Você está na página 1de 29

OPERAÇÕES

UNITÁRIAS II
AULA 3: DIMENSIONAMENTO DE
TROCADOR TUBO DUPLO
FATOR DE INCRUSTAÇÃO EFICIÊNCIA E POTENCIAL TÉRMICO
MÉDIO (MLDT)

Profa. Dra. Milena Martelli Tosi


TROCADORES DE CALOR Sem contato

Trocador de Tubo Duplo (ou concêntricos) de correntes paralelas

Trocador de Tubo Duplo contracorrente

https://www.youtube.com/watch?v=fWaIlc_xLSM
http://rpaulsingh.com/animations/tubular_heatex.html https://www.youtube.com/watch?v=MdDbxktvecg
Trocador de tubo triplo

http://rpaulsingh.com/animations/triple_tube.html

TC tubo duplo
- São economicamente competitivos apenas em serviços cuja área de troca térmica requerida seja
pequena (menor que 20m2) à n. excessivo de grampos
- Limpeza: mecânica é realizada a partir da desmontagem das curvas de conexão dos grampos e, com
uso de escovas de aço (ineficiente para espaço anular). Para produtos alimentícios, recomendado que
seja alocado no tubo interno.

TC tubo triplo
- Fluido de serviço (resfriamento ou aquecimento) circula internamente e espaço anular mais externo,
enquanto fluido alimentício circula no espaço anular intermediário.
Trocador de superfície raspada
- Similares ao TC duplo tubo, diferencial está no eixo
rotativo no centro do tubo interno à contém lâminas
raspadoras que promovem a mistura do fluido no
tubo.

- Recomendados para alimentos líquidos de média ou


alta viscosidade como xaropes, chocolates, molhos,
polpas de frutas ou carne processada.

http://rpaulsingh.com/animations/scrapedsurface.html
EQUAÇÃO BÁSICA DE PROJETO DE UM
TROCADOR DE CALOR
- DIMENSIONAMENTO DE TROCADOR DUPLO TUBO
BALANÇO GLOBAL DE ENERGIA

Taxa de entrada energia = Taxa de saída energia


BALANÇO GLOBAL DE ENERGIA

Em trocadores tubulares, as áreas de troca térmica nos lados quente


(Aq) e frio (Af) são diferentes:

(1) Balanço de energia no lado do trocador onde escoa o fluido frio

(2) Balanço de energia no lado do trocador onde escoa o fluido quente

(3) Determinar o coeficiente global de troca térmica


BALANÇO GLOBAL DE ENERGIA
(1) Balanço de energia no lado do trocador onde escoa o fluido frio

q! = m! f .c pf (T f ,s - T f ,e ) = C f (T f ,s - T f ,e )
cp: calor
. específico a pressão constante (J.kg-1.K-1)
m: vazão mássica do fluido (kg.s-1)
Cp: calor específico a pressão constante (J.kg-1.K-1)

Se houver mudança de estado:

q! + m! f .H fe = m! f .H fs
Hfe e Hfs: entalpias específicas do fluido frio na entrada e saída do
trocador, respectivamente.
BALANÇO GLOBAL DE ENERGIA
(2) Balanço de energia no lado do trocador onde escoa o fluido quente

q! = m! q .c pq (Tq ,s - Tq ,e ) = Cq (Tq ,s - Tq ,e )
cp: calor
. específico a pressão constante (J.kg-1.K-1)
m: vazão mássica do fluido (kg.s-1)
Cp: calor específico a pressão constante (J.kg-1.K-1)

(3) Determinar o coeficiente global de troca térmica

q! = U . A.DTm

1 1 e 1
= + +
U . A hq . Aq k M . Aln h f . Af
FATOR DE INCRUSTAÇÃO
O COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR “SUJO”: AS
- U (limpo) contempla as resistências térmicas dos fluidos quente e frio, e
também da parede metálica

PROBLEMA: em um trocador operando, podem aparecer mais duas


resistências à troca de calor à depósitos de materiais nas paredes do trocador
(Incrustação), que dificultam o transporte de energia!!

1 1 Rinc q e Rinc f 1
= + + + +
U S . A hq . Aq Aq k M . Aln Af h f .Af
Convecção interior Condução cilindro Convecção exterior

Fator de incrustação Rinc [K.m2.W-1]


Para trocadores tubulares, área de referência é aquela
relativa ao diâmetro externo do tubo!!!
O COEFICIENTE GLOBAL DE
TRANSFERÊNCIA DE CALOR

- Valores representativos para coeficientes globais de transferência de


calor:
POTENCIAL TÉRMICO MÉDIO
q! = U . A.DTm

Média logarítmica da diferença de Temperatura


(MLDT)

Depende do tipo de escoamento


Tipos de arranjo de escoamento
1) Paralelo: os dois fluidos entram do mesmo lado do equipamento e
escoam paralelamente em direção à saída, transferindo
calor ao longo do caminho.

q = fluido quente
Tqe f =fluido frio
Temperatura
e = entrada do trocador
dq Tqs
s = saída do trocador
T fs
T fe DT1 = Tqe - T f e
distância da entrada do
trocador
,x
DT2 = Tqs - T f s
• DT é função de x
• Tf s < Tq s sempre: do ponto de vista da transferência de calor este
arranjo é desvantajoso
2) Contra-corrente: os dois fluidos entram em lados opostos do
equipamento e escoam em contra-corrente.

Tqe DT1 = Tqe - T f s

Temperatura
T fs
Tqs
DT2 = Tqs - T f e
dq
dx T fe
x

• Tfs pode ser > Tqs : mais eficiente do ponto de vista da transferência de
calor ;
• (DTmédio)contra-corrente > (DTmédio)paralelo : a mesma quantidade de calor (q)
pode ser transferida em uma menor área de transferência no arranjo contra-
corrente em comparação com o paralelo.
3) Quando há mudança de fase:

Tqe Tqs Tqe


dq
T fs Tqs
dx dq
T fe T fe T fs

x x

Condensação Evaporação

COMO DEFINIR UMA MÉDIA PARA


O POTENCIAL TÉRMICO???
Para arranjo em paralelo
Tqe
Tqs
dq
dq! = U .(Tq - T f ).dA (1) T fs
T fe
dq! = m! f .c p f .dT f = - m! q .c p q .dTq
x
Isolar em função de dq

m! f : Vazão mássica do fluido quente, kg/h

c pf : Calor específico do fluido quente, kcal/kg.oC

m! q : Vazão mássica do fluido frio, kg/h

c pf : Calor específico do fluido frio, kcal/kg.oC

dq dq
dT f = •
dTq = - •
m f .c f m q .cq
Subtraindo as duas equações (dTq – dTf):
é ù
1 1 Substituindo dq da
d (Tq - T f ) = -dq ê • + • ú (2) eq. (1) na eq (2):
ê ú
êë m q .cq m f .c f úû
Substituindo dq da eq. (1) na eq (2):
é ù
ê 1 1 ú
d (Tq - T f ) = -U .(Tq - T f ).dA. • + •
ê ú
êë m q .cq m f .c f úû

Integrar de DT1 a DT2 e de 0 a A, sendo DT = Tq – Tf::

DT2 é ùA
d (DT ) ê 1 1 ú. dA
òDT (DT ) = -U .ê • + • ú ò0
1
êë m q .cq m f .c f úû

é ù
æ DT2 ö ê 1 1 ú
lnçç ÷÷ = -U . A • + •
è DT1 ø ê ú
êë m q .cq m f .c f úû

• •
m q .cq .(Tq e - Tq s ) = q m f .c f .(T f s - T f e ) = q
æ DT2 ö é (Tq e - Tq s ) + (T f s - T f e ) ù
lnçç ÷÷ = -U . Aê ú
DT
è 1ø ë q û

æ DT2 ö
lnçç ÷÷ = -
U .A
[ ]
(Tq e - T f e ) - (Tq s - T f s ) = -
U .A
.[ DT1 - DT2 ]
è DT1 ø q q

=
DT1 DT2

q = U . A.
(DT2 - DT1 ) q! = U . A.DTm
æ DT2 ö
lnçç ÷÷
è DT1 ø

Média logarítmica da diferença de Temperatura


(MLDT)
Arranjo em contra-corrente:

(DT2 - DT1 ) A equação é a mesma,


q = U . A. o que muda é a Tqe
æ DT2 ö definição de DT1 e DT2.
lnçç ÷÷ T fs
è DT1 ø Tqs
T fe

Média Logarítmica das Diferenças de


(DT2 - DT1 )
DTml = Temperatura nas Extremidades 1 e 2
æ DT ö do Trocador
lnçç 2 ÷÷
è DT1 ø
Usamos: Extremidade 1 Entrada do fluido quente
Extremidade 2 Saída do fluido quente

Mas a definição das extremidades é arbitrária, não influi no resultado


DTml em inglês é LMTD
ESCOAMENTO INTERNO
(TEMPERATURA DO FLUIDO)

*perfil
logarítmico de
*perfil linear de
temperatura
temperatura

Fluxo de calor constante Temperatura superfície


constante
EXEMPLO 1
Deseja-se resfriar uma solução aquosa de etanol (cpmédio = 3840 J/kgK, à vazão
de 2,9 kg/s, de 75 a 45oC. O fluido de resfriamento é a água (cpmédio = 4180
J/kgK) à vazão de 4,0 kg/s e a temperatura de entrada igual a 15oC. O trocador
de calor para esse tipo de serviço pode ser:

(a) TUBO DUPLO com escoamento em concorrente;

(b) TUBO DUPLO com escoamento em contracorrente;

Por simplificação, adota-se em todos os casos U com base na área externa


igual a 500 W/m2K. Determine:

- A carga térmica e a temperatura de saída da água de resfriamento;

- A área de troca térmica necessária para cada um dos casos.


EXEMPLO 2:
Um sistema para aquecer água de 20oC até 60oC envolve a passagem de água
através de um tubo de parede espessa, com diâmetros interno e externo de 20 e 40
mm, respectivamente. A superfície externa do tubo encontra-se isolada e o
aquecimento elétrico no interior da parede proporciona um fluxo de geração
uniforme q/V=106W/m3.

1. Para uma vazão mássica de água igual a 0,1 kg/s, qual deve ser o
comprimento do tubo para que a T de saída desejada seja alcançada?
2. Se a T da superfície interna do tubo em sua saída for TS=70oC, qual será o
coeficiente de transferência de calor por convecção local na saída do tubo?

c p = 4178 J / kg × K
EXEMPLO 3:
Uma empresa tem disponível um trocador de calor de duplo tubo, em
contracorrente, de 15 m de comprimento. Neste sistema, o fluido quente
utilizado é água a 97oC com vazão de 2,0 m3/h (no ânulo do trocador). O
diâmetro externo do tubo onde escoa o alimento (tubo interno) é de 2,5 cm e a
espessura da parede de 3,0 mm. Verifique se este equipamento possui
dimensões corretas para o aquecimento de óleo de soja (vazão de 0,2 kg.s-1) de
30 a 80oC.

Adote como coeficiente global de troca térmica U= 600 W.K-1.m-2 para o trocador
limpo. Os fatores de incrustação são conhecidos:
- Para o óleo: Rincf = 5 x10-4 K.m2.W-1
- Para a água: Rincf = 2 x10-4 K.m2.W-1

Você também pode gostar