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Universidade do Estado da Bahia

Jacobina - BA

UNEB, DCH, Campus IV.


Graduação Licenciatura em História - 2023.2
Docente: Valter Gomes S. de Oliveira
Discente: Aislan Nascimento Alves Pedroza
Disciplina: Aspectos da Europa Moderna

FICHAMENTO

COLLINSON, Patrick. “Lutero descobre o evangelho e desafia a Igreja”, 2003.


pp, 65-85.

Para se compreender melhor as reformas religiosas presentes na Europa


Moderna, o capítulo do livro de Patrick Collinson chamado “Lutero descobre o
evangelho e desafia a Igreja” é um ótimo aliado para o entendimento não só das
reformas e modificações nos sentidos da fé e racionalidade, mas também para explicar a
figura importante de Martinho Lutero, seus feitos em vida, suas participações dentro dos
nominalistas e como a sua imagem foi muito caluniada (assim como a mãe que fora
chamada de prostituta). Neste ato quase biográfico de Lutero, um micro história, dá-se
para esclarecer muitos acontecimentos, revoltas e estruturas que estavam estabelecendo
naquele período e região.
O autor, ao longo do texto, tem como objetivo também a desconstrução da
imagem interpretada de Lutero freudiana, reduzido ao ódio contra Deus, mas na verdade
era contra a Igreja daquela época e aos teólogos, pois: “Os sermões que Lutero ouviu e a
teologia que lhe ensinaram faziam da salvação uma questão da graça de Deus, e não
algo que pudesse ser comprado com uma vida virtuosa”. No entanto, ele afixou suas
“Noventa e Cinco Teses” contra o comércio de indulgências papais, que foram vendidos
para o pagamento das dívidas de algum arcebispo alemão e financiar a reconstrução da
basílica de São Pedro em Roma, pois "Logo que a moeda cai no cofre/a alma escapa do
Purgatório" (Johann Tetzel). Com isso, Lutero se torna rebelde contra esse sistema

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religioso vigente (a teologia escolástica e suas bases filosóficas em Aristóteles),
estimulando protesto e reflexões.

“A ocasião, disse Lutero em 1519, foi quando ele começou a fazer


conferências sobre os Salmos pela segunda vez, e chegou ao final
daquele texto.
Somente então compreendeu que a justiça de Deus não era uma
virtude punitiva, e sim algo com que Deus nos redime por meio da fé.
Foi quando percebeu que havia renascido.” (pg. 73-74)

Com o exposto, finaliza-se, portanto, que o texto aborda muitos critérios sobre
Martinho Lutero, seus seguidores e críticos, desde daquilo que Lutero fez ou não fez
(exemplo na página 73, em relação aos Noventa e Cinco Teses na porta da Igreja), ou
que ele foi ou não foi (exemplo na página 82, sobre as demonizações sobre Lutero),
tendo o principal eixo o ganho da salvação, a custa que deve-se ter para o recebimento
da graça de Deus, a diferenciação entre santificação e redenção, pois: “A questão não é
de que as boas obras já não sejam necessárias, mas não são necessárias para atingir a
salvação, pois seriam um motivo egoísta e escravizador”. Enfim, conclui-se que Lutero
trouxe as questões da libertação da humanidade da moralidade, de Deus habitar no
Holocausto, “teologia da cruz” (pg. 76-77) para os ideais vigentes daquela época
(dominicanos e agostinianos), onde criou-se muitos rivais e inimigos, fora perseguido
após críticas à Roma e as suas “corrupções”, excomungado pelo papa Leão X e
precursor de batalhas literárias e traduções do Novo testamento, ou seja, tudo isso seria
uma maneira de interpretação do autor sobre Lutero e o mesmo instiga investigarmos as
outras possíveis formas das interpretações da imagem de Martinho Lutero, seja na
própria Alemanha, seja indo além dela.

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