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19 6 0
P r e f á c i o ........................................................................................7
Introdução
As Condições
Osêias ..................
de Israel ........................
no Período de Amõs e
............................... 23
O Fracasso da Religi ão de Israel . . .................... 25
O Livro de Amõs ............................................................
. 28
O Estilo Literário de Amõs .........................................
. 32
A T eo lo gi a de A m õ s ..................................................... 34
Amós
Texto, Exegese e Exposição ....................................... 47
I. Orácu los co ntr a as N a ç õ e s ................................ 47
II. Uma
III. Tr ês Série
Sermõesde Visões,sôbr e ao Controvérsia
D estin o de Israel com .. 72
Amasias, o Pim do Ministério de Amõs, Epí-
logo ........................................ ................................... 141
15 de Abril de 1960
i ■. A . R . Crabtree
introdução
A obra de Amós é a mais antiga das profecias escri-
tas que leva o nome do escritor. O seu ministério no rei-
no de Israel, na primeira metade do século oitavo antes
de Cristo, foi o princípio de uma nova época na história
da religião. Amós inaugurou o ministério dos profetas
canônicos que transmitiram ao povo as eternas verda-
des da revelação divina que orientavam os fiéis na reali-
zação do eterno propósito do Senhor na eleição de Israel.
W. H. Robinson declarou em uma das suas obras que
o ensino ético dos profetas do Velho Testamento repre-
sen ta o maior pas so no progresso do homem. Os ensinos
ricos e profundos dos profetas sôbrè o caráter e o pro-
pósito de Deus na história prepararam os fiéis para so-
breviver à destruição nacional, e ao exílio da sua terra.
Na maravilhosa providência divina, êstes fiéis voltaram
para a sua amada terra em ruínas, para preservar e trans-
mitir as Escrituras da revelação divina.
Os estudantes criteriosos do Antigo Testamento e da
história humana reconhecem o profeta Amós como um
dos grandes homens do mundo . Observou Co mill: “Amós
é um dos mais notáveis homens na história do espírito
humano.” A grandeza do profeta de Tecoa manifestase
na esfer a espiri tual e moral da humanidade. O conceito
da ética apresentado na mensagem de Amós relacionase
direta oe Deus
Javé, intimamente com
de Israel. o caráter
Esta revelado
ética bíblica do Senhor
é mais com-
preensiva, mais profunda e mais firme do que o sistema
filosófico das responsabilidades morais do homem, de-
senvolvido pelos gregos, três e quatro séculos depois do
tempo de Amós.
10 A. R. CRABTREE
Am ós de Tecoa
Como todos os grandes reformadores religiosos, Amós
era produto e também representante da sua época. En-
quanto as fôrças e influências da história contribuem
poderosamente na formação do caráter do homem, elas
não podem oferecer uma explicação dos dons e talentos
dos homens de gên io. Inatos são os caracter ísticos dis -
tintivos de qualquer pessoa, mas é o poder da persona-
lidade dtí homem de talentos superiores que introduz nò
mundo novas fôrças para o desenvolvimento da históriá
e da cultura
nônicos, Amóshumana. Comoaoo mundo
apresentou primeiroos dos profetaseter-
princípios ca-
nos da justiça que contribuem para o desenvolvimento e
a preservação da cultura religiosa em tôdas as épocas da
história.
O ambiente físico, há providência divina, influenciou
o caráter, e até os ensinos teológicos de Amós. Êle viveu
e trabalhou como pastor na região montanhosa, pedrego-
sa e austera, pouco habitada, ao sul de Belém, conhecida
como tortuosos
vales o deserto havia
da Judéia. No sescassa,
pastagem lados dos outeiros
apenas para eum
nos
número limitado de ovelhas.
Tecoa, a aldèia de Amós, nove quilômetros ào sul de
Belém, foi uníi dos ltigarés fortificados por Roboao para
à proteção de Jerusalém (II Crôn. 11:6). Com a eleva-
ção dé 920 metros, servia dè lugar para tocar trombeta,
e assim transmitir sina is e anúncios ao povo (Jer . 6 :1 ).
Era tecoíta a mulher sábia que, ao pedido de Joabe, per-
suadiu
fil ao reiado,
ho desterr Davipara
que permitisse
Jerusalé m a volta de .Absàlão,
(I I Sâm 1 4) . Mseu
ate
tárde, tecoítas ajudaram na reconstrução dos iriüros de
Jerusalém (Neem. 3:5,27). Foi, então, um lugar bem
conhecido e de alguma influência, antes do tempo de
A m ó s. Separada e silenciosa, a aldeia contribuiu para o
desenvolvimento dos poderes de observar e refletir de
O LIVRO DE AMÕS 11
homens como Amós. A aspereza fís ic a de Tecoa reflete
se no caráter robusto de Amós, e ajudou no seu preparo
povò
para infiel.
entender
A sua
è interpretar
linguagem avigorosa
justiça refíèté
divina âs
pára
experi-
com o
ências da vida comò pastor e observador das leis da na-
tureza física.
A linguagem figurativa do profeta reflete a sua ex-
periência como pastor. Êle tinha ouvido o bramido do
leão,quando pegava a prêsa. Tinha vis to o s restinh os do
animal morto e devorado ,pelas fe r a s. Ex po sto ao calor
do sol, e aos ventos frios da noite, o pastor conhecia a
dureza da natureza física.
Amós, porém, não foi homem rústico do campo, sem
preparo e treinamento, como mensageiro do Senhor. Não
podemos determinar com certeza como recebeu o seu pre-
paro literário. Mas o estilo rico, fulgurante e poderoso
das suas mensagens mostra claramente que não era me-
ramente um homem de dons extraordinários, mas que
tinh a desenvolvido os seus dons de fal ar e escr ever, ffi
geralmente
fa la r e n tr e reconhecido quehebreus
os árabes e os o conhecimento
não foràme limitados
o dom de
aos homens pro fiss ion ais, de riqueza e cultura. Com
observação cuidadosa e a faculdade de reter na memÓrià
as tradições e a história transmitidas oralmente, muitos
homens, sem a vantagem de unia educação fqrmal, ad-
quiriram profundo conhecimento prático da vida,.
Alguém sugeriu que Amós, com a suá curiosidade
intelectual, pudesse ter se encontrado freqiientemeiite çoi»
as caravanasdelas
Recebendo, que informaçõès
passavam por Belém e pèrto
importantes de Tecoá,
de outros paí-
s es Com o conhecimento de Israel; revelado no seu livro,
e quase certo que êle tinha visitado ò reino setentrional
varia s vêzes antes de e ntrar ha sua mi ssão prõfétícá , Ê
claro que êle conhecia de perto as condições sôòiais e re-
ligiosas de Israel.
12 A. R. CRABTREE
No período de
sua religiosidade foiAmós
uma Israel era do
indicação muifracasso
to relig ios
da o.suaA
f é . O povo se ufana va de seus cul tos elaborados, da s
suas ofertas, dízimos e sacrifícios que apresentava assi-
duamente ao seu Deus; e especialmente das festas sun-
tuosas que celebrava em o nome do Senhor.
A prostituição da religião de Israel resultou do seu
26 A, R. CRABTREE
“Embora
de lá o s cavem
tirará aatéminha
o Sheol,
mão;
embora subam ao céu,
de lá os farei descer.
Embora se escondam no cume do Carmelo,
de lá buscálosei, e os tirarei;
embora se escondam dos meus olhos no fundo
do mar,
de lá darei ordem à serpente é ela os morderá”
Assim(9:23).
o profeta de Tecoa fala da majestade do úni-
co Deus verdadeiro. O Senhor Deus dos Ex ércit os dos
céus e da terra é o Criador da natureza e o Controlador
da H is tó ri a. Ninguém pode fugir da presença dêle, nem
escapar do seu julgamento.
(2) De us se f a z conhec ido na s su as a ti v id a de s e p o
intermédio dos seus profetas. Êle se revelou na liberta-
conheci
ção e na
do escolha.de
a tôd as asIsrael,
naçõescom
do omundo.
propósito
Amde ós fazerse
reconhe-
ceu que Deus s e revela nos eventos n at ur ai s. Os eventos
cataclísmicos da natureza são revelações do poder de
Deus (4:611). Êle deu a Israel “limpeza de dentes” e
“falta de pão” para os admoestar e chamar ao arrependi-
mento, “contudo não vos convertestes a mim, diz o Se-
nhor.” A fome, a falta de chuva, o crestamento e a fer-
rugem das hortas e vinhas, a pestilência da guerra, as
pragaspara
nhor e o comfogo Israel,
eram manifestações
admoestações do desprazer do
e chamadas ao Se-
ar-
rependimento, mas a nação infiel não quis se converter
aó S e n h o r . . ' . : .:
Mas Deus se manifestou não somente na natureza»
mas também nos eventos da História. Israel foi especial-
mente favorecido pela. intervenção indisputável na: sua
O LIVRO DE A^IÓS 39
L. A. 4
50 A. R. CRABTREE
Ju ízo so br e E d o m 1:1112
“Assim diz o Senhor:
Por três transgressões, de Edom,
e por quatro, não revogarei a punição;
porque perseguiu o seu irmão à espada,
e baniu tôda a misericórdia,
3. D eterioram se as relações entre os fenícios e os israelitas de-
pois da divisão do reino, e ainda mais com a vinda dc Jezabel
para a Samaria como a espôsa de Acabe. Alguns pensam
que êste juízo dos fenícios foi interpolado algum, tempo de-
pois de Amós.
4. Quas e todos os comen tari stas julgam qu e esta profecia con-
tra Edom se refere à invasão de Judá pelos edumeus logo
depois da queda de Jerusalém em 586. Neste caso, foi inter-
polada na profecia de Amós por um judeu/ talvez dépois da
volta do cativeiro.
V
56 A. R. CRABTREE
J u í z o s o b r e M o a b e , 2:13
“Assim diz o Senhor:
Por três transgressões de Moabe,
e por quatro, não revogarei a punição;
porque queimou os ossos do rei de Edom,
até os reduzir a cal.
Assim mandarei fogo sôbre Moabe,
e êle consumirá as fortalezas de Queriote,
e Moabe morrerá entre grande estrondo,
alarido e o som de trombeta.
Exterminarei o juiz do meio dêle,
e a todos os seus príncipes com êle matarei,
diz o Senhor” (2 :1 3 ) .
O território de Moabe ficava ao leste do Mar Morto,
e se este ndia até o lim ite da terra de Edo m. Como se
nota, estas profecias contra as nações seguem o mesmo
plano geral, com a mesma "introdução e a mesma forma
de castigo, mas o pecado de cada um dos povos contra a
ju stiç asemitas,
eram divina descendentes
é claramentedeesp
Lóecif ica do.
e sua filhaOprimogêni-
s moabitas
ta, segundo Gênesis 19:3 63 7. O dialeto dos moabita s foi
semel hante ao hebraico. Quemós e Baal Peor de Núme-
ros 25:15, era o seu deus, o mesmo que os israelitas ado-
raram com ritos lascivos no caminho para Canaã. Não
há qualquer evidência de que os moabitas tenham de-
senvolvido um sistema ético semelhante ao dos hebreus.
A Pedra Moabita
dos moabitas, sôbre os descreve a el
reis de Isra vitória de (IMessa,
e Judá I Reis rei
3:
427) . Pela ordem do seu deus, Messa ofer eceu o seu f i -
lho primogênito, para se libertar do poder de Isra el (II
Re is 5:2 7) . Moabe será castigado, como as outras na -
ções mencionadas, por seus muitos pecados, mas espe-
cialmente por que queimou os oss os do re i de E êo m , at é
O LIVRO DE AMÓS 59
os reduzir a cal.5 Para os judeus e as outras nações an-
tigas, qualquer ofensa contra os mortos era um dos pio-
res pecados
II Reis 23:16;quIs.
e o14:19).
homem podia cometer (D eu t. 21:2 3;
iMoabe será destruída pela guerra devastadora, o
fo c o con sum irá os pa lác ios e fo r ta le za s é e Q u e ri ot e . E s -
ta cidade geralmente se identifica com Ar (Núm. 21:
15; Is . 1 5 :1 ) , uma das cidades principais de Moabe. Ê
mencionada na linha 13 da Pedra Moabita como sendo
a sede de Quemós, ou do seu santuário.6 Assim como a
cidade de Damasco representa a nação Síria, também
Queriote representa
rerá com grande a nação
estrondo, o som de Moabe
dos emoabitas.
alarido trombeta. m or
O sonido da trombeta representa a vitória sôbre a cidade
vencida e destruída. Cortarei, ou exterminarei o juiz, o
governador, e matar ei todos os s eus prínc ipes. Moabe é
mais um dos países que a Assíria subjugou.
A me aç as co ntr a Jud á, 2:45
L. A. 5
|56 A i;R . CRA. BT RE E;
L. A. 6
82 A. R. CRABTREE
E x o r t a ç õ e s e D e n ú n c ia s , 5:415
Mais uma vez o profeta exortou os israelitas ao
arrependimento,
já sabendo
está determinado. Masque o seii
enquanto destino, comoanece
Isra el perm nação,
u,
ele representava as doutrinas da justiça divina perante
as nações, e assim precisava arrependerse dos seus pe-
cados e demonstrar a f é como o povo do Se nh or . O pro-
feta sentiase incumbido de apresentarlhe ainda a es-
perança de perdão na condição de arrependimento e f é .
Contraste entre a Religião de Israel e a Busca Genuína
do Senhor, 5:46
“Pois assim diz o Senhor à casa de Israel:
Buscaime, e vivei.
Mas não busqueis a Betei,
e não entreis em Gilgal,
nem passeis a Bersebâ;
porque Gilgal certamente irá ao cativeiro,
e Betei será desfeita em nada.
Buscai ao Senhor e vivei,
para que não irrompa como fogo na casa de José
e devore, sem que ha ja em Betei quem o apague”
(5:46).
O pro feta não vac ila na certeza de que es tá apre
sentando ao povo a mensagem do Senhor, e não simples-
mente os seus próprios pensamentos. Mas o seu espírito
apoia com tristeza a mensagem que proclama. P oi s a s
si m kliz o Senhor à casa de Israel.
Ê profundo o sentido dos dois imperativos, buscai-me,
, e vivei, *p|Tl • O profeta está pensando em co-
mo Israel poderia evitar o perigo iminente da morte na-
cional, e viv ér em comunhão com o seu D e u s . Mas as
verdades eternas proferidas pelos profetas freqüente-
O LIVRO DE AMÓS 105
rael Nesta
com asecção
vinda oiminente
profeta do
discute a lamentação
Senhor; de povo
o engano do Is-
a respeito do Dia do Senhor, e a rejeição das ofertas
apresentadas ao seu Deus.
“Portanto, assim diz Javé,
o Deus dos Exércitos, o Senhor:
Em tôdas as praças haverá pranto,
em tôdas as ruas dirão: Ai! Ai!
Chamarão o lavrador para o pranto,
e pára o chôro os pranteadorès profissionais,
e em tôdas as vinhas haverá pranto,
porque passarei pelo meio de ti,
diz ò Senhor” ( 5 :1 6 1 7 ).
O profeta declara que haverá pranto entre tôdas as
O LIVRO DE AMÓS 119
O profeta
go que vai cairespecifica
sôbre oerein
descreve a qualidade
o de Isr do casti-
ael. Soss egad os e
persistentes nas suas esperanças na vida de conforto, os
israelitas serão exilados da sua terra.
“Assim levará Sicute, vosso rei, e Quiüm, vosso
deusestrêla, vossas imagens, que fizestes para vós
O LIVRO DE AMÕS 12 7
Síria.CaHamate,
lne talv ez
no sOrontes,
eja Calne de Ino
ficava s . reino
10:9, da
no Síria
norte(Ver
dã
Gên. 10:18), no limite setentrional do território pro-
metido a Israel (Núm. 34:8). Nos reinados de Davi e
Salomão, Hamate pertencia ao reino unido (I I Sam .
8:9) e também a Israel no reinado de Jeroboão II (II
Reis 14:25,28). Uniuse à Síria e Israel contra Salma
naser III, e foi derrotada na batalha de Carcar em 853
a.C. Gate, uma das cinco cidades dos filisteus, foi a
que ficava mais perto do território de Judá (I Sam.
17:52).
Estas cidades não tinham caído completamente no
tempo de Amós, e isto não é o ponto de vista na com-
paração delas com Samaria. Tinham perdido a sua gran-
deza, e os reinos que representavam não eram maiores
ou melhores do que os reinos de Judá e Is ra el. Porta n-
to, não há nenhuma razão de se tratar êste versículo
como éinterpolação.
nos? São êledo
a tradução correta s me lh oreMassorético.
Texto s ão que ê s te
A s ver-
re i
são da SBB, sois melhores que êstes reinos?, baseiase
no texto sugerido na margem de Kittel, e aceito por al-
guns intérpretes. A RSV prefere o Massorético. Na
versão SBB, êstes remos referese a Calne, Hamate e
Gate, mas o Texto Massorético concorda melhor com o
primeiro versícu lo. O argumento de Amós é que Isra el
está desprezando a sua posição de honra entre as nações
pelo repúdio
quem da responsabilidade
tinha recebido as suas bênçãos.perante o Senhor, de
“Vós que afastais o dia mau
e faze is aproximar o assento d a violência” ( 6 : 3 ) .
O particípio pi ei , v ó s que a fa st a is > dá ên-
132 A. R. CRABTREE
Tu
“Ora,
dizes:
pois,Não
ouveprofetizes
a palavracontra
do Senhor.
Israel,
e não pregues contra a casa de Isaque.
Portanto, assim diz o Senhor:
Tua mulher será uma prostituta na cidade,
e os teus filhos e as tuas filhas cairão à espada,
e a tua terra será repartida a cordel.
156 A. R. CRABTREE
A SBBe traduz:
destruís “Ouvi
os miseráveis
isto, vósdaque
terra ” (8gana
tendes :4 ) . contra
o necessitado, e destruís os m ise rá ve is. ” Almeida d iz :
“Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessita-
do, e destruís os miserá veis da te r r a .” A RSV tem: “Ou-
vi isto, vós que pi sa is os necessitados, e trazeis ao fim
os pobres da terra.” O KJV: “Ouvi isto, ó vó,s quetra
g ai s os necessitados, até fazendo esmorecer os pobres
da terra.” Não há muita diferença no sentido destas
várias versões, mas mostram a dificuldade de traduzir
o sentido exato do hebraico.
A palavra encontrase no plural em 2:7 , tra -
duzida por quase tôdas as versões por suspiram, mas a
RSV traduz a palavra pi sa m neste versículo também. A
Septuaginta traduz a palavra pi sa m em 2:7, e p is a is em
160 A. R. CRABTREE
!■
il
PREGAÇÕES SÔBRE O LIVRO DE AMÕS
0 Ju lga me nto Di vi no , 1: 2
“O Senhor ruge de Sião, e de Jerusalém faz ou-
vir a sua voz.” O profeta Amós fala com franqueza e
energia. Não é o único modo de entregar a mensagem do
Senhor. Os pro feta s bíblicos não deixam de revelar al-
guma fôrça da sua personalidade e as condições e ne-
cessidades espiritua is de seus o uvin tes. O povo de I s -
rael, no seu declínio religioso e moral, no tempo do rei-
nado
Senhor, de como
Jeroboão II, precisava
o homem de Tecoa.de um mensageiro do
I. O Senhor Rugiu de Sião pela Bôca do Seu Pr
f e t a A m o s . Deus levantou os grandes profetas do Ve-
lho Testamento para orientar o seu povo e realizar, por
intermédio dêles, o seu propósito na Hi stó ria . Assim
êle preparou o pastor de Tecoa, na região escabrosa da
192 a ; r . crabtree
da Providência
III. E s t a Palavra,
de Deus “Siã
na História
o” D es pede
rt ouIsrael.
as Le mbMas
ran çaoss
privilégios da eleição divina e as bênçãos récebidas
ao invés de despertarem a gratidão e o espírito de ar-
rependimento de Israel, tinham confirmado o povo no
seu orgulho e arrogância, na sua falsa esperança, è as-
sim êles fecharam o espírito nacional contra a mensa-
gem do pr of eta . O profeta reconheceu que o espír ito de
infidelidade obstinada, firmado na falsa esperança da
eleição
do e na prosperidade
a destruição inevitável dematerial, estavanação.
Israel como determinan-
O Apêlo ao Senso Moral, 2:11
“Não é isto assim, ó filhos de Israel?” Todos os es -
tudantes da profecia de Amós ficam impressionados com
O LIVRO DE AMÓS 193
tempo
Nãode houve
Amós. falta
Podese dizer quenonão
de religião reino
há falta
de Israel
de reli-
no
gião em qualquer parte do mundo em qualquer época da
Histór ia, porque o homem é incuravelmente re lig io so , O
povo de Atenas era muito religioso quando o apóstolo
Paulo vis ito u a ci dade. O povo de Samaria e de Be tei era
demasiadamente religioso quando o profeta Amós lhe
proclamava a mensagem do Senhor.
“Oferecei sacrifício de louvores do que é levedado, e
proclamai ofertasó filhos
gostais de fazer, voluntárias,
de Israel,publicaias;
diz o Sénhòr pois Deus”
assim
(4:5). Estas palavras sarcásticas o profeta dirigiu ao
povo de Israel, zombando da sua rel ig iã o . São palavras
graves que assim condenam a religião cerimonial do po-
vo infiel para com o Senhor.
I . A re lig iã o ce rim on ial de Isr ae l proc urou man e
ja r , man ipu lar e infl ue nc iar m Senh or a fi m de re ce
be r © auxílio divino na satisfação dps seus próprios in
terêsses injustos.doNãoSenhor.
zer a vontade se interessava
Queriamemagradálo
conhecer come fa-ri-
cas ofertas e magníficos cultos para que não defendesse
os fracos e indefesos que êles oprimiam e roubavam.
II. A s su as o fe r ta s su ntu osa s ag ra da ra m ao s seus
sentidos físicos, ao seu orgulho, à sua astúcia, ao seu
egoísmo, ao seu sentido de superioridade em relação ao
povo fraco em seu poder. Assim Israel degradou as suas
vítimas, mas no processo êle se degradou a si mesmo
ainda mais .
III. Ê st e po vo , m at er ia lm en te pr ós pe ro , amãamdo nas
trevas do pecado e na prática da hipocrisia e blasfêmia,
precisava ouvir a voz do mensageiro de Deus da justi-
ça . .Escravizados pela injustiça, os israelitas tinham cria-
do o seu Deus de acôrdo com a sua» própria f é . “Forquè'
O LIVRO DE AMÓS 195
BIBLIOGRAFIA SELECIONADA