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células sinciciais e produção de oxido nitroso e fator de crescimento

MARC 4 – DOENÇAS EXANTEMÁTICAS tumoral α.


❖ São observadas respostas precárias das células T especificas contra o
PEDRO BONALDI BRITTO NILO ARAUJO vírus do sarampo em indivíduos com grave desnutrição e
imunocomprometimento.
SARAMPO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO SARAMPO
❖ É uma doença viral respiratória e sistêmica prolongada,
extremamente contagiosa, caracterizada por febre alta, exantema ❖ Deve-se suspeitar de sarampo na presença de febre e de exantema
maculopapular eritematoso, tosse, coriza e conjuntivite. maculopapular (não vesicular).
❖ Exibe pelo menos 24 genótipos diferentes, porém comporta-se como ❖ Possui um período de incubação de 7 a 21 dias, de início com febre
um único sorotipo, visto que a infecção natural ou a imunização e mal-estar, bem como tosse cruposa, coriza conjuntivite e fotofobia,
adequada confere ampla proteção contra todos os tipos. que começa cerca de 10 dias após a exposição. As manchas de
❖ O número de infecções por sarampo tem diminuído Koplik podem aparecer nessa mesma fase.
progressivamente após a vacinação. ❖ Normalmente as manchas de Koplik começam a aparecer junto com
o desaparecimento do exantema e deve-se tomar cuidado para não
FISIOPATOLOGIA DO SARAMPO confundir com candidíase oral.
❖ O vírus do sarampo tem como alvo o sistema imune. ❖ O clássico exantema maculopapular eritematoso que esmaece a
❖ Primeiro, o vírus infecta as células dendríticas das vias respiratórias pressão começa na face e vai descendo e escurecendo ao longo do
ou da conjuntiva, então migram para os linfonodos regionais, onde tempo.
infectam as células T CD150 (SLAM) e células B. Após isso, os ❖ A temperatura corporal chega a atingir 39 a 40,5 graus, começa com
linfócitos infectados seguem seu trajeto para outros tecidos pródromo e continua durante pelo menos 4 dias durante o exantema.
linfoides. ❖ Os pacientes são contagiosos durante 4 dias antes e 4 dias depois do
❖ O vírus pode entrar no SNC por meio de linfócitos infectados, sendo início do exantema.
a complicação mais grave a panencefalite esclerosante subaguda.
❖ O vírus infecta posteriormente o epitélio respiratório por meio do
receptor Nectina-4, causando dano e descamação e é então expelido
como gotícula infecciosa pela tosse, sendo assim feita a transmissão.
❖ Ele escapa do reconhecimento imune por inibir os interferonas tipo
1.
❖ As lesões da mucosa bucal (manchas de Koplik) e o exantema
clássico resultam da infecção do epitélio capilar, com formação de
DIAGNÓSTICO DO SARAMPO TRATAMENTO DO SARAMPO

❖ Os pacientes podem apresentar leucopenia e linfopenia acentuadas, ❖ O tratamento consiste em suporte, com controle da febre, hidratação,
porém a suspeita so é confirmada por meio de um PCR-RT de nutrição e observação à procura de complicações graves de
amostras obtidas de locais de eliminação do vírus (nasofaringe, pneumonia e encefalite.
orofaringe, conjuntiva etc.). ❖ Recomenda-se a suplementação de vitamina A para reduzir a
❖ Os indivíduos infectados não vacinados podem apresentar níveis mortalidade e o risco de xeroftalmia.
elevados de anticorpo imunoglobulina M especifico contra sarampo ❖ A dose de vitamina A deve ser (durante o primeiro e segundo dia de
logo no primeiro dia de exantema. apresentação):
Para lactentes inferior a 6 meses: 50.000 UI
Crianças de 6 a 11 meses: 100.000UI
Com 12 meses ou mais: 200.000 UI7

RUBÉOLA

❖ É uma doença viral aguda, que habitualmente se manifesta na forma


de exantema maculopapular generalizado de 1 a 3 dias, com febre
baixa ou nenhuma.
❖ Possui alguns sintomas associados como linfadenopatia, Artropatia e
conjuntivite.
❖ Cerca de 20 a 50% podem não apresentar exantema nem outros
sintomas.

FISIOPATOLOGIA DA RUBÉOLA

❖ O vírus da rubéola é transmitido por gotículas eliminadas nas


secreções respiratórias.
❖ O primeiro ponto de entrada é a nasofaringe, em seguida vai para
linfonodos.
❖ A viremia pode estabelecer o vírus em múltiplos órgãos, incluindo a
placenta. Ela ocorre entre 8 e 9 dias após a exposição e alcança seu
pico em 16 a 18 dias normalmente.
❖ O indivíduo espalha o vírus de 7 dias antes ate 7 ou mais dias depois
do início do exantema.
❖ Indivíduos com infecção clínica ou subclínica são considerados ❖ Para um diagnóstico posterior pode ser feito um IgM, em 7 a 10 dias
contagiosos. após o início do exantema.
❖ A replicação viral pode infectar todos os órgãos do feto, em especial ❖ O diagnóstico tardio também pode ser feito através do IgG e deve
o olho. ser coletada em 14 a 21 dias após o início do exantema.
❖ A característica essencial da infecção fetal é a infecção crônica que ❖ O vírus da rubéola pode ser isolado da nasofaringe, de amostras do
persiste durante toda a vida fetal, com eliminação do vírus em até sangue, da urina e LCR.
um ano.
TRATAMENTO DA RUBÉOLA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA RUBÉOLA
❖ O tratamento é inteiramente sintomático, podendo utilizar
❖ A rubéola adquirida é caracterizada por exantema maculopapular antitérmicos, analgésicos e anti-inflamatórios.
generalizado, que normalmente persiste por 1 a 3 dias. O exantema
começa na face e no pescoço e progride em direção descendente. VARICELA
❖ O exantema é mais tênue que do sarampo e não coalesce. ❖ A infecção primária pelo vírus varicela-zóster resulta no exantema
❖ Crianças apresentam poucos sintomas prodrômicos ou nenhum, da varicela (catapora).
sendo que o exantema consiste no primeiro sinal da doença. ❖ Ele estabelece uma infecção latente no SNC e pode ser reativado
❖ Em crianças de mais idade e adultos, o exantema é frequentemente mais tarde, causando a herpes-zóster.
precedido de um pródromo de 1 a 5 dias, com baixa febre, mal-estar
e sintomas das vias aéreas superiores. FISIOPATOLOGIA DA VARICELA
❖ O período de incubação é de 14 dias, com variação de 12 a 23 dias.
❖ É transmitida pelas vias respiratórias, infecta as células epiteliais e
❖ Pode-se observar ocorrência de linfadenopatia occipital e pós-
os linfócitos na orofaringe e nas vias respiratórias superiores ou na
auricular.
conjuntiva. Após isso, os linfócitos infectados se disseminam por
❖ Pode ter como complicação artralgia e artrite em adultos e em
todo o corpo e em seguida o vírus penetra por meio das células
menos escala, trombocitopenia e encefalite.
endoteliais nos vasos sanguíneos e espalha-se pelas células
❖ As complicações durante a gestação incluem o aborto ou a síndrome
epiteliais, causando o exantema vesicular da varicela.
da rubéola congênita, que inclui anomalias em olhos, orelhas e
❖ Os neurônios dos gânglios dos nervos cranianos e da raiz dorsal
coração.
sofrem infecção latente e se a imunidade declinar o vírus pode ser
DIAGNÓSTICO DA RUBÉOLA reativado e seguir seu trajeto pelo axônio de uma dermátomo e
causar a herpes-zóster.
❖ os exames laboratoriais constituem a única forma de confirmar o
diagnóstico.
❖ Durante os 4 dias após o aparecimento do exantema a detecção do
vírus pode ser feita através de um PCR-RT.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA VARIC ELA ❖ O aciclovir IV é recomendado para indivíduos com necrose aguda
da retina.
❖ Começa com febre e mal-estar seguidos, dentro de 1 a 2 dias, de ❖ O foscarnet 40 mg/kg a cada 8h durante 2 semanas ou até que todas
exantema vesicular disseminado e pruriginoso. as lesões tenham crostas deve ser usado para o vírus varicela-zóster
❖ Possui um período de incubação de em média 15 dias após a resistente ao aciclovir.
exposição a um indivíduo infectado.
❖ A cronologia da lesão se segue da seguinte forma: pápulas → ESCARLATINA
vesículas → pústulas → formação de crostas.
❖ As lesões surgem na cabeça e em seguida se espalham para o tronco ❖ É geralmente uma sequela de infecção causada por Streptococcus
e por fim para os membros. beta-hemolíticos das orelhas, do nariz, da garganta ou da pele,
embora também possa ser causada por Staphylococcus aureus,
❖ Novas lesões ocorrem por até 5 dias em hospedeiros normais e a
formação completa de crostas ocorre em cerca de 2 semanas. Haemophilus influenzae ou Clostridium spp.
❖ Uma das complicações da varicela é a superinfecção bacteriana por ❖ As lesões cutâneas normalmente são acompanhadas por febre,
cefaleia, mal-estar, calafrios, dor de garganta e vômitos.
Streptococcus do grupo A ou por Staphylococcus aureus.
❖ As mucosas geralmente são eritematosas com petéquias.
DIAGNÓSTICO DA VARICELA ❖ Membrana branca frequentemente é observada recobrindo a língua e
pode haver amigdalite.
❖ A maioria dos casos são diagnosticados pela apresentação clínica. ❖ A erupção cutânea é tipicamente formada por pápulas eritematosas
❖ Quando o diagnostico de varicela precisa ser confirmado de modo finas que iniciam na parte superior do tronco e se espalham.
definitivo, o PCR a partir do líquido vesicular, constitui o teste ❖ É caracterizada por rubor da face com palidez perioral.
padrão ouro. ❖ A erupção persiste por 4 a 5 dias e é seguida por descamação.
❖ O tratamento é feito com penicilina V 500 mg VO 2 a 3x/ dia por 10
TRATAMENTO DA VARICELA
dias ou uma dose única de penicilina G benzatina IM 1,2 milhão de
❖ O tratamento normalmente é sintomático, com antitérmicos e UI.
banhos/loções para o prurido. ❖ A recuperação leva de 4 a 5 dias, mas a erupção cutânea demora
❖ O aciclovir não é recomendado para crianças saudáveis. várias semanas para desaparecer.
❖ O aciclovir IV possui dose de 500 mg/m2 a cada 8h para crianças e
10 mg/kg a cada 8h para adultos durante 7 a 10 dias ou até toadas as DOENÇA DE KAWASAKI
lesões formarem crostas. ❖ É uma vasculite sistêmica de etiologia desconhecida, normalmente
❖ O aciclovir oral possui dose de 20 mg/kg 4x/dia para crianças e 800 ocorre em crianças com menos de 5 anos, mas pode ocorrer em
mg 5x/dia para adultos, administrado nas primeiras 24h após o início adultos, é mais comum em indivíduos do nordeste da Ásia do que
do exantema, irá diminuir os sintomas e deve utilizar até todas as em caucasianos
lesões formarem crostas.
❖ Normalmente os pacientes apresentam febre muito alta e erupção
cutânea escarlatiniforme, morbiliforme, urticariforme ou em alvo.
❖ Podemos observar também congestão conjuntival, lábios fissurados,
ressecados e hemorrágicos, “língua de morango” e linfadenite
cervical.
❖ Pode ocorrer artralgias, artrite franca, uretrite, diarreia, pneumonite e
meningite asséptica.
❖ As complicações mais graves em pacientes não tratados são
aneurismas da artéria coronária e miocardite.
❖ O diagnóstico é clínico e baseia-se na erupção cutânea típica e no
desenvolvimento de miocardite.
❖ O tratamento agudo é infusão IV única de gamaglobulina 2 g/kg de
8 a 12h 5 a 10 dias após o início da febre.
❖ Pode ser usado AAS de 30 a 50 mg/kg/dia dividida em 4 doses.
❖ Pacientes com maior risco de resistência a gamaglobulina IV devem
receber corticoides por 15 dias, sendo prednisona 2 mg/kg nos
primeiros 5 dias, 1 mg/kg nos 5 dias seguintes e 0,5 mg/kg nos
últimos 5 dias, com conversão para terapia oral 1 dia antes da alta.

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