Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FICHAMENTO
Á priori, deve-se destacar que a análise teórica sobre África precisa levar aos
pesquisadores da área para duas reflexões. Uma está voltada, segundo o autor, a uma
“análise profundamente crítica das condições meta-teóricas e teóricas de produção do
conhecimento em e sobre África e o quão elas são heuristicamente relevantes para os
fins a que se propõem”, e a outra se refere “a tomada de consciência de que o campo de
produção do saber e do conhecimento científico é um campo de luta, estando, por
conseguinte, assente e enredado em relações de poder”. Esses seriam um dos meios de
contornar as desigualdades intelectuais presentes no meio científico de pesquisa de
África, pois, o continente africano acaba se tornando apenas uma área (em um sentido
1
Informações coletadas no site do https://www.escavador.com/sobre/8184765/claudio-alves-
furtado. Acessado em 18/04/2024.
unificado) segmentado e partilhado apenas aos africanistas, sem haver nenhumas trocas
intelectuais institucionais ou de retorno, mantendo uma hegemonia de países “mais
avançados” (estrangeiros) sobre as pesquisas/pesquisadores de África. Nesse sentido, o
autor denota a importância da África e dos africanos em sua pluralidade de cultura,
política, sociedade, etnias, línguas e crenças, para que os africanistas possam
descolonizar o continente, evitar estereótipos e generalizações, assim podendo construir
meios “paradigmáticas que melhor permitam descrever, analisar e explicar as realidades
africanas”, favorecendo um diálogo entre africanos e africanistas, a fim “de uma co-
construção de saberes” sem barreiras continentais hegemônicas.
“Os estudos feitos sobre os primeiros centros de Estudos Africanos no Brasil, particularmente, o
CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais), o CEA (Centro de Estudos Africanos) e o CEAA (Centro de
Estudos Afro-Asiáticos) demonstram as áreas temáticas, disciplinares e geográficas recobertas, bem como
a dinâmica de evolução e/ou inflexão.” p. 27.