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SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE

BACHARELADO EM TEOLOGIA

ANTONIO DANIEL HOLANDA FERREIRA

RESENHA

RECIFE
2023
ANTONIO DANIEL HOLANDA FERREIRA

RESENHA: A Criação Restaurada de Albert M. Wolters

Resenha crítica apresentada como requisito parcial para avaliação na disciplina de Antropologia
Geral do curso Bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Norte. Professor: Pb. Hely.

RECIFE
2023
Resenha: WOLTERS, Albert M. – A Criação Restaurada. São Paulo: Editora
Cultura Cristã. 2006.

Albert M. Wolters é um filósofo e teólogo cristão canadense conhecido por suas


contribuições par a integração da fé cristã com vários aspectos da vida e daO autor
Nascido em 1942, é professor emérito de religião na Redeemer University em Ancaster.
O livro mais conhecido de Wolter é exatamente esse que estamos estudando: A
Criação Restaurada e é uma obra que se destaca no campo da teologia reformada e da
cosmovisão cristã. O autor fará reflexões, e algumas delas polêmicas, e análises sobre a
relação entre a fé cristã e a cultura, explorando como a cosmovisão reformada pode
iluminar nosso entendimento da criação e da redenção de Deus.
Wolters começa sua obra mostrando-nos a sua cosmovisão e criticando alguns
pensamentos já enraizados na teologia reformada, como por exemplo que seu argumento
de que a criação é intrinsecamente boa e reflete a glória de Deus, mas também foi
afetado pela queda da humanidade, resultando em uma cultura corrompida e distorcida.
O autor define o que é cosmovisão bíblica ou reformada e o que isso significa para
nossas vidas e bem no início do Capítulo 1 cita grandes escritores do século 20 como
Abraham Kuyper e Herman Bavinck que são grandes colaboradores na reflexão sobre a
cosmovisão reformada e suas contribuições para um entendimento profundo sobre este
tema e neste primeiro momento já define cosmovisão reformada ou bíblica como sendo o
desejo profundo de obedecer as escrituras em todas as áreas da vida e do serviço seria
então cosmovisão a estrutura compreensiva da crença de uma pessoa sobre os temas da
vida.
Entretanto, há muitas crenças básicas que entram em conflito umas com as outras,
alguns tem uma visão de casamento eterno, outras de que o divórcio deve ser fácil.
Portanto, as cosmovisões entraram em conflito entre as pessoas quando os temas são
aborto, homossexualismo, comunismo, segregação racial, censura, porém o autor critica a
polarização entre conservadores e progressistas como sendo tosca, o que de fato
discordo completamente, pois podemos sim dizer que a necessidade de aprofundar os
debates e encontrar mais ramificações nestas divisões e uma visão macro das coisas nos
levará a esta divisão entre positivo e negativo, entre o bem e o mal, entre direita e à
esquerda.
O autor nos encoraja a não cedermos à pressão do mundo e da sociedade para
que restrinjamos a autoridade da Bíblia apenas à área da igreja, da teologia e da
moralidade privada. Wolters diz que devemos resistir à essa pressão e não nos
curvarmos a nada que exista na sociedade que nos faça a quebrar algum dos
mandamentos do Senhor. As Sagradas Escritura devem estar acima de todas as coisas
inclusive deve redimir e guiar a nossa teologia e filosofia.
No capítulo dois, o autor abordará o tema da criação e faz uma análise sobre os
teólogos que fazem distinção entre criação e providência, pois para Wolters o fazer e o
governar são sinônimos. De fato, há uma lógica nesse pensamento de Albert, pois somos
levados a refletir que o Senhor criava e sustentava ao mesmo tempo. Por enquanto,
continuarei com o pensamento tradicional de que o Senhor tudo fez em seis dias, no
sétimo dia foi o dia de descanso e no oitavo dia iniciou a providência.
O autor critica os teólogos que inventam termos técnicos não encontrados nas
escrituras assim como: “Trindade”, “Onipotência”, “Sacramento”. Neste momento, o autor
é irônico e faz uma pergunta retórica questionando se deveríamos criar mais um termo
novo. Sabemos que as Escrituras nos foi revelada de forma progressiva e obedecendo
uma lógica e a sistematização do ensino das Escrituras por meio desses teólogos
criticados serve para organizar e estruturar melhor o aprendizado facilitando assim a
compreensão dos leitores. Albert Wolters foi infeliz em suas colocações neste trecho
demonstrando talvez preguiça ou então como característica da geração atual, de tornar
tudo mais superficial e leve e por isso propõe unificar a totalidade dessas doutrinas em
uma única palavra: “lei”. A ideia do autor é que a palavra “lei” engloba uma variedade
maior de significados para a realidade criada, fenômenos e princípios o governo de Deus
a lei de Deus governa todas as coisas o criador prescreve a lei para todas as suas
criaturas e ele governa o mundo decretando essas leis de fato é uma boa sugestão para o
ensino que Albert deseja passar aos seus leitores porém suas críticas e ironias são
desnecessárias. Nesse tema da criação, o autor divide seu conceito da palavra “lei” ou “os
atos de Deus na criação” como “lei particular” e “lei geral” onde “lei geral” seriam as leis
da física, da química, da biologia, da matemática e etc. e a “lei particular” seria a
coparticipação do homem em habitar a terra e fazer a vontade de Deus.
Albert embasa muito bem biblicamente sua tese de que Deus cria e ao mesmo
tempo sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder citando Jesus como este
sustentador e sendo a palavra sustentadora toda poderosa de Deus tanto na criação
como na extensão da criação. Até chegar na criação da Revelação por onde o Senhor
nos ensina a viver a depender dele em tudo o que fazemos através da sua Revelação
especial.
O autor se complica no final do capítulo 2 ao contrariar a hermenêutica reformada
sobre o fim dos tempos na qual os elementos se desfarão em fogo mesmo reconhecendo
que a melhor e mais confiável cópia traga essa ideia do texto original, mesmo assim, o
entende que uma outra interpretação desta passagem na qual ele acredita que esta Terra
atual apenas será purificada com fogo do Senhor e não desfeita para ser refeita pela
mesma Palavra de Poder de Deus.
No capítulo 3, trabalhará o tema da queda da humanidade e toda a sua extensão
contaminará toda a terra e até mesmo os sistemas de organizações de sociedades
humanas, sistemas políticos serão contaminados. É importante lembrar neste momento
que Albert também reconhece que tudo foi distorcido após a queda logo cada
pensamento em nossa mente já nasce contaminado e é devido a isso que precisamos de
um culto prescrito advindo de sua Santa Palavra para que com o passar do tempo e o
modificar das culturas em suas eras a palavra de Deus seja permaneça fiel.
Por fim, Albert Wolters tratará sobre Cristo ser o centro da redenção e restauração
da criação. Ele argumenta que os cristãos são chamados a serem agentes de restauração
cultural, participando ativamente em todas as esferas da vida humana, desde a arte até a
política, com uma perspectiva redentora. Isso se baseia em uma visão integral da fé cristã
que abrange todos os aspectos da vida. Wolters afirma que a redenção em Cristo não é
apenas uma questão pessoal, mas também tem implicações profundas para a
transformação da sociedade e da cultura.

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