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A SEGUNDA VINDA

DO
SENHOR JESUS CRISTO

13 lições
sobre a 1a e 2a Epístolas
aos Tessalonicenses

por
RONALD E. WATTERSON

Jgíblieo

«ALFA E ÔMEGA"
C.P. 3033
06210-990 OSASCO - SP
Fone: (011) 869 3526
LJçlo N0 1
A CHEGADA DO EVANGELHO A TESSALÔNICA
LeKura: Atos 16.9 • 17.14; 1' Tessalonlcen*es 2.4

No ano 53 d. C. um navio partiu do porto de Troas (ou Trôde), na atua) Turquia, e,


rumando para o norte, acompanhou a costa até chegar a Samotrácia, em uma pequena
ilha no Mar Egeu. Após uma breve parada, seguiu em direção noroeste até o porto de
Neápolis, na Macedônia (hoje Grécia).
Este fato não seria importante se não fosse um pequeno grupo de passageiros que
desembarcou daquele navio em Neápolis. Eram quatro homens que haviam de deixar
uma marca eterna nas páginas da história da Europa.
Era um grupo heterogéneo composto de dois judeus, um gentio e um mestiço (seu
pai era gentio, porém a sua mãe era judaica). Devem ter despertado bastante curiosidade
entre os demais passageiros, pois não eram comerciantes, nem turistas. Estavam convic-
tos disso. Estavam indo para a Europa para pregar o Evangelho.
Olhando mais de perto a estes homens, percebemos que um deles (provavelmente
o mais velho) havia sido um eminente líder entre os judeus. Havia sido um fariseu, mem-
bro do Sinédrio (o mais alto tribunal entre os judeus), um homem muito respeitado. Ele,
porém, renunciara a toda a sua popularidade e prestígio para pregar o Evangelho. Era
Paulo. O outro judeu do grupo, Silas, fora um homem notável entre os cristãos (Atos
15.22), um reconhecido ensinador na igreja em Jerusalém. O gentio, Lucas, era médico
(Coiossenses 4.14), que talvez tivesse uma posição lucrativa em Troas. O quarto compo-
nente do grupo era bem mais jovem que os demais; seu nome era Timóteo. Ele deixou
seu lar em Listra para acompanhar Paulo e Silas nas suas viagens missionárias, pois
também sentia-se chamado por Deus para pregar o Evangelho.
Desembarcando em Neápolis, os quatro teriam seguido a pé pela antiga estrada
pavimentada até Filipos, uma distância de aproximadamente 15 quilómetros. Nesta cidade
não havia ninguém para recebê-los; não havia nenhumna comissão organizadora para
planejar seu trabalho, nem para fazer propaganda. Chegaram sem alarde e começaram
seu trabalho fora da cidade, onde algumas senhoras se reuniam para orar. Pregaram o
Evangelho; houve conversões e uma igreja plantada. Logo, porém, Irrompeu uma perse-
guição feroz; Paulo e Silas foram açoitados e. em seguida, expulsos da cidade.
Parece que Lucas ficou em Filipos, mas os outros três pegaram a estrada e, pas-
sando por Anftpolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica. Deve ter sido uma viagem difícil
e dolorosa. Paulo e Silas ainda sofriam os ferimentos ocasionados pelos açoites em Fili-
pos e cada movimento aumentaria sua dor. Não sabemos os pensamentos do jovem
Timóteo enquanto caminhava para Tessalônica com seus amigos, mas as Escrituras não
registram nenhuma vacilação de sua parte.
Chegando a Tessalônica, a história de Filipos se repetiu. Não havia uma campanha
planejada, nem um comité para recepcioná-los, porém entraram na sinagoga dos judeus
e pregaram o Evangelho. Após três sábados foram expulsos pelos judeus, mas continua-
ram seu trabalho entre os gentios. Houve conversões, uma igreja foi plantada e logo a
perseguição irrompeu; foram expulsos da cidade.
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Os novos convertidos também sofreram e a multidão assaltou a casa de Jason. A
expulsão dos pregadores e a fiança paga por Jason, porém, não puseram fim à perse-
guição e este fato atormentava o coração de Paulo. Ele estava preocupado.
Depois de Tessalônica, os pregadores foram para Beréia, onde mais uma vez a
história se repetiu e Paulo foi para Atenas. Apesar de encontrar uma porta aberta naquela
cidade, ele não teve tranquilidade para continuar seu trabalho. Estava preocupado e "não
podendo esperar mais" (1a Tessalonlcenses 3.1), enviou Timóteo a Tessalônica para con-.
fortar a jovem igreja. Ele ficou sozinho em Atenas por algum tempo, mas logo seguiu para
Corinto, onde chegou "em fraqueza, e em temor, e em grande temor" (1a Coríntios 2.3).

UM PERGUNTA IMPORTANTE
Tudo isto levanta uma pergunta importante:
Qual foi o motivo que levou um respeitado líder religioso, como Paulo, a abandonar
sua posição de prestígio e de conforto em troca do desprezo, do sofrimento e de uma vi-
da de privações e de preocupações?
Que foi que levou Silas, o respeitado ensinador, a deixar as igrejas grandes em Je-
rusalém e Antloqula, onde o seu ministério era tão apreciado, para ir pregar a um povo
que não queria ouvi-lo?
Que foi que levou o médico Lucas a deixar seu trabalho lucrativo e o prestígio que
pertence a tal profissão para ser odiado, caçado e brutalmente perseguido?
Que foi que levou o jovem Timóteo a deixar a segurança e o conforto do lar paterno
para enfrentar tais perigos?

A RESPOSTA
A resposta é uma só. Estes homens receberam uma incumbência de Deus. Esta-
vam convictos deste fato. Deus os chamou para pregar o Evangelho e sentiram-se na
obrigação de ir.
Veja como Paulo expressou este sentimento na primeira carta que escreveu aos
tessalonicenses: "Mas, como fomos aprovados de Deus para que o Evangelho nos fosse
confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os
nossos corações" (1a Tessalonicenses 2.4). Este mesmo Paulo escreveu em outra oca-
sião: "Ai de mim, se não anunciar o Evangelho'" (1a Coríntios 9.16). Outra vez, escreven-
do aos Romanos, disse: "Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sá-
bios como a Ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também anun-
ciar o Evangelho a vós que estais em Roma'' (Romanos 1.14 e 15).

UMA ILUSTRAÇÃO
O sentimento destes pregadores é o mesmo que Moisés conheceu muitos séculos
antes. "Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, es-
colhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o
gozo do pecado, tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do
Eglto; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a Ira do
rei; porque ficou firme, como vendo o invisível" (Hebreus 11.24 a 27). Note bem os verbos
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rio v. 27: "deixou... não temeu... vendo o invisível". Os pregadores que levaram o Evange-
lho a Tessalônica deixaram a sua posição de prestígio, de lucro e de conforto, não te-
mendo a violência dos inimigos, porque viram o invisível; estavam convictos de que ti-
nham sido chamados por Deus.

UMA APLICAÇÃO
Aqueles quatro homens que navegaram de Troas e sofreram tanto na Europa, sem
se intimidarem, foram fiéis; cumpriram a tarefa que Deus lhes confiou. Deus pôde contar
com eles.
Poderá ele contar com você, prezado leitor? Você também foi chamado por Deus e
encarregado de transmitir o Evangelho aos outros. Veja Mateus 28.18 a 20. Na vasta
maioria dos casos, Deus não manda levar o Evangelho a lugares distantes, como aconte-
ceu com Pauto e seus companheiros, mas sim, para aqueles que estão perto de você (ve-
ja Marcos 5.19). Você está fazendo Isto? Você está disposto a seguir o exemplo daqueles
quatro e sacrificar o seu conforto e prazer para levar o Evangelho ao vizinho ou ao colega
de serviço? Está disposto a suportar a zombaria como eles suportaram? Pode sofrer o
desprezo de ex-amigos? Está disposto a suportar a rejeição? O Senhor disse: "Se alguém
quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me" (Lucas
9.23).

PAULO EM CORINTO
Já observamos como Paulo chegou a Corinto, sentindo-se fraco e cheio de temo-
res devido à sua preocupação pelos tessalonicenses. Sabia muito bem da astúcia de Sa-
tanás e temia que o tentador os tentasse (como havia feito no Jardim do Éden) e tornasse
sem resultado o seu trabalho feito em Tessalônica (1a Tessalonicenses 3.1 a 5).
Boas notícias, porém, estavam a caminho. Timóteo chegou a Tessalônica e encon-
trou os irmãos firmes e animados, apesar das perseguições. Mais do que isto. Encon-
trou-os levando o Evangelho a outros lugares em toda a Macedônia e Acaia. E estavam
com muitas saudades de Paulo. Timóteo não demorou. Voltou a Paulo, encontrando-o
em Corinto e deu-lhe as notícias que dissiparam completamente suas preocupações. O
'aflvio, transformando-se em alegria, encheu o coração de Paulo e logo o levou a escrever
esta primeira carta.
Devemos lembrar, porém, que ela não é simplesmente uma carta inspirada pelo
Espírito Santo e, conseqúentemente, a Palavra de Deus. Foi uma das primeiras Escrituras
do Novo Testamento. À luz deste "pano de fundo", examinemos esta carta, não como a
palavra de Paulo aos tessalonicenses, mas como, na verdade é, a Palavra de Deus para
nós (veja 1a Tessalonicenses 2.13).

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Ução N° 2
INTRODUÇÃO E ANÁLISE DA PRIMEIRA EPÍSTOLA
Leitura: 1* Tessalonlcenses 1.1 a 3

Esta primeira carta foi escrita de Corinto quando Paulo se hospedava na casa de
Áquila e Priscila (Atos 18.1 a 5; 1a Tessalonicenses 3.6). Timóteo e Silas haviam chegado
da Macedônia trazendo as boas notícias e, sem perder tempo, Paulo começou a escrever.
Logo no começo da carta, ele mencionou Silas e Timóteo, que acabavam de che-
gar com as noticias animadoras. Paulo não era individualista. Ele lembrava a participação
destes dois irmãos no trabalho feito em Tessalônica, bem como do seu esforço em tra-
zer-lhe as notícias que agora ocasionavam a carta.
Na carta que Paulo escreveu aos corfntios, Paulo mostrou (inspirado pelo Espírito
Santo) a importância da cooperação e comunhão dos irmãos no trabalho do Senhor (veja
1a Corfntios capítulo 12). Este capítulo mostra que Deus tem dado dons a cada um e, por-
tanto, nenhum membro pode dizer aos outros: "Não necessito de vós" (1a Corfntios
12.21), "antes, os membros do corpo que PARECEM ser os mais fracos são NECESSÁ-
RIOS" (1a Corfntios 12.22). Nenhum irmão tem capacidade para fazer o trabalho sozinho:
A igreja local é como um corpo, onde cada membro tem uma função importante. Todos
podem fazer alguma coisa; ninguém pode fazer tudo.

DUAS GERAÇÕES
Devemos notar ainda que duas gerações estavam juntas neste trabalho em Tes-
salônica. Paulo era bem mais idoso que o jovem Timóteo; não sabemos a idade de Silas.
É importante observar que Paulo não desprezou a mocidade de Timóteo, nem tampouco
este jovem desrespeitou a maturidade e a experiência de Paulo. A união das gerações é
tão bela quanto necessária. Os mais idosos tom experiência e sabem como deve ser feita
a obra do Senhor; falta-lhes, porém, a força física para fazer tudo que precisa ser feito. Os
jovens, por outro lado, têm a força física para enfrentar o trabalho, mas falta-lhes a expe-
riência e o conhecimento necessários. Os idosos, sozinhos, não poderão fazer tudo que
precisa ser feito e os jovens, sozinhos, não saberão como fazer tudo. Unidos, porém, po-
derá haver muito progresso na obra do Senhor.
Uma das inovações recentes, que muito prejuízo tem trazido às igrejas, é a de divi-
dir o trabalho da igreja em departamentos. Há trabalhos para os jovens e trabalhos para
os idosos e poucos percebem que tal prática enfraquece a igreja. Nos dias apostólicos
não era assim. A igreja local agia como um corpo e vemos isto exemplificado no caso de
Paulo e Timóteo, que souberam unir as suas capacidades num esforço conjunto que
trouxe muitas bênçãos para muitos.

OS DESTINATÁRIOS
O primeiro versículo nos informa que a carta foi dirigida à igreja dos tessalonicen-
ses. Esta expressão tão simples fala muito para quem quer escutar.
Em primeiro lugar, mostra que Paulo não se limitava à pregação do Evangelho.
Pregava, sim, incansavelmente, com vistas à salvação de pecadores perdidos, mas

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também ensinava, incansavelmente, visando a formação e edificação das igrejas. Paulo
nunca separou o evangelismo do objetivo de plantar e edificar igrejas. Esta expressão
mostra também a natureza de uma igreja neotestamentária. Em Tessalônica formou-se
uma igreja dos tessalonicenses. Isto quer dizer que foi uma igreja local. Em outras cartas,
o Espírito Santo usou outros nomes para descrever as igrejas de Deus, mas sempre mos-
trando as mesmas características. Escrevendo à igreja em Corinto, por exemplo, disse: "À
igreja de Deus que está em Corinto" (1a Coríntios 1.2).
Este primeiro versículo ainda mostra que a igreja local está "em Deus, o Pai, e no
Senhor Jesus Cristo". Fisicamente, estava em Tessalônica; espiritualmente, estava em
Deus e no Senhor Jesus Cristo. Isto fala de segurança. Em Tessalônica poderia haver
perseguição, mas em Deus a igreja estava segura (veja João 10.28 e 29).
Não podemos deixar este versículo sem observar que ele apresenta uma prova irre-
futável da divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Apenas uma preposição aparece na
expressão: "em Deus, o Pai, e Senhor Jesus Cristo". A preposição que precede a palavra
"Senhor" nas traduções Almeida não consta no texto grego. O Pai e o Senhor Jesus Cris-
to aparecem em igualdade. Seria blasfémia colocar o nome de qualquer homem, ou
mesmo de qualquer anjo, neste contexto. A igualdade do Pai e do Filho fica patente.

ANÁLISE
Omitindo as saudações e as exortações finais, podemos observar três partes prin-
cipais nesta primeira carta. Se nos colocarmos no tempo em que Paulo escreve, pode-
mos descrever estas divisões como segue:
a) Passado: o tempo quando Paulo esteve com eles em Tessalônica (1.2 a 2.16);
b) Presente: o tempo de sua ausência de Tessalônica (2.17 a 4.12);
c) Futuro: o arrebatamento e eventos associados com ele (4.13 ao fim).
: Devemos notar também a tríade de virtudes mencionada em 1.3, ou seja, fé, amor e
esperança. Encontramo-las logo no começo da carta (1.3) e outra vez no último capitulo
(5,8). Qual fio tecido em um pano, elas percorrem a carta toda. Elas dividem a carta em
três partes (veja as divisões acima). A primeira parte, que trata do passado, quando o
Evangelho chegou a Tessalônica, destaca a obra da sua fé, mostrando como se conver-
teram dos ídolos a Deus. A segunda parte salienta o trabalho do seu amor, enquanto que
a terceira parte desenvolve o tema da sua esperança.
Outro fato interessante nesta carta é que Paulo menciona três coisas que não se-
rjam necessárias de ser mencionadas; uma delas em cada parte da epístola. Na primeira
parte lemos que não havia nenhuma necessidade de falar coisa alguma acerca da fé dos
tessalonicenses, pois a sua fé já se espalhara por toda parte (1.8). Na segunda parte le-
mos que não era necessário escrever acerca do amor fraternal (4.9), pois o próprio Deus
os ensinava a amar uns aos outros. Na terceira parte lemos que não era necessário es-
crever a respeito dos tempos e das estações (5.1), ou seja, não era necessário escrever
de eventos futuros. Portanto não havia necessidade de falar ou escrever a respeito da fé,
do amor e da esperança deles.

A VINDA DO SENHOR

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O tema principal desta carta é a vinda do Senhor. Em cada capftulo há uma referên-
cia a este evento:
Capftulo 1 - A vinda do Senhor em relação à nossa salvação (v. 10);
Capftulo 2 - A vinda do Senhor em relação ao nosso serviço (v. 19);
Capftulo 3 - A vinda do Senhor em relação à santificação;
Capftulo 4 - A vinda do Senhor em relação à segurança dos que morrem em Cristo (w.
13 a 17);
Capftulo 5 - A vinda do Senhor em relação à nossa conservação (v. 23).

UM RESUMO
O capftulo 1 ó a sementeira da carta, dando um resumo de tudo que a carta vai de-
senvolver, como vemos abaixo:
1.5 - A pregação e os pregadores em Tessalônica, expandido em 2.1 a 12.
1.6 e 7 - O efeito dos tessalonicenses, expandido em 2.13 a 16.
1.8 - A fé dos tessalonicenses, expandido no capftulo 3.
1.9 - A santificação dos tessalonicenses, expandido em 4.1 a 12.
1.10 - A esperança dos tessalonicenses, expandido em 4.13 a 18.
1.10 - A segurança dos tessalonicenses, expandido em 5.1 a 11. ,

UçioN°3
O EVANGELHO EM TESSALÔNICA
Leitura: 1« Tessalonicenses 1.5 e £1 a 13

Nos Atos dos Apóstolos encontramos um relatório, inspirado pelo Espírito Santo,
do trabalho feito em Tessalônica por Paulo e seus companheiros (Atos 17.1 a 10). As
passagens Indicadas acima para a leitura complementam este relatório, mostrando algo
do caráter daqueles servos de Deus, bem como da sua maneira de trabalhar.
Um comentarista escreveu: "Nenhuma outra carta do grande apóstolo fornece uma
visão tão ampla dos seus métodos e da sua mensagem". Mesmo que o leitor queira con-
testar tal afirmação, há de concordar que esta carta aos Tessalonicenses, de fato, ensina
muito sobre os métodos e a mensagem daqueles pregadores.

A MENSAGEM: PREGAR A PALAVRA


A pregação dos apóstolos baseava-se nas Escrituras (Atos 17.2). Paulo, como de
costume, entrou na sinagoga dos judeus e, por três sábados, disputou com eles sobre as
Escrituras. Esta foi uma característica da pregação apostólica. Lemos que "os que anda-
vam dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra'" (Atos 8.4). Quando Barnabó e
Saulo saíram de Antloquia na sua primeira viagem missionária, lemos que eles "anuncia-
vam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus" (Atos 13.5). Mais tarde, encontramos
estes mesmos Irmãos, juntos em Antioqula, "ensinando e pregando, com muitos outros, a
palavra do Senhor" (Atos 15.35). Em seguida, lemos que Paulo sugeriu a Barnabó: "Tor-
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nemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do
Senhor'" (Atos 15.36). Eles anunciaram a palavra em Perge (Atos 14.25), em Beréla (Atos
17.13) e em muitos outros lugares.
Quando Paulo estava terminando a sua carreira, escreveu a Timóteo a sua última
carta inspirada e deu-lhe a seguinte exortação: "Prega a palavra" (2a Timóteo 4.2).

PREGAR A CRISTO
Os pregadores em Tessalônica demonstraram "que convinha que o Cristo pade-
cesse e ressuscitasse dos mortos" e diziam ao povo: "Este Jesus que vos anuncio, é o
Cristo" (Atos 17.3). A pregação baseava-se nas Escrituras e apresentava o Senhor Jesus
Cristo. Esta característica da pregação apostólica é bem destacada nos Atos dos Apósto-
los, pois aqueles servos de Deus "não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cris-
to" (Atos 5.42). Quando a perseguição obrigou muitos a saírem de Jerusalém, Filipe des-
ceu à cidade de Samaria e "lhes pregava a Cristo" (Atos 8.5); mais tarde, o anjo do Se-
nhor mandou que ele deixasse Samaria e fosse para o sul, para a estrada que vai de Je-
rusalém para Gaza. Naquele lugar deserto encontrou-se com um eunuco de Etiópia e, en-
trando no carro dele, "lhe anunciou a Jesus" (Atos 8.35). Quando Saulo de Tarso se con-
verteu, na estrada de Damasco, ele entrou na cidade e "logo nas sinagogas pregava a
Jesus, que este era o Filho de Deus" (Atos 9.20).
O apóstolo Paulo fez os corfntios lembrar dos primeiros dias do Evangelho, na sua
cidade, dizendo: "Nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucifi-
cado" (1a Coríntios 2.2). Os judeus queriam ver sinais e os gregos queriam sabedoria,
mas Paulo foi categórico em afirmar: "Nós pregamos a Cristo crucificado" (1a Corfntios
1.23).

SUCESSO
A pregação em Tessalônica foi bem sucedida. "Alguns creram e ajuntaram-se a
Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulhe-
res principais'" (Atos 17.4).

SEGREDO DO SUCESSO
Logo no começo da primeira carta aos tessalonicenses descobrimos o segredo do
sucesso daquele trabalho. "O nosso Evangelho não foi a vós em palavras, mas também
em poder, e no Espirito Santo, e em muita certeza; como bem sabeis quais fomos entre
vós, por amor de vós" (1a Tessalonicenses 1.5). Este versículo indica cinco coisas que
contribuíram para este sucesso:
1) "EM PALAVRA". A pregação não foi "somente em palavra". No texto grego,
"palavra" é singular. É claro que isto não quer dizer que a mensagem não foi falada e nem
escrita, mas sim, que havia algo mais do que meras palavras. Em vários lugares em o
Novo Testamento, vemos claramente que Paulo dava muita importância as palavras que
empregava na pregação e também às que não usava. Propositalmente ele evitava "sabe-
doria de palavras" (1a Corfntios 1.17) para não fazer vã a cruz de Cristo. Não usava "su-
blimidade de palavras" (1a Coríntios 2.1), nem "palavras persuasivas de sabedoria huma-
-8-
na" (1a Coríntios 2.4) para que a fé dos seus ouvintes não se apoiasse em sabedoria de
homens, e sim, no poder de Deus. A mensagem veio em palavra, isto é, de forma com-
preensível. É o dever de todo pregador apresentar a mensagem em palavras fáceis de en-
tender (veja 1a Coríntios 14.9), mas não é a eloquência do pregador, nem a força dos
seus argumentos que vai garantir sucesso. É preciso algo mais.
2) "EM PODER". Além de ser apresentada em palavras fáceis de entender, a men-
sagem veio em poder. Paulo escolheu palavras claras; Deus deu o poder. Vemos nisto a
responsabilidade do pregador e a graça de Deus em conceder poder. Note bem que não
é o poder da eloquência, nem de palavras persuasivas ou emotivas, mas sim, de Deus.
Veja Romanos 1.16: "O Evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê". A palavra grega traduzida "poder" neste versículo indica um poder inerente; este
poder está na mensagem e não no pregador.
3) "NO ESPÍRITO SANTO". Agora vemos a fonte de poder que precisamos no
Evangelho. É do Espírito Santo. Uma mensagem apresentada com clareza e lógica pode
alcançar o intelecto, mas só o Espírito Santo poderá alcançar a consciência, convencen-
do o pecador do seu pecado e levando-o ao arrependimento e à fé. "Não por força, nem
por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor"(Zacarias 4.6). O pregador precisa de
oração, além de estudo, na preparação para uma pregação. '
4) "EM MUITA CERTEZA". Pregar não é dar aula. É necessário que o pregador es-
teja convicto da realidade daquilo que prega. Se não houver convicção tal que faça ao
pregador realmente sentir o peso daquilo que diz, não podemos esperar ver convicção
nos ouvintes. É o Espírito Santo que produz esta convicção primeiramente no pregador e
depois nos ouvintes.
5) "COMO BEM SABEIS QUAIS FOMOS ENTRE VÓS". É importante observar a
relação entre a mensagem pregada e a maneira de viver do pregador. Neste mesmo
versículo, que mostra como a mensagem veio em poder no Espírito Santo e em muita cer-
teza, vemos que o comportamento dos pregadores deu crédito às suas palavras. Nunca
devemos esquecer que aquilo que fazemos fala mais alto do que as nossas palavras e há
de pesar muito na mente daqueles que nos ouvem.

O CARÁTER DOS PREGADORES


No segundo capítulo, vemos com mais detalhes como foi este comportamento e a
simples leitura dos primeiros treze versículos há de revelar algumas características impor-
tantes destes pregadores.
1) Eram corajosos (2.2). Apesar de tudo o que aconteceu em Filipos, eles foram
para Tessalônica e ousadamente pregaram o Evangelho. O Espírito Santo usa duas pala-
vras neste versículo para descrever os sofrimentos em Filipos. A palavra traduzida "pade-
cido" indica sofrimentos físicos, ao passo que "agravados" traduz a palavra que indica
sofrimentos mentais, referindo-se ao tratamento insultuoso e ultrajante especialmente cal-
culado para humilhá-los publicamente. Estes servos de Deus, porém, não se intimidaram;
tornaram-se ousados. O verbo está na voz média, indicando que a decisão de se torna-
rem ousados foi deles. A sua coragem, porém, teve sua origem em Deus.
2) Eram sinceros (2.3). A sua coragem nasceu da sua sinceridade. Neste versículo
-9-
Paulo afirma que a sua exortação não foi de engano (a preposição é "de"), referindo-se à
fonte de onde recebeu esta mensagem. Ele não a recebeu de homem algum (veja Gaiatas
1.11 e 12), mas por revelação de Deus. Ele não foi enganado. Também não foi de imundí-
cia (impureza); seus motivos eram puros e sinceros. Outros poderiam pregar com moti-
vos indignos (Filipenses 1.15), mas Paulo e seus companheiros eram sinceros. Não foi
em fràudulôncia dele; a preposição aqui é diferente; "em fraudutôncia" refere-se aos seus
métodos. A palavra traduzida "fràudulôncia" indica uma isca, uma armadilha. Estes pre-
gadores não usavam de astúcia para "pregar" aos ouvintes incautos.
3) Eram convictos (2.4). Estavam absolutamente certos de terem sido aprovados e
comissionados por Deus e esta convicção produziu a sinceridade e a coragem que já ob-
servamos. A palavra traduzida "aprovados" denota aprovação após um exame e o tempo
perfeito usado aqui indica uma aprovação duradoura; não algo que foi ultrapassado.
Crendo que Deus lhes havia confiado o Evangelho, seu desejo único era agradá-IO, sa-
bendo que Ele prova os corações.
4) Eram altruístas (2.5). Serviam por amor; nunca procuraram alguma recompensa
para si. Há três palavras neste versículo que merecem mais atenção:
a) "Lisonjeiras" ("linguagem de bajulação") denota palavras com fins egoístas, pa-
lavras que agradam o coração, mas cujo objetivo é explorar.
b) "Pretexto" ("intuitos") denota uma aparência exterior que esconde as verdadei-
ras intenções.
c) "Avareza" ("gananciosos") é o desejo de possuir mais e mais, mesmo desres-
peitando os direitos dos outros. Estes pregadores, porém, não agiam assim; viviam para
servir, não para serem servidos.
5) Eram humildes (2.6). Estes pregadores não buscavam aplausos e nem elogios.
Não buscavam honras, nem dos tessalonicenses (entre os quais trabalhavam), nem de
outros que, porventura, tivessem interesse neste trabalho (outras igrejas, por exemplo).
Antes, eles abriram mão de seus direitos. Estes homens eram humildes. Seguiam o
exemplo tão nobre do Senhor Jesus, que não buscava a Sua glória (João 8.50) nem re-
cebia glória dos homens (João 5.41).
6) Eram brandos (2.7). A palavra traduzida "brandos" ("dóceis") tem a ideia de
ternura e de carinho. Vemos uma ilustração desta atitude no final do versículo, na ama
que cria seus próprios filhos. Unem-se nesta figura a capacidade profissional da ama e o
amor e carinho naturais da mãe. O verbo "cria" ("acaricia") ocorre somente duas vezes
em o Novo Testamento, sendo que a primeira vez (Efósios 5.29) mostra o cuidado que al-
guém tem do seu próprio corpo, ilustrando o cuidado do Senhor Jesus para com a Sua
Igreja. Aqui vemos o mesmo cuidado demonstrado por estes servos de Deus.
7) Eram sábios (2.11). Além do amor e carinho abnegados de uma mãe, estes ser-
vos de Deus demonstraram a sabedoria e a experiência que um pai mostra, preocupan-
do-se pelo bem-estar de seu filho. Paulo e seus companheiros eram como pais sábios en-
tre os tessalonicenses.

APLICAÇÃO
Que cada leitor saiba reproduzir na sua vida estas mesmas virtudes, sendo corajo-

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só, sincero, convicto, altruísta, humilde, brando e sábio. É o retrato moral do verdadeiro
servo de Deus. Que saiba também apresentar o Evangelho como Paulo e seus compa-
nheiros o apresentavam, com simplicidade e clareza, em total dependência do Espírito
Santo, para que a fé se apoie no poder de Deus.

Lição N° 4
OS TESSALONICENSES
Leitura: 1* Tessalonlcenses 1.2 a 10; Atos 17.1 a 9; 2" Tessalonlcenses 2.13 a 16

Tendo considerado algumas características dos pregadores e da sua mensagem,


convém agora pensar um pouco nas pessoas que ouviram a mensagem, os tessaloni-
censes.
Os judeus foram os primeiros a ouvir o Evangelho na cidade de Tessalônica. Paulo,
como tinha por costume, entrou na sinagoga e, por trôs sábados, disputou com eles so-
bre as Escrituras, expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e res-
suscitasse dos mortos. Alguns deles creram (Atos 17.4). Estes ajuntaram-se a Paulo e Si-
las, mas a maioria dos judeus tessalonlcenses rejeitou a mensagem e, movidos de inveja,
tomaram consigo alguns homens perversos, dentre os vadios, e alvoroçaram a cidade.
A pregação não foi somente para os judeus, mas uma grande multidão de gregos
religiosos também creu, bem como muitas mulheres principais (Atos 17.4). A igreja que foi
plantada nesta cidade foi composta, portanto, na sua maioria por gentios, inclusive pes-
soas importantes na comunidade e também alguns judeus.

ALGUNS IRMÃOS
Apesar do destaque dado à igreja dos tessalonicenses, não sabemos os nomes
dos seus membros, a não ser algumas exceçoes notáveis. Talvez Deus quer dizer-nos
com isso que uma Igreja local não ó um lugar onde o homem se destaca. É um corpo,
onde todos os membros são essenciais e onde todos devem funcionar de tal forma que
só o Senhor Jesus Cristo seja visto e honrado. Entre os poucos tessalonicenses que co-
nhecemos, podemos mencionar:
JASON
Jason ó a forma grega de Josué que, por sua vez, é o diminutivo de Jehosua, que
significa Jeová Salvador. Isto sugere a possibilidade de ser ele um dos judeus que cre-
ram.
Quando os judeus desobedientes e os vadios tumultuaram a cidade, assaltaram a
casa de Jason, procurando os pregadores, pois este os havia hospedado em sua casa
(Atos 17.5 a 7), porém não os encontraram. Frustrados na sua tentativa de achar Paulo e
seus companheiros, levaram Jason e mais alguns Irmãos perante as autoridades, dizendo
que estes procediam contra os decretos de César, reconhecendo outro rei, Jesus (Atos
17.7). Jason e os demais Irmãos tiveram de pagar fiança para acalmar e contornar aquela
situação.
-11 -
ARISTARCO
Este irmão acompanhou Paulo em algumas de suas viagens. Na primeira vez que é
mencionado em o Novo Testamento, é chamado de "companheiro de Paulo" (Atos
19.29), isto por ocasião do tumulto feito pelos adoradores de Diana, em Éfeso. Juntamen-
te com Gaio, ele foi arrebatado no teatro, e ali deve ter sofrido muito nas mãos da mul-
tidão enfurecida e violenta. Mais tarde, encontramo-lo acompanhando Paulo na viagem de
Macedônia à sua terra (Atos 20.40) até a Ásia. Novamente o vemos com Paulo, quando
este foi, preso, para Roma (Atos 27.2). Quando Paulo escreveu as suas cartas da prisão,
em Roma, ele mencionou um Aristarco, seu companheiro de prisão, que parece ser o
mesmo (Colossenses 4.10) e outra vez fala dele em Filemon, versículo 24, onde Paulo o
chama de "seu cooperador".
SEGUNDO
Nada sabemos a respeito deste irmão de Tessalônica, a não ser que ele também
esteve com Paulo e Aristarco na viagem de Macedônia (a sua terra) para a Ásia (Atos
20.4).
GAIO
Quando Aristarco foi arrebatado no teatro em Éfeso, um irmão por nome Gaio foi le-
vado juntamente com ele. Os dois são descritos simplesmente como macedôntos e ó
provável que este Gaio também era de Tessalônica (Atos 19.29).

SUAS CARACTERÍSTICAS:
1) FÉ, AMOR E ESPERANÇA
Logo no começo da primeira carta que Paulo lhes escreveu, encontramos menção
de algumas características dos cristãos em Tessalônica. Ao pensar neles, Paulo pensava
da sua fé, do seu amor e da sua esperança. Ou, mais especificamente, ele lembrava da
obra que a sua fé produziu, do trabalho feito por seu amor e da perseverança evidente
que era sustentada pela sua esperança.
No final deste primeiro capítulo, Paulo esclarece estes três itens, mostrando que a
obra da sua fé foi uma conversão dos ídolos a Deus (v. 9). Foi a fé que os levou a deixar o
ídolo visível e tangível para buscar o Deus invisível. Em seguida, ele fala da obra que esta-
vam fazendo por causa do amor; estavam servindo ao Deus vivo e verdadeiro (v. 9) e a
perseverança que demonstravam neste serviço provinha da esperança da vinda do Filho
de Deus. Converteram-se dos ídolos a Deus, não só para servir o Deus vivo e verdadeiro,
mas também para "esperar dos céus a Seu Filho, a Quem ressuscitou dos mortos, a sa-
ber, Jesus, que nos livra da ira futura" (v. 10).

2) SEU PROGRESSO
Os tessalonicenses progrediram rapidamente na carreira cristã. Lemos como eles
receberam a palavra (1.6) e, logo em seguida, vemo-los anunciando a palavra do Senhor
(1.8). De ouvintes passaram a ser anunciantes da palavra. Além disto, é interessante ob-
servar que a palavra que estavam anunciando é descrita como "a palavra do Senhor", ao
passo que a que receberam é simplesmente "a palavra". Talvez haja nisso mais uma Indi-
-12-
caçfio do seu crescimento espiritual, pois através desta palavra estavam conhecendo e
reconhecendo o Senhorio dAquele que os salvou.
Lemos ainda que foram feitos imitadores dos pregadores e do Senhor (1.6) e, logo
em seguida, somos Informados que eles foram exemplo para todos os fiéis na Macedônia
e Acaia (1.7). Os que foram feitos imitadores logo passaram a ser exemplo para os outros;
os alunos tornaram-se professores.

3) IMITADORES
Paulo disse aos tessalonicenses: "Vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor"
(1.6). O tempo do verbo usado nesta afirmação (aorista) indica um ato completado, não
um processo. Note também a forma passiva: "fostes feitos". Paulo não está dizendo que
eles imitaram os pregadores e o Senhor, mas que eles foram feitos imitadores (Almeida
Revista e Corrigida). O versículo anterior (v. 5) indica que Quem fez esta obra foi o Espírito
Santo, uma evidência de sua eleição (v. 4).
Quando os tessalonicenses ouviram a pregação do Evangelho em poder e no Espí-
rito Santo, ficaram convictos do seu pecado e creram no Senhor Jesus. Em consequên-
cia, houve uma transformação na sua vida (1.9 e 10). O que foi produzido neles pelo Espí-
rito Santo foi a mesma mudança que o mesmo Espírito antes havia produzido er,i Paulo,
Silas e Timóteo e, neste sentido, os tessalonicenses foram feitos imitadores destes prega-
dores.
Estas coisas que caracterizavam a vida nova dos convertidos eram as mesmas vir-
tudes que marcavam a vida terrestre do Senhor Jesus. Foram feitos imitadores do Senhor.
Foram salvos para anunciar as virtudes dAquele que os chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz (veja 1a Pedro 2.9) e estas virtudes eles anunciaram não só em palavras,
mas também pela sua atitude e comportamento. Até hoje, qualquer um que crê, será feito
imitador daqueles servos de Deus e do próprio Senhor, pois é o mesmo Espírito Santo
que passa a aluar nele, produzindo o Seu fruto (Gaiatas 5.22). A fé que salva sempre pro-
duz estas obras, de sorte que um verdadeiro cristão é conhecido em qualquer lugar ou
época pelo fruto do Espírito produzido na sua vida.
No caso destes tessalonicenses, porém, o Espírito faz menção específica de um
aspecto desta semelhança. Eles receberam a palavra em muita tribulação, com gozo do
Espírito Santo. Os pregadores que lhes trouxeram o Evangelho haviam sofrido muitas tri-
bulações e as sofreram com gozo no Espírito Santo.
Um exemplo claro disto e que os próprios tessalonicenses conheciam muito bem
(1a Tessalonicenses 2.2) foi o que aconteceu em Filipos. Paulo e Silas haviam sido açoi-
tados e humilhados publicamente, mas à meia-noite oravam e cantavam hinos a Deus (A-
tos 16.25). O próprio Senhor, porém, é o exemplo supremo desta alegria na tribulação.
Mesmo na noite terrível da traição, a poucas horas do Calvário, o Senhor falou com os
Seus a respeito de gozo e alegria (veja João 15.11; 16.20 a 24; 17.13).
Não foi apenas como indivíduos que estes tessalonicenses foram feitos imitadores,
pois aprendemos que a igreja em Tessalônica foi feita imitadora das igrejas na Judéia (ve-
ja 2.14). Como estas igrejas sofreram muito com os seus concidadãos, essa também foi a
experiência dos tessalonicenses. Tudo isto destaca uma verdade importante que deve-
-13-
mós observar agora Um cristão no Brasil mostrará as mesmas virtudes e características
que um cristão na China, em Angola ou em qualquer outro pafs do mundo. Da mesma
forma, uma Igreja de Deus no Brasil terá as mesmas características que uma igreja de
Deus em qualquer outro país. Cultura e circunstâncias não alteram as características do
verdadeiro cristão, nem afeiam os princípios de uma igreja de Deus.

4) MODELO
Já observamos como Paulo afirma que estes cristãos foram exemplo para todos os
fiéis na Macedônia e Acaia (1.7); agora vamos observar a razão de tal afirmação. Encon-
tramos isto no versículo 8: "Porque por vós soou a palavra do Senhor... na Macedônia e
Acaia"'. Os tessalonicenses anunciavam o Evangelho aos seus vizinhos e também fora
da sua cidade, em toda a província da Macedônia, alcançando até a província vizinha de
Acaia. Era uma igreja que evangelizava.
Este, portanto, é o modelo para cada igreja local: evangelizar. A ordem do Senhor
foi clara: "Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura" (Marcos 16.15).
Talvez foi por causa de sua relutância em obedecer esta ordem que o Senhor permitiu
que viesse sobre a primeira igreja local neste mundo uma feroz perseguição, obrigando
aqueles cristãos a saírem de Jerusalém. É interessante notar que todos, com exceção dos
apóstolos, foram espalhados de Jerusalém! Parece que o Senhor está dizendo que este
trabalho de evangelizar não é algo que a igreja deve deixar por conta de alguns que pos-
suem dons especiais. É um trabalho para todos. Na igreja em Arrtioquia (que nasceu em
consequência do trabalho daqueles que foram dispersos em Jerusalém), o Espírito Santo
disse: "Apartai-Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13.2)
e a igreja os despediu. Tessalônica, como já observamos, confirma este modelo.
A igreja que não evangeliza está em perigo de extinção. Se ela se ocupa com even-
tos sociais e agradáveis, perdendo tempo com peças musicais e até teatrais, em vez de
evangelizar, logo morrerá. Se a igreja limita sés esforços evangelfstlcos a quatro paredes
de um salão de reuniões, ela não está seguindo este modelo que vemos em Tessalônica.
É necessário que ela saia com o Evangelho, anunciando por todos os meios, em conta-
tos pessoais, em pregações ao ar livre, em distribuição de folhetos, em pregações de ca-
sa em casa, de cidade em cidade, sempre e por todos os meios tentando alcançar os
perdidos.
O que dava urgência a este trabalho no caso dos tessalonicenses era a esperança
da vote iminente do Filho de Deus (1a Tessalonicenses 1.10). Quanto mais esforçados
devemos ser hoje, pois a vinda de nosso Senhor se aproxima cada vez mais! O tempo
que nos resta é pouco; as multidões perecem.
irmãos, nenhuma igreja pode dar-se ao luxo de preparar programas agradáveis en-
quanto almas estão perecendo. Que sejamos Igrejas modelo, igrejas que evangelizam.

Llçáo N° 5
A FÉ DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1* Tessalonlcense» 1.3,8 a 10; 3.1 a 10
-14-
Não é de admirar que a fé seja tão destacada nesta carta, pois sem fé é impossível
agradar a Deus (Hebreus 11.6). é a essência da vida cristã. Por ela somos justificados;
por ela o justo viverá. Todo o cristão tem fé, mas na vida dos tessalonicenses esta virtude
era realmente notável.

A OBRA DA SUA FÉ
Cada vez que Paulo pensava nos seus irmãos em Tessatônica ele se lembrava da
fé deles (1.3). Era algo que ele viu e jamais poderia esquecer; era algo que o impressiona-
ra muito. Impressionou-o tanto que logo no começo da sua carta ele faz menção das
obras da sua fé. A fé sempre produz obras. Tiago deixa bem claro que a fé que não tem
obras é morta em si mesma (Tiago 2.17) e outra vez afirma: "Assim como o corpo sem
espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta" (v. 26).
No caso dos tessalonicenses, a sua fé produziu uma obra que seus vizinhos não
compreenderiam, nem justificariam; deixaram os ídolos com tudo que isto implicava (1a
Tessalonicenses 1.9) e ajuntaram-se a Paulo e Silas (Atos 17.4). Deixaram os ídolos para
seguir e servir o Deus verdadeiro, porém invisível, que ninguém jamais viu. Deixaram
aquele templo grande e majestoso para fazer parte de um templo espiritual. Deixaram a
popularidade e a compreensão da multidão para unir-se a Paulo e Silas, os perseguidos e
desprezados. Somente a fé levaria alguém a tal posição. Somente a fé abre mão do mate-
rial, do visível, e daquilo que é presente, para agarrar-se com firmeza às coisas espirituais,
Invisíveis e futuras. Somente a fé poderá tomar as coisas invisíveis mais reais do que aqui-
lo que vemos e apalpamos.

O IMPACTO DA COMUNIDADE
Como era de esperar, uma tal fé teve um impacto muito grande na população de
Tessalônica. O povo em geral, embora recusando a mensagem do Evangelho, não pode-
ria deixar de perceber e sentir esta grande mudança que a fé havia operado na vida dos
seus vizinhos. Veja bem o capítulo 1 e versos 8 e 9. Os cristãos tessalonicenses anuncia-
vam a palavra em toda a Macedônia e Acaia e paralelamente a sua fé para com Deus se
divulgou por toda parte. Eles anunciaram a palavra e a sua fé se espalhou, sem que eles
comentassem a respeito.
O versículo seguinte (v. 9) mostra como isto aconteceu: "Eles mesmos anunciam
de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos (dolos vos convertestes a
Deus". Repare bem como nesta citação Paulo emprega a primeira pessoa do plural, refe-
rlndo-se a si mesmo e a seus companheiros ("nós"). Ao falar dos tessalonicenses que
creram ele usou o vocábulo "vos" e ainda faz menção de um terceiro grupo quando disse
"eles mesmos anunciam".
É claro que "eles" não se refere ao apóstolo e seus companheiros, nem aos tessa-
lonicenses que se converteram, mas sim, aos demais tessalonicenses que não creram. A
fé daqueles que creram e a evidência desta fé na sua maneira de viver fez um impacto tal
neste povo que eles não podiam deixar de comentar. Sem dúvida, acharam estranha a ati-
tude destes cristãos; sem dúvida se irritaram com tal atitude; mas a mudança nos conver-
tidos tornou-se em assunto de conversa geral, a tal ponto que Paulo escreve dizendo:
-15-
"Não temos necessidade de falar coisa alguma" (1.8).

ILUSTRAÇÕES
Das muitas Ilustrações desta fé que encontramos na Bíblia, quero chamar a atenção
a duas:
A) ABRAÃO (Hebreus 11.8 a 17). Abraão creu em Deus e esta fé produziu na sua
vida obras tão impressionantes quanto as dos tessalonicenses. Ele abriu mão daquilo que
homens normalmente procuram; deixou os confortos de Ur dos Caldeus; deixou tudo que
simbolizava estabilidade e segurança, tanto para ele quanto para a sua família, e saiu
"sem saber para onde ia". Ele procurava uma cidade espiritual (v. 10) e uma pátria celes-
tial (v. 16). Não as recebeu nesta vida, mas "vendo-as de longe, e crendo-as e abraçan-
do-as" (v. 13), confessou que era estrangeiro e peregrino na terra. Foi a fé que transfor-
mou a sua vida e mudou o seu destino.
B) MOISÉS (Hebreus 11.23 a 27). Moisés também abriu mão daquilo que os ho-
mens estimam. Deixou tudo que o Egito lhe oferecia; desprezou o tftulo de filho da filha de
Faraó; largou os tesouros do Egito, pois preferiu ser maltratado com o povo de Deus;
aceitou o vitupério de Cristo; enfrentou a ira do rei porque "tinha em vista a recompensa"
(v. 26). Ele "ficou firme, como vendo o invisível" (v. 27). Foi a fé que o levou a estas de-
cisões sábias aos olhos de Deus, mas que são consideradas loucura pela sabedoria des-
te mundo.

A FÉ HOJE
A fé que operou na vida de Abraão, operou também na vida de Moisés e, séculos
mais tarde, manifestou-se na vida dos tessalonicenses. Ainda hoje, esta mesma fé opera.
Quando alguém crê no Senhor Jesus Cristo como Salvador, uma mudança profunda é
evidente na sua vida. Ele deixa as coisas deste mundo e agarra-se com tenacidade às
coisas espirituais e eternas.
Não sé engane; a fé que não tem poder para transformar a vida agora, não mudará
o destino na eternidade. A fé sem obras é morta. Tiago perguntou: "Qual é o proveito, se
alguém disser que tem fé, mas não tiver as obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?"
(Tiago 2.14).

A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A FÉ DOS TESSALONICENSES


Já observamos no resumo dado na primeira lição deste curso que ó no terceiro
capítulo da carta que se desenvolve o assunto da fé dos tessalonicenses. Talvez o que
nos impressiona mais neste capítulo é a preocupação de Paulo com a fé dos seus
irmãos.
Em Atenas, apesar de boas oportunidades para evangelizar, Paulo achou melhor fi-
car ali sozinho, permitindo que Timóteo voltasse a Tessalônica para "vos confortar e vos
exortar acerca da vossa fé" (v. 2). Ele não podia esperar mais (w. 1 e 5). Ele, que alegre-
mente suportava as perseguições e todo tipo de pressão externa, não podia suportar
mais a preocupação quanto à fé dos seus irmãos em Tessalônica.
A palavra traduzida "confortar" significa sustentar. Foi usada em Êxodo 17.12
-16-
quando Arão e Hur sustentavam as mãos de Moisés. A Chave Linguística diz: "A palavra
tem a ideia de colocar um contraforte para apoio". O Senhor Jesus usou o mesmo verbo,
falando com Pedro: "Quando te converteres, confirma [mesmo verbo] teus irmãos" (Lu-
cas 22.32).
"Exortar" significa incentivar, confortar, rogar. Portanto, vemos como a preocu-
pação de Paulo o levou a enviar Timóteo para apoiar e incentivar a fé dos irmãos em Tes-
salônica. Como notamos, ó o mesmo trabalho que o Senhor mandou Pedro fazer; sem
dúvida alguma, deve ser a nossa preocupação também procurar sustentar e incentivar
a fé dos nossos irmãos, pois há tantas forças contrárias, procurando derrubá-los.
Uma das razões desta preocupação foi a perseguição (v. 3). Na verdade, foram avi-
sados que teriam que enfrentar tais perseguições (v. 4), mas Paulo sentiu ainda a neces-
sidade de sustentá-los e incentivá-los, pois ele conhecia bem a astúcia e crueldade do
tentador (v. 5). Este mesmo tftulo (o tentador) ó usado em Mateus 4.3 quando o inimigo
atacou nosso Senhor no deserto. Aquele mesmo que atacou o Senhor, hoje ataca Seu
povo.

A FIRMEZA DA SUA FÉ
Quando Timóteo regressou a Tessalônica, encontrou Paulo em Corinto e deu-lhe
boas notfcias da fé dos seus irmãos. Note bem este fato. Não consta neste versículo que
Timóteo trouxe notícias da saúde deles, nem da sua situação material, embora tais coisas
sejam importantes, mas sim, notícias da sua fé e do seu amor (v. 6). Multo mais importan-
te do que o bem-estar material ou físico ó a firmeza da fé.

CONFORTO DE PAULO POR CAUSA DA SUA FÉ


As boas notícias que Timóteo trouxe de Tessalônica deram a Paulo o incentivo que
ele próprio queria dar aos tessalonicenses. Ele diz: "Ficamos consolados" (v. 7); é a
mesma palavra que ele usou no v. 2, traduzida "exortar".
Paulo estava em grande "aflição" (v. 7), mas ficou consolado. Esta palavra (aflição)
é a mesma que foi traduzida "tribulações" no v. 3. Significa ser moído como trigo ou es-
magado como as uvas no lagar. Ele não queria que tais sofrimentos abalassem a fé dos
tessalonicenses; ele também estava sofrendo as mesmas pressões, mas não pensou na
sua "necessidade" (v. 7). Esta palavra pode Indicar algo provocado por forças externas
(por exemplo, Lucas 21.23) ou por pressões internas no espírito (por exemplo, Judas v.
3). Paulo estava sofrendo em ambas as formas: pressões externas obrigaram-no a fabri-
car tendas para o seu próprio sustento e, ao mesmo tempo, sofria fortes perseguições em
Corinto. Além disto, estava sentindo uma profunda preocupação em relação à fé dos tes-
salonicenses (veja Atos 18.3 a 6).
Muitos em nossos dias achariam tal preocupação um exagero e até uma ameaça à
própria saúde, porém aquele que realmente ama seu Senhor, amará também Seu povo ao
ponto de preocupar-se com o seu estado espiritual. Aquele que não se preocupa com
a fé dos outros, estará causando preocupação aos espirituais pela sua atitude materialista
e acomodada. Para Paulo, isto era tão Importante que escreveu: "Agora vivemos, se es-
tais firmes no Senhor" (v. 8).
-17-
DESEJO DE SUPRIR O QUE FALTAVA À SUA FÉ
Mesmo recebendo notícias tão boas, Paulo não se satisfez; ainda queria aperfeiçoar
mais a fé daqueles irmãos. O contexto sugere várias maneiras de fazer isto:
1) Oraçfio. Na sua oração, Paulo pediu que Deus abrisse a porta para que ele pu-
desse estar novamente em Tessalônica com o objetivo expresso de suprir o que faltava à
fé deles (v. 10).
2) Comunhão. Queria estar com os irmãos (v. 11). Juntos ficamos mais fortes; so-
zinhos estamos mais vulneráveis.
3) Ensino. Admoestando-nos uns aos outros, nos fortalecemos mutuamente (veja
Hebreus 10.25).
Este desejo de suprir o que faltava à sua fé, ilustra bem o ensino a respeito dos
dons espirituais. Os membros devem ter igual cuidado uns pelos outros, de sorte que, se
um membro padece, todos padecem com ele; se um membro é honrado, todos os mem-
bros se regozijam com ele. Veja 1a Coríntios 12.25 a 27.

LJçáo N° 6
A SANTIFICAÇÃO DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1a Tessalonlcenses 1.9 e 10; 3.13; 4.1 a 8

Tendo considerado no capítulo anterior a fé dos tessalonicenses, não há nada mais


lógico do que examinar agora o que esta carta diz a respeito da sua santificação.
Estas duas coisas, na verdade, são inseparáveis. A carta aos Hebreus menciona
a fé, sem a qual ninguém pode agradar a Deus (11.6) e, em seguida, fala da santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor (12.14). A fé produz santificação.
Devemos, porém, definir o termo. Um dicionário bíblico diz que santificação implica
em separação. Geralmente, na Bíblia, a ideia é de separação a Deus e, conseqúentemen-
te, de separação do pecado, porém, às vezes, a mesma palavra é usada em relação a
separação para o juízo. Não implica em nenhum mudança essencial naquele que é santi-
ficado, mas sim, numa mudança circunstancial. Lemos, por exemplo, de uma tenda e de
um altar santificados (Êxodo 29.44); isto não quer dizer que eles fossem transformados
materialmente, mas que foram separados para o uso exclusivo de Deus. Da mesma
forma, lemos de vestidos santos (Êxodo 28.2), de uma casa santificada (2° Crónicas 7.16)
e também de pessoas, dias, jejuns, etc.

OS TESSALONICENSES
No caso dos tessalonicenses, já observamos como a sua fé em Deus os separou
dos ídolos, transformando a sua vida. Por causa da fé, deixaram de frequentar o templo
dos ídolos, com toda a imoralidade que fazia parte do seu culto. Começaram a servir o
Deus vivo e verdadeiro. Separaram-se do pecado e da imundícia para Deus e o Seu ser-
viço. Isto é santificação. A relação entre a fé e a santificação ó tão estreita que podemos
afirmar que onde há fé haverá santificação.

-18-
Já observamos como a carta aos Hebreus apresenta a fó (capítulo 11) e, em segui-
da, a santificação (capitulo 12); a primeira carta aos Tessalonicenses segue a mesma or-
dem. Vemos como o assunto da sua santificação é abordado no capitulo 4, precedido,
porém, no capitulo 3, do destaque à sua fé.

DOIS ASPECTOS DA SANTIFICAÇÃO


No final do capitulo 3, que fala tanto da fé, Paulo introduz no último versículo o as-
sunto da santificação e Indica dois aspectos distintos. O versículo diz: "Para que sejais Ir-
repreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo com todos os Seus santos". Primeiramente fala de uma santificação prática, de-
sejando que sejam Irrepreensíveis em santidade e, depois, menciona uma santificação
posicionai, chamando-os de santos. Antes, porém, de examinar com mais detalhes estes
dois aspectos da santificação, devemos notar que esta obra começa antes mesmo da
nossa salvação!

ANTES DO NOVO NASCIMENTO


Pedro escreveu a sua primeira epístola aos estrangeiros dispersos no Ponto, Qalá-
cia, Capadócia, Ásia e Bltínia, os quais ele descreve como "eleitos segundo a presciência
de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Je-
sus Cristo" (1a Pedro 1.2). Nestas palavras aprendemos que a nossa salvação foi plane-
jada no passado por Deus Pai; que o Espírito Santo participou nesta obra, convencen-
do-nos do nosso pecado e assim levando-nos a abandonar os nossos maus caminhos e
buscar ao Senhor; que obtemos esta salvação não pelo nosso esforço ou mérito, mas
sim, pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.
A afirmação em 2a Tessalonicenses que "Deus nos elegeu desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito" (2a Tessalonicenses 2.13) concorda com isto. A
Iniciativa em nossa salvação foi de Deus. Além de planejar tudo na Sua presciência e pre-
parar tudo pela morte de Seu Filho no Calvário, Ele iniciou a obra em cada pecador, peio
Seu Espírito Santo. Ninguém seria salvo se, primeiro, o Espírito Santo não o levasse a
buscar o Senhor. Este é o início da obra de santificação: levar o pecador a deixar seu ca-
minho errado e buscar ao Senhor.

NOSSA POSIÇÃO
Escrevendo aos cristãos em Roma, Paulo diz que eram "amados de Deus, chama-
dos santos" (Romanos 1.7). Na sua carta aos Coríntios, os descreveu como "santificados
em Cristo Jesus, chamados santos" (1a Coríntios 1.2). Esta é a posição de todo aquele
que pertence ao Senhor Jesus Cristo. É um santificado, chamado santo. Aprendemos
como isto acontece na carta aos Hebreus: "Eis aqui venho, para fazer ó Deus, a Tua von-
tade... na qual temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma
vez" (Hebreus 10.9 e 10). A primeira parte é uma revelação. Note bem que diz que temos
sido santificados. A forma passiva indica que nós não fizemos isto. Foi Deus Quem nos
santificou. O tempo do verbo também é importante, mostrando que já temos a santifi-
cação. Temos sido separados para Deus.
-19-
NOSSA RESPONSABILIDADE
Se Deus nos santificou e nos chama "santos", Ele também requer que sejamos
santos em toda a nossa maneira de viver. Ele exorta: "Como é santo Aquele que vos
chamou, sede vos também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto escrito
está: Sede santos, porque Eu sou santo" (1a Pedro 1.15 e 16). Outra vez somos exorta-
dos: "Segui... a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14). € claro
que aqui temos um aspecto diferente da santificação, pois é algo que somos exortados a
buscar.
Deus nos santificou completamente, de uma vez por todas, pela oblação do corpo
de Cristo. Isto é graça.
Mas nós temos de santificar-nos a nós mesmos. Isto ó responsabilidade.
Paulo falou deste aspecto da santificação na sua carta aos Coríntios, dizendo: "Pu-
rifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor do Senhor" (2a Coríntios 7.1).

A VONTADE DE DEUS
No capítulo 4 de 1a Tessalonicenses, a ênfase cai sobre este segundo aspecto da
santificação, mostrando a nossa responsabilidade. É a santificação prática na nossa vida
de cada dia. O Espírito Santo eleva este ensino prático a um nível elevado e sublime, afir-
mando que a nossa santificação é a vontade de Deus. Os tessalonicenses se converte-
ram a Deus para servir o Deus vivo e verdadeiro. Deixaram os ídolos com o propósito ex-
presso de servir a Deus. Pois bem, aqui está a vontade dAquele que querem servir, a san-
tificação (1a Tessalonicenses 4.3).
No mesmo versículo, o Senhor explica claramente o que está implícito nesta santifi-
cação: "que vos abstenhais da prostituição". A prostituição era uma parte intregrante do
ritual do culto idólatra que conheciam. Deus, porém, tem um padrão diferente para o seu
povo. A vontade dEle, aqui revelada com clareza, é que os Seus sejam puros. O Senhor
Jesus ensinou que prostituição e coisas semelhantes provém do coração humano, isto é,
são frutos da carne, daquela natureza perversa e perdida que está em cada um. E estas
coisas contaminam o homem (Marcos 7.21 a 23).
Quando o Espírito Santo forneceu uma lista de obras da carne, colocou em primeiro
lugar a "prostitiuição, impureza, lascívia, idolatria" (Gaiatas 5.19 e 20). Na carta aos Efé-
sios, nos é dito que coisas como prostituição e toda a impureza não devem ser mencio-
nadas entre nós (Efésios 5.3) e na lista de "membros que estão sobre a terra", os quais
temos de mortificar, vemos em primeiro lugar "a prostituição, a impureza", seguidas de
outras coisas do mesmo género (Colossenses 3.5).

A RAZÃO DESTA VONTADE


É na primeira carta aos Coríntios, porém, que encontramos uma explicação deta-
lhada da razão porque Deus requer dos Seus esta santificação. Os nossos corpos são
membros de Cristo: "Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma
meretriz? Não, por certo" (1a Coríntios 6.15). No mesmo contexto lemos: "Fugi da prosti-
tuição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca
-20-
contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo,
que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por bom preço" (6.18 a 20). Sendo que este corpo foi comprado por bom
preço, segue-se que não somos de nós mesmos; portanto, pertencemos ao Senhor e por
esta razão temos de "dar a Deus o que ó de Deus", dedicando-nos a Ele. Esta é a santifi-
cação que Ele requer.

POSSUIR O SEU VASO


Tendo dito que a santificação que Deus requer implica numa abstinência de prosti-
tuição, o texto acrescenta que cada um deve saber como "possuir o seu vaso em santifi-
cação e honra" (4.4). O contexto deixa bem claro que o vaso refere-se ao corpo. Este não
é para prostituição, mas deve ser possuído em santificação, separado para o uso exclusi-
vo de Deus. Veja outra vez como Paulo expressa isso em 1a Corfntios: "O corpo não é
para prostituição, senão para o Senhor e o Senhor para o corpo" (1a Coríntios 6.13).
Os gentios, que não conhecem a Deus, usam seus corpos "na paixão de concu-
piscência", oprimindo e enganando os outros (1a Tessalonicenses 4.5 e 6), trazendo so-
bre si a ira de Deus, mas nós devemos ser diferentes "porque não nos chamou Deus para
a imundícia, mas para a santificação" (4.7). t

A falta desta santificação na vida de um cristão é o mesmo que desprezar a Deus e


fazer afronta ao Espírito Santo que Ele nos deu. Considere bem as palavras com as quais
Deus encerra este parágrafo em 1a Tessalonicenses: "Portanto, quem despreza isto, não
despreza ao homem, mas sim, a Deus, que nos deu também o Seu Espirito" (4.8).

A SANTIFICAÇÃO TOTAL
Terminando a primeira carta, Paulo expressa o desejo que o Deus de paz os santifi-
casse em tudo e este desejo não será frustrado. O Senhor Jesus "amou a Sua igreja e a
Si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem de água,
pela palavra, para a apresentar a SI mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e Irrepreensível" (Efésios 5.25 a 27).
Nesta citação vemos outra vez os dois aspectos da santificação. Na prática, o Se-
nhor usa a Sua palavra para nos purificar cada dia e, quanto à nossa posição, Ele garante
que seremos apresentados naquele dia sem qualquer contaminação, totalmente santifica»
dos pela Sua graça.
Que cada um de nós "saiba possuir o seu vaso em santificação", purificando-nos
"de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de
Deus" (2a Coríntios 7.1).

Llçfio N° 7
A ESPERANÇA DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1a Tessalonlcenses 1.10; 4.13 a 18

-21 -
Aprendemos no capitulo anterior que foi a fé que produziu a santificação nos cren-
tes tessatonlcenses. Agora vemos o poder que os sustentou naquela vida santa: a espe-
rança viva na vinda do Senhor Jesus Cristo. Quando ouviram o Evangelho, eles se con-
verteram dos ídolos a Deus para servir o Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a Seu
Filho, o Senhor Jesus, o Libertador da ira futura (veja 1a Tessalonicenses 1.9 e 10). Nestes
dois versículos vemos a fé, a santificação e a esperança. A fé que deu início a esta nova
vida; a santificação que caracterizou esta nova vida e a esperança que a sustentou.
Quando os pregadores chegaram a Tessalônica, anunciaram uma Pessoa (veja
Atos 17.2 e 7). Mesmo os incrédulos em Tessalônica não trouxeram nenhuma reclamação
às autoridades locais senão esta: "procedem contra os decretos de César, dizendo que
há outro rei, Jesus". Os que creram não abraçaram uma nova religião, mas aceitaram
uma Pessoa. Creram naquilo que os pregadores diziam a respeito desta Pessoa e, melhor
ainda, depositaram nEle toda a sua confiança. Creram nEle. Esta Pessoa foi o Senhor Je-
sus Cristo.
O Senhor Jesus, porém, não estava fisicamente entre eles! Nunca O viram. Sabiam
que Ele morrera crucificado, pois os pregadores lhes mostraram pelas Escrituras que
convinha que o Cristo padecesse e que também ressuscitasse dentre os mortos. Ele não
estava fisicamente entre eles, mas sabiam que Ele estava vivo e estavam esperando o
momento da Sua volta dos céus. Acreditavam na promessa da Sua vinda. Esperavam-nO
a qualquer instante e esta esperança era tão forte que os mantinha firmes na santificação,
vivendo só para Ele.

UMA NOVA ESPERANÇA


Muitos dos convertidos em Tessalônica eram gentios e nada sabiam do Senhor Je-
sus Cristo até que aqueles pregadores chegaram à sua cidade. Para eles, esta promessa
da vinda do Senhor para buscar e levar os Seus era algo completamerrte novo, algo es-
tranho até, mas eles creram. Os demais convertidos eram judeus, pessoas conhecedoras
das Escrituras do Velho Testamento. Para eles também esta esperança era algo novo, al-
go estranho. Eles conheciam o Velho Testamento, mas não há nada naquelas Escrituras a
respeito dessa promessa; nem uma só palavral Há, sim, profecias (e murtas!) sobre a
vinda do Senhor à terra para estabelecer o Seu reino aqui, mas, para arrebatar os Seus e
levá-los ao céu, não há nenhuma palavra.
De fato, alguns indivíduos haviam sido arrebatados ao céu, conforme o Velho Tes-
tamento registra. Isto aconteceu com Enoque (Génesis 5.24) e Elias (2° Reis 2.11), mas
não há nenhuma indicação no Velho Testamento de que todos os salvos, juntos, vivos e
mortos, serão arrebatados ao encontro do Senhor nos ares. Para estes ex-judeus, esta
promessa era igualmente nova, e, da mesma maneira que os seus irmãos que haviam si-
do gentios, eles também creram. Todos os salvos em Tessalônica estavam esperando a
cada dia a vinda do seu Salvador, o Senhor Jesus.

O ARREBATAMENTO
De onde teria surgido esta ideia nova? Como foi que vieram a crer neste arrebata-
mento coletivo de todos os salvos? O primeiro a falar deste arrebatamento foi o próprio
-22-
Senhor Jesus Cristo.
Na noite em que foi traído, Ele falou com os discípulos a respeito da Sua morte imi-
nente. Ficaram desconsolados. Diante desta tristeza, o Senhor disse: "Não se turbe o
vosso coração; credes em Deus, crede também em Mlm. Na casa de Meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E se Eu for, e
vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu esti-
ver estejais vós também" (João 14.1 a 3). Ele prometeu voltar para levá-los para as muitas
moradas da casa do Pai. Isto era algo novo que nunca havia sido revelado antes no Velho
Testamento. Repare bem: naquela noite da traição, Ele não falou da Sua vinda à terra em
poder e grande glória, mas sim, falou que viria para levar os Seus embora daqui. Falou
pela primeira vez do arrebatamento.

ESTAVAM CERTOS
Estes tessalonicenses estavam certos, então! A sua esperança não era uma espe-
rança vã. Não será como nos dias de Enoque e de Elias, mas será um arrebatamento ma
clço. Todos os que são de Cristo irão, tanto vivos como mortos. É este fato que realmente
dá valor a esta esperança; os que morreram também participarão. Nenhum dos salvos
perderá este evento glorioso. Esta esperança jamais poderá murchar; nem a morte pode
frustrá-la. Muito pelo contrário. Os mortos terão precedência sobre os vivos naquela hora.
Veja 1a Tessalonicenses 4.16.

A BASE DESTA ESPERANÇA


A sua esperança estava baseada na morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo.
"Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem,
Deus os tornará a trazer com Ele" (1a Tessalonicenses 4.14). Observe neste versículo a
repetição do nome "Jesus"; o nome que lembra a humanidade do Salvador. O homem
Jesus morreu, mas para Ele a morte não foi uma derrota, não foi o fim da esperança. Ele
ressuscitou. A morte foi o caminho que O levou à glória. "Assim também aos que em Je-
sus dormem, os tornará a trazer com Ele". Isto é, trará de entre os mortos, ressuscitará.
Para o cristão, a morte não é o fim da esperança. Ele ressuscitará e participará nas ale-
grias e glórias do arrebatamento.

COMO SERÁ O ARREBATAMENTO?


"O mesmo Senhor descerá do céu" (1a Tessalonicenses 4.16). Nestas palavras
vemos confirmada a promessa que o Senhor Jesus deixou na noite em que foi traído: "vi-
rei outra vez e vos levarei para Mim mesmo" (João 14.3). Ele não vai mandar um anjo pa-
ra nos buscar, mas Ele mesmo descerá do céu, vindo ao encontro do Seu povo.
Vemos uma linda ilustração disso na história de Isaque e Rebeca. Rebeca viajou pe-
lo deserto para encontrar-se com Isaque e, quando estava chegando ao fim da viagem,
levantou os seus olhos e viu que Isaque vinha ao seu encontro. Isaque encontrou a sua
noiva no caminho e a conduziu à tenda de sua mãe.
Um dia desses, a nossa viagem pelo deserto chegará ao seu fim e o Senhor virá até
aos ares encontrar-se com os Seus e nos conduzirá à casa do Pai.

-23-
OS SONS
Ete virá com alarido (veja o v. 16). Esta é a única vez que a palavra "alarido" apare-
ce em o Novo Testamento e este fato deve chamar a nossa atenção à sua importância. É
uma palavra de ordem.
Em escritos seculares daquela época, esta palavra era usada para descrever a or-
dem dada por um general aos seus soldados, a ordem dada por um almirante aos seus
comandados, para incitar ou para encorajar.
Alguns acreditam que 6 a descrição da voz do arcanjo, porém acho melhor ver aqui
a voz do Senhor mesmo, chamando-nos para Si. O mundo não ouvirá esta voz, mas os
salvos, vivos ou mortos, a ouvirão (compare com João 5.28). Já ouvimos a voz do Bom
Pastor; conhecemos a Sua voz (João 10.4 e 27). Veja isto prefigurado em Cantares de Sa-
lomão: "Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem" (2.13).
Juntamente com a voz do nosso Amado, ouviremos a voz de arcanjo (v. 16). Note
bem que não há artigo com "arcanjo". O único arcanjo que conhecemos é Miguel (Judas
v. 9), mas ele é descrito como "um dos primeiros príncipes" (Daniel 10.13), o que nos le-
va a crer que há mais arcanjos. Os anjos são ministros, enviados para servir a favor da-
queles que hão de herdar a salvação (Hebreus 1.14), e até o momento de nos encontrar-
mos com o Senhor estarão ao nosso lado. Eles estiveram presentes anunciando a encar-
nação do nosso Salvador (Lucas 1.9 a 13); serviram o Senhor após a tentação no deserto
(Marcos 1.13); O confortaram no jardim do Getsemani (Lucas 22.43); apareceram no se-
pulcro no dia da ressurreição (Mateus 28.2). Não é de estranhar, portanto, a sua presença
no arrebatamento.
O terceiro som que se ouvirá no arrebatamento é a trombeta de Deus. É a "última
trombeta" de 1a Corlntlos 15.52. No Velho Testamento lemos das trombetas de prata
(Números 10.1 a 10) que controlavam toda a vida do povo de Deus no deserto. Conforme
o som das trombetas, reuniam-se ou safam à guerra ou partiam de viagem rumo à terra
prometida. A última trombeta é uma linda figura da Igreja partindo daqui para entrar na sua
herança no céu.

UM ARREBATAMENTO SECRETO
Temos mencionado os três sons, temos observado o fato que os mortos ressusci-
tarão primeiro e que depois os vivos serão arrebatados, juntamente com eles, para encon-
trar o Senhor nos ares. Tudo isto pode ter levado o leitor a pensar que isto será um acon-
tecimento público assistido pelo mundo inteiro. Aprendemos, porém, que tudo isto vai
acontecer "num abrir e fechar de olhos" (1a Corlntios 15.52). Será tão rápido que o olho
humano não poderá acompanhar a nossa partida deste mundo. Este fato ó reforçado
quando lembramos que ninguém sabe quando Ele virá. Ele não marcou a data. Pegará o
mundo de surpresa.
Quando, mais tarde, Ele vier à terra, então sim, se cumprirá a profecia de Apocalip-
se 1.7: "todo olho O verá". Então "todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho
do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mateus 24.30). O
mundo, porém, não verá o nosso encontro com o Senhor. As alegrias daquele momento
são para nós e, sobre tudo, para Ele. "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas

-24-
palavras' '(1a Tessalonicenses 4.18).
Que o consolo desta esperança encha os nossos corações, fortalecendo sempre a
nossa perseverança na senda da fé.

LlcáoN°8
A SEGURANÇA DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1a Tessalonlcenses 1.1 e 10; 5.1 a 11

A verdade do arrebatamento foi, sem dúvida, uma fonte de grande conforto para a
igreja em Tessalônica (veja 4.18). Estavam sofrendo perseguição e haviam sofrido bastan-
te prejuízo, mas sabiam que seu Senhor viria e que não falharia com a Sua promessa. Sa-
biam que Ele viria para arrebatá-los deste mundo de tanto sofrimento. Eles O esperavam
do céu. Este arrebatamento, porém, seriam mais do que o final das suas aflições; seria
também um reencontro com aqueles irmãos que haviam falecido/deixando tantas sauda-
des. E, melhor ainda, seria o alegre encontro com aquele Senhor a Quem serviam.
Havia ainda mais um motivo de conforto para estes cristãos. O mesmo verbo que o
Espírito Santo usou em 4.18, traduzido "consolai-vos", ó usado novamente em 5.11, onde
a Versão Almeida Revista e Corrigida traduz "exortai-vos". O contexto aqui no capftulo 5 é
diferente. Não se trata mais do arrebatamento e do conforto que esta esperança nos traz,
mas sim, do dia do Senhor e da ira que virá sobre este pobre mundo. O motivo do confor-
to neste capftulo está no v. 9: "Deus não nos destinou para a ira". Eles sabiam muito bem
que o dia do Senhor viria como ladrão de noite (5.2), trazendo repentina destruição, como
as dores de parto àquela que está grávida, e eles não estavam nas trevas. Aquele dia não
os surpreenderia como ladrão (5.4), porque Deus não os destinou para a ira (5.9). Sabiam
que não passariam por aquele período de ira conhecido como a Grande Tribulação e este
conhecimento lhes dava um conforto real e verdadeiro.
Os dois motivos de conforto, portanto, são:
a) A certeza do arrebatamento Capftulo 4;
b) A certeza de não passar pela Tribulação . . Capftulo 5.

A SEGURANÇA PRESENTE
Desde o começo desta primeira carta, Deus quis mostrar a estes cristãos a segu-
rança da sua posição. Ele endereçou a carta à igreja dos Tessalonicenses em Deus, o
Pai, e no Senhor Jesus Cristo (1.1). A segunda epístola começa da mesma forma: "à igre-
ja dos tessalonlcenses em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo" (1.1). Fisicamente,
esta igreja estava em Tessalônica, porém espiritualmente estava em Deus, o Pai, e no Se-
nhor Jesus Cristo. Estava segura. Em Tessalônica havia perseguição, mas em Deus havia
segurança. E esta segurança era duplamente garantida, pois estava no Pai e também no
Senhor Jesus Cristo. Compare com João 10.28 e 29. Ninguém pode arrebatar uma só
ovelha da mão do Senhor Jesus, nem tampouco da mão do Pai.
É uma segurança presente que o cristão pode desfrutar agora. E não só o cristão
-25-
individual, mas também a igreja. O inimigo pode bramar como um leão, o mundo poderá
se reunir contra o povo de Deus, mas o cristão pode permanecer tranquilo, descansando
em Deus, sabendo que o maligno não lhe toca (1a João 5.18) e homens perversos, embo-
ra tendo poder para matar o corpo, jamais poderão atingir a alma (Mateus 10.28). "Portan-
to também os que padecem segundo a vontade de Deus, emcomendem-Lhe as suas al-
mas, como ao fiel Criador, fazendo o bem" (1a Pedro 4.19).

A SEGURANÇA FUTURA
Aquele que eles esperavam do céu era "Jesus, que nos livra da ira futura" (1a Tes-
salonicenses 1.10). Esta ira futura, mencionada aqui, é aquele tempo de aflição "como
nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver" (Ma-
teus 24.21). No livro de Daniel é descrito como "um tempo de angústia, qual nunca hou-
ve, desde que houve nação e até aquele tempo'" (Daniel 12.1). Será "dia de trevas e de
tristezas; dia de nuvens e de trevas espessas, como a alva espalhada sobre os montes,
povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele ha-
verá pelos anos adiante, de geração em geração" (Joel 2.2). E outra vez lemos: "Ah! Por-
que aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angustia pa-
ra Jacó" (Jeremias 30.7).
Os tessalonicenses sabiam deste dia de aflição e terror, mas não o temiam, pois
esperavam o Salvador, Aquele que nos livra da ira futura. Note bem qual foi a sua espe-
rança. Não esperavam proteção NA ira futura, mas sim, livramento DA ira futura. Tinham
certeza que jamais entrariam naquele grande e terrfvel dia do Senhor.

O APOCALIPSE
O livro de Apocalipse confirma este fato tão confortador. Nos primeiros três capftu-
los daquele livro, lemos de igrejas locais testemunhando aqui na terra. No inicio do capitu-
lo 4, porém, lemos: "Depois destas coisas, olhei e eis que estava uma porta aberta no
céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui e mos-
trar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer" (Apocalipse 4.1). Note bem a ex-
pressão "depois destas coisas" no começo do versículo e as palavras "depois destas"
no finai. Isto é, após ter contemplado as igrejas locais em testemunho na terra. João foi ar-
rebatado para ver as coisas que hão de acontecer depois destas, ou seja, depois que as
igrejas locais tiverem encerrado o seu testemunho aqui. Em outras palavras, a part/r do
começo do capítulo 4, o livro de Apocalipse vai mostrar as coisas que hão de acontecer
depois do arrebatamento da Igreja.
Lendo o livro do Apocalipse, o leitor pode comprovar que a Igreja, que é bem des-
tacada nos três primeiros capítulos, não aparece mais na terra até quase no final do livro.
Ela reaparece no capítulo 19 saindo do céu, vestida de vestidos brancos, seguindo o seu
Senhor, na Sua volta à terra. E esta parte do livro onde a Igreja não é vista na terra (do
capítulo 4 ao 18) é aquela parte que descreve os acontecimentos da Grande Tribulação.
Assim vemos confirmada a verdade que já observamos em Tessalonicenses, que a Igreja
hão vai passar pela Tribulação. O Senhor Jesus Cristo nos liberta DA ira futura.

''' -26-
MAIS PROVAS DESTA SEGURANÇA
O começo do capítulo 5 da primeira carta aos Tessalonicenses é a sequência lógica
e cronológica do final do capítulo 4. No capitulo 4 vemos a vinda do Senhor aos ares para
buscar o Seu povo, mas no capítulo 5 vemos a Sua vinda à terra O capítulo 4 mostra
como será o arrebatamento; o capítulo 5 mostra o que acontecerá depois do arrebata-
mento. Nos primeiros versículos vemos que os tessalonicenses haviam sido bem escla-
recidos a respeito destas coisas e não necessitavam que Paulo lhes escrevesse mais.
Sabiam muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão, isto ó, inesperado e indese-
jado.
O dia do Senhor começará com paz e a promessa de segurança; o mundo estará
alegre, pensando que tem achado o caminho para a prosperidade, mas, "quando disse-
rem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição" (5.3). Mesmo no Ve-
lho Testamento isto foi predito: "andam enganando o Meu povo dizendo: Paz, não ha-
vendo paz" (Ezequiel 13.10). Jeremias também falou daqueles que "curam a ferida da fi-
lha do Meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz" (Jeremias 6.14 e
8.11). Estas profecias acharão seu pleno cumprimento naquele dia da Grande Tribulação,
quando muitos em Israel aceitarão um concerto com o príncipe que há de vir, a besta (ve-
ja Daniel 9.26 e 27). Hão de confiar na sua proteção, pondo a mentira por seu refúgio e a
falsidade por esconderijo (Isaías 28.15). Aprendemos em o Novo Testamento que todo o
mundo há de confiar nas promessas vãs da besta (Apocalipse, capítulo 13), mas quando
disserem paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição e de modo nenhum
escaparão.
É importante notar o uso da terceira pessoa neste versículo: "Quando disserem...,
lhes sobrevirá". Nos versículos anteriores, Paulo usou a segunda pessoa, pois estava fa-
lando diretamente aos irmãos em Tessalônica a respeito deles mesmos, mas agora está
falando do mundo. Os irmãos não terão parte naquela falsa paz e repentina destruição.
Naquele dia estarão bem longe das angústias deste mundo. Veja nisto mais uma prova de
que a Igreja será arrebatada antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.

O GRANDE CONSTRASTE
Nos versículos 4 e 8 vemos a grande diferença entre aquele que é de Cristo e aque-
le que é do mundo. Neste parágrafo, veja como Paulo volta a usar a segunda pessoa (v. 4
e 5a); no meio do v. 5, porém, ele passa a usar a primeira pessoa do plural, associando-
se com os irmãos de Tessalônica, pois todos os salvos participam destes privilégios e
devem participar destas responsabilidades. No versículo 7, ele refere-se novamente aos
incrédulos e vemos outra vez a terceira pessoa.
Resumindo estes versículos, aprendemos que nós, os salvos, não somos das tre-
vas, nem da noite; somos filhos do dia. O contraste não poderia ser maior. Temos que vi-
ver de tal forma que qualquer um, crente ou descrente, possa ver que somos diferentes
dos demais. Esta diferença deve ser evidente nas nossas atitudes e nos nossos atos. Eles
(os incrédulos) dormem, indiferentes quanto às coisas eternas e divinas. Mas nós não de-
vemos dormir. Eles se embebedam, intoxicando-se com os divertimentos e ilusões deste
mundo, mas o cristão deve ser sóbrio, percebendo a realidade da hora que vivemos. Pre-
-27-
cisamos evitar tanto a letargia e a indiferença, características da religião formal, quanto o
emocionalismo carnal do pentecostalismo e do movimento carismático. Que o amor de
Cristo possa nos constranger (2a Coríntios 5.14); que estas realidades espirituais nos le-
vem a servir ao nosso Deus, esperando dos céus o Seu Filho.

NOSSA SALVAÇÃO
Nossa salvação, porém, não depende de nosso estado de sonolência ou de vi-
gilância; depende da morte do Senhor Jesus (5.10). A salvação, portanto, está segura.
"Pelo que, consolai-vos uns aos outros, como também o fazeis" (5.11).

Llçào N° 9
AS ATITUDES CRISTÃS
Leitura: 1a Tessalonlcenses 5.12 a 23

A primeira carta aos Tessalonicenses termina apresentando uma série de exor-


tações práticas, nas quais vemos as atitudes que o cristão deve adotar em relação a vá-
rias classes de pessoas e em diversas circunstâncias. Para se ter uma percepção mais
clara destas atitudes podemos dividir a passagem em duas partes como segue:
a) A atitude cristã em relação a diversas classes de pessoas (w. 12 a 15);
b) A atitude cristã em relação a diversas situações (w. 16 a 22).

A ATITUDE CRISTÃ EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS


1) PRESBÍTEROS (w. 12 e 13).
Esta Escritura descreve os presbíteros como "os que trabalham entre vós no Se-
nhor e vos admoestam". O verbo traduzido "trabalham" sugere um trabalho feito com es-
forço; não é simplesmente a ideia de fazer algo, mas sim, a de labutar ou trabalhar até a
exaustão e ainda persistir em trabalhar. O verbo traduzido "presidem"' significa permane-
cer à frente ou liderar. A ideia apresentada nesta descrição, portanto, é a de homens que
participam ativamente de todos os trabalhos da igreja. Seu trabalho e esforço servem de
exemplo para todo o rebanho (veja 1a Pedro 5.3) e é neste sentido que "lideram" ou
"permanecem à frente".
A atitude da igreja para com estes presbíteros deve ser:
a) Reconhecer. Vendo o trabalho que fazem, á Igreja deve reconhecê-los como
presbíteros e procurar seguir o seu exemplo.
b) Estimar e amar. A obra feita pelos presbíteros deve levar a igreja a respeitá-los e
amá-los. A palavra traduzida "grande" (v. 13) é uma palavra composta, superlativa, que
significa excessivamente; a frase diz que devemos considerar excessivamente em amor
estes presbíteros, ou seja, o nosso amor para com eles deve ser tão grande que trans-
borda. Devemos amá-los assim, porque trabalham incansavelmente em nosso favor.
Compare com a exortação a Timóteo (1a Timóteo 5.17).
2) DESORDEIROS (v. 14).
-28-
Cada igreja local precisa de presbíteros que trabalhem para manter a boa ordem;
apesar dos seus esforços incansáveis, é comum surgirem desordeiros numa igreja local.
A nossa atitude em relação a estes deve ser tentar corrigi-los. Devem ser admoestados. O
mesmo verbo foi usado no v. 12, tornando claro que esta é uma tarefa dos presbíteros,
porém não é só para eles. Este verbo significa treinar por meio de palavras e é usado em
dois sentidos:
a) Instruir: uma palavra de encorajamento ou de instrução;
b) Demonstrar: uma palavra de repreensão que visa corrigir o erro.
3) DESANIMADOS (v. 14).
Não devemos estranhar a presença de irmãos desanimados na igreja em Tessalô-
nica. As perseguições duras e cruéis que estavam sofrendo teriam levado alguns a desa-
nimar. Esperavam que o Senhor viesse logo, mas o tempo estava passando e as perse-
guições continuavam; desanimaram. Talvez a atitude dos desordeiros tenha contribuído
para este desânimo.
Mesmo nos dias relativamente fáceis em que nós vivemos há muitos irmãos desa-
nimados. As causas são as mais diversas. Alguns, que corriam bem, perderam o ânimo
diante da indiferença e dureza dos incrédulos. Semearam muito e colheram pouco e esta
falta de resultados visfveis os desanimou. Ou, talvez, depois de lutar praticamente'sozi-
nhos durante vários anos, desanimarem diante da indiferença e mundanismo dos pró-
prios irmãos.
Seja qual for a causa do desânimo, a nossa atitude para com este irmão deve ser
de amor e de consideração. O versículo indicado acima diz: "Consoleis os de pouco
ânimo". Este verbo significa encorajar ou confortar. O desordeiro precisa de admoes-
tação; o desanimado, de consolo. O consolo ou encorajamento ao desordeiro o fará mais
desordeiro, da mesma forma que a admoestação deixaria o desanimado ainda mais de-
sanimado.
4) FRACOS (v. 14).
A palavra "fracos" pode ser entendida como fracos fisicamente ou espiritualmente.
De qualquer forma, precisam de apoio e esta deve ser a nossa atitude em relação aos
tais. A atitude do homem carnal é de desprezo ou, quando muito, de tolerância, conside-
rando o fraco como um peso. Paulo, porém, escreve: "Sustenteis os fracos". Paulo prati-
cava o que ensinava. Falando com os presbíteros da igreja em Éfeso, disse: 'Tenho-vos
mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos" (Atos
20.35). Elifaz reconheceu que Jó também era um homem que agia assim, quando disse:
"Tens ensinado a muitos e tens fortalecido as mãos fracas" (Jó 4.3).
5) TODOS (v. 14).
Após mencionar estes casos específicos e a atitude correspondente a cada caso, o
Espírito indica aquela atitude geral que devemos ter em relação a todos: paciência É o
amor que produz esta paciência; "o amor ó paciente" (1a Coríntios 13.4). Tiago nos exorta
à paciência, até a vinda do Senhor, e ilustra esta virtude falando do lavrador que "espera o
precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que recebe a chuva têmpora e
serôdia" (Tiago 5:7 e 8). O exemplo supremo desta paciência, porém, é o nosso Deus,
pois Ele "é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam" (2a Pedro
-29-
3.9).

A ATITUDE QUE NUNCA DEVEMOS ADOTAR


O versículo 15 destaca uma das falhas mais gritantes da natureza humana: a de
querer vingar-se. No Sermão da Montanha o Senhor ensinou que não devemos adotar a
regra de "olho por olho e dente por dente". Antes, em vez de resistir ao mal, devemos
amar os Inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer bem aos que nos odeiam e orar
pelos que nos maltratam e nos perseguem (veja Mateus 5.38 a 48).
O mesmo ensino foi dado aos Romanos quando Paulo lhes escreveu: "A ninguém
torneis mal por mal..., náo vos vingueis a vós mesmos..., se o teu inimigo tiver fome, dá-
lhe de comer..., não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Romanos
12.17 a 21).
O apóstolo Pedro também deu este mesmo ensino: "Não tornando mal por mal, ou
injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo..." (1a Pedro 3.9). Pedro também
aponta o Exemplo Supremo, o Senhor Jesus Cristo, "o Qual, quando O injuriavam, não
injuriava, e quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se Àquele que julga justamen-
te" (1a Pedro 2.23).

A ATITUDE CRISTÃ EM RELAÇÃO A DIVERSAS SITUAÇÕES


Do versículo 16 ao 22 temos uma série de mandamentos do Senhor quanto às ati-
tudes que devemos adotar nas mais diversas circunstâncias do dia a dia da vida cristã.
Podemos subdividir esta passagem como segue:
a) A atitude cristã nas diversas circunstâncias da vida (w. 16 a 18);
b) A atitude cristã em relação ao ensino da Palavra de Deus (w. 19 a 22).
1) "REGOZIJAI-VOS SEMPRE" (v. 16).
O homem natural regozija-se quando as circunstâncias lhe são favoráveis, mas ao
cristão é reservado o privilégio de regozijar-se sempre. Seu gozo não depende das cir-
cunstâncias, pois não provém delas, mas do Senhor. Escrevendo aos filipenses, Paulo
disse: "Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos" (Filipenses 4.4). É
importante lembrar que, quando Paulo escreveu estas palavras, estava na prisão em Ro-
ma, mas tal circunstância não diminuiu o seu gozo. E os filipenses deveriam saber deste
fato, pois foi em Filipos mesmo que Paulo e Silas cantavam hinos a Deus mesmo tendo
sido presos, humilhados, açoitados e estando com os pós no tronco (Atos 16.22 a 24). De
teto, Pauto disse de si mesmo e dos seus companheiros que estavam "constristados,
mas sempre alegres" (2a Goríntios 6.10).
2) "ORAI SEM CESSAR" (v. 17).
Embora regozijando-se em todas as circunstâncias, o cristão não deve deixar de
orar. As coisas que cercam o cristão não podem afetar a sua alegria no Senhor, mas
constituem perigos e, conseqúentemente, ele precisa orar sem cessar. Porém não é só
pela sua própria necessidade que o crente ora. Apesar do seu gozo constante, ele sabe
que o seu semelhante não conhece esta alegria e está em perigo do fogo eterno. Ele pre-
cisa estar sempre orando pelos incrédulos. Também a obra de Deus, bem como o cuida-
do pelos irmãos, devem levar-nos sempre à oração.
-30-
3) "EM TUDO DAI GRAÇAS" (v. 18).
Ações de graças devem ser uma constante na vida do cristão. Da mesma forma
que ele deve regozijar-se e orar sem cessar, ele deve dar graças EM TUDO. Não pode dar
graças por tudo, mas sim, em tudo. A simples recordação das bênçãos que tem recebido
em Cristo Jesus é o suficiente para poder dar graças em qualquer circunstância Mesmo
em tempos de adversidade e perseguição, o cristão tem motivos de sobra para ser agra-
decido; ele já tem a vida eterna, jamais entrará em condenação, é herdeiro de Deus e co-
herdelro com o Senhor Jesus Cristo, tem o Espírito Santo e o privilegio de comunhão ver-
dadeira e constante com o seu Senhor.
Por mais espinhoso que seja o caminho do crente, ele deve sempre dar graças,
pois jamais andará sozinho (veja Salmo 23 e Hebreus 13.5).
Em seguida, temos mais três mandamentos quanto à atitude do cristão em relação
à Palavra de Deus:
1) "NÃO EXTINGAIS O ESPÍRITO" (v. 19).
O Senhor prometeu enviar outro Consolador, o Espírito Santo, para ensinar todas
as coisas e fazer os discípulos lembrar das palavras que o Senhor havia dito. Ele ó a
"unção" que nos "ensina todas as coisas" (1a João 2.27); Ele nos guia em toda a verda-
de (João 16.13). É essencial que o cristão esteja submisso à orientação do Espírito Santo,
ouvindo a Sua voz. Não dar ouvidos ou não obedecer ao que Ele nos diz é extinguir o
Espírito, pois Ele nada mais revelará enquanto rejeitemos aquilo que Ele já nos mostrou.
2) "NÃO DESPREZEIS AS PROFECIAS" (v. 20).
Quando Paulo escreveu estas palavras, ainda não havia o Novo Testamento. Era
necessário o ministério dos profetas. Deus revelava a Sua vontade diretamente aos profe-
tas, pelo Seu Espírito Santo, e estes falavam a palavra do Senhor ao povo de Deus. Veja a
regulamentação do trabalho dos profetas na igreja em 1a Coríntios 14.29 a 33.
Quando o Novo Testamento foi completado, então recebemos de Deus uma reve-
lação completa e, conseqúentemerrte, não há mais necessidade de profetas. Deus mos-
trou que, uma vez a revelação fosse completada, as profecias cessariam (1a Coríntios
13.8 a 10). Esta exortação, portanto, complementa a anterior; não devemos desobedecer
â voz do Espírito, nem desprezar o instrumento humano através de quem Ele fala.
3) "EXAMINAI TUDO; RETENDE O BEM" (v. 21).
Mesmo nos dias apostólicos, havia enganadores e era necessário examinar tudo.
João disse que devemos provar se os espíritos são de Deus (1a João 4.1). Paulo avisou
os coríntios a respeito de falsos apóstolos e obreiros fraudulentos que se transfiguram em
apóstolos de Cristo (2a Corfntios 11.13). Avisou também que nos últimos tempos alguns
apostatariam da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutriunas de demónios
(1a Timóteo 4.1). Veja também 2a Pedro 2.1.
Os bereanos fornecem um exemplo do cuidado que o cristão deve ter com o ensi-
no que ouve, pois estos, quando ouviram Paulo, o apóstolo, pregar em sua cidade, exa-
minaram "cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (Atos 17.11).
Se tal cuidado foi necessário naquele tempo, quanto mais necessário é nos nossos
dias! Que estas atitudes cristãs nos caracterizem cada dia, sejam quais forem as cir-
cunstâncias pelas quais passemos.
-31-
Llçfio N° 10
O JUSTO JUÍZO DE DEUS
Leitura: 2* Tessalonlcenses, capítulo 1

Mesmo uma leitura superficial desta segunda carta aos Tessalonicenses será o su-
ficiente para convencer o leitor que houve pouco espaço de tempo entre as duas cartas
Inspiradas que foram enviadas a esta igreja. Os assuntos abordados, além do fato de Si-
las e Timóteo ainda estarem com Paulo, levam-nos a esta conclusão. Parece claro que
alguns pontos mencionados na primeira carta precisavam ser repetidos (tais como a vin-
da do Senhor e as instruções quanto aos desordeiros) e isto levou Paulo a escrever, sem
demora, esta segunda carta.
A introdução desta carta é muito semelhante à da primeira, pois Deus torna a desta-
car a segurança da igreja em Tessalônica, apesar das perseguições que ainda continua-
vam. O alfvio e resultante alegria de Paulo eram evidentes na primeira carta. Ele esteve tão
preocupado em Atenas e tão desanimado em Corinto, mas as boas notícias que recebeu
de Tessalônica dissiparam as nuvens negras do desânimo e da preocupação, dando um
novo impulso ao trabalho em Corinto e fazendo o coração do apóstolo transbordar de
alegria e de gratidão (veja Atos 18 e 1a Tessalonicenses 3).
Agora, ao escrever esta segunda carta, o senso de gratidão a Deus parece ser ain-
da maior. Veja a diferença entre o segundo versículo da primeira carta e o terceiro desta
segunda. Na primeira carta, Paulo disse: "Sempre damos graças a Deus por vós todos"
(1.2); na segunda carta, porém, lemos: "Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por
vós" (1.3). O verbo "devemos" neste versículo indica ser devedor e implica numa obri-
gação pessoal. Duas razões são apresentadas para explicar porque Paulo sentiu-se obri-
gado a sempre dar graças a Deus por estes tessalonicenses:
a) "A vossa fé cresce muitíssimo" (v. 3). Paulo lembrava-se sempre da obra da fé
dos tessalonicenses (1a Tessalonicenses 1.3) e preocupava-se muito com ela (1a Tessa-
lonicenses, capitulo 3) e agora, ao ver que, apesar das perseguições constantes, esta fé
continuava a crescer muitíssimo, ele não pode conter as ações de graça.
b) "O amor de cada um de vós abunda nuns para com os outros" (v. 3). Na primei-
ra carta, Paulo disse que não havia necessidade de escrever-lhes a respeito do amor fra-
ternal, pois o próprio Deus os instruía nesta virtude (1a Tessalonicenses 4.9). E ele tinha
razão. Este amor não apenas continuava, mas ele abundava, impelindo Paulo a dar gra-
ças a Deus.
Ao dizer que ele se gloriava nos tessalonicenses (1.4) por causa do aumento da sua
fé e do seu amor, ele não queria dizer que se gabava nem do trabalho que ele havia feito
em Tessalônica, nem do progresso dos seus filhos na fé. Tal atitude estaria em desarmo-
nia com tudo o que o Novo Testamento revela quanto às atitudes do apóstolo a este res-
peito. Ele se gloriava em Deus. Ele via na perseverança dos tessalonicenses, bem como
na sua fé e no seu amor, o poder de Deus e não perdia oportunidade de citar este exem-
plo, incentivando as igrejas de Deus à emulação.

UMA PROVA EVIDENTE


-32-
A perseverança e a fé que os tessalonicenses mostravam nestas perseguições (v.
4) são a prova clara do justo juízo de Deus. Eles seriam incapazes de mostrar tal atitude
antes de receberem o Espírito Santo e aprenderem como a aflição e o gozo podem andar
juntos (veja 1a Tessalonicenses 1.6). Eles estavam padecendo pelo reino de Deus (1.5) e
este fato mostrava a sinceridade da sua fé. Qualquer um gostaria de participar do reino de
Deus nos dias futuros da sua glória e manifestação, mas estes entraram no reino no tem-
po da rejeição e desprezo. E esta atitude de perseverança na perseguição por causa do
reino é a prova clara da justiça divina que os considera "dignos" deste reino.
Isto, porém, não quer dizer que posssuíam algum mérito inerente, pois foi unica-
mente pela graça que foram salvos. A sua fé, porém, mostrou-se operante, produzindo as
evidências de que eles não eram deste mundo e sim, verdadeiros cidadãos do reino de
Deus. O Senhor Jesus disse: "Se o mundo vos aborrece, sabei que primeiro do que a
vós, Me aborreceu a Mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria õ que era seu, mas,
porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos
aborrece" (João 15.18 e 19). Escolheram, como Moisés, "antes ser maltratado com o po-
vo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado" (Hebreus 11.25).

A JUSTA RETRIBUIÇÃO
Uma fé inabalável na justiça do jufzo divino é uma fonte inesgotável de força e per-
severança. Os que atribulam receberão tribulação (v. 6) e os que são atribulados rece-
berão descanso (v. 7). O que o homem semear, isso também ceifará (Gaiatas 6.7).
Para os tessalonicenses, porém, a recompensa não seria imediata, nem para os
seus perseguidores. Este acerto de contas está relacionado com a vinda do Senhor Jesus
desde os céus, com os anjos do Seu poder (v. 7). Na verdade, aqueles tessalonicenses já
descansam, mas na manifestação do Senhor em glória e poder haverá um acerto público
de contas. O sofrimento foi visto pelo mundo; a gloriosa recompensa também será.

A VINDA DO SENHOR
A descrição da vinda do Senhor nestes versículos é impressionante. Ele não virá
sozinho! Ele virá com os anjos do Seu poder e virá em labareda de fogo. Note bem que o
poder não é dos anjos e, ainda, esta vinda será em (não apenas como) labareda de fogo.
Gramaticalmente, é possível relacionar este fogo com a Sua vinda (v. 7) ou com a
vingança (v. 8). Em ambos os casos faz muito sentido. O fogo pode muito bem descrever
a glória da Sua vinda, como vemos no Velho Testamento nos dias de Moisés. A presença
de Deus foi vista entre o povo de Israel na forma de uma nuvem durante o dia e como co-
luna de fogo durante a noite (veja, por exemplo, Êxodo 13.21 e Números 14.14). O Novo
Testamento também usa esta figura, pois lemos que o nosso Deus é um fogo consumidor
(Hebreus 12.29). Se, porém, ligarmos este fogo com a Sua vingança, então será como
lemos em Levftlco 10.2 e Salmo 97.3. Parece que as palavras são citação do profeta
Isalas: "Eis que o Senhor virá com fogo e os Seus carros serão como o torvelinho, para
retribuir a Sua ira com furor e a Sua repreensão com chamas de fogo" (Isafas 66.15).

DUAS CLASSES
-33-
Naquele dia, "todas as tribos da terra se lamentarão e verão vir o Filho do Homem
sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mateus 24.30). Esta multidão de
inimigos é dividida em duas classes:
a) Os que não conhecem a Deus;
b) Os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
A repetição do artigo definido "os" indica que são duas classes de pessoas e não
simplesmente duas descrições das mesmas.
Os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo são judeus.
Eles tiveram grandes privilégios. A eles foram confiados os oráculos de Deus (Romanos
3.2), mas, referindo-se a estes judeus, a Escritura diz: "Mas nem todos obedecem ao
Evangelho, pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?" (Romanos 10.16). E
no mesmo capitulo acrescenta: "Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as Minhas
mãos a um povo rebelde [desobediente] e contradizente" (Romanos 10.21).

O CASTIGO
Estes, por castigo, padecerão eterna perdição, sendo banidos da presença do Se-
nhor (v. 9). Devemos notar que a porção deles é a perdição; aprendemos na primeira car-
ta que a porção daqueles que crêem é a salvação (1aTessaionicenses 5.9). Esta perdição
não é aniquilação, mas a perda de todas as coisas que dão valor à existência (Chave
Linguistica do Novo Testamento Grego). E esta perda é irreparável. É uma perdição eter-
na.

A GLÓRIA
Aquele dia da Sua vinda não será apenas o dia da vingança do nosso Deus (veja
Isaías 61.2), mas será também o dia da Sua vitória. Ele vem para ser glorificado nos Seus
santos (2a Tessalonicenses 1.10).
Já temos observado no v. 8 as duas classes de inimigos que sofrerão a eterna per-
dição e é interessante observar também agora duas descrições daqueles em quem o Se-
nhor será glorificado naquele dia. Talvez indique duas classes:
a) Os Seus santos;
b) Os que crêem.
Se estas duas expressões representam duas classes de pessoas, então os santos
são aqueles que foram salvos em dispensaçôes passadas e os que crêem são os desta
época, ou seja, a Sua Igreja. Se, por outro lado, entendemos que as duas expressões são
descrições das mesmas pessoas, então vemos o aspecto divino e o humano na nossa
salvação. Nós fomos salvos porque cremos e Deus nos santificou pela Sua graça.

RESUMO
A vinda do Senhor Jesus Cristo a esta terra será um dia de indescritível tristeza para
os incrédulos. Vendo o Filho do Homem vir sobre as nuvens, eles se lamentarão e as pa-
lavras das Escrituras bem poderiam expressar os seus sentimentos: "Passou a sega, fin-
dou o verão, e nós não estamos salvos" (Jeremias 8.20).
Para os salvos será um dia de inexpressível alegria. Será o seu descanso. E para o
-34-
nosso Senhor será o dia da vitória, quando Ele será glorificado nos Seus santos.
Que os nossos corações digam: "Ora vem, Senhor Jesus" (Apocalipse 22.20).

Lição N° 11
A VINDA DO SENHOR ESCLARECIDA
Leitura: 2" TesMlonlcenses, capitulo 2

No capítulo anterior vimos que o Espírito Santo começou esta segunda carta desta-
cando outra vez a gloriosa volta do Senhor Jesus Cristo. Descreveu, com alguns deta-
lhes, vários aspectos daquele evento. Será uma vinda gloriosa e poderosa O Senhor ma-
nifestará a Sua glória, enchendo os Seus de admiração e regozijo e o mundo de espanto
e terror. Manifestará também o Seu poder, trazendo, com justiça absoluta, aflição ao
mundo rebelde e descanso merecido ao Seu povo perseguido.

A RAZÃO DESTE ESCLARECIMENTO


Seria impossível ler o primeiro capítulo desta carta sem perceber que Paulo queria
fortalecer a fé dos tessalonicenses, remover as suas dúvidas e restituir-lhes aquela
tranquilidade e paz que nascem de uma confiança inabalável em Deus.
Agora, no segundo capftulo, este alvo torna-se ainda mais evidente, pois temos seu
apelo fervoroso (w. 1 e 2), seguido de mais esclarecimentos (w. 3 a 14) e reforçado pela
exortação à firmeza (v. 15). O capftulo termina com a clara expressão do seu desejo, o
que ó praticamente uma oração para que Deus, "que nos deu uma eterna consolação e
boa esperança", possa consolar e confortar seus corações (w. 16 e 17).

A RAZÃO DA CONFUSÃO
Não devemos nos surpreender com estas dúvidas dos tessalonicenses, nem
apressar-nos a condená-los ou a acusá-los de serem inconstantes. Antes, devemos con-
siderar as suas circunstâncias. Em primeiro lugar, devemos lembrar que não possuíam
nenhuma porção do Novo Testamento, a não ser a primeira carta que Paulo lhes escreve-
ra. Tal carta, de fato, deveria ser o suficiente para evitar qualquer confusão como a que os
tessalonicenses viviam; havia, porém, outros fatores. Eles estavam sendo perseguidos.
Para eles, portanto, a vinda do Senhor tinha muito mais importância do que tem hoje para
muitos cristãos que vivem dias bem mais fáceis. O interesse dos tessalonicenses neste
assunto não era simplesmente académico; muito menos era curiosidade. Era um interes-
se multo prático. A vinda do Senhor significaria para eles o fim daquela perseguição tão
severa; seria um verdadeiro alívio. E mais, seria o começo de um reino glorioso, do qual
participariam Eles anelavam a vinda do Senhor. Viviam esperando aquele dia (veja 1a
Tessalonicenses 1.10). Sem dúvida, oravam "vem, Senhor Jesus" (veja Apocalipse
22.30).
Chegou, porém, entre estes cristãos perseguidos e anelantes da vinda do Senhor,
um ensino erróneo que os confundiu. Paulo faz menção dele no v. 2, sem especificar exa-
-35-
tamente de onde veio. Citou várias fontes possíveis. Poderia ter sido "por espírito", isto é,
alguém, dizendo-se profeta, poderia ter-lhes ensinado, dizendo ter recebido uma reve-
lação do Espírito Santo. Ou poderia ter sido "por palavra", isto é, uma pregação que não
pretendia ser uma revelação direta do Espírito Santo, mas apenas um ensino de uma ver-
dade anteriormente revelada. Ou poderia ter sido "por epístola, como de nós", Isto é, uma
carta supostamente escrita por Paulo ou Silvano ou Timóteo.
Seja qual fosse a fonte deste ensino erróneo, o seu conteúdo é claro. Dizia que o
temível Dia do Senhor já havia chegado. E as perseguições que estavam sofrendo pare-
ciam confirmar isto. Muita coisa parecia dizer que já estavam passando pela ira da Grande
Tribulação.
Eles estavam realmente perplexos. Sem dúvida, percebiam as Implicações de tal
ensino. Se era verdade que já estavam no Dia do Senhor, então o ensino que receberam
de Paulo quando este estava em Tessalônica, estava errado. Se ele os enganara, ou esta-
va enganado neste ponto, que certeza poderiam ter quanto ao Evangelho que Paulo lhes
anunciara? Que certeza poderiam ter da sua própria salvação? Será que Paulo havia mu-
dado de opinião? Onde estava a verdade?

CORRIGINDO A CONFUSÃO
Para esclarecer os tessalonicenses e assim eliminar suas dúvidas, Paulo destaca
duas coisas importantes:
a) Ele não mudou de opinião. O que ele lhes ensinou quando estava em Tessalôni-
ca era a mesma verdade que agora repete nesta carta (w. 1 a 12);
b) Deus não mudou. O propósito divino é imutável. Desde o princípio, Deus os ele-
geu para salvação e lhes deu uma eterna consolação (v. 13).

O ENSINO REPETIDO
Este segundo capítulo começa com um apelo a respeito da vinda do Senhor, no
sentido de que não deveriam se mover facilmente do seu entendimento. A preposição
usada no v. 1, tem causado muita polémica. A Versão Atualizada traduz: "no que diz res-
peito à", mas esta tradução não parece coerente com o contexto. Paulo não vai esclare-
cer o assunto do arrebatamento, e sim, o assunto do Dia do Senhor. A tradução da
Versão Corrigida parece mais razoável: "pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". O
apóstolo está baseando seu apelo no arrebatamento; é uma adjuração
Entendido desta maneira, o contexto é coerente. A bendita esperança do arrebata-
mento é a maior defesa contra os temores causados pela falsa perspectiva de passar pelo
temível Dia do Senhor. Este ensino já fora dado desde o começo e esclarecido na primei-
ra carta (4.13 a 18). Foram ensinados que seriam arrebatados (1a Tessalonicenses 4.17) e
que não passariam pela ira (1a Tessalonicenses 1.10 e 5.9). Agora Paulo apela, pelo arre-
batamento, que "não vos movais facilmente do vosso entendimento" (2a Tessalonicenses
2.2).
O verbo traduzido "movais" significa agitar, excitar; é usado para descrever um na-
vio que escapa do seu ancoradouro durante uma tempestade. O advérbio traduzido "fa-
cilmente" significa rapidamente. Eles não deveriam julgar precipitadamente, levados pelas
-36-
circunstâncias a crer que já estavam no Dia do Senhor, antes deveriam refletir no ensino já
recebido. Veja várias expressões neste capítulo que destacam Isto:
v. 2 - "não vos movais facilmente do vosso entendimento";
v. 5 - "não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava con-
vosco?";
v. 6 -- "vós sabeis o que o detém";
v. 15 -- "estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por pala-
vra, seja por epístola nossa".

O PROPÓSITO DE DEUS
Além destas repetidas alusões àquilo que já aprenderam, há menção do propósito
de Deus. Deus os elegeu "desde o princípio para a salvação" (2.13). Eles já sabiam disto;
não era algo novo ou diferente. Paulo estava fazendo o que Pedro fez na sua segunda
carta: "Estarei sempre pronto para vos lembrar estas coisas, ainda que as saibais, e este-
jais confirmados na verdade que já está convosco" (2a Pedro 1.12 - Versão Revisada).
Os tessalonicenses se converteram a Deus para "esperar dos céus a Seu Filho... Jesus,
que nos livra da ira futura (1a Tessalonicenses 1.10). Bem no começo de sua carreira
cristã aprenderam que não teriam de enfrentar a ira no dia do Senhor; sabiam que seu
Salvador viria arrebatá-los daqui, livrando-os desta forma dos terrores daquele dia.
Outra vez, naquela primeira carta, Paulo voltou a falar deste propósito de Deus, di-
zendo: "Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso
Senhor Jesus Cristo" (1a Tessalonicenses 5.9). Este propósito estabelecido na eternidade
não poderia estar sujeito às mudanças impostas pelo tempo. Foram eleitos "desde o
princípio" (compare Efésios 1.4). Este plano de Deus não foi decidido apressadamente
após a entrada do pecado, mas na eternidade. É um propósito eterno e imutável. Eles ja-
mais poderiam passar pela aflição da Grande Tribulação.
Considere ainda os meios usados por Deus para trazê-los a esta posição privilegia-
da:
1) A santificação do Espírito Santo (2.13). O Espírito Santo os separou do mundo,
convencendo-os do seu pecado e levando-os ao arrependimento.
2) Fé na verdade (2.13). A continuação desta operação do Espirite Santo os levou à
fé no Senhor Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Nisto vemos os dois la-
dos do assunto da salvação.
a) Uma obra divina feita pelo Espírito Santo;
b) A necessidade de fé por parte do pecador arrependido.
3) O Evangelho. É por meio desta mensagem que o Espírito Santo convence e con-
verte; por meio dela, o pecador é levado a crer.

EXORTAÇÃO FINAL
"Estai firmes" (v. 15). Aqui vemos o lado positivo daquilo que foi apresentado de
maneira negativa no começo do capítulo: "não vos movais facilmente" (v. 2).
"Retende as tradições que vos foram ensinadas" (v. 15). Sendo que Deus não mu-
da, nem tampouco o Seu propósito, nem a verdade do Evangelho, eles deveriam estar
-37-
firmes, retendo o que já lhes fora ensinado.
Paulo termina este capítulo desejando que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus
Pai que "deu uma eterna consolação" possa consolar seus corações e confortá-los. A fó
fortalecida na palavra que já lhes foram ensinada, sem dúvida, teria este resultado feliz. As
dúvidas desapareceriam e viveriam tranquilos a esperar dos céus o Libertador.

Lição N° 12
A APOSTASIA E O HOMEM DO PECADO
Leitura: 2* Tessalonicenses 2.3 a 12

Temos observado nos capítulos anteriores como Paulo procurou consolar os aba-
lados tessalonicenses, reafirmando as verdades a respeito do propósito eterno de Deus,
que os elegeu desde o principio para salvação. Relembrou o fato que seriam arrebatados
deste mundo para encontrar-se com o Senhor Jesus Cristo, seu Libertador da ira futura.
Agora, nos versículos indicados para leitura, vemos o seu cuidado em prevenir para
que não sejam outra vez enganados. Ele lhes mostra que duas coisas hão de preceder o
Dia do Senhor, dizendo: "Isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja
revelado o homem do pecado, o filho da perdição" (2.3). Estas palavras são ciaras. Aque-
le dia não poderá vir enquanto primeiro não venha:
a) A apostasia;
b) O homem do pecado.
Examinemos estes dois termos.

A APOSTASIA
A palavra traduzida "apostasia" (v. 3} ocorre apenas duas vezes em o Novo Testa-
mento. A outra ocorrência é Atos 21.21, onde os irmãos em Jerusalém falaram que foram
informados a respeito de Paulo que ele ensinava os judeus que viviam entre os gentios a
se apartarem de Moisés ou, em outras palavras, que os ensinava a apostatarem do ensi-
no dado por Moisés.
Em outros escritos da mesma época, a palavra é usada para descrever uma rebe-
lião política ou militar, mas na versão grega do Velho Testamento (a Septuaginta) é usada
pata descrever rebelião contra Deus (veja Josué 22.22; 2° Crónicas 29.19; Jeremias 2.19,
etc.). O seu uso na Bíblia é consistente; significa um afastamento de Deus.
É importante notar, porém, que aqui em 2a Tessalonicenses, capítulo 2, esta palavra
é precedida pelo artigo definido, indicando que esta apostasia que há de vir precedendo o
Dia do Senhor não é qualquer apostasia; não é algo abstrato, e sim, uma apostasia es-
pecífica, da qual os tessalonicenses já ouviram e a respeito da qual já foram avisados.
Não devemos confundir esta apostasia com aquela da qual Paulo avisou Timóteo
(1a Timóteo 4.1). Paulo está falando dos últimos tempos do testemunho das igrejas aqui
na terra e avisa que alguns apostatarão da fé. Não será uma apostasia total; alguns apos-
tatarâo da fó, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demónios. Com hl-
-38-
pocrisia, falarão mentiras, tendo a consciência cauterizada. Rejeitarão a Palavra de Deus
e, consequentemente, a Deus, julgando-se superiores. A apostasia da qual Paulo fala aos
tessalonicenses, porém, é outra. Será uma apostasia generalizada. E foi predita no Velho
Testamento.
Moisés previu um tempo de rebeldia, quando Israel irá atrás de outros deuses (veja
Deuteronômio, capítulos 31 e 32). Esta profecia cumpriu-se parcialmente em diversas
épocas da história daquele povo, porém achará seu cumprimento completo nos dias do
falso profeta, o anticristo. O livro dos Salmos também descreve a mesma apostasia, mas
é nos escrrritos dos profetas que encontramos mais detalhes. Esta apostasia será uma
obra-prima de Satanás (2a Tessalonicenses 2.9). No princípio, ele enganou a Eva e intro-
duziu o pecado no mundo; através dos séculos, tem usado a mesma astúcia, enganando
a muitos (2a Coríntios 11.3; 1a Tessalonicenses 3.5); no futuro, ainda há de mostrar toda a
sua astúcia maléfica para trazer ao mundo esta grande apostasia, um espírito de rebeldia
contra Deus, liderado pelo seu servo,

O HOMEM DO PECADO.
A manifestação deste iníquo precederá o grande Dia do Senhor. A palavra traduzida
"manifeste" (v. 3) é a mesmna que o Espírito Santo usa para descrever, no primeiro capí-
tulo desta mesma carta, a manifestação do Senhor Jesus (1.7). E esta repetição da pala-
vra não acontece por acaso; Deus quer mostrar-nos como Satanás imita e falsifica as
obras de Deus. Este fato torna-se ainda mais evidente quando vemos que o homem do
pecado virá com "todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira" (v. 9). Se o Senhor Je-
sus há de manifestar-se com "os anjos do Seu poder" (1.7), este impostor também virá
com "todo o poder", porém será um poder diabólico, "segundo a eficácia de Satanás"
(2.9). Haverá sinais e prodígios na manifestação do Senhor Jesus Cristo (Mateus 24.49),
como houve também por ocasião da Sua primeira vinda (Atos 2.22). O iníquo também se
manifestará com sinais e prodígios, porém, serão prodígios de mentira (2.9),
A expressão "homem do pecado" é uma expressão hebraica, indicando um ho-
mem caracterizado pelo pecado. Veja, por exemplo, a expressão "homem de dores" em
(saías 53.3, descrevendo o Senhor Jesus na Sua vida terrestre como um Homem que so-
freu como mais ninguém sofreu. Salomão escreveu do "homem do conhecimento"
(Provérbios 24.5), descrevendo um homem que possuía grandes conhecimentos. Assim,
entendemos que este homem de quem o Espírito fala em 2a Tessalonicenses, capítulo 2,
será caracterizado por uma total entrega ao pecado.

FILHO DA PERDIÇÃO
Este versículo (2.3) ainda usa outra expressão idiomática: "filho da perdição". Se a
descrição "homem do pecado" revela o caráter deste iníquo, a expressão "filho da per-
dição" indica o seu destino. Esta expressão ocorre apenas duas vezes em o Novo Tes-
tamento, aqui e em João 1712. Na noite em que o Senhor Jesus foi traído, Ele falou de
Judas, o traidor, como o "filho da perdição". Mais tarde, lemos a respeito de Judas, que
ele "se desviou, para ir para o seu próprio lugar'" (Atos 1.25); aqui a expressão Indica que
o homem do pecado Irá para a perdição.

-39-
SUA ATITUDE
Vemos a atitude deste homem no v. 4 -- anti-Deus. Ele se opõe. Estas palavras tra-
duzem um particípio precedido pelo artigo definido, podendo ser traduzido, literalmente,
"o opositor". Na primeira carta encontramos uma expressão semelhante, descrevendo o
Senhor Jesus Cristo como "o Libertador" ("que nos livra" - 1a Tessalonicenses 1.10). A
oposição deste iníquo é claramente revelada: "ele se levanta contra tudo que se chama
Deus, ou se adora". Ele se opõe a Deus e reclama para si o lugar supremo, querendo pa-
recer Deus. Ele tomará seu lugar no templo de Deus em Jerusalém, dizendo ser o verda-
deiro Deus. As palavras "como Deus" na Versão Almeida Revista e Corrigida não tom o
apoio dos melhores manuscritos.
A semelhança desta descrição do homem do pecado com certas passagens em
Daniel deixa bem claro que ele é o '"rei" mencionado em Daniel 11.36. O profeta mostrou
que este rei "se levantará e se engrandecerá sobre todo o deus, e contra o Deus dos
deuses falará coisas maravilhosas, e será próspero". Tudo isto leva à conclusão que este
homem do pecado será o líder religioso e político dos judeus, a mesma pesoa que João
apresenta como a "besta" que subiu da terra, cuja aparência era semelhante a um cordei-
ro, porém falava como dragão (Apocalipse 13.11).

O QUE O DETÉM
Os tessalonicenses já sabiam tudo isto, pois Paulo os ensinara a respeito quando
estivera entre eles (v. 5). Sabiam também a razão porque o Iníquo ainda não fora manifes-
to (veja as ocorrências do verbo "manifestar" nos w. 3,6 e 8); sabiam que será manifesto
"a seu próprio tempo" (v. 6). Por enquanto estava impedido.
Duas expressões são usadas em relação a este impedimento:
a) "o que o detém" (v. 6);
b) "um que agora resiste" (v. 7).
A expressão citada do v. 6 traduz um particípio neutro, indicando algo que detém;
porém, no v. 7 encontramos um particípio masculino, indicando que alguém é que detém.
Há bastante diferença de opinião entre comentaristas quanto à interpretação destas duas
expressões, porém mencionaremos apenas três das mais aceitas:
a) O Império Romano. Este seria o princípio que detém; os seus Imperadores se-
riam as pessoas. Contra esta interpretação observamos o fato que o Império Romano de-
sapareceu há muitos séculos, seus imperadores todos morreram, e o homem do pecado
ainda não apareceu. Concluímos, portanto, que a interpretação não é esta.
b) O Espírito Santo. Segundo esta interpretação, o Espírito Santo é Aquele que
detém e a Igreja é o princípio. Contra esta interpretação citamos o fato que o Espírito San-
to não será afastado da terra antes da revelação do iníquo; pelo contrário, Ele continuará
a operar na terra depois do arrebatamento, embora haja uma mudança na Sua maneira de
agir. Veja profecias como Isafas 32.15 a 18 e Joel 2.20 a 32. O ensino de Zacarias 4.1 a 6 e
Apocalipse 11.3 e 4 confirma que o Espírito Santo estará ainda trabalhando na terra duran-
te a Grande Tribulação, época em que p homem do pecado estará reinando.
c) Governo legal. Esta parece ser a interpretação mais aceitável. O principio que
detém é a autoridade residente em governos legalmente estabelecidos e as pessoas que
-40-
detêm são os representantes legais deste poder. As autoridades são estabelecidas por
Deus para a repressão do mal (Romanos 13.3 e 4). São ministros de Deus e a sua pre-
sença na terra impede a manifestação do iníquo.
Veja ainda 1a Timóteo 1.9 e 1a Pedro 2.13 a 17. As profecias bíblicas mostram cla-
ramente que os últimos tempos serão caracterizados por anarquia e desrespeito à autori-
dade. Este caos abrirá o caminho para o homem do pecado.

SEU FIM
Antes de descrever a manifestação do homem do pecado, o Espírito Santo nos
• mostra ò seu fim. Isto é impressionante. Ele assim faz para consolar os tessalonicenses e
demonstrar outra vez que Deus é soberano. Mesmo nos dias tão caóticos em que este
iníquo há de aparecer, Deus estará no controle absoluto da situação. É nos momentos
mais escuros da história humana que brilha com maior intensidade a gloriosa soberania
de Deus.
Assim que fala da revelação deste perverso, o Espírito Santo acrescenta: "A quem o
Senhor desfará pelo assopro da Sua boca e aniquilará pelo esplendor da Sua vinda". No-
te bem; o Senhor o desfará. Com isto concorda a profecia de João que mostra como o
Senhor, em pessoa, na Sua vinda, há de prender a besta e o falso profeta e os lançará vi-
vos "no ardente lago de fogo e de enxofre" (veja Apocalipse 19.20 e 21). Ele usará a'es-
pada que sai da Sua boca (Apocalipse 19.15), símbolo da Sua palavra, ou, como está
aqui, "pelo assopro da Sua boca".

O ENGANO
A revelação do iníquo será "segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e si-
nais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem". En-
ganará a muitos (veja Mateus 24.23 a 28). Até aqueles que conhecem a verdade acredi-
tarão nesta mentira. Isso será uma justa retribuição imposta por Deus. Ele lhes enviará "a
operação do erro para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não
^creram na verdade" (w. 11 e 12).
' Este fato deixa bem claro que, embora muitos sejam salvos depois do arrebatamen-
to, nenhuma pessoa que hoje conhece o Evangelho terá oportunidade de salvação de-
pois da vinda do Senhor. Pelo contrário, Deus fará com que tal pessoa creia na mentira,
porque não creu na verdade do Evangelho.

Llçáo N° 13
EXORTAÇÕES FINAIS
Leitura: 2* Tessalonlcenses, capítulo 3
Este capítulo divide-se facilmente em três partes principais:
a) Um pedido e uma oração - w. 1 a 5;
b) Exortações quanto aos desordeiros - w. 6 a 15;
c) Saudação final - w. 16 a 18
-41 -
UM PEDIDO E UMA ORAÇÃO
Paulo começa este capftulo pedindo que os tessalonicenses orem por ele e por
seus companheiros. A simplicidade deste pedido não deve impedir-nos de ver a sua
grande importância
Quem pediu que orassem foi Paulo. Em diversas ocasiões ele declarou e defendeu
a sua independência de qualquer controle humano; era servo de Deus. Veja como ele
mostrou esta sua posição aos gaiatas: "Procuro agradar aos homens? Se estivesse ainda
agradando aos homens, não seria servo de Cristo". E outra vez: "Não o recebi, nem o
aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" (Gaiatas 1.10 e 12). E
ainda disse: "Nem tornei a Jerusalém a ter com os que já antes de mim eram apóstolos"
(Gaiatas 1.17) e ainda acrescentou: "Nada me comunicaram" (Gaiatas 2.6).
Este Paulo, que recusava ser servo de homens para que pudesse ser verdadeira-
mente servo de Deus, pediu que os tessalonicenses orassem por ele. Ele sabia da im-
portância da cooperação na obra do Senhor, especialmente em oração.
Outro fator que não devemos deixar de observar é que os tessalonicenses, cujas
orações ele pediu, eram crentes novos, relativamente inexperientes. Paulo não desprezou
a sua ajuda em oração, antes a apreciou tanto que a pediu. Devemos aprender deste fato
a nunca nos colocarmos debaixo das ordens humanas em nosso serviço para o Senhor,
pois somos servos de Deus e no Seu trabalho não existe autoridade humana, a não ser
aquela que Ele próprio estabeleceu na igreja local. Ao mesmo tempo, nunca devemos
agir independentes dos nossos irmãos, pois precisamos de suas orações. Ainda ó impor-
tante ressaltar que até os cristãos mais jovens e inexperientes, pelas suas orações, po-
dem ajudar muito na obra do Senhor.
Na primeira carta Paulo pediu: "Irmãos, orai por nós" (1a Tessalonicenses 5.25);
agora, ele torna a pedir, usando as mesmas palavras, porém acrescentando mais deta-
lhes que tornam este pedido mais específico. Ele pede oração para duas coisas:
a) "Para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada" (v. 1). A ex-
pressão "tenha livre curso" traduz uma palavra só no texto original. É um verbo que signi-
fica correr. Este verbo era usado para descrever a corrida de um guerreiro na batalha, su-
gerindo rapidez e determinação. O salmista apresenta a mesma ideia quando diz: "Deus
enviou o Seu mandamento à terra; a Sua palavra corre velozmente" (Salmo 147.15). De-
veriam orar para que a palavra do Senhor tivesse um rápido e decidido avanço, entrando
em regiões ainda não alcançadas e penetrando em corações outrora rebeldes.
A expressão "livre curso" (correr) refere-se à palavra em si; "seja glorificada" fala
mais do efeito naqueles que a ouvem e aceitam. Quando Paulo deixou a sinagoga em An-
tioquia da Pisídia, dizendo aos judeus: "Visto que rejeitas [a palavra]... eis que nos volta-
mos aos gentios" (Atos 13.46), estes (os gentios) se alegraram "e glorificavam a palavra
do Senhor" (v. 48).
Estava acontecendo assim em Tessalônica: "como também o é entre vós" (v. 1).
Isso ajuda a perceber que "livre curso" não significa necessariamente um avanço sem
oposição. Não se refere à atitude dos Incrédulos, mas sim, à nossa disposição de levar
avante o Evangelho com aquele senso de urgência que tal mensagem requer.
b) "Para que sejamos livres de homens dissolutos e maus" (v. 2). O texto grego tem
-42-
o artigo definido: "os homens dissolutos e maus'", Indicando que Paulo está se referindo
a pessoas que os tessalonicenses saberiam identificar. Não há dúvida de que se trata dos
judeus. Estes tumultuaram a cidade de Tessalônica (Atos 17.5) e também estavam perse-
guindo Paulo em Corinto (Atos 18.6 e 12), de onde ele estava escrevendo esta carta Es-
tes eram incrédulos: "a fé não é de todos". Note ainda a ordem destes dois pedidos de
oração: primeiro, pela palavra; depois, pelos pregadores.
O terceiro versículo apresenta um contraste entre a infidelidade dos homens disso-
lutos e maus e a fidelidade de Deus. O texto grego destaca isto de uma forma mais enfáti-
ca, pois a última palavra do segundo versículo é "fé" e a primeira palavra do terceiro
versículo é "fiel".
Há uma mudança neste versículo que não podemos deixar de observar. Paulo es-
tava falando das suas necessidades: "Rogai por nós...que sejamos livres", mas passa
abruptamente para a segunda pessoa, dizendo: "que vos confortará". É mais um exem-
plo de como Paulo vivia Cristo, Aquele que veio, não para ser servido, mas para servir. O
verbo traduzido "confortará" significa estabelecer ou confirmar. Veja a Versão Atualizada
O Senhor, porém, faz mais do que estabelecer; Ele guarda. Não estabelece e deixa para
continuar sozinho. Ele estabelece e continua guardando. Ele é fiel. Esta fidelidade de
Deus ó a base da confiança demonstrada no versículo seguinte. Paulo está confiante que
os tessalonicenses estão fazendo e continuarão fazendo o que foram mandados, pois o
Deus que começou esta boa obra neles certamente a completaria (veja Fifipenses 1.6).

EXORTAÇÕES QUANTO AOS DESORDEIROS


A partir do v. 6, Paulo começa a abordar o problema dos que andam "desordena-
damente". O mesmo advérbio é usado novamente no v. 11, quando Paulo diz ter ouvido
que alguns em Tessalônica estavam andando assim. Ele usou também o verbo cognato
no v. 7, quando disse: "Não nos houvemos desordenadamente entre vós". Este mesmo
problema foi abordado na primeira carta, quando Paulo rogou que admoestassem os de-
sordeiros (1a Tessalonicenses 5.14). A palavra significa fora de alinhamento, fora de or-
dem. O contexto em que aparece nestas duas cartas deixa claro que Paulo se refere à
preguiça Alguns, talvez julgando-se mais espirituais, deixaram de trabalhar e esperavam
que os demais irmãos os sustentassem.
Na primeira carta, não há nenhuma indicação clara quanto à conduta dos desordei-
ros, porém o contraste no contexto imediato com aqueles que TRABALHAM e, portanto,
merecem grande estima, talvez seja uma admoestação indlreta.
Na segunda carta, porém, Paulo usa linguagem clara, que vai diretamente ao co-
ração do problema. Citando seu próprio exemplo, disse que os que levaram o Evangelho
a Tessalônica não se houveram desordenadamente (3.7) e, em seguida, explica: "Nem de
graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e
dia, para não sermos pesados a nenhum de vós" (v. 8). Esta conduta deveria ser imitada
pelos tessalonicenses (v. 9).
Parece que o problema começou a aparecer logo no começo, pois quando Paulo
ainda estava presente com eles, teve de orientá-los quanto ao seu trabalho e sustento:
"Vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também" (v. 10).
-43-
Apesar do exemplo dos primeiros pregadores e do ensino claro e específico dado
por Paulo, o problema perdurava. Ele ouviu as más notícias que "alguns entre vós andam
desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs" (v. 11). Há um jogo de
palavras neste versículo que não é possível reproduzir literalmente em português, pois o
verbo traduzido "fazendo coisas vãs" é o mesmo que ó traduzido "não trabalhando", mas
com o prefixo "peri". A ideia é que aqueles que não ocupam o seu tempo em trabalhos
honestos e legítimos, empregam-no em coisas vãs e maléficas. Estes desordeiros de
Tessalónica eram intrometidos. O verbo "mandar" é usado quatro vezes neste capítulo.
Primeiramente, Paulo expressa a sua confiança nos tessalonicenses, no Senhor, certo de
que eles estavam fazendo e continuariam fazendo o que o apóstolo mandava (v. 4).
A segunda vez que usa este verbo aqui (v. 6), ele manda aos irmãos que "vos apar-
teis de todo o irmão que anda desordenadamente". Este mandamento é esclarecido
quando Paulo diz: "Se alguém não obedecer à nossa palavra, notai o tal, e não vos mistu-
reis com ele, para que se envergonhe" (v. 14). A expressão "notai o tal" indica que não
deveriam chegar a conclusões precipitadas, mas deveriam observar a pratica constante
de tal homem, antes de finalmente chegar ao ponto de cortar a comunhão. Era necessá-
rio, porém, lembrar sempre que este ofensor é nosso irmão e deveria ser tratado como tal;
"todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão" (v. 15). É importante
observar esta atitude que não deixa de julgar o pecado, mas, mesmo no exercício da dis-
ciplina, não esquece do amor.
Este mandamento não era novo para os tessalonicenses. Paulo os lembra que
"quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que se alguém não quiser tra-
balhar, não coma também" (v. 10). A quarta ocorrência do verbo "mandar" neste capítulo
ó um mandamento dado aos próprios desordeiros: "A esses tais, porém, mandamos e
exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando com sossego, comam o seu
próprio pão" (v. 12).
A expectativa da vinda iminente do Senhor Jesus não deveria levar o cristão a de-
sistir do seu trabalho secular. Talvez alguns consideravam este tipo de trabalho como im-
pedimento ao seu trabalho para o Senhor, porém devemos entender que o cristão tanto
serve a Deus no seu emprego secular como em trabalhos "espirituais". Veja passagens
como Efésios 6.5 a 8 e Colossenses 3.22 a 24.

A SAUDAÇÃO FINAL
Nestas duas cartas, Paulo tem procurado tranquilizar os tessalonicenses e con-
fortá-los nas suas perseguições. Ele encerra a carta desejando que "o mesmo Senhor da
paz vos dê sempre paz de toda a maneira". Quando Paulo falou do "Deus da paz" (Fili-
penses 4.9), talvez se referisse ao Pai, mas aqui parece claro que a referência é ao Filho,
o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da paz. Ele queria que experimentassem esta paz "sem-
pre" e também "de toda a maneira".
A'úhíma parte da carta Paulo a escreveu com a própria mão, o que poderia servir de
autenticação, por causa das cartas falsas mencionadas em 2.2. A carta termina como
começou: um desejo que a graça esteja com eles.
'' • • •

-44-
PROVAS DE
"A SEGUNDA VINDA DE CRISTO"

INSTRUÇÕES: Depois de ter estudado a lição e os versículos da


Bíblia mencionados, deve responder as perguntas da prova. Se ti-
ver alguma dúvida, leia novamente a lição.

Prova N°1 (Lição N° 1)


Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correia ou mais correia.
1. Dos quatro passageiros do navio que partiu de Troas:
A) trás eram judeus,
B) três eram gentios.
C) dois eram judeus.
2. Os quatro teriam seguido a pé:
A) de Filipos até Antioquia.
B) de Neápolis até Filipos. '
C) de Filipos até Roma.
3. Chegando a Tessalônica:
A) após dois sábados foram expulsos pelos judeus.
B) após três sábados foram aceitos pelos judeus.
C) após três sábados foram expulsos pelos judeus.
4. A frase: "Ai de mim, se não anunciar o Evangelho" foi escrita por:
A) Paulo.
B) Silas.
C) Silvano.
5. As cartas de Paulo aos Tessalonicenses:
A) não sào inspiradas pelo Espírito Santo.
B) são inspiradas pelo Espírito Santo.
C) são inspiradas apenas em parte.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo havia sido um fariseu, membro do Sinédrio.
7. Parece que Paulo ficou em Filipos.
8. A multidão assaltou a casa de Jason.
9. Pela fé Arão, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó.
10. Timóteo encontrou Paulo em Corinto e deu-lhe boas notícias dos
irmãos em Tessalônica. .......
-1 -
Prova N° 2 (Lição N° 2)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. A primeira carta aos tessalonicenses foi escrita de:
A) Roma.
B) Laodicéia.
C) Corinto.
2. Paulo estava hospedado em Corinto, em casa de:
A) Áquila e Priscila.
B) Lóide e Eunice.
C) Jason.
3. Nos dias apostólicos, a Igreja funcionava:
A) em departamentos separados.
B) como um corpo.
C) com os jovens separados dos velhos.
4. A fé dos tessalonicenses:
A) se espalhou por alguns lugares.
B) se espalhou, apenas, por Tessalônica.
C) se espalhou por toda parte,
5. A vinda do Senhor, em relação à nossa conservação:
A) é mencionada no capítulo 5.
B) é mencionada no capítulo 2.
C) é mencionada no capítulo 1.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Nenhum irmão tem capacidade para fazer o trabalho de Deus sozi-
nho.
7. Paulo era mais novo que Timóteo.
8. A divisão dos trabalhos da igreja em departamentos é benéfica e po-
de dar grandes resultados.
9. O tema principal da carta aos Tessalonicenses é a Vinda do Senhor
Jesus.
10. O capítulo primeiro fala sobre a vinda do Senhor em relação a nossa
salvação.

Prova N° 3 (Llçáo N° 3)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
-2-
1. A pregação dos apóstolos baseava-se:
A) nas Escrituras.
B) nos fatos que eles ouviram contar.
C) nas narrativas do Novo Testamento.
2. Os pregadores em Tessalônica diziam ao povo:
A) "creiam nos profetas".
B) "aceitem a mensagem dos apóstolos".
C) "este Jesus que vos anuncio é o Cristo".
3. Com a perseguição, Filipe desceu à:
A) cidade dos Gadarenos.
B) cidade de Samaria.
C) cidade de Zebulom.
4. Paulo, propositalmente, evitava:
A) sabedoria de palavras.
B) falar muito.
C) falar pouco. (
5. Só o Espírito Santo pode:
A) alcançar o intelecto.
B) ser o mediador de uma nova aliança.
C) alcançar a consciência.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo escreveu a Timóteo: "Prega a palavra'".
7. Os apóstolos desanimaram de anunciar a Jesus Cristo.
8. Viajando de Samaria para Gaza, Filipe encontrou-se com um eunuco.

9. Paulo, em suas pregações, escolheu palavras claras.


10. Paulo e seus companheiros eram sinceros.

Prova N° 4 (Lição N° 4)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correia ou mais correta.
1. Os primeiros a ouvir a mensagem em Tessalônica foram:.
A) os gentios.
B) os gregos.
C) os judeus.
2. Jason havia:

-3-
A) expulsado os pregadores da cidade.
B) denunciado Paulo e Silas.
C) hospedado, em sua casa, os pregadores.
3. A igreja de Tessalônica era uma igreja:
A) que evangelizava.
B) morna e acomodada.
C) legalista.
4. A igreja que não evangeliza:
A) pode crescer muito.
B) está em perigo de extinção.
C) obedece a Palavra de Deus.
5. Os tessalonicenses receberam a Palavra:
A) sem nenhuma oposição do inimigo.
B) apenas em parte.
C) em muita tribulação.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A maioria dos judeus de Tessalônica creu na mensagem.
7. Os tessalonicenses progrediram rapidamente na carreira cristã
8. O Espírito Santo é quem produz transformação na vida do homem.

9. Os galileus foram exemplo para todos os fiéis na Macedônia


10. Os romanos e os gaiatas progrediram rapidamente na carreira
cristã.

Prova N° 5 (Liçáo N° 5)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. No começo da carta aos Tessalonicenses, Paulo faz menção:
A) do desinteresse deles.
B) das obras da sua fé.
C) da fé que não produz obras.
2. Os espias foram escondidos em Jericó por:
A) Raabe.
B) Sansão.
C) Dalila.
3. Os cristãos de Tessalônica anunciavam a Palavra em:

-4-
A) toda Jerusalém e Judéia.
B) toda a África.
C) toda a Macedônia e Acaia.
4. A mudança nos convertidos em Tessalônica:
A) tomou-se um assunto de conversa geral.
B) não foi percebida por ninguém.
C) náo produziu fruto.
5. Satanás atacou o Senhor:
A) mas hoje não ataca mais o povo de Deus.
B) e hoje ataca Seu povo.
C) apenas quando do nascimento de Jesus.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A fé era realmente notável nos tessalonicenses.
7. Mateus deixa bem claro que a fé que não produz obras é morta
8. As obras que a fé produz são as que o homem natural não faria
9. Foi a fé que transformou a vida de Abraão e mudou o seu destino.

10. Moisés não preferiu ser maltratado com o povo de Deus.

Prova N° 6 (Lição N° 6)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente a resposta correta ou mais correta.
1. Sem a fé, ninguém pode:
A) agradar a Deus.
B) agradar ao seu semelhante.
C) ser aluno da Escola Dominical.
2. Santificação significa:
A) mistura com o mundo.
B) separação para o mundo.
C) separação para o uso exclusivo de Deus.
3. Obtemos a salvação:
A) pelo nosso esforço ou mérito.
B) pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.
C) por cumprir os dez mandamentos.
4. Ninguém seria salvo se primeiro:
A) não obedecesse os dez mandamentos.
B) o Espírito Santo não o levasse a buscar o Senhor.
C) não fizesse boas obras.
-5-
5. A nossa santificação:
A) é a vontade de Deus.
B) não interessa a Deus.
C) é fruto exclusivo da nossa vontade
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A fé produz santificação.
7. Os tessalonicenses, por causa da fé, não deixaram de frequentar o
templo dos ídolos.
8. A iniciativa da nossa salvação foi do homem.
9. Foi Deus quem nos santificou.
10. O Senhor usa a Sua Palavra para nos purificar todo dia.

Prova N° 7 (Llçáo N° 7)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. Os tessalonicenses:
A) não acreditavam na segunda vinda de Cristo.
B) não acreditavam na ressurreição.
C) acreditavam na segunda vinda de Cristo.
2. Foram arrebatados ao céu:
A) Pedro e Tiago.
B) Enoque e Elias.
C) José e Maria.
3. Para o Senhor Jesus, a morte foi:
A) o caminho que O levou à glória.
B) uma derrota.
C) uma surpresa.
4. O arrebatamento:
A) será visto pelo mundo inteiro.
B) já tem a data marcada.
C) será num abrir e fechar de olhos.
5. Os anjos:
A) não estarão presentes no arrebatamento.
B) estarão presentes no arrebatamento.
C) vivem apenas no céu.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.

-6-
6. Os que crêem abraçam uma nova religião.
7. Todos os convertidos em Tessalônica eram gentios.
8. Foi o Senhor Jesus quem faiou primeiro sobre o arrebatamento da
Igreja.
9. O Senhor virá até os ares e nos conduzirá à casa do Pai.
10. O Senhor Jesus não virá com alarido para buscar a Sua Igreja

Prova N° 8 (Lição N° 8)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. Para a igreja de Tessalônica, a verdade do arrebatamento foi:
A) sem dúvida, uma fonte de grande conforto.
B) motivo de tristeza.
C) motivo de se apegar aos ídolos.
2. A Igreja na terra:
A) vive sem segurança.
B) vive sem esperança.
C) está segura, pois está em Deus.
3. O crente agora pode desfrutar:
A) de uma salvação duvidosa.
B) de uma segurança presente.
C) de uma fé passageira.
4. O Dia do Senhor será:
A) inesperado e indesejado.
B) um dia aprazível.
C) de bênçãos para os homens.
5. Quando disserem: "Paz e segurança":
A) todos viverão seguros.
B) no mundo haverá progresso.
C) então lhes sobrevirá repentina destruição.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A Igreja não passará pela Grande Tribulação.
7. Em Tessalônica havia perseguição, mas em Deus havia segurança.

8. O crente sabe que os homens perversos podem matar a alma


9. O Dia do Senhor não virá como íádrão.
10. Nossa salvação depende da morte do Senhor Jesus.

-7-
Prova N° 9 (Uçáo N° 9)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correia:
1.0 desordeiro precisa de:
A) consolo.
B) admoestação.
C) encorajamento.
2. O homem natural regozija-se quando:
A) as circunstâncias lhe são favoráveis.
B) lhe sobrevêm a tribulação.
C) as circunstâncias lhe são desfavoráveis.
3. Quando o Novo Testamento foi completado:
A) os profetas continuaram o seu ministério.
B) não houve mais necessidade de profetas.
C) a revelação de Deus foi parcial.
4. Ao cristão é reservado o privilégio de:
A) viver perturbado.
B) depender sempre das circunstâncias.
C) regozijar-se sempre.
5. O desanimado precisa de:
A) consolo.
B) admoestação.
C) severa repreensão.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Tiago nos exorta à paciência, até a vinda do Senhor.
7. O gozo do cristão depende das circunstâncias.
8. O Espírito Santo nada mais nos revelará, enquanto rejeitemos aquilo
que Ele já nos mostrou.
9. O gozo do apóstolo Paulo foi diminuído pela prisão.
10. O Senhor nos ensinou a bendizer os que nos maldizem.

Prova N° 10 (Uçáo N° 10)


Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correia ou mais correta.
1 .Paulo estava muito preocupado:

-8-
A) em Atenas.
B) na França.
C) em Portugal.
2. Apesar das perseguições constantes, a fé dos tessalonicenses:
A) diminuía ainda mais.
B) já havia desaparecido.
C) continuava a crescer muitíssimo.
3. A salvação é:
A) pelas obras.
B) unicamente peia graça.
C) pela graça e pelos nossos esforços.
4. Os que são atribulados:
A) receberão descanso.
B) receberão tribulação.
C) serão condenados.
5.O sofrimento dos tessalonicenses foi visto pelo mundo: '
A) mas a recompensa será em secreto.
B) e o mundo verá ainda o castigo dos tessalonicenses.
C) mas a gloriosa recompensa também será.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo não se gloriava em Deus, mas nos tessalonicenses.
7. Os tessalonicenses estavam padecendo peio reino de Deus
8. Jesus não virá com os anjos, mas com a Igreja.
9. Aos gentios foram confiados os oráculos de Deus.
10. A vinda de Jesus Cristo a esta terra será um dia de indescritível tris-
teza para os incrédulos.

Prova N° 11 (LIçáoN011)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correia.
1. Quando foi escrita a primeira carta aos tessalonicenses, estes:
A) já possuíam a Bíblia completa.
B) já possuíam vários livros do Novo Testamento.
C) não possuíam nenhuma parte do Novo Testamento.
2. Para os tessalonicenses, a vinda do Senhor significava:

-9-
A) um mero interesse académico.
B) o fim daquela perseguição tão severa.
C) mera curiosidade.
3. Os tessalonicenses se converteram a Deus:
A) para esperar dos céus a Seu Filho Jesus.
B) para levar uma vida tranquila e sossegada aqui na terra.
C) para ter uma religião.
4. O pecador é levado a crer por meio:
A) de uma religião.
B) de uma filosofia oriental.
C) da mensagem do Evangelho.
5. Deus, tanto em relação à nossa salvação, como em tudo:
A) muda de época em época.
B) não cumpre a Sua promessa.
C) é imutável e nEle não há sombra de dúvida.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Os tessalonicenses estavam passando pela Grande Tribulação
7. Paulo alerta: "Não vos movais facilmente do vosso entendimento".

8. A salvação é uma obra divina feita pelo Espírito Santo.


9. A salvação não requer fé e nem arrependimento.
10. Marcos disse: "Retendo as tradições que vos foram ensinadas".

Prova N° 12 (Llçáo N° 12)


Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. Na Septuaginta, apostasia significa:
A) deserção.
B) rebelião contra Deus.
C) rebelião política.
2. A apostasia na Grande Tribulação será:
A) mera rejeição de Deus.
B) rejeição parcial da Palavra de Deus.
C) uma obra-prima de Satanás.
3. O homem do pecado:

-10 -
A) virá com "todo o poder", mas será um poder diabólico.
B) virá muito fraco.
C) virá operando sinais com a verdade.
4. Deus nos mostra, pela Sua Palavra, como Satanás:
A) não é tão ruim como se pensa.
B) imita e falsifica as obras de Deus.
C) não tem interesse em imitar e falsificar.
5. Os últimos tempos serão caracterizados por:
A) ordem e progresso.
B) respeito à autoridade.
C) anarquia e desrespeito à autoridade.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo preveniu os tessalonicenses para que não fossem outra vez
enganados.
7. O uso da palavra "apostasia" na Bíblia significa afastamento de Deus.

8. A expressão "homem do pecado" não indica que esse seja pecador.

9. Mesmo no período da Grande Tribulação, Deus estará no controle de


tudo.
10. A expressão "homem de dores" em Isaías 53.3 refere-se ao Senhor
Jesus Cristo.

Prova N° 13 (Lição N° 13)


Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. Quando Paulo pediu aos tessalonicenses que orassem por ele, eles
eram:
A) crentes novos e relativamente inexperientes.
B) crentes com muita experiência.
C) crentes velhos no Evangelho.
2. Devemos orar para que a palavra do Senhor:
A) seja lenta no seu avanço.
B) tenha um rápido e decidido avanço.
C) não penetre em corações rebeldes.
3. O pedido de oração de Paulo foi:

-11 -
A) pelos fazedores de milagres.
B) pelos homens que não queriam ouvir a Palavra.
C) pela Palavra e pelos pregadores.
4. Alguns dos tessalonicenses, julgando-se mais espirituais:
A) deixaram de trabalhar.
B) trabalharam incansavelmente.
C) sustentavam os necessitados.
5. A Bíblia orienta a:
A) não julgar o pecado.
B) julgar o pecado sem nos esquecer do amor.
C) exercer o amor e ser indiferentes para com o pecado
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Os cristãos mais jovens e inexperientes podem ajudar muito na obra
do Senhor, pelas suas orações.
7. O Senhor estabelece e continua guardando. Ele é fiel.
8. Merecem grande estima os que se julgam espirituais.
9. O Senhor Jesus é Senhor da Paz.
10. A última parte da carta, Paulo a ditou para alguém escrever

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