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AS EXPERIÊNCIAS

DO REI DAVI

Kenneth Jones

Curso Bíblico
!_'ALEAJEÔMEGA"
C.P. 3033
06210-990 Osasco - SP
Fone: (011) 869-3526
Lição N°1
A QUEDA MORAL DE DAVI
Leitura: 2° Samuel 11.1 a 5,14 a 17; 12.1 a 15

A Bíblia, ao descrever os seus heróis, revela não somente os aios que estimulam a
nossa fé, mas também as suas falhas e pecados, para servir de advertência quanto aos
perigos espirituais e morais da vida
Davi foi muito abençoado por Deus e chegou ao cume do poder. O seu trono foi es-
tabelecido e o seu exército vitorioso. Venceu todos os seus inimigos físicos, porém foi
derrotado pelo inimigo espiritual, pelo pecado, o inimigo dele e nosso.

DERROTA NA PROSPERIDADE
Nos dias de adversidade, quando Davi estava sendo perseguido pelo rei Saul e es-
tava constantemente em perigo, ele venceu e saiu de todos os seus perigos, mas na hora
de prosperidade ele foi vencido, isto tem acontecido com multas pessoas: nos dias
amargos de dificuldades e de perseguições elas vencem, mas na hora da prosperidade,
quando tudo vai bem, são derrotadas.
O capitulo 11 começa com estas palavras: "Decorrido um ano, no tempo em que os
reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe e a seus servos com ele, e a todo
o Israel, que destruíram os filhos de Amom, e sitiaram a Rabá; PORÉM DAVI FICOU EM
JERUSALÉM" (2° Samuel 11.1). Tomou-se ocioso e Satanás sempre acha serviço para
mãos ociosas. Era dever de Davi estar com os seus soldados, que estavam na guerra,
mas Davi passava os dias deitado na cama ou passeando pelo palácio.

O PECADO DA COBIÇA
"Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa
real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa" (11.2).
A tentação se apresentou a Davi pelos olhos. É o pecado de cobiça, no qual Eva
também foi tentada. "Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos
olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu'" (Génesis
3.6).
Também Aça, um soldado de Josué, ao entrar em Jericó depois que os muros da
cidade ruíram, caiu pela cobiça. Aça desobedeceu a palavra de Deus e, quando o seu
pecado foi descoberto, ele confessou: "Quando VI entre os despojos uma boa capa ba-
bilónica e duzentos siclos de prata e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos,
COBICEI-os e tomei-os" (Josué 7.21).

UMA CADEIA DE PECADOS


A cobiça foi o primeiro dos pecados de Davi; por ele foi levado ao segundo, ao
adultério com Bate-Seba. Quando Davi ouviu que Bate-Seba estava grávida, ele procurou
cobrir o seu pecado e logo chamou o marido de Bate-Seba, Urias, o heteu, para voltar da
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batalha para sua casa. Desta maneira, Davi pensava que podia enganar o povo quanto ao
pai do futuro filho de Bate-Seba, porém não enganou a ninguém, senão a si mesmo. Pa-
rece que ele se esqueceu que não podia enganar a Deus, que sabe todas as coisas.
U rias, obedecendo a ordem do rei, voltou a Jerusalém, mas não voltou à sua casa, nem
viu a sua esposa e acabou voltando para a batalha sem cumprir o desejo do rei.
Agora Davi começa a maquinar um plano diabólico e, a fim de procurar cobrir o seu
pecado, resolveu matar Urias, pensando que desta maneira podia se livrar das con-
sequências do seu pecado. Um pecado chama outro pecado e Davi ia se afundando ca-
da vez mais no lamaçal do pecado. Enviou uma carta a Joabe com instruções de colocar
Urias em certa posição na batalha, que para ele seria a morte certa. O plano foi executado
e Urias caiu morto. Sete dias depois, Davi mandou buscar Bate-Seba e a trouxe para o
palácio, onde ela se tornou sua mulher. Foi um dos mais horrendos crimes, que marcou
na vida de Davi a mudança de rei piedoso para rei criminoso.

AS CONSEQUÊNCIAS
Embora, mais tarde, tenha sido perdoado, ele ceifou as consequências dos seus
crimes. A Palavra de Deus declara: "O que encobre as suas transgressões jamais prospe-
rará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Provérbios 28.13). Quem
procura encobrir o pecado não pode ser feliz e fica obrigado a cometer mais pecados pa-
ra tapear o crime.
Parace que no princípio Davi não se incomodou com o que tinha feito. Devia ter sa-
bido que, segundo a lei de Deus, da qual ele escreveu muito nos seus salmos, ele come-
teu crimes pelos quais na lei o castigo era a morte. A lei que ele tanto amava decretou:
"Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo será morto o adúltero e a adúlte-
ra" (Levftico 20.10) e "quem matar alguém será morto" (Levftico 24.17).
Segundo a lei, tanto Davi quanto Bate-Seba deviam sre mortos, mas provavelmente
Davi não se incomodava com isto porque, como ele era rei e chefe da nação, ninguém
ousaria julgá-lo nem executá-lo pelos seus crimes. Ele era a autoridade suprema no país.
Será que ele pensou no grande prejuízo que ele causou por destruir um lar e da grande in-
justiça de ter assassinado um fiel e bom soldado? Quem poderá calcular o prejuízo que a
nação teve em ter um criminoso como rei? Ele não somente prejudicou outros, mas
também ficou muito prejudicado. Além de outras coisas, ele perdeu a comunhão preciosa
com Deus.

REPREENSÃO ATRAVÉS DE UMA PARÁBOLA


Quase um ano tinha-se passado desde que Davi tinha cometido os crimes de as-
sassinato e adultério e ainda a sua consciência não tinha sido despertada Deus enviou o
profeta Nata para despertar a consciência de Davi porque parece que este não sentia o
seu pecado. Nata contou a parábola de um fazendeiro muito rico que, ao chegar um via-
jante à sua casa, para poder dar-lhe uma refeição, em vez de matar um cordeiro do seu
rebanho, tomou o único cordeirinho de um pobre e o matou.
-3-
Davi, não sabendo que era uma parábola sobre ele mesmo, ficou indignado pela in-
justiça e pela opressão do rico e, sem saber que o rico representava ele mesmo, passou a
sentença sobre o homem e sobre si mesmo: "Tão certo como vive o Senhor, o homem
que fez isto deve ser morto" (12.5).
Na parábola, pelo prejuízo que o rico deu ao pobre, Davi exigiu a restituição de qua-
tro vezes mais, segundo a lei (Êxodo 22.1): "Pela cordeirinha restituirá quatro vezes, por-
que fez tal coisa e porque NÃO SE COMPADECEU" (12.6). Mas o prejuízo que Davi cau-
sou foi muito maior do que o prejuízo que na parábola o rico deu ao pobre. Davi nunca
podia dar a restituição total do prejuízo causado. O profeta Nata não perdeu tempo em in-
terpretar a parábola e disse a Davi: "TU ÉS O HOMEM" (v. 7). De repente, Davi foi desper-
tado e foi obrigado a reconhecer a sua culpa perante Deus.
O profeta Nata enumerou as bênçãos que Deu tinha concedido a Davi e lhe deu
uma dura repreensão (w. 7 e 9).

O CASTIGO
O profeta Nata anunciou o castigo pelo pecado de Davi. Como este destruíra um
lar, a retribuição começaria no seu próprio lar.
Disse Deus, mediante o profeta Nata: "Agora, pois, NÃO SE APARTARÁ A ESPADA
JAMAIS DA TUA CASA, PORQUANTO ME DESPREZASTE e tomaste a mulher de Urias, o
heteu, para ser tua mulher" (v. 10). A Palavra de Deus diz: "Não vos enganeis: de Deus
não se zomba; pois AQUILO QUE O HOMEM SEMEAR, ISTO TAMBÉM CEIFARÁ" (Gaia-
tas 6.7). Esta é uma lei infalível. A espada entrou na própria casa de Davi. Amnom e Ado-
nias foram mortos pelas ordens de seus irmãos e Absalão foi morto na sua revolta contra
o pai. A espada e a imoralidade entraram na sua casa e quase acabaram com Davi e a
sua família.
Disse Deus a Davi pelo profeta: "Eís que da tua própria casa suscitarei mal sobre ti
e tomarei tuas mulheres à tua própria vista e as darei a teu próximo, o qual se deitará com
elas, em plena luz do sol". Esta profecia cumpriu-se quando Absalão se revoltou contra
seu pai e entrou em Jerusalém para reinar (2° Samuel 12.11 e 12).
"Então disse Davi a Nata: Pequei contra o Senhor. Disse Nata a Davi: Também o
Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás" (v. 13). Ele foi perdoado e não morreu,
mas as consequências do seu pecado ele as colheu durante o resto de sua vida Entre-
tanto, a sua comunhão com Deus foi restaurada.
*****

*
UçãoN°2
O PECADO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
Leitura: Salmo 51

Multa gente sabe dos pecados de Davi quando ele cometeu adultério com Bate-Se-
ba e do assassinato de Urias, o marido dela, mas poucos sabem do profundo arrependi-
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mento de Davi, com um espírito quebrantado e coração compungido e contrito. O Salmo
* 51 foi escrito por Davi depois da visita de Nata, o profeta, que aplicou à consciência de
Davi uma parábola por meio das palavras: "Tu és o homem". Estas palavras causaram-
lhe tristeza e arrependimento dos seus pecados.

ANALISANDO O SALMO
Nos primeiros quatro versículos Davi se preocupou com três assuntos: 1) O pecado
(v. 1); 2) O pecador (w. 2 e 3); 3) O ofendido (v. 4).
1) O pecado (v. 1). Neste versículo ele fez dois pedidos. Em primeiro lugar, ele
apela à compaixão e à misericórdia de Deus. O seu pecado ara enorme e também não
havia outro recurso. Orou Davi: "Compadece-Te de mim, ó Deus, segundo a Tua benigni-
dade e segundo a multidão das Tuas misericórdias". Ele reconhece que o seu pecado é
enorme e, por isso, ele não pediu apenas misericórdia, mas "a multidão das Tuas mise-
ricórdias".
O segundo pedido é: "Apaga as minhas transgressões". Mas como? Ele nunca po-
deria desfazer as consequências desastrosas do adultério e do assassinato. Quem po-
derá calcular a perda de uma vida terminada com violência e um lar desfeito? O prejuízo
para os ofendidos fica para sempre. Também quanto ao lar de Davi ele começou a colher
os frutos dos seus crimes. A espada que usou contra Urias não se apartou jamais dá sua
casa.
2) O pecador (w. 2 e 3). Houve uma mudança de pensamento do pecador porque
Davi disse: "Eu conheço as minhas transgressões e o meu pecado está sempre diante de
mim") (v. 3). Ele se arrependeu.
3) O ofendido (v. 4). Disse Davi: "Pequei contra Ti, contra Ti somente e fiz o que é
mal perante os Teus olhos" (v. 4). Não pode haver pecado que ofenda ou prejudique
mais ao homem do que o assassinato e o adultério. Davi reconhece a sua ofensa contra
Urias, porém há um aspecto do pecado mais severo e solene, pois em primeiro lugar o
seu pecado foi contra Deus. É uma desobediência à Palavra de Deus e ó uma afronta ao
trono de Deus.
Davi reconheceu isto quando disse a Deus: "Fiz o que ó mal perante os Teus olhos,
de maneira que serás tido por justo no Teu falar e puro no Teu julgar"' (v. 4). A justiça de
Deus exige o castigo do pecado. José, ao ser tentado pela mulher de Potifar, disse-lhe:
"Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?" (Génesis 39.9).
Davi disse ao profeta Nata: "Pequei contra o Senhor" (2° Samuel 12.13).

OS PROBLEMAS DO PECADO
• 1) O problema Interior da natureza pecaminosa. Davi reconheceu que ele, como
também todos nós, tinha nascido com uma natureza pecaminosa e disse: "Eu nasci na
iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe" (v. S). O problema não é somente
* pecar, mas sim, a causa do pecado que se encontra no interior do homem, na sua natu-
reza pecaminosa O homem não é somente um pecador porque peca, mas também peca

-5-
porque é pecador.
DAVI CONHECIA A SOLUÇÃO DESTE PROBLEMA e disse: "Cria em mim, ó Deus,
um coração puro e renova dentro de mim um espírito Inabalável" (v. 10). Davi desejava
uma obra feita por Deus no seu interior e, para descrever o poder de que precisava, em-
pregou o verbo "criar". "Cria em mim, ó Deus". É o mesmo verbo empregado em Géne-
sis 1.1 para descrever a Criação do mundo. "No princípio CRIOU Deus os céus e a terra".
A única solução do problema interno do homem é uma nova criação feita por Deus.
Quando Davi pediu: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro", ele antecipou o
Evangelho do Novo Testamento, quando o Senhor Jesus disse a Nicodemos: "Importa-
vos nascer de novo" (João 3.7). Só Deus pode criar vida e, pelo novo nascimento, Deus
dá uma nova vida A natureza velha continua pela vida toda, mas o crente em Cristo pode
ser controlado pela nova vida. O apóstolo Paulo ensinou: "E assim, se alguém está em
Cristo, é nova criatura; as cousas antigas já passaram, eis que se fizeram novas" (2a
Coríntios5.17).
Ao escrever o versículo 6, Davi ainda estava pensando na sua necessidade espiri-
tual no seu interior. Esta vez ele declara dois fatos: a) Que Deus deseja e exige justiça no
Intimo. "Eis que Te comprazes na verdade no Intimo" (v. 6). Isto era um problema para Jó,
que exclamou: "Quem da imundícia poderá tirar coisa pura?" (Jó 14.4); b) Que Deus quer
operar no íntimo, no lugar escondido do coração. Disse Davi: "No recôndito me fazes co-
nhecer a sabedoria" (v. 6).
2) O problema da convicção do pecado. Pelo Salmo 51 sabemos que Davi sen-
tiu o seu pecado e passou pela experiência triste chamada "convicção de pecado". Ele
pediu a Deus: "Faze-me ouvir júbilo e alegria para que exultem os ossos que esmagaste"
(v. 8). É uma experiência que passa porque a tristeza termina com a reconciliação com
Deus, recebendo a paz de Deus.
3) O problema de ter perdido a comunhão com Deus. "Não me repulses da Tua
presença" (v. 11). Como vamos entender estas palavras? No Salmo 23.6, Davi disse: "E
habitarei na casa do Senhor para todo sempre". Será que ele temeu perder este grande
privilégio? Pelos seus salmos sabemos que Davi gozava da presença do Senhor e no
Salmo 41.12 ele disse a Deus: "E me pões à Tua presença para sempre".
A comunhão na presença de Deus era uma experiência constante, mas agora pelo
pecado ele perdeu a comunhão com Deus. Ele temia que acontecesse com ele o que
aconteceu com o rei Saul quando este queria consultar ao Senhor e Deus não lhe res-
pondia (1° Samuel 28.6). Davi perdeu a comunhão com Deus e sentiu-se repelido da pre-
sença de Deus.
4) O problema de ser rejeitado no serviço de Deus. "Nem me retires o Teu Santo
Espírito" (v. 11). Não podemos fazer esta oração hoje em dia porque, pela descida do
Espírito Santo no dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio para ficar no crente para sem-
pre (João 14.16). Na época do Velho Testamento, o Espírito Santo vinha sobre certas
pessoas para fazer um serviço especial. O Espírito Santo tanto podia se apossar de pes-
soas como também se retirar delas (Juizes 16.20). Davi queria ser restaurado como servo
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de Deus e não ser rejeitado como o foi Saul.
5) O problema de perder o gozo da salvação. "Restitui-me a alegria da Tua sal-
vação" (v. 12). Davi não receava perder a salvação, mas já tinha perdido o gozo da sal-
vação. Queria a restauração da sua vida espiritual e a alegria da sua salvação. O pecado
destrói a comunhão com Deus, inutiliza a pessoa para fazer o serviço de Deus e rouba-lhe
a alegria da salvação.
Agora chegamos ao ponto mais importante do Salmo:

A RELAÇÃO DO PECADOR ARREPENDIDO COM DEUS.


Como já temos visto, as consequências do pecado são muitas, mas o que preocu-
pava Davi era o seu pecado contra Deus e a Sua justiça e como ele podia ser puro e livre
da culpa perante Deus. No versículo 9 ele pediu a Deus: "Esconde o Teu rosto dos meus
pecados e apaga todas as minhas iniqúidades". Deus pode justificar o pecador que se ar-
repende e crê em Cristo porque Deus escondeu o Seu rosto de Cristo a fim de poder es-
conder o Seu rosto do pecado daquele que crê em Cristo.
No versfculo 2, Davi pediu a Deus: "Lava-me completamente das minhas iniqúida-
des e purifica-me do meu pecado". O prejuízo contra Urias não podia ser desfeito, nem as
consequências para a sua própria casa, porém como poderia ser apagada a sua culpa? E
como o pecador podia ser purificado?

DAVI ENCONTRA A SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO PECADO


Então pediu a Deus: "Purifica-me com hissopo e ficarei limpo; lava-me e ficarei mais
alvo que a neve" (v. 7). É uma boa notícia para alguém que está passando pela con-
vicção de pecado ouvir que Deus pode purificar e lavar um pecador tão sujo, para ficar
mais alvo que a neve. Mas como descobriu Davi esta boa notícia?
Davi conhecia os cinco livros de Moisés e os ritos da purificação ordenados por
Deus, os quais são figuras da morte do Senhor Jesus, pela qual o mais vil pecador pode
ser purificado.
Mas o que significa o pedido: "Purifica-me com hissopo"? O hissopo é a mais hu-
milde e insignificante das plantas. Em 1° Reis 4.33 lemos que Salomão "discorreu sobre
todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até o hissopo que brota do muro".
Salomão falava da maior das plantas (o cedro do Líbano) e da mais insignificante (o his-
sopo que brota do muro).
Davi já estava passando pela experiência que o hissopo representa Ele disse a
Deus: "Não Te comprazes em sacrifícios, do contrário eu Tos daria" (v. 16). Não se pode
comprar nem fazer nenhuma obra para a purificação do pecado, mas há um sacrifício que
Deus aceita Davi declarou: "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado;
coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus" (v. 17). Isto é o que o hisso-
po representa
Há dois ritos no Velho Testamento onde o hissopo é usado para aplicar o sangue
de um sacrifício.
-7-
Quando Deus passou pela terra do Egito em julgamento, matando o primogénito
nas casas dos egípcios, os israelitas na véspera tinham aplicado o sangue do cordeiro
com hissopo nas ombreiras e a verga das portas das suas casas e o primogénito foi li-
vrado da morte. O sangue do Cordeiro de Deus (João 1.29), aplicado ao coração arre-
pendido, salva da morte eterna.
Para a purificação do leproso o sangue de uma ave era espargida com hissopo sete
vezes no leproso purificado (Levftico 14.6 e 7). No Salmo 51, Davi está como um leproso
espiritual e com o brado do leproso está dizendo: "Imundo, imundo", porém "o sangue
de Jesus Cristo, .o Filho de Deus, purifica de todo pecado" (1a João 1.7).
*****

Uçío N°3
A FELICIDADE
Leitura: Salmo 32

No Salmo 51 Davi expressou os seus sentimentos quando descobriu as con-


sequências terríveis do seu adultério com Bate-Seba. Reconheceu que o seu pecado foi
dirigido contra Deus e queria ver o seu pecado apagado e aquele triste acontecimento da
sua vida coberto na presença de Deus. O Salmo 51 expressa a tristeza e o arrependimen-
to do homem convicto do seu pecado.

NOVA EXPERIÊNCIA
O Salmo 32 foi escrito depois do Salmo 51, quando o salmista já tinha encontrado a
solução do seu problema. No Salmo 51, Davi, com a sua alma atormentada, clama a
Deus pela compaixão e pela misericórdia de Deus, mas no Salmo 32 a sua alma entrou na
calma e na felicidade da certeza que o seu pecado já tinha sido perdoado e que ele já ti-
nha sido lavado do seu pecado.
Depois da tempestade veio a bonança e depois da convicção de pecado encontrou
a paz. É como o arado que corta e revira a terra para que a semente caia em terra fofa,
brotando e produzindo fruto.
O Salmo 32 começa com a palavra "bem-averrturado" e, da mesma maneira, o livro
dos Salmos começa com a mesma palavra. "Bem-aventurado" significa "feliz" e "bem
sucedido". O primeiro salmo começa assim: "Bem-aventurado o homem que não anda
no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores" (Salmo 1.1). Aqui descreve-se o homem perfeito e é uma des-
crição do Senhor Jesus. É claro que Davi não podia alcançar a felicidade desta maneira.
O segundo salmo termina com as palavras: "Bem-aventurados todos os que nEle
se refugiam" (Salmo 2.12). É aqui que Davi podia se enquadrar. Este salmo também des-
creve o Senhor Jesus, o Filho de Deus, e quem se abriga nEle torna-se feliz e bem-aven-
turado. O Salmo 32:1 esclarece o que se entende por abrigar-se em Cristo: "Bem-aventu-
rado aquele cuja iniquidade é perdoada e cujo pecado ó coberto".
-8-
A VERDADEIRA FELICIDADE
Os dois primeiros versículos do Salmo 32 descrevem a verdadeira felicidade e os
dois começam com a bem-aventurança.
Nos versículos 1 e 2, Davi empregou três palavras diferentes para descrever a sua
ofensa contra Deus e trás verbos para descrever o que Deus faz com o pecador arrepen-
dido e que deposita a sua fé em Cristo.
1) "Bem-aventurado aquele cuja Iniquidade é perdoada". A palavra hebraica
traduzida por "iniquidade" significa "rebelião". A desobediência à Palavra de Deus é um
ato de rebelião contra Deus. A desobediência de Adão e Eva no Jardim do Éden foi um
ato de revolta contra Deus e desde aquela ocasião o mundo se encontra num estado de
revolta contra o Criador. O mundo manifestou a sua revolta contra Deus pela cruz de Cris-
to e até hoje vive revoltado contra o seu Criador. A felicidade depende da nossa relação
com Deus, pois, sem Deus, o homem não pode ter a felicidade verdadeira porque foi
criado pôr Deus para viver e trabalhar com Deus e, por isso, o revoltado não pode alcan-
çar a felicidade verdadeira neste mundo nem no porvir.
O primeiro passo para o caminho da felicidade é entregar as armas da rebelião. Isto
chama-se arrependimento e o rei Davi demonstrou o seu arrependimento no Salmo 51 e
também no Salmo 32. A sua atitude para com o pecado mudou e ele reconheceu a sua
ofensa contra Deus. Deus perdoou a revolta de Davi e a inimizade entre eles acabou.
Deus está querendo fazer isto com todos os revoltados deste mundo.
2) "Bem-aventurado aquele... cujo pecado é coberto". Como Deus pode cobrir o
pecado? A palavra hebraica traduzida por "expiação" tem o sentido de "cobrir o pecado".
A resposta à pergunta é que, pela morte do Senhor Jesus na cruz a favor dos nossos pe-
cados, Deus pode perdoar, cobrir e expiar os nossos pecados.
Como sabia Davi que o seu pecado podia ser coberto, não por ele, mas por Deus?
Pelos cinco livros de Moisés que os reis de Israel eram obrigados a ler (mas que a maioria
não cuidou disto) Davi aprendeu como a expiação foi feita e o pecado coberto do Dia da
Expiação.
A palavra hebraica traduzida "pecado'"significa "desviar-se do caminho". E é isto
que o homem tem feito. Ele está seguindo o caminho de sua própria vontade em vez do
caminho da vontade de Deus. A palavra hebraica traduzida "iniquidade no versículo 2
significa uma vida torta no sentido moral e fora da norma exigida por Deus. O pecado é
revolta contra Deus, é um desvio do caminho e é uma vida torta no sentido moral.

A JUSTIFICAÇÃO DO PECADOR (w. 1 e 2)


Os versículos 1 e 2 são citados pelo apóstolo Paulo em Romanos 4.7 e 8 para pro-
var que: "É assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem DEUS
ATRIBUI JUSTIÇA, INDEPENDENTEMENTE DE OBRAS" (Romanos 4.6). Davi disse:
"Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade e em cujo espírito
não há dolo" (v. 2). Deus pode não somente perdoar o pecador e cobrir o seu pecado,
mas Ele também pode justificar o pecador. Deus não imputa iniquidade, mas sim, imputa
-9-
justiça ao que crê em Cristo.
No versículo 2 apresentam-se dois fatos. São o fato de Deus justificar o pecador e a
atitude do pecador. "Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade e
em cujo espírito não há dolo". O ato de Deus tornou-se possível pelo sacrifício do Senhor
Jesus, mas também há uma condição exigida do homem: "E em cujo espírito não há do-
lo". Isto quer dizer que o homem deve ser sincero no seu arrependimento e fé. Ele pode
enganar-se a si mesmo e, as vezes, pode enganar a outros, mas não pode enganar a
Deus.

O PECADO CONFESSADO
Davi, por quase um ano, antes da visita de Nata, procurou esconder o seu pecado.
Em vez de gozar de felicidade, foi uma calamidade. Na tentativa de esconder o pecado de
adultério, ele mandou matar Urias. Ainda não tinha aprendido o provérbio: "O que enco-
bre as suas transgressões não prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará mi-
sericórdia" (Provérbios 28.13).
Nos versículos 3 e 4, Davi descreve como foi atormentado. Sendo acusado pela
sua consciência e castigado por Deus, faltou-lhe paz e felicidade.
Davi encontrou paz e felicidade quando Deus perdoou e cobriu o seu pecado. Disse
Davi: "Confessei-Te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: Confes-
sarei ao Senhor as minhas transgressões e Tu perdoaste a iniquidade do meu pecado" (v.
5). Quando alguém vem a Cristo para salvação, ele vem como um pecador; então é salvo
e o seu pecado é perdoado. É como um rebelde que se rende a Deus. Ele não confessa
os seus pecados porque são numerosos e não pode lembrar-se nem uma pequena parte
deles, porém ele chega a Cristo como um pecador e é salvo. Se depois de sua conversão
a Deus ele comete pecado, tem de confessar o seu pecado e o largar e, desta maneira, o
gozo da salvação e a sua comunhão com Deus são restaurados.

AS BÊNÇÃOS DA RESTAURAÇÃO
Podemos imaginar o alívio de Davi quando foram restaurados o gozo da sua sal-
vação e a sua comunhão com Deus, pois ele logo começou a contar as bênçãos do per-
doado:
a) Ele tem acesso à presença de Deus (v. 6).
b) Ele passou pelas experiências de libertação e preservação porque Deus é o
seu esconderijo (v. 7).
c) Ele pode ensinar aos outros o caminho da bem-aventurança (v. 8) e o seu
conselho é: "Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios
e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem" (v. 9).
Pela sua experiência, ele chegou a duas conclusões:
1) "Muito sofrimento terá de curtir o ímpio" (v. 10);
2) "O que confia no Senhor, a misericórdia o assistirá" (v. 10).
O salmo termina com felicidade e muita alegria, mas esta alegria é somente para os
-10-
pecadores que se tornaram justos pela expiação, que naquele tempo já podia ser gozada
em antecipação da morte do Senhor Jesus. É somente para os "retos de coração", para
aqueles que não encobriram o seu pecado e que se arrependeram.
"Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de
coração" (v. 11).
*****
* **
*
Lição N° 4
TRAZENDO DE VOLTA O BANIDO
Leitura: 2° Samuel 14.1 a 24

O nosso assunto começa com o crime de Absalão, filho do rei Davi. Amnom,
também filho do rei Davi, cometeu um crime contra Tamar, a irmã de Absalão (2° Samuel
13.1 a 22). Ouvindo o rei Davi estas coisas, muito se acendeu a sua ira, porém nada fez.
Passados dois anos, Absalão resolveu fazer justiça com suas próprias mãos e numa festa
que fez por ocasião da tosquia das ovelhas, convidou Amnom junto com os outros filhos
do rei. Quando o coração de Amnom estava alegre com o vinho, Absalão mandou os
seus servos matar Amnom. Este foi morto e os filhos do rei fugiram. Então Absalãb, a fim
de escapar da justiça, fugiu para a terra de sua mãe, Gersur, na Síria.
Três anos depois, quando Davi já se tinha consolado acerca de Amnom, Joabe, o
seu general, percebeu que o coração de Davi começava a inclinar-se para Absalão e, por
isso, Joabe resolveu fazer um plano para trazer de volta Absalão, o banido, para a casa
do pai.

PONDO "PANOS QUENTES"


O plano de Joabe de trazer de volta o banido é muito diferente do plano de Deus de
trazer de volta para Si o pecador que é banido de Sua presença, por causa do pecado.
Foi uma trama, um produto da astúcia de Joabe. Este mandou trazer uma mulher
sábia de Tecoa, que se apresentou ao rei Davi fingindo ser uma viúva triste. Ela inventou
uma estória comovente, segundo a qual seus dois filhos tinham brigado e um matado o
outro. Os vingadores de sangue vinham para matar o assassino e assim a tecofta perderia
os dois filhos. O rei ficou comovido pela estória e lhe disse. Tão certo como vive o Se-
nhor, não há de cair no chão nem um só dos cabelos de teu filho" (v. 1).
Foi neste ponto que ela revelou qual era o seu objetivo, mostrando a semelhança
entre o caso dela e o de Davi em relação a Absalão. Prosseguiu a mulher: "Por que pen-
sas tu de outro modo contra o povo de Deus? Pois, em pronunciando o rei esse juízo,
condena-se a si mesmo, visto que não quer fazer voltar o seu desterrado" (v. 13). Em se-
guida, ela pronunciou as palavras que são o ensino principal desta lição.

ALGUMAS VERDADES
"Porque temos de morrer e somos como águas derramadas na terra que já não se
-11 -
podem juntar, pois DEUS não tira a vida, mas COGITA MEIOS PARA QUE O BANIDO
NÃO PERMANEÇA ARROJADO DE SUA PRESENÇA" (v. 14).
Neste versículo há verdades, mas também há afirmações que precisam ser explica-
das.
"PORQUE TEMOS DE MORRER". Isto é verdade e, por isso, todo pecador, banido
da presença de Deus, precisa ser reconciliado com Deus.
"SOMOS COMO ÁGUAS DERRAMADAS NA TERRA QUE JÁ NÃO SE PODEM
JUNTAR". A mulher falou da brevidade da nossa vida.
"DEUS NÃO TIRA A VIDA, MAS COGITA MEIOS PARA QUE O BANIDO NÃO PER-
MANEÇA /^ROJADO DE SUA PRESENÇA". Não é verdade que Deus não tira a vida,
mas é verdade que Deus cogitou um meio de trazer de volta o banido. Porém a mulher
proclamou a teoria que Deus é somente o Deus de amor, mas não de justiça. É como cer-
tas pessoas dizem hoje em dia: "Deus é amor e não castiga ninguém". Deus é o Deus de
amor, mas a Sua justiça tem de ser satisfeita. Deus não pode sacrificar a Sua justiça para
trazer de volta o pecador banido da Sua presença.
A tecoíta queria que Davi suspendesse a pena de morte e trouxesse de volta seu fi-
lho, sem tratar do seu crime. Deus não pode fazer isto, mas Ele tem um meio pelo qual
Ele pode "ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3.26). Davi
percebeu que a mão de Joabe estava no plano da mulher tecofta e concordou em trazer
de volta Absalão sem tratar da justiça do caso.

UM REINO SEM JUSTIÇA


O trecho de 2° Samuel capítulos 11 a 18 descreve um reino sem justiça. Podemos
perceber a falta de justiça no rei e na sua família real. O rei Davi cometeu os crimes de
adultério e dt homicídio e, segundo a lei, a sentença era a morte. A sentença não foi exe-
cutada, mas Davi ficou sem poder executar a justiça no país porque no seu caso não
houve justiça. Em casa, Davi falhou e não disciplinou seus filhos. Amnom não foi punido
quando cometeu um crime contra Tamar. Pode ser que, por causa disto, Absalão tenha
feito justiça com suas próprias mãos e tenha mandado matar Amnom. Absalão fugiu para
escapar da justiça e ficou na Síria por três anos.
Pela astúcia de Joabe e da mulher de Tecoa, Absalão foi trazido de volta para Jeru-
salém sem sofrer o castigo pelo seu pecado e sem arrependimento. Porém, Absalão não
foi realmente perdoado e de maneira nenhuma foi justificado do seu crime. Não é desta
maneira que Deus traz de volta para Si o pecador.

MISERICÓRDIA SEM JUSTIÇA


Vamos ver o que acontece num país onde não há justiça. Absalão voltou para a sua
casa em Jerusalém, mas não lhe foi permitido encontrar-se com o rei. Isto mostra que não
foi realmente perdoado. A sua presença em Jerusalém foi apenas tolerada. Absalão mo-
rou dois anos em Jerusalém, mas não viu o rosto do rei. Deus não trata desta maneira ao
pecador que se arrepende e que crê em Cristo. Deus colocou o castigo que nós mere-
-12-
i ciamos no Senhor Jesus Cristo na cruz. Ali a justiça de Deus foi satisfeita e agora o peca-
dor arrependido, crendo em Cristo, é reconciliado com Deus. Ele tem paz com Deus, po-
de gozar a presença de Deus e tem comunhão com Deus.
Absalão no ficou satisfeito de ficar sem o perdão real e a situação estava intolerável
para ele. Sem justiça e sem arrependimento queria ver o rosto do rei. Ele esperava que
Joabe, que o tinha trazido de volta, o apresentasse ao rei e, quando Joabe não o atendeu
quando Absalão o chamou, enviou os seus servos incendiar o campo de cevada de Joa-
be. Este se irou e queria saber porque Absalão tinha feito aquilo. A resposta de Absalão
foi arrogante: "Mandei chamar-te, dizendo: Vem cá, para que te envie ao rei, a dizer-lhe:
Para que vim de Gesur? Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, quero ver a face do
rei; se há em mim alguma culpa, que me mate" (v. 32). Absalão usou de violência para
conseguir o seu desejo. Pelas suas palavras, aprendemos que Absalão não reconheceu a
sua culpa. Isto precisa acontecer antes que o banido possa ser reconciliado com Deus.
Quando Absalão foi chamado para ver o rei, ele ainda era rebelde de coração. Não
havia arrependimento nele e mostrou a sua hipocrisia quando "inclinou-se sobre o seu
rosto em terra diante do rei". "O rei beijou Absalão" (14.33). Não foi uma reconciliação
porque aquele que tinha sido banido ainda era rebelde.
A revolta no coração de Absalão foi revelada pela sua conduta. Ele começou a agir
como se fosse rei. Ele "fez aparelhar para si um carro e cavalos e cinquenta homens que
corressem adiante dele" (15.1). De manhã ele se colocou na entrada da porta da cidade.
Este era o lugar onde o rei julgava o povo.
Ele queria dar a entender que o rei não estava interessado no povo e que, se ele
fosse o rei, ele julgaria bem as suas causas. Absalão declarou: "Ah! quem me dera ser
juiz na terra! para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, PARA
QUE LHE FIZESSE JUSTIÇA" (15.4). Já pensou no criminoso querendo ser juiz?
Tornou-se claro que o plano de Joabe de trazer de volta o banido nãc tinha dado
certo. Absalão revoltou-se contra o pai e procurou matá-lo. Na batalha, Joabe, que tinha
trazido de volta o banido sem arrependimento, foi obrigado a matá-lo.

JUSTIÇA SEM MISERICÓRDIA


Temos uma ilustração disso na história do Império Romano. Na escuridão de um
quarto em Roma, um escravo de Brutus ouviu alguns homens fazendo uma conspiração
para matar Brutus e fazer voltar o rei Tarquim. Tudo foi resolvido e cada um dos conspira-
dores escreveu uma carta, informando Tarquim da sua decisão. Enviaram cartas a um
nobre que, por sua vez, as levaria ao rei Tarquim. O escravo, ouvindo isto, deu parte a um
f amigo de Brutus, que deu o alarme e capturaram o nobre e todas as cartas. Descobriram
então que dois filhos de Brutus estavam entre os conspiradores e, juntamente com os ou-
tros, foram levados perante Brutus a quem, como juiz, caberia julgar seus próprios filhos.
. Muita gente se ajuntou para assistir o julgamento. Ouviram o depoimento do escravo e a
leitura das cartas e assim foi provada a culpa dos dois filhos de Brutus. "Titus, Tiberius,"
bradou Brutus, "por que não fazeis a vossa defesa desta acusação terrível?" Não houve
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resposta. O povo escutava com simpatia, querendo saber o que ele iria fazer, nesta de-
cisão tão difícil, se ia mostrar misericórdia para com seus filhos ou se ia agir com justiça
segundo a lei romana. Foi um momento difícil para Brutus, mas ele resolveu não sacrificar
a justiça para mostrar a misericórdia. A sentença de morte foi anunciada e os filhos de
Brutus foram executados. É uma história de justiça sem misericórdia.

JUSTIÇA COM MISERICÓRDIA


Temos pensado em duas histórias. A primeira foi de misericórdia sem justiça e a
segunda de justiça sem misericórdia, mas a terceira história é da morte de Jesus Cristo na
cruz, onde a JUSTIÇA DE DEUS E A SUA MISERICÓRDIA SE ENCONTRAM EM PERFEI-
TA HARMONIA.
"Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram" (Salmo 85.10).
A espada da justiça caiu sobre Cristo na cruz e a justiça foi satisfeita. Por isso Deus pode
agir com misericórdia para com os pecadores. "Cristo morreu, uma única vez, pelos pe-
cados, o Justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus" (1a Pedro 3.18).

COMO PODE DEUS TRAZER DE VOLTA O PECADOR PARA A SUA PRESENÇA?


Já temos pensado na obra da cruz, pela qual o pecador pode ser reconciliado com
Deus, mas, como temos aprendido do exemplo de Absalão, há necessidade de uma mu-
dança no pecador. Deus não pode permitir um rebelde no céu.
Há necessidade de:
1) Arrependimento, em primeiro lugar. É uma mudança de pensamento e de atitu-
de para com Deus e para com o pecado. Sem o arrependimento não é possível o homem
ser reconciliado com Deus.
2) Nascer de novo, em segundo lugar. O Senhor Jesus disse a Nicodemos: "Im-
porta nascer de novo" (João 3.7). Ao crer em Cristo, a pessoa recebe uma nova vida e
uma nova natureza, embora a natureza velha permaneça. Desta maneira o pecador arre-
pendido e salvo torna-se idóneo para a presença de Deus.

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Lição N° 5
A PROVA DE LEALDADE
Leitura: 2° Samuel 15.7 a 26

O rei Davi mais uma vez estava passando pelo vale da incerteza, da tristeza, da re-
jeição e do perigo. Enquanto Davi estava no poder, todos eram seus amigos, mas, quan-
do seu filho se revoltou contra ele e ganhou a maioria do povo, Davi foi obrigado a fugir e,
pela rejeição de Davi, foi revelado quem era realmente leal a Davi e quem era traiçoeiro. É
uma lição para nós porque o nosso Senhor já foi rejeitado e ainda está sendo rejeitado
pelo povo do mundo. O período em que nós vivemos é o de provação, para descobrir
-14-
quais são os leais ao Senhor Jesus.
Para Davi as circunstâncias tornaram-se desfavoráveis por causa da traição de seu
filho Absalão e de Aitofel, o seu conselheiro.

ABSALÃO ENCOBRIU A SUA TRAIÇÃO COM A CAPA DE ZELO RELIGIOSO


Ele pediu a permissão do pai para ir a Hebrom para oferecer sacrifícios em cumpri-
mento de um voto que fizera quando tinha fugido para Gesur. Absalão nasceu e foi criado
em Hebrom e seu pai ali foi ungido rei de Judá. Ele escolheu a cidade de Hebrom para
declarar-se rei e iniciar a revolta contra o seu pai. "Tornou-se poderosa a conspirata e
crescia em número o povo que tomava o partido de Absalão" (15.12). De repente, Davi
perdeu tudo, incluindo o seu trono, e mais uma vez tornou-se o rei rejeitado. Sabendo do
perigo, Davi deu ordem para o seu povo sair às pressas de Jerusalém e fugir para o de-
serto. Agora é hora de descobrir quais são os seus amigos leais.
O nosso trecho apresenta-nos três quadros de homens que foram provados por
circunstâncias adversas e saíram bem na prova. São eles:

1) "OS HOMENS DO REI"


Apesar do fato que a maioria do povo se revoltou contra Davi, havia um bando leal
a ele. Chamam-se "os homens do rei". Ao receber a ordem de fugir, "os homens do rei
lhe disseram: "EIS AQUI OS TEUS SERVOS, PARA TUDO QUANTO DETERMINAR O REI
NOSSO SENHOR" (15.15).
Davi e todos os da sua casa safram de Jerusalém e, ao chegar à última casa, ele
parou e passou em revista as suas tropas: "os homens do rei".
Quais são os homens do rei? A resposta se encontra no versículo 18: "Todos os
seus homens passaram ao pé dele; também toda a guarda real e todos os geteus, seis-
centos homens que o seguiram de Gate, passaram adiante do rei". Eram os valentes,
homens leais a Davi. O nome "geteus" é logo explicado como "homens que o seguiram
de Gate". Não são filisteus, pois quatrocentos deles se refugiaram na caverna de Adulão
com Davi, que os ensinou a respeito de Deus e do temor de Deus. Em Gate o número
cresceu para seiscentos homens, que foram com Davi a Ziclague e a Hebrom. Eram pes-
soas que reconheceram Davi como o seu chefe e senhor. Quando Davi lhes deu a ordem
para fugir de Jerusalém, eles demonstraram a sua obediência, dedicação e identificação
com o rei rejeitado.
O Senhor Jesus é o Rei rejeitado pelo Seu povo, os judeus, e pelo mundo.
Ainda existe um bando de seguidores dedicados que com toda a sinceridade pode di-
zer-Lhe: "Eis aqui os Teus servos para tudo quanto determinar o Rei, nosso Senhor". O
nosso Senhor, rejeitado pelo mundo, está procurando os que estão dispostos a se identi-
ficar com Ele, prontos a obedecer e a dedicar as suas vidas ao serviço do Senhor Jesus.
"Os homens do rei"passaram no teste para poder seguir a Davi.

2) ITAI, O GETEU

-15-
Todos os homens do rei eram valentes e de confiança Alguns pertenciam à guarda
real, outros faziam façanhas no serviço de Davi e todos amavam ao rei e eram leais a ele.
Portanto, nos versículos 19 a 22 encontramos um exemplo excepcional de lealdade e de
identificação com o rei rejeitado. Itai, o geteu,'também foi um dos soldados de Davi que
tinham vindo com ele de Gate. Ele não era judeu e, por ser um exilado de seu país, não ti-
nha compromisso com país algum, porém, pela sua própria escolha, ele tinha compro-
misso com Davi.
Davi pôs à prova a lealdade de Itai (v. 19). Disse-lhe Davi: "Chegaste ontem e já te
levaria eu hoje conosco a vaguear, quando eu mesmo não sei para onde vou? Volta, pois,
e faze voltar a teus irmãos contigo. E contigo sejam misericórdia e fidelidade" (v. 20). A
resposta de Itai foi admirável. "Respondeu, porém, Itai ao rei: Tão certo como vive o Se-
nhor e como vive ò rei meu senhor, SEJA PARA MORTE, SEJA PARA VIDA. LÁ ESTARÁ
TAMBÉM O TEU SERVO" (v. 21).
Faz-nos lembrar da exortação do apóstolo Paulo em Romanos 12.1: "Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional". Para Itai foi uma entrega
sem reservas a Davi.
Com outras palavras, servos de Deus, através dos séculos, tem feito a mesma de-
dicação, não a Davi, mas ao Senhor Jesus Cristo.
ttai passou no teste. Foi exatamente o que Davi precisava e ele deu a ordem de
aprovação: "Vai e passa adiante. Assim passou Itai, o geteu, e todos os seus homens, e
todas as crianças que estavam com ete" (v. 22). Mais tarde, Itai foi promovido para ser um
dos três generais que comandavam o exército de Davi contra AbsaJão. Também há um
galardão para os fiéis ao Senhor Jesus Cristo neste tempo de rejeição.
Davi e todos os que o acompanhavam passaram o ribeiro Cedrom, seguindo o
mesmo caminho que o Senhor Jesus seguiu séculos depois. Davi passou naquele cami-
nho em direção ao deserto, mas o Senhor Jesus seguiu aquele caminho em oTreção ao
Jardim do Getsemani e ao Calvário. Quando Davi e o seu povo passaram o ribeiro Ce-
drom. a tristeza de todos foi muito grande e "toda a terra chorava em afta voz" (15.23).

3) A PROVA DE DAVI
O rei Davi também foi provado, mas a prova dete foi espiritual. Além dos homens do
rei. outros que eram leais a Davi subiram com ele, e entre eles Abiatar e Zadoque, oe sa-
cerdotes que pararam com a arca na ultima casa "até que todo o povo acabou de sair da
cidade" (v. 24).
O que Davi vai fazer agora com a arca? Ele não fez o que os israelitas fizeram le-
vando a arca para o campo de batalha contra os filisteus (1° Samuel 4.3) e que, segundo
o entendimento do povo, podia ter garantido a vitória. Davi mostrou um sentimento dife-
rente. Ele sabia que estava sofrendo por causa dos seus pecados cometidos contra
Deus, Bate-Seba e Urias. porque o profeta Nata profetizara o que agora estava aconte-
cendo. Profetizou Nata: "Agora, pois. não se apartará a espada jamais da tua casa" (2°
Samuel 12.10).
-16-
Quem comete o pecado pode receber de Deus o perdão e fica livre da condenação,
porém as consequências nesta vida ficam, pois as leis da administração de Deus deste
mundo não podem ser canceladas. Por exemplo: "Não vos enganeis: de Deus não se
zomba; pois aquilo que o homem semear, isso tamabém ceifará" (Gaiatas 6.7). Davi esta-
va ceifando o que ele mesmo semeara.

A ATITUDE DE DAVI É MUITO DIFERENTE DA ATITUDE DE SAUL


Quando Saul pecou, ele queria justificar-se, não se arrependeu e revoltou-se contra
Deus. Davi, ao contrário, sentiu o seu pecado, se arrependeu e se sujeitou ao castigo.
Davi procurou a misericórdia de Deus e disse a Abiatar e a Zadoque: "Torna a levar
a arca de Deus à cidade. Se achar eu graça aos olhos do Senhor, Ele me fará voltar para
lá e me deixará ver assim a arca como a sua habitação" (v. 25). Naquele momento, a
maior preocupação de Davi foi devolver a arca ao seu devido lugar em Jerusalém e o
maior gozo dele seria contemplar no seu devido lugar a arca e a sua morada, símbolos da
presença de Deus que ele tanto almejava Sabia que, pelo poder de Deus, ele poderia vol-
tar a Jerusalém, mas tudo dependia da vontade de Deus.
Na sua prova, Davi mostrou mansidão, pois não tinha o espírito de rebeldia,contra
Deus. Pelo contrário, demonstrou um espírito contrito, isto é, uma dor profunda de ter
ofendido a Deus.
Em dois dos salmos ele fala do espírito e coração contritos. "Perto está o Senhor
dos que têm coração quebrantado e salva os de coração oprimido [também traduzida
como "contrito"] (Salmo 34.18). "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebranta-
do; coração compungido e CONTRITO não o desprezarás, ó Deus" (Salmo 51.17). Davi
conhecia Deus e tomou a posição onde podia ser abençoado por Deus.

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Lição N° 6
CONFIA OS TEUS CUIDADOS AO SENHOR
Leitura: 2° Samuel 15.27 a 31; Salmo 55

A situação de Davi, ao fugir de Absalão, é triste e perigosa, causando-lhe preocu-


pações e cuidados. "Seguiu Davi pela encosta das Oliveiras, subindo e chorando; tinha a
cabeça coberta e caminhava descalço, todo o povo que ia com ele, de cabeça coberta
subiu chorando" (2° Samuel 15.30). A maior preocupação de Davi foi ser apanhado de
surpresa no caminho por Absalão e os seus soldados, porque o povo com crianças an-
dava muito devagar.

A FUGA
Ainda subia pela encosta das Oliveiras quando recebeu mais notícias desagradá-
veis. "Então fizeram saber a Davi, dizendo: Aitofel está entre os que conspiram com Ab-
-17-
salão (v. 31). Foi um abalo muito grande para Davi por duas razões. Aitofel era amigo do
peito de Davi e, além disto, era um excelente conselheiro; agora, como traidor, tornou-se
um grande perigo. "O conselho que Aitofel dava naqueles dias era como a resposta de
Deus a uma consulta; tal era o conselho de Aitofel, assim para Davi como para Absalão"
(16.23).
Com a chegada dos dois sacerdotes, Zadoque e Abíatar, Davi logo percebeu que
eles podiam ser de maior utilidade para ele em Jerusalém do que no deserto. Por isso os
enviou de volta para Jerusalém com a arca e com os dois filhos dos sacerdotes, para ser-
virem de mensageiros, a fim de lhe darem informação dos planos de Absalão. Mesmo
não podendo servir no deserto, eles tinham um serviço muito importante para prestar a
Davi. Disse-lhes Davi: "Olhai que me demorarei nos vaus do deserto até que me venham
informações vossas" (15.28).
Ao receber a noticia da traição do seu amigo e conselheiro Aitofel, em primeiro lugar
Davi orou a Deus. Em tempos de dificuldades, de desapontamentos e de calamidades, a
primeira coisa que devemos fazer é orar. Davi orou: "Ó Senhor, peco-Te que transtornes
em loucura o conselho de Aitofel" (15.31).

O SALMO 55
Na ocasião, quando Davi recebeu as notícias da traição do seu amigo e conselheiro
Aitofel, ele externou os seus pensamentos no Salmo 55. Nos versículos 1 a 5, ele expres-
sa a sua dúvida e os seus temores.
a) A dúvida de não ser ouvido por Deus. Ele disse a Deus: "Atende-me e respon-
de-me; sinto-me perplexo em minha queixa e ando perturbado" (v. 2). Ele ficou descon-
fiado que Deus não tivesse ouvido a sua oração (2° Samuel 15.31) por causa do adultério
com Bate-Seba. Ele sabia que estava sofrendo as consequências do seu pecado. É fato
que há ocasiões quando Deus não atende as orações. Deus não atendeu as orações do
rei Saul e também não atende a oração do rebelde, do desobediente e daquele que não
se arrependeu do seu pecado. Porém Davi não estava nesta situação, pois ele já se tinha
arrependido e a sua paz e o gozo da sua salvação já lhe tinham sido restaurados. Ainda
assim, a dúvida veio à tona.
b) Davi expressa os seus temores nos versículos 3 a 5. Foi uma experiência
terrível. Disse Davi: "Extremece-me no peito o coração, terrores da morte me salteiam;
temor e tremor me sobrevêm e o horror se apodera de mim" (w. 4 e 5).

COMO PODIA SER RESOLVIDO O PROBLEMA?


Em primeiro lugar, Davi pensou em FUGIR DO PROBLEMA (w. 6 a 8). "Quem me
dera asas como de pomba! Dar-me-ia pressa em abrigar-me do vendaval e da procela".
Este pensamento não dá certo. As pessoas que fogem de um perigo ou de um problema
geralmente correm para outro, talvez pior. Não adianta fugir de um problema; o certo é re-
solvê-lo. Davi queria asas para voar para longel
O problema podia ser resolvido pela oração. Ele orou para que fosse destruído e
-18-
confundido o conselho de Altofel (w. 9 a 11). Davi orou: "Destrói, Senhor, e confunde os
seus conselhos" (v. 9). Mas, mesmo Deus atendendo a sua oração, ELE NÃO PODIA
SUPORTAR A SITUAÇÃO.
Indignado, ele disse: "Com efeito, não ó um inimigo que me afronta: SE O FOSSE,
EU O SUPORTARIA; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim: pois DELE ME
ESCONDERIA" (v. 12). A provação foi de uma maneira inesperada e para ele foi demais.
Se fosse provado de outra maneira, ele poderia ter suportado a prova; se fosse somente
um perigo físico, ele poderia ter-se escondido dele, mas, sem mencionar o nome de Aito-
fel, ele disse: "Mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo. Jun-
tos andávamos, juntos nos entrelinhamos e íamos com a multidão à casa de Deus". O
seu espírito foi ferido e o seu coração quebrantado.
O seu problema não foi somente físico, mas também emocional. O seu grande ami-
go e conselheiro tornou-se um traidor. Muitas vezes um problema emocional é mais difícil
de solucionar do que um problema físico. Ele estava acostumado com os perigos e Deus
o livrou de todos, mas a traição do seu amigo o deixou derrotado, pois era um problema
que ele mesmo não podia resolver.
No versículo 16 ele virou-se de si mesmo e do seu problema para Deus disse: "Eu,
porém, invocarei a Deus e O SENHOR ME SALVARÁ". Este é o ponto de mudança no
salmo e no versículo 17 já vemos a mudança na atitude e no espírito de Davi. Ele não está
mais oprimido de espírito e não tem dúvida quanto à oração, pois ele disse: "Ele ouvirá a
minha voz" (v. 17). Não está mais perturbado e sem paz no seu coração porque ele disse:
Ele "livra-me a alma, em paz, dos que me perseguem" (v. 18).
Agora ele sabe que Deus ouviu a sua oração e, mais uma vez, ele tem paz no seu
coração e no seu espírito. POR QUE ESTA MUDANÇA? Será que a oposição acabou? Ou
os seus inimigos cessaram com a sua hostilidade contra ele? Será que a situação mu-
dou? Não mudou porque no versículo 19 ele, descrevendo os seus inimigos, disse: "por-
que não há neles mudança nenhuma" (v. 19). Em seguida, Davi descreveu o seu antigo
amigo e conselheiro: "A sua boca era mais macia que a manteiga, porém no coração ha-
via guerra;-as suas palavras eram mais brandas que o azeite, contudo eram espadas de-
sembainhadas'" (v. 21). Não havia mudança nas suas circunstâncias, porém havia uma
mudança em Davi.

QUAL O SEGREDO DESTA MUDANÇA?


Não é mais segredo porque no versículo 22 ele já contou o seu segredo, como da
depressão e da aflição de espírito ele passou a gozar a confiança e a paz. Ele disse:
"CONFIA OS TEUS CUIDADOS AO SENHOR e Ele te susterá: jamais permitirá que o justo
seja abalado" (v. 22). É bom saber que em qualquer situação em que nos acharmos (de
tristeza, de traição, de oposição, de problemas, até mesmo de problemas emocionais)
podemos passar para uma experiência de bênção, de sossego e de paz.

MAS COMO PODEMOS CONFIAR OS NOSSOS CUIDADOS AO SENHOR?


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Em primeiro lugar, devemos CONFIAR QUE O SENHOR MESMO PODE RESOL-
VER O PROBLEMA.
Em segundo lugar, temos de agir. O apóstolo Pedro em 1a Pedro 5.7 está citando
esta mesma exortação e ele explica: "LANÇANDO SOBRE ELE TODA A VOSSA ANSIE-
DADE, porque Ele tem cuidado de vós".
Como podemos lançar sobre o Senhor toda a nossa ansiedade? É pela oração,
mas alguém pode orar e não lançar sobre o Senhor os seus cuidados. Ao invés de arcar
com o fardo dos nossos problemas, da nossa preocupação, nós, pela oração, transferi-
mos o fardo de nós para o Senhor e assim não ó mais nossa a responsabilidade, mas sim
é responsabilidade do Senhor e Ele é capaz de resolver o problema.
O versículo 22 do Salmo 55 afirma: "E Ele te susterá". Isto quer dizer que não so-
mente o fardo de nosso pecado ó transferido para o Senhor, mas também que Ele nos
segura, nos sustenta, nos firma e nos conserva. O versículo de 1a Pedro 5.7 acrescenta
mais um pensamento precioso: "Ele tem cuidado de vós". Ele não somente cuida da
nossa preocupação, mas também Ele cuida de nós, da nossa vida, do nosso bem-estar,
da nossa vida espiritual.
O apóstolo Paulo em Filipenses 4.6 e 7 explica mais sobre este assunto. Ele escre-
veu: "Não andeis ansiosos de COISA ALGUMA; EM TUDO, porém, sejam conhecidas
diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça E A
PAZ DE DEUS QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO GUARDARÁ OS VOSSOS CO-
RAÇÕES E AS VOSSAS MENTES EM CRISTO JESUS".

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UçãoN°7
HUSAI, ZIBA E SIMEI
Leitura: 2° Samuel 15.32 a 16.14; 19.16 a 23

Ao fugir de Absalão, Davi encontrou-se com três homens: Husai (o amigo de Davi),
Zlba (o oportunista) e Simei (o inimigo de Davi).

1) HUSAI, O AMIGO DE DAVI (2° Samuel 15.32 a 37)


"Ao chegar Davi ao cume, onde se costuma adorar a Deus, eis que Husai, o arquita,
veio encontrar-se com ele, de manto rasgado e terra sobre a cabeça" (2° Samuel 15.32).
Ele era da cidade de Arqui (Josué 16.2) e era fiel conselheiro de Davi. Para Davi, a chega-
da de Husai foi a resposta à sua oração para dissipar o conselho de Aitofel. Para executar
o plano de Davi, Husai precisaria fingir fidelidade a Absalão e depois traí-lo pelo seu con-
selho. É um plano que nós não podemos recomendar, nem imitar. Traição não ó para o
cristão e quem usa engano e traição ó pago com a mesma moeda. Deus podia ter res-
pondido à oração de Davi de outra maneira, sem necessidade de fazer uso de tal meio.
Nesta história vemos mais uma vez como a lei da administração de Deus funciona.
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"Aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gaiatas 6.7). Disse-lhe Davi: "Se
voltares para a cidade e disseres a Absalão: Eu serei, ó rei, teu servo, como fui dantes
servo de teu pai, assim agora serei o teu servo, dissipar-me-ás então o conselho de Aito-
fel" (15.34). Absalão enganou e traiu seu pai, mas também ele foi enganado e traído por
Husai e Davi, que, por sua vez, foi enganado por Zibal

ESTA HISTÓRIA NOS ENSINA A RESPEITO DE COOPERAÇÃO


Cada um funciona no seu devido lugar, segundo as suas possibilidades. Husai ia
seguir Davi para o deserto, mas disse-lhe Davi: "Se fores comigo, ser-me-ás pesado" (v.
33). Ele estaria fora de sua função, pois não era soldado, mas um assessor do rei. Por is-
so, poderia servir a Davi melhor na cidade. Davi também enviou de volta para Jerusalém
os dois sacerdotes e seus dois filhos. Os sacerdotes podiam cumprir o seu dever religio-
so e, ao mesmo tempo, enviar os dois filhos como mensageiros com informações dos
planos de Absalão para Davi.
Na Igreja de Deus cada membro tem uma função e um trabalho que só ele pode fa-
zer. A Igreja depende da cooperação de cada membro. "Deus dispôs os membros, colo-
cando cada um deles no corpo como Lhe aprouve" (1a Corintos 12.18). Cabe a cada
membro da Igreja de Deus descobrir qual é a sua função e o seu serviço. Husai obede-
ceu. Lemos: "Husai, pois, amigo de Davi, veio para a cidade e Absalão entrou em Jeru-
salém" (v. 37).

2) 2BA, O SERVO TRAIÇOEIRO E OPORTUNISTA (2° Samuel 16.1 a 4)


Por 2° Samuel 9 já temos conhecimento de Ziba. Como servo da casa de Saul, ele
informou Davi onde estava Mefibosete, o filho de Jônatas. Davi restaurou a Mefibosete to-
das as terras de Saul e mandou Ziba e sua família cultivarem as terras para Mefibosete.
Ziba não estava contente com isto porque ele queria as terras para si. Ao ouvir que Davi
estava fugindo de Jerusalém, Ziba apressou-se a encontrar-se com Davi.
No cume do monte, Davi despediu-se de Husai e, dobrando o cume, começou a
descer e lá estava Ziba com dois jumentos e sobre eles duzentos pães, cem cachos de
passas, cem frutas de verão e um odre de vinho (16.1). Naquele momento, Davi estava
sentindo muito a traição de seu filho e de seu conselheiro Aitofel. Por isso, ao encontrar-
se com Ziba, não suspeitou que ele era outra pessoa falsa e um caluniador de Mefibosete.
Ao ver Davi a oferta de Ziba reconheceu que não podia ser mais oportuna e isto cegou os
seus olhos, achando que agora, na sua tristeza e necessidade, ele encontrava um amigo
verdadeiro. Ao invés disto, ele encontrou um falso amigo, que não se interessava pelo
bem-estar de Davi, mas em tirar vantagens para si mesmo.
Tristeza demais cega a pessoa de tal modo que não percebe as realidades. Davi fi-
cou alegre por ter achado, por fim, um amigo e logo fez duas perguntas. "Perguntou o rei
a Ziba: Que pretendes com isto?" A resposta foi como Davi esperava: "Os jumentos são
para a casa do rei, para serem montados; o pão e as frutas para os moços comerem; o
vinho para beberem os cansados no deserto" (v. 2). A armadilha foi bem armada, mas Zi-
-21-
ba estava esperando a segunda pergunta: "Onde está, pois, o filho de seu senhor?" (v.
3). Respondeu Ziba ao rei: "Eis que ficou em Jerusalém, pois disse: Hoje a casa de Israel
me restituirá o reino de meu pai" (v. 3).
Foi mais um golpe para Davi, porque ele logo pensou que fosse mais uma traição.
A acusação de Ziba não tinha cabimento porque a revolta não estava a favor da casa de
Saul, mas do filho de Davi. Além disto, um homem como Mefibosete, com seu defeito físi-
co, não podia alimentar a esperança de ser rei de Israel. Davi não parou para pensar e
examinar a acusação de Ziba. Sabemos que Mefibosete queria seguir Davi na sua fuga
para o deserto, mas ele foi traído por Ziba. Quando ele mandou Ziba albardar o jumento-
para ele ir ler com o rei, Ziba o desobedeceu e ele mesmo foi ter com o rei, mas somente
para enganá-lo e falar calúnias contra o seu mestre. Mefibosete, como coxo, ficou incapa-
citado de andar e viajar porque ele dependia sempre da ajuda de outros.
A calúnia de Ziba conseguiu o resultado desejado e Davi, sem examinar bem a cau-
sa e sem ouvir a explicação e defesa de Mefibosete, pronunciu a sentença: "Teu é tudo
que pertence a Mefibosete". Disse Ziba: "Eu me inclino e ache eu mercê diante de ti, ó rei
meu senhor" (v. 4).
Que injustiçal Nisto Davi agiu precipitadamente e errou ao pensar que Mefibosete
também o traía e injustamente tirou tudo que pertencia a Mefibosete para dá-lo a Ziba.

3) SIMEI, O INIMIGO (2° Samuel 16.5 a 14; 19.6 a 23)


Quando Davi chegou a Baurim, a pouca distância de Jerusalém, no caminho para
Jericó, saiu Simei, que pertencia à casa de Saul, e amaldiçoou a Davi, dizendo: "Fora da-
qui, fora, homem de sangue, homem de Belial; o Senhor te deu agora a paga de todo o
sangue da casa de Saul, cujo reino usurpaste, já o entregou nas mãos de teu filho Ab-
salão; eis-te agora na tua desgraça, porque és homem de sangue" (16.7 e 8). Simei cor-
reu para o outro lado, ao longo do monte, caminhando e amaldiçoando e atirava pedras e
terra contra Davi (v. 13).
Foi uma prova dura para Davi. Abisai queria passar para o outro lado para matar
Simei, mas Davi não deixou. Nesta provação, Davi se saiu bem, pois não queria se vingar,
e também ele reconheceu que alguma coisa que Simei dizia era verdade. A sombra da
morte de Urias estava sempre com ele.
Davi mostrou mansidão em face de grande provocação. Para Davi foi o castigo
da mão de Deus. Falou com Abisai: "Ora, deixai-o amaldiçoar; pois se o Senhor lhe disse:
Amaldiçoa a Davi, quem diria: Por que assim fizeste?" (v. 10). Com toda a humildade, Da-
vi se sujeitou à. vontade de Deus e nesta humildade Davi esperava a misericórdia e a
bênção de Deus. Ele disse: "Talvez o Senhor olhará para a minha aflição e me pagará
com bem a sua maldição deste dia" (v. 12).
Quando o exército de Absalão foi derrotado e Davi estava de volta para Jerusalém,
entre os homens de Judá que foram ao encontro do rei se encontravam Simei e Ziba, que
atravessaram o rio Jordão "para fazer passar a casa real e para fazerem o que lhe era
agradável" (19.18). Esta vez, Simei mudou de atitude, mas não de coração. "Ele pros-

-22-
trou-se diante do rei" porque lhe convinha fazer as pazes com o rei.
Simei disse ao rei: "Não me imputes, senhor, a minha culpa, e não te lembres do
que tão perversamente fez teu servo no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalém;
não o conserves, ó rei, em teu coração" (19.19). Simei confessou que pecou e disse:
"Deveras confesso que pequei" (v. 20), porém foi uma confissão de conveniência e não
de convicção. Davi perdoou Simei, mas dois dos seus pedidos ele não podia atender.
O primeiro pedido. "Não me imputes, senhor, a minha culpa" (19.19). Ele foi per-
doado, mas não justificado. Davi não podia dizer que Simei não tinha culpa, mas Deus
pode fazer para o pecador arrependido o que Davi não podia fazer para Simei. Pela morte
do Senhor Jesus Cristo, Deus não imputa ou não atribui a culpa ao pecador que crê em
Cristo como Salvador. Deus faz ainda mais, pois Ele pode justificar o pecador, que fica
perante Deus como se não tivesse pecado. Ele é "justo e justificador daquele que tem fé
em Jesus" (Romanos 3.26).
O segundo pedido. "Não te lembres do que tão perversamente fez teu servo"
(19.19). Davi não podia esquecer o mal que Simei lhe fizera e antes de morrer deu ins-
truções para tratar o caso de Simei (1° Reis 2.8 e 9). Deus pode fazer o que os outros não
podem. Ele esquece dos pecados daquele que confia em Cristo. Davi mesmo escreveu:
"Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões"
(Salmo 103.12). Sabemos que o Oriente e o Ocidente não se encontram. O salvo goza de
uma salvação perfeita e a questão da culpa do pecado fica resolvida para sempre.

Lição N° 8
CONFIAR EM DEUS E NÃO DESESPERAR
Leitura: Salmos 3 e 4

1) O SALMO 3
Pela inscrição do salmo sabemos que foi escrito quando Davi perdeu o seu trono e
fugia de Absalão. "Salmo de Davi quando fugia de Absalão, seu filho". É um cântico da
manhã depois de um dia muito triste e cheio de emoções, quando Davi foi obrigado a fu-
gir do palácio e esconder-se nos vaus do deserto.

DAVI DESCREVE A SUA SITUAÇÃO


"Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os
que se levantam contra mim" (v. 1). Davi passou por muitas situações perigosas, mas em
toda a sua vida nunca passou por uma situação tão difícil como esta. Enquanto Davi es-
tava no palácio em Jerusalém, "tornou-se poderosa a conspirata e crescia em número o
povo que tomava o partido de Absalão" (2° Samuel 15.12). As notícias chegaram a Davi:
"Todo o povo segue decididamente a Absalão" (2° Samuel 15.13). Imediatamente Davi
disse aos homens que estavam com ele: "Levantai-vos e fujamos, porque não podere-
mos salvar-nos de Absalão" (2° Samuel 15.14). Todos safram à toda pressa e passaram o
-23-
ribeiro Cedrom, seguindo o caminho do deserto. Foi ali, nos vaus do deserto, que ele fi-
cou aquela noite e na manhã do dia seguinte provavelmente ele tenha escrito o Salmo 3 e,
à tarde do mesmo dia, o Salmo 4.

O POVO FALA DA SITUAÇÃO DE DAVI


Quando um rei perde o seu trono, geralmente é para sempre. Quando o povo viu a
desgraça de Davi, achou que Davi tinha acabado e nem Deus podia ajudá-lo! Davi mes-
mo escreveu: "São muitos que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele" (Sal-
mo 3.2). Para o povo era causa perdida e não havia esperança para ele. É fato que Davi
conhecia o seu Deus muito melhor do que o povo e que para Deus nada é impossível.
Naquela noite, talvez se tenha deitado numa cova e, apesar dos perigos, ele adormeceu.
Na manhã seguinte, ele escreveu: "Deito-me e pego no sono, porque o Senhor me sus-
tenta" (v. 5) e ele acrescentou: "Não tenho medo de milhares do povo que tomam po-
sição contra mim de todos os lados" (v. 6).

QUAL É O SEGREDO DA SUA CONFIANÇA EM DEUS QUANDO, SEGUNDO O POVO,


NÃO HAVIA ESPERANÇA PARA ELE?
No versículo 3, Davi conta o segredo. É o que Deus é para ele. Disse Davi: "Tu, Se-
nhor, és o meu escudo, és minha glória e o que exaltas a minha cabeça" (v. 3).
Davi, no deserto, como fugitivo, tinha três necessidades:
1) De proteção do inimigo. Quem Deus protege é protegido. Disse Davi a Deus: "Tu
és o meu escudo". Davi achou em Deus a sua proteção perfeita.
2) Estava envergonhado, pois perdera a sua glória e a influência como rei e agora
tornou-se um fugitivo, em perigo de vida. Porém ele achou uma glória que não acaba e
disse a Deus: "És a minha glória".
3) Ele foi abalado pelos acontecimentos, mas agora ele acha um novo ânimo e co-
ragem em Deus. "Exaltas a minha cabeça". Agora ele pode levantar a cabeça com cora-
gem e resolução para enfrentar o futuro.

VITÓRIA PELA ORAÇÃO


Ele orou: "Com a minha voz clamo ao Senhor e Ele do Seu santo monte me res-
ponde" (v. 4). A oração de um homem de fé é poderosa para mudar qualquer situação.
No versículo 7 ele ora: "Levanta-Te, Senhor! Salva-me, Deus meu". Em seguida, pediu a
derrota dos seus inimigos. O salmo termina com esta confiança e certeza: "Do Senhor é a
salvação e sobre o Teu povo a Tua bênção".

2) O SALMO 4
Há uma ligação entre os Salmo 3 e o Salmo 4. O Salmo 3 é o cântico da manhã,
enquanto que o Salmo 4 é o cântico da tarde, provavelmente do mesmo dia. Depois de
passar a noite e o dia no deserto, gozando dos cuidados de Deus, Davi escreveu este
salmo antes de enfrentar outra noite no deserto.

-24-
O salmista começa o quarto salmo com um novo nome de Deus nos salmos. "Res-
ponde-me quando clamo, ó DEUS DA MINHA JUSTIÇA" (v. 1). Na luta contra seu filho
Absalão, a sua causa é justa, porque ele era o rei ungido por Deus e pelo povo de Israel.
Com toda a mansidão, ele apela à justiça de Deus, entregando a sua causa a Deus, a
Quem ele chama: "Deus da minha justiça". Ele disse: "Na angústia me tens aliviado". A
angústia das primeiras horas da revolta foi aliviada, mas ainda está em perigo. Porém a
experiência da proteção de Deus e o descanso da noite levaram Davi a confiar no Senhor
para gozar mais uma noite de descanso e de proteção.
Davi confiou na justiça da sua causa, mas, ao mesmo tempo, ele sabia que estava
colhendo os frutos do seu pecado com Bate-Seba (2° Samuel 12.10). Davi, sabendo isto,
orou a Deus: "Tem misericórdia de mim e ouve a minha oração". Neste caso ele sentiu a
necessidade da misericórdia de Deus.

UM CONTRASTE
Nos versículos 2 e 3, Davi contrasta os rebeldes com o piedoso. A razão por-
que eles tomaram a glória de Deus em vexame ó porque amam a vaidade e para fazer isto
pregam mentiras. O caso do piedoso é bem diferente. "Sabei, porém, que o Senhor dis-
tingue para Si o piedoso. O Senhor me ouve quando eu clamo por Ele" (v. 3). Uma tra-
dução mais clara e: "O Senhor SEPARA para Si o piedoso". O sentido da palavra"piedo-
so" é "favorecido". Davi, mesmo colhendo o fruto das suas ações, pertencia a Deus e foi
separado por Deus para ser dEte somente. Também pela sua própria experiência Davi sa-
bia que Deus ouve as orações.
Nos versículos 4 e 5 Davi aconselha os rebeldes a deixarem a sua consciência falar,
oferecer sacrifícios não de animais, mas sim, de justiça e confiar no Senhor, o que não fi-
zeram.
"Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem?" (v. 6). Não somente fa-
laram: "Não há em Deus salvação para ele" (Salmo 3.2), mas também que não havia bem
para Davi naquelas circunstancias, que nada de bom podia resultar daquelas provações.
Mais uma vez, eles erraram.

CONSEQUÊNCIAS DA PROVAÇÃO
Os últimos três-versículos do salmo mostram como o bem pode sair da provação
daquele que ama a Deus.
O apóstolo Paulo escreveu: "Sabemos que TODAS AS COUSAS cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósi-
to" (Romanos 8.28). Até mesmo as coisas desagradáveis.
1) O primeiro resultado bom da sua provação foi que desejou conhecer melhor
a Deus. Davi orou a Deus: "Senhor, levanta sobre nós a luz do Teu rosto" (v. 6). O que
quer dizer isto? Pelo rosto podemos conhecer uma pessoa e pela luz do rosto revela-se
mais da pessoa A frase "luz do teu rosto" revela uma posição a favor de alguém. Davi
queria sentir o sorriso de Deus e a boa disposição de Deus a favor dele.
-25-
2) O segundo resultado da sua provação é alegria. Como podia Oavi ter alegria
quando estava em perigo de vida, escondendo-se numa cova no deserto? Como podia
ter alegria tendo perdido o seu trono e seu lar? A verdadeira alegria não se encontra nas
circunstâncias, mas sim, no Senhor. Deus colocou no coração de Davi uma alegria maior
do que a alegria dos que se regozijam pela fartura de alimentos e de vinhos. É uma alegria
não baseada no material, mas sim, no espiritual. O apóstolo Paulo juntamente com Silas
se alegraram no Senhor mesmo quando foram açoitados e metidos na prisão em Filipos.
Eles se alegraram e cantaram louvores a Deus (Atos 16.25). Davi sabia que o seu futuro
estava nas mãos de Deus.
3) O terceiro resultado da provação é paz. Muitas vezes o resultado da provação
é a falta de paz. Por que, no caso de Davi, ele gozou paz enquanto estava em perigo?
Porque Davi orou a Deus e entregou a sua causa nas mãos de Deus.
4} O quarto resultado da provação é a segurança. De forma alguma Absalão po-
dia matar seu pai porque Deus o protegia e o seu serviço aqui no mundo ainda não esta-
va terminado. Perguntamos: Por que Davi passou por aquela provação tão dura? Uma
razão é que, se ele não tivesse passado por aquela experiência, ele não teria escrito os
Salmos 3 e 4, os quais têm sido uma bênção para o povo de Deus, atribulado através dos
séculos.
*****
* **
*
Lição N° 9
O SALMO 63
Leitura: Salmo 63

É um salmo bonito e um dos mais espirituais escritos pelo rei Dai. É o exemplo mais
elevado da adoração dos judeus piedosos na época do Velho Testamento. Muitos dos
salmos de Davi, de grande valor espiritual e de grande conforto para o povo de Deus, fo-
ram escritos em tempos de adversidade, de tribulação e de perigo.

A OCASIÃO
O título do salmo nos informa: "Salmo de Davi, quando no deserto de Judá".
Sabemos que este salmo não foi escrito no deserto de Judá quando Davi fugia de
Saul porque no versículo 11 ele fala de si mesmo como rei e, naquela época ainda não
era rei.
Foi escrito quando ele foi obrigado a fugir para o deserto de Judá, quando o seu fi-
lho se revoltou contra ele. No salmo todo há uma ternura própria de alguém que passou
pela fornalha da aflição, causada por alguém a quem ele tanto amava. O salmo também
revela os seus sentimentos espirituais. Os Salmos 61 a 64 são associados com a revolta
de Absalão, mas o Salmo 61 foi escrito em Maanaim, depois da morte de Absalão.

ADORAÇÃO
-26-
O salmista começa o salmo com as palavras: "Ó Deus, Tu és o meu Deus forte". É
uma atitude de adoração. O Senhor, sendo Deus, exige a adoração (Êxodo 19.3 a 5) e
é só Ele a quem o homem deve adorar. O homem foi criado de um modo diferente dos
animais. Foi criado para adorar a Deus, e mesmo estando afastado de Deus e não conhe-
cendo a Deus, ele tem de adorar alguma coisa ou alguma pessoa.

EXPERIÊNCIA
Davi, porém, conhecia a Deus e disse-Lhe: "Ó Deus, Tu és o meu Deus forte". Esta
última palavra indica que Davi tinha experiência do poder de Deus. Conhecemos algumas
destas experiências como, por exemplo, ele matou um leão, um urso e Golias. Ele não ti-
nha apenas experiências de Deus no passado, mas também confiou em Deus para o futu-
ro.
No deserto, fugindo e em perigo de vida, ele expressa o seu maior desejo: "Eu Te
busco ansiosamente" (v. 1).
Esta vez ele não está buscando Deus por causa dos perigos, mas sim, porque ele
desejava conhecer melhor a Deus, ter mais comunhão com Deus e ter mais de Deus na
sua vida.
i
A VIDA ESPIRITUAL DE DAVI
Sua vida espiritual é manifesta por meio de seis figuras:
1) No deserto - A sede de Deus. Davi orou: "A minha alma tem sede de Ti; meu
corpo Te almeja, numa terra árida, exausta, sem água" (v. 1). Comparou a sua alma se-
denta com o deserto. O deserto tinha sede de água, mas Davi tinha sede de Deus. Quem
tem sede de Deus não fica infrutífero como o deserto. A sede de Deus deve ser a primeira
experiência daquele que quer conhecer melhor a Deus e ter comunhão com Ele.
2)O santuário (w. 2 a 4) - A contemplação. No ermo, afastado da adoração de
Deus em Jerusalém, Davi sentiu saudades. Porém o propósito principal do tabernáculo
com a sua mobília e sacrifícios era para ensinar ao povo verdades a respeito de Deus, a
Sua justiça, a Sua graça e como o israelita devia adorá-IO. Mesmo sendo privado do pri-
vilégio da adoração em Jerusalém, Davi podia, pela contemplação, aproveitar o ensino
precioso que recebeu a respeito do tabernáculo. Naquele tempo o tabernáculo estava em
Gibeom e a arca de Deus numa tenda em Jerusalém (1° Crónicas 16.39).
Davi não levou a arca de Deus para o deserto (2° Samuel 15.25), mas levou a re-
cordação do ensino da arca. No deserto ele não contemplava o tabernáculo, nem a arca,
mas contemplava a Deus. Ele disse a Deus: "Assim EU TE CONTEMPLO no santuário,
para ver a Tua força e a Tua glória" (Salmo 63.3). Ele contemplou a força do Senhor, isto
é, o que Deus faz. Sem dúvida, Davi lembrou-se da experiência amarga com a arca ao
trazô-la para Jerusalém (2° Samuel 6.7).

ISRAEL E A ARCA
Pela história da arca, Davi sabia como foi demonstrada a força do Senhor:
-27-
a) Quando pela arca uma passagem foi feita no Rio Jordão para o povo passar para
a Terra Prometida (Josué 3.17).
b) Quando as muralhas de Jericó rufram (Juizes 6.20).
c) Quando a arca de Deus foi colocada junto ao (dolc de Dagom, que caiu e se
quebrou (1° Samuel 5.3).

NO SANTUÁRIO, DAVI CONTEMPLOU A GLÓRIA DO SENHOR


A força é o que Deus faz, porém a glória representa o que Ele é - o Seu caráter, a
Sua santidade, a Sua justiça e a Sua graça. Hoje em dia, entendemos que a arca é figura
de Cristo, que é a glória de Deus e por Quem veio a graça de Deus. Na sua situação, Davi
se interessava na força do Senhor porque confiava no Deus onipotente para salvá-lo das
mãos do inimigo. Ele se interessava na justiça de Deus porque a sua causa com Absalão
era justa. Mas o que era mais atraente para ele era a graça de Deus, o amor imerecido de
Deus.
Davi queria viver, porém ele declarou: "Porque a Tua graça é melhor do que a vida"
(v. 3). Ao pensar na graça de Deus prefigurada na adoração no tabernáculo, e também na
sua própria experiência, ele se expressou de três maneiras:
a) LOUVOR - "Os meus lábios Te louvam" (v. 3).
b) BENDIZER ~ "Assim cumpre-me bendizer-Te, enquanto eu viver" (v. 4).
c) ORAÇÃO ~ "Em Teu nome levanto as mãos" (v. 4). Esta é uma das atitudes dos
judeus em oração. Pela graça de Deus, ele louva, bendiz e ora a Deus.
3) Uma festa (v. 5) - Satisfação.
O deserto somente pode ser figura de sua sede de Deus porque a sua alma festeja-
va e se satisfez. "Como de banha e de gordura farta-se [se satisfaz] a minha alma" (v. 5).
Como em Isafas 25.6 e em outros versículos, a gordura é figura de satisfação. A alma que
tem sede de Deus fica satisfeita. O nosso Senhor disse: "Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça porque serão fartos" (Mateus 5.6).
4) No acampamento militar (v. 6) - Meditação.
No deserto, Davi estava no meio dos seus soldados no acampamento militar. A noi-
te era dividida em três vigílias, quando as sentinelas se revezavam. A satisfação foi acom-
panhada pela alegria e pelo desejo de louvar a Deus. "Com júbilo nos lábios, a minha bo-
ca Te louva, no meu leito, quando de Ti me recordo e em Ti medito durante a vigília da
noite" (w. 5 e 6). Como soldado, Davi não deixava o acampamento sem vigias. E ele es-
tava de sentinela de uma maneira diferente: vigiava a sua vida espiritual. Ele não deixou o
inimigo invadir a sua mente, porque ele estava ocupado com a meditação em Deus, ali-
mentando-se e fortificando-se com pensamentos de Deus. Estava bem guardado.
5) Na sombra das asas (v. 7) - O abrigo seguro.
Em Êxodo 19.4 e em Deuteronômio 32.11 os cuidados de Deus para com os israeli-
tas na viagem do Egito para a Terra Prometida são comparados a uma águia levando so-
bre as suas asas os seus filhotes. Nos salmos a figura da asa mais uma vez aparece, mas
a frase "sobre as asas" mudou para "na sombra das Tuas asas", que descreve a segu-

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rança que Deus dá àquele que confia nEle. Falando com Deus, o salmista disse: "Escon-
de-me à sombra das Tuas asas" (Salmo 17.8). Ele acha segurança na sombra das asas
(Salmo 91.4) e abrigo (Salmo 36.7 e Salmo 61.4). No Salmo 63.7, pela sua confiança em
Deus, Davi expressa o seu contentamento e alegria num cântico: "À sombra das Tuas
asas eu canto jubiloso". O Senhor Jesus também empregou a mesma figura das "asas"
para revelar o que Ele queria fazer para Jerusalém e terminou com estas palavras tristes:
"E vós não o quisestes" (Mateus 23.37 e Lucas 13.34).
6) Na mão de Deus (v. 8) - Segurando a Deus e segurado por Deus.
No versículo 7 encontra-se mais uma figura da alma que confia em Deus. O rei Davi
descreve a sua confiança em Deus e, dirigindo-se a Deus, disse: "A minha alma apega-se
a Ti". Ele sente-se inseguro sem Deus e, por isso, ele se apega a Deus. Ao mesmo tempo,
sabendo que a sua força é muito pequena para segurar-se em Deus, ele descobre que ele
está na mão de Deus, isto é, seguro por Deus mesmo. Davi se apega a Deus, mas é Deus
que o segura com a Sua onipotente mão. Disse Davi a Deus: "A minha alma apega-se a
Ti; a Tua destra me ampara" (v. 8).
Nos três últimos versículos, Davi aborda o assunto dos seus inimigos que queriam
destruir a sua vida. Ele descreve o fim dos seus inimigos, porém não como ele condena-
va Saul.

Lição N° 10
OS ÍMPIOS
Leitura: 2° Samuel 17.1 a 14,23; Salmo 41.9 a 13

Nas lições anteriores estudamos a vida espiritual de Davi, um homem piedoso,


porém nesta lição vamos estudar a vida de dois homens ímpios:

1) ABSALÃO
Em muitos dos seus salmos o rei Davi contrasta o piedoso com o ímpio porque ele
escreveu da sua própria experiência e do que ele viu. Desta lição aprendemos que um ft-
Iho de um piedoso nem sempre é piedoso e pode até ser ímpio. A piedade não é hereditá-
ria, mas pode ser uma herança dos pais piedosos, pelo exemplo e pelo ensino no lar. Nis-
to Davi não deu um exemplo no lar porque Absalão foi criado por uma mãe pagã, sem
disciplina e sem o temor de Deus.
A vida de Absalão se descreve por vingança, ambição, vaidade e orgulho e, por is-
so, ele colheu o que semeou. Depois que seu pai fugiu, Absalão chegou ao palácio, mas
ele precisava de conselheiros para saber o que fazer para derrotar seu pai e confirmar o
reino nas suas mãos.
Aitofel, o amigo infiel e conselheiro de Davi, aconselhou a perseguição imediata de
Davi por doze mil soldados comandados pelo próprio Aitofel. Seria um golpe fatal para
Davi. Husai, o amigo de Davi, deu conselho a favor de Davi. Disse Husai a Absalão: "Eu,
-29-
porém, aconselho que à toda pressa se reúna a ti todo o Israel desde Da até Berseba em
multidão como a areia do mar e tu em pessoa vás no meio deles" (2° Samuel 17.11). Este
conselho deu a Davi mais tempo para fugir e também colocou Absalão em lugar de gran-
de perigo, podendo até ser morto. Ele não era soldado e o conselho apelou à sua vaidade
e ao seu orgulho e Absalão foi à batalha montado no seu mulo. Pensava que, pela sua
presença e com muita gente, ele venceria a batalha Davi, como um general capaz e expe-
rimentado, escolheu um lugar perto do bosque de Efraim para ser o campo de batalha O
exército de Absalão foi derrotado "e o bosque naquele dia consumiu mais gente do que a
espada" (18.8).
Queremos saber por que Absalão rejeitou o conselho de Aitofel em favor do conse-
lho de Husai, sendo derrotado? Há três razoes:
a) O caminho do orgulho sempre termina com a derrota.
b) O homem traça os seus planos, porém Deus os desfaz. "Então disseram Ab-
salão e todos os homens de Israel: Melhor ó o conselho de Husai, o arquita, do que o de
Aitofel. Pois ordenara o Senhor que fosse dissipado o bom conselho de Aitofel para que o
mal sobreviesse contra Absalão" (2° Samuel 17.14).
Absalão pensava que somente precisava tirar seu pai do trono para que pudesse
ocupar o trona e fazer a sua vontade. Ele não sabia que Deus reina em toda a terra e que,
apesar dos planos e da confusão que o homem faz, Deus cumpre a Sua vontade e o Seu
propósito.
c) Afinal, a justiça tem de ser executada, pois no fim o que prevaleceu foi a justiça
de Deus. Joabe e Davi tinham trazido Absalão, o criminoso, para Jerusalém sem justiça e
sem castigar o criminoso como a lei exigia, mas por fim Joabe, o autor do plano de trazer
de volta o rebelde sem executar as exigências da justiça foi obrigado a executar a justiça,
matando Absalão (2° Samuel 18.9 a 15). Absalão tinha orgulho da sua beleza exatrordiná-
ria (2° Samuel 14.25), especialmente da sua cabeça e cabelo. Quando ele fugia da batalha
no seu mulo, entrou no bosque e a sua cabeça ficou presa nos ramos espessos de uma
árvore, enquanto o mulo continuava adiante, deixando Absalão pendurado pela cabeça
na árvore, onde foi descoberto por Joabe e seus homens, que o mataram (2° Samuel 18.8
a 18). Enterraram-no não no túmulo dos reis, mas sim, numa cova no bosque, cobrindo a
cova com um monte de pedras (18.17).
O amor de Davi por seu filho foi um amor desequilibrado. Ao dar as ordens aos
seus comandantes, Davi não pensou na vida dos soldados, mas sim, somente na vida de
seu filho Absalão, que foi a causa daquela mortandade. Disse Davi aos generais: "Tratai
com brandura o jovem Absalão, por amor de mim" (18.5). Ao receber a noticia da morte
de Absalão, Davi lamentou a morte de seu filho de tal modo que desprezou a vitória que
seu povo ganhara para salvar a vida de Davi. Joabe, vendo que, pela sua atitude o rei es-
tava em perigo de perder o apoio do povo, repreendeu a Davi (19.4 a 8).

2) AITOFEL
Apesar do fato que Altofel tinha a reputação de ser sábio e o melhor conselheiro em
-30-
Israel, o sentido do seu nome é "touco". Como pode um sábio ter o nome de louco? A
sabedoria do mundo é uma coisa, mas a sabedoria de Deus é bem diferente. A sabedoria
de Aitofel falhou porque ele não sabia escolher. Ele escolheu um rebelde em lugar de um
rei que era temente a Deus e escolhido por Deus. Da mesma maneira, a sabedoria deste
mundo não tem o temor de Deus, nem quer a orientação vinda de Deus. O mundo de-
monstrou, pela rejeição de Cristo, que, como Aitofel, não sabe escolher. O apostolo Paulo
escreveu: "Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência
dos entendidos" (1a Coríntios 1.19) e "porventura não tornou Deus touca a sabedoria do
mundo?" (1a Coríntios 1.20).
Sabemos que Davi enfrentou a revolta de Absalão e Aitofel por causa do seu peca-
do contra Bale-Seba e Urias, mas qual foi o motivo que levou Aitofel a revoltar-se contra o
seu amigo? Pode ser que Aitofel quisesse vingar-se da destruição do lar de Bate-Seba e
da morte de Urias. Aitofel era o avô de Bate-Seba. Ela era filha de Eliã (2° Samuel 1 1.3) e
Eliã era filho de Aitofel (2° Samuel 23.34).
Quando Aitofel soube que o seu conselho fora rejeitado, ele albardou o jumento,
dispos-se e foi para a sua casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se
enforcou. Morreu e foi sepultado na sepultura de seu pai (2° Samuel 17.23). Ele viu que
Absalão seria derrotado e que Davi havia de voltar a ser rei e, por isso, não tinha futuro
para ele no mundo.

A TRAIÇÃO
Para Davi a traição de Aitofel foi um golpe que ele achou difícil suportar, como ele
se expressou em Salmo 55.12 a 14, que já temos estudado em lição anterior. No Salmo
41 .9 há mais uma referencia à traição de Aitofel, que também é uma profecia da traição do
Senhor Jesus por Judas Iscariotes. O rei Davi escreveu: "Até o meu amigo (mimo, em
quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar".
No evangelho segundo João, duas vezes se registra a referência feita pelo Senhor
Jesus a estas palavras de Davi. Na véspera da Sua morte, o Senhor Jesus, orando ao Pai,
disse: "Quando Eu estava com eles, guardava-os no Teu Nome, que Me deste, e prote-
gi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Es-
critura"(João 17.12). Em João 13.18 descobrimos a Escritura a que o Senhor se referiu.
Ele disse: "Não falo a respeito de todos vós, pois Eu conheço aqueles que escolhi; é, an-
tes, para que se cumpra a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim
seu calcanhar". O Senhor Jesus citou as palavras do rei Davi no Salmo 41, que se refe-
rem, em primeiro lugar, à traição de Aitofel, mas profeticamente referem-se a Judas Isca-
riotes, assim provando que Aitofel é tipo de Judas Iscariotes.
O Velho Testamento é uma maravilha porque profetiza a vida do Senhor Jesus,
dando até detalhes, como este da traição do Mestre.
*****
* **

31 -
UçáoN°11
AMIGOS NA ADVERSIDADE
Leitura: 2° Samuel 17.27 a 29 e 19.24 a 39

A revolta de Absalâo contra seu pai revelou os verdadeiros amigos de Davi. Com a
morte de Absalâo e a vitória de Davi havia necessidade de reconciliação entre o povo de
Israel e de Judá de um lado e de Davi de outro. No princípio da revolta, a maioria do povo
ficou com Absalâo, mas, enquanto este chamava os homens de Israel para entrarem nas
fileiras do seu exército, muitos passaram o Rio Jordão para batalhar no exército de Davi,
que "pôs sobre eles capitães de mil e capitães de cem" (2° Samuel 18.1).
O povo de Israel e de Judá expressou o desejo de fazer voltar Davi como rei. Davi
logo respondeu com uma mensagem de conciliação (2° Samuel 19.11 a 15). Após a vitó-
ria de Davi, muitos vieram para ajudá-lo a atravessar o Rio Jordão, entre eles Simei e Ziba.

OS QUE SOCORRERAM DAVI (2° Samuel 17.27 a 29)


Os verdadeiros amigos de Davi foram os que o socorreram quando foi rejeitado, fu-
gindo de Absalâo.
A tarefa foi muito grande, pois, além dos seiscentos soldados, havia multa gente,
mulheres e crianças com ele. Havia uma variedade de necessidades porque o povo, fu-
gindo de Jerusalém, levou pouca coisa consigo. Os amigos de Davi "tomaram camas,
bacias e vasilhas de barro, trigo, cevada, farinha, grão torrado, favas e lentilhas; também
mel, coalhada, ovelhas e queijos de gado, e os trouxeram a Davi e ao povo que estava
com ele, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e
sedento" (2° Samuel 17. 28 e 29). A tarefa da Igreja é muito maior do que a tarefa dos que
socorreram o povo de Davi. O Senhor Jesus deu aos Seus discípulos a grande comissão:
"Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16.15). É uma tarefa
muito grande, muito maior do que suprir as necessidades do povo de Davi no deserte
Era grande na época dos apóstolos e ainda é. A seara é grande e as necessidades não
são poucas. A obra é muito dispendiosa e há necessidade por todo lado.
Em 2° Samuel 17.27 três pessoas são mencionadas por socorrerem Davi e seu po-
vo:
1) SOBI, filho de Naás de Raba, ao» filhos de Amom.
Naás era rei dos amonitas e amigo do rei Davi. Quando Naás morreu, Davi enviou
os seus servos para consolar Hanum, o filho de Naás que reinou no lugar do pai. Os ser-
vos de Davi não foram bem recebidos e, como. resultado, houve uma guerra, sendo Rabá
destruída e o rei morto (2° Samuel 10). Sobi era irmão de Hanum e, apesar dos amonitas
serem inimigos de Davi, Sobi não pagou a Davi com a mesma moeda, mas, ouvindo da
grande necessidade de Davi e do seu povo em Maanaim, enviou-lhe alimentos e artigos
para o sustento e conforto do povo.
2) MAQUIR, filho de Amiel de Lo-Debar.
Não é a primeira vez que encontramos o nome de Maquir na Bíblia e nas duas ve-
-32-
zes mencionadas ele está socorrendo o necessitado. Ele socorreu Mefibosete, o príncipe
inútil, por ser coxo e sem recursos. Maquir morava num lugar chamado Lo-Debar, que
significa "lugar sem pasto". Morando no deserto, ele não podia ser rico, mas com o que
tinha era liberal e gostava de socorrer aos outros. Sabemos que neste mundo não faltam
necessitados. Por que Maquir sentiu a necessidade de socorrer Davi? Sem dúvida, ele
admirou muito o que Davi fez para Mefibosete, levando-o do deserto ao palácio para co-
mer sempre na mesa do rei. Agora Davi, como um necessitado, está recebendo a recom-
pensa de sua compaixão, honrando a sua promessa feita a Jônatas, o pai de Mefibosete.
3) BARZILAI, o glleadlta, de Rogellm.
Ele morava numa região que naquele tempo era de bons pastos e de florestas. O
nome Barzilai significa "homem de ferro", mas também tinha coração de ouro. Era amigo
de Davi e, sabendo da grande necessidade de seu amigo, enviou uma grande quantidade
de alimentos e outros artigos para sustentar o povo.
Depois da vitória do exército de Davi e quando Davi foi convidado para voltar a Je-
rusalém, Barzilai viajou de Rogeltm para Maanaim para despedir-se de Davi (2° Samuel
19.31 a 40). Ele "passou com o rei o Jordão até a outra banda. Era Barzilai muito velho,
de oitenta anos; ele sustentava o rei quando este estava em Maanaim, porque era homem
muito rico" (2° Samuel 19.31 a 32). Davi queria levá-lo consigo ao palácio para retribuir a
sua bondade. Ele recusou, mas mostrou um espírito altruísta pedindo que seu filho Quimã
fosse em seu lugar. Chegou a hora da despedida e Davi beijou Barzilai e o abençoou, vol-
tando Barzilai para sua casa.
Nas epístolas do Novo Testamento encontra-se ensino a respeito de socorro aos
necessitados. Em 1a Coríntios 12.28 o apóstolo inclui "socorros" entre os dons e em 1a
Tessalonicenses 5.14 ele exortou "ampareis os fracos". Encontram-se também exemplos
dos que prestavam socorro aos necessitados, como a casa de Estéfanas "que se consa-
graram ao serviço dos santos" (1a Coríntios 16.15). O serviço deles era socorrer os ne-
cessitados entre os crentes. Paulo recomendou a irmã Febe porque ajudou e socorreu a
muitos (Romanos 16.1 e 2).
A sua estadia no deserto foi uma experiência Inesquecível para Davi.
Apesar do perigo e da inimizade dos homens, ele passou por uma maravilhosa ex-
periência espiritual com Deus e experimentou a bondade dos seus amigos.
A disciplina de Davi produziu bons resultados. Seu filho Salomão escreveu: "Filho
meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da Sua repreensão. Porque o
Senhor repreende a quem ama" (Provérbios 3.11 e 12). O escritor da carta aos Hebreus
comentou nesta Escritura dizendo: "Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a
fim de sermos participantes da Sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento
não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto paci-
fico aos que tom sido por ela exercitados, fruto de justiça" (Hebreus 12.10 e 11).
A experiência de Davi não foi apenas de disciplina, pois ele também gozou dos cui-
dados e da provisão do Senhor, como ele escreveu a respeito do bom Pastor. No Salmo
23, mudando de figura, ele escreveu: "Preparas-me uma mesa na presença dos meus

-33-
adversários, unges-me a cabeça com óleo: o meu cálice transborda" (v. 5). Por meio de
Barzilai e de outros, Deus preparou para Davi uma mesa na presença dos seus inimigos.
No Salmo 41.9 o salmista queixa-se amargamente da traição de Aitofel. No mesmo
salmo ele declara abençoado aquele que socorre o necessitado (w. 1 a 3). Ele escreveu:
"Bem-averrturado o que acode ao necessitado. O Senhor o livra no dia do mal".

MEFIBOSETE (2° Samuel 19.24 a 30).


Mefibosete também desejava socorrer o rei Davi, mas quando ele mandou Ziba car-
regar os dois mulos de alimentos e trazer um animal para ele montar e seguir Davi para o
deserto, Ziba deixou Mefibosete sem animal e levou a Davi os dois mulos carregados de
alimentos como se fosse uma oferta dele mesmo. Pior ainda, ele caluniou Mefibosete,
acusando-o de traição. Mefibosete, sendo coxo, tinha de ficar onde estava sem poder fa-
zer coisa alguma.
Quando Davi voltou a Jerusalém lemos: 'Também Mefibosete, FILHO DE SAUL,
desceu a encontrar-se com o rei" (2° Samuel 19.24). Ele, o filho de Jônatas, também se
chama filho de Saul, que era seu avô e o inimigo de Davi. Faz-nos lembrar do amor e da
bondade com que Davi tratou Mefibosete, o neto de seu inimigo. Ao ouvir a calúnia inven-
tada por Ziba, Davi pensava que Mefibosete tivesse desprezado a sua bondade, tornan-
do-se traidor e por isso deu as terras de Mefibosete a Ziba. Mas Davi mudou de pensa-
mento quando Mefibosete chegou a Jerusalém de luto, pois "não tinha tratado dos pés,
nem despontado a barba, nem lavado as vestes desde o dia em que o rei saíra até ao dia
em que voltou em paz" (2° Samuel 19.24). Davi percebeu que ele mesmo tinha sido en-
ganado e, em vez de dar-lhe uma dura repreensão, ele perguntou com brandura: "Por
que não foste comigo, Mefibosete?" Este explicou que tinha sido enganado e caluniado
por Ziba. Davi, ao invés de castigar Ziba e desfazer a sua decisão precipitada, fez mais
uma injustiça e resolveu repartir as terras entre Ziba e Mefibosete.

Mefibosete era uma testemunha fiel numa terra Inimiga.


Embora Mefibosete não pudesse fugir com o rei, ele demonstrou durante a ausên-
cia do rei a sua lealdade, apesar do grande perigo que ele corria. Parecia muito esquisito
o modo de ele mostrar sua lealdade a Davi, mas não tinha outro jeito (19.24).
Mefibosete também era manso. Não ficou irritado nem ofendido quando soube que
injustamente Davi dera suas terras a Ziba Quando foi restaurada somente uma parte da
sua propriedade ele não se queixou; pelo contrário, ele mostrou que prezava mais a com-
panhia do rei do que as propriedades. Preferiu gozar as bênçãos e a provisão como filho
do rei e o privilégio de sempre assentar-se à mesa do rei. Não se importou com a repar-
tição das suas terras, pois o que era mais importante para Mefibosete é que o rei Davi
mais uma vez estava reinando. "Disse Mefibosete ao rei: Fique ele muito embora com tu-
do, pois já voltou o rei meu senhor em paz à sua casa" (2° Samuel 19.30).
Podemos aprender muitas lições de Mefibosete e entre elas a lição da necessidade
de dar um testemunho da nossa lealdade ao nosso Senhor e, além de tudo, de prezarmos
-34-
os nossos privilégios e bênçãos como filhos do rei.
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Uçáo N° 12
OS VALENTES DE DAVI
Leitura: 2° Samuel 23.8 a 22; 1° Crónicas 12.1 e 2.16 a 18

Apesar do fato que o reinado de Davi foi segundo a vontade de Deus, houve muita
luta para ele poder reinar e manter-se como rei. Davi ganhou grandes vitórias pelo apoio e
façanhas dos seus valentes e, sobretudo, pelo poder de Deus. Em 1° Crónicas 11.10 le-
mos: "São estes os principais valentes de Davi, que o apoiaram valorosamente no seu
reino, com todo Israel, PARA O FAZEREM REI, SEGUNDO A PALAVRA DO SENHOR, no
tocante a esse povo". Podemos aprender muitas lições no tocante à dedicação e quali-
dades dos valentes de Davi.

JOSABE-BASSEBETE (2° Samuel 23.8).


Ele é o primeiro mencionado e o principal dos outros dois afamados: Eleazar e
Sarna. <
A sua façanha provou que um com Deus tem maioria. "Ele brandiu a sua lança con-
tra oitocentos e os feriu de uma vez" (2° Samuel 23.8). Em 1° Crónicas 11.11 o número
dos homens que ele feriu é dado como trezentos e não oitocentos. Deve ser um erro de
copista Deus não depende de multidões para derrotar o inimigo. Basta um só homem.
Deus quer um homem que Ele possa usar, alguém dedicado a Cristo, de fé, obediente e
com coragem. Através dos séculos Deus tem levantado esses homens e ainda precisa
deles.

ELEAZAR (2° Samuel 23.9 e 10).


Ele estava com Davi em Pas-Damim quando os filisteus se ajuntaram para a peleja e
os israelitas se haviam retirado. Não havia ninguém ali para o ajudar.
Eleazar sabia usar a sua espada e por ela ganhou uma grande vitória Ele "feriu os
filisteus até lhe cansar a mão e ficar pegada à espada; naquele dia o Senhor efetuou
grande livramento" (2° Samuel 23.10). Pela prática constante, ele sabia manejar a espada,
de tal modo que ela ficou colada à sua mão. Não podia abrir a mão e soltar a espada A
nossa espada é a Palavra de Deus e para fazer qualquer coisa a serviço de Deus preci-
samos saber manejar a espada da Palavra de Deus. À medida que usamos a Palavra de
Deus, ela toma-se parte de nos e por ela podemos fazer façanhas na obra de Deus.

SAMÁ (2° Samuel 23.11 e 12).


A proeza dele foi defender um pedaço de terra cheio de lentilhas.
Os filisteus oprimiam os Israelitas e vinham para roubar a colheita que, neste caso,
era um pedaço de terra cheio de lentilhas. "Pós-se Sarna no meto daquele terreno e o de-
-35-
fendeu, e feriu os filisteus e o Senhor efetuou grande livramento" (2° Samuel 23.11 e 12).
Parece que não valia a pena se arriscar somente por um pedaço de terra cheio de lenti-
lhas, porém Samá não pensava assim. A terra era herança da parte de Deus e as lentilhas
pertenciam ao povo de Deus e o inimigo de forma alguma podia roubá-la.
Nós também não devemos deixar o inimigo roubar o fruto dos nossos esforços.
Nos, cristãos, pela obra da cruz e com base na Palavra de Deus, temos uma herança es-
pirit-ial que não podemos deixar o inimigo roubar. Há verdades bíblicas, verdades funda-
mor.;ais e privilégios espirituais que devemos defender.

OS TRÊS VALENTES (2° Samuel 23.13 a 17)


Não são os três valentes já mencionados (Josabe-Bassebete, Eleazar e Samá), mas
sim, outros, provavelmente Abisai (v. 18), Benaia (v. 20) e um terceiro cujo nome não ó
conhecido. Estavam com Davi na caverna de Adulão e ouviram Davi suspirar e dizer:
"Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém!" No caminho para
Belém havia uma tropa de filisteus acampada no vale de Refaim. "Aqueles três valentes
romperam pelo acampamento dos filisteus e tiraram água junto à porta de Belém, toma-
ram-na e a levaram a Davi; ele não a quis beber, porém a derramou como libação ao Se-
nhor" (2° Samuel 23.16). Davi somente expressou o desejo e os três valentes, com perigo
da sua própria vida, cumpriram o seu desejo. Para Davi foi um ato de devoção fora do
comum e, por isso, ele não bebeu a água, mas a derramou como libação, isto é, uma
oferta ao Senhor.
Como os três valentes mostraram o seu amor e a sua dedicação a Davi, assim os
cristãos podem e devem demonstrar a sua dedicação ao Senhor Jesus, mas de uma ma-
neira diferente. O Senhor Jesus espera que os Seus discípulos mostrem prontidão em fa-
zer a Sua vontade, mas especialmente quanto a três assuntos:
1) Seguindo o exemplo de Cristo. Ele disse a Seu discípulo: "Segue-Me" (Mateus
9.9 e 1a Pedro 2.21). Pela leitura do Novo Testamento podemos descobrir qual é o exem-
plo de Cristo.
2) Cumprindo uma missão. É a missão de evangelizar e levar almas a Cristo. Ele
deu aos Seus discípulos a missão: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
criatura"(Marcos 16.15). São poucos que podem ir a outros países, mas todos podem fa-
zer alguma coisa para evangelizar a localidade onde moram.
3) Celebrando a Santa Cela. O Senhor Jesus disse aos Seus discípulos: "Fazei is-
to em memória de Mim" (Lucas 22.19). A Igreja Primitiva celebrava este rito cada domin-
go. Pela celebração da Ceia temos a oportunidade de adorar a nosso Senhor. O apóstolo
Paulo escreveu: "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice,
anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha" (1a Corfntios 11.26). Estamos nós cum-
prindo os desejos do Mestre? A façanha dos três homens serviu somente para mostrar o
seu amor e dedicação ao rei Davi. Foi uma grande façanha, mas não pode comparar-se
com a obediência e dedicação ao Senhor Jesus, que trazem bênçãos para a nossa vida
espiritual e progresso para a obra de Deus no mundo.
-36-
BENAIA (2° Samuel 23.20 a 23).
Ele "era grande em obras" (1° Crónicas 11.22) e de confiança e, por isso, foi esco-
lhido para ser chefe da guarda real. No reinado de Salomão tornou-se comandante do
exército de Israel. De todas as suas façanhas a que chama mais a atenção é quando
"desceu numa cova e nela matou um leão no tempo de neve" (2° Samuel 23.20).
O povo vivia com medo do leão que andava por aquela região, porém um dia,
quando a neve cobria a terra, o leão caiu na cova e ficou preso. Fazia muito frio e, sem
dúvida, o povo, agasalhado em casa, ao ouvir o rugir do leão, ficou satisfeito porque ago-
ra estava fora de perigo. Benaia também, ao ouvir o rugido do leão, se alegrou, mas cor-
reu para lá, pulou dentro da cova e matou o leão.
O nosso leão se descreve em 1a Pedro 5.8: "Sede sóbrios e vigilantes.O diabo,
vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devo-
rar". Não precisamos temer o leão Satanás porque o nosso Senhor já "desceu à cova" e
venceu Satanás. O nosso Senhor tornou-se homem "para que, por Sua morte, destruísse
aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da
morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2.14 e 15). Satanás já foi
vencido e para o crente ele perdeu o seu poder, mas ainda existe e pode prejudicá-lo. Por
isso, o apóstolo Pedro exortou: "Resisti-lhe firmes na fé"(1a Pedro 5.9). •

OS VALENTES DA TRIBO DE BENJAMIM (1° Crónicas 12.16 a 18)


O rei Saul, da tribo de Benjamim, era o pior inimigo de Davi; ainda assim, valentes,
irmãos de Saul, da tribo de Benjamim, vieram a Davi em Ziclague (w. 1 e 2). Em 1° Cróni-
cas 12.16 lemos: "Também vieram alguns dos filhos de Benjamim e de Judá a Davi à for-
taleza" (provavelmente a caverna de Adulão). Davi lhes saiu ao encontro e lhes falou, di-
zendo: "Se vós vindes a mim pacificamente e para me ajudar, o meu coração se unirá
convosco; porém, se é para me entregardes aos meus adversários, não havendo malda-
de em mim, o Deus de nossos pais o veja e repreenda" (v. 17). Davi desconfiou das in-
tenções daqueles homens.
Peio Espírito de Deus, Amasai respondeu: "Nós somos teus, ó Davi! E contigo es-
tamos, ó filho de Jessél Paz, paz seja contigo e paz com os que te ajudam! porque o teu
Deus te ajuda" (v. 18). Não havia dúvida quanto à sua lealdade, pois não apenas perten-
ciam a Davi, mas queriam andar com ele. São duas coisas que o crente deve reconhecer,
a saber, que pertence a Cristo e que deve estar disposto a andar com Ele e lutar por Ele.
Isto quer dizer que devemos ser leais a Ele e obedecer-Lhe em tudo. De boa vontade Davi
recebeu Amasai e os seus companheiros e os fez capitães de tropas.
* »* * *
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Uçáo N° 13
O TESTEMUNHO E AS PALAVRAS INSPIRADAS DE DAVI
Leitura: 2° Samuel 23.1 a 5 e 22,1 e 2
-37-
Os trechos que vamos estudar nesta lição foram escritos pelo rei Davi quando esta-
va no fim de sua vida. Pensando no passado, ele dá o seu testemunho do que Deus é pa-
ra ele e também fala da revelação da parte de Deus e da inspiração, pelo Espírito Santo,
para escrever os salmos registrados na Bíblia
Nas lições deste curso temos considerado diversos aspectos do caráter e da vida
de Davi, como pastor, músico, guerreiro, rei e o mavioso salmista de Israel. Fatta ressaltar
que era profeta e que todos os seus salmos registrados na Bíblia foram inspirados pelo
Espírito Santo. Entre os salmos de Davi encontram-se os Salmos Messiânicos, que profe-
tizam o nascimento, vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus. O estudo específico des-
tes salmos foge a este curso.

DAVI COMO PROFETA (2° Samuel 23.1 a 5)

Disse Davi: "O Espírito do Senhor fala por meu intermédio e a Sua palavra está na
minha língua. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (w. 2 e 23). Com
estas palavras Davi descreveu como Deus revelou a Sua palavra a ele e como foi inspira-
do pelo Espírito de Deus para comunicar a palavra de Deus aos homens, mediante os
salmos.
A Palavra de Deus é divina e, ao mesmo tempo, humana. A inspiração não destruiu
a personalidade do profeta e, a respeito de Davi, percebemos o seu dom poético e o seu
modo de escrever, os seus desejos e os seus assuntos. Enfim, é a palavra de Davi,
porém também é a palavra de Deus. Milagrosamente, o Espírito Santo dirige e controla a
pessoa de tal forma que Deus comunica a Sua vontade e a Sua mensagem através da pa-
lavra do homem, com perfeição e sem erro qualquer. É a Palavra de Deus, que ó infalível.
Notamos como Davi descreveu a revelação de Deus a ele. "O Espírito do Senhor fa-
la por meu intermédio e a Sua palavra está na minha língua" (v. 2) e "disse o Deus de Is-
rael, a Rocha de Israel a mim me falou" (v. 3). Deus revelou a Sua mensagem aos profe-
tas e alguns, inspirados pelo Espírito Santo, escreveram a Palavra de Deus com perfeição.
Esta é a diferença entre revelação e inspiração.
Os versículos 3, 4 e 5 são profecias a respeito de Cristo. No versículo 3, Davi falou
de Cristo como "Aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor
de Deus". No versículo 4 encontra-se na linguagem poética de Davi a descrição do efeito
do reinado de Cristo no Milénio: "É como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã
sem nuvens, cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva". No versículo 5
Davi se refere à profecia dada mediante o profeta Nata a respeito da descendência de Da-
vi. Ele declara: "Não está assim com Deus a minha casa?". Ele não está falando dos seus
filhos, nem dos seus descendentes, os reis de Judá. Ele se referiu à promessa feita por
Deus por ocasião da aliança que Deus fez com Davi a respeito de um Descendente que
será o Rei eterno e que somente pode ser o Senhor Jesus. Por isso ele pode dizer: "Não
está assim com Deus a minha casa? Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna, em tu-
do bem definida e segura. Não me fará Ele prosperar toda a minha salvação e toda a ml-

-38-
nhã esperança?"

2° SAMUEL 22.1 a 3
O cântico de 2° Samuel 22 foi escrito por Davi e repetido no Salmo 18 com algumas
pequenas variações. O assunto dos versículos 2 e 3 é: O que Deus é para Davi.
Em linguagem poética, Davi emprega figuras da natureza e da terra para onde ele
fugiu de Saul e onde ele se refugiou.
Davi provou que Deus é de confiança. Disse Davi: "O Senhor é a minha rocha".
A rocha é sempre firme e não cede. Davi confiou no Senhor e achou firmeza nEle, alguém
de confiança, que nunca falhou e nem faltou. Alguém em quem podemos confiar.
Davi provou que Deus pode defender aquele que confia nEle. Disse Davi: "O
Senhor é a minha cidadela". É uma fortaleza, um lugar fortificado onde o exercito pode se
retirar para se defender do inimigo. Davi e os seus homens passaram muito tempo numa
fortaleza, mas a sua defesa era Deus.
Davi provou que Deus liberta. "O Senhor é o meu libertador". Davi conheceu
Deus como libertador, ou seja, como salvador em muitas ocasiões. Hoje em dia, Deus
ainda liberta o Seu povo, mas, além disto, Cristo se oferece como libertador do pecado,
da sua condenação e do seu poder.
Como Davi conseguiu as bênçãos mencionadas nos versículos 2 e 37 Por es-
colher Deus como o seu Deus e por abrigar-se em Deus, o Salvador. "O Senhor é o meu
Deus, o meu rochedo em quem me refugio". Rute, a moabita, fez esta mesma escolha e
disse a Noemi: "O teu povo é o meu povo, o teu Deus ó o meu Deus'" (Rute 1.16). Tomé
disse ao Senhor Jesus ressurgido: "Senhor meu e Deus meu'" (João 20.28). Para Deus
ser o nosso Deus, Cristo precisa ser o nosso abrigo. Por isso, Davi acrescentou: "O meu
rochedo em quem me refugio". Entramos no abrigo somente pela fé no Senhor Jesus
crucificado.
Conservação e desenvolvimento. "O Senhor é o meu escudo, a força da minha
salvação". O escudo é uma defesa pessoal, que conserva a vida do soldado. A palavra
traduzida '"força" pode ser traduzida "chifre" e ó figura de um boi selvagem avançando
com força, resoluto, empurrando com os chifres, símbolo de força.
Deus era a conservação e o desenvolvimento da sua vida espiritual. A nossa vida
espiritual deve ser conservada Ela não pode ficar parada porque a vida precisa desen-
volver-se e progredir com força. A salvação é somente o começo e deve ser seguida de
desenvolvimento.
Para Davi, Deus é a sua segurança. "O Senhor é o meu baluarte e o meu refúgio".
"O meu baluarte" também e traduzido "a minha torre alta". Davi conhecia bem os picos
mais altos da região, onde podia permanecer com segurança e de onde podia vigiar e ver
os movimentos do inimigo. Davi também disse: "Deus é o meu refúgio". Se no mesmo
versículo 3, ele já tinha mencionado o refúgio da salvação, então por que ele mencionou'
outra vez o refúgio? Porque Deus não é somente o refúgio para a salvação, mas também
o refúgio em todas as tribulações. Lemos no Salmo 46.1: "Deus é o nosso refúgio e forta-
-39-
leza, socorro bem presente nas tribulações".

PRINCÍPIOS DO GOVERNO MORAL DE DEUS NO MUNDO (2° Samuel 22.26 a 28)


Uma das razões porque Davi foi muito abençoado por Deus e que Deus era tudo
para ele ó que Davi escolheu Deus para ser o seu Deus e o seu abrigo. Há outras razões
e, no trecho dos versfculos 26 a 28, Davi ensina os princípios do governo moral de Deus.
Aprendemos que A ATITUDE DE DEUS PARA COM O HOMEM DEPENDE DA ATITUDE
DO HOMEM. "Para com o benigno, benigno Te mostras; com o íntegro, também íntegro.
Com o puro, puro Te mostras; com o perverso, inflexível" (22.26 e 27). O caráter de Deus
é benigno, íntegro e puro, porém poucos aproveitam do caráter bondoso de Deus. Com o
torto (ou o perverso) Ele ó inflexível. Também trata do humilde e do orgulhoso de uma
maneira bem diferente. Disse Davi a Deus: "Tu salvas o povo humilde, mas com um lance
de vista abates os altivos" (v. 28).
O que Deus fez para a vida espiritual de Davi (w. 29 a 31). Tendo pensado no
que Deus foi para Davi, agora passemos a pensar no que Deus fez para a sua vida espiri-
tual:
1) LUZ. "Tu, Senhor, és a minha lâmpada; o Senhor derrama luz nas minhas trevas"
(v. 29). Ficamos admirados pelo conhecimento que Davi possuía de Deus. Ele conta o
segredo no versículo 29.
2) PODER. "O segredo do seu poder e das suas façanhas se encontra na palavra
"contigo" (v. 30). Com Deus não há tarefa difícil demais para nós.
3) "O CAMINHO de Deus é perfeito" (v. 31) e ele procurava trilhar aquele caminho.
4) "A PALAVRA DE DEUS é provada" (v. 31). Nós somos mais privilegiados do
que Davi porque temos a Bíblia completa.
Davi, como profeta, deixou para nós os seus escritos inspirados pelo Espírito Santo,
a fim de nos ajudar no caminho de Senhor.
*****
* **
*

Curso Bíblico
"ALFAEÕMEGA"
C.P. 3033
06210-990 Ososco - SP
Fone: (011) 869-3526

-40-
PROVAS DE
"EXPERIÊNCIAS DO REI DAVI"

Instruções: Depois de ter estudado a lição e os versículos da Bíblia


mencionados, deve responder as perguntas da prova. Se tiver al-
guma dúvida, leia novamente a lição.

Prova N° 1 ( Lição N° 1)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Davi venceu todos os seus inimigos:
A) físicos.
B) espirituais.
C) físicos e espirituais.
2. Davi foi derrotado:
A) quando estava em dificuldades. ,
B) quando estava fugindo de Saul.
C) na hora da prosperidade.
3. Era o dever de Davi:
A) ficar em casa, enquanto os soldados lutavam.
B) ficar com os soldados, que estavam na batalha.
C) ficar na ociosidade.
4. Segundo a lei, deveria morrer:
A) tanto Davi quanto Bate-Seba.
B) apenas Davi.
C) apenas Bate-Seba.
5. Davi colheu as consequências do seu pecado.
A) por alguns dias.
B) por alguns meses.
C) pelo resto da sua vida.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo:
6. Davi foi derrotado pelo seu inimigo espiritual.
7. Davi venceu seus inimigos na hora da prosperidade.
8. Davi passava os dias trabalhando no palácio.
9. Um pecado chama outro pecado. ,
10. Davi, além de outras coisas, perdeu a comunhão com Deus.

-1
Prova N° 2 (Lição N° 2)
Escreva uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. O Salmo 51 foi escrito por Davi:
A) antes da visita de Nata, o profeta.
B) depois da visita de Nata, o profeta.
C) depois da visita de Josué.
2. Davi apela:
A) à compaixão e à misericórdia de Deus.
B) aos familiares de Urias.
C) aos seus soldados.
3. A espada que Davi usou contra Urias:
A) nunca atingiu a sua casa.
B) transformou-se em bênçãos para Davi.
C) não se apartou jamais de sua casa.
4. Davi disse ao profeta Nata:
A) "Pequei contra os meus soldados".
B) "Pequei contra o Senhor".
C) "Pequei contra Urias".
5. Quando Davi pediu: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro", ele:
A) antecipou o Evangelho do Novo Testamento: "Importa-vos
nascer de novo".
B) estava zombando de Deus.
C) procurava uma desculpa diante de Deus.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Davi se arrependeu de seus pecados.
7. Davi pediu a Deus: "Apaga as minhas transgressões".
8. A justiça de Deus não exige o castigo do pecado.
9. A única solução do problema interno do homem é uma nova criação
feita por Deus. ........
10. Davi, pelo pecado, perdeu a comunhão com Deus.

Prova N° 3 (Lição N° 3)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete •
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Bem-aventurado aquele:

-2-
A) cuja iniquidade é perdoada.
B) que faz o bem para ser salvo.
C) que reconhece ter pecado.
2. A desobediência à Palavra de Deus:
A) não é levada em conta por Deus.
B) não é considerada pecado.
C) é um ato de rebelião contra Deus.
3. Davi procurou esconder o seu pecado antes da visita de:
A) Nata, por quase um ano.
B) Nabal, por quase três anos.
C) Jônatas, por quase três meses.
4. Quando alguém vem a Cristo para a salvação:
A) deve vir confiado nas boas obras.
B) deve vir como um pecador, como um rebelde que se rende a
Deus.
C) não deve vir confiado apenas nas obras.
5. O que confia no Senhor: '
A) deve também confiar nas obras.
B) deve também confiar em si mesmo.
C) a misericórdia o assistirá.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Iniquidade, em hebraico, significa "rebelião".
7. O homem pode perfeitamente ser feliz sem Deus.
8. Pecado, em hebraico, significa "desviar-se do caminho".
9. Davi, na tentativa de esconder o pecado, mandou matar Urias
10. O ímpio não sofrerá para sempre.

Prova N° 4 (Lição N° 4)
Escreva uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. O plano de Joabe, para trazer de volta o banido:
A) é igual ao plano de Deus para trazer de volta o pecador.
B) é muito diferente do plano de Deus para trazer de volta o pe-
cador.
C) foi aprovado por Deus.
2. Todo pecador é banido da presença de Deus e :

-3
A) precisa ser reconciliado com Deus.
B) precisa morrer.
C) não pode ser reconciliado com Deus.
3. A mulher proclamou a Davi que Deus:
A) é um Deus de justiça.
B) é somente Deus de amor, mas não de justiça. '
C) que o pecador merece o perdão.
4. Para trazer de volta o pecador, banido da Sua presença, Deus:
A) sacrificou a Sua justiça.
B) usou todos os artifícios.
C) não pode sacrificar a Sua justiça.
5. Absalao começou a agir em Jerusalém como:
A) se fosse o rei.
B) um filho arrependido.
C) servo do rei.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. A mulher falou a Davi da brevidade da nossa vida.
7. A tecoíta queria que Davi julga-se Absalao.
8. Absalao queria ver o rosto do rei, sem justiça e sem arrependimento.

9. Quando Absalao se inclinou sobre o seu rosto em terra diante do rei,


ele mostrou sua humildade.
10. A história de Absalao e de Davi ó de misericórdia sem justiça

Prova N° 5 (Llçáo N° 5)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Enquanto Davi estava no poder:
A) não tinha amigos.
B) todos eram seus amigos.
C) era um período de provação.
2. Davi foi traído por:
A) Absalao e Aitofel.
B) Absalao e Nata.
C) Absalao e Joabe.
3. O Senhor Jesus é o Rei rejeitado:

-4-
A) unicamente pelos romanos.
B) unicamente pelos filisteus.
C) pelos judeus e pelo mundo.
4. Todos os homens do rei:
A) eram valentes e de confiança.
B) eram medrosos.
C) não eram de confiança.
5. A provação do rei foi:
A) material.
B) espiritual.
C) injusta.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. O período em que nós vivemos é o período da provação, para des-
cobrir quais são os leais ao Senhor Jesus.
7. Absalão escolheu Jerusalém para ali se declarar rei.
8. O Senhor Jesus não está sendo rejeitado peto mundo. '
9. Itai entregou sua vida a Davi sem reservas.
10. Davi estava ceifando o que ele mesmo semeara.

Prova N° 6 (Lição N° 6)
Escolha uma das letras (A, B ot •?) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Davi seguiu pela encosta das Oliveiras:
A) andando e cantando.
B) subindo e gritando de alegria.
C) subindo e chorando.
2. Todo o povo que ia com Davi ia:
A) de cabeça coberta, chorando.
B) alegre e cantando.
C) correndo a cavalo.
3. O conselho que Aitofel dava naqueles dias:
A) era como o conselho de um louco.
B) não era ouvido por ninguém.
C) era como a resposta de Deus a uma consulta.
4. Em tempos de dificuldade, desapontamentos e calamidades:
A) devemos agir em primeiro lugar e orar depois.
B) a primeira coisa que devemos fazer é- orar.
C) devemos confiar em nós mesmos.
5. As pessoas que fogem de um perigo ou de um problema:
A) geralmente correm para outro, talvez pior.
B) sempre são bem sucedidas*.
C) são pessoas inteligentes e abençoadas.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita ,
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Davi tinha a cabeça coberta e andava descalço.
7. Davi não sabia que estava sofrendo as consequências do seu peca-
do.
8. Davi orou: "Destrói, Senhor, e confunde os seus conselhos", referin-
do-se a Aitofel.
9. O problema de Davi não foi emocional.
10. O Senhor nunca permitirá que o justo seja abalado.

Prova N° 7 (Lição N° 7)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Ao fugir de Absalão, Davi se encontrou com três homens:
A) Mardoqueu, Husai e Simei.
B) Husai, Ziba e Simei.
C) Mardoqueu, Simei e Ziba.
2. Husai era:
A) o fiel companheiro de Davi.
B) um oportunista.
C) um inimigo de Davi.
3. Ziba era:
A) um servo valoroso e dedicado.
B) um inimigo declarado de Davi.
C) traiçoeiro e oportunista.
4. No caso de Simei, Davi mostrou:
A) mansidão em face de grande provocação.
B) revolta e quis vingar-se.
C) que Simei era seu amigo. _
5. Simei, ao encontrar-se novamente com Davi:
A) mudou de atitude, mas não de coração.
B) se arrependeu do que havia feito.
C) o amaldiçoou mais uma vez.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
-6-
6. Husai veio encontrar-se com Davi de manto rasgado e com terra so-
bre a cabeça.
7. Absalão foi traído por Aitofel.
8. Tristeza demais cega a pessoa, de tal forma que não percebe a reali-
dade.
9. Quando Davi estava de volta a Jerusalém, Simei o amaldiçoou no-
vamente.
10. Zibafoi fiel a Mefibosete.

Prova N° 8 (Lição N° B)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo,-a quê melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Quando Davi fugia de Absalão, todos saíram:
A) com pressa e passaram o ribeiro Cedrom.
B) devagar e passaram o Mar Vermelho.
C) com pressa para enfrentar Absalão. ;
2. Davi escreveu: "São muitos que dizem de mim:
A) Deus o salvará da aflição".
B) ele mesmo conseguirá a vitória".
C) não há em Deus salvação para ele".
3. Davi conseguiu a certeza da vitória:
A) pela oração.
B) pela força do seu exército.
C) porque o povo era com ele.
4. O Salmo:
A) 3 é o cântico da tarde.
B) 4 é o cântico da tarde.
C) 4 é o cântico da manhã.
5. Davi sabia que estava:
A) sendo injustiçado por Deus.
B) desamparado por Deus.
C) colhendo os frutos do seu pecado com Bate-Seba.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na Unha à .direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Quando um rei perde o seu trono, geralmente é para sempre
7. Quem Deus protege, é protegido.
8. Davi disse: "Na angústia me tens atormentado".
9. Da provação não pode resultar bem nenhum.
10. Davi gozou paz enquanto estava em perigo.
-7-
Prova N° 9 (Lição N° 9)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. O homem foi:
A) criado igual que os animais.
B) criado de um modo diferente dos animais.
C) um produto da evolução.
2. Davi levou para o deserto:
A) a arca de Deus.
B) o tabernáculo.
C) a recordação do ensino da arca.
3. Quando a arca de Deus foi posta diante do (dolo Dagom:
A) ele caiu e foi quebrado.
B) a arca foi destruída.
C) nada aconteceu com ele.
4. No deserto, a mente de Davi estava:
A) atormentada pelos inimigos.
B) ocupada com a meditação em Deus.
C) vazia e vagueava.
5. Falando com Deus, o salmista disse:
A) "Não posso confiar em Ti".
B) "Esconde-me à sombra das Tuas asas".
C) "Os meus soldados me defenderam".
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. O Senhor, sendo Deus, exige adoração.
7. Desta vez, Davi estava buscando a Deus por causa do perigo
8. O deserto tinha sede de água, mas Davi não tinha sede de Deus.

9. No deserto, Davi contemplava a Deus.


10. Davi declarou: "A Tua graça é melhor do que a vida".

Prova N° 10 (Lição N° 10)


Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Absalão foi criado:
A) por um pai que lhe deu um bom exemplo.
B) por uma mãe pagã, sem disciplina e sem o temor de Deus.
C) no temor e na disciplina do Senhor.
-8-
2. Aitofel aconselhou a perseguição imediata contra Davi com:
A) doze mil soldados.
B) dezenove mil escudeiros.
C) catorze mil e duzentos soldados.
3.0 amor de Davi por seu filho:
A) foi um amor sábio e equilibrado.
B) foi um amor desequilibrado.
C) se transformou em ódio.
4. Aitofel era:
A) primo de Davi,
B) avô de Saul.
C) avô de Bate-Seba.
5. Aitofel é tipo:
A) de Judas Iscariotes.
B) de Pedro.
C) de João Batista. (

Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita


de cada uma das afirmações abaixo.
6. A vida de Absalão se descreve por obediência, simplicidade e bon-
dade.
7. O caminho do orgulho sempre termina com a derrota.
8. Disse Davi aos generais: "Mata. o jovem Absalão".
9. O nome Aitofel significa "louco".
10. Aitofel foi para a sua cidade, pôs em ordem os seus negócios e en-
forcou-se.

Prova N° 11 (UçáoN°11)
Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. A revolta de Absalão contra seu pai revelou:
A) os verdadeiros amigos de Davi.
B) que Absaláo amava Davi.
C) que Ziba era fiel a Davi.
2. Socorreram a Davi no deserto:
A) Joás e Simei.
B) Aitofel e Ziba.
C) Maquir e Barzilai.
3. O nome Barzilai significa:

.9.
A) homem de coragem.
B) homem de ferro.
C) homem medroso.
4. Barzilai era um homem de:
A) oitenta anos e muito rico.
B) vinte anos e muito pobre.
C) cinquenta anos e inimigo de Davi.
5. Mefibosete era:
A) inimigo oculto de Davi.
B) amigo íntimo de Absalão.
C) leal, manso e fiel a Davi.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou P (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Sobi enviou a Davi, em Maanaim, alimentos e artigos para o sustento
e conforto do povo.
7. Barziiai tinha um coração de pedra.
8. A disciplina de Davi não deu resultados.
9. Mefibosete foi fiel a Davi, mesmo correndo risco de vida
10. Mefibosete preferia mais as terras do que a companhia ae Davi.

Prova N° 12 (Lição N° 12)


Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Para derrotar o inimigo, Deus:
A) depende de multidões.
B) depende de homens corajosos, ainda que desobedientes.
C) não depende de multidões.
2. Desceu numa cova e nela matou um leão, no tempo de neve:
A) Benaia.
B) Davi.
C) Sansão.
3. Não precisamos temer o leão (Satanás) porque:
A) ele é manso e não pode atacar.
B) o nosso Senhor já "desceu à cova" e venceu Satanás.
C) ele já está amarrado.
4. Jesus, para nos livrar da morte e da escravidão:

-10-
A) enviou um anjo dos céus.
B) tornou-se homem e pela Sua morte destruiu Satanás.
C) enviou um profeta poderoso.
5. O pior inimigo de Davi, na tribo de Benjamim, era:
A) Saul.
B) Jônatas.
C) Mefibosete.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Após derrotar os inimigos, Eleazar ficou com a espada colada à sua
mào.
7. A nossa espada é a Palavra de Deus.
8. Deus, para nos iivrar da morte e da escravidão, enviou um anjo
9. Satanás já foi vencido e, para o crente, ele perdeu o seu poder, mas
ainda pode prejudicar ao crente.
10. De boa vontade Davi recebeu Amasai e os seus companheiros e os
fez capitães de tropas.

Prova N° 13 (Lição N° 13)


Escolha uma das letras (A, B ou C) abaixo, a que melhor complete
a sentença, e escreva-a na linha à direita.
1. Davi foi:
A) apenas pastor.
B) apenas rei de Israel.
C) pastor, músico, guerreiro, rei, salmista e profeta.
2. A Palavra de Deus é:
A) divina e, ao mesmo tempo, humana.
B) apenas humana.
C) apenas divina.
3. "O teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus". Estas pala-
vras foram ditas por:
A) Ester, a moabita.
B) Noemi, a moabita.
C) Rute, a moabita.
4. "Senhor meu e Deus meu'". Estas palavras foram ditas por:
A) Pedro.
B) Tomé.
C) Paulo.

-11-
5. Entramos no abrigo somente:
A) pela fé no Senhor Jesus crucificado.
B) por reconhecer que Cristo é profeta.
C) por reconhecer que Deus é criador.
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa) na linha à direita
de cada uma das afirmações abaixo.
6. Disse Davi: "O Espírito do Senhor fala por meu intermédio".
7. A Palavra de Deus não é infalível.
8. Davi provou que Deus é de confiança.
9. Deus era tudo para Davi.
10. Nós não temos a Bíblia completa.

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