-


tnungar sem p r e p a r a i , â " ; uru .ictu i&m .nioio
nflo púdç »u*r íeilo á pressa. A fulín dô
pri'purui;íio le v a á tib ieza c torna inut-iis
e ninda poricosua as rnuin f-xc elletil** p r a ­
ticas díi religiíU». Nrio iò oo n vem preparar-
nos pura recebc-r » ha^radii Eudiariatiu,
tua» «í neeiMáario fuZol-o coni gran d e cui*
d a d o ; e quandu ••htejnmos muito e inolto
liam pr»'pitr:id>.>9 d e v e m o s ain da assim iiu-
ruiliifir-iioH <linnt« dt* Dmin, pudindo lhe bo
dijínc eupprir, por aua. bondade, ao que
nos falta por nossa miscria,
Mas em qu e crnmMe r;slu preparaç^u?
A<ü«>jO ó difi|«Vmo-tio* para
eom uim i^ ar, m ultiplic ando a* pralic u» de
|_»>».*dtt*1<», oa lazi’ n<lo profundas lue.diiavfcis?
D«? ninlirun.i s o r te : tudo isso é boin, muito
22 i Mi:ur>i outuftmiio

bora, preciso m esm o; quando h » tonapo


para se fa iter; mus nem todas as pessoas
têm esse tempo. A E greji», que a todo»
sem diatincçfio nos exhortu u coiiimaniçar
fYeqiientemeute, é a prim eira a dizer-nos
que untes de tudo está o cumprimento doa
deveres do nosso estado.
Que deverem os pois fa zer pura bem nos
diüpòrmos a eom m ungnr? V iverm os ehris-
t.lmente, isto é, orarmos com attenç&o,
pensarmos tnuitns vezes «tn Nosso Senhor,
estarmos interiorm ente n elle unidos, v i­
giarm os sobre o nosso temperamento e babi-
tuaes disposii;fli-s, a fira de evitar ainda os
faltas Invea, <i pplicariiu s com animo re­
soluto a satisfazer todos os nosso» deveres
em ordem a nifrtidar » Dens, e exercitar-
nos na humildade e inansidJlo. A verda­
deira preparação para a sagrada coinmu-
nliilo ò o modo como se v ire , nasim como
a verdadeira acç&o de graças c a maneira
comu ee passa o diu, depois de recebido 0
amantissimo Salvador.
Quem vos estorva de assim o fa ze r? será
porveutura necessário muito tempo pars
pensar em Deus e am al-o? para ser rasto
e bora, o para «ao tilica r as acçGes ordiná­
ria» da vida, com intenções ehristJUV NSo
VRW.ADRUU ID O i 23

ú mister mais tempo para aer bom do qae


para ser mun, nem paru andar uu presença
de Jesus Christo, e buacnr agradar-lho, que
para cuidar somente em si o v iv o r á sua
vontade.
<c D iz Oornulio a Lupidt: qne H raftlhor
p re p a ra d o para n cumuiuuhllo é commnn-
ga r muitas vcac». Uum cumtnunhAo é a
melhor aetj.lo do graçaa de nutra comum-
nhflo; i> n coiumunhflu do hoje ó o melhor
prepararfto pora a de dmanhS; sueccde com
a communhflo o mesmo que com a oraçflo:
qtiunto mais se ora, melhor ac «ab e orar, e
muis se rfo o ru r.»
í Assim , nccrehcenta Sauto A Afonso, quan­
do v o h faltar u tempo para vos prepara nles,
porque uma luta o h r« na um d<;ver do
vosao estado vol-o tirou, nflo deixeis por í s í o
de eommun^ar, uius ponde todo o cnidudo
em evita r cunversaçOes inutei*. ou qualquer
ocenpu(,‘âo deisnecessaria.»
N flo quer isto dizer que sc devam orait-
tir u4 orae^es o o u tr»» exereieii>s piedõnos
destinados 11 preparar u n'>ssa alma pura a
irouiediotu rt-ccprilii do divino Sacramento.
N/lo; estu prepaniçA o e ucçSo de g raça s
initni-diiit.if. filo absuliiiumente necessarias,
como doI*o cusina o P.ipu Innocencio M, e
24 a m ojutn «iMutKiúo

com elle todos ob doutores e mestras da


v i d » espiritual, Som esta pivpnrnrJío o res­
peito pura eom m Mtfintd» ICueliHrioti», bem
como o oppirito de le, facilm ente utYouxi»-
m t » em nossos eorsiçfies.
Sü tiverm os mnito tem po de que pos­
samos dispôr, «inpre^uernOH maior e^puço
em noa preparar pnra u eommurihRo; toas
se tiverm os pouco, como <*oontece muitas
vezes, conteuleuiij-nos com o que ê du »b *o -
ln t H necessidade, e suppriuno» cmn uma
fervorosii picdude a falta de uma lar^A
prr-pur.irflo.
S. F ra ncisco de Sules com p leta esite» sá­
bios eODRelItOB, efetubideceudo na »ua In tro -
tln c riio r egr a s d>> procedimento, que muito
aeriu paru d e s e ja r que t o d » « nfi p^saon*
aeRnisaein. N a noite an tecedente, ree.oui-
metida elle, recolh ei-vos o mais cedo pos­
sível, ntíui de poderdeh entrar em vós mes­
mos e ora r em paz. Nn raauhíl semiinte,
etu de*p>'rti*mlo( fu ndão loi;o o d iviu o S a l ­
v a d o r que vos espent. In do para <1 efíre-
jn, ortV-n*cei a vossa comtininliHo ú Santís ­
sima Vririfein, e re cebei d epois com « m o r
tiquelle que tudo é <tmor. C o n v r n e e i- v o s de
que u'eaia m.itena *e púde fazer tudo qu;into
se qner, e qu e sem pre se ^unliu tempo p a r »
VCUMOtUA ICOà 25

a preparaç.lo, quando Lu um v e r d a d e ir o
d es ejo de eonmiun^ar. (Quantas peesuae te*
nlio eu co nhecido d e lodns « e idades e con*
di<,fVs p arece n d o im p o ssib ilita d a » de com-
mun^ar moitas vezes, e que to d a v ia en c o n ­
tra va m em aeu iVrvor o m eio d e HatUfazer
a *ua p ie d a d e ! Conheci nm pnbro menino,
a qnein b-uo pnes, rústico» e im pio», trata­
vam com usperczn todae as v e z e s q n e elle
satisfazia os sens d e v e r e s relitfioaos; elle
pf\r«'tn dispo/era as imhíss d e tal modo,
que, depoiB da kuii prim eira eommnnhflo,
n/lo d e ix o a puíBar, por assim dizi*r, um .mj
domiiiRii »huj re>-el>*,r >> Senhor. L e v a n t a -
vu-se muito cedo, «aliia para a e^rcjn »rin
ser p res en tid o ; alli comni unhava, « , <lm,do
^ra<;uH a ca m in har para casa, 11 ella entra­
va, sem que seue paen soubessem qnc elle
tinha SitIndo. Sei ta m b ém do m oitas m ie s
de fam ília, n « cidade, '|Ue, tnnlo de verSo
como de inverno vH:> eedo á missa, a fim de
recolherem a tempo qne 3ens tilhos e ma­
ridos nada tenham a sotTr< r com a sua
ausência.
Procurao ter esta boa vontndo, este. rans-
ino espirito de fé, t? nuncu, pur falta de
tempo, deixarei* de receber maitaa vezes
e santamente a divina Eacharistia : *• Yadt,
k &a>íRai>a ■■otnrnvjiio

et tu fa c frim ilittr >. Voe, o fuze («rubem


«ssini.
S. V

«iu m * tin i» com Itryar quinto eo in iu n ga ,


•(Ib ii <■«* 4U tr «lild « < «em itn i/ t a

Qanudo S. fV tlro, por occu-iSo da pe»i-«


m ilagre**, conheceu « suntidiH.le n m a jes­
tade divin a d'aqnelU: que tinlm entrndo na
riiíí barca. l»tx;ou-8c a o» pé« de Jchom dizen ­
do-lhe: E .r i o ine, Ihtm iue, hmuo
p e rc a to r sum. Apartae-vot» do mim, Senhor,
porque «ou uni horaetn peecndor e a di­
vino Mestre llití r*sp>.>ntleu: X » l i tim trv .
S à o tenhas medo (Evnng. S. Lnc., cnp. V ,
v. K a).
Nflo vos asBUHtoi.s tam bém ; «caso o vohso
eoru^Jlo nJlo portonce u D eu -? li nilo que­
rei# vós servil o bem ? Klle nJlo e x ig e ou-
t r » coisa, A * no«4ii4 ilistrí»oc;r>i*s devem hu­
milhar-nos e n.lo tlewnniroar-uo?; poacna v e ­
zes ••.Io volnnlariii», bem o «levei» suber, a
por isso n.lo nos privam do írueto das- nos­
sos coramunhftes. I la ja boa vontade e ha­
verá boA eomraunli.lo.
Os 6iint04 tambern m lFr^rain, erino v fo ,
tristezas. desgastos, priva>/»e8 de todn a
coutioiii<;Ho seuaivcl o impertinentes <liu-
VÊUIiAl/fclKA UUlÍA

trnorfles. S. V icou lc de Paulo esteve por


dois anno* em uma tul seccarn (-npirituiil,
qae uRo podia Requer f a z e r um acto de f ó ;
e, aj>ft>veitrtudo-w** o demonio d'catc estado
de nffiicç&o, puni muito o maito tentar o
amargurado snnto, eollocou cs te ent&o so­
bre o seu cripif flo o i ri'iio , que pura este
lim tinliH eseripto e envido na « a » noturna,
combinando de uma vez paru sem pre eoin
Nosso Senhor que, quuuda toc.a&Ne com a
mílo A q n e ll u lVirmul/i, seria u mesmo qnfl
fo zer ActoB de p iedad e, que de outro modo
nfto pndiu praticar. Kirmo nu snu fó, con­
tinuou cctn 08 seus e x er eieio s espirituacs, ce­
lebra rido missa todos os dias, Per^unto-vos
ugorn, Boriam bons tis suiis ootumunhCes ?
Fónélon passou os últimos annos du «un vida
em tribularfles quasi ípuuos, o e sc re v ia a
um seu piedoso a m ig o, o duque de U e au vil-
lic ra : t e s t o u n u m a seeeura ((rotunda c
n‘utna paz muito a m a rg a ».
Estas provas silo o meio ordinário de
que Nomú Senhor «c serve para purificar
todos os seua verdadeiros servos. í ] preci­
samente para estus almus atribuladas que,
seguodo ii parecer do Santa Th ereza, ine-
Iliur remedio não ha du qne ii Irequeutc
coiiiiuuuhfio.
26

A l ó m d'ÍBso o Santíssim o Sacram onto


op e ra muiU 9 vezoa iui «I m a , aenj q a e »e
peroebu, corno n u l » .S. L o u ren ^ o Justinin-
n o ; e o g r a n d e d outor S. B oaventnrA diz
t » m b e m : * A in d u qusndo vos s e n tisn m ti*
bio e som devo^áu, nilo devinitt fut^ir d »
SAÇrAtln conunmibSü, porquo qaiintn mais
doente estiv^rdos, nuiis oiir^o.oi* d<? m edic o
(S. Doaventu rn, Je í'erf\ r e h ij . , «•a 11, X X I ) .
l ’ m virtuoso pudr*, superiur d e certo
fiemitmrio, me dia iganlraente a m a v e z :
< T e n i « - m e menos dn (rornmnnliAo tib w , que
du tothl tibstançAo d.i mfhiii:» üoinmnnljflu;
purqtH". omliin a doonçii «om pri} /< uudhor
do que a morte. > A Eucbunstin ê o lo c o
d o a m o r de D e u s ; quanto mais tibicza
sontirdes, mui* ft esse d iv in o fo co dttvuix
aehepnr-voa.
E eõtns seccur.ia rjtie vos inqnietom nflo
prnvirRn dr» nlpuns d efeito» vossos? P 011-
tk*» frrundtA cuidado em evirar o » peeondos
venines? I'rocari<*,ft 1180 eontristnr em vós
o divino Kttpirito Santo ? U o ordinário taes
intidelidades truzom co im i^ o como conse-
quenciu ímmediHt», direi até como ca*ti^o,
urna e.erh» tristeza interior, nílr» a*_*i qae
abandono i>pp>ironte, 0. utn* total privn-
çSo de doçurus espirituaes.
yfj(Uí I'IUha iuxu

A in d a m a is ; ;ib vossas trib a la ç S e » nBo se-


rJVo Cambem p ro du zidas por um c e rto egoia*
m o espiritual V Ein vos ^ua eonimunhííea, o
g e r a lm e n te em vossas urui;5es, pen*aes miiie
nos outros du que em vú « ? A caridade,
e sú a i'nndiulr> póde fa z e r -v o s ditoao. 0
vosso cornçíltí ddatar-ac-ha quando vos
oceupardes mais du e a lva r ílo dos vossos ir­
mãos, da couverbAo dos ma as p dn propa-
g a ç S o dn IV. Orando pelo p ró x im o aehar-
vo!**li«is po síü id o de sentim ento», e eom
u m a a t t e n ç íln q n e nunca couhecesteijquundo
só a vóh attcndieis, em vó s só pensaveis.
Emfim é necessário notar que esta» »ec-
curas e ditilrac<;i'es nflo quasi sempre ama
t«ntftç>lo. O demonio. qae não póde ataca r-
vns de caru a eara, b a íca vingar-se ttflli-
giudo-vos e apurando-vos com taes imper*
tinencias. Sède mais ladinos do qne elle,
que só trabalha por arrastar-vos ao des­
alento o impaciência. Coragem , que o tem­
po da con«ólu<,flo ntto tardará.

M -°
H lt m« »lr * * o ■ c t iv n iir g ir mtillai v t t t f , ptl-qut »IMtO
itm p rt ■ cahlr nai m u n iu fa ltai

A h ! caidoês qae sereis melhor, comman-


gaudo meu os vezes V Se, oomendo regular­
30 A SACOAKA UllHkltUlIll

mente, ain da sentis debilidAdes, que Berá


quando n!lo eom erdes nndn ou qunsi tiüd?»V
Ó resultado será nflo jA sentir d e b ilid a d e»,
mas m orrer de fom e. Privandti-vos do pJlo
dos fortes, o v g b *o estudo de fraqu eza se
aggruvnrá cada v e z mais, e tereis entilo a
la m e n ta r nflo eouio o p i r a , iultas leves, mus
sim quedas desastradissimas, pcccados mor­
ta es.
« En peeco todos os dias, dizia Snnto
Am brosia, citado por 8. Tliotm u de A qui­
n o ; pccco todos 03 tlias, tenho portanto
necessidade de remedio todos os d m s »,
Q uutidie peeco, qttoiid ie rem edio indnjeo
[S u m m ., m. pnrt. q. HO, nrt. 10). D iz mnis:
«T o m a m o s este p.lo de cada dia, como re ­
medio para an enferm idades de cada dia »,
lute paniu y u otid iantm M tiw ihir iit rente-
d>um q u otid ia n o' in firm itn ti* (S. Arnlj.,
liv . I V de S a cra . Cnthec. fío m .).
F o i isto que a Santíssima V irg em fe2
saber uui dia a Santa Francisea Romana,
que se achava perturbada com a lem­
brança do pouco adiantamento que notava
em si depois das snas comtnunhOes. < Minha
filha, lhe diz ella com ternura, as faltas que
commetteste cflo te devem afastar da sa-
grada communhSo; anteB sim mais e mais
VlbHAT<rUU U>LH 31

a «llu Hclipuiir-tw, porqu e no Suntissiioo


S.icr.ituenU* do nlt.ir é qi»<' nclinnls r e m u d io
pura t ifiii* i»r. tu.i* miMenuri. >
A ini'hiU(» u ili' imlii?. os dittSj
priíí^rvu d » um* n 5o
nws toriüi //»»/((•(•(■</(.•<■'«. Kifl-immio hMhhios
j/ofiiL* imifnl'» jihüimiuos, o </s iiiclliorea d e
entro inw ofi<' .-íT■► prupi imutMit^ aenflo oa
nu-ou» in.iQs. 1 p»cti.*Tici<i cuíiiiioftCi*
iiiósiiiiip : i>u|i(.i«rit'itji>'iiOisl [tui ijnn i/unti.-m t»
iikí.if>itj»sii*111 .Ii<sii9 mm >ii|ipi.irlu.
As-.-im lõm p r ili«.-iul') os nsaiin oh
j>rism<iros oliristS*'1? p rü iiriirutn. O o tn m u n -
Itavuut todos im <liis, <■ tnihivm vtaia t i o
f ra c o s cum o ntW. Enííima-fn? com pltitõ m e n te
i|U<:[n CQliJiir qu>- lodu* idlfn iT am SHlItufe.
< >e* cscriptos iIms Ajiu:-t‘ iloH >•. i.-s ilucumentos
qu».* tio» restam dus tviupos p rim itivos da
E ^ r e ja nua. pr-tvuni íapíM-ubnndantflnuínle o
contrario. NTíõ Im uniu só d * í L p is to U a d e
S. Paulo , em quo e lle n.lo reprobendft a
muitos, ilV Iles na r?u;*t. d i v n i V s , us sua* in-
eoiistuiii'>n-i, u* »!!□•< iti^rniidiVs »• tis suas
nffíh^eiiiMH!*. .S. Cs pi i uuu lamenta uiimr^u-
menti; as fraqu ezas e descuido* do# chris-
t&OH de CurthiMiü. Santo A*íostinhcp e o u­
tros dãu testemunho du* moaroas miseriu».
P o m u t o , nem tüdub o » primuiroe c h r i s t l o »
* dAotuiu cjwnnmÁH

eram santos, e tod a via, torn o a d ize r, ellea


commani^Avnoi t o d o » oh dins. 0 P a p a
Sauto A n a c le t o , c ita d o por S. T b o n ia z , noa
euàiria que esta re g ra p r o v in h a direota-
menlt* dos apustülos ; S>c et A p o * ta li nta-
tu erunt, e q a e esta era tumbem u doutrina
du santa K ^ r e j a Homana, et .»ic na neta
tenet R om a n a E c c h * ia {< apont.,
S u m in .,,m . psrs. q. 80, nrt. 10).
Estu deergtul faz part<» dns condútnições
apostolieas, ns qUues todas, sepundo a opi-
niílo dos theolctcos mais* auclorisado*, re­
montam pelo menos ao segundo seeulõ da
E g reja .
A cúmmnnljHo quotidiana nlto os tornava
impeccuveia, mas santilicuvn-os muito, li­
vrava-os de muitas oulpn* trrftve» e fazia
com que inuitos d ’«;IIes cli*?^n9«otn .•* alcan-
çar incom paraveis virtudes.
O mesmo no» acontecerá a noa. A sa­
grada coum unliflo, sem nos fazer de todo
perfeitos, pouco u pouco diminuirá as
nosaua culpas e nos fará crescer insensivel­
mente ua piedade e sabedoria.
N ilo voh adm irei» de que esta mudunça
bo nSo faça em um dia. Quantos annos nílo
sflo necessários p a r» quo um meuiuo ve-
ob a a ser iiom em ? Porventura vê-se elle
vsmoEtnA tnxu 33

crescer V T od a via , ello vae creacendo todos


os dins, é uma ao>8o occultu, mas effoetiva,
para ii qnnl onuirjbae cuda ninu di*s sans
r^tViijMf»». XJ«» vo# admireis trto poaco de
reenhirdes nas mesma* culpas. A piedade
(• a counutniliilo, aperfeiçoando » n o « a na­
tureza, nJlo a destroem ; aindu que, debaixo
da acção «iUitiliç-atiie de .lexn* C liríslo, cada
uni de ni’n C'invMrvn i-in si mi^m o o Rt-r-
men on principio do? seus vicios douiinnntcs.
E ente (jerriifii, este lado 1'r.ico que o de-
inouio procura continuamente e x p lo ra r; e
A d'alii que procedem esta* ri-culiidas, pnp
desgraça t.lo fr^quem**», que inquietam e
hmndli*m os- christfloe, ruas qne nnneu de-
veiu d em len h ilos.
Se p o d e i» uíTirmar com a fo u te z » qu e nSo
jitnaCH o p ecca d o, e qu e q u e re i» s e r v ir fiel­
m ente a Jesus (.'bristô, nrtõ vos pertu rb eis
com oa vos4fi*i d e feito s qu otidian os ; a coni-
iminliBo vos p u rificará d cllc.s, com o já dis­
sem os, cita n d o « torinul dou trin a do Banto
co n cilio d c T ren to .
P o rq u e os directorr-* da* a lm a s a c h a m ,
iu fe liz u ie n te , poucos eliriMflo* assim d is­
p o sto s, i- q u e idlet- riflo p o d em , bem a seu
pvZ ar, MC-oaselhur a todos os «eus p eiiite u te a
u c o m m n n h ào tre q u e n te . E tu m b e tn p o r
34 1 NMRAPA CttUMrNHlu

isto q a e o grnnde S. Thom nz, estabelecendo


definitivam ente, nu «ha <Sinnnw , n thesa
calholifta c tradicional ■(« i»x«,»*IImioía iIa
comiuunliAú quotidiana. d i z : » qu^ nem
taitn» >i« ticis devem iftdistinctnmeiite rece­
ber, todcs os di.is, a Kneliuristia «•.
Ile re re n c iu e. autor, tal ó u eonelusSo
pratica de S. T h om n z; inas elle tcni o
enidado de advertir < qtin o amor e u con-
iiniiçu di-.vom dominar u respeito e tem or >.
..-1m or ttiiHi’ >» et npfi» p n v / rru n fttr tim o r i
(« « . pnra. q. H. nrt. In). Kài» esqueçamos
nuniíji e»ta exeellente. regra.

Cmnmunganita multai t i » i rtw lo tgr«ar-m a flnqula' * c in ­


t a r aam iravio • «acandnlu á i p u io a i <1« m<# c<inh*>
cinunlo.

Qn«íreis fiillar doa m eio-chm iflos, i«to •’>,


iV phsh itiultidllo de petwoas qae nnda cn-
l<?nd«*m diis coiaa* de I.ítMia, apegar de
observarem al^irnut» praticas roligioau* V
Sabei*. votuo <*U, o caso que H©
d ev e fazer dos st-tis esforça». Deixne-oa
(a lia r: as «nas criticas eqüivalem quasi a
um elogio.
Trata-se, pelo contrario, de pessoaa pic-
VtHDADEliM IORU 35

dosas ? Esto o bem certos de que nanes as


escaudnliHiies, nem mesmo lhes esusoes
ftJm iraçSo, vivendo como verdadeiros chria-
lüns. Quorois saber o que escaudalisa
n'uinu 1'O-tsOH que coiumunga muitas ve-
2*’ ?? Nào fcüo as suas eomiuunhOcs, 11R0;
é »mi o pouoo cuiduilo que pOc, apesar
<le cummuuaar tâo frequentemente, em re­
primir o seu mau peniu, em harraonisar a
sua vida ordinária com as praticas religio­
sas; b&r» íl* suas impuciencias, as suas m i-
ledtceneius e as suas tfuludicea, a exces­
siva delicadeza c cuidado com que trata
dit hu.i gaude e das suas cominodidades,
e emHm /• esse sem namoro de defeitos,
que, sendo mais do que imperfeições, nlo
podem escapar ao ex.'«me d a mu eonscieu-
imu |mr mui pouco zelosa que seja da sua
snntiticiK.So. Se, o qne Deu» nflo perm itta,
vos recoi hecesseis u'eate retrato, seria
ini.-tiT applicar «em demora um remedio
etíicuz a este tá» real c verdadeiro mal.
Llcverieis, r»3o abandonar u communhAo,
uintt ariuar-vos de maior energia, para vi-
verdea uma vida maiN santa « uiais digna
de Nosso Senhor Jesus Cbristo.
Bem bcí que m esm o entre os bons chris-
tfloí, lia pessoas pouco illustradas a quem
a BA<\nm coanttnmXo

um nada escandalisa. Pondo todo o cui­


dado eui nSo o ffen d ela s, nHo se devo,
todavia, fazer caso dos seu* ditos. P o r mais
qne façaes, nnncn podereis contentor a
todos. Procurae agradar a D eus; tendo
sempre ama recta íotençflo de obrar b e m ;
ouvi com humildade os diversos juizos
que as pessoas do bom fizerem sobre o
vosso procedimento, c, podendo ser, tirao
d'elles proveito, emendando-vos. Em vos­
sas duvidas, dirigi-vos eom toda a sim pli­
cidade a um sacerdote esclarecido noa
caminhos do Senhor, e guiiie-vos por seus
conselhos.
D ‘ este9 mesmos sentimentos era o sá­
bio e piedoso F<’ m'!on, que tanto neonse-
Ihavu a «ommunhJlo freqnente. < K neces­
sário habitUiirmo-noB, dizia elle, a ver
tieis qne commettem peccado» veniaes,
apesar do sincero desejo que têm de nflo
com m etter nenhum, e quo todavia coui-
mungara com frueto todos o » dia*. Ntto
devem os eseandalisarnos tanto, com ns
ímpwfeit.Oes que DenB lhes perinitte pnra
os humilhar, qne cheguemos a perder do
vistu os peeeados rnni hediondos e peri­
gosos de que este remedio qnotidiauo os
preserva.
VKB1MDKKU ll)RU 37

« Porque tm de qualquer eacandalisar-se


de vê r a bons aecntares que, para melhor
corrigirem as 6tios im perfeiçiV *, mais fa cil­
mente resistirem ás ten ta çíW do seculú
corrom pido, querem alimentar-se de .Jesus
Christo SHüritnientado?
«Conueuti em *er julgados, n8o por
esses reform ador;*, qne sempre esíflo dis­
postos u cscandalisar-sc c a criticar tudo,
mn« por um confessor experim entado, que
vos dirija segundo o e#/>irifo dti E g r e ja .*
Á ndac, poia, com muita vigilân cia so­
bre vós m e s m o s ; t e n d e «auto medo do es-
crupulo como da negligencia. Renovae,
todo» os Hias, os vosso» bons propositos, e
fazei o menos eu&o poBsivel do que dirflo.

§. 10.*

S « «u coftim uno»!»» to ín i a» t f íu , mlnlt* t u i l l i i


f « de ig siturii

E para dar gosto u vossa fatniliu que


commungaos. ou por vosso proprio inte­
resso r Se » vossa fumilia iiflo contasse que
eommesseis todos oh dias, deixarieis por
isso de eoiner ? A obediencia lilial e os
devcrea de. fam iiia sflu de certo uma coisa
3» A MMMI>A i OMMCKHÃ(<

importante e santa, com tanto porém que


a fam ília n lo *o occupe «eníln do que llic
pertence. A té certo ponto, bem o sei, ha
obrigaçilo de uttender, mesmo nas coisas
do serviço de IJeas, ás cx igen eia » da fa­
m ília ; mas t-»l» jUtençfio tem Heus limites,
oa qtiaes todoa uóa muito devemoa respei­
tar. U « saorann-itton, ulüih do (jue tudo,
estilo tora do das nttribuiçiVs da
familiu, a qual nada faria melhor <|uc dei­
xa r cMn gra v e e melindrosa qnesUlo de
consciência ao ju iz » dii K g r e j» o dos seus
niiuiütrox.
A sagrada üümmunli.lo ó a fonte de
toda a graça, doçura o bondade. So. com-
m ungarde» m oita» vozes c bcin, facilm ente
vos tornarei* m elhores; n vosso» fumiliuflerA
a primeira a conhecer nina tal jn ad an ça ;
e como será também a primeira a npro-
veitar se «l’uiI m, ab*ttr-s»vha de u estorvar.
Sí-dc prndcntcs e constante*; d'este ino<lo
poderei* «('ignramenie «chnr meio de íre-
quentar os sacramento#, *0111 locommodar
ningocra.
Eiutiiu, se. apesar de todas as enntelae
e uttençOes, a vossa fatuilia ainda achar que
censorar cm vossa piedade, eontiíiuae em
p»2, como se taes censuras nílu percebeu-
vkr:<aj>Rira intu

shís . A * preoiíonpaçfifl» pr<*atos acabarflo


por ccrto, urj p>.*in tueno* iJoOMmílilr-se-hJlu
n vôr-viis fiiiniiKiii^nr. d11 mesmo modo
*inrt Ii'iliitnum :i v e r * i i u a s oatm s c o í h i i s
iiesi.'j;rad«v*'is. (Jimui sabe se Noübo Senhor
q n c r e r Á r e r o t u p e n s a r 11 vosm at-
tru liin d o no seu a m o r f t q n r d l o » aivsmos
q n « d elle prúiíormu liujc iclin ir-vu s?
I. o (pit* «conti-ce, nj»i>ru mesfno qa<5 CB-
cre-vo «sins linlu»9, u um rico iw gociaule
da cupitnl. de ((»■]<> itid iífe m ite eoi msil«-
rias d<> n*li|ritlo, o inim igo declarado de
toda .1 pratica de piedade. Bnviuvaiidn, lia
rumos, poz as «uaF. duas filli-is em u ia e x w l-
lento cuJIfgio, onde ren-benim ama eda-
eíiçflM boIidtitiiPnti; rhriMA. L o g o qae su«
Jilliu maia vollui f l i ^ o u á idade de deze-
aeia imiios, iij.mdou-u vir para sua compa­
nhia «tini de povi-rniir IUe a cuso. ftita
intnin:i, tík. lirnict como piada-tu, »7Ií» ín-
tprroiiipen rjeidium do» neu* linl>ito$> de pie­
dade: mu» v k is o obrijrhda a em prejjar
uiii pr**i-ou<,'^es para nilo irritar sei» pae.
E&te potvm a(irpivli«ndeu-a certa muuliS,
em qu* cllu voltwva du missa cora sua
crendn ijrave, »i*fu k-r «íimIh almoçndo.
Suspeitando o que íaceedera, per>;unli'tt-
lbí» d»? tinlia roninjuniindo. «S im . uien pae.
40 A * A M U O A ooiuroxuXu

Ibe respondeu promptamente a encantadora


menina, e muito rezei por vós. * — E cora-
mnngas muitas vexes V Ibe tornou o pue
coro aspereza.
«S im , d i»q p a e : tenho essa felicidade
muitas e muitas vcases. E onde recebo as
forças para satisfazer as minhas obrigações,
e principalm ente a de ser pura comvosco
o qne devo (ter. * O pau calou se p or nm
instante abaixando n cabeça. Qnando a le­
vantou, ob seus olhos estavam a m u a d o s de
lagrim ii», e abraçnndo sua tilha nflo menos
com m ovida qne e l K lhe diz orn vo z baixa:
: Minha lilh n ! qne feliz que ou sou de ter
uma tilha como 1n!>
U f id e e n tio u m » com pleta mudança se
opertio nas ideíns e procedim ento d 'ente
negociante, e se ainda fnlta algum a coisa
pura uma com pleta eonversflo, tudo indica
«atar ella próxim a a realisar-se.
Quantas fam ílias se converteriam a Deus
so entre ellas houvesse nntn alma tlto tirme
na pratica do amor para com Jesus Chiiato
e na fidelidade á oommunh.lo freqüente!
VDtDAliXllU ILltU 41

§.1 1."

Conhtfi* miiilai p«i9ii pltdoiii. qus rans iuíi


ommungani

E co coulicço bem pouca». P e lo contra­


rio, das pessoas que coiiiu]uni»um muitas
vezes quAsi nenhum» conheço que nSo seja
verdadoiruinento piudosu. Fullnndo assim,
confundi» os teruius, e dac» 0 núipo dc
piedosas a pe*soa* que vivem CODJ UtUfi
certa regularidade. Keguluridude ntto é o
mesmo que piedade. Pura ser re g u la r,
basta ser pon ta»! na observância d»t> leis
do Dou* o da K greja , assistir á missa to­
dos os domingos, coinm uugor polas fostaa
principaca, acatar u relijjino e vive r honra­
damente. Para ser piedoso é necessário
Hubir mais alto e v iv e r mais inHiimniudo
no amor do Jesus ChriBto. U m » vez çu-
trado uõs caminhos da piedade, o christSo
riflo ee contenta com o« &iiupleí preceito#,
esforça-se além d'isso por praticar os eon-
nellios evan^elicos, a renuncia de si mesmo,
o recolhimento interior, o zelo pela salva-
çilo daa almas, e todo esse bello aggregad o
de virtudes, que constituem a santidade
christS; obra mais por amor que por d »-
1 «i i .IüUj* r«HV'TílÜO

v e r e ndqu ire o p reciso costan ie d e emia-


rur o s e rv iç o <l<> D eu*, riflo com o utn imco
oppresstivo, mas com o unja d e d ic a i^ o terua
e lilial.
Dizei-nie, ci>nhece.is mníta* po^ao.i» uni-
iua<i:t« d'eMa vecdudeint |>>ed,ulf\ us qoaes
poüciis vo/...* hh aproxim em da divinu
E u clia riítííi? .Seriu a primeira vpk que se
vissem olfeitosi a«:m i ' h i i > í : i , pois que a
E g reja catliolicu nos propúe a Rnprudu
communhno como nm acto eí-ícnem! du
piedade. Me&rno o oxperieicua mostra que
é tfio iiupo»MVel õ oer piedoso, sem coni-
nmntíur muilu» veies, uoino ter aaude ru-
bustu e vigorosa st'in mau boa aliuieutav**ü-

§. W.-

O m ja vt comniHRgir mului m isj, mas s meu cunltssur


nlu m'o «on»»n(i>

E porque é que n8o vol-o consente? O


voHao confessor eotim ler-von-iu «em duvida
a eoiumuuliâú freqüente, e até vol-a acon­
selharia n c v i s b ü que tinheio a » «11 s j t■ » i s
nocosparia* para dVlhi tintr i> devido fra-
cto. Já lhe pediste* com íustnncin esta
preciosa graçu da comtnunhflo freqüente?
c Batei e abrir-se-voa-ha, diz o E van gelh o;
vuiu/iuani m m 13

p ed i e r e c e b e r e i» .» A e r e d ifa e -m e : m ostroe
os voados bom desejos a v o m o P a e *>e|»iri-
tnal, re m o v e i os obstáculos. cr>mo os hábitos,
a « n e g lig e n c ia *, tudo que. poasu ser causa
d o nH.j ob terd os urao resposta fa v o r á v e l,
e v e re is que, *v «!>!' mnii tendea eornoiun-
gn d o pouctte veües, vosaa é a culpa. c u 3o
d o conlessor.
» M as, diüeis vós, en faço da minha pnrto
o que posso; porto*me o melhor possivel
e sempre ine negam u eoniraunliflo. « Se
assim i-, se riflo e.*.taoa illudido, o l i ! eiH/íu
tenho dó do confessor, porque nfto xc-uuipro
o seu dever, e hu de responder diunte de
Deus por vossas tibiezas e frouxidflcs.
Todos oh ai i i i tos padres animados do ve r­
dadeiro espirito du E g reja ífio apologistas
da eommnnliiV. fru q u en t-; sHo o* servo»
fieis do Kvftugidho, que conduzem com uni
zelo inean«avel us pobres alinas para Jesua
Christo, exhortnndo-as k confiança, cotn-
pellindo-ns quanto possivel o. entrar para
o banquete eiiehr.m iicü, »i>gnmlo o preeeito
do D ivino M i'*tre: C o in jn lfe in tra re ut
im p le a tu r ilom tt* in t u ; a for^ae-vo» a en­
trar para que se encha a mintm casa » ; e
obrando d'eate modo, nào faxein mais do
qae applicar ama regra geral form alm ente
u k ÍAfihAD* CUUlfCKnlú

estabelecida pela mesma E greja . Com effei-


to, núa nflo podemos seguir livrem ente <t
opiniAo qae mui» nos agrade no tocante a
cooiinunhAo freqüente; tem oí re g ra » term i-
nantes a este respeito, aa qunes todos d e­
vem os seguir na direcytto das alrnuH, nRo
as podendo violar sein faltar gravem ente ú
nossa obrigaç&o. A E greju us resumiu
n’ aquelle celebre catecismo, tflo paaoo
conhecido de certos «eclesiásticos fm nce-
zes (e n.to mais de. ulgnuH portugnosces
o qual com o titalo CathecUniuH l i o ma mm
ad P a ro ch o *, loi publicado por ortli-m do
concilib de T ren to e n iustunvias do P «p i«
S. P io V . 0 aeu objecto é prescrever o me-
tliodo que os padres devem seguir no en­
sino doa fieis. O ra o snprudito catecismo
deelara, como j á dissetnott no principio, que
os p a rn ch o « ■'•tio obrigada# em consciência
a e x h o rlu r a-* v u a » ovelha* tl com m unhflo
fre q ü en te e menmu q u o tid ia n a ,p o r i# «o que
a alm a , bem com o o co rp o , tem nvcvm i-
dnde d'um alim enta d iá rio (C a th . fio m .a d
P a r., 11.* pnrs, c. X I ) ; accrescenta que esta
doutrina é a doa prtdres o ooncilios.

* Do trtdactor.
YíWOAPem ll>Nt 45

E S. O urloi liorrom eo, o grande e in-


<v>itiparuvel í*r««*bisi>o de M ilflo, publicando
«a t i t iith e citin o nos dezoito bispados su­
jeito*. ;i sua jun-.dieçfio, «ab<Mid» qao havia
(ilíínof. p<»c1ri*« oppostx» « « t u snnta pra­
tica, encarregou o? bi>poa do panirem se­
veram ente « .S V iw p u n ie n tJ o *» os paro-
cltos qiK*. se atrevessem u. ensinar o con­
trario.
Antes do S. Clarins Hoi rnni»a, o oom s
anctúrídm i» quo «viiupotf mi supremo pon­
tificado, o Papa S. L^So I X tinha dado nos
padres era uma b u li» ad hoc, nmu infttruc-
nflo menos fo rin til: <r A f.omtnnnliüo,
dizia «Ilo, nllo d eve facilm ente ser negada
u qualquer ehriutno, a nunca ama tal de-
nc^iiçilo soja por parte do sacerdote, o
ertVito da importância ou d'unio vontade
ouprioho»n e de»potiea. '< XttUi chriütiani)-
rutfi com m unia ftteile. d m t f f f t u r Jieqtitt in -
dujn nnter hoc. fint a rb itria m tc r rd o ti# .»
O Papa Tunncencio X I, de ven erável me­
mória, inmste e^uulmonte sobre a obriga-
çflo do» bi*po» o i1o< padre* tfcerca da
coinmonliflu fre^u^nte. Teodo subido qne
eni wtjitws dinne«es, onde n coinmunlifla
quotidiana e s ta v a cm vijjor, se tinham in­
troduzido varios abuaoM eobre este excel-
40 a rvwwnsuio

len te costume, teve grande cuidado de


conservar o ano legitim o, notando e o.on-
demnando o abuso, assim como de faxer
lem brar aos pastores das almas, qae derem
dar muitas graças a Dcas por nm costume
t io salutar, e que de cem conserval-o e
animal-o no term o de ama ju sta prudên­
cia. (E p ia co p i nutem , irt qu oru m diocesi-
h u t tig e t hu ju xm od i {quotidian a' com m tt-
n t o n i») d e cotio erga m m ctiasim um m c r a -
m entum , p r o M a tjra lia » D e o m jant, eam
que i p t i a d h iltito p ru d e n tifp t f j u d i c n tem ­
p e ra m e n to a lere debebunt (Ite c rv tu m 12
de f e t . de 1070). « O selo do* pastores de
almas, accrescenta o soberano pontífice,
vig ia rá muito particularm ente porque nin­
guém seja privado da communhito fr e ­
qüente ou qu otidian a; o que nfio obstará ás
m edidas qae devem convenientem ente to­
mar-se para que cada um dos fieis com-
mungue mais ou menos ve«ses, segundo es­
tiver mais oa menos dignam ente prepa­
r a d o » (In hoe ig itu r P uxtora ni d ilig e n tia
p o t U «im u m in r ig ila b it, illu d que om nino
p r o c id e a t, ut nem o a nac. C o n v iv i» xru
fre q u e n te r, *«•« quotid ie a e ce x x trit, repa-
l a t u r ; et n ih ilo m in u * dei operam , ut u n u «-
q u u q u e digne p r o devolionis et p r e p a r a -
TMtMUHIU IDKU 47

(ion iu modo rn riu * <ttit e rrk riu * D o m ín it l


Curfioriie tu a eita tetu U t iju t M /le crttu u i
de Ji! d* f r r . dr HiTíi),
Emfiiu Ueuio X I V em um brevo espe­
cialm ente dirigido nos bispos <)jl It&lia, de­
clara qne o s prelados, oh parodiou e con-
fesxoru» iiBo em pregariam inelbor seu «e lo
o «'uidadoa, do que em persuadir os fieis it
que Bojara tflo fervorosos e treqaonles n »
comrannbílo, oonm furam o« ehriet.los dos
prim eiro* séculos. A té os ttispos estUo sa-
jeito s si estas repras tiit Ei;reja e da S au t»
S é ; e tendo um Connilio provin cial da
Konen rstutoido que, por causa do respeito
d evido aos Santos Myaterios, « oh ir r e r e -
re n tiu m /piam p n trst q u o tid ia n a h v ju *
naeram eut i sm uptiv /ta re re », nRo se desse
u eommnnhilo mui» do que dana vezes por
iem aii# além do dom ingo, Koma annullon
eete deereto, em pregando e*ta.« mui « x -
pressivaa palavras: obxtar? C o n cilia m T r i-
denlinum . » E contra a doutrina do C, do
Trento.
Kepito portanto, nSo podemos seguir a
opintHo que m «i* no» «grn d e n’etta ma­
téria ; o o iirtsso d ever sacerdotal consiste
unicamente em npplicar a cada mu a das
almas em p&rtical&r, com o necessário dí*-
48 A MGlUtIA '

cernimento, o principio (jeral da coiumu-


aliflo 1‘requonte.
Üem sei que lift certos padres, aliás
ti>aito respt ituvtíik, qno parecera temer que
g eornroniiliflo frequenk* f!uv« m il «Iruas.
En^unam-ue redondumente, poi* qae u
E g re ja en.Mua o con trario; mu», direi, não
•• sua a culpa. A culpa está nu educação
qau leicliora m , cdacsçSo repassada aiudu
de nSu soi qua id«5a* jansenistas, dasquaes
os m elhores espíritos nem sempre hfio sa­
bido livrar se. NSo acento tnngneiu em
particu lar; estabeleço «penus principios
absolutam eule verdadeiros, pois qae s3o
« » dn K íjreia o da Santa Sé. A príncipiil
sabedoria do um diree.tor u lo eonsiate um
ser eatholíeoV De*eonlíue pois d'e»ses bun­
das cluunudot» jantenU tu* e p illiea n o », qna
ccmdetnnam, sen ,1o eni princípio, polo me­
nos na pnitiea, o qne a E^reji* Humana
ordena e «e o iw llm . Nfio confiai» nuiiou a
vossa direcção e.fpiritnal a um ecclesiostico,
que c o n h e c e s eivado d « tnes prejnizos.
U m tul e)!i'h »ia*tieo nflo duvidará stibsti-
tnir suas idé»n tmrtieulfires e falhveis ás
certas c infuJIivris da Kjjrcja Catliolica,
Müe <1ria almas, e da verdadeim pirdado.
A s almas aollYem tanto mais com la l di-
vir.m.»i.niu u « u 4(1

nwçRo, qnsttdo ella n lo só 6 falaA, mns


quiHÍ sempre uiuito up^rtudu u despótica,
•i Ifofcru o von em vel Ln ie de Hlois, qne
Xo«mi S>;nh'-r Jeens Ohristo no quflixou ututi
v*'/. d’ aqudlc<i qu'* disAuadiitm o » li «is d&
uommunhflo frequeute. U meu gosto, diz
elle, <5 citu r com os tillios doa Itoineno;
ê |)»ra e11*s qno intiHui o Santíssimo Sa-
c r » roemto do n lt«r, e nquelle que estorva
as almas do itie rect-birem d im in u o » minha
u legriu .» O venerável pudr« d ’ A v ila , tflo
estim ado do S. Frm ieisco de Sutes e da
Santa Thcrexu, costumava dizor * que
n q iifllfft qu « murmnr.kin iln eoíuiamiliflo
freqüente, f'.*zem o orlicin do demônio, qua
l-MU um nilio iiu|'Ur;ivt'l ao Suntissirao Sji-
crr.mc-nio.
H -mdilo Deu* f O s vestígios do jau se»
iiímjiu viío-sií upiiRumlo cuda r e i mais om
nos?u? ejjivjüs, jior e ll« t io profundamente
d«sol.id;i!), H ojo miiirt do qnr» nuuc» 06 di-
ruetnres «l.i.-s aIhua s.iImiu qu>'9 eonfurman*
«!<»-**» com .»s rejrras da Santa
IliTivj,i Ji.inf n r»inmiuihfif> freqüento, iis-
ni'-‘- n i " I* i n | » n u a füliiriilacla
«■r.-rM'». n ? d-*1 fieis coiili idii* aos sm*us oui-
dit<lu«. Santa M.irn.*trnl.i de Cortona tinha
um director, que sem pre a exbortoa muito
i ÜAOIUII* 'TJMUfXIlii'

á oomraniilido freqnetite. Quando e !l« mor­


reu, Nusao áoulior revelou a Santa Mar­
garida que este bom padre era luiijíniticii-
mente rteúiiipurumdo 110 céa, pela envidada
com que lhe tiulia (acilhado o accosso á
S agra d a Kaclmristiu. Tunibeiu se lê no
vid a de um santo religioso, chamado An-
touio Torres, da Companhia de Jesus, qae
logo depois da sua tuurte, apparew u a uma
alm a santa, o lhe disse que Deus tinha
aupmeütudn muito a sua gloria no c.éo,
por ter aconselhado a comuiunhAo íre-
quunte u iodos os seus penitentes.
F e liz o sacerdote que uttenta e constan­
temente se «p p lie a a seguir no exercício
do «eu «agrado wiuiüterio tia instrueçftea
da E g re j.i: e felizes também ut nltua«, 11
quetu a lioudude de D m » deparou um tal
guia no uuuiiubo da vid a !

§ . 13.°

M> mlnltt 1orr» n i« é uto cominungar niillu n n i

Chauiae-lbe ante» uhuno u nfio u n o ! t ’oui


o Uútue de nbo-4 e costumes, se ha ititro-
dusido entre ruíí u j u u tuultidfto de precon­
ceitos, que, pouco a pouco, têm seccado,
na t&o Uella F ran ça chrisUL (como uo domo
vKRiunniM to a i 51

Portu gal outr'ora fídeliusimo J) aa footea d »


vida religiosa. E ste trabalho destrnidor
tem durado m/iis de um «e c o lo ; com fingi­
das upparenciu* de respeito, chegou * tor­
nar qunsi impossível a pratica da pied ad e;
fo i dos nossos templos uns erm os; doa nos­
sos coraç5ca nridos desertos; e foi com
grande diOiculdude que, ha uns vin te an-
nos, Bacudimos e s t A poeira, estes usos de*
«astrosos. Muitas parochias, restituidas &
piedade pelas verdadeiras doutrinas catho-
licos, e pelo zelo iliastrado de bons e co­
rajosos padres, tóni já experim entado os
ctíeitoa da comumtihào freqüente. Conheço
alguns |mixfs, a quem ella, em poncos an-
tioij, tem completam ente mudado. Eflfecti-
vam eute, pura mua puroclii», como para
uai paiz, ou para uma alma, a Sugradu
CommunhXo é o foco da vida.
Por amor de Deus, ponhamos todoa mflos
á obra, sem respeitos humanos, sem medo
nem cob a rd in ; sacudamos o ju g o da men­
tira. Fazendo pedaços o gelo, que e s to r v »
os raios do 6ul de penetrar até & agua viva ,
salvaremos os pobres peixinhos, hu tanto

1 Do tridnctor.
52 A UbtllllA 'UiMMr.MLio

tempo entorpecidos; duremos n vidi« e a


alegria u moitas ahiuts que destallecein,
porque s<* lhes ii<'gu it ret>epçAo <le Jesus
Cbnato. Us usos l>ou» sA.ti tAo respeitáveis
«jnauto perigosos o » almsot*. O iihuxo de
dSo eomm nngar è o peíor de todos, e mn
d o » mais fortes c poderosos obstáculo» á
regeneração christfl do nosso paiz.

{j. 14.*»

B u t i c o « » t i í M l » r p d i * l « * t n p r ln c ip * M ,
du q ii»n itn r w i t n u n a t r l l p u r m a t

Iseo mesmo aindn ó muito, quando se


communga *em amor, e i|unndo se consi­
dera u comiiimiliflo como um d e v e r custoso
de eam prir. A eoinmutiltíh) mensal é boa
sein d u vid a ; mas muito se eugauaria quem
ju lg a s** s n (i»r«jtvr dVsse modo ao desejo
i1« E g r e j», o pn<tic.'ir um aeto de grande
piedede. S. Frnnci«eo de ti*m p>‘ n«u
« « s im ; d w h tn i elJi- qur, nas lútisinunluVH
d'ntn ehrihiíto verdadeiram ente %doso da
fiiia sii I víiç Ím', o iüi» í » iartro espaço de
tempo, que í>üire uma c oum i deve me­
diar, <í o d um im *. l.l j ã cit.nJ-i C.-iiu*
cismo Hoiiiuno parece indicai* a tueí-aiu ru-
vhii >í i >Hi.-a n>r.rt i»

çrn : a c o n s e lh a n d o n eom m nnhilo q o o t i-


liiiniii, iv iu n n a l ou uiensal, p a re c e n p p A r
HO'* nBo so p óde ir in ai* a lím .
Esta C ow m uvhflo m en ta l, instituída em
muitas contrarias, eatcch eses e casas de
pit»«liifl«, ó conii» n conirounhHo «em anai
tixodn pelos e M ata to * nos Seminários s
co ro in u n id a d e s é o m in im o , oo o menos; e
itfiu o maarimo, oo o m u i * ; <í necessário
seguir estas re g ra » com o m esm o espirito
qne na d ic t o u ,— e sp irito d e p ie d a d e c » -
tholieji fjne, d e s e ja n d o enm « E g r e ja a m a
Com m nnliSo rnuilo m ni» freq ü en te, te v e q a c
m arear um te rm o fi-vo para as almas pouco
fervorosa*.
O sentido d'efites louváveis estatutos e
Usos do.vc* interpretnr-b<* pela grande re­
gra s u p r io r 11 todas as outras, quero di­
zer o ensino tradicional da K greja e da Sé
A poitolieft. Já «is v»* qual seja este ensino
sagrado, qn»*«iPnpu Üento X IV ’ iissiai resa-
ntM: « NTln ha nuigaem a qaem a comtnu*
i •I>jío mensal nflo possa oer aconselhada, e
hn pouvnx tiliiiri* a quem a com m vnh(ln
fr m t t u o l i h r e *«'»• nrtjaiia. • Santo Antô­
nio, ureelm po de Klr.riiii;/!, tinha d a ra -
liu iite expressado e »ie * meM&o* buntimeii-
to s ; < K xliorto, escrevia elle, a comnmugar
f»-I A MUtMUA OOJHUCXIHO

em todos os dom ingo*, toda aqaolla pessoa


que nJlo tem a consciência manchada da
pecando m o rta l.» [ l ’arx, I I I , tra ct. X I V ,
cap, X l l ) ,
8. Fruaoiscu do Sales, recoromondando
a todos os christfloB na aaa lu tro d u c ç â o
esta eommanhDo de todos os oito dias, pa­
rece menos clnro o preciso que a iuaior
parte dos outros santos, 110 tocante á com-
munhSo qu otid ia n a ; mas tem-se e x u b e ­
rado maíto o sentido das soas palavras. L i-
mita-se elle a declarar, e com m u ita roz&o,
qae a commanhüo de cada dia u?lo póde
scr aconselhada indistinciam ente a todos
os iieis: «p orq u e, dia elle, devendo ser
muito aparada a disposiçflo que demanda
t i o freqüento commonbflo, nRo é bom ucou-
aelhal-A a todos em geral. Mas, porque esta
disposição, comquanto aparada, se póde
encontrar em muitas almas boas, também
nAo 6 bom d is s o a d ire desviar d'ella a to­
dos geralm en te; antes sim so deve tr a ta r
p o n to tflo d elicad o, attendendo 110 estudo
in terior de cada uin em pi*rticulnr. Seria
imprudência aconselhar a todos sem dia-
tineçJlo catu uso tflo freqü ente; m a s tarn-
bom nSo seria menos im pradeacia criticar
qualquer pessoa por tal m otivo, mormente
«•RUIlitlIiR* uno* 65

sa cila oliru por conselho d 'o lga m digno


dir*oU<r.» (L ie . X I . fu/i. X X ) .
Como regra pratica, nada conheço mais
claro « do que o que disse 8. Tko-
u ih z sobre n Sagrada CoiuinunhSo. Depois
de ter e ip o s io a doutrina caiiiolica sobre
a (Súiumuoh&o quotidiana, fundando-se na
auctoridade doa padres, e em particular
nu celebre dito de iSanto A g o s tin h o : « É o
p io de cada dia, recebei-o pois cada dia, a
fim d « que vos aproveite cada d ia ; tnas v i­
vei de tal sorte que pobsuea recebel-o cada
d ia » ; o doutor A n g élico estabeleço esto
exoelleiite p rin cip io: «q u a n d o uma peasOu
sabe por experiencia que a comtnunh&o
quotidiana augmenta o umor du Dens em
seu coruçilo, e que o seu respeito para com
o •Santíssimo HacratneU» nuda por isso di-
minue, d e v e coininuug.tr todos ob dias. >
(ò’. T h o m . in lib r o qu a rto S tn te n tia -
r u m ).
Ha c»tui‘s uVsto caso, eom inangae todos
os diiis. S * qaereis contentar-vos com n
cvmmuuhfio de cada semnuu, depende íébq
da vü m i vontade. K a uuuiuiunlilo o r d i-
n n ria dos h»n>t cbritit&oá; uiaB n&o ó a
commuuliiiu freqüente, como Santo Âifonso
d e L ig o rio eusina Jormalmento, £U e nfto
50 * rionmntín

chorao commanhno freqüente sendo nqaelU


qae é feitn muitas vezes por sotimu». P o­
derá di*or-so, accresuentn o santo hispo
cujos princípios de moral têm sido ju ri­
dicam ente exam inado» e contirromins p d a
Suntn SA, podará difcer-se qof* qanlquer tií-
íi i t e hí« ih it re z e » á missa, limitando-s-e a
ouvi I a nos d o m in a s e dina de fcM n? Certo
que n lo . Poia também se nflo poderá di­
zer quo cumtnuugn m u i fax eeztx aquelle
que commungur todos os oito dias.
Em todo o cuso, < n lo vos habitueis n
m edir 4 comitiunhio p<«ln I**i do lem p oj
p*lu pnrrza de <*on#eiencia é qu*: d erp i»
regular-vos para aproxim ar-vos ou náo du
Kagm du í'on»tnniili#o », diz 8. Joilo C‘lirv-
Bostomo; « 8. A m b rox iu : « A q u e lle qoa
n,1o tem a pureza uoee«fariu paru cotmoun-
g a r todos os dias, menos a terá p«rn ootu-
m ungar uma v « e no n nn o.»

& 16.»

Em mima luto Ulo • •xtfgtrat&g i ImptMiul


N p r itlo r

NAo sd nfto é im possível, mas omito Í jumI


de praticar, como o prova o v iv e r de mui­
tos piedosos fiois; e a exaKReraç&o está
toda <1* parte doa janseuistas ou meio
janaeiiistas, qun exigem para a comnto*
ubíltv uuta pérfeiç3o, <i qne (QhI póde at-
tin gir a pobre e m ita ru humana. A h ! quo
ht-riu de nõs, os padres qae temos o santo
costa mo de dizer diíssa todos os d ia s?
Nilo tomos n<« também, como os ontros
fieis, «8 nossas misérias, as nossas im porfei-
çOpp, na nossas fraquezas do todos os dias?
Nenhum padre, notaft bem, nenhum está
obrigada a d izer missa todos os d ia s ;
os tne6m09 parochos não sBo obrigados
a isso senflo nos domingos e dias de festa.
Será logo um abuso a nossa oommunhflo
quotidiana ? Quem se atreverá a d>J5eI-0?
P elo contrario nSo é bem claro que, ape­
sar da imperfeiçiU», w í! tflo freqüente das
nossa» di-posições, a celebraçflo do santo
sacritii iu em todos os dias o a eonimu-
nliíiu quotidiana süo a nossa principal
salvaguarda, a doksk s a lv a d o , o princi­
pio de toda a uossa força, o segredo da
nossa castidade, a toota do nosso sselo e
nosso umpuro nos perigos de cada d ia ? !
Quereremos ter duis pesos e duas m edi­
das, uma para nós, e outru paru os nossos
irm ãos? Qual dc nós quererá fa zer como
58 i **o!uti* nnismwiío

os phnm eus do E vangelho, e impAr aos


oatrnM obi i^nçOe?, q a e n/Io se atreva a to­
mar Hohr« #i ?
N ada do que aconselha a Iv^rpjn ratlio-
lica é exagerad o, nem impossível do pra­
ticar. Elln. nos ensina a verdade na pie­
d a d e; oavil-a, é ou vir o mearno Senhor
nosso; desprezar os seus conselhos é de#-
prexar a luz de Deus,
É de pasmar o v e r nlguns eatholieos e
ú rezes até alguns padres, fazerem tílo
pouco caao d u m a anctoridade divina.
Sêdo logicos em vossa crença, em todas
ft» tuas «m seq u en eía » |>rnl!••«*. C rêd e» e
sabei* qae é .Tesas Christo qaem falia por
sua E g re ja ; nSo V09 contentais de n ouvir
e approvar o que ellu d iz ; ide ntú ao tim,
e pratícae também o que, ella eDsin».
D eix a e murmurnr aqnellps que nada
querem com a verdade. D eixae-os alar­
dear do que eltes têm eoiuo respeito de­
vid o ao Sautiesirao Sacramento, e qae ntto
ó Min suiiima senflo atit tem or servil, que
revela, ao mesmo tempo, pouca intclligeu-
cia dos myaterioa de Je*un Christo, <t muito
aferro ás suus próprias ideiu*. Quanto a
vós, verdadeiros filhos da E greja, camt-
nhae cm paz polo camiuho qae vos hflo
VKD&Dfatu lutu 50

ensinado os san tos: e com os apostolos,


os iimrtyrea e lodoe os prim eiros fie is ; com
Santo Am brozio, S. JoAo Chryaostoniú, S.
Jeronvm o, S. Agohtinho; com S. Francisco
d ’ A*sis, S. Tbotnuz d'A qn ino, S. Boovon-
ta r a ; com S. F ilip p c N e ry , 8, O orlo* Borro-
men, 8 Ignacio, 8. Caetano, S. Francisco
rio Sales, 8nnto Affonso de L ig o r io ; com
Bellfirmino, Fenolon, flcmrdalouo e tuntos
outros, qae á porliu têm exaltado a commu-
ilhAo freqüente, a com m unhio de todos os
dias, n verdadeira uommnnblo catholiea;
nSo tetnnea nem a e x a g e ra ç ilo nem o e r r o 1.
« Alegrue-voa no Sontior: sim, ca vol-o
digo, a lfg rn e v o í > (A d . P h ilip p ., cap. iv,
v, 4.®). E qaerendo v iv e r pura Jcíbdi
Christo, alimentae-vos ahaudantemente de
Jesus Christo.

1 Sobre u oommnnhlo freqaente oon»ultn# a


asaellente livro jii indiuado -r O da aberta,
pelo Rbbudti Fitvre, de Baboys. E o mai» perfeito
e eatbnticu rwBnrao d W a th«Kj tio importante so­
bro o qual a ignorniiRia ha levantado montanhas
de preconceito». O livro do abbade Varre, ainda
utie metui» rurreotn qoanto ú fórnta, i' niu verda­
deiro thosouru i|Uan(o 4 ftubeuwuia pela riqoesa
da escelteota doutrina qne encerra.
00 a m .iun* comuumu^»

A . o o m m im liíY o f V e q n e u t e
aopt m c iiln o s

Veudo-Bfl o pouco h e s p u i o « volubili­


dade das creança*, talvez «o o,auto quo
nflo podutu 4*1Ja9 comniun^tir froijiHMiio-
mente, v que ns re g ra » dti E ^ reja , n este
ponto, só respeitam ás pessoas crescidas.
NJlo é assim, antas 6 isso utu d ’ en*RB de­
ploráveis prejuízos, que causam a ruiua
do um sem numero d « alminhas, entre-
gando-aa som apoio nem defensa aos tor-
riveis ataques da* pnixflm.
Os m en in o » , a*»im com o as p esso as
grandes, p o d em e d e v e m c o m m a n ^ r m u i­
ta s vezes. N o m o Senhor ntto lhe* p e d e se-
nflo o que e lles *Ao ««pu xes de. lhe d n r,
e c o n h e c e m e lh o r d e q u e ihSj es*a v o lu b i­
lid a d e o fa lta do a s se n to q uo nos a s s a M a ;
AAãim oom o, m e lh o r dn q uo nós, su b o q u e
u iunoceniM » !• o nmi* pr*!CÍo*n do todo* os
th e so u ro s , q u e o d e m ô n io q u e r ro u b a r -lh e s
cedo, e q a e s<5 n c o n im an h S o pó do d efe n -
d el-o s d oh e m b u s te s e e ilu d iu d e tllo for­
m idável in im ig o .
Nunca se commun^a de m#i«>, quando
se eommunga bem, dissemos nos ao iam ;
c paru bem commungar, bnslu ruoeber o
VKHlUhfclRA 3DMA m

S alvador com ama sincera e boa vontade,


Kato i' tSo «ppliivtvol nns meni­
nos, euuio «na liom ons: e assai tem raoj-
triuici u experiência que uuda lia inaifl sin­
cero do qae a boa vontade de ara menino
qau acaba de fa zer a bua primeira com-
mnnhAo. E lle ama a J cbus Christo, e deseja
reeebel-o em seu poitor porque negar-lh’ o ?
M ais digno v elle, o quantas vezes I de o
receber, que nós oatros, qae menoscaba­
mos e desfazemos em saa piedade. • D ei-
x a e v ir a mim os meninoM, nos diz o d i­
vino M e s tre ; o reino doa céoa ó para os
que a elle se assem elham .» O reino do
còo, cá na terra, ií a Euchariatia,
« Mas, dizew vós, oa meninos silo Ievia-
noa e distrahidos. £ v e r d a d e ; mas é por
isso mesmo que convém fazel-os comroun-
ga r muitas vezes, quando elles amam e
3uerem amar a Noaao Senhor. A leveza
o animo, as distracçBes nSo s2o um obs­
táculo á communhno, sen «o quando volun-
tarias, Para um menino, uma semana cor­
responde a ara m ez: n’o8tu idade as im-
pres»5es saccedetn-ao vivas e ra p id aa ; a
necessário pois renovar muitas vezes as
impressOes cbriaUls, se se quer prepa­
rar para o faturo homens valentes na f é ! •
i «AMIAIU roílllUXIlIu

Ob ineninos «Ho distm liido*, « ó verdade,


mus hSo liutis e nfloctnnac.í; ê preci«o m i­
nistrar á neciíífiiVl.ifli', qtii* elle* trm da
sm ar, o seu verdadeiro nlituijnu>; pre­
ciso f«sr,do& aniitr a Jesus Cliristo, i* para
b *o ó de miiim necosaidado fay.Hl-oa es­
treitai; com ellu, c par muitas vokpb, nu
niflis intim a» jvImvV.** de tefim ra r otfeeto.
Seus defeitos, o m q n u n to verdutU-iros, s8o
de pouca iuipartannii, « u piodade é que
Im do f,-.zer quo n.lo d e ^ n e ro m t?m vicios.
Uni mr-niiiii cliristSo, fuM» a mia prim eira
Cotjitminlt.lti, t-r coroo r f ^ r » o com-
| fij,i;",r I ii'- t........ <■ il.ns ili- t- it.IT
f.llvi -C >. . -. -ti I, - » ‘ 1.1 ' j*i» lill UH.’ S-

njua r c h jv n t f f . i l t u
t r u i c u i i l i c i . T i r t n u ' c 1 11’
de l)o» vontade. Aind.i ns«im cumpriria
prefCTPVfr-ac-lhe utun t.il privuçüo di» Su-
gnidii Corumunhílo com Miimmi cnuteli] c
prudência; porqno o pcri$o dos maus cob-
tamcs, esse perigo que paralysa de susto
o c.omçflo nmtrnial, e que tó u Sagrada
Euch.iristi» viotoriosaniente combata ■; de*
bolla, para loço Be tuatiifüstn. Qnereis pois
consiTvur u innoceuciu e puraz» do vusso
filho? Fazei quo cllo commun^ue- muitas
vezeti, e nonca reproveis a direcçíto do
coafetsor qae lhe prescreve & commaobRo
vr hiija «3

freqnente. Qtiunfos paes e niflra, sem qne-


r«r<*m, sil.’ , pnr um ?.<*lo tual etit<*ri'Hdo, a
e:u!>iH priitcipul du per.l» de ócu* lilltr-nl
Qtl.lUttin l l i -> t< IIRiS CulilkC-CHlO qüu I!)<.•* to
rnui u om *n directa o !*t«l iIVram tu cria n
corrupçXo, do que tâ>• vm uncnle se t«*-
iniuin! Nflo c u cjmtnanli.lo lr«<jooult?,
qu<; devei» tfiuer pura vo»to filho; ú sim
o se a rioicaiilo oiu enitimuugur, e o 8«-u
pouco IVrvor p.iri» cvjjn o SaotisAÍnjii S.i-
crniucnto. Tm lo li.t a teiar-r da mu menino
qnt* «•> ;»tWtn «Io
Mim ri'‘ «'iatno* {••■[i» tnturo; nu*lhor ir
liMiitt deva^iir íio principio; t MMiipre t m t e
coihn i> turnnr pnr.i tr.-iz. << E porqne hBo
d<í tornnr pstni ir»ix? E porque hfto d « cin­
tos !>on.n « )>i«r«lo{it»H meninos o >!*•»» r de
Rimir « JJouü V O m elhor prnlior, » mais
«segara c.tnçflo de nru faturo elirirtuo nâo
será porveuturu umu p a e r im fervorosa V
S? qu erei» que v o b s o fillio seja, de fatnro,
valen te contra o mui, deix<ie-o, desde
agora, heb<'r /i largos sórvos nu fonte de
todu torça, d m a e -o unir-at' intimamente
com o principio d«; toda a ridelidude. A
#n« piivlade presente será o penhor d a aua
piedade lutara, e u iuuocmicia con iervada
> e rá p a r a v ó i a p a r a e lle a a u ro ra d e a m a
lil a ó.i'in*DA .oiturviún

p a ra adolrfw nicúi. S<\ npenar da Sagrada


4 'o u iin iin liA o , rti-ijiiJi.1!; ' vi<z«>a quu
os iniMiinna nAu p o d e m «v»i«r loil.i* as
qui-íluí, q a c sont s<.>ndo p r i w l o s cio « pRo
ttig ru d oq n « l;i/ j*<)nuinur ns v i r ^ r s í *
} ’i>u«úá meuimm ha a qn«tti I.asii* um a
coiiiiuQnhdõ por i n c z : « qaA»i neuhmn que
íiflu puasA colher grande frueto dn cotniuii-
uhAo comniuiihJlo quo tenho por
weceMsitri'* áquellns q u « »#0 inclinados ás
pnixóes dos sentidos. Confesso todavia
quo, até A iditdo d « quatorze ou qain ze
annos, poucos hit que èoj/un n.ssuz piedosos
para comraaHgureiu mnis de uum vez por
scui.in*; mas todos aquelles que amam
m a ito a N o *«o Senhor, que v ic ia m ntten-
tumente sobre si mesmo* o quu n/lo corn-
uinUniti nculium pe»ee*do com p r o p o tifo
deliberado, podem couiuan^Kr com muito
frncto, duas oa tres vezes por Beuiana,
N os primeiros séculos, os tueninos «ram
ndamtidos, como ms pessons grandes, á
uommanhAo do cada dia, ri-cohmiu uo Sa­
cram ento de Jesus Chri*lu c « t * v ig o r o * *
seiva da vidu chrwtll, este espirito de lé,
da oraçAo o de fe rv o r que tem dudo á
E g re ja santos e m artyres de dez, doze
e quinze annos, O poder de Deus ó sem­
TKRUAliUraA It.Ul 65

pre o mesmo infinito. Eguaes meios hKo


de produzir no nosso »i>eulo «íruanx resul­
tados: sim h eommnnltSo miniiitrada na
puerioia. u’ ella far:i ainda srermmar santos.
* Roceiantiis, diz<Mii enitim eertns |nn"i,
qu»i Miisni liü.u s « iló inuito á pi>*dnde «
qne acabe por querer ser pudre, por que­
rer eotisnirrar-se » D eu s.» Piedade e vo-
cavr,° si*rno porventura termos jsynouy-
nio», sig iiiticarflo ex:ietnmente a mesma
c o i s a ? Rüvoiar a voenç.lo & j á um g r a n d e
desatino em p»es c liris t 5os, pois que a
enuírt^ruçilo u Deus é, com ccrteza, « a
m e lh o r p a r te * , e uma graça especial, nin
fa v o r singular do ci'o feito a uma fauiilia
tod a; porém ter modo da piedade è am a
loucura completa. A piedade é o bem ,
a verdudeiru tVlieidade; « £ u til pnru Uldn,
diz a Ksc.riptnra, co m o enriquecida que
oBtá com as promessas da vida futura e
tanibenj da vida presen te.» Ninguém «
piedoso de nuis, porque lambem ninguém
é bom d o m ais. Pobres creanças, u quem
perdem «otn taes d esvn rios!
D e ix e m o s pois noa m eninos e?ta lib e r­
dade re lig io s a , u qne só piide iibrir-lh es
h corHrfii.i e inieiíil-u“ nu viHa ehristfl. N'>s
nBo tem os m ais d ire ito a ia tim id a l os, qus
Gfi 4 S40»ur>v «nnnrxHtn

a conatraneel-os, múrmente no que re**


j.n.‘Ít« aos Suernmoulos. Instruanitd-os, Ai*
rijn in o l-n s cerquem os fie noasoh
o cuidados u m u i tu!tu d e experiencia,
nudu m elh or; c um direito e dever nosso:
n>as que nossas iustruc<;íien a dircti^Ae» t>o-
jau», ontua do tudo, ealltolicüs c nu nua
choquem a i*inlinri»^4»r u liberdade de cons­
ciência, Depruvtttn-ae as a lin « i por m Io
abuso de aaetondude, e. sem o querer,
«tullm ni-se os desígnios q a e Deus sobre
ellas tom.
Portunto ulto se «instem os menino* da
nommnnhKo freqüente. Se desej.iimm creur
geruçiVs «'liristBs, esforçadas, valentes, liaju
caidndo de m inistrar aos meninn* a Sa­
grada Kocharistia, porque geraçOes cliris-
tfl* nssitD hó a EueharÍHtin ne faz.
< Mus t i flo s e r á i s s o e x i b i r u m a coisa
im p o ssív e l? O s p a d re s, so b re c a rre g a d o s d c
t r a b a l h o , n flo p o d e m , a p e s a r d e t o d o o s e tl
zdo, cu id ar a ssim d» todos os m e n in o s,
fo ra jiil-m na p ie d ad e e p fll-o s em estad o
d« co in tu cin g a rt-n i n iu itu s v**ees„> Sou o
p riiu ^ iro u r e c o n h e c e r to d o íbsu, com dfli1
0 d igo . C re io t o d a v i a , q u « s e s o t i v e * « e nt»
d e v i d a c o n t a e 3t a p a r L e , t a n t a s v e s e s dus*
curada, do M*nt<> m i n i s t é r i o , p recio so » r«-
TfmuriMfi* mu» 67

soltados poderiam ainda esperar-se; e quan­


do nüo (inilc-SHCiH iniciar-se nu piedade a
tudo* <is uimiinon, pelo menus nuncu dei­
xaria de haver opuiirtaniduile para prepa­
rar ;V frtfnjuuuliíío freqüente aquelles quo,
p"i' m i H intelli^rnsiu, seu bum curavíla u
opliw ti* «3i«f»o&içOen, dessmu as melhores
esperanças.
Ponham o» ecdesiasticun e pnes de fa ­
mília, eucareüidatueutK 11i'o peço, n’este
ponto i.lo capital a mais desvelada fcolici-
tudâ e madura attençfiü

A n o m m n n h r io 1 'r o q u e n t o
p a rn . m n n o o b o fl

O que acabo de dizer doa menioos ae


applica, com mais jtm u nuílo, aos txian-
cebos do deíeseU u vinte aonos, idade ter­
rível, em que a lacta das paixHes vem jun*
tnr-se no» exem plos corruptores do m aado,
e a mil difteuldades exteriores. S. F ilip p e
NVri, qiu- dedicava a sua vidu á santifi-
irtn;#o dn mocidade romana, e eajo teste­
munho tem o duplo valor d » uma snuti-
dade unitclitM e de uma experiência muilo
«•ppecial, dizia que u eouimtiiihao freqüento,
junta íi d e v o ç ío para com a Santíssima
68 4 iaoium omuiokhão

V irg em , era, nSo o m elhor, mas o u n ico


meio de conservar um mancebo nos bons
oostutnes o na vida da fé, de o levantar
de soas quedas e de co rrigir seus defeitos.
Em certo dia, veia um estudante procu-
ral-o, supplicandolhn o ajudasse a deson-
red&r-se da maus hábitos, que muito tempo
h avia o eRoravisavam. S. F ilip p e o conso­
lou, deu-lhe sábios conselhos, c, depois de
ter ouvido a humilde contissüo des suas fra ­
quezas, o mandou absolvido e feliz, recom*
mendando-lho vieBse commungar no dia
seguinte. « Se, o que Deus nflo perm itia,
reeahirdes no peccsdo, vinde lo^o ter com-
m igo, accrescentou elle, e confine na bon­
dade de D eu s.» N a U rd e do dia seguinte
▼ia S. F ilip p e chegar ao sen confessionário
o pobre mancebo para lhe confessar uma
recahida. O bom santo o tornou a levantar
esta Beganda v e z como da prim eira, recom*
mendou-lhe aue luetasse com coragem , e
de novo lhe deu a absolvição, ordenando-
lhe, como na vespera, recorresse ao Sa­
grado Corpo do Senhor. O estudante, com­
batido de um lado pela violên cia do hnbito,
e do outro pelo desejo de converter-se para
Deus, recebe n'esta direcçAo misericordiosa
a na frequencia da Sagrada Eucburistia
▼ERD1UUBA IUKU 60

tuna tno vigorosa energia, qne por treae


dias snecessivos veia proenrnr o santo, t io
iucnnçavel em snn caridade, como elle em
sua penitencia. Venceu por Htn o amor, e
Jesus C b riito contou nus lileir/is dos seus
tíois am novo servo, que em pnneo tempo
fe z tflo rupidoH progrexKOB de santidade,
qae S. F ilippe o ja l^ o n digno do saocrdo-
cio. A dm ittido depois nu congrega^Ho do
O ratorio, editnuu os habitantes de Roma
com seu zelo e virtudes, o rnorreu ainda
novo mui santamente. Coniprazia-so em
oontar elle mesmo u historia da sua con-
versflo, paru anim ar os pobres pecuadores
e faxer comprehender aos mancebos qae
a cotumunhüo freqüente era a saa buI-
vaçilo.
Quanto eu desejaria capacitar tambem
d ’isto a todos, e vél-os recorrer á pnrtici-
paçfto do S agrado C orpo de Jesns Christo!
O mancebo, pelo ardor mesmo da sua
idade, t; em puxado para dois ex trem os: o
amor fatal da sua carne revoltada qae o
desdonrn e perde, o o amor do Santíssimo
e adoravel Corpo do S alvad or que 0 san*
tiliea, priitege e lhe dá. u foryu de vencer
suas pnixOes. Forçoso i esc o lh er; nflo que­
rendo este scguudo amor, abraçará o p ri­
70 k pairada. co>i«reniXo

m eiro. A ob desoito ou vinte annns, sem a


Eucharistia nflo é possível u continência, e
muito menos es*a consta immh no h<Mn, essa
ftingelezu u ingenuidade na mais Corte e
vcliomonto das paixOe*, e toda.* e*aus v ir ­
tude» a desabrochar npenus, que fazem do
m ancebo cliristllo o quo Im de mais bcllo
e respeitável sobre a terra. Q ue adm irara!
mudanc;a se daria em nossos eollesma o
escolas publicas, so » oominnnbilo fre­
qüente ulii se estabelecesse! Em logar do
dmii inunoralidade que revolta o cor«çSo,
em vez de uma indilTerença religiosa mais
e o rra p to r* ainda que os maus eoxtume.B,
víir-êe-i» 8 nossa mocidade portaguesui
naturalm ente tSo doei), tSo v í v h , t i l o ama-
v el, dotada de tJto bcllns qnulidades da
alma e do c o r a d o , levantar-se noviunente
da ignorancia cru que v iv e , lm século o
meio a esta p a rte ; dar, como n'oatro tem ­
po, á E greja i! A patria homens dn subido
m erecim en to; lonfje. de Jetus Christo tudo
desmaia, detinha tudo, e. nuda póde flores­
cer, uada tom vi^ o r aHiHo pur virtude de
8ett diviu o cuiitai-iii A experiência nioãtra
bpui qual i) a influeneia du oin in iiu ililn
gobre a vida de um iiumeebo. N l o h:« v i­
cio*, qae uma regular Irequencia dos Sn
VEBtUtlWlU tOEU 71

crnraentos nBo venha de todo a extirpar,


nHo Iih restirreiylo morul qne elln nSo
pfis*!i le v » r ao cabo. Manccboa, como quer
que si‘ jde», innoct-iites p puros ainda, o a
de peccailoa j á vn n o d o a ili», vinde, o h !
vin de á (!Ofniuunlt.1o, que só a cotnnmoiiDo
é rapar. de manter-vos ou rcM abelecer-vos
na pratica da virtnde. N a d a ú innis facil,
ai'r<:«litrti; m*', do ijae 9er custo com a E tl-
iMuiristin. O que nflo podeis fa zer sem
Jesus, facilm ente c.oio J«snB o fareis.
Attentue bt*ni no futuro que roa a gu a rd a :
se qaereis v ir a ser homens de bom, ne-
eesunrio é que dipnutncnlc passeis a vossa
adolescen cia; e paru que, n’ es*a idade, a
to «4 vida j « puru, a vossa reputay&o
»on» labétf, uutro m eio nSo tendes a em-
pr* gnr qae valhu, sonHo — deixae-m e re-
p etil*o ainda am a v e z — sendo a S a g ra d a
CorninonliAo.

A e o m n iu n H íto i v e q u o n t o
n o » N c iu lu n r tiM

>Se tio mundu h.i mn lugar, em que se


deva rom um iijííir muitus wssus, ti sem du­
vid a tios (íCAiide.s i- pL-qUi-im» seaiinnrios,
onde v3o abrigar-se A iom bra dos altares
7Í i u cu n t oommuxhI o

o* mancebos esoolhidoa, qae o Salvador,


por sen am or infinito, predestina a tomar
parto no soa divino snoerdocio, Era muitos
sem inário» permiUe-se. nos ordenundos o r«-
guirem livreraen t« o aunto nlcrnctivo, e, por
assim dizer, o inxtinc.tn dit grxçu, que os
m ovo a comutungar muitas veases. Nem po­
deria fler de outro m odo; a voeaçAn ao
atnor de Jesus Christo pode nccessnriumente
a porticipaçSo do sueramento do seu amor.
A comiaunhBo freqüente e regu lar íí e deve
ser o prim eiro urtigo d oh estatutos de um
sem inário, porque sem ella as vo cjçfie s
nSo poderflo tirmar-se, e ainda menos des­
envolver-se.
A vooaçüo eeeleeiastica é nquella reunillo
de boa# qualidades e attraetivos, qoe tor­
nara um mnneebo apto para de futuro vir
a *er um bom padre. Estas qualidades e
aptid&o vêm de Deus, e (s n’ este sentido
Sue a voeaçflo ao sacerdócio é uma eseo-
ía divina. Mas as vocaçtfe# «Ao como as
plantas: para q a e o olho d'unm planta,
d ’um Jirio, por exem plo, possa crescer e
d esen volver saas folhua « bellas Hfires. silo
ncocsííiriiis eertaH eondii;'n'H, faltando «s
quites, tudo « « p erd e; é necessário uma
boa terra, certa porçfto de sol, do calor e
Vti(rnh*:IIU THI.I»

de o rv a lh o ; silo necessário» contínuos cui­


dados pur.i livrar a sua It.-nUi «le tudo quu
poshJi <ineltr.il-a. Assim í tumbem a res­
peito da voeucflo *>o aaeerdociu \ p «ra i]Uo
ella o vin^uo >'•. uorrssario uma
afllucncia de cuidados. u m » dir*M.\-5ú, uuu
atmoephcra de >uniidndo, coisas todas,
sem att quuea a vocnçJlo iiifullivelujeuto se
perderá.
O seminário é ;i terra escolhida, onde a
E g re ja transplanta aquelle* de so o * tilhos,
qae querem ser uin dia «cas m inistros; e
a santa cominnuhAo ju nta com a or«çSo,
ú no in«»tu4 tempo o calor qae vivifica e
o orvalho celeste que alenta estas queridas
plantas de Jonm Christo.
Nflo sei «om prehender com o um sem i­
nário potiDa ser seminário sem a conm u-
n h ío freq ü e n te; e o mesmo diRO de qual*
quer n oviciado oa eommunidade religiosa.
U m ordinando que nSo ae sinta altrahido
pura ii Sagrada Eucharitrtia, mal poderá
v ir a ser nrn bom sacerdote; e um dire-
ctor que n.lo cuinpreliendu a importaneia
e mesmo a nccc^sidade da commaahllô
muito froquunte para os alumnos do snn-
tuario, nfto m erecerá jáaiuia as hunraa
<Tum bom director, nanca poderá ie r tido
74 * ítntuuA foUMfsnÂit

nu conta d'uin hnhi! cultor ilas mimosas


pUntun de Jesus Cltrísto,
Oò SeuiinurtúB d<*. S. .Suliiieio je n ip r* tio.
h/l" ili^iintruiiln «Io» * ) rn;<ií- tml•.*» por rifü
amor á Sa»rndti Conmianhüu. Em cimio
annos que v iv i no de Puris, m iu um só
iliíi se pn«»ou nem que um cm<> numero
de cnttiidunteH participasse doei sautos idvh-
terio s; todas üb quinUs-loirns o domingos
a commnnljljo eru qnnsi gcrnl, sendo muito*
08 qne CGQiitmnpiVfln] todos os diur<, na
■qun*] todos o» liiri», N o tor-nnti' á S iigrad*
ÜomumnUtlo dizimo® dou p rq w n o ? st’ uii*
mirio* o niPMiio q u « j » disstuno» do* urm»-
d «s. K, vmqu.Hiito se ” ive nos pequcuos
seminários, isto é, doB doge aos vinte an ­
nos, qne oceorrem as prim eiras crises Ha
paberdndr, que a ionocenciu se p»?rde ou
■e conserva, que se formam os bons oa
maas habitou, e qae enifim o mesmo chegA
a ser homem, Jesus Christo devo preeidir
pela Sngrnda ComraunliJto ii estes imuioh
de transivKo, tKo importantes e decisivos;
só elle póde defender sons fillm s; rJle só
•alvará o navio de aossobrur nu fSo vio­
lenta borrasca. Fu llo com exp ericn cia: o
pequeno sem inário tem pulo menos tanta
necessidade da communhSo freqüente, como
rtim uim u ir>tn 75

o g r a n d e : n communhilo freqüente, um um
lifM cviTti, ii’ o a tro aperfeiçoa. Mus como
a p e rfe iç o a r o que nflo houver preservado
do contagio do pocendo*’ ! Conheço nm dos
poqiunos seminários mais im poruu tes da
França, que produz txccllcutoa fructns,
griiça* áquella divin a cnltnrn d « qu* li»
pouco falloi. Poucos m enino» hn lá, mesmo
dos iuuih iio v u s , que ni*o oommunguem no
menos nina v e z por semana. couimungando
mais vezes ainda alguns dos lu&is fervo ­
rosos. Nas daascs snj»iTÍor«!H, está em seu
phrno v ig o r a c"luimuihfto de duas, tres e
qu.itro vi-x«»s pur uemun.», o para alpuna
uluiuilui r] i"stuS eluN-L*r> Itti’ a coim uaulilo
dim ia. K por )!>«!', que bou e cordial pie­
dade, qUe espirito catholicu, que regu la ­
ridade, que pureza de costumes se vê re i­
nar 11‘esta cnSH abe.uçnada ! ! Estes joven s
ordinniido», quando chegam a entrar no
grande seminário, levam já o espirito fo r­
mado na piedade, e conscgmnternente vHo
o mais hera preparados possível paro as
tantas ladinas que os aguardam.
O x a lá qu e nas actnaen necessidades d a
E g r e ja lhe p rep are N osso S en h or muitos
v e rd a d eiro s padres, assim educados, se-
gundo as regras oatholioa», no paro e»pi-
rito do E van gelh o h da E greja, e n este
torno, oonstaute c- etficaz amor para cora
Doas, u íjaetu o* padre*, como õ da «un
missílo, deveio* fa íe r roluttr em todas ;is
a lm a s!

A o o m m u iiliu o ÍW **| u o n te p u r a
o s a iltlü to B o o n t V r m o e

Sem pre e cm todo» os casos tomos


necessidade de Núísu S en h or; mas osta
necessidade se torna mais qae nancu sen­
sível nas afllicçfles, nas penas e soffrimen-
to». Do fondo do Beu tabernuealo, o di»
vin o Coasoludor nos convida e noa brada:
« V in d e a mim, todos os qae soffreis e ea-
tacs opprhnídos, e eu vos co n sola rei.» Só
elle enxuga « s lagrimas, ou pelo menos
as sabe s a a v is a r; sú elle restabelece, em
nosso pobre coraçflo estortegado pelo sof-
frim onto, a p»8, a esperança e aquclla in­
tima alegria, toda sobrenatural, que ab oa
christ&os conhecem, e que tflo m aravi­
lhosamente se combina com aa lagrimas.
Pode am eh ris tflo estar agonisando do
dôr, e nüo ser in fe liz , < E a choro, dizia
om dia tranquillamcute certa m&e qae
acabava de perder saa filha anica, « a
VlJtluJJÜltlA II.M4

choro, o to d a v ia catou eou tente,* Ê que


o IJh coiuiuuncuvii tudo* u» ilíiia.
Em JcsU* C h m to achamos o eternidade,
Bebamos o céo. Recorram os u elle, quando
sentirmos nimiamenta am argo e pesado o
desterro d'HNta nossa vida de misérias. R e­
corramos ao ‘S antíssimo Sacramento, qae
nos fu r i «aquecer o mando e suas prova-
çOds, o su<i9 cruzea e seus combateu, e
suas injuitiraa. .lfhas C iinsto nos ensinará
em |Ki!isoa o segredo tio solTrer com pa­
ciência : e, tomando pura ai nossas am ar­
guras, dar-nos-ba em troca a sua paz e a
sua fortaleza. Quando a m oléstia nos ata­
car recorramos a Jesus; elle ô o m ellior
de todue o » médicos, a sua visita p rodosirá
no mesmo tempo a llivio em nosso corpo e
alegria em nosso coraçflo. Tod o o chri&tBo
enferm o deveria com m unçar pelo menos
uma vez por semana, e isto lo go desde o
principio <(<■ Mt« enferm idade; o m edico do
corpo só deveria ser chamado depois do
confessor; a terra depois du c é o ; o tempo
depois da etern idade; é uniirn que se pra*
tica em Roma. Estas communntics, so a
doença nflo fó r morta), lurSo do vossos
dias de soffriutento, dias de santiâcaçilo,
o que maito inflairá no vosso fu tu ro ; se
Á SA(iHAI>i CoMMCNItll'

íílr, ellns voa «c r ílo e x c c llc n to p rep araçA o


p a ra a K x tren m -U n çn o , e pora apparücer-
des j á p u rificados p e lo am or na presen ça
de Deus.
Procurae estns mesma* graças |mru vos-
bob filhinhos, quando cuhirem enfermos, a
E groju noa ensina form alm ente quo vlluu
podem e devem comumugar logo que che­
guem ao uso da razSo, e o Papa Itomu X I V
declara ser ãufftcicnt» quo o inenino < possa
distinguir o differuu^a qae ha entre i.-ate
celestial nlimentn e u alimente ordinário *,
Qnftii santamente cominungum n« ím-ninos
«n feriu ou ! a graça i*pi’ rn nVlle&
uma força adm iravel, « o» prepara melhor
do que nós o poderíamos fazer, ainda em­
pregando 06 maioroB esforços, para digna­
mente receberem a Sagrada EucharÍ6tia,

C o n e ln a n o

Meu caro leitor, qual (' a concIuBflo pra-


tioa que deveia tirar d'e&tu o brin h a? Q ue
deveia d ’ ora avante com m nngar todos 09
d ia s? U m tnl conselho dado indistincta-
mente seria sobremaneira im pru den te; pelo
que eu nfto vos exhorto com E g re ja a
vwtiuniasu idua 79

eotnraQn^ar todns os dias, a nüo ser qae


vtvuns ou qaeirues v iv e r inteiramente para
Dens.
O tim tjupt tne prnpnz foi fnaer-voa co-
nUf*c»r bem o ohjecto o o uso da Eacha-
ri-tiM, pxeitur em v>5s o desejo da commu-
nhflo inaito frcqnente e quotidiana, evitar
qae murmureis d'jn|uelles que a praticam
KMUtutneule, e m o stra r-v o s, crafim, q a e bem
longe de no s temermos du Sagrada Cotn-
nmDhHo, devemos todos recebel-a m aitM
veZi-3, e realisur mais e mais oh votos da
E greja , qae todos sito, dadas estas condi-
ções, pela communh&o diaria. Commnn-
gae, coiam angae muitas vezes, o propa­
gue, qnuuto cm vA» couber, & pratica da
cotnuiunliüo freqüente, essa pratica que
tno a grad ável é a Nosso Senhor Jcsua
Cliri&to.
N ilo deis oavidos bo3 contra dictore*,
a j a s t a e com h vossa fc o vosso procedi­
mento e se g u i com passo firmo pelo trilho
dos santos. « Commungae muita* vezes,
Philotbea, diz S. Francisco dc Salsa, e o
maior numero de vezea qae vob fô r possí­
vel com licença do vosso pae esp iritu al;
■e assim como as lebres dos nossos montes
se fazem braueaa no inverno, porqae outra
80 * ãir.iutit WHJ»ri»HÃo

ooiaa nRo vfeom, nem comem senRo n eve,


asiim vós também, «creditae-m e, & força
de vfir e comer a formosura, a bondado e
a pureza por essencia n’este divino S acra­
mento, vireis a ser muito form osa, muito
boa e muito para. >

8amte an fre/juenter
S»u t» e froniieniemente

(Ritnal Romsno}.

MM
I N D I C E

p «*.
V
vn
A d VEUTENií IA Di > ............................................ XV»

V artU d oira id eia du Sagrada Communh&o 1


\ ,n I ‘ara com inuii^ar imiiUia v exes é
(itícessarío riiaior santidade d o que
(tu tenho ................................ 7
i.o N ilo su>u d ign o do a=sitn ine np-
prositíiur d e l)tuis . . . . . . 11
3." iV Cflinrüimhilo. quaudo m uitn fre­
qüente, já nflo priMluz nlTulto. . 14
4.» R w e iu faim Uarisar-nio cora as ooi-
ri&s s a n la s ....................................... 10
S.» Níifi iinj atívsvo a com m ungar sem
ino c o n fe s s a r ................................... 18
(*." N 'i'i sn pr.lM i.yinirtiuritrar sein pre-
purao&o.......................................... . ‘21
7.o Nftn m c siiiln com fo rv o r quando
ciiiiitiinnvto ....................................... *20
8." N ilo me atrtivn acorniü iujgar tuui-
Ltis vfv.as, |wtM|iiu ando s a n p r e u
i.nhir nas m esm as faltos. . . . . 2»
8-2 INUICK

P# «.
lí.» Coiiiüiungainlo rmiit.iis v iw ü »r«-
cuio Utriiiir-me 'íinuular . . , , 34
10.° Se eu ci>iniMiin^uH^« ti ili>s ivsdlns,
initilm fiiiiiiliJk St* ck-s^twtaria. . . 37
11.*1 Cunheço iniiitm pessoas, rjao ra­
ras veies uoniriitmtPMii. . . . 41
13.“ Üeãejava c-:unm<»ngar nuiitiis ve-
*'K ....................... . . . . . M
13.° Na minha lorra riAn ê uso coui-
uiungar muitas v e i« s . . . . . 50
1-4.o Hu-;ta minimmKiU' pdaa fusUis
prineipaes . . . . . . . . r»3
ir./> Krn reisiumo. Indo Uto é onagttera-
i,*ao b Impossível de praticar. . . .VI

A conunuiihfio freqüente aos menino»* . . (Kl


A communh&n freqüente parit miiiienbos . 67
A eomiminh&o freqüente nos seminários • 71
A eomnicinhiu» froijuejilo para os aftlictos o
«■nfemiDS .....70
Condusfio...................................................... 78

Appuüvai;1o c a n ô n ic a ............................. K3
A rH K m w rA o c a n ô n ic a

* P^di* publicar***.
1‘nrlo, 2UJ(> novtuiilirí) do IWM.

; .1., iia Porto. •

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