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CLASSIFICAÇÃO E EPIDEMIOLOGIA FISIOPATOLOGIA

* Inflamação e consolidação do parênquima pulmonar por * O micro-organismo (pneumococo, estafilo…) atinge os alvéolos pulmonares através da
agente infeccioso microaspiração proveniente das vias aéreas superiores (grumos de secreção)
* Classificação histopológica: preenchimento do espaço ‣ Pode ocorrer também através da inalação de aerosol contaminado do ambiente
alveolar por infiltrado necroinflamatório – alvéolos (legionella) ou por via hematogênica (S. aureus, estafilococos ou Gram- negativos) após
ocupados por leucócitos, exsudatos purulentos, contendo infecções de pele ou do abdome
debris celulares, neutrófilos e bactérias. * A flora local (orofaríngea) é composta por bactérias anaeróbicas que não são capazes de
* Classificação clínica: infecção aguda do pulmão por infectar indivíduos imunocompetentes
algum micro-organismo ‣ A idade avançada e determinadas afecções debilitantes como DPOC, DM e alcoolismo
* Epidemiologia: incide principalmente em indivíduos podem modificar a flora colonizadora por reduzir a quantidade de fibronectina do epitélio
debilitados por alguma patologia de base (proteína que serve como receptor para a adesão dos aeróbicos Gram-positivos),
* Diferenciadas em: permitindo a exposição de receptores das células epiteliais para agentes Gram-negativos
‣ Adquiridas na comunidade aeróbios
‣ Adquiridas no hospital * Para ocorrer pneumonia, uma ou mais das seguintes situações precisa estar presente:
‣ Associadas à ventilação mecânica 1. Contato do alvéolo com um agente de alta virulência
2. Contato do alvéolo com grandes inóculos de bactérias
3. Defeito nos mecanismos de defesa do hospedeiro (tosse, IgA, IgG, IgM)
A pneumonia só ocorre quando a capacidade dos macrófagos é superada
AGENTES ETIOLÓGICOS

1º Streptococus Pneumoniae (43%) “pneumococo” EVOLUÇÃO DA PNEUMONIA PNEUMOCÓCICA


2º Mycoplasma Pneumoniae (33%) 1. Congestão – vasos dilatam-se ingurgitando-se de sangue. Exsudato fibrinoso (edema c/
3º Clamydia Pneumoniae (25%) exsudato proteináceo)
4º Haemophilus influenzae (19%) 2. “Hepatização” vermelha – exsudação de hemácias (predominantemente), neutrófilos e
5º Legionella sp (15%) ambientes com água fibrina para o interior dos alvéolos
6º Vírus (21%) 3. “Hepatização” cinzenta – exsudato passou a conter basicamente neutrófilos e debris
7º Bacilos gram-negativos (9%) celulares (fase supurativa)
8º S. Aureus (6%) 4. Resolução ou organização – exsudato dá lugar a um material semifluido e granulado, que
vai sendo consumido pelos macrófagos até a completa resolução do processo

Pneumonia 1
PNEUMONIA BRONCOPNEUMONIA BRONCOPNEUMONIA
ALVÉOLO-DUCTAL * Comprometimento brônquico e alveolar INTERSTICIAL
* Agentes mais comum: S. Pneumoniae, H.
* Comprometimento alveolar, brônquico e
* Tipo mais comum de pneumonia Influenzae
intersticial
* S. pneumoniae é o germe mais comum * Padrão irregular, FOCOS DE CONSOLIDAÇÃO
* É uma forma comum das pneumonias virais,
* CONSOLIDAÇÃO ALVEOLAR: é causada pela permeados por alvéolos normais
mas o principal agente é o Mycoplasma
reação inflamatória intra-alveolar
‣ A disseminação se dá de alvéolo à alvéolo pneumoniae
* O RX apresenta áreas com características de
(Poros de Kohn)
‣ Caráter homogêneo: bloco compacto de comprometimento intersticial (vidro-fosco),
alveolar (áreas opacas consolidadas) e
consolidação - bases, local mais comum
brônquico (focos de condensação)
* A diferenciação do local de consolidação é
dificultada em uma incidência anterior, por isso
há o sinal da silhueta (borda direita do coração
encoberta pela consolidação indica foco em lobo
médio) PNEUMONIA
INTERSTICIAL
* Comprometimento alveolar e intersticial
* Usualmente causado por Pneumocystis
jiroveci, que chega ao alvéolo, mas não gera
consolidação (sem exsudato alveolar)
* INFLAMA O INTERSTÍCIO (pneumonia grave)
* Há tosse seca e dispneia (hipoxemia por
redução da difusão alvéolo-capilar)
* RX e TC: infiltrado em VIDRO FOSCO (↓da
transparência do parênquima, mas ele não é tão opaco.
Algo dificulta a passagem, mas o alvéolo continua com
o ar, pois o que tá espessado é o interstício pulmonar)

* Obs.: Nos casos de legionella


há consolidações homogêneas,
de progressão rápida, podendo
comprometer mais de um lobo –
a infecção pode começar por
qualquer lugar.
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QUADRO CLÍNICO PNEUMONIA ATÍPICA
É TÍPICO OU ATÍPICO? * Mycoplasma e Legionella
* Antigamente a pneumonia atípica era qualquer pneumonia causada * Se parece com uma virose respiratória prolongada
por um germe atípico (ex.: Legionella, Mycoplasma,..) * Instalação subaguda (10 dias)
* Hoje, a diferenciação entre típico e atípico se dá conforme a * Síntomas gerais de uma síndrome gripal
apresentação clínica * Sintomas de via aérea superior: odinofagia, otalgia, rinite, cefaleia e
* A confirmação diagnóstica se dá pelo quadro clínico, o exame físico e tosse seca intensa
alterações na radiografia de tórax * Sintomas sistêmicos: anorexia, prostração, mialgia, febre prolongada
(38-39ºC)
PNEUMONIA TÍPICA * Exame físico: revela apenas discretos estertores crepitantes ou sibilos
‣ Acomete mais o interstício pulmonar, por isso não temos os achados
* Principal agente: S. Pneumoniae, H. Influenzae
de pneumonia típica
* Doença hiperaguda (2-3 dias), início súbito
* Costuma ter infecção de via superior prévia
* Sintomas clássicos: febre alta (39-40ºC), calafrios, dor torácica
pleurítica (ventilatória dependente) e tosse produtiva com GERMES COMUNS X OPORTUNISTAS
expectoração purulenta (esverdeada), mucoide ou sanguinolenta Pneumonia por Klebsiella (pneumonia do lobo pesado)
* Exame físico: prostração, taquipneia (FR >24 ibpm, comum em ‣ Consolidação alvéolo-ductal princ. em lobo
crianças), hipertermia, diminuição da expansibilidade torácica e superior direito (associada com aspiração de
macicez (↓ da quantidade de ar) vômito comum em alcoolistas graves e diabéticos)
‣ EF na síndrome de consolidação: som bronquial (sopro tubário), ↑ FTV ‣ Causa rápida inflamação do lobo com abaula-
(meio líquido é mais denso que o ar), submacicez, broncofonia e mento da cisura por intumescimento e pode
pectorilóquia fônica) desenvolver áreas de necrose com cavitações
‣ EF na síndrome do derrame pleural: abolição do MV e FTV, ‣ RX com opacidade no lóbulo consolidado
submacicez e egofonia
* RX: infiltrado pulmonar Pneumonia estafilocócica por via hematogênica
(S. aureus)
* Laboratório: leucocítose neutrofílica, (15000- 35000/mm3),
‣ Broncopneumonia intersticial supurativa
granulações grosseiras no citoplasma e corpúsculo de Dohle)
(lesões multifocais aleatórias com focos de
consolidação - pneumatoceles = cistos),
necrose, supuração e formação de empiema
Pneumonia adquirida na comunidade
* Principal causa de internações no BR e 5ª causa de morte
* O coeficiente de mortalidade é maior em crianças e idosos
* 50% dos casos totais de pneumonia do BR são internados devido a
problemas socioeconômicos e à superestimação da doença

Pneumonia 2
RELAÇÃO PATÓGENO X INTERNAÇÃO TRATAMENTO
QUANDO INTERNAR?
De acordo com o escore CURB-65:
* Pneumococo é o patógeno mais comum tanto
Escore PSI (trabalhoso)
na pneumonia ambulatorial quanto na hospitalar Pacientes ambulatoriais (0-1 pontos)
20 itens englobando:
* Germes atípicos (micoplasma, clamídia) não * Previamente hígidos: macrolídeos ou ß-
‣ Idade: homens (n), mulheres (n-10)
costumam gerar pneumonia grave, com lactâmicos
‣ Comorbidades: neoplasia (+30), hepatopatia
excessão da legionella * Doenças associadas ou uso de ATB recente
(+20), cardiopatia (+10), nefropatia (+10),
* Betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, (até 3 meses antes): Quinolona ou ß-lactâmico +
cerebrovascular (+10)
‣ Exame físico: confusão mental (+20), FR > carbapnemicos e inibidores da ß-lactamase) macrolídeo
‣ Boa atividade em germes típicos (inibidos pela
30mpm (+20), PA sist < 90 mmHg (+20), TAX < Pacientes internados não graves
35º C ou > 40o C (+15), FC > 125 bpm (+10) inibição da síntese da parede celular)
* Tto idem ao de pacientes ambulatoriais com
‣ Achados laboratoriais: pH < 7,35 (+30), ureia > * Macrolídeos (azitromicina, cloritromicina) doenças associadas - Quinolona ou ß-lactâmico
65 mg/L (+20), hematócrito < 30% (+10), PO2 ‣ Boa atividade em germes atípicos (sem + macrolídeo
< 60 mmHg (+10), derrame pleural (+10) parede celular)
Pacientes internados na UTI
ESTRATIFICAÇÃO: * Quinolonas respiratórias (levofloxacino)
* Sem risco de pseudomonas sp.: ß-lactâmico +
I. 0 pontos – tto em ambulatório – serve para todos, mas não são muito utilizados
Quinolona ou Macrolídeo
II. ≤ 70 pontos – tto em ambulatório por induzirem resistência
* Com risco de pseudomonas sp.: ß-Lactâmicos
III. 71 - 90 pontos – tto em ambulatório ou
+ Quinolona
internação breve
* Obs.: S. Pneumoniae vem criando resistência à
IV. 91 - 130 pontos – tto em internação
penicilina e macrolídeos cada vez maiores
V. ≥ 130 pontos – tto em internação

** Escore CURB – 65 (mais utilizado)


* Confusão mental, ureia plasmática (> 50mg/
dL), frequência respiratória (> 30 irpm), pressão
arterial (PS < 90 ou PD< 60 mmHg) e idade (>
65 anos)
ESTRATIFICAÇÃO
0-1, mortalidade baixa, tto ambulatorial
2, mortalidade intermediária, tto hospitalar
≥ 3, mortalidade alta, tto hospitalar como PAC
grave
4-5, mortalidade alta, tto na UTI Yasmin Braga ATM 2023/2
DEFINIÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
* ACÚMULO ANORMAL DE LÍQUIDO NO ESPAÇO PLEURAL * Costumam ser assintomáticas; dispneia, tosse e dor torácica tipo pleurítica
* O espaço pleural (entre pleura visceral e parietal) é um espaço ou respirofásica; inflamação pleural (pleurite) e trepopneia(derrames volumosos)
normalmente “virtual” que contém apenas uma pequena quantidade de
líquido (necessário p/ reduzir o atrito durante os movimentos respir.) EXAME FÍSICO
1. Macicez à percussão 2. ↓ do MV e FTV 3. Atrito pleural (derrames pequenos)
‣ Se houver atelectasia notaremos a respiração brônquica e a egofonia
TRANSUDATO (proteínas < 3,0 g/dL baixa) (significa colabamento do espaço alveolar com brônquios pérvios)
‣ Derrame ocupa todo hemitórax – abaulamento dos espaços intercostais e
* Causado por: ↑ P. Hidrostática capilar (↑formação e ↓ reabsorção de líq)
desvio contralateral da traqueia
. ou ↓ P. Coloidosmótica no plasma (↓ reabsorção de líq)
* Exemplos: insuficiência cardíaca congestiva (IC esquerda, ↑ pressão
hidrostática), síndrome nefrótica (hipoalbuminemia ↓PC), diálise peritoneal, EXAME DE IMAGEM
hipotireoidismo, cirrose hepática (hipoalbunemia + ascite com passagem * Radiografia do tórax: parábola de Damoiseau
transdiafragmática) , sind. da VCS, pericardite constritiva, atelectasia * Sinal do Menisco: derrame pleural à esquerda
aguda, pancreatite, síndrome de Meigs (tumor de ovário + ascite + derrame * Obliteração do seio castofrênico: para o derrame ser
pleural à direita), hidronefrose (urinotórax) e desnutrição visível ao RX de tórax deve haver volume de pelo menos
300 a 500 ml de líquido
* Incidência de Lawrell (decúbito-lateral): na ausência de
aderências pleurais, o líquido corre livremente por ação da
força gravitacional
* A parte do derrame é mais branca
EXSUDATO (ALTA TAXA DE PROTEÍNAS > 3,0 g/dL)
* Desvio do mediastino para o lado oposto
* Causado por: ↑ da permeabilidade dos capilares pleurais (↑formação)
* Tomografia computadorizada: é o método mais sensível,
. ou Bloqueio à drenagem linfática da pleura
capaz de detectar volumes de até 10 ml (líquido normal)
* Exemplos: pneumonia e tuberculose (↑ permeabilidade da ‣ Captação: pleura parietal e visceral estão espessados,
microcirculação pela inflamação), derrame parapneumônico, neoplasia separadas pelo conteúdo do líquida derrame – pleurite
(distúrbio da drenagem linfática do espaço pleural), embolia pulmonar,
colagenoses (AR, LES), trauma (hemotórax), abscesso subfrênico,
quilotórax (linfomas), mesotelioma … Dados radiológicos
DIAGNÓSTICO
‣ Empiema – infecção (presença de pus e bactérias) no espaço pleural
‣ Quilotórax – Quilo no espaço pleural (linfa rica em quilomícrons) Dados clínicos * Bilateral: transudatos (ICC, SN,
* Idade < 35 anos: derrame benigno - cirrose), colagenoses
‣ Hemotórax – Hemorragia no espaço pleural * Volumoso: neoplásico, TBC
TBC
* Idade > 45 anos: neoplásico * Septado: exsudato inflamatória
* Início agudo, dor pleurítica, febre: (pneumonia, empiema, TBC)
TBC, pneumonia * Cavitação em ápices: TBC
* Início insidioso: neoplásico ou * Massa tumoral: neoplásico
transudato Dados/aspecto do líquido
* História de contato, Montoux + TBC
pleural

Derrame Pleural * História de neoplasia (pulmão,


mama): neoplásico
* Recorrência: neoplásico
* Traumatismo torácico: Hemotórax
* Amarelo translúcido: transudatos
* Amarelo citrino: inflamatórios (TBC,
pneumonia)
* Hemorrágico: neoplásico,
traumatismo (hemotórax), embolia
pulmonar, acidente de função
* Purulento: empiema (branco turvo)
* Leitoso: quilotórax (branco turvo)
Dados da bioquímica do líquido Exame direto (Gram) + cultura
* Se forem encontrados germes
pleural
há indicação de drenagem
* Proteínas
(empiema): derrame TRATAMENTO
‣ > 3,0 g/dL: exsudato
‣ < 3,0 g/dL: transudato parapneumônico Transudatos pleurais
DERRAME
*ATENÇÃO!* Na tuberculose *TTT para o controle da doença de base
* Desidrogenase lática (LDH) PARAPNÊUMICO
deve-se dosar a ADA e o BAAR *Diureticoterapia para ICC * 40% das
‣ ↑ LDH (restos celulares): exsudatos
* Levotiroxina para hipotireoidismo pneumonias
‣ OBS.: usa-se os critérios de light para ≠ Adenosina deaminase (ADA) bacterianas
‣ * > 60mg/dL: tuberculose * A toracocentese terapêutica pode ser indicada
exsudato e transudato (será exsudativo se * Maior morbidade e
pleural na vigência de desconforto respiratório mortalidade
1 dos critérios for satisfeito)
* Aumentada no epiema * Germes frequentes:
* Relação proteína do líquido/proteína sérica > 0,5 Derrame pleural neoplásica S. Pneumoniae e S.
* Relação LDH do líquido / LDH sérico > 0,6 BAAR + cultura * Quimio/radioterapia paliativa aureus (crianças)
* LDH do líquido > > 200 UI/i
* Tuberculose pleural: bacilo é * Toracocentese terapêutica
NO CASO DE EXSUDATOS AVALIA-SE TAMBÉM:
raramente encontrado no * Se houver reacumulo: toracocentese repetidas,
Glicose líquido (forma pseudobacilar) pleurodese, instalação de dreno tubular
‣ < 30 mg/dL (muito diminuída): AR cultura aumenta um pouco o permanente
‣ < 40 mg/dL (diminuída): empiema rendimento
pH Derrame parapneumônico
Citólogico Diferencial
* pH < 7,20: derrame parapneumônico, QUANDO PUNCIONAR? TORACOCENTESE
* Predomínio de neutrófilos: * Exame mais
evolução para empiema – drenagem * RX em decúbito lateral: se a espessura do
parapneumônico e fase inicial importante para
líquido for > que 10 mm esclarecer a
*Obs.: pH e glicose baixos é grave, indica que tem da tuberculose
bactéria comendo o açúcar e acidificando o meio. DRENAR OU NÃO DRENAR? etiologia de um
* Predomínio de Linfócitos:
Drenar: derrame pleural
Densidade tuberculose, neoplasia, 1º passo: coleta -
‣ > 1016: exsudato * Se for aspirado pus
derrames crônicos avalia a aparência
‣ < 1016: transudato * Se gram revelar bactérias 2º passo:
* Cél. mesoteliais: muitas na
* pH<7,0 ou a glicose < 40 mg/dl diferenciação
Lipídios (triglicerídeos) neoplasia e raras na
Observar: bioquímica
‣ > 400mg/dL: quilotórax tuberculose (< 10%) (transudato,
* Se líquido não é pus e o gram não tiver germes:
‣ * Obs.: na pancreatite, pseudocisto Citopatológico exsudato)
‣ pH > 7.2, LDH < 1000, glicose > 40
pancreático, câncer de pulmão ou de * Derrame neoplásico: positivo * Punção junto à
pH entre 7-7, 2 ou LDH > 1000 – repetir punção borda superior da
pâncreas e na ruptura esofagiana deve- para células malignas em 24h costela
se dosar a amilase no líquido pleural Yasmin Braga ATM 2023/2
CONDUTA NO DERRAME PLEURAL

ESQUEMA POR JÚLIA RISPOLI SANTOS

Yasmin Braga ATM 2023/2


EPIDEMIOLOGIA QUADRO CLÍNICO ESCORE DE WELLS
* 3ª doença cardiovascular mais comum (mais prevalente em "A grande dissimuladora" * Avalia a probabilidade de TEP:
idosos e mulheres) * Depende do tamanho TEP provável acima de 4 pontos
* Complicação pulmonar aguda mais comum em pacientes do êmbolo e das ‣ 3 pontos: sinais de TVP e julgamento do
hospitalizados condições cardiopul- médico (alternativa menos provável que EP)
* Encontrado em até 50% das necrópsias monares prévias ‣ 1,5 pontos: TEP prévio, cirurgia ou
‣ Dispneia (73%)
imobilização recente e taquicardia
Taquipneia (70%) ‣ 1 ponto: câncer e hemoptise
FISIOPATOLOGIA ‣ Dor pleurítica (66%)
*A principal origem do êmbolo é a TVP, coágulo sanguíneo Taquicardia (50%)
de uma veia profunda (de MIs, pélvicas, uterinas). ‣ Estertores (50%) ALGORITMO ICOPER
* OBS.: pode se originar também no átrio esquerdo nos casos ‣ Tosse (37%)
* Para diagnóstico
de FIBRILAÇÃO ATRIAL na presença de um forame oval. ‣ Hemoptise (13%)
‣ Flebite em MIs
* TVP → êmbolo → sist venoso→ artérias pulmonares (obstrução
do fluxo quando atinge artéria de calibre menor que seu diâmetro) QUADRO CLÁSSICO (20%):
FATORES PREDISPONENTES DE TROMBOSE (TRÍADE DE VIRCHOW): dispneia + dor
pleurítica + hemoptise
‣ Estase venosa: repouso, imobilidade, longas viagens, varizes
‣ Injúria endotelial: cirurgias, traumatismos, tabagismo TEP MACIÇO (> 50% de
obstrução): dor torácica,
‣ Hipercoagulabilidade: estrógeno, gravidez, neoplasias, dispneia, dor pleurítica,
tabagismo e trombofilias (mutação no fator V de Leiden e no apreensão, tosse,
gene da protrombina, deficiência em inibidores da hemoptise, diaforese,
coagulação como proteína C e S e antitrombina III, síndrome síncope, hipotensão, ALGORITMO EMBOLIA AGUDA
antifosfolipídeos no lúpus) hipoxemia severa

TEP
Tromboembolismo Pulmonar

EXAMES PARA DIAGNÓSTICO


ECG (obrigatório - descarta IAM)
* Inespecífico (87%), sinais de cor pulmonale e isquemia (26%)
* Sinais de cor pulmonale aguda: onda P pulmonar/maior amplitude
* Sinais de isquemia de VD (inversão da onda T) e o padrão S1Q3T3
Raio X de tórax
* Atelectasia laminar: colabamento de um segmento do pulmão
* Menos comuns: CUNHA DE HAMPTON (opacidade justapleural) e TRATAMENTO
SINAL DE WESTERMARK (sem vascularização na zona de TEP maciço) * Objetivo: impedir a extensão local do trombo e acelerar a fibrinólise

Gasometria Arterial Terapia Anticoagulante


*Hipoxemia: comum, mas nem sempre presente (jovens s/ doença prévia) * Iniciar anticoagulantes orais em associação (heparina + warfarina) por 3-4
dias (ajustar dose, se heparina não fracionada).
Dosagem de D-dímeros (em casos de baixa probabilidade)
* Descontinuar heparina ou heparina de baixo peso molecular quando: mais
*Bastante sensível, mas inespecífico, são úteis para exclusão (se for de 4 dias de anticoagulação ou RNI maior ou igual a 2 (em dois dias
negativo – menor que 500 ng/ml, exclui o diagnóstico) consecutivos) – sinal que atingiu nível terapêutico.
Angiotomografia computadorizada helicoidal * Duração: 3-6 meses (1º evento de TEP com FR), mínimo 6 (1º evento de
* Primeiro exame diagnóstico (melhor visualização e menos riscos) TEP, idiopático, 12 meses até vida toda (TEP recorrente de qualquer causa
* Alta sensibilidade em TEP de artérias maiores (94%) e baixa em ou 1º evento associado a câncer, trombofilias ou síndrome antifosfolipídeos)
artérias menores/subsegmentares (13%). Terapia Trombolítica (1ª dose por minutos, 2ª por 24 horas)
Cintilografia pulmonar V/Q (+ específico) * Estreptoquinase, uroquinase, ativador do plasminogênio (100mg por 2 hrs)
*Alterações na ventilação e na perfusão por meio de imagens com contrastes * MAIOR resolução em 24 horas com MAIOR risco de sangramento e custo
*A cintilografia tem alta probabilidade para TEP quando há duas ou * Indicação: instabilidade hemodinâmica (TEP maciço), disfunção de VD,
mais falhas de perfusão com ventilação normal (discrepância V/Q). hipoxemia severa ou área extensa de embolia (+ de 1/2 do leito vascular)
* Pouco sensível e específico (realiza-se angiografia pulmonar em * Contra-indicação: doença intracraniana, cirurgia recente e traumatismo
paciente com cintilo negativa e suspeita clínica)
Filtro de veia cava
Angiografia pulmonar (padrão ouro, diagn. em 97%)
* Impede a passagem de coágulos pelo sistema cava inferior
* Introdução de cateter para avaliar toda a circulação pulmonar. * Indicação: pcts com sangramento ativo que impeça a anticoagulação e
* Diagnóstico realizado quando há falha de enchimento intraluminal casos de TVP recorrente apesar de anticoagulação plena.
ECODOPPLER DE MEMBROS INFERIORES Cirurgia
* Investiga a presença de TVP. * Tromboendartectomia pulmonar (em casos de instabilidade
Yasmin Braga ATM
* Realizado se a cintilografia ou a angiotomografia forem duvidosas 2023/2 ou de risco de hemorragia pela adm do fármaco)
hemodinâmica
ETIOLOGIA FATORES DE RISCO TC DE TÓRAX
Causas benignas * Tabagismo (principal), * Melhor rastreio de câncer de pulmão e
* A maioria dos nódulos é relacionada à infecção do pulmão ou DPOC, exposição a alguns que diminui mortalidade (18%)
à sequela dessa infecção, na maioria das vezes por elementos como asbesto, * 55% dos pacientes se apresentam já
tuberculose (nódulos de Gohn- calcificação região apical do pulmão) metais pesados, história metastáticos na primeira consulta
* Hamartoma: desorganização de tecidos que não é bem tumor pessoal ou familiar de Alterações na radiografia que
Causas malignas câncer sugerem realização de TC
* Adenocarcinoma é a principal causa (60%) * Nódulo que se fica em duvida no raio x,
* Câncer de pequenas células e metástases pneumonia que não se resolve, fumante
INVESTIGAÇÃO com mais de 50 anos com pneumonia,
Indicação de derrame pleural com suspeita de pleura
CARACTERÍSTICAS rugosa/nodular
investigação
Bordas * Hemoptise, hipocratismo, Rastreio tomográfico
* Lisa - benigna linfonodomegalia, disfagia, * Fumantes ou ex-fumantes, 55 anos ou
* Espiculada - maligna sugestão de metástase no mais, 30 anos maço ou + de tabagismo,
exame físico ou de imagem, ex fumante que parou nos últimos 15 anos
Calcificação
* Calcificação central ou no nódulo todo - benigna perda de peso, alterações Não fazer a TC
* Calcificação fora do eixo (excêntrica) - maligna de fôlego, dor no tórax ou * Em nódulos indeterminados
dor no ombro (síndrome de * Em pacientes de baixo risco de
Densidade
Pancoast ou Horner), câncer
* Quanto maior e mais próxima do osso - benigna
rouquidão em não fumante
* Densidade de partes moles ou vidro fosco - maligna Periodicidade da TC
Indicação de TTT de * Nódulo bem benigno ou nódulo que
Tempo de duplicação
* Não duplica e não aumenta - benigna urgênica tem cara de malignidade (biopsiar): não
* Aumenta em 1 - 2 anos - maligna * Pct com síndrome de se faz TC
* Aumenta muito rapidamente - infecção obstrução de cava superior, * Nódulos intermediários: 3 a 12 meses
estridor, hemoptise e sinais de rastreio tomográfico
Tamanho
neurológico de metástases * Nódulos de partes moles: até 2 anos
* Pequeno (<5mm) - benigna
* Nódulos em vidro fosco: até 4 a 5 anos
* Grande (>10mm) - maligna

Nódulo Pulmonar
ESCORE DE RISCO IMAGEM DO TUMOR MALIGNO
Veterans Affairs model * Tumor grande (> 1 cm)
* Tabagismo (7,9 x), Idade conforme avança incrementa, crescimento * Calcificação fora do eixo
do nódulo aumenta o risco (10% a mais por milimetro), tempo sem * Borda irregular, espiculação (raios em torno)
fumar (quanto maior tempo menor risco) ‣ Comum espiculação com retração pleural
* Densidade de partes moles
Mayo Clinic model
* Vidro fosco (nódulo mais cinza, mais difícil de enxergar, ele se
* Pontua-se: histórico de câncer, morfologia espiculada, tabagismo,
diferencia menos do parênquima pulmonar circundante)
localização em lobo superior, diâmetro aumentando por milímetro
* Nódulo em crescimento

IMAGEM DO TUMOR BENIGNO


* Tumor pequeno (< 5mm)
* Densidade alta (mesma do osso) = tumor totalmente calcificado
* Calcificação bem branquinha, inteira, central ou laminar
(concêntrica em casca de cebola)
* Presença de gordura dentro do nódulo (parte mais preta que o
pulmão, que tem densidade menor que o ar)
RELAÇÃO DO TABAGISMO COM OS NÓDULOS NA TC
* Bordas lisas
* Formas geométricas (triângulos, rombóide, retângulo, quadradas * No pulmão o estímulo do tabaco é difuso, ainda que nas zonas
ou figuras alongadas): apicais se inale mais, tendo risco maior.
‣ Geralmente quando é triangular é um linfonodo intra-pulmonar. * Pode se existir sincronia de câncer: dois nódulos malignos
* Regressão nodular independentes, não significa que um é metástase do outro, podem
* Hamartoma: desorganização de tecidos, nódulos regulares que ser dois cânceres primários de pulmão que o estímulo
podem ter gordura e calcificação (se é maior pode ser de pipoca carcinogênico foi dado em várias regiões do pulmão
explodida).

Yasmin Braga ATM 2023/2


FISIOPATOLOGIA TOMOGRAFIA DE TÓRAX
* O pulmão é uma malha de sangue com septos conjuntivos em volta, se tem muito
* Áreas esparsas OU agrupados periféricos de VIDRO FOSCO = vidro
sangue e o vírus se replica é muito ruim, pois ele vai atapetando os pneumócitos, vai
dando doença intersticial, vai prejudicando a hematose e fazendo hipoxemia despolido = ground glass
‣ BILATERAIS PERIFÉRICAS (próximas à pleura) geralmente posterior
CLÍNICA ‣ ARREDONDADAS (recortes arredondados de vidro fosco)
* De resfriado, gripal, de via aérea inferior mais leve e mais grave, de doença ‣ Padrão MULTISEGMENTAR (não respeita fissuras)
abdominal (em alguns casos), também de anosmia e talvez de alguma ‣ MULTILOBAR (vários lobos).
alteração neurológica, pode ter sepse, dano cardíaco…
* Aparecem normalmente depois de 1 semana ou mais de sintomas
* Vai desde o paciente assintomático até o paciente que morre intubado na
(maior tempo de doença / maior gravidade)
UTI com pneumonia grave viral (a presença de dispneia, desaturação,
* Maior carga de lesões – mais vidro fosco representado
trabalho respiratório e respiração laboriosa indica disfunção de via aérea
* Pode ocorrer consolidação pulmonar (no sentido broncopneumonico
inferior - é o que mostra a gravidade do caso).
ou no sentido de pneumonia alveolo-ductal), espessamento dos
EPIDEMIOLOGIA septos intra e interlobulares, bronquiectasia de tração, dilatações
* 80% das pessoas que pegam corona vírus ficam bem, 10% dos pacientes precisem vasculares e bandas subpleurais (distorção da arquitetura periférica)
hospitalizar, geralmente com comorbidades, ou idade mais avançada.
* A mortalidade é mais alta nos idosos, beira 18% nos idosos e nos pacientes que
estão intubados na UTI.

RASTREIO Áreas com cinza evidenciam o vidro


* De modo geral, se rastreia o doente pela temperatura - febre (marcador no fosco - parecem ilhas isoladas (podem
sentido de tem febre pode ser grave, não tem febre pode ser leve) ser agrupadas ou não) no parênquima
* Teste PCR em tempo real, exame sorológico de IgM e IgG…Identificar o pulmonar
assintomáticos sem teste diagnóstico é impossível!!!
CONTÁGIO
* É uma doença de gotícula e de superfície (pode se transformar numa
doença de aerosol na intubação e na nebulização).
* Principal forma de contágio é o contato (tossir, espirrar, encostar em
secreções do nariz, da boca, dos olhos, cumprimentar outras pessoas) Faixa periférica em vidro fosco levemente
arredonda.
MEDIDAS PREVENTIVAS Caso grave
* Máscara, lavagem de mãos, distância de 1,80 (2 m), não tocar seus olhos nariz boca
e não encostar nos outros, ficar em casa (quem puder), cuidar da saúde física e
mental.
* ANTIBIÓTICO NÃO FUNCIONA CONTRA CORONA VÍRUS!!!!
‣ Azitromicina mata a bactéria se tiver alguma bactéria junto e poder ter algum
efeito imunomodulador anti-inflamatório (não é forte grau de recomendação).
* Hidroxicloroquina, zinco, vitamina D provavelmente não sirva para nada também

Corona Vírus
CASOS ESPECIAIS DE TC Banda subpleural RADIOGRAFIA DE TÓRAX
TC Ladrilhos crazy paving “pavimentação em mosaico” * Distorção da arquitetura * Alterações mistas: infiltrados
periférica, como se fossem intersticiais com padrão difuso
* Padrão vidro fosco recortado
cicatrizes ou estrias atelectasicas (aumenta com a progressão da doença)
com espessamento dos septos
(parecem riscos). e áreas compactas/consolidadas
intra e interlobulares (seta amarela)
* Podem aparecer na fase tardia do (opacas, progressão da doença)
* Ocorre no Covid mas não é tão comum,
corona vírus ou indicar sequelas * Pode ocorrer
pode significar achado tardio
* Ocorre também em doenças auto- rx normal,
imunes do pulmão e em algumas rx com pulmão
proteinoses pulmonares ou em hipoexpandido,
silico-proteinoses pulmonares. rx com brônquios
de paredes espes-
sadas e etc
TC Bronquiectasia de tração
* Tração e tortuosidade de brônquios.
* Tração da via aérea por encolhi-
mento de pulmão (distúrbio restritivo)
e brônquios aparentemente maiores,
não foi o brônquio que dilatou e sim o
pulmão que encolheu
* Brônquios mais para a periferia,
indica dilação do brônquio ou pulmão
que está encolhido (na TC normal
aparecem nas regiões centrais,
com coloração preta e os vasos pulmonares branca)
* Pode ser causada por: pneumonia, doencas autoimunes, sequelas de
tuberculose, corpo estranho crônico, sequela de sarampo que fez
Progressão
pneumonia catarral, hiv, fibrose cistica. do
COVID-19
Dilatações vasculares no
* Os vasos também ficam mais
proeminentes (dilatação vascular
raio x
-área branca- dentro de uma área
de vidro fosco)

Yasmin Braga ATM 2023/2


EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA CLÍNICA
* Pico de incidência * TABAGISMO (90% dos * A sobrevida está diretamente relacionada a tamanho, linfonodos e metástases
ocorre entre 55 e 65 casos), outros menos * 95% são sintomáticos: sintomas de neoplasia central (mudança na
anos de idade importantes incluem característica da tosse, escarro hemático, pneumonias de repetição e
*A grande maioria falece poluição atmosférica, dispneia), e de periférica (ausência de sintoma broncopulmonar, dor torácica
entre 1-1,5 ano porque o exposição ocupacional pleurítica, disfonia, disfagia).
diagóstico só é feito (asbestos, níquel, cromo, * Complicações locais: derrame pleural, cavitação, atelectasia e pneumonia
quando o tumor já se predisposição genética, pós-obstrutiva
encontra em estágios radiação ionizante, fibrose Síndromes Paraneoplásicas
avançados. pulmonar, tuberculose e * SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR: lobo superior direito; circulação
dieta (deficiência de vit A colateral proeminente, edema, congestão de face e membros superiores…
e ß-caroteno) * SÍNDROME DE PANCOAST: tumor de ápice pulmonar; dor no ombro
ipsilateral e na distribuição do n. ulnar, destruição radiológica da 1ª e 2ª costelas
* SÍNDROME DE HORNER: n. simpático cervical; miose, enoftalmia, ptose
palpebral e anidrose
TIPOS HISTOLÓGICOS * OSTEOARTROPATIA HIPERTRÓFICA: periostite de ossos longos,
* CARCINOMA BRÔNQUICO (90-95%) hipocratismo/baqueamento digital, artralgias, ginecomastia
* CARCINOMA EPIDERMÓIDE (30%): homens,
Metástases à distância
tabagistas, central (hilar), metástases tardia
* ADENOCARCINOMA (30%): mulheres, jovens (<45 * Locais + envolvidos: adrenais (massa palpável), fígado (hepatomegalia,
anos), não fumantes, localização periférica, metástases icterícia), ossos (dor óssea, hipercalcemia) e cérebro (1ª manif. convulsão)
relativamente precoce * Linfonodo positivo (>1cm) e negativo (<1cm).
* CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS (oat cell): * Conduta: não se aceita diagnóstico de metástase linfática/hemática por
tabagistas, tipo mais agressivo, localização central imagem. Se houver derrame pleural ou pericárdio deve-se fazer a biópsia ou
(hilares), crescimento rápido, metástases precoces. CP+.
* CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS: forma
indiferenciada (anaplásica), localização periférica,
crescimento rápido, metástases precoces

Câncer Pulmonar
DIAGNÓSTICO CLÍNICO ESTADIAMENTO TRATAMENTO
* SCREENING: fumantes, mas sem sintomas, * Indica a possibilidade de curar um paciente ou não do Fazer cálculo VEF1: ESPIROMETRIA
realizado anualmente se: ponto de vista cirúrgico. ‣ VEF1 >80% do predito ou 2l (baixo
IA: Cirurgia: Sobrevida em 5 anos: 67% risco para pneumonectomia)
‣ Idade entre 55-80 anos; IB: || Sobrevida em 5 anos: 57%
‣ Carga tabágica ≥ 30 maços/ano; ‣ VEF1 >1,5l (baixo risco para
IIA: || Sobrevida em 5 anos: 55%
‣ Tabagismo atual ou interrupção nos últimos IIB: || Sobrevida em 5 anos: 38% lobectomia)
IIIA: Qt neoadjuvante + Cirurgia Sobrevida em 5 anos: 23%
15 anos; IIIB: Rt ou Qt paliativas Sobrevida em 5 anos: 5% Lobectomia
‣ Boa saúde geral IV (qualquer T, N e M1): tratamento quimioterapia paliativa. CONTRAINDICAÇÃO:
* Conduta: clínica ou Rx “suspeito”? ‣ IAM nos últimos três meses;
‣ Fazer TC com baixa dose de irradiação ‣ IAM nos últimos seis meses (relativo);
TUMOR 1º (T): T3 - Tumor de N1 - Metástases ‣ Volume expiratório forçado no
(avalia as características de nódulos T0 - Sem qualquer tamanho em linfonodos primeiro segundo (VEF1) menor
menores que 3 cm, diminui a evidências de com invasão de: ipsilaterais
tumor primário parede torácica, peribrônquicos e/ que 1 L;
morbimortalidade) ‣ Retenção de CO2 (pCO2 em
Tx - Tumor diafragma, pleura ou ipsilaterais
‣ O próximo passo é a confirmação evidenciado por parietal, pericárdio; hilares, incluindo repouso > 45mmHg)
histopatológica: células malignas ou a menos de 2 extensão direta ‣ Hipertensão pulmonar grave
CITOLOGIA DE ESCARRO (bom rendimento no escarro ou cm da carena; ou N2 - Metástase em
‣ Gânglios contralaterais (N3)
lavado brônquico, atelectasia/ linfonodos
em lesões centrais, baixo em periféricas) mas não pneumonia ipsilaterais contraindica cirurgia
FIBROBRONCOSCOPIA (indica lesões visualizado por obstrutiva de todo mediastinais e/ou
imagem ou o pulmão subcarinais
centrais, biópsia, lavado e escovado broncoscopia T4 - Tumor de N3 - Metástases Segmentectomia
brônquicos); Tis - Carcinoma in qualquer tamanho em linfonodos * Cura tumor de até 1cm
Punção aspirativa transcutânea (lesões situ com invasão de: contralaterais
* Precisamos saber o número de
T1 - Tumor < 3 cm, mediastino, mediastinais,
periféricas não acessíveis à broncoscopia, circundado por coração, grandes contralaterais segmentos (19 segmentos no
risco de pneumotórax); pulmão ou pleura vasos, traquéia, hilares, pulmão)
Biópsia guiada por videotoracoscopia; visceral, sem esôfago, vértebras escalênicos ou * Realizado em quem NÃO pode fazer
invasão de ou carena; ou supraclaviculares
‣ Depois é necessário a confirmação lobectomia, tira-se um segmento não o
brônquio principal derrame pleural METÁSTASES À
histopatológica da extensão extrapulmonar da T2 - Tumor > 3 cm maligno lóbulo.
DISTÂNCIA (M):
doença: ou envolvendo LINFONODOS Mx - Presença de
brônquio principal
MEDIASTINOSCOPIA (linfonodo positivo > (+ de 2 cm da
REGIONAIS (N): metástases à Toracotomia
Nx - Linfonodos distância não pode
1cm - quimioterapia neoadjuvante pré- carena traqueal) ou regionais não ser avaliada * Sutura-se a parte de baixo do pulmão
operatoria, negativo - cirurgia) invadindo pleura podem ser M0 - Ausência de na de cima - broncoplastia.
visceral ou com avaliados metástases à
Biópsia transbrônquica de linfonodos, etc. atelectasia/ N0 - Ausência de distância
‣ Se houver derrame pleural, inicia-se pela pneumonia metástases em M1 - Presença de
* OBS.: A PARTE DO TRATAMENTO EU
investigação da pleura: citologia/biópsia do obstrutiva não linfonodos metástases à NÃO PEGUEI NO MEDCURSO E
envolvendo todo o regionais distância ACHEI MEIO CONFUSO, ENTÃO
líquido pleural pulmão
Yasmin Braga ATM 2023/2 CONFIRMA PRA VER SE TA CERTO!!!
PATOLOGIA Exame de imagem - TC
* A lesão característica das fases iniciais é a alveolite (pneumonite), * Padrões (NUNCA dão diagnóstico): fibrose pulmonar idiopática (reticulares,
acúmulo de células inflamatórias nos septos alveolares que se encontram áreas fibróticas, em favo de mel periféricas nos lobos inferiores),
espessados e edemaciados. pneumonia lúpica (áreas de vidro fosco difusas s/ fibrose, bilaterais),
* O infiltrado inflamatório acaba se convertendo em um processo silicose (fibrose dos lobos superiores, linfonodos calcificados em
fibrótico, a fibrose ocupa os septos alveolares e preenche os seus formato de casca de ovo)
espaços aéreos, levando à destruição progressiva do parênquima Exames laboratoriais
AVALIAÇÃO CLÍNICA * Hemograma, bioquímica, calcemia, calciúria
* Via de regra olhamos a faixa etária, perguntamos sobre exposições * Marcadores de inflamação: VSG, PCR
tanto profissionais (solda, extrativismo), quanto exposições * Testes relacionados à imunossupressão: HIV…
relacionadas ao lazer (tabaco) e moradia (animal de estimação, sistema * Marcadores reumatológicos.: FAN, FR, complemento, anti-jo, ANCA derivado
de água, ar condicionado), fármacos em uso (amiodarona, de proteinose
nitrofurantoína…), histórico alérgico Exames de função pulmonar
* Sintomas: dispneia aos esforços, tosse seca, fadiga, alterações * Gasometria arterial; saturação em repouso e exercício; testes funcionais,
auscutatórias, emagrecimento, quadros extra-torácicos incluindo DLCO
* Exame físico: buscar hipocratismo digital, crepitante em velcro, * PADRÃO RESTRITIVO (prova de função pulmonar): a infiltração e a fibrose
grasnido, evidência de uma doença autoimune nas articulações, na parenquimatosa progressiva ↓ a complacência pulmonar e os vol pulmonares.
pele, nos olhos… * Distúrbio de difusão alvéolo-capilar, o teste de difusão com CO é um dos
Investigação inicial → etiologia ainda desconhecida? → TC de alta primeiros exames a se alterar na prova de função respiratória. Com o avançar
resolução (TCAR) → dúvida diagnóstica? → biópsia pulmonar a céu do processo, o distúrbio V/Q torna-se cada vez mais grave, até que o paciente
aberto ou guiada pela videotoracoscopia. evolui para hipoxemia crônica e cor pulmonale

Pneumopatias
Intersticiais
Fibrose pulmonar Pneumonia intersticial Sarcoidose
idiopática inespecífica (NSIP) * Doença granulomatosa de causa desconhecida,
* Doença mais comum intersticial (30%), faz * Geralmente ou não tem fibrose ou tem GRANULOMA SARCOIDE NÃO CASEOSO (acúmulo de
alveolite fibrosante direto (↓ dos alvéolos, o pouca fibrose linfócitos e macrófagos em diversos órgãos que promovem
arcabouço do alvéolo vai ser substituído por desarranjos teciduais)
* Idiopática, quando não temos uma causa,
colágeno), não faz vidro-fosco, nem * Diagnostico diferencial de tuberculose, de micoses…
ou 2ª (buscar HIV, drogas, doenças
bronquiolite * Epidemiologia: adulto jovem (em torno dos 20-40 anos,
reumatológicas, doença do tec conjuntivo)
* A marca da doença é a tosse seca com 2º pico de incidência aos 60) , homens e afro-descendentes
* Exame de imagem: vidro fosco/despolido
dispneia progressiva. * O mais comum é ter sarcoidose do mediastino,
(áreas mais cinzas de preenchimento parcial
* Epidemiologia: homens, fumantes e pessoas adenopatia bilateral
do interstício)
de mais idade (faixa dos 60 anos), é rara * Sintomas: tosse seca e dispneia, pode ter dano
antes dos 50-60 anos Pneumonia por doenças cutâneo (lúpus pérnio, eritema nodoso), pode fazer
*Radiografia: os pulmões ↓ de volume, menos Reumatológicas dano cardíaco, artrite, uveíte
área pulmonar. Os riscos grossos são áreas * Quadro agudo: febre, astenia, anorexia, artralgia…
* Geralmente o pulmão é um órgão afetado,
de fibrose * Quadro crônico: induz lesão permanente dos pulmões
e de 5 a 10% dos casos abre o quadro
* Tomografia: favos de mel periférico, e outros órgãos alvo
reumatológico (incomum)
predominam na cortical do pulmão * Protocolo diagnóstico: investigar rim, coração, fígado,
* Buscar por danos nas articulações,
(parte bem de fora), nos lobos SNC além do tórax (doença que pode ser multissistêmica)
questões musculares (dor ou fraqueza), F.
inferiores, com o passar do tempo * Infiltrado tipicamente se localiza nos lobos superiores. A
De Raynaud, clínica gastro-intestinal, rash
ela vai de fora pra dentro. presença de adenopatia hilar bilateral simétrica é clássica.
cutâneo. * Biópsia transbrônquica: exame de maior acurácia
Há infiltrado bilateral difuso desde de o início
* Progressão e intercorrências: surtos de Pneumonia induzida por * Tratamento: corticoterapia
alveolite, pneumonias bacterianas, fármacos Pneumoconioses
pneumotórax, embolia pulmonar, * Fármacos que geram doença intersticial: * Doenças intersticiais bem clássicas
tromboembolismo, infecção, hipertensão amiodarona, bleomicina, nitrofurantoína; * Pneumopatias causadas pela exposição a poeiras
pulmonar gerando cor pulmonale (hipoxemia, metotrexate, ciclofosfamida, bussulfan, inorgânicas
o indiv pode vir forçando o VD por procarbazina, nitrosureias, fenitoína, sais de * Ficar atento ao histórico profissional, e a inalação de
vasoconstrição ou pela questão do oxigênio, ouro e os AINE material tóxico ao longo da vida (extrativismo, pó de pedra)
alterando a morfologia da artéria pulmonar),
câncer de pulmão (raro) Pneumonia de * Os macrófagos alveolares não conseguem fagocitar
tudo, por isso vai se acumulando danos no pulmão.
* Evolução: lenta ao longo de 4-5 anos (mas é hiperssensibilidade
* Doença granulomatosa de causa Silicose
bem variável). Piora da dispneia, ↓ da CVF ou
conhecida * Exposição à poeira de sílica (jateamento de vidro, de
da CPT (pulmão está encolhendo, perdendo
* Alveolite alérgica extrínseca (termo antigo), areia, pedreiro)
função), ↓ da capacidade de difusão do CO,
começou a ser descrita como febre do * Aumenta o risco de tuberculose
piora tomográfica (mais fibrose, mais dano
fenor. * Padrão de TC sugestivo: fibrose dos lobos superiores,
intersticial)
* Buscar por profissão e exposições com linfonodos calcificados em formato de casca de ovo.
* Pior de prognóstico: nível de dispneia
(subjetivo), capacidade de difusão baixa (< * A exposição aguda a esses agentes pode Asbestose
40%), dessaturação, faveolamento na levar à febre, mal-estar, tosse e dispneia * Exposição ao asbesto ou amianto (indústria de
tomografia, hipertensão pulmonar (marcador após cerca de 6-8h, melhorando em alguns materiais isolantes, construção/demolição, bombeiros,
de cronicidade e gravidade) dias, se parar a exposição resolve. encanadores…)
* Tratamento: tratar comorbidades (tudo que * Na fase crônica geralmente ficam áreas de Fibrose pulmonar, pode haver placas de calcificação ou
possa dar mais fibrose no pulmão - DPOC, sequela espessamento pleural.
SAHOS, DRGE, doença coronariana), * Imagens: áreas de fibrose, opacidade com Relação com o mesotelioma maligno (tumor na pleura)
prevenção de infecções graves (vacina para fluentes fibróticos, algum vidro fosco e e com o carcinoma broncogênico
influenza e pneumococo), oxigênio domiciliar e infiltrado nodular broncocêntrico.
reabilitação (paciente com dessaturação), * Tratamento: corticoides (↓ apenas a reação
farmacológico (NINTEDANIBE e inflamatória)
PIRFENIDONA) Yasmin Braga ATM 2023/2
EPIDEMIOLOGIA TESTE DE FAGERSTRON
* A prevalência de tabagismo está caindo (↑de impostos e ↓ * Teste de grau de dependência à nicotina, divide em grau leve,
da liberdade de fumo em ambientes - propagandas anti- moderado ou alto. Ajuda a guiar o tratamento.
tabaco são insignificante) Quanto tempo depois de acordar fuma o seu 1º cigarro? Nos 1ºs 5 min 3
*15% da população adulta no Brasil fuma (RS, se fuma mais Após 6-30 2
que a média) Após 60 min 1

É difícil não fumar em áreas onde é proibido fumar? (cinemas, etc) Sim 1
Não 0
COMORBIDADES ASSOCIADAS
* A maior causa de morte é a morte de origem CV. Qual o cigarro que teria mais dificuldade em abandonar O 1º da 1
* A principal causa de morte pulmonar é DPOC. manhã 0
* O tabaco acelera a aterosclerose, envelhece pele, gengiva, Outros
dá problemas no feto
Quantos cigarros fuma habitualmente por dia < = 10 0
* O adenocarcinoma cresce no alvéolo (↑ sua prevalência por
11-20 1
causa dos cigarros de baixos teores), o epidermoide cresce no 21-30 2
brônquio > 31 3

Fuma mais frequentemente nas 1ªs horas após acordar do que Sim 1
CONDIÇÕES RELACIONADAS durante o resto do dia? Não 0

* Gestação e tabagismo além de piorar a saúde materna faz a Fuma, mesmo quando está doente e acamado? Sim 1
criança nascer com dificuldades. Nenhum tratamento Não 0
farmacológico é seguro, geralmente quando se opta por algo,
se opta por adesivos de nicotina.
* Fumo passivo: o risco de infecção respiratória na criança EXAMES
aumenta 10x se alguém fuma em casa * Geralmente se faz espirometria e radiografia de tórax.
* 1⁄4 dos fumantes fumam no hospital. 55% dos fumantes no * Em centros especialistas se faz um teste de dependência, que é o
hospital apresentam síndrome de abstinência. Apenas 6% carboxímetro (mede CO que é uma das massas que saem quando o
recebe tratamento adequado. paciente fuma, mostrando se o paciente fumou na última hora) ou a
* HARDCORE SMOKING: paciente que está geneticamente cotinina urinária (parte de degradação da nicotina excretada pela
atrelado a querer fumar algo para satisfação (3%). urina, que mostra até 14 dias anteriores de abstinência ou não do
* 70% do risco de fumar e de manutenção é genético paciente).

Tabagismo
*
Doença
e fator de
risco para
doenças.
* Após 30

FASES PARA PARAR DE FUMAR TRATAMENTO


* Pré-contemplação: paciente que não quer parar de fumar. * NICOTINA: dobra a chance de parar em relação ao controle,
* Contemplação: consciente que fumar é um problema. O há boa segurança CV. A reposição de nicotina de curta ação
ideal é que o paciente saia da consulta na fase de inclui pastilha, goma de nicotina, spray nasal de nicotina. A de
contemplação longa ação é o adesivo. O indivíduo pode ter intoxicação por
* Fase de ação: quando o paciente para de fumar. nicotina quando ainda se está fumando, apresentando arritmia,
* Manutenção: para evitar recaídas. sudorese, dor de cabeça.
* Lapso: quando em um dia o paciente fuma um cigarro e é * BUPROPIONA (antidepressivo atípico): ainda não se sabe
um risco para recaída. porque faz as pessoas pararem de fumar. O tto custa em torno
de 200/300 reais e deve ser iniciado uma semana antes de
parar de fumar. Contraindicado em epilepsia, tumores
cerebrais e uso de IMAO.
TERAPIA PARA CESSAR O TABAGISMO * VARENICLINA: 1ª droga absolutamente sintética para tratar
* Encaminhamento psiquiátrico - abstinência. tabagismo. Age especificamente no receptor nicotínico
* Terapia cognitiva-comportamental: trabalho de cerebral, ocupando os receptores com um agonismo parcial,
reconstrução, a consulta deve ser semanal no primeiro mês, além disso, tem um antagonismo do tabaco (bloqueia a
quinzenal até o terceiro mês e mensal até o primeiro ano. satisfação do cigarro no receptor nicotínico - tira a recompensa
* Na dieta, deve-se evitar susbtâncias com as quais o paciente pelo uso da droga fumada). Se usa por aproximadamente 2
estava acostumado a fumar após a ingestão. Também deve meses e é contra-indicada em doença renal (a partir de 30ml/
cuidar para não descontar tudo na comida e comer min de DCE). O tratamento custa mil reais
exageradamente. Tabaco tem efeito anorexígeno, portanto na * A segunda linha de tratamento (BENZODIAZEPÍNICOS,
cessação do tabagismo o paciente tende a ganhar peso. NORTRIPTILINA) não funciona.
Atividade física é item de prescrição médica devido a maior
liberação de endorfinas. * A chance de sucesso com varenicilina é de 70% de sucesso
* Há medo, insegurança. Cada paciente tem a sua barreira (na vida real resolve 50%); a bupropiona 50% (na vida real
para deixar de fumar, seja genética, familiar, financeira. 30%); adesivo de nicotina 30% (na vida real 20%);
aconselhamento 2%.

Yasmin Braga ATM 2023/2


GENERALIDADES ALVOS DE SATURAÇÃO DE OXIHEMOGLOBINA
* Fração inspirada de O2 ao nível do mar = 21% (0,21). Paciente precisa ou não de O2?
* Altas altitudes –um pouco menos de 21% de fração inspirada de O2. * Sempre se dá oxigênio em pacientes com saturação < 94%, exceto nos
* Suplementação possível até 100% (1,0). casos de DPOC, apneia do sono etc, que se aceita que a saturação fique entre
* Cano de O2 – verde (depende do local) 88 a 92%, e em pacientes com intoxicação, … tem que manter o paciente
*Cano de ar comprimido – preto (depende do local) saturando o máximo que der (entre 93-100%)
‣ Saturação de 88 a 92%: casos de hipoxemia + risco de hipercapnia; DPOC,
obesidade hipoventilatória, doenças neuromusculares (distrofias, tudo que

OXIGENAÇÃO (L/min)
desregra o centro respiratório), overdose acidental (opióides)
‣ Saturação de 93 a 100%: quando há outro gás competindo pela hemácia
* Adjuvante na conduta de diversos cenários médicos (IC com (envenenamento por monóxido de carbono/acidente industrial/incêndios);
desaturação, DPOC, embolia pulmonar, UTI) para ALIVIAR OU pacientes cirúrgicos gravemente enfermos; crise falciforme – uma das causas
EVITAR A HIPÓXIA tecidual (risco de evento cardiovascular, AVC, de falcização é a hipoxemia; pneumotórax e cefaleia em cluster
PCR).
* Utilizado em 24% em pacientes internados e 34% na sala de
* Um intervalo alvo de SpO2 de 90-94% parece razoável para a maioria dos
emergência.
pacientes e 88-92% para pacientes com risco de insuficiência respiratória
* O ideal é utilizar o mínimo de oxigênio para que o paciente tenha
hipercápnica; use a quantidade mínima de oxigênio necessária
uma saturação normal
* Se o paciente está saturando bem NÃO SE DEVE ADMINISTRAR
oxigênio = evidência de mau uso!!
* Não há evidência que oxigênio diminua dispneia.
RISCOS DA HIPERÓXIA
* Utilizar oximetria digital como parâmetro para evitar hiperóxia
* Oxigenoterapia pode produzir hiperóxia sistêmica que geralmente é
devido a oxigenoterapia.
considerada inofensiva.
* Riscos: AVC; Atelectasias; Radicais livres e inflamação; Hipercapnia,
acidose, biotrauma
* Riscos Cardiovasculares: a terapia com oxigênio é freqüentemente fornecida
para pacientes com síndromes coronárias agudas. Riscos potencialmente
QUANTOS L/min DE O2 ESTOU ADMINISTRAN DO? adversos na hemodinâmica sistêmica - reduzindo o DC, aumentando a pressão
* Marcado no meio da bolinha, se o meio da bolinha está sanguínea e a resistência vascular sistêmica - em pacientes com infarto do
no 2, que dizer que o paciente está recebendo 2l. miocárdio ou insuficiência cardíaca prolongada.
* 15L – maioria das máscaras. * Riscos de prescrever oxigênio para pacientes com DPOC: acidose
* Cateter nasal não entrega 15l, entrega até no máximo 6l. respiratória
* Biotrauma: modificações da mucosa traqueia, brônquios, parênquima
pulmonar conforme aumenta concentração de oxigênio (altas dosagens de O2
por longo período, fração inspirada >60%).

Oxigenoterapia
FiO2: fração
Aula pelo resumo
inspirada de O2 ou
da Vanessa Mu e da
percentagem de
Victória Michelon
oxigênio em uma
mistura gasosa

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE O2 * BOLSA-VALVA-MÁSCARA: pressão na via aérea.


SISTEMAS DE BAIXO FLUXO ‣ Socorrista, indução anestésica comum no bloco ou na urgência de PCR.
* ÓCULOS/ CATETER NASAL: mais simples e comum. ‣ Bolsa (parte que se aperta com gentileza para não aumentar pressão.
‣ 5 - 6L; FiO2 ( 0,21 - 0,24 FiO2 por litro). na via aérea), válvula (evita pressão aumentado e barotrauma, pneumotórax,
‣ FO2 máx: 0,44 (em adm de 6L) ruptura de esôfago/traqueia), máscara acoplada.
* MÁSCARA FACIAL SIMPLES: não tem o controle * VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA: opção de tratamento
do efeito venturi. de insuficiências ventilatórias hipoxêmicas/hipocapnicas
‣ 6 -10 L/min entrega 35 a 60% de FiO2 tipo 1 (CPAP - edema agudo de pulmão) e hipoxêmicas/
‣ FiO2 de 0,5-0,6 com litragem máxima (10L) hipercapnicas tipo 2 (BILEVEL/BIPAP)
‣ Se usa menos. * Numa respiração normal puxamos e sopramos o ar dentro do
SISTEMAS DE ALTO FLUXO que temos de normal, não precisamos usar o que temos de reserva
* MÁSCARA DE VENTURI: cada peça (cor) indica de capacidade inspiratória nem expiratória, ou seja não precisamos
a fração de O2 inspirada. usar toda a capacidade vital fora o volume residual. Quando se
‣ FiO2 entre 24%-44%. coloca o CPAP basicamente se tem uma pressão em cm/H20
‣ Vantagem: não precisa de controle de litragem (ex. 7, 8, 10, 12 etc), em que se faz os mesmos movimentos
‣ Útil para pacientes em hipoxemia/DPOC leve a moderada, espontâneos mas com auxílio de pressão na via aérea. Quando
inclusive com hipercapnia. se fala de BIPAP ou BILEVEL temos 2 níveis de pressão, um
para inspirar IPAP (ex. 22) e um para expirar EPAP (ex. 10), a
* MÁSCARA FACIAL COM RESERVATÓRIO:
inspiratória é maior que a expiratório porque o ar tem que entrar
‣ Em 1L é ofertado =± 10% de FiO2, ou seja em 10-15L ± 100%
mas o indivíduo também tem que conseguir soprar o ar pra fora.
‣ Bolsa para “não respirar de novo” o CO2 já expirado
‣ Indicado: EAP, DPOC exacerbada, doenças neuromusculares
‣ Casos mais graves (paciente taquipneico)
‣ Contraindicado em casos muito leves e tb em casos muito graves como PCR, acidose
‣ Não funciona em infarto com EAP, crise de asma ou
respiratória importante, falência diafragmática, sonolência, paciente que não
DPOC
colabora, paciente com lesão de boca e nariz importantes ou muito encatarrado.
* MÁSCARA DE TRAQUEOSTOMIA: quase um cateter * VENTILAÇÃO INVASIVA: (TUBO OROTRAQUEAL, MÁSCARA LARÍNGEA,
nasal, mas no pescoço no orifício da traqueostomia. COMBITUBO - intuba o esôfago e ventila a traqueia) indicada em
paciente graves; PaO2 <60mmHg com FiO2 >0,5; PaCO2 crescente
com piora da acidose e em…:
* CATETER DE ALTO FLUXO DE OXIGÊNIO: ‣ Falha VMNI; PCR; Fadiga muscular;
alternativa para máscara de reservatório em ‣ Obstrução de vias aéreas superiores.
pacientes com insuficiência respiratória sem ‣ Proteção das vias aéreas – risco de aspiração.
hipercapnia. Consegue dar suporte ventilatório ‣ Aspiração de secreções
para o paciente.
* MEMBRANA EXTRA-CORPÓREA: oxigena o sangue.
Yasmin Braga
MaiorATM 2023/2de oxigênio para o paciente (com causa reversível)
pressão
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA FISIOPATOLOGIA

* Obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores, de caráter * OBSTRUÇÕES DAS VIAS AÉREAS E HIPERINSUFLAÇÃO: a força expiratória
irreversível, com destruição progressiva do parênquima pulmonar. depende da elasticidade pulmonar (reduzida na DPOC) e da resistência das vias aéreas
* Prevenível e tratável distais (aumentada na DPOC) que somados a uma pressão intratorácica
* Limitação do fluxo aéreo progressivamente positiva, predispõem ao colapso das vias aéreas, impedindo a
eliminação do ar, o que promove um aumento do volume residual (VR), da
BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA capacidade residual funcional e da capacidade pulmonar total (CPT), gerando um
* Presença de tosse e expectoração, geralmente matinal, por mais de pulmão cronicamente hiperinsuflado (“tórax em barril”) resultando em piora da
três meses consecutivos de um ano e há mais de dois anos dispneia e limitação da capacidade de exercício
* Alterações patológicas: hipertrofia e hiperplasia das glândulas * DISTÚRBIO DA TROCA GASOSA: ambas as patologias levam à obstrução de vias
submucosas secretoras de muco + aumento no número de células aéreas, propiciando o surgimento de alvéolos mal ventilados, porém, bem
caliciformes da mucosa das vias aéreas proximais; redução do lúmen perfundidos (shunt parcial), o sangue venoso passa recebendo pouco O2. Por isso, as
nas vias aéreas distais devido ao edema e fibrose arteríolas pulmonares fazem constrição para diminuir o fluxo sanguíneo para áreas
* ↓ na relação V/Q : ↓ ventilação + perfusão normal = hipoxemia precoce pouco ventiladas, contribuindo p/ uma boa relação ventilação/perfusão no enfisema
- A eliminação de CO2 também pode estar comprometida, sua retenção de CO2 ocorre
ENFISEMA PULMONAR de forma lenta e progressiva (acidose respiratória crônica).
* Alargamento dos espaços aéreos, decorrente da destruição * COR PULMONALE: A DPOC é a causa mais comum de cor pulmonale, sendo a
progressiva dos septos alveolares, o que leva à perda da tração hipóxia crônica o principal mecanismo, uma vez que estimula a vasoconstricção das
radial causando colabamento das pequenas vias aéreas. arteríolas pulmonares, promovendo hipertensão arterial pulmonar (HAP), causando IC
* ↓ Retração elástica, ↓ número de capilares, ↓ superfície de trocas ↓ direita (congestão sistêmica)
ventilação ↓ perfusão, relação V/Q se mantém, não há tanta hipoxemia
* Enfisema centroacinar/lobular: destruição parenquimatosa na região
central. Forma relacionada ao tabagismo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EXAMES COMPLEMENTARES
* Enfisema PANACINAR/ lobular: destruição uniformemente * Tosse: geralmente é o 1º sintoma da ESPIROMETRIA (diagnostica): VEF1/
distribuida. Típico da deficiência de α-1-antitripsina (genético) DPOC (subestimado pelo paciente). CVF inferior a 70% do previsto, VEF1 <
* Escarro: a presença de escarro 80% após a prova broncodilatadora
purulento (amarelado/esverdeado) está * RADIOGRAFIA (exclui outras

DPOC
associado ao início de uma exacerbação doenças): na bronquite é quase
bacteriana. inalterada, já no enfisema há ↑ do
* Dispneia ("fome de ar”) diâmetro crânio-caudal e ântero-superior,
* Fadiga, perda de peso, caquexia: pct áreas enegrecidas (enfisematosas) ou
com DPOC avançada, ou podem ser de hipertransparência (áreas bolhosas)
sinal de outra doença associada e hiperinsuflação pulmonar (↑ do nº de
EPIDEMIOLOGIA * Sintomas psicológicos: ansiedade e/ou costelas visíveis na incidência PA)
* 5ª - 6ª década, sexo masculino depressão (DPOC grave) * TC: teste definitivo para o
* FR: tabagismo ativo e passivo, poluição atmosférica, exposição estabelecimento do enfisema (áreas
EXAME FÍSICO
ocupacional a poeiras orgânicas, fumaças, vapores, baixo nível muito pretas - bolha de enfisema)
sócioeconômico, BPN, infecções respiratórias na infância (HIV, TBC), asma, * PINK PUFFER (ENFISEMATOSO):
* GASOMETRIA ARTERIAL: acidose
genética (deficiência da alfa-1-antitripsina e gene MMP12) geralmente magros, tórax em barril,
respiratória (↑ PCO2)
lábios semi-cerrados, apresentam
Tabagismo e DPOC dispneia do tipo expiratória - HIPOXEMIA: níveis baixos (<
* História tabágica positiva em 90%; 40 anos/maço (“sopradores”, usa bastante os músculos 55mmHg) podem ser tolerados
* O tabagismo é responsável pela aceleração do declínio da capacidade e acessórios) e ↓MV (áreas bolhosas sem - HIPERCAPNIA (excesso de CO2):
trabalho pulmonar (VEF1), a cessação do tabagismo faz com que a passagem de ar) sinal de mau prognóstico, há indicação
redução do VEF1 retorne à velocidade dos pacientes não fumantes, e não * BLUE BLOATERS (BRONQUÍTICO de ventilação mecânica
com que haja melhora na capacidade pulmonar. GRAVE): frequentemente obesos e DPOC → hipoxemia crônica → estímulo ao
* Fisiopatologia do tabagismo na DPOC: processo inflamatório - ↑ a edemaciados (congestão sistêmica), centro respiratório → se administrado alto
produção de muco e hipertrofia das glândulas submucosas; ↓ ou apresentam pletora facial, cianose fluxo de O2 para corrigir a hipoxemia → há
bloqueiam o movimento ciliar e ↑ a produção de elastase (protease, (dessaturação da hemoglobina perda do estímulo (↓ da vasoconstrição) →
responsáveis pela proteólise - lise do parênquima pulmonar) através da associada à eritrocitose) e extremidades hipoventilação → hipercapnia (↑ PCO2) →
risco de PCR
ativação dos macrófagos alveolares que secretam fatores quimiotáticos mais quentes devido a hipoxemia
(IL-8, TNF-∂, LTB4), sinalizam os linfócitos TCD8 e estimulam o significativa que leva ao cor pulmonale e, * HEMOGRAMA: POLIGLOBULIA -
recrutamento alveolar de neutrófilos, que passam a produzir mais dessa hematócrito > 55% (sangue muito viscoso/
consequentemente ao quadro de IVD e
grosso devido a hipoxemia, PaO2 < 55
enzima protease e também através da inibição da atividade de congestão sistêmica. Possuem tosse mmHg, que aumenta a produção de
antiproteases ∂2-macroglobulina e ∂-1-antitripsina (inibidora da elastase) produtiva, expectoração abundante. eritropoietina no rim, aumentando a
* Asma (diferenças da DPOC): início geralmente na infância, antecedente Ausculta pulmonar com ruídos produção de glóbulos vermelhos - tto
de atopias presente, hist familiar de asma presente, tabagismo ausente, adventícios (sibilos, roncos, estertores através de sangrias terapêuticas) e
melhora acentuada com tratamento (corticóide inalatório), obstrução é crepitantes e subcrepitantes), LEUCOCITOSE (indica presença de
associados à ↓MV infecção - pneumonia bacteriana, com
reversível espontaneamente ou com tto; inflamação eosinofílica TCD4 com
* OBS.: uma pessoa pode ter desvio à esquerda bastonados e bastões -
pouca ou nenhuma fibrose (na DPOC é por TCD8 e neutrófilos com fibrose). e devido ao uso de corticoide)
característica dos 2 ao mesmo tempo

ESTADIAMENTO GOLD
TRATAMENTO
* GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS (VEF1 em relação ao
previsto para o pct - pós uso de broncodilatador): CESSAÇÃO DO TABAGISMO
GOLD I ≥ 80 previsto para o paciente (leve) * Cosenho+ reposição de nicotina, e antidepressivos - bupropiona; vareniclina
GOLD II 50-79 (moderado) BRONCODILATADORES
GOLD III 30-49 (severo) Beta-2-agonistas
GOLD IV < 30 (muito severo) * Ação curta (SABA): SALBUTAMOL, FENOTEROL (BUFE) - alívio de sintomas (crises)
* INTENSIDADE DOS SINTOMAS (mMRC): avalia o grau de dispneia * Ação longa (LABA): SALMETEROL, FORMOTEROL, INDECATEROL (MEFOR) - 1ª
‣ 0 - 1: pouco sintomático (A ou C/LADO ESQUERDO) - grau zero linha no tto crônico da DPOC
dispneia apenas a grandes esforços e grau 1 dispneia ao subir Anticolinérgicos:
escadas, ladeira, andar com pressa. * Ação curta: IPRATRÓPIO
‣ ≥2: muito sintomático ( D ou B/LADO DIREITO) - tem muita dispnéia, * Ação longa (LAMA): TIOTRÓPIO, GLICOPIRRÔNIO
dispneia aos mínimos esforços Xantinas: TEOFILINAS, AMINOFILINA
* AVALIAÇÃO DO RISCO DE EXACERBAÇÕES (CRISE GRAVE): ANTI-INFLAMATÓRIOS
‣ 0 ou 1 crise sem internação hospitalar (A ou B/ PARTE DE BAIXO) * Corticosteróides inalatórios (CI): BECLOMETASONA, BUDESONIDA,
‣ ≥ 2 ou ≥1 com internação hospitalar (C ou D/ PARTE DE CIMA) FLUTICASONA, MOMETASONA
* Corticosteróides sistêmicos: PREDNISONA, HIDROCORTISONA,
METILPREDNISOLONA
* Inibidor da fosfodiesterase-4: ROFLUMILAST (não é eficaz)
OXIGENOTERAPIA DOMICILIAR:
a) PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 88% em repouso
b) Presença de cor pulmonale ou policitemia(Ht>55%)
OUTRAS MEDIDAS TERAPÊUTICAS
* Agentes mucocinéticos: N-acetilcisteína (uso controverso)
* Diuréticos, vasodilatadores (casos de cor pulmonale), vacinas
* Reabilitação pulmonar, ventilação não invasiva
Yasmin Braga ATM 2023/2
* Tratamento cirúrgico

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