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Lição 1: Conhecendo o livro de Isaías

AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Is 1.11-13 - A corrupção do povo
TERÇA — Is 1.14,15 -Deus não aceita o culto, os rituais e as orações feitas pelo povo
QUARTA — Is 1.21,22 - O profeta chama Israel de prostituta
QUINTA — Is 1.23 - Isaías profetiza contra as autoridades
SEXTA — Is 1.18,19 - Isaías convida o povo ao arrependimento
SÁBADO — Is 1.16,17 - Deus convida o povo para um novo caminho

TEXTO DO DIA

“Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata,

eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se

tornarão como a branca lã” (Is 1.18).

TEXTO BÍBLICO

Isaías 1.1-3,18-20,27-31.

1 — Visão de Isaías, filho de Amoz, a qual ele viu a respeito de Judá e Jerusalém, nos
dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.
2 — Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu, ó terra, porque fala o Senhor: Criei filhos e exalcei-
os, mas eles prevaricaram contra mim.
3 — O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel
não tem conhecimento, o meu povo não entende.
18 — Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como
a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o
carmesim, se tornarão como a branca lã.
19 — Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra.
20 — Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada, porque a boca
do Senhor o disse.
27 — Sião será remida com juízo, e os que voltam para ela, com justiça.
28 — Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que
deixarem o Senhor serão consumidos.
29 — Porque vos envergonhareis pelos carvalhos que cobiçastes e sereis confundidos
pelos jardins que escolhestes.
30 — Porque sereis como o carvalho, ao qual caem as folhas, e como a floresta que não
tem água.
31 — E o forte se tornará em estopa, e a sua obra, em faísca; e ambos arderão
juntamente, e não haverá quem os apague.
INTRODUÇÃO
O profeta Isaías teve muita ousadia em sua atuação pública. Suas profecias eram
majestosas e repletas de nobreza e beleza poética. Por isso, é um dos profetas
mais lidos do Antigo Testamento e um dos que mais falou a respeito da vinda do
Messias. Tal fato revela a importância que deve ser dada ao mesmo. Uma leitura
atenta e cuidadosa do seu livro nos leva a perceber as implicações que esse
profeta tem para os dias atuais. Assim, a obra desse profeta é considerada uma
das mais grandiosas produções teológicas do Antigo Testamento. Sua mensagem
é profunda e parte de alguém que conhecia profundamente o ambiente onde
estava inserido, de modo que, tomado pela inspiração divina, foi muito claro e
assertivo nas suas profecias, especialmente as que predisseram a vinda
messiânica de Jesus Cristo. Sua pregação foi marcada por uma paixão sacerdotal,
descrevendo Cristo com muita clareza, sendo por isso mesmo chamado de o
evangelista do Antigo Testamento.

I. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL

1. Tema. Seu tema principal está relacionado às profecias da vinda do Messias,


enfatizando a salvação recebida somente pela graça. O livro mostra ainda que
Deus não permitirá a desobediência do povo da promessa e esta será tratada
com a devida purificação através do sofrimento, primeiramente do próprio
povo e vicariamente por intermédio de Cristo.Tal é a importância de Isaías que
o Novo Testamento faz mais de 400 citações diretas e indiretas do livro.

2. Data. O livro de Isaías começou a ser escrito provavelmente antes do ano 740
a.C. e foi terminado no ano 701 a.C., período este que corresponde ao tempo
de ministério do profeta. Essas datas são aproximadas e levam em conta a
morte do rei Uzias. Entretanto, outra possibilidade é que, como o livro possui
três partes, a primeira delas tenha sido escrita de 740 a 698 a.C. e a segunda e
terceira partes de 697 a 680 a.C., terminando no reinado de Manassés.

3. Autoria. A autoria do livro é creditada a Isaías, cujo nome significa “o Senhor é


salvação”. Bastante apropriado, pois esse é o tema da mensagem do livro. Em
Israel havia várias pessoas com o nome Isaías, mas o autor é distinguido dos
demais ao se apresentar como filho de Amoz (Is 1.1). Entre os profetas ele é
considerado o maior, sendo chamado por alguns de rei dos profetas. Há uma
tradição que afirma que Isaías era sobrinho do rei Amasias, portanto, de
linhagem nobre e certamente vivia na corte real, desfrutando de alguns
privilégios que lhe serviram de apoio para ter o amplo ministério que teve; mas
o final de sua vida foi trágico; segundo a tradição rabínica, foi serrado ao meio
durante o reinado de Manassés. Era casado com uma profetisa e teve dois
filhos com ela (Is 8.3).

4. Local. Como a maior parte do ministério do profeta se desenvolveu em


Jerusalém, acredita-se que foi nessa mesma cidade que ele transformou suas
profecias em textos.

II. OBJETIVOS DE ISAÍAS


Isaías queria mostrar que o julgamento de Deus estava às portas e seria terrível, mas,
apesar disso, Deus levantaria um remanescente e dentre este um “rebento” e “um
renovo que frutificará” (Is 11.1), referindo-se a Cristo.

1. Anunciar o juízo de Deus. Israel e as nações vizinhas estavam em desacordo


com os preceitos justos de Deus, ofendendo gravemente a santidade dEle;
assim, se fazia necessário que o profeta denunciasse essa situação, embora
ele não fosse ouvido com atenção, pois chegou a chamar o povo de surdo e
cego (Is 42.18; 43.8). Mas era necessário que Deus, diante de sua justiça e
misericórdia, fizesse o povo saber com clareza quais eram seus pecados e
quais as consequências dessa desobediência.

2. Falar contra a falsa religião. O povo de Israel estava sendo governado por
alguns reis que desprezaram a Palavra de Deus. Embora alguns deles fossem bons, o
povo estava corrompido. A eles se aliaram alguns sacerdotes cujo compromisso era
apenas manter a religião institucional. Isso se fez refletir numa religiosidade vazia,
hipócrita, ritualística e sem sentido espiritual para o povo, levando-os a se desviar dos
caminhos do Senhor.
3. Denunciar a injustiça social. O povo de Deus havia se tornado orgulhoso e
egoísta como as demais nações. Isso fez com que os pobres dentre o povo fossem
humilhados e explorados pelos ricos e pelos governantes (Is 10.2; 26.6; 32.7; 41.17),
mas em contrapartida o Deus justo e misericordioso faria justiça ao pobre (Is 11.4),
lhes daria alimentação e descanso (Is 14.30), lhes serviria de refúgio (Is 25.4) e seria
portador de boas notícias (Is 61.1).

4. Anunciar a vinda do Messias. Este é o objetivo mais importante de Isaías,


porque diante da desobediência, aliada ao fato de que as pessoas não conseguiam
encontrar o caminho certo para Deus, a única solução possível seria a vinda do
Messias que, através do seu sofrimento, faria com que o povo se voltasse para Deus,
“porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is 53.11). A vinda do Messias aponta
para o caráter misericordioso e redentor de Deus, mesmo sendo o povo rebelde. Por
mais de dez vezes o profeta aponta para Jeová como o Redentor. O autor cita pelo
menos dezessete profecias que se referem ao Messias vindouro. Isso demonstra a
extraordinária unção do Espírito Santo sobre o profeta, fazendo-o prever o evento
histórico mais importante da humanidade depois da criação: Cristo, o Redentor.

III. CONTEÚDO DE ISAÍAS


Do capítulo 1 ao 39, o enfoque de Isaías é o juízo divino sobre Judá e Jerusalém e
sobre as nações vizinhas por meio da Assíria. Na segunda e terceira parte do livro, do
capítulo 40 ao 55 e 56 ao 66, respectivamente, Isaías se volta para a salvação do povo,
depois da punição pelo pecado ao retornarem do cativeiro babilônico, escreve sobre
a glória futura do povo de Deus por intermédio do Servo do Senhor, que é Cristo, que
salvará seu povo através de seu próprio padecimento e triunfo.

1. Quem é o Deus de Isaías. O profeta descreve o caráter de Deus (Javé) de


maneira brilhante. Chama-o de Santo de Israel vinte e cinco vezes; Ele é o
Salvador, relacionando essa palavra a redenção, livramento, justiça e juízo; Ele
é o Redentor e o Único e Supremo Governante em contraste com outros deuses
que nada são (Is 37.19); é Ele quem carrega e cuida do seu povo (Is 46.4) e faz
novos céus e nova terra (Is 65.17; 66.22).

2. O Espírito de Deus. Isaías é o profeta que mais fala sobre o Espírito de Deus no
Antigo Testamento. A referência mais importante é quando afirma que o
Espírito do Senhor (Javé) repousará sobre o “rebento de Jessé” (Cristo) com “o
espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza,
o espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11.1,2). Sendo a igreja
corpo de Cristo, entende-se que essa descrição do Espírito do Senhor refere-se
aos “dons” e “fruto” do Espírito (1Co 12.4-11; Gl 5.22). Há promessa de um
derramamento tal do Espírito que “o deserto se tornará em campo fértil” (Is
32.15) e a Palavra do Senhor não se desviará dos convertidos nem de seus
filhos (Is 59.20,21); o Espírito sobre Cristo “trará justiça às nações” (Is 42.1) e
o “ungiu para pregar boas novas aos oprimidos”, “restaurar os de coração
abatido”, “proclamar liberdade aos cativos e a pôr os presos em liberdade” (Is
61.1); e o Espírito do Senhor trará descanso ao seu povo (Is 63.14).

3. A santidade de Deus. Por meio de suas profecias, Isaías quer denunciar os


pecados do governo e do povo e levá-los ao arrependimento, mostrando que se isso
não acontecesse calamidades viriam sobre todos. Essa exigência de Deus fica clara
quando, ao ter um encontro com Deus e ver sua santidade, Isaías clama por
purificação (Is 6). Isso mostra que, quando há arrependimento, Deus prontamente
vem ao encontro do contrito como fez com o profeta, tirando a iniquidade e
purificando o pecado (Is 6.7).

CONCLUSÃO

Viver em família é a mais emocionante aventura da vida. Conviver com pessoas

diferentes e suportá-las em amor é, sem dúvida, um exercício extraordinário de fé e

obediência.

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