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1
SETA DE FOGO
Santa Teresa de Ávila
SETA DE FOGO
22 poemas
2.• e d i ç ã o
EDIÇÃO 0275
!.• EDIÇÃO SETEMBRO 1989 / 2.• EDIÇÃO DEZEMBRO 20 1 0
ISBN 978-972-37-0234-7
PROLOGO
Santa Teresa de jesus nasceu em Avi/a em 28 de
Março de 1515. Seus pais gozavam de uma situação
económica desafogada pela posse de terras e pelo comér
cio. Pelo lado paterno, descendia de judeus conversos: o
avô foi processado pela Inquisição de Toledo em 1485,
sendo obrigado a percorrer as igrejas de Toledo durante
sete sextas-feiras, levando um sambenito com cruzes.
Apesar da oposição do pai, Santa Teresa ingressou no
convento carmelita da Encarnação de Avi/a em 1535,
tomou o hdbito no ano seguinte e professou em 1537.
Pouco depois sofreu uma doença até 1542, ano em que
se iniciou uma crise espiritual que durou até à quaresma
de 1554. Deu-se então nela uma completa transforma
ção, a partir da qual não cessa de avançar espiritual
mente através de experiências místicas extraordindrias.
Em 1560 resolveu empreender a reforma da sua
Ordem, no que, desde o início, deparou com uma forte
oposição. A sua vida decorreu num contínuo aperfei
çoamento espiritual e numa actividade incansdvel de
reformadora e fundadora de conventos (São José de
9
Ávila, Medina de! Campo, Valhadolide, Toledo, Pas
trana, Salamanca, Alba de Tormes, Segóvia, Beas, Sevi
lha, Palência, Burgos, etc. ), para o que teve de efectuar
viagens constantes. À contemplação e à oração, pelas
quais atinge alturas dificilmente compreensíveis, unia
uma caridade incansdvel e um ânimo forte e ardente
que lhe permitia mover-se e triunfar nos meandros da
perfidia que sempre aperseguiu. Para ld de toda esta ac
tividade, ainda escreveu livros em que se revela uma es
critora genial· Libro de la Vida (a primeira versão em
1562, a segunda estava pronta em Fevereiro de 1568);
Camino de perfección {escrito de 1562 a 1564); Mo
radas del castillo interior (escrito em 1577); Libro de
las fundaciones (iniciado em 1573 e continuado em
1574 e, depois, à medida que iafUndando conventos),
além de outros escritos menos extemos.
Como medida final do sofrimento que suportou
para aumentar e dignificar o Carmelo, ficaram as úl
timas visitas que fez a dois conventos da sua Ordem, o
de Valhadolide e o de Medina de! Campo: em ambos
foi muito mal recebida pelas prioras; para cúmulo, a
do primeiro era uma sua sobrinha, e no segundo nem
comida lhe deram para o caminho, o derradeiro que
fez, jd muito doente, para Alba de Tormes, onde mor
reu poucos dias após ld ter chegado, em 4 de Outubro
de 1582.
lO
Depois de ter saído em Évora, em 1583, o Camino
de perfección, o primeiro volume da sua obra foi pu
blicado em Salamanca, em 1588, preparado por Frei
Luis de León, um dos maiores vultos do Renascimento
espanhol
A poesia de Santa Teresa chegou até nós através de
um processo de transmissão textual complexo e cheio de
incertezas: por manuscritosJeitos nos seus conventos por
freiras que lhe escutavam os poemas, ou que os tinham
escutado a outras, ou lido, manuscritos esses cujo con
teúdo passava de uns conventos a outros. As informações
que tenho sobre autógrafos de poemas de Santa Teresa
são insuficientes para uma conclusão: Tomds de la Cruz
encontrou o autógrafo de um poema e de parte de outro
nos conventos carmelitas de Florença e de Savona {Itd
lia), dando a conhecer o seu achado nas Ephemerides
Carmeliticae n. 0 21 (1970) e n. 0 24 (1974); na sua
edição das Obras completas, Efrén de la Madre de
Dios e Otger Steggink dizem sobre esses manuscritos que
parece tratar-se de letras autógrafas recortadas, cola
das, façanha, infelizmente, demasiado frequente
(p. 658), pelo que julgo não dispor de elementos para
concluir sobre a autenticidade desses autógrafos. (Angel
Custodio Vega, no livro La poesía de Santa Teresa re
vela a existência de um manuscrito idêntico do poema
Ayes del destierro (pp. 251 a 253, 133 e 134).
II
Assim, os poemas de Santa Teresa não beneficia
ram do interesse merecido pelos seus escritos em prosa,
com a conservação dos autógrafos e de cópiasfidedignas
e a publicação oportuna. Enquanto se possuem hoje os
autógrafos do Libro de la Vida, do Camino de perfec
ción, das Moradas del castillo interior, do Libro de las
fondaciones, e códices autorizados de outras prosas, que
alids foram publicadas pouco depois da morte da au
tora, só demasiado tarde os poemas atraíram o cuidado
que então era possível Ángel Custodio Vega, no livro
antes mencionado, conta que verdadeiramente provi
dencial foi a ordem do «Definitorio General Carme
litano» ao encarregar em 1754 o Padre Francisco de
Santa Maria e o Padre Andrés de la Encarnación de
fazer o índice de todos os escritos de São João da
Cruz e de Santa Maria existentes nos arquivos, bi
bliotecas e comunidades de Espanha (p. XVII).
E acrescenta que ao Padre Andrés de la Encarnación se
deve uma compilação magistralmente feita, pois não
somente descreve todos e cada um dos cadernos con
forme a sua procedência, isto é, conforme o convento
a que pertenciam, e quem era a autora de cada um, se
constava; mas também as poesias que cada um conti
nha, as notas que no princípio, no meio e no fim le
vava, e qualquer referência histórica ou circunstancial
que tivesse (p. XVIII). Eftén de la Madre de Dios e
12
Otger Steggink, na Introducción a las Poesías da sua
edição das Obras completas informam que o citado
Padre Andrés de la Encarnación realizou pesquisas
minuciosas em alguns conventos e coleccionou
grande número de poesias, a maior parte em Toledo
(16), outras em Cuerva (5), Madrid (5) e Guadala
jara (5) (p. 653). Apesar desse esforço meritório, os re
sultados obtidos devem ser olhados com alguma reserva,
pois, como previnem estes editores na mencionada In
troducción a las Poesías, é difícil discernir com cer
teza a autenticidade de cada peça, misturadas como
estavam com outras de diferentes freiras e frades e
que vão descobrindo como agora fez Victor García
de la Concha com o arsenal de poesia que guarda
vam as freiras descalças de Valhadolide (p. 653). (Re
ferem-se ao Libro de romances y copias del Carmelo
de Valladolid que, em 1982, foi publicado por Victor
García de la Concha e Ana M Alvarez Pellitero, de
monstrando, uma vez mais, que a actividadde poética
era prdtica corrente nos conventos carmelitas, se
guindo-se o magistério de Santa Teresa, pelo que épos
sível que alguns dos poemas que lhe são atribuídos não
lhe pertençam e sejam seus outros que sejulgam de ou
trem, ou circulam anónimos. )
Ángel Custodio Vega no referido livro La poesía
de Santa Teresa reúne 28 poemas; Victor García de la
13
Concha, num livro hoje indispensdvel, El arte literario
de Santa Teresa considera que os intentos de Ángel
Custodio Vega se desviam pelos caminhos subjecti
vos da crítica interna (p. 318). Contudo, a edição das
Obras completas feita por Efrén de la Madre de Dios e
Otger Steggink abona na quase totalidade os critérios
de atribuição de Ángel Custodio Vega.
Os versos de Santa Teresa têm sido, pois, acolhidos
com uma escassa atenção, em contraste com o entusiasmo
(manifestado em múltiplas edições e estudos) que tem
suscitado a sua prosa. Para além de ser verdade que a
obra em verso de Santa Teresa é inferior aos seus livros de
prosa, o desinteresse que tem acompanhado ospoemas ela
grande reformadora do Carmelo é devido ao pouco cui
clado posto, desde o início, na edição destes; ao facto ela
maiorparte dessespoemas não ser lielafora dos condicio
nalismos em queforam escritos, isto é, fora dos objectivos
a que deve a sua existência, como manifestação de epara
a viela das comunidades religiosas a que se destinaram; à
inevitdvel comparação com os grandespoemas de S. João
ela Cruz, que inegavelmente em muito os superam. Tal
vez também oJacto de serem alheios à renovação traziela
por Boscdn e Garcilaso à poesia espanhola do seu tempo,
com a introdução dos modelos italianos que marcaram o
apogeu ela poesia renascentista em Espanha, lhes tenha
imposto um acento anacrónico, que continua apesar so-
14
bre eles quando lidos no contexto dapoesia espanhola do
seu tempo; e aqui tem defalar-se de novo em S. João da
Cruz, cuja obrapoética beneficiou com a lição de outros
poetas renascentistas espanhóis, nomeadamente de Gar
cilaso e de Frei Luis de Léon.
De facto, grande parte da poesia de Santa Teresa
tem de ser lida considerando-se a circunstância em
que foi escrita, isto é, como uma das suas actividades
como freira carmelita, que escrevia versos para os actos
de culto religioso celebrados nos seus conventos, os
quais ela queria que participassem também da sua
reforma, imprimindo-lhes o espírito que ansiava ilu
minasse todo o Carmelo: participação de todos nesses
actos, e não a sua presença só como assistentes, com re
curso ao canto e até à dança como manifestação dejú
bilo na aceitação de tudo por todos, considerando
como capazes de elevar o espírito mesmo as tarefas
aparentemente mais humildes. Aliás como poeta
Santa Teresa não estava só nos seus conventos, pois sa
bemos que, sob a influência do seu exemplo e do seu en
tusiasmo, outras freiras escreveram versos. Alguns dos
poemas de Santa Teresa escritos para os seus conventos
não ultrapassam hojepara nós a mediania na sua qua
lidade, não se distinguindo dos que foram escritos por
outras carmelitas (o que, como se disse anteriormente,
aumenta a dificuldade da identificação da autoria de
alguns poemas encontrados), e devem ser tomados, por
tanto, como documentos tÚl espiritualidade carmelita de
então, para a qual muito contribuiu Santa Teresa, para
quem a poesia era quase sempre um meio (de edificação,
de devoção, de recreação tÚls suas filhas espalhat:Úls pelos
numerosos conventospor elafoneútdos). Mais que depoe
sia, a prop6sito de muitos dos seus homens serd mais
exactofolar-se em canto, pois destinavam-se a ser canta
dos e até t:Úlnçados, segundo testemunhos tÚl época. O Pa
dre Francisco Ribera, que em 1590 publicou La vida de
la Madre Santa Teresa de Jesús escreveu: Queria [Santa
Teresa} que tivessem todos os dias o seu tempo desti
nado ao recreio e que cantassem nas festas dos santos
e fizessem copias. Mas como gostava de dar exemplo
em tudo, fazia-as ela mesma e cantava-as em conjunto
com as suas freiras, sem nenhum instrumento musi
cal, mas acompanhando-se com a mão, dando leves e
suaves palmadas, para marcar o compasso e fazer certa
harmoniosa cadência. Muito significativa também é
esta nota do c6dice de Cuerva: Numa véspera desta festa
[da Circuncisão] estando as religiosas de noite no seu
recreio, saiu a Santa da sua cela... dançando e can
tando, e disse que o convento a ajudasse .. O dançar
.
r6
o Rei David, «omnes gentes plaudite manibus,» e mo
viam-se assim com [mais} harmonia e graça de espí
rito que de outra coisa.
A maior parte dos poemas de Santa Teresa que
hoje conhecemosfoi escrita comoforma de participação
na vida das comunidades carmelitas: festas litúrgicas
(Natal, Circuncisão, Reis, diversos santos) e actos de
maior importância para asjovens que ingressavam nos
conventos (tomadas de hábito, profissões). Provavel
mente Santa Teresa escreveu muitos mais poemas com
este objectivo que os que temos actualmente, pois muitos
devem ter-se perdido ou não estão identificados como
seus. A celebração pelo canto dos actos quotidianos dos
conventos era uma forma de enaltecer e dar um carác
ter festivo aos actos mais simples, o que é bem demons
trado pelo poema Pues nos dais vestido novo, que foi
escrito para ser lido ou cantado para afastar os piolhos
das suas vestes. (Ver a nota sobre este poema. )
Alguns destes poemas revestem a forma de vilan
cicos, mostrando-nos que Santa Teresa conhecia bem
esta forma de composição poética, nomeadamente os
vilancicos deJuan del Encina (1468-1522), cujo Can
cionero foi editado pela primeira vez em 1496, com
diversas reedições no primeiro quartel do século XVI
Victor García de la Concha, no mencionado livro
El arte literario de Santa Teresa, dedica à poesia da
17
autora das Moradas del castillo interior o último ca
pítulo desse livro, Lírica de Santa Teresa en la poesía
carmelitana, em que estuda separadamente os poemas
nascidos no transe místico. Aí cita uma passagem do Li
bro de la Vida: Eu sei de uma pessoa que, não sendo
poeta, lhe acontecia fazer de súbito copias muito
sentidas revelando a sua dor; não feitas por sua inte
ligência, mas para gozar mais a glória, que tão sabo
rosa dor lhe dava, queixava-se dela ao seu Deus.
Todo o seu corpo e a sua alma queria que se despe
daçasse para mostrar o gozo que com esta pena sente
(capítulo XVI, 4). E salienta oJacto de para Santa Te
resa - que é apessoa a que ela se refere como uma outra
pessoa - as copias serem escritas inesperadamente, de
súbito (de presto) e não nascerem da inteligência (de
su entendimiento). Concluímos quepara Santa Teresa
a poesia era uma actividade espiritual que surgia como
por inspiração, de presto, e não da inteligência mas do
sentimento. Para Victor García de la Concha, dos poe
mas de Santa Teresa somente dois com certeza e um
terceiro provavelmente nasceram ligados ao transe
místico. São esses poemas: Oh hermosura que exce
déis, Vivo sin vivir em mi e, provavelmente, Sobre
aquellas palabras (pp. 318 a 325).
Emílio Orozco Díaz, um dos maiores conhecedo
res do Barroco espanhol que publicou o livro Expre-
r8
sión, comunicación y estilo en la obra de Santa Te
resa, em que patenteia uma profonda simpatia pela
obra da grande reformadora, não isenta de rigor, de
monstrando um conhecimento invulgar da poesia mís
tica em geral (que vinha a estudar de hd muito, pois em
1959 lançou Poesía y mística, em que se debruça sobre
a lírica de S. João da Cruz, detendo-se também napoe
sia de Santa Teresa) encontra na obrapoética teresiana
um conjunto de poemas (Vivo sin vivir en mí, Sobre
aquellas palabras «Dilectus meus mihi», Oh hermo
sura que excedéis, Buscate en mí, Vuesta soy, para
vos nací, Si el amor que me tenéis, Ayes del des
tierro) do mais elevado lirismo, que acusam no seu
impulso e demoradamente a pegada emocional
transcendente de um estado de espiritualidade trans
bordante, como saída de uma experiência mística e
são os suficientes em número para os valorizar num
lugar culminante em relação com o dito aspecto dos
seus escritos em prosa (p. 128). E acrescenta, um
pouco adiante: Este grupo de poemas a que nos esta
mos a referir é o que propriamente há que situar no
alto clima da poesia mística. Por isso, dentro desses
traços estilísticos assinalados, respondem a uma ex
pressão fortemente pessoal e directa (p. 128).
A personalidade de Santa Teresa de jesus tinha
duasfaces, que se uniam paraformar o seu rosto único:
uma nascida da oração e da contemplação (a que cor-
I9
respondem os poemas de arrebatado misticismo), e a
que sefoi moldando nos tormentosos caminhos dos ho
mens, onde se lançou por amor dos outros, sem o qual
aquela oração e aquela contemplação nada seriam
(que deu os poemas humildes escritospara servir os seus
conventos). Se lembrarmos isto, ficaremos certos que
ler os seus poemas não é vão, pois tudo o que é obra de
um espírito como o da extraordindria carmelita parti
cipa da sua grandeza.
Apresentamos e traduzimos o texto que Ángel
Custodio Vega faculta na segunda edição do livro La
poesía de Santa Teresa, excepto no poema Pastores
que veláis, num verso que indicamos na respectiva
nota. Do poema Ya viene el alba preferimos a versão
da pdgina 146.
20
Bibliografia
DE SANTA TERESA:
21
SETA DE FOGO
22 poemas
Pues vienen veces que estas ansias y ldgrimas y sospirosy los
grandes ímpetos que quedan dichos (que todo esto parece proce
dido de nuestro amor con gran sentimiento, mas todo no es nada
en comparación de estotro, porque esto parece un Juego que está
humeando y puédese sufrir, aunque con pena); andándose ansí
esta alma abrasándose en sí mesma, acaese muchas veces por un
pensamiento muy ligero u por una palabra que oye de que se
tarda el morir, venir de otra parte - no se entiende de dónde ni
cómo - un golpe, u como si viniese una saeta defuega (no digo
que es saeta, mas cualquier cosa que sea, se ve claro que no podía
proceder de nuestro natural; tampoco es golpe, aunque digo
golpe; más agudamente hiere, y no es adonde se sienten acá las
penas - a mi parecer -, sino en lo más hondo y íntimo de!
alma), adonde este rayo que de presto pasa todo cuanto halla de
esta tierra de nuestro natural y lo deja hecho polvo, que por el
tiempo que dura es imposible tener memoria de cosa de nuestro
ser; porque en un punto ata las potencias de manera que no
quedan con ninguna libertad para cosa, sino para las que hacer
acrecemar este dolor.
24
Por vezes vêm essas ânsias, e lágrimas, e suspiros, e os
grandes ímpetos que já disse (que tudo isto parece que pro
cede do nosso amor com grande sofrimento, mas tudo não é
nada comparado com esta outra coisa, porque esta parece um
fogo que lança fumo e pode suportar-se, embora sofrendo) ;
andando assim esta alma a abrasar-se em si mesma, acontece
muitas vezes por um pensamento muito leve ou por uma
palavra que ouve de que demora o morrer, vir de algures-
não se entende de onde nem como- um golpe, ou como se
viesse uma seta de fogo (não digo que seja uma seta, mas seja
o que for, vê-se claramente que não podia proceder da nossa
natureza; tão-pouco é um golpe, embora eu lhe chame golpe;
fere mais profundamente, e não é onde se sentem cá as dores
- parece-me-, mas no mais fundo e íntimo da alma) ,
onde este raio, que num instante atravessa tudo o que acha de
terreno na nossa natureza e o deixa feito em pó, que en
quanto dura é impossível ter presente seja o que for do nosso
ser; pois num momento ata as potências de maneira que não
ficam com nenhuma liberdade para nada, senão para o que
lhe há-de aumentar esta dor.
I.
VIVO SIN VIVIR EN MÍ
27
jAy qué larga es esta vida!,
jqué duros estos destierros!,
jesta cárcel, estos hierros,
en que el alma está metida!
Sólo esperar la salida
me causa dolor tan fiero,
que muero porque no muero.
29
mira que sólo te resta,
para ganarte, perderte.
Venga ya la dulce muerte,
venga el morir muy ligero,
que muero porque no muero.
31
2.
SOBRE AQUELLAS PALABRAS
«DILECTUS MEUS MIHI»
32
2.
SOBRE AQUELAS PALAVRAS
«DILECTUS MEUS MIHI»
33
Yo ya no quiero otro amor,
pues a mi Dias me he entregado,
y mi Amado es para mí,
y yo soy para mi Amado.
34
Eu já não quero outro amor,
que a Deus me hei entregado,
meu Amado é para mim
e eu sou para meu Amado.
35
3·
jOH HERMO SURA QUE EXCEDÉIS!
37
4.
BUSCATE EN MÍ
39
Y si acaso no supieres
dónde me hallarás a Mí
no andes de aquí para allí.
Si no, si allarme quisieres,
a Mí buscarme has en ti.
Porque tú eres mi aposento,
eres mi casa y morada,
y ansí llamo en cualquier tiempo,
si hallo en tu pensamiento
estar la puerta cerrada.
Fuera de ti no hay buscarme,
porque para hallarme a Mí
bastará sólo llamarme;
que a ti iré sin tardarme,
y a Mí buscarme has en ti.
40
E se acaso não souberes
onde me acharás a Mim,
não vás daqui para ali.
Se não, se achar-me quiseres,
a Mim buscar-me-ás em ti.
Porque és o meu aposento,
és minha casa e morada,
e assim chamo em qualquer tempo,
se acho no teu pensamento
estar a porta fechada.
Fora de ti, não há buscar-me,
porque para achar-me a Mim
basta somente chamar-me;
vou a ti sem demorar-me,
e a Mim buscar-me-ás em ti.
4I
5·
VUESTRA SOY, PARA VO S NACÍ
Soberana Majestad,
eterna Sabiduría,
Bondad buena al alma mía;
Dios, Alteza, un Ser, Bondad:
La gran vileza mirad,
que hoy os canta amor ansí:
dQué manddis hacer de mí?
Vuestra soy, pues me criastes;
vuestra, pues me redimistes;
vuestra, pues que me sufristes;
vuestra, pues que me llamastes.
Vuestra, pues me conservastes,
vuestra, pues no me perdí:
dQué manddis hacer de mí?
�Qué mandáis, pues, buen Sefior,
que haga tan vil criado?
5·
SOU VO SSA, PARA VÓS NASCI
Soberana Majestade,
eterna Sabedoria,
Bondade que me sacia;
Deus, Alteza, um Ser, Bondade:
Olhai a grande maldade,
que vos canta amor assim:
Que mandais fazer de mim?
Sou vossa, pois me criastes;
vossa, pois me redimistes;
vossa, pois que me assististes;
vossa, pois que me chamastes.
Vossa, pois me conservastes,
vossa, pois não me perdi:
Que mandais fazer de mim?
Que mandais, pois, bom Senhor,
que faça tão vil criado?
43
�Cuál oficio le habéis dado
a este esclavo pecador?
Veisme aquí, mi dulce amor;
amor dulce, veisme aquí:
d Qué manddis hacer de mí?
Veis aquí mi corazón,
yo le pongo en vuestra palma:
mi cuerpo, mi vida y alma,
mis entrafias y afición.
Dulce Esposo y Redención,
pues por vuestra me ofrecí:
dQué manddis hacer de mí?
[Dadme muerte, dadme vida;
dad salud o enfermedad,
honra o deshonra me dad;
dadme guerra o paz crecida,
flaqueza o fuerza cumplida,
que a todo digo que sí:
dQué queréis hacer de mí?]
Dadme riqueza o pobreza,
dad consuelo o desconsuelo,
dadme alegría o tristeza,
dadme infierno o dadme cielo,
vida dulce, sol sin velo:
pues del todo me rendí:
d Qué manddis hacer de mí?
44
Qual ofício haveis Vós dado
a este escravo pecador?
Eis-me aqui, meu doce amor;
amor doce, estou aqui:
Que mandais fazer de mim?
Eis aqui meu coração,
eu ponho-o na vossa palma:
minha vida, corpo e alma,
e entranhas e afeição.
Doce Esposo e Redenção,
se por vossa me ofereci:
Que mandais fazer de mim?
[Dai-me morte, dai-me vida;
saúde ou enfermidade,
honra ou desonra, à vontade;
dai-me guerra ou paz crescida,
fraqueza ou força cumprida,
que a tudo digo que sim:
Que quereis fazer de mim?]
Dai-me riqueza ou pobreza,
consolo ou mágoa sem fim,
dai-me alegria ou tristeza,
dai-me inferno ou dai-me o céu,
doce vida, sol sem véu:
pois de todo me rendi:
Que mandais fazer de mim?
45
Si queréis, dadme oración;
si no, dadme sequedad,
si abundancia y devoción,
y si no esterilidad.
Soberana Majestad,
sólo hallo paz aquí:
�Qué manddis hacer de mí?
Dadme, pues, sabiduría,
o, por amor, 1gnoranc1a;
. .
47
o estéril, si cumple así:
�Qué mandáis hacer de mí?
Sea José puesto en cadena
o de Egipto adelantado,
o David sufriendo pena,
o ya David encumbrado.
Sea Jonás anegado,
o libertado de allí:
� Qué mandáis hacer de mí?
Haga fruto o no lo haga,
esté callando o hablando,
muéstreme la rey mi Baga,
goce de Evangelio blando;
esté penando o gozando,
sólo Vos en mí viví:
�Qué mandáis hacer de mí?
Vuestra soy, para Vos nací:
� Qué mandáis hacer de mí?
se tem que ser mesmo assim:
Que mandais fazer de mim?
Seja eu José na prisão
ou no Egipto elevado,
David na expiação
ou já David exaltado.
Seja Jonas afogado,
ou libertado dali:
Que mandais fazer de mim?
Faça fruto ou não o faça,
sempre em silêncio ou falando,
mostre-me a lei minha chaga,
goze de Evangelho brando;
esteja em pena ou gozando,
Vós somente em mim vivi:
Que mandais fazer de mim?
Sou vossa, para Vós nasci:
Que mandais fazer de mim?
49
6.
PARA PEDIR PACIENCIA EN LAS
ADVERSIDADES
Nada te turbe,
nada te espante;
todo se pasa,
Dios no se muda.
La paciencia
todo lo alcanza.
Quien a Dios tiene
nada le falta.
Sólo Dios basta.
6.
PARA PEDIR PACIÊCIA NAS
ADVERSIDADES
Nada te inquiete,
nada te assuste;
pois tudo passa,
Deus nunca muda.
A paciência
alcança tudo.
Quem Deus possui
nada lhe falta.
Só Deus nos basta.
51
7·
LOA A LA CRUZ REDENTORA
52
7·
LOA À CRUZ REDENTORA
53
por Vos se repará el mal
con tan costoso remedia.
Para con Dias fuistes media
de alegría conseguida:
Vos seáis la bien venida.
54
por Vós tratou-se a maldade
com tão custoso remédio.
Para Deus foste intermédio
de alegria conseguida:
sede Vós bem aparecida.
55
8.
COLOQUIO DE AMOR
57
9·
AYES DEL DESTIERRO
59
Ansiosa de verte,
deseo morir.
jOh muerte benina,
socorre mis males!
Tus golpes son dulces,
que al alma libertan.
jQué dicha, mi Amado,
estar junto a Ti!
Ansiosa de verte,
deseo morir.
El amor mundano
apega a esta vida;
el amor divino
por la otra suspira.
Sin Ti, Dias eterno,
�quién puede vivir?
Ansiosa de verte,
deseo morir.
La vida terrena
es continuo duelo;
vida verdadera,
la hay sólo en cielo.
Permite, Dias mío,
que yo allí.
Ansiosa de verte,
deseo morir.
6o
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
Oh morte benigna,
socorre meus males!
Teus golpes são doces,
libertam minha alma.
Que alegria, Amado,
estar de Ti perto!
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
O amor mundano
prende a esta vida;
o amor divino
pela outra suspira.
Sem Ti, Deus eterno,
quem pode viver?
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
A vida terrena
é estar sempre triste;
vida verdadeira
só no céu existe.
Permite, Deus meu,
que viva eu além.
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
61
2Quién es el que teme
la muerte del cuerpo,
si con ella logra
un placer inmenso?
iOh, sí: el de amarte,
Dios mío, sin fin!
Ansiosa de verte,
deseo morir.
Mi alma afligida
gime y desfallece.
iAy!, 2quién de su amado
puede estar ausente?
Acabe ya, acabe
aqueste sufrir.
Ansiosa de verte,
deseo morir.
El barbo cogido
en doloso anzuelo
encuentra en la muerte
el fin del tormento.
iAy!, también yo sufro,
bien mío, sin Ti.
Ansiosa de verte,
deseo morir.
En vano mi alma
te busca, ioh mi Duefio!
Quem é o que teme
a morte do corpo,
se com ela alcança
um imenso gozo?
Oh, sim: o de amar-te,
infindo, meu Deus!
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
A minha alma aflita
geme e desfalece.
Quem do seu amado
pode estar ausente?
Termine, termine
este meu sofrer.
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
O barbo apanhado
no anzol traiçoeiro
encontra na morte
o fim do tormento.
Ai!, também eu sofro,
sem ter-te, meu bem.
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
Em vão minha alma
te busca, oh meu Dono!
Tú, siempre invisible,
no alivias su anhelo.
iAy!, esta la inflama
hasta prorrumpir:
Ansiosa de verte,
deseo morir.
iAy!, cuando te dinas
entrar en mi pecho,
Dias mío, al instante
el perderte temo.
Tal pena me aflige,
que me hace decir:
Ansiosa de verte,
deseo morir.
Haz, Sefi.or, que acabe
tan larga agonía.
Socorre a tu sierva,
que por Ti suspira.
Rompe aquestros hierros
y sea feliz:
Ansiosa de verte,
deseo morir.
Mas no, Duefi.o amado:
que es justo padezca:
que expíe mis yerros,
mis culpas inmensas.
Tu, sempre invisível,
não lhe dás consolo.
Isto tudo a inflama
até irromper:
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
Ai, quando te dignas
entrar em meu peito,
Deus meu, nesse instante
perder-te receio.
Tal pena me aflige,
que me faz dizer:
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
Faz, Senhor, que finde
tão longa agonia.
Socorre tua serva,
que por Ti suspira.
Destrói estes ferros
e feliz eu seja:
Ansiosa por ver-te,
desejo morrer.
Mas não, Dono amado:
que é justo eu padeça:
que exp1e meus erros,
minha culpa imensa.
jAy!, logren mis lágrimas
te dines me oír:
Que Ansiosa de verte,
deseo morir.
66
Que, enfim, minhas lágrimas
me possam valer:
Ansiosa p or ver-te,
desejo morrer.
IO.
PASTORES QUE VELÁIS
68
IO.
PASTORES QUE VELAIS
71
II.
AL NACIMIENTO DEL REDENTOR
72
II.
AO NASCIMENTO DO REDEN TOR
73
-Déjate de esas preguntas.
-Miremos por le servir.
Y pues El viene a morir,
muramos con El, Llorente:
Pues es Dios onipotente.
74
- Deixa-te dessas perguntas.
-Tratemos de o atender.
E já que ele vem morrer,
morramos com Ele, Vicente:
Pois é Deus omnipotente.
75
12.
YA VIENE EL ALBA
77
IJ.
VERTIENDO ESTÁ SANGRE
79
�Tu no has mirado
que es nifio inocente?
Ya me lo han contado
Brasillo y Llorente.
-jGran inconveniente
será no amar-lê!
jDominguillo, eh!
8o
Teus olhos notaram
que é um inocente?
Isso me contaram
Brasinho e Vicente.
-Grande inconveniente
será não querer-lhe!
Dominguinhos, eh!
8r
1 4.
EN LA FIESTA DE LO S REYES
Llevémosle danes
de grande valor,
pues vienen los Reyes
con tan gran hervor.
Alégrese hoy
82
14.
NA FESTA DO S REIS
Levemos-lhe prendas
de grande valor,
pois os Reis chegaram
com alto fervor.
Alegre-se hoje
nuestra gran zagala:
Vtzya con los Reyes
la mi manada.
No cures, Llorente,
de buscar razón,
para ver que es Dios
aquestre garzón,
Dale el corazón
y yo esté empenada:
vaya con los Reyes
la mi manada.
a nossa zagala:
Siga com os Reis
minha manada.
86
1 5.
A SANTO ANDRÉ, APÓSTOLO
88
Se todos temem a morte,
-como te é doce o morrer?
-Oh que vou para viver
na mais exaltada sorte!
Oh Deus, que com tua morte
ao fraco fizeste forte!
Que gozo não dará ver-te?
Oh cruz, madeiro precioso,
cheio de alta majestade!
Pois, sendo de desprezar,
tomaste a Deus por Esposo,
a ti venho jubiloso,
sem que mereça querer-te:
Gozo imenso é pra mim ver-te!
1 6.
A SAN HILARIÓN ANACORETA
Sigamos la soledad
y no queramos monr
hasta ganar el vivir
en tan subida pobreza.
jOh qué grand es la destreza
de aqueste nuestro guerrero!
Vuelta, vuelta, pecadores,
sigamos este sendero.
Con armas de penitencia
ha vencido a Lucifer.
Combate con la paciencia,
ya no tiene que temer.
todos podemos valer
siguiendo a este caballero.
90
r 6.
A SANTO HILÁRIO, ANACORETA
Sigamos a solidão
e não queiramos morrer
até ganhar o viver
em tão subida pobreza.
Oh que grande é a destreza
do nosso grande guerreiro!
Dai a volta, pecadores,
sigamos este carreiro.
Com armas de penitência
ele venceu Lúcifer.
Combate com a paciência,
já nada tem que temer.
Todos podemos valer
seguindo este cavaleiro.
91
Vuelta, vuelta, pecadores,
sigamos este sendero.
No ha tenido valedores;
abrazóse con la cruz.
Siempre en ella hallamos luz,
pues la dia a los pecadores.
iOh qué dichosos amores_
tuvo este nuestro guerrero!
Vuelta, vuelta, pecadores,
sigamos este sendero.
Ya ha gando la carona
y se acabó el padecer,
gozando ya el merecer
con muy encumbrada gloria.
iOh venturosa victoria
de nuestro fuerte guerrero!
Vuelta, vuelta, pecadores,
sigamos este sendero.
92
Dai a volta, pecadores,
sigamos este carreiro.
Nunca teve protectores,
tomou nos braços a cruz.
Sempre nela achamos luz,
pois a deu aos pecadores.
Oh que ditosos amores
teve este nosso guerreiro!
Dai a volta, pecadores,
sigamos este carreiro.
Ele já ganhou a coroa
e acabou seu padecer,
gozando já o merecer
com mui elevada glória
Oh venturosa vitória
do nosso forte guerreiro!
Dai a volta, pecadores,
sigamos este carreiro.
93
1 7.
A SANTA CATALINA MÁRTIR
94
1 7.
A SANTA CATARINA, MÁRTIR
Oh grande amadora
do eterno Deus!
Estrela luzente,
valei-nos, dos céus!
Desde tenra idade
tomastes Esposo.
Foi tanto o amor:
não vos deu repouso.
O que for medroso,
não se chegue a Vós,
se estimar a vida
e o morrer por Vós.
Olhai vós, cobardes,
bem esta donzela,
que não preza o ouro
nem ver-se tão bela.
Metida na guerra
da perseguição,
padecendo com
grande coração.
95
Más pena le da
vivir sin su Esposo;
y así, en los tormentos
hallaba reposo.
Todo le es gozoso
y quería morir,
pues que con la vida
no puede vivir.
Las que pretendemos
gozar de su gozo,
nunca nos cansemos
por hallar reposo.
jÜh engano enganoso!,
y que sm amor
es querer sanar
viviendo el dolor.
Mais pena lhe dá
viver sem o Esposo;
e assim, nos tormentos
achava repouso.
Tudo lhe é gozoso,
quena morrer,
pois que com a vida
não pode viver.
As que pretendemos
gozar de seu gozo,
nunca nos cansemos
para achar repouso.
Oh engano enganoso!:
pots que sem amor
é querer sarar
ao viver a dor.
97
r 8.
A LA VELACIÓN DE LA HERMANA
ISABEL DE LO S ÁNGELES
99
En vuestra mano encendida
tened siempre una candeia,
y estad con el velo en vela,
las renes muy bien cefiidas.
No estéis siempre amodorrida,
catad que peligraréis;
por eso, no os descuidéis.
Tened olio en la aceitera
de obras y merecer,
para poder proveer
la lámpara, que no se muera.
Porque quedaréis de fuera
si entonces no la tenéis;
por eso, no os descuidéis.
Nadie os le dará prestado;
y si lo vais a comprar,
podríaseos tardar,
y el Esposo haber entrado.
Y desque una vez cerrado,
no hay entrar, aunque llaméis;
por eso, no os descuidéis.
Tened continuo cuidado
de cumplir como alma fuerte,
hasta el día de la muerte,
lo que habéis hoy profesado.
roo
Na vossa mão, sempre erguida,
mantende uma vela acesa,
velada e a velar presa,
a cintura bem cingida.
Não fiqueis amortecida,
grande perigo correis;
assim, não vos descuideis.
Tende cheia a almotolia
de obras e de merecer,
para que possais encher
a lâmpada, se se esvazia.
Ficareis sem companhia
se então não a acendeis;
assim, não vos descuideis.
Ninguém cede óleo emprestado;
e, se o fordes comprar,
podereis então tardar
e o Esposo ter entrado.
E depois de Ele fechado,
não se entra, embora chameis;
assim, não vos descuideis.
Tende contínuo cuidado
de cumprir como alma forte,
até ao dia da morte,
o que hoje haveis professado.
101
Porque, habiendo así velado,
con el Esposo entraréis;
por eso, no os descuidéis.
102
Porque, tendo assim velado,
com o Esposo entrareis;
assim, não vos descuideis.
!0 3
1 9.
EN UNA PRO FESIÓN RELIGIO SA
104
19.
NUMA PRO FISSÃO RELIGIO SA
10 5
ques Rey y bien lo podrd,
pues quiere hoy ser desposado.
Más os dará este Sefior:
un amor tan santo y puro,
que podréis, yo os lo asiguro,
perder al mundo el temor,
y al demonio, muy mijar,
porque hoy queda maniatado.
Que el Rey de la Majestad
ha sido hoy el desposado.
ro6
que é Rei e bem poderá,
quer hoje ser desposado.
Mais vos dará tal Senhor:
um amor tão santo e puro,
que podereis, asseguro,
perder ao mundo o temor,
e ao demónio, inda melhor,
pois fica manietado.
Pois o Rei da Majestade
foi ele hoje o desposado.
20.
YA NO DURMAIS, NO DURMAIS
I08
20.
NÃO DURMAIS JÁ, NÃO DURMAIS
10 9
Ya no durmdis, no durmdis,
pues Dios falta de la tierra.
jNo haya ningún cobarde!
jAventuremos la vida!
Pues no hay quien mejor la guarde
que el que la da por perdida.
Pues Jesús es nuestro guía,
y el premio de aquesta guerra.
Ya no durmdis, no durmdis,
porque no hay paz en la tierra.
Ofrezcámonos de veras
a morir por Cristo todas,
y en las celestiales bodas
estaremos placenteras.
Sigamos esta bandera,
pues Cristo va en delantera.
No hay qué temer, no durmdis,
pues que no hay paz en la tierra.
IIO
Não durmais jd, não durmais,
porque Deus falta na terra.
Não haja ninguém cobarde!
Aventuremos a vida!
Não há quem melhor a guarde
que quem a deu por perdida.
Pois é Jesus nosso guia,
sendo o prémio desta guerra.
Não durmais jd, não durmais,
porque não hd paz na terra.
Ofereçamo-nos inteiras,
a morrer por Cristo todas,
para nas celestiais bodas
nós estarmos prazenteiras.
Sigamos esta bandeira,
pois Cristo vai na dianteira.
Nada a temer, não durmais,
pois que não hd paz na terra.
III
2!.
EN LA PRO FESIÓN DE ISABEL
DE LO S ÁNGELES
112
2!.
NA PRO FISSÃO DE ISABEL
DE LO S ÁNGELES
II 3
En el hambre mi hartura,
mi esperanza en el temor,
mis regalos en pavor,
mis gustos en amargura.
En olvido mi memoria,
mi alteza en humillación,
en bajeza mi opinión,
en afrenta mi victoria.
Mi lauro esté en el desprecio,
en las penas mi afición,
mi dignidad sea el rincón,
y la soledad mi aprecio
En Cristo mi confianza
y de El solo mi asimiento,
en sus cansancios mi aliemo,
en su imitación mi holganza.
Aquí estriba mi firmeza,
aquí mi seguridad,
la prueba de mi verdad,
la muestra de mi fineza.
Il 4
Na fome, minha fartura,
minha esp' ança no temor,
meus deleites no pavor,
o meu gozo na amargura.
No esquecimento a memória,
a fama na humilhação,
na vileza a opinião,
na afronta minha vitória.
Meus louros sejam desprezo,
seja a dor minha afeição,
meu título o meu rincão,
a solidão meu apreço.
Só em Cristo a confiança,
nele o enraizamento,
em seu cansaço meu alento,
em imitá-lo folgança.
Estribo aqui a firmeza,
a minha seguridade,
prova da minha verdade,
mostra da minha fineza.
II 5
22.
PUES N O S DAI S VESTIDO NUEVO
LA S A N TA
TODAS
LA S A N TA
u6
22.
JÁ QUE NO S DAIS VESTE NOVA
A SANTA
T O DAS
A S A N TA
II 7
y al ânimo mal fundado
en dévoción.
Mas Dias en el corazón
tened igual.
TODAS
LA S A N TA
TODAS
n&
e o ânimo mal fundado
na devoção.
Guardai Deus no coração
de modo igual.
TO D A S
A S A N TA
T O DAS
11 9
NOTAS
Estas notas socorrem-se dos livros seguintes, mencionados
na Bibliografia, nelas indicados pelas seguintes abreviaturas:
123
Cruz, analisando e confrontando o poema de Santa Teresa e
o de São João da Cruz sobre o mesmo tema.
Este poema de Santa Teresa foi escrito na terça-feira de
Páscoa de 15 7 1 , após o seu êxtase depois de ter ouvido a can
ção Véante mis ojos pela freira Isabel de Jesús, mais tarde
priora do convento de Palência (V. Helmut Hatzfeld, Obra
citada, p. 17 1). A esse transe se refere Santa Teresa nas Mora
das de! casti!lo interior (Livro VI, capítulo 1 1) .
Victor García de la Concha inclui este poema entre os
que nasceram ligados ao transe místico (VG, 321).
124
6. NADA TE INQUIETE
Este poema, segundo Ángel Custodio Vega (AC, 108) ,
guatdava-o Santa Teresa no seu breviário; Efrén de la Madre
de Dios e Otger Steggink afirmam que este poema se achou
no seu breviário quando ela morreu (EO, 667) . Há uma glosa
deste poema que não é aceite como sendo de Santa Teresa
(AC, 107 e EO, 667) .
9·AIS DO DESTERRO
Victor García de la Concha põe em dúvida a autentici
dade deste poema pois não consta de nenhum códice primitivo,
embora se conserve uma especialíssima cópia realizada com letras
da santa coladas, à maneira de embutido, num papel. Por certo
que tal documento constitui base insuficiente para assentar uma
afirmação sólida (VG, 323 e 324) . Ángel Custodio Vega e
Efrén de la Madre de Dios e Otger Steggink, na sua edição
das Obras completas consideram-no de Santa Teresa (AC,
125 e EO, 656) .
12 5
mava que «essas copias de Gil e Pascoal são tão desleixadas, os
conceitos tão vulgares, as palavras tão toscas que propriamente
não são mais que "copias de papel de cego ': que em nada se pa
recem com as outras composições de Santa Teresa». Não somente
é excessiva esta opinião, mas, além disso, esquece-se do cardcter de
canto popular que logicamente tinha de coincidir - e algumas
vezes só repetir - com o que se cantava entre o povo. [. . .] Assim
hd que admitir dentro da lírica tradicional carmelita esses vi
lancicos como obra da Santa e de algumas das suasfreiras. Em
bora apareça isoladamente neles algum toque da espiritualidade
conventual, contudo os traços dominantes nas suas toscas expres
sõespastoris, com os vulgares nomes tópicos dospastores, Gil, L/o
rente, Brds e Menga, alusão ao Zaga! e à Zaga/a, e emprego das
formas dialogadas, é natural que resultem composições muito se
melhantes com o que é caracteristica geral dos vilancicos da noite
de Natal nessas datas e em anos posteriores. O facto não é estra
nho, jd que se trata da comemoração central do ano litúrgico
cristão celebrada em todos os sectores sociais. O cardcter de canto,
como é lógico, estd sempre muito marcado e com a variedade que
supõem as formas dialogadas; mas nestes casos as religiosas não
faziam mais que repetir o sabido e ouvido no mundo antes de te
rem ingressado no Carmelo (OD, 157 e 158).
126
que ia professar, «Hermana, por que veleis, I Os han dado hoy este
velo, I Y no os va menos que e! cielo, I Por eso no os descuideis. » O
coro de freiras repetiria no final das estrofes este verso que contém
implícito a essencial advertência de «velad» dirigida à irmã que
professava. (OD, 1 55 ) . Na tradução portuguesa perde-se o jogo
nas palavras velo (véu) e velar (vigiar) . Os versos 9 a 1 5 aludem
a palavras bíblicas, que podem ser do Evangelho de São Lucas,
1 2, 39-40 Oesus disse: [ . . . ] Se o dono da casa soubesse a que ho
ras vinha o ladrão, não deixaria arrombar a porta. Portanto, este
jam também preparados porque o Filho do Homem vird quando
menos o esperam.) ou da Primeira Epístola de São Paulo aos
Tessalonicenses, 5, 2 ( Vocês sabem muito bem que o dia do Se
nhor hd-de vir como um ladrão, pela calada da noite.) Os versos
26 a 38 aludem à parábola das dez virgens, que consta do capí
tulo 25 do Evangelho de São Mateus, versículos 1 a 1 3 : Então
o Reino dos Céus serd semelhante a dez virgens que, tomando as
suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco eram insensa
tas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao pegarem nas lâmpa
das, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes levaram
vasos de azeite com as suas lâmpadas. Atrasando-se o noivo todas
elas começaram a dormitar e adormeceram. À meia-noite ouviu
-se um brado: <<Aí vem o esposo, ide ao seu encontro!» Despertaram
então todas aquelas virgens e aprontaram as lâmpadas. As insen
satas disseram às sensatas: «Dai-nos do vosso azeite, porque as nos
sas lâmpadas estão a apagar-se». Mas as sensatas responderam:
«Não, talvez não chegue para nós e para vós; ide antes aos que o
vendem e comprai-o para vós mesmas>>. Mas, enquanto foram
comprd-lo, chegou o esposo e as que estavam prontas entraram com
ele para o aposento das núpcias e fechou-se a porta. Mais tarde,
chegaram as outras virgens e disseram: «Senhor, abre-nos a porta>>.
Mas ele respondeu: «Em verdade vos digo: Não vos conheço.
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora>>.
12 7
O verso 22 alude aos versículos 35 a 38 do capítulo 1 2
do Evangelho de São Lucas: Tende os rins cingidos e as lâmpa
das acesas. Sede semelhantes a homens que esperam o seu Senhor
voltar das núpcias, a fim de Lhe abrirem, Logo que ele vier a ba
ter. Felizes os servos que o senhor, à sua chegada, encontrar vigi
Lantes. Em verdade vos digo, ele se cingird e os colocard à mesa,
passando de um para o outro, os servird.
128
Sobre este poema escreveu Emilio Orozco Díaz: Outra
das composições deste género, ao que parece, composta pela Santa
<<para a profissão de Isabel de Los Angeles - Seja meu gozo no
pranto>> - está concebida indubitavelmente para ser recitada ou
cantada pela própria religiosa no acto de professar. Assim o con
teúdo desta série de redondilhas éprecisamente a declaração e pro
fissão de fé e entrega na clausura conventual a um ideal de
perfeição religiosa que se cifra e desenvolve numa repetida série de
terminantes expressões paradoxais ou antitéticas, nas quais se re
vela a recordação de algum romance cavalheiresco e da Lírica amo
rosa dos cancioneiros; tudo isso muito dentro do jogo de antíteses,
apreciado - como algo inevitável - pela Santa na expressão do
seu contraposto sentimento místico de gozar e sofrer simultanea
mente. já na primeira estrofe se declara em quatro expressões essa
postura tão teresiana de entrega ao sofrimento como gozo: «Seja
meu gozo no pranto, I sobressalto o meu repouso, I meu sossego do
Loroso, I minha bonança o quebranto» (OD, 156 e 157).
12 9
organizaram uma procissão para pedir a Deus que as livrasse de
tal praga. Madre Teresa compôs umas copias que foram can
tando todas, desde o dormitório até ao Coro, depois das matinas,
encabeçadas por um Santo Cristo - que por isso se chamou «dos
piolhos» -. Lidas as copias, vê-se claramente que a fondadora
ia à cabeça da procissão e actuava como solista e as religiosas re
petiam em coro o estribilho. [ . ] Recordemos uma vez mais este
. .
130
ÍN D I CE
Vivo sin vivir en mí . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Sobre aquellas palabras «dilectus meus mihi)) . . 32
jOh hermosura que excedéis! . . . . . . . . . . . . . . 36
Buscate en mí . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Vuestra soy, para vos nací . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Para pedir paciencia en las adversidades . . . . . . 50
Loa a la cruz redentora . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Coloquio de amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Ayes del destierro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Pastores que veláis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Al nacimiento del Redentor . . . . . . . . . . . . . . . 72
Ya viene el alba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Vertiendo está san gre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
En la Fiesta de los Reyes . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
A San Andrés apóstol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
A San Hilarión anacoreta . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
A Santa Catalina mártir . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
A la velación de la hermana Isabel de los Angeles 98
132
Prólogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
S ETA D E F O G O
133
En una profesión reli giosa . . . . . . . . . . . . . . . . 1 04
Ya no durmáis, no durmáis . . . . . . . . . . . . . . . 1 08
En la profesión de Isabel de los Ángeles . . . . . . 1 12
Pues nos dais vestido nuevo . . . . . . . . . . . . . . . 1 16
1 34
Numa profissão reli giosa . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Não durmais já, não durmais . . . . . . . . . . . . . . 1 09
Na profissão de Isabel de los An geles . . . . . . . . 1 13
Já que nos dais veste nova . . . . . . . . . . . . . . . . 1 17
Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
13 5
C O L E C Ç Ã O G A T O M A L T :f. S
O Teatro, Emma Santos
tradução de ManuelJoão Gomes
A Casa do Incesto, Anais Nin
tradução de Isabel Hub Faria
Hist6ria Universal da Infâmia, Jorge Luis Borges
tradução de José Bento
Primeiro Livro de Urizen (ed. bilingue), William Blake
versão de João Almeida Flor
Do Caos à Ordem (ed. bilingue), Ezra Pound
tradução e prefdcio de Lu!sa Campos e Daniel Pearlman
Mocidade, Joseph Conrad
tradução e introdução de Anlbal Fernandes
Cálamo (ed. bilingue), Walt Whitman
versão de José Agostinho Baptista
A Princesa, D . H . Lawrence
tradução de Anlbal Fernandes
A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock (ed. bilingue), T.S. Eliot
tradução e prefácio de João Almeida Flor
Lunar Caustic, Malcolm Lowry
tradução de Anlbal Fernandes
De Três em Pipa, L.F. Céline
tradução de Anibal Fernandes
A Fera na Selva, Henry James
tradução de Maria Teresa Guerreiro
«8 fcones>>, Arsenii Tarkovskii
versão de Paulo da Costa Domingos
Bartleby, Herman Melville
tradução de Gil de Caroalho
Os Hinos à Noite, Novalis
tradução de Fiama Hasse Pais Brandão
A Voz Humana, Jean Cocteau
tradução de Carlos de Oliveira
Seta de Fogo, Santa Teresa de Ávila
tradução prólogo e notas de José Bento
A Mão ao Assinar Este Papel, Dylan Thomas
tradução e prefocio de Fernando Guimarães
Pela Água, Sylvia Plath
tradução de Maria de Lurdes Guimarães
Ficção Suprema, Wallace Stevens
tradução e prefdcio de Luísa Maria Lucas Queiroz de Campos
xix poemas, e.e. cummings
selecção tradução e notas de Jorge Fazenda Lourenço
O Tempo Aprazado, Ingeborg Bachmann
selecção, tradução e introdução de João Barrento
Aos Monos da União e Outros Poemas, Robert Lowell
selecção, tradução e introdução de Mdrio Ave/ar
Antologia Breve, William Carlos Williams
selecção e tradução deJosé Agostinho Baptista
O Livro das Igrejas Abandonadas, Tonino Guerra
introdução de Vicente Jorge Silva, tradução de José Colaço Barreiros
Elegias Amorosas, John Donne
tradução e introdução de Helena Barbas
Esta É a Minha Carta ao Mundo, Emily Dickinson
tradução de Cecília Rego Pinheiro
A Última Costa, Francisco Brines
tradução e introdução de José Bento
Poemas de Amor do Antigo Egipto
tradução de He/der Moura Pereira, prefdcio de Paulo da Costa Domingos
Morismos, Teixeira de Pascoaes
selecção e organização de Mdrio Cesariny
Greguerías, Ramón Gómez de la Serna
selecção e tradução de Jorge Silva Melo
A Teoria e o Cão I Os Caminhos Que Tomamos, O . Henry
tradução de Fernando Pessoa
O Nariz, Nikolai Gógol
tradução do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra
Hamlet - Tragédia Cómica, Luis Bufiuel
tradução de Mdrio Cesariny
Chuva na Primavera e Outros Poemas, Li Shang-yin
selecção e tradução de José Alberto Oliveira
O Capote, Nikolai Gógol
tradução do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra
Poemas, Victor Hugo
selecção e tradução de Manuela Parreira da Silva
O Fogueiro, Franz Kafka
tradução de Alvaro Gonçalves
História do Soldado, C.-F. Ramuz
versão de Mário Cesariny
A Guerra Santa, René Daumal
tramcriação de Ant6nio Barahona
O Dom das Lágrimas (orações da antiga liturgia cristã),
introdução e tradução de Joaquim Félix de Carvalho e José Tolentino Mendonça
Vanina Vanini, Stendhal
tradução e introdução de Ant6nio Mega Ferreira
Avenida Névski, Nikolai Gógol
tradução do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra
Diário de Um Louco, Nikolai Gógol
tradução do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra
Primeira Neve (Haikus), lssa Kobayashi
versões de Jorge Sousa Braga
O Menino ao Colo. Momentos, Falas, Lugares do Sublime Santo António,
Armando Silva Carvalho
O Jogo das Nuvens, Johann Wolfgang Goethe
selecção, tradução, prefocio e notas de João Barrento
Poemas Anónimos - Turcos, Mongóis, Chineses e Incertos
organização e tradução de Gil de Carvalho
A Flagelação das Bolsinhas de Camurça seguido de Um Outro Kratki
Baschik, Heimito von Doderer, tradução deJosé A. Palma Caetano
O Retrato, Nikolai Gógol
tradução do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra
O Imenso Adeus - Poemas celtas do amor
tradução de José Domingos Morais
O Grito do Gamo - Poemas celtas da fé e do sagrado
tradução deJosé Domingos Morais
Parábolas e Fragmentos, Franz Kafka
selecção, tradução e prefocio deJoão Barrento
O Homem que Morreu, D.H. Lawrence
tradução e apresentação de Anfbal Fernandes
O Oficial Prussiano, D . H . Lawrence
tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
O Poema do Manto, Ka'b ibn Zuhayr
transcriação e aijamia manuscrita por António Barahona
A Perfeita Harmonia - Poemas celtas da natureza
tradução deJosé Domingos Morais
O Fim do Mundo Filmado pelo Anjo N.-0., Blaise Cendrars
tradução, apresentação e notas de Aníbal Fernandes
Folhas de Viagem, Blaise Cendrars
selecção, tradução e notas de Liberto Cruz
Lorenzaccio seguido de O Prisioneiro de Sintra, Paul Morand
tradução e apresentação de Anibal Fernandes
E Cantou como Canta a Tempestade,
Anna Akhmátova e Marina Tsvétaieva
selecção de Inês de Medeiros, tradução de António Mega Ferreira
Frágua de Amor I Floresta de Enganos, Gil Vicente
tradução e notas de José Bento
O Livro Branco, Jean Cocteau
tradução e apresentação de Anfbal Fernandes
Os Cardos do Baragan, Pana"it lstrati
tradução e apresentação de Aniba! Fernandes
Tenzo Kyokun - Instruções para o cozinheiro zen, Eshei Dogen
tradução de Virgfnia Essenreiter
posfocio de Yves Shoshin Crettaz
O Bebedor Nocturno, versões de Herberto Hei der
O Tempo das Suaves Raparigas e O utros Poemas de Amor, Ruy Belo
Carra a O. Luís Sobre as Vantagens de Ser Assassinado I O Seu
Enterro, F ialho de Almeida
REVISÃO: ANTÓNIO LAM PREIA