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DO
SENHOR JESUS CRISTO
13 lições
sobre a 1a e 2a Epístolas
aos Tessalonicenses
por
RONALD E. WATTERSON
Jgíblieo
«ALFA E ÔMEGA"
C.P. 3033
06210-990 OSASCO - SP
Fone: (011) 869 3526
LJçlo N0 1
A CHEGADA DO EVANGELHO A TESSALÔNICA
LeKura: Atos 16.9 • 17.14; 1' Tessalonlcen*es 2.4
UM PERGUNTA IMPORTANTE
Tudo isto levanta uma pergunta importante:
Qual foi o motivo que levou um respeitado líder religioso, como Paulo, a abandonar
sua posição de prestígio e de conforto em troca do desprezo, do sofrimento e de uma vi-
da de privações e de preocupações?
Que foi que levou Silas, o respeitado ensinador, a deixar as igrejas grandes em Je-
rusalém e Antloqula, onde o seu ministério era tão apreciado, para ir pregar a um povo
que não queria ouvi-lo?
Que foi que levou o médico Lucas a deixar seu trabalho lucrativo e o prestígio que
pertence a tal profissão para ser odiado, caçado e brutalmente perseguido?
Que foi que levou o jovem Timóteo a deixar a segurança e o conforto do lar paterno
para enfrentar tais perigos?
A RESPOSTA
A resposta é uma só. Estes homens receberam uma incumbência de Deus. Esta-
vam convictos deste fato. Deus os chamou para pregar o Evangelho e sentiram-se na
obrigação de ir.
Veja como Paulo expressou este sentimento na primeira carta que escreveu aos
tessalonicenses: "Mas, como fomos aprovados de Deus para que o Evangelho nos fosse
confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os
nossos corações" (1a Tessalonicenses 2.4). Este mesmo Paulo escreveu em outra oca-
sião: "Ai de mim, se não anunciar o Evangelho'" (1a Coríntios 9.16). Outra vez, escreven-
do aos Romanos, disse: "Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sá-
bios como a Ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também anun-
ciar o Evangelho a vós que estais em Roma'' (Romanos 1.14 e 15).
UMA ILUSTRAÇÃO
O sentimento destes pregadores é o mesmo que Moisés conheceu muitos séculos
antes. "Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, es-
colhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o
gozo do pecado, tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do
Eglto; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a Ira do
rei; porque ficou firme, como vendo o invisível" (Hebreus 11.24 a 27). Note bem os verbos
-3-
rio v. 27: "deixou... não temeu... vendo o invisível". Os pregadores que levaram o Evange-
lho a Tessalônica deixaram a sua posição de prestígio, de lucro e de conforto, não te-
mendo a violência dos inimigos, porque viram o invisível; estavam convictos de que ti-
nham sido chamados por Deus.
UMA APLICAÇÃO
Aqueles quatro homens que navegaram de Troas e sofreram tanto na Europa, sem
se intimidarem, foram fiéis; cumpriram a tarefa que Deus lhes confiou. Deus pôde contar
com eles.
Poderá ele contar com você, prezado leitor? Você também foi chamado por Deus e
encarregado de transmitir o Evangelho aos outros. Veja Mateus 28.18 a 20. Na vasta
maioria dos casos, Deus não manda levar o Evangelho a lugares distantes, como aconte-
ceu com Pauto e seus companheiros, mas sim, para aqueles que estão perto de você (ve-
ja Marcos 5.19). Você está fazendo Isto? Você está disposto a seguir o exemplo daqueles
quatro e sacrificar o seu conforto e prazer para levar o Evangelho ao vizinho ou ao colega
de serviço? Está disposto a suportar a zombaria como eles suportaram? Pode sofrer o
desprezo de ex-amigos? Está disposto a suportar a rejeição? O Senhor disse: "Se alguém
quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me" (Lucas
9.23).
PAULO EM CORINTO
Já observamos como Paulo chegou a Corinto, sentindo-se fraco e cheio de temo-
res devido à sua preocupação pelos tessalonicenses. Sabia muito bem da astúcia de Sa-
tanás e temia que o tentador os tentasse (como havia feito no Jardim do Éden) e tornasse
sem resultado o seu trabalho feito em Tessalônica (1a Tessalonicenses 3.1 a 5).
Boas notícias, porém, estavam a caminho. Timóteo chegou a Tessalônica e encon-
trou os irmãos firmes e animados, apesar das perseguições. Mais do que isto. Encon-
trou-os levando o Evangelho a outros lugares em toda a Macedônia e Acaia. E estavam
com muitas saudades de Paulo. Timóteo não demorou. Voltou a Paulo, encontrando-o
em Corinto e deu-lhe as notícias que dissiparam completamente suas preocupações. O
'aflvio, transformando-se em alegria, encheu o coração de Paulo e logo o levou a escrever
esta primeira carta.
Devemos lembrar, porém, que ela não é simplesmente uma carta inspirada pelo
Espírito Santo e, conseqúentemente, a Palavra de Deus. Foi uma das primeiras Escrituras
do Novo Testamento. À luz deste "pano de fundo", examinemos esta carta, não como a
palavra de Paulo aos tessalonicenses, mas como, na verdade é, a Palavra de Deus para
nós (veja 1a Tessalonicenses 2.13).
-4-
Ução N° 2
INTRODUÇÃO E ANÁLISE DA PRIMEIRA EPÍSTOLA
Leitura: 1* Tessalonlcenses 1.1 a 3
Esta primeira carta foi escrita de Corinto quando Paulo se hospedava na casa de
Áquila e Priscila (Atos 18.1 a 5; 1a Tessalonicenses 3.6). Timóteo e Silas haviam chegado
da Macedônia trazendo as boas notícias e, sem perder tempo, Paulo começou a escrever.
Logo no começo da carta, ele mencionou Silas e Timóteo, que acabavam de che-
gar com as noticias animadoras. Paulo não era individualista. Ele lembrava a participação
destes dois irmãos no trabalho feito em Tessalônica, bem como do seu esforço em tra-
zer-lhe as notícias que agora ocasionavam a carta.
Na carta que Paulo escreveu aos corfntios, Paulo mostrou (inspirado pelo Espírito
Santo) a importância da cooperação e comunhão dos irmãos no trabalho do Senhor (veja
1a Corfntios capítulo 12). Este capítulo mostra que Deus tem dado dons a cada um e, por-
tanto, nenhum membro pode dizer aos outros: "Não necessito de vós" (1a Corfntios
12.21), "antes, os membros do corpo que PARECEM ser os mais fracos são NECESSÁ-
RIOS" (1a Corfntios 12.22). Nenhum irmão tem capacidade para fazer o trabalho sozinho:
A igreja local é como um corpo, onde cada membro tem uma função importante. Todos
podem fazer alguma coisa; ninguém pode fazer tudo.
DUAS GERAÇÕES
Devemos notar ainda que duas gerações estavam juntas neste trabalho em Tes-
salônica. Paulo era bem mais idoso que o jovem Timóteo; não sabemos a idade de Silas.
É importante observar que Paulo não desprezou a mocidade de Timóteo, nem tampouco
este jovem desrespeitou a maturidade e a experiência de Paulo. A união das gerações é
tão bela quanto necessária. Os mais idosos tom experiência e sabem como deve ser feita
a obra do Senhor; falta-lhes, porém, a força física para fazer tudo que precisa ser feito. Os
jovens, por outro lado, têm a força física para enfrentar o trabalho, mas falta-lhes a expe-
riência e o conhecimento necessários. Os idosos, sozinhos, não poderão fazer tudo que
precisa ser feito e os jovens, sozinhos, não saberão como fazer tudo. Unidos, porém, po-
derá haver muito progresso na obra do Senhor.
Uma das inovações recentes, que muito prejuízo tem trazido às igrejas, é a de divi-
dir o trabalho da igreja em departamentos. Há trabalhos para os jovens e trabalhos para
os idosos e poucos percebem que tal prática enfraquece a igreja. Nos dias apostólicos
não era assim. A igreja local agia como um corpo e vemos isto exemplificado no caso de
Paulo e Timóteo, que souberam unir as suas capacidades num esforço conjunto que
trouxe muitas bênçãos para muitos.
OS DESTINATÁRIOS
O primeiro versículo nos informa que a carta foi dirigida à igreja dos tessalonicen-
ses. Esta expressão tão simples fala muito para quem quer escutar.
Em primeiro lugar, mostra que Paulo não se limitava à pregação do Evangelho.
Pregava, sim, incansavelmente, com vistas à salvação de pecadores perdidos, mas
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também ensinava, incansavelmente, visando a formação e edificação das igrejas. Paulo
nunca separou o evangelismo do objetivo de plantar e edificar igrejas. Esta expressão
mostra também a natureza de uma igreja neotestamentária. Em Tessalônica formou-se
uma igreja dos tessalonicenses. Isto quer dizer que foi uma igreja local. Em outras cartas,
o Espírito Santo usou outros nomes para descrever as igrejas de Deus, mas sempre mos-
trando as mesmas características. Escrevendo à igreja em Corinto, por exemplo, disse: "À
igreja de Deus que está em Corinto" (1a Coríntios 1.2).
Este primeiro versículo ainda mostra que a igreja local está "em Deus, o Pai, e no
Senhor Jesus Cristo". Fisicamente, estava em Tessalônica; espiritualmente, estava em
Deus e no Senhor Jesus Cristo. Isto fala de segurança. Em Tessalônica poderia haver
perseguição, mas em Deus a igreja estava segura (veja João 10.28 e 29).
Não podemos deixar este versículo sem observar que ele apresenta uma prova irre-
futável da divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Apenas uma preposição aparece na
expressão: "em Deus, o Pai, e Senhor Jesus Cristo". A preposição que precede a palavra
"Senhor" nas traduções Almeida não consta no texto grego. O Pai e o Senhor Jesus Cris-
to aparecem em igualdade. Seria blasfémia colocar o nome de qualquer homem, ou
mesmo de qualquer anjo, neste contexto. A igualdade do Pai e do Filho fica patente.
ANÁLISE
Omitindo as saudações e as exortações finais, podemos observar três partes prin-
cipais nesta primeira carta. Se nos colocarmos no tempo em que Paulo escreve, pode-
mos descrever estas divisões como segue:
a) Passado: o tempo quando Paulo esteve com eles em Tessalônica (1.2 a 2.16);
b) Presente: o tempo de sua ausência de Tessalônica (2.17 a 4.12);
c) Futuro: o arrebatamento e eventos associados com ele (4.13 ao fim).
: Devemos notar também a tríade de virtudes mencionada em 1.3, ou seja, fé, amor e
esperança. Encontramo-las logo no começo da carta (1.3) e outra vez no último capitulo
(5,8). Qual fio tecido em um pano, elas percorrem a carta toda. Elas dividem a carta em
três partes (veja as divisões acima). A primeira parte, que trata do passado, quando o
Evangelho chegou a Tessalônica, destaca a obra da sua fé, mostrando como se conver-
teram dos ídolos a Deus. A segunda parte salienta o trabalho do seu amor, enquanto que
a terceira parte desenvolve o tema da sua esperança.
Outro fato interessante nesta carta é que Paulo menciona três coisas que não se-
rjam necessárias de ser mencionadas; uma delas em cada parte da epístola. Na primeira
parte lemos que não havia nenhuma necessidade de falar coisa alguma acerca da fé dos
tessalonicenses, pois a sua fé já se espalhara por toda parte (1.8). Na segunda parte le-
mos que não era necessário escrever acerca do amor fraternal (4.9), pois o próprio Deus
os ensinava a amar uns aos outros. Na terceira parte lemos que não era necessário es-
crever a respeito dos tempos e das estações (5.1), ou seja, não era necessário escrever
de eventos futuros. Portanto não havia necessidade de falar ou escrever a respeito da fé,
do amor e da esperança deles.
A VINDA DO SENHOR
-6-
O tema principal desta carta é a vinda do Senhor. Em cada capftulo há uma referên-
cia a este evento:
Capftulo 1 - A vinda do Senhor em relação à nossa salvação (v. 10);
Capftulo 2 - A vinda do Senhor em relação ao nosso serviço (v. 19);
Capftulo 3 - A vinda do Senhor em relação à santificação;
Capftulo 4 - A vinda do Senhor em relação à segurança dos que morrem em Cristo (w.
13 a 17);
Capftulo 5 - A vinda do Senhor em relação à nossa conservação (v. 23).
UM RESUMO
O capftulo 1 ó a sementeira da carta, dando um resumo de tudo que a carta vai de-
senvolver, como vemos abaixo:
1.5 - A pregação e os pregadores em Tessalônica, expandido em 2.1 a 12.
1.6 e 7 - O efeito dos tessalonicenses, expandido em 2.13 a 16.
1.8 - A fé dos tessalonicenses, expandido no capftulo 3.
1.9 - A santificação dos tessalonicenses, expandido em 4.1 a 12.
1.10 - A esperança dos tessalonicenses, expandido em 4.13 a 18.
1.10 - A segurança dos tessalonicenses, expandido em 5.1 a 11. ,
UçioN°3
O EVANGELHO EM TESSALÔNICA
Leitura: 1« Tessalonicenses 1.5 e £1 a 13
Nos Atos dos Apóstolos encontramos um relatório, inspirado pelo Espírito Santo,
do trabalho feito em Tessalônica por Paulo e seus companheiros (Atos 17.1 a 10). As
passagens Indicadas acima para a leitura complementam este relatório, mostrando algo
do caráter daqueles servos de Deus, bem como da sua maneira de trabalhar.
Um comentarista escreveu: "Nenhuma outra carta do grande apóstolo fornece uma
visão tão ampla dos seus métodos e da sua mensagem". Mesmo que o leitor queira con-
testar tal afirmação, há de concordar que esta carta aos Tessalonicenses, de fato, ensina
muito sobre os métodos e a mensagem daqueles pregadores.
PREGAR A CRISTO
Os pregadores em Tessalônica demonstraram "que convinha que o Cristo pade-
cesse e ressuscitasse dos mortos" e diziam ao povo: "Este Jesus que vos anuncio, é o
Cristo" (Atos 17.3). A pregação baseava-se nas Escrituras e apresentava o Senhor Jesus
Cristo. Esta característica da pregação apostólica é bem destacada nos Atos dos Apósto-
los, pois aqueles servos de Deus "não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cris-
to" (Atos 5.42). Quando a perseguição obrigou muitos a saírem de Jerusalém, Filipe des-
ceu à cidade de Samaria e "lhes pregava a Cristo" (Atos 8.5); mais tarde, o anjo do Se-
nhor mandou que ele deixasse Samaria e fosse para o sul, para a estrada que vai de Je-
rusalém para Gaza. Naquele lugar deserto encontrou-se com um eunuco de Etiópia e, en-
trando no carro dele, "lhe anunciou a Jesus" (Atos 8.35). Quando Saulo de Tarso se con-
verteu, na estrada de Damasco, ele entrou na cidade e "logo nas sinagogas pregava a
Jesus, que este era o Filho de Deus" (Atos 9.20).
O apóstolo Paulo fez os corfntios lembrar dos primeiros dias do Evangelho, na sua
cidade, dizendo: "Nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucifi-
cado" (1a Coríntios 2.2). Os judeus queriam ver sinais e os gregos queriam sabedoria,
mas Paulo foi categórico em afirmar: "Nós pregamos a Cristo crucificado" (1a Corfntios
1.23).
SUCESSO
A pregação em Tessalônica foi bem sucedida. "Alguns creram e ajuntaram-se a
Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulhe-
res principais'" (Atos 17.4).
SEGREDO DO SUCESSO
Logo no começo da primeira carta aos tessalonicenses descobrimos o segredo do
sucesso daquele trabalho. "O nosso Evangelho não foi a vós em palavras, mas também
em poder, e no Espirito Santo, e em muita certeza; como bem sabeis quais fomos entre
vós, por amor de vós" (1a Tessalonicenses 1.5). Este versículo indica cinco coisas que
contribuíram para este sucesso:
1) "EM PALAVRA". A pregação não foi "somente em palavra". No texto grego,
"palavra" é singular. É claro que isto não quer dizer que a mensagem não foi falada e nem
escrita, mas sim, que havia algo mais do que meras palavras. Em vários lugares em o
Novo Testamento, vemos claramente que Paulo dava muita importância as palavras que
empregava na pregação e também às que não usava. Propositalmente ele evitava "sabe-
doria de palavras" (1a Corfntios 1.17) para não fazer vã a cruz de Cristo. Não usava "su-
blimidade de palavras" (1a Coríntios 2.1), nem "palavras persuasivas de sabedoria huma-
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na" (1a Coríntios 2.4) para que a fé dos seus ouvintes não se apoiasse em sabedoria de
homens, e sim, no poder de Deus. A mensagem veio em palavra, isto é, de forma com-
preensível. É o dever de todo pregador apresentar a mensagem em palavras fáceis de en-
tender (veja 1a Coríntios 14.9), mas não é a eloquência do pregador, nem a força dos
seus argumentos que vai garantir sucesso. É preciso algo mais.
2) "EM PODER". Além de ser apresentada em palavras fáceis de entender, a men-
sagem veio em poder. Paulo escolheu palavras claras; Deus deu o poder. Vemos nisto a
responsabilidade do pregador e a graça de Deus em conceder poder. Note bem que não
é o poder da eloquência, nem de palavras persuasivas ou emotivas, mas sim, de Deus.
Veja Romanos 1.16: "O Evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê". A palavra grega traduzida "poder" neste versículo indica um poder inerente; este
poder está na mensagem e não no pregador.
3) "NO ESPÍRITO SANTO". Agora vemos a fonte de poder que precisamos no
Evangelho. É do Espírito Santo. Uma mensagem apresentada com clareza e lógica pode
alcançar o intelecto, mas só o Espírito Santo poderá alcançar a consciência, convencen-
do o pecador do seu pecado e levando-o ao arrependimento e à fé. "Não por força, nem
por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor"(Zacarias 4.6). O pregador precisa de
oração, além de estudo, na preparação para uma pregação. '
4) "EM MUITA CERTEZA". Pregar não é dar aula. É necessário que o pregador es-
teja convicto da realidade daquilo que prega. Se não houver convicção tal que faça ao
pregador realmente sentir o peso daquilo que diz, não podemos esperar ver convicção
nos ouvintes. É o Espírito Santo que produz esta convicção primeiramente no pregador e
depois nos ouvintes.
5) "COMO BEM SABEIS QUAIS FOMOS ENTRE VÓS". É importante observar a
relação entre a mensagem pregada e a maneira de viver do pregador. Neste mesmo
versículo, que mostra como a mensagem veio em poder no Espírito Santo e em muita cer-
teza, vemos que o comportamento dos pregadores deu crédito às suas palavras. Nunca
devemos esquecer que aquilo que fazemos fala mais alto do que as nossas palavras e há
de pesar muito na mente daqueles que nos ouvem.
APLICAÇÃO
Que cada leitor saiba reproduzir na sua vida estas mesmas virtudes, sendo corajo-
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só, sincero, convicto, altruísta, humilde, brando e sábio. É o retrato moral do verdadeiro
servo de Deus. Que saiba também apresentar o Evangelho como Paulo e seus compa-
nheiros o apresentavam, com simplicidade e clareza, em total dependência do Espírito
Santo, para que a fé se apoie no poder de Deus.
Lição N° 4
OS TESSALONICENSES
Leitura: 1* Tessalonlcenses 1.2 a 10; Atos 17.1 a 9; 2" Tessalonlcenses 2.13 a 16
ALGUNS IRMÃOS
Apesar do destaque dado à igreja dos tessalonicenses, não sabemos os nomes
dos seus membros, a não ser algumas exceçoes notáveis. Talvez Deus quer dizer-nos
com isso que uma Igreja local não ó um lugar onde o homem se destaca. É um corpo,
onde todos os membros são essenciais e onde todos devem funcionar de tal forma que
só o Senhor Jesus Cristo seja visto e honrado. Entre os poucos tessalonicenses que co-
nhecemos, podemos mencionar:
JASON
Jason ó a forma grega de Josué que, por sua vez, é o diminutivo de Jehosua, que
significa Jeová Salvador. Isto sugere a possibilidade de ser ele um dos judeus que cre-
ram.
Quando os judeus desobedientes e os vadios tumultuaram a cidade, assaltaram a
casa de Jason, procurando os pregadores, pois este os havia hospedado em sua casa
(Atos 17.5 a 7), porém não os encontraram. Frustrados na sua tentativa de achar Paulo e
seus companheiros, levaram Jason e mais alguns Irmãos perante as autoridades, dizendo
que estes procediam contra os decretos de César, reconhecendo outro rei, Jesus (Atos
17.7). Jason e os demais Irmãos tiveram de pagar fiança para acalmar e contornar aquela
situação.
-11 -
ARISTARCO
Este irmão acompanhou Paulo em algumas de suas viagens. Na primeira vez que é
mencionado em o Novo Testamento, é chamado de "companheiro de Paulo" (Atos
19.29), isto por ocasião do tumulto feito pelos adoradores de Diana, em Éfeso. Juntamen-
te com Gaio, ele foi arrebatado no teatro, e ali deve ter sofrido muito nas mãos da mul-
tidão enfurecida e violenta. Mais tarde, encontramo-lo acompanhando Paulo na viagem de
Macedônia à sua terra (Atos 20.40) até a Ásia. Novamente o vemos com Paulo, quando
este foi, preso, para Roma (Atos 27.2). Quando Paulo escreveu as suas cartas da prisão,
em Roma, ele mencionou um Aristarco, seu companheiro de prisão, que parece ser o
mesmo (Colossenses 4.10) e outra vez fala dele em Filemon, versículo 24, onde Paulo o
chama de "seu cooperador".
SEGUNDO
Nada sabemos a respeito deste irmão de Tessalônica, a não ser que ele também
esteve com Paulo e Aristarco na viagem de Macedônia (a sua terra) para a Ásia (Atos
20.4).
GAIO
Quando Aristarco foi arrebatado no teatro em Éfeso, um irmão por nome Gaio foi le-
vado juntamente com ele. Os dois são descritos simplesmente como macedôntos e ó
provável que este Gaio também era de Tessalônica (Atos 19.29).
SUAS CARACTERÍSTICAS:
1) FÉ, AMOR E ESPERANÇA
Logo no começo da primeira carta que Paulo lhes escreveu, encontramos menção
de algumas características dos cristãos em Tessalônica. Ao pensar neles, Paulo pensava
da sua fé, do seu amor e da sua esperança. Ou, mais especificamente, ele lembrava da
obra que a sua fé produziu, do trabalho feito por seu amor e da perseverança evidente
que era sustentada pela sua esperança.
No final deste primeiro capítulo, Paulo esclarece estes três itens, mostrando que a
obra da sua fé foi uma conversão dos ídolos a Deus (v. 9). Foi a fé que os levou a deixar o
ídolo visível e tangível para buscar o Deus invisível. Em seguida, ele fala da obra que esta-
vam fazendo por causa do amor; estavam servindo ao Deus vivo e verdadeiro (v. 9) e a
perseverança que demonstravam neste serviço provinha da esperança da vinda do Filho
de Deus. Converteram-se dos ídolos a Deus, não só para servir o Deus vivo e verdadeiro,
mas também para "esperar dos céus a Seu Filho, a Quem ressuscitou dos mortos, a sa-
ber, Jesus, que nos livra da ira futura" (v. 10).
2) SEU PROGRESSO
Os tessalonicenses progrediram rapidamente na carreira cristã. Lemos como eles
receberam a palavra (1.6) e, logo em seguida, vemo-los anunciando a palavra do Senhor
(1.8). De ouvintes passaram a ser anunciantes da palavra. Além disto, é interessante ob-
servar que a palavra que estavam anunciando é descrita como "a palavra do Senhor", ao
passo que a que receberam é simplesmente "a palavra". Talvez haja nisso mais uma Indi-
-12-
caçfio do seu crescimento espiritual, pois através desta palavra estavam conhecendo e
reconhecendo o Senhorio dAquele que os salvou.
Lemos ainda que foram feitos imitadores dos pregadores e do Senhor (1.6) e, logo
em seguida, somos Informados que eles foram exemplo para todos os fiéis na Macedônia
e Acaia (1.7). Os que foram feitos imitadores logo passaram a ser exemplo para os outros;
os alunos tornaram-se professores.
3) IMITADORES
Paulo disse aos tessalonicenses: "Vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor"
(1.6). O tempo do verbo usado nesta afirmação (aorista) indica um ato completado, não
um processo. Note também a forma passiva: "fostes feitos". Paulo não está dizendo que
eles imitaram os pregadores e o Senhor, mas que eles foram feitos imitadores (Almeida
Revista e Corrigida). O versículo anterior (v. 5) indica que Quem fez esta obra foi o Espírito
Santo, uma evidência de sua eleição (v. 4).
Quando os tessalonicenses ouviram a pregação do Evangelho em poder e no Espí-
rito Santo, ficaram convictos do seu pecado e creram no Senhor Jesus. Em consequên-
cia, houve uma transformação na sua vida (1.9 e 10). O que foi produzido neles pelo Espí-
rito Santo foi a mesma mudança que o mesmo Espírito antes havia produzido er,i Paulo,
Silas e Timóteo e, neste sentido, os tessalonicenses foram feitos imitadores destes prega-
dores.
Estas coisas que caracterizavam a vida nova dos convertidos eram as mesmas vir-
tudes que marcavam a vida terrestre do Senhor Jesus. Foram feitos imitadores do Senhor.
Foram salvos para anunciar as virtudes dAquele que os chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz (veja 1a Pedro 2.9) e estas virtudes eles anunciaram não só em palavras,
mas também pela sua atitude e comportamento. Até hoje, qualquer um que crê, será feito
imitador daqueles servos de Deus e do próprio Senhor, pois é o mesmo Espírito Santo
que passa a aluar nele, produzindo o Seu fruto (Gaiatas 5.22). A fé que salva sempre pro-
duz estas obras, de sorte que um verdadeiro cristão é conhecido em qualquer lugar ou
época pelo fruto do Espírito produzido na sua vida.
No caso destes tessalonicenses, porém, o Espírito faz menção específica de um
aspecto desta semelhança. Eles receberam a palavra em muita tribulação, com gozo do
Espírito Santo. Os pregadores que lhes trouxeram o Evangelho haviam sofrido muitas tri-
bulações e as sofreram com gozo no Espírito Santo.
Um exemplo claro disto e que os próprios tessalonicenses conheciam muito bem
(1a Tessalonicenses 2.2) foi o que aconteceu em Filipos. Paulo e Silas haviam sido açoi-
tados e humilhados publicamente, mas à meia-noite oravam e cantavam hinos a Deus (A-
tos 16.25). O próprio Senhor, porém, é o exemplo supremo desta alegria na tribulação.
Mesmo na noite terrível da traição, a poucas horas do Calvário, o Senhor falou com os
Seus a respeito de gozo e alegria (veja João 15.11; 16.20 a 24; 17.13).
Não foi apenas como indivíduos que estes tessalonicenses foram feitos imitadores,
pois aprendemos que a igreja em Tessalônica foi feita imitadora das igrejas na Judéia (ve-
ja 2.14). Como estas igrejas sofreram muito com os seus concidadãos, essa também foi a
experiência dos tessalonicenses. Tudo isto destaca uma verdade importante que deve-
-13-
mós observar agora Um cristão no Brasil mostrará as mesmas virtudes e características
que um cristão na China, em Angola ou em qualquer outro pafs do mundo. Da mesma
forma, uma Igreja de Deus no Brasil terá as mesmas características que uma igreja de
Deus em qualquer outro país. Cultura e circunstâncias não alteram as características do
verdadeiro cristão, nem afeiam os princípios de uma igreja de Deus.
4) MODELO
Já observamos como Paulo afirma que estes cristãos foram exemplo para todos os
fiéis na Macedônia e Acaia (1.7); agora vamos observar a razão de tal afirmação. Encon-
tramos isto no versículo 8: "Porque por vós soou a palavra do Senhor... na Macedônia e
Acaia"'. Os tessalonicenses anunciavam o Evangelho aos seus vizinhos e também fora
da sua cidade, em toda a província da Macedônia, alcançando até a província vizinha de
Acaia. Era uma igreja que evangelizava.
Este, portanto, é o modelo para cada igreja local: evangelizar. A ordem do Senhor
foi clara: "Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura" (Marcos 16.15).
Talvez foi por causa de sua relutância em obedecer esta ordem que o Senhor permitiu
que viesse sobre a primeira igreja local neste mundo uma feroz perseguição, obrigando
aqueles cristãos a saírem de Jerusalém. É interessante notar que todos, com exceção dos
apóstolos, foram espalhados de Jerusalém! Parece que o Senhor está dizendo que este
trabalho de evangelizar não é algo que a igreja deve deixar por conta de alguns que pos-
suem dons especiais. É um trabalho para todos. Na igreja em Arrtioquia (que nasceu em
consequência do trabalho daqueles que foram dispersos em Jerusalém), o Espírito Santo
disse: "Apartai-Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13.2)
e a igreja os despediu. Tessalônica, como já observamos, confirma este modelo.
A igreja que não evangeliza está em perigo de extinção. Se ela se ocupa com even-
tos sociais e agradáveis, perdendo tempo com peças musicais e até teatrais, em vez de
evangelizar, logo morrerá. Se a igreja limita sés esforços evangelfstlcos a quatro paredes
de um salão de reuniões, ela não está seguindo este modelo que vemos em Tessalônica.
É necessário que ela saia com o Evangelho, anunciando por todos os meios, em conta-
tos pessoais, em pregações ao ar livre, em distribuição de folhetos, em pregações de ca-
sa em casa, de cidade em cidade, sempre e por todos os meios tentando alcançar os
perdidos.
O que dava urgência a este trabalho no caso dos tessalonicenses era a esperança
da vote iminente do Filho de Deus (1a Tessalonicenses 1.10). Quanto mais esforçados
devemos ser hoje, pois a vinda de nosso Senhor se aproxima cada vez mais! O tempo
que nos resta é pouco; as multidões perecem.
irmãos, nenhuma igreja pode dar-se ao luxo de preparar programas agradáveis en-
quanto almas estão perecendo. Que sejamos Igrejas modelo, igrejas que evangelizam.
Llçáo N° 5
A FÉ DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1* Tessalonlcense» 1.3,8 a 10; 3.1 a 10
-14-
Não é de admirar que a fé seja tão destacada nesta carta, pois sem fé é impossível
agradar a Deus (Hebreus 11.6). é a essência da vida cristã. Por ela somos justificados;
por ela o justo viverá. Todo o cristão tem fé, mas na vida dos tessalonicenses esta virtude
era realmente notável.
A OBRA DA SUA FÉ
Cada vez que Paulo pensava nos seus irmãos em Tessatônica ele se lembrava da
fé deles (1.3). Era algo que ele viu e jamais poderia esquecer; era algo que o impressiona-
ra muito. Impressionou-o tanto que logo no começo da sua carta ele faz menção das
obras da sua fé. A fé sempre produz obras. Tiago deixa bem claro que a fé que não tem
obras é morta em si mesma (Tiago 2.17) e outra vez afirma: "Assim como o corpo sem
espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta" (v. 26).
No caso dos tessalonicenses, a sua fé produziu uma obra que seus vizinhos não
compreenderiam, nem justificariam; deixaram os ídolos com tudo que isto implicava (1a
Tessalonicenses 1.9) e ajuntaram-se a Paulo e Silas (Atos 17.4). Deixaram os ídolos para
seguir e servir o Deus verdadeiro, porém invisível, que ninguém jamais viu. Deixaram
aquele templo grande e majestoso para fazer parte de um templo espiritual. Deixaram a
popularidade e a compreensão da multidão para unir-se a Paulo e Silas, os perseguidos e
desprezados. Somente a fé levaria alguém a tal posição. Somente a fé abre mão do mate-
rial, do visível, e daquilo que é presente, para agarrar-se com firmeza às coisas espirituais,
Invisíveis e futuras. Somente a fé poderá tomar as coisas invisíveis mais reais do que aqui-
lo que vemos e apalpamos.
O IMPACTO DA COMUNIDADE
Como era de esperar, uma tal fé teve um impacto muito grande na população de
Tessalônica. O povo em geral, embora recusando a mensagem do Evangelho, não pode-
ria deixar de perceber e sentir esta grande mudança que a fé havia operado na vida dos
seus vizinhos. Veja bem o capítulo 1 e versos 8 e 9. Os cristãos tessalonicenses anuncia-
vam a palavra em toda a Macedônia e Acaia e paralelamente a sua fé para com Deus se
divulgou por toda parte. Eles anunciaram a palavra e a sua fé se espalhou, sem que eles
comentassem a respeito.
O versículo seguinte (v. 9) mostra como isto aconteceu: "Eles mesmos anunciam
de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos (dolos vos convertestes a
Deus". Repare bem como nesta citação Paulo emprega a primeira pessoa do plural, refe-
rlndo-se a si mesmo e a seus companheiros ("nós"). Ao falar dos tessalonicenses que
creram ele usou o vocábulo "vos" e ainda faz menção de um terceiro grupo quando disse
"eles mesmos anunciam".
É claro que "eles" não se refere ao apóstolo e seus companheiros, nem aos tessa-
lonicenses que se converteram, mas sim, aos demais tessalonicenses que não creram. A
fé daqueles que creram e a evidência desta fé na sua maneira de viver fez um impacto tal
neste povo que eles não podiam deixar de comentar. Sem dúvida, acharam estranha a ati-
tude destes cristãos; sem dúvida se irritaram com tal atitude; mas a mudança nos conver-
tidos tornou-se em assunto de conversa geral, a tal ponto que Paulo escreve dizendo:
-15-
"Não temos necessidade de falar coisa alguma" (1.8).
ILUSTRAÇÕES
Das muitas Ilustrações desta fé que encontramos na Bíblia, quero chamar a atenção
a duas:
A) ABRAÃO (Hebreus 11.8 a 17). Abraão creu em Deus e esta fé produziu na sua
vida obras tão impressionantes quanto as dos tessalonicenses. Ele abriu mão daquilo que
homens normalmente procuram; deixou os confortos de Ur dos Caldeus; deixou tudo que
simbolizava estabilidade e segurança, tanto para ele quanto para a sua família, e saiu
"sem saber para onde ia". Ele procurava uma cidade espiritual (v. 10) e uma pátria celes-
tial (v. 16). Não as recebeu nesta vida, mas "vendo-as de longe, e crendo-as e abraçan-
do-as" (v. 13), confessou que era estrangeiro e peregrino na terra. Foi a fé que transfor-
mou a sua vida e mudou o seu destino.
B) MOISÉS (Hebreus 11.23 a 27). Moisés também abriu mão daquilo que os ho-
mens estimam. Deixou tudo que o Egito lhe oferecia; desprezou o tftulo de filho da filha de
Faraó; largou os tesouros do Egito, pois preferiu ser maltratado com o povo de Deus;
aceitou o vitupério de Cristo; enfrentou a ira do rei porque "tinha em vista a recompensa"
(v. 26). Ele "ficou firme, como vendo o invisível" (v. 27). Foi a fé que o levou a estas de-
cisões sábias aos olhos de Deus, mas que são consideradas loucura pela sabedoria des-
te mundo.
A FÉ HOJE
A fé que operou na vida de Abraão, operou também na vida de Moisés e, séculos
mais tarde, manifestou-se na vida dos tessalonicenses. Ainda hoje, esta mesma fé opera.
Quando alguém crê no Senhor Jesus Cristo como Salvador, uma mudança profunda é
evidente na sua vida. Ele deixa as coisas deste mundo e agarra-se com tenacidade às
coisas espirituais e eternas.
Não sé engane; a fé que não tem poder para transformar a vida agora, não mudará
o destino na eternidade. A fé sem obras é morta. Tiago perguntou: "Qual é o proveito, se
alguém disser que tem fé, mas não tiver as obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?"
(Tiago 2.14).
A FIRMEZA DA SUA FÉ
Quando Timóteo regressou a Tessalônica, encontrou Paulo em Corinto e deu-lhe
boas notfcias da fé dos seus irmãos. Note bem este fato. Não consta neste versículo que
Timóteo trouxe notícias da saúde deles, nem da sua situação material, embora tais coisas
sejam importantes, mas sim, notícias da sua fé e do seu amor (v. 6). Multo mais importan-
te do que o bem-estar material ou físico ó a firmeza da fé.
LJçáo N° 6
A SANTIFICAÇÃO DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1a Tessalonlcenses 1.9 e 10; 3.13; 4.1 a 8
OS TESSALONICENSES
No caso dos tessalonicenses, já observamos como a sua fé em Deus os separou
dos ídolos, transformando a sua vida. Por causa da fé, deixaram de frequentar o templo
dos ídolos, com toda a imoralidade que fazia parte do seu culto. Começaram a servir o
Deus vivo e verdadeiro. Separaram-se do pecado e da imundícia para Deus e o Seu ser-
viço. Isto é santificação. A relação entre a fé e a santificação ó tão estreita que podemos
afirmar que onde há fé haverá santificação.
-18-
Já observamos como a carta aos Hebreus apresenta a fó (capítulo 11) e, em segui-
da, a santificação (capitulo 12); a primeira carta aos Tessalonicenses segue a mesma or-
dem. Vemos como o assunto da sua santificação é abordado no capitulo 4, precedido,
porém, no capitulo 3, do destaque à sua fé.
NOSSA POSIÇÃO
Escrevendo aos cristãos em Roma, Paulo diz que eram "amados de Deus, chama-
dos santos" (Romanos 1.7). Na sua carta aos Coríntios, os descreveu como "santificados
em Cristo Jesus, chamados santos" (1a Coríntios 1.2). Esta é a posição de todo aquele
que pertence ao Senhor Jesus Cristo. É um santificado, chamado santo. Aprendemos
como isto acontece na carta aos Hebreus: "Eis aqui venho, para fazer ó Deus, a Tua von-
tade... na qual temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma
vez" (Hebreus 10.9 e 10). A primeira parte é uma revelação. Note bem que diz que temos
sido santificados. A forma passiva indica que nós não fizemos isto. Foi Deus Quem nos
santificou. O tempo do verbo também é importante, mostrando que já temos a santifi-
cação. Temos sido separados para Deus.
-19-
NOSSA RESPONSABILIDADE
Se Deus nos santificou e nos chama "santos", Ele também requer que sejamos
santos em toda a nossa maneira de viver. Ele exorta: "Como é santo Aquele que vos
chamou, sede vos também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto escrito
está: Sede santos, porque Eu sou santo" (1a Pedro 1.15 e 16). Outra vez somos exorta-
dos: "Segui... a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14). € claro
que aqui temos um aspecto diferente da santificação, pois é algo que somos exortados a
buscar.
Deus nos santificou completamente, de uma vez por todas, pela oblação do corpo
de Cristo. Isto é graça.
Mas nós temos de santificar-nos a nós mesmos. Isto ó responsabilidade.
Paulo falou deste aspecto da santificação na sua carta aos Coríntios, dizendo: "Pu-
rifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor do Senhor" (2a Coríntios 7.1).
A VONTADE DE DEUS
No capítulo 4 de 1a Tessalonicenses, a ênfase cai sobre este segundo aspecto da
santificação, mostrando a nossa responsabilidade. É a santificação prática na nossa vida
de cada dia. O Espírito Santo eleva este ensino prático a um nível elevado e sublime, afir-
mando que a nossa santificação é a vontade de Deus. Os tessalonicenses se converte-
ram a Deus para servir o Deus vivo e verdadeiro. Deixaram os ídolos com o propósito ex-
presso de servir a Deus. Pois bem, aqui está a vontade dAquele que querem servir, a san-
tificação (1a Tessalonicenses 4.3).
No mesmo versículo, o Senhor explica claramente o que está implícito nesta santifi-
cação: "que vos abstenhais da prostituição". A prostituição era uma parte intregrante do
ritual do culto idólatra que conheciam. Deus, porém, tem um padrão diferente para o seu
povo. A vontade dEle, aqui revelada com clareza, é que os Seus sejam puros. O Senhor
Jesus ensinou que prostituição e coisas semelhantes provém do coração humano, isto é,
são frutos da carne, daquela natureza perversa e perdida que está em cada um. E estas
coisas contaminam o homem (Marcos 7.21 a 23).
Quando o Espírito Santo forneceu uma lista de obras da carne, colocou em primeiro
lugar a "prostitiuição, impureza, lascívia, idolatria" (Gaiatas 5.19 e 20). Na carta aos Efé-
sios, nos é dito que coisas como prostituição e toda a impureza não devem ser mencio-
nadas entre nós (Efésios 5.3) e na lista de "membros que estão sobre a terra", os quais
temos de mortificar, vemos em primeiro lugar "a prostituição, a impureza", seguidas de
outras coisas do mesmo género (Colossenses 3.5).
A SANTIFICAÇÃO TOTAL
Terminando a primeira carta, Paulo expressa o desejo que o Deus de paz os santifi-
casse em tudo e este desejo não será frustrado. O Senhor Jesus "amou a Sua igreja e a
Si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem de água,
pela palavra, para a apresentar a SI mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e Irrepreensível" (Efésios 5.25 a 27).
Nesta citação vemos outra vez os dois aspectos da santificação. Na prática, o Se-
nhor usa a Sua palavra para nos purificar cada dia e, quanto à nossa posição, Ele garante
que seremos apresentados naquele dia sem qualquer contaminação, totalmente santifica»
dos pela Sua graça.
Que cada um de nós "saiba possuir o seu vaso em santificação", purificando-nos
"de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de
Deus" (2a Coríntios 7.1).
Llçfio N° 7
A ESPERANÇA DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1a Tessalonlcenses 1.10; 4.13 a 18
-21 -
Aprendemos no capitulo anterior que foi a fé que produziu a santificação nos cren-
tes tessatonlcenses. Agora vemos o poder que os sustentou naquela vida santa: a espe-
rança viva na vinda do Senhor Jesus Cristo. Quando ouviram o Evangelho, eles se con-
verteram dos ídolos a Deus para servir o Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a Seu
Filho, o Senhor Jesus, o Libertador da ira futura (veja 1a Tessalonicenses 1.9 e 10). Nestes
dois versículos vemos a fé, a santificação e a esperança. A fé que deu início a esta nova
vida; a santificação que caracterizou esta nova vida e a esperança que a sustentou.
Quando os pregadores chegaram a Tessalônica, anunciaram uma Pessoa (veja
Atos 17.2 e 7). Mesmo os incrédulos em Tessalônica não trouxeram nenhuma reclamação
às autoridades locais senão esta: "procedem contra os decretos de César, dizendo que
há outro rei, Jesus". Os que creram não abraçaram uma nova religião, mas aceitaram
uma Pessoa. Creram naquilo que os pregadores diziam a respeito desta Pessoa e, melhor
ainda, depositaram nEle toda a sua confiança. Creram nEle. Esta Pessoa foi o Senhor Je-
sus Cristo.
O Senhor Jesus, porém, não estava fisicamente entre eles! Nunca O viram. Sabiam
que Ele morrera crucificado, pois os pregadores lhes mostraram pelas Escrituras que
convinha que o Cristo padecesse e que também ressuscitasse dentre os mortos. Ele não
estava fisicamente entre eles, mas sabiam que Ele estava vivo e estavam esperando o
momento da Sua volta dos céus. Acreditavam na promessa da Sua vinda. Esperavam-nO
a qualquer instante e esta esperança era tão forte que os mantinha firmes na santificação,
vivendo só para Ele.
O ARREBATAMENTO
De onde teria surgido esta ideia nova? Como foi que vieram a crer neste arrebata-
mento coletivo de todos os salvos? O primeiro a falar deste arrebatamento foi o próprio
-22-
Senhor Jesus Cristo.
Na noite em que foi traído, Ele falou com os discípulos a respeito da Sua morte imi-
nente. Ficaram desconsolados. Diante desta tristeza, o Senhor disse: "Não se turbe o
vosso coração; credes em Deus, crede também em Mlm. Na casa de Meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E se Eu for, e
vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu esti-
ver estejais vós também" (João 14.1 a 3). Ele prometeu voltar para levá-los para as muitas
moradas da casa do Pai. Isto era algo novo que nunca havia sido revelado antes no Velho
Testamento. Repare bem: naquela noite da traição, Ele não falou da Sua vinda à terra em
poder e grande glória, mas sim, falou que viria para levar os Seus embora daqui. Falou
pela primeira vez do arrebatamento.
ESTAVAM CERTOS
Estes tessalonicenses estavam certos, então! A sua esperança não era uma espe-
rança vã. Não será como nos dias de Enoque e de Elias, mas será um arrebatamento ma
clço. Todos os que são de Cristo irão, tanto vivos como mortos. É este fato que realmente
dá valor a esta esperança; os que morreram também participarão. Nenhum dos salvos
perderá este evento glorioso. Esta esperança jamais poderá murchar; nem a morte pode
frustrá-la. Muito pelo contrário. Os mortos terão precedência sobre os vivos naquela hora.
Veja 1a Tessalonicenses 4.16.
-23-
OS SONS
Ete virá com alarido (veja o v. 16). Esta é a única vez que a palavra "alarido" apare-
ce em o Novo Testamento e este fato deve chamar a nossa atenção à sua importância. É
uma palavra de ordem.
Em escritos seculares daquela época, esta palavra era usada para descrever a or-
dem dada por um general aos seus soldados, a ordem dada por um almirante aos seus
comandados, para incitar ou para encorajar.
Alguns acreditam que 6 a descrição da voz do arcanjo, porém acho melhor ver aqui
a voz do Senhor mesmo, chamando-nos para Si. O mundo não ouvirá esta voz, mas os
salvos, vivos ou mortos, a ouvirão (compare com João 5.28). Já ouvimos a voz do Bom
Pastor; conhecemos a Sua voz (João 10.4 e 27). Veja isto prefigurado em Cantares de Sa-
lomão: "Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem" (2.13).
Juntamente com a voz do nosso Amado, ouviremos a voz de arcanjo (v. 16). Note
bem que não há artigo com "arcanjo". O único arcanjo que conhecemos é Miguel (Judas
v. 9), mas ele é descrito como "um dos primeiros príncipes" (Daniel 10.13), o que nos le-
va a crer que há mais arcanjos. Os anjos são ministros, enviados para servir a favor da-
queles que hão de herdar a salvação (Hebreus 1.14), e até o momento de nos encontrar-
mos com o Senhor estarão ao nosso lado. Eles estiveram presentes anunciando a encar-
nação do nosso Salvador (Lucas 1.9 a 13); serviram o Senhor após a tentação no deserto
(Marcos 1.13); O confortaram no jardim do Getsemani (Lucas 22.43); apareceram no se-
pulcro no dia da ressurreição (Mateus 28.2). Não é de estranhar, portanto, a sua presença
no arrebatamento.
O terceiro som que se ouvirá no arrebatamento é a trombeta de Deus. É a "última
trombeta" de 1a Corlntlos 15.52. No Velho Testamento lemos das trombetas de prata
(Números 10.1 a 10) que controlavam toda a vida do povo de Deus no deserto. Conforme
o som das trombetas, reuniam-se ou safam à guerra ou partiam de viagem rumo à terra
prometida. A última trombeta é uma linda figura da Igreja partindo daqui para entrar na sua
herança no céu.
UM ARREBATAMENTO SECRETO
Temos mencionado os três sons, temos observado o fato que os mortos ressusci-
tarão primeiro e que depois os vivos serão arrebatados, juntamente com eles, para encon-
trar o Senhor nos ares. Tudo isto pode ter levado o leitor a pensar que isto será um acon-
tecimento público assistido pelo mundo inteiro. Aprendemos, porém, que tudo isto vai
acontecer "num abrir e fechar de olhos" (1a Corlntios 15.52). Será tão rápido que o olho
humano não poderá acompanhar a nossa partida deste mundo. Este fato ó reforçado
quando lembramos que ninguém sabe quando Ele virá. Ele não marcou a data. Pegará o
mundo de surpresa.
Quando, mais tarde, Ele vier à terra, então sim, se cumprirá a profecia de Apocalip-
se 1.7: "todo olho O verá". Então "todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho
do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mateus 24.30). O
mundo, porém, não verá o nosso encontro com o Senhor. As alegrias daquele momento
são para nós e, sobre tudo, para Ele. "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas
-24-
palavras' '(1a Tessalonicenses 4.18).
Que o consolo desta esperança encha os nossos corações, fortalecendo sempre a
nossa perseverança na senda da fé.
LlcáoN°8
A SEGURANÇA DOS TESSALONICENSES
Leitura: 1a Tessalonlcenses 1.1 e 10; 5.1 a 11
A verdade do arrebatamento foi, sem dúvida, uma fonte de grande conforto para a
igreja em Tessalônica (veja 4.18). Estavam sofrendo perseguição e haviam sofrido bastan-
te prejuízo, mas sabiam que seu Senhor viria e que não falharia com a Sua promessa. Sa-
biam que Ele viria para arrebatá-los deste mundo de tanto sofrimento. Eles O esperavam
do céu. Este arrebatamento, porém, seriam mais do que o final das suas aflições; seria
também um reencontro com aqueles irmãos que haviam falecido/deixando tantas sauda-
des. E, melhor ainda, seria o alegre encontro com aquele Senhor a Quem serviam.
Havia ainda mais um motivo de conforto para estes cristãos. O mesmo verbo que o
Espírito Santo usou em 4.18, traduzido "consolai-vos", ó usado novamente em 5.11, onde
a Versão Almeida Revista e Corrigida traduz "exortai-vos". O contexto aqui no capftulo 5 é
diferente. Não se trata mais do arrebatamento e do conforto que esta esperança nos traz,
mas sim, do dia do Senhor e da ira que virá sobre este pobre mundo. O motivo do confor-
to neste capftulo está no v. 9: "Deus não nos destinou para a ira". Eles sabiam muito bem
que o dia do Senhor viria como ladrão de noite (5.2), trazendo repentina destruição, como
as dores de parto àquela que está grávida, e eles não estavam nas trevas. Aquele dia não
os surpreenderia como ladrão (5.4), porque Deus não os destinou para a ira (5.9). Sabiam
que não passariam por aquele período de ira conhecido como a Grande Tribulação e este
conhecimento lhes dava um conforto real e verdadeiro.
Os dois motivos de conforto, portanto, são:
a) A certeza do arrebatamento Capftulo 4;
b) A certeza de não passar pela Tribulação . . Capftulo 5.
A SEGURANÇA PRESENTE
Desde o começo desta primeira carta, Deus quis mostrar a estes cristãos a segu-
rança da sua posição. Ele endereçou a carta à igreja dos Tessalonicenses em Deus, o
Pai, e no Senhor Jesus Cristo (1.1). A segunda epístola começa da mesma forma: "à igre-
ja dos tessalonlcenses em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo" (1.1). Fisicamente,
esta igreja estava em Tessalônica, porém espiritualmente estava em Deus, o Pai, e no Se-
nhor Jesus Cristo. Estava segura. Em Tessalônica havia perseguição, mas em Deus havia
segurança. E esta segurança era duplamente garantida, pois estava no Pai e também no
Senhor Jesus Cristo. Compare com João 10.28 e 29. Ninguém pode arrebatar uma só
ovelha da mão do Senhor Jesus, nem tampouco da mão do Pai.
É uma segurança presente que o cristão pode desfrutar agora. E não só o cristão
-25-
individual, mas também a igreja. O inimigo pode bramar como um leão, o mundo poderá
se reunir contra o povo de Deus, mas o cristão pode permanecer tranquilo, descansando
em Deus, sabendo que o maligno não lhe toca (1a João 5.18) e homens perversos, embo-
ra tendo poder para matar o corpo, jamais poderão atingir a alma (Mateus 10.28). "Portan-
to também os que padecem segundo a vontade de Deus, emcomendem-Lhe as suas al-
mas, como ao fiel Criador, fazendo o bem" (1a Pedro 4.19).
A SEGURANÇA FUTURA
Aquele que eles esperavam do céu era "Jesus, que nos livra da ira futura" (1a Tes-
salonicenses 1.10). Esta ira futura, mencionada aqui, é aquele tempo de aflição "como
nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver" (Ma-
teus 24.21). No livro de Daniel é descrito como "um tempo de angústia, qual nunca hou-
ve, desde que houve nação e até aquele tempo'" (Daniel 12.1). Será "dia de trevas e de
tristezas; dia de nuvens e de trevas espessas, como a alva espalhada sobre os montes,
povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele ha-
verá pelos anos adiante, de geração em geração" (Joel 2.2). E outra vez lemos: "Ah! Por-
que aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angustia pa-
ra Jacó" (Jeremias 30.7).
Os tessalonicenses sabiam deste dia de aflição e terror, mas não o temiam, pois
esperavam o Salvador, Aquele que nos livra da ira futura. Note bem qual foi a sua espe-
rança. Não esperavam proteção NA ira futura, mas sim, livramento DA ira futura. Tinham
certeza que jamais entrariam naquele grande e terrfvel dia do Senhor.
O APOCALIPSE
O livro de Apocalipse confirma este fato tão confortador. Nos primeiros três capftu-
los daquele livro, lemos de igrejas locais testemunhando aqui na terra. No inicio do capitu-
lo 4, porém, lemos: "Depois destas coisas, olhei e eis que estava uma porta aberta no
céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui e mos-
trar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer" (Apocalipse 4.1). Note bem a ex-
pressão "depois destas coisas" no começo do versículo e as palavras "depois destas"
no finai. Isto é, após ter contemplado as igrejas locais em testemunho na terra. João foi ar-
rebatado para ver as coisas que hão de acontecer depois destas, ou seja, depois que as
igrejas locais tiverem encerrado o seu testemunho aqui. Em outras palavras, a part/r do
começo do capítulo 4, o livro de Apocalipse vai mostrar as coisas que hão de acontecer
depois do arrebatamento da Igreja.
Lendo o livro do Apocalipse, o leitor pode comprovar que a Igreja, que é bem des-
tacada nos três primeiros capítulos, não aparece mais na terra até quase no final do livro.
Ela reaparece no capítulo 19 saindo do céu, vestida de vestidos brancos, seguindo o seu
Senhor, na Sua volta à terra. E esta parte do livro onde a Igreja não é vista na terra (do
capítulo 4 ao 18) é aquela parte que descreve os acontecimentos da Grande Tribulação.
Assim vemos confirmada a verdade que já observamos em Tessalonicenses, que a Igreja
hão vai passar pela Tribulação. O Senhor Jesus Cristo nos liberta DA ira futura.
''' -26-
MAIS PROVAS DESTA SEGURANÇA
O começo do capítulo 5 da primeira carta aos Tessalonicenses é a sequência lógica
e cronológica do final do capítulo 4. No capitulo 4 vemos a vinda do Senhor aos ares para
buscar o Seu povo, mas no capítulo 5 vemos a Sua vinda à terra O capítulo 4 mostra
como será o arrebatamento; o capítulo 5 mostra o que acontecerá depois do arrebata-
mento. Nos primeiros versículos vemos que os tessalonicenses haviam sido bem escla-
recidos a respeito destas coisas e não necessitavam que Paulo lhes escrevesse mais.
Sabiam muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão, isto ó, inesperado e indese-
jado.
O dia do Senhor começará com paz e a promessa de segurança; o mundo estará
alegre, pensando que tem achado o caminho para a prosperidade, mas, "quando disse-
rem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição" (5.3). Mesmo no Ve-
lho Testamento isto foi predito: "andam enganando o Meu povo dizendo: Paz, não ha-
vendo paz" (Ezequiel 13.10). Jeremias também falou daqueles que "curam a ferida da fi-
lha do Meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz" (Jeremias 6.14 e
8.11). Estas profecias acharão seu pleno cumprimento naquele dia da Grande Tribulação,
quando muitos em Israel aceitarão um concerto com o príncipe que há de vir, a besta (ve-
ja Daniel 9.26 e 27). Hão de confiar na sua proteção, pondo a mentira por seu refúgio e a
falsidade por esconderijo (Isaías 28.15). Aprendemos em o Novo Testamento que todo o
mundo há de confiar nas promessas vãs da besta (Apocalipse, capítulo 13), mas quando
disserem paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição e de modo nenhum
escaparão.
É importante notar o uso da terceira pessoa neste versículo: "Quando disserem...,
lhes sobrevirá". Nos versículos anteriores, Paulo usou a segunda pessoa, pois estava fa-
lando diretamente aos irmãos em Tessalônica a respeito deles mesmos, mas agora está
falando do mundo. Os irmãos não terão parte naquela falsa paz e repentina destruição.
Naquele dia estarão bem longe das angústias deste mundo. Veja nisto mais uma prova de
que a Igreja será arrebatada antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.
O GRANDE CONSTRASTE
Nos versículos 4 e 8 vemos a grande diferença entre aquele que é de Cristo e aque-
le que é do mundo. Neste parágrafo, veja como Paulo volta a usar a segunda pessoa (v. 4
e 5a); no meio do v. 5, porém, ele passa a usar a primeira pessoa do plural, associando-
se com os irmãos de Tessalônica, pois todos os salvos participam destes privilégios e
devem participar destas responsabilidades. No versículo 7, ele refere-se novamente aos
incrédulos e vemos outra vez a terceira pessoa.
Resumindo estes versículos, aprendemos que nós, os salvos, não somos das tre-
vas, nem da noite; somos filhos do dia. O contraste não poderia ser maior. Temos que vi-
ver de tal forma que qualquer um, crente ou descrente, possa ver que somos diferentes
dos demais. Esta diferença deve ser evidente nas nossas atitudes e nos nossos atos. Eles
(os incrédulos) dormem, indiferentes quanto às coisas eternas e divinas. Mas nós não de-
vemos dormir. Eles se embebedam, intoxicando-se com os divertimentos e ilusões deste
mundo, mas o cristão deve ser sóbrio, percebendo a realidade da hora que vivemos. Pre-
-27-
cisamos evitar tanto a letargia e a indiferença, características da religião formal, quanto o
emocionalismo carnal do pentecostalismo e do movimento carismático. Que o amor de
Cristo possa nos constranger (2a Coríntios 5.14); que estas realidades espirituais nos le-
vem a servir ao nosso Deus, esperando dos céus o Seu Filho.
NOSSA SALVAÇÃO
Nossa salvação, porém, não depende de nosso estado de sonolência ou de vi-
gilância; depende da morte do Senhor Jesus (5.10). A salvação, portanto, está segura.
"Pelo que, consolai-vos uns aos outros, como também o fazeis" (5.11).
Llçào N° 9
AS ATITUDES CRISTÃS
Leitura: 1a Tessalonlcenses 5.12 a 23
Mesmo uma leitura superficial desta segunda carta aos Tessalonicenses será o su-
ficiente para convencer o leitor que houve pouco espaço de tempo entre as duas cartas
Inspiradas que foram enviadas a esta igreja. Os assuntos abordados, além do fato de Si-
las e Timóteo ainda estarem com Paulo, levam-nos a esta conclusão. Parece claro que
alguns pontos mencionados na primeira carta precisavam ser repetidos (tais como a vin-
da do Senhor e as instruções quanto aos desordeiros) e isto levou Paulo a escrever, sem
demora, esta segunda carta.
A introdução desta carta é muito semelhante à da primeira, pois Deus torna a desta-
car a segurança da igreja em Tessalônica, apesar das perseguições que ainda continua-
vam. O alfvio e resultante alegria de Paulo eram evidentes na primeira carta. Ele esteve tão
preocupado em Atenas e tão desanimado em Corinto, mas as boas notícias que recebeu
de Tessalônica dissiparam as nuvens negras do desânimo e da preocupação, dando um
novo impulso ao trabalho em Corinto e fazendo o coração do apóstolo transbordar de
alegria e de gratidão (veja Atos 18 e 1a Tessalonicenses 3).
Agora, ao escrever esta segunda carta, o senso de gratidão a Deus parece ser ain-
da maior. Veja a diferença entre o segundo versículo da primeira carta e o terceiro desta
segunda. Na primeira carta, Paulo disse: "Sempre damos graças a Deus por vós todos"
(1.2); na segunda carta, porém, lemos: "Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por
vós" (1.3). O verbo "devemos" neste versículo indica ser devedor e implica numa obri-
gação pessoal. Duas razões são apresentadas para explicar porque Paulo sentiu-se obri-
gado a sempre dar graças a Deus por estes tessalonicenses:
a) "A vossa fé cresce muitíssimo" (v. 3). Paulo lembrava-se sempre da obra da fé
dos tessalonicenses (1a Tessalonicenses 1.3) e preocupava-se muito com ela (1a Tessa-
lonicenses, capitulo 3) e agora, ao ver que, apesar das perseguições constantes, esta fé
continuava a crescer muitíssimo, ele não pode conter as ações de graça.
b) "O amor de cada um de vós abunda nuns para com os outros" (v. 3). Na primei-
ra carta, Paulo disse que não havia necessidade de escrever-lhes a respeito do amor fra-
ternal, pois o próprio Deus os instruía nesta virtude (1a Tessalonicenses 4.9). E ele tinha
razão. Este amor não apenas continuava, mas ele abundava, impelindo Paulo a dar gra-
ças a Deus.
Ao dizer que ele se gloriava nos tessalonicenses (1.4) por causa do aumento da sua
fé e do seu amor, ele não queria dizer que se gabava nem do trabalho que ele havia feito
em Tessalônica, nem do progresso dos seus filhos na fé. Tal atitude estaria em desarmo-
nia com tudo o que o Novo Testamento revela quanto às atitudes do apóstolo a este res-
peito. Ele se gloriava em Deus. Ele via na perseverança dos tessalonicenses, bem como
na sua fé e no seu amor, o poder de Deus e não perdia oportunidade de citar este exem-
plo, incentivando as igrejas de Deus à emulação.
A JUSTA RETRIBUIÇÃO
Uma fé inabalável na justiça do jufzo divino é uma fonte inesgotável de força e per-
severança. Os que atribulam receberão tribulação (v. 6) e os que são atribulados rece-
berão descanso (v. 7). O que o homem semear, isso também ceifará (Gaiatas 6.7).
Para os tessalonicenses, porém, a recompensa não seria imediata, nem para os
seus perseguidores. Este acerto de contas está relacionado com a vinda do Senhor Jesus
desde os céus, com os anjos do Seu poder (v. 7). Na verdade, aqueles tessalonicenses já
descansam, mas na manifestação do Senhor em glória e poder haverá um acerto público
de contas. O sofrimento foi visto pelo mundo; a gloriosa recompensa também será.
A VINDA DO SENHOR
A descrição da vinda do Senhor nestes versículos é impressionante. Ele não virá
sozinho! Ele virá com os anjos do Seu poder e virá em labareda de fogo. Note bem que o
poder não é dos anjos e, ainda, esta vinda será em (não apenas como) labareda de fogo.
Gramaticalmente, é possível relacionar este fogo com a Sua vinda (v. 7) ou com a
vingança (v. 8). Em ambos os casos faz muito sentido. O fogo pode muito bem descrever
a glória da Sua vinda, como vemos no Velho Testamento nos dias de Moisés. A presença
de Deus foi vista entre o povo de Israel na forma de uma nuvem durante o dia e como co-
luna de fogo durante a noite (veja, por exemplo, Êxodo 13.21 e Números 14.14). O Novo
Testamento também usa esta figura, pois lemos que o nosso Deus é um fogo consumidor
(Hebreus 12.29). Se, porém, ligarmos este fogo com a Sua vingança, então será como
lemos em Levftlco 10.2 e Salmo 97.3. Parece que as palavras são citação do profeta
Isalas: "Eis que o Senhor virá com fogo e os Seus carros serão como o torvelinho, para
retribuir a Sua ira com furor e a Sua repreensão com chamas de fogo" (Isafas 66.15).
DUAS CLASSES
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Naquele dia, "todas as tribos da terra se lamentarão e verão vir o Filho do Homem
sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mateus 24.30). Esta multidão de
inimigos é dividida em duas classes:
a) Os que não conhecem a Deus;
b) Os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
A repetição do artigo definido "os" indica que são duas classes de pessoas e não
simplesmente duas descrições das mesmas.
Os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo são judeus.
Eles tiveram grandes privilégios. A eles foram confiados os oráculos de Deus (Romanos
3.2), mas, referindo-se a estes judeus, a Escritura diz: "Mas nem todos obedecem ao
Evangelho, pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?" (Romanos 10.16). E
no mesmo capitulo acrescenta: "Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as Minhas
mãos a um povo rebelde [desobediente] e contradizente" (Romanos 10.21).
O CASTIGO
Estes, por castigo, padecerão eterna perdição, sendo banidos da presença do Se-
nhor (v. 9). Devemos notar que a porção deles é a perdição; aprendemos na primeira car-
ta que a porção daqueles que crêem é a salvação (1aTessaionicenses 5.9). Esta perdição
não é aniquilação, mas a perda de todas as coisas que dão valor à existência (Chave
Linguistica do Novo Testamento Grego). E esta perda é irreparável. É uma perdição eter-
na.
A GLÓRIA
Aquele dia da Sua vinda não será apenas o dia da vingança do nosso Deus (veja
Isaías 61.2), mas será também o dia da Sua vitória. Ele vem para ser glorificado nos Seus
santos (2a Tessalonicenses 1.10).
Já temos observado no v. 8 as duas classes de inimigos que sofrerão a eterna per-
dição e é interessante observar também agora duas descrições daqueles em quem o Se-
nhor será glorificado naquele dia. Talvez indique duas classes:
a) Os Seus santos;
b) Os que crêem.
Se estas duas expressões representam duas classes de pessoas, então os santos
são aqueles que foram salvos em dispensaçôes passadas e os que crêem são os desta
época, ou seja, a Sua Igreja. Se, por outro lado, entendemos que as duas expressões são
descrições das mesmas pessoas, então vemos o aspecto divino e o humano na nossa
salvação. Nós fomos salvos porque cremos e Deus nos santificou pela Sua graça.
RESUMO
A vinda do Senhor Jesus Cristo a esta terra será um dia de indescritível tristeza para
os incrédulos. Vendo o Filho do Homem vir sobre as nuvens, eles se lamentarão e as pa-
lavras das Escrituras bem poderiam expressar os seus sentimentos: "Passou a sega, fin-
dou o verão, e nós não estamos salvos" (Jeremias 8.20).
Para os salvos será um dia de inexpressível alegria. Será o seu descanso. E para o
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nosso Senhor será o dia da vitória, quando Ele será glorificado nos Seus santos.
Que os nossos corações digam: "Ora vem, Senhor Jesus" (Apocalipse 22.20).
Lição N° 11
A VINDA DO SENHOR ESCLARECIDA
Leitura: 2" TesMlonlcenses, capitulo 2
No capítulo anterior vimos que o Espírito Santo começou esta segunda carta desta-
cando outra vez a gloriosa volta do Senhor Jesus Cristo. Descreveu, com alguns deta-
lhes, vários aspectos daquele evento. Será uma vinda gloriosa e poderosa O Senhor ma-
nifestará a Sua glória, enchendo os Seus de admiração e regozijo e o mundo de espanto
e terror. Manifestará também o Seu poder, trazendo, com justiça absoluta, aflição ao
mundo rebelde e descanso merecido ao Seu povo perseguido.
A RAZÃO DA CONFUSÃO
Não devemos nos surpreender com estas dúvidas dos tessalonicenses, nem
apressar-nos a condená-los ou a acusá-los de serem inconstantes. Antes, devemos con-
siderar as suas circunstâncias. Em primeiro lugar, devemos lembrar que não possuíam
nenhuma porção do Novo Testamento, a não ser a primeira carta que Paulo lhes escreve-
ra. Tal carta, de fato, deveria ser o suficiente para evitar qualquer confusão como a que os
tessalonicenses viviam; havia, porém, outros fatores. Eles estavam sendo perseguidos.
Para eles, portanto, a vinda do Senhor tinha muito mais importância do que tem hoje para
muitos cristãos que vivem dias bem mais fáceis. O interesse dos tessalonicenses neste
assunto não era simplesmente académico; muito menos era curiosidade. Era um interes-
se multo prático. A vinda do Senhor significaria para eles o fim daquela perseguição tão
severa; seria um verdadeiro alívio. E mais, seria o começo de um reino glorioso, do qual
participariam Eles anelavam a vinda do Senhor. Viviam esperando aquele dia (veja 1a
Tessalonicenses 1.10). Sem dúvida, oravam "vem, Senhor Jesus" (veja Apocalipse
22.30).
Chegou, porém, entre estes cristãos perseguidos e anelantes da vinda do Senhor,
um ensino erróneo que os confundiu. Paulo faz menção dele no v. 2, sem especificar exa-
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tamente de onde veio. Citou várias fontes possíveis. Poderia ter sido "por espírito", isto é,
alguém, dizendo-se profeta, poderia ter-lhes ensinado, dizendo ter recebido uma reve-
lação do Espírito Santo. Ou poderia ter sido "por palavra", isto é, uma pregação que não
pretendia ser uma revelação direta do Espírito Santo, mas apenas um ensino de uma ver-
dade anteriormente revelada. Ou poderia ter sido "por epístola, como de nós", Isto é, uma
carta supostamente escrita por Paulo ou Silvano ou Timóteo.
Seja qual fosse a fonte deste ensino erróneo, o seu conteúdo é claro. Dizia que o
temível Dia do Senhor já havia chegado. E as perseguições que estavam sofrendo pare-
ciam confirmar isto. Muita coisa parecia dizer que já estavam passando pela ira da Grande
Tribulação.
Eles estavam realmente perplexos. Sem dúvida, percebiam as Implicações de tal
ensino. Se era verdade que já estavam no Dia do Senhor, então o ensino que receberam
de Paulo quando este estava em Tessalônica, estava errado. Se ele os enganara, ou esta-
va enganado neste ponto, que certeza poderiam ter quanto ao Evangelho que Paulo lhes
anunciara? Que certeza poderiam ter da sua própria salvação? Será que Paulo havia mu-
dado de opinião? Onde estava a verdade?
CORRIGINDO A CONFUSÃO
Para esclarecer os tessalonicenses e assim eliminar suas dúvidas, Paulo destaca
duas coisas importantes:
a) Ele não mudou de opinião. O que ele lhes ensinou quando estava em Tessalôni-
ca era a mesma verdade que agora repete nesta carta (w. 1 a 12);
b) Deus não mudou. O propósito divino é imutável. Desde o princípio, Deus os ele-
geu para salvação e lhes deu uma eterna consolação (v. 13).
O ENSINO REPETIDO
Este segundo capítulo começa com um apelo a respeito da vinda do Senhor, no
sentido de que não deveriam se mover facilmente do seu entendimento. A preposição
usada no v. 1, tem causado muita polémica. A Versão Atualizada traduz: "no que diz res-
peito à", mas esta tradução não parece coerente com o contexto. Paulo não vai esclare-
cer o assunto do arrebatamento, e sim, o assunto do Dia do Senhor. A tradução da
Versão Corrigida parece mais razoável: "pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". O
apóstolo está baseando seu apelo no arrebatamento; é uma adjuração
Entendido desta maneira, o contexto é coerente. A bendita esperança do arrebata-
mento é a maior defesa contra os temores causados pela falsa perspectiva de passar pelo
temível Dia do Senhor. Este ensino já fora dado desde o começo e esclarecido na primei-
ra carta (4.13 a 18). Foram ensinados que seriam arrebatados (1a Tessalonicenses 4.17) e
que não passariam pela ira (1a Tessalonicenses 1.10 e 5.9). Agora Paulo apela, pelo arre-
batamento, que "não vos movais facilmente do vosso entendimento" (2a Tessalonicenses
2.2).
O verbo traduzido "movais" significa agitar, excitar; é usado para descrever um na-
vio que escapa do seu ancoradouro durante uma tempestade. O advérbio traduzido "fa-
cilmente" significa rapidamente. Eles não deveriam julgar precipitadamente, levados pelas
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circunstâncias a crer que já estavam no Dia do Senhor, antes deveriam refletir no ensino já
recebido. Veja várias expressões neste capítulo que destacam Isto:
v. 2 - "não vos movais facilmente do vosso entendimento";
v. 5 - "não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava con-
vosco?";
v. 6 -- "vós sabeis o que o detém";
v. 15 -- "estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por pala-
vra, seja por epístola nossa".
O PROPÓSITO DE DEUS
Além destas repetidas alusões àquilo que já aprenderam, há menção do propósito
de Deus. Deus os elegeu "desde o princípio para a salvação" (2.13). Eles já sabiam disto;
não era algo novo ou diferente. Paulo estava fazendo o que Pedro fez na sua segunda
carta: "Estarei sempre pronto para vos lembrar estas coisas, ainda que as saibais, e este-
jais confirmados na verdade que já está convosco" (2a Pedro 1.12 - Versão Revisada).
Os tessalonicenses se converteram a Deus para "esperar dos céus a Seu Filho... Jesus,
que nos livra da ira futura (1a Tessalonicenses 1.10). Bem no começo de sua carreira
cristã aprenderam que não teriam de enfrentar a ira no dia do Senhor; sabiam que seu
Salvador viria arrebatá-los daqui, livrando-os desta forma dos terrores daquele dia.
Outra vez, naquela primeira carta, Paulo voltou a falar deste propósito de Deus, di-
zendo: "Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso
Senhor Jesus Cristo" (1a Tessalonicenses 5.9). Este propósito estabelecido na eternidade
não poderia estar sujeito às mudanças impostas pelo tempo. Foram eleitos "desde o
princípio" (compare Efésios 1.4). Este plano de Deus não foi decidido apressadamente
após a entrada do pecado, mas na eternidade. É um propósito eterno e imutável. Eles ja-
mais poderiam passar pela aflição da Grande Tribulação.
Considere ainda os meios usados por Deus para trazê-los a esta posição privilegia-
da:
1) A santificação do Espírito Santo (2.13). O Espírito Santo os separou do mundo,
convencendo-os do seu pecado e levando-os ao arrependimento.
2) Fé na verdade (2.13). A continuação desta operação do Espirite Santo os levou à
fé no Senhor Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Nisto vemos os dois la-
dos do assunto da salvação.
a) Uma obra divina feita pelo Espírito Santo;
b) A necessidade de fé por parte do pecador arrependido.
3) O Evangelho. É por meio desta mensagem que o Espírito Santo convence e con-
verte; por meio dela, o pecador é levado a crer.
EXORTAÇÃO FINAL
"Estai firmes" (v. 15). Aqui vemos o lado positivo daquilo que foi apresentado de
maneira negativa no começo do capítulo: "não vos movais facilmente" (v. 2).
"Retende as tradições que vos foram ensinadas" (v. 15). Sendo que Deus não mu-
da, nem tampouco o Seu propósito, nem a verdade do Evangelho, eles deveriam estar
-37-
firmes, retendo o que já lhes fora ensinado.
Paulo termina este capítulo desejando que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus
Pai que "deu uma eterna consolação" possa consolar seus corações e confortá-los. A fó
fortalecida na palavra que já lhes foram ensinada, sem dúvida, teria este resultado feliz. As
dúvidas desapareceriam e viveriam tranquilos a esperar dos céus o Libertador.
Lição N° 12
A APOSTASIA E O HOMEM DO PECADO
Leitura: 2* Tessalonicenses 2.3 a 12
Temos observado nos capítulos anteriores como Paulo procurou consolar os aba-
lados tessalonicenses, reafirmando as verdades a respeito do propósito eterno de Deus,
que os elegeu desde o principio para salvação. Relembrou o fato que seriam arrebatados
deste mundo para encontrar-se com o Senhor Jesus Cristo, seu Libertador da ira futura.
Agora, nos versículos indicados para leitura, vemos o seu cuidado em prevenir para
que não sejam outra vez enganados. Ele lhes mostra que duas coisas hão de preceder o
Dia do Senhor, dizendo: "Isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja
revelado o homem do pecado, o filho da perdição" (2.3). Estas palavras são ciaras. Aque-
le dia não poderá vir enquanto primeiro não venha:
a) A apostasia;
b) O homem do pecado.
Examinemos estes dois termos.
A APOSTASIA
A palavra traduzida "apostasia" (v. 3} ocorre apenas duas vezes em o Novo Testa-
mento. A outra ocorrência é Atos 21.21, onde os irmãos em Jerusalém falaram que foram
informados a respeito de Paulo que ele ensinava os judeus que viviam entre os gentios a
se apartarem de Moisés ou, em outras palavras, que os ensinava a apostatarem do ensi-
no dado por Moisés.
Em outros escritos da mesma época, a palavra é usada para descrever uma rebe-
lião política ou militar, mas na versão grega do Velho Testamento (a Septuaginta) é usada
pata descrever rebelião contra Deus (veja Josué 22.22; 2° Crónicas 29.19; Jeremias 2.19,
etc.). O seu uso na Bíblia é consistente; significa um afastamento de Deus.
É importante notar, porém, que aqui em 2a Tessalonicenses, capítulo 2, esta palavra
é precedida pelo artigo definido, indicando que esta apostasia que há de vir precedendo o
Dia do Senhor não é qualquer apostasia; não é algo abstrato, e sim, uma apostasia es-
pecífica, da qual os tessalonicenses já ouviram e a respeito da qual já foram avisados.
Não devemos confundir esta apostasia com aquela da qual Paulo avisou Timóteo
(1a Timóteo 4.1). Paulo está falando dos últimos tempos do testemunho das igrejas aqui
na terra e avisa que alguns apostatarão da fé. Não será uma apostasia total; alguns apos-
tatarâo da fó, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demónios. Com hl-
-38-
pocrisia, falarão mentiras, tendo a consciência cauterizada. Rejeitarão a Palavra de Deus
e, consequentemente, a Deus, julgando-se superiores. A apostasia da qual Paulo fala aos
tessalonicenses, porém, é outra. Será uma apostasia generalizada. E foi predita no Velho
Testamento.
Moisés previu um tempo de rebeldia, quando Israel irá atrás de outros deuses (veja
Deuteronômio, capítulos 31 e 32). Esta profecia cumpriu-se parcialmente em diversas
épocas da história daquele povo, porém achará seu cumprimento completo nos dias do
falso profeta, o anticristo. O livro dos Salmos também descreve a mesma apostasia, mas
é nos escrrritos dos profetas que encontramos mais detalhes. Esta apostasia será uma
obra-prima de Satanás (2a Tessalonicenses 2.9). No princípio, ele enganou a Eva e intro-
duziu o pecado no mundo; através dos séculos, tem usado a mesma astúcia, enganando
a muitos (2a Coríntios 11.3; 1a Tessalonicenses 3.5); no futuro, ainda há de mostrar toda a
sua astúcia maléfica para trazer ao mundo esta grande apostasia, um espírito de rebeldia
contra Deus, liderado pelo seu servo,
O HOMEM DO PECADO.
A manifestação deste iníquo precederá o grande Dia do Senhor. A palavra traduzida
"manifeste" (v. 3) é a mesmna que o Espírito Santo usa para descrever, no primeiro capí-
tulo desta mesma carta, a manifestação do Senhor Jesus (1.7). E esta repetição da pala-
vra não acontece por acaso; Deus quer mostrar-nos como Satanás imita e falsifica as
obras de Deus. Este fato torna-se ainda mais evidente quando vemos que o homem do
pecado virá com "todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira" (v. 9). Se o Senhor Je-
sus há de manifestar-se com "os anjos do Seu poder" (1.7), este impostor também virá
com "todo o poder", porém será um poder diabólico, "segundo a eficácia de Satanás"
(2.9). Haverá sinais e prodígios na manifestação do Senhor Jesus Cristo (Mateus 24.49),
como houve também por ocasião da Sua primeira vinda (Atos 2.22). O iníquo também se
manifestará com sinais e prodígios, porém, serão prodígios de mentira (2.9),
A expressão "homem do pecado" é uma expressão hebraica, indicando um ho-
mem caracterizado pelo pecado. Veja, por exemplo, a expressão "homem de dores" em
(saías 53.3, descrevendo o Senhor Jesus na Sua vida terrestre como um Homem que so-
freu como mais ninguém sofreu. Salomão escreveu do "homem do conhecimento"
(Provérbios 24.5), descrevendo um homem que possuía grandes conhecimentos. Assim,
entendemos que este homem de quem o Espírito fala em 2a Tessalonicenses, capítulo 2,
será caracterizado por uma total entrega ao pecado.
FILHO DA PERDIÇÃO
Este versículo (2.3) ainda usa outra expressão idiomática: "filho da perdição". Se a
descrição "homem do pecado" revela o caráter deste iníquo, a expressão "filho da per-
dição" indica o seu destino. Esta expressão ocorre apenas duas vezes em o Novo Tes-
tamento, aqui e em João 1712. Na noite em que o Senhor Jesus foi traído, Ele falou de
Judas, o traidor, como o "filho da perdição". Mais tarde, lemos a respeito de Judas, que
ele "se desviou, para ir para o seu próprio lugar'" (Atos 1.25); aqui a expressão Indica que
o homem do pecado Irá para a perdição.
-39-
SUA ATITUDE
Vemos a atitude deste homem no v. 4 -- anti-Deus. Ele se opõe. Estas palavras tra-
duzem um particípio precedido pelo artigo definido, podendo ser traduzido, literalmente,
"o opositor". Na primeira carta encontramos uma expressão semelhante, descrevendo o
Senhor Jesus Cristo como "o Libertador" ("que nos livra" - 1a Tessalonicenses 1.10). A
oposição deste iníquo é claramente revelada: "ele se levanta contra tudo que se chama
Deus, ou se adora". Ele se opõe a Deus e reclama para si o lugar supremo, querendo pa-
recer Deus. Ele tomará seu lugar no templo de Deus em Jerusalém, dizendo ser o verda-
deiro Deus. As palavras "como Deus" na Versão Almeida Revista e Corrigida não tom o
apoio dos melhores manuscritos.
A semelhança desta descrição do homem do pecado com certas passagens em
Daniel deixa bem claro que ele é o '"rei" mencionado em Daniel 11.36. O profeta mostrou
que este rei "se levantará e se engrandecerá sobre todo o deus, e contra o Deus dos
deuses falará coisas maravilhosas, e será próspero". Tudo isto leva à conclusão que este
homem do pecado será o líder religioso e político dos judeus, a mesma pesoa que João
apresenta como a "besta" que subiu da terra, cuja aparência era semelhante a um cordei-
ro, porém falava como dragão (Apocalipse 13.11).
O QUE O DETÉM
Os tessalonicenses já sabiam tudo isto, pois Paulo os ensinara a respeito quando
estivera entre eles (v. 5). Sabiam também a razão porque o Iníquo ainda não fora manifes-
to (veja as ocorrências do verbo "manifestar" nos w. 3,6 e 8); sabiam que será manifesto
"a seu próprio tempo" (v. 6). Por enquanto estava impedido.
Duas expressões são usadas em relação a este impedimento:
a) "o que o detém" (v. 6);
b) "um que agora resiste" (v. 7).
A expressão citada do v. 6 traduz um particípio neutro, indicando algo que detém;
porém, no v. 7 encontramos um particípio masculino, indicando que alguém é que detém.
Há bastante diferença de opinião entre comentaristas quanto à interpretação destas duas
expressões, porém mencionaremos apenas três das mais aceitas:
a) O Império Romano. Este seria o princípio que detém; os seus Imperadores se-
riam as pessoas. Contra esta interpretação observamos o fato que o Império Romano de-
sapareceu há muitos séculos, seus imperadores todos morreram, e o homem do pecado
ainda não apareceu. Concluímos, portanto, que a interpretação não é esta.
b) O Espírito Santo. Segundo esta interpretação, o Espírito Santo é Aquele que
detém e a Igreja é o princípio. Contra esta interpretação citamos o fato que o Espírito San-
to não será afastado da terra antes da revelação do iníquo; pelo contrário, Ele continuará
a operar na terra depois do arrebatamento, embora haja uma mudança na Sua maneira de
agir. Veja profecias como Isafas 32.15 a 18 e Joel 2.20 a 32. O ensino de Zacarias 4.1 a 6 e
Apocalipse 11.3 e 4 confirma que o Espírito Santo estará ainda trabalhando na terra duran-
te a Grande Tribulação, época em que p homem do pecado estará reinando.
c) Governo legal. Esta parece ser a interpretação mais aceitável. O principio que
detém é a autoridade residente em governos legalmente estabelecidos e as pessoas que
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detêm são os representantes legais deste poder. As autoridades são estabelecidas por
Deus para a repressão do mal (Romanos 13.3 e 4). São ministros de Deus e a sua pre-
sença na terra impede a manifestação do iníquo.
Veja ainda 1a Timóteo 1.9 e 1a Pedro 2.13 a 17. As profecias bíblicas mostram cla-
ramente que os últimos tempos serão caracterizados por anarquia e desrespeito à autori-
dade. Este caos abrirá o caminho para o homem do pecado.
SEU FIM
Antes de descrever a manifestação do homem do pecado, o Espírito Santo nos
• mostra ò seu fim. Isto é impressionante. Ele assim faz para consolar os tessalonicenses e
demonstrar outra vez que Deus é soberano. Mesmo nos dias tão caóticos em que este
iníquo há de aparecer, Deus estará no controle absoluto da situação. É nos momentos
mais escuros da história humana que brilha com maior intensidade a gloriosa soberania
de Deus.
Assim que fala da revelação deste perverso, o Espírito Santo acrescenta: "A quem o
Senhor desfará pelo assopro da Sua boca e aniquilará pelo esplendor da Sua vinda". No-
te bem; o Senhor o desfará. Com isto concorda a profecia de João que mostra como o
Senhor, em pessoa, na Sua vinda, há de prender a besta e o falso profeta e os lançará vi-
vos "no ardente lago de fogo e de enxofre" (veja Apocalipse 19.20 e 21). Ele usará a'es-
pada que sai da Sua boca (Apocalipse 19.15), símbolo da Sua palavra, ou, como está
aqui, "pelo assopro da Sua boca".
O ENGANO
A revelação do iníquo será "segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e si-
nais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem". En-
ganará a muitos (veja Mateus 24.23 a 28). Até aqueles que conhecem a verdade acredi-
tarão nesta mentira. Isso será uma justa retribuição imposta por Deus. Ele lhes enviará "a
operação do erro para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não
^creram na verdade" (w. 11 e 12).
' Este fato deixa bem claro que, embora muitos sejam salvos depois do arrebatamen-
to, nenhuma pessoa que hoje conhece o Evangelho terá oportunidade de salvação de-
pois da vinda do Senhor. Pelo contrário, Deus fará com que tal pessoa creia na mentira,
porque não creu na verdade do Evangelho.
Llçáo N° 13
EXORTAÇÕES FINAIS
Leitura: 2* Tessalonlcenses, capítulo 3
Este capítulo divide-se facilmente em três partes principais:
a) Um pedido e uma oração - w. 1 a 5;
b) Exortações quanto aos desordeiros - w. 6 a 15;
c) Saudação final - w. 16 a 18
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UM PEDIDO E UMA ORAÇÃO
Paulo começa este capftulo pedindo que os tessalonicenses orem por ele e por
seus companheiros. A simplicidade deste pedido não deve impedir-nos de ver a sua
grande importância
Quem pediu que orassem foi Paulo. Em diversas ocasiões ele declarou e defendeu
a sua independência de qualquer controle humano; era servo de Deus. Veja como ele
mostrou esta sua posição aos gaiatas: "Procuro agradar aos homens? Se estivesse ainda
agradando aos homens, não seria servo de Cristo". E outra vez: "Não o recebi, nem o
aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" (Gaiatas 1.10 e 12). E
ainda disse: "Nem tornei a Jerusalém a ter com os que já antes de mim eram apóstolos"
(Gaiatas 1.17) e ainda acrescentou: "Nada me comunicaram" (Gaiatas 2.6).
Este Paulo, que recusava ser servo de homens para que pudesse ser verdadeira-
mente servo de Deus, pediu que os tessalonicenses orassem por ele. Ele sabia da im-
portância da cooperação na obra do Senhor, especialmente em oração.
Outro fator que não devemos deixar de observar é que os tessalonicenses, cujas
orações ele pediu, eram crentes novos, relativamente inexperientes. Paulo não desprezou
a sua ajuda em oração, antes a apreciou tanto que a pediu. Devemos aprender deste fato
a nunca nos colocarmos debaixo das ordens humanas em nosso serviço para o Senhor,
pois somos servos de Deus e no Seu trabalho não existe autoridade humana, a não ser
aquela que Ele próprio estabeleceu na igreja local. Ao mesmo tempo, nunca devemos
agir independentes dos nossos irmãos, pois precisamos de suas orações. Ainda ó impor-
tante ressaltar que até os cristãos mais jovens e inexperientes, pelas suas orações, po-
dem ajudar muito na obra do Senhor.
Na primeira carta Paulo pediu: "Irmãos, orai por nós" (1a Tessalonicenses 5.25);
agora, ele torna a pedir, usando as mesmas palavras, porém acrescentando mais deta-
lhes que tornam este pedido mais específico. Ele pede oração para duas coisas:
a) "Para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada" (v. 1). A ex-
pressão "tenha livre curso" traduz uma palavra só no texto original. É um verbo que signi-
fica correr. Este verbo era usado para descrever a corrida de um guerreiro na batalha, su-
gerindo rapidez e determinação. O salmista apresenta a mesma ideia quando diz: "Deus
enviou o Seu mandamento à terra; a Sua palavra corre velozmente" (Salmo 147.15). De-
veriam orar para que a palavra do Senhor tivesse um rápido e decidido avanço, entrando
em regiões ainda não alcançadas e penetrando em corações outrora rebeldes.
A expressão "livre curso" (correr) refere-se à palavra em si; "seja glorificada" fala
mais do efeito naqueles que a ouvem e aceitam. Quando Paulo deixou a sinagoga em An-
tioquia da Pisídia, dizendo aos judeus: "Visto que rejeitas [a palavra]... eis que nos volta-
mos aos gentios" (Atos 13.46), estes (os gentios) se alegraram "e glorificavam a palavra
do Senhor" (v. 48).
Estava acontecendo assim em Tessalônica: "como também o é entre vós" (v. 1).
Isso ajuda a perceber que "livre curso" não significa necessariamente um avanço sem
oposição. Não se refere à atitude dos Incrédulos, mas sim, à nossa disposição de levar
avante o Evangelho com aquele senso de urgência que tal mensagem requer.
b) "Para que sejamos livres de homens dissolutos e maus" (v. 2). O texto grego tem
-42-
o artigo definido: "os homens dissolutos e maus'", Indicando que Paulo está se referindo
a pessoas que os tessalonicenses saberiam identificar. Não há dúvida de que se trata dos
judeus. Estes tumultuaram a cidade de Tessalônica (Atos 17.5) e também estavam perse-
guindo Paulo em Corinto (Atos 18.6 e 12), de onde ele estava escrevendo esta carta Es-
tes eram incrédulos: "a fé não é de todos". Note ainda a ordem destes dois pedidos de
oração: primeiro, pela palavra; depois, pelos pregadores.
O terceiro versículo apresenta um contraste entre a infidelidade dos homens disso-
lutos e maus e a fidelidade de Deus. O texto grego destaca isto de uma forma mais enfáti-
ca, pois a última palavra do segundo versículo é "fé" e a primeira palavra do terceiro
versículo é "fiel".
Há uma mudança neste versículo que não podemos deixar de observar. Paulo es-
tava falando das suas necessidades: "Rogai por nós...que sejamos livres", mas passa
abruptamente para a segunda pessoa, dizendo: "que vos confortará". É mais um exem-
plo de como Paulo vivia Cristo, Aquele que veio, não para ser servido, mas para servir. O
verbo traduzido "confortará" significa estabelecer ou confirmar. Veja a Versão Atualizada
O Senhor, porém, faz mais do que estabelecer; Ele guarda. Não estabelece e deixa para
continuar sozinho. Ele estabelece e continua guardando. Ele é fiel. Esta fidelidade de
Deus ó a base da confiança demonstrada no versículo seguinte. Paulo está confiante que
os tessalonicenses estão fazendo e continuarão fazendo o que foram mandados, pois o
Deus que começou esta boa obra neles certamente a completaria (veja Fifipenses 1.6).
A SAUDAÇÃO FINAL
Nestas duas cartas, Paulo tem procurado tranquilizar os tessalonicenses e con-
fortá-los nas suas perseguições. Ele encerra a carta desejando que "o mesmo Senhor da
paz vos dê sempre paz de toda a maneira". Quando Paulo falou do "Deus da paz" (Fili-
penses 4.9), talvez se referisse ao Pai, mas aqui parece claro que a referência é ao Filho,
o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da paz. Ele queria que experimentassem esta paz "sem-
pre" e também "de toda a maneira".
A'úhíma parte da carta Paulo a escreveu com a própria mão, o que poderia servir de
autenticação, por causa das cartas falsas mencionadas em 2.2. A carta termina como
começou: um desejo que a graça esteja com eles.
'' • • •
-44-
PROVAS DE
"A SEGUNDA VINDA DE CRISTO"
Prova N° 3 (Llçáo N° 3)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
-2-
1. A pregação dos apóstolos baseava-se:
A) nas Escrituras.
B) nos fatos que eles ouviram contar.
C) nas narrativas do Novo Testamento.
2. Os pregadores em Tessalônica diziam ao povo:
A) "creiam nos profetas".
B) "aceitem a mensagem dos apóstolos".
C) "este Jesus que vos anuncio é o Cristo".
3. Com a perseguição, Filipe desceu à:
A) cidade dos Gadarenos.
B) cidade de Samaria.
C) cidade de Zebulom.
4. Paulo, propositalmente, evitava:
A) sabedoria de palavras.
B) falar muito.
C) falar pouco. (
5. Só o Espírito Santo pode:
A) alcançar o intelecto.
B) ser o mediador de uma nova aliança.
C) alcançar a consciência.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo escreveu a Timóteo: "Prega a palavra'".
7. Os apóstolos desanimaram de anunciar a Jesus Cristo.
8. Viajando de Samaria para Gaza, Filipe encontrou-se com um eunuco.
Prova N° 4 (Lição N° 4)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correia ou mais correta.
1. Os primeiros a ouvir a mensagem em Tessalônica foram:.
A) os gentios.
B) os gregos.
C) os judeus.
2. Jason havia:
-3-
A) expulsado os pregadores da cidade.
B) denunciado Paulo e Silas.
C) hospedado, em sua casa, os pregadores.
3. A igreja de Tessalônica era uma igreja:
A) que evangelizava.
B) morna e acomodada.
C) legalista.
4. A igreja que não evangeliza:
A) pode crescer muito.
B) está em perigo de extinção.
C) obedece a Palavra de Deus.
5. Os tessalonicenses receberam a Palavra:
A) sem nenhuma oposição do inimigo.
B) apenas em parte.
C) em muita tribulação.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A maioria dos judeus de Tessalônica creu na mensagem.
7. Os tessalonicenses progrediram rapidamente na carreira cristã
8. O Espírito Santo é quem produz transformação na vida do homem.
Prova N° 5 (Liçáo N° 5)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. No começo da carta aos Tessalonicenses, Paulo faz menção:
A) do desinteresse deles.
B) das obras da sua fé.
C) da fé que não produz obras.
2. Os espias foram escondidos em Jericó por:
A) Raabe.
B) Sansão.
C) Dalila.
3. Os cristãos de Tessalônica anunciavam a Palavra em:
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A) toda Jerusalém e Judéia.
B) toda a África.
C) toda a Macedônia e Acaia.
4. A mudança nos convertidos em Tessalônica:
A) tomou-se um assunto de conversa geral.
B) não foi percebida por ninguém.
C) náo produziu fruto.
5. Satanás atacou o Senhor:
A) mas hoje não ataca mais o povo de Deus.
B) e hoje ataca Seu povo.
C) apenas quando do nascimento de Jesus.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A fé era realmente notável nos tessalonicenses.
7. Mateus deixa bem claro que a fé que não produz obras é morta
8. As obras que a fé produz são as que o homem natural não faria
9. Foi a fé que transformou a vida de Abraão e mudou o seu destino.
Prova N° 6 (Lição N° 6)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente a resposta correta ou mais correta.
1. Sem a fé, ninguém pode:
A) agradar a Deus.
B) agradar ao seu semelhante.
C) ser aluno da Escola Dominical.
2. Santificação significa:
A) mistura com o mundo.
B) separação para o mundo.
C) separação para o uso exclusivo de Deus.
3. Obtemos a salvação:
A) pelo nosso esforço ou mérito.
B) pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.
C) por cumprir os dez mandamentos.
4. Ninguém seria salvo se primeiro:
A) não obedecesse os dez mandamentos.
B) o Espírito Santo não o levasse a buscar o Senhor.
C) não fizesse boas obras.
-5-
5. A nossa santificação:
A) é a vontade de Deus.
B) não interessa a Deus.
C) é fruto exclusivo da nossa vontade
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A fé produz santificação.
7. Os tessalonicenses, por causa da fé, não deixaram de frequentar o
templo dos ídolos.
8. A iniciativa da nossa salvação foi do homem.
9. Foi Deus quem nos santificou.
10. O Senhor usa a Sua Palavra para nos purificar todo dia.
Prova N° 7 (Llçáo N° 7)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. Os tessalonicenses:
A) não acreditavam na segunda vinda de Cristo.
B) não acreditavam na ressurreição.
C) acreditavam na segunda vinda de Cristo.
2. Foram arrebatados ao céu:
A) Pedro e Tiago.
B) Enoque e Elias.
C) José e Maria.
3. Para o Senhor Jesus, a morte foi:
A) o caminho que O levou à glória.
B) uma derrota.
C) uma surpresa.
4. O arrebatamento:
A) será visto pelo mundo inteiro.
B) já tem a data marcada.
C) será num abrir e fechar de olhos.
5. Os anjos:
A) não estarão presentes no arrebatamento.
B) estarão presentes no arrebatamento.
C) vivem apenas no céu.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
-6-
6. Os que crêem abraçam uma nova religião.
7. Todos os convertidos em Tessalônica eram gentios.
8. Foi o Senhor Jesus quem faiou primeiro sobre o arrebatamento da
Igreja.
9. O Senhor virá até os ares e nos conduzirá à casa do Pai.
10. O Senhor Jesus não virá com alarido para buscar a Sua Igreja
Prova N° 8 (Lição N° 8)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correta.
1. Para a igreja de Tessalônica, a verdade do arrebatamento foi:
A) sem dúvida, uma fonte de grande conforto.
B) motivo de tristeza.
C) motivo de se apegar aos ídolos.
2. A Igreja na terra:
A) vive sem segurança.
B) vive sem esperança.
C) está segura, pois está em Deus.
3. O crente agora pode desfrutar:
A) de uma salvação duvidosa.
B) de uma segurança presente.
C) de uma fé passageira.
4. O Dia do Senhor será:
A) inesperado e indesejado.
B) um dia aprazível.
C) de bênçãos para os homens.
5. Quando disserem: "Paz e segurança":
A) todos viverão seguros.
B) no mundo haverá progresso.
C) então lhes sobrevirá repentina destruição.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. A Igreja não passará pela Grande Tribulação.
7. Em Tessalônica havia perseguição, mas em Deus havia segurança.
-7-
Prova N° 9 (Uçáo N° 9)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correia:
1.0 desordeiro precisa de:
A) consolo.
B) admoestação.
C) encorajamento.
2. O homem natural regozija-se quando:
A) as circunstâncias lhe são favoráveis.
B) lhe sobrevêm a tribulação.
C) as circunstâncias lhe são desfavoráveis.
3. Quando o Novo Testamento foi completado:
A) os profetas continuaram o seu ministério.
B) não houve mais necessidade de profetas.
C) a revelação de Deus foi parcial.
4. Ao cristão é reservado o privilégio de:
A) viver perturbado.
B) depender sempre das circunstâncias.
C) regozijar-se sempre.
5. O desanimado precisa de:
A) consolo.
B) admoestação.
C) severa repreensão.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Tiago nos exorta à paciência, até a vinda do Senhor.
7. O gozo do cristão depende das circunstâncias.
8. O Espírito Santo nada mais nos revelará, enquanto rejeitemos aquilo
que Ele já nos mostrou.
9. O gozo do apóstolo Paulo foi diminuído pela prisão.
10. O Senhor nos ensinou a bendizer os que nos maldizem.
-8-
A) em Atenas.
B) na França.
C) em Portugal.
2. Apesar das perseguições constantes, a fé dos tessalonicenses:
A) diminuía ainda mais.
B) já havia desaparecido.
C) continuava a crescer muitíssimo.
3. A salvação é:
A) pelas obras.
B) unicamente peia graça.
C) pela graça e pelos nossos esforços.
4. Os que são atribulados:
A) receberão descanso.
B) receberão tribulação.
C) serão condenados.
5.O sofrimento dos tessalonicenses foi visto pelo mundo: '
A) mas a recompensa será em secreto.
B) e o mundo verá ainda o castigo dos tessalonicenses.
C) mas a gloriosa recompensa também será.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo não se gloriava em Deus, mas nos tessalonicenses.
7. Os tessalonicenses estavam padecendo peio reino de Deus
8. Jesus não virá com os anjos, mas com a Igreja.
9. Aos gentios foram confiados os oráculos de Deus.
10. A vinda de Jesus Cristo a esta terra será um dia de indescritível tris-
teza para os incrédulos.
Prova N° 11 (LIçáoN011)
Na margem à direita, escreva uma das letras A, B ou C, correspon-
dente à resposta correta ou mais correia.
1. Quando foi escrita a primeira carta aos tessalonicenses, estes:
A) já possuíam a Bíblia completa.
B) já possuíam vários livros do Novo Testamento.
C) não possuíam nenhuma parte do Novo Testamento.
2. Para os tessalonicenses, a vinda do Senhor significava:
-9-
A) um mero interesse académico.
B) o fim daquela perseguição tão severa.
C) mera curiosidade.
3. Os tessalonicenses se converteram a Deus:
A) para esperar dos céus a Seu Filho Jesus.
B) para levar uma vida tranquila e sossegada aqui na terra.
C) para ter uma religião.
4. O pecador é levado a crer por meio:
A) de uma religião.
B) de uma filosofia oriental.
C) da mensagem do Evangelho.
5. Deus, tanto em relação à nossa salvação, como em tudo:
A) muda de época em época.
B) não cumpre a Sua promessa.
C) é imutável e nEle não há sombra de dúvida.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Os tessalonicenses estavam passando pela Grande Tribulação
7. Paulo alerta: "Não vos movais facilmente do vosso entendimento".
-10 -
A) virá com "todo o poder", mas será um poder diabólico.
B) virá muito fraco.
C) virá operando sinais com a verdade.
4. Deus nos mostra, pela Sua Palavra, como Satanás:
A) não é tão ruim como se pensa.
B) imita e falsifica as obras de Deus.
C) não tem interesse em imitar e falsificar.
5. Os últimos tempos serão caracterizados por:
A) ordem e progresso.
B) respeito à autoridade.
C) anarquia e desrespeito à autoridade.
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Paulo preveniu os tessalonicenses para que não fossem outra vez
enganados.
7. O uso da palavra "apostasia" na Bíblia significa afastamento de Deus.
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A) pelos fazedores de milagres.
B) pelos homens que não queriam ouvir a Palavra.
C) pela Palavra e pelos pregadores.
4. Alguns dos tessalonicenses, julgando-se mais espirituais:
A) deixaram de trabalhar.
B) trabalharam incansavelmente.
C) sustentavam os necessitados.
5. A Bíblia orienta a:
A) não julgar o pecado.
B) julgar o pecado sem nos esquecer do amor.
C) exercer o amor e ser indiferentes para com o pecado
Na margem à direita, escreva "V" se a afirmação for Verdadeira ou
"F" se achar que é Falsa.
6. Os cristãos mais jovens e inexperientes podem ajudar muito na obra
do Senhor, pelas suas orações.
7. O Senhor estabelece e continua guardando. Ele é fiel.
8. Merecem grande estima os que se julgam espirituais.
9. O Senhor Jesus é Senhor da Paz.
10. A última parte da carta, Paulo a ditou para alguém escrever
NOME:
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Treze lições sobre a 1. e 2. Epístola aos Tessalonicenses.
Parábolas Escolhidas
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Uma exposição de vinte e seis lições na Epístola aos Efésios.
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Treze lições.
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