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ECLESIOLOGIA

1
A ORIGEM DA PALAVRA
IGREJA
• Igreja é uma palavra que vem do grego,
ekklhsia ( ek + klhsia) e nesta língua
significa assembléia, multidão,
ajuntamento popular (literalmente o
sentido é de “chamados para fora”).
• Qualquer grupo que se reunisse para
tratar dos mais diversos fins era, para os
gregos, uma igreja (ecclesia).
2
A ORIGEM DA PALAVRA
IGREJA
• "Igreja" deixou de significar um mero
aglomerado de pessoas, para designar a
assembléia ou reunião de pessoas para
prestar culto a Deus.
• Os que foram chamados para fora.

3
A ESSÊNCIA DA IGREJA
• Há muita diferença de opinião entre
católicos romanos e protestantes quanto à
natureza essencial da Igreja.
• Os católicos definem a igreja como sendo
uma organização externa e visível a qual,
estritamente falando não consiste em todo
o corpo dos fiéis, mas na hierarquia,
consistindo dos sacerdotes juntamente
com as ordens superiores de bispos,
arcebispos, cardeais e o papa. 4
A ESSÊNCIA DA IGREJA
• Fazem eles distinção entre este corpo
como a igreja docente e o corpo comum
dos cristãos como igreja discente ou igreja
que ouve.
• Teoricamente os católicos sustentam o
princípio de que não há salvação fora de
sua organização externa.

5
A ESSÊNCIA DA IGREJA
• A Reforma protestante reagiu contra esta
concepção externa da Igreja e procurou a
sua essência na comunhão invisível e
espiritual dos santos.
• Igreja é, portanto, a comunidade daqueles
que foram chamados por Deus, tendo
Cristo como Senhor, Salvador e rei, e que
se expressa através da comunhão, do
amor e da união.
6
O CARÁTER MULTILATERAL
DA IGREJA
Igrej Igrej Igrej
a a a
Visível Organizaçã
Militante
o

Triunfante Invisível Organismo

7
A IGREJA NAS DIFERENTES
ERAS

Patriarcal

Nacional

Universal

8
AS MARCAS DA IGREJA

Pregação
Fiel da
Palavra

9
AS MARCAS DA IGREJA

Administração
Fiel dos
Sacramentos

10
AS MARCAS DA IGREJA

Aplicação Fiel
da Disciplina

11
O Governo da Igreja

12
Formas de governo da Igreja
C • Quakers e Darbistas
O
• Erastiano
N
C • Episcopal
E
P • Católico Romano
Ç
• Congregacional
Õ
E • Reformado ou Presbiteriano
S

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Quakes e Darbistas
• Rejeitam qualquer tipo de governo da
Igreja

• Qualquer tipo de governo exalta o


elemento humano em detrimento do
divino

• Os ofícios são negados e no culto cada


qual segue as “sugestões do Espírito” 14
Sistema Erastiano
(Erasto, 1524-83)

• A Igreja é uma organização sujeita ao Estado


e é função do Estado governar a Igreja

• Confronta o princípio fundamental de que o


governo se assenta na liderança de Cristo

• Não reconhece que Estado e Igreja são


instituições distintas em sua origem e em
seu objeto

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Episcopal
• A comunidade dos crentes não tem
nenhuma participação no governo da
Igreja

• Cristo teria confiado o governo da


Igreja exclusivamente a uma ordem de
prelados / bispos, considerados estes
como sucessores dos apóstolos

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Católico Romano
• É o sistema episcopal levado às últimas
conseqüências: os prelados romanos são
sucessores dos apóstolos e, em especial, de Pedro,
tido como detentor de primazia entre os apóstolos

• Uma monarquia absoluta, em que o papa é infalível,


e é quem determina e regulamenta a doutrina, o
culto e o governo da Igreja

• Os crentes não têm qualquer participação no


governo da Igreja

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Congregacional
• Cada igreja, ou congregação, é uma igreja
completa, independente de todas as demais

• Os atos dos concílios ou convenções


eclesiásticas, se existirem, são
exclusivamente consultivos ou declarativos

• O sistema renega a unidade da Igreja de


Cristo e abre caminho para toda sorte de
arbitrariedades humanas

18
O sistema reformado, ou
presbiteriano

As igrejas reformadas não têm a


pretensão de que seu sistema seja
determinado em todas as minúcias pela
Palavra de Deus, mas asseveram que seus
princípios fundamentais são derivados
diretamente da Escritura
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Princípios fundamentais
• 1. Cristo é o chefe e cabeça da Igreja e a fonte de
toda a sua autoridade

• 2. Cristo exerce a sua autoridade por intermédio de


sua palavra real

• 3. Como rei, Cristo revestiu a igreja de poder

• 4. Cristo providenciou órgãos representativos para o


exercício específico deste poder

• 5. O poder da Igreja reside primariamente no corpo


governante local
20
1. Cristo é o chefe e cabeça da
Igreja e a fonte de toda a sua
autoridade
• Cristo é o único chefe da Igreja (em
clara oposição à doutrina romana)

• Cristo é o verdadeiro Rei e Cabeça da


Igreja, considerada como organização
visível

• Mt 28.18; Ef 1.20-22; Ap 17.14 21


1. Cristo é o chefe e cabeça da
Igreja e a fonte de toda a sua
autoridade
• Cristo é a cabeça do corpo. Ele mantém
relação viva e orgânica com ela, enche-
a de vida e a governa espiritualmente

– Jo 15.1-8; Ef 1.10, 22, 23; 2.20-22

• Cristo tanto é a cabeça orgânica da


Igreja invisível como o cabeça da igreja
visível 22
A autoridade de Cristo se
manifesta assim:
• 1. Ele instituiu a Igreja do Novo Testamento

• 2. Ele instituiu os meios de graça que a Igreja deve


administrar, a saber, a Oração, a Palavra e os
Sacramentos (Mt 28.19-20; 1 Co 11-23-29)

• 3. Ele deu à Igreja sua estrutura e os seus oficiais, e


revestiu a estes de autoridade divina, para que
pudessem falar e agir em seu nome (Mt 10.1; Jo
20.21-23)

• 4. Ele sempre está presente na Igreja quando esta se


reúne para o culto e fala e age por meio de seus
oficiais (Mt 10.40; 2 Co 13.3)
23
2. Cristo exerce a sua autoridade
por intermédio de sua palavra
real
• Cristo governa a Igreja subjetivamente, por
seu Espírito, e objetivamente pela Palavra de
Deus como o padrão de autoridade

• Os oficiais da Igreja têm um poder derivado e


ministerial; Cristo exerce seu poder por
intermédio dos oficiais mas ele não transfere
sua autoridade aos seus servos.

24
3. Como rei, Cristo revestiu a
igreja de poder
• O poder eclesiástico é delegado por
Cristo à Igreja como um todo, aos
membros comuns e aos oficiais

• Acto primo, à própria Igreja; acto


secundo, naqueles que são
especialmente chamados para isso

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4. Cristo providenciou órgãos
representativos para o exercício
específico deste poder
• Cristo providenciou que o poder fosse
exercido ordinária e especificamente por
órgãos representativos, separados para a
manutenção da doutrina, do culto e da
disciplina

• Os oficiais da Igreja são eleitos pelo povo


mas esta é a confirmação de um chamado
interior feito pelo Senhor.É dele que os
oficiais recebem sua autoridade e perante ele
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são responsáveis
5. O poder da Igreja reside
primariamente no corpo
governante local
• No sistema presbiteriano prevalece a
autoridade da Igreja local. O Conselho da
Igreja é o corpo governante.

• O Conselho, mediante representação,


participa dos concílios maiores (presbitérios,
sínodos, supremo concílio) para formar uma
organização mais ampla com propósitos
doutrinários, judiciais e administrativos que,
de certa forma limitam a autoridade da Igreja
local mas favorecem o crescimento e o bem
estar das Igrejas e lhes dão maior expressão.27
Os Oficiais da Igreja

28
Os Oficiais da Igreja
• Oficiais extraordinários
– Apóstolos
– Profetas
– Evangelistas

• Oficiais ordinários
– Presbíteros
– Mestres
– Diáconos
29
Oficiais Extraordinários
• Apóstolos
– Estritamente os 12 e Paulo; aplica-se também a certos auxiliares
de Paulo
• At 14.4, 14; 1 Co 9.5-6; 2 Co 8.23

– Sua incumbência especial foi a de lançar os alicerces da Igreja de


todos os tempos

• A) Foram comissionados diretamente por Deus e por Jesus (Mc 3.14,


Lc 6.13, Gl 1.1)
• B) Eram testemunhas da vida e da ressurreição de Cristo (Jo 15.27, At
1.21-22, 1 Co 9.1)
• C) Estavam cônscios de serem inspirados pelo Espírito de Deus (At
15.28; 1 Co 2.13; 1 Ts 4.8; 1 Jo 5.9-12)
• D) Tinham o poder de realizar milagres (2 Co 12.12; Hb 2.4)
• E) Foram ricamente abençoados em sua obra (1 Co 9.1,2; 2 Co 3.2,3; Gl
2.8)

30
Oficiais Extraordinários
• Profetas

• O NT também fala de profetas


– (At 11.28; 13.1,2; 15.32; 1 Co 12.10; 13.2;14.3; Ef
2.20; 3.5; 4.11; 1 Tm 1.18; 4.14; Ap 11.6)
– Serviam de instrumentos para a revelação de
mistérios e para a predição de eventos futuros
– Diferem dos ministros comuns pois falavam sob
inspiração especial

31
Oficiais Extraordinários
• Evangelistas

• Filipe, Marcos Timóteo, Tito


– At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5;

• Seu trabalho era pregar, batizar,


ordenar presbíteros e exercer
disciplina
– Tt 1.5; 1 Tm 5.22; Tt 3.10; 32
Oficiais Ordinários
• Presbíteros (anciãos) ou bispos (superintendentes)
– At 20.17,28; 1 Tm 3.1; 4.14; 5.17,19; Tt 1.5,7; 1 Pe 5.1,2;
– (presbuteroi, episkopoi

• Equivale a uma classe de oficiais idosos que


exerciam certas funções nas sinagogas

• O ofício remonta aos primórdios da Igreja e deve ter


sido instituído primeiro nas igrejas dos judeus
depois nas dos gentios (Tg 5.14, Hb 13.7, 17

• Estes oficiais detinham a superintendência do


rebanho e tinham que abastecê-lo, governá-lo e
protegê-lo
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Oficiais Ordinários
• Mestres

– Inicialmente não os havia, pois os apóstolos,


profetas e evangelistas faziam esta função
– Paulatinamente, o ensino, a docência, ligou-se ao
oficio presbiteral (1 Tm 5.17)
– Com o tempo o ofício de presbítero evoluiu para
“regente” (responsáveis pelo governo) e
“docente”, com preparação especial (2 Tm 2.2; Tt
1.9)
– O presbítero docente, ou pastor, ministra a
Palavra e os Sacramentos
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Oficiais Ordinários
• Diáconos
• At 6.1-6, o registro da instituição do
diaconato
– A) Diakonoi era termo usado no sentido de servo,
os que se dedicavam a obras de misericórdia e
caridade
– B) Os sete homens mencionados em At 6 tinham
a tarefa de distribuir as dádivas nas festas do
amor cristão (agapae)=diakonia
– C) Os requisitos do ofício são exigentes e
concordam com os mencionados em 1 Tm 3.8-
10,12 35
A vocacão dos oficiais e
sua instalação no ofício

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Vocação dos oficiais
ordinários
• Vocação interna

– Consciência de estar sendo impelido a alguma


tarefa especial do reino de Deus, por amor a Deus
e sua causa

– Convicção de estar, pelo menos em certa medida,


intelectual e espiritualmente preparado para o
ofício

– Experiência de que Deus está pavimentando o


caminho que leva à meta 37
Vocação dos oficiais
ordinários
• Vocação externa

– Chega ao indivíduo pela instrumentalidade da


igreja local
– Os oficiais têm parte na direção da Igreja local,
não porém com a exclusão do povo
• (At 1.15-26; 6.2-6; 14.23)
– Os oficiais guiavam a escolha que o povo fazia
(qualificações necessárias) mas o povo tomava
parte na escolha propriamente dita (At 1.15,16;
6.1-6; 1 Tm 3.2-13)

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A investidura dos oficiais
• Dois ritos:

– Ordenação, que pressupõe a vocação e o exame


do candidato ao ofício. É um ato do presbitério (1
Tm 4.14); solene expressão do julgamento da
Igreja

– Imposição de mãos. Primitivamente significava


que a pessoa era separada para o ofício e que
algum dom espiritual especial lhe era conferida.
Os protestantes consideram que é apenas uma
indicação simbólica do fato de alguém ser
separado para o ofício ministerial na Igreja. (At 39
6.6; 13.3; 1 Tm 4.14; 5.22)
As assembléias
eclesiásticas

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Corpos governantes do sistema
reformado e presbiteriano
• Sistema de assembléias eclesiásticas numa
escala ascendente ou descendente

– Consistório (conselho) da igreja local; os anciãos


eleitos pelo povo
– Classe (presbitério); todos os ministros e um
presbítero de cada igreja dentro dos limites
territoriais
– Sínodo (igual número de ministros e presbíteros
de cada classe: IPB, 3m e 3p, até dois mil
membros + 1m e 1p a cada outros dois mil
– Assembléia geral (Supremo Concílio); IPB, cada
presbitério, 2m e 1p até dois mil membros + 1m e
1p para cada grupo de dois mil membros
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O governo representativo da
igreja local
• As igrejas elegem presbíteros regentes como seus representantes e
estes, juntamente com os ministros formam um Conselho, ou
Consistório, que governa a igreja local
– At 11.10; At 14.23; At 20.17; Fp 1.1

• São sempre mencionados no plural (não ao governo de um homem


só)

• É evidente intenção da Escritura que o povo sempre tenha voz na


seleção deles

• A eleição do povo é apenas uma confirmação externa da vocação


interna feita pelo Senhor

• Embora representantes do povo, sua autoridade não deriva do povo,


mas do Senhor da Igreja (Mt 16.19; Jo 20.22,23; At 1.24,26; 20.28; 1 Co
12.28)

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A relativa autonomia da igreja
local
• 1. Toda igreja local é uma igreja de Cristo, completa,
plenamente equipada com tudo o que se requer para o seu
governo

• 2. As assembléias maiores (presbitérios, sínodos) não são um


poder mais alto, mas têm exatamente o mesmo poder dos
Conselhos, conquanto o façam em escala mais ampla

• 3. As assembléias maiores não podem imiscuir-se nos


assuntos de uma igreja local em nenhuma hipótese

• 4. A autonomia da igreja local tem suas limitações nas relações


existentes entre ela e as igrejas com as quais está associada e
nos interesses e causas gerais das igrejas associadas

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As assembléias maiores
• A natureza essencial da Igreja, como descrita na Escritura,
requer essa união. Ela é o corpo espiritual de Cristo do qual ele
é a sublime cabeça

• A Bíblia fala da Igreja não somente como um corpo espiritual,


mas também como um corpo tangível, como um templo do
Espírito Santo, como um sacerdócio e como uma nação santa.
Cada uma destas expressões indica uma UNIDADE.
– 1 Co 12.12-50; Ef 4.4-16

• A autoridade das assembléias maiores se estende a todas as


igrejas associadas. Suas decisões orientam as igrejas como a
fiel interpretação da lei de Cristo e só deixam de ser
obrigatórias quando se mostram contrárias à Palavra de Deus.

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