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Estudos no

Antigo Testamento

Estudos no
Antigo Testamento

Curso de Capacitação
1 Ministerial
Curso de Capacitação
MINISTERIAL

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Estudos no
Antigo Testamento

Aula 01
I. Introdução e Considerações Gerais
Aprender com a Bíblia deve ser a busca diária de cada crente.
Howard & William Hendricks, escritores do livro Vivendo na Pa-
lavra dizem algo de grande relevância: “Bíblias
empoeiradas levam a vidas sujas”, e afi rmam:
“na verdade, ou você está na palavra e a palavra
o está conformando a imagem de Jesus Cristo, ou
você está no mundo e o mundo está o pressio-
nando a seus moldes.” Dedique-se a examinar as
escrituras, busque na Bíblia o poder de Deus para Imagem 1: Planta De
papiro. Não se usava as
vencer o mal e se fortalecer na fé. folhas, mas sim a parte
interna, do caule.
O signifi cado da palavra Bíblia é “livros”
ou “conjunto de escritos”. Ao todo a Bíblia con-
tém 66 livros, sendo 39 no Antigo Testamento e 27
no novo. A palavra testamento signifi ca “aliança”
ou “pacto”. O Antigo Testamento (a partir de
agora AT) foi escrito originariamente em Hebrai-
co e partes em aramaico. Os materiais usados na Imagem 2: Papel feito
escrita antiga eram o papiro (o papel da antigui- do papiro Depois de
cortado era sobreposto
dade era feito com esta planta) ou o pergaminho e prensado.
(couro de animal que depois de passar por um Imagens extraídas de
processo era usado na escrita). http://tudooosobre-
papiroo.blogspot.com
6/10/2011

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Observe o quadro abaixo com informações importantes so-
bre a Bíblia:

Língua semítica falada pelos


hebreus, na qual foi redigida
a maior parte do Antigo Testa-
mento. Por força do movimento
Hebraico
sionista1, deixou de ser uma lín-
gua morta ao final do séc. XIX,
tornando-se o idioma oficial do
Estado de Israel.
O aramaico teve algumas va-
riantes em sua evolução. Era a
língua em uso na Judéia quando
do nascimento de Jesus, e deve
ter sido o idioma que ele falava.
Aramaico
A variante judaica babilônica
pós-exílio é a língua usada no
Talmude 2 da Babilônia, e a va-
riante da Judéia, a língua usada
no Talmude de Jerusalém.
Conjunto de livros que formam
as Escrituras Sagradas, consi-
derados revelados e inspirados
por Deus. A palavra Cânon
significa “padrão” ou “regra”,
Cânon
fazendo referência à quantida-
de de livros. Não existe possi-
bilidade de tirar ou acrescentar
qualquer livro, o padrão é 39 no
A.T. e 27 no N.T.

1 - Movimento nacionalista judaico do fim do séc. XIX, visando estabelecer um Estado


judaico na Palestina, o que se concretizou em maio de 1948.
2 - Conjunto de antigas leis e tradições do povo judeu, composta da Torá e comentários
a ela.

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É desvendar o que esta enco-
berto. Foi à ação de Deus ao se
Revelação
tornar conhecido através das
Escrituras.
Foi a ação sobrenatural de Deus
ao acompanhar os Escritores bí-
blicos, direcionando e orientan-
Inspiração
do-os na escrita, de modo que o
que eles escreveram foi a pala-
vra de Deus.

A Bíblia é a palavra de Deus imutável, inerrante e capaz para


mudar vida de pessoas.

Veja no quadro abaixo as Divisões do Antigo Testamento:

Pentateuco: Gênesis, Êxodo,


Levítico, Números, Deuteronô-
mio.
Históricos: Josué, Juízes, Rute,
1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis,
1Crônicas, 2Crônicas, Esdras,
Neemias, Ester.
Poéticos ou Sapienciais: Jó,
Salmos, Provérbios, Eclesiastes,
Bíblia Protestante
Cantares.
Profetas Maiores: Isaías, Jere-
mias, Lamentações de Jeremias,
Ezequiel, Daniel.
Profetas Menores: Oséias, Joel,
Amós, Obadias, Jonas, Mi-
quéias, Naum, Habacuque, So-
fonias, Ageu, Zacarias, Mala-
quias.

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Torá: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números, Deuteronômio.
Profetas: Josué, Juízes, Samuel,
Reis, Isaias, Jeremias, Ezequiel,
Oseías, Joel, Amós, Obadias, Jo-
nas, Miquéias, Naum, Habacu-
Bíblia Hebraica que, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias.
Escritos (história): Salmos, Pro-
vérbios, Jó, Cantares, Rute, La-
mentações, Eclesiastes, Ester,
Daniel, Esdras, Neemias, Crôni-
cas.
Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Le-
vítico, Números e Deuteronô-
mio.
Livros Históricos: Josué, Juízes,
Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis,
2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Es-
dras, Neemias, Tobias, Judite,
Ester, 1Macabeus e 2Macabeus.
Livros Sapienciais, ou Livros
de Sabedoria: Jó, Salmos, Pro-
vérbios, Eclesiastes, Cânticos
Bíblia Católica dos Cânticos, Sabedoria e Ecle-
siástico.
Livros Proféticos: Isaías, Je-
remias, Lamentação, Ezequiel,
Daniel, Oseías, Joel, Amós, Oba-
dias, Baruc, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.
OBS: Livros sublinhados são os
apócrifos ou “ocultos”, não inspi-
rados e não aceitos nem no Canon
hebraico nem no protestante.

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1.1. As versões da Bíblia
Versão é uma tradução da Bíblia para outro idioma que não
seja o original (Hebraico e grego). A primeira versão foi à septua-
ginta, ou a tradução dos setenta. Segundo a história foram 72 ra-
binos que trabalharam na tradução e terminaram em 72 dias. Eles
traduziram o Antigo Testamento hebraico para o grego.

Septuaginta – É uma tradução do Antigo Testamento he-


braico para o grego, feita no Egito, para a comunidade ju-
daica que não mais entendia o texto bíblico em hebraico. (É
claro que a Septuaginta ) inclui também alguns livros que
foram, originalmente, escritos em grego). O termo “Septu-
aginta” significa “Setenta” e é derivado da tradição de que
foram 72 sábios de Israel (seis de cada tribo) que fizeram a
tradução, a pedido do rei do Egito. Foi a Bíblia utilizada por
muitos dos primeiros cristãos, inclusive apóstolos e evange-
listas. Nas cartas de Paulo, por exemplo, uma de cada três
citações do Antigo Testamento parece ter sido tirada dire-
tamente da Septuaginta. Além disso, a Septuaginta ajuda
a entender a linguagem do Novo Testamento, em especial
o novo significado de palavras gregas. Um exemplo disso
é a palavra dóxa, que significa “opinião”, mas que a partir
da Septuaginta, adquiriu também o significado de “glória”
(FONTE: SBB)

Outra tradução antiga é a Vulgata. Esta recebeu este nome


pelo fato de ser traduzida para o “latim vulgar” ou “latim popu-
lar”. Um padre chamado Jerônimo fez esta tradução a pedido do
papa Damaso I. Em 1546 no Concílio de Trento a igreja católica
oficializou esta versão e em 1979 o papa João Paulo II estabeleceu a
Vulgata Revisada, como a nova Bíblia oficial do catolicismo.

A Vulgata – A tradução mais importante ao latim é a (Vulga-


ta), feita pelo eminente biblista Jerônimo, no final do quarto

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século e começo do quinto século (mais ou menos 400 d.C.).
Tudo indica que Jerônimo fez apenas uma revisão do texto
latino do Novo Testamento.
No caso do Antigo Testamento, fez uma nova tradu-
ção a partir do original hebraico (que ele chamava de veritas
hebraica, ou “verdade hebraica”), pois as traduções latinas
existentes na época haviam sido feitas a partir da Septuagin-
ta grega. Para fazer uma tradução de qualidade e fiel aos ori-
ginais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos.
Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os
manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-
-se conhecida como “Vulgata”, ou seja, a tradução “divulga-
da” ou “difundida”. Embora não tenha sido imediatamente
aceita (afinal, era diferente das outras traduções conhecidas
na época), tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental.
Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do
Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa (FONTE:
SBB).

Traduções na Europa3 – Na Europa, os cristãos entraram em


conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram grande
parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns ho-
mens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes,
o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a
Bíblia em latim, na tradução de Jerônimo.
Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Bri-
tânicas. Missionários levaram o evangelho para a Irlanda, a Escócia
e a Inglaterra, e certamente havia cristãos no exército romano que
dominou aquela região durante o segundo e o terceiro séculos.
Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo
dessa região é a do Venerável Beda. Relata-se que, no momento de

3 - FONTE SBB – Sociedade Bíblica do Brasil: http://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/


destaques-da-historia-da-traducao/

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sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho
de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós.
John Wycliffe – Nascido por volta do ano 1330, no interior da In-
glaterra, Wycliffe tem o seu nome associado à primeira tradução da
Bíblia para o inglês. Os líderes da Igreja se opuseram violentamente
à Bíblia em inglês e perseguiram Wycliffe.
Ele foi condenado postumamente, ou seja, depois de morto,
tendo o corpo desenterrado e queimado.
Lutero traduziu o Novo Testamento para o alemão, num
período de onze semanas, quando estava refugiado no castelo de
Wartburg. Essa tradução foi publicada em setembro de 1522. A tra-
dução do Antigo Testamento só foi concluída após 12 anos de tra-
balho (foi publicada em 1534), sendo que Lutero contou com a co-
laboração de uma equipe de professores de teologia de Wittenberg
(que não se dedicaram ao projeto em regime de tempo integral).A
tradução de Lutero antecipa, em parte, o modelo de tradução de
equivalência dinâmica, utilizado na Nova Tradução na Linguagem
de Hoje. (Lutero) se expressou assim: “Não se deve perguntar às
letras na língua latina como se deve falar em alemão, (…) e sim, é
preciso perguntar à mãe em casa, às crianças na rua, ao popular na
feira, ouvindo como falam, e traduzir do mesmo jeito, então vão
entender e notarão que se está falando alemão com eles”. Por ter
seguido este princípio, a tradução da Bíblia feita por Lutero caiu no
gosto popular, embora não tivesse sido a primeira tradução para a
língua alemã.

A primeira versão em português foi de João Ferreira de Al-


meida que viveu entre 1628 – 1691. Nascido em Portugal e criado
por um tio, Almeida teve boa educação e formação religiosa. Numa
viagem recebeu um folheto protestante e se converteu ao entender
a diferença entre o catolicismo para o protestantismo. Convertido
na Igreja Reformada Holandesa em 1642 começou a traduzir par-
tes dos Evangelhos em Castelhano para o Português. Em 1656 foi
ordenado pastor. Em 1681 foi impresso em Amsterdã as primeiras

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cópias do Novo Testamento traduzido por Almeida. E no ano de
1691 Almeida traduzia o livro de Ezequiel, quando faleceu aos 63
anos. Jacobus op den Akker, também pastor protestante e holandês
finalizou a tradução em 1694.

Disponível em http://contraculturacrista.com.br/site/?p=183. 6/10/2011

1.2. O que é o Antigo Testamento?


Literalmente é a “antiga aliança” que Deus fez com os he-
breus. F.F. Bruce fazendo uma análise sobre o Antigo Testamento e
o cristão, diz:

... o AT é reconhecido tradicionalmente como o texto que registra


os estágios iniciais desse processo contínuo de revelação divina e
de resposta humana, que teve seu cumprimento em Cristo, sendo
o NT o registro desse cumprimento. Se o que Deus falou a nos-
sos antepassados por meio dos profetas, muitas vezes e de muitas
maneiras, está preservado no AT, o NT, por sua vez, nos conta
que “nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho” (Hb 1.12).
BRUCE, F.F.(org), Comentário Bíblico NVI, p.3.

O Antigo Testamento tem grande valor, pois é a palavra de


Deus, é o testemunho da história, e o inicio da revelação de Deus ao
homem, cujo ápice é Cristo.

Esta literatura de revelação, embora não tenha chegado a uma for-


ma fixa senão no século II a. C., não deixou de ser considerada

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desde o inicio, como vontade revelada de Deus e, portanto, obri-
gatória ao povo. Os “oráculos de Deus” eram tidos na mais alta
estima, e esta atitude para com as Escrituras foi bem naturalmente
transmitida para a igreja primitiva. Poucos negariam Jesus consi-
derava o AT um registro inspirado da auto-revelação de Deus na
história. Repetidas vezes, Ele apelava as Escrituras como autori-
zadas (Mt 19.4; 22.29). A igreja primitiva mantinha esta mesma
atitude para com o AT, mas ao lado dele começaram a colocar as
palavras do Senhor. Embora o cânon do AT tivesse sido formal-
mente encerrado, a vinda de Cristo o reabriria em certo sentido.
Deus estava falando de novo. Visto que a cruz era o ato redentor
central de Deus na história, o NT tornou-se uma necessidade ló-
gica. Desta maneira, a voz dos apóstolos e, mais tarde, os seus
escritos, foram escritos como o comentário divino sobre o evento
de Cristo. ELWELL, Walter A. (editor). Enciclopédia Histórico-Te-
ológica da Igreja Cristã, p. 172.

1.3. A Formação do Antigo Testamento4


Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas,
reis e poetas do povo de Israel mantiveram registros de sua história
e de seu relacionamento com Deus. Igualmente fizeram o registro
das mensagens e revelações que receberam do Deus de Israel. Esses
registros tinham grande significado e importância na vida daquele
povo e, por isso, foram copiados muitas vezes e passados de gera-
ção em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em
três grupos de livros, assim conhecidos, em hebraico:
– Torah (Lei): reúne os primeiros cinco livros da Bíblia, o
assim chamado Pentateuco.
– Neviim (Profetas): seção que inclui os profetas anteriores
(Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os profetas posteriores (Isaías, Jere-
mias, Ezequiel, e os Doze Profetas Menores).
4 - Texto extraído da SBB – Sociedade Bíblica do Brasil: http://www.sbb.org.br/a-biblia-
-sagrada/os-originais-da-biblia/a-formacao-do-antigo-testamento-ou-da-biblia-hebrai-
ca/

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– Ketubim (Escritos): reúne os demais livros, entre os quais
Salmos, Provérbios, Jó, Eclesiastes, e também Esdras e Neemias,
Daniel, e os livros de Crônicas, que aparecem em última posição no
cânone hebraico.
As letras iniciais dessas divisões formam o acrônimo TaNaK,
que é o nome que os judeus dão à Bíblia.
Todas as traduções da Bíblia podem ser feitas, como con-
vém, a partir de edições dos textos nas línguas originais. Para a tra-
dução do Antigo Testamento, as Sociedades Bíblicas e os tradutores
em geral utilizam a Bíblia Hebraica Stuttgartensia , publicada, em
nome das Sociedades Bíblicas Unidas, pela Sociedade Bíblica Ale-
mã, e também impressa no Brasil. A edição do texto foi feita entre
1967 e 1977.
A Biblia Hebraica Stuttgartensia reproduz na íntegra um
único manuscrito hebraico, o Códice de Leningrado ou Codex Le-
ningradensis, que foi produzido em 1008 d. C. Trata-se de uma edi-
ção diplomática, ou seja, uma edição que reproduz sem maiores
retoques o texto tal qual se encontra no Códice de Leningrado. Este
texto é chamado, também, de texto massorético.
Mas este não é necessariamente o texto original da Bíblia. Há
momentos em que o texto massorético, reproduzido no Códice de
Leningrado, traz lacunas (como em Gn 4.8, por exemplo, onde não
aparece a frase “Vamos ao campo”) e aparentes erros (como em Sl
22.16, onde o texto massorético diz “como um leão as minhas mãos
e os meus pés” e as traduções dizem algo como “traspassaram-me
as mãos e os pés).
Assim, os tradutores levam em conta o que aparece no apa-
rato crítico ao pé da página dessa edição, particularmente os dados
derivados das versões ou traduções antigas (Septuaginta, Targum e
Vulgata) e dos manuscritos do mar Morto. Tanto as versões antigas
como os manuscritos do mar Morto (ou documentos de Qumran)
são muito mais antigos do que o texto massorético que aparece no
Códice de Leningrado.

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1.4. O Mundo Antigo
A Bíblia é a melhor e a mais comprovadamente confiável
fonte de informação de acesso ao conhecimento às culturas antigas,
e a história dos reinos desaparecidos da terra. Para os escritores sa-
grados, a história da humanidade com todos os seus acontecimen-
tos, estava revelando os propósitos divinos, num desenrolar dra-
mático para um fim inexorável da humanidade. Não se estuda uma
civilização antiga sem que esta não esteja vinculada a uma religião,
a deuses e a templos.
A Era internacional começou, para Israel com o reinado de
Saul, e estendeu-se até o governo de Davi e seus descendentes,
quando foram escritos os livros proféticos e históricos. Foi aí criada
a Primeira Comunidade de Israel. O rei Davi foi contemporâneo
de Homero, poeta grego que escreveu a Ilíada e a Odisseia. Com o
rei Salomão, filho de Davi, o reino de Israel alcançou o seu apogeu,
mas com seu filho Roboão, o reino foi dividido em Israel e Judá.
A Assíria conquistou Israel em cerca de 722 a.C., e mais tarde, em
aproximadamente 586 a.C., Nabucodonosor II, Rei da Babilônia,
destruiu Jerusalém, e levou os judeus cativos.
Em 450 – 320 a.C., os judeus voltaram à Judéia, reconstru-
íram a nação e fundaram a Segunda Comunidade de Israel. Foi
quando surgiu uma nova potência mundial com Filipe da Mace-
dônia, cujas conquistas tiveram continuidade em seu filho, o jovem
Príncipe Alexandre, educado em Atenas pelo filósofo Aristóteles;
monarca culto levou o helenismo5 para os países conquistados.
Alexandre, o Grande, como era chamado, foi à figura pro-
eminente do Período intertestamentário (entre o antigo e o novo
testamento).
Entra-se na Era Romana, isto é, da supremacia de Roma aí se
inicia o NT (Novo Testamento). Abaixo faremos menção de alguns
fatos que ajudam a compreender o mundo antigo:
5 - Helenismo é um termo que designa tradicionalmente o período histórico e cultural
durante o qual a civilização grega se difundiu no mundo mediterrânico, euro-asiático e
no Oriente, fundindo-se com a cultura local. Extraído de: http://www.suapesquisa.com/
grecia/helenismo.htm.

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Textos Sumério-Babilônicos: São escritos que nos revelam
como vieram os antigos que habitavam no vale do Tigre-Eufrates
após a Era Neolítica. Estudavam os movimentos das estrelas, ela-
boraram um calendário e o usaram com segurança.

Deir-el-Bahari: Foi uma aldeia egípcia onde viveram os ope-


rários que construíram os grandes túmulos do Vale dos Reis do Egi-
to e neles rabiscaram notas do que faziam num dia de oito horas e
uma semana de dez dias; recebiam salários e uma ração de alimen-
to.

As Cavernas de Qumran – Foram descobertas em 1947, por


um pastor, que achou nelas enormes potes de barro, recheados de
pergaminhos que continham textos de muitos livros do AT.

A arqueologia é muito importante para nossos estudos, por-


que tudo o que os arqueólogos escavam e descobrem, faz-nos sa-
ber como era o mundo antigo, suas religiões e culturas. A religião
campeava em toda a parte, era o âmago da sociedade antiga, onde
havia deuses para cada família, vilarejo, cidade, estado; um deus
para cada coisa e cada tempo.

1.5. Alguns deuses


Deuses egípcios: “Shu” que é o ar; “Rê/Hórus” que é o Sol;
“Khonsu” que é a Lua; “Nuth” que é o firmamento.
Deuses cananeus: “El” maior dos deuses do céu; “Baal”
(Senhor)foi adorado como um deus da fertilidade; “Yam” deus do
mar; “Shemesh” e “Yareah” deuses do Sol e da Lua.
Estes deuses eram representados por imagens bizarras: “Hó-
rus” era um homem com cabeça de falcão; “Shemesh” uma mulher
com cabeça de leoa; “Anúbis” e “Hator”, eram um chacal e uma
vaca.
Tais deuses tinham as mesmas necessidades que os seres hu-
manos, as mesmas fraquezas.

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Antigo Testamento

Você Sabia?
A Bíblia nem sempre foi dividida em capítulos e versículos.
A divisão em capítulos só veio acontecer em 1228. O Arcebispo
da cidade de Canterbury, Stephen Langton foi que fez esta divi-
são em capítulos.
Já no século XVI, um tipógrafo (especialista em impressão)
francês, chamado Robert Estienne, protestante, dono de uma grá-
fica fez a divisão em versículos.

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Aula 02
II. Pentateuco
A palavra Pentateuco tem seu
signifi cado nas palavras gregas: pen-
ta, “cinco” e teukhos, “livros”, “rolos”.
Nesses livros tem-se a narrativa da cria-
ção, da formação do homem, da origem
do pecado, do inicio dos hebreus e da
aliança de Deus com essa nação. No
Pentateuco encontra a liturgia do culto
judaico. Os judeus chamam esses escri-
Imagem 1: A Torá, Disponível
tos de torá, que signifi ca “instrução”,
em: htt p://www.abbapress.com. também conhecidos como “os escritos
br/ 7/10/2011
de Moisés.”
Sobre o livro de Genesis onde repousa as criticas e dúvidas
de como Moisés poderia ter escrito este texto, o manual bíblico do
teólogo Henry H. Halley afi rma: “Segundo antiquíssima tradição
hebraica cristã, Moisés, dirigido pelo Espírito de Deus, compôs o Gê-
nesis à vista de antigos documentos existentes em seus dias.”(p.58).
O que podemos afi rmar é que os hebreus tinham a tradição oral, ou
seja, passar a história da criação e de seu povo de pai para fi lhos,
de gerações a gerações, sendo assim, Moisés teve o cuidado só de
escrever a história.
É signifi cativo para todo restante das escrituras a defi nição
de quem é Deus nas defi nições Pentateuco.

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▪ Em Gênesis Ele é o Criador que cria do nada. Também fica cla-
ro que Ele é o Deus da Aliança. Gn 6.18 e 12.1 ss
▪ No Êxodo “Eu Sou o Que Sou”. O tetragrama YHWH é a
transliteração do nome de Deus em hebraico. IAVÉ são as
quatro letras que correspondem a definição do próprio Deus
sobre Ele: Eu Sou o Que Sou. Êx 3.14.
▪ Leviticos apresenta o Deus Santo não apenas como um atribu-
to (característica) mas como a essência e a existência do pró-
prio Deus. Em Leviticos entede-se que se Deus não existisse,
também não existiria a santidade. Lv. 11.45
▪ Números é uma demonstração de que apesar de toda quan-
tidade, se não depender de Deus não existirá vitória para o
exercito de Israel. (Nm 10.9). O Deus provedor.
▪ Por fim, O Deus Fiel que cumpri suas promessas mostra-se
grande, poderoso e de obras incomparáveis. Dt 3.24 e .24.

Afinal quem é Deus? Um ser pessoal, que está além das nos-
sas fraquezas e limitações, mas também está entre nós e em nós.
Criador e sustentador de todas as coisas. Um ser que não muda,
não amadurece, pois nEle está toda sabedoria e ciência.

2.1. Gênesis

O Conteúdo
Significa “princípio”. Narra o começo de todas as formas de
vida, criação do universo, o relacionamento do ser humano com
Deus, desobediência dos primeiros seres racionais (Adão e Eva),
o primeiro homicídio (Caim e Abel) e a história de Noé (Genesis
Capítulos 1 ao 11). Do Capítulo 12 ao 50 fala sobre os patriarcas,
“chefes de família”: Abraão, Isaque e Jacó. O primeiro patriarca foi
a quem Deus fez promessas: seria pai de uma grande nação, Deus
mudou o nome Abrão para Abraão que significa “pai de muitos”,
em segundo lugar Deus disse: “em ti serão benditas todas as fa-
mílias da terra”, portanto, as famílias receberiam o favor de Deus

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(benção), e por fim, Deus prometeu uma terra como herança (Ca-
naã).

O Autor
Alguns pesquisadores datam o nascimento de Moisés em
1571 a.C. (data aproximada), e a escrita de Gênesis entre os anos
1530 – 1450 a.C.
Como Moisés soube da criação? Os hebreus preservavam
a tradição oral. A história da criação foi contada de Adão e Eva a
Moisés, ou seja, cada família tinha a responsabilidade de guardar a
história e ensiná-la aos filhos. Há estudiosos que argumentam que
Moisés não só escreveu o livro partindo de informações baseadas
nas histórias que todo o povo hebreu já sabia, mas que Moisés tam-
bém usou outros recursos como relatos escritos em parte ou histó-
rias em tábuas de argilas ou técnicas semelhantes. O certo é que
Moisés não era o único, a saber, a história da criação, o chamado
de Abrão e a vida dos patriarcas. Todo povo hebreu sabia a mesma
história, pois isto era passado dos pais para os filhos.

A Estrutura
I. Os Primeiros da Humanidade (1.1 – 11.32) “Criação”
II. Os Patriarcas de Israel ( 12.1 – 50.26) “Abraão, Isaque, Jacó”.

2.2. Êxodo

O Conteúdo
Significa “saída”. Depois que José morreu, os hebreus co-
meçaram a sofrer no Egito (Êxodo 1) e foram escravizados. Deus
chama Moisés para libertar os hebreus. Essa saída do Egito acon-
tece depois das dez pragas enviadas por Deus para que o Rei do
Egito saiba que o Deus dos hebreus era Deus verdadeiro (capítulos
2-11). A retirada dos hebreus do Egito foi comemorada com uma
festa que eles chamaram de páscoa, que significa “passagem”. Ou-
tros milagres acontecem na história do êxodo, como por exemplo, a

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travessia do mar vermelho, as águas se dividiram e o povo passou
pelo mar em terra seca (cap. 14). Dos capítulos 16 ao 40 falam da jor-
nada dos hebreus no deserto em busca da terra prometida, a aliança
com Deus no Monte Sinai, a legislação que regeria o povo na sua
devoção.

O Autor:
Moisés é o Autor. O seu nome foi dado pela filha de faraó,
que significa “achado nas águas” (2.10).

A Estrutura:
I. Os Israelitas são oprimidos no Egito (1.1 – 4.31).
II. Deus se Manifesta: “Deixe o Meu Povo Ir” (5.1 – 11.10)
III. Os Milagres: Do Egito ao Sinai (12.1 – 18.27)
IV. Os mandamentos: A Promulgação da Lei (19.1 – 24.18)
V. Instruções acerca do Tabernáculo (25.1 – 31.18).
VI. Rebeldia e Reconciliação (32.1 – 34.35)
VII. Instruções (35.1 – 40.38).

2.3. Levítico

O Conteúdo:
Significa “E Ele Chamou”, associado ao fato de Deus ter cha-
mado Moisés várias vezes nesses escritos, como no cap.1.1, e du-
rante o livro isso acontece mais de 50 vezes. Deus chamava Moisés
tanto porque ele era o comunicador da vontade de Deus ao povo.
Leviticos é o livro das leis: do sacrifício e ofertas (cap. 1 – 11), da
purificação (cap. 12 e 14), a respeito das doenças (13), de impurezas
(15), para sacerdotes (21), além de legislar as festas e cerimônias
comemoradas até hoje pelos judeus.

O Autor:
Em Levítico “As leis são apresentadas em discursos que Javé
entrega a Moisés para que este transmita a congregação. [...] Esse

19
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
conhecimento permitia ao povo realizar seu culto de modo aceitá-
vel a Deus e também monitorar os sacerdotes, verificando se cum-
priam devidamente a lei.”6

A Estrutura:
I. As Ofertas (1.1 – 6.7) “de cereal, pelo pecado, pela culpa...”
II. O Sacerdócio (8.1 – 10.20). “Ordenação e regras”
III. Puro e Imundo (11.1 – 16.34) “Animais, doenças, rituais
...”
IV. As regras de Santidade (17.1 – 26.46). “Leis, regras...”
V. Sobre os Votos e Os Dízimos (27. 1-34).

2.4. Números

O Conteúdo
O livro recebe esse nome, pois descreve o censo (contagem,
estatística) e organização de Israel. O foco do livro é a organização
das doze tribos. A primeira contagem do povo acontece no capitulo
1 e outra enumeração acontece no cap. 26. Números narra a prepa-
ração de Israel para entrar na terra prometida (Canaã).

O Autor
“... o Senhor deu as seguintes ordens a Moisés, no tabernácu-
lo, no deserto do Sinai: façam um recenseamento...” Cap.1.1,2.

A Estrutura
I. Os Preparativos Para a Sair do Sinai (1.1 – 4.49)
II. As Leis Para os Sacerdotes (5.1 – 6.27)
III. Os Últimos Eventos No Sinai e a Lei Sacerdotal (7.1 –
10.10).
IV. Do Sinai até Cades-Barnéia (10.11 – 14.45)
V.A Lei Sacerdotal (continuação)(15.1 – 41).
VI. A Revolta Contra Moisés e Arão (16.1 – 17.13).
6 - LASOR, William S., HUBBARD, David A. & BUSH Frederic W., Introdução ao Anti-
go Testamento, p. 88, 89.

20
Estudos no
Antigo Testamento
VII. A Lei Sacerdotal -continuação (18.1 – 19.22).
VIII. De Cades – Barnéia até a Planície de Moabe (20.1 – 22.1).
IX. A História de Balaão (22.2 – 24.25).
X. Na Planície de Moabe (25.1 – 27.23).
XI. A Lei Sacerdotal – continuação (28.1 – 30.16).
XII. Na Planice de Moabe (cont.) (31.1 – 32.42).
XIII. A Peregrinação de Israel (33.1-49).
XIV. Orientações sobre à Entrada na Terra (33.50 – 36.13).

2.5. Deuteronômio

O Conteúdo
Significa “repetição da lei” ou “segunda lei”. Agora o povo
de Israel está às vésperas de tomar posse da terra prometida. Ter-
mina a peregrinação no deserto, e os filhos que nasceram no deserto
precisam ouvir a lei, por isso Moisés explica a lei novamente a essa
nova geração. Moisés também instrui as 12 tribos que iriam con-
quistar a terra prometida sob a liderança de Josué, e o capitulo 34
narra a morte de Moisés.

O Autor
Moisés é o autor. O capitulo final provavelmente escrito por
Josué, que narra a morte de Moisés.

“Moisés, consciente de que estava impedidos de entrar em Canaã,


os israelitas ficaram restritos ao deserto de Parã em Cades-Bar-
néia. Somente quando a velha geração morreu, tiveram permissão
de retomar a jornada. Deus os conduziu num longo percurso pelo
lado oriental de edom., eles receberam a ordem de acampar em
Moabe, aguardando instruções finais para atravessar o rio Jordão
e tomar posse da terra prometida. Foi um momento grandioso,”7

7 - Ibid, p.121.

21
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
A Estrutura
I. Inicio: Histórico da Aliança (1.1 – 3.29).
II. Metas Básicas da Aliança (4.1 – 11.32).
III. As Leis da Aliança (12.1 – 26.19).
IV. A Renovação Futura da Aliança (27.1-26)
V. Bênçãos e Maldições (28.1-68).
VI. A Recapitulação da Aliança (29.1 – 30.20).
VII. A Continuidade da Aliança (31.1 – 34.12).

Conclusão

A tradição judaica afirma que Moisés escreveu o Pentateuco.


O Antigo Testamento foi escrito no hebraico, exceto algumas partes
em aramaico. Esses livros são de extrema importância para a histó-
ria da humanidade, pois aqui estão os relatos da criação, do recebi-
mento da lei de Deus (vontade de Deus para os seres humanos) e
também a narrativa inicial do plano de salvação para a humanida-
de.

22
Estudos no
Antigo Testamento

Aula 03
III. Livros Históricos
Os doze livros depois do Pen-
tateuco contam a história da ascensão
e da queda de Israel. De Josué a Ester
estão os relatos da conquista da terra
prometida, das lutas e vitórias de Is-
rael, da distribuição de terras para as
tribos, da formação de um estado, do
governo monárquico, do inicio do mo-
vimento profético, da divisão do reino,
do cativeiro e da reconstrução dos mu-
Imagem Disponivel em htt p://
ros e do templo. www.revistaisrael.com.br/
7/10/2011

Na imagem acima a Cidade de Jerusalém atual, Em destaque


a Mesquita de Omar (Templo Mulçumano), e mais a frente o muro
das lamentações que é uma parede, ou tudo o que sobrou do tem-
plo de Herodes.

3.1. Livro por Livro

Josué

O nome Josué signifi ca “salvador”, o nome grego correspon-


dente a Josué é Jesus. O livro é o registro do que aconteceu após a

23
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
morte de Moises. Os israelitas invadiram Canaã e estabelecem mo-
radia depois de 40 anos andando no deserto como nômades (povos
que andam sem moradia ou residência fixa). Nesse livro Deus de-
monstra sua fidelidade cumprindo sua promessa (ver Gn 13: 15).
O conteúdo deste livro é baseado em conquistas da terra e
divisão entre as doze tribos.

O Autor
Deus falou a Josué, filho de Num... (1.1).

A Estrutura
I. A Invasão (1.1 – 11.23).
II. As Conquistas (12. 1-24).
III. A Ocupação (13.1 – 21.5).
IV. As Tribos Transjordânia (22.1-34).
V.Uma Jornada à Frente (23.1 – 24.33).

Juízes

Juiz Libertou da opressão da


Otoniel (3.7) Mesopotâmia
Eúde (3.12) Moabe
Sangar (3.31) Filisteus
Débora (4.1) Canaã
Gideão (6.1) Midiã
Tola (10.1) -----
Jair (10.3) -----
Jefté (10.6) Filisteus e Amonitas
Ibsã (12.8) -----
Adbom (12.13) -----
Sansão (13.16) Filisteus

24
Estudos no
Antigo Testamento
O livro dos Juízes é o registro do que aconteceu após a morte
de Josué.
Os juízes eram homens ou mulher que julgava punindo os
malfeitores, nesse caso, os que faziam mal a Israel. O período dos
juízes durou aproximadamente 300 anos até o estado de Israel pas-
sar a ser governado por um Rei. Os principais ensinos do livro são:
A aversão de Deus ao pecado, e sua misericórdia para os que se
arrependem.

O Autor
Em nenhum versículo do livro dá-se uma indicação sobre
o possível autor. A tradição judaica8 afirma que foi escrito por Sa-
muel.

A Estrutura
I.Prefácio (1.1 – 3.6). “Inicio” “O que se diz antes”
II.Os Juízes (3.7 – 16.31).
III.Final (17.1 – 21.25). “Conclusão” “o que se diz depois”

Rute
O livro de Rute conta sua própria história. Ela foi a bisavó de
Davi. A partir desse livro já se começa traçar a genealogia do mes-
sias (Jesus Cristo) na terra. Ela teria vivido no fim do período dos
juízes.

O Autor
Não existe nenhuma menção em todo o livro sobre o escri-
tor. A tradição judaica atribui a Samuel, mas pesquisas apontam
que o surgimento do livro só se deu após o reinado de Davi, após a
morte de Samuel, por isso fica mais difícil dizer quem é o autor do
livro.

8 - Todas as vezes que aparecer A Tradição Judaica é referente ao Talmude, que já de-
finimos anteriormente como sendo: Conjunto de antigas leis e tradições do povo judeu,
composta da Torá e comentários a ela.

25
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
A Estrutura
I. Introdução (1. 1-22).
II.Diálogo entre Rute e Boaz (2.1-23).
III.Rute Reivindica a Proteção do Parente Próximo (3.1- 18).
IV.Boaz Casa com Rute (4.1-22).

Samuel
Em Samuel já temos a organização do estado de Israel. Ele
foi o último e maior dos juízes, também o primeiro dos profetas e
sucessor de Eli no sacerdócio. Filho de Elcana e Ana, mulher estéril
que recebeu o milagre de Deus e prometeu dedicar seu filho ao Se-
nhor (1Sm 1:11). O primeiro livro fala da carreira sacerdotal de Sa-
muel e dos feitos do primeiro rei: Saul. O segundo livro fala do rei
“segundo o coração de Deus”: Davi. Toda a narrativa de II Samuel
gira em torno dos feitos e sucesso de Davi, sem esconder também
seu lado limitado e falho. No livro de Samuel narra então o fim da
teocracia ( Teo = Deus ; cracia = governo). A teocracia é literalmente
“Deus no Governo” , não precisava de mais nada, não precisava de
imperador, governador, rei ou presidente. A monarquia já é a for-
ma de governo cujo soberano é um homem, um rei.

O Autor
Samuel, cujo nome significa “seu nome é Deus” ou “nome
de Deus”, filho de Elcana, da tribo de Efraim.

“... Samuel desempenhou papel fundamental na transição criti-


ca da coalizão tribal para o reinado. Um verdadeiro líder caris-
mático, ele incorporou os maiores ofícios de seu tempo. Nada do
que Acontecia entre as tribos era alheio ao seu interesse. Atuando
numa variedade de funções, ele serviu fielmente as tribos quando
as pressões externas exercidas contra Israel pelos filisteus exigi-
ram mudanças extremas no campo social e político.” 9

9 - LASOR, William S., HUBBARD, David A. & BUSH Frederic W., Introdução ao Anti-
go Testamento, p.181.

26
Estudos no
Antigo Testamento
A Estrutura10

1 Samuel: I. Eli e Samuel (1.1 – 4.1)


II. A Arca do Senhor e os Filisteus (4.1 – 7.1).
III. Samuel e Saul (7.2 – 15.35).
VI. Saul e Davi (16.1 – 31.13).

2 Samuel: I. Davi Chora Pela morte de Saul e de Jônatas (1.1-27).


II. O Reinado de Davi (2.1 – 8.18).
III. A Narrativa da Sucessão (9.1 – 20.26).
IV. Apêndices (21.1 – 24.25).

Livros dos Reis


O livro dos Reis começa com a narração da velhice de Davi
e da instituição de Salomão como o novo Rei de Israel. Salomão
foi um grande empreendedor, inclusive construiu o templo, lugar
de adoração a Deus. Reinou com sabedoria, mas teve seu coração
desviado pelas esposas pagãs (1 Rs 11). Quando seu filho Jeroboão
assume o reinado a nação é dividida, e passa a existir dois reinos:
Israel e Judá. Em Reis encontramos grandes personagens da Bíblia
como Elias e Elizeu, profetas de Deus enviados para alertar o povo
das suas desobediências e quebra de aliança contra Deus. O resul-
tado de tanta rebeldia da parte dos hebreus para com Deus foi o
cativeiro. Israel foi deportado para a Assíria e Judá foi deportada
para Babilônia.

O Autor
A tradição judaica atribui a escrita destes livros ao profeta
Jeremias.

A Estrutura11
1 e 2 Reis: I. Intriga na Corte e o Novo rei (1.1 – 2.46).
II.A Glória e a vergonha de Salomão (3.1 – 11.43).
10 - Extraído de; BRUCE, F.F. (Org.), Comentário Bíblico NVI, p. 480-482
11 - IBID, p.540

27
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
III.O Reino Dividido (12.1 – 2 Rs 17-41).
IV.O Reino de Judá Fica Sozinho (2Rs 18.1 – 25.30).

Livros das Crônicas


I e II Crônicas é a narrativa da história religiosa do mesmo
período narrado nos livros de II Samuel e I e II Reis que apresentam
a história política de Israel. Os primeiros nove capítulos traçam a
linhagem Real de Davi, em seguida a Arca da Aliança é levada para
Jerusalém. Essa Arca era um baú de madeira, coberta de ouro puro,
e dentro dela ficava os dez mandamentos dados por Deus a Moi-
sés (Ler Ex 25 : 10-22). Essa Arca tinha uma tampa de ouro chama-
da de propiciatório, sendo que em suas extremidades tinham dois
querubins com suas faces voltadas para o propiciatório e suas asas
cobrindo-o.
A Arca da aliança, também chamada de Arca de Deus, do
pacto, tinha sido tirada dos hebreus pelos filisteus (I Sm 4) e Davi ao
vencer Golias, derrota os filisteus, e o livro de Crônicas narra o mo-
mento que se restabelece o culto religioso de Israel, com a presen-
ça da Arca da Aliança, que é recebida com festa e adoração. Além
disso as Crônicas também conta a história das vitórias de Davi, dos
preparativos para a construção do templo e conclusão do templo
(construído por Salomão), algumas “reformas espirituais” feitas
por Reis e infelizmente, termina com o desastre da destruição do
templo pelos babilônicos.

O Autor
A tradição judaica atribui esta obra a Esdras.

A Estrutura12
1 e 2 Crônicas: I. Prefácio: As Listas de Genealogias (1.1 – 9.44).
II. O Reino Unido (10.1 – 2 Cr9.31).
III.O Reino Dividido – A História de Judá (10.1
– 36.23).

12 - IBID. p.607.

28
Estudos no
Antigo Testamento
Esdras
Depois de 70 anos aproximadamente, Ciro o rei da Pérsia
conquista a Babilônia, e no primeiro ano de seu reinado ele libera
os israelitas para voltarem a Jerusalém, para se cumprir o que o
Senhor tinha dito ao profeta Jeremias (Es 1:1). Esdras era um sacer-
dote, e seu livro narra o regresso dos israelitas a terra prometida,
primeiro liderada por Zorobabel (cap. 1-6) para reconstruir o tem-
plo, e segunda liderada por ele mesmo para restaurar o povo ( Es
7:10).

O Autor
A tradição judaica atribui ao próprio Esdras, apesar de não
ter nenhuma citação direta de que ele escreveu. Cap. 7.10 diz acerca
do trabalho de Esdras.

A Estrutura
I. A Volta dos Exilados Judeus (1.1 – 2.70).
II. Inicio da Reconstrução do Templo (3.1 – 4.24).
III. Conclusão da Reconstrução do Templo (5.1 – 6.22).
IV. Volta de Mais Exilados Judeus (7.1 – 8.36).
V.Esdras Tratando o Problema de Casamentos Mistos (9.1 –
10.44).

‘ Neemias
Neemias lidera o último grupo de regresso a Jerusalém, des-
sa vez para reconstruir os muros da cidade. Neemias e Esdras eram
contemporâneos e viveram o mesmo milagre de ver as ruínas do
templo e de Jerusalém se tornar novamente em fortaleça. Eles reno-
varão o pacto com Deus e obedeceram a esse pacto.

O Autor
A tradição Judaica afirma que foi Esdras, com uma ressalva,
Neemias concluiu a Obra Escrita.

29
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
A Estrutura:
I. Neemias sabe da situação de Jerusalém (1. 1-11).
II. O Rei autoriza Neemias ir a Jerusalém (2.1-20).
III. A Reconstrução dos Muros de Jerusalém (3.1 – 6.19).
IV. Os exilados que retornaram com Zorobabel (7.1 – 73).
V. Alei (7.73 – 8.18).
VI. A Aliança (9.1 – 10.39).
VII. Listas de Judeus em Jerusalém e na Judéias (11.1 – 12.26).
VIII. A Dedicação dos Muros de Jerusalém (12.27-43).
IX. O Serviço no Templo (12.44-47).
X. A Segunda Administração de Neemias (13.1-31).

Ester
Por fim entre os livros históricos temos Ester, que se encaixa
entre os que regressaram sobre a liderança de Esdras. O livro fala
da proteção e provisão de Deus para com seu povo que mesmo com
grandes ameaças Deus os livros e usou Ester (estrela), no hebraico
chamada de Hadassa, que se tornou rainha.
Pelo triunfo dos Judeus sobre os inimigos houve festa que
até os dias de hoje é comemorada pelo judeus, a festa de purim (Et
9: 20-32), de “pur” que significa “sorte”.

O Autor
Autor Desconhecido. O livro não faz nenhum comentário so-
bre o autor, mas muitas pesquisas apontam Mardoqueu como nar-
rador da trama de Ester.

A Estrutura
I. Introdução / Cenário (1.1 – 2.23).
II. A Trama de Hamã é Revelada (3.1 – 7.10).
III. Os Judeus Triunfam (8.1 – 9.32).
IV. Conclusão (10. 1-3).

30
Estudos no
Antigo Testamento
3.2. As três divisões dos livros Históricos13

Livro Data Relação com a Aliança


Anterior ao reinado
Josué 1405-1375 A terra prometida ocupada pela fé e coragem
Juízes 1375-1075 Demonstração de bênçãos pela obediência e
castigos pela apostasia, conforme a promessa.

Rute 1330 A verdadeira fé atrai uma mulher moabita.


A linha davídica abrange Moabe
por intermédio de Rute.

Ascensão e Queda do Reino 1070-586


1 e 2 Samuel 1.100-970 O estabelecimento de um rei
piedoso que governe
o reino para Deus.

1 e 2 Reis 970-586 O reino desafiado pela idolatria


de Canaã, é atacado pelo Egito
e pela Síria e levado para
Assíria e Babilônia
1 e 2 Crônicas 586 Traça a linha davídica dos reis;
construção e queda
do templo de Salomão.

Solicitude para com os remanescentes


Esdras 537-458 A volta do exílio para reconstruir o templo
e restabelecer a devida adoração.

Neemias 445-430 A Volta do exílio para reconstruir os muros


e Jerusalém e estabelecer um governo limitado.

Ester 483-473 O desvelo divino para com seu povo,


embora longe da terra da aliança

13 - ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento, editora vida, p.79-80.

31
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
3..3. Curiosidades Bíblicas

Sacerdotes

“Em qualquer religião, o sacerdote é


uma espécie de ‘mediador’ entre as pessoas e
Deus (ou deuses). A Bíblia menciona sacerdo-
tes de várias religiões. Aarão, irmão de Moi-
sés, foi o primeiro sumo sacerdote de Israel
(...). Os sacerdotes realizavam sacrifícios no
tabernáculo e, posteriormente, no templo em
Jerusalém. Em nome do povo, confessavam
pecados e, consequentemente, reconciliavam
Deus com o seu povo (...). Os cristãos come-
çaram a acreditar que Jesus não foi apenas o
Imagem disponível em sacrifício final (o “Cordeiro de Deus”) para
http://cpantiguidade.
com/2011/06/20/o-poder-po-
redimir o pecado do homem, mas também o
litico-do-sumo-sacerdote/ supremo Sacerdote que fez o homem andar
13/11/2011. Foto Ilustrativa
das vestimentas do Sumo – em sintonia com Deus (...). Depois que o tem-
Sacerdote. plo dos judeus foi destruído pelos romanos
em 70 d.C., o sacerdócio judeu deixou de exis-
tir.” 14

Levitas
“As ‘doze tribos de Israel’, os descendentes dos 12 filhos de
Jacó, dividiram a terra de Israel entre si. Mas os levitas, descenden-
tes de Levi, um dos filhos de Jacó, foram um caso à parte (...). Os
levitas, acima de tudo, atuavam como ‘tribo sacerdotal’, servindo
no templo como sacerdotes, auxiliares e músicos (...). O livro de
Levítico, no Antigo Testamento, que consiste na maior parte de leis
referentes a cerimônias religiosas, recebeu esse nome por causa dos
levitas.”15
14 - LANG, Stephen J. 777 curiosidades sobre a Bíblia e seu impacto na história e na
cultura. p.83
15 - IBID., p.83,84

32
Estudos no
Antigo Testamento
Atualmente se usa a expressão “levitas” de forma errada, so-
mente para músicos da igreja. O verdadeiro levita não é só o minis-
tro da música, mas ele também atua da limpeza do templo até ao
exercício de músico.

Profetas
“Na Bíblia, o profeta era um ‘arauto de Deus’, uma espécie
de ‘porta-voz’ do Senhor. O verdadeiro (...) não era mensageiro de
si mesmo nem se auto promovia. Agia sob o impulso de Deus, le-
vando ao povo uma mensagem clara do Senhor. Essa mensagem
geralmente apontava os pecados do povo, e o profeta exortava-o ao
arrependimento. Sua mensagem era, na maioria das vezes, o vaticí-
nio de uma tragédia, caso o povo não se arrependesse.”16

Festas Judaicas
Páscoa: Comemoração da saída do Egito. A páscoa judaica
foi marcada pela 10ª praga (a morte dos primogênitos), sendo que
os hebreus não foram atingidos por esta praga, pois eles mataram
um cordeiro e passaram sangue nos umbrais da porta, este era o
sinal para que o anjo da morte não passasse naquela casa.

Festa das Semanas, ou da colheita. Comemoração do rece-


bimento da lei do Senhor no monte Sinai. Sete semanas depois da
saída do Egito. Neste dia se entregava as primícias das colheitas no
templo. Esta festa esta associada ao dia de pentecoste, que é cin-
qüenta dias depois da saída do Egito.

Festa do tabernáculo: Celebração de uma semana, onde os


judeus revivem a forma de vida e habitação de seus antepassados
que viveram em “cabanas” ou “tabernáculo” durante o tempo de
peregrinação no deserto.

16 - IBID., p.87

33
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
Calendário Judaico
Mês Duração Equivalente ao nosso Calendário
Nissan 30 dias Março-Abril
Iyar 29 dias Abril-Maio
Sivan 30 dias Maio-Junho
Tammuz 29 dias Junho-Julho
Av 30 dias Julho-Agosto
Elul 29 dias Agosto-Setembro
Tishrei 30 dias Setembro-Outubro
Heshvan 29/30 dias Outubro-Novembro
Kislev 30/29 dias Novembro-Dezembro
Tevet 29 dias Dezembro-Janeiro
Shevat 30 dias Janeiro-Fevereiro
Adar 29/30 dias Fevereiro-Março
Adar II 29 dias Março-Abril

34
Estudos no
Antigo Testamento

Aula 04
IV. Livros Poéticos e Sapienciais

Os livros poéticos também conhecidos


de sapienciais (de sabedoria) recebem esse
nome pela forma da escrita. A poesia hebraica
pode ser classifi cada em três tipos: lírica que
é a poesia acompanhada do instrumento de
cordas chamado Lira (a maioria dos Salmos);
a poesia didática, que ensina princípios de
aprendizagem através de máximas (conceitos,
pensamentos), como em Provérbios e Eclesias-
tes; e a poesia dramática, que é diálogos em
forma de poesia, como no livro de Jó e Canta-
res de Salomão.
Disponível em: htt p://musike-
iroscia.blogspot.com/2010/10/
historia-da-musica-parte-2.
html

Foto do Instrumento Chama- Conta a sua própria história. Homem
do Lira. 7/ 10/ 2011
Justo, honesto e temente a Deus (1:1). Jó foi
um patriarca abençoado por Deus, homem de
muita riqueza que procurava não fazer nada de errado (1:8). Sa-
tanás questiona a fi delidade de Jó, dizendo que esse temor não é
por causa da devoção dele a Deus mais porque Deus o concedia
prosperidade. Deus permite que Satanás tome tudo de Jó, exceto a
vida (2:6), e Jó mesmo perdendo tudo não amaldiçoa seu Deus (2:
8-10). Esse livro traz grandes ensinamentos, entre eles: A soberania

35
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
de Deus sobre tudo e todos, Deus é digno de receber toda adoração
mesmo quando tudo não vai bem, e que devemos aprender a con-
fiar em Deus mesmo nos sofrimentos.

O Autor
“O nome do autor de Jó está perdido para sempre. Raramente a
história deixa tamanho gênio literário anônimo e desconhecido
quanto às circunstâncias ou motivos que o levaram a compor obra
de tão grande magnitude.” 17

A Estrutura
I. Prólogo (Abertura) (1.1 – 2.13)
II. Diálogos (“seus amigos”) -(3.1 – 42.6)
III. Epílogo (Fim) - (42. 7-17)

Salmos
Conjunto de cânticos (150 ao todo) escrito por Moises, Davi,
Salomão, Coré (e seus filhos), Asafé, entre outros. Salmos ou salté-
rio, é o livro dos louvores. O ensinamento desses louvores é diver-
so, mas o principal é ADORAÇÃO. Louvar não é apenas soltar a
voz, é reverenciar, honrar e exaltar a Deus com sua vida.
John W. fazendo uma aplicação dos Salmos na vida dos cris-
tãos diz:
“... os salmistas querem ver o triunfo dos justos e a punição dos
ímpios nesta vida, visto que eles não creem num julgamento após
a morte. Acima de tudo, é crucial observar que os salmistas não
querem resolver as questões por conta própria. Eles reconhecem
que a vingança pertence a Deus. Mesmo assim o cristão não tem
permissão para dotar esse tipo de linguagem em relação a seus
inimigos e perseguidores. Ele aprendeu uma forma melhor com
base nos ensinos e no exemplo do seu Senhor (cf. MT 5: 44 ; Lc
23: 34).”18
17 - LASOR, William S., HUBBARD, David A. & BUSH Frederic W., Introdução ao
Antigo Testamento, p.515.
18 - BAIGENT, John W. Comentário Bíblico NVI, p.761.

36
Estudos no
Antigo Testamento

Uma das palavras mais usadas no livro é Aleluia, que signi-


fica “Louvai ao Senhor” ou “Louvado Seja Deus”. Muitas pessoas
dizem Aleluias (no plural), no livro de salmos a palavra não está no
plural para não dar nenhuma conotação de “louvai aos senhores”
ou “louvado seja os deuses”, por isso o correto é usar a palavra
ALELUIA.

Conheça melhor os Autores dos Salmos


Davi: O oitavo e filho mais novo de Jessé. Davi foi escolhido
por Deus para Reinar em Israel.
Asafé: “Um levita; um dos líderes do coro de David (1Cr
6:39). São-lhe atribuídos os salmos 50 e 73-83 inclusive. Tanto ele
como David eram dotados para a música e Asafe era um “vidente”
(2Cr 29:30). Os “filhos de Asafe”, mencionados em 1Cr 25:1,2; 2Cr
20:14 e Ed 2:41, eram os seus descendentes ou, mais provavelmente,
uma classe de poetas ou cantores que o reconheciam como seu mes-
tre.”19
Salomão: O segundo filho de Davi e Betseba. Se tornou rei
no lugar de seu pai Davi.
Moisés: Legislador e libertador. Homem que Deus usou para liber-
tar os hebreus da escravidão do Egito e lhe entregou as Leis “man-
damentos” a serem seguidos pelos hebreus.
Hemã: “Neto de Samuel (1Cr 6:33; 1Cr 15:17), a quem o Sl
88 provavelmente se refere. Foi um dos “profetas” mencionado em
2Cr 29:14,30 e teve uma posição de liderança na administração dos
serviços sagrados.”20
Esdras: Um sacerdote temente a Deus. Um dos que voltaram
para Jerusalém para ajudar a reconstruir a cidade (Ne. 12.1).
Ezequias: “Filho de Acaz (2Rs 18:1; 2Cr 29:1), a quem suce-
deu no trono do reino de Judá. Reinou durante 29 anos (726-697
a.C.). A história deste rei vem mencionada em 2Rs 18:20, Is 36:1-39:8

19 - Enciclopédia digital Mundo Bíblico.


20 - Enciclopédia digital Mundo Bíblico.

37
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
e 2Cr 29:1. Propôs-se a abolir a idolatria do seu reino e entre outras
coisas que realizou com este fim, destruiu a “serpente de metal”,
que fora levada para Jerusalém e se transformara num objeto de
adoração idólatra (Nm 21:9). Foi feita uma grande reforma no reino
de Judá, nos seus dias (2Rs 18:4; 2Cr 29:3-36).”21 A versão Septua-
ginta atribui os salmos 120 a 134 ao Rei Ezequias.
Os filhos de Coré: “Coré foi um levita e um dos coraítas de
entre os guardas dos umbrais do tabernáculo. Era filho de Asafe
e pai de Salum e Meselemias, porteiros do templo (1Cr 9:19; 1Cr
26:1).”22
Jedutum: “Um levita da família de Merari e um dos três mes-
tres da música nomeados por David (1Cr 16:41, 42; 1Cr 25:1-6). Em
2Cr 35:15, ele é chamado “o vidente do rei”. Os seus descendentes
são mencionados como cantores e tocadores de instrumentos (Ne
11:17). Era provavelmente o mesmo que Etã (1Cr 15:17, 19). Nos
títulos dos Salmos 39, 62 e 77, as palavras “para Jedutum” indicam,
provavelmente, um instrumento musical; ou podem indicar um es-
tilo ou tom inventado ou introduzido por Jedutum, ou que o Salmo
deveria ser cantado pelo seu coro.”23

A Estrutura
“O Saltério em sua forma final está dividido em cinco livros: Sal-
mos 1-41; 42-72; 3-89; 90-106; 107-150. É provável que a divisão
siga o padrão do Pentateuco. Aliás, o número dos salmos (150) se-
gue de perto o numero de seções em que o Pentateuco é dividido
para leitura na sinagoga (153).”24

Provérbios
Provérbios de Salomão, filho de David, rei de Israel (1:1). O
propósito do livro segue sendo descrito nos versos seguintes: para

21 - Enciclopédia digital Mundo Bíblico.


22 - Enciclopédia digital Mundo Bíblico.
23 - Enciclopédia digital Mundo Bíblico.
24 - LASOR, William S., HUBBARD, David A. & BUSH Frederic W., Introdução ao
Antigo Testamento, p.466.

38
Estudos no
Antigo Testamento
conhecer a sabedoria e a disciplina, receber instrução, sensatez, e
aprender a fazer o que é justo, direito e correto, além de ajudar a
ser prudente os inexperientes (ler todo capitulo 1). Esse livro nos
ensina a viver com prudência, sensatez e moderação (a verdadeira
sabedoria).

O Autor
1 Reis 4: 29 – 31 ao descrever a sabedoria de Salomão afirma
que ele proferiu três mil provérbios e mil e cinco cânticos. Com cer-
teza não foram todos escritos no livro de provérbios.

A Estrutura
I. Introdução e Lema (1. 1.7).
II. Conselho e Advertência do Pai (1.8 – 9.18).
III. Os Provérbios de Salomão (10. 1 – 22.16).
IV. As Palavras dos Sábios (22.17 – 24.22).
V. Mais Palavras dos Sábios (24. 23-34).
VI. A Edição dos Provérbios de Salomão Feita Por Ezequias
(25.1 – 29.27).
VII. Os Ditados de Agur e Outros (30. 1-33).
VIII. As Palavras de Lemuel (31. 1-9).
IX. A Boa esposa (31. 10-31).

Eclesiastes
Eclesiastes significa “pregador”. A palavra chave do livro é
vaidade, referindo a coisas vãs, fútil. A tradição judaica atribui a
autoria a Salomão, que cansado dos dias, em sua velhice, faz uma
reflexão sobre a insensatez e o desperdiço de tempo. Com isso o
pregador nos ensina que “debaixo do sol” o prazer é passageiro, e
o que devemos mesmo é obedecer a Deus (ler 12:13 -14).

“Para o Coélet (pregador), a sabedoria convencional não era só


inadequada, mas quase chegava à blasfêmia. Estava em jogo a di-
ferença entre Deus e a humanidade. Esses sábios haviam violado

39
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
o território pertencente a Deus ao tentar predizer infalivelmente o
resultado da conduta, seja dos sábios, seja dos tolos”25

O Autor
“Palavras do pregador, Filho de Davi, rei em Jerusalém: ...”
Ec 1.1. A autoria é dada a Salomão, mesmo debaixo de vários ques-
tionamentos dos pesquisadores bíblicos.

A Estrutura
I. Desfrute do que Deus te dá (1.1 – 4.16).
II. Aproveite o Máximo das variadas Circunstancias da Vida
(5.1 – 10.20).
III.Tenha Uma Atitude correta em Relação a Vida (11.1 –
12.14).

Cantares
Cânticos dos Cânticos de Salomão. Livro escrito nos anos da
juventude. Essa é a canção das canções, composta por Salomão para
Sulamita (6: 13-14). O livro trata do inicio e da expansão do amor
entre os dois. De uma forma literal esse livro ensina que a beleza e
o sexo no casamento é uma benção de Deus para o crescimento no
amor, na pureza e na espiritualidade do casal. De forma alegórica
pode-se representar o relacionamento Cristo-Igreja, isto é, Noivo-
-Noiva, Esposo-Esposa.

O Autor:
O livro faz diversas citações a Salomão (1.5 ; 3.7 , 9). No verso
1.1 “Cântico dos Cânticos de Salomão.”

A Estrutura
I. O Desejo Ardente é Correspondido (1.2 – 11).
II. O Primeiro Amor (1.12 – 2.17).

25 - LASOR, William S., HUBBARD, David A. & BUSH Frederic W., Introdução ao
Antigo Testamento, p.546.

40
Estudos no
Antigo Testamento
III. O Dia da Alegria do Coração (3.1 – 5.1).
IV. O Meu Amado está Radiante (5.2 – 6.3).
V.Ó Virgem (donzela) Real (6.4 – 7.9).
VI. Frutos Finos (7.10 – 8.14).

41
Curso de Capacitação
MINISTERIAL

Aula 05
V. Livros Proféticos

Os livros proféticos são assim


chamados por serem escritos por
profetas, ou pelo fato de conter
profecias, que são relatos de acon-
tecimentos futuros ou de situações
presentes dos israelitas. O profeta
era um anunciador, proclamador
Imagem Entrada de Jerusalém (cidade da vontade de Deus ao povo. Es-
velha). Os profetas preferiam anunciar
as mensagens nas entradas das cida-
ses livros são divididos em profetas
des ou nas portas do templo, local com maiores e menores, simplesmen-
grande fl uxo de pessoas. Imagem dis-
ponível em htt p://rechavia.wordpress. te pela quantidade de escrita. Uns
com/2009/05/30/shabat/ 13/10/2011
escreveram mais (maiores), outros
menos (menores).

Isaias
O livro de Isaias é considerado uma bíblia em miniatura. Os
primeiros 39 capítulos correspondente aos 39 livros do Antigo Tes-
tamento falam de um Deus justo e santo e os 27 capítulos seguintes
que corresponde aos 27 livros do Novo Testamento falam da graça
e glória divina. Isaias também foi o profeta que mais anunciou a
vinda do messias.

42
Estudos no
Antigo Testamento
O Autor
“Visão de Isaias, filho de Amoz, a qual ele viu a respeito de
Judá e Jerusalém ... ” 1.1.

“Filho de Amós (Is 1:1; Is 2:1) que, aparentemente, era um homem


de posição humilde. A sua mulher era chamada “a profetiza” (Is
8:3), quer porque lhe tivesse sido concedido o dom profético, tal
como Débora (Jz 4:4) e Hulda (2Rs 22:14-20), ou simplesmente
porque era mulher “do profeta” (Is 38:1). Teve dois filhos que ti-
nham nomes simbólicos.
Exerceu as suas funções durante o reinado de Uzias (ou Azarias),
Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1:1). Uzias reinou durante 52 anos (810-
759 a.C.) e Isaías deve ter começado a sua carreira alguns anos an-
tes da morte deste rei, provavelmente em 762 a.C. Viveu até ao 14º
ano de Ezequias e talvez tenha sobrevivido a esse monarca (que
morreu em 698 a.C.), podendo ainda ter sido contemporâneo de
Manassés durante alguns anos. Assim, Isaías poderá ter profetiza-
do durante um longo período de, pelo menos, 64 anos.”26

A Estrutura
Cap. 1-35 é referente a parte um do livro, trata-se do julga-
mento pelas desobediências, mas também traz promessas.
Cap. 40-66 é referente a parte dois do livro, tratando do livra-
mento, consolo e julgamento.

Jeremias
Jeremias chamado por muitos de profeta chorão, pelo fato
de ter escrito lamentações, é um profeta com mensagem radical e
de quebrantamento. Radical pelo fato de anunciar o juízo de Deus
através das mãos do inimigo (Babilônia), e de quebrantamento pela
maneira que os israelitas reconheceriam a mensagem do profeta e
voltariam para Deus.
“No quarto ano de Jeoiaquim, foi-lhe ordenado que escrevesse as

26 - Enciclopédia Digital Mundo Bíblico

43
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
profecias que lhe tinham sido dadas e que as lesse no dia do jejum.
Isto foi feito por Baruque, o criado que estava ao seu serviço, pro-
duzindo grande excitação. O rolo foi lido perante o rei. Impruden-
temente, ele agarrou no rolo, cortou-o em pedaços, deitou-o para
o fogo e ordenou que Baruque e Jeremias fossem presos. Jeremias
arranjou outro rolo e nele escreveu tudo o que estava no rolo que
o rei destruíra e “muitas palavras semelhantes” se acrescentaram
(Jr 36:32).
Ele permaneceu em Jerusalém, proferindo, por vezes, palavras de
aviso mas que não surtiram qualquer efeito. Esteve lá quando Na-
bucodonozor sitiou a cidade (Jr 37:4, 5) em 589 a.C. O rumor de
que os egípcios se aproximavam com o fim de ajudarem os judeus
fez com que os caldeus se retirassem e voltassem ao seu país. Isto
deu-se, contudo, durante somente algum tempo. O profeta, como
resposta à sua oração, recebeu uma mensagem de Deus, anun-
ciando que os caldeus voltariam novamente e tomariam a cidade,
queimando-a (Jr 37:7, 8). Os príncipes, enraivecidos por causa de
tal mensagem transmitida por Jeremias, encerraram-no na prisão
(Jr 37:15-38:13).
Ainda lá se encontrava quando a cidade foi tomada (588 a.C.).
Os caldeus libertaram-no e mostraram-se bondosos para com ele,
permitindo-lhe que escolhesse um lugar para viver. Jeremias foi
para Mizpá com Gedalias, que fora feito governador da Judeia. Jo-
aná sucedeu a Gedalias e, tendo-se recusado a ouvir os conselhos
do profeta, desceu ao Egito, levando Jeremias e Baruque consigo
(Jr 43:6). Foi ali que, provavelmente, o profeta passou o resto dos
seus dias, tentando, em vão, levar o povo de volta para Deus, con-
tra quem, há muito, se tinham revoltado (44).” 27

O Autor
“Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes
que estava em Anatote, na terra de Benjamin.” 1.1.

27 - Enciclopédia Digital Mundo Bíblico

44
Estudos no
Antigo Testamento
A Estrutura
Cap. 1 – 45 trata das profecias sobre as atitudes de Deus com
os Israelitas.
Cap. 46 – 52 trata das profecias sobre as atitudes de Deus
com os estrangeiros.

Jeremias
Originariamente este livro fazia parte de Jeremias, mas de-
pois foi isolado, assim como o livro das Crônicas, o livro dos Reis, o
livro de Samuel foram divididos e feitos 1 e 2 Crônicas, 1 e 2 Reis ....
Jeremias e Lamentações.
Jeremias chamado de “profeta chorão” ou “profeta das lá-
grimas” é o autor. Ao descrever os pecados do povo e a destruição
prevista para os insubmissos, o profeta apela para o pranto a Deus
(IAVÉ).
A estrutura do livro está baseada em reflexões importantes
sobre as consequências do pecado e a misericórdia de Deus.

Ezequiel
Ezequiel é sacerdote e profeta, seu nome significa “Deus for-
talece”. Sua mensagem foi para os judeus escravos na Babilônia.
Em parte, suas profecias foram sobre o futuro dos inimigos de Judá,
e da própria nação.

As Visões de Ezequiel
1. Visão dos Querubins (1.1 ss)
2. Visão do rolo de um livro (2.1 ss)
3. A segunda visão dos querubins (10.1 ss)
4. Visão de um Vale de Ossos Secos (37.1 ss)

O Autor
“Foi um dos exilados que se estabeleceu em Tel-Abib, nas mar-
gens do Quebar, “na terra dos Caldeus.” Foi, provavelmente, le-
vado cativo juntamente com Joaquim (Ez 1:2; 2Rs 24:14-16), em

45
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
cerca de 597 a.C. O seu chamado profético chegou-lhe “no quinto
ano do cativeiro de Joaquim” (594 a. C.). Possuía uma casa no lo-
cal onde estava exilado. No nono ano do seu exílio e devido a um
repentino e imprevisto golpe, a mulher de Ezequiel morreu (Ez
8:1 e Ez 24:18). Ele ocupava um lugar de proeminência entre os
exilados e era, frequentemente, consultado pelos anciãos Ez 8:1;
Ez 11:25; Ez 14:1; Ez 20:1. O seu ministério durou cerca de 23 anos
(Ez 29:17) - 595-573 a. C. - e durante parte desse período, ele foi
contemporâneo de Daniel (Ez 14:14 e Ez 28:3), Jeremias e prova-
velmente de Obadias. Não são conhecidos o momento e modo
como ele morreu. Aponta-se o local do seu túmulo como estando
nas vizinhanças de Bagdade, num local chamado Keffil.”28

A Estrutura29
I. O chamado de Ezequiel (1.1 – 3.27)
II. Os Exilados são advertidos da condenação de Jerusalém
(4.1 – 7.27).
III. Jerusalém é Revisitada (8.1 – 11.25).
IV. A queda de Jerusalém descrita e predita (12.1 – 15.8)
V. Alegoria e Evento (16.1 – 19.14).
VI. Os Últimos dias de Jerusalém (20.1 – 24.27).
VII. Oráculos Contra as nações Estrangeiras (25.1 – 32.32)
VIII. A esperança da restauração (33.1 – 37.28)
IX. Gogue e Magogue (38.1 – 39.29)
X. A Nova Comunidade (40.1 – 48.35).

Daniel
Daniel foi o profeta que trouxe a esperança futura para os ju-
deus. Considerado o livro mais apocalíptico do Antigo Testamento.
No cativeiro babilônico Daniel tem sonhos, visões e interpretações
para trazer a mensagem de Deus aos exilados.

28 - Enciclopédia Digital Mundo Bíblico.


29 - BRUCE, F.F. (Org.), Comentário Bíblico NVI, p.1122-1125.

46
Estudos no
Antigo Testamento
O Autor
Daniel “...nasceu provavelmente em Jerusalém em 623 a. C., du-
rante o reinado de Josias. Quando se deu a primeira deportação
de Judeus, por Nabucodonosor (o reino de Israel tinha chegado
ao seu fim quase um século antes), ou imediatamente a seguir à
sua vitória sobre os egípcios, na segunda batalha de Carquemis,
no quarto ano do reinado de Jeoiaquim (606 a.C.), Daniel e outros
três jovens da nobreza foram levados para a Babilônia, juntamente
com parte dos vasos do templo. Aí ele foi obrigado a entrar para o
serviço do rei da Babilônia e, de acordo com os usos dessa época,
recebeu o nome caldeu de Belssazar, i.e., “Príncipe de Bel”, ou
“Que Bel proteja o rei!”30

A Estrutura
Cap. 1 – 6 conta a história de Daniel e seus amigos.
Cap. 7 -12 é sobre as visões de Daniel

a. Profetas Menores
Na ordem bíblica, os doze profetas menores vão de Oséias
a Malaquias, e contém a narrativa de 4 séculos de história. Jonas,
Amós e Oséias profetizaram no reino do Norte (Israel). Eles são co-
nhecidos como profetas pré-exilio, pois eram mensageiros de Deus
antes do reino norte ser levado ao cativeiro na Assíria. Oséias ilus-
tra o fiel amor de Deus em contraste com a traição dos israelitas. Já
Amós profetiza num tempo que o reino do norte voltava ao auge,
mesmo assim Amós fez pronunciamentos de juízo e ruína para
aquela nação por serem orgulhosos. E Jonas foi enviado por Deus
a cidade de Nínive para pregar contra a maldade daquele povo, e
com isso Deus dá uma lição de misericórdia, principalmente para
com Jonas, que relutava em obedecer a vontade divina.
Obadias, Joel, Miquéias, Naum, Sofonias e Habacuque foram
profetas do reino do sul (Judá). A maioria deles anunciaram o juí-
zo de Deus sobre o reino de Judá através da escravidão e opressão

30 - Enciclopédia Digital Mundo Bíblico

47
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
babilônica. Pouco se conhece desses homens. Suas mensagens eram
variadas, entre elas citamos: Sentença sobre a cidade de Edom, O
Dia do Senhor, Injustiça de Judá e o Deus Justo, Destruição de Níni-
ve, a vida do justo pela fé, entre outras.
Por fim, Ageu, Zacarias e Malaquias são os profetas depois
da escravidão. Quando os judeus regressaram da Babilônia para
Jerusalém, os profetas anunciaram e ajudaram na reedificação do
Templo de Salomão , e trouxeram a mensagem de benção futura
para os israelitas.

Cronologia dos Profetas31

Para Nações
Para Israel Para Judá
Estrangeiras
Amos 760 a.C Isaías 740-700 a.C
Era Assíria Oséias 760-730 Miquéias 737-690 Jonas 770 a.C
a.C a.C.
Habacuque 630 a.C
Sofonias 627 a.C
Jeremias 627-580
a.C.
Era Babilônica
Daniel 605 – 530
Naum 650 a.C.
a.C.
Ezequiel 593-570
a.C
Ageu 520 a.C.
Zacarias 520 – 518
Obadias 500
Era Persa a.C.
a.C.
Joel 500 a.C
Malaquias 433 a.C

31 - WALTON, John H. O Antigo Testamento em Quadros, editora vida, p.52.

48
Estudos no
Antigo Testamento
Nomes e Significados 32
ISAÍAS - Heb. Yesh’yahu, significa: “a salvação de Jeová”.
JEREMIAS - Elevado ou nomeado por Jeová.
EZEQUIEL - “Deus fortalecê-lo-á”.
DANIEL -”Deus é o meu juiz”.
OSÉIAS - Salvação.
JOEL - Jeová é o seu Deus.
AMÓS - Heb. ‘Amôs, “fardo”, “carregador de um fardo”, de
‘amas, “levantar (um peso)”, “carregar (um peso)”.
OBADIAS - Servo de Deus.
JONAS - Uma pomba.
MIQUÉIAS - Aquele que é como Yahweh. O nome ocorre
em impressões de selos hebraicos.
NAUM - Consolação.
HABACUQUE -”Abraço”.
SOFONIAS - Jeová tem ocultado, ou Jeová das trevas.
AGEU - Heb. e Aramaico Chaggai, “nascido num dia festi-
vo”.
ZACARIAS - O Senhor lembra-se; Deus é afamado ou lem-
brado.
MALAQUIAS -Mensageiro ou anjo.

Tabelas: Mensagens dos Profetas Menores
1. Antes do Cativeiro do Norte (722 a.C)
Profeta Data Caráter de Deus Mensagem da Aliança
Oséias 740 Amor Aliança violada por Israel.
Joel 835 Julgamento Aviso a Judá do julgamento devido ao pecado.
Amós 760 Justiça Aviso a Israel do julgamento amadurecido.
Obadias 845 Vingança Advertência a Judá acerca da proteção da aliança.
Jonas 765 Misericórdia Censura a Israel pelo egoísmo da nação.
Miquéias 735 Perdão Censura a Judá pelas injustiças sociais

32 - De acordo com a Enciclopédia Mundo Bíblico.

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Curso de Capacitação
MINISTERIAL
1. Antes do Cativeiro Sul (606- 586)
Naum c. 710 Zelo Terror de Deus sobre os atacantes de Judá.
Habacuque 608 Santidade Uso divino de estrangeiros para a disciplina
Sofonias 625 Indignação Cumprimento da aliança no dia do Senhor.

2. Depois do regresso do cativeiro (536-425)


Ageu 520 Glória Glória verdadeira na presença de Deus
Zacarias 520 Livramento Cumprimento da aliança por meio do Messias.
Malaquias 430 Grandeza Obrigação da aliança até que o Messias venha.

Extraído de ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento, p.316-317

50
Estudos no
Antigo Testamento

Avaliação
Estudos no Antigo testamento

1. Você já leu todo o Antigo Testamento?

2. Qual o signifi cado da palavra “Bíblia”?

3. Qual o signifi cado da palavra “Testamento”?

4. O que é o cânon?

5. O que é revelação das Escrituras?

6. O que é inspiração das Escrituras?

7. O que é Septuaginta?

8. O que é a Vulgata?

9. Quem traduziu a primeira versão da Bíblia em português? Em


qual ano?

10. O que é o Antigo Testamento?

11. O que é o Pentateuco? E quais livros fazem parte do Pentateu-


co?

51
Curso de Capacitação
MINISTERIAL
12. O que são livros históricos? E quais livros são estes?

13. Quem eram os sacerdotes no Antigo Testamento?

14. Quem eram os Levitas?

15. Defina o que vem a ser “profetas” na Bíblia.

16. O que é a páscoa judaica?

17. O que são livros sapienciais? E quais livros são estes?

18. O que são os livros proféticos? E quais livros são estes?

52
Estudos no
Antigo Testamento

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