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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

BRENDA ALVES
EMANUELLE OLIVEIRA
TATIANA FARIAS

MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
HISTOPLASMOSE
MANAUS
2022
BRENDA ALVES
EMANUELLE OLIVEIRA
TATIANA FARIAS

MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
HISTOPLASMOSE

Trabalho para a obtenção de nota no


módulo de Microbiologia e
Parasitologia
Orientador(a): Maricélia Fernandes
de Oliveira

MANAUS
2022
RESUMO

A histoplasmose é uma micose causada por fungo


dimórfico, o Histoplasma capsulatum. É considerada
classicamente uma micose endêmica, embora o fungo
tenha um comportamento oportunístico em pacientes com
depressão da imunidade celular. O homem adquire a
infecção através da inalação de conídeos presentes na
natureza (cavernas com morcegos, galinheiros, etc). O
quadro clínico pode variar, desde infecções assintomáticas
até quadros graves disseminados, que acometem pacientes
com Aids, transplantados ou com neoplasias
hematológicas. O diagnóstico baseia-se no encontro do
fungo em fluidos orgânicos (escarro, sangue, líquor) ou
tecidos (histopatologia), na cultura de materiais biológicos e
na sorologia. O tratamento das formas agudas graves,
respiratória crônica ou de formas localizadas pode ser feito
com azólicos orais (itraconazol) e nas disseminadas, a
Anfotericina B (preferencialmente as formulações lipídicas)
constitui a droga da eleição para iniciar a terapia. A
histoplasmose representa, hoje uma das micoses
sistêmicas mais importantes nas Américas, com ampla
distribuição em todas as regiões do Brasil.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................5
2. DEFINIÇÃO............................................................6
3. AGENTE ETIOLÓGICO.........................................7
4. TRANSMISSÃO.....................................................8
5. SINTOMAS............................................................9
6. DIAGNOSTICO.....................................................10
7. TRATAMENTO.....................................................11
8. PREVENÇÃO E CUIDADOS................................12
9. CONCLUSÃO.......................................................13
10. REFERÊNCIAS..................................................14
INTRODUÇÃO

A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo


fungo dimórfico. Histoplasma capsulatum, um ascomiceto
que se aloja em solos úmidos, fartos de Excrementos de
aves e morcegos com alto teor de nitrogênio que tornam o
pH do solo Ácido. Os nutrientes provenientes das fezes
acoplados a condições ambientais de Temperatura,
umidade e pH favoráveis, compõem o nicho ecológico deste
fungo. As Principais fontes de infecção para H. capsulatum
são grutas, galinheiros, árvores ocas, Porões de casas,
sótãos, construções inacabadas ou antigas e áreas rurais.
Atualmente a histoplasmose está presente mundialmente,
porém apresenta maior Prevalência na América do Norte,
mais especificamente na região centro-oeste dos Estados
Unidos, ao longo dos vales dos Rios Mississipi e Ohio. Na
América Central, em Países como México, Guatemala,
Nicarágua, Panamá. Na América do Sul, países como O
Brasil, Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Peru,
também são endêmicos. Alguns Casos esporádicos
diagnosticados com histoplasmose foram relatados na
África, Ásia e Europa. A ocorrência de histoplasmose no
Brasil é relativamente comum e se atribui Pela observação
de casos clínicos nativos, seja em casos isolados ou sob a
forma de Microepidemias. A infecção humana ocorre após
a entrada de H. Capsulatum no hospedeiro onde os
microconídios infectantes são inalados junto com Pequenos
fragmentos de hifas, que ao alcançarem os alvéolos
pulmonares são Fagocitados por fagolisossomos. Ao entrar
em contato com a temperatura corporal entre 36,5°C e
37°C, H. capsulatum atinge sua forma leveduriforme que se
multiplica e Desloca-se até os linfonodos onde ganham
acesso a corrente sanguínea podendo migrar Para outros
órgãos.
DEFINIÇÃO

A histoplasmose é uma micose sistêmica causada por um fungo


dimórfico, o Histoplasma capsulatum. A doença foi pela primeira
vez descrita por Samuel Darling, no Panamá, que entre 1905 e
1906 necropsiou três casos disseminados da doença, dois dos
quais provenientes da Ilha de Martinica, onde hoje esta micose
é reconhecidamente endêmica. A doença descrita por este
patologista era similar à leishmaniose visceral e, portanto, foi por
ele considerada erroneamente ser causada por um protozoário
encapsulado. Somente em 1934, o microrganismo foi
corretamente identificado como um fungo com dimorfismo
térmico.
AGENTE ETIOLÓGICO

Duas variedades do Histoplasma capsulatum são hoje


conhecidas: a var capsulatum e a var duboisii. Ambas são
indistinguíveis em sua forma miceliana, mas diferem na
forma leveduriforme; na var duboisii, as células são maiores
e têm paredes mais espessas que na var capsulatum. No
ágar Sabouraud, à temperatura ambiente, o micélio cresce
na forma de uma colônia branca aérea, que contém
microconídeos, assim como macronídeos tuberculados,
estes cobertos por projeções espiculadas. O micélio é
hialino, ramificado e septado de 2 a 4µ de diâmetro e os
microconídeos são piriformes e de paredes lisas, medindo
2 a 5µ de diâmetro. A fase sexuada denomina-se
Ajellomyces capsulatus, sendo pouco comum seu
isolamento no laboratório clínico. O fungo pode crescer
bem, em vários meios, outros que não o ágar Sabourand,
tais como o ágar batata-glicosado, lactrimel de Borelli ou no
ágar extrato de terra. A 37ºC, as leveduras são pequenas (3
a 5µ de diâmetro), ovaladas e frequentemente apresentam
gemulação única. Esses elementos leveduriformes podem
ser visualizados no interior dos macrófagos ou células
gigantes e mais raramente no interior dos
polimorfonucleares neutrófilos. Na coloração de Giemsa (ou
Wright), os fungos mostram uma massa cromática polar,
azul e na forma de meia lua. Corados pelo PAS,
apresentam-se na cor vermelha e pela prata metenamina
de Grocott, na cor negra ou marron-escura. O habitat deste
patógeno é o solo contendo fezes de aves e morcegos, que
servem como um bom meio de crescimento para o
organismo, podendo persistir no ambiente, após a
contaminação, por longos períodos de tempo. As aves não
albergam o fungo devido à alta temperatura corporal, mas
os morcegos podem ser portadores crônicos, excretando
formas viáveis em suas fezes.
TRANSMISSÃO

Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela inalação


(entrada) de partículas infectantes do fungo decorrente do
manuseio do solo, frutas secas e cereais e nas árvores.
O fungo também é isolado nos excrementos de morcegos
e aves, como galinhas e outras gregárias. Outras espécies
animais podem se infectar com H. capsulatum, como cães,
gatos, cavalos, bovinos, suínos, roedores e marsupiais,
entre outros.
SINTOMAS

As manifestações clínicas da histoplasmose dependem do


estado imunológico do indivíduo, da virulência da cepa e do
tamanho do inóculo. A sintomatologia inclui febre, calafrios,
tosse seca, fraqueza, perda de peso, dor de cabeça e dores
musculares. O indivíduo doente ainda pode apresentar
dificuldade ao respirar, de intensidade variável e,
ocasionalmente, dor no peito, dificuldade e dor ao deglutir.
A infecção primária pode ocorrer em indivíduos de qualquer
idade e sexo, no entanto, crianças menores de 1 ano e
adultos maiores de 50 anos de idade estão sujeitos a
desenvolver formas mais graves, inclusive o óbito. Os
sintomas podem ser confundidos com outras causas, como
virais e bacterianas.
As formas clínicas da doença são classificadas como
assintomáticas, pulmonares e disseminadas. Com relação
à evolução, a histoplasmose pode ser classificada em:
aguda, subaguda e crônica; quanto ao início do quadro
clínico: primária ou por reativação; à distribuição: pulmonar,
mediastinal, disseminada e isolada extrapulmonar; e à
gravidade: assintomática, leve, moderada e severa. As
formas mediastinais serão consideradas complicações da
doença.
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da histoplasmose baseia-se no encontro do


fungo em secreções e/ou tecidos e nas reações sorológicos
específicas. Para os casos de histoplasmose pulmonar
aguda, a história de exposição a locais possivelmente
contaminadas é peça fundamental para o diagnóstico. Na
ausência deste dado epidemiológico, a sorologia pode
confirmar este diagnóstico, uma vez que o achado do fungo
é excepcional nas secreções respiratórias nesta fase. As
culturas também raramente mostram positividade na forma
aguda. Na histoplasmose pulmonar crônica, as culturas de
escarro obtidas por coleta habitual ou por broncoscopia
podem demonstrar crescimento do fungo, geralmente
dentro de duas semanas.
Diversos laboratórios preferem isolar o Histoplasma
capsulatum na fase miceliana e confirmar sua identificação
convertendo-o para a fase leveduriforme após incubação a
37ºC. Na histoplasmose disseminada progressiva, o fungo
pode ser visto ao exame microscópico em esfregaços de
medula óssea, sangue periférico, exsudato de lesões
cutâneas ou mucosas, escarro e liquor. As culturas de
quaisquer destes materiais podem demonstrar positividade.
Hemoculturas frequentemente isolam o agente causal, em
particular, nos pacientes com AIDS. A histopatologia é outra
forma segura de realizar o diagnóstico da histoplasmose.
Biópsias de pele ou mucosas, pulmão, medula óssea,
fígado, linfonodos e intestinos demonstram a presença de
granulomas epitelióides, de aspecto sarcóide, onde os
microrganismos podem ser vistos no interior das células
fagocíticas; colorações especiais, tais como Gomori-Grocott
e PAS, são necessárias para a visualização adequada do
fungo.
Vários testes sorológicos com diferentes sensibilidades e
especificidades estão disponíveis para o diagnóstico da
histoplasmose. A imunodifusão e a fixação de
complemento, utilizando a histoplasmina como antígeno,
mostram positividade em cerca de 80% dos pacientes,
incluindo aqueles com infecção aguda autolimitada.
Reações falso-negativas podem ocorrer em pacientes
imunodeprimidos com doença disseminada. Títulos de 1/32
ou maiores, na reação de fixação de complemento,
sugerem infecção ativa. A prova de imunodifusão é mais
específica, mas menos sensível do que a fixação de
complemento. Técnicas imunoenzimáticas (ELISA) também
já se encontram padronizadas para o diagnóstico da
histoplasmose e a experiência clínica até então acumulada
demonstra serem estas provas mais sensíveis e específicas
que a fixação de complemento.
A detecção de antígeno é o método sorológico mais útil para
o diagnóstico da histoplasmose disseminada em pacientes
com AIDS. Antígeno polissacarídeo do fungo tem sido
detectado no sangue em 85% e na urina em 95% dos
indivíduos infectados; o teste pode ser aplicado também no
liquor e nas secreções respiratórias. A técnica utilizada para
a sua detecção é o radioimunoensaio e está hoje disponível
comercialmente. Testes cutâneos utilizando a
histoplasmina não são recomendados para o diagnóstico,
porque um resultado positivo não distingue infecção
passada da atual. Mesmo um resultado negativo não afasta
doença ativa. Estes testes são ideais para estudos
epidemiológicos em áreas endêmicas da micose.
TRATAMENTO

O tratamento da histoplasmose dever ser realizado após a


avaliação clínica, com orientação e acompanhamento
médico. Na grande maioria das vezes, a infecção evolui
para cura espontaneamente, sem a necessidade de
medicamentos antifúngicos. Indivíduos não diagnosticados
no estágio inicial da doença podem necessitar de terapia a
longo prazo com antifúngicos.
Os antifúngicos utilizados para o tratamento da
histoplasmose são o itraconazol e as formulações lipídicas
de anfotericina B. O Sistema Único de Saúde, por meio da
Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente o
itraconazol e o complexo lipídico de anfotericina B para o
tratamento dos pacientes diagnosticados com
histoplasmose.
Além disso, são medicamentos utilizados que aliviam os
sintomas causados pela doença, como a febre e as dores
musculares.
PREVENÇÃO

A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é


evitar a exposição direta ao fungo, por meio da utilização de
equipamentos de proteção individual (EPI), em especial,
máscaras. Os trabalhadores rurais e motoristas de trator
que são constantemente expostos à poeira mais densa, os
profissionais que atuam em escavação de solo,
terraplanagem e manipulação de aves, assim como
profissionais que atuam em cavernas e grutas devem fazer
uso de máscaras.
Máquinas com cabine vedadas ou máscaras protetoras,
como N95, protege da infecção por Histoplasma
capsulatum. Deve-se evitar exposição de crianças e
indivíduos imunodeprimidos em áreas de provável fonte de
infecção. Em laboratórios, a manipulação de isolados do
fungo, sempre que possível, deve ser feita em cabine de
segurança Classe II B2.
CONCLUSÃO

A incidência de casos de infecções fúngicas vem


aumentando devido a inúmeros fatores, e o seu tratamento
e diagnóstico nem sempre são eficazes, trazendo então um
grande desafio para a medicina. Podendo então concluir
que a melhor forma de se evitar a infecção por
histoplasmose, é a prevenção.
REFERÊNCIAS

https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/NcxtHkyZhv8BCnbV3R
Pdsnr/?lang=pt#

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/h/histoplasmose-
1#:~:text=A%20histoplasmose%20%C3%A9%20causad
a%20por,e%20cereais%20e%20nas%20%C3%A1rvores
.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/h/histoplasmose-
1#:~:text=Quais%20os%20sintomas%20da%20Histopla
smose,de%20cabe%C3%A7a%20e%20dores%20muscu
lares.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/h/histoplasmose-1

https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/histoplas
mose

http://www.cic.fio.edu.br/anaisCIC/anais2016/pdf/09_14
.pdf

file:///C:/Users/Emanuelle/Downloads/HISTOPLASMOS
E.pdf
ANEXOS

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