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ESTUDO DE CASO.
MACEIÓ-AL
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES
ESTUDO DE CASO.
MACEIÓ- AL
2021
ESTUDO DE CASO
SÍFILIS CONGÊNITA
Quando a mulher adquire sífilis durante a gravidez, poderá haver infecção assintomática
ou sintomática nos recém-nascidos. Mais de 50% das crianças infectadas são
assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros sintomas, geralmente, nos
primeiros 3 meses de vida. Por isso, é muito importante a triagem sorológica da mãe na
maternidade.
Acreditava-se que a infecção do feto a partir da mãe com sífilis não ocorresse antes do
4º mês de gestação, entretanto, já se constatou a presença de T. pallidum em fetos, já a
partir da 9a semana de gestação. As alterações fisiopatogênicas observadas na gestante
são as mesmas que ocorrem na não-gestante. A sífilis congênita apresenta, para efeito
de classificação, dois estágios: precoce, diagnosticada até dois anos de vida e tardia,
após esse período.
SINTOMAS
Em bebês maiores- Dores nos ossos; se nega a mover o membro dolorido; inflamação
articular; dentes anormais (dentes cortados); cicatrização da pele ao redor das lesões
precoces da boca, dos genitais e do ânus (denominada rágades); perda visual;
nebulosidade da córnea; audição reduzida ou surdez; e placas acinzentadas do tipo muco
no ânus e na vulva.
A síndrome clínica da sífilis congênita precoce surge até o 2º ano de vida e deve ser
diagnosticada por meio de uma avaliação epidemiológica criteriosa da situação materna
e de avaliações clínica, laboratorial e de estudos de imagem na criança. Entretanto, o
diagnóstico na criança representa um processo complexo. Como discutido
anteriormente, além de mais da metade de todas as crianças ser assintomática ao
nascimento e, naquelas com expressão clínica, os sinais poderem ser discretos ou pouco
específicos, não existe uma avaliação complementar para determinar com precisão o
diagnóstico da infecção na criança.
A síndrome clínica da sífilis congênita tardia surge após o 2° ano de vida. Da mesma
forma que a sífilis congênita precoce, o diagnóstico deve ser estabelecido por meio da
associação de critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Além disso, deve-se
estar atento na investigação para a possibilidade de a criança ter sido exposta ao T.
pallidum por meio de exposição sexual. As principais características dessa síndrome
incluem: tíbia em “Lâmina de Sabre”, articulações de Clutton, fronte “olímpica”, nariz
“em sela”, dentes incisivos medianos 13 superiores deformados (dentes de Hutchinson),
molares em “amora”, rágades periorais, mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite
intersticial, surdez neurológica e dificuldade no aprendizado.
TESTES SOROLÓGICOS
• Todas as crianças nascidas de mãe com sífilis (evidência clínica e/ou laboratorial),
diagnosticadas durante a gestação, parto ou puerpério;
• Todo indivíduo com menos de 13 anos com suspeita clínica e/ou epidemiológica de
sífilis congênita.
MANEJO CLÍNICO
PREVENÇÃO
É um dos sinais clínicos mais comuns observados nos recém-nascidos (RNs), ocorrendo
em 60% dos RN a termo e 80% dos RN pré-termo. É causada pelo acúmulo de
bilirrubina na esclera e na pele.
ICTERÍCIA PATOLÓGICA
Pode ser confundida com a fisiológica, porém algumas situações sugerem o diagnóstico
de icterícia patológica: a icterícia precoce, antes de 24h de vida; o associação com
outros sinais clínicos ou doenças do RN como anemia, plaquetopenia, letargia, perda de
peso etc.; o icterícia prolongada (>8 dias no a termo e acima de 14 dias no pré-termo); o
bilirrubina direta > 1,5mg/dl ou >10% da BT; o progressão diária da BT >5mg/dl ou
>0,5mg/dl/h.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
A digitopressão sobre a pele, sob luz natural permite a classificação da icterícia nas
zonas de Kramer (zonas dérmicas).
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COMPLICAÇÕES
A encefalopatia bilirrubínica pode ser revertida, desde que seja adotada uma terapia
imediata e efetiva. Caso contrário, pode evoluir para uma forma crônica da doença
denominada de kernicterus. A doença ocasiona problemas neurológicos graves, tais
como paralisia cerebral e deficiência mental. Além disso, pode causar a morte.
TRATAMENTO
R.N admitido no Hospital Veredas, acompanhado pela mãe S.G.B.S, parto cesário de
urgência devido a falta de força durante o parto, mãe testou positivo para sífilis e o bebê
apresentou sífilis congênita em seu nascimento. Alimentação com aleitamento materno
exclusivo. Imunização atualizada. Avaliação do C/D, Peso- 4,125 kg, Estatura- 50 cm,
Perímetro Cefálico- 37 cm. Exame Físico: Criança ativa, afebril ao toque, apresentando
icterícia e em tratamento de fototerapia iniciado no dia da consulta. Cabeça-
normocefáliaca, fontanelas abertas e normotensas. Pavilhão auricular- com implantação
na linha ocular, indolor à pressão da região do tragus, ausência de secreção no conduto
auditivo externo. Olhos- ausência de secreção e edema, pupilas isocóricas, esclerótica
azulada, conjuntiva normocorada. Narinas- íntegras, sem secreções e ausência de
mucopolissacarídeos. Boca- palato íntegro com frênulo da língua preso. Pescoço-
íntegro e sem anormalidades grosseiras. Tórax- simétricos com expansão bilateral,
mamilos simétricos, respiração eupneica, sem uso da musculatura acessória, AP: MVU
+ em AHT s/r.a, Ac: RCR, BNF em 2t, s/ sopros. Abdômen- globoso, coto umbilical
presente com boa cicatrização, com presença de eritema tóxico, ruídos hidroaéreos
normofonéticos. Genitália feminina- típica, sem aderência de lábios. Região anal-
íntegra, sem anormalidades. Membros superiores e inferiores- simétricos, sem
deformidades e com boa perfusão capilar. Pele e anexos- alteração na coloração da pele,
apresentando icterícia, tugor e elasticidade preservados, presença de pequenas pápulas
hiperemiadas na região do abdômen. Reflexos- busca e sucção + babinsk + prensão
plantar + prensão palmar.