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Literatura Medieval

séc. XII a XV

Período dos poetas palacianos e cronistas


GARCIA DE RESENDE
(1470- 1536)

FOI POETA, HISTORIÓGRAFO, DESENHADOR, MÚSICO E CANTOR. FOI


SECRETÁRIO PARTICULAR DO REI D. JOÃOII EDEPOIS SECRETÁRIO DO REI D.
MANUEL. FREQUENTOU A CORTE E FOINESSE CONTEXTO QUE COMPILOU O
CANCIONEIRO GERAL, PUBLICADO EM 1516. ESTA OBRA É O REPOSITÓRIO DA
MAIOR PARTE DA PRODUÇÃO POÉTICA PORTUGUESA QUE ESTÁ ENTRE O FIM
DO PERÍODO LITERÁRIO MEDIEVAL E O INÍCIO DO PERÍODO CLÁSSICO
Fernão Lopes(1380-1460)

É considerado o maior historiógrafo de língua


portuguesa; Foi escrivão de livros do rei D. João I e
«escrivão da puridade» do infante D. Fernando.

D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar


à investigação da história do reino, devendo redigir uma
Crónica Geral do Reino de Portugal.
CRÓNICA DE D. PEDRO I
POR QUE SEMELHANTE AMOR, QUAL ELREI DOM PEDRO OUVE A DONA ENES, RARAMENTE HE ACHADO EM
Como foi trelladada Dona Ines pera o moesteiro Dalcobaça, e da morte delRei Dom Pedro
ALGUUMA PESSOA, POREM DISSEROM OS ANTIIGOS QUC NENHUUM HE TAM VERDADEIRAMENTE ACHADO, COMO
AQUEL CUJA MORTE NOM TIRA DA MEMORIA O GRAMDE ESPAÇO DO TEMPO. E SE ALGUUM DISSER QUE MUITOS
FOROM JA QUE TANTO E MAIS QUE EL AMAROM, ASSI COMO ADRIANA E DIDO, E OUTRAS QUE NOM NOMEAMOS,
SEGUMDO SE LEE EM SUAS EPISTOLAS, RESPOMDESSE QUE NOM FALLAMOS EM AMORES COMPOSTOS [...... ] MAS
FALLAMOS DAQUELLES AMORES QUE SE CONTAM E LEEM NAS ESTORIAS, QUE SEU FUMDAMENTO TEEM SOBRE
VERDADE. ESTE VERDADEIRO AMOR OUVE ELREI DOM PEDRO A DONA ENES COMO SE DELLA NAMOROU, SEEMDO
CASADO E AIMDA IFFAMTE, DE GUISA QUE PERO DELA NO COMEÇO PERDESSE VISTA E FALLA,[ .......] E MORREO
ELREI DOM PEDRO HUUMA SEGUMDA FEIRA DE MADURGADA, DEZOITO DIAS DE JANEIRO DA ERA DE MIL E QUATRO
CEMTOS E CIMQUO ANOS, AVEMDO DEZ ANNOS E SETE MESES E VIIMTE DIAS QUE REINARA, E QUAREMTA E SETE
ANOS E NOVE MESES E OITO DIAS DE SUA HIDADE, E MANDOUSSE LEVAR AAQUEL MOESTEIRO QUE DISSEMOS, E
LAMÇAR EM SEU MUIMENTO, QUE ESTA JUMTO COM O DE DONA ENES. E POR QUAMTO O IFFAMTE DOM FERNAMDO
SEU PRIMOGENITO FILHO NOM ERA ESTOMÇE HI, FOI ELREI DETEUDO E NOM LEVADO LOGO, ATAA QUE O IFFAMTE
VEO, E AA QUARTA FEIRA FOI POSTO NO MUIMENTO. E DIZIAM AS GENTES, QUE TAAES DEZ ANNOS NUMCA OUVE EM
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PORTUGAL, COMO ESTES QUE REINARA ELREI DOM PEDRO.


 COMO ELREI MANDOU DEGOLLAR DOUS SEUS CRIADOS, PORQUE ROUBAROM
HUUM JUDEU E O MATAROM

 COMO ELREI DOM PEDRO DE PORTUGAL DISSE POR DONA ENES QUE FORA SUA
MOLHER REÇEBIDA, E DA MANEIRA QUE EM ELLO TEVE

07/09/2022
07/09/2022
Literatura Clássica
séc. XVI a XVIII

Renascimento
Sá de Miranda
(1481-1558)
Nasceu em Coimbra, doutorou-se em Direito na Universidade de
Lisboa e frequentou a Corte até 1521, data em que partiu para
Itália.
Fruto dessa viagem, trouxe para Portugal uma nova estética,
introduzindo o soneto, a canção, a sextina, as composições em
tercetos e em oitavas e os versos de dez sílabas.
Literatura Clássica
séc. XVI a XVIII
O sol é grande: caem coa calma as aves,
Do tempo em tal sazão, que sói ser fria.
Esta água que de alto cai acordar-me-ia, Do
sono não, mas de cuidados graves.
Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
Qual é tal coração que em vós confia?
Passam os tempos, vai dia trás dia,
Incertos muito mais que ao vento as
naves.
Eu vira já aqui sombras, vira flores,
Vi tantas águas, vi tanta verdura, As
aves todas cantavam de amores.
Tudo é seco e mudo; e, de mistura, Também
mudando-me eu fiz doutras cores. E tudo o
mais renova: isto é sem cura
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VIRGEM FORMOSA, QUE ACHATES A GRAÇA
PERDIDA ANTES POR EVA, ONDE NÃO CHEGA
O FRACO ENTENDIMENTO, CHEGA A FÉ
COITADA DESTA NOSSA VIDA CEGA
QUE ANDA APALPANDO PELA NEVOA BAÇA,
E BUSCA O QUE ANTE TE TENDO, NÃO VER
SEM SABER ATINAR, COMO, OU PORQUE,
ENTREI PELOS PERIGOS
RODEADO DE INIMIGOS,
POR PIEDADE A VÓS VENHO, E POR MERCER,
VÓS QUE NOS DESTES CALRO A TANTO ESCURO. 07/09/2022
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A NOSSA SENHORA.

CANCAÕ

Cego desse meu desejo


Mal dos males , amor dos amores
Que não daria estas dores
Por quantos prazeres vejo.
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Gil Vicente
 Embora tenha vivido em pleno Renascimento, Gil
Vicente não se deixou:
 Afetar pelas concepções humanísticas do período,
 Retratando, por meio de suas peças, os valores
populares e cristãos da vida medieval.

 Seu teatro é caracterizado como primitivo e


popular, embora tenha surgido no ambiente da
corte,
 Com a finalidade de servir ao entretenimento nos
serões oferecidos ao rei.

 A produção de Gil Vicente também se deu por


meio de poemas ao estilo das cantigas
dos Trovadores medievais.
Nasceu em Guimarães no ano de 1465 e faleceu em
Évora, no ano de 1536.
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  O valor do teatro vicentino encontra-se na sátira, muitas vezes
agressiva, contrabalançada pelo pensamento oriundo da religiosidade
cristã predominante à época. Sua obra é rica pela universalidade dos
temas e pelo lirismo poético que soube colocar na arte, em plena
atmosfera renascentista.
 papa,  moças casadoras
 rei,  agiotas.
 clero
 feiticeiras,
 alcoviteiras,
 judeus,
Vários tipos foram ridicularizados: a imperícia dos médicos - “Farsa dos Físicos”, a prática das feiticeiras -
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“Auto das Fadas”, o comportamento do clero – “O Clérigo da Beira”, entre outros.
 Primeira fase, (1502-1508), com influência espanhola de
Juan del Encina

 Na segunda fase, (1508-1516), a sátira social

 A terceira fase (1516-1536) atinge sua maturidade


intelectual
 crítica de costumes, atitudes moralizantes de caráter
medieval. :
 “Farsa de Inês Pereira”,
 “Auto da Beira”,
 “O Clérigo da Beira”,
 “Auto da Lusitânia”,
 “Comédia do Viúvo”,
 “Trilogia das Barcas” (Auto das Barcas do Inferno, Auto da
Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória)
 “A Floresta dos Enganos”

 De 1502 a 1536, Gil Vicente produziu mais de quarenta


peças de teatro, chegando a publicar em vida algumas
delas.
O TEATRO
VICENTINO
Auto da Índia (1509),
Exortação da Guerra (1513)
Quem Tem Farelos? (1515)
AutodadaBarca
Auto Barca do
do Inferno
Inferno (1517)
(1517)
Auto da Fama (1521)
Farsa de Inês Pereira (1523)
Gil Vicente (1465?-1537?) Auto da Feira (1528)
Floresta de Enganos (1536).
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Luís de Camões
(1525? 1580)

Luís Vaz de Camões terá nascido em Lisboa por volta de 1524.


Viveu algum tempo em Coimbra onde terá frequentado aulas de
Humanidades.
Regressou a Lisboa, levando aí uma vida de boémia.
Em 1553, depois de ter sido preso devido a uma rixa, parte para a
Índia. Fixou-se na cidade de Goa onde terá escrito grande parte da
sua obra.
Regressa a Portugal em 1569, pobre e doente, conseguindo publicar
Os Lusíadas em 1572.
Faleceu em Lisboa no dia 10 de Junho de 1580.
Literatura Clássica
séc. XVI a XVIII
Obras:
Os Lusíadas (poesia épica, 1572);
Rimas (poesia lírica, 1595);
El-Rei Seleuco (teatro, 1587); Auto de
Filodemo (teatro, 1587); Anfitriões (teatro,
1587).
Literatura Clássica
séc. XVI a XVIII
Fugiste de um amor tão conhecido,
fugiste de üa fé tão clara e firme,
e seguiste a quem nunca conheceste, não
por fugir de Amor, mas por fugir-me; que
bem vias que tinha merecido
o amor que tu a outrem concedeste.
A mim não me fizeste
nenhüa sem-razão, que bem conheço
que tanto não mereço;
fizeste-a àquele bem, firme e sincero,
que sabes que te quero,
em lhe tirar a glória merecida.
Perca, quem te perdeu, também a vida.

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