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O livro é composto de quatro seções, nas duas primeiras, se tenta justificar teoricamente
a Teologia da Libertação, e depois segue para desdobramentos práticos das questões
“teológicas”. Interessa-nos, especialmente, as duas primeiras seções, assim nomeadas: I
– Teologia e Libertação e II – Colocação do Problema.
A fim de remir o tempo, e mesmo para poupar os leitores de uma paisagem insólita,
hostil e improdutiva encontrada em cada página do escrito em questão, resolvi elencar
os pontos principais dessa “Teologia”, seguidas das contraposições Cristãs e bíblicas.
Esse conceito suscita questões. Afinal, por quais artifícios demoníacos, a Teologia
deixou o seu sagrado ofício de pensar e estudar sobre a Divindade para ir ocupar-se das
banais ações humanas na história? Acompanhe então como o negócio foi descendo
ladeira abaixo:
1
GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertação. Perspectivas. 6ª Ed. Trad. Jorge Soares. Vozes, Petrópolis.
1986.
2
Nesse sentido: “Seja como for, de fato, a teologia contemporânea acha-se em inesquivável e fecunda
confrontação com o marxismo. E em grande parte estimulado por ele é que, apelando para suas próprias
fontes, orienta-se o pensamento teológico para uma reflexão sobre o sentido da transformação deste
mundo e sobre a ação do homem na história”, p. 22.
3
Note-se que “um pensamento crítico de si mesmo e de seus próprios fundamentos” não é tarefa
teológica, e sim filosófica. A Teologia estuda Deus e a história da salvação. A crítica radical teológica não
pode ser feita pela própria Teologia, pois a Teoria da Ciência é eminentemente filosófica, vide HUSSERL,
Edmund. Investigações Lógicas. Prolegômenos à Lógica Pura. Vol. 1. Trad. Diogo Ferrer. 1ª Ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2014.
a) Em primeiro lugar a Teologia foi definida, não pelo seu objeto etimológico,
mas sim como uma atividade humana voltada a “inteligência da fé”. O jogo
de palavras sedutor, leva o teólogo a retirar os olhos de Deus e a voltá-los
para a sua própria ação, emburrecendo a sua fé.
4
Nesse mesmo sentido Gustavo Gutiérrez aduz: “Teologia que não se limita a pensar o mundo, mas
procura situar-se como um momento do processo através do qual o mundo é transformado”. Isto é
descaradamente o objetivo da própria Filosofia marxista segundo a qual “Os filósofos têm
apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”. Vide, MARX,
Karl. Teses Sobre Feuerbach. Disponível em:
https://www.marxists.org/portugues/marx/1845/tesfeuer.htm
em que vive, ou seja, a “redenção” do mundo cabe à ação revolucionária do
homem5.
i) Por fim se diz que enquanto a igreja seguia a ortodoxia cristã, não teria feito
nada de proveitoso para alcançar um mundo melhor. Por esse motivo, o
teólogo da libertação postula uma tal ortopraxia como novo paradigma de
ação eclesiástica. Como age de má-fé um sujeito desses: o mundo atual,
democrático, próspero e civilizado, é exatamente o fruto social do
Cristianismo fundado na ortodoxia. Todos os bons valores que hoje são
defendidos e existem, surgem da ortodoxia cristã. É esse mesmo mundo que
eles querem destruir a todo custo.
Agora que ficou entendido que na Teologia da Libertação só é possível ter como objeto
a “...reflexão crítica da práxis histórica”, exatamente porque não há Teologia alguma,
vamos avançar para analisar como fica a questão do pecado.
c) O pecado de não amar ao próximo, de fato, é a raiz de muitos males, mas até
uma criança sabe que amar o outro não significa aceitar os seus erros e nem
compactuar com eles. Não há nenhuma boa intenção nesse tipo de amor. O
“amor” da Teologia da Libertação não tem compromisso com a obediência à
Palavra de Deus, precisamente, porque não tem amor pela Lei de Deus.
e) Por fim, esse amor não é direcionado propriamente ao próximo e a Deus, mas
sim à causa revolucionária. Ocorre na Teologia da Libertação uma
substituição dos objetos amados. No amor bíblico, se ama à Deus e ao
próximo, mas na Teologia da Libertação, amar a Deus e ao próximo é estar
comprometido com a Revolução. O ódio bíblico é direcionado a todo tipo de
pecado e maldade, mas o ódio na Teologia da Libertação se volta contra tudo
aquilo que é contra a Revolução.
f) O amor à causa Comunista é tão grande que tudo lhe é submetido: Deus, a
Bíblia, a Teologia, o Cristianismo etc., tudo, absolutamente tudo, por causa do
amor ao Comunismo deve falar a língua da Revolução e se submeter a ela.
g) Esse falso amor busca arregimentar o outro, apenas, para militar na causa
comunista e, como a prioridade é ter militantes, pouco importa a condição
espiritual daquele a quem se busca. Aliás, quanto mais degradado o militante
estiver, tanto mais será eficaz na luta pela causa.
7. Ela não busca nenhum objetivo genuinamente cristão: não busca a salvação da
alma humana do poder do pecado; não exige o novo nascimento; nem arrependimento
sincero; não exige santidade aos crentes; transforma a Grande Comissão em campanha
revolucionária comunista e dessacraliza a Obra de Deus9.
9. Quanto aos pastores, padres e teólogos que são levados por essa ideologia, eles
abandonam o ofício sagrado que o Senhor lhes incumbiu, e tornam-se simples militantes
de uma causa que já tragou a vida de mais de 100 milhões de pessoas mundo afora.
10. De resto, não há como entender esse tipo amor que é pregado na Teologia da
Libertação. Amor que, quando se concretiza, mata, persegue, fecha igrejas, e comete
outras tantas atrocidades. Em verdade, a única forma de o compreender, ao fim, é como
um amor pelo avesso, o mesmo amor com que um demônio amaria.
9
No tópico denominado “O nível da reflexão teológica”, podemos constatar o quanto este nível é baixo,
ali, por exemplo, lemos um verdadeiro louvor ao secularismo: “Neste sentido, a secularização (...) é um
processo que não apenas se amolda perfeitamente a uma visão cristã do homem, da história e dos
cosmos, mas ainda favorece maior plenitude da vida cristã, na medida em que oferece ao homem a
possibilidade de ser mais plenamente humano”, p. 65.