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Teologia
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A Bibliologia.

Escola

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Escola Morihá Teologia

Curso Básico em Teologia

Unidade 3 - Introdução ao Antigo


Testamento

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Unidade 3
A Formação Dos Livros Do
Antigo Testamento
Objetivo de Aprendizagem
A partir desta unidade você será capaz de:
• Conhecer a formação dos livros históricos e proféticos;
• Compreender a formação dos livros no contexto histórico
do povo de Israel.
• Avaliar a importância do conteúdo dos livros para o estudo
teológico
• Analisar os diferentes aspectos envolvidos na composição
destes livros do Antigo Testamento.

Planos e Estudos
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que o ajudarão a ampliar seus
conhecimentos.
• Tópico 1 – Os livros históricos
• Tópico 2 – Livros Poéticos
• Tópico 3 – Livros Proféticos

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Tópico 1
Os livros Históricos

Introdução
A história do povo de Israel ocorre paralela a história de outras nações,
nesse sentido é fundamental que percebamos o desenrolar dos fatos e suas
relações com os povos vizinhos e com a história como um todo. Neste
tópico optamos por não discorrer sobra cada livro separadamente, pois
nossa proposta é fazer apenas uma introdução, nesse sentido, não faremos
abordagem do conjunto de livros e os fatos relevantes para a compreensão
da história do Antigo Testamento. Acreditamos que, para efeito de estudo
introdutório, este seja um bom método.
O conjunto de livros históricos é composto dos seguintes livros: “Josué,
Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias
e Ester”. Cada livro em particular reflete um tempo histórico definido, com
suas nuances sobre a saga do povo de Israel. Estes livros fornecem
elementos históricos fundamentais para compreendermos a história do
povo israelita desde sua chegada a Canaã, o período do cativeiro babilônio
e pós-cativeiro.

3 – Divisão Histórica do Período da Composição dos Livros


Após a morte de Moisés, Josué é indicado por Deus para ocupar o lugar do
grande líder responsável pela saída do povo israelita do Egito e a condução
pelo deserto até as portas de Canaã. A ascensão de Josué ao mais alto posto
de comando do povo judeu impulsionou um novo capítulo da história de
Israel: “O Período das Conquistas”.
O período das conquistas é o primeiro momento de Israel em Canaã. Esse
momento de alguma maneira, contribuiu para certa unificação da nação de

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Israel, muito embora essa unificação venha a estar corroída no período dos
juízes. Mais adiante iremos aprofundar um pouco mais neste assunto.
O quadro abaixo ajudará a compreender o panorama dos livros históricos.

(Antes do reinado, período de 1.406 até 1.044 a.C.)


Livro – Josué – 1.406 a 1.375 a.C. ocupação da terra prometida, pouca
influência egípcia na Palestina.

Livro – Juízes – 1.375/1044 a.C. benções pela obediência e castigo pela


desobediência conforme a aliança, chegada dos filisteus na Palestina.

Livro – Rute – 1.330 a.C. A linhagem davidica abrange os gentios por


intermédio de Rute. Período de paz entre Israel e Moabe, época dos juízes.

(Ascensão e Queda do Reino 1.044 até 586 a.C.)


Livro – I e II Samuel – 1.100/970 a.C. estabelecimento do reinado, os
filisteus são os maiores inimigos de Israel.

Livro – I e II Reis – 970/586 a.C. A história do reino na visão da aliança.


Cativeiro sob a Assíria (Israel) e Babilônia (Judá).

Livro – I e II Crônicas – Adão/586 a.C. A história do reino com ênfase em


Judá. O templo de Salomão. Reinos e Impérios vizinhos erguem-se e caem
conforme o desígnio de Deus para o reino davidico.

Livro – Esdras – 537/458 a.C. Reconstrução do templo e reforma do culto.


O nono império Persa e o retorno dos exilados.

Livro – Neemias – 445/430 a.C. Reconstrução dos muros de Jerusalém e


restabelecimento de um governo limitado. A boa vontade dos governos
persas permite uma relativa paz.

Livro – Ester – 483/473 a.C. Deus é providente para com seu povo mesmo
longe da terra prometida. A Pérsia governa da Índia até o Helesponto.

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É possível observar no quadro anterior o espaço temporal e histórico que o


conteúdo de cada livro abrange. A partir disto é possível ter uma noção
geral da história de Israel, e a maneira como os eventos do plano de Deus
na história de seu povo. A história que foi registrada mostra claramente as
virtudes dos homens chamados por Deus, bem como suas falhas e os graves
erros que cometeram quando deixaram de seguir as leis do Senhor Deus de
Israel. A bíblia não é um livro que registra a vida de super-homens, pelo
contrário, sua intenção é ser o mais fie possível ao tratar do caráter, da
personalidade e do temperamento dos homens que foram chamados por
Deus para realizar seus grandes feitos. Os livros históricos nos permitem ter
uma visão abrangente sobre o comportamento de Israel frente a idolatria e
outros pecados que Deus abominava.
Em decorrência de suas escolhas, Deus deixou o povo judeu a sua própria
sorte, pois as escolhas eradas deste povo resultaram em grande ruína para
toda a nação.
A história de Israel pode ser mais bem compreendida se estivermos atento
aos eventos principais e em que época ocorreram. Isso permite que o
estudante tenha uma visão geral dos eventos e compreenda as ações de
Deus em relação a Israel em cada um deles. Outra questão importante ao
atentar para estes eventos é que eles nos ajudam a delimitar os fatos e a
aprofundarmos o nosso entendimento sobre eles.

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No quadro abaixo é possível ter uma visão mais geral das épocas principais
da história de Israel.

I Épocas – Pré-história Nômade, Data séc. XIII/XV, promessas aos


patriarcas, libertação do Egito, revelação no Sinai, tomada da terra.

II Época Pré estatal, séc. XI/XII, época da consolidação, época dos juízes,
guerra de Javé, confederação tribal.

III Época da Monarquia (reino unido), ano 1.000 a.C. Saul, Davi (capital
Jerusalém), Salomão, construção do templo.

IV Reino dividido, reino do Norte (Israel), reino do Sul (Judá), ano 733/926
a.C. Assim chamada divisão do reino (primeira data certa da história de
Israel I reis 12).

V Época do assédio dos arameus, hegemonia assíria, ano 850/630 a.C.


guerra Siro-efraimita contra Judá (II reis 16:5; Isaias 7), perdas territoriais
de Israel (II reis 15:29) e conquista de Samaria (II reis 17). Elias, Eliseu, Amós,
Oséias.

VI Época de Judá (hegemonia babilônica a partir de 605), ano 701/587 a.C.


Cerco de Jerusalém pelos assírios (II reis 18:20; Isaias 36, 39; 1-4-8), reforma
de Josias (II reis 22 ss; Deuteronômio), primeira destruição e, dez anos mais
tarde destruição definitiva de Jerusalém pelos babilônios (II reis 24s;
Jeremias 27ss). Ezequiel, lamentações Dt 2, escrito sacerdotal.

VII Época pós-exílica (hegemonia persa) 539 a.C. Queda da Babilônia nas
mãos dos persas (Is 46s), 520/515 a.C., reconstrução do templo (Esdras 5s),
Ageu, Zorobabel, Zacarias.

VIII Era helenística 333/64 a.C., Alexandre Magno e conquista da Palestina


pelos romanos.

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Discorreremos um pouco melhor sobre este panorama geral do desenrolar


da história judaica.

3.1 – Antes da Monarquia ou Reinado


O período que antecede a monarquia de Israel é denominado de
“Teocracia”, (governo de Deus), muitos embora no período que vai de Josué
até o livro de Juízes tenha havia líderes humanos, todavia Deus levantava
líderes para momentos específicos na história de seu povo.
O livro de Josué dá início a série dos livros históricos do Antigo Testamento.
O leitor da bíblia sabe que Josué foi substituto de Moisés na missão de
introduzi-los na terra de Canaã. O livro de Josué descreve principalmente a
conquista e a divisão das terras a ocidente do Jordão por Israel, no período
que vai desde Moisés até a morte de Josué. A conquista de Canaã ficou sob
a responsabilidade e liderança de Josué.
Quando Israel as portas de Canaã, a situação estava ainda mais caótica, pois
por ocasião da invasão israelita o Egito havia perdido a sua influência sobre
as cidades-estados e Canaã, ficando estas sem nenhum tipo de poder
central. Esse poder central exercido pelo Egito era capaz de controlar
abusos entre os reis dos próprios cananeus, pois mantinha certo controle
sobre os reis cananeus e não permitia que estes reis guerreassem entre si.
Na falta desde poder central, isto é, o Egito, alguns reis cananeus buscaram
ampliar seus domínios, tais ações causaram um enfraquecimento ainda
maior no que diz respeito as condições para encarar uma guerra contra os
israelitas.
O objetivo de Israel era exterminar os cananeus e estabelecer um reino
totalmente novo, sem inimigos próximos que pudessem trazer algum tipo
de perturbações. Isso naturalmente foi um processo difícil e complicado,
segundo o que lemos acima. O certo é que o propósito era a extinção total,
embora Israel não tenha feito isso devido aos interesses particulares de
cada tribo que acabaram interferindo diretamente neste processo. Se não
houve a extinção total de todos os habitantes de Canaã, é certo que alguns
povos em particular foram extintos por completo.

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Dentre estes povos que já residia em Canaã temos alguns em destaques,


veja no quadro abaixo.

Quadro de alguns povos que habitavam em Canaã antes dos israelitas

Cananeus: era o nome dado a vários povos descendentes de Canaã, a


saber: Jebuseu, Heveu, amorreu, Arqueu, girgaseu etc.

Amonitas: eram povos progenitores de Bem-Ami, filho de Ló nascido em


um incesto com sua filha menor.

Moabitas: eram povos descendentes de Moabe filho de Ló em um incesto


com sua filha mais velha.

Amalequitas: descendentes de Amaleque um neto de Esaú filho de Jacó.

Filisteus: povos descendentes dos Casluim que habitavam em Creta na


Grécia.

Estes são alguns dos povos que na chegada dos israelitas em Canaã já
residiam ali.
O livro de Juízes narra o período em que Israel foi governado por indivíduos
chamados por Deus para momentos específicos. É o período em que Israel
terá que lidar com inimigos que fariam de tudo para escravizá-los e até
mesmo destruí-los por completo. Este quadro descrito no livro de Juízes
aponta para a necessidade de uma monarquia centralizada, pois é possível
perceber a falta de unidade entre os israelitas e os conflitos intensos entre
as tribos, que aconteceram em alguns momentos. Tais conflitos e um caso
específico, quase dizimaram por completo a tribo de Benjamim.
O livro de Rute contribui para sabermos as condições em que Israel se
encontrava pouco antes da monarquia. Este livro contém um relato
importante de como os povos a volta de Israel participaram de alguma

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maneira no plano da salvação. O livro como um todo descreve o papel do


remidor em relação a Rute. Mas é no final do livro que encontramos um
informação muito valiosa sobre a genealogia de Davi, pois Rute e Boaz os
pais de Obede, que foi avô do rei Davi.

3.2 – O Período Do Reinado ou Monarquia


O período do reinado ou monárquico tem início com a escolha de Saul para
ser o rei de Israel. Este é um período muito turbulento, pois Israel estava
cercado por muitos inimigos e era necessário que fosse liderado por alguém
capaz de construir certa unidade entre as 12 tribos. Nesse sentido, o grande
desafio do primeiro rei de Israel era unificar a nação e fortalecê-la
militarmente para enfrentar seus inimigos.

3.3 – O Reino Dividido


Este foi um período turbulento na história de Israel. O povo vivia um clima
de instabilidade constante, situação muito diferente daquela
experimentada nos tempos de Salomão, que conduziu o reino de maneira
justa, sábia e pacífica. Com a morte de Salomão, o reino de Israel foi dividido
entre o “Reino do Sul ou Judá e o Reino do Norte ou Israel. O Reino do Sul,
cuja capital era Jerusalém e foi governado inicialmente por Roboão, filho de
Salomão, era composto por duas tribos: “Judá e Benjamim”.
O Reino do Norte, cuja capital era Samaria e teve como seu primeiro rei
governante Jeroboão, era composta por dez tribos: “Rúben, Simeão,
Zebulom, Naftali, Efraim, Issacar, Dã, Manassés, Gade e Aser”.
A relação entre os reinos do Sul e do Norte foi bastante tumultuada, com
raros momentos em que se aliaram contra algum inimigo comum, ou
estabeleceram acordos de paz. A primeira disputa por influência política e
espiritual aconteceu logo após a divisão do reino, quando Jeroboão
percebeu que o povo ia até Jerusalém adorar no Templo de Salomão. Para
estancar a possibilidade de o povo se voltar contra ele, mandou construir
dois bezerros de ouro para que o povo viesse adorar em Samaria. Jeroboão
foi responsável por introduzir o culto idólatra no reino recém-formado.

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Desde então o reino do Norte se tornou idólatra e por este motivo foram
cativos para as outras nações. Aqui é importante ressaltar que a idolatria
naquele tempo envolvia uma série de coisas imorais e sacrifícios, que eram
totalmente contraditórios aos mandamentos do Senhor Deus de Israel.

No quadro a seguir temos um panorama geral deste período:

As duas partes a parte Norte a parte Sul

Nome bíblico Israel Judá

Nome moderno reino do Norte reino do Sul

Capital Siquém/Penuel/Tirza/Samaria Jerusalém

Primeiro rei Jeroboão (930 – 910 a.C) Roboão 931-913.

Dinastias 9 1

Número de reis 19 20

Período 931-722 a.C 931-586 a.C

Anos 209 345

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Cativeiro Assírio Babilônio

Último rei Oséias Zedequias.

3.4 – O Exílio e Pós-Exílio


O exílio dos habitantes do Reino do Norte aconteceu de maneira trágica e
precoce.
O exílio dos habitantes do reino do Sul acontece sob o comando do rei da
Babilônia e em três momentos. No primeiro momento, cerca de 605 a.C.,
foram levadas para o cativeiro a família real e a nobreza. No segundo
momento, que ocorreu em cerca de 597 a.C., foram levados para o cativeiro
babilônico a classe média de Judá e os sacerdotes, dentre eles estava o
profeta Ezequiel. No terceiro momento, que ocorreu em 586 a.C., foi levado
para o cativeiro parte do povo que havia sobrado, e nesta ocasião o templo
do Senhor que Salomão havia construído foi totalmente saqueado e
destruído. Os cativos de Judá foram autorizados a retornar para a sua terra
em 535 a.C., por meio de um decreto do Rei Ciro. Após 70 anos de cativeiro,
grande parte dos que haviam sido levados para lá haviam morrido e uma
nova geração estava retornando.
Dentre os problemas enfrentados pelos líderes espirituais de Judá em
relação ao povo que havia retornado, um deles era a mistura que havia
ocorrido com mulheres de outras nações. Isso influenciou diretamente nos
costumes do povo, na obediência a lei do Senhor. Neemias teve que
enfrentar este problema de forma enérgica, pois havia um grande descaso
dessas pessoas pelas coisas do Senhor.
Isto foi visto como um risco de o povo voltar a pecar e, consequentemente
sofrer reprimendas e castigos por parte do Senhor em decorrência de
comportamentos estranhos a lei que Deus havia estabelecido para o seu
povo.

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Dois outros grandes desafios que o povo teve que enfrentar no retorno para
sua terra: a reconstrução dos muros de Jerusalém e do Templo do Senhor
que estava em ruínas.

Tópico 2
Os livros Poéticos
Introdução
A cultura judaica é muito rica. Em meio a esta riqueza a poesia tem um
espaço proeminente, pois por meio desta poesia é possível extrair
importantíssimas lições para a vida, bem como compreender alguns
aspectos importantes do relacionamento do povo judeu com Deus.
A poesia é uma maneira que o ser humano encontrou para expressar seus
sentimentos mais profundos sobre vários aspectos da vida. No contexto da
cultura judaica a poesia era tratada de maneira peculiar, pois ela passou a
fazer parte da vida da comunidade, servia para orientar a relação do
indivíduo com Deus com o próximo, com a vida e nos relacionamentos
familiares. Inicialmente vamos discorrer um pouco sobre alguns aspectos
importantes da poesia hebraica. Na parte final do tópico vamos discorrer
resumidamente sobre cada livro que compõe o conjunto de livros poéticos
do Antigo Testamento. A abordagem que faremos dos livros será a título de
introdução, pois nos permitirá ter uma ter uma visão geral do conteúdo de
cada livro e os aspectos mais relevantes em cada um.

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2 – A POESIA HEBRAICA
A poesia hebraica é altamente estruturada e visa expressar sentimentos,
verdade, emoções ou experiências em imagens. Não é por acaso que é uma
poesia muito rica. Enquanto a poesia grega, da qual procede a poesia
portuguesa, é muito baseada no som, a poesia hebraica, por sua vez, é
baseada na construção estruturada das frases.
É possível observar, a partir deste fragmento, que a poesia hebraica tinha
um aspecto prático, pois tratava de elementos e situações da vida diária.
Para o poeta, a vida diária das pessoas sofre influência do mundo
sobrenatural, nesse sentido a poesia vai além de meras palavras ou frases
cuidadosamente construídas, mas possuíam um peso espiritual quando
eram proferidas. Isso significa dizer que a poesia era levada muito a sério
pelas pessoas.
A excelência particular da poesia hebraica era ter servido a mais nobre das
causas, a da religião, apresentando as mais elevadas e preciosas verdades,
expressas na língua mais apropriada. Este é um ponto importante a ser
considerado, pois a poesia hebraica não era uma mera expressão cultural,
mas acima de qualquer coisa, servia a propósitos religiosos. Dentre suas
finalidades podemos destacar que exaltava a soberania e a misericórdia de
Deus em sua relação com o seu povo. Em relação as principais característica
da poesia hebraica, é importante destacar que são caráter elegante e
elevado do estilo, o uso de certas palavras e formas de palavras, a maneira
conceitual da expressão, e especialmente o que se chama de paralelismo,
isto é, certa correspondência, no pensamento ou na linguagem, entre os
membros de cada período. Esta elegância é facilmente percebida quando
lemos os livros de Salmos e Provérbios.

2.1 – OS ARTIFÍCIOS POÉTICOS DO ANTIGO TESTAMENTO


Os artifícios poéticos consistem em métodos para se transmitir uma ideia,
verdade, valor etc., por meio de uso adequado e sutil da linguagem. No
Antigo Testamento, principalmente nos livros poéticos, mas também
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encontramos muito isso nos livros proféticos, a linguagem é utilizada como


um recurso essencial no sentido de orientar o povo a uma postura
moralmente coerente com a vontade de Deus.

2.2 – LINGUAGEM FIGURADA


A linguagem figurada é um recurso muito utilizado na comunicação para
enfatizar ou aumentar a expressividade em um determinado texto ou fala.
No caso dos poetas, eram manipuladores da linguagem figurada, e um bom
tem a imaginação fértil, que se manifesta sob a forma de expressões verbais
coloridas. Essa capacidade do poeta é o que o distingue de qualquer outra
pessoa, pois ele possui a capacidade de usar a palavra de maneira viva e
capaz de transmitir ideias e pensamentos que de outra forma talvez fosse
impossível.

2.3 – PARALELISMO
O paralelismo é uma maneira de organizar as expressões numa
programação textual utilizada na escrita. O paralelismo auxilia muitas vezes
consideravelmente a interpretação, apresentando salientes da passagem
na própria relação em que se acham.
A característica mais notável da poesia hebraica, é o seu paralelismo. Esta
expressão refere-se a prática de contrabalançar um pensamento ou frase
por outro que contenha aproximadamente o mesmo número de palavras,
ou, pelo menos, uma correspondência de ideais.
Um exemplo de paralelismo está no Salmo 24:1 que diz: “Do Senhor é a
terra e a sua plenitude, o mundo e tudo o que nele habita”. Este
paralelismo é do tipo sinônimo, pois é uma repetição de ideias similares.

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2.4 – RITMO
O ritmo na poesia é de grande importância, ou seja, é essencial, pois é o
ritmo que confere a poesia determinada sonoridade, visto que a poesia
hebraica não possui rima. Os hebreus não desenvolveram ritmo ao ponto
em que o fizeram os gregos, embora, seja um artifício que tenha seu
desempenho na poesia dos hebreus. Podemos observar que a poesia
hebraica não se baseia na rima métrica, mas no ritmo. Isso porque p ritmo
não se obtêm pela disposição exata das silabas tônicas e átonas, mas pela
ênfase de tonalidade e pelo destaque dado as palavras importantes.

2.5 – O USO DA MÚSICA


A música é o recurso poético capaz de causar um grande impacto sobre as
emoções de quem houve. A sonoridade musical é capaz de mexer conosco,
nas fazer sentir alegria, amor, tristeza, ou todos estes sentimentos quase
ao mesmo tempo. A música tem um grande poder sobre cada indivíduo.
Na cultura judaica a música foi um ingrediente muito comum nas festas e
no culto. O rei Davi era um amante da música, pois a bíblia relata que ele
tocava harpa e compunha salmos de adoração ao Senhor Deus. Os salmos
poderiam ser musicados, ou seja, era possível escolher um ritmo musical
para cantar os salmos. A bíblia sagrada narra o episódio em que Davi,
quando era apenas um jovem pastor de ovelhas, era chamado para tocar
para o rei Saul. Este rei estava sendo atormentado por espíritos do mal, e
somente com a música é que ele se acalmava.
Neste episódio é possível perceber a grande importância da música no seio
da cultura hebraica.

2.6 – OS LIVROS

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Os livros poéticos e sapienciais consistem em uma verdadeira obra-prima


da literatura hebraica, pois o estilo e conteúdo literário são fontes
inesgotável de sabedoria e lições valiosas para a vida de qualquer pessoa,
independentemente da religião ou de ser religioso ou não. Este conjunto
de livros não deve ser apenas lido, mas acima de tudo devem ser refletidos
e analisados com paciência no sentido de extrair as mais belas e profundas
lições para a vida.
Analisaremos estes livros poéticos e sapienciais de forma resumida.

2.7 – O LIVRO DE JÓ
O livro de Jó é uma das mais extraordinárias histórias de fé e paciência em
meio as adversidades da vida. Nenhum outro livro na bíblia possui uma
narrativa tão sublime sobre a condição de um homem frente ao sofrimento
e sua integridade mesmo diante de um quadro tão desfavorável. O livro
carrega o nome do patriarca Jó que teve sua vida assaltada por uma série
de intempéries e perdas profundas. O livro descreve de maneira vívida suas
angústias diante do sofrimento. Alguns estudiosos sugerem que Jó tinha
vivido antes de Abraão e que o livro tenha sido escrito por Moisés.
O livro de Jó pode ser dividido e três partes:
• Introdução teórica, onde é narrada a repentina virada na vida de Jó e
sua desgraça.
• Os diálogos entre Jó e seus três amigos, é o momento em que se
busca uma resposta humanista para problemas enfrentados por Jó.
• O momento em que cessam as discussões e Deus discursa sobre o
que ele fez e faz de maneira poderosa.
Jó é um dos livros sapienciais e poéticos do AT; “sapiencial”, porque trata
profundamente de relevantes assuntos universais da humanidade.
“Poético”, porque quase toda a totalidade do livro está elaborada em
estilo poético. Neste sentido, o livro cumpre um propósito duplo, pois por
meio da escrita em estilo poético é possível discutir os temas mais
profundos sobre o sofrimento humano. Isto contradiz muitas pregações da
atualidade que proclamam que as pessoas que têm Deus na vida não
podem sofrer. Tais afirmações são erros teológicos absurdos se analisarmos

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a luz do livro de Jó, pois o sofrimento é algo inerente a condição humana


em um mundo de pecado. O que há de se ter claro é que quando um justo
passa por um sofrimento, há um propósito que está acima de nossa
compreensão. Quando não aceitamos que Deus tem caminhos mais
elevados que os nossos, estamos agindo a semelhança dos amigos de Jó.
Muitos pregadores ao fazer suas pregações sobre o sofrimento do justo, se
comportam a semelhança dos amigos de Jó.
O livro de Jó contém uma mensagem muito contundente em relação a
maneira como as pessoas tratam quem está passando pelo sofrimento. Um
discurso de acusação, como foi o caso dos amigos de Jó, fez com que Deus
se irasse com eles. Esta é uma importante lição para nós hoje, pois diante
do sofrimento de alguém devemos procurar sentir o que ele sente dar
nosso apoio.

2.8 – O LIVRO DOS SALMOS


O livro dos salmos era utilizado como hinário pelo antigo Israel quando
adoravam a Deus no templo. São louvores inspirados pelo Espírito Santo e
de modo gral expressam emoções e sentimentos profundos da alma em sua
relação com Deus.
O termo salmos no idioma hebraico é “Tehillim”, que é “cânticos”, no
idioma grego é “Psalmói”, que é “louvores”.
O livro de Salmos, para melhor compreendermos, é geralmente dividido em
cinco livros. No quadro a seguir é possível visualizar panoramicamente essa
divisão.

Livros: Livro I - (1-41 – contém 41 salmos) Livro II (42-72 – contém 31


salmos) – Livro III (73 – 89 – contém 17 salmos) – Livro IV (90 – 106 –
contém 17 salmos) – Livro V (106 – 150 – contém 44 salmos).

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Autoria Livro 1 (maioria Davi), Livro II (maioria Davi e dos filhos de Corá),
Livro III (maioria de Asafe), Livro IV (maioria anônimos), Livro V (maioria de
Davi e anônimo).

Nome predominante livro I: “Jeová (o Senhor), Livro II: “El/Elohim”


(Deus),

Livro III “Elohim (Deus), Livro IV “Jeová” (o Senhor), Livro V “Jeová (o


Senhor).

Temas: livro I: (o ser humano e a criação), Livro II: (livramento e redenção),


livro III: (adoração e santuário), livro IV: (o deserto e os caminhos de Deus),
livro V: (a palavra de Deus e seu louvor).

Semelhança com o pentateuco: livro I (Gênesis), livro II (Êxodo), livro III


(levítico), livro IV (números), livro V (Deuteronômio).

O quadro acima nos dá uma noção geral de alguns aspectos importantes do


livro dos Salmos. É necessário lembrar que o livro é uma coletânea de
cânticos composto por diferentes pessoas e diferentes momentos histórico
e situações de vida. Por este motivo, os salmos possuem uma grande
diversidade de expressões, sentimentos e a própria maneira como as
pessoas se expressavam diante a situações da vida.
Em primeiro lugar, “Os hinos tinham o propósito dos cultos comunitário,
exprimindo a adoração pessoal e devoção por Deus do próprio autor.
Este momento na vida do adorador era ímpar, pois usando as palavras ele
poderia expressar seus sentimentos mais profundos diante de Deus. A
reunião para adoração era um momento de “celebração, adoração e
devoção e reconhecimento da grandeza de Deus”.

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Os salmos são as lamentações da comunidade em face de alguma


catástrofe ou desastre sofrido pela comunidade.
Se por um lado temos os hinos de adoração e devoção, por outro lado
temos os hinos que expressam uma lamentação diante dos infortúnios da
vida. Salmos reais são aqueles que focalizam sua atenção especial no rei
como servo do Senhor, e que deve servir a Deus e a seu povo eleito, o
ungido de Deus para guiar seu povo pelo caminho bom e seguro, orientar
os filhos de Israel e liderá-los diante de seus inimigos. Deve confiar que ele
governe seu povo, mas o Senhor Deus é o soberano de todo o universo.
Salmos são canções individuais de gratidão nas quais repete-se com
gratidão a libertação e as bençãos que o autor recebeu, ao aproximar-se do
altar de ações de graças. É uma fonte riquíssima de lições que podem ser
aprendidas na vida diária, dentre estas lições está o fato de confiar em Deus,
mesmo que as situações adversas nos levem a duvidar da sua justiça,
benevolência, misericórdia, amor e bondade. Mas que apenas cânticos, os
salmos são palavras inspiradoras que podem elevar a alma do fiel até a
presença do Senhor Deus e ali desfrutar de sua abundante graça.

2.9 – O LIVRO DE PROVÉRBIOS E ECLESIASTE


Os livros de Provérbios e Eclesiastes fazem parte do conjunto de livros
poéticos, também denominados de “Hagiógrafos”, tem sido designado em
tempos modernos pelo termo Chokhmah, e são em sua maior parte
composto em verso. São palavras dos sábios que tratam de muitas questões
da vida, seus versos expressam profundas verdades que servem para
pensarmos sobre nossa condição humana, a brevidade da vida e nosso
relacionamento com Deus.
O livro de Provérbios é uma grande coletânea de máximas vigorosas de
encorajamento positivos e de advertências, por detrás da qual brilha a
famosa sabedoria de Salomão, o qual falou sobre todas as situações
imagináveis da vida diária.
O propósito do livro de Provérbios era o de prover sabedoria aos simples
para que estes vivessem de maneira justa. O ensino de lições de vida por

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meio de provérbios era uma prática muito comum no Oriente, pois estes
ensinamentos eram memorizados e deveriam ser aplicados no dia a dia das
pessoas. Para facilitar a memorização, aos provérbios deveriam ser claros e
concisos, pois deveriam ser passados de geração a geração oralmente.
A sabedoria tão incentivada no livro de Provérbios é um tipo de capacidade
de discernir corretamente entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto,
entre aquilo que é virtude e o que é vício. É um tipo de saber que nos
capacita a agir prudentemente ao tratar de assuntos da nossa vida diária e
em nossos relacionamentos pessoais e em nosso relacionamento com Deus.
Outro tema frequente no livro de Provérbios, é o temor do Senhor.
Várias vezes o sábio aponta para a necessidade fundamental de se temer
ao Senhor para se ter uma vida boa e sossegada. Logo no início do livro ele
diz: “O temor do Senhor é o princípio da ciência” (Provérbios 1:7). Esse
temor produz em nossos corações o respeito pelos mandamentos do
Senhor e o cuidado em não transgredir nenhuma de suas ordenanças.
A autoria do livro de Eclesiastes é atribuída ao rei Salomão. O propósito
deste livro era convencer os homens da inutilidade de qualquer ponto de
vista acerca do mundo, que não se levante acima do horizonte do próprio
homem. O escritor logo no início diz: “Tudo é vaidade”. Na sequência, ele
apresenta várias situações da vida que corroboram com esta afirmação. O
livro é na verdade um reflexo da desilusão do escritor em relação a própria
vida. De acordo com a tradição judaica, o livro de Eclesiastes foi escrito por
Salomão quando já estava velho. Talvez seja por isso que o teor do livro
reflete a visão de alguém que teve muitas experiências, observou coisas e,
por fim pôde tirar uma conclusão não muito otimista de tudo aquilo que
havia vivenciado.
O livro pode ser dividido em quatro discurso:
• No primeiro discurso o sábio trata da inutilidade da vida humana.
• No segundo discurso se ocupa em avaliar a inutilidade de uma vida
egocêntrica.
• No terceiro discurso o sábio faz diversas reflexões sobre as
experiências da vida.
• No quarto discurso alerta para o fato de que um dia Deus vai tratar
das injustiças desta vida.

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Por fim, o sábio conclui com alguns conselhos importantes e considerando


a nossa vida a luz da eternidade.

2.10 – O LIVRO DO CÂNTICO DOS CÃNTICOS


A autoria deste livro é atribuída a Salomão, o livro recebe este nome porque,
dentre os muitos cânticos de Salomão, este são considerados os melhores
de todos os cânticos que ele compôs em sua vida.
O tema de Cantares é o amor de Salomão por sua noiva Sulamita, e da
profunda feição dela por ele. Este amor é entendido como uma tipificação
do caloroso relacionamento pessoal que Deus deseja ter com sua noiva
espiritual. O livro inicia descrevendo o desejo do noivo pela noiva amada.
Numa linguagem poética singular, o livro reflete a alegria que envolve o
relacionamento conjugal.
O livro de Cantares não segue uma lógica e nem mesmo possui um caráter
sistemático, seu conteúdo é construído de maneira espontânea
movimentando-se numa série de círculos interligados. Esta movimentação
se dá em torno de um tema central no livro, que é o amor. Com uma
infinidade de metáforas, o autor utiliza uma linguagem construída a partir
daquilo que há de mais belo e profundo na natureza. O amor romântico é
retratado de maneira bela, emocionada e pura.

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Tópico 3
LIVROS PROFÉTICOS
INTRODUÇÃO
Nossa abordagem sobre os livros proféticos consistirá em um estudo sobre
os profetas pré-cativeiro, os profetas no cativeiro, e os profetas pós-
cativeiro. A divisão mais comum é comumente feita entre profetas maiores
e profetas menores, todavia, para compreendermos as profecias dentro de
um espaço cronológico determinado, vamos realizar nossos estudos
utilizando a divisão tríplice.
A profecia hebraica tem sido objeto de muitas discussões teológicas, pois
seu aspecto futurista tem despertado muito interesse por parte dos
estudiosos da bíblia. A respeito deste aspecto, a profecia hebraica é, em
última instância caracterizada pelo apelo constante da parte de Deus para
que seu povo ande em santidade. Os profetas foram homens vocacionados
por Deus para confrontar os pecados do povo de Israel. Insistiram para que
o povo se arrependesse, pois os pecados do povo desencadernariam sua
própria ruína.
Os livros proféticos se constituem em fonte muito rica de informações
sobre a situação moral e espiritual do povo de Israel e das nações vizinhas,

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pois algumas das profecias do Antigo Testamento também foram dirigidas


as nações vizinhas de Israel.
No decorrer de nosso estudo vamos situar cada profeta no contexto em que
viveu e analisar de maneira sucinta o teor da mensagem de cada um deles.
Neste estudo será possível perceber a dedicação desses servos do Senhor
em apregoar o amor de Deus por um povo que o rejeitava. Nós vamos
perceber que Deus mantém um interesse constante em orientar seus filhos
para que estes andem no caminho certo e experimentem as benções
advindas da obediência.

3 – A PROFECIA EM ISRAEL
As profecias não são propriedades exclusiva de Israel, pois os povos a sua
volta possuíam seus próprios profetas, como é o caso dos profetas de Baal
e de Asera, que foram desafiados no Monte Carmelo. Todavia, a profecia
hebraica tem alguns particulares que merecem ser analisadas neste estudo.
A função do profeta era basicamente ser canal de Deus para orientar o povo
sobre a vontade de Deus. Logo a responsabilidade do profeta no Antigo
Testamento não era predizer o futuro no sentido moderno da palavra
profetizar, era mais anunciar a vontade de Deus que ele comunicava através
da revelação. Isso naturalmente fazia com que em muitos casos o ministério
profético consistia em uma tarefa árdua, pois quando o povo ou os seus
governadores se desviavam do caminho do Senhor Deus, era
responsabilidade dos profetas apontar os erros do povo e exortá-los para o
arrependimento. Tal maneira violenta a mensagem profética. Dentre os
vários exemplos de profetas que sofreram em decorrência do teor de suas
profecias, podemos destacar o caso de Jeremias, que foi lançado em um
poço por ter profetizado dizendo que os babilônios conquistariam
Jerusalém.
Tratando com mais clareza sobre profecia, podemos perguntar: O que é
uma profecia? Por definição generalizada é: “Uma revelação oral ou escrita,

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e, palavras humanas e através de um porta-voz humano, transmitido a


revelação de Deus e esclarecendo aos homens sua divina vontade”.
Esta era a característica da profecia do Antigo Testamento, que é o foco do
nosso estudo. Entretanto, é importante ressaltar que existem eventos do
Antigo Testamento que possuem, de certa maneira, um significado
profético. Tais eventos não se encerram em si mesmo, mas prenunciam
algo que esteja para acontecer num plano futuro e ainda mais abrangente.
As profecias não são predições futurísticas e aleatórias, pois elas possuem
funções muito especificas. Caso contrário a profecia não passa de algo
banal e corriqueiro. As profecias do Antigo Testamento devem ser levadas
a sério por causa das suas funções. Nesse sentido temos quatro funções
especificas de profecias hebraicas.
Veja no quadro abaixo.

1- O profeta tinha responsabilidade de encorajar o ovo de Deus a confiar


exclusivamente na graça de Deus, e no seu poder libertador, e não
nos seus próprios méritos de força, nem poder dos seus aliados
humanos.
2- O profeta tinha a responsabilidade de lembrar seu povo que a
segurança e a bem-aventurança dependiam da sua fidelidade a
aliança, e que esta aliança não consistia apenas em convicções
doutrinárias, mas na submissão sincera da sua vontade para obedecer
de todo o coração a Deus e viver em uma vida piedosa.
3- O profeta devia encorajar Israel quanto as coisas futuras, sendo elas
benções ou juízo divino.
4- A profecia hebraica selava a qualidade autorizada da mensagem de
Deus, quando a profecia se cumpria de maneira objetivamente
averiguável.

A seguir vamos discorrer sobre três períodos, mas específicos da profecia


hebraica. Gostaríamos de lembrar que optei por esta maneira de abordar
porque facilita na compressão do teor da mensagem profética e o tempo
histórico em que a profecia é situada. Quanto a esta maneira de abordar o

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tema, existem muitas objeções, mas, independente disso esperamos que


você compreenda nossa proposta.

3.1 – PROFETA PRÉ-CATIVEIRO


Na divisão do reino unido, ou seja, reino do Norte e reino do Sul, tivemos
inúmeros profetas que exortaram ambos os reinos ao arrependimento,
visando um perigo, um juízo eminente que estava por vir. No reino do Norte
tivemos alguns profetas que exortaram contra os pecados dos povos e dos
reis, como os altares erigido por Jeroboão, a profecias de Elias contra a casa
do rei Acabe, as profecias de Eliseu, de Hanani e de Jeú, porém alguns
destes profetas pregaram no reino do Norte como Oséias, Jonas, Amós e
Isaias em partes antes deste reino ser destruído em 722 a.C.
Porém estudaremos estes profetas que profetizaram no reino do Norte,
cuja suas profecias foram feitas livros contidos no Antigo Testamento,
porém abrangeremos com mais profundidade os profetas que profetizaram
no reino do Sul.
Desde a morte de Salomão até o cativeiro Babilônico houve o surgimento
de vários profetas, isso significa que este período foi marcado por um
número significativo de profecias.
Os profetas anteriores ao cativeiro são: “Obadias, Joel, Jonas, Amós,
Miquéias, Isaias, Naum, Sofonias, Habacuque. A seguir vamos analisar as
características do ministério profético de cada um.

3.2 – O PROFETA OBADIAS


O profeta Obadias exerceu seu ministério por volta de 840 a.C. Esta data é
consenso entre a maior parte dos estudiosos do Antigo Testamento. O
nome Obadias significa “servo do Senhor” era um nome muito comum em
sua época. A mensagem de Obadias é direcionada ao povo de Edom, os
descendentes de Esaú, irmão de Jacó. Os edomitas haviam se alegrado com
o sofrimento de Judá, em um primeiro momento Obadias aponta os
pecados de Edom e profetiza acerca de sua futura destruição. Em seguida
ele aponta a causa do julgamento dos edomitas e profetiza sobre o dia em
que o Senhor aplicaria o juízo contra o povo que se alegrou com a ruína dos

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filhos de Judá. A mensagem de Obadias é muito dura, pois há uma promessa


de que os edomitas seriam exterminados para sempre.
O livro é uma advertência contra a autoconfiança, orgulho e o autoengano
de que se pode fazer de tudo sem que um dia todos terão que dar contados
seus atos diante de Deus. A mensagem de Obadias é contundente, pois
aponta a estupidez de um povo que achava que nada lhes aconteceria,
mesmo cometendo pecados se alegrando com o sofrimento do povo de
Deus.

3.3 – O PROFETA JOEL


O profeta Joel exerceu o seu ministério no reino do Sul, por volta de 835
a.C., e o seu nome significa “Iavé é Deus”. O que auxilia na datação do livro
de Joel é que ele menciona alguns inimigos de Judá, entre eles os filisteus,
os edomitas, os egípcios e os fenícios. O fato de não fazer menção aos
babilônios e assírios mostra que estes povos ainda não tinham se tornado
potência na época.
O livro de Joel inicia com uma profecia sobre um terrível praga de
gafanhotos que assolaria Judá e traria um tempo de grande miséria e
sofrimento para a nação. Essa praga assemelhava a um exército devastador,
que atravessou, marchando a região inteira da Palestina.
Isto levou o profeta a meditar em termos mais amplos, sobre o juízo divino
vindouro. Tal profecia pode se referia a invasão avassaladora dos babilônios
que iam varrendo tudo a sua frente, quanto ao dia do juízo de Deus em um
momento que ainda está para acontecer.

AS FAZES DA VIDA DO GAFANHOTO

Cortador: larva que corta as folhagens.

Migrador: quando já voa e viaja pelos campos.

Devorador: Idade adulta e reprodutiva, quando aumenta o apetite.

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Destruidor: pulgão que se alimenta da seiva e mata a planta.


Diante deste quadro horrendo, Joel clama ao povo para o arrependimento,
e lança a responsabilidade de um avivamento sobre os ombros dos líderes
políticos e religiosos de Judá. A maneira dramática com que Joel se expressa
deixa transparecer sua preocupação com o futuro da nação. Lembrando
que diante de Deus cada ser humano é responsável por suas ações, cada
pessoa terá que prestar conta de seus atos diante de Deus. Se por um lado
temos a profecia de uma destruição iminente, por outro lado, ao final do
livro, há uma promessa do derramamento do Espírito de Deus sobre toda a
carne. A profecia de Joel aponta para um estado de calamidade, mas que
deste estado de sofrimento e dor um novo tempo é predito para o povo da
aliança. Este futuro promissor da plenitude do derramamento do Espírito
não ficará restrito ao povo de Israel, mas terá um alcance universal, pois
será derramado um reavivamento sobre todos aqueles que se arrependem
de seus pecados. Pedro faz referência deste derramamento do Espírito
vaticinado por Joel, quando prega no dia do pentecoste e quase três mil
pessoas aceitam a Jesus Cristo como o salvador.

3.4 – O LIVRO DO PROFETA JONAS


O profeta Jonas profetizou por volta do ano 760 a.C., e as mensagem tem
como pano de fundo a misericórdia salvífica de Deus. Ele vivia no reino do
Norte por ocasião do reinado de Jeroboão II e era contemporâneo do
profeta Amós.
O tema de sua profecia é que a misericórdia e a compaixão de Deus se
estendem até as nações pagãs, na condição de se arrependerem. É,
portanto obrigação dos israelitas testificar perante elas a fé verdadeira. Este
é um detalhe muito importante para a compreensão da mensagem do livro
de Jonas. Deus não salvou os ninivitas porque tivessem alguma coisa para
lhe oferecer. O único motivo para a não destruição de Jonas é a misericórdia.
Mas há quem possa objetar esta afirmação dizendo que os ninivitas se
arrependeram e isso aplacou a ira de Deus. Correto. Mas não teria
acontecido um arrependimento coletivo se Deus, por sua infinita
misericórdia, não tivesse enviado Jonas para protestar contra os seus

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pecados. O sinal da misericórdia de Deus em relação aos ninivitas foi


quando Deus ordenou a Jonas que fosse pregar a eles.
Diante disso, temos que nos deparar com mais uma questão importante:
Por que Jonas se recusou a ir pregar para os moradores de Nínive? Jonas
entendia que os ninivitas eram merecedores de castigo divino, pois esta
cidade era inimiga de Israel e deveriam pagar por seus crimes contra os
Israelitas. Deus da uma lição para Jonas e que serve para a igreja do século
XXI. Devemos pregar a mensagem de arrependimento a todas as pessoas e
povos, pois Deus é o único que pode julgar as pessoas e sua reação diante
da mensagem pregada. O próprio Jonas foi alvo da misericórdia de Deus
quando clamou no ventre do peixe. Sua desobediência o levou ás mais
profunda angústia, mas quando se arrependeu e clamou, Deus o alcançou
com sua misericórdia.
Os racionalistas questionam quanto á veracidade da história de Jonas, outra
questão em que os racionalistas questionam, é o fato de os mesmos
descartarem qualquer possibilidade do agir sobrenatural de Deus no
sentido de cumprir com seus propósitos. O livro de Jonas deixa uma lição
muito clara: Deus é um Deus que se importa com todas as pessoas,
independentemente de sua origem, pois sua misericórdia não faz acepção
de pessoas ou de povos.

3.5 – O PROFETA AMÓS


O profeta Amós, cujo nome significa “Carregador de Fardos”, profetizou
entre os anos 760-755 a.C. Suas mensagens foram dirigidas ao Rei do Norte.
Seu ministério se desenvolveu durante o reinado de Jeroboão II, que
governava a partir de Samaria, a capital do reino do Norte. Quem governava
o reino do Sul era Uzias. O profeta se diz um plantador de sicômoros, uma
planta que produz figos de qualidade inferior muito cultivada no Oriente
Médio. A mensagem de Amós é dirigida a várias nações. Deus retribuía a
cada povo segundo seus atos pecaminosos, e Israel o reino do Norte, havia
de certa maneira se alegrado com o castigo de outras nações, todavia algo
reservado para eles se cumpriria no tempo determinado por Deus.
A mensagem de Amós se deparou com um Israel próspero, mas o povo
moralmente e espiritualmente vivendo em decadência diante de Deus.

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A prosperidade de Israel gerou um comportamento injusto, exploração e


muita corrupção. Suas palavras não eram de consolação, gerou, mas de
confronto com os pecados do povo e a necessidade de arrependimento
imediato.
Esta decadência espiritual vivenciada por Israel consistiu no simples fato de
que as riquezas suplantarem o temor a Deus e a compaixão pelas
necessidades alheias. Deus relembra por meio de Amós, as maravilhas que
havia operado no meio de seu povo quando os tirou do Egito com mão
poderosa. Todavia este povo escolhido dentre as nações da terra havia se
esquecido de Deus e das suas bençãos. Um momento emblemático do livro
de Amós, é quando ele chama as mulheres rica de Israel de “vaca de Basã”,
que oprimis os pobres, que quebrantai os necessitados, que direis, aos seus
senhores daí cá, e bebemos (Amós 4:1). Este trecho revela que em Israel
havia um quadro de exploração e opressão que revelava a insensibilidade
das pessoas próspera em relação aos necessitados. O enriquecimento de
uns resultava na miséria de outros. Para estas pessoas que agiam
injustamente, explorando e oprimindo, Deus faz uma terrível advertência:
“Jurou o Senhor Jeová, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre
vós, em que vos levarão em anzóis e a vossos descendentes com anzóis
de pesca” (Amós 4:2).
Os capítulos finais do livro relatam uma série de visões acerca da destruição
de Israel. Todavia no capítulo final, Deus faz uma promessa de restauração,
pois depois de passar por todas estas coisas, o povo da aliança será
restaurado, suas cidades serão reconstruídas, haverá prosperidade e aquilo
que plantarem colherão em abundância, porque a benção de Deus estará
sobre seu povo.

3.6 – O PROFETA OSÉIAS


O livro do profeta Oséias tem uma mensagem intrigante, pois revela um
Deus amoroso que está disposto a conquistar seu povo, mas é um Deus
justo que julga aqueles desobediente na medida de seus atos. A profecia de
Oséias é a última tentativa do Senhor Deus no sentido de conduzir Israel ao
arrependimento, abandonar a idolatria e o pecado que eram persistentes
em sua vida, pois seriam entregues em breve ao juízo.

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O nome Oséias significa “Salvação”, e ele profetizou cerca de 715-710 a.C.


ele era proveniente de Israel, o reino do Norte cuja capital era Samaria.
Israel estava desmoronando moralmente e espiritualmente. Para
exemplificar a condição de Israel e o amor de Deus por seu povo, o Senhor
ordena que Oséias tome uma mulher de prostituições, pois o povo de Deus
havia se prostituido com os deuses dos povos a sua volta.
Mesmo diante deste esforço contínuo de levar o povo ao arrependimento,
o que podemos perceber é uma indiferença cada vez maior diante dos
apelos do profeta para que haja uma mudança no comportamento das
pessoas.
A vida de Oséias é a profecia em si mesma, pois sua esposa é o exemplo da
infidelidade de Israel para com Deus. Os filhos que nasceram desta união
eram sinais profético para o povo. O primeiro filho de Oséias se chamava
Jezreel, cujo significado é “Deus espalha”; o segundo filho de Oséias, uma
menina, foi chamada de Lo-Ruama, que significa “não compadecida”; e o
terceiro filho se chamava Lo-Ami, que significa “Não meu povo”. Estes
significados revelam em que condição estava o relacionamento entre Deus
e seu povo, e ainda, quais as consequências da infidelidade de Israel.
Um outro aspecto interessante no livro de Oséias é o seu estilo literário. A
construção do texto é muito peculiar, pois possuía grande diferença em
relação aos escritos dos outros profetas do Antigo Testamento.
Neste sentido, o leitor do livro precisa estar atento a este estilo, e
compreender o teor da mensagem a partir de uma perspectiva do perdão,
da compaixão, da disposição para a reconciliação, mas também do
sentimento de abandono vivenciado por quem ama sem, contudo, ter este
amor correspondido.

3.7 – O PROFETA MIQUÉIAS


O profeta Miquéias pertence ao grupo dos profetas do reino do Sul. Seu
nome significa “Quem é como nosso Deus?”. Nasceu em Moresete-Gate e
era de origem humilde, pois a semelhança de Amós, era um homem do
campo, profetizou entre os anos 740-710 a.C., era contemporâneo do
profeta Isaias.

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Vivendo próximo dos camponeses, podia experimentar e observar a


maneira como as pessoas do campo eram exploradas e injustiçadas. Diante
desse quadro, o profeta Miquéias levanta sua voz para protestar contra os
sacerdotes ímpios, os governantes corruptos e os falsos profetas.
Sua mensagem aponta para a aproximação da destruição dos dois reinos:
Judá e Israel. Num segundo momento, Miquéias pronuncia promessas de
esperança e momentos de glória para o povo de Deus, pois aponta para o
reino do Messias. Na parte final do livro ele descreve a pureza e a santidade
de Deus em contraste com a imoralidade e pecaminosidade do povo. Suas
palavras incentivam o povo ao arrependimento, pois Deus é justo e executa
seus juízos, mas também é um Deus misericordioso que não nega seu
perdão diante de arrependimento sincero.

3.8 – O PROFETA ISAIAS


O livro do profeta Isaias é de uma profundidade imensa, pois ele vaticinou
eventos importantes na história da humanidade e em relação ao Plano de
Salvação concretizado na vida de Jesus Cristo. Nesse sentido, neste estudo
vamos abordar este livro apenas de maneira introdutória, para que você
uma noção geral da vida e mensagem deste profeta.
Isaias é considerado o mais ilustre dos profetas e profetizou por volta do
ano 740 a 701 a.C., durante os reinados de quatro reis de Judá: “Uzias, Jotão,
Acaz e Ezequias. Ao que tudo indica, este profeta é proveniente de uma
família importante e influente em Jerusalém. A morte de Isaias é atribuída
ao ímpio e cruel rei Manassés, filho de Ezequias, que mandou serrar o
profeta ao meio.
Diante do grande número de profecias que compõe o livro de Isaias, muitos
estudiosos questionam se de fato todas estas profecias são de fato do
profeta Isaias, ou foram proferidas por outros profetas que teriam vivido
séculos mais tarde.
Esse ponto de vista sobre a composição do livro de Isaias e as profecias é
uma maneira de negar o elemento sobrenatural do ministério profético, ou
seja, a profecia teria sido escrita após o acontecimento. Tal posição é
antissobrenatural.

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Por outro, temos aqueles que defendem a unidade do livro, ou seja, atribui
todo o conteúdo do livro apenas a uma pessoa, este seria Isaias.
Por mais que esta discussão seja importante para o debate teológico e a
compreensão da mensagem profética, vamos discorrer um pouco sobre
outros aspectos não menos importantes do livro do profeta Isaias.
O significado do nome Isaias é “O Senhor é Salvação”, e é este o tema da
mensagem de Isaias, que a salvação é recebida pela graça de Deus, o
Redentor, e não pela força do homem nem pelas obras da carne.
A mensagem deste profeta é evangelística, pois neste livro há uma
exposição detalhada da doutrina de Cristo, pois Acham-se introspecções
cristológicas mais profundas na sua obra do que em qualquer outra parte
do Antigo Testamento.
Dentre as várias questões que o livro aborda, temos que considerar que o
livro segue alguns eixos principais, que trás a forma da escrita do livro,
aborda sua forma teológica, aos poemas trazidos em algumas profecias, a
redenção de Israel.
Vejamos no quadro abaixo a classificação de cada um destes eixos:

1º eixo: Deste primeiro eixo é que Isaias faz duras críticas á idolatria que
era tão comum em Judá, e isso naturalmente resultaria em uma desgraça
iminente ao povo rebelde.

2º eixo: A teologia deste livro está relacionada a soberania de Deus que


governa todas as nações da terra, pois é ele que exerce o poder e controla
todas as coisas e corrige e castiga os desobedientes.

3º eixo: Este terceiro eixo teológico gira em torno do tema do pecado do


homem. O pecado é a causa do afastamento do homem de Deus, mas Deus

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deixa muito claro que ainda que os pecados de alguém sejam escuros como
a escarlate, ele poderá tornar branco como a lã.

4º eixo: O quarto eixo teológico se refere a redenção de Israel e dos


gentios quando o Messias vier.

5º eixo: O quinto eixo se refere aos poemas do servo, em que alguns


destes poemas possuem um tom messiânico. O livro também possui um
eixo escatológico, pois, acima de tudo o livro é profético e aponta para
eventos futurísticos.

O livro do profeta Isaias pode ser estudado a partir de diferentes


perspectivas, pois suas temáticas permitem uma ampla possibilidade de
análises. No entanto, o que gostaríamos de ressaltar é que este profeta
trata de temas relativos aos juízos de Deus e da salvação que chegaria com
a vinda do Messias.
A salvação proclamada por Isaias não é restrita ao povo de Israel, mas tem
uma abrangência universal, pois todos os povos da terra poderão ser salvos
se crerem no Messias enviado por Deus.

3.9 – O PROFETA NAUM


O profeta Naum profetizou por volta de 630-610 a.C., o significado do seu
nome é “consolo”, e tal significado é muito interessante, pois Deus lhe usou
para pronunciar um juízo iminente sobre Nínive, a ímpia capital da Assíria,
e, ao mesmo tempo, Naum é usado por Deus para trazer uma palavra de
consolo para o povo de Deus.
A cidade de Nínive novamente é alvo das profecias dos profetas de Deus,
lembrando que o profeta Jonas havia sido enviado para profetizar para esta
cidade por volta do ano 760 a.C., e um século depois Deus volta par tratar
com Nínive só que desta vez a situação já estava muito complicada ao ponto

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de o Senhor falar a cidade dizendo: “Não há cura para tua ferida; a tua
chaga é dolorosa” (Naum 3:19).
Isto significava que a situação de Nínive era um caminho sem volta.
Nínive cuja destruição é anunciada pelo profeta, era naquela ocasião a
capital de um vasto império; era uma cidade de grande extensão e
população, e primeiro centro comercial do mundo. Isto levou os ninivitas a
se comportarem de maneira tão ímpia que suas ações resultariam em um
castigo terrível da parte de Deus, por causa de seus constantes pecados,
tais como assassinatos, roubos e mentiras.
Os ninivitas estavam despreocupados e achavam que nada nada lhes podia
acontecer, pois a cidade era também uma verdadeira fortaleza. Todavia,
mesmo com suas extraordinárias muralhas e fortalezas, ela foi de tal
maneira destruída que, no segundo século depois de Cristo, nem um
simples vestígio restava dela, e por muito tempo não se sabia mesmo qual
o sítio onde tinha existido.
Este foi o resultado do pecado e da falta de arrependimento.

3.10 – O PROFETA SOFONIAS


O profeta Sofonias profetizou durante o reinado do rei Josias, rei de Judá,
por volta do ano 630 a.C., o nome Sofonias significa “Deus esconde”, e
pode ser uma referência a ideia de que, por mais que os profetas tivessem
sido perseguidos, Deus havia escondido os seus escolhidos para profetizar
no tempo determinado por ele, pois no tempo de Josias reviveu o espirito
profético, sendo Sofonias o mais antigo dos profetas deste tempo.
O propósito de Sofonias era alertar Judá e Jerusalém acerca de seus
pecados, pois caso não se arrependessem, iriam sofrer em decorrência do
juízo iminente que estava para recair sobre os rebeldes. Além de Judá,
outras nações a sua volta são citadas pelo profeta. O juízo de Deus ou o
grande dia do Senhor, é uma retribuição a Judá e as demais nações pelos
pecados que estavam cometendo.
Diante desta mensagem de juízo houve um arrependimento parcial nos dias
do rei Josias. Novamente é possível perceber a misericórdia de Deus pois
ao mesmo tempo em que Deus repreende veemente seus filhos, ele

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promete bençãos maravilhosas quando estes se arrependem dos maus


caminhos.

3.11 – O PROFETA HABACUQUE


A temática da profecia de Habacuque é viver pela fé diante das
adversidades da vida. Ele profetizou entre os anos 625-607 a.C., e seu nome
significa “abraço”.
O livro não revela nada sobre sua família, de acordo com as menções feitas
ao poder dos caldeus, entende-se que os babilônios tinham se tornado uma
potência militar que ameaçava a Judá. Habacuque foi contemporâneo do
profeta Jeremias.
O livro inicia com o profeta lamentando as iniquidades e as violências
arbitrárias que entre os judeus se cometia. Diante disto Deus anuncia que
os caldeus marchariam pelas terras de Judá e tomariam suas habitações.
Mesmo os caldeus sendo uma nação extremamente ímpia, Deus também
julgaria os caldeus pelas atrocidades que eles cometiam, pois ninguém
ficará impune diante de Deus, cedo ou tarde todos receberão sua devida
sentença. Na parte final do livro nós temos a oração de Habacuque. Nesta
parte é possível perceber que, diante dos pecados que há no mundo e os
juízos de Deus, é necessário que o justo viva pela fé e confie que Deus está
no controle de tudo, pois ele governa todas as coisas com sabedoria. Diante
da grandeza deste Deus, o justo precisa confiar inteiramente que nada que
não seja da vontade de Deus irá tocá-lo.

4 – PROFETAS NO CATIVEIRO E DURANTE O CATIVEIRO


O cativeiro babilônico foi um capítulo cruel e vergonhoso na história de
Israel. Diante dos avisos de Deus, o povo continuou indiferente até o
momento em que Deus executou seus juízos. Durante o cativeiro babilônico,
Deus continuou usando seus profetas para orientar e repreender o povo
para que andassem no caminho santo. Os profetas que exerceram seu
ministério durante o cativeiro babilônico são os seguintes: Jeremias,
Ezequiel e Daniel.

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4.1 – O PROFETA JEREMIAS


O profeta Jeremias profetizou entre os anos de 627-586 a.C., pois devido ao
fato de ter iniciado seu ministério ainda jovem, resultou em um tempo
maior de ministério profético. Ele profetizou durante os últimos quarenta
anos da história do reino do Sul. O significado do seu nome é “O Senhor
estabelece”.
O profeta Jeremias viveu em um período em que ocorreram as invasões
babilônicas ao reino de Judá, isso significa dizer que ele viu grande parte
das suas profecias se cumprirem diante de si. Ele teve o desprazer de ver
sua terra que tanto amava, pois chegou ao ponto de dizer que: “Provera
Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em uma
fonte de lagrima! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do
meu povo” (Jeremias 9:1).
Mesmo diante dos apelos intensos e desesperados do profeta, o povo
permanecia indiferente a mensagem profética. Diante desta recusa em se
arrepender, a situação espiritual e moral do povo continuava decadente.
O pecado havia enraizado de tal forma que a mensagem profética não
causava remorso no coração do povo. Este quadro deplorável da condição
espiritual de Judá tornava a aplicação da justiça de Deus uma ação
inevitável, ou seja, os pecadores precisavam responder por seus pecados.
O profeta em momento algum procurou os holofotes, ou prestígio e poder.
Seu compromisso era com Deus, pois foi ele que o chamou para este
ministério, que é importante frisar, um ministério que exigiu de Jeremias
uma entrega total e plena confiança em Deus.
O livro de Lamentações de Jeremias é considerado como uma espécie de
apêndice das profecias do profeta. O livro revela de maneira terna e triste
a dor que o profeta sentia ao contemplar a desolação de sua terra e do
templo de Jerusalém, ver seu povo sendo levado para o cativeiro, o
sofrimento causado pelas misérias e pela fome que se tornou entre o povo.
No final da sua vida Jeremias foi levado para o Egito, mesmo contra sua
vontade. Lá ele continuou profetizando até o dia da sua morte. Suas
profecias foram dirigidas para outras nações além de Judá, dentre essas

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nações está a Babilônia. No capítulo 51 está registrado que o profeta


escreveu num livro todo o mal que viria sobre os babilônios.

4.2 – O PROFETA EZEQUIEL


O profeta Ezequiel era de uma família sacerdotal e seu nome significava
“Deus Fortalece”, foi contemporâneo de Jeremias e Daniel, pois exerceu
seu ministério por volta do ano 593-571 a.C., durante o cativeiro babilônico,
quando foi levado prisioneiro em 597 a.C. Seu ministério ocorreu em um
período tenebroso da história judaica, pois o povo, diante de tantas
calamidades e castigos divinos se encontrava aflito e humilhado.
Durante o período em que permaneceu no cativeiro babilônico, o profeta
sacerdote foi ali, entre os desterrados, a mais notável figura; mas os seus
conterrâneos pela maior parte resistiam as suas palavras, alimentando a
esperança de um rápido regresso ao seu país.
Assim como os outros profetas, Ezequiel vivenciou situações em que os
acontecimentos da sua vida se tornaram um sinal para o povo. Um exemplo
disto foi quando Deus lhe tirou a esposa e ordenou que o profeta não
chorasse por ela. Os cativos na Babilônia em breve teriam a notícia de que
Jerusalém e o templo seriam destruídos, mas assim como Ezequiel, não
deveriam chorar e nem se lamentar, mas deveriam manter sua rotina como
se nada tivesse ocorrido.
O ponto central das predições de Ezequiel é a destruição de Jerusalém.
Antes deste acontecimento, o seu fim principal era chamar ao
arrependimento os que viviam em uma grande indiferença, avisá-los contra
o pensamento enganoso de que com o auxílio dos egípcios, havia de ser
sacudido o jugo babilônico. Isso significava que não havia saída para o povo
se não confiar em Deus, pois o juízo que Deus havia decretado iria se
cumprir cada palavra.
O capítulo 37 de Ezequiel possui uma mensagem singular, pois é uma das
promessas mais extraordinárias a cerca da restauração de Israel.
O capítulo descreve de maneira clara o processo de restauração na ação
judaica e não deixa dúvidas quanto ao poder restaurador de Deus que vela
para cumprir as suas palavras. Os capítulos finais do livro contêm uma série

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de visões sobre a restauração do povo da aliança e a maneira como este


povo serviria de benções para todas as nações da terra.

4.3 – O PROFETA DANIEL


Daniel cujo nome significa “Deus é meu Juiz”, é um dos profetas mais
importantes do Antigo Testamento. Exerceu o seu ministério entre os anos
603-536 a.C.
Foi levado para a Babilônia ainda jovem e teve um papel de destaque junto
aos reis da Babilônia, pois foi governador de uma província e um dos
homens de maior confiança do império babilônico.
Sua conduta exemplar, desde sua chegada na Babilônia por volta do ano
605 a.C., fez dele um exemplo de fé e determinação em seguir a lei de Deus
em qualquer circunstância.
Diante dos muitos desafios enfrentados na Babilônia, demonstrou
paciência, sabedoria e temor a Deus. Talvez sua maior prova foi se manter
firme no propósito de orar todos os dias ao Deus de Israel com as anelas
abertas para a banda de Jerusalém. Tal propósito lhe custou uma noite na
cova dos leões.
A mensagem central do livro de Daniel é sobre a soberania de Deus na
história e através da história. Imerso na cultura dos caldeus, Daniel buscava
a Deus intensamente, diante da avançada ciência dos caldeus, o profeta se
destacou entre todos, pois nele habitava o Espírito do Deus Altíssimo.
Por ocasião do sonho de Nabucodonosor, em que nenhum dos seus sábios
pôde saber o sonho e interpretar, o profeta Daniel foi usado como
instrumento de Deus para revelar os sonhos do rei e sua interpretação.
Além do relato dos acontecimentos extraordinários na vida de Daniel e seus
amigos, o livro contém as profecias que se cumpririam em breve, as que se
referiam a um futuro distante, pois lhe é revelado uma mensagem para o
“tempo do fim”.
Suas profecias também fazem referência ao Messias vindouro e seu poder
de esmagar os reinos que se oporem a ele, pois governará seu povo com
sabedoria.

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4.4 – OS PROFETAS APÓS O CATIVEIRO


A Babilônia caiu diante do império Medo-Persa no ano 539 a.C. O rei Ciro
adotou uma política diferente dos babilônios em relação aos povos que
estavam no cativeiro, pois por meio de decretos permitia que estes povos
retornassem para suas terras e pagassem tributos ao imperador. O retorno
dos judeus inicia por este tempo e os profetas pós-cativeiro ou pós-exílio
são “Ageu, Zacarias e Malaquias”.

4.5 – O PROFETA AGEU


O profeta Ageu viveu em um período muito difícil para Israel, pois esta era
a época de severos testes para o remanescente recém-voltados para Judá,
vido de Babilônia.
O livro de Ageu data do ano 520 a.C., e trata da reedificação do templo.
Quando os judeus retornaram para Jerusalém e contemplaram a desolação
em que a cidade se encontrava, seus ânimos ficaram abalados.
Diante de tamanha desgraça e destruição, estavam profundamente
entristecidos. Zorobabel, que era o governador de Judá, tinha uma difícil
missão pela frente: mobilizar um povo com a autoestima destruída a
reconstruir o templo do Senhor.
Ague repreende o povo por estes estarem tão preocupados com suas casas
e deixarem o templo do Senhor de lado, pois estavam ornando suas casas,
enquanto o templo de Deus permanecia desolado. Num segundo momento,
Ague profetiza sobre a glória da segunda casa que seria maior do que a da
primeira. O profeta também conclama o povo a viver em santidade, pois tal
atitude geraria benções sobre seus filhos de Judá.
Por fim o profeta prediz a ruína das nações inimigas do povo de Deus e
prediz que Zorobabel representaria a continuação da linhagem do Messias.

4.5 – O PROFETA ZACARIAS

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A temática da profecia de Zacarias possui um teor de esperança e cuidado


de Deus para com seu povo, pois sua profecia era basicamente a promessa
de que Deus vai preservar seu remanescente fiel de todas as potências
mundanas, que oprimem e ameaçam a sua extinção, estes impérios
gentílicos serão destruídos, mas Israel vai sobreviver a todas as provações
do futuro, por ser o povo do Messias.
O profeta Zacarias viveu entre os anos 520-470 a.C., e o tema central do seu
livro é sobre a conclusão do templo do Senhor em Jerusalém e as promessas
messiânicas. Sua mensagem, a semelhança e Ageu, é encorajar o povo para
a reedificação do templo do Senhor e apontar para a vinda do Messias.
Zacarias foi o mais messiânico e escatológico dos profetas menores e era
rival até mesmo de Isaias, entre os grandes profetas.
Há mais profecias messiânicas neste livro do que em todos os outros
profetas menores combinados. Tal informação nos da a entender a
importância deste livro no plano de salvação do povo judeu.
Contudo, a profecia aponta para a rejeição dos judeus em relação ao
Messias enviado por Deus. Todavia, o povo judeu um dia irá reconhecer o
Messias e se arrepender por não o ter aceito, pois prantearão diante
daquilo que fizeram com ele. Neste tempo Deus irá abrir a porta da
santidade para seu povo que será governado com justiça e retidão pelo
Pastor-Messias.

4.6 – O PROFETA MALAQUIAS


O tema de Malaquias é que a sinceridade perante Deus e uma
maneira santa de viver são absolutamente essenciais aos olhos de Deus,
para que ele derrame bençãos sobre as colheitas e o bem-estar econômico
da nação. O judaísmo pós-exílio estava indo para o mesmo caminho de seus
antepassados, que por causa de seus pecados foram castigados e levados a
cativo.
A data da escrita do livro é cerca de 430-420 a.C. O nome Malaquias significa
“Mensageiro de Jeová”, e sua mensagem chama o povo a observar o
concerto do Senhor e deixar de praticar uma religiosidade hipócrita e
mecânica, pois tal comportamento desagradava ao Senhor.

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Para o profeta Malaquias, Israel precisava viver a altura de sua alta vocação
da nação santa, aguardando a vinda do Messias, que através dum ministério
de cura e não somente de julgamento, levará a nação concretizar as mais
ternas esperança.
Israel foi tomado dentre as nações para serem servos de Deus e servirem
de benção para as nações a terra. Quando Israel se afasta do caminho da
santidade, todas as nações da terra perdiam com isso.
A santificação do povo era necessária para que por ele Deus pudesse operar
e revelar seus desígnios para o mundo.
O profeta dirige sua palavra aos sacerdotes desobedientes que andavam
dando mau exemplo ao povo e contribuíam para que estes pecassem.
Outra questão importante no livro é a reprimenda ao povo que se casava
com mulheres estranhas e se divorciava ilicitamente.
Outra questão importante, era o povo deixar de pagar o dízimo ao Senhor
para manter em funcionamento o templo. O povo não via motivos para ser
fiel a Deus com suas contribuições, todavia o Senhor os lembra de que foi
ele que os preservou e os preserva de todos os males do mundo.
As profecias do Antigo Testamento consistem em uma fonte riquíssima de
conhecimento acerca do que aconteceu, do que está acontecendo e do que
irá acontecer.
O estudante de teologia precisa estar muito atento a mensagem dos
profetas para entender os acontecimentos de hoje a luz daquilo que foi
revelado pelo Senhor aos seus santos profetas.

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