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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE

PORTADORA DE SÍFILIS
ESTUDO DE CASO

O estudo de caso tem como objetivo averiguar os dados clínicos sobre a


importância do diagnóstico precoce e a necessidade para notificação do
agravo da sífilis congênita procurando o melhor tratamento, que necessita
de uma atenção criteriosa já que a sífilis ainda é um problema de atenção
à saúde, devida a diversas repercussões clínicas.
CASO CLÍNICO
G.B.F. 20 anos, sexo feminino, admitida na clínica de saúde São Lucas de Porto Velho em 10/08/2022 as 14h para dar a
continuidade do pré natal, com resultado dos exames e sem queixa no momento.Em 27/06/22 foi realizada uma USG morfológica
feto único, situação longitudinal, apresentação pélvica e dorso à esquerda, Biometria Fetal: DBP 2,4cm; CC9 ,lem; CA 7,6cm; CF
1,3cm; PESO S8g. Translucência nucal 1,2MM, OSSO NASAL: presente, relações biométricas fetais normais, movimentos
ativos e BCF: 160bpm, líquido amniótico normal e placenta grau. Resultado de exame laboratorial realizado 27/06/22 : HB 11,2
g/dl,HT 34 %,Glicemia 94 mg/dl, Toxoplasmose NR, Rubéola NR, HIV I e II NR, HBSaG NR. HCV NR, Fator O+. VDRL 1/S
Reagente Paciente trouxe cartão de vacina completo à administrar dTpa a partir da 20 semana de gravidez, informou que realizou
tratamento para infecção do trato urinário e não fez o exame de Urocultura solicitado em consulta anterior. Foi realizado o exame
físico : Consciente, orientada, eupneica, normotensa, normocardio, afebril, normocorada ,hidratada, plana e globosas,auréola
normocorada,mamilos semi protusos, ausência de secreção à expressão, indolor à palpação e ausência de linfonodo
auxiliares.Abdome gravídico: AU 19 cm, BCF: 145bpm MMII: flexibilidade força presente sem alterações eliminações presente
SSVV: PA: 120x80 mmHg. FC-S8 bpm, FR:16 irpm, SpO= S5%, TAX: 36,3°C, Peso:52.100kg, Alt: 1,66 mt IMC: 18,9 normal;
Solicitado: VDRL com Titulação, Urocultura com antibiograma + parceiro, Glicemia em jejum e USG Morfológica; Orientado:
ingestão hídrica, alimentação in natura, menos carboidrato e refrigerante, higiene para coleta de diurese, a importâncias de
realizar o exame de urocultura e caso intercorrências ir a maternidade municipal.Foi prescrito Sulfato ferroso 40 mg, VO, 1 cp.,
antes do almoço e Benzetacil 1.200 000 UI 6fr/administrar 2 400.000U1 1x a cada 7 dias.
SÍFILIS

A sífilis é uma doença sexualmente transmitida causada pela bactéria


Treponema pallidum, que se apresenta como um desafio à saúde pública
em todo o mundo. É uma doença transmitida por via sexual (sífilis
adquirida) e vertical (sífilis congênita) pela placenta da mãe para o feto.
Outras formas de transmissão podem ser por via indireta que no caso são
objetos contaminados e por transfusão sanguínea.
ETIOLOGIA E PREVALÊNCIA
● A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, gênero Treponema, da família dos
Treponemataceae;
● No Brasil, a notificação atinge somente 32% dos casos de sífilis gestacional e apenas 17,4% de sífilis congênita;
● Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1,5 milhão de mulheres
grávidas são infectadas com sífilis anualmente, metade delas não são tratadas e terão filhos com resultados
adversos, tais como óbito neonatal, baixo peso ao nascer e/ou evidência clínica de infecção . No Brasil, um
estudo realizado entre parturientes nos anos de 2010 e 2011 indicou taxa de prevalência da sífilis de 0,89% no
país e 1,14% na região Nordeste.
FISIOPATOLOGIA

● A penetração do treponema é realizada por pequenas abrasões decorrentes da


relação sexual.
● Na detecção de casos, a introdução do teste rápido em parceiros de pacientes ou
de gestantes poderá ser muito importante.
● A transmissão da sífilis é predominantemente por contato sexual, mas também
ocorre a transmissão vertical para o feto ou via transplacentária, conhecida como
sífilis congênita.
QUADRO CLÍNICO

A sífilis primária se caracteriza pelo aparecimento do cancro, úlcera de fundo limpo e indolor,
geralmente única, no local de inoculação do agente, com pequeno aumento dos linfonodos
satélites, cerca de 20 a 30 dias após o contágio, no caso do homem a lesão aparece na
genitália e já na mulher podem ocorrer no interior do trato genital, o que as torna difíceis de
serem notadas, ou nas partes externas, notadamente nos grandes lábios, nos pequenos lábios e
as lesões primárias são muito contagiosas.
DIAGNÓSTICO MÉDICO
Testes Sorológicos

A utilização de testes sorológicos permanece como sendo a principal forma de se estabelecer o diagnóstico da
sífilis.São Divididos em Testes Não-treponêmicos (VDRL, RPR) e treponêmicos (TPHA, FTA-Abs, ELISA).

Sorologia não-Treponêmica : O VDRL e o RPR são os testes utilizados para a triagem sorológica da sífilis em
gestantes e da sífilis adquirida.

Sorologia Treponêmica : São os testes utilizados para a confirmação da infecção pelo T. pallidum, permitindo a
exclusão dos resultados falso positivos dos testes não-treponêmicos, tendo em vista a sua elevada especificidade.

Estudo do Líquido Cefalorraquidiano (LCR / líquor): A ocorrência de alterações no LCR é muito mais
frequente nas crianças sintomáticas com outras evidências de sífilis congênita, do que nas crianças
assintomáticas, apesar de infectadas.
TRATAMENTO

A droga de escolha para o tratamento da sífilis é a penicilina benzatina


(OMS) , ela age interferindo a síntese do peptidoglicano, componente da
parede celular do T. pallidum, como resultado disso, a água entra no
treponema e isso o destrói. Até hoje nenhum caso de resistência à penicilina
foi relatado.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Os cuidados de enfermagem perante a sífilis congênita estão relacionados


principalmente a uma assistência pré-natal adequada e precoce.
Realizar o teste rápido (VDRL), iniciar o tratamento após o diagnóstico
positivo e orientações sobre uso de preservativos.
Realizar o teste (VDRL) na 1ª consulta de pré-natal e no 3º trimestre. Iniciar
tratamento da gestante e do parceiro, notificação compulsória e orientações
sobre uso de preservativos.
Diante do diagnóstico de sífilis gestacional, é importante que o enfermeiro
oriente a mulher e seu companheiro quanto ao necessário tratamento para evitar
a sífilis congênita e informe sobre os resultados negativos.
O acompanhamento do enfermeiro deve ser realizado de modo completo
através da anamnese com orientações à gestante e parceiro sexual, sendo um
ponto facilitador para a evolução de atividades voltadas para a redução da sífi lis

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