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Providência?
fr. Reg. Garrigou-Lagrange, O. P.
Foi desta forma que Abraão preparou-se para obedecer a Deus, que
lhe ordenava a imolação do filho; e foi com grande fé e boa vontade
que abandonava o devir de sua raça à vontade divina. Recorda-o
São Paulo, ao escrever na Epístola aos Hebreus 11, 17: “Pela fé
ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que
recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em
Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era
poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar”.
Raras são almas que chegam a tal perfeição. Mas é mister tentar.
São Francisco de Sales escreve: “Nosso Senhor ama com amor
delicadíssimo aqueles felizes que se abandonam à divina providência
sem divagar em considerações acerca da natureza, aproveitável ou
danosa, dos efeitos dessa providência; estão certos de que nada se
enviaria do amantíssimo coração paternal, nem que tal seria
permitido acontecer, de que não lucrassem o bem e a utilidade, uma
vez que depositamos nele toda a confiança... Quando (no
cumprimento do dever cotidiano) nos abandonamos de todo à
providência divina, Nosso Senhor cuida de tudo e nos conduz... A
alma está junto dele como um menino junto à mãe; quando ela o põe
no chão para caminhar, ele o faz até que sua mãe o pegue
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novamente no colo; quando ela o quer carregar, ele se larga em seus
braços: não diz nada nem pensa para onde vão, mas se deixa levar
ou conduzir para onde praz à sua mãe. Igualmente para esta alma,
que ama a vontade do bel prazer de Deus em tudo o que lhe
acontece, e se deixa levar, e não obstante caminha, cumprindo
denodadamente o que é da vontade de Deus positiva.” A exemplo de
Nosso Senhor, pode dizer verdadeiramente: “O meu alimento é fazer
a vontade de meu Pai”; é aí que ela encontra a paz, aquela paz que já
mora em nós, como vida eterna começada, “inchoatio vitae
aeternae”.
Tradução: Permanência
Fonte: www.salve-regina.com
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