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Introdução ao 

Livro de
Lamentações
Por que estudar esse livro?
O livro de Lamentações revela a situação patética de Judá após a conquista de
Jerusalém pelos babilônicos, que ocorreu como resultado dos pecados do povo
e da negligência às advertências proféticas. Ao estudar o livro de
Lamentações, os alunos podem perceber o pesar, o remorso e as
consequências que acompanham o pecado. Os alunos também podem
aprender que a compaixão e a misericórdia do Senhor se estendem àqueles
que se voltam para Ele nos momentos de tristeza.

Quem escreveu esse livro?


O livro de Lamentações foi escrito por Jeremias (ver “Guia para Estudo das
Escrituras”, “Lamentações, Livro de”). Lamentações contém as reações de
pesar pela destruição de Jerusalém e do templo cerca de 586 a.C., que ocorreu
durante a época de Jeremias.
Quando e onde foi escrito?
Jeremias escreveu o livro de Lamentações em alguma época depois de os
babilônicos destruírem Jerusalém. Não sabemos onde Jeremias estava quando
escreveu esse livro, mas pode ter sido em Jerusalém ou no Egito (ver Jeremias
43:6–7).
Quais são algumas características
marcantes desse livro?
O livro inteiro de Lamentações foi escrito em poesias muito bem construídas.
Os quatro primeiros capítulos formam acrósticos. Um acróstico é uma forma
poética na qual as primeiras letras de cada linha formam uma sequência
significativa. O livro de Lamentações contém composições de acrósticos com
base nas 22 letras do alfabeto hebraico. Lamentações 1, 2 e 4 contém 22
versículos cada e cada um começando com uma letra diferente do alfabeto
hebraico, em ordem alfabética. Lamentações 3 contém 66 versículos. Nesse
capítulo os três primeiros versículos começam com a primeira letra do
alfabeto hebraico, os próximos três versículos começam com a segunda letra e
assim por diante. Lamentações 5 contém 22 versículos, mas não é um
acróstico. (Ver Bible Dictionary na Bíblia SUD em inglês, “Lamentations,
book of”.)
Poeticamente, o uso de acrósticos dá estrutura e sequência à manifestação de
grande pesar de Judá em circunstâncias que podem ter sido caóticas, sem
sentido e desprovidas de qualquer ordem. O uso desse esquema literário
também demonstra o uso atencioso da linguagem em clamar a Deus.
Nessa expressão poética do pesar, do choque e do sofrimento do povo,
Lamentações se parece com outros livros poéticos do Velho Testamento,
como Jó e Salmos (ver Salmos 74 e 79). Entretanto, diferentemente de muitos
livros do Velho Testamento, Lamentações não contém nenhuma resposta do
Senhor; ele fala apenas do sofrimento e do desejo do povo antes de receber a
misericórdia do Senhor.
Resumo
Lamentações 1–2 Jeremias lamenta a condição desolada de Jerusalém após a
destruição pelos babilônicos. Ele reconhece que Jerusalém foi destruída
porque o povo se rebelou contra os mandamentos do Senhor.
Lamentações 3 Jeremias ora pela libertação de Judá e expressa esperança no
Senhor, cuja misericórdia está sobre aqueles que confiam Nele.
Lamentações 4 Jeremias compara as condições dos Judeus antes e depois da
destruição de Jerusalém. Ele se entristece ao perceber o estado lamentável do
povo e reconhece que essa situação é resultado do pecado.
Lamentações 5 Jeremias ora por aqueles que sobreviveram à destruição de
Jerusalém, suplicando a Deus que veja a desolação deles, perdoe-os e permita-
lhes retornar ao Senhor e ser restaurados como um povo.

Livro das Lamentações


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Manuscrito bíblico

Xilografia de Lamentações de Jeremias (1860), por Julius Schnorr von Carolsfeld.

O Livro das Lamentações, ou ‫איכה‬ (ʾêkāh) cuja tradução literal é "Oh!


Como!" em hebraico,[1] é um conjunto de cinco poemas, em estilo elegíaco,
provavelmente escritos após a queda e destruição
de Jerusalém por Nabucodonosor nos anos 587-586 a.C.[2] O livro faz parte da
subdivisão da Bíblia chamada de Profetas Maiores, na Bíblia vem depois
do Livro de Jeremias e antes do Livro de Ezequiel ou depois do Livro de
Baruque nas Bíblias utilizadas das Igrejas Católicas e Ortodoxas.
No livro o autor se lamenta acerca da situação miserável e humilhante em que
se encontra o povo e as instituições de Israel, em decorrência do mau proceder
do povo e da sua infidelidade à Aliança. À luz da teologia pode ser interpretado
como um castigo e um tempo de purificação, e a esperança de que Deus
olhará com clemência para o povo, consoante fim da quinta Lamentação.[2]
As Lamentações são usadas na Liturgia da Igreja Católica por ocasião
da Semana Santa, para lembrar o sofrimento de Jesus.[2] A tradição popular
conservou, durante a procissão da Sexta-feira Santa, no canto de Verônica, em
que Verônica canta um trecho das Lamentações, posto na boca de Jesus:
"Vocês todos que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor
semelhante à minha dor?" (1,12)[3].
Os judeus recitam o livro no grande jejum que lembra a destruição do Templo
de Jerusalém[4], no dia 9 do quinto mês do Calendário judaico (ab)[5].

Estilo Literário[editar | editar código-fonte]


Jeremias lamenta a destruição de Jerusalém. Rembrandt, Óleo sobre madeira, 1630.

Os caps. 1, 2 e 4 são cantos fúnebres, semelhantes a 2Sm 1,17ss [5], o cap. 3 é


uma lamentação individual e o cap. 5 é uma lamentação coletiva, também
conhecida como Oração de Jeremias[4].
Os quatro primeiros poemas empregam o artifício poético
do acróstico alfabético, ou seja, as primeiras letras dos 22 versículos
correspondem às 22 letras do alfabeto hebraico colocadas em ordem, havendo
uma pequena diferença na ordem do alfabeto observada no primeiro capítulo e
a ordem observada nos três capítulos seguintes. O quinto poema mantém o
número de 22 versículos, mas não emprega o recurso do acróstico. [6] Merece
destaque o fato de que no terceiro poema, o alfabetismo é tríplice, ou seja, a
letra correspondente a cada verso é empregada no início das três primeiras
palavras de cada verso[5].

Autoria[editar | editar código-fonte]
A atribuição da autoria à Jeremias é questionada, pois há diferença de ideias
entre Jeremias e as Lamentações (cf. Jer 37,7 e Lam 4,17; o julgamento de
Jeremias sobre Sedecias, Jr 24,8 x Lam 4,20)[7], não é crível ele ter dito que a
inspiração profética tinha se esgotado (2,9), nem esperar auxílio do Egito (4,17
x Jr 37,5-7), nem apoiar a doutrina da dívida pelos pecados dos pais (5,7 x Jr
31,29-30; 5,6 x Jr 2,18)[5] além disso seu gênio espontâneo é incompatível com
o estilo erudito dos poemas que estão no Livro das Lamentações [4], havendo até
quem sustente que foram escritas por adversários de Jeremias. [5] O mais
provável é que tenha sido escrito por um de seus discípulos. [2]

O que o livro de lamentações nos ensina?


Lamentações. 4. Objetivo do livro  Ensinar o povo judeu a reconhecer a
mão da justiça de Deus que, pela calamidade, conduz o seu povo ao
arrependimento.  Os poemas ainda são lidos até hoje pelos judeus
Jeremias (Yirmeyahu em Hebraico, ou Hieremias em Latim) é um dos profetas
encontrados no Tanach (Bíblia Hebraica) que corresponde ao Antigo
Testamento nas Bíblias Cristãs. O significado do seu nome é incerto, existindo várias
interpretações: "Javé (Jeová) exalta/eleva", "Jeová é sublime" ou "Jeová abre/faz nascer"[1],
sendo mais usada a leitura "Jeová exalta/eleva" [2].
O nome do seu pai era Hilquias(ou Helcias), um dos sacerdotes de Anatote, no território
de Benjamim, a cinco quilômetros a nordeste do Monte do Templo em Jerusalém.[3]
Embora de família sacerdotal, está ligado às tradições proféticas do Norte, principalmente
a Oseias[1], e não às tradições do sacerdócio e da corte de Jerusalém. Como Miqueias, ele
pertence ao mundo camponês. De maneira crítica, ele traz consigo a visão dos
camponeses sobre a situação do país[4].
É considerado o autor de dois dos livros da Bíblia:

 Livro de Jeremias
 Livro das Lamentações

História[editar | editar código-fonte]
O profeta Jeremias (na frente) feito em pedra sabão por Aleijadinho no adro do Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo

De acordo com alguns autores, o pai de Jeremias, Hilquias, não era Hilquias, da linhagem
de Eleazar,[5] provavelmente era da linhagem de Itamar [6] e possivelmente descendeu
de Abiatar, chefe dos levitas em Jerusalém na época do rei David, que foi desterrado
para Anatote por Salomão [7][1]. O autor árabe Abul Faraj [Nota 1], porém, defendia que
Jeremias fosse filho do sumo sacerdote Hilquias.[8]
Jeremias era pesquisador e historiador, além de profeta. Acredita-se que tenha sido ele o
autor do livro que leva seu nome e possivelmente os dois livros de Reis (tenha escrito
adicionando-lhe relativos dados por Natã e Gade ( I Crônicas 29:29) e outros escritores. É
a história dos reis de Judá e Israel, desde Davi até Acabe e Jeosafá, num período de 118
a 125 anos), abrangendo a história de ambos os reinos (Judá e Israel) desde o ponto em
que os livros de Samuel a deixaram (isto é, na última parte do reinado de Davi sobre todo
o Israel), até o fim de ambos os reinos, e após, a queda de Jerusalém, teria escrito o Livro
das Lamentações.
Os relatos biográficos em terceira pessoa que encontramos no Livro de Jeremias, que são
atribuídos a Baruc, não se encontram em ordem cronológica, entretanto, por meio da
seguinte sequência de trechos: 19:1-20:6; 26; 45; 28-29; 51:59-64; 34:8-22; 37-44, pode-
se fazer uma leitura destes relatos na ordem cronológica[9]
A atividade profética de Jeremias se iniciou entre os anos de 626 ou 627 AC [1] (1:2; 25:3),
quando ele ainda era jovem (1:6), razão pela qual teria demonstrado receio ao assumir tal
tarefa[10], e prosseguiu até 586 AC, podendo ser dividida em quatro períodos [4][1]:
Primeiro período: durante o reinado de Josias (627 a 609 AC)
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Visão de Jeremias, pintura do Augsburger Wunderzeichenbuch (Livro das Maravilhas


de Augsburgo). Artista desconhecido, cerca de 1552.

Com apenas oito anos de idade, Josias foi nomeado rei pelo "povo da terra", expressão
que indica a camada rural da sociedade[4]. No início deste reinado, Jeremias proclamou um
julgamento contra Israel e Judá por causa de sua infidelidade a Jeová e sua adesão a
outros deuses (idolatria), especialmente os deuses que garantiam a fertilidade da
natureza, os chamados baalins[1].
No âmbito internacional, a situação política está mudando rapidamente: a Assíria, grande
potência da época, se enfraquece cada vez mais. Josias, já maior de idade, aproveita esse
enfraquecimento para realizar ampla reforma e procura tomar o território que antes era
do Reino de Israel Setentrional, e que pertencia à Assíria desde a queda de Samaria em
722 AC[4].
Josias deixa de pagar os impostos cobrados pelos dominadores e promove a reforma
religiosa (cf. 2Rs 22,1-23,27), na qual tenta eliminar todos os ídolos do país e estabelecer
novo relacionamento social centrado na Lei[4]. Estranhamente Jeremias não faz nenhuma
alusão a esta reforma social e religiosa[1].
Foi um período de prosperidade e otimismo, por isso Jeremias emite bom conceito sobre
Josias (Jr 22,15-16)[4].
Foram escritos neste período: 2:1-4:4 e 30:1-31:37[1].

Segundo período: durante o reinado de Jeoaquim (609 a 598 AC)


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Com a decadência da Assíria (queda de Nínive em 612 AC[11]), outros povos entram no
cenário: citas, medos, babilônios e também os egípcios que tentam ressurgir depois de um
período decadente. Com isso, a Palestina volta a ser palco de disputas políticas e
militares. Josias morre em Megido[11], em 609 AC (2Rs 23:29), quando tenta impedir a
incursão do Faraó Neco, que procura deter o avanço da Babilônia.
Neco depõe Jeoacaz, que sucedera Josias, e coloca no trono de Judá o
despótico Jeoaquim. O povo detestava Jeoaquim, e Jeremias critica violentamente esse
rei (Jr 22,13-19). É dessa época o famoso Discurso sobre o Templo (Jr 7,1-15; cf. cap.
26), que quase custou a vida do profeta [4].
O Discurso contra o Templo, que foi conservado em duas versões: 7,1-15 e 26,1-
24. O primeiro destaca o conteúdo, o segundo as circunstâncias do discurso.
Ocorreu entre setembro de 609 e abril de 608 AC, quando Jeremias colocou-se no
pátio do Templo e denuncia a confiança da população judaíta no Templo
de Jeová como falsa e previu a destruição do santuário, tal qual outrora acontecera
com Siló.
Na opinião dos sacerdotes do Templo, Jeremias cometera uma dupla blasfêmia:
falara em nome de Jeová e falara contra a casa de Jeová. Jeremias confirmou
suas palavras perante o tribunal e só não morreu porque alguém se lembrou do
profeta Miqueias, que, um século antes, pregara destino parecido para o Templo e
para a cidade e nada sofrera.
No começo de seu governo, Joaquim preocupa-se em construir um novo palácio,
exatamente no momento em que a crise econômica se agravava, pois Judá estava
obrigado a pagar tributos ao Egito. Jeremias denuncia o governo de Jeoaquim
como ganancioso, assassino e violento (22:13-19), pois não cumpre sua função
real de exercer a justiça e o direito e de proteger os mais fracos, e vai dizer ao rei
que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá
ser jogado para fora das muralhas de Jerusalém, pois, ao contrário de seu pai,
Jeoaquim "não conhece Jeová".
A Babilônia surge como grande potência, sob o reinado de Nabucodonosor.
Jeremias adverte os israelitas que os babilônios, em breve, invadirão o país (4:5-
6:30; 5:15-17; 8:13-17). Possivelmente por volta de 605 AC,
quando Nabucodonosor venceu o Faraó Neco II e ameaçou Judá, o profeta foi ao
pátio do Templo e anunciou a destruição de Jerusalém (19:14-20,6), e, por isso,
foi preso por Fassur, chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco
por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida (36,5), a entrada no Templo [1].
Assim mesmo, Jeremias continua denunciando o povo que se esqueceu de Deus,
por falsear o culto, pela falsa segurança, pelas idolatrias e pelas injustiças sociais.
E aponta os principais responsáveis: são as pessoas importantes que detêm o
poder em Jerusalém (rei, ministros, falsos profetas, sacerdotes)[4], para isso
convoca o escriba Baruc e dita-lhe as Profecias de julgamento contra a nação
(36:1-32), no quarto ano do governo de Jeoaquim, em 605 AC.
Em dezembro de 604 AC Jeremias manda Baruc ler o livro, em um momento em
que Nabucodonosor atacava a cidade filistéia de Ascalão, vizinha de Judá, é o
momento em que o profeta alerta: O "inimigo do norte" está às portas, ou a
conversão ou a destruição.
Jeoaquim mandou queimar o escrito e prender Jeremias e Baruc (36:21-26), que
se esconderam e não foram achados. Posteriormente, Jeremias manda que Baruc
escrever tudo de novo e ainda acrescenta ao livro outras palavras (36,27-32).
Jeremias também luta para desmascarar os falsos profetas (14:13-16; 23:13-40)
que, segundo o profeta: falam em seu próprio interesse, fortalecem as mãos dos
perversos, para que ninguém se converta de sua maldade, seduzem o povo com
suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de Jeová [1].
Jeremias estava com a razão, e sua visão realista se confirmou: em 598 AC, o
exército babilônio estava às portas de Jerusalém. Nessa época, o
rei Jeoaquim morreu, provavelmente assassinado. Seu filho e substituto Jeconias,
também chamado Joaquim, não teve tempo para nada: após três meses
Jerusalém era invadida. Então o profeta, juntamente com parte da elite judaica, foi
levado para o Exílio na Babilônia em 597 AC. Metanias, tio de Joaquim, foi
instalado por Nabucodonosor, para reinar em Jerusalém[4].
Jeremias apregoara que este castigo seria decorrente ruptura da aliança.
Em Judá, Jeremias só via rebeldia contra Jeová Deus, levando o povo a maldades
e crimes sem conta. Não havia o mínimo "conhecimento de Deus(
‫יהוה‬ YHWH ou Jeová)", que só é possível através da prática do direito, da justiça,
da solidariedade. Os poderosos tramam sistematicamente contra o povo, todos
buscam desesperadamente a riqueza e não há paz. A mentira domina, desde o
ensinamento dos profetas à lei dos sacerdotes, levando o país ao caos. Todos se
tornam inimigos de todos. Impera a idolatria. O fim será trágico, segundo os
capítulos 8 e 9 de Jeremias.
Jeremias constata a ausência do direito e da verdade entre as pessoas comuns
(5:1), mas maior corrupção encontra entre os grandes e poderosos, que não agem
mal por ignorância, senão por determinação consciente e persistente (5:4-5).
Quanto mais a crise nacional se aprofunda, mais os líderes se recusam a
encontrar soluções. Só procuram satisfazer seus interesses imediatos e deixam o
país afundar: "Eles cuidam da ferida do meu povo superficialmente, dizendo: 'Paz!
Paz!', quando não há paz", (6:14; 8:11).
Em 5:26-28 são descritos os poderosos e suas armadilhas para apanhar o povo e
escravizá-lo impunemente[1].

Terceiro período: durante o reinado de Zedequias (597 a


586 AC)[editar | editar código-fonte]
Zedequias assume o trono com 21 anos de idade, para dirigir um Judá arruinado,
com várias cidades destruídas e uma economia desorganizada [1], se submete
aos babilônios e se mostra indeciso. Nesse momento surge uma disputa para
determinar a identidade do Povo de Deus entre aqueles que foram para o Exílio na
Babilônia e aqueles que ficaram em Judá[4].
Jeremias se nega a participar de uma visão simplista (cap. 24) e coloca o assunto
dentro da política realista: Zedequias e a corte de Jerusalém são incapazes de
salvar o povo do desastre. Por isso os deportados ainda são os que podem trazer
esperança, pois estão aprendendo uma dura lição. Essa idéia leva Jeremias
novamente para a prisão[4].

Jeremias confronta o rei, e o diz que Jerusalém será tomada. Artista desconhecido, 1873.

Pressionado por seus oficiais, Zedequias tenta armar uma revolta contra


a Babilônia, que, fracassa, conforme previsto por Jeremias. Jerusalém é sitiada
pelos babilônios, nesse momento, Jeremias também vê nos camponeses uma luz
salvadora (32,15). Em 587 AC ocorre a segunda deportação [4].

Quarto período: depois da queda de Jerusalém (a partir de


586 AC)[editar | editar código-fonte]
Em 586 AC, Nabucodonosor resolve destruir Jerusalém totalmente: incendeia o
Templo, o palácio, as casas e derruba as muralhas. Mas permite que Jeremias
fique no país, então, o profeta vai viver com Godolias (ou em outras traduções,
Gedalias), novo governador da Judeia[4].
Nesse mesmo ano, Godolias é assassinado por um grupo anti-babilônico, liderado
por um descendente da casa real de Judá, Ismael, e o profeta se vê forçado a
fugir para o Egito, obrigado por Joanã (um dos comandantes do exército de Judá).
Esse grupo passa a residir na cidade de Tafnes, cidade situada a leste do Delta do
Nilo, onde passa a repreender a idolatria que seus conterrâneos ali praticavam
(40,7-44,30).
Segundo o apócrifo Vida dos Profetas, escrito por um judeu da Palestina no séc. I
DC Jeremias foi apedrejado e morto por seus conterrâneos quando residia
no Egito[1].

Balanço[editar | editar código-fonte]
Pode-se dizer que a missão de Jeremias consistia em alertar o povo a respeito de
das consequências de sua desobediência , tendo por reação aos alertas rejeição
da mensagem . Ele se tornou um dos profetas que anunciaram o Exílio , no qual
viu seu povo perder suas instituições e a própria terra[4]. Se apresenta como um
grande solitário (15:17), incompreendido e perseguido até pelos membros de sua
família (12:6; 20:10; 16:5-9), nunca chegou a ser pai (16:1-4), foi arrastado contra
a sua vontade para o Egito, nenhum vestígio restou de sua tumba [12].
No entanto, sua confiança no Deus que é sempre fiel lhe deu a capacidade de
mostrar, ao povo e a nós, que esse mesmo Deus manterá seu relacionamento
conosco, sem precisar de instituições mediadoras (31,31-34) [4]. Ao colocar em
primeiro plano os valores espirituais, destacando o relacionamento íntimo que o
coração deve ter com Jeová, ele antecipou elementos da Nova Aliança; e sua vida
de sofrimentos a serviço de Deus, pode ter inspirado Isaías na construção da
Imagem do Servo (Isaías 53)[11].

Conclusão[editar | editar código-fonte]
Jeremias foi um crítico da conduta do seu povo e com os julgamentos que este
sofreu, mediante uma visão de que Israel era a nação de Deus, vinculada a Ele
por meio de um pacto e sujeita à sua Lei, o que eles violavam claramente
naqueles dias praticando a idolatria, desrespeitando o descanso no dia do sábado
e não libertando os escravos no Ano do Jubileu.
As denúncias de Jeremias reivindicavam a atenção dos príncipes e do povo, para
que fossem responsáveis pela Lei, a qual violavam constantemente. Suas críticas
eram feitas em discursos acalorados em plena praça pública. Seus principais
alvos eram os sacerdotes, profetas, governantes e todos aqueles que seguiam o
legalismo do "proceder popular".
Todavia, ele reconhecia que sua comissão era também de 'construir e plantar' (Jr
1:10). Chorou diante da calamidade que sobreviria a Jerusalém (Jr 8:21, 22; 9:1).
O livro de Lamentações constitui evidência do seu amor e da sua preocupação
com o povo de Deus.
Apesar das atitudes para com ele, Jeremias suplicou ao Rei Zedequias, o rei
vassalo, para que continuasse a viver(Jr 38:4, 5, 19-23)
Segundo os relatos em seu livro, Jeremias não se julgava justo aos seus próprios
olhos, mas incluía a si mesmo ao admitir a iniquidade daquela nação (Jr 14:20,
21). Depois de liberto por Nebuzaradã, hesitou em abandonar aqueles que
estavam sendo levados para o cativeiro babilônico, talvez achando que devia
compartilhar a sorte deles, ou desejando continuar servindo aos interesses
espirituais deles (Jr 40:5).
Por vezes, em sua longa carreira, Jeremias ficou desanimado e necessitou a
confirmação do apoio de Jeová, mas, mesmo em adversidade, não deixou de
invocar a Ele, pedindo-lhe ajuda. - Jeremias 20:7-13.
Encontrou bons companheiros, a saber, os recabitas, Ebede-Meleque e Baruque.
Por meio destes amigos, foi ajudado e livrou-se da morte.

Autoria de Lamentações[editar | editar código-fonte]


A atribuição da autoria do Livro das Lamentações à Jeremias é questionada, pois
Jeremias, tal como é conhecido por suas profecias autênticas, não poderia ter dito
que a inspiração profética tinha se esgotado (2:9), nem louvar Sedecias (4:20 x Jr
24:8), nem esperar auxílio do Egito (4:17 x Jr 37:5-7), nem apoiar a doutrina da
dívida pelos pecados dos pais (5:7 x Jr 31:29-30; 5:6 x Jr 2:18) [13] além disso seu
gênio espontâneo é incompatível com o estilo erudito dos poemas que estão no
Livro das Lamentações[14], havendo quem sustente que foram escritas por
adversários de Jeremias[13].

Profecias[editar | editar código-fonte]
Jeremias encenou para Jerusalém vários pequenos dramas como símbolos da
condição dela e da calamidade que lhe sobreviria. Entre eles:
A visita à casa do oleiro (Jr 18:1-11) e o incidente com o cinto estragado. (Jr 13:1-
11) Ordenou-se a Jeremias que não se casasse; isto servia de aviso das "mortes
por enfermidades", das crianças que nascessem naqueles últimos dias de
Jerusalém. (Jr 16:1-4) Ele quebrou uma botija diante dos anciãos de Jerusalém,
qual símbolo do impendente destroçamento da cidade. (Jr 19:1, 2, 10, 11)
Comprou de volta um campo de Hanamel, filho de seu tio paterno, como figura da
restauração que viria depois do exílio de 70 anos, quando se comprariam
novamente campos em Judá. (Jr 32:8-15, 44) Lá em Ta

Introdução ao Livro de Jeremias


Por que estudar esse livro?
O livro de Jeremias contém as profecias, as advertências e os ensinamentos
que fizeram parte do ministério do Profeta Jeremias ao reino de Judá, ao sul.
Devido ao fato de muitos dos líderes e o povo de Jerusalém haverem rejeitado
Jeremias e outros profetas e continuarem a pecar, Jerusalém foi destruída e
muitos Judeus foram levados cativos para a Babilônia. Esse livro ensina que o
convênio entre Deus e Israel não faz com que o povo de Deus seja invencível.
Se eles não cumprem a parte deles no convênio e não dão ouvidos à palavra
do Senhor, eles perdem o cuidado e a proteção de Deus.
À medida que estudam esse livro, os alunos aprofundam o entendimento deles
do convênio entre o Senhor e Seu povo. Ao estudar sobre a obra do Senhor
para restaurar Seu povo e ajudá-los a sobrepujar os efeitos do pecado, os
alunos podem aprender sobre o poder do Senhor para nos salvar e nos
abençoar. Os alunos também podem aprender com o exemplo de Jeremias que
Deus deu a cada um de nós responsabilidades a serem cumpridas nessa vida, e
que o Senhor vai nos ajudar a cumpri-las ao nos achegarmos a Ele, a despeito
de quão difíceis essas responsabilidades possam ser.

Quem escreveu esse livro?


Jeremias é responsável por grande parte do conteúdo desse livro, mas ele
provavelmente ditou as palavras e os escribas as registraram (ver Jeremias
36:4). Jeremias nasceu de uma família de sacerdotes e pregou ao reino de Judá
por aproximadamente 40 anos, “pregando contra a idolatria e a imoralidade”
(Bible Dictionary na Bíblia SUD em inglês, “Jeremiah”). Ele foi aprisionado
em Jerusalém (ver Jeremias 37:15; 1 Néfi 7:14), e “após a queda de Jerusalém
(cerca de 586 a.C.), os Judeus que fugiram para o Egito levaram consigo
Jeremias (Jeremias 43:5–6) onde, diz a tradição, foi morto apedrejado” (Guia
para Estudo das Escrituras, “Jeremias”; scriptures.LDS.org).
Quando e onde foi escrito?
Jeremias começou seu ministério em 626 a.C., no décimo terceiro ano do
reinado do rei Josias (ver Jeremias 1:1–2), e continuou a pregar até depois da
queda de Jerusalém cerca de 586 a.C. (ver Guia para Estudo das
Escrituras, “Jeremias”). Suas pregações coincidiram com os ministérios de
outros profetas, incluindo Leí (ver 1 Néfi 1:4, 18–20), Sofonias (ver Sofonias
1:1) e Urias (ver Jeremias 26:20–24). Algumas das palavras de Jeremias
foram registradas antes da destruição de Jerusalém (ver Jeremias 36:32).
Quais são algumas características
marcantes desse livro?
A maioria dos livros proféticos do Velho Testamento dá ênfase
principalmente às palavras do Senhor conforme reveladas pelos profetas, mas
não na vida dos profetas em si. O livro de Jeremias é uma exceção. Além de
incluir as profecias de Jeremias, o livro contém as informações biográficas
sobre Jeremias e sobre a angústia emocional e mental que ele enfrentou ao
ministrar em meio a tanta oposição (ver Jeremias 8:18–9:2; Jeremias 15:15–
18; Jeremias 20:7–9; Jeremias 26; Jeremias 32; Jeremias 37–38).
O livro também trata da doutrina da preordenação, que ensina que o Senhor
chama pessoas para cumprir certas responsabilidades e designações na
mortalidade. O Senhor disse a Jeremias: “Antes que te formasse no ventre te
conheci, (…) às nações te dei por profeta” (Jeremias 1:5). O fato de saber que
o Senhor pretendia que ele fosse um profeta em uma época difícil pode ter
dado a Jeremias a força e a fé que ele necessitava para pregar a palavra do
Senhor em meio à perseguição.
Um tema abordado no livro de Jeremias é que, assim como o Senhor cuidou
de Seu povo quando eles passaram pela destruição, Ele também os reuniria,
restauraria e fortaleceria (ver Jeremias 31:28). Em uma revelação registrada
no livro de Jeremias, o Senhor disse que Ele faria “um novo convênio” com
Seu povo, significando o novo e eterno convênio do evangelho estabelecido
por Jesus Cristo durante Seu ministério e restaurado nos últimos dias
(Jeremias 31:31–33; ver também D&C 22:1; D&C 66:2). Jeremias também
profetizou que nos últimos dias, o Senhor enviaria pescadores e caçadores
para reunir Israel, um acontecimento que seria de proporção maior até mesmo
do que a libertação dos filhos de Israel do cativeiro egípcio (ver Jeremias
16:14–16).
Jeremias “fala bastante sobre a natureza pessoal do relacionamento do Senhor
com os pensamentos dos Seus servos. Os atos de serviço são inúteis quando
não há devoção de coração e vida; as mudanças superficiais não têm proveito
— é necessária uma renovação completa na vida espiritual da nação” (ver
Bible Dictionary na Bíblia SUD em inglês, “Jeremiah”).
Resumo
Jeremias 1–6 Jeremias prega durante o reinado de Josias e profetiza que
Jerusalém será destruída por uma grande nação sem misericórdia.
Jeremias 7–20 Jeremias prega em vários lugares de Jerusalém, inclusive no
portão do templo, usando várias metáforas para suplicar ao povo que melhore
os seus caminhos.
Jeremias 21–38 Jeremias prega durante o reinado do rei Zedequias e
profetiza que a Babilônia conquistará Jerusalém. Aqueles que sobreviverem e
forem levados para a Babilônia viverão no cativeiro por 70 anos. Nos últimos
dias, o Messias retornará, reinará e reunirá Seu povo.
Jeremias 39–44 Jerusalém é conquistada e muitos judeus são levados cativos
para a Babilônia. Os judeus que permanecem em Judá rejeitam as advertências
de Jeremias e confiam no Egito.
Jeremias 45 Jeremias promete a Baruque, seu escriba, que o Senhor vai
preservar a vida de Baruque.
Jeremias 46–52 Jeremias profetiza sobre a destruição dos filisteus, moabitas,
babilônicos e outras nações.

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