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A Vinha do

Senhor
Is 5.1-7
O profeta Isaías
 Isaías profetizou a partir do ano da morte de
Uzias (739 a.C.), durante os reinados de Uzias,
Jotão, Acaz e Ezequias (686 a.C.), em Judá (Is
1.1).
 Os profetas traziam também oráculos de
condenação, dirigido a um indivíduo ou a uma
coletividade, quando se quebrava a aliança
estabelecida com Deus. (SICRE, 1996, p. 146).

 No final do seu prefácio (caps 1-5), vamos


encontrar uma parábola em forma de cântico
que retrata o estado espiritual de Israel e a
condenação resultante dele.
O cântico do vinhateiro
 A colheita das uvas acontecia na época da festa
das cabanas, quando Isaías pode ter convidado o
povo a ouvir seu cântico.
 A vinha desse amigo é muito favorecida tanto
pela natureza como pela perícia hu-mana: está
situada em uma encosta enso-larada e em solo
fértil, foi cuidada primo-rosamente, protegida e
recebeu constru-ções necessárias para seu
funcionamento.
 Os detalhes não são alegorizados, mas “pintam a
imagem de uma obra completa, não deixando
nada para fazer” MOTYER (MOTYER, Isaías, 2016, p. 88).
O cântico do vinhateiro
 Deus fez todo o possível por eles. Deu-lhes tudo
o que era necessário para dar fruto. A pergunta:
“Que mais se poderia fazer?” (v.4) é dirigida à
consciência divina, não ao seu poder. (MOTYER, 2016,
p. 89).

 A culpa da produção ruim não estava no


proprietário.
 Deus é quem capacita-nos a dar frutos bons. O
que produzimos deve refletir a generosidade da
sua graça em nossa vida!
O cântico do vinhateiro
 No final da canção, ao dizer que o proprie-tário
ordenará às nuvens que não façam chover sobre
a vinha (v.6), é que o profeta indica que Ele é o
Deus de Israel, e a nação é a sua vinha.
 Deus protegia e cuidava da sua vinha, dia a
noite (Is 27.2,3).
 Diante da produção ruim, Ele vai trazer juízo
sobre a vinha. Ela não será cuidada, mas tudo
ficará em ruínas, nada nascerá, exceto cardos e
espinhos, “os produtos do pecado e da maldição
(Gn 3.18)”
“Naquele dia, haverá uma vinha de vinho tinto;
(HENRY, Isaías, 2010, p. 26).

cantai-lhe. Eu, o SENHOR, a guardo e, a cada


Explicando a parábola
 Deus deu graça a seu povo, e esperava
retribuições apropriadas (v.4): que exer-cessem
justiça, honestidade, retidão em todas as suas
atitudes.
“E
“Eles,o SENHOR,
Eles tinham Deus
excelentesde seus pais,
leis escutar, lhes
(Dt 4.8),eos enviou
profetasa
sua porém,
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grande(2 Cr
ira
(consequência).
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dos36.15,16)
Exércitos.” 4.8)
7.11,12)
Uma parábola jurídica
 Parábolas são uma forma de comunicação
indireta, que usam uma imagem tirada da
natureza ou da vida comum para ensinar uma
verdade espiritual.
 Elas atraem os ouvintes, despertam seu
raciocínio e estimulam uma ação em relação a
Deus.
 Elas usam a comparação entre o conheci-do e o
desconhecido, onde o próprio ou-vinte deve
descobrir a semelhança, levan-do-o a pensar e
considerar, até chegar a um entendimento que o
leve a agir.
Uma parábola jurídica
 Numa parábola jurídica, “o profeta extrai do
ouvinte uma autocondenação fazendo uso de
uma ilustração.”(SNODGRASS, 2011, p. 393).

 O ouvinte da parábola é forçado a julgar as


circunstâncias, para depois perceber que julgou
a si mesmo.
 Estas parábolas, “quase sempre, e por ne-
cessidade, exigem uma explicação de en-
cerramento”, que mostrem onde está o erro pelo
qual há a condenação. (SNODGRASS, 2011, p. 41).

 Então, segue-se 6 “ais” que descrevem os


pecados da nação e o consequente juízo.
A punição merecida vem
 Deus condena os pecados da nação:
1. Exploração dos outros (v.8-10);
2. Embriaguez (v. 11,12);
3. Iniquidade (v. 18,19);
4. Distorção dos valores morais (v. 20);
5. Vanglória (v. 21) e
6. Perversão da justiça (v. 22-24).
 A punição virá pelas mãos do império Assírio
(v. 26-30).
Jesus e o tema da vinha
 Jesus vai usar o tema da vinha do Senhor em suas
parábolas:
 A parábola dos Vinhateiros Maus (Mt 21.33-46,
Mc 12.1-12 e Lc 20.9-19).
 “Ouvi
A parábola
aindada Figueira
outra Estéril
parábola: (Lc 13.6-9).
Houve um homem,
Apai de família,
metáfora da que plantou
Videira uma
Verdadeira vinha,
(Jo e circun-
15.1-11).
“E dizia esta parábola: Um certo
dou-a de um valado, e construiu nela um lagar, homem tinhae
 uma
Em todas
figueira
edificou elas,
uma a verdade
plantada
torre, na ensinada
sua vinha,
e arrendou-a a éuns
ea foi
mesma:
procu-
lavrado-
rar
Deus
res, enela
“EU nos fruto,

ausentou-se
SOU nãoopara
tudo
a videira oque
achando; E,E edisse
é preciso
longe.
verdadeira, meuao
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chegado Paivinha-
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frutos,
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lavrador.Eleque
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Nisto étrês
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e quem
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Pai, aos fruto
será
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nesta
punido.
muito figueira,
dores,
fruto; para e não
receber
e assim o os
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seuscorta-a;
meus frutos.” porque
discípulos.(Mt” (Jo
ocupa ainda a terra inutilmente?” (Lc 13.6,7)
21.33,34)
15.1,8)
A vinha do Senhor deve dar fruto
 Este tema mostra graça e responsabilida-de,
confiança e juízo, iniciativa graciosa por parte de
Deus e a necessidade de reação positiva por parte
dos homens.
 Sem Ele, não podemos fazer coisa alguma (Jo
15.5; 3.27). Mas com Ele, devemos produzir
muito fruto bom.
 Se nosou
“João
“Eu AT, aovideira,
Senhorevós
respondeu, dos asExércitos
disse:varas,
O homem ama,
quem espera
não
está
pode
em
frutos
mim, e eeupune
receber nele,quando
coisa esse dáisto
alguma, senão
muito acontece,
lhe fruto; quedo
não forporque
dado se
sem
fará ao mim
que ouve opodeis
ensino
nadacéu.” de Jesus,
(Jofazer.”
3.27) que mostrou
(Jo 15.5)
o amor de Deus sem medida, em sua morte na
cruz? (Jo 3.16).
“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder
Deus esperaedificada
uma cidade frutos sobre um monte; Nem se
“Ou acende
não sabeis a que o nosso
candeia e se corpodebaixo
coloca é o templo do do
 Deus espera
Espírito
alqueire, Santo,
mas queque
no nós demoseem
habita
velador, frutos
luz (Jo
dávós, 15.8).
aproveniente
todos queO
deprimeiro
Deus,na
estão eéque
o donão
casa. arrependimento
Assimsoisresplandeça (Mta 3.8;
de vós mesmos? vossa Lcluz
3.8;
Porque
At
fostes 26.20).
diantecomprados
dos homens, por para
bom que preço; glorificai
vejam pois a
as vossas
Deusobras
 Outros,
boas nosãovosso corpo, e no
easglorifiquem
mudanças vosso
a vosso
no caráter espírito,
Pai,
(Gl que osMt
está
5.22;
“Antes anunciei
quais pertencem
nos primeiramente
céus.” a Deus.”
(Mt aos
(1 Co
5.14-16) que estão em
6.19,20)
7.17-20) e as obras (Tg 2.26).
Damasco, e depois em Jerusalém, e por toda a
“Mas
Nossa
terra
“Assim, o infertilidade
da Judeia
fruto
toda do
a e contraria
também
Espírito
árvore boaé: oaoso desejo
gentios,
amor,
produz o
bons do
gozo, dono
que see
a paz,
frutos,
“Porque, assim como o corpo sem o espírito está
da
toda vinha
morto, (Jo 15.8;
arrependessem
a longanimidade,
a árvore
assim má aeMtse5.14-16;
produz
também sem1maus.
aconvertessem
benignidade,
frutos
fé Co 6.19,20;
aéNão
a bondade,
obras Deus,
pode
morta.”a
10.31).
praticando
afidelidade,
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dar dignas
a mansidão,
maus de arrependimento.”
o domínio
frutos;
(Tg 2.26) nempróprio.”
a árvore má (At
(Gl
 dar
O quefrutos
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está fazendo 5.22)
a árvore
com os que não dáque
recursos bom o
fruto
Senhorcorta-se
“Nisto teé deu? e lança-se
Estamos
glorificado meu no fogo.
produzindo
Pai, quePortanto,
frutos
deis pelos
de
muito
seusecom
acordo
fruto; frutos
assim os conhecereis.”
o seu cuidado,
sereis graça(Mt
meus discípulos.” e 7.17-20)
(Jo 15.8)
generosidade?
Conclusão
 A Parábola da Vinha em Isaías e seu uso por
Jesus falam de um Deus que mostra sua graça,
tanto no AT como no NT, mas que também traz o
juízo correspondente à rejeição e rebeldia contra
o Dono da vinha.
 Devemos analisar a nossa vida, à luz deste tema,
para verificar se estamos correspon-dendo à graça
recebida.
 Se não, vamos nos corrigir e renovar a ali-ança e
o compromisso com o Senhor.
Soli Deo Gloria!

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