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MECÂNICA GERAL

Unidade 1 - Introdução a
mecânica geral

GINEAD
MECÂNICA GERAL
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UNIDADE 1

Todos os direitos reservados.

Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, sendo

vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, venda,

compartilhamento e distribuição.

OBJETIVO
Ao final desta unidade, esperamos
que possa:

> Identificar o que a mecânica pode proporcionar;


> Compreender e aplicar o conceito de produto
escalar e vetorial nos vários seguimentos da
mecânica;
> Conhecer a definição de força, momento e seu
conjugado, a fim de entender a sua aplicação;
> Analisar e utilizar as unidades físicas e suas
conversões de maneira coerente.

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1 INTRODUÇÃO A MECÂNICA
GERAL

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade se destina a apresentar uma introdução sobre o que é a mecâ-
nica, quais tipos de mecânica existem, qual estaremos estudando e, também,
para que serve a mecânica e algumas aplicações reais. Além disso, entrare-
mos na definição do que são vetores, operações com vetores e como os ve-
tores podem nos auxiliar a obter informações importantes para a aplicação
em mecânica e, em outras áreas. Vetores analisados isoladamente, às vezes
não nos traz ricas informações, porém quando aplicamos produtos escalares
e/ou vetoriais, podem nos fornece resultados valiosos. Após o entendimento
e aplicação desses conceitos, estaremos aptos a entender o conceito de força,
momento e conjugado, suas aplicações no ramo da ciência. Por fim, a com-
preensão e o entendimento das unidades físicas são de grande importância
para o estudo e, também, em como realizar suas conversões. Dessa forma, po-
demos perceber que, o entendimento do tópico seguinte faz-se fundamental
o conhecimento do anterior, de modo ao melhor aproveitamento do conteú-
do por você aluno.

1.1 AFINAL, O QUE É A MECÂNICA?


Por definição, a mecânica pode ser entendida como área das ciências físicas
na qual se dedica ao estudo do repouso e movimento de objetos sujeitos à
ação de forças. A mecânica engloba três áreas geralmente, que são a mecâ-
nica dos corpos rígidos e deformáveis e a mecânica dos fluidos. (Beer, 2013,
p.4) trata a mecânica como a ciência que descreve e prevê as condições de
repouso e movimento dos corpos sob a ação de forças. Já (James, 2009, p.3)
diz que a mecânica é a física que lida com os efeitos de forças sobre objetos.
Além disso, (James, 2009, p.3) traduz que nenhum outro tema tem um papel
maior nas análises de engenharia do que a mecânica.

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FIGURA 1 - ILUSTRAÇÃO DOS CAMPOS DA MECÂNICA

Mecânica

Mecânica Mecânica
rígida deformável

Mecânica
dos fluídos

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

A figura 1 ilustra os campos gerais da mecânica. Aplicações estão presentes


em diversos setores, tais como: civil, mecânica, aeronáutica, em ramos das
ciências (simulações geológicas), na área da medicina, problemas biomecâ-
nicos, entre outras áreas de aplicação. Ambas as áreas podem ser tratadas em
conjunto ou de forma isolada.
A forma como é abordada os campos da mecânica depende de uma análise
prévia, por exemplo, na fisiologia do corpo, como em vasos sanguíneos, po-
dendo englobar a mecânica dos fluidos (estudo do sangue), mecânica dos
corpos rígidos (supondo uma parte da veia ou artéria como rígida) e mecâni-
ca dos corpos deformáveis (a outra parte da veia ou artéria como deformável).
Cabe ao professional analisar e avaliar se para a sua aplicação, a deformação
dessa estrutura é relevante ou pode a mesma ser considerada rígida.
O conceito de mecânica dos corpos rígidos pode ser dividido em dois aspec-
tos: estática, em que trata dos objetos em repouso sob ação de forças e a di-
nâmica, que estuda as forças e suas ações sob corpos em movimento. Nesta
disciplina será estudado a mecânica dos corpos rígidos estáticos, sendo estes
considerados perfeitamente rígidos. Entretanto, na prática, todos os corpos
são deformáveis. Cabe uma análise preliminar em suas aplicações, conforme
explicitado anteriormente, para avaliação criteriosa, se a deformação deste
corpo é relevante à aplicação em questão ou este mesmo corpo pode ser con-
siderado rígido, sem grandes prejuízos.

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1.2 VETORES
Na mecânica e, em outros ramos de estudo, são utilizados dois tipos de gran-
dezas: as grandezas escalares e as vetoriais. Quando tratamos de escalar, é
associado apenas um valor a esta grandeza, seguida de sua unidade.

Quando tratamos da quantidade de massa de um


corpo, estamos tratando de uma grandeza escalar,
como, por exemplo, 10 kg. Outra grandeza escalar é
o tempo: 10 s. Além destes exemplos, outros escalar
são: densidade, volume, área, comprimento, energia,
temperatura, pressão, módulo de um vetor, etc.

Dessa forma, a grandeza escalar, exprime um valor ou intensidade de uma


grandeza física.
Já as grandezas vetoriais envolvem intensidade (módulo), direção e sentido.
Exemplos de vetores são: força, velocidade, aceleração, deslocamento, mo-
mento, dentre outras.
Na figura 2 temos uma ilustração do que venha ser um vetor. O tamanho
designa a sua intensidade, o seu módulo. A seta, no final deste segmento de
reta, uma linha, representa o sentido deste vetor. Sempre o sentido do vetor
será para onde a seta estiver apontando. Já a direção da grandeza vetorial, é a
linha na qual este vetor aponta. Se pegarmos uma linha pontilhada, passando
encima de um destes vetores, saberemos o seu sentido. Mais detalhes serão
discutidos adiante. Visualmente, podemos concluir desta ilustração que, a in-
  
tensidade de R é maior que b e, que por sua vez, é maior do que o vetor a .
Além disso, podemos concluir que os vetores possuem o mesmo sentido. Por
fim, sempre que tratamos de vetores, é fundamental designá-los pela seta
encima da letra, demostrando que esta variável, na qual estamos tratando, é
uma grandeza vetorial.

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FIGURA 2. GRANDEZAS VETORIAIS

b
a R

Fonte: Uol (2020)

Exposto sobre os vetores, iremos nos atear sobre a sua representação. As gran-
dezas vetoriais podem estar presentes em uma única dimensão, bidimensio-
nais ou tridimensionais. A fim de exemplificação, a figura 3 nos mostra um
vetor força, com intensidade, direção e sentido. A sua intensidade é de 3 uni-
dades, onde o sentido é a indicado pela seta e a direção é a representada pela
linha de ação deste vetor.
Diante disto, os vetores são trabalhados decompostos nos eixos coordenados.
A força, presente na figura 3, pode ser expresso da seguinte forma

F = F î + F Jˆ
x y

onde Fx e Fy representam a decomposição deste vetor no plano, e o ângu-


lo nos auxiliara para realizar esta decomposição. Vetores tridimensionais são
definidos da mesma forma, porém teríamos uma outra força na direção do
outro eixo coordenado, ou seja,

F = Fxî + Fy J + Fz k .

Já a intensidade deste vetor é definida pelo seu módulo,



F = Fx2 + Fy2 + Fz2 = 3 unidades (un)

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FIGURA 3. FORMA DE REPRESENTAÇÃO DE VETOR NO PLANO

y
Linha de ação

n B
1u
n
1u
n
1u

Fonte: Elaborada pelo autor.

Assim sendo, a decomposição é realizada se apossando de propriedades tri-


gonométricas, como: 
Fx = F ⋅ cos ( 30º )

Fy = F ⋅ sen ( 30º )

1.3 OPERAÇÕES COM VETORES


O ângulo do vetor nos auxilia a encontrar as suas componentes. Além disso,
ajuda em operações como soma, subtração e decomposição de vetores. Su-

ponha um vetor F e o seu negativo. Este segundo vetor negativo terá a mes-

ma intensidade e direção de F , porém estará em sentido contrário, conforme
a figura 4.

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FIGURA 4. VETORES COM SENTIDO CONTRÁRIO

-F

Fonte: Adaptada de James (2009)

As operações mais importantes com vetores são adição, subtração e divisão.


Segundo (James, 2009, p.5), os vetores devem obedecer à lei do paralelogra-
mo, que nos diz que quando temos dois vetores em um mesmo plano, estes
podem ser substituídos por um único vetor equivalente, no qual a diagonal
deste paralelogramo é o vetor equivalente, conforme consta na figura 5. Esta
relação é denominada de soma vetorial.

FIGURA 5. SOMA DE DOIS VETORES

Fonte: Adaptada de James (2009)

A soma vetorial destes vetores podem ser representadas por:


  
V = V1 + V2

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Da mesma forma, se o vetor V2 tivesse em sentido contrário da figura 5, este
  
agora seria o negativo do vetor V2 , ou seja, −V2 . Dessa forma, a resultante V é
dada por,
  
V = V1 − V2 .
Assim sendo, esta operação é uma subtração vetorial. Vale ressaltar que, na
soma e subtração de vetores a ordem dos fatores não altera o produto. Supo-
nha que estes vetores estão no plano, sendo:
 
V1 = V1xî + V1 y Jˆ e V2 = V2 xî + V2 y Jˆ .
Outra forma de representação destes vetores, não muito usual, mas que auxi-
lia nos cálculos é dado abaixo:
 

V1 = (V1x ,V1 y ) e V2 = (V2 x ,V2 y )

  
Soma vetorial: V1 + V2 = (V1x + V2 x ) î + (V1 y + V2 y ) JÆ
 
Subtração vetorial: V1 − V2 = (V1x − V2 x ) î + (V1 y − V2 y ) JÆ
Conforme discutido no tópico anterior sobre a decomposição de vetores no
plano, temos também os vetores tridimensionais. A fim de um melhor en-
tendimento sobre vetores e decomposição de vetores no espaço, observe a
figura 6.

FIGURA 6. DECOMPOSIÇÃO DE VETORES NO ESPAÇO

Fonte: Adaptada de James (2009)

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A decomposição dos vetores, neste caso, segue a mesma lógica do anterior,


porém devemos nos atentar aos ângulos indicados. O vetor V e o seu módulo
são representados por:

V = Vxî + Vy JÆ+ Vz k

Na forma decomposta, podemos expressar o vetor V como sendo,



V = V cos (θ x )  î + V cos (θ y )  JÆ+ V cos (θ z )  k ,
onde V representa o módulo do vetor, dado por:
V = Vx2 + Vy2 + Vz2 .

1.4 PRODUTO ESCALAR E PRODUTO VETORIAL


Produto escalar e produto vetorial também são operações com vetores, po-
rém levam em consideração outros conceitos. Quando temos uma grande-
za escalar (a e b, por exemplo), podemos simplesmente multiplicar os dois e
obter o produto. Porém, quando se trata de vetores esta multiplicação é cha-
mada de produto escalar e produto vetorial. A distinção entre esses dois tipos
de produtos é que o produto escalar produz um número escalar e o produto
vetorial resulta em um outro vetor.
Denomina-se produto escalar ou produto interno entre dois vetores, como
sendo:
 
A ⋅ B = Ax Bx + Ay By + Az Bz

sendo este produto um número real, ou seja, um escalar. Todo produto escalar
 
é designado por este ponto entre os dois vetores A ⋅ B . Outra forma de escrita
   
do produto escalar é < A, B > e, a leitura deste produto é " A escalar B .

O produto escalar também pode ser utilizado de um


vetor por uma matriz, desde que seja compatível o
seu produto. Isto faz com que a ordem esta matriz
seja reduzida. Suponha o produto de um vetor no
espaço, por uma matriz 3x3. Este produto gerara um
vetor de ordem 3. Portanto, nem sempre o produto
escalar é um número real, servindo para reduzir
a ordem de matrizes. Mas lembre-se, sempre o
produto escalar entre dois vetores é um número real.

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Umas das aplicações do produto escalar é a determinação do módulo de um


vetor, no qual é definido como a raiz quadrada do produto escalar entre os
  
dois vetores iguais, A = A ⋅ A .
Além disso, o ângulo formado entre dois vetores, pode ser correlacionado com
o seu produto escalar, da seguinte forma:
   
A ⋅ B = A B cos (θ ) .
Existem algumas propriedades para o produto escalar, independentemente
  
dos vetores adotados. Sejam os vetores A = ( ax , a y , az ) , B = ( bx , by , bz ) e C = ( cx , c y , cz )
, e ainda, suponha uma constante k , real e qualquer. Diante do exposto, temos
as seguintes propriedades:
   
I )A⋅ B = B ⋅ A

       
( ) ( ) ( )
II ) kA ⋅ B = kB ⋅ A = k A ⋅ B = B ⋅ kA ( )
  2
III ) A ⋅ A = A

      
IV ) A ⋅ ( B + C ) = A ⋅ B + A ⋅ C

Caso um vetor seja perpendicular ao outro (condição de ortogonalidade), o


seu produto escalar é zero.
O produto vetorial, diferentemente do produto escalar, gera um novo vetor.
Para entendermos melhor sobre, vamos explicitar a “regra da mão direita”,
 
conforme segue a figura 7. Seja o produto vetorial entre os vetores V × W . Pri-
meiramente, devemos colocar os quatro dedos da mão direita na direção do
 
vetor V , girar em sentido o vetor W e para onde apontar o polegar, será o
sentido do produto vetorial, sempre perpendicular ao plano forma pelos dois
vetores. Além disso, o produto vetorial entre dois vetores perpendiculares é
um vetor nulo.

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FIGURA 7. REGRA DA MÃO DIREITA PARA PRODUTO VETORIAL

Fonte: Santos (2018)


 
Seja V = Vxî + Vy Jˆ + Vz kˆ e W = Wxî + Wy Jˆ + Wz k , o produto vetorial entre estes dois
vetores é dado pelo determinante da seguinte matriz,

i j k
 
V × W = Vx Vy Vz = (VyWz − VzWy ) î + (VzWx − VxWz ) J + (VxWy − VyWx ) k
Wx Wy Wz


ˆ 
Suponha os seguintes vetores = 1î − 3 J + 4k e
V
  

W = −5î + 4 Jˆ − 3k , o produto vetorial de V e W vale:

i j k
  −3 4 1 4 ˆ 1 −3 
V × W = 1 −3 4 = î− J+ k
4 −3 −5 −3 −5 4
−5 4 −3
 
V × W = −7î − 17 Jˆ − 11k

A fim de complementar os estudos, busque sobre as


propriedades do produto vetorial e, também sobre
produto misto em: https://regijs.github.io/gaal/sum33.
html.

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1.5 FORÇA, MOMENTO DE UMA FORÇA E


CONJUGADO
Força pode ser entendida como uma quantificação da interação entre dois cor-
pos físicos, ou seja, quando temos dois objetos entrando em contato entre si.
(Beer, 2013, pg. 4) definem a força como sendo ação de um corpo sobre outro.
Além disso, pode ser exercida devido o contato direto dos corpos ou por uma
distância (forças gravitacionais e eletromagnéticas). (James, 2009, p.3) definem
a força da mesma forma que (Beer, 2013). Entretanto, o mesmo nos diz que, exis-
te uma tendência dessa força em colocar o corpo em movimento, tendo uma
direção da sua linha de ação, pois a força é uma grandeza vetorial, conforme dito
anteriormente.
Assim sendo, o conceito de força é abstrato e, devem ser aceitos como bem
definidos de maneira intuitiva, a fim de utilizados como base e referência
para nosso estudo. A figura 8 ilustra o vetor força atuando sobre um objeto.
Cada pessoa exerce uma força sobre a corda. Podemos observar que a pessoa
realiza uma força sob a corda e, essa por sua vez, exerce uma força sob a outra
pessoa. Dessa forma, a força exercida sob este objeto pode fazê-lo entrar em
movimento ou permanecer em repouso.

FIGURA 8. CONCEITO DE FORÇA SOB OBJETOS

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

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O momento de uma força, momento ou torque pode ser definido pela capa-
cidade dessa força realizar um movimento de rotação de um objeto em torno
de um eixo, sendo que o eixo não pode ser paralelo à direção da força, pois
resultaria em um momento nulo desta força.
James (2009, p. 29) nos diz que existe uma tendência de a força mover o corpo
em sua linha de ação. Além disso, essa mesma força tende a fazer com que
este corpo gire ou rotacione em torno de um determinado eixo.
Também, o momento de uma força pode ser entendido como sendo o produ-
to de uma força pela distância do local de aplicação da força até o eixo de ro-
tação. Diante disto, podemos perceber que, o momento de uma força é uma
grandeza vetorial, obtido pelo produto vetorial da distância pela força.

FIGURA 9. MOMENTO DE UMA FORÇA.

Fonte: Uol (2020)

A figura 9 nos fornece o momento de uma força. São diversas aplicações deste
conceito, tais como: a troca de pneu de um carro, quando a porca é retirada, o
eixo de rotação que saí do motor, a abertura de uma porta, dentre diversas outras.
O binário também é um momento produzido, porém este é resultado da ação
de duas forças tendo mesma direção e intensidade. Entretanto, os sentidos
destas forças devem ser opostos.
Beer (2013, p. 96) definem binário como sendo: duas forças de mesma inten-
sidade, atuando em linhas de ação paralelas, mas em sentidos opostos. Pode-
mos perceber que, a resultante destas forças, a soma vetorial de ambas, resul-
ta em um vetor nulo. Porém, o binário ou a soma dos momentos produzidos
por estas forças não são nulos.

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Já James (2009, pg. 37) traduz que o binário é o momento produzido por duas
forças não colineares, iguais e opostas. No fim das contas, ambos os autores, nos
dizem as mesmas definições para binário, apenas relatados de formas diferentes.

FIGURA 10. REPRESENTAÇÃO DE BINÁRIO.

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

Observa-se na figura 10, que temos duas forças de mesma intensidade e dire-
ção, porém, em sentidos contrários separadas por uma certa distância. A atu-
ação destas forças irá gerar um binário, fazendo com que este corpo rotacione
em um eixo perpendicular ao plano da folha.

1.6 UNIDADES FÍSICAS


As chamadas unidades físicas podem ser denominadas, também, de gran-
dezas físicas. Quando se trata de grandezas, estamos nos referindo a algo no
qual pode ser medido, tais como: massa, tempo, velocidade, força, momento.
Embora existam diversas unidades físicas, alguns padrões são definidos por
grandezas fundamentais e as demais chamadas de grandezas derivadas.
Em meados dos anos 1960, as quantidades de unidades de medidas eram
muito vastas. Basicamente, cada região do mundo possuía a sua unidade de
medição. Porém, esta grandiosidade de grandezas de medidas atrapalham
os trabalhos de medidas, além de muitas divergências. Assim sendo, houve
uma padronização mundial, surgindo o Sistema Internacional de Unidades
(SI). Além deste sistema, também existe o Sistema Inglês de Unidades, sendo
estes os dois mais utilizados em todo o mundo nos dias atuais.

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Este sistema definiu as grandezas fundamentais, tais como constam na ta-


bela 1. As demais unidades conhecidas são derivadas das fundamentais que
constam na tabela 1, tais como conhecemos: força, aceleração, momento,
energia, potência, dentre várias outras.

TABELA 1. GRANDEZAS FÍSICAS FUNDAMENTAIS.

Grandeza física Unidade Símbolo

Comprimento Metro m

Massa Quilograma kg

Tempo Segundo s

Corrente Elétrica Ampere A

Temperatura Kelvin K

Quantidade de matéria mol mol

Intensidade Luminosa Candela cd

Fonte: Elaborada pelo autor.

Conhecidas as grandezas fundamentais, vocês conseguem identificar as que


são utilizadas na mecânica geral? São elas a massa, comprimento e tempo,
correspondente ao chamado sistema KMS. Além do sistema internacional de
medidas, temos também o sistema inglês, que na mecânica pode ser deno-
minado de FPS (Feet, Pound, Second).

A unidade de força é dada em Newton (N),


equivalente à:
m
1N = 1kg ⋅
s2 ,

Já a unidade de momento de uma força é o produto


entre a força e uma distância:
m2
1N ⋅ m = 1kg ⋅
s2 .

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A tabela 2 nos mostra as conversões entre o sistema inglês de medidas e o


internacional, para as medidas utilizadas em mecânica:

TABELA 2. CONVERSÕES DAS GRANDEZAS FÍSICAS.

Grandeza física Unidade Símbolo Conversão para SI

Comprimento Pé ft 1ft = 0,3048 m

Comprimento Polegada in 1in = 0,0254 m

Massa Libra massa lbm 1lbm = 0,4536 kg

Massa Libra massa slug 1slug = 14,5939 kg

Força Libra força lbf ou lb 1lbf = 4,448 N

Fonte: Elaborada pelo autor (2020).

Vamos converter a unidade Pascal (Pa) para o SI


de medidas utilizando as unidades fundamentais.
Pascal é dado por uma força sobre uma
determinada área, dessa forma:
N m 1 kg
1Pa = 1 2
= 1kg ⋅ 2 2 = 1 2
m s m s ⋅m

As unidades são fundamentais para resolução de problemas na prática. Para


isso, existe o conceito de homogeneidade dimensional, que nada mais é do
que a soma de unidades iguais. Uma soma de quantidade que possuí uni-
dades diferentes está errada em suas dimensões. Suponha uma força dada
em Newton e a outra dada em libra-força. Ambas representam o vetor força.
Entretanto, com unidades distintas, não podendo ser somadas à priori. Dessa
forma, devem ser realizadas as devidas conversões e posteriormente somadas.

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A fim de complementar o estudo, assistam o vídeo


do professor Ferreto. Ele explica com bastante clareza
os detalhes do sistema de unidades e, também,
sobre conversões de unidades. Fonte: Farreto, 2018,
Sistema métrico nacional – Transformações de
unidades – Matemática básica – Aula 13

CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou o conceito sobre a mecânica, de forma, geral. Além
disso, foi introduzido o conceito de vetores, operações com vetores, produto
escalar e vetorial. Também, o conceito de força, momento de uma força e
conjugado foram apresentados. Por fim, as unidades físicas foram discutidas
e suas conversões.
Dessa forma, somos capazes de determinar as componentes de vetores, a in-
tensidade, além de realizar operações com os mesmos. Além disso, os concei-
tos de força, momento e conjugado foram apresentados e podem ser discu-
tidos sobre seus conceitos. Conversões de unidades físicas e a sua utilização
de maneira adequada é de suma importância. Com o exposto ao longo da
unidade, somos capazes de identificar e converter as unidades.

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