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Transferência de Calor

e Massa
Unidade 3.1

Prof. Eduardo Caballero, M.Sc. (eduardo.bernardo@kroton.com.br )


Belo Horizonte, 28 de abril de 2023
Planejamento
PLANEJAMENTO DE AULAS - Transferencia de Calor e Massa - 2023.1 (SEXTA FEIRA)
Data Unidade Seção Conteúdo Tipo de aula

03/mar

10/mar 1 1 Condução unidimensional em regime estacionário Expositiva


1º Bimestre

17/mar 1 2&3 Condução bidimensional em regime estacionário & Condução transiente Expositiva

24/mar Exercicios

31/mar 2 1&2&3 Introdução à convecção de calor & Escoamento externo & Escoamento interno on line

07/abr Feriado

14/abr AO1 (previsão) Avaliação

21/abr Feriado

28/abr 3 1 Convecção natural Expositiva

05/mai 3 2&3 Ebulição & Condensação e trocadores de calor Expositiva


2º Bimestre

12/mai 4 1 Radiação: processos e propriedades Expositiva

19/mai 4 2&3 Troca de radiação entre superfícies & Transferência de massa por difusão Expositiva

26/mai Revisão

02/jun AO2 (previsão) Avaliação

09/jun

19-21/Jun 2ª Chamada_Avaliações Oficiais 2 Avaliação

26-27/Jun Exame Final Presenciais/Híbridas Avaliação


Avaliação Parcial
Atividade Parcial deverá ser entregue ao final da
Unidade: exercícios ‘faça valer a pena’ no final de
cada unidade, e acesso ao AVA.

 Unid 1 (500pts): 24MAR (Parcial 1)


 Unid 2 (500pts): 07ABR (Parcial 1)
 Unid 3 (750pts): 12MAI (Parcial 2)
 Unid 4 (750pts): 26MAI (Parcial 2)

**os exercícios podem ser feitos em grupos

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O que vamos aprender hoje….
Unidade 1: Condução de calor
Unidade 2: Princípios da convecção de calor
Unidade 3: Convecção natural, ebulição e condensação
 3.1 - Convecção natural
 3.2 - Ebulição
 3.3 - Condensação e trocadores de calor
Unidade 4: Radiação de calor e transferência de massa

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Tipos de Convecção

 O que é Convecção forçada?


 Quando bombas ou outros equipamentos similares externos
causam o movimento no fluido.

 O que é Convecção natural?


 Movimento do fluido causado pela diferença de densidade, a
qual é consequência da diferença de concentração ou
temperatura.

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Convecção Natural

6
Convecção Natural

Nota-se, contudo, que a presença de um gradiente de


massa específica em um fluido não assegura a existência
de correntes de convecção natural. Neste caso, tem-se
um padrão de circulação, um movimento global do fluido

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Convecção Natural

 Escoamentos de convecção natural podem ser


classificados de acordo com fato de estarem ou não
limitados por uma superfície.
 Na ausência de uma superfície adjacente, podem ocorrer
escoamentos de fronteira livre na forma de uma pluma
ou de um jato.
 Por outro lado, há os escoamentos de convecção natural
limitados por uma superfície e um exemplo clássico é o
desenvolvimento da camada-limite em uma placa
vertical aquecida.

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Convecção Natural

Escoamentos de fronteiras livres:

9
Convecção Natural

Escoamentos plumairas livres:

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Convecção Natural

Desenvolvimento da camada-limite sobre uma placa


vertical aquecida

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Equações da convecção natural

 Considerando-se um escoamento de camada-limite


laminar que seja movido por forças de empuxo.
 Admite-se, ainda, condições bidimensionais,
estacionárias e com propriedades constantes, nas quais a
força de gravidade atua no sentido negativo da direção
x.
 No caso da massa específica, admite-se que ela seja
variável apenas na força de empuxo, considerando-a
constante para os demais termos.
 Com as simplificações anteriores, a equação da
conservação da quantidade de movimento na direção x
se reduz à equação da camada-limite, exceto pelo fato de
que o termo de força de corpo é mantido.
12
Equações da convecção natural

 Equação da conservação da quantidade de movimento:

u u 1 dp u
2
u v   g  2
x y  dx y

 O termo dp∞/dx é o gradiente de pressão na corrente


livre na região fora da camada-limite.
 g = gravidade

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Equações da convecção natural

Fora da camada-limite, u = 0 e a equação se reduz a

dp
   g
dx

Tem-se, então, a seguinte expressão, válida para todo


ponto na camada-limite de convecção natural:

u u u
2
u v  g      2
x y y

14
Equações da convecção natural

– Sendo:
    

Definindo-se o coeficiente de expansão volumétrica


térmica
1  
   
  T  p
– Escrevendo-a na forma aproximada
1  1   
  
 T  T  T
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Equações da convecção natural

– Tem-se que

       T  T 
– Tal simplificação é conhecida como aproximação de
Boussinesq e utilizando-a, obtém-se a seguinte forma
para a equação da conservação da quantidade de
movimento linear:
u u u
2
u v  g  T  T    2
x y y

16
Equações da convecção natural

O conjunto de equações que modelam a convecção


natural, então, pode ser:

u v
 0
x y

u u u
2
u v  g  T  T    2
x y y

T T T 2
u v  2
x y y

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Equações da convecção natural

A dissipação viscosa foi desprezada na equação da


energia, o que é uma hipótese razoável para baixas
velocidades associadas à convecção natural.

O coeficiente de expansão β, para um gás ideal é dado


por
1   1 p 1
     
  T  p  R T 2
T

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Considerações de similaridade

Definindo-se os seguintes parâmetros adimensionais:


– Posições adimensionais:

 x  y
x  y 
L L
– Velocidades adimensionais:
u  v

u  v 
u0 u0

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Considerações de similaridade

– Temperatura adimensional:
 T  T
T 
T  Ts
– Nas expressões anteriores, L é um comprimento
característico e u0 é uma velocidade de referência
arbitrária.
Utilizando-se esse parâmetros adimensionais, tem-se
as seguintes formas para as equações de
conservação da quantidade de movimento e da
energia:

20
Considerações de similaridade

– Conservação da quantidade de movimento:

u  u 
v  u 

g  Ts  T L 
T 
1  2 
u
 
x y u02
Re L y 2

– Conservação da energia:
  2 
 T  T 1  T
u 
v 
 2
x y Re L Pr y

21
Considerações de similaridade

Como a velocidade de referência é arbitrária, é


conveniente escolhê-la de modo que

u  g  Ts  T  L
2
0

Assim, pode-se definir o número de Grashof (GrL):

g  Ts  T  L
3
GrL 
2

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Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical
Considerando-se as seguintes condições de
contorno:
– Para y = 0:

u  v  0; T  Ts

– Para y   :
u  0; T  T

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Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical
Uma solução por similaridade foi obtida por Ostrach
e envolve uma transformação de variáveis com a
introdução de um parâmetro de similaridade com a
forma, Para isso, a definição da variável ‘η’ é:
14
y  Grx 
  
x 4 

Deve-se, também, definir as componentes da


velocidade em termos de uma função de corrente.

24
Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical
Função de corrente:

  Grx 1 4 
  x, y   f   4   
  4  
Componente u da velocidade:

   2 1 2
u   Grx f  
y  y x

25
Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical
Solução numérica obtida por Ostrach:

26
Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical

Pode-se, então, inferir a forma apropriada para


correlação da transferência de calor.
Para tanto, usa-se a lei de Newton do resfriamento
associada à lei de Fourier, obtendo-se
14  14
hx  Grx  dT  Grx 
Nu x       g Pr 
k  4  d  0  4 
Verifica-se que o gradiente de temperatura
adimensional na superfície é uma função do número
de Prandtl: g(Pr).
27
Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical
Os resultados de g(Pr) foram correlacionados com
precisão de até 0,5% por uma fórmula de
interpolação na forma, aplicável para todos os
valores de Prandtl:

0,75 Pr1 2
g Pr  
0,609  1,221Pr 12
 1,238 Pr 
14

28
Convecção natural laminar sobre uma superfície
vertical

Utilizando-se o número de Grashof e integrando-se a


expressão para Nusselt local sobre toda a superfície
da placa vertical, obtém-se
14
h L 4  GrL 
Nu L     g Pr 
k 3 4 

Ou seja,
4
Nu L  Nu L
3

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Efeitos de turbulência

Camadas-limite de convecção natural não estão


restritas ao escoamento laminar

30
Efeitos de turbulência

A transição na camada-limite de convecção natural


depende da magnitude relativa das forças de
empuxo e das forças viscosas, que é definida através
do número de Rayleigh:

g  Ts  T  x 3
Ra x  Grx Pr 

Para placas verticais, o número de Rayleigh crítico é
de aproximadamente 1x109.

31
Correlações empíricas: convecção natural em
escoamentos externos
• As correlações para convecção natural possuem
normalmente a forma

hL
Nu L   C RaLn
k

– Tipicamente, n = 1/4 para escoamentos laminares


e n = 1/3 para escoamentos turbulentos. O
número de Rayleigh é dado por
g  Ts  T  L3
Ra L  GrL Pr 

32
Correlações empíricas: convecção natural em
escoamentos externos

33
Correlações empíricas: convecção natural em
escoamentos externos

– Correlação recomendada por Churchill e Chu (aplicável


ao longo de todo intervalo de RaL)
2
 0,387 Ra1L/ 6 
Nu L  0,825  8 / 27 
; 0  Ra L  
 
1  0,492 / Pr 9 / 16  

– Correlação proposta por Churchill e Chu para


escoamento laminar:
0,670 Ra1L/ 4 9
Nu L  0,68  ; Ra  10
1  0,492 / Pr  
9 / 16 4/9 L

34
Convecção natural no interior de canais formados por
placas paralelas
Condições de fluxo uniforme:
1 / 2
 C C 
Nu S   * 1  2
2/5 
 RaS S / L RaS S / L  
*

35
Convecção natural espaços confinados

36
Convecção natural espaços confinados

37
Convecções natural e forçada combinadas

A convecção natural e forçada combinadas (convecção


mista) ocorre geralmente quando se tem (mista):

GrL Re 2L  1

Para essa situação, o efeito do empuxo na transferência


de calor em um escoamento forçado é fortemente
influenciado pelo sentido da força de empuxo em relação
ao escoamento.

38
Convecções natural e forçada combinadas

Tornou-se prática usual correlacionar os resultados para


a transferência de calor por convecção mista em
escoamentos externos e internos por uma expressão na
forma:
n n n
Nu  Nu F  Nu N

Os números de NuF e NuN são determinados por


correlações para convecção forçada pura e convecção
natural pura, respectivamente.

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Convecções natural e forçada combinadas

O sinal positivo se aplica par ao caso de escoamentos


paralelos e transversais.

O sinal negativo se aplica para o escoamento oposto.

A melhor correlação de dados é normalmente obtida


com n = 3, embora valores de 7/2 e 4 possam ser mais
adequados para escoamentos transversais envolvendo
placas horizontais e cilindros (ou esferas),
respectivamente.

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Exercício

1. Considere uma placa vertical quadrada com 0,5m de


dimensão característica, mantida a 55 °C . Paralelo a ela,
há um escoamento de ar a 25 °C , com velocidade de 0,7
m/s.
a) Verifique se a convecção é mista?
b) Nesse caso, qual é o valor do número de Nusselt se o
escoamento for no mesmo sentido da força de empuxo ou
em sentido contrário?

GrL Re 2L  1
n n n
- ν=1,702.10−5 m2/s Nu  Nu F  Nu N
- Considerando gás ideal, β = 0,00319 K .
-1 41
Exercicio

1.
- Para estimar as propriedades ar e número de Pr do fluido
calculamos a temperatura média entre a superfície e o ar: Tm=
(55+25)/2 = 40 ºC

- Ar@40ºC  k = 0,02662 W/m/K, ν=1,702.10−5 m2/s e Pr = 0,7255.


Considerando gás ideal, β =1/Tf = 0,00319 K-1.

- Calculo de Reynolds  Re = (V*L)/ν = (0,7*0,5)/ 1,702.10−5 = 20,5k

- Número de Grashof (GrL ):

42
Exercicio

1.
- Convecção mista ?

- Nu para convecção forçada @unidade 2.3:

- Nu para convecção natural (tab 3.2):


Nu N  C Ra n
L Ra L  GrL Pr

43
Exercicio

1.
- Convecção mista :

Nu 3  Nu F3  Nu N3

Nu 3  (82,98)3  (77,26)3

- No mesmo sentido:
Nu  (82,98)  (77,26)
3 3 3

Nu  101,1
- No sentido oposto:
Nu  (82,98)  (77,26)
3 3 3

Nu  47,9 44
Proxima aula
 Fazer exercícios ‘faça valer a pena’ U3.1
 Ler Unidade U3.2 & 3.3.

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