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SEQUÊNCIA DE ANÁLISE DO ECG: FREIA!!

1) FREQUÊNCIA
1) FREQUÊNCIA BRADICARDIA SINUSAL
* A frequência cardíaca pode ser determinada no ECG medindo-se a * FC < 60 batimentos/min
distância entre os complexos QRS * Onda P positiva em D2 e D1, precedendo cada QRS
1500/ nº quadradinhos ou 300/nº quadrados TAQUICARDIA SINUSAL
1 quadradinho = 0,04s (1mm), 1 quadrado = 5 quadradinhos = 0,2 s * ECG normal exceto pela FC 100-160 bpm
→ Normal: 3-4 quadrados grandes (60-90 bpm) (QRS estreito).
→ Taquicardia: < 2 quadrados grandes (>90 bpm)
TAQUICARDIA ATRIAL MULTIFOCAL
→ Bradicardia: > 5 quadrados grandes
* Freq atrial e cardíaca > 100 bpm (100-150)
2) RITMO * Ritmo irregular: pelo menos 3 morfologias ≠
* Observar se a distância entre 2 complexos QRS é a mesma de onda P na mesma derivação
→ Sinusal/regular: mesma distância INTERVALO PR
→ Irregular: não mantém a mesma distância BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
Obs.: a avaliação da FC em um ritmo irregular é feita contando todos BAV 1
os batimentos em DII longo e multiplicando por 6 * ECG: Intervalo P-R prolongado (> 0,2s ou 1 quadrado)
3) EIXO DA ONDA P * Cada onda P gera um QRS, porém mais lentamente
* Observar se a onda P é positiva ou negativa em D1 e AVF BAV 2
→ Onda positiva (curva para cima): ritmo sinusal * ECG: ocorrerá a onda P atrial, mas não a onda QRS-T,
→ Onda negativa (curva para baixo): ritmo não sinusal “batimentos bloqueados” (perdidos) dos ventrículos.
4) INTERVALOS Tipo 1 (ou fenômeno de Wenckebach)
* Observar os intervalos PR e QRS * Alargamento progressivo do PR até que uma
→ Intervalo PR normal: 0,12 s = 3 quadradinhos onda P não é conduzida e não é seguida de QRS
→ Intervalo PR anormal: > 0,2 s = 1 quadrado (problema no nódulo AV *** Intervalo PR antes da P bloqueada > intervalo PR depois da P bloqueada
Intervalo PR anormal: bloqueios atrioventriculares Tipo 2 (BAV MOBITZ II)
→ Intervalo QRS: taquicardia supraventricular, taquicardia ventricular → Intervalos constantes de PR até que uma
monomórfica e polimórfica e bloqueio de ramos onda P é bloqueada, não seguida de QRS
* Existe um número fixo de ondas P não conduzidas por cada complexo QRS
4) ALTERAÇÕES *** Intervalo PR antes da P bloqueada = intervalo PR depois da P bloqueada
* Extrassístoles supraventricular e ventricular BAV 3
* Arritmias: fibrilação atrial, flutter atrial, fibrilação ventricular * ECG: as ondas P sem correlação com
* Isquemias subepicárdica e subendocárdica complexos QRS-T (átrios ventriculares se
* Lesão subepicárdica e subendocárdica contraem independentes uns dos outros

- Onda P: despolarização atrial -


sístole atrial

ECG
- Intervalo PR: despolarização atrial
(onda P) + a passagem pelo nódulo
AV - nunca maior que 0,2 seg
- Intervalo QRS: despolarização
ventricular - sístole ventricular
- Onda T: repolarização ventricular -
diástole ventricular (normalmente
positiva)
ALTERAÇÕES
INTERVALO QRS FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
TAQUICARDIA PAROXÍSTICA * Ritmo irregular e caótico, sem
SUPRAVENTRICULAR (ATRIAL) complexos QRS identificáveis
- Súbito ↑ da FC de ± 95 para ± 150 bpm FIBRILAÇÃO ATRIAL
- ECG: vê-se a onda P antes de cada *ECG: ausência de onda P,
complexo QRS-T, e essa onda P está QRS normal/estreito e com
parcialmente sobreposta à onda T normal do batimento precedente. ritmo irregular “aspecto ondulante”
* FC entre 90-170
TAQUICARDIA PAROXÍSTICA
SUPRAVENTRICULAR (NODAL AV) FLUTTER ATRIAL
* ECG: complexos QRS-T quase normais, QRS estreito e ondas P *QRS estreito, ausência de ondas P
totalmente ausentes ou obscuras. ritmo regular (maioria),
* FC entre 120-220 bpm “linhas com aspecto serrilhante"
* FC 150 bpm
TAQUICARDIA PAROXÍSTICA
VENTRICULAR EXTRASSÍSTOLES ATRIAIS
* ECG: aspecto de série de contrações * Extrassístoles - contrações prematuras
prematuras ventriculares, sem qualquer * ECG: QRS estreito, onda P desse
batimento normal intercalado. batimento ocorre cedo demais (prematura
e de morfologia ≠ da sinusal) no ciclo cardíaco e o intervalo P-R encurta.
TV MONOMÓRFICA SUSTENTADA
* FC > 100 ou >120 bpm EXTRASSÍSTOLES DO NODO
* QRS alargado, aberrante e iguais AV OU NO FEIXE AV
(morfologia se repete precisamente em cada derivação) * onda P ausente (sobreposta ao complexo QRS-T)
TV POLIMÓRFICA SUSTENTADA EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES
* FC > 200 bpm * ECG: QRS prolongado e com voltagem elevada, onda T com polaridade
* QRS alargado e diferentes entre si elétrica oposta ao complexo QRS.
ISQUEMIA
→ SUBEPICÁRDICA =
BLOQUEIO DE RAMO DIREITO ocorre INVERSÃO simétrica da onda T
* QRS alargado e positivo em V1 → SUBENDOCÁRDICA =
("orelhas de coelho") APICULAMENTO simétrico da onda T

BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO LESÃO


* QRS alargado e negativo em V1 → SUBEPICÁRDICA:
SUPRAdesnivelamento de ST
→ SUBENDOCÁRDICA:
Yasmin BragaINFRAdesnivelamente
ATM 2023/2 de ST
PREVENÇÃO PRIMÁRIA Tabaco
- Estratégia combinada para prevenir o primeiro evento cardiovascular - Parar de fumar (estratégia mais econômica)
ou prevenir a doença como um todo - Intervir com conselhos (forte base de evidência)
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA - Terapia de reposição de nicotina (TRN) + bupropiona +
- Estratégia combinada com o objetivo de prevenir um novo evento ou vareneciclina (maior eficácia em combinação)
doença cardiovascular após que um desfecho tenha sido detectado - Cigarros eletrônicos ajudam na cessação, mas implicam em riscos
- Tabagismo secundário passivo traz riscos significativos

FATORES DE RISCO Hiperlipidemia (Coleterol total >190mg/dl, LDL >115; HDL < 40♂ ou <
46♀; TG > 150)
* Tabaco * Sedentarismo
- Níveis elevados de LDLc plasmático → aterosclerose
* Hiperlipidemia * Socio-econômico
- ↓ LDL-C : diminui eventos cardiovasculares
* DM * Genética e idade
* HAS * Psicossocial - HDL-C baixo está associado ao aumento do risco, mas manobras
* Obesidade para aumentá-lo não foram associados a uma diminuição de risco
cardiovascular
- Colesterol total e HDL-C são adequadamente medidos em
Estratégias para aferir o risco
amostras permitindo assim derivar não HDL-C
- Anamnese: HF? Fumo? Situação socioeconômica? Sinal da doença?
- ECG (casos selecionados)
- Exames laboratoriais: glicemia em jejum, perfil lipídico (colesterol total, LDLc = CT - HDL - (TG/5)
HDL, LDL e triglicerídeos) Hipertensão
- Avaliação da função renal (creatinina, K e EQU) - PA e l e v a d a : f a t o r d e r i s c o p a r a D A C , I C , d o e n ç a s
cerebrovasculares, DAP, DRC, FA
ESCORES DE RISCO - A decisão de iniciar o tratamento para baixar a pressão arterial
- Adulto entre 40-75 anos depende da PA nível e risco de CV
- Entre 20-39 anos (podem realizar a cada 4 - 6 anos) - Benefícios do tratamento devido à redução da PA
- Considerar FR adicionais em adultos c/ risco (5-20%) - TTT combinado na maioria dos pacientes
- Escore de cálcio em adultos com risco intermediário
- Escore de vida toda para adultos com risco intermediário

Prevenção Primária
Diabetes Mellitus (Glicemia em jejum 100-125mg/dl; glicemia 2 h após
TOTG 140-199; HbA1C 5,7 - 6,4%)
- Abordagem multifatorial é muito importante p/ DM2
- Gerenciamento do estilo de vida (atividade física e dieta)
- O tto intensivo da hiperglicemia reduz o risco de complicações
microvasculares e risco cardiovascular
* As metas devem ser relaxadas em idosos, frágeis, DM de longa PILARES DO TRATAMENTO QUE REALMENTE
duração e aqueles com DCV existente IMPACTAM EM EVENTOS CARDIOVASCULARES
- TTT intensivo de PA, objetivo de 140 mmHg (Pasis) reduz risco de FUTUROS
resultados micro e macrovasculares 1º Pressão
- Uma meta menor de PAS de 130 mmHg diminui ainda mais os riscos 2º Possibilidade de ter fator de risco
de AVC, retinopatia e albuminúria e deve ser aplicada a pacientes 3º Evidencias de lesão em órgão alvo
selecionados.
- Redução lipídica → diminui riscos DCV na DM1 e 2 RESUMO DAS PREVENÇÕES
- Todos os pacientes > 40 anos e pacientes mais jovens selecionados * FUMO: cessar, conselhos, terapia de reposição da nicotina
com risco elevado são recomendados para a terapia com estatinas. + bupropiona + vareniciclina
* HIPERLIPIDEMIA: ↓LDL-C ( LDLc = CT - HDL - TG/5)
Obesidade * DM: dieta e exercício; objetivo de Pasis 140; ↓ lipídica;
- IMC > 25 kg/m2 = tendência de risco estatina (pcts > 40 anos ou mais jovens com risco elevado),
- IMC > 30 kg/m2 = risco metformina se indicada
- Importância da obesidade centrípeta (102cm x 85cm) * HIPERTENSÃO: ↓ da PA, ttt combinado
- Estimula-se: dieta mediterrânea (azeite de oliva, nozes, castanhas, * OBESIDADE: dieta mediterrânea, evitar carboidratos
refinados e gorduras saturadas de origem animal
amêndoas), proteína animal de peixe e aves, carboidratos integrais
(20-50% do valor calórico diário)
MENSAGENS CRUCIAIS DA ACC/AHA Guide 2019
- Evitar excesso de carboidratos refinados e gorduras saturadas de
* Estilo de vida saudável
origem animal
* Adulto de 40-75 anos = escore de risco para DCV em 10
Status psicossocial anos
- Baixo status econômico, falta de apoio social, estresse, hostilidade, * Dieta saudável
depressão, ansiedade, etc → risco de desenvolver DCV e pior * Exercício: 150 min/semana, 75 min/semana
prognóstico * AAS: somente em situações especiais na prevenção 1ª
- Ausência desses itens → menor risco de desenvolver e melhor prog. * Estatinas: 1ª linha na prevenção 2º ( LDL>190, DM > 40 ou
- FR psicossociais: barreiras à adesão ao ttt e esforços para melhorar o risco alto)
estilo de vida, promover a saúde * HAS = ttt farmacológico para todos. Meta <130/80
Yasmin Braga ATM 2023/2
DEFINIÇÃO
* Níveis médios de pressão arterial que conferem aumento HAS LESÕES DE ÓRGÃOS-ALVO
* LESÃO VASCULAR (lesão do

SECUNDÁRIA
do risco de eventos cardiovasculares (↑ a partir de PA endotélio): arteriosclerose hialina,
média 115 x 75 mmHg), ou nível de PA a partir do qual existem arteriosclerose hiperplásica (responsável
evidências de que o tto anti-hipertensivo traz mais benefícios por nefroesclerose hipertensiva
do que riscos PRINCIPAIS CAUSAS
maligna), microaneurismas de Charcot-
* Valores ≥ 140 x 90 mmHg são definidores de HAS em * Doenças parenquimatosas renais (falha no
Bouchard (dilatações em pequenas
qualquer situação mecanismo autorregulatório); estenose da
artérias cerebrais penetrantes -
* 95% HAS primária (causa desconhecida), o resto é 2ª artéria renal (↓ do fluxo estimula o SRAA);
responsável por AVE hemorrágico) e
* Agravada por: DM, obesidade, sedentarismo, tabagismo, * Coarctação da aorta; hiperaldosteronismo
aterosclerose (responsável por
ingestão de sal e álcool, AINES, disfunção renal, idade, etnia e 1º (hipocalemia)
isquemia, AVE isquêmico, IAM, isquemia
genética (gene APOLI - negros) e fatores socioeconômicos * Apneia obstrutiva do sono (↑ do estímulo
mesentérica aguda, etc).
* Fator de risco para: ICC, IAM, DAC, MS, AVC, AIT, IR, simpático);
* CARDIOPATIA HIPERTENSIVA:
aneurisma, dissecção de aorta, retinopatias e arteriopatia * Acromegalia, hipo e hipertireoidismo,
hipertrofia ventricular esquerda
periférica. cushing, feocromocitoma (↑ catecolaminas)
(devido ao ↑ da pós-carga), déficit de
* Ansiedade, pré-eclampsia, estresse agudo
relaxamento ventricular (disfunção
(queimaduras, abstinência..) e uso de ACO;
diastólica), cardiopatia dilatada na HAS

HAS PRIMÁRIA QUANDO SUSPEITAR?


* HAS súbita (início abrupto)
1ª ou 2ª a IC (disfunção sistólica) e
doença coronariana
FISIOPATOLOGIA HAS 1ª * Ausência de histórico familiar * DOENÇA CEREBROVASCULAR
* Resistência ao tto (risco ↑ em até 5x na HAS grave): AIT,
PA = DC X RVP
* Exacerbação de uma hipertensão AVE isquêmico, AVE hemorrágico, e
* A grande maioria dos hipertensos tem DC normal e RVP
previamente controlada; etc.
elevada devido aos mecanismos vasculares autorregulatórios:
* Dano ao órgão alvo desproporcional ao * NEFROPATIA HIPERTENSIVA:
‣ Retenção de sódio e água pelos rins: ↑ a volemia → ↑ DC
grau de hipertensão diminuição da função glomerular
‣ Ativação do SRAA: a renina converte o angiotensinogênio
* Hipertensão acelerada ou maligna (glomeruloesclerose)
em angiotensina I, que é convertida pelo ECA em * Início de hipertensão antes dos 30 anos * RETINOPATIA HIPERTENSIVA:
angiotensina II (realiza vasoconstrição arteriovenosa, * Hipertensão diastólica em idosos ≥ 65 hemorragias e/ou exsudatos retinianos
retenção de sódio e água e efeito trófico vascular -↑PA ) anos (o “normal" é ter has sistólico - (grau 3) e papiledema (grau 4) são
* Outro mecanismo que aumenta a PA é a resistência à enrijecimento do vaso) marcos de hipertensão acelerada
insulina e a hiperinsulinemia maligna

Hipertensão Arterial
DIAGNÓSTICO DA HAS PROGNÓSTICO
* PA no consultório: média entre 2 medidas de 2 consultas ≠ ≥ 140 x 90 * De acordo com o nível de pressão em mmHg, com a quantidade de FR
mmHg (♂≥ 55 anos, ♀≥ 65a; DCV "prematura" em parente de 1º grau; tabagismo,
* Monitorização residencial: média de várias medidas (ex. 2 manhã antes dislipidemia, resistência à insulina e obesidade - OLHAR FRS TABELA DA
do café e 2 à noite antes da janta por uma semana) > 135 x 85 mmHg AULA DE PREVENÇÃO CV!!) que esse paciente tem e com as alterações
* Monitorização ambulatorial: média das aferições automáticas (valores dos órgãos alvos ou doença cardiovascular estabelecida (pior prognóstico)
matutinos > 135x85 e no sono >120x70)
HAS SISTÓLICA EXAMES COMPLEMENTARES
* Hemograma, creatinina plasmática, glicemia e hemoglobina glicada
* Maiorias dos hipertensos acima de 65 anos - idosos (PA >140x90 mmHg).
(análise de DM), potássio, ácido úrico, lipidograma completo, ECG e EQU
* Pressão de pulso ampla (> 60 mmHg) indica ↓ complacência vascular
(albuminúria - indicador de lesão renal)
(enrijecimento do vaso) e prediz risco de evento cardiovascular
* O tto ↓AVC e ↓ morbimortalidade
TRATAMENTO
HAS RESISTENTE * Pré-hipertensos com FR ou lesões em órgãos: tto medicamentoso imediato
* PA acima de 130/80 com uso de ≥ 3 drogas (1 deles sendo diurético para evitar evolução para HAS
tiazídico) ou PA abaixo desse valor com uso de ≥ 4 de drogas anti- * Indivíduo em estágio 1 com baixo risco CV: tto não medicamentoso isolado
hipertensivas por 3 - 6 meses OU TNM + monoterapia
* Principais causas: má adesão ao tto, ansiedade, drogas, sobrecarga de * Estágio 2 ou 3, ou estágio 1 com risco CV alto: tto medicamentoso e não
volume, tabagismo, obesidade, HAS secundária medicamentoso imediato (normalmente 2 fármacos em dose baixa)
* Tto: fármacos já utilizados associados a espironolactona * HAS + DM: sem nefropatia associa-se 2 fármacos quaisquer e com
nefropatia prefere-se IECA ou BRA + remédio específico de DM
ESTADIAMENTO DA HAS * HAS + DAC (pós IAM, angina e revascularização miocárdica): usa-se ß-
Sociedade americana de bloqueador, IECA ou BRA
Classificação pela diretriz
brasileira cardiologia * HAS + DRC: diuréticos tiazídicos em estágios 1, 2 e 3 ou de alça em
estágios 4 e 5
> 18 anos PAS PAD PAS PAD
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: ↓ do peso, mudança na dieta
Normal ≤ 120 ≤ 80 Normal < 120 < 80 (↓ de sódio e gordura e ↑ de cálcio, potássio, magnésio e fibras), exercício
regular (150 min/semana), abandono do fumo, restrição ao álcool, à cafeína
Pré-hipertensão 121-139 81-89 Elevada 120-129 < 80 e a certos medicamentos (AINES, corticoides, esteroides, cocaína, antidepressivo,
ciclosporina, eritropoetina, anfetaminas e andrógeno)
Hipertensão I 140-159 90-99 Hipertensão I 130-139 80-89 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO (↓PA e mortalidade):
* DIURÉTICOS, BCC, IECA, BRA, ß-BLOQUEADOR (1ª linha).
Hipertensão II 160-179 100-109 Hipertensão II ≥ 140 ≥ 90 * IECA e BCC é a associação de escolha (IECA e BRA é contraindicado), o
diurético entra como 3ª droga.
Hipertensão III ≥ 180 ≥ 110
* METAS PRESSÓRICAS * Deve-se iniciar com monoterapia VO, observar os efeitos por 1 mês e
(variam de acordo com o estágio): reavaliar
Hipertensão ≥ 140 < 90
‣ 1 e 2 com alto risco: < 130/80 * Outros: bloqueadores ∂ adrenérgicos (PRAZOSINA e DOXAZOSINA),
sistólica isolada
‣ 3 ou 1 e 2 com baixo risco: < vasodilatadores diretos (HIDRALAZINA 3x dia)
Yasmin Braga ATM 2023/2
140/90
DEFINIÇÃO VIA ADRENÉRGICA - ATIVAÇÃO DO SNP
* Inabilidade dos ventrículos se encherem e se esvaziarem de sangue * ADRENALINA E NORADRENALINA
adequadamente, o coração não consegue bombear o sangue de acordo com a * ↑ contratilidade;↑FC através do aumento do cronotropismo
demanda tecidual (↓DC), ou só o faz à custa de aumentos na pressão de enchimento pela vasoconstrição arterial periférica (receptores ∂-1 e ß-1
(↑pressão diastólica final) adrenérgicos)
* A maioria é devido à perda de massa miocárdica, cursando com dilatação e /ou * EA: efeito tóxico nos miócitos (se torna alongado e
hipertrofia compensatória do VE. hipofuncionante), pode desencadear TV ou MS, na presença
* ETIOLOGIA: cardiopatia isquêmica crônica, HAS, cardiomiopatias idiopáticas, de isquemia
disfunções valvares, DM, etilismo, infecções virais e Chagas. ANGIOTENSINA II - ATIVAÇÃO DO SRAA
* Efeito compensatório: expansão de volume (retém sal e
VIAS DE SINALIZ AÇÃO DA DISFUNÇÃO MIOCÁRDICA água), vasoconstrição e hipertrofia ventricular esquerda.
MECANISMOS COMPENSATÓRIOS DAS VIAS: * A angiotensina II estimula a liberação de ALDOSTERONA
‣ Visam ↑ do DC através do: ↑ da contratilidade dos miócitos remanescentes que promove reabsorção de Na em troca de K nos segmentos
(adrenalina e noradrenalina), hipertrofia ventricular esquerda (angiotensina II), ↑ FC distais dos néfrons
(sist adrenérgico), remodelamento cardíaco (SIST ADRENÉRGICO, SRAA, endoletina, * EA: deposição de colágeno, proliferação de fibroblastos,
TNF∂) hipertrofia e fibrose do coração, rins e outros órgãos.
‣ Determinantes do DC: FC, pré carga (↑ VDF e VSF) e pós carga ventricular (↑ RVP,
↓VS); função sistolica (contratilidade) e função diastólica ventricular (relaxamento e
ENDOTELINA E TNF∂
* Efeito compensatório: hipertrofia
rigidez); fluxo sanguíneo miocárdico
* EA do TNF ∂: inflamação, ativação de metaloproteinase
EFEITOS ADVERSOS DAS VIAS
‣ EAS comuns: apoptose, remodelamento e crescimento, expressão alterada de genes ESTRESSE DE PAREDE/ESTIRAMENTO
‣ REMODELAMENTO CARDÍACO (principal EA): * Efeito compensatório: expansão de volume, hipertrofia
‣ Com a progressão da doença os mesmos mecanismos que mantém o paciente ----------------------------------------- -----
compensado passam a exercer efeito deletério sobre a função miocárdica
‣ Alteração na forma, função, degeneração e fibrose intersticial PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS (ANP E BNP)
* É produzido nos ventrículos do coração em resposta ao
‣ Alterações na forma: parede ventricular alongada, espessura reduzida e a forma
estiramento miocárdico, está associado a hipervolemia/
elipsoide da cavidade é substituída por um formato esférico
congestão
‣ Alterações na função: piora da função diastólica (↑ do volume diastólico final e ↓ da
* Agem no rim e circulação periférica para aliviar o coração
espessura do VE), ↑ do gasto energético mecânico do ventrículo (dilatação do VE), através da excreção aumentada de Na e água, enquanto
incompetência da válvula mitral e regurgitação mitral (rompimento dos músculos inibem a liberação de renina e aldosterona
papilares com a dilatação progressiva do VE), pode causar arritmogênese * Sistema neuro-humoral contrarregulatório aos efeitos
vasoconstritores

VDF (pré-carga): 80-150 ml; vol.


de sangue no final da diástole

Insuficiência
DS (débito sistólico): 40-100 ml;
volume ejetado a cada batimento
VSF: 30-60 ml; volume sistólico
final é o que sobra na cavidade
DC: 4,5-6,5 L/m fluxo total gerado
pelo ♡ na unidade de tempo

TIPOS E ETIOLOGIAS
Cardíaca I
IC COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA (IC sistólica)
* Perda da capacidade contrátil do miocárdio (dilatação ventricular e ↓ da
FE)
* Geralmente associada a uma cardiopatia dilatada, remodelamento
cardíaco excêntrico por perda progressiva de miocárdio e fibrose.
* Causas: cardiopatia hipertensiva, DAC (infarto ou isquemia), valvopatias,
cardiomiopatia dilatada e doença de Chagas
* Consequências: ↓DC (hipoperfusão tecidual), ↑ VDF, ↑da pressão de
enchimento ventricular causando uma congestão venocapilar
IC COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA (IC diastólica)
* Restrição ao enchimento diastólico: ↑ nas pressões de enchimento e ↑
da pressão venocapilar
* Mecanismo: alteração no relaxamento muscular e/ou redução na
complacência ventricular (“ventrículo duro”) por lesão endotelial,
deposição de colágeno.
* Geralmente há hipertrofia muscular concêntrica,
DIAGNÓSTICO
* Causas: HAS, fibrose (sequela de IAM), envelhecimento, cardiomiopatia
hipertrófica hereditária, desordens infiltrativas (sarcoidose, amiloidose), CRITÉRIOS DE BOSTON
sobrepeso e deficiência de ferro. * Diagnóstico definitivo (entre 8 e 10 pontos), possível (entre 5 e 7) e
* Consequências: ↓ do DC especialmente durante esforço, (não há como improvável (≤4)
elevá-lo sem aumentar a pressão de enchimento em demasia) * História (pontos): dispneia em repouso (4), ortopneia (4), DPN (3), dispneia
ao caminhar no plano (2), dispneia ao subir escadas (1)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS * EF (pontos): FC entre 91 a 110 (1), > 110 bpm (2); turgência jugular > 6
* Fadiga (baixo DC), dispneia (congestão pulmonar), ortopnéia (melhora cm H2O (2), > 6 cm H2O com hepatomegalia ou edema (3); crepitantes
do retorno venoso -> congestão) e DPN. pulmonares restrito às bases (1), além das bases (2); sibilos (3); 3ª bulha
* Respiração de Cheyne-Stokes (baixo DC): episódios de hiperventilação cardíaca (3)
e hipocapnia intercalados por apneia. * Radiografia de tórax (pontos): edema pulmonar alveolar (4), intersticial (3);
* CONGESTÃO PULMONAR: acúmulo de líquido no interstício ou nos derrame pleural bilateral (3); índice cardiotorácico > 0,50 - cardiomegalia (3);
alvéolos, estimulando a respiração rápida e superficial levando a redistribuição de fluxo para lobos superiores (2)
hipoxemia. Há presença de B3 (sobrecarga volumétrica), turgência jugular,
crepitantes e sibilos pulmonares, edema de MIs (disfunção de VD CRITÉRIOS CLÍNICOS DE FRAMINGHAM
secundária ao VE insuficiente). * Diagnóstico de ICC: 2 maiores ou 1 maior + 2 menores
* HIPOPERFUSÃO: AGUDA (choque cardiogênico), CRÔNICA * SINAIS MAIORES: alterações pulmonares, alterações em veia jugular e
(hipotensão, fadiga, extremidades frias, mal perfundidas e cianóticas). Há miscelânea (cardiomegalia no Rx, 3ª bulha, perda de peso > 4,5 Kg)
presença de pulsos finos, endurecimento ungueal, perda de pelos e * SINAIS MENORES: congestão sistêmica, alterações pulmonares menores,
alterações cognitivas. Yasmin Braga miscelânea
ATM 2023/2 (capacidade <1/3, taquicardia FC >120 bpm)
EXAMES COMPLEMENTARES PROGNÓSTICO
1ª ESCOLHA - RADIOGRAFIA DE TÓRAX CLASSIFICAÇÃO EVOLUTIVA (ESTÁGIOS DA IC)
* Cardiomegalia e sinais de congestão (inversão do padrão chefevascular, * Estágio A - risco de desenvolver, sem doença estrutural.
linhas B de kerley, infiltrados intersticiais e derrame pleural em borboleta) Assintomático, doenças ligadas ao IC (HAS, DM, obesidade, DRAC)
1ª ESCOLHA - ECG * Estágio B: disfunção ventricular sem sintoma de ICC. Pacientes
* Normal, valor preditivo negativo > 90% com hipertrofia, dilatação ventricular, doença valvar ou IAM prévio
* Estágio C: pacientes sintomáticos com disfunção ventricular
2ª ESCOLHA - ECOCARDIOGRAMA DOPPLER associada.
* Alterações estruturais * Estágio D: sintomáticos em repouso, doença estrutural ventricular
* Método mais útil para confirmação diagnóstica e avaliação da etiologia avançada. IC refratária ao ttt clínico. Requer intervenção especial
* Fração de ejeção < 50% indica disfunção sistólica (transplante)
2ª ESCOLHA - BNP (PEPTÍDEO NATRIURÉTICO (pg/ml) CLASE FUNCIONAL NYHA
* Sua liberação está ligada ao aumento das pressões de enchimento * Classe I: SEM limitação às atividade cotidianas (sobrevida 85%,
ventricular mortalidade anual 2 - 5%)
* Elevado na ICC: > 100 pg/ml, > 400 (IC sintomática) * Classe II: limitação LEVE, sintomas em ativ comuns (S 75%, MA 2-5%)
* Diferencia pcts dispneicos por pneumopatia ou cardiopatia * Classe III: limitação ACENTUADA, sintomas com qualquer atividade a
* Pacientes NÃO agudos (BNP > 35, NTproBNP >125) e AGUDOS (BNP >100, pequenos esforços (S 50%, MA 15-25%)
NTproBNP > 300) * Classe IV: incapacidade física, sintoma em REPOUSO (S 50% em 1
ERGOESPIROMETRIA - TESTE CARDIOPULMONAR ano, MA > 25%)
* Padrão ouro, diferencia a origem cardíaca da pulmonar FRAÇÃO DE EJEÇÃO (FE)
* Pico de VO2 < 10 a 12ml.kg-1.min-1: mau prognóstico em 1 ano (transplante) * Avalia função sistólica
* Pico de VO2 > 14 ml.kg-1: melhor prognóstico em 1 ano * FE normal: > 55%.
TESTE DE ESFORÇO (ESTEIRA OU BICICLETA) * FE > 35%: sobrevida média em 5 anos de 70% (classe III ou IV) e
* Avalia aptidão física, serve como prognóstico em pacientes com DAC 80% (classe I ou II)
* FE < 35%: sobrevida média em 5 anos de 15-35% (classe III ou IV) e
OUTROS EXAMES de 60% (classe I ou II)
* Medicina nuclear (ventriculografia), TC, RM e cateterismo cardíaco
* Hemograma, perfil lipídico, creatinina, sódio potássio, TSH, glicemia, EQU e
imunofluorescência IgG para Chagas (locais de risco)

Insuficiência
Cardíaca II
TRATAMENTO
CONTROLAR FATORES DE RISCO
* Deve se fazer uma avaliação nutricional de albumina, vitaminas, potássio,
cálcio, magnésio, ferritina (anemia), da necessidade de lipídios e uma
avaliação calórica
* HAS (evitar excesso de sódio e líquidos)
* Isquemia (evitar uso de drogas cardiotóxicas)
* Obesidade (perder peso, prática de atividades físicas).
* Arritmias, valvopatias e DM
1º DESCONGESTIONAR
* DIURÉTCOS
‣ De alça - furosemida
‣ Tiazídicos - clortalidona e hidroclorotiazida
‣ Poupadores de potássio - espironolactona (↓mortalidade ao ↓ deposição
de colágeno no miocárdio)
* iSGLT2
CONTROLAR FC
2º MODULAR SISTEMAS NEURO HUMORAIS (SNP - SRAA): * VASODILATADORES
* ß-BLOQUEADOR (bisoprolol, carvedilol e succinato de metoprolol): ‣ Hidralazina + nitrato: utilizados em negros, obesos ou outros
principal fármaco, melhora FE, ↓ consumo de O2 e FC (meta < 70 bpm), gera indivíduos em que os fármacos clássicos não fazem efeito/são
remodelamento cardíaco reverso contraindicados.
* IECA ou BRA: estimulam a vasodilatação, ↓ mortalidade ‣ No tto da ICFEP a redução excessiva na pré-carga com
‣ Valsartran (BRA)+ sacubtril (IECA) + ß-bloq: gera vasodilatação, natriurese vasodilatadores pode causar queda do enchimento ventricular e
e diurese. Utilizado em pacientes que permanecem na sua classe subsequente hipotensão e sincope.
funcional NYHA, mesmo utilizando IECAS ou BRAS. * INOTRÓPICOS
* Antagonistas recep mineralocorticoides: espironolactona ‣ Digitálico (digoxina): ↑ o inotropismo, última opção - toxicidade
‣ Associados ao tratamento padrão em pacientes sintomáticos com MARCAPASSO
disfunção sistólica do VE, em classes funcionais II a IV da NYHA, * Pacientes com BRE, dessincronismo e fração de ejeção reduzida que
‣ Com efeitos sobre mortalidade e taxas de re- hospitalização. não melhoram com fármacos
‣ Não administrar com IECA e BRA - risco de hipercalemia.
‣ Evitar uso em pacientes com IR avançada (Cr maior que 2,5) e
* ICFEP: a redução da PA melhora os sintomas de forma mais efetiva que
hipercalemia persistente (maior que 5,9 mmol/L).
o uso de terapia alvo com agentes específicos (nenhuma terapia com
* Ivabradina: age diretamente no nó sinusal, usado em pcts com ritmo agente específico reduz mortalidade)
sinusal em que o ß–bloq não fez efeito. * ICFER- fármacos que AUMENTAM A SOBREVIDA: ß-bloqueadores
(34%), espironolactona (30%) e IECA/BRA (15-27%)
Yasmin Braga ATM 2023/2
1º OXIGÊNIO, MONITORIZAÇÃO E ACESSO VENOSO 5ª ESTÁVEL - DIAGNÓSTICO POR ECG
* OXIGÊNIO: cateter nasal para quem está bem e intubação para quem está ESTÁVEL: diagnóstico por ECG, melhor de ver
desacordado 6ª QRS ALARGADO - TAQUICARDIA VENTRICULAR
* MONITORIZAÇÃO: arritmia pode ter seu padrão alterado
QRS ESTREITO - TAQUI SUPRAVENTRICULAR
* ACESSO VENOSO: drogas antiarrítmicas e sedação para cardioverter
QRS ALARGADO: > 0,12s, > de 3 quadradinhos
2º PACIENTE ESTÁVEL X INSTÁVEL QRS ESTREITO: < 0,12 s, < de 3 quadradinhos
* ESTÁVEL: perfusão adequada ‣ Fibrilação atrial: ritmo irregular sem onda P
‣ Flutter atrial: serrilhado
* INSTÁVEL (1 dos 4 critérios): hipotensão (<90x60), EAP, depressão do sensório, dor
‣ TSV não FA/FIA: ritmo regular
anginosa. Medida rápida de pressão arterial e ausculta pulmonar
Obs.: a arritmia só é a causa de instabilidade se a FC > 150 bpm 7ª CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS PELA
3º CARDIOVERSÃO ≠ DESFIBRILAÇÃO LOCALIZAÇÃO QUE ATUAM
* CARDIOVERSÃO: processo sincrônico com QRS (choque sincronizado c/ a onda R) DROGA COM AÇÃO NO SISTEMA DE CONDUÇÃO (NODO AV):
‣ Maior segurança, visto que um choque em onda P pode levar à fibrilação e em onda T à * ß-bloqueador (PROPANOLOL): inotrópicos negativos
parada cardiorrespiratória * BCC não di-hidropiridínicos (VERAPAMIL, DILTIAZEM)
‣ Utilizado em taquiarritmias COM PULSO * Digitálicos (DIGOXINA): menos efeitos, paciente com IC
* DESFIBRILAÇÃO: processo assincrônico * ADENOSINA:
‣ Meia-vida de 6 segundos com efeito rápido - NÃO reverte
‣ Se o choque for dado em cima da onda T pode ter uma parte repolarizando e outra não,
flutter ou fibrilação, pois estes estão acima do sistema de
o que não gera uma despolarização uniforme, podendo causar fibrilação ventricular (MS)
condução AV
‣ Utilizado em parada cardiorrespiratória, fibrilação ventricular e taquicardia ‣ Deve ser adm em bolus seguidos de 10 ml de soro fisiológico
ventricular polimórfica (única taquicardia com pulso que será desfibrilada, visto que a ‣ Reverte arritmia sem causar efeitos adversos
onda R não é regular pelo polimorfismo do complexo QRS, impossibilitanto o processo
de sincronismo da cardioversão) DROGA COM AÇÃO EM TODO MIOCÁRDIO (incluindo
sistema de condução):
* Obs.: choque dói, deve-se sedar o paciente antes dos 2!!! * AMIODARONA: desenvolve QT longo
4º PCT INSTÁVEL - CARDIOVERSÃO * LIDOCAÍNA: só age no miocárdio ventricular
* PROPAFENONA: efeitos pró-arrítmico em pcts com IC
PCT ESTÁVEL - DROGAS
refratáriacausa disfunção de VE, inotrópico negativo
INSTÁVEL
* Só não se deve cardioverter em uma taquiarritmia ventricular polimórfica, em todas outras
taquiarritmias se cardioverte
* O choque realiza a despolarização de todas as células miocárdicas, assim o nodo
sinusal retoma o ritmo
* Deve-se retirar a roupa do paciente, utilizar gel na pele e manter o material de intubação
ao alcance (por causa do risco de ↓ do sensório e da frequência respiratória)
* Não se faz ECG, não dá tempo!!! Só se coloca o monitor

Arritmias na
Emergência
8º FIBRILAÇÃO ATRIAL E FLUTTER ATRIAL 9º TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR NÃO FA/FIA
= TROMBOS ATRIAIS * Causada principalmente por mecanismos de reentrada no nódulo AV, por
isso as drogas de escolha são as que agem no nodo AV
* A formação de trombos atriais é muito comum devido aos batimentos
* Usar ADENOSINA, ß-BLOQUEADOR, BCC, AMIODARONA e
desordenados - átrio fibrilado não contrai, o que acarreta uma estase
PROPAFENONA
sanguínea e formação de coágulos. Após 48 horas há formação de
* Reversão por manobras no seio carotídeo, manobras vagais pode
trombos (risco de ejeção para o SNC podendo causar AVC)
reverter arritmia porque inibem a condução do nodo AV em até 30%
PACIENTE INSTÁVEL
* Realizar cardioversão 10º TAQUICARDIA COMPLEXO LARGO - NEM TUDO É
PACIENTE ESTÁVEL ANTES DE 48 HORAS AMIODARONA!!!
* Anticoagulação: VARFARINA (30 dias) e HEPARINA (4 dias) ou *1º diferenciar se é monomórfica (cardioversão) ou polimórfica(desfibrilação)
DABIGRATANA/ RIVAROXABANA (bom pra não formar trombo, não TV MONOMÓRFICA
dissocia o trombo!!!) * Cardioverter (se as drogas não funcionarem)
* Reversão do quadro: AMIODARONA ou PROPRAFENONA. Drogas * Usa-se ADENOSINA para diferenciar TV (vai continuar arrítmico) de TSV
que agem no nodo AV não funcionam já que são originadas do átrio (vai normalizar) com bloqueio de ramo E
* Sedar e cardioverter se a reversão medicamentosa não funcionar * Usar AMIODARONA (150 mg IV bolus em 10 min) ou LIDOCAÍNA (0,5 a
PACIENTE ESTÁVEL DEPOIS DE 48 HORAS 0,75 mg/kg pushIV)
* Anticoagulação: manter por 30 dias para evitar a formação de * Não usar ß-bloqueador ou BCC
trombos (sempre anticoagular com cumarínicos por no mínimo 4 TV POLIMÓRFICA (quase sempre instável)
semanas após a CV) * Desfibrilar, na maioria das vezes pode gerar fibrilação ventricular
* Realizar ecografia transesofágica para analisar (paciente precisa * Intervalo QT normal: indica causa isquêmica. Tratar isquemia com ß-
estar em jejum por 6 horas e sedado), repetir em 30 dias BLOQUEADOR, LIDOCAÍNA e AMIODARONA e corrigir eletrólitos
* Controlar os sintomas da FC elevada (principal causa de sintomas): * Intervalo QT longo: indica distúrbio hidroeletrolítico (K e Mg baixos) com
ß-BLOQUEADOR, BCC ou DIGITÁLICOS (agem no nodo AV que é a alteração na despolarização ventricular. Corrigir causas 2ªs, repor magnésio
comunicação entre átrio e ventrículo) e potássio, LIDOCAÍNA, marcapasso e desfibrilar (se falhar)
* Reverter se não houver trombos: AMIODARONA ou PROPAFENONA

Yasmin Braga ATM 2023/2


TAQUICARDIA VENTRICULAR MONOMÓRFICA TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR REGULAR
* Mais frequente em pacientes com história de cardiopatia, Síndrome de Wolf Parkinson White
principalmente infarto, porque a reentrada acontece em zonas de ECG com frequência alta, regular, sem onda P e intervalo QRS estreito
fibrose pós IAM (microcircuitos ao redor do infarto, assim se fizermos ‣ COM REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA: CARDIOVERSÃO
uma ablação, não temos como dizer que ele não vai ter mais, porque
‣ SEM REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA: ADENOSINA, ß-BLOQ e
podemos fechar uma porta mas ter mais 4 ou 5 mecanismos de
BCC (drogas que atuam no nodo AV)
reentrada)
* O ECG depois de cardiovertido apresenta intervalo entre a onda P e o QRS
* PCT COM REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA: CARDIOVERSÃO
bem curtinho, como se o nódulo AV fosse supercondutor, tem o início lento do
* PCT SEM REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA: AMIODARONA QRS e depois acelera - síndrome de Wolf Parkinson White:
e LIDOCAÍNA (não se usa propafenona, porque ela pode lentificar o ‣ O paciente tem além do nodo AV uma comunicação entre o átrio e os
circuito e piorar a arritmia) ventrículos por um feixe muscular que nasceu e passa por dentro ou fora da
* PCT COM ALTO RISCO DE MORTALIDADE: usamos o valva bicúspide ou tricúspide.
DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL (aparelho parecido com um ‣ Durante a taquicardia não existe essa alteração no eletro, porque essa
marcapasso que detecta o momento que é feito uma taquicardia arritmia desce pelo nodo AV e sobe pela via acessória, mesmo percurso da
ventricular e dispara choque revertendo o ritmo para o sinusal). reentrada na arritmia. Ela só aparece em ritmo sinusal.
* Em caso de choques repetidos usa-se um ß-BLOQUEADOR e ‣ Manejo: ABLAÇÃO (coloca-se o cateter em cima da via acessória e
AMIODARONA, e em casos que mesmo com essas drogas os queima-se essa via, a arritmia que esse paciente tinha desaparece e
choques repetitivos continuarem acontecendo se faz a ABLAÇÃO. desaparece junto o PR curto e a onda delta)
‣ Obs. Bartho: o divisor de águas é saber se o paciente tem
cardiopatia ou não (risco de morte súbita), se faz RM e ECO
‣ Taquiventricular: desfibrilador + TTT IC + AMIODARONA
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR
‣ Se ele volta a apresentar arritmia: TTT IC + AMIODARONA +
ABLAÇÃO FLUTTER ATRIAL
‣ Nos casos de taquicardia ventricular polimórfica: deve-se perguntar ECG taquicardia supraventricular, regular ou irregular, com QRS estreito
porque ele tem, se é por isquemia, se é hidrolítico ou se é por * Usa-se ADENOSINA que bloqueia o nodo AV e fez aparecer as ondas
alguma droga que ele está usando; também pode acontecer por características do flutter (que não vai ser revertido com adenosina)
doenças congênitas, mas é raro * Pergunta-se quanto tempo, nesse caso era de 15 minutos, então faz-se uma
CARDIOVERSÃO, depois para evitar que o evento volte XX faz-se a
ABLAÇÃO

Arritmias no
Consultório
DIAGNÓSTICO DAS ARRITMIAS NO CONSULTÓRIO
* Arritmias diárias: Holter CHADS e CHADSVASC
* Arritmias semanais: Looper * O CHADS é mais específico e fácil e o CHADSVASC é mais sensível
* Arritmias menos frequentes: monitor de eventos Risco para AVC > 1, usa-se: VARFARINA, APIXABANA, RIVAROXABANA,
implantáveis (dura 3 anos) DABIGATRANA, EDOXABANA
* Estudo eletrofisiológico: entra-se com um cateter dentro do
‣ CHAD 0: não precisa anticoagular
coração, provocando o coração eletricamente, se houver o
‣ CHAD 2: tem que anticoagular
mecanismo de reentrada, vemos seu local (origem da
arritmia) e a possibilidade desse cateter de cauterizar o ‣ CHAD 1: pode optar por anticoagulante ou não (usa-se o CHASVASC ≥ 1 deve-se
local que existe a reentrada, curando assim o paciente anticoagular!!)
CHADS - VASC Pont HAS BLED Pont

TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR C (IC) 1 HAS 1


FIBRILAÇÃO ATRIAL CHADS Pont
H (HAS) 1 Alt func renal e 1 ou 2
ECG: QRS estreito, irregular, sem onda P hepática
* COM REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA: C (IC) 1 A > 75 anos 2
CARDIOVERSÃO AVC 1
H (HAS) 1
* SEM REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA: perguntar há D (DM) 1
Sangramento prévio 1
quanto tempo o paciente está com os sintomas… A > 75 anos 1
S (AVC, AIT, tromboemb.) 2
‣ < 48 horas: pode reverter
D (DM) 1 Labilidade do RNI 1
‣ > 48 horas: só pode reverter após determinar se esse V (doença vascular) 1
paciente tem trombo ou não
S (AVC, AIT) 2 Id > 65 a 2
A (id 65-74 anos) ♀ 1
* Para controlar a frequência: ß-BLOQ e BCC
* Para reverter: AMIODARONA e PROPAFENONA Drogas ou álcool 1 ou 2
Female 1
* Devemos proteger esse paciente de ter um AVC, usando * Obs. 1: em paciente com fibrilação e flutter, se queremos manter o ritmo sinusal,
anticoagulante caso o riso de AVC seja maior que o risco usamos AMIODARONA e PROPAFENONA (taxa de recidiva > 50%), temos que
dele sangrar pelo anticoagulante. Analisa-se esse risco proteger o paciente de ter AVC, daremos anticoagulantes naqueles que tem CHADS >1
através dos escores CHADS e CHADSVASC -> * Obs. 2: em pacientes que não vamos manter o ritmo sinusal, porque faz fibrilação atrial
de repetição fazemos apenas o controle da frequência com uso de ß-BLOQ e BCC,
VARFARINA: dose de acordo com o RNI, manter entre 2 e 3 também pode ter AVC…
RNI 1: pessoa normal (não precisa anticoagular) * Pacientes com fibrilação atrial persistente (mesmo com o uso de remédios), pode-se
RNI 2 - 3: meta para pct com FA ou FIA (administra-se varfarina!!!) fazer a ablação (“apenas” 60-70% de eficácia, com maior risco), usa-se também
RNI < 2: “sangue grosso”, ↑ risco de trombo, risco de AVC isquêmico, anticoagulantes para proteção contra o AVC)
IAM (AUMENTAR dose de varfarina)
* HAS BLED: visão geral da possibilidade de sangramento. Positivo ≥ 3 (repensar a
RNI > 3: "sangue ralo”, ↑ risco de sangramento - risco AVC
anticoagulação)
Yasmin Braga ATM -2023/2
NUNCA contraindica!!
hemorrágico (DIMINUIR dose de varfarina)
CARDIOMIOPATIAS DISPLASIA ARRITMOGÊNICA DO VD
* MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS COMUNS: assintomáticos ou * Miocárdio ventricular substituído por um tecido
dispnéia aos esforços, angina pectoris, síncope ou pré-síncope, fibrogorduroso, altamente predisponente à ocorrência de
fadiga muscular (raro), fibrilação atrial, morte súbita (MS). arritmias (pela reentrada na cicatriz do tec lipofibroso e pela
perda de expressão de proteínas desmossomicas que
FISIOPATOLOGIA alteram a amplitude e cinética do sódio)
CARDIOMIOPATIA * Arritmias: 50% ESV, TVNS, TV; geralmente padrão de BRE
* CMH OBSTRUTIVA (70%): devido a
HIPERTRÓFICA (CMH) alterações na geometria do VE, o hiperfluxo
* Ocorre um afilamento/dilatação aneurismática da parede
(triângulo da displasia - trato de entrada e de saída do VD,
* Inexplicada hipertrofia ventricular sistólico faz com a valva mitral seja “puxada”
e ápice cardíaco)
concêntrica normalmente assimétrica e de encontro ao septo do trato de saída que
* Acomete principalmente homens < 35 anos, 2ª e 4ª
restrita ao VE causa uma obstrução transitória da ejeção
décadas de vida.
* Doença genética cardiovascular mais sistólica. Principal causa de ICC na CMH.
* DISFUNÇÃO DIASTÓLICA: a hipertrofia * Principais FR: síncope inexplicada, TVNS no holter ou
comum.
massiva gera um deficit de relaxamento VE. ergometria e disfunção ventricular severa VD ou VE
* EF: sopro sistólico (↑ com a manobra de
valsava, B4) Principal causa de congestão (ICC) nas * Além das manifestações já citadas, também pode ocorrer
* Maioria assintomática, quando ocorre formas não obstrutivas de CMH palpitações nessa síndrome
manifestações usualmente são na * ISQUEMIA MIOCÁRDICA: devido a um DIAGNÓSTICO
adolescência ou início da fase adulta, aumento da demanda metabólica do
miocárdio(maior massa); aumento das * ECG: a grande maioria apresenta-se inicialmente normal
(algumas mutações podem manifestar
pressões de enchimento do VE, reduzindo a com evolução do ECG em 6 anos. Inversão da onda T em
doença a partir da 4ª década).
perfusão coronariana subendocárdica na V1 - V3; duração do QRS V1> 110 ms;
* Causa mais comum de morte súbita em ‣ Upstroke S-wave > 55 ms ou TAD (final deflexão)
jovens. diástole;
‣ Onda épsilon (30%): pequena deflexão entre o QRS e
* MORTE SÚBITA: causa de morte da EXAMES
onda T)
grande maioria dos pacientes com CMH < * ECG (sugere diagnóstico): HVE - ‣ Taquicardia ventricular do trato de saída do VD:
30 anos (rara > 60 anos). Tem relação com inversão de onda T e presença de taquiarritmia mais comum
exercício vigoroso arritmias
‣ FATORES DE RISCO: idade < 35 anos; * ECOCARDIOGRAMA: anormalidades regionais de
* ECOCARDIOGRAMA (confirma): HVE movimentação da parede do VD; ↓ da FE do VD; dilatação
História familiar de MS; MS abortada; concêntrica (espessura > 15 mm em 1 ou do VD ou via de saída do VD; formações aneurismáticas e ↑
Múltiplas TV não sustentadas ao Holter; mais segmentos do miocárdio), com os da trabeculação do V; áreas de acinesia ou discinesia
Espessura da parede ventricular > 30 mm; diâmetros do VE reduzidos e função
Hipotensão relacionada ao exercício; História * RM: detecta doença em fases mais iniciais (S/E superiores
sistólica aumentada (VE hipercontrátil) a ECO e valor preditivo negativo alto)
de síncope em indivíduos < 30 anos * SCREENING FAMILIAR: ecocardiogramas
‣ O escore de risco não deve ser utilizado em * BIÓPSIA: realizada no septo; baixa sensibilidade (S 67%)
em intervalos de 1 ou 2 anos, entre os 12 e 20
pacientes < 16 anos, atletas de elite/ * PRÉ-CLÍNICO/GENÉTICA (genotipagem): útil para
anos (ou até a idade adulta, com exames a
esportes competitivos, MCH associada com identificar mutação em probando com diagnóstico e
cada cinco anos) nos familiares de portadores
doença metabólica ou síndrome, pacientes identificar portadores familiares (teste contraindicado em
de CMH.
com história de MS abortada ou TVS -> CDI paciente com fenótipo ‘borderline’). Gene mais comum é o
TRATAMENTO PKP2 (10-45% casos)
CLASSIFICAÇÃO * CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL
CONDUTA
* HIPERTROFIA SIMÉTRICA: se distribui por (CDI): única terapia que prolonga sobrevida
todo o miocárdio do VE e altera a história natural * Proibir a pratica de esportes competitivos
* HIPERTROFIA SEPTAL ASSIMÉTRICA: * Controle medicamentoso dos sintomas: ß- * Amiodarona, ou amiodarona + ß-bloqueador (sotalol):
localiza-se basicamente no septo bloqueador + evitar hipovolemia. prevenção de arritmias em pcts que fazem taquicardia
interventricular. Forma mais comum. Amiodarona (problema do uso contínuo ventricular de repetição
* HIPERTROFIA APICAL ASSIMÉTRICA em jovens) * CDI: FT ou TV sustentada; prevenção 1ª para pacientes
(Yamagushi): apenas na região apical do VE. com 1 ou + fatores de risco?)
* Ablação em locais de reentrada

CANALOPATIAS Arritmias Doenças


autossômicas

Genéticas
dominantes de
* Doença dos canais elétricos, penetrância
não altera a estrutura incompleta
* Esses pacientes SÓ TEM ARRITMIAS,
não vão ter IC, e etc

* SQTL3: canais de SÓDIO hiperfuncionante, a TAQUICARDIA VENTRICULAR


SÍNDROME DE BRUGADA repolarização demora para ocorrer devido entrada
* Canais de SÓDIO hipofuncionantes (25%), as de sódio, demorando para negativar a célula em POLIMÓRFICA COLINÉRGICA
células doentes localizam-se na via de saída do VD, relação ao interstício.
ocorre assim uma diferença de DESPOLARIZAÇÃO * MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: normalmente * Abertura dos canais (muito dependente de
das células do epicárdio, gerando um circuito de assintomático; ou síncope recorrente, arritmias adrenalina), libera muito CÁLCIO dentro das
reentrada que predispõe a taquicardia ventricular ventriculares e morte súbita (no SQTL-1 os células, fazendo com que o sistema de
polimórfica, causando MS. episódios tendem a ocorrer durante esforço, na condução comece a disparar
* Afeta mais indivíduo do sexo masculino SQTL-2 pode ser por estímulos auditivos súbitos ou enlouquecidamente, gerando taquicardia,
* MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: assintomáticos; aborrecimentos emocionais, na SQTL3 MS durante mais frequentemente bidirecional (ramo
episódios de síncope ou de PCR por TV polimórfica o sono é comum). esquerdo anterior e posterior), TV muito
(PCR pode ocorrer durante o repouso, sono - * TESTE GENÉTICO: identifica em 75-80% dos rápida resultando em MS (alto risco de morte)
morrem dormindo ou quadro febril) casos * TESTE GENÉTICO: identifica em 65-75%
* ECG: elevação do segmento ST (> 0,2 mV); * ECG: intervalo QT longo > 500 ms, geralmente * DIAGNÓSTICO: paciente na esteira, colocar
drogas que lentificam ainda mais os canais de de 0,5-0,7s (sem uma causa secundária - uso de desfibrilador: indução de TV bidirecional
sódio (ajmalina, flecainida e procainamida 10 mg/kg) hidroxicloroquina por exemplo) polimórfica ou ectopias polimórficas durante
são utilizadas antes de fazer ECG em pacientes ‣ Quando há dúvida diagnóstica de SQTL1 e 2, o esforço, ou estresse sem causa aparente
com dúvida diagnóstica. pode se fazer o exame da esteira (aumenta a em < 40 anos, ou > 40 anos com coração e
* TRATAMENTO: CDI (em pcts que tenham síncope adrenalina do pct) o QT fica pior (ainda mais coronárias anormais
sem explicação ou que tenham sido reanimados de alargado). No SQTL3 se administra mexiletine que TRATAMENTO
PCR); QUINIDINA para suprimir episódios bloqueia os canais de sódio normalizando o QT e * Classe I: evitar esportes competitivos e
frequentes de TV. fazendo-se o diagnóstico. situações estressantes; ß-bloqueadores em
* PROGNÓSTICO: excelente quando a arritmia é sintomáticos; CDI em MS, síncope recorrente
SÍNDROME DO QT LONGO controlada. Quanto maior o QT mais risco de morte, e TV apesar do tto
o tipo I é o mais frequente, mas os que mais morrem
* SQTL 1 e 2: canais de POTÁSSIO * Classe IIa: ß-bloqueadores em
são o tipo II e o tipo III
hipofuncionantes, não saindo potássio a assintomáticos; quinidina + ß-bloq em
* TRATAMENTO: ß-bloqueador ou marca-passo
REPOLARIZAÇÃO fica muito lenta, o que aumenta sintomáticos com ß-bloq;
permanente. CDI (em pcts com síncope recorrente,
a chance de uma extrassístole cair no período de * Classe IIb: simpatectomia em sintomáticos
arritmias ventriculares sustentadas, ou risco de MS
repolarização de algumas células (não em todas apesar dos ß–bloq, ou intolerantes.`
apesar do tto medicamentoso)
pois não é uniforme), gerando uma taquicardia ‣ No tipo 3 usa-se a droga mexiletine
ventricular polimórfica - torsades de points.
Yasmin Braga ATM 2023/2
Parada
Cardiorespiratória
* Quando o coração fibrila, batendo rapidamente, não gera
1º Checar responsividade pulso (paciente sem pulso central), ele está queimando
RCP - aumenta a PAsis,
NÃO ↓ RESPONSIVO uma grande quantidade de ATP e não está repondo
gera uma sístole mecânica oxigênio e glicose porque o coração não está gerando
com objetivo de: Chamar desfibrilador circulação coronariana. Depois de 6 a 8 min o ATP é todo
1. Fazer com que o Chance de sucesso diminui 7-10% a queimado, as fibras param de se contrair - assistolia
coração receba ATP e cada min sem tto
(infarto → TV → FV grosseira → FV fina → linha isoelétrica/
glicose para prolongar o ↓ assistolia)
tempo de desfibrilação * Fase ELÉTRICA: é a melhor fase para intervir, ocorre TV, o
ventricular Conferir pulso carotídeo
tto é realizado com choque, despolarizando todas as
por 8-10 s (verificar se é PCR)
2. Manter o cérebro células ao mesmo tempo. Inicio do consumo de ATP das
irrigado durante a parada SEM ↓ PULSO reservas
* Fase CIRCULATÓRIA: ocorre FV, o tto é realizado com
Iniciar massagem cardíaca RCP RCP + desfibrilação. Queda dos níveis de ATP e
(100 compressões por min, 30 consequente perda de função de partes do miocárdio
compressões, PARA! VENTILA 2x e * Fase METABÓLICA: acaba a reserva de ATP, evoluindo
continua - a ventilação precisa ser suava para assistolia
para não ir para o esôfago, observar o
* Principal causa de MORTE SÚBITA (morte inesperada,
tórax do pct subindo)
que evolui em 1 hora)
↓ * 90% das MS ocorrem por arritmias (taquicardia
Parar a massagem e avaliar o ritmo ventricular, fibrilação ventricular, assistolia e atividade
(com as próprias pás do desfibrilador) elétrica sem pulso) e por AVC, ruptura de aneurisma
cerebral, ruptura de aorta, etc
CHOCÁVEL ↓ NÃO CHOCÁVEL * A FV e a TV costumam ser causadas por isquemia ou
( FV ou TV) (assistolia e ativ IAM. IC com FE < 35% gera extrassístoles criando zona de
reentrada causando TV e morte
. elétrica SEM pulso)

RITMO CHOCÁVEL RITMO NÃO CHOCÁVEL


Desfibrilar em potência máxima
200-360 joules (solicitar que se afastem) Reiniciar RCP
por 2 min
PACIENTE ↓ NÃO ACORDOU? +
EPINEFRINA
Seguir massagem iv 1 mg a cada 3 min
(por 2 minutos - a cada 2 min troca e avalia o ritmo) +
+ SOLUÇÃO SALINA e elevação de membro
EPINEFRINA
1 mg (vasoconstritor, adm em veia periférica ou punção intra-óssea) ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO?
+ AVALIAR POSSÍVEIS ↓ CAUSAS PARA TTO
SOLUÇÃO SALINA 0,9%
10 ml (usada para empurrar a droga para dentro da circulação) 5 Hs 5 Ts
* HIPOVOLEMIA (ruptura de aneurisma abdominal) - repor volume
APÓS 2 MIN ↓ SE PERSISTIR TV OU FV * H+ (ACIDOSE METABÓLICA) – NaHCO₃
* HIPÓXIA - oxigenoterapia
Desfibrilar novamente
* HIPOTERMIA- soro aquecido
+
* HIPERCALEMIA- gluconato de cálcio e NaHCO₃
Continuar com a massagem
* TROMBO CORONARIANO - cateterismo ou fibrinolítico
+
* TAMPONAMENTO CARDÍACO (enche de sangue ou pus em volta
AMIODARONA 300 mg OU do pericárdio, coração comprimido pelo líquido não consegue se
LIDOCAÍNA 1,5 mg/kg contrair) - drenar o líquido
(tentativa de normalizar o ritmo o ritmo cardíaco) * TENSÃO NO TÓRAX (pneumotórax hipertensivo drenar o ar)
+ * TÓXICOS - bicarbonato e antídotos específicos
Continuar checando o ritmo a cada 2 min + continuar * TEP - trombolítico em TEP maciço
administrando EPINEFRINA de 3 em 3 min intercalada por
QUADRO ↓ NÃO REVERTEU
AMIODARONA (dose reduzindo pela metade, após o 3º bolus +
utilizar lidocaína ou magnésio) Continuar massageando de 2 em 2 min
+
RITMO↓REGULARIZADO EPINEFRINA intercaladamente
Verificar pulso, pressão e saturação de oxigênio
PACIENTE ↓ RETORNOU?
Não retornou? Protocolo de hipotermia!
Retornou? Otimizar ventilação, pedir ECG
Yasmin Braga ATM 2023/2
DEFINIÇÃO ISQUEMIA MIOCÁRDICA
OFERTA/ SUPRIMENTO < DEMANDA * O tecido miocárdico possui a maior taxa de extração de O2 do organismo
* ISQUEMIA - desequilíbrio entre oferta e consumo de O2, levando à (75%), se houver necessidade de aumento do aporte, a única alternativa é a
perda de função e/ou necrose da célula reserva coronariana (dilatação das arteríolas pré-capilares coronarianas),
* FATORES DE RISCO: tabagismo, sedentarismo, obesidade, DM2, que em casos de oclusões é requisitada mesmo em repouso, diminuindo a
envelhecimento (♂ ≥ 45, ♀ ≥ 55 anos), HAS, LDL alto e HDL baixo, capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo em resposta a um verdadeiro
aumento da demanda (exercício, estresse, taquicardia)
↑ de fatores pró-trombóticos e pró-inflamatórios, de lipoproteína A
* Obstrução de 50%: dificuldade aos esforços
* FORMA CRÔNICA (angina estável): isquemia que se manifesta
* Obstrução aguda e grave (> 80% do lúmen): isquemia miocárdica em
durante o esforço.
* FORMA AGUDA (angina instável, IAMST IAMSST): isquemia que se repouso → infarto (caso não exista uma circulação colateral)
manifesta em repouso CONSEQUÊNCIAS DA ISQUEMIA
* IAM SEM supra de ST (IAMSST) é o IAM associado à oclusão * ALTERAÇÕES MECÂNICAS: disfunção de músculo papilar, perda da
subtotal de uma artéria coronariana por trombos “brancos” (ricos em vasomotricidade, perda do controle endotelial de vasodilatação, espasmo
plaquetas), associada a fissuras superficiais. patológico (Prinzmetal), perda do relaxamento muscular - disfunção
* IAM COM supra de ST (IAMST) é o IAM associado à oclusão total de diastólica, que evolui para perda da capacidade contrátil - disfunção
uma artéria coronariana por trombos “vermelhos” (ricos em fibrina), sistólica (contração segmentar, na hipocinesia o segmento isquêmico se
associada a fissuras mais profundas contrai menos que as porções não isquêmicas, na acinesia não se contrai e
na discinesia apresenta um movimento paradoxal)
* DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: DOR ESOFÁGICA (relação com a * ALTERAÇÕES ELÉTRICAS: extrassistolias, bloqueio de ramo, condução
alimentação); DOR MUSCULOESQUELÉTICA (relação com certos elétrica (necrose por isquemia), arritmias complexas (FT, TV, FA)
movimentos, costocondrite tietze, e é agravada pela digito-pressão
normal), DOR PERICÁRDICA (contínua, piora à inspiração profunda); GRAVIDADE SEGUNDO A CCS
TEP (dispneia com pulmões limpos); PSICOGÊNICA (ansiedade, * Classe I: angina apenas em esforços intensos (atividades prolongadas,
pânico, depressão); Herpes Zoster; Espasmo muscular extenuantes ou rápidas)
* Classe II: angina em atividades ordinárias (caminhar > 2 quadras, subir > 1
DETERMINANTES DE DEMANDA E APORTE
lance de escada, frio, estresse), pouca limitação
* DETERMINANTES DE DEMANDA MIOCÁRDICA DE O2: FC,
* Classe III: angina com limitação a pequenos esforços (caminhar 1 ou 2
contratilidade e tensão na parede ventricular
quadras, subir menos de um lance de escada)
* DETERMINANTES DE APORTE/SUPRIMENTO MIOCÁRDICA DE
* Classe IV: angina em qualquer atividade (até repouso)
O2: conteúdo arterial de O2 (fração de O2 no ar inspirado) e fluxo
coronariano (perfusão ocorre na diástole predominantemente)

Cardiopatia
Isquêmica I
EXAMES NAS SÍNDROMES ESTÁVEIS
* Diagnóstico incerto no exame em repouso: realizar outros exames de imagem se
a mobilidade for reduzida; e ergometria ou exames de imagem por estresse (ECO,
cintilo ou RMN) se a mobilidade for normal
* AVALIAÇÃO LABORATORIAL: hemograma (para descartar anemia e
inflamações), perfil lipídico (colesterol total, LDL, HDL), triglicerídeos, glicemia
em jejum, função renal, (creatinina sérica), exame de urina (sinais de DM, como
albuminúria); provas de função tireoidiana; PCR (inflamação) e marcadores de
dano miocárdio, troponina I, T ou CKMb (se instabilização)
* RADIOGRAFIA DE TÓRAX: normal em pacientes com angina estável sem IAM ou
ICC prévio, avalia cardiomegalia e sinais de ICC
* ECG DE REPOUSO (SEMPRE SOLICITAR!!!): onda T alta (isquemia
subendocárdica) ou invertida (isquemia subepicárdica); infradesnivelamento de
ST (lesão não transmural), supra (transmural) que significa que a coronária está
fechada.
* ERGOMETRIA (ECG DE ESFORÇO): utilizado quando o ECG em repouso deu EXAMES NAS SÍNDROMES INSTÁVEIS
normal, é o método confirmativo de 1ª escolha na ausência de contra-indicação * BIOMARCADORES: creatina-quinase (CK), mioglobina (MB) e a
(pacientes com limitações, como estenose aórtica grave, HAS grave, ICC mais sensível (aumenta a partir de 2 horas de quadro) -
descompensada, IAM, arritmias, TEP,…). Infradesnivelamento ST com baixa carga troponina I e T (indicam necrose miocárdica, ↑ com a extensão
de trabalho ou persistente após interrupção indica doença grave e mau de dano miocárdico e com placas trombogênicas ativas). O 1º
prognóstico. marcador negativo não exclui diagnóstico!!
* ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO COM DOPPLER DE REPOUSO: avalia ‣ IAMSST: frequentemente elevados
função global e segmentar do VE (análise da fração de ejeção). Auxilia na
‣ IAMST: SEMPRE elevados (liberados pelo miocárdio necrótico
decisão de revascularização cirúrgica
após infarto com supra)
* ECOCARDIOGRAMA COM DOBUTAMINA/DIPIRIDAMOL OU ESFORÇO FÍSICO:
útil para localizar segmentos miocárdicos isquêmicos e ver se é reversível * ECG
* CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA COM TECNÉSIO, DIPIRIDAMOL OU ‣ IAMSST: pode ser normal, ou ter INFRAdesnivelamento de
EXERCÍCIO: identifica defeitos de perfusão associados a artérias doentes por ST (corrente de lesão subendocárdica), podendo aparecer
meio da injeção de contrastes apenas durante a dor. Pode haver onda T apiculada, onda T
* RM COM ESTRESSE FARMACOLÓGICO: avalia a doença cardíaca estrutural em invertida ambas simétricas com ST retificado e inversão da
diversos cortes radiológicos. Realce tardio - alteração miocárdica. onda U (alteração sútil e pouco frequente)
* ANGIOGRAFIA CORONARIANA - CATETERISMO (exame invasivo): avalia a ‣ IAMST: SUPRAdesnivelamento do segmento ST (corrente de
anatomia coronariana, indicado para pacientes INSTÁVEIS - sintomas refratários lesão subepicárdica) e aparecimento de ondas Q patológicas.
a medicamentos, angina típica a pequenos esforços, alta probabilidade pré-teste e Pode haver bloqueio de ramo esquerdo (BRE)
diagnóstico inconclusivo. * ECOCARDIOGRAFIA: avalia anormalidades na mobilidade da
* PET-SCAN: avalia metabolismo, glicose marcada com método nuclear parede ventricular
Yasmin Braga ATM 2023/2
ANGINA ESTÁVEL ANGINA INSTÁVEL
* Forma sintomática crônica da doença coronariana * Síndrome coronariana AGUDA sem supra de ST
* Dor devido a produção de lactato e ↓ de pH * Evolução da angina estável com piora progressiva da
* Isquemia miocárdica TRANSITÓRIA devido a obstrução > 50% do lúmen de uma sintomatologia em precedência de dias ou semanas, podendo
ou mais coronárias epicárdicas por placas de ateroma estáveis (superfície íntegra pcasionar um episódio de IAM - “angina pré-IAM"
e sem trombos) * Oclusão subtotal do lúmen coronariano por trombo branco-
* ETIOLOGIA: aterosclerose das artérias coronarianas e epicárdicas. Pericardite; plaquetas
aterotrombose, dissecção AO, espasmo, cocaína; cardiomiopatia hipertrófica,
FISIOPATOLOGIA - ATEROTROMBOSE
estenose aórtica, insuficiência mitral, insuficiência aórtica, taquicardia,
* Pode ocorrer devido a uma aterosclerose acelerada (↑ volume da
coronariopatia congênita; anemia, hipovolemia, intoxicação por CO, policetemia;
placa sem ruptura), ou a uma inflamação (“amole” e “instabiliza” a
hipertireoidismo, hipertermia, síndrome de estimulação inotrópica (adrenérgica)
placa de ateroma podendo rompe-la)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS * Outras causas: reestenose pós-angioplastia (lesão da placa pelo
* ANGINA PECTORIS: sensação de aperto, peso, ou pressão retroesternal (às procedimento); obstrução dinâmica (espasmos) e angina secundária
vezes, queimação ou pontada) pode se irradiar qualquer lugar entre mandíbula e o à isquemia (↑ do MVO2 e/ou ↓ no aporte de O2)
umbigo, incluindo o dorso; início durante esforço físico, emoções, dieta, frio ou
decúbito (↑ RV →↑ Pré-carga); alívio após repouso ou nitrato sublingual; Sinal DIAGNÓSTICO
de Levine * Desconforto precordial (pelo menos 1 dos sint): surgimento em
* Sintomas associados a isquemia: náusea, sudorese, cansaço e mal estar; pode repouso, duração prolongada (> 10-20 min), caráter mais intenso,
revelar sinais de IC (transudação de líquido), B4, B3, desdobramento paradoxal de B2; início recente (< 2 meses em grau II a III), padrão em crescendo
estertoração pulmonar (progressivo).
* ANGINA TÍPICA (15%): desconforto no peito ou no pescoço, mandíbula, ombro e
braço, precipitado por exercício físico, aliviado com descanso ou nitratos dentro de
5 minutos
FISIOPATOLOGIA - ATEROSCLEROSE
* Lesão endotelial e redução do óxido nítrico → acúmulo LDL na camada íntima →
Reação inflamatória → Infiltração de macrófagos e fagocitose de LDL → Formação
de células espumosas → Deposição de colágeno por fibroblastos → Formação
da placa aterosclerótica (ateroma)
* Sinais e sintomas de aterosclerose: aneurisma abdominal, redução de pulso MI,
xantomas, xantelasmas, sopros carotídeos, acantose.
* SS de vasculopatia obliterante: claudicação intermitente, AVC, massa abdominal
pulsátil

CI - Anginas
TRATAMENTO
Controle dos Fatores de Risco
* Tabagismo, obesidade, HAS, DM (meta: hemoglobina glicada <7%) e dislipidemias (meta LDL <70 mg/
dL, usando hipolipemiantes - ↓LDL ↑ HDL - como estatinas principalmente, e fibratos)
* Recomendações estilo de vida: parar de fumar, dieta saudável, reabilitação física, peso saudável,
intervenções psicoterápicas e vacina para influenza. REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA
* Indicação: fases instáveis da doença, sintomas não
Tratamento Antianginoso
tratáveis, isquemia grave, anatomia coronariana de
1ª LINHA: ↑oferta e/ou ↓demanda de O2 ao coração alto risco, DM e disfunção ventricular esquerda
* Nitratos (NITROGLICERINA, DINITRATO DE ISOSSORBIDA E MONONITRATO DE ISOSSORBIDA): alívio
imediato (curta ação) da dor anginosa (via sublingual) pela venodilatação sistêmica Angioplastia transluminal percutânea
(ACTP c/stents)
* ß-bloqueador (METROPROLOL, ATENOLOL): prevenção de crises de angina devido ao bloqueio
* Colocação de um balão acompanhado do stent.
adrenérgico que ↓ FC e contratilidade e ↑tempo de diástole. CI na angina vasoespástica, asma e etc
* Pacientes com estenose de uma ou mais
* Bloqueadores dos canais de cálcio (VERAPAMIL e DILTIAZEM, NIFEDIPINO, ANLODIPINO): coronárias com risco cirúrgico alto; sintomáticos
vasodilatação coronariana (inibem o influxo de cálcio lentificando o estímulo elétrico). Indicados na angina mesmo com terapia farmacológica; com déficit de
de Prinzmetal e quando os ß-bloq são CI ou inefetivos função sistólica e casos de múltiplas lesões
coronarianas.
2ª LINHA: nitratos de longa ação; IVABRADINA, TRIMETAZIDINA, RANOLAZINA/NICORANDIL
* Não foi provado redução de mortalidade ou IAM em
Prevenção de eventos futuros doentes crônicos, alivia sintomas (95% deles),
* Antiplaquetários (AAS e CLOPIDOGREL; TICAGRELOR e PRASURGREL): ↓ eventos coronarianos ao melhor benefício prognóstico.
inibir a agregacação plaquetária. Cirurgia de revascularização miocárdica
AAS (aspirina) - deve ser usado em TODOS pacientes com angina estável e nos sobreviventes de IAM (BYPASS)
(avaliar os com hemorragia digestiva e alergias). Adm crônica (75 - 325 mg/dia) * Anastomose de artérias mamárias ou radiais com as
‣ AAS + ESTATINAS: fármacos que ↓ desfechos futuros
coronárias ou utilização de segmento venoso para
‣ AAS + CLOPIDOGREL: ↓ morte, eventos isquêmicos e risco de trombos pós Stent
estabelecer conexão entre aorta e coronária.
* Hipolipemiantes (ESTATINAS/EZETIMIBA /iPCSK9, FIBRATOS) **** INDICAÇÃO: lesões em 3 vasos proximais ou 2 +
‣ ESTATINAS: ↓ síntese de colesterol, tem a melhor eficácia, 1x/d D.A., lesão do tronco coronariano esquerdo;
‣ FIBRATOS: ↓ VLDL e triglicerídeos, ↑ lipase tecidual. função sistólica do VE abaixo de 50% (não
angioplastável); pacientes com DM, idade avançada,
* Recomendação forte: AAS ou CLOPIDROGREL; dupla antiagregação plaquetária (de 6 meses a 1 ano
angina sem controle com antianginosos.
pós PCI); ESTATINAS/EZETIMIBA /iPCSK9; IECA (HAS, DM) e ß- bloq (com disfunção VE)
* Pacientes com função sistólica normal e com lesão
* Recomendação condicional: TICAGRELOR e PRASURGREL; RIVAROXABAN (anticoagulante) +
em um ou 2 vasos sugere-se PCI com stent
antiplaquetário, IECA; ß- bloq (sem disf VE com infarto recente)
farmacológico
Yasmin Braga ATM 2023/2
IAM SEM SUPRA * NUNCA SE FAZ FIBRINÓLISE!!!
TRATAMENTO IAMSST

DE ST OXIGENOTERAPIA: se houver hipoxemia (sat O2 < 90mm Hg)


ANTIPLAQUETÁRIO (AAS, CLOPIDOGREL, PRASUGREL, TICAGRELOR):
* Dor torácica cardíaca, com evidências bioquímicas ‣ Iniciar com AAS 200 mg independente do ECG
frequentes e sem elevação do segmento ST no ECG ‣ Após ECG, iniciar dupla antiagregação plaquetária adicional: CLOPIDOGREL (200 mg) OU
- a artéria ainda não está completamente obstruída. TICAGRELOR (180 mg)
* Infarto subendocárdico (sem transmuralidade)
* Mais frequente em mulheres e idosos, com 10% de ANTICOAGULANTE (HEPARINA, EXONAPARIN, BIVALIRUDIN, UFH)
mortalidade ‣ Usados se precisar fazer fibrinólise
‣ Em casos de sangramento vigente, avaliar HEPARINA oral ou sc.
FISIOPATOLOGIA - OCLUSÃO PARCIAL
* Oclusão parcial da artéria por meio de um NITRATO SL/IV OU MORFINA: efeito aliviador de angina
trombo (ou obstruções totais em circulação
colateral), gerando desequilíbrio entre demanda e ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO - CATETERISMO
suprimento de O2 * Avaliação na sala de emergência: se houver alteração de marcadores e ECG, hospitalizar!! Se
estiver sem alterações e dor, pedir angio TC (para avaliar se há doença coronariana obstrutiva)
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
* TIMI RISK (1 ponto cada): Idade ≥ 65 anos; 3 ou mais FR para DAC (HAS, DM, dislipidemia, tabagismo
* Dor tipicamente anginosa em repouso, de início ativo, hist familiar de DAC); cateterismo prévio com estenose coronariana ≥ 50%; elevação de
recente e em crescendo marcadores de necrose miocárdica; uso de AAS nos últimos 7 dias; infra de ST ≥ 0,5 mm; 2 ou mais
* Podem ocorrer náuseas, sudorese, mal-estar e episódios de angina nas últimas 24 horas
fraqueza, hipotensão, ICC e arritmias (se houver ‣ MUITO ALTO RISCO: sintomas de IC (dispneia e congestão) ou instabilidade hemodinâmica; arritmias
grande área isquêmica) ventriculares; angina persistente ou recorrente apesar de terapia antianginosa, associada a infra de ST
DIAGNÓTICO (ou T negativas profundas) e/ou troponina elevada - cateterismo urgente < 12h
* ECG: pode ser normal, ou ter ‣ ALTO RISCO (≥ 5 pontos): cateterismo precoce < 24h
INFRADESNIVELAMENTO de ST, onda T ‣ RISCO INTERMEDIÁRIO (3-4): cateterismo rotina < 72 h
apiculada, onda T invertida, inversão da onda U ‣ BAIXO RISCO (0-2): cateterismo em 72 h SE teste provocativo de isquemia (ergométrico,
* BIOMARCADORES ELEVADOS: troponina, cintilografia, eco de estresse ou angio TC) for positivo.
‣ Se o teste provocador de isquemia for negativo, manter somente controle farmacológico, adicionando
creatina-quinase (CK), mioglobina (MB)
ao tto o QUARTETO FANTÁSTICO

CI - Infarto Agudo
do Miocárdio
IAM COM SUPRA DE ST QUADRO CLÍNICO
* DOR TÍPICA (anginosa): precordialgia constritiva de longa duração (> 20
min), que não se resolve com repouso ou nitrato sublingual, podendo se
* Necrose de uma porção do músculo cardíaco
irradiar para o epigastro, dorso, membros superiores (E*) e pescoço/
* Infarto transmural mais comum em jovens
mandíbula.
* Metade dos óbitos ocorre na 1ª hora após o início do evento (maioria
* Sintomas associados: dispneia, náuseas, vômitos, palidez, sudorese fria,
por fibrilação ventricular)
hipotensão, IC, arritmias, ansiedade e sensação de morte iminente.
* A maior incidência do evento costuma ser em período matinal (6 - 12
* DOR ATÍPICA (não anginosa): dor torácica em queimação ou em facada;
horas da manhã)
dispepsia; exaustão, lipotímia ou síncope (↓DC), déficit neurológico focal
* ETIOLOGIA: 95% por aterotrombose (formação de um trombo sobre a
placa de ateroma que sofreu ruptura) e 5% secundária a outros processos como (AVE ou AIT); choque cardiogênico indolor; EAP (IVE ou IM aguda); morte
angina de Prinzmetal (espasmo coronariano, oclusão total transitória); cocaína; súbita (fibrilação ventricular). Costuma ocorrer em idosos, mulheres, DM,
embolia coronariana; dissecção; síndrome do anticorpo antifosfolipídio; síndrome ICC, marca-passo definitivo e transplantado cardíaco devido a um fator
trombofílicas (uso de ACO + tabagismo, SN, hemoglobinúria paroxística noturna, desencadeante como estresse físico, emocional e/ou uma lauta refeição
doenças hematológicas, policetemia); vasculite coronariana (LES, AR,
* EF: B4 é a regra do IAM (déficit de relaxamento com diminuição da
esclerodermia, Takayasu e Kawasak - crianças e adolescentes); trauma
coronariano (angioplastia); aumento acentuado de MVO2 com DAC grave; complacência ventricuar - ventrículo duro)
amiloidose.
* ECG ↑ do segmento ST , BRE, BIOMARCADORES: SEMPRE TRATAMENTO IAMST
elevados e ECOCARDIOGRAFIA * Início do tto igual ao IAMSST: OXIGENOTERAPIA,
ANTIPLAQUETÁRIOS, ANTICOAGULANTE e NITRATO
TIPOS DE INFARTO
* MI tipo I: ruptura de placa com trombo REPERFUSÃO - FIBRINOLÍTICOS:
* MI tipo II: vasoespasmo ou disfunção endotelial, aterosclerose fixa e/ou * Emergência COM serviço de hemodinâmica e angioplastia (cateterismo e
desequilíbrio de demanda/suporte, desequilíbrio de demanda/suporte sozinho
stent): paciente será encaminhado para realizar a intervenção coronariana
FISIOPATOLOGIA - OCLUSÃO TOTAL percutânea
* ISQUEMIA TRANSMURAL E DISFUNÇÃO VENTRICULAR: * Emergência SEM serviço de hemodinâmica:
‣ Área isquêmica > 20-25% do VE: insuficiência ventricular E, gerando edema ‣ Início dos sintomas MAIOR que 12 horas: encaminhar o paciente para
agudo de pulmão (disfunção diastólica que ↑ a pressão de enchimento do VE angioplastia INDEPENDENTE do tempo porta-balão (pois não se usa
causando congestão pulmonar)
‣ Área isquêmica > 40%: risco de choque cardiogênico fibrinolíticos após 12 horas do início dos sintomas!!! Risco de sangramento
do trombo que estará rígido)
* MIOCÁRDIO “ATORDOADO": ocorre devido ao efeito deletério do excesso ‣ Início dos sintomas MENOR que 12 horas e tempo de percurso MENOR
de cálcio
que 120 min: transferência para um hospital com angioplastia
* NECROSE MIOCÁRDICA TRANSMURAL: inícia nos 1ºs 30 min pelo
‣ Início dos sintomas MENOR que 12 horas e tempo de percurso MAIOR
subendocárdio estendendo-se ao epicárdio até que toda/quase toda área
isquêmica esteja infartada (6 a 12 horas) QUE 120 min: administrar FIBRINOLÍTICO. Se não for suficiente, o
‣ Determinantes da evolução ou não para necrose miocárdica: capacidade da paciente poderá ser encaminhado para angioplastia.
rede de colaterais (quanto ↑,↓ a área necrótica); MVO2 do miocárdico em * Contra-indicações aos fibrinolíticos (relacionado a capacidade de sangramento fatal):
sofrimento isquêmico (consumo miocárdico de oxigênio - ↑MVO2 ↑isquemia); infra de ST, hemorragia intracraniana prévia, lesão vascular cerebral, AVE isquêmico nos
reperfusão miocárdica (recanalização da coronária ocluída com retorno do fluxo últimos 3 meses, exceto se for há menos de 3 horas, suspeita de disscecção de aorta,
sanguíneo) sangramento agudo ativo, trauma craniano ou facial significante nos últimos 3 meses.
* REMODELAMENTO DA ÁREA INFARTADA: região lesada pode ficar
maior e mais fina devido ao deslizamenro de fibras necróticas entre si. Usa-se QUARTETO FANTÁSTICO (AAS, ßB, IECA/BRA, ESTATINAS): usados
IECAS para inibir esse processo, e deve ser evitado o uso de corticosteroides e APÓS REPERFUSÃO de 6 a 12 meses, reduzem o risco de morte pós-infarto
AINES nas 1ªs 4-8 semanas após IAM Yasmin Braga ATM 2023/2
ESTENOSE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS INSUFICIÊNCIA MITRAL
* A FR é mais comum entre os 10-18 anos,
MITRAL mas a maioria dos pacientes vai demonstrar
* Refluxo de sangue para o AE durante a sístole ventricular
por incompetência no mecanismo de fechamento da válvula.
incapacidade cardíaca só na 4ª década
* Restrição à abertura dos folhetos valvares * Comum em quadros pós-IAM, defeitos congênitos e por
* Sintomas: dispneia e tosse por ↑ da
↓ a área valvar (repercussão se área < 2,5 endocardite infecciosa
m2, o normal é de 4-6 cm2) pressão no AE (esforço intenso, excitação,
MANIFESTAÇÕES CLÍNICA
ETIOLOGIA febre, gestação, anemia, fibrilação atrial);
hemoptise, emagrecimento; dor torácica; * Maioria assintomáticos, em casos graves, os sintomas
* Febre reumática (95%): sequela de + comuns são fadiga, dispneia aos esforços e ortopneia.
disfonia e disfagia, ↑ na formação de
uma infecção da orofaringe por estreptoco- * Exame físico: B3, ictus cordis deslocado, SOPRO
trombos, síndrome de baixo débito
cos ß- hemolíticos do grupo A mal tratada holosSISTÓLICO em 5º EIE com irradiação para a axila.
(cansaço, fadiga e lipotimia) por IC 2ª
* Ordem de acometimento valvar: mitral, Endocardite aguda (etiologia comum)
* Exame físico: fácies cianótica ou leve rubor
aórtica, tricúspide e pulmonar * Febre alta de difícil controle, nódulos de Osler
malar, hiperfonese de B1 + SOPRO
* Fase aguda: febre, dor de garganta, sinais (intradérmicos dolorosos na polpa digital), lesões de
mesoDIASTÓLICO em foco mitral com
inflamatórios no hemograma (leucocitose) e Janeway(eritemas ou petéquias palmares), manchas de
irradiação para a axila (ruflar diastólico).
provas de função inflamatória alteradas. Roth (hemorragias de fundo de olho), hemorragias
* Ecocargio: cúspides mitrais área <1cm e
* Fases FR ppt dita: artrite poliarticular subungueais de Splinter (sob as unhas)
gradiente transvalvar em repouso >10mmHg
migratória (75%), nódulos subcutâneos
TRATAMENTO DIAGNÓSTICO
indolores e eritema marginado (3%)
* AAS e AINES para artrite, PREDNISONA * Clínica: infecção no endocárdio (na maioria das vezes na
FISIOPATOLOGIA
para cardite, profilaxia pós-febre reumática superfície valvular) com evolução acelerada e sopro novo
* A inflamação crônica causa espessamento
(BENZETACIL a cada 28 dias por 5 anos ou * Ecocardiograma: presença de lesão valvar (caráter vegetativo)
dos folhetos com formação de tecido fibroso
até completar 18 anos de idade, se houver * Hemocultura: positiva para um agente infeccioso (normalmente
e/ou calcificação, hipertrofia do AE
cardite é pelo resto da vida), BENZODIAZE- Stafilococos) é ele que determina se vai ser aguda ou subaguda
* Fibrilação atrial em AE: sofrimento e
dilatação atrial + ↓ do fluxo por refluxo =
PÍNICOS… para coreia de Syndenham. TRATAMENTO
formação de trombos (pacientes que mais * Tto sintomático: ß-BLOQ para ↓FC, * Tto endocardite aguda: ATB empírico endovenosos após a coleta
fazem AVC – anticoagular sempre!!!) DIURÉTICOS para controle da PA, das 3 hemoculturas, ANTES de sair o resultado (evolução é muito
* Congestão Pulmonar - IC: obstrução fixa ANTICOAGULANTES na presença de FA rápida).
ao fluxo de sangue do AE para o VE pelo alto risco de evento embólico. ‣ OXACILINA IV + GENTAMICINA IV: Stafilococos da comunidade
aumentando a pressão no AE que se transmite
* Tto cirúrgico: valvotomia mitral, indicada ‣ VANCOMICINA + GENTAMICINA IV: Stafilococos resistentes,
ao leito venocapilar pulmonar, promovendo
extravasamento capilar de líquido e síndrome nos pcts graves (orifício valvar <1,5 cm²). geralmente pct internado, que fez uma cirurgia em até 1 ano, etc
congestiva. Responsável pela dispneia aos ‣ Valvotomia mitral percutânea com balão
* Profilaxia endocardite (AMOXI/AMPICILINA ou CLINDAMICINA):
esforços e a ortopneia, o esforço físico piora (dilatação da valva estenosada por - pcts com próteses valvares, cardiopatia congênita cianótica,
balonete – utilizada em casos recentes, endocardite prévia ou se for fazer procedimento dentário (gengiva)
a congestão.
funciona qnd temos fibrose SEM cálcio)
* Hipertensão arterial pulmonar: ↑ crônico da * Tto de IC associada: IECA, ß-BLOQ, DIURÉTICOS e digitálicos
‣ Valvoplastia (remontagem da válvula,
pressão venocapilar pulmonar é transmitido (último caso)
corte e costura – adolescentes com FR); * Tto de casos graves: substituição valvar (metálica – uso de
para o leito arterial. Pode levar à falência
‣ Valvotomia cirúrgica (casos graves ou de
miocárdica (IC direita). warfarina para toda a vida para manter RNI entre 2,5 - 3,5)
reestenose – substituição da válvula a
* Baixo débito cardíaco
”céu aberto”).
COMPLICAÇÕES DA para cirurgia imediata por risco de
trombos).
ENDOCARDITE * Complicações neurológicas:

Valvopatias
*IC, eventos embólicos, embolias, abscessos e
complicações neurológicas e aneurisma micótico
glomerulonefrite. (imunocomplexos na vasa
* Eventos embólicos: comuns em nervorum) alterações neurológicas
50% dos casos, principalmente focais, alterações do sensório, da
nas lesões fúngicas (eco com mais sensibilidade e motricidade.
de 10mm de vegetação – levar * Bacteremia ou fungemia persist.

ESTENOSE AÓRTICA
* Pela restrição da abertura dos folhetos valvares
INSUFICIÊNCIA pulsação das unhas), e SOPRO DIASTÓLICO
decrescente 3º EIE, irradiando para o 4º
aórticos, há uma redução da área valvar, formando AÓRTICA DIAGNÓSTICO
um gradiente de pressão transvalvar entre o VE e aorta
ETIOLOGIA * Clínica: clínica de infecção com evolução
* A deterioração valvar crônica por calcificação é a
insidiosa e sopro novo
etiologia mais comum (população mais velha) * Lesão primária da valva: doença
* Ecocardio transesofágica: vegetação valvar
reumática, prolapso congênito de
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS * Hemocultura: positiva (Streptococos viridians e
uma cúspide ou endocardite infecciosa
* Paciente se mantém assintomático devido a dilatação Enterobactérias), sem crescimento/negativo por
* Lesão na raiz da aorta: dilatação do anel
adaptativa do VE, quando os 1ºs sintomas aparecem a uso prévio de ATB ou por infecção pelo grupo
aórtico por HAS grave, dissecção retrógrada,
mortalidade ↑ vertiginosamente sífilis etc.).
HACEK (Haemophilos, Actinobacilus,
* Tríade clássica: dispneia (↑ pressão do capilar pulmonar), Cardiobacterium, Eiknela, Kingella) ou por fungos
FISIOPATOLOGIA
angina (desequilíbrio entre demanda e oferta de O2) e (mais comuns em imunocomprometidos).
* Durante a diástole há refluxo de sangue para o
síncope (↓ PA); IC (mais importante) TRATAMENTO
VE devido a uma incompetência no mecanismo
* Hipertensão pulmonar pode desencadear IC direita. * Tto endocardite subaguda: ATB somente
de fechamento valvar.
* Exame físico (estágios finais): ↓PA, pulso parvus et DEPOIS do resultado das hemoculturas
* Há hipertrofia excêntrica do VE, para que ele
tardus, B4, SOPRO proto/mesosSISTÓLICO 2º EID c/ irrad. Terapia prolongada (1 mês), via endovenosa, em
ejete mais sangue (sangue que veio do AE +
p/ cervical (carótidas). altas doses: PENICILINA G CRISTALINA IV e
sangue refluído do último ciclo) sem precisar
DIAGNÓSTICO GENTAMICINA (ou ampicilina se alergia).
aumentar o encurtamento de cada fibra
* Ecocardiograma: espessamento, calcificação e redução na * Profilaxia em casos especiais
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
abertura sistólica dos folhetos da valva, e hipertrofia do VE * Cirurgia de substituição: casos graves. Antes
* Sintomatologia de endocardite do procedimento se faz uma profilaxia (dose
(também visualizado no ECG e no RX)
subaguda: cansaço, dispneia, febre, perda de única de AMOXICILINA ou AMPICILINA ou
TRATAMENTO
peso, prostração, com desenvolvimento mais clindamicina em alérgicos.
* Tto medicamentoso para controle dos fatores de risco (anti- ‣ Válvula mecânica: dura para sempre, mas é
lento (> 2 semanas/1mês).
hipertensivos) e da cardiopatia isquêmica necessário realizar anticoagulação com
* Exame físico (↑ do VDF pelo volume
* Tratamento cirúrgico (único que reduz mortalidade): regurgitado aórtico gera um maior VS): pulso WARFARINA pelo resto da vida (com controle
‣ Valvuloplastia percutânea por balão: jovens e casos não
amplo - grande ≠ entre PAS↑ e PAD↓ (em do RNI mensal – entre 2 e 3) pelo risco de
calcificados trombos. Costuma ser utilizada em jovens.
martelo d’água/ de Corrigan) e forte, sinal de
‣ Substituição da valva transcateter: adultos de alto risco ‣ Válvula biológica (pericárdio bovinho): não
musset (movimento da cabeça conforme as
com CI à cirurgia necessita de anticoagulação (ñ forma trombo),
pulsações), batimento ungueal (Quinck -
‣ Troca de válvula aberta. Yasmin Braga ATM 2023/2 mas apresenta sobrevida de 10 anos
DIAGNÓSTICO * Mapa dos pulsos periféricos (tentar
DISSECÇÃO DE AORTA * 3 achados: dor de início súbito, entender onde a dissecção está
ocorrendo)
alargamento da aorta ou mediastino no
* Volume urinário ≥ 1/kg/h
Rx, variação do pulso entre MIs e MSs
* Presença ou ausência de sopro de
* Ruptura na íntima da aorta EXAMES DIAGNÓSTICOS insuf. aórtica
causando dissecção da parede
S = sensibilidade, E = especificidade
do vaso pelo sangue. INDICAÇÃO CIRÚRGICA
* RAIO X: alargamento do mediastino
* A mais letal das patologias da
(da aorta). * Dissecção da aorta ascendente (tipo I/
aorta: 1% por hora de mortalidade
* ECOCARDIOGRAMA: exame pedido no II/A): prótese até curvatura inferior do
dos pacientes nas primeiras 24 h
paciente INSTÁVEL. Transesofágico arco (dissec tipo I), substituir aorta
* FATORES DE RISCO: hipertensão (70%),
(S99%/ E98%), transtorácico (S85% / ascendente (dissec distal com extensão
doenças do colágeno (Marfan, Ehlers-Danlos),
E96%); proximal), dilatação sino-tubular
coarctação da aorta (estenose da aorta), valva
* TC: exame solicitado no paciente (síndrome de Marfan)
aórtica bicúspide, aterosclerose, síndrome de
ESTÁVEL. Consegue avaliar a extensão * Complicações na dissecção da aorta
turner, trama, 3º trimestre de gravidez.
da dissecção, utilizada para escolha da descendente (tipo III/B): não costuma
* FISIOPATOLOGIA: Ruptura da íntima por um hematoma estar indicado reparo cirúrgico
cirurgia (S94% / E87-100%)
intramural ou por uma úlcera aterosclerótica penetrante. (estabilizadas clinicamente), a não ser
* RM: (S/E 98-100%)
Há comunicação entre a luz verdadeira e a falsa e que ocorram dor continua ou extensão da
* AORTOGRAFIA: extravasamento de
extravasamento de sangue entre a íntima e a adventícia dissecção (RM ou TC seriadas, realizadas
contraste para fora do vaso e falsa luz
CLASSIFICAÇÃO (S88%) a cada 6 a 12meses), risco de ruptura,
* ECG: inespecífico, 4% mostram IAM infarto renal, derrame pleural,
* Classificação de STANFORD: as dissecções tipo A
(cuidado com esse diagnóstico antes da impossibilidade de controle da dor e/ou
envolvem a aorta ascendente, as tipo B as aortas
adm de trombolíticos em pacientes com TA
transversa e/ou descendente.
* Classificação de DE BAKEY: a dissecção tipo I envolve dor torácica e alteração do ECG) CUIDADOS NA CIRURGIA
toda a aorta (ascendente e descendente); a tipo II é * Proteção cerebral (a falta de perfusão
MANEJO INICIAL
limitada à aorta ascendente; a tipo III aorta descendente cerebral gera hipotermia profunda 8º a
* Levar para CTI (ECG, PAM, sondagem
apenas 20ºC): realizar perfusão anterograda
vesical, PVC)
CLÍNICA através de uma canulação de artéria
* Exame neurológico (para ver se está
* Dor torácica “lancinante" de início súbito, passa p/ as axilar
dissecando carótidas)
costas. Pode haver palidez, sudorese e hipertensão * Proteção da medula (mais importante
* ↓ PA e FC: reduzir a contratilidade
* Déficit/ausência de pulsos ou aumento da alternância nos aneurismas de aorta descendente):
cardíaca (meta FC de 60 bpm) e tratar a
entre os pulsos artéria radicular magna ou de
hipertensão (manter PA sis entre 90 e 100
* Insuficiência aórtica aguda Adamkiewcz,
mmHg): agentes IV nitroprusseto de
* AVC (quando a dissecção interrompe o fluxo da * Sangramento
sódio + betabloqueador, seguido de
carótida) terapia oral.

Doenças da Aorta
TRATAMENTO CIRÚRGICO
ANEURISMA DE AORTA * O aneurisma por si só não causa problemas, sendo assim deve-se colocar
na balança o risco da cirurgia no paciente e o risco da ruptura (quanto maior
* Aumento no diâmetro da aorta maior que 50% o raio do vaso/ mais dilatado, maior a tensão sobre paredes e maior risco de
(dilatação anormal). rompimento - Lei de Laplace)
* FISIOPATOLOGIA: degeneração da camada média, * Sempre que se pode, faz-se a operação antes de haver dissecção
perda das fibras elásticas, e das células musculares, * RESSECÇÃO CIRÚRGICA: em aneurismas grandes ou com evidências
resultando na dilatação da aorta de rápida expansão; e/ou quando há dor/sintomas persistente apesar
* FATORES DE RISCO: tabagismo (inflama a parede do vaso, do controle da PA
perda do colágeno), HAS (mantém o vaso a uma pressão alta), → Aorta torácica ascendente > 5,5 a 6 cm ou crescimento > 1 cm/ano
aterosclerose, distúrbios genéticos (Marfan, Ehlers-Danlos), → Aorta torácica descendente > 6,5 a 7 cm
dissecção aórtica, doença valvar aórtica, infecções (sifilítica, → Aorta abdominal > 5,5 cm
tuberculose e micótica), vasculites (arterite de Takayasu, arterite de → Síndrome de Marfan > 5 cm (mesmo em assintomáticos)
células gigantes) e trauma ANEURISMAS DE AORTA ASCENDENTE
INVESTIGAÇÃO CLÍNICA * Mais perigosos, maior chance de romper devido a grande volume sistólico
* MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Geralmente assintomáticos, podem da saída do coração
cursar com dor torácica difusa e profunda, disfagia, rouquidão, * Complicações cirúrgicas: sangramento, AVC, disfunção pulmonar,
hemoptise e tosse seca (aneurisma de aorta torácica); dor abdominal insuficiência coronariana
ou tromboembolia para os MIs (aneurismas abdominais); * Reoperação: quando há pseudoaneurismas, trombose, endocardite e
progressão da doença
* EXAME FÍSICO: sopro torácico ou abdominal; massa pulsátil na
região da fúrcula ou no abdome ANEURISMAS DO ARCO AÓRTICO
* RAIO X (melhor em perfil): silhueta aórtica aumentada (suspeita de * Principal complicação: danos neurológicos.
aneurisma de aorta torácica), borda de calcifIcação (confirma
ANEURISMAS DO AORTA DESCENDENTE E TORACOABDOMINAL
aneurisma abdominal)
* Aneurismas de aorta descente envolvem aorta da subclávia esquerda ao
* ECOCARDIOGRAFIA, TC e RM: confirmam diagnóstico
diafragma
* AORTOGRAFIA: aorta bem dilatada (confirma diagnóstico)
* Aneurismas que simultaneamente envolvem a aorta abdominal são
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO denominados aneurismas toracoabdominais.
* Controle farmacológico da hipertensão: beta-bloqueador. * Complicações cirúrgicas: necessidade de hemodiálise (8%) e paraplegia
* A inibiçãodo SRAA (BRA, losartana) pode reduzir a taxa de dilatação (há vários vasos pequenos medulares que se tirados causam isquemia e
aórtica na síndrome de Marfan necrose medular)
* Cada vez mais tem-se usado os STENTS nesse tipo de aneurisma.
Yasmin Braga ATM 2023/2

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