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VIRUS RNA

Vírus do sarampo
Causa a doença sarampo. Ocorre principalmente na infância. É uma erupção
maculopapular.
Possui apenas um sorotipo, ou seja, uma vez contaminado desenvolverá imunidade
definitiva.
A transmissão se dá através de gotículas respiratórias, seguindo para a corrente
sanguínea e se disseminando para a pele. Quando na corrente sanguínea, não retorna
mais para o trato respiratório.
Sintomas: manchas avermelhadas na pele; manchas brancas na parte interna das
bochechas (sinal de koplix); mal-estar; febre; tosse seca; coriza; conjuntivite.
Não possui tratamento. Existe vacina, composta por vírus atenuados.

Influenzavírus
Causa gripe.
OBS.: gripe é diferente de resfriado.
A gripe é causada pelo influenza vírus e somente por ele, já o resfriado é causado por
diversos tipos de vírus diferentes. O resfriado possui sintomas mais leves do que a
gripe.
Influenzavírus A: causador das pandemias e epidemias de gripe.
Influenzavírus B: causa importantes surtos.
Influenzavírus C: não costuma causar surtos, porém é uma infecção mais branda.
O desenvolvimento da doença se dá através do trato respiratório e é exclusivo dele, ou
seja, não se dissemina para outros locais do organismo. A transmissão é por gotículas
respiratórias.
Tratamento: geralmente utiliza-se Amantadina, Rimantadina, Tamiflu ou Relenza.
Existe vacina. Ela é feia todo o ano porque o vírus se modifica.

Vírus da caxumba
Causa a doença caxumba, caracterizada por um edema da glândula carótida.
Apresenta apenas um sorotipo e sua transmissão se dá através de gotículas
respiratórias.
Entra no trato respiratório e vai para a corrente sanguínea, se instalando em algumas
glândulas, sendo que a principal é a carótida, mas pode afetar pâncreas, ovários,
testículos, parótidas e em alguns casos as meninges.
Uma complicação da caxumba pode ser a esterilidade pela possível inflamação da
glândula, mais comum em homens.
Sintomas: edema na glândula; febre; fadiga; perda de apetite.
Tratamento: não há.
Existe vacina.

Vírus sincicial respiratório (RSV)


Causa resfriados ou bronquites.
Pode ocorrer complicações em bebês ou pacientes com doenças cardiovasculares ou
imunodeprimidos.
Possui dois sorotipos e sua transmissão se dá por gotículas respiratórias.
Não possui disseminação sistêmica, está restrita ao trato respiratório.
Tratamento: em bebês pode se utilizar Ribavirin.
Não existe vacina para resfriados.

Vírus da Parainfluenza
Causa resfriados.
Em crianças pode causar bronquiolite, laringite e pneumonia.
Não possui disseminação sistêmica.
Tratamento: não há.
Não existe vacina.

Coronavírus
Causa resfriado comum e SARS (síndrome respiratória aguda grave).
Sorotipos diversos e que se modificam. Sua transmissão se dá por gotículas
respiratórias.
Sintomas: tosse; febre; coriza; dor de garganta; dificuldade para respirar; perda de
olfato; perda de paladar; distúrbios gastrintestinais (náuseas/vômitos/diarreia);
cansaço; diminuição de apetite; dispneia (falta de ar).
Existe vacina.

Vírus da rubéola
Causa a rubéola e a síndrome da rubéola congênita (transmissão vertical)
Apresenta apenas um sorotipo e sua transmissão é por via respiratória.
Inicia pela nasofaringe, seguindo pelos linfonodos locais e após isso para a corrente
sanguínea, causando erupções na pele.
A rubéola congênita pode causar má formações, como microcefalia, por exemplo.
Também, poderá ocorrer retardo mental, surdez, baixo peso e prematuridade.
Tratamento: não há.
Existe vacina composta por vírus atenuados.

Vírus da raiva
Causa a doença raiva e a transmissão ocorre por mordida de animal infectado (animais
silvestres, como gambás, guaxinins, morcegos, cães e gatos).
Apresenta apenas um sorotipo.
Desenvolvimento da doença: vírus se multiplica no local da mordida, depois infecta
neurônios sensitivos, instala-se no SNC, desloca-se até as glândulas salivares pelos
nervos periféricos e então ocorre a encefalite, com a morte dos neurônios e
desmielinização.
Sintomas no animal: dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de
comportamento, mudança na alimentação, nos cães o latido torna-se um uivo rouco e
nos morcegos com a mudança de hábito eles acabam sendo encontrados durante o
dia, em hora e locais não habituais.
Sintomas em humanos: transformação do caráter, inquietude, perturbação do sono,
alterações na sensibilidade no local da mordedura (queimação, formigamento e dor),
alucinações acompanhadas de febre, medo de correntes de ar e de água, crises
convulsivas periódicas.
Tratamento: a imunização pós exposição envolve o uso de vacina e de imunoglobulinas
humanas contra raiva, além da limpeza imediata do ferimento.
Existe vacina em grupos de risco e em animais.

Vírus da imunodeficiência humana (HIV)


Causa a síndrome da imunodeficiência humana (AIDS) e sua transmissão ocorre de
forma sexual, de forma vertical (de mãe para filho) e por transferência de sangue
infectado (perfuro cortantes).
Possui vários sorotipos.
Desenvolvimento da doença: o HIV infecta os linfócitos T auxiliares, resultando em
supressão da imunidade mediada por células. Isso acaba deixando o hospedeiro
suscetível a várias infecções oportunistas. Outras células (macrófagos e monócitos
cerebrais) que apresentam proteínas CD4 em sua superfície podem também ser
infectadas, ocasionando células gigantes multinucleadas e importantes sintomas do
sistema nervoso central.
Sintomas: começa com sintomas muito parecidos com os de uma gripe na sua primeira
fase, podendo não apresentar nenhum sinal também por um longo tempo, so
apresentando em fases mais avançadas. A fase dois vem marcada pela forte interação
entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus, mas não
enfraquecendo o organismo de forma suficiente. Na terceira fase com o frequente
ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem
destruídas. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T
CD4+. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e
emagrecimento. A fase mais avançada de todas é a AIDS, onde o paciente pode
desenvolver toxoplasmose, hepatites virais, tuberculose, pneumonias e alguns tipos de
câncer.
Tratamento: coquetel de medicações de uso contínuo. Não há cura, apenas controle.
Prevenção: uso de preservativo e testes rápidos ao menos duas vezes ao ano
dependendo a quantidade de parceiros sexuais.
Não existe vacina.

Vírus da hepatite C (HCV)


Causa a doença hepatite C, associado ao carcinoma hepatocelular. Sua transmissão
acontece por sangue (perfuro cortantes, transfusão).
Apresenta múltiplos sorotipos.
Desenvolvimento da doença: infecta principalmente os hepatócitos. São produzidos
anticorpos, porém 75% dos pacientes apresentam infecção crônica e produzem os
vírus por pelo menos um ano.
Diagnostico: ocorre por teste rápido de ELISA. Uma infecção crônica é caracterizada
por altas concentrações de transaminase e RNA viral detectável por pelo menos 6
meses.
Sintomas: perda de apetite, urina escura, dor de cabeça, enjoo e vomito, dor nas
juntas, fezes claras e pele e olhos amarelados.
Tratamento: difere entre a doença crônica e doença aguda.
Não existe vacina.
Rinovírus
Causador de resfriado comum. Sua transmissão ocorre por gotículas respiratórias em
aerossol e contato mão-nariz.
Existem mais de 100 sorotipo, fator que explica por que o resfriado é tão comum.
Desenvolvimento: a porta de entrada é o trato respiratório superior e a infecção
limita-se a essa região.
Não há tratamento.
Previne-se com lavagem de mãos e evitando aglomerações em locais fechados.
São impraticáveis devido ao grande número de sorotipos.

Vírus coxsackie
Grupo A: causam as doenças herpangina, conjuntivite hemorrágica aguda e doença da
mão-pé-boca.
Grupo B: causam as doenças pleurodinia, miocardite e pericardite.
Ambos os tipos causam resfriado comum, erupções febris e meningite asséptica.
Possui múltiplos sorotipos.
A transmissão ocorre via fecal-oral e por gotículas respiratórias.
Desenvolvimento da doença: o sítio de infecção inicial é orofaringe, mas o principal é o
trato gastrintestinal. O vírus atinge a corrente sanguínea e se dissemina para vários
órgãos.
Sintomas da doença mão-pé-boca: febre antes do surgimento das lesões, manchas
avermelhadas com vesículas branco-acinzentadas na boca, amigdalas e faringe (podem
evoluir para úlceras muito dolorosas), erupções de pequenas bolhas nas palmas da
mão e plantas dos pés, falta de apetite, vômitos e diarreia.
Não há tratamento.
A prevenção se dá por lavagem de mãos e evitando aglomerações em locais fechados.
Não existe vacina.

Vírus da hepatite A (HAV)


Causa a doença hepatite A e sua transmissão se dá por via fecal-oral através de agua
ou alimentos contaminados.
Possui um único sorotipo.
Desenvolvimento da doença: o vírus replica-se no trato gastrintestinal e se dissemina
para o fígado via corrente sanguínea. Hepatócitos são infectados.
Não há tratamento.
A prevenção se dá por medidas higiênicas, como lavagem de mãos após uso do
banheiro ou despejo correto de esgoto.
Há imunização ativa com uma vacina contendo HAV inativados.

Vírus Norwalk (norovírus)


Causa a gastrenterite (diarreia aquosa). Sua transmissão ocorre via fecal-oral,
envolvendo ingesta de alimentos marinhos ou água contaminados.
O número de sorotipos é incerto.
Desenvolvimento da doença: se limita as células mucosas do trato intestinal. Ocorre a
diarreia aquosa desprovida de hemácias ou leucócitos. A imunidade é de curta duração
e ocorrem reinfecções.
Não há tratamento.
A prevenção se dá por medidas higiênicas como lavagem de mãos após uso do
banheiro ou despejo correto de esgoto.
Não há vacina.

Rotavírus
Causa a doença gastrenterite (diarreia aquosa), especialmente em crianças pequenas.
A transmissão acontece via fecal-oral.
Há, pelo menos, seis sorotipos.
Desenvolvimento da doença: replicam-se nas células mucosas do intestino delgado,
resultando no aumento de secreção de fluidos e eletrólitos no lumen intestinal.
A perda de sais, glicose e água leva à diarreia. Não ocorre inflamação e a diarreia não é
sanguinolenta.
Não há tratamento.
A prevenção é por medidas higiênicas como lavagem de mãos após uso do banheiro e
descarte correto de esgoto.
Há vacina contendo cinco linhagens de rotavírus.

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