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Roteiro para análise do livro e do filme Capitães da Areia de Jorge Amado

Aluno:Aislan Nascimento Alves Pedroza

Turma: 3°C

Responda às questões, individualmente, com base no contexto que vivemos e no livro e filme
Capitães da Areia de Jorge Amado e poste a referida atividade na Classroom:

Parte II: O filme capitães da areia — paralelo com o livro

• Cenário: Como Salvador é retratada, estão presentes os lugares indicados no livro — o


bairro histórico do Pelourinho; o trapiche dos Capitães da Areia; a praia e a paisagem
marítima; o sincretismo religioso, a convivência de igrejas e candomblé; os ambientes
boêmios; o contexto social e sua influência.

Sim, as retratações de Salvador, no filme, estão presentes e há uma correspondência


com o do livro (até a parte aonde um dos meninos estão dormindo num barco e acorda
com a luz do sol, etc.).

• Enredo e desenvolvimento da ação: considerar se o enredo é fiel ao livro; de que forma se


dá o desenvolvimento da ação; o ritmo ágil da narrativa e o modo como esse recurso envolve
o espectador.

O enredo não é 100% fiel ao livro, pois há muitas partes que foram cortadas. Além
disso, o desenvolvimento da ação se dá, uma boa parte, por meio dos planejamentos
do Professor e das necessidades dos Capitães. O ritmo ágil e o modo como esses
recursos nos envolvem é por meio das necessidades que eles vão tendo e, de certa
forma, prende o espectador por deixar aqueles sutis desejos implantados (como querer
saber como vão fazer, vai dar certo mesmo? Como as pessoas irão reagir?)

• Personagens: comparar os do filme aos do livro, avaliando se o filme recria a atmosfera de


companheirismo e solidariedade entre os “Capitães da Areia”; avaliar a fidelidade ao livro,
ao retratar em imagens a trajetória individual de cada garoto; analisar a personagem Dora,
seu relacionamento com os capitães e com Pedro Bala, estabelecendo paralelos com o livro;
observar como se dá, no filme, a presença dos adultos que ajudam os meninos: padre José
Pedro está presente? E a mãe de santo?

De que modo aparecem? Refletir sobre o modo como os garotos e Dora são vistos pelos
espectadores.

Recriou uma atmosfera de companheirismo e solidariedade, nesse ponto foi bem fiel,
pois demonstrara desde o companheirismo até as brigas que ocorriam entre (ameaças
de tirarem do trapiche), ou seja, as imagens das trajetórias subjetivas de cada garoto
fora bem demonstrada. Já a Dora, no filme e no livro, fora quase violentada pelos
garotos, uma menina forte, arretada, tanto no filme quanto no livro, sendo considerada
a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala. Já os
adultos, o padre e a mãe de santo, eles ajudam e dão acolhimento à esses meninos, na
cura de doenças (tanto as freiras com Dora e a mãe Don’Aninha), ajudando como pode
com alimentos também. Por fim, muitos espectadores envolvidos, ao decorrer do filme e
livro, têm uma imagem dos meninos e Dora como ‘’malandros’’ mesmo.

• Localização no tempo: A narrativa do livro é situada nos anos 1930. A do filme, nos anos
1950. A respeito dessa localização, veja o que diz a diretora do filme, Cecília Amado, em
entrevista:

“Logo entendi que a história dos “capitães da areia” é muito próxima da história desses
meninos que estão nas ruas, que estão nas comunidades nos dias de hoje. Pouquíssima coisa
mudou na essência desse problema. Por que eles foram parar na rua? Como é que eles se
organizam? Como é a relação deles com a família, com as mulheres? Como é um grupo
essencialmente masculino? Como eles viam o preconceito? Isso não mudou dos anos 30
quando o romance foi escrito para os dias de hoje. O que mudou foi a violência bárbara, o
tráfico de drogas [...] E eu não poderia fazer um filme totalmente contemporâneo sem passar
por esses temas. [...] A gente resolveu criar um universo que se afastasse desse tipo de
violência “superficial” e que a gente embarcasse no drama, mas também no romantismo, na
aventura, na liberdade [...]. Então, fizemos um filme baseado nos anos 50, mas a partir daí,
com uma leitura própria, contemporânea, pela fotografia, pela direção de arte, seja pela trilha
sonora do Carlinhos Brown.

Debate: a alteração de data provocou alguma mudança na história? Se pensarmos nos dias de
hoje, os fatos narrados ainda existem na vida real? É perceptível no filme a leitura
contemporânea, por meio das imagens, da música, do modo de narrar a história?

Não, pois a mudança de data só demonstrou que aquilo que se construiu na década de
30 fora levado à frente nos próximos anos até os dias atuais. Sim, todos os fatos
narrados ainda existem na vida real, desde o abandono e a marginalização desses
menores, até a vida sexual ativa desses jovens. Sem sombra de dúvidas, o filme denota
muito bem as imagens, as formas da narração da história é bem vinculada com a nossa
contemporaneidade (principalmente na região de Salvador), a música e o famoso
berimbau e, por fim, esse contexto que retrata da vida real dos meninos de rua nessa
cidade, apesar de não ser totalmente contemporâneo, acaba sendo posto em
continuação também, ou seja, a contemporaneidade não mudou a essência do local.

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