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Faculdade Teológica do Espírito Santo

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ECLESIOLOGIA

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I- INTRODUÇÃO
1.Definição de Eclesiologia.

1.1.Etimologia: do grego: EKKLESÍA LÓGOS, ou seja "um tratado sobre a IGREJA ".

1.2. Extensiva - É em estudo da Bíblia voltado para a igreja, nos seus problemas e deveres, cuja
finalidade perspícua é levar as igrejas a um ajustamento perfeito aos postulados da Palavra
de Deus, proporcionando o crescimento dos rebanhos do Senhor . O "Manual" das Igrejas é a
Bíblia toda sem reservas. dentro da Palavra de Deus destacamos dois livros- I e II Corintios -
que de modo particular tratam diretamente da eclesiologia. a esses acrescentamos Atos dos
Apóstolos, Efésios, I Timóteo e Tito.
( Extraída do Livro Eclesiologia de Enéas Tognini, pág.18 )

II- A IGREJA
1.Definição de Igreja.

1.1. Etimológica: EKKLESÍA. F.A. J.HORT, diz: "Não há fundamento para a noção largamente
espalhada de que EKKLESÍA significa um povo ou número de indivíduos chamados FORA
DO MUNDO, ou da humanidade em geral... A chamada PARA FORA era apenas a
convocação dos cidadãos de uma cidade grega fora de suas casas pela trombeta do arauto
para reuni-los em assembléia. Números cap.10 mostra que a convocação da assembléia
judaica ( QAHAL ) era feita da mesma maneira". Da mesma opinião é o erudito Thayer sobre
o significado da palavra " EKKLESÍA" no seu uso corrente entre os gregos e como foi
incorporada ao Novo Testamento. E "EKKLESÍA" para nós hoje, vem a ser: "uma
assembléia do povo convocada no lugar público do conselho para fins deliberativos"; "uma
assembléia de cristãos reunidos para culto"; "uma companhia de cristãos"; " reunião
daqueles que tendo em Jesus Cristo sua esperança de salvação eterna, observam seus
próprios ritos religiosos, realizam suas próprias reuniões religiosas, e dirigem seus próprios
afazeres com o regulamento prescrito pelo CORPO, cuja finalidade é a boa ordem; " A
totalidade dos cristãos espalhados pelo mundo; de modo abrangente, todos quantos adoram
a Deus e a seu Filho Jesus Cristo"; " O nome EKKLESÍA é transferido para a assembléia dos
cristãos fiéis que já morreram e foram recebidos no céu". ( I Tess. 4;14-16 ).

1.2. Extensiva: = A igreja ( Local ) é a reunião de pessoas, homens e mulheres dentre povos,
línguas e nações, nascidas de novo, regeneradas pelo Espírito do Senhor, batizadas em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, que se reúnem em determinados lugares para
adorar o Deus Vivo, e promover os fins do Reino de Deus na terra.(Extraído do Livro
Eclesiologia de Enéas Tognini, págs.28 e 29).

2. Igreja e Sinagoga

2.1. SINAGOGA vem de Synagô, que quer dizer " juntar ".

2.2. Na versão Setuaginta, EKKLESÍA ocorre 100 vezes, das quais 22 nos apócrifos. Representa
o equivalente hebraico QAHAL. Em Gênesis, Levíticos e Números QAHAL é traduzida 21
vezes por Sinagogê.

2.3. Sinagogê é ÓXLOS (multidão) ou PLÉTHOS (multidão) ocorrem com mais frequência NA
VERSÃO dos LXX.

2.4. Além de QAHAL, o hebraico tem a palavra êdâh. Esta é empregada para a comunidade da
"aliança", na sua totalidade, e aquele é a expressão cerimonial para a assembléia que
resulta da "aliança", para comunidade do Sinai.

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2.5. A Sinagoga no Velho Testamento é uma instituição espiritual e não apenas uma comunidade
histórica. Nasceu no exílio babilônico, nos secs. VI e V Ac; serviu para os judeus cativos, de
Santuário ( Ez. 11:6 ). No mesmo livro Ezequiel ( 8:1, 14:1 e 20:1) temos a gênesi da
sinagoga que aparece desenvolvida no N.T. Os anciãos dos judeus recorriam a Ezequiel que
lhes transmitia a Palavra do Senhor.

2.6. O N.T apresenta a sinagoga de Nazaré e de CAFARNAUM. deveriam ser casas de alvenaria,
como nossos templos modernos. As sinagogas tinham um tríplice propósito: adoração,
educação e governo civil.

2.7. A Igreja do Novo Testamento nada tem a ver com a sinagoga judaica. nem ficou em lugar
daquela. Jesus fundou a Igreja, como lemos em Mat.16:18. Jesus fez tudo novo. Não pôs
remendo novo em vestes velhas.

3. Igreja e Reino de Deus.

3.1. O estudo sobre o Reino de Deus comporta uma gama completa de tópicos distribuídos entre
o Reino no passado, no presente e no futuro.

3.2. " Reino de Deus vem a ser o governo soberano que Deus exerce no universo. Começou com
o ministério real de Cristo na terra e será consumado nas bem aventuranças do mundo
eterno ( Mat.25:31-46 ). O Reino dos Céus vem a ser mais ou menos a igreja invisível. É a
república dos filhos de Deus, a verdadeira companhia de todo o povo fiel, representada pela
igreja visível mas que é maior que ela em todas as idades do mundo.

3.3. A diferença entre o Reino de Deus e igreja é muito significativa.

a. O Reino é a totalidade da atividade remidora de Deus, em Cristo, neste mundo; a igreja é a


assembléia daqueles que pertencem a Jesus Cristo; portanto do Reino.

b. Se traçarmos um círculo grande seria o Reino de Deus (o todo); dentro desse círculo,
colocaríamos uma multiplicidade de pontos, que viriam a ser as igrejas. Cristo é o centro de
tudo.

c. A igreja é a assembléia daqueles que aceitam o evangelho de reino mediante a fé, que
participam da salvação do reino, salvação essa que inclui o perdão de pecados, a adoção por
parte de Deus, a presença do Espírito Santo no íntimo, a posse da vida eterna. São também
aqueles em cuja vida o reino toma forma visível, e são vistos como a luz do mundo, o sal da
terra; aqueles que tomam sobre si mesmos o jugo do reino, os quais vivem conforme os
mandamentos do seu Rei, e dele aprendem (Mat.11:28-30). A igreja, como expressão do
reino, é exortada a confessar a Jesus como Cristo, e cabe-lhe a tarefa missionária da
pregação do evangelho ao mundo. E é igualmente a comunidade daqueles que aguardam a
vinda do reino em glória... A igreja recebe a sua constituição do reino, por todos os lados ela é
limitada e orientada pela revelação do reino de Deus... Por conseguinte, o reino não se confina
dentro de fronteiras de Igreja.

A soberania de Cristo é Suprema acima de tudo... Onde tal soberania prevalece e é


reconhecida, não somente o indivíduo humano é libertado, mas o padrão inteiro da vida é
alterado; a maldição demoníaca desaparece e o temor de poderes hostis desarraigado... Opera,
não apenas externamente, como uma semente de mostarda, mas também internamente, como
fermento. Prossegue abrindo caminho no mundo através do seu poder remidor.

3.4. O reino é o todo, as igrejas agências desse reino.

3.5. O reino é o poder, a influência de Deus na vida de seus súditos, agrupados nas igrejas.

3.6. O reino é invisível, as igrejas visíveis.

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3.7. O reino não é deste mundo - Jo. 18:36.

4. O Novo Testamento apresenta a igreja como:

4.1. Corpo de Cristo: Rm. 12:5; I Cor.12:13; II Cor.12:27; Ef.1:23; 4:4;12; 5:30; Col.1:18,24.

4.2. Povo de Deus - Tito 2:14; I Ped. 2:9, 10.

4.3. Rebanho de Cristo - Luc. 12:32; Jo. 10:16; At. 20:28,29; I Ped. 5:2,3.

4.4. Santuário de Deus - I Co. 3:16, 17; 6:19, IICo. 6:16; Ef.2:21.

4.5. Coluna e baluarte da Verdade - I Tim. 3:15.

4.6. Candeeiro - Apoc. 1 :13,20.

4.7. Lavoura de Deus - I Cor. 3:9.

4.8. Edifício de Deus - I Cor. 3:9.

4.9. Família de Deus - Gal. 6:10; Ef. 2:19 e 3:15.

4.10. Israel de Deus - Gal. 6:16.

4.11. Nação Santa - I Ped. 2:9

4.12. Sacerdócio Real - I Ped. 2:9.

4.13. Noiva de Cristo - Apoc. 21:9 e 22:17.

4.14. Agência do Reino de Deus - Atos 29:25 e 28:31.

4.15. Multiforme Sabedoria de Deus - Ef. 3:10.

4.16. Escola de Jesus - I Cor. 4:17 e At. 20:20.

(Extraído do Livro Eclesiologia de Enéas Tognini, páginas 29 a 31)

III- A ORIGEM DA IGREJA


Quanto a Deus a igreja existe desde a eternidade (Jo. 17:5); no tempo, entretanto, nasceu:

1.com o Senhor Jesus: Mat. 16:18, 18:15-20.

2.como instituição operante, com os 120 discípulos de Jesus no Pentecostes, Atos caps. 1 e 2. o
Espírito Santo que desceu no Pentecostes, já encontrou a igreja organizada. Batizou com poder
a igreja que já existia. Desse dia em diante, a igreja está completa:

a. constituída de pessoas regeneradas.

b. batizadas em águas, em nome da Trindade.

c. organizada nos padrões do Senhor Jesus.

d. unida pelos laços da obediência e amor.

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e. batizadas no Espírito Santo, portanto revestida de poder.

f. pregando somente a palavra da verdade.

g. ganhando almas para Jesus - At. 2:41.

h. testificando de Jesus - At. 2:14-36; 4:19-20.

i. fiéis à doutrina dos apóstolos - At. 2:42.

j. com dons espirituais - At. 2:4-13.

l. operando milagres - At. 3:1-10.

m. igreja de oração - At. 4:23-31.

n. igreja disciplinada - At. 5:1-11.

o. igreja perseguida e sofredora. - At.6,7.

p. igreja dispersa e pregando a Cristo. - At. 8:4.

(Extraído do Livro Eclesiologia de Enéas Tognini, págs.31 e 32).

IV - O FUNDADOR DA IGREJA.
Todos estamos de acordo que foi o Senhor Jesus. A divergência começa quando
perguntamos: sobre quem Jesus fundou a igreja.

1. A igreja Romana, baseada numa exegese infundada de Mat.16:18 afirma: " Sobre Pedro, que é
a Pedra.

2. A Bíblia, entretanto, afirma que Jesus é a PEDRA = Mat.21:42; Ef.2:20; I Ped. 2:4-8.

O Próprio Pedro afirma ( I Ped. 2:4 no TLH ): " Venha ao Senhor, A PEDRA VIVA que foi
rejeitada pelos homens como inútil, mas escolhida de Deus como de muito valor". Jesus jamais
edificaria sua igreja em homem, falho e mortal; a igreja foi edificada, como Pedro afirmou, sobre o
Senhor Jesus que vive e reina para sempre. (Extraído do Livro Eclesiologia de Enéas Tognini,
pág. 32)

V - A DIREÇÃO DA IGREJA.
A Igreja e o seu Pastor.

1.1.Três Títulos Para um Só Ofício

No Novo Testamento encontramos três títulos que expressam o ministério pastoral. Não
são três categorias de oficiais, como ensinam algumas denominações. Os títulos expressam, sim,
idéias bíblicas do ministério e suas funções. O texto de Atos 20.28 é bem claro: " Cuidai (...)de
todo o rebanho (ofício pastoral) sobre o qual o Espírito Santo vos constitui bispos, para
apascentardes ( exercer o pastorado) a igreja de Deus".

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Escrevendo a Timóteo, Paulo acentua que a ordenação de um pastor é feita pela
imposição de mãos do "presbítero" (ITm 4.14).

Na carta a Tito, Paulo, orientando-o sobre a ordenação de presbíteros, chama-os bispos


(Tt 1.5-7). estes textos provam, sobejamente, esta verdade: há três títulos, porém um só ofício.

Os Títulos

1.1.1.Presbítero - termo de dignidade

É o ancião. Sempre os anciãos merecem respeito, em virtude de suas experiências na


vida. Não só respeito, mas honra também. O termo ocorre em Atos 11.30, Tiago 5.14 etc. Os
juízes e os conselheiros eram escolhidos entre pessoas que tivessem grandes experiências na
vida. Por isso, os anciãos, diante do acervo de suas experiências, eram convocados para servirem
como juízes e conselheiros.

Os anciãos, diante de suas vivências com o ambiente, com os problemas com a história,
estão mais capacitados para aconselhar, para ajuizar. Este termo, consoante com o notável Dr.
W. C Taylor, indica a dignidade do ofício.

1.1.2.Bispo - termo de superintendência

É o administrador, o curador. O termo vem do grego episkopos. O termo episkopos era


dado àqueles que tinham a função de vigiar, fiscalizar, principalmente as embarcações. Os gregos
e os romanos usam este termo para designar superintendente de obras profanas e em sentido
sagrado. No Novo Testamento, o termo é usado no sentido de guardião de almas. Escreve A . R.
Crabtree:

O bispo, como o pastor tem a responsabilidade de ver que o serviço de outras pessoas
seja bem feito. Não se encontra no Novo Testamento qualquer posição superior entre os obreiros
cristãos. Em virtude da sua relação íntima com Cristo e das instruções que receberam diretamente
de Cristo, os doze ocuparam uma posição especial nas organizações eclesiásticas, como se vê no
estudo das igrejas, segundo o livro de Atos (caps.1,6,11,15 e em vários outros lugares na Bíblia).
Não se encontra no Novo Testamento o uso do vocábulo bispo no sentido de um oficial
eclesiástico que tem autoridade sobre outros ministros do evangelho. Pastor, trabalhador, heraldo,
evangelista, mestre, presbítero e bispo são termos que se referem às funções dos mensageiros
de Deus sem a mínima indicação de que qualquer um destes tivesse autoridade eclesiástica sobre
qualquer outro.

Portanto, o pastor, quando superintendente, administra, está realizando a tarefa de bispo.


Dr. W. C. Taylor diz que "o bispo é o organizador, diretor e presidente dos membros da igreja".

1.1.3.Pastor - termo de ternura

O nome mais antigo é o de presbítero, mas o que mais se arraigou é o de pastor, embora
ocorra apenas uma vez nas epístolas do Novo Testamento, com a significação que conhecemos.
É em Efésios 4.11.

Jesus é o sumo pastor das ovelhas (Hb 13.10) e é descrito por Pedro como "Pastor e
Bispo" de nossas almas (I Pe 2.25). Jesus declarou que ele é o "Bom Pastor" (Jo 10.11).

Ora, todas as referências feitas a Cristo como pastor mostram que ele tem um afeto, um
cuidado especial pelas ovelhas.

A função de apascentar, de pastorear, exige ternura, afetividade, renúncia e amor.

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Quando Cristo perguntou a Pedro, após a negação, se ele o amava realmente, após este o
ter confirmado, Jesus lhe ordenou: "Pastoreia as minhas ovelhas" (Jo21.16).

Cremos que por ser o povo judeu um povo pastoril, a figura do guia espiritual como um
pastor calhava melhor. O Salmo 23 é um atestado de que o povo preferia esta figura. Os profetas
Isaías (40.11) e Ezequiel (37.24) falam do pastor que apascentaria o rebanho. Essa idéia, então
foi a que predominou. O termo pastor é o que mais alto fala da missão do guia do rebanho.

Ele deve agir como um presbítero criterioso, dando sábios conselhos tornando-se
respeitado e mostrando a dignidade do cargo que ocupa. Como bispo, ele preside os trabalhos, as
reuniões, organiza e supervisiona tudo, pois ele é o superintendente de todos os trabalhos de sua
igreja. Como pastor, ele apascenta o rebanho, preparando-lhe pastagens verdejantes (sermões
espirituais vitais) e guiando-o a águas tranqüilas, proporcionando-lhe um ambiente espiritual
alegre.

A Igreja e os Diáconos

1.1- O Ministério Diaconal

Os oficiais bíblicos de uma igreja batista são pastor e diágonos. O pastor é ordenado por
uma igreja, após ser examinado por um concílio, para servir ao ministério da palavra. Sua
investidura é vitalícia, a menos que a igreja que o ordenou lhe casse as prerrogativas, em virtude
de faltas graves (heresias, apostasia, adultério etc).
O diácono é escolhido pela igreja para o ministério da benevolência. Sua área de ação se
circunscreve à sua igreja, ao passo que a do pastor se estende por toda a Denominação.

1.2- Qualificações Para o Diaconato

1.2.1- Qualificações para o diaconato de acordo com Atos 6.1-6

1. Os diáconos devem ser moralmente equipados ("de boa reputação").

2. Os diáconos devem ser espiritualmente equipados ("cheios do Espírito Santo").

3. Os diáconos devem ser mentalmente equipados ("cheios de sabedoria").

1.2.2- Qualificações para diaconato de acordo com 1Timóteo 3.8-13

1. Honesto e sábio nas decisões.

2. Não de língua dobre.

3. Temperante.

4. Bom administrador das possessões.

5. Deve ser primeiro testado se dá para o cargo.

6. Deve ser homem de fé.

7. Irrepreensível.

8. Monógamo.

9. Deve governar bem seus filhos e sua própria casa.

1.3 - Deveres dos Diáconos

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1.3.1- Servir às mesas:
1. Do Senhor. Aos diáconos tem cabido a responsabilidade de funcionar na distribuição da Ceia
do Senhor. Não há ordem explícita a este respeito no Novo Testamento, mas a prática já
consagrou este costume. Isto, no entanto, não impede que o pastor escolha um outro membro
da congregação que goze da simpatia da mesma para exercer esta função.

2. Do pastor. Tratar do sustento pastoral é um dos deveres mais honrosos do diácono. O Pastor,
por uma questão de escrúpulo, não se dirige à igreja para dizer-lhe o de que ele necessita.
Mas aos diáconos compete fazer um estudo minucioso das condições econômicas da igreja e
das necessidades do ministro para manter-se condignamente na função ministerial "com
alegria, e não gemendo" (Hb. 13.17).

Infelizmente, tem havido diáconos que têm sido "pedra no sapato" de muitos pastores,
inclusive congelando por anos o seu salário, quando algum ato da administração pastoral não está
de acordo com o seu pensar.

Graças a Deus que, na sua maioria, as igrejas têm tido, no diaconato, homens probos,
humildes, conscientes, amigos do pastor, e que têm honrado o ministério para que foram
escolhidos _ o de servir.

3. Dos Pobres. Os problemas social e filantrópico de certas igrejas absorvem muitíssimo o tempo
do pastor. Por isso, a igreja, a exemplo do que fizeram os crentes primitivos, elegem homens
da sua consagração para "servirem as mesas" (At 6.2), a fim de que os pastores não fiquem
sobrecarregados e possam dedica-se mais ao ministério da Palavra de Deus.

Grande ministério realizam os diáconos que reconhecem sua verdadeira função!

Um diácono já estava desanimado. Procurou o pastor, dizendo que iria depor o cargo nas
suas mãos. O pastor disse-lhe: "Antes que o irmão assim proceda, por favor, leve uma oferta a
uma senhora pobre em determinada favela e converse com ela sobre os problemas dela". Ele
aceitou a palavra. Foi. Ao voltar era outro homem. Então, disse ao pastor que não queria deixar a
função. O cumprimento da sua real função lhe deu mais ânimo e mais vitalidade espiritual.

1.3.2 - Outras responsabilidades que os diáconos podem exercer

1. Ajudar a igreja no levantamento das finanças.

2. Ajudar o pastor nas visitas.


3. Ajudar o pastor na disciplina eclesiástica.

4. Visitar os neoconvertidos e os doentes nos hospitais.

5. Se o pastor não está presente e não há alguém escalado para substituí-lo, um diácono pode
ficar na direção dos trabalhos.

6. Os diáconos devem ficar à disposição durante o trabalho da igreja para ajudá-la em qualquer
serviço.

1.4 - O Método de Rotação ou Rodízio

Por quanto tempo um diácono deve exercer a sua função? Alguns têm sido eleitos por
anos. Outros, porém, são eleitos por um período menor.

Atualmente, está mais em voga o sistema de rodízio. O diácono servirá por determinado
tempo, de acordo com sua atuação. Algumas igrejas elegem diáconos para atuarem por um ano
apenas. Outras, por dois ou três anos. Quais os motivos para esse sistema?

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1. Desenvolve maior número de homens.

2. Traz nova vida e novo sangue.

3. Possibilita a ordenação de outros.

4. Dá aos jovens inspirações para servirem no diaconato.

5. Educa maior número de homens no trabalho.

6. É a maneira mais fácil de se eliminar da função aqueles que não se adaptam bem à mesma.

7. Permite o afastamento de alguns da função diaconal, sem embaraços.

8. É uma maneira democrática e dá à igreja o direito de escolher os seus próprios diáconos.

9. Dá aos diáconos um bom descanso da função, pelo menos, durante alguns anos.

10. Faz do diaconato uma função muitíssimo distinta.

Um bom diácono é uma grande alavanca na igreja, uma esperança e um estímulo para o
pastor e para os membros em geral. Mas o diácono que exorbita de suas funções é uma pedra de
tropeço, um tipo do Diótrefes, um peso morto, uma decepção.

É melhor não Ter diáconos a tê-los sem que eles preencham os requisitos bíblicos
exigidos. Só devem ser eleitos aqueles que realmente tenham o Dom de ministrar ou servir.

A Igreja e os líderes Extrabíblicos

O estabelecimento de alguns critério auxiliam a igreja na escolha de seus obreiros. Já o


insigne sábio advertia: "Quando não há sábia direção, o povo cai; mas na multidão de
conselheiros há segurança" (Pv 11.14).

1. O líder deve ser um crente ativo.

2. O líder deve ser um crente espiritual.

3. O líder deve ser um bom mordomo de sua vida e de seus talentos.


4. O líder deve ser leal: 1) à igreja; 2) ao pastor; 3) aos companheiros; 4) à Denominação.

5. Tanto quanto possível, o líder deve residir próximo à igreja.

1.1 - Quanto à Duração do Cargo

1. A permanências de um líder num cargo deve ter a duração de um ano, podendo ele ser
reeleito, se a igreja assim o desejar.

2. Algumas pessoas, quando são substituídas por outras, muitas vezes se ofendem. Isso não
deve ocorrer, uma vez que o cargo está acima das pessoas e torna-se ele numa oportunidade
e privilégio para qualquer membro da igreja que denote capacidade para a função.

3. Alguns têm permanecido num cargo durante anos a fio porque têm sabido corresponder à
confiança da igreja assim o desejar.

4. Consideram alguns, no entanto, que a permanência de um líder em determinado cargo por


muitos anos vem resultar em menos receptividade às idéias novas.

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5. Não havendo renovação de liderança, poderá o programa da igreja se tornar estereotipado.

6. Ainda, a permanência de muitos líderes num mesmo cargo, por muitos anos, impede o
surgimento de outros valores.

1.2 - O Secretário da Igreja.

Muito do progresso da igreja depende do trabalho zeloso de um secretário. Um ótimo


secretário é um grande auxiliar da igreja e do pastor.

1.2.1 - Suas qualificações

1. Deve Ter boa redação.

2. Deve escrever legivelmente.

3. Deve ser uma pessoa de maturidade.

4. Deve Ter boa educação.

5. Deve ser zeloso.

1.2.2 - Suas Responsabilidades

1. Redigir as atas das sessões da igreja - sessões regulares, extraordinárias e solenes - e passá-
las para o livro competente.

2. Expedir toda a correspondência da igreja (cartas de transferência, convites etc.)

3. Trazer sempre em dia o movimento estatístico da igreja.

4. Zelar pelo fichário da igreja, cuidando para que todas as informações sobre cada membro
esteja em dia.

5. Caso não haja na igreja uma comissão de assistência aos decididos, cumprimentar,
cordialmente, todas as pessoas que se manifestarem nos apelos, anotando-lhes o nome,
idade, endereço etc.

6. Ainda nesse caso, lidar diplomaticamente com todos os decididos, bem como com os
visitantes, caso não haja uma comissão especialmente nomeada para isso.

1.2.3 - Secretária de tempo integral

Há igrejas que se têm desenvolvido tanto, tanto progresso têm obtido em seu número de
membros e no volume de suas atividades eclesiásticas, que estão a exigir uma secretária de
tempo integral.

A secretária ou secretário, pois nada impede que seja um homem a preencher essa
função) é de grande utilidade à igreja. Seu trabalho, se feito com eficiência, trará grande ajuda ao
desenvolvimento da igreja e grande apoio ao trabalho pastoral. Quais seriam as características de
uma secretária da igreja? Vejamos:

1. Deve ser crente, tendo experiência de vida cristã.

2. Deve ser alguém de comprovado caráter cristão.

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3. Deve ser membro da igreja em que trabalha.

4. Deve ser pessoa que irradie simpatia, pois irá tratar com muita gente.

5. Deve ser uma pessoa de capacidade e iniciativa.

6. Deve ser eficiente datilógrafa.

7. Deve ser bem organizada. Deve saber trabalhar com arquivos.

8. Deve conhecer, pelo menos em parte, leis trabalhistas e previdenciárias.

9. Deve ser discreta, de confiança, capaz de lidar com assuntos confidencias. Isso é de extrema
importância. Muitas cartas e assuntos internos passarão por suas mãos, devendo ficar só ali.
De modo algum ela deverá propalar assuntos referentes à vida da igreja.

São suas atribuições:

1. Arquivar cartas, documentos, boletins, certificados etc. Tudo o que de interesse para os
arquivos da igreja.

2. Responder, assessorada pelo pastor, a todas as cartas que forem enviadas à igreja e que
forem da competência da secretária.

3. Cuidar da correspondência do pastor.

4. Providenciar o envio de cartões de aniversário para os membros da igreja e para interessados.

5. Felicitar a igreja e entidades denominacionais, quando de comemorações especiais.

6. Preparar o boletim da igreja.

7. Manter em dia o rol de membros e o fichário com informações sobre os mesmos, incluindo
registro de batismo, funerais, casamentos etc.

8. Providenciar as cartas de transferência, enviando-as às igrejas competentes.

9. Preparar a agenda anual da igreja, bem como outros informativos e publicações.

10. Fazer o trabalho de mecanografia necessário á secretaria da igreja.

11. Receber as chamadas telefônicas, encaminhando-as segundo o necessário.

12. Efetuar as ligações telefônicas necessárias ao trabalho do pastor, e outras que lhe sejam
solicitadas

13. Preparar os relatórios da igreja para as sessões de negócios.

14. Auxiliar o pastor na marcação de sua agenda.

15. Ajudar os líderes da igreja na preparação de materiais necessários ao seu trabalho.

Certamente, será de grande valia para o bom andamento do trabalho a função da


secretária de tempo integral. Especialmente nas igrejas de maior porte. São inúmeras as áreas
em que ela pode atuar.

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Obs.: A secretária de tempo integral não deve ser confundida com o (a) secretário (a) de atas.
São cargos que funcionam independentemente um do outro.

1.3 - O Tesoureiro da igreja.

O cargo de tesoureiro da igreja é de grande responsabilidade e importância. Por isso,


muitas igrejas lutam com dificuldade para encontrar um membro que queira desempenhar tal
função.

Em muitas igrejas, este cargo está entregue a um diácono.

Hoje, o cargo de tesoureiro está ficando cada vez mais espinhoso, pelas exigências legais que ,
dia após dia, crescem e se tornam mais complexas.

1.3.1- Qualidades que devem ser requeridas do tesoureiro

1. Deve ser uma pessoa educada.

2. Deve ser uma pessoa desembaraçada.

3. Deve ser uma pessoa que tenha, pelo menos, noções de contabilidade.

4. Deve ser uma pessoa fiel.

5. Deve ser assíduo as reuniões da igreja.

6. Deve ser fiel dizimista.

1.3.2- Funções do tesoureiro

1. Receber o dinheiro vindo das várias fontes, distribuindo-o entre os diversos fins, de acordo com
o estipulado pela igreja.

2. Liderar a elaboração do plano financeiro da igreja.

3. Ter sempre em mãos o material para fornecer aos novos membros da igreja: cartões e
envelopes de contribuição, a fim de incentivá-los à contribuição.

4. Liderar campanhas de mordomia lançadas pela igreja.

5. Manter os livros da tesouraria sempre em ordem.

6. Fornecer, a quem solicitar a Declaração de Contribuições, para fins de Imposto de Renda.

7. Depositar nos bancos o dinheiro de dízimos e ofertas.

8. Assinar cheques com o pastor ou outra pessoa nomeada para isso pela igreja.

1.4 - O Historiador Eclesiástico.

Igrejas há que, para feitura de sua história, dependem quase exclusivamente das suas
atas, pois não têm outras fontes a que recorrer. Outras, no entanto, que publicam boletins e
divulgam notícias em periódicos denominacionais ou seculares, publicam o Relatório Anual, e,
esporadicamente, alguma matéria atinente ao seu trabalho, devem eleger um historiador, a fim de
que vá escrevendo, anualmente ou de período em período, a sua história.

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1.4.1 - Qualificações do historiador

1. O historiador deve ser sincero e leal.

2. O historiador deve ser uma pessoa interessada em história.

3. O historiador deve Ter habilidade para despertar o interesse de todos para o assunto.

1.4.2- Deveres do historiador

1. Estar sempre em contato com o secretário da igreja, a fim de acompanhar o desenvolvimento


dos principais fatos acontecidos na igreja.

2. Colecionar todas as publicações da igreja e outras que a ela se refiram.

3. Entrevistar os membros da igreja, em particular os mais antigos, a fim de conseguir com eles
dados sobre a igreja que não tenham sido publicados.

4. Colecionar fotografias, flâmulas e qualquer material de interesse histórico.

5. Colecionar os exemplares dos jornais batistas (nacional, estadual, regional).

6. Ouvir o atual pastor e os ex-pastores da igreja a respeito dos períodos em que estiveram à
frente do pastorado da igreja.

7. Compulsar os livros da tesouraria, para fazer uma avaliação do progresso financeiro da igreja.
O mesmo fazer com os livros de atas, a fim de levantar o seu progresso numérico.

8. Entrar em contato com a comissão de construção, ou com os elementos que dela participaram,
a fim de ouvir deles a respeito do romance da construção.

9. Anotar os fatos que vão acontecendo na igreja e que servirão como fonte histórica.

1.5 - Outros Líderes

Outros líderes Extrabíblicos há que podem implementar o programa de uma igreja local:
diretor de educação religiosa, diretor de música, diretor de Evangelismo e missões, diretores das
escolas sugeridas pelo Programa de Educação Religiosa, diretores departamentais, professores
da Escola Bíblica Dominical etc. Suas qualificações e deveres podem ser encontrados em
manuais especificamente preparados para cada uma dessas organizações. Esses podem ser
encontrados em livrarias da JUERP, que é a junta de nossa Convenção responsável pelo preparo
desse material especificamente orientador.

O número de líderes e suas funções podem variar de igreja para igreja. As necessidades e
possibilidades, a realidade da igreja local, é que devem determinar o número e a qualidade de
obreiros necessários à execução do trabalho e ao desenvolvimento da igreja.

1.6 - A Igreja, Seus Funcionários e a Lei

O funcionamento e o desenvolvimento da igreja requer um certo número de funcionários.


Com esses, a igreja deve ser zelosa no cumprimento das leis trabalhistas e previdenciárias a fim
de que eles gozem de todos os direitos que lhes são garantidos.

Por terem descurado da observância rigorosa das leis referidas, algumas igreja têm sofrido
conseqüências danosas para o seu orçamento e para seu bom nome. Houve igrejas, no passado,
que não cumpriram, por exemplo, todos os deveres exigidos por lei, para com seu zelador.

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Resultado: quando houve um agastamento entre as partes, a igreja foi acionada e perdeu na
justiça, tendo que vender até imóveis para fazer face às despesas decorrentes de indenizações
trabalhistas, correção monetária etc.

A igreja deve, então, ao admitir um funcionário, tomar as seguintes


providências:

1. Pedir sua Carteira Profissional e o atestado de sanidade físico-mental.

2. Registrá-lo no livro competente.

3. Preencher a Carteira Profissional com o salário que a lei requer.

4. Manter sempre em dia os registros no livro competente, bem como na Carteira Profissional,
atualizando-os anualmente, no que diz respeito a férias e salários. A Carteira Profissional não
pode ficar em poder do empregador por mais de 48 horas.

5. Recolher todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias, como INSS, FGTS etc.

6. Conceder férias ao funcionário, que as tirará, quanto à época, de acordo com interesses da
igreja.

7. Ao sair de férias, o funcionário deverá receber seu salário, mais 30% sobre o mesmo, como
estabelece a lei.

8. Pagar o 13º salário da seguinte forma: até 30 de novembro, a 1ª parcela, e a Segunda, até 20
de dezembro. (Extraído do Livro Manual da Igreja e do Obreiro de Ebenézer Soares Ferreira,
págs.101 a 123).

VI- OS MEMBROS DA IGREJA.


1.1 - Requisitos Para Ser Membro de uma Igreja

Três são os requisitos que qualquer pessoa precisa preencher para ingressar numa batista:

1.1.1 - Requisitos espirituais

O candidato deve dar provas de que realmente é regenerado pelo poder de Deus. Ele precisa ser
convertido, e não somente convencido. A mensagem de João e de Cristo era: "Arrependei-vos"
(Mt 3.2), mudai de mente , de pensar.

1.1.2 - Requisito social

É preciso que o candidato à membresia ou a membro da igreja se apresente perante esta


mostrando-se desejo de entrar no seu rol. Após o exame, que será feito publicamente,
concernente á sua crença, á sua fé, a igreja decidirá sobre sua aceitação ou não. Toda pessoa é
livre para pertencer ou não à igreja, como a igreja também é livre para aceitar ou rejeitar qualquer
candidato ao batismo.

Na aceitação de uma novo membro exige-se unanimidade. Se houver um voto contrário, o


candidato não será aceito. Se o oponente à aceitação do candidato não tiver razão para impugnar
a entrada do postulante a membro da igreja , esta poderá desprezar o seu voto e aceitar o
candidato, não deixando, porém, de exortar o oponente quanto à sua atitude.

1.1.3-Requisito formal

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Os batistas não são rutilastes. Têm apenas duas ordenanças. Se elas podem ser
consideradas como ritos, então o neoconverso, para filiar-se à igreja, precisa preencher o requisito
ritual ou formal, isto é, precisa submeter-se ao batismo, como o fez Jesus(Mt 3.13--17).
1.1.4 - Outras maneiras de filiar-se à igreja

Um crente, quando se muda de uma cidade para outra, ou mesmo de lugar na mesma
cidade, deve, para pertencer a outra igreja batista, solicitar a sua "Carta de Transferência". Esta
regula o intercâmbio de membros entre as igrejas.

A carta de transferência deve ser mandada diretamente à igreja solicitante, a fim se evitar-
se a anomalia de crentes receberem cartas de transferência e ficarem com elas "no bolso". É um
erro que deve ser evitado.

A principal razão por que um membro não deve levar sua carta de transferência em mãos
é esta: ele pode acostumar-se com ela "no bolso" e ficar visitando igrejas aqui e ali, como e
quando desejar. A igreja não terá mais qualquer controle sobre sua vida espiritual. Ele poderá ir
perdendo a espiritualidade, deixará de dar o dízimo e sua família poderá ir se esfriando na fé e ir
adquirindo hábitos mudamos, principalmente quando se mudam do interior para as grandes
metrópoles.

Por que deve a carta de transferência ser enviada diretamente à igreja à qual o membro
pretende filiar-se?

1. A carta de transferência regula o intercâmbio fraternal entre as igrejas.

2. A carta de transferência é um método de cortesia entre as igrejas.

3. A carta de transferência não pertence ao membro, mas à igreja.

Qualquer membro, em plena comunhão com a igreja, tem o direito de solicitar sua
transferência para outra igreja da mesma fé e ordem quando julgar conveniente, e a igreja tem o
dever de enviar à igreja à qual o membro deseja se unir a carta de transferência, que é o
documento que o apresenta à coirmã como crente que tem esta do em plena comunhão com ela
até aquela data. A carta de transferência não passa de uma recomendação, de um atestado de
idoneidade moral e espiritual, para que o crente seja aceito noutra igreja da mesma fé e ordem.

1.1.4.2 - Reconciliação

Uma igreja aceita, por reconciliação, a pessoa excluída quando se verifica que de fato,
está plenamente restaurada e que nada há que a impeça de voltar a comunhão.

1.1.4.3 - Declaração ou aclamação

Esta forma de reconhecimento de membro de igreja só é empregada em casos


especialíssimos, como por exemplo, quando uma igreja já se dissolveu ou quando, após solicitar,
por mais ou menos um ano, a carta de transferência a alguma igreja que se ache localizada em
lugar bem distante, não obtiver nenhuma resposta.

1.1.5 - Cancelamento de membros

O cancelamento de membros do rol de membros pode ser feito quando ocorrer um dos
casos seguintes:

a) Por exclusão. A exclusão demonstra que a igreja zela pelo seu corpo e tem uma disciplina
bíblica.

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b) Por morte. Ao morrer, o crente deixa de pertencer à igreja militante aqui na terra e vai
incorporar-se à igreja celestial.

c) Por transferência. Para outra igreja batista da mesma fé e ordem.


1.2 - O Que a Igreja Deve a Seus Membros

1. Amor - Todos os membros de uma igreja devem se amar mutuamente.

2. Oração - Devem os crentes se aplicar à oração intercessória.

3. Instrução - A igreja foi constituída para ensinar e doutrinar aqueles que dela fazem parte.

4. Fortalecimento e compreensão - Cada crente está sujeito a falhas. Por isso, a igreja deve tratar
o irmão com brandura e ajudá-lo a fortalecer na fé.

5. Auxílio - Os membros da igreja devem se auxiliar mutuamente nas doenças, nas dificuldades
financeiras etc.

6. Laços de fraternidade - A igreja deve se preocupar em manter e desenvolver os laços da


unidade entre seus membros. (Rm12.18; 14.19; Ef 4.3; 1Ts 5.13).

1.3 - O que um Membro Deve à Sua Igreja

Entre as responsabilidades e deveres do crente para com sua igreja, destacamos os


seguintes:

1. Lealdade - O membro deve ser leal à igreja a que pertence, não deixando de cooperar com
seus trabalhos.

2. Generosidade - O crente deve ser contribuinte generoso, indo além do dízimo.

3. Serviço - O membro da igreja deve ser laborioso e infatigável, pois deve estar empenhado na
realização do maior e melhor serviço deste mundo.

4. Amor - Eis a chave do sucesso da vida do crente e da igreja. Impulsionado pelo legítimo amor,
o crente terá uma igreja poderosa.

5. Oração - o crente deve manter uma vida de oração em favor da igreja, dos perdidos e de si
próprio. (Extraído do Livro Manual da Igreja e do Obreiro de Ebenézer Soares Ferreira, págs.
39 a 41)

VII- A MISSÃO DA IGREJA


1 - A Igreja e a Sua Missão

Qualquer entidade, quando se organiza, se propõe a realizar um trabalho, uma tarefa, um


objetivo. Porém a igreja não é qualquer entidade, mas a suprema entidade, a sublime organização
que nosso Senhor se dignou de organizar com o fim de propagar os seus ideais salvíficos e
promover os fins do reino de Deus.

A Igreja de Cristo, como organismo espiritual realiza funções básicas que lhe dão
vitalidade. Essa vitalidade espiritual surge em decorrência das funções basilares e essenciais que
ela executa, tais como adoração, evangelização, educação e ação beneficente, esta expressa,
principalmente, no serviço social, tão descurado por maioria de nossas igrejas, que colocam em
seus orçamentos uma quantia ínfima para a realização dessa importante missão da igreja -

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atendimento à obra de assistência social, que é o teste ácido para muitos crentes que só lêem e
ouvem a Parábola do Samaritano, mas não conhecem e nem praticam o amor do Samaritano.

A adoração é a relação vertical da criatura com Deus. É o culto, é o íntimo sublimar-se, é o


contato da alma com o Criador, objetivando seu crescimento espiritual. Jesus declarou à mulher
samaritana, junto ao poço de Jacó: "Mas a hora vem , e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura tais que assim o
adorem" (Jo 4.23). A adoração a Deus, o culto que se lhe presta, não estará completo, eficiente,
eficaz, se o crente não buscar a relação horizontal, que é, justamente, a proclamação do amor de
Deus (de que ele se nutre na adoração) ao seu próximo. O moço rico cultuava as Deus,
respeitava os seus mandamentos e era, perante a lei, irrepreensível. Mas o culto que prestava
parecia querer atender unicamente à posição vertical. Por isso, Jesus o encaminhou ao culto
prático para que ele pusesse o seu amor em ação, distribuindo com os pobres seus bens
(Mt19.16-24). Jesus queria que o moço já aprendesse que o verdadeiro culto tem em mira a cruz,
que mostra as duas dimensões, as duas coordenadas eternas: a vertical (Deus descendo ao
Calvário para perdoar o homem pecador) e a horizontal (Jesus amando o pecador, morrendo em
seu lugar). Essas duas dimensões colocadas juntas formam a cruz (+), o emblema do amor. A
adoração do moço rico só queria atingir a coordenada, a dimensão vertical, como fez o fariseu, no
templo, que desprezou o seu próximo, o publicano, que, ao fundo do templo, humilde, se
mantinham em atitude penitencial (Lc.18.9-14).

A adoração verdadeira envolve o culto interno e o culto externo. Este é prático, dinâmico.

Cristo procura "adoradores que o adorem em espírito e em verdade", e a manifestação


dessa adoração verdadeira, desse culto real, se expressa em uma trilogia: evangelização,
educação e ação beneficente, trilogia que reflete a parte do culto prático, da praxis teológica, em
consonância com a dimensão horizontal.

Como decorrência do culto verdadeiro, a missão precípua da igreja é evangelizar. A


evangelização é poderosa. É objetiva. É dinâmica. O sucesso das igrejas repousa no seu ardor
evangelístico, no seu testemunho, na divulgação das boas-novas. À igreja compete evangelizar o
mundo. Jesus ordenou: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt
28.19,20).

A evangelização começa na localidade onde está a igreja. Logo depois, se estende ao país
e atinge outras partes do mundo. Assim a igreja está em sintonia com o que disse nosso Senhor:
"Mas recebereis poder, ao descer sobe vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia a Samaria, e atá os confins da terra" (At 1.8).

A igreja deve usar todos os meios de comunicação que estiverem ao seu alcance:
amplificador de som, rádio, televisão, videocassete, comunicação escrita, periódicos etc.

Embora seja a evangelização a principal parte da trilogia referida - base do triângulo


isósceles que pode retratá-la, fundamento do dínamo da expansão da igreja e do Reino, as
outras partes não devem ser relegadas a plano inferior. Ao lado da evangelização, devem ir a
beneficência e a educação. O ministério de Cristo foi um ministério holístico. Ele andou fazendo o
bem, curando e realizando beneficência. Ele ensinou. Ele é Mestre por excelência. Na famosa
comissão entregue aos apóstolos e discípulos, ele sublinha: "Portanto ide, (...) ensinando-os (...)
(Mt 28.19).

A obra de beneficência vai ser o resultado do amor que a igreja devota aos perdidos. Será,
na realidade, a prática do que ela ensinou. Realizando-a, a igreja estará ensinando aos seus
membros a obra do bom samaritano, em contraste com a do sacerdote e a do levita.

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Com a ação beneficente, o crente concretiza, materializa o que suas palavras pregaram,
isto é, ele sai do campo da teoria e passa à prática; ultrapassa o idealismo e consubstância o
Kérigma, passando a realizar boas obras porque ele é feitura de Deus, "criados em Cristo Jesus
para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10).
Não praticamos boas obras para salvação. Mas , porque somos salvos, devemos praticá-
las, para a honra e glória de Deus e para o bem de nosso próximo.

As igrejas devem estar engajadas neste grande ministério. Devem manter creches em
suas dependências, para atender as crianças de mães que precisem trabalhar fora; devem manter
o multiministério que visa a muitos objetivos, entre eles, o de evangelizar; devem manter escolas,
principalmente de alfabetização; devem criar albergues para amparar os desabrigados que vivem
ao relento frio; devem providenciar alimentos para os que passam fome e roupas para os que não
as têm.

A obra de educação, do ensino, é também um atestado eloqüente do poder de nossas


vidas salvas. Temos que ensinar ao povo, educá-lo, doutriná-lo e prepará-lo intelectual e
moralmente para ser responsável pelo desenvolvimento da prática como bons cidadãos.

A educação, seja ela secular ou religiosa, é de responsabilidade da igreja. É verdade que


ela não pode realizar sozinha essa tarefa. No que tange à educação secular, os batistas foram,
em muitos lugares, no Brasil, pioneiros com suas escolas anexas, isto é, junto ao templo. Hoje
podemos encontrar políticos, magistrados e pessoas da Denominação que foram alunos dessas
escolas. Grandes colégios batistas, como o Colégio Batista de Belo Horizonte, com quase 8 mil
alunos, como o Colégio Batista de São Paulo, Campos, Vitória, Recife, Maceió, Fortaleza,
Manaus, São Luís, Rio de Janeiro, Jabaquara, Carolina e outras dezenas estão desempenhando
grande papel na instrução do nosso povo.

A igreja de Cristo deve, ardentemente, pugnar para que todos recebam a educação
religiosa. A Escola Bíblica Dominical é a organização principal da igreja. Uma Escola Bíblica bem
organizada, que atende aos crentes, seus filhos e aos moradores de seu bairro, pode ser uma
poderosa agência de transformação moral, social, intelectual e espiritual.

O grande juiz de Direito, que atuou no Rio de Janeiro, e foi cognominado de "o bom juiz",
Dr. Eliézer Rosa, é filho do Pr. Joaquim Rosa, um dos pioneiros do trabalho batista no Estado do
Rio de Janeiro. Ele tem uma página admirável sobre o valor da Escola Bíblica Dominical:

A Escola Bíblica Dominical faz vidas úteis, constrói homens, forma caracteres, instrui
verdadeiramente para a vida. Alguém estudado nestas coisas algum dia escreverá com muito
aproveitamento uma sociologia da Escola Bíblica Dominical. É, quanto a mim, a belíssima das
instituições evangélicas. Nenhuma outra se lhe compara em resultados práticos, na preparação
dos jovens para uma vida útil, fecunda e harmoniosa. É aquela escola uma saudável janela aberta
sobre o mundo, da qual pode o jovem devidamente instruído Ter uma visão realista da vida e
precaver-se contra os males que o esperam, quando entrar em competência com os problemas do
seu cotidiano social. Ela incontestavelmente prepara o homens para a dura batalha do mundo. O
melhor que guardo até hoje de recordações da igreja, tenho de afirmar que é devido à Escola
Bíblica Dominical. Orgulhosamente o digo. (Extraído do Livro Manual da Igreja e do Obreiro de
Ebenézer Soares Ferreira, págs. 34 a 36).

VIII- O SUSTENTO DA IGREJA


As Finanças da Igreja

No Novo Testamento temos muitas palavras, tanto de Jesus como dos apóstolos, de como
este importante assunto deve funcionar na igreja.

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1. A experiência da salvação dá ao crente um grande prazer em contribuir

a. Pela salvação nos tornamos participantes da natureza divina (II Pe. 1:4), comunhão essa que
desperta no crente a vontade de participar, também, da responsabilidade financeira da obra de
Deus ( Lc. 19:8,9) (IICo.8:1-5).
b. A salvação livra o crente da avareza, que é uma forma de idolatria. Jesus deu uma séria
advertência contra a avareza (Lc.12:15), pecado muito perigoso pois é a raiz de todos os
males (I Tm.6:9,10).

2. Coisas que caracterizavam as contribuições na Igreja Primitiva

A contribuição na igreja primitiva não era feita conforme a vontade pessoal, mas seguia um
método padrão:

a. A contribuição era uma coisa ordenada.

A Bíblia diz: "No primeiro dia da semana" ( ICo.16:2). A contribuição era feita "não por
necessidade a proporcional, isto é, conforme a prosperidade de cada um (ICo.16:2)

b. A contribuição era entregue à igreja (I Co. 16:2). Na qual se fazia a coleta.(Mal.3:10). casa de
Deus é a igreja (I Tm. 3:15 ) onde Deus coloca aquele que Ele escolheu para administrar
também esta parte.

c. A contribuição dos crente em Jerusalém é exemplo para nós. (At. 4:36, 37; 5:1,2). Este
procedimento deve ser o exemplo para todos.

3- Finalidades da contribuição

a. No tempo do Velho Testamento mantinha-se o sustento do culto a Deus pelos dízimos. Deus
havia separado uma tribo para si (Nm.3:45) para que ministrasse na tenda (Nm.18:23). Por
ordem divina a tribo de Levi não tinha herança na terra de Canaã, mas em lugar disso, Deus
determinou que os dízimos das outras tribos a eles fossem dados (Nm.18:20,24).

b. No templo da igreja primitiva, as contribuições representavam a base do sustento da obra


evangelizadora. Deus havia ordenado:" Os que anunciam o evangelho, que vivam do
Evangelho" (I Co.9:14). As contribuições tornaram possível manter os obreiros que abriram
trabalhos em terras estranhas (Fp.4:16-18; II Co.11:8,9).

4. Na igreja primitiva, a administração financeira estava nas mãos dos apóstolos.

Jesus não cuidava do dinheiro, mas tinha um tesoureiro, a quem dava ordens (Jo.13:29).
Paulo também tinha na sua administração, pessoas escolhidas nas igrejas que o ajudavam (II
Co.8:19).

5. O Apóstolo Paulo estimulou às igrejas a contribuírem.

a. Paulo comunica aos irmãos a alegria com que as igrejas, em outro lugares, contribuíam (II Co.
8:1-5) e como davam as suas contribuições com alegria (II Co. 8:7).

b. Paulo mostra Jesus como nosso exemplo (I Pe. 2:23) (II Co.8:7).

c. Paulo ensinava que o Senhor pode nos dirigir também na contribuição e, assim, o crente pode
dar "conforme propôs em seu coração" ( II Co.9:7 ).

d. Paulo queria que a própria igreja pudesse participar dos planos administrativos ( II Co.8:10,
11).

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e. Paulo tomava cuidado para que sempre houvesse muita prudência na administração (II Co.
8:13; 11:9 ).

IX - AS ORDENANÇAS DA IGREJA
Ponto de Partida

A Igreja Romana emprega para Batismo e Ceia do Senhor além de outros engendrados
pelo homem, a palavra sacramento. Esta palavra é genuinamente latina. A não ser a inscrição
latina que Pilatos mandou colocar na cruz do Senhor " Iesus Nazarenus, Rex Iudaiorum" que não
foi registrada no texto do novo Testamento (os evangelhos conservaram somente o grego), não
temos nada em latim no Novo Testamento. Ora, a palavra SACRAMENTUM é latina, logo é extra-
bíblica.

E o que é sacramento? Laudelino freire em "Grande Dicionário da Língua Portuguesa" diz:


" Antigamente, JURAMENTO". O Novo Dicionário da Bíblia (Vida Nova) diz: "Como o juramento
de lealdade ao imperador feito pelo soldado romano". O soldado romano jurava lealdade ao
imperador, de vida ou morte. Sua vida estava nas mãos do Imperador. E por esse motivo ele
ganhava um soldo muito maior. Daí vem o significado na Igreja Romana e algumas denominações
evangélicas que sacramento é um veículo de graça. Como o tubo conduz a água, o sacramento
conduz ao pecador as bençãos celestiais. Esta concepção é puramente pagã. O Novo
Testamento grego emprega a palavra MISTÉRION: cinco vezes nos evangelhos, 18 vezes por
Paulo e 4 no Apocalipse. A Bíblia de Jerusalém traduz corretamente o grego e emprega
MINISTÉRIO; as versões romanistas antigas traduziram o grego MISTERION por sacramento,
erradamente já se vê.

No Novo Testamento não temos sacramento, e muito menos veículos de graça. O que
temos, isto sim, são ORDENS DO SENHOR JESUS. Não temos, sete sacramentos e como a
Igreja Romana, mas duas ordenanças de Jesus: BATISMO E CEIA DO SENHOR. Em Mat.28:19,
na sua autoridade absoluta, no céu e na terra, o Senhor Jesus ordenou: "BATIZANDO-OS em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Esta sublime e terminante declaração do Senhor , é
iniciada com o imperativo "IDE". De igual modo a CEIA DO SENHOR é a outra ordem de Jesus:
(Mat.26:26) "Tomai e comei"; sobre o cálice ordenou: "Bebei dele todos" ( Mat.26:27). Em Lucas
22:19, 20 temos os mesmos imperativos. E I Co.11:17-34 registra a ordem terminante de Jesus.

Há dois extremos a evitar: o primeiro, apoiar o exagero sacramentalista; e o segundo


desprezar a verdade Bíblica, portanto, a ordem do Senhor Jesus a nós escravos seus; o que Ele
ordena, devemos obedecer sem questionar.

BATISMO- A PRIMEIRA ORDENANÇA

1. a palavra BATISMO= no grego é BAPTÍSMO. Não foi traduzida, mas transliterada, à


semelhança da palavra presbítero. Aparece na forma de verbo e de outras categorias
gramaticais. O infinitivo BAPTÍZEIN significa imergir, mergulhar. O outro vocábulo que muitos
gostariam de ver nele, batismo é RANTIZO, cujo significado é ASPERGIR.

2. o ato do Batismo: - em referência ao batismo, o grego nunca usa RANTIZO, mas BAPTISMO.

Portanto, batismo é imersão, mergulho. Vamos aos exemplos da Bíblia:

a. Mateus 3:13-17 - João Batista realizava batismo no Jordão. Jesus chegou um dia para ser
batizado por João. O v.16 diz que "Jesus saiu logo da água". Se saiu é porque entrou. E
entrou para que: receber gotas dágua na cabeça? Não: O texto diz que Ele foi BATIZADO;
portanto imerso.

20
b. Em Marcos 1:9-11 temos a mesma verdade: v.10, diz: "Logo ao sair as água..."

c. Lucas 3:21-22 afirma que Jesus foi batizado, portanto, imerso.

d. Em João 1:32-34 declara que Jesus foi batizado.

e. Atos 2:41 diz que os três mil convertidos no dia de Pentecostes foram batizados, portanto
imersos.

f. Atos 8:36-39 registra a conversão e o batismo do Eunuco etíope. Esse homem abastado e
importante caravaneava por ermo deserto; deveria levar em seu carro muita água, mas ao
encontra um lugar com muita água, mandou parar o carro, desceu com Filipe e foi batizado,
portanto imerso.

g. Em Atos 9 temos o relato da conversão maravilhosa de Saulo, e três dias após, o seu batismo
por Ananias. No verso 18 lemos "A seguir levantou-se e foi batizado". Os aspersionistas vêem
no verbo "Levantou-se" a aspersão. Bastaria mudarmos os verbos e leríamos assim:
"Levantou-se e foi dormir". Será que dormiu de pés?

Fica portanto claro e fora de qualquer dúvida, pela Bíblia, que Batismo é imersão, porque a
palavra Batismo significa IMERSÃO.

Dr. W.C. Taylor alinha traduções antigas da Bíblia da palavra Batismo:

1. Tertuliano traduziu : BAPTIZEN por TINGUERE, ainda Tertuliano diz não haver confusão entre
as duas línguas faladas em Roma: grego e latim. Quando aparecia o grego BAPTÍZEIN, o
povo pronunciava TINGUERE ( latim antigo).

2. Cipriano afirma que no siríaco, no cópto e no etíope, BAPTÍZO é traduzido IMERGIR.

3. na antiga versão gótica, ULFILAS não transliterou BAPTÍZO, mas traduziu por DAUPJAN, latim
MERGERE e, em Lucas 3:21 e 7:29 por UFDAUPJAN - Submergir.

4. a primeira Bíblica do baixo-saxão ( 1.470-1.480 ), BAPTÍZO é vertido por DOEPEN ( DIP é


imergir).

5. a Bíblia alemã de Augsburgo ( 1.473-1.475) traduziu BAPTÍSMO por TAUFFEN; mergulhar.

6. Lutero traduziu BAPTISMO por TAUFFEN, mergulhar.

7. a versão holandesa ( 1.526 ), empregou doopen; imergir.

8. o Dr. I. A Schott ( 1.839 ) traduziu o grego BATÍZO para o latim destinado aos universitários
por IMMERGO.

9. Willian Carey traduziu a Bíblia para diversas línguas da Índia. Em todas traduziu BAPTÍZO por
imersão.

10. Judson estudou muito para se defender dos batistas e verteu BAPTÍZO por imersão.

11. Willian Rainey Harper, da Universidade de Chicago, João A. Broadus e João R. Sampey,
ambos presidentes do Seminário de Louisville U. S. A deram ao mundo uma versão da Bíblia
e sempre traduziram BATÍZO por imergir.

12. Algumas versões romanistas reconhecem que BATISMO no primeiro século cristão era
imersão

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13. A Setuagiana no caso de Naamã, diz que foi EBAPTÍZA no Jordão sete vezes. E não somente
em II Reis 5:14, mas em outras escrituras, como Is. 21:4; Judite 12:7; Eclesiástico 34:30-31.
No caso de Naamã, a versão de Almeida, a Brasileira, a Francesa, a Americana de 1.901,
MOFFATT traduzem EBAPTÍZATO por "desceu ele e mergulhou-se sete vezes no Jordão".
14. Testemunho dos Dicionários

a. Prof.C.G.Wilke - "CLAVIS NOVI TESTAMENTI PHILOLÓGICA" em dois volumes (Alemanha


1.851) TRADUZIU BAPTIZO:

1. Propriamente mergulhar repetidas vezes, imergir, submergir. 2.Purificar por imergir ou


submergir, lavar, limpar com água. 3.Metaforicamente: Submergir... em calamidades".

b. A sociedade Bíblica de Samuel BAGSTER E FILHOS, Londres, publicou com o Novo


Testamento de Westcott and Hort um Dicionário Grego-Inglês do Novo Testamento; sobre
BATISMO temos nesse dicionário: "BAPTÍZO, propriamente mergulhar, imergir, purificar por
lavagem... BAPTÍSMA= Imersão".

c. HERMANN CREMER, notável helenista alemão Luterano traduziu: "BAPTÍZO= imergir,


submergir.

d. Outros famosos lexicógrafos tais como Dr. Samuel G. Green, de Londres, Dr. A .T Robertson,
Moulton (Metodista e Miligan Presbiteriano) e tantos outros, traduzem BAPTÍZO por imersão".

15.Testemunhos de Liturgia e Credos

W.C Taylor, cita Cannant, nos seguintes exemplos:

e. Ritual dos gregos, de GOAR. Ofício da Santa Imersão (Batismo) - (após as cerimônias
preparatórias). E quando o corpo inteiro tiver ungido, o sacerdote imerge a criança mantendo-
a ereta para o oriente dizendo: "O servo de Deus, chamando o nome dele, é imerso em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo; agora e para sempre, até os séculos dos séculos.
Amém". Em cada imersão o candidato é deitado e levantado. E depois da imersão o sacerdote
lava as mãos, cantando com o povo: Felizes são aqueles cujos pecados foram perdoados".

f. A Igreja Latina: SACRAMENTARIUM GREGORIANUN, SIVE SACRAMENTARUM ordo Sancto


Gregócio I Papa compositus cita trecho longo de perguntas pelo sacerdote ministrante e o
batizando até esta importante declaração: "Deinde baptize sacerdos sub trina mersione tantun
sanctuam Trinitatem Semel invocans, ita dicendo: Et ego te baptizo in nomine Patris Et merg
semel.

Et Filii

Et mergat semel

Et Spiritus Sancti

Et mergat semel"

g. Primeiro livro de Oração Comum e Administração dos Sacramentos - Rei Eduardo VI; 1.549:
"Então o sacerdote tomará a criança nas suas mãos e perguntará o nome dela. E,
pronunciando-lhe o nome, a imergirá em água três vezes. Primeiro, mergulhando o lado
direito, segundo o lado esquerdo, e a terceira vez, mergulhando-a com o rosto da criança para
a pia: Assim seja feito discreta e cautelosamente dizendo: ( nome do batizando). Eu te batizo
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. E se a criança for fraca, será suficiente
derramar água sobre ela, dizendo as palavras citadas".

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h. "E o Concílio de Calchuth, em 816, cap.XI diz: Saibam os presbíteros que, quando administram
o santo batismo, não derramar água santa sobre as cabeças dos infantes, mas sempre sejam
estes imersos na pia, como o Filho de Deus exemplo de si mesmo a cada crente quando ele
foi três vezes imerso nas ondas do Jordão".
i. Schaff. sobre a CONFESSIO HELVÉTICA POSTERIOR - ( 1.566 d.c ), sobre o BATISMO diz
(Schaff era presbiteriano): " O Batismo foi instituído e consagrado por Deus; e o primeiro que
batizou foi João, que imergiu Cristo em Água do Jordão".

j. Ainda Schaff sobre o Catecismo Pequeno de Lutero "Que significa batizar com água? -
significa que em nós, o velho Adão é afogado por diária tristeza e arrependimento, perece com
todos os pecados e más concupiscências, e que o novo homem deve diariamente surgir e se
levantar, o qual viverá perante Deus em justiça e pureza para sempre..."

16. Testemunhas da Atualidade

Ainda seguimos W.C. Taylor

a. Enciclopédia e Dicionário Internacional: "Até o século XIV os pintores representavam o batismo


de Jesus por imersão" (Vol.II -pg.1.190).

b. Giovanni Papini (História de Cristo): "Mesmo assim Jesus veio, no meio da turba de pecadores
imergir-se no Jordão" - pg.60.

c. Dr. Davi Smith, em "The Life and Letters of St.Paul", diz: "São Paulo claramente tinha em vista
o ato de imersão, em resposta à acusação de que seria doutrina de Justificação pela Fé obras,
implicou o antinomianismo..."

d. Rv. J.R. Conv - em "St. Paul in the Light of Modern Reserach". "O Batismo era o rito pelo qual
os conversos eram admitidos na igreja, Paulo toma por concedido que cada cristão é
batizado... A imersão total era a regra.
e. e. os Franciscanos da Bahia, na sua tradução e notas do Novo Testamento (1915), dizem:
"Alude aqui ao batismo (como se administrava naqueles tempos) por imersão".

f. Rv. Henrique Doscker, professor de História Eclesiástica no Seminário Presbiteriano de


Louisville, Kentucky, em preleções no Seminário Teológico de Princeton (19.18 - 1.919) sobre
os Anabatistas Holandeses, declarou que os batistas levaram a palma, tanto do ponto de vista
filológico como histórico, na discussão do modo de batismo que prevalecia antigamente. O
vocábulo batizo significa imersão tanto no grego clássico como no bíblico, a não ser quando
usado num sentido evidentemente figurado".

Quem deve se batizar

1. Temos no Novo Testamento textos em que aparecem crianças; temos textos onde aparece
batismo; um texto em que crianças são batizadas, não temos absolutamente.

2. Todos quantos acorreram ao batismo de João Batista ( Mat.3:2 e 6) davam prova


de arrependimento e confessavam seus pecados, logo eram adultos e não bebês.

3. O próprio Jesus ao ser batizado, tinha cerca de 30 anos( Lc.3:23).

4. Todos os apóstolos de Jesus foram batizados na idade adulta.

5. Os três mil do Pentecostes (At. 2:37-41) eram adultos pois: a) perguntaram aos apóstolos o que
fariam; b) arrependeram-se no coração; C) aceitaram a exortação da Palavra do Senhor e foram
batizados.

23
6. O Eunuco de Atos 8 era adulto quando foi batizado por Filipe.

7. Paulo, quando batizado por Ananias (At.9) At.2).

8. o Eunuco: conversão e batismo (At.8).


9. Paulo: conversão e batismo.

10. o carcereiro de Filipos: conversão e batismo.

11. Cornélio e sua casa: conversão e batismo.

Portanto, só deve ser batizado quem nasceu do Espírito Santo, foi convertido ao Senhor,
foi regenerado, tem o seu nome inscrito no Livro da Vida do Cordeiro.

A ordem é do Senhor Jesus (Mc. 16:16) "Quem crer e for batizado". Não importa a idade
(6, 7, 8, 9, 10 ou 12 anos), desde que possa exercer a FÉ. 300 ministros do Senhor responderam
á pergunta: "Com que idade você se converteu a Cristo?"

de 29 anos - 1

de 24 a 28 anos - nenhum

de 19 a 23 anos - 29

de 10 a 18 anos - 270

Quem deve realizar o batismo

João Batista batizou o Senhor e Jesus a ninguém batizou ( Jo.4:2); e quem batizou João?
Recebeu uma ordem, uma comissão direta de Deus ( Jo.1:33)

1. Quem teria batizado os três mil do dia de Pentecostes? Sem dúvida alguma os 12 apóstolos.

2. Os apóstolos foram batizando os que cada dia o Senhor acrescentava à igreja.

3. Filipe batizou os samaritanos convertidos (At. 8:12).

4. Filipe batizou o Eunuco (At. 8:38).

5. Ananias batizou Paulo (At.9:18).

6. Pedro e seus companheiros batizaram Cornélio e sua família (At. 10:48).

7. Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária, depois Paulo, Silas, Lucas e Timóteo,
batizaram os convertidos das demais viagens missionárias.

8. Paulo e Silas batizaram o carcereiro de Filipos e sua família (At. 16:33).

9. Tudo dá a entender que os companheiros de Paulo batizaram os 12 de Éfeso (At.19:5) e Paulo


impôs-lhes as mãos para que fossem batizados no Espírito Santo. Uma pergunta pertinente se
impõe: quem batiza: a igreja ou o pastor? Lógico que é a Igreja (Autoridade final) e o pastor
realiza o ato determinado pela igreja. E um servo que não é pastor, pode batizar?

O batismo une a pessoa à Igreja? Regra geral sim, mas há exceções:

1. A que igreja se uniu o eunuco de Atos 8?

24
2. E a família do carcereiro de Filipos, se ainda não havia igreja nessa cidade?

3. E a que igreja se uniu a Paulo após ser batizado?

A fórmula do batismo
Durante muitos séculos não houve dúvidas sobre a fórmula do batismo em nome da Trindade.

Neste século, porém, surgiu uma corrente, remanescente do unitarismo, que nega a
Trindade, e começou a pregar o batismo em nome de Jesus. Ora, não temos no Novo Testamento
nem um caso se quer, de um batismo com essas palavras: em nome de Jesus.

1. Em Atos 2:38 em nome do Senhor Jesus Cristo.

2. Em Atos 8:16 em o nome do Senhor Jesus.

3. Em Atos 10:48 em o nome do Senhor Jesus Cristo.

4. Em Atos 19:5 em nome do Senhor Jesus.

Se houvesse base nessa posição contrária à Trindade, deveria haver no Novo Testamento
exemplos mas não há; o que temos á "em o nome de Jesus Cristo", em nome do Senhor Jesus" e
outros.

E por que realizaram batismos em nome da Trindade e nos registros de Atos aparece "em
nome do Senhor Jesus"? Para distinguir de batismos da época do Novo Testamento:

1. o Batismo do Prosélito

2. o Batismo dos Essênios

3. o Batismo de Jõao

"Em nome de Jesus" vale dizer: NA AUTORIDADE DE JESUS. E que foi que o Senhor
Jesus ordenou? Mat. 28:19.

Em nome do Pai

Em nome do Filho

Em nome do Espírito Santo

E ainda mais: quando batizamos em nome da Trindade, na Trindade não está o Filho?
Então, batizando, em nome do Filho, do Pai e do Espírito Santo estamos fazendo além. O batismo
tem que ser feito como Jesus ordenou, e o que foi que Ele ordenou? Em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo. Obedeçamos a Jesus e não ao homem.

Para que Serve o Batismo?

Temos dois textos em Atos(2:38 e 22:16) que parecem dar força à uma corrente cristã que
aceita que o batismo pode salvar ou ajudar o pecador.

1. O batismo é para o salvo e não para salvar. Se o batismo salva, então para que Cristo
morreu? Afinal eu quero saber: quem salva? Cristo ou o batismo?

2. O batismo não ajuda a salvar. Cristo salva completamente (Heb.7:25) sem qualquer
contrapeso de batismo, de guarda do sábado, de abstinência de alimentos e tantas outras

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fórmulas humanas. No Monte da Transfiguração ficou claro, pela voz do Pai, que é só
Jesus...Só Jesus...

3. O Batismo é uma ordenança do Senhor Jesus. Ele mesmo se submeteu ao batismo e, no


entanto, não tinha pecado. Em Rom.6, Paulo traça uma linha imensa de bençãos no símbolo
de nossa morte para o mundo, sepultura com Cristo e com Ele e fomos crucificados
(Gal.6:14), nada temos com o mundo e nem o mundo conosco. Não existo para o mundo e o
mundo não existe para mim. Aquele momento por mim, eu morri com Ele. E isso me une ao
Senhor, me identifica com Ele e possibilita o mundo ver Cristo em mim, como viu em Pedro e
João (At. 4:13) e em Estevão (At.6:15).

a. E não somente morto, mas com ele SEPULTADO (Rm.6:4). Quando somos mergulhados nas
águas do batismo, esse ato simboliza nossa sepultura com o Senhor. Isso vale dizer
DESAPARECEMOS para o mundo. O mundo não nos verá mais. Passamos para o outro lado
da realidade espiritual. Passamos para o Reino do Senhor. "Não vivo mais eu, mas Cristo vive
em mim"(Gal 2:20). O mundo da orgia, do adultério, da prostituição, do crime, da mentira, da
macumbaria, já não me encontra nesse pontos diabólicos de outrora. Desapareci para o
mundo. Estou sepultado com Cristo. Isso tudo se vive quando somos imersos nas águas do
batismo.

b. E a seguir, como Jesus não foi retido pela morte na sepultura, mas ressuscitou, também
somos levantados das águas no símbolo de uma gloriosa ressurreição de vida. Isso significa
que nascemos no Reino de Jesus, que estamos vivos, que andamos em novidade de vida,
com novo vocabulário de vida: nova vontade, nova disposição, novos sentimentos, nova
mente, novos caminhos, novo procedimento.

Deixamos nas águas do batismo nossos andrajos ensebados e malcheirosos do mundo e do


diabo e nos revestimos ( Col.3:8-10) do homem novo que se transforma cada dia na imagem
de Cristo.
c. No batismo temos o simbolismo de perfeita união com Cristo, tanto na morte, como na
ressurreição. O corpo de pecado em nós, foi destruído, não servimos mais ao pecado, como
outrora, morremos com Cristo, estamos justificados do pecado e com Cristo fomos
ressuscitados, portanto a morte não mais tem domínio sobre nós e com Cristo temos a vitória
plena, no tempo e na eternidade.

d. "Lavando-nos da corrupção carnal da velha vida( Heb. 10:22).

O coração é purificado pela aplicação ( a aspersão) do sangue de Jesus pela obra e graça do
Espírito Santo. Depois são lavados os nossos corpos com água pura. Esta lavagem simbólica
do corpo é o batismo."

e. O batismo é a interpretação de uma boa consciência (I Ped.3:21).

O batismo é o primeiro ato público de um crente sincero e obediente. O Senhor Jesus deu-nos o
exemplo, quando saiu de Nazaré e veio ao Jordão, na altura de Jericó e por João foi batizado.
Os céus se abriram, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba e o Pai falou. Desse
lugar foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo. Quando nos batizamos, estamos
testificando ao mundo que nossa vida mudou, agora o Senhor nos comprou, somos gratos a
Deus pela dádiva de seu Filho e pregamos a todos que demonstramos nossa boa consciência,
obedecendo ao grande mandamento do Senhor - o batismo.

f. "Como, pois, é o dilúvio parecido com o batismo? É porque os batizandos, abrigados em


Cristo, passam da velha dispensação para a nova, através das águas que separam
simbolicamente a velha da vida nova".

g. "Nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem e todos passaram pelo mar e todos em
Moisés foram batizados na nuvem e no mar" (I Cor. 10:1,2) " O batismo é de Israel, e o povo é

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sepultado no conjunto da nuvem de luz celeste com as paredes de águas paradas. Neste
vasto caixão de luz, o povo é sepultado. Atrás e por cima está a nuvem. À direita e à esquerda
está o mar. Para frente - Moisés. O povo é batizado para Moisés. São entregues para seguir e
obedecer o libertador, Israel se separa do Egito, o mar e a nuvem ficam cada vez mais
distantes do povo do Senhor". (W.C.Taylor). Nós somos batizados para Cristo - o outro
Moisés. O batismo é o grande mar, que, simbolicamente, nos leva perto do Senhor, para uma
vida de trabalho, de amor e de santidade, para recendermos o perfume do céu.

CEIA - A SEGUNDA ORDENANÇA

A Segunda Ordenança

Mateus 26: 17-19 é a inquirição dos discípulos sobre a preparação da ceia da Páscoa.
Logo nos versos 20-25 temos o Senhor Jesus comendo a páscoa com seus discípulos, e a seguir,
v.s 26 -30 é a instituição da Ceia Memorial. Lucas 22:14-23 mostra que, durante a ceia da páscoa
o Senhor Jesus instituiu a Ceia Memorial. João 13:2 "ceia" refere-se à páscal. E o restante do
capítulo registra a ceia da páscoa e também a Memorial.

A Ceia do Senhor não ficou em lugar da Páscoa, mas nasceu durante uma celebração da
ceia pascal. Tracemos alguns paralelos entre Ceia as Páscoa e a Memorial com o propósito de
estabelecer algumas distinções entre ambas.

Alfredo Edersheim, declara.

1. O significado da palavra "páscoa" - Hebraico; Pesach e em aramaico e grego PASCHA, vem


de uma raiz verbal que quer dizer "transpor e saltar". Foi instituída por Deus.

2. Há grande distinção entre a "páscoa egípcia" de Ex.12 e a "permanente". Esta era celebrada
em Israel, com calma, mais tarde no suntuoso templo de Jerusalém, e aquela, com pressa,
lombos cingidos, com sandálias nos pés, cajado na mão e prontos a marchem.

3. Celebrava-se a páscoa no dia 14 de Nisã, o primeiro mês dos Judeus. A de EX.12 foi de um
só dia de duração, a permanente se casava com a festa dos "pães asmos" e durava toda uma
semana. Até aqui Edersheim.

A PÁSCOA QUE JESUS TOMOU

Na páscoa egípcia, o próprio pai da família imolou o cordeiro cujo sangue foi espargido nas
ombreiras e vergas dos portas. O israelita sacrificou o cordeiro em sua e ali mesmo o comeu.

A Páscoa Permanente: no dia 13 de Nisã cada chefe de família, acendia um lâmpada e


procurava o fermento que houvesse na casa para removê-lo. E a seguir orava: "Bendito és tu,
Jeová, nosso Deus, Rei do universo, que nos santificaste pelos teus mandamentos e nos
ordenaste remover o fermento ( e acrescentava): Todo fermento que está em meu poder, o que eu
vi e o que não vi, seja desfeito, seja considerado como pó da terra". Logo na manhã do dia 14
começava a Festa da Páscoa. Nenhum trabalho novo se iniciava nesse dia . Depois do meia dia,
escolhia-se o cordeiro pascal cuja idade ia de oito dias a um ano, às 13:30 as multidões, divididas
em três grupos, escalavam o Monte Moriá carregando seus cordeiros para o templo. A primeira
turma, com seus cordeiros, era admitida na corte dos sacerdotes. Cada divisão era constituída no
mínimo de trinta pessoas. Os sacerdotes tocavam três vezes a trombeta de prata quando o
cordeiro era morto. Os sacerdotes permaneciam enfileirados, recebendo em vasilhas próprias, o
sangue dos cordeiros. Um passava para o outro até chegar ao altar em cuja base era espargido.
Os levitas entoavam um hino de louvor que era respondido pelos ofertantes. Cada primeira linha

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de um Salmo era repetida pelo povo e outras eram respondidas apenas por "aleluia". E chamava-
se "HALLEL", composta dos Salmos 113 a 118, era mais ou menos assim:

Levitas: Halleluijah

O povo: Halleluijah
Levitas: Hallellu, ó vós servos de Jeová

O povo: Hallellu JAH

Levitas: Hallellu o nome de Jeová

O povo: Hallellu JAH

E ao terminar o Salmo 113, começava o 114, e assim até o 118.

O Talmud diz que o Hallel recordava cinco coisas: 1) a saída de Israel do Egito; 2) a
divisão das águas do Mar vermelho; 3) a dádiva da Lei; 4) a ressurreição dos mortos; 5) a sorte do
Messias. Até aqui no Templo e durante o dia.

À noite, ou ao entardecer, sempre, porém, depois do pôr do sol, cada família estava
reunida em sua própria casa. É a festa do lar, por excelência. Sobre uma mesa, geralmente, em
forma de U, está uma bandeja e nela três grandes pães, cada um deles envolvido num
guardanapo. Sobre estes pães estão:

Um ovo frito

Charoset

Água salgada
Molho de ervas amargas

Um quarto de cordeiro

Alfaces e outros legumes

Vinho vermelho misturado com água. Quatro grandes cálices de vinho não podiam faltar,
até mesmo para os mais pobres. O Vinho expressava alegria.

O chefe de família tomava o primeiro, orava e todos bebiam o primeiro cálice e lavavam as
mãos. Neste compasso deve Ter ocorrido o lava-pés de João 13. E enquanto lavavam as mãos,
oravam. O chefe da família tomava uma erva amarga, mergulhando-a na salmoura, comia e dava
aos outros a comer. Todos os pratos eram retirados da mesa, bebia-se o segundo cálice. O pai da
família narrava toda a história do povo hebreu, começando com Abraão, a escravidão egípcia, a
libertação e posse de Canaã. Voltam os pratos. O cordeiro pascal é servido, com pães asmos e o
molho de ervas amargas. Canta-se o Hallel ( Salmos 113 e 114) seguido de oração e bebia-se o
terceiro cálice. Pão molhado no charoset era servido. Encerra-se a ceia com o quarto cálice e
cantava-se o Hallel ( Salmos 115 a 118) e orava-se em favor da família.

A PÁSCOA E A CEIA DO SENHOR

1. A Ceia do Senhor foi instituída pelo Senhor Jesus, na noite de 15 de Nisã, da Quinta para
Sexta feira da semana da páscoa.

2. O Senhor usou, para a instituição da Ceia Memorial dois elementos da ceia pascal: o
APHIKOMEM (bolo asmo) e o quarto cálice - o da bênção.

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3. Jesus instituiu a Ceia Memorial com onze apóstolos. Judas se or Jesus.

4. na Páscoa havia 7 ou 8 elementos, na Ceia, apenas dois.

5. a Páscoa era para todo judeu, a Ceia é reservada àqueles que foram lavados no sangue de
Jesus.
6. na Páscoa comemorava-se a saída de Israel do Egito, na Ceia recordamos a morte do
Senhor, até que venha (Icor.11:26).
7. em Jesus foi abolida a Páscoa. Cristo é a nossa Páscoa. (I Co.5:7).

"É tudo Jesus fez perfeito e nada por fazer deixou".

A CEIA DO SENHOR

Estabelecidas as distinções entre Páscoa e Ceia, passaremos a considerar a segunda


ordenança do Senhor Jesus.

1) Os textos bíblicos: O Registro da instituição da Ceia, acha-se em Mat. 26:26-30; Marc. 14:22-
25; Luc. 22:17-20 e I Cor. 11:23-26.

2) Quem institui a Ceia? Foi o Senhor Jesus, como Paulo diz em ICor.11.23 " na noite em que foi
traído". Com o pão e com o vinho. E com imperativos:1) "tomai e comei", 2) "Bebei dele
todos". Esses imperativos partem da autoridade de Jesus e expressam que a Ceia é uma
ordenança de Jesus.

3) Os nomes dados à Ceia

Temos os humanos que são: Santa Ceia, Sacramento, Comunhão, e talvez outros.

E os divinos: Ceia, simplesmente Ceia do Senhor, porque é dele e por Ele foi ordenada.
Ceia Memorial, porque recorda no pão, o corpo do Senhor partido na cruz em nosso lugar,
e no vinho o sangue de Jesus.

4) O significado da Ceia

Temos, pelo menos quatro escolas de interpretação da Ceia:

a. Transubstanciação - da Igreja Romana. O pão, nas mãos do sacerdote, se transforma em


corpo e sangue do Senhor Jesus. Quando o católico engole a hóstia, ele devora o Filho de
Deus, uma espécie de teofagia.

b. Consubstanciação - É de Lutero. O pão é mesmo, pão e o vinho é vinho mesmo, mas uma
vez consagrados, e o fiel os tomado, de alguma maneira eles se transformam em Jesus, o
Filho de Deus.

c. Graça Inerente - de Calvino: pão é pão mesmo, vinho é vinho mesmo, mas ao comermos
esses elementos, recebemos uma "certa graça".

d. Memorial - Em Luc.22 e I Co. 11, a ordem do Senhor Jesus é "Fazei isto em memória de
Mim". No pão recordamos o corpo do Senhor partido no madeiro e no vinho, o sangue de
Jesus vertido na cruz em nosso lugar.

5. Os Dois Elementos da Ceia

Em Mat. 26:26, referindo-se ao "pão", Jesus ordenou: " Tomai e comei"; o imperativo plural
foi dirigido a todos que estavam presentes naquela Ceia. E, em Mat. 26:27, referente ao cálice, o
Senhor Jesus ordenou: "Bebei dele todos". E Marcos 14:23 conclui: " e todos beberam dele". Na

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Igreja Romana, somente o sacerdote toma o cálice, em flagrante desobediência à expressa
palavra do Senhor Jesus.

6. Quando Jesus Instituiu a Ceia

O Judeu contava o tempo de um pôr do sol ao outro; hoje seria e como é em Israel de 18 a
18 horas. Jesus comeu a Páscoa e a seguir instituiu a Ceia Memorial, mais ou menos às 20 horas,
para o Judeu já novo dia, portanto sexta-feira e para nós ainda Quinta-feira, pela nossa contagem
do tempo que vai de zero hora até 24.

7. Onde Jesus Institui a Ceia?

Foi na cidade de Jerusalém, provavelmente no Monte Sião. Jesus estava em Betânia e


encarregou Pedro e João de prepararem a Páscoa (Luc.22:8) e deu-lhes as devidas instruções
(Luc.22:9-11). A casa deveria ser de um amigo do Mestre, provavelmente um discípulos. Era um
espaçoso cenáculo. Neste refeitório Jesus comeu a Páscoa com os discípulos e instituiu a Ceia do
Senhor. No mesmo recinto, após a ressurreição, Jesus se encontra duas vezes com os apóstolos
(Jo.20:19,26). Sabemos por Atos 1:13 que os 120 discípulos se reuniram nesse recinto esperando
o Pentecostes.

8. Quem pode Tomar a Ceia

O Senhor Jesus tomou a primeira Ceia com os onze apóstolos, conforme Jo. 13:30.

Há pelo menos três posições sobre quem pode tomar a Ceia do Senhor:

a. Ceia Livre - Segundo esta posição todo crente evangélico realmente convertido e que está em
paz com sua igreja, (seja qual for a sua denominação, genuinamente evangélica) pode tomar
a Ceia.

b. Ceia restrita - somente os que pertençam à denominação evangélica, pode tomar. Foi a
posição dos batistas do Sul dos Estados Unidos. Estes irmãos trouxeram o Evangelho para o
Brasil e conseqüentemente a Ceia foi reservada somente para batistas. Hoje, entretanto, nos
Estados Unidos e no Brasil muitas igrejas batistas dão a Ceia a irmãos de outras
denominações. Algumas denominações pentecostais têm a Ceia restrita.

c. Ceia ultra restrita - A Ceia é servida exclusivamente aos membros da Igreja que celebra essa
ordenança do Senhor. A celebração da Ceia é feita a portas fechadas e num horário especial.

A Ceia deve ser livre. A mesa é do Senhor. E é o Senhor que determina quem pode tomá-la.

Se para participar da Ceia, é necessário que a pessoa, além de convertida, precisa ser
batizada (e batismo é exclusivamente imersão), os batistas "restritos" têm razão. São coerentes.
Minha pessoal e particular posição é que o Senhor convida à sua mesa, todos os remidos no seu
sangue, que andam em santidade e amor e estão em plena comunhão com Ele. Assim como um
aspergido entra no céu, apesar de desobediente quanto ao ato de imersão, do mesmo modo, o
Senhor admite à sua mesa um crente que não foi imerso.

9. Com Que Propósito Instituiu a Ceia.

Em 1 Cor.11:23-26 o apóstolo Paulo apresenta o glorioso propósito da instituição da Ceia:


Não é, por exemplo, para comemorar a sua glória, nem o seu nascimento, nem sua ressurreição,
nem o seu poder ou milagres, mas a sua MORTE. "Pois todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (11:26).

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Na Ceia do Senhor comemoramos , através do "pão" e do "vinho", as duas vindas do
Senhor: a primeira quando o VERBO se fez carne e habitou entre nós( Jo.1:14); e a Segunda será
no arrebatamento, quando virá buscar a igreja. ( ITess.4:13-18).

Portanto, sempre que uma igreja se reúne para celebrar a Ceia Memorial, está anunciando
a MORTE do Senhor, e também sua volta iminente. (Extraído do Livro Eclesiologia de Enéas
Tognini, págs. 47 a 63 ).
X - O GOVERNO DA IGREJA
Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa _ Mirador Internacional; governo
vem a ser Ação ou efeito de governar". Nada menos de 12 acepções e 8 gêneros, entre eles o
"eclesiástico" ou "espiritual".

A palavra governo = significa: governo, direção por um piloto (administração pastoral);


numa de suas formas (Judas 8) vem a ser: dominação, domínio; soberania divina ou dignidade
angelical. aparece apenas quatro vezes no Novo Testamento.

Das quatro vezes, uma apenas é aplicada ao ministério (I Co. 12:28) e assim mesmo como
um Dom não especificamente aplicado ao serviço pastoral.

Para o trabalho específico do pastor, O Novo Testamento aplica: "pastoreia o rebanho"


(At.20:28), "pastoreia o rebanho de Deus" (I Ped. 5:2) e no verso 3 desse mesmo capítulo Pedro
exorta o pastor a não ser "dominador"; em ITm. 3:4 Paulo ordena que o pastor "governe bem sua
casa, mas para o trabalho do pastor com o rebanho, emprega o verbo "cuidar" da igreja de Deus".

Numa democracia absoluta temos três poderes: legislativo, executivo e judiciário. No Novo
Testamento aparecem apenas o legislativo e o executivo; o judiciário é absorvido pelo legislativo.

Em Mt. 16:19 diretamente a Pedro e 18:18 dirigido aos 12, o Senhor Jesus, na questão de
"ligar e desligar", usou um verbo pretérito perfeito passivo perifrástico, que somente a versão
Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil verteu certo: "Tudo o que ligardes na terra
TERÁ SIDO LIGADO NO CÉU, e tudo o que desligardes na terra, TERÁ SIDO DESLIGADO NO
CÉU".

Por estas palavras do divino Mestre, o poder está com o legislativo (o céu) e não com o
executivo (a igreja). Além disso o Senhor Jesus empregou o plural referindo-se aos apóstolos e
isto denota que o executivo é uma assembléia (um grupo) e não um indivíduo do grupo de Jesus,
que nos evangelhos era constituído dos DOZE, como por exemplo Mt.10:1, Lc.9:1, ICo15:5 e
inúmeros outros textos. Em atos 1:15 a assembléia que ligava o que fora ligado no céu.

Este poder do céu ( o legislativo) absorvia o judiciário, em tudo, mas principalmente no que
concernia à disciplina.

O céu só pode legislar para uma igreja local, como por exemplo, as sete do Apocalipse.
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas". (Apc.2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22).

A forma comum e usual do Novo Testamento é pluralidade de igrejas (denotando a


congregacionalidade delas (Rm.16:4, 16; ICo.11:16; IICo8:1, etc.); igrejas locais e pequeninas,
que se reuniam numa casa, como a de Rom.16:5 e Col 4:15.

No Velho Testamento temos a TEOCRACIA de ( Théos =Deus + Krátos= poder), isto é,


Deus governando ou exercendo poder.

Teocracia pode ser reino de Deus sobre a terra. Promulgada a "Aliança do Sinai", o povo
de Isra el passou a ser governado diretamente por Deus.

31
Já no Novo Testamento começa com a promulgação do Reino de Deus(Mt 3:2 e 4:8).

Deus governa as igrejas, Deus reina sobre o seu povo, na acepção de I Ped. 2:9.

Há pelo menos, três formas de governo eclesiástico. São modalidades, ou interpretação de


grupos religiosos concepções de como Deus dirige as sua igrejas.

Algumas são puramente humanas, terrenas e outras se aproximam da Bíblia e uma delas
está profundamente arraigada na Bíblia. Tentaremos alinhá-las:

1. MONÁRQUICO - É o governo centralizado numa pessoa, que tem autoridade absoluta sobre
uma igreja que pode ser nacional, ou internacional. É o caso, por exemplo, da Igreja Romana,
da Ortodoxa Grega, da Anglicana ou Episcopal, da Luterana, em parte da Metodista e alguns
ramos pentecostais. Algumas denominações, confundindo títulos bíblicos dados ao ministério
(pastor e bispos absolutamente sinônimos) têm sagrado Bispos e parece ter certa hierarquia.
Esta forma de governo não tem nenhum apoio na Bíblia, pelo contrário, Jesus a condenou
(Mt.23:8-12 e Lc.22:24-26).

2. OLIGÁRQUICO - Vem do grego ÓLIGOS, que quer dizer "pequeno", e chega até pelo latim
OLIGARCHIA, a partir do séc.XVII e plenamente usado no vernáculo desde 1.873. Vem a ser
"governo" da minoria".

Mediante esta forma de governo, não a igreja toda, mas alguns oficiais dela, gerem os
destinos da igreja e resolvem tudo ou quase tudo. Neste caso estão nossos irmãos presbiterianos,
e alguns grupos pentecostais, principalmente os que vieram do presbiterianismo. Entre o pastor e
os diáconos colocam os presbíteros. W. C.Taylor esclarece: "Quanto ao governo das igrejas, elas
são repúblicas espirituais, é o ministério que fornece os presidentes segundo a escolha das
igrejas.

Nesta esfera democrática, o ministro não é embaixador da teocracia, mas presidente da


democracia; e a autoridade que os batistas reconhecem está na voz da igreja".

A oligarquia conduz à autoridade, não para a assembléia, mas o "conselho da igreja",


constituído de pastor e presbíteros. E este ponto de vista governamental apóia-se em Hb.13:7, 17.
O Padre Antonio Pereira Figueiredo chega a traduzir esse texto: "Lembrai-vos de vossos
pastores" e obedecei a vossos superiores". Evitaremos as diversas correntes de interpretação da
referida escritura, e ficaremos com a Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil que usa "guias" e
"líderes", que é o correto.

Os líderes de Hb. 13 que deveriam ser "lembrados" já estavam mortos. A exortação é no


sentido de imitar-lhes, as virtudes.

O apóstolo Pedro(Pd.5:2) exortou os pastores a não exercerem autoridade de dominadores


sobre as igrejas.

O termo pastor exige respeito e autoridade, e as palavras rebanho e ovelhas baseiam-se em


submissão voluntária. Ovelhas andam juntas e o pastor as guia. O natural é que o rebanho siga o
pastor.

A obediência exigida em Hb. 13:17 volta-se inteiramente para o campo espiritual, pois "eles",
os líderes, "velam pelas vossa almas".

As únicas igrejas, onde o termo "bispo" aparece é em (Éfeso e Filipos); pluralidade de bispos,
o que discrepa de igrejas hodiernas, onde existe um para cada região.

32
Ainda mais, a idéia oligárquica de governo eclesiástico, parte de uma concepção errada de
presbitério, constituído de ministros e leigos, os presbíteros. A soma destes forma o ministério que
governa a igreja.

Rápido exame de Novo Testamento leva-nos à conclusão de que presbíteros jamais são
leigos. No capítulo sobre "O ministério das Igrejas" provamos que "pastor", "bispo" e presbítero"
são sinônimos perfeitos. Três títulos para descrever o mesmo ofício. Pedro (I Pd. 5:1) e João
(IIJo.1 e III Jo.1) são presbíteros. Paulo (Tito 1:5-7) está ordenado que em cada cidade haja um
número adequado de presbíteros e todos serão bispos. Os presbíteros de Éfeso (At.20:17,28)
eram também bispos. A escritura alinha os deveres de um presbítero (Tito 1 e I Tm3) : "apto para
ensinar" e " sempre mantendo a palavra"fiel", que é segundo a doutrina... convence os que
contradizem". Strong em sua Teologia Sistemática afirma que Calvino foi o primeiro na história da
igreja a dividir "presbíteros" e "pastores". Em Itm 5:17 Paulo ordena que "os presbíteros que
fazem bom trabalho na igreja merecem pagamento em dobro, especialmente os que trabalham
muito na pregação do Evangelho" (TLH). "Dobrada honra" de algumas traduções, não é outra
coisa senão salário. O Presbítero (ou bispo, ou pastor) que cumpre bem o seu trabalho, recebe
salário em dobro (portanto trata-se de pastor, pois presbítero, na acepção presbiteriana, não
recebe salário da igreja, pois é um leigo).

A autoridade de um pastor, pois segundo o padrão do Novo Testamento não procede de um


autoritarismo imperial, nem oligárquico. Toda autoridade está em Cristo, o poder legislativo, que
comanda a igreja, o poder executivo. E o pastor é presidente da democracia eclesiástica. Sua
autoridade provém: 1) de sua retidão de vida, sua piedade; 2) seu reconhecimento da Palavra
com a qual alimenta os pentecostais.

O que é democracia? Abraão Lincoln definiu: "O governo do povo, pelo povo e para o povo". A
democracia norte americana, que até hoje funciona, foi calcada na inglesa, que continua sendo
um fanal a orientar e consolar povos da terra dando-lhes rumos certos para vencer o anarquismo,
o caudilhismo e os piratas da opressão, como os comunistas. E onde se inspirou a democracia
inglesa? Sem dúvida alguma, na Bíblia. Falhas da democracia - Democracia não é demagogia .
Não duvidamos que na prática , democracia tem falhas, não no sistema em si, mas naqueles que
o praticam . Numa igreja de regime democrático um pastor que quer "vencer" contra um grupo, sai
visitando membro por membro, arrebanha um número e , na sessão sai vitorioso. Um pastor,
"linha reta", deixa correr as coisas. Chega a sessão da igreja, o grupo grande já trabalhou e se
preparou. O pastor abre os trabalhos da sessão, dez minutos depois está exonerado. O regime
democrático pode apresentar essas falhas. Mas, as outras formas também são suscetíveis de
distorções de distorções, principalmente no oligárquico.

Valores da democracia - Temos que discriminar dois distintos valores da democracia:

a) quantitativo - neste vale o número, indistintamente. O voto do Presidente de República vale


tanto o da lavadeira. Infelizmente, este fator predomina sempre. Daí dizer-se que um povo
precisa preparar-se antes para praticar a democracia.

b) qualitativo - este valor é importante. Ninguém ousaria afirmar que a autoridade do Presidente
da República é igual ao da lavanderia. Trata-se de valor qualitativo. Há que discriminar-se
entre democracia e democracia; entre uma democracia Suíça ou Inglesa e uma aleijada e
demagógica.

Democracia é autoridade em sujeição. O centurião romano, cujo servo estava enfermo (Mt.
8:5-13 e Luc. 7:1-10), afirmou: (Mt 8:9). "Pois também sou homem SUJEITO à autoridade. O
saldado tem autoridade porque está sob autoridade do cabo, o cabo do sargento, o sargento do
tenente, este do capitão, e assim vai até o Presidente da República. Nós conhecemos, apenas, o
aspecto quantitativo da democracia e aqui pode estar o erro.

Por que os batistas são Democráticos?

33
Porque é a fórmula bíblica. O "ligar" e o "desligar" de Mat.18 nos leva a reconhecer que o
legislativo é o céu, e a terra ( a igreja), o executivo. Numa democracia bíblica não há lugar para
papa, nem papinhas, nem outras formas de ditadores...
A nascente igreja de Jerusalém, começou com governo democrático porque já o praticava
na igreja ambulante que acompanhava o divino Mestre. Os apóstolos viviam no regime de pares
inter pares . Jesus condenou neles qualquer hierarquia ( Mt.23:8-12 e 20:25-28).

Vamos agora, aos exemplos bíblicos de democracia:

1º. Exemplo - Atos cap.1.

resolveram obedecer as Escrituras preenchendo a vaga deixada por Judas


Iscariotes ( v.21).

a. Estabeleceram o critério para a escolha (v.22);

b. Apresentam dois candidatos (v.23)

c. Pediram a direção do céu para resolverem a pendência ( v.24.25);

d. Votaram (v.26) ou lançaram sorte; quem votou? a resposta se acha em At.1:15-16. Pedro
se dirigiu aos "Irmãos do v.16 e não apenas a um homem, ou um grupinho.

2º. Exemplo - Atos cap.6

a. Surgiu na Igreja de Jerusalém em problema ( v.1)

b. Os apóstolos convocaram a COMUNIDADE dos discípulos, vale dizer: toda a igreja (v.2);

c. Estabeleceram o critério para escolha (v.3);


d. a COMUNIDADE, toda a igreja e não um chefe, e elegeu os sete diáconos (v.5).
Governo democrático.

3º. Exemplo - Atos cap.8

a. Filipe, um dos sete diáconos de Atos 6, agora evangelista (At.21:8), anunciou o Evangelho
em Samaria. Os samaritanos se converteram e Filipe os batizou em água;

b. os apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram que os samaritanos receberam a


Palavra de Deus;

c. enviaram para Samaria Pedro e João ( v.14);

d. Pedro e João não foram de moto próprio a Samaria; pelo contrário, foram enviados
(portanto não eram ditadores) logo, estavam subordinados à autoridade da Igreja: "O
primeiro papa.." cumpriu ordens da igreja. Governo Democrático.

4º. Exemplo - Atos cap.11

a. Judeus helenistas pregaram o Evangelho também aos gentios.( v.20).

b. os gentios se converteram (v.20);

c. formou-se, em Antioquia da Síria, uma poderosa ( v.20);

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d. o trabalho cresceu (v.21); e a igreja em Jerusalém, ouviu do trabalho em Antioquia e
ENVIOU-LHES BARNABÉ (v.22). A igreja enviou e não um grupo, logo, governo
democrático.

5º Exemplo - Atos cap.13

a. a igreja de Antioquia da Síria, por ordem do espírito Santo (vs.1-3) enviou Paulo e Barnabé
e pregar o Evangelho entre as nações;

b. pregaram entre muitos povos a Palavra do Senhor (Atos caps.13 e 14);


c. ao voltarem a Antioquia, prestaram minucioso relatório de suas atividades à Igreja de
Antioquia, que os enviara. ( 14:26-28);

d. o mesmo fez Paulo, ao retornar de sua Segunda viagem missionária( At. 18:22-23).
Democracia.

6º Exemplo - Atos 10

a. Atos 10 narra a direção do Espírito Santo para Cornélio ir ter com Pedro, e para Pedro
atender ao chamado de Cornélio.

b. O que Pedro fez, chegou ao conhecimento da igreja em Jerusalém (At.11:1);

c. Pedro narrou com pormenores o que se passou em casa de Cornélio e como o Espírito
Santo aprovou tudo, do mesmo modo que fez com os judeus no dia de Pentecostes.

d. a igreja ouviu atentamente o relatório de Pedro, e glorificou a Deus, pela oportunidade de


salvação que deu aos gentios. o episódio retrata claramente um regime democrático.

7º Exemplo - Atos 14

a. Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária, anunciaram o Evangelho na Ásia


Proconsular ( Atos 13 e 14);

b. na ida, anunciaram a Palavra publicamente ao povo e muita gente se converteu ao


Senhor;

c. no retorno, em cada lugar onde proclamaram o Evangelho, reuniram os convertidos,


organizaram a igreja, elegeram presbíteros ( ou pastor ou bispo);

d. Atos 14:23 diz:" e promovendo-lhes em cada igreja a ELEIÇÃO de presbíteros; Paulo ou a


igreja? Se fosse Paulo, mesmo incluindo Barnabé, não seria ELEIÇÃO, mas escolha. E o
que diz a Bíblia: escolha ou eleição? Eleição. Então foi a igreja que elegeu, logo um
governo democrático.

8º Exemplo - Atos 15

a. o relatório de Paulo e Barnabé à Igreja de Antioquia da Síria, alegrou a Igreja, mas


entristeceu um grupo de legalistas ( Judaizantes);

b. a igreja de Antioquia da Síria amargou o problema quanto pôde;

c. tratava-se de um problema judaico, criado por judeus e membros da Igreja de Jerusalém.


Antioquia não tinha sobre eles qualquer autoridade disciplinar.
Competia a Jerusalém resolver o problema. E foi o que Antioquia fez: levou-o para Jerusalém.

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d. em Jerusalém Paulo e Barnabé foram recebidos: 1) pela igreja; 2) pelos apóstolos; 3)
pelos presbíteros ( ou pastores ou bispos) v.4;

e. Pedro falou (vs. 7-11);

f. Paulo e Barnabé falaram também (v.12);

g. a seguir, discute o assunto Tiago, irmão do Senhor e pastor da Igreja (vs.13-21);

Mas quem decidiu o problema? o v.22 nos informa com segurança: "Então pareceu bem
aos apóstolos e aos presbíteros com TODA A IGREJA, tendo ELEGIDO homens dentre
eles, enviá-los juntamente com Paulo e Barnabé a Antioquia: foram Judas chamado
Barsábas e Silas, homens notáveis entre os irmãos;

h. o v.28 diz: "Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós..." Este "nós" se refere, sem dúvida
alguma, aos que decidiram o problema, mencionado no v.22.

i. apóstolos, pastores e outros homens de responsabilidade, analisaram o problema e o


levaram à igreja ( assembléia toda) esta decidiu.

j. fica fora de dúvida que, Jerusalém não era superior à Antioquia. Questão de ética, apenas:
os perturbadores eram membros de Jerusalém, Antioquia não podia discipliná-los.
Levaram, então o problema a quem de direito. Cada igreja é autônoma e julga e decide os
seus próprios problemas.

Tudo nos leva à conclusão, pelas Escrituras citadas, que em Igrejas do Novo Testamento
praticava-se o regime democrático. Por isso, nós batistas, o praticamos também. (Extraído do
Livro Eclesiologia de Enéas Tognini,págs.64 a 71).

XI - O CARÁTER TEMPORAL E ETERNO DA IGREJA


O que pensam sobre a Perpetuidade da Igreja ?

Entendemos que a igreja é perene quanto à sua duração e aceitamos a classificação de


Igreja Militante para o povo de Deus vivo no mundo e de Igreja Triunfante para o povo de Deus já
com o Senhor em Sua glória. (Extraído do Manual Básico dos Batistas Nacionais, pág.54).

XII - O ARREBATAMENTO DA IGREJA


Mundo Vindouro

Cremos que se aproxima o fim do mundo; que no último dia, Cristo descerá dos céus e
levantará os mortos do túmulo para a recompensa final; que ocorrerá então uma solene
separação; que os ímpios serão entregues ao punimento sem fim e os justos à bem aventurança
para sempre; e que esse julgamento, baseado nos princípios da justiça, determinará o estado final
dos homens no céu ou no inferno ( I Pe.4:7; ICo.7:29,31; Hb.1:10-12; Mt.25:31; I Jo.2:17; Mt.28:20
e 13:39,40; IIPe.3:3-13; At.1:11; Ap.1:7; Hb 9:28; At.3:21; I Ts.4:13-17; 5:1-11; At.24:15;
ICo.15:12,58; Lc.14:14; Dn.12:2; Jo.5:28,29; 6:40; 11:25-16; IITm.1:10; At.10:42; Mt.13:37-43;
24:30; Mt.25:31-16; Ap.22:11; I Co 6:9,10; Mc.9:43-48; II Pe 2:9; Jd.7; Fl.3:19; Rm 6:22; II
Co.5:10,11; Jo.4:36; II Co. 4:18; Rm 3:5; II Ts 1:6-12; Hb 6:1,2; I Co4:5; At.17 :31; Rm 2:2-16; Ap
20:11,12; I Jo. 2:28 e 4:17). (Extraído do Manual Básico dos Batistas Nacionais, pág.36).
XIII- OS TIPOS OU ASPECTOS DA IGREJA
I - Variedades de Igrejas

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Pelo menos em três aspectos aparece IGREJA no Novo Testamento:

1. UNIVERSAL - Esta acepção aparece em Ef. 3:10, 21; 5:23,24,27, 29, 32; Col.1:18, 24; I Tm
3:5,15. Nessas escrituras IGREJA, que sempre aparece no singular é mais ou menos
equivalente a REINO DE DEUS. " A igreja universal, mística, composta de todos os crentes
em todos os tempos e de todos os lugares, os quais aceitaram Cristo como cabeça. Essa
igreja é considerada como organismo espiritual que tem Cristo por centro; e a união mística da
igreja com Cristo se dá através do seu Espírito, e não devido a alguma organização. Portanto,
transcendente e denominações evangélicas, que defendem, determinadas crenças ou
governos eclesiásticos" - R. N. Champlin. Os textos acima indicados designam " igreja
universal" nas seguintes formas:

IGREJA DE DEUS - I Co. 1:2, 10:32

IGREJA DE CRISTO - Rm. 16:16 e I Ts. 1:1.

2. LOCAL - No tempo de Jesus o mundo era bilíngüe. Os apóstolos além de aramaico falavam o
grego. Os judeus tinham a sua assembléia, portanto EKKLÉSIA. Os ajuntamentos dos judeus
eram, geralmente festivos e de caráter religioso. Nele podiam falar e podiam ouvir, portanto,
sua natureza era essencialmente local. um velho pensador cristão disse: " A igreja não é uma
assembléia, mas pode se reunir em assembléia". Mt. 18:15-20 descreve uma igreja local. Um
indivíduo surpreende seu irmão em falta, repreende-o, leva testemunhas, finalmente informa a
igreja. Trata-se, portanto, de um organismo local e nunca nacional ou mundial.

A natureza congregacional da igreja é demonstrada:

a. pelo emprego plural do vocábulo igreja: At. 16:5; Rm16:4, 16; I Co. 7:17; 11:16; 14:33;
16:1, 19; II Co. 8:1,19,23,24; 11:8,28; 12:13; Gl. 1:2. 22; II Ts 1:4.

b. pelo emprego localista do termo igreja: At. 5:11; 8:1, 3; 9:31; 11:22.26; 12:1,5; 5; 13:1;
14:23, 27; 15:3, 4, 22:41; 16:6, 18:22; 20:17, 28; Rm16:1,5,23; I Co 1:2 ;4:17; 11:28;
14:4,5,12,19, 23,28; 16:19; IICo 1:1; Col.4:15; ITs 1:1; Itm.5:16; Filemon 2; Tiago 5:14; III
Jo. 6,9. 10; Ap. 1:4, 11, 20; 2:1. 7,8,11,12,17,18,13,29; 3:1, 6,7,13,14, 22; 22:16. De todas
essas escrituras concluímos que é impossível haver uma igreja nacional ou mundial, como
algumas denominações evangélicas pretendem. Por essa razão os Batistas Nacionais têm
a sua Convenção constituída, nas suas assembléias, não de igrejas, mas de mensageiros
das igrejas. Porque IGREJA, ou é universal ou local: universal é equivalente a Reino de
Deus, por isso não pode ser pregado o termo por qualquer conjunto de igrejas aqui na
terra; e por tanto tem que ser local e somente local. O que passar disso, foge da letra e do
espírito do Novo Testamento.

1. Os PRIMOGÊNITOS: mencionada uma só vez em todo o Novo Testamento. Está em Heb.


12:23. Vale a pena transcrevermos aqui o TLH: V.22: " Ao contrário, vocês vieram ao monte Sião,
e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial com seus milhares de anjos". V.23 " Vocês vieram
à reunião alegre dos filhos mais velhos de Deus - aqueles que têm seus nomes escritos no céu.
Vocês vieram a Deus, que é o juiz de todos os homens, e aos espíritos dos homens justos e que
se tornaram perfeitos".

a. O autor descreve uma reunião festiva no céu, contrastando com o episódio do Sinai nos
dias de Moisés.

b. Esta reunião é descrita como dos primogênitos, isto lembra no Velho Testamento os
privilégios que o primeiro filho desfrutava em bens e autoridade.

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c. Quem são estes primogênitos? Alguns intérpretes associam com os mártires de Ap. 6:9-
11; outros com as "primícias das igrejas; outros ainda com os 144.000 de Ap.7:4 e
finalmente com os patriarcas do Velho Testamento.

d. Cremos que este grupo é constituído dos servos de Jesus, comprados pelo seu poderoso
sangue, tendo cada um deles seu nome inscrito no livro da vida do Cordeiro (Lc. 10:20 e
Ap 13:8); estes já estão no céu. Já desfrutam da Glória e do gozo do Senhor.

e. e o autor de Hebreus afirma aos leitores de sua carta: aquele grupo de primogênitos do
Senhor, já está na " grande reunião", agora cheguem vocês também, vocês que pertencem
ao Senhor, seus nomes já estão arrolados nos céus, permaneçam firmes no Senhor; com
a morte, cada um de vocês, é introduzido nessa festa e, na consumação dos séculos,
quando aqui na terra não houver mais igrejas, nem local, nem universal, todos estaremos
nessa igreja dos primogênitos, na grande assembléia dos remidos do Senhor glorificando
eternamente o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

IGREJA - CENTRO DE INFLUÊNCIA

No Novo Testamento temos, pelo menos dois centros de influência do poder do Espírito
Santo operando na vida de igrejas:

1. O primeiro é Jerusalém. Esta igreja começou com 120 membros, passou paras 3 mil, 5 mil e
chegou a ter " dezenas de milhares", conforme lemos em Atos 21:20 (Rv. e Atualizada). Esta
igreja se responsabilizou por trabalhos em Samaria (At.8), em Cesaréia (At;10), em Antioquia
da Síria (At.11) e noutros lugares, conforme lemos em At.9:31.

2. O segundo centro de influência foi Antioquia da Síria, voltado inteiramente para os gentios.
Nesta havia diferentes dons do ministério (At. 13:1) e por homens cheios do Espírito Santo
evangelizou o mundo gentílico. Organizou igrejas em três continentes. Era independente d
igreja de Jerusalém. O chamado concílio de Jerusalém (At.15) não demonstra superioridade
de Jerusalém sobre Antioquia; apenas isto: o problema de Antioquia foi levado para
Jerusalém, porque o problema foi criado em Antioquia por membros de Jerusalém. Competia
portanto, a Jerusalém exercer disciplina sobre seus membros que perturbavam o trabalho do
Senhor. (Extraído do Livro Eclesiologia de Enéas Tognini, págs.33 a 35)

XIV - RELACIONAMENTO DO PASTOR


I - Com a Igreja

1. Usarei conscientemente o tempo, no meu pastorado.

2. Lutarei para entregar regularmente mensagens e estudos bíblicos que representam o melhor
de meus esforços.

3. Baseados nas Sagradas Escrituras, pregarei sempre verdades vividas por mim e as minhas
convicções, jamais as minhas dúvidas.

4. Exortarei sempre, com amor e diplomacia.

5. Com profundo zelo evangelístico e missionário, procurarei desenvolver a minha Igreja. Não
obstante, quanto possível, manterei boas relações com pessoas de outros grupos religiosos.

6. Cultivarei a cortesia e o amor cristão no lar, na Igreja e na Sociedade; jamais deixando-me


influenciar por preconceitos.

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7. Procurarei como líder da comunidade, nunca agir como ditador que tudo faça prevalecer a sua
vontade. Respeitarei sempre o consenso da maioria.

8. Não serei intransigente em meus pontos de vista, a não ser que esteja em jogo alguma
questão de ética e de doutrina à luz da nossa confissão de fé e das Escrituras
Neotestamentárias.

9. Como Pastor de uma Igreja, caso constante que a maioria de seus membros está insatisfeita
com a minha atuação, não insistirei em nela permanece.

10. Sob circunstância alguma, violarei segredos que me forem confiados.

11. Não me deixarei, de modo algum, envolver por grupos que criem na Igreja. Serei sempre
imparcial nas minhas decisões, para ter a Autoridade Ministerial.

12. Não deixarei meu Pastorado sem prévio conhecimento da Igreja e quiçá a Ordem dos
Ministros. Em harmonia com a Igreja, procurarei ajudá-la a conseguir novo pastor.

13. Procurarei não me ausentar do campo da Igreja, sem lhe dar ciência.

14. Ao administrar as finanças da Igreja, usarei da confiança que o cargo me dá, mas tudo lhe
darei conhecimento.

15. Sob hipótese alguma usarei o dinheiro da Igreja para fins pessoais, sem autorização da
mesma, ainda que seja com intuito de repô-lo brevemente.

II- Com os Colegas

1. Não censurarei sem amor e sem conhecimento de causa meus colegas de Ministério, inclusive
o meu predecessor ou sucessor, a não ser pessoal e construtivamente.
2. Não visitarei nem manterei correspondência epistolar sobre assuntos ligados ao ministério no
campo de trabalho de onde me retirar, a não ser com a aquiescência de seu pastor.

3. Revelarei espírito cristão a predecessores aposentados que permaneçam em suas antigas


Igrejas. Terei sempre atitude respeitosa para com os meus colegas idosos.

4. Não subestimarei colegas que não tenham feito nenhum curso teológico.

5. Zelarei pelo bom nome dos meus colegas, não permitindo que em qualquer situação ou
hipótese ao meu alcance, haja comentários desabonadores a respeito dos mesmos.

6. Procurarei ficar alheio a questão que surjam noutras Igrejas ou campos que não sejam minha
jurisdição; não tomando parte, direta ou indiretamente nelas, que venha a agravá-las.

7. Ao discordar de meus colegas, fá-lo-ei sempre com elegância e amor cristão.

8. Cooperarei com meus colegas na medida do possível, principalmente cumprindo a palavra


empenhada.

9. Não farei proselitismo de espécie alguma, com quem quer que seja

10. Não aceitarei convite para pregar em outra Igreja, a não ser quando o mesmo seja formulado
através de seu pastor, ou, no impedimento deste, pelo seu substituto legal. E aceitando-o
respeitarei a Doutrina daquela Igreja, não ferindo os seus princípios e ensinamentos. Ao
chegar na localidade do convite, procurarei em primeiro lugar o responsável pela igreja.

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11. Não aprovarei a aceitação de membros eliminados por outras Igrejas reconhecidamente
batistas, salvo por causa da Doutrina do Espírito Santo por nós esposada, ou na
impossibilidade de prévia reabilitação dos mesmos pelo desaparecimento de suas Igrejas.

12. Não pastorearei uma Igreja que não seja constituída biblicamente, segundo o nosso conceito e
prática.

13. Farei o possível para enviar com brevidade pedidos regulares de carta de transferência e
atender os pedidos solicitados.

14. Não considerarei nenhum convite para pastorear determinada Igreja, cujo pastor ainda se
encontre à frente da mesma; salvo se acompanhado do expresso apoio do referido pastor.

15. Não aceitarei convites para realizar casamentos ou dirigir cerimônias fúnebres de membros de
outras Igrejas sem aprovação de seu respectivo pastor, a não ser em caso de emergência.

16. Não dirigirei cultos em casa de membros de outras Igrejas, a não ser com o consentimento
prévio de seu pastor.

17. Terei a maior prontidão em prover o pagamento das despesas de qualquer colega por mim
convidado ou por minha Igreja, para prestar a colaboração, bem como serei cuidadoso em
recompensá-lo generosamente.

18. Abrirei mão de qualquer vantagem financeira que me seja segurada, toda vez que
voluntariamente solicitar a alguém que realiza por mim a tarefa que me pertencia, transferindo
para o mesmo a remuneração prevista.

19. Declaro que me mostrarei pronto a receber conselho, repreensão ou advertência, através
desta Ordem de Ministros, toda vez que minha conduta for considerada por ela, repreensível.

20. Honrarei ao máximo possível os meus colegas. Darei irrestrito apoio a empreendimento com o
Fundo Ministerial, visando amparar situações dificultosas de Ministros Evangélicos.

21. Não terei inveja do ministério fecundo de meus colegas; antes orarei para que Deus dê bom
êxito não só ao meu, como ao trabalho de meus colegas.

22. Evitarei abrir trabalhos em campos onde já existam outros colegas da mesma fé e ordem. No
caso de já ter trabalho paralelo em um determinado campo, envidarei esforços possíveis, para
a unificação do trabalho.

23. Procurarei manter fraternal amizade com meus colegas, cultivando as melhores relações de
confiança mútua e absoluta consideração. Outrossim, participarei das reuniões promovidas
por esta Ordem; inclusive aquelas de confraternização familiar, zelando pela unidade da
mesma.

III- Com a Denominação

1. Serei cuidadoso no tocante à ordenação formal de novos obreiros, recusando-me a participar


de qualquer concílio que não cingir-se neste particular, às normas já estabelecidas pela
Ordem dos Ministros batistas Nacionais.

2. Não recomendarei a qualquer campo ou Igreja, um obreiro de cuja idoneidade eu não esteja
convencido.

3. Serei fiel porta-voz das doutrinas consideradas bíblicas.

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4. Cooperarei da melhor maneira possível com a Convenção Batista Nacional, suas Unidades
Regionais e Órgãos Representativos.

5. Serei leal apoiador do Programa da Convenção Batista Nacional, particularmente no Plano


Cooperativo.

6. Não comprometerei a minha lealdade à Convenção Batista Nacional, cooperando


indevidamente com Entidades Paralelas dentro da própria CBN.

7. Não farei nem permitirei críticas destrutivas e sem base às instituições da Convenção Batista
Nacional, nem às das Convenções Estaduais.
8. Colaborarei para a divulgação do Órgão Noticioso e Doutrinário da CBN, " O Batista Nacional",
a Revista estudando a palavra de Deus e outras publicações.

9. Participarei, havendo possibilidade, das Assembléias da Convenção Batista Nacional.

10. Incentivarei minha Igreja a cooperar com a Aliança Batista Mundial, particularmente no seu
"Dia".

IV - Com a Sociedade em Geral e com o Estado

1. Terei conduta irrepreensível perante o mundo: sendo sincero, honesto, de boa moral,
cumpridor rigoroso de minha palavra e pontual no cumprimento de minhas obrigações.

2. Não usarei as prerrogativas de pastor para favorecer correntes político-partidárias.

3. Procurarei ser exemplar chefe de família, mantendo-a condignamente dentro de minhas


possibilidades, respeitando-a, amando-a e governando-a bem (ITm.3:4-5)

4. Serei patriota, amando o brasil, e esforçar-me-ei para que todos quantos me cercarem amem-
no também e observe suas leis.

5. Incentivarei à minha comunidade a orar incessantemente pelos que estão investidos de


autoridade, sendo eu mesmo, exemplo.

6. Ignorando ofensas pessoais, porei sempre em primeiro lugar os interesses da causa.

7. Caso venha a incorrer em quebra ou transigência deste documento, estarei disposto a receber
a correção ou sanção que está Ordem, através de suas seções julgar-me merecedor ( I Tm
5:19-20). Creio que a luz do Espírito Santo ela saberá ser justa e misericordiosa na medida da
Graça do Cristo. Que Deus me ajude. Amém. (Extraído do Livro da ORMIBAN, págs.19 a
22).

XV - A DISCIPLINA DA IGREJA
Disciplina Eclesiástica

1. Nos tempos apostólicos a disciplina eclesiástica era muito rígida, haja vista o caso de Ananias
e Safira e do incestuoso de Corinto, além de outros (At5.1-11; ICo5.1-6).

Três são as leis que devem orientar a vida dos discípulos:


1) A lei do amor;

2) A lei da confissão de faltas;

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3) A lei do perdão.

O Mestre exortou-nos a que devíamos amar uns aos outros ( Jo 15.12), a que devíamos
confessar nossas faltas antes de querermos prestar-lhe culto (Mt5.24,25) e a que perdoássemos
aos que nos ofendem ( Lc 17.3,4).

2. Há duas espécies de ofensas:

1)Ofensas particulares

2)Ofensas Públicas

As ofensas particulares devem ser tratadas de acordo com o que Jesus disse em Mateus
5.23,24; 18.15,16. No primeiro passo bíblico referido, Cristo disse: "Portanto, se estiveres
apresentando a tua oferta na altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem
apresentar a tua oferta. "Já no segundo passo bíblico aludido, Jesus declara: "Ora, se teu irmão
pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão, mas se não te ouvir,
leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja
confirmada".

3. Quanto às ofensas públicas, o modo de tratá-las se encontra em 1 Co.5.3-5 e em II Ts 3.6. O


incestuoso de Corinto não poderia ficar na igreja, participando da comunhão. Isso seria uma
aberração. Deixar no seio da igreja um membro que cometeu tal ofensa pública seria
comprometer o seu caráter. Por isso, Paulo escreveu: "Eu, na verdade, ainda que ausente no
corpo, mas presente no espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que cometeu
este ultraje. Em nome de nosso Senhor Jesus, congregados vós e meu espírito, pelo poder de
nosso Senhor Jesus, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito
seja salvo no dia do Senhor Jesus". Mas a norma apostólica é bem rígida. E só assim poderia
ser mantida a pureza nas igrejas. Escrevendo aos tessalonicenses, Paulo exorta-os:
"Mandamo-vos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que
anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebestes"(IITs3.6).

O Valor da Disciplina
A disciplina visa a manter a igreja dentro da pureza apostólica. Sem disciplina, ela vai se
tornando, dia a dia, corrompida. Há muitas igrejas que não exercem disciplina entre seus
membros. Há uma grande frouxidão. Resultado: a vida espiritual cai. Se não se cuidar, estará
fadada a receber a mesma repreensão que sofreu a igreja em Laodicéia ( Ap.3.14-22). Em muitas
igrejas, Jesus já está do lado de fora, batendo à porta e dizendo: "(...) se alguém ouvir a minha
voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Ap.3.20).

Tipos de disciplina
Disciplina é uma palavra que se origina do latim e significa " ação de instruir, educação,
ensino". A função da igreja é ensinar. Uma igreja é ensinar. Uma igreja disciplinada é uma igreja
instruída, educada, ensinada.

A disciplina formativa
O neoconverso entra para a igreja como uma criança entra para a escola. Precisa de tudo:
apoio, cuidado, instrução e amor. Os crentes recebem a disciplina formativa através das
pregações, das exortações, dos estudos, através da Escola Bíblica Dominical, da União de
Treinamento etc. Esta disciplina tem a finalidade de formar o caráter e a consciência dos crentes.
Pecam as igrejas que não propiciam esse tipo de disciplina aos seus membros.

A disciplina corretiva
Todos os crentes estão sujeitos a falhas. Quando alguém incide em algum erro ou em
algumas falhas, deve ser corrigido. Paulo expõe esta obrigação nestas palavras: "Irmãos, se um

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homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal (...) (GL
6.1).

Ao aplicar a disciplina correcional, a igreja deve fazê-lo com mansidão e brandura. Alguns
crentes, quando compõem uma comissão para falar com um irmão faltoso, ao invés de ganhá-lo,
de restaurá-lo, o afastam ainda mais da igreja. É que o espírito com que vão tratar com o faltoso é
de superioridade, e, ás vezes, meio farisaico. Paulo recomenda que aquele que foi surpreendido
nalguma ofensa seja encaminhado pelos "espirituais" com espírito de mansidão. E Paulo vai além,
dizendo: "(...) e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado" (Gl. 6.1).

Alguns crentes não podem fazer parte de um comissão de membros, porque só pensam
em olhar para o "argueiro no olho do irmão". Mas Jesus diz: "Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me
tirar o argueiro do teu olho , quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu
olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão"( Mt.7.4,5).

Há muitos pecados que devem ser corrigidos. Alguns não parecem de grande dano e, no
entanto, causam grande embaraço à obra do Senhor. Um desses pecados é a avareza:
Paulo exorta: "Mas a prostituição, e toda impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre
vós, como convém a santos" (Ef 5.3). Escrevendo aos colossenses, Paulo afirma que a avareza é
idolatria (Cl.3.5). Ora, o Reino de Deus requer um coração largo. A avareza produz um coração
fechado. O espírito de avareza está ligado à idolatria, porque o homem faz de seu dinheiro o seu
deus e não vê a Causa, não vê o progresso do Reino de Deus.

Outro pecado grave que precisa ser corrigido é o da maledicência. Tiago profliga
ardorosamente este pecado (Tg.3.1-11). Compara a língua a um fogo. Há crentes incendiários.
Com a língua incandescente pelo fogo da maledicência, provocam uma fogueira na igreja, que só
a muito custo é apagada. Há muitos vivos - mortos, pois foram mortos moralmente por alguns
maledicentes.

Outros pecados, como o espírito faccioso, a inveja, o orgulho, o mundanismo etc, precisam
ser corrigidos. Não pode haver complacência.

A disciplina cirúrgica
Os médicos amputam as partes do corpo que o estão prejudicando. É melhor perdê-las do
que todo corpo fique deteriorado. O mesmo ocorre com a igreja. Ela é um corpo, e se um membro
está sendo um perigo para a sua saúde espiritual, deve ser cortado. Quando os pecados trazem
escândalo e ofensas públicas à moral, a igreja não deve mostrar complacência. Excluir é o
caminho. Aplicando a disciplina, a igreja demonstra que ama o irmão e não pactua com o pecado.
(Extraído do Livro Manual da Igreja e do Obreiro de Ebenézer Soares Ferreira, págs.43 a 45).

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